Norma ISO 9000
Norma ISO 9000
Norma ISO 9000
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<strong>Norma</strong> <strong>ISO</strong> <strong>9000</strong><br />
1<br />
Docente:<br />
Prof. Dr. José Carlos Marques<br />
Discentes-Grupo 3:<br />
Lúcia Catira<br />
Luciane Fonseca<br />
Ana Paula Castro<br />
Paula Neves<br />
Funchal, Abril de 2009
1 – GESTÃO DA QUALIDADE<br />
A qualidade e o seu reconhecimento é, cada vez mais, um factor de peso e até<br />
mesmo imprescindível para o sucesso de uma empresa. Seguir uma ou mais normas<br />
de referência é o “obrigatório” para que se consiga alcançar uma boa gestão de<br />
qualidade.<br />
Em princípio, qualquer empresa, desde que tenha clientes, tem um sistema de<br />
gestão. Este poderá ser informal e não estar documentado. Para implementar um<br />
sistema de gestão, segundo uma norma, deve formalizar-se e documentar-se o<br />
sistema que se possui através da aplicação de certas regras de gestão que vêm<br />
definidas nas normas de referência. Estes requisitos são regras gerais que indicam «o<br />
que deve ser feito». Depois, cabe à empresa traduzir esses requisitos para regras<br />
internas que descrevam o «como deve ser feito» e «por quem deve ser feito», de<br />
acordo com a sua própria realidade.<br />
Desde Dezembro de 2000, a norma que serve de referência para a certificação<br />
dos sistemas é a <strong>Norma</strong> <strong>ISO</strong> 9001.<br />
Pôr em prática o processo de implantação de um sistema da qualidade, mesmo<br />
ainda que o mesmo seja favorável para os processos envolvidos, não é fácil devido à<br />
uma certa "resistência" por parte das pessoas que vivem o dia a dia da empresa. Para<br />
ver este trabalho facilitado, a empres,a ou pessoa responsável, poderá seguir<br />
algumas indicações dadas por alguém experiente e que passo a citar :<br />
“1° Você nunca será o único a determinar alguma acção, ou seja,<br />
independentemente da sua avaliação de processo produtivo, o mesmo tem de ser<br />
discutido e planeado com todos os envolvidos directamente, pois eles é que, na<br />
realidade, vão sentir na prática o peso de uma acção tomada para melhoria de um<br />
processo, é óptimo o pensamento de se aplicar o BRAINSTORMING para elevar a<br />
ideia do trabalho em grupo, e não mais nada sensato do que pensar que o trabalho<br />
em grupo traz resultados mais prósperos e eficientes.<br />
2° Avaliar os números negativos ou positivos é função da qualidade, pois é ela que<br />
estará a frente de qualquer alternativa a ser seguida, ou seja, todo a gestão de um<br />
indicador deve estar sob responsabilidade do sector qualidade, mas para que isto<br />
2
aconteça, lembre-se de que as pessoas dos processos, são as melhores chaves para<br />
discussão dos números.<br />
3° Implantar uma mudança no processo é fácil, o difícil é envolver como um todo o<br />
grupo, realize reuniões sistematicamente e faça o chamado exercício dinâmico, faça<br />
com que as pessoas estejam em foco, ou seja , faça com que elas identifiquem através<br />
de suas actividades, pontos fundamentais a serem avaliados.<br />
2 - CERTIFICAÇÃO DE QUALIDADE<br />
A certificação é a avaliação do sistema de gestão e o reconhecimento de que<br />
este está de acordo com as normas internacionais de referência. Este processo<br />
conduz à atribuição da designação «Empresa certificada», de acordo com a norma de<br />
referência.<br />
A QUALIDADE é um conceito horizontal que abrange todas as actividades e<br />
todos os sectores da economia e a sociedade em geral. Um factor competitivo que<br />
pode diferenciar os produtos e as competências nacionais e apoiar a sua afirmação<br />
nos mercados interno e externo.<br />
Para obter um produto ou serviço com características e atributos que o tornam<br />
apto ao uso ou a satisfazer necessidades/expectativas é preciso recorrer de forma<br />
coordenada a várias actividades como a normalização, a metrologia, e à qualificação.<br />
Podemos nos certificar nos sistemas de gestão, da qualidade, gestão ambiental,<br />
gestão da saúde, higiene e segurança no trabalho e mais recentemente o sistema de<br />
responsabilidade social. Também se podem certificar produtos - garantindo a sua<br />
qualidade e segurança no uso e serviços.<br />
As empresas prestadoras de serviços já podem certificar o seu serviço do<br />
mesmo modo que se certificam produtos. Estas empresas têm de identificar qual o<br />
tipo de certificação que mais lhes interessa, tendo em conta os benefícios que daí<br />
podem retirar e os custos associados. Na certificação da empresa (do sistema)<br />
certificam-se os meios e na certificação do serviço, os resultados. A opção por uma<br />
das certificações ou pelas duas ao mesmo tempo depende fundamentalmente da<br />
3
estratégia de cada organização e da sua atitude no mercado onde está inserida e a<br />
competir.<br />
A certificação de qualquer sistema de gestão pode ser levada a cabo por<br />
qualquer empresa, independentemente da sua actividade, dimensão ou estatuto. A<br />
certificação de qualquer sistema de gestão é voluntária. Contudo, é hoje uma<br />
vantagem competitiva forte e muitas empresas exigem aos seus fornecedores que<br />
estejam certificados. Em alguns concursos públicos é uma condição obrigatória. Até<br />
há bem pouco tempo a certificação era encarada pelas empresas como um custo e<br />
uma imposição legal. Hoje em dia já é vista como um investimento e um factor de<br />
competitividade.<br />
A dimensão, por si só, não é um critério para decidir não certificar. Existem<br />
empresas com duas pessoas que estão certificadas. Contudo, as limitações de<br />
recursos, quer humanos quer financeiros, podem constituir obstáculo à correcta<br />
implementação de um sistema de gestão e sua posterior certificação. Formalizar e<br />
documentar um sistema de gestão requer tempo por parte de todos os<br />
intervenientes.<br />
A certificação permite que as empresas/organizações obtenham as seguintes<br />
vantagens:<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Melhoria na organização interna;<br />
Aumento da satisfação/confiança dos clientes;<br />
Aumento da motivação/envolvimento no sistema por parte dos colaboradores<br />
internos;<br />
Confiança no sistema;<br />
Melhoria da posição competitiva;<br />
Aumento da produtividade;<br />
Redução de custos;<br />
Acesso a determinados mercados e concursos;<br />
Facilidade de acesso a informação, entre outros<br />
Permite o reconhecimento por entidades internacionais<br />
Garante a Qualidade ao cliente e dá confiança à gestão<br />
Confere mais notoriedade<br />
Permite ser auditado por entidades independentes e especializadas<br />
Assegura menor risco para quem compra ou subcontrata<br />
4
É uma das componentes que pode assegurar:<br />
o ao fornecedor, que o seu produto e/ou serviço cumpre as especificações<br />
do comprador;<br />
o ao comprador, que a qualidade dos produtos e/ou serviços que estão a<br />
ser adquiridos é a pretendida<br />
Qualquer empresa, desde que tenha clientes, tem um sistema de gestão. Este<br />
poderá ser informal e não estar documentado. Para implementar um sistema de<br />
gestão segundo uma norma deve formalizar-se e documentar-se o sistema que se<br />
possui através da aplicação de certas regras de gestão que vêm definidas nas normas<br />
de referência. Estes requisitos são regras gerais que indicam «o que deve ser feito».<br />
Depois, cabe à empresa traduzir esses requisitos para regras internas que descrevam<br />
o «como deve ser feito» e «por quem deve ser feito», de acordo com a sua própria<br />
realidade.<br />
As preocupações básicas das empresas no domínio da Certificação são<br />
colocadas através das seguintes questões:<br />
O produto que fabrico é abrangido por <strong>Norma</strong>s ou Directivas Comunitárias?<br />
O seu uso pode envolver riscos de segurança saúde ou ambiente?<br />
Há legislação de certificação sobre a minha actividade?<br />
Tenho dificuldades de exportação para outros países?<br />
Que vantagem poderá ter a certificação no meu caso?<br />
Existem marcas de conformidade em aplicação?<br />
Posso confiar na competência do meu laboratório?<br />
Onde poderei obter ensaios credíveis para terceiros?<br />
No meu sector, existem empresas concorrentes com sistemas de gestão<br />
certificados?<br />
É necessário seguir um caminho para atingir a certificação, iniciando pelo<br />
diagnóstico, passando pelo planeamento, a implementação, a auditoria, acções<br />
correctivas, com objectivo de atingir o sucesso da certificação.<br />
É necessário ter em conta os princípios de Gestão de qualidade que são os<br />
seguintes:<br />
5
1. Enfoque no Cliente<br />
As organizações dependem dos seus clientes, portanto, devem entender as suas<br />
necessidades correntes e futuras, ir ao encontro dos seus requisitos e lutar<br />
constantemente para exceder as suas expectativas.<br />
2. Liderança<br />
Os líderes criam a visão e missão da organização e, portanto, o seu caminho. Devem<br />
criar e manter um ambiente interno que proporcione envolvimento total no atingir<br />
os objectivos da organização.<br />
3. Envolvimento dos Colaboradores<br />
As pessoas, de todos os níveis, são a essência da organização, o seu completo<br />
envolvimento faz com que coloquem as suas capacidades ao serviço da organização.<br />
4. Abordagem por Processos<br />
Um resultado desejado é atingido de forma mais eficiente se os recursos e as<br />
actividades relacionadas forem geridos como um processo.<br />
5. Abordagem Sistemática da Gestão<br />
Identificar, entender e gerir um sistema de processos interrelacionados para a<br />
concretização de um dado objectivo, melhora a eficácia e eficiência da organização.<br />
6. Melhoria Contínua<br />
A melhoria contínua deverá ser um objectivo permanente da organização.<br />
7. Abordagem Factual para Tomada de Decisões<br />
As decisões são tomadas com base em dados e informações.<br />
8. Relações de Mútuo Benefício com Fornecedores<br />
As organizações e os seus fornecedores são interdependentes, e as relações de<br />
benefício mútuo aumentam a capacidade de ambos em criar valor.<br />
A qualidade tem dois importantes efeitos:<br />
6
• Efeitos Internos:<br />
Pela confiança dada à Direcção da empresa e aos seus colaboradores, de que são<br />
satisfeitos e mantidos os requisitos da qualidade e de que a melhoria da qualidade<br />
está em curso.<br />
• Efeitos Externos:<br />
Pela confiança dada aos Clientes de que são e serão satisfeitos os requisitos da<br />
qualidade, relativamente aos produtos/serviços e aos processos.<br />
Constitui uma contribuição fundamental para o aumento da competitividade:<br />
• Pela melhoria da produtividade global da empresa<br />
• Pela redução de custos (concepção, produção,...)<br />
• Pelo ajustamento permanente e acelerado dos produtos/serviços às necessidades e<br />
expectativas dos clientes.<br />
No que se refere à melhoria da produtividade vai permitir processos mais<br />
eficientes, um melhor desempenho na prestação do serviço, menor tempo de espera,<br />
de reparações e substituições, uma maior motivação dos colaboradores, mais baixa<br />
rotatividade e menor absentismo.<br />
A certificação autentica os elevados padrões de qualidade de uma<br />
organização. Além de beneficiar os funcionários, beneficia também a própria<br />
organização, ao organizar e ordenar os seus processos. Não só proporciona uma<br />
flexibilidade de critérios, como também permite que a organização monitorize e<br />
aumente a eficiência dos seus processos.<br />
3 – ANTECEDENTES À <strong>ISO</strong> <strong>9000</strong><br />
Desde os seus primórdios, a industrialização levantou questões relativas à<br />
padronização e à qualidade de processos e produtos. No início do século XX,<br />
destacaram-se os estudos de Frederick Taylor visando racionalizar as etapas de<br />
7
produção, aproveitados com sucesso por Henry Ford, que implantou a linha de<br />
montagem.<br />
A padronização internacional começou pela área electrotécnica, com a<br />
constituição, em 1906, da International Electrotechnical Commission (IEC). O seu<br />
exemplo foi seguido em 1926, com o estabelecimento da International Federation of<br />
the National Standardizing Associations (ISA), com ênfase na engenharia mecânica.<br />
As actividades da ISA cessaram em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial. Nesta<br />
época, as empresas britânicas de alta tecnologia, nomeadamente as de produção de<br />
munições, registavam inúmeros problemas com a qualidade de seus produtos, o que<br />
ocasionava sérios acidentes com perda de vidas e de património. O governo passou<br />
então a solicitar aos seus fornecedores, procedimentos de fabricação conforme<br />
normas registadas por escrito, visando garantir que esses procedimentos estavam<br />
sendo seguidos. Esta norma tinha a designação "BS 5750", e ficou conhecida como<br />
norma de gestão, uma vez que não apenas especificava como se produzir, mas<br />
também como organizar o processo de produção.<br />
Com o final do conflito, em 1946, representantes de 25 países reuniram-se em<br />
Londres e decidiram criar uma nova organização internacional, com o objectivo de<br />
"facilitar a coordenação internacional e unificação dos padrões industriais". A nova<br />
organização, <strong>ISO</strong>, International Organization for Standardization (ou Organização<br />
Internacional para Padronização) iniciou oficialmente as suas operações em 23 de<br />
fevereiro de 1947 com sede em Genebra, na Suíça.<br />
Com a acentuação da globalização na década de 1980, aumentou a<br />
necessidade de normas internacionais, nomeadamente a partir da criação da União<br />
Europeia. Conforme Seddon, "Em 1987, o governo britânico persuadiu a<br />
Organização Internacional para Padronização (<strong>ISO</strong>) a adoptar a BS 5750 como uma<br />
norma padrão internacional. A BS 5750 tornou-se a <strong>ISO</strong> <strong>9000</strong>."<br />
Em 1987, a <strong>ISO</strong> editou a série <strong>9000</strong> com o objectivo de estabelecer critérios<br />
para implantação de Sistemas de Garantia da Qualidade. A primeira versão criou<br />
uma estrutura de 3 normas sujeitas à certificação, a <strong>ISO</strong> 9001, 9002 e 9003, além da<br />
<strong>ISO</strong> <strong>9000</strong> que era uma espécie de guia para selecção da norma mais adequada ao<br />
tipo de organização. Em 1994, a série foi revisada, porém sem grandes modificações,<br />
apenas com uma pequena ampliação e alguns esclarecimentos em seus requisitos,<br />
mantendo a mesma estrutura, ou seja, três normas sujeitas à certificação.<br />
8
4. AS NORMAS <strong>ISO</strong> <strong>9000</strong> E 9001<br />
As normas do sistema da qualidade identificam os aspectos que podem ajudar<br />
uma empresa a satisfazer as exigências dos clientes, não tendo por objectivo impor<br />
algo totalmente novo. Um sistema de qualidade, por si próprio, não conduz<br />
automaticamente à melhoria dos processos de trabalho ou da qualidade do produto,<br />
nem resolve todos os seus problemas. Não devem confundir-se as normas de<br />
sistemas de qualidade com as normas de produto.<br />
A norma <strong>ISO</strong> 9001 expõe as exigências a satisfazer quando a actividade de uma<br />
empresa envolve concepção. A norma <strong>ISO</strong> 9002 estabelece as exigências<br />
equivalentes quando a empresa não se dedique à concepção e desenvolvimento. A<br />
norma <strong>ISO</strong> 9003 é o modelo equivalente para os casos em que não se exigem<br />
controlo da concepção e controlo do processo.<br />
<strong>ISO</strong> <strong>9000</strong>:1987<br />
Esta primeira norma tinha estrutura idêntica à norma britânica BS 5750, mas<br />
era também influenciada por outras normas existentes nos Estados Unidos da<br />
América e por normas de defesa militar (as "Military Specifications" - "MIL SPECS").<br />
Subdividia-se em três modelos de gestão da qualidade, conforme a natureza das<br />
actividades da organização:<br />
<strong>ISO</strong> 9001:1987 Modelo de garantia da qualidade para projecto, desenvolvimento,<br />
produção, montagem e prestadores de serviço - aplicava-se a organizações que<br />
cujas actividades eram voltadas à criação de novos produtos.<br />
<strong>ISO</strong> 9002:1987 Modelo de garantia da qualidade para produção, montagem e<br />
prestação de serviço - compreendia essencialmente o mesmo material da anterior,<br />
mas sem abranger a criação de novos produtos.<br />
<strong>ISO</strong> 9003:1987 Modelo de garantia da qualidade para inspecção final e teste -<br />
abrangia apenas a inspecção final do produto e não se preocupava como o<br />
produto era feito.<br />
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<strong>ISO</strong> <strong>9000</strong>:1994<br />
Esta norma continha os termos e definições relativos à norma <strong>ISO</strong> 9001:1994.<br />
Não é qualquer norma certificadora, apenas explicativa dos termos e definições da<br />
garantia da qualidade.<br />
<strong>ISO</strong> 9001:1994<br />
Esta norma tinha a garantia da qualidade como base da certificação. A norma<br />
tinha os seguintes 20 requisitos:<br />
4.1 Responsabilidade da Direcção (Trata do papel da alta direcção na implementação<br />
do sistema da Qualidade);<br />
4.2 Sistema da qualidade (Descreve a documentação que compõe o sistema da<br />
qualidade);<br />
4.3 Análise do contrato (Trata da relação comercial entre a empresa e os seus<br />
clientes);<br />
4.4 Controlo da concepção e projecto (Trata da concepção e desenvolvimento de<br />
novos produtos para atender aos clientes);<br />
4.5 Controlo dos documentos e dados (Trata da forma de controlar os documentos<br />
do sistema da qualidade);<br />
4.6 Compras (Trata da qualificação dos fornecedores de materiais / serviços e do<br />
processo de compras);<br />
4.7 Produto fornecido pelo Cliente (Trata da metodologia para assegurar a<br />
conformidade dos produtos fornecidos pelo Cliente para incorporar ao produto<br />
final);<br />
4.8 Rastreabilidade (Trata da história desde o início do fabrico do produto ou da<br />
prestação do serviço);<br />
4.9 Controlo do processo (Trata do processo de produção dos produtos da empresa);<br />
4.10 Inspecção e ensaios (Trata do controlo da qualidade que é realizado no produto<br />
ou serviço);<br />
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4.11 Controlo de equipamentos de inspecção, medição e ensaio (Trata do controle<br />
necessário para a calibração / verificação dos instrumentos que inspeccionam,<br />
meçam ou ensaiem a conformidade do produto);<br />
4.12 Situação da inspecção e ensaios (Trata da identificação da situação da<br />
inspecção do produto ou serviço em todas as etapas da sua produção);<br />
4.13 Controle do produto não conforme (Trata da metodologia de controlo para os<br />
produtos fora de especificação);<br />
4.14 Acção correctiva e preventiva (Trata das acções necessárias para as não<br />
conformidades identificadas de forma a evitar que aconteça e a sua repetição);<br />
4.15 Manuseamento, armazenamento, embalagem, preservação e expedição (Trata<br />
dos cuidados com o produto acabado até a sua expedição para o cliente):<br />
4.16 Controlo dos registos da qualidade (Trata da metodologia do controlo dos<br />
registos da qualidade para facilitar a sua identificação, recuperação);<br />
4.17 Auditorias internas da qualidade (Trata da programação das auditorias internas<br />
da qualidade);<br />
4.18 Formação (Trata do levantamento de necessidades de formação e da<br />
programação das respectivas formações);<br />
4.19 Serviços pós - venda (Trata dos serviços prestados pós-venda);<br />
4.20 Técnicas estatísticas (Trata da utilização de técnicas estatísticas na empresa).<br />
Esta versão por exigir muito "papel" em vez da implementação das práticas<br />
como exigido pela <strong>ISO</strong> 9001:2008.<br />
<strong>ISO</strong> 9001:2000<br />
Para solucionar as dificuldades da anterior, esta norma combinava as 9001,<br />
9002 e 9003 em uma única, doravante denominada simplesmente como 9001:2000.<br />
Os processos de projecto e desenvolvimento eram requeridos apenas para<br />
empresas que, de fato, investiam na criação de novos produtos, inovando ao<br />
estabelecer o conceito de "controlo de processo" antes e durante o processo. Esta<br />
nova versão exigia ainda o envolvimento da gestão para promover a integração da<br />
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qualidade internamente na própria organização, definindo um responsável pelas<br />
acções da qualidade. Adicionalmente, pretendia-se melhorar os processos por meio<br />
de aferições de desempenho e pela implementação de indicadores para medir a<br />
efectividade das acções e actividades desenvolvidas.<br />
Mas a principal mudança na norma foi a introdução da visão de foco no<br />
cliente. Anteriormente, o cliente era visto como externo à organização, e doravante<br />
passava a ser percebido como integrante do sistema da organização. A qualidade,<br />
desse modo, passava a ser considerada como uma variável de múltiplas dimensões,<br />
definida pelo cliente, por suas necessidades e desejos. Além disso, não eram<br />
considerados como clientes apenas os consumidores finais do produto, mas todos os<br />
envolvidos na cadeia de produção.<br />
<strong>ISO</strong> <strong>9000</strong>:2005<br />
Foi a única norma lançada nesse ano, descrevendo os fundamentos de<br />
sistemas de gestão da qualidade. É aplicável a organizações que buscam vantagens<br />
através da implementação de um sistema de gestão da qualidade; a organizações<br />
que buscam a confiança nos seus fornecedores de que os requisitos de seus produtos<br />
serão atendidos; a usuários dos produtos; aqueles que têm interesse no<br />
entendimento mútuo da terminologia utilizada na gestão da qualidade (por<br />
exemplo: fornecedores, clientes, órgãos reguladores); aqueles, internos ou externos<br />
à organização, que avaliam o sistema de gestão da qualidade ou o auditam, para<br />
verificarem a conformidade com os requisitos da <strong>ISO</strong> 9001 (por exemplo: auditores,<br />
órgãos regulamentadores e organismos de certificação); aqueles, internos ou<br />
externos à organização, que prestam assessoria ou formação sobre o sistema de<br />
gestão da qualidade adequado à organização; e a grupos de pessoas que elaboram<br />
normas correspondentes.<br />
<strong>ISO</strong> 9001:2008<br />
Esta nova versão foi elaborada para apresentar maior compatibilidade com<br />
a família da <strong>ISO</strong> 14000, e as alterações realizadas trouxeram maior<br />
compatibilidade para as suas traduções e consequentemente um melhor<br />
entendimento e interpretação de seu texto.<br />
Para empresas que ainda não estão certificadas, esta nova versão da norma<br />
permite, do mesmo modo que a anterior, a adaptação dos requisitos do sistema às<br />
12
características de cada organização, conduzindo a uma melhoria da sua<br />
organização interna, assim como ao aumento da satisfação e confiança dos<br />
clientes.<br />
Por outro lado, para as empresas já certificadas pela <strong>ISO</strong> 9001:2000, a nova<br />
norma terá impactos reduzidos, prevendo-se pequenos ajustamentos para garantir<br />
a conformidade com a <strong>ISO</strong> 9001:2008.<br />
5 – A NORMA <strong>ISO</strong> 9001<br />
O ciclo PDCA<br />
Toda gestão do processo consta em estabelecer a manutenção nas melhorias<br />
dos padrões montados na organização, que servem como referências para o seu<br />
funcionamento. Introduzir a gestão do processo de qualidade significa implementar<br />
a gestão repetitiva via PDCA.<br />
O ciclo PDCA foi desenvolvido por Walter A. Stewart, na década de 20, mas<br />
começou a ser conhecido como ciclo de Deming, em 1950, por ter sido amplamente<br />
difundido por este. É uma técnica simples que visa o controlo do processo, podendo<br />
ser usado de forma contínua para a gestão das actividades de uma organização.<br />
O ciclo PDCA é um eficiente modo de apresentar uma melhoria no processo.<br />
Padroniza as informações do controlo da qualidade, evita erros lógicos nas análises,<br />
torna as informações mais fáceis de se entender. Pode também direccionado para<br />
facilitar a transição para o estilo de administração direccionado para melhoria<br />
contínua. Este ciclo está composto em quatro fases: Planear, Executar, Verificar e<br />
Actuar correctivamente.<br />
Passo 1. Traçar um plano (PLAN)<br />
Este passo é estabelecido com bases nas directrizes da empresa. Quando traçamos<br />
um plano, temos três pontos importantes para considerar:<br />
a) Estabelecer os objectivos sobre os itens de controlo.<br />
b) Estabelecer o caminho para atingi-los.<br />
c) Decidir quais os métodos a serem usados para consegui-los.<br />
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Após definidas as metas e os objectivos, deve-se estabelecer uma metodologia<br />
adequada para atingir os resultados.<br />
Passo 2. Executar o plano (DO)<br />
Neste passo pode ser abordado em três pontos importantes:<br />
a) Ensinar o método a ser empregado.<br />
b) Executar o método.<br />
c) Colectar os dados para verificação do processo.<br />
Neste passo devem ser executadas as tarefas exactamente como estão previstas nos<br />
planos.<br />
Passo 3. Verificar os resultados (CHECK)<br />
Neste passo, verificamos o processo e avaliamos os resultados obtidos:<br />
a) verificar se o trabalho está sendo realizado de acordo com o padrão.<br />
b) Verificar se os valores medidos variaram, e comparar os resultados com o<br />
padrão.<br />
c) Verificar se os itens de controlo correspondem aos valores dos objectivos.<br />
Passo 4. Fazer acções correctivamente (ACT)<br />
Tomar acções baseadas nos resultados apresentados no passo 3.<br />
a) Se o trabalho desviar do padrão, tomar acções para corrigi-lo.<br />
b) Se um resultado estiver fora do padrão, investigar as causas e tomar acções<br />
para prevenir e corrigi-lo.<br />
c) Melhorar o sistema de trabalho e o método.<br />
ACÇÃO<br />
CORRECTIVA<br />
PLANEAR (definir objectivo,<br />
meta e método)<br />
VERIFICAR<br />
DESENVOLVER (formar e<br />
implementar)<br />
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<strong>ISO</strong> 9001:2000<br />
Os clientes estão cada vez mais conscientes da Qualidade e esperam que os<br />
fornecedores satisfaçam proactivamente as mais altas exigências de qualidade de<br />
produtos e serviços. Querem esta informação antecipadamente, de forma a<br />
assegurar que a sua Organização continuará a satisfazer as suas necessidades a<br />
curto e médio prazo. É um desafio, mas também uma oportunidade da qual as<br />
Organizações podem tirar proveito.<br />
A certificação do Sistema de Gestão da Qualidade de acordo com a norma <strong>ISO</strong><br />
9001:2000 permite demonstrar o compromisso das Organizações com a Qualidade e<br />
satisfação dos seus clientes, reforçando a imagem institucional e acompanhamento<br />
do mercado em constante evolução.<br />
A <strong>ISO</strong> 9001:2000 está baseada em oito princípios de gestão da qualidade:<br />
Focalização nos Clientes<br />
Liderança<br />
Envolvimento das Pessoas<br />
Abordagem por Processos<br />
Abordagem à Gestão através de um Sistema (SGQ)<br />
Melhoria Contínua<br />
Abordagem à Tomada de Decisões Baseada em Factos<br />
Relações com Fornecedores com Benefícios Mútuos<br />
A <strong>ISO</strong> 9001 é constituída por oito secções, onde as três primeiras fornecem<br />
informações gerais sobre a norma, enquanto as últimas cinco centram-se na sua<br />
implementação.<br />
Secção 1 - âmbito: define que a organização necessita de corresponder às exigências<br />
dos clientes e requisitos normativos e garante que os seus funcionários seguem as<br />
suas políticas e procedimentos, enquanto implementam a qualidade através da<br />
melhoria contínua.<br />
Secção 2 - referência normativa: fornece referências normativas - que estão em<br />
conformidade com as normas relacionadas com a <strong>ISO</strong> <strong>9000</strong> - para constituir os<br />
termos da <strong>ISO</strong> 9001.<br />
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Secção 3 - termos e definições: define os termos utilizados na norma e indica as<br />
diferenças entre a versão de 2000 e a de 1994.<br />
Secção 4 - sistema de gestão de qualidade: descreve os requisitos gerais standard,<br />
que englobam todas as actividades da documentação do manual da qualidade e<br />
controlo de documentos e registos para determinar a sequência e interacção dos<br />
processos de implementação de acções que permitam alcançar os resultados<br />
planeados.<br />
Secção 5 - responsabilidade de gestão: exige o compromisso da gestão para com o<br />
SGQ e explica que a administração deve estar orientada e dedicada para os produtos<br />
da organização, clientes e processos de planificação e revisão.<br />
Secção 6 - gestão de recursos: fornece os critérios necessários para desempenhar<br />
uma dada tarefa de forma competente e num ambiente seguro. Nesta secção,<br />
discutem-se os recursos humanos, o planeamento de infraestruturas e o ambiente de<br />
trabalho. Uma perspectiva prática sobre uma das mais populares normas mundiais<br />
Secção 7 - realização do produto: define os passos inerentes ao desenvolvimento do<br />
produto. Estes passos incluem tudo desde a fase de concepção inicial, até à fase final<br />
de entrega. Por exemplo: planeamento de realização do produto, processos<br />
relacionados com o cliente, concepção e desenvolvimento, processo de compra do<br />
produto, produção e prestação de serviços e o controlo das unidades de<br />
monitorização e de medição.<br />
Secção 8 - medição, análise e melhoria: centra-se na medição, análise e melhoria do<br />
SGQ, fazendo com que as empresas executem auditorias internas periódicas,<br />
monitorizando o grau de satisfação dos clientes, controlando a não conformidade do<br />
produto, analisando os dados e adoptando acções preventivas e correctivas.<br />
Para facilitar a implementação, a <strong>ISO</strong> 9001 sugere às empresas a adopção de uma<br />
abordagem direccionada ao processo, que consiste numa série de operações que<br />
transformam inputs em outputs de valor acrescentado. Um processo pode ser<br />
medido através da sua precisão, prontidão, ciclo de tempo, downtime, eficiência,<br />
eficácia, rotatividade e definição de tempos.<br />
16
Embora a padronização tenha surgido nas indústrias e com foco na fabricação,<br />
actualmente a norma vem sendo implementada por outros tipos de organizações,<br />
incluindo colégios e universidades. Um "produto", no vocabulário da <strong>ISO</strong>, pode<br />
significar um objecto físico, ou serviço, ou software. A International Organization for<br />
Standardization, <strong>ISO</strong>, em 2004, publicou um artigo onde afirmava que "…<br />
actualmente as organizações de serviço representam um número grande de<br />
empresas certificadas pela <strong>ISO</strong> 9001:2000, aproximadamente 31% do total".<br />
Os elementos descritos abaixo são alguns dos aspectos a serem abordados<br />
pela organização no momento da implementação da <strong>ISO</strong> 9001:2000, lembrando<br />
sempre que alguns desses requisitos variam de acordo com o tamanho e ramo de<br />
actividade da empresa. Deve ser feita a análise de todo processo e garantir a<br />
padronização, monitorização e documentação de todo o processo que tem influência<br />
no produto.<br />
• Responsabilidade da direcção: requer que a política de qualidade seja definida,<br />
documentada, comunicada, implementada e mantida. Além disto, requer que se<br />
designe um representante da administração para coordenar e controlar o sistema da<br />
qualidade.<br />
• Sistema da qualidade: deve ser documentado na forma de um manual e<br />
implementado também.<br />
• Análise crítica de contratos: os requisitos contratuais devem estar completos e bem<br />
definidos. A empresa deve assegurar que tenha todos os recursos necessários para<br />
atender às exigências contratuais.<br />
• Controlo de projecto: todas as actividades referentes à projectos (planeamento,<br />
métodos para revisão, mudanças, verificações, etc.) devem ser documentadas.<br />
• Controlo de documentos: requer procedimentos para controlar a geração,<br />
distribuição, mudança e revisão em todos os documentos codificados na empresa.<br />
• Aquisição: deve-se garantir que as matérias-primas atendam às exigências<br />
especificadas. Deve haver procedimentos para a avaliação de fornecedores.<br />
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• Produtos fornecidos pelo cliente: deve-se assegurar que estes produtos sejam<br />
adequados ao uso.<br />
• Identificação e rastreabilidade do produto: requer a identificação do produto por<br />
item, série ou lote durante todos os estágios da produção, entrega e instalação.<br />
• Controle de processos: requer que todas as fases de processamento de um produto<br />
sejam controladas (por procedimentos, normas, etc.) e documentadas.<br />
• Inspecção e ensaios: requer que a matéria-prima seja inspeccionada (por<br />
procedimentos documentados) antes de sua utilização.<br />
• Equipamentos de inspecção, medição e ensaios: requer procedimentos para a<br />
calibração/aferição, o controle e a manutenção destes equipamentos.<br />
• Situação da inspecção e ensaios: deve haver, no produto, algum indicador que<br />
demonstre por quais inspecções e ensaios passou e se foi aprovado ou não.<br />
• Controle de produto não-conformes: requer procedimentos para assegurar que o<br />
produto não conforme aos requisitos especificados é impedido de ser utilizado<br />
inadvertidamente.<br />
• Acção correctiva: exige a investigação e análise das causas de produtos nãoconformes<br />
e adopção de medidas para prevenir a reincidência destas nãoconformidades.<br />
• Manuseio, armazenamento, embalagem e expedição: requer a existência de<br />
procedimentos para o manuseio, o armazenamento, a embalagem e a expedição dos<br />
produtos.<br />
• Registos da qualidade: devem ser mantidos registos da qualidade ao longo de todo<br />
o processo de produção. Estes devem ser devidamente arquivados e protegidos<br />
contra danos e extravios.<br />
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• Auditorias internas da qualidade: deve-se implantar um sistema de avaliação do<br />
programa da qualidade.<br />
• Formação: devem ser estabelecidos programas de formação para manter,<br />
actualizar e ampliar os conhecimentos e as habilidades dos funcionários.<br />
• Assistência técnica: requer procedimentos para garantir a assistência a clientes.<br />
• Técnicas estatísticas: devem ser utilizadas técnicas estatísticas adequadas para<br />
verificar a aceitabilidade da capacidade do processo e as características do produto.<br />
6 – NORMA <strong>ISO</strong> 9001:2008<br />
Com base nos inquéritos realizados em 2003/2004, para avaliar o nível de<br />
aceitação das normas da família <strong>ISO</strong> <strong>9000</strong>:2000, e a necessidade da introdução de<br />
melhorias na versão <strong>ISO</strong> 9001 de 2008, as alterações propostas pelo Comité Técnico<br />
da <strong>ISO</strong> (TC 176) são muito reduzidas. A mensagem que foi transmitida pelos 1500<br />
comentários de 63 países é que os utilizadores encontram-se satisfeitos com a<br />
presente norma e pretendem evitar alterações profundas que possam causar<br />
elevados impactos nos sistemas existentes.<br />
Contudo, foram identificadas algumas áreas de ambiguidade e colocadas<br />
sugestões de melhoria adicionais às que já tinham sido identificadas pelo processo<br />
de interpretação oficial da <strong>ISO</strong>/TC176.<br />
Como resultado, a <strong>ISO</strong>/TC176 concordou com a definição de uma<br />
especificação de desenvolvimento que adopte uma abordagem “impacto vs.<br />
benefício” para analisar individualmente cada alteração proposta, e onde recomende<br />
que as alterações devem ser limitadas àquelas que claramente beneficiam os<br />
utilizadores. Apesar de não existir uma distinção formal, por parte da <strong>ISO</strong>, entre<br />
“revisão” e “emenda”, a decisão de considerar esta próxima revisão como “emenda”<br />
teve como objectivo enfatizar aos interessados, a nível mundial, que apenas serão<br />
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consideradas as alterações necessárias para a clarificação do documento, facilitar a<br />
utilização do mesmo, assegurar a consistência com a família <strong>ISO</strong> <strong>9000</strong> ou para obter<br />
um maior alinhamento com a <strong>ISO</strong> 14001 (sistemas de gestão ambiental). Qualquer<br />
alteração proposta que conduza a uma alteração do enfoque, estrutura e conteúdo<br />
normativo não será considerada nesta emenda.<br />
A especificação de desenvolvimento da norma <strong>ISO</strong> 9001 inclui um total de 48<br />
recomendações que, podem afectar 32 requisitos da norma, caso venham a ser<br />
aceites pelos redactores.<br />
As principais alterações introduzidas serão as seguintes:<br />
INTRODUÇÃO<br />
0.1 GENERALIDADES<br />
Introduz o conceito de ambiente de negócio de uma organização e os riscos<br />
associados, embora este facto ainda não tenha resultado na criação de novos<br />
requisitos ao longo da norma.<br />
0.2 ABORDAGEM POR PROCESSOS<br />
Foi adicionado um novo texto para dar ênfase à importância da capacidade dos<br />
processos na obtenção das saídas desejadas.<br />
1 CAMPO DE APLICAÇÃO<br />
1.1 GENERALIDADES<br />
Reforço na preocupação com o atendimento a requisitos regulamentares e<br />
estatutários para o produto, que não é somente o produto intencional, mas abrange<br />
o produto adquirido e o resultante dos estágios intermediários da produção.<br />
Esclarece a relação entre requisitos estatutários, regulamentares e legais.<br />
3 TERMOS E DEFINIÇÕES<br />
Foi eliminada a definição fornecedor X organização X cliente.<br />
4 SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE<br />
4.1 REQUISITOS GERAIS<br />
Reconhece que nem sempre é possível medir os processos (cláusula 4.1 e)), tendo<br />
sido adicionado “medir, quando aplicável”.<br />
Introduz notas para esclarecer a subcontratação, baseadas nos Guidance Documents<br />
da <strong>ISO</strong> 9001:2000:<br />
Tipos de controlo que podem ser aplicáveis a processos subcontratados;<br />
Relaciona com a cláusula 7.4 (Compras);<br />
20
Clarifica que os processos subcontratados são ainda da responsabilidade da<br />
organização e que devem ser incluídos no âmbito do sistema de gestão da<br />
qualidade.<br />
4.2 REQUISITOS DA DOCUMENTAÇÃO<br />
4.2.1 Generalidades<br />
Melhoria no entendimento e liberdade para as organizações definirem os<br />
documentos e registos necessários para garantir a eficácia dos seus processos, além<br />
dos já requeridos pela norma <strong>ISO</strong> 9001, que podem ser englobados num único<br />
documento interno.<br />
4.2.3 Controlo dos documentos<br />
Clarifica que apenas os documentos externos considerados relevantes para o<br />
planeamento e operação do SGQ devem ser controlados.<br />
4.2.4 Controlo dos registos<br />
Introduz alterações editoriais, para um melhor alinhamento com a <strong>ISO</strong> 14001, onde<br />
os “registos estabelecidos para fornecer evidência da conformidade com os<br />
requisitos e da efectiva operação do SGQ devem ser controlados”.<br />
5 RESPONSABILIDADE DA GESTÃO<br />
5.5 RESPONSABILIDADE, AUTORIDADE E COMUNICAÇÃO<br />
5.5.2 Representante da gestão<br />
Esclarece que é necessário que seja um membro da gestão da própria organização e<br />
não, por exemplo, um intermediário (tal como um consultor) que trabalhe em tempo<br />
parcial.<br />
6 GESTÃO DE RECURSOS<br />
6.2 RECURSOS HUMANOS<br />
6.2.1 Generalidades<br />
Clarifica que os requisitos de competência são relevantes não somente para o<br />
pessoal envolvido na operacionalidade do sistema de gestão da qualidade, mas<br />
também ao que está indirectamente envolvido (por exemplo, nas compras, na<br />
avaliação de fornecedores, nas auditorias internas, etc).<br />
6.2.2 COMPETÊNCIA, CONSCIENCIALIZAÇÃO E FORMAÇÃO<br />
Altera o título da cláusula para um melhor alinhamento com a <strong>ISO</strong> 14001.<br />
Cláusula 6.2.2 (e) alterada para “A organização deve… garantir que a competência<br />
necessária tem sido alcançada”.<br />
6.3 INFRA-ESTRUTURA<br />
Reconhece agora a importância das tecnologias de informação nas organizações<br />
modernas e o efeito que os sistemas de informação, como um exemplo adicional de<br />
“serviços de apoio”, podem ter na conformidade do produto.<br />
6.4 AMBIENTE DE TRABALHO<br />
Esclarece que o ambiente de trabalho inclui as condições sob as quais o trabalho é<br />
realizado e inclui como exemplos factores físicos, ambientais ou outros, tais como,<br />
ruído, temperatura, humidade, iluminação ou condições climatéricas.<br />
21
7 REALIZAÇÃO DO PRODUTO<br />
7.1.Planeamento da Realização do Produto<br />
A norma reforça o requisito para o planeamento da realização do produto incluir a<br />
medição “conforme adequado”.<br />
7.2 PROCESSOS RELACIONADOS COM O CLIENTE<br />
7.2.1 Determinação dos requisitos relacionados com o produto<br />
Adiciona uma nota para clarificar que as actividades posteriores à entrega podem<br />
incluir:<br />
Actividades durante o período de fornecimento de garantia;<br />
Obrigações contratuais, tais como serviços de manutenção;<br />
Serviços suplementares, tais como reciclagem ou deposição final.<br />
7.3 CONCEPÇÃO E DESENVOLVIMENTO<br />
7.3.1 Planeamento da concepção e do desenvolvimento<br />
Adiciona uma nota para clarificar que a revisão, verificação e validação da concepção<br />
e do desenvolvimento têm objectivos distintos. Atendendo ao que for adequado ao<br />
produto e à organização, estas fases podem ser conduzidas e registadas<br />
separadamente ou de uma forma combinada.<br />
7.3.3 Saídas da concepção e do desenvolvimento<br />
Adiciona uma nota para esclarecer que a informação necessária para a produção e<br />
fornecimento de serviço, inclui a preservação do produto.<br />
7.5 PRODUÇÃO E FORNECIMENTO DE SERVIÇO<br />
7.5.2. Validação de Processos<br />
Foram incluídas duas notas relevantes:<br />
Nota 1: para muitas organizações de serviços, o serviço fornecido não permite<br />
a imediata verificação antes da entrega. Estes tipos de processos deveriam ser<br />
considerados e identificados durante o estágio de planeamento (ver 7.1). Esta<br />
nota reflecte uma interpretação sancionada da <strong>ISO</strong> actual que traz como<br />
exemplo a venda de balcão como um destes processos.<br />
Nota 2: Processos tais como soldagem, esterilização, formação, tratamento<br />
térmico, serviços de call center ou atendimento de emergências podem<br />
requerer validação.<br />
7.5.4 Propriedade do cliente<br />
Explica que, tanto a propriedade intelectual como os dados pessoais, devem ser<br />
considerados propriedade do cliente.<br />
7.6 - CONTROLO DE EQUIPAMENTOS DE MONITORIZAÇÃO E MEDIÇÃO<br />
Foi substituído no título “dispositivo” para “equipamentos”.<br />
Adiciona notas explicativas relativamente à utilização de software do computador -<br />
“Confirmação da aptidão do software do computador para satisfazer a aplicação<br />
desejada incluiria tipicamente a gestão da sua verificação e configuração para<br />
manter a sua adequabilidade ao uso.” – e aos equipamentos de medição – estes<br />
incluem equipamentos para medir ou monitorizar, conforme os requisitos.<br />
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8 MEDIÇÃO, ANÁLISE E MELHORIA<br />
8.2 MONITORIZAÇÃO E MEDIÇÃO<br />
8.2.1 Satisfação do cliente<br />
Adiciona uma nota para explicar que a monitorização da percepção do cliente pode<br />
incluir entradas de fontes, tais como, inquéritos de satisfação dos clientes, dados dos<br />
clientes relativos à qualidade dos produtos entregues, inquéritos de opinião dos<br />
utilizadores, análise dos negócios não ganhos, elogios e relatórios dos comerciais.<br />
8.2.2 Auditoria interna<br />
Inclui a necessidade de assegurar que, tanto as correcções, como as acções<br />
correctivas são abordadas da forma mais adequada à situação identificada.<br />
Foi incluída a obrigatoriedade de manter registos da auditoria e de seus resultados.<br />
8.2.3 Monitorização e medição dos processos<br />
Sempre que os processos do SGQ não atingirem os resultados previstos, a<br />
organização deve avaliar a necessidade de implementar correcções e/ou acções<br />
correctivas, independentemente do impacto directo na conformidade do produto.<br />
Foi adicionada uma nota clarificando que, aquando da decisão sobre os métodos<br />
apropriados, a organização deve considerar o impacte na conformidade dos<br />
requisitos do produto e na eficácia do sistema de gestão da qualidade.<br />
8.3. Controlo de Produto Não-Conforme<br />
Foi incluída a letra d) que requer que, quando praticável, a organização deve tomar<br />
as acções apropriadas aos efeitos ou potenciais efeitos de uma não-conformidade<br />
detectada após a entrega ou uso do produto.<br />
8.5.2. e 8.5.3. Acção Correctiva E Acção Preventiva<br />
Foi esclarecido que a análise de acção correctiva e preventiva refere-se à análise da<br />
eficácia de tais acções.<br />
CONCLUSÃO<br />
A reputação da <strong>ISO</strong> – International Organization for Standardization - e o<br />
reconhecimento internacional do Sistema de Gestão da Qualidade de acordo com a<br />
<strong>ISO</strong> 9001:2000 prestigiam a imagem de qualquer Organização. Simultaneamente,<br />
proporcionam a melhoria contínua dos processos e Sistemas de Gestão de<br />
Qualidade, o que se traduz na melhoria geral da performance e influencia<br />
positivamente os resultados da Organização. Demonstrar um real compromisso com<br />
a Qualidade poderá transformar a cultura da sua Organização, uma vez que os<br />
colaboradores reagem positivamente a melhorias constantes.<br />
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Num mundo cada vez mais globalizado e dinâmico, também as normas<br />
precisam se adequar. A versão 2008 da <strong>ISO</strong> 9001 mantém a sua essência inalterada,<br />
isto é, os oito princípios de gestão, a abordagem de processos, os títulos e campo de<br />
aplicação e estrutura continuam vigentes, só que aperfeiçoados, com maior clareza e<br />
melhoria na tradução, aumentando a consistência com a família <strong>9000</strong> e a sinergia<br />
com os conceitos da gestão ambiental da <strong>ISO</strong> 14000.<br />
Os principais impactos no SGQ, com essa nova versão da norma, ficam por<br />
conta da facilitação na interpretação dos requisitos e da necessidade de atendimento<br />
aos requisitos estatutários e regulamentares relacionados aos produtos.<br />
WEBBIBLIOGRAFIA<br />
http://www.apcer.pt<br />
http://www.produtiva.pt/normal.php?idioma=pt&pagina=curso.qa.i9001<br />
http://www.wikipedia.org.pt<br />
http://www.ipq.pt<br />
http://www.aeportugal.pt<br />
http://www.3sector.net/equalificacao/src_cdroms/sistemas_qualidade/links/Guia_interpr.pdf -<br />
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