brasil - Canal : O jornal da bioenergia
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CARTA DO EDITOR<br />
Mirian Tomé<br />
editor@canal<strong>bioenergia</strong>.com.br<br />
08<br />
12<br />
12 MICRONUTRIENTES<br />
Pesquisadores do IAC avaliam a resposta <strong>da</strong> cultura <strong>da</strong> cana-de-açúcar à<br />
adubação com micronutrientes em áreas de baixa fertili<strong>da</strong>de.<br />
28<br />
22<br />
fotos: divulgação<br />
Paulo rezende<br />
Vigoroso desenvolvimento<br />
A evolução do setor sucroenergético e de<br />
produção de biodiesel nos últimos anos se<br />
deu de forma intensa e devi<strong>da</strong>mente<br />
sustenta<strong>da</strong> na pesquisa, sempre em busca de<br />
inovações que levam aos ganhos em<br />
produtivi<strong>da</strong>de. Nesta edição do CANAL, em<br />
que comemoramos quatro anos de cobertura<br />
<strong>jornal</strong>ística especializa<strong>da</strong>, o leitor poderá<br />
conferir a seleção de algumas notícias que<br />
marcaram o vigoroso desenvolvimento <strong>da</strong><br />
agroenergia no período.<br />
Neste momento de vital importância para<br />
o Brasil, em que as eleições gerais se<br />
aproximam, representantes <strong>da</strong> cadeia<br />
produtiva sucroenergética e de produção de<br />
biodiesel se mobilizam para apresentar aos<br />
candi<strong>da</strong>tos aos principais cargos de direção<br />
do País as ações necessárias para corrigir<br />
deficiências e impulsionar a agroenergia,<br />
expandindo-a internamente e tornando-a<br />
mais competitiva no cenário internacional.<br />
Reforma tributária, ampliação do<br />
mercado externo, desburocratização e acesso<br />
ao crédito nos bancos federais e privados,<br />
regulamentação, melhorias em infraestrutura<br />
e logística são algumas <strong>da</strong>s principais<br />
reivindicações do setor produtivo. Em nossa<br />
matéria de capa abor<strong>da</strong>mos amplamente o<br />
assunto, onde também destacamos o<br />
posicionamento dos principais candi<strong>da</strong>tos à<br />
presidência <strong>da</strong> República em relação ao setor<br />
agroenergético.<br />
Nesta edição especial de aniversário o<br />
leitor ain<strong>da</strong> poderá conferir várias outras<br />
reportagens, essenciais para quem quer se<br />
manter sempre bem informado.<br />
Boa leitura!<br />
08 FENASUCRO<br />
Mais de 30 mil visitantes e cerca de<br />
R$ 2,2 bilhões em negócios realizados<br />
são números que dão a dimensão <strong>da</strong><br />
Fenauscro&Agrocana.<br />
22 ELEIÇÕES<br />
Representantes dos produtores rurais<br />
reúnem-se com os principais<br />
candi<strong>da</strong>tos a governador de Goiás<br />
para discutir o agronegócio do Estado.<br />
28 MAIS BRASIL<br />
Patrimônio afetivo dos goianos, o Rio<br />
Araguaia oferece paisagens de tirar os<br />
fôlego e torna-se destino de milhares de<br />
famílias nas férias de meio de ano.<br />
04 ENTREVISTA<br />
Cid Cal<strong>da</strong>s, coordenador de Açúcar e<br />
Álcool do Ministério <strong>da</strong> Agricultura,<br />
fala sobre mercados e perspectivas para<br />
a produção sucroenergética.<br />
CANAL, o Jornal <strong>da</strong> Bioenergia, é uma publicação <strong>da</strong><br />
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EDITOR: Evandro Bittencourt DRT-GO - 00694 - re<strong>da</strong>cao@canal<strong>bioenergia</strong>.com.br<br />
REPORTAGEM: Evandro Bittencourt, Fernando Dantas,<br />
Luisa Dias e Mirian Tomé<br />
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“Faça-me Senhor conhecer os teus caminhos,<br />
ensina-me as tuas vere<strong>da</strong>s."(Salmo 25:4)
ENTREVISTA - Cid Cal<strong>da</strong>s, coordenador-geral de Açúcar e Álcool do Ministério <strong>da</strong> Agricultura<br />
Olhos no etanol e no açúcar<br />
CID CALDAS FALA SOBRE A PRODUÇÃO SUCROENERGÉTICA NO<br />
BRASIL E AS AÇÕES DO GOVERNO FEDERAL PARA GARANTIR O<br />
ABASTECIMENTO INTERNO E FOMENTAR O SETOR PRODUTIVO<br />
Evandro Bittencourt<br />
Natural de Maceió (AL) Cid Jorge Cal<strong>da</strong>s, é<br />
formado em Ciências Econômicas, com<br />
especialização em análise de Sistema pela<br />
Escola Nacional de Administração Pública<br />
(Enap); Política e Estratégia, pela Associação<br />
dos Diplomados <strong>da</strong> Escola Superior de Guerra<br />
(Adesg) e Negociações Agrícolas Internacionais pela<br />
Universi<strong>da</strong>de Latino Americana e do Caribe (Ulac).<br />
Trabalhou no Instituto de Pesquisa Econômica<br />
Aplica<strong>da</strong>, <strong>da</strong> Secretaria do Tesouro Nacional;<br />
atuou como coordenador-geral de acompanhamento<br />
econômico do Departamento de Abastecimento<br />
e Preços <strong>da</strong> Secretaria de Acompanhamento<br />
Econômico (DAP/MF), foi Coordenador-<br />
Geral de Açúcar e Álcool <strong>da</strong> Secretaria de Produtos<br />
de Base (SPC/MDIC); diretor do Departamento<br />
do Açúcar e do Álcool (SPC/Mapa) e, atualmente,<br />
é coordenador-Geral de Açúcar e Álcool<br />
<strong>da</strong> Secretaria de Produção e Agroenergia do<br />
Ministério <strong>da</strong> Agricultura.<br />
Qual é a atual situação do Brasil no<br />
que se refere à exportação de etanol?<br />
Nós exportamos, nesta safra, em<br />
maio, junho e julho, 539 milhões de<br />
litros. No mesmo período do ano<br />
passado a exportação chegou a 1,2<br />
bilhão, ou seja, uma que<strong>da</strong> de 55%,<br />
o que está relacionado à questão de<br />
estoque, pois nós passamos essa safra<br />
muito apertado, tanto é que nós<br />
tivemos de alterar o nível de mistura<br />
em decorrência de vários fatores.<br />
O principal foi o clima. Choveu demais<br />
no período <strong>da</strong> colheita e acabou<br />
ficando uma parte significativa<br />
de cana, em torno de 7% a 8%, no<br />
campo, o equivalente a 50 milhões<br />
de tonela<strong>da</strong>s de cana. Isso acabou<br />
por reduzir os estoques de etanol. A<br />
redução <strong>da</strong>s exportações de etanol<br />
também está relaciona<strong>da</strong> ao açúcar,<br />
com preço melhor, e ao câmbio, que<br />
não torna atrativo o produto. De janeiro<br />
a julho deste ano nós já exportamos<br />
900 milhões de litros,<br />
contra 1,9 bilhão no mesmo período,<br />
neste caso, também, uma que<strong>da</strong><br />
de mais de 50%.<br />
E quais são as razões do aumento<br />
do preço do etanol?<br />
Nesta safra o etanol está com um<br />
preço maior do que nas últimas duas<br />
safras. A média do ano, no período<br />
de janeiro a julho, do álcool<br />
anidro, em São Paulo, é de 1 real,<br />
contra R$ 0,87 no mesmo período<br />
do ano passado. Isso é até interessante<br />
por dois motivos: quando começamos<br />
uma safra com o preço<br />
de etanol muito baixo é porque as<br />
usinas produzem e colocam logo<br />
no mercado para fazer caixa. Com<br />
isso, acabam queimando esse estoque,<br />
o que dificulta, na entressafra,<br />
de dezembro até o mês de março, a<br />
questão do abastecimento e o preço<br />
se eleva nesses meses. Mas se<br />
ele parte com um preço um pouco<br />
mais elevado que nos anos anteriores<br />
pode amenizar essa questão de<br />
estoque no fim <strong>da</strong> safra. Há um outro<br />
fator que é a disponibilização<br />
de 2.4 bilhões de reais para financiar<br />
o estoque e as empresas já estão<br />
tomando esses recursos. Isso<br />
pode puxar um pouco o preço também,<br />
o que é interessante para que<br />
não desovem todo o produto agora.<br />
E está funcionando bem a captação<br />
desses recursos?<br />
Isso está começando agora, demora<br />
um pouco até saírem as<br />
normativas e o pessoal procurar o<br />
Banco. Além disso, é preciso certificar<br />
o produto em estoque, mas o<br />
sinal que a gente tem é que está<br />
funcionando sim.<br />
A demora para o embarque do açúcar<br />
destinado à exportação tem<br />
provocado filas de navios nos portos<br />
<strong>brasil</strong>eiros. Quais os motivos?<br />
São muitos navios e muito açúcar<br />
para ser embarcado em um mesmo<br />
período. A concentração é muito<br />
grande, por isso o engarrafamento.<br />
Estamos atendendo a Índia, que só<br />
entra em produção um pouco mais<br />
na frente, e os EUA precisaram de<br />
duas exportações adicionais pequenas.<br />
Nesta safra, de maio a junho,<br />
nós exportamos 6.7 milhões<br />
de tonela<strong>da</strong>s, enquanto no mesmo<br />
período do ano passado nós exportamos<br />
os mesmo 6.7 milhões. No<br />
acumulado do ano, de janeiro a julho,<br />
foram 12,5 milhões de tonela<strong>da</strong>s<br />
contra 12.6 milhões, ou seja,<br />
até agora não exportamos mais na<strong>da</strong><br />
que nos mesmos períodos do<br />
ano passado. Só verificamos aumento<br />
se consideramos os 12 últimos<br />
meses, quando exportamos 26<br />
milhões de tonela<strong>da</strong>s de açúcar<br />
contra 22 milhões de tonela<strong>da</strong>s em<br />
relação ao mesmo período anterior.<br />
A redução <strong>da</strong>s exportações de etanol também<br />
está relaciona<strong>da</strong> ao açúcar, com preço melhor,<br />
e ao câmbio, que não torna atrativo o produto<br />
E qual foi o comportamento dos preços<br />
do açúcar, comparativamente?<br />
Os preços aumentaram significativamente.<br />
A média desta safra,<br />
contra a média <strong>da</strong> safra anterior,<br />
período compreendido de maio a<br />
julho, teve uma elevação de preços<br />
de mais de 40%. Se consideramos<br />
o período de janeiro a julho,<br />
esse aumento chegou a 50%,<br />
quando a comparação é com o<br />
mesmo período de 2009.<br />
O preço mais remunerador para o<br />
açúcar tem levado os produtores a<br />
optar pelo aumento <strong>da</strong> fabricação<br />
do produto, em detrimento do<br />
etanol?<br />
Sim, até porque, no caso do açúcar,<br />
é possível receber antecipa<strong>da</strong>mente,<br />
o que é mais complicado<br />
no caso do etanol. Além disso,<br />
o preço é mais remunerador.<br />
E em relação ao crescimento<br />
acentuado do mercado interno de<br />
veículos flex, há algum risco de<br />
desabastecimento?<br />
Estamos atentos à elevação <strong>da</strong><br />
frota de veículos flex, que deve<br />
passar de 10 milhões de veículos,<br />
atualmente, para cerca de 12 milhões<br />
de veículos em 2011. Temos<br />
acompanhado a situação, junto<br />
com o setor e outros ministérios,<br />
para que o financiamento dos estoques<br />
funcione direitinho e, na<br />
entressafra, tenhamos produto<br />
suficiente. Mas não há preocupação,<br />
até porque é necessário que<br />
os produtores façam estoques.<br />
Esperamos que não ocorram chuvas<br />
demais em outubro e novembro<br />
e isso atrapalhe, como atrapalhou<br />
a safra do ano passado. A<br />
preocupação que temos é garantir<br />
o abastecimento.<br />
Ain<strong>da</strong> no início <strong>da</strong> safra nacional<br />
de cana-de-açúcar analistas do<br />
setor alertaram que a redução no<br />
nível de renovação dos canaviais,<br />
reflexo <strong>da</strong> crise, poderia comprometer<br />
o abastecimento em 2011.<br />
O senhor acredita que isso pode<br />
realmente acontecer?<br />
A nossa projeção de crescimento<br />
para essa safra é de 10% na produção<br />
de cana. Isso vai gerar um<br />
incremento de 17% na produção<br />
de açúcar e de cerca de 10% na<br />
produção de etanol, um índice<br />
que já vem, há um longo período,<br />
nessa faixa. O que pode atrapalhar<br />
é a questão climática, mas<br />
não acreditamos que essa redução<br />
na renovação seja tão grande<br />
assim como estão dizendo.<br />
Pode até haver reflexos para a<br />
próxima safra, mas ain<strong>da</strong> é muito<br />
cedo para dizer.<br />
E o que há de novo em relação à<br />
ferrugem alaranja<strong>da</strong> no Brasil?<br />
Já passou pela nossa Secretaria<br />
de Defesa a análise de um produto<br />
<strong>da</strong> Syngenta para o combate a<br />
essa praga e há outros também<br />
em análise. Logo, mais produtos<br />
estarão autorizados para o combate<br />
à praga e, enquanto isso, os<br />
pesquisadores <strong>da</strong> Embrapa estão<br />
trabalhando junto com o Centro<br />
de Tecnologia Canavieira, com a<br />
Ridesa e várias instituições estu<strong>da</strong>ndo<br />
uma forma de combate.<br />
04 CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia
Havia um temor muito grande antes<br />
de essa praga entrar no Brasil e<br />
mesmo quando foi detecta<strong>da</strong> inicialmente.<br />
A ferrugem tem se mostrado<br />
menos impactante do que se<br />
imaginava antes <strong>da</strong> sua chega<strong>da</strong>?<br />
A chega<strong>da</strong> de uma praga como<br />
essa assusta muito, pois quando<br />
se vê uma praga afetando outros<br />
lugares não se sabe qual vai ser o<br />
impacto nos canaviais <strong>da</strong>qui. A<br />
preocupação é sempre grande,<br />
pois não sabemos o que vai<br />
acontecer. Ela chegou e está afetando<br />
algumas regiões mais do<br />
que as outras, mas a nossa resposta<br />
em termos de ação está<br />
basea<strong>da</strong> em muita pesquisa e estudos<br />
para que ela não se espalhe.<br />
Por enquanto, não há nenhum<br />
reflexo na produção, a<br />
própria Conab tem levantado isso<br />
e não tem identificado grandes<br />
prejuízos. Pode haver alguns<br />
problemas localizados, mas na<strong>da</strong><br />
significativo.<br />
Qual é, atualmente, a situação do<br />
zoneamento <strong>da</strong> cana-de-açúcar?<br />
Já publicamos o decreto com as<br />
áreas indica<strong>da</strong>s e está em debate<br />
no Congresso o projeto de lei sobre<br />
as restrições em determina<strong>da</strong>s áreas.<br />
O decreto é indicativo em termos<br />
de financiamento e as proibições<br />
têm de ser determina<strong>da</strong>s por<br />
lei. Hoje, em termos de área, temos<br />
em torno de 8 milhões de hectares<br />
ocupados pela cultura e identificamos<br />
cerca de 64 milhões de hectares<br />
para crescer, o que é uma área<br />
muito grande para se fazer etanol,<br />
principalmente se pensarmos que<br />
<strong>da</strong> área ocupa<strong>da</strong>, atualmente, a<br />
metade é destina<strong>da</strong> à produção de<br />
açúcar. Para dobramos a produção<br />
de etanol seriam necessários mais<br />
5 milhões de hectares, o que é muito<br />
pouco, comparativamente. Por<br />
isso não deve haver nenhuma preocupação<br />
com a questão alimentos<br />
e biocombustíveis.<br />
Qual a opinião do senhor em relação<br />
ao ritmo <strong>da</strong> evolução <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de<br />
<strong>da</strong> cana-de-açúcar nos<br />
últimos anos, de modo que haja<br />
aumento <strong>da</strong> produção sem a necessi<strong>da</strong>de<br />
de expandir muito as<br />
áreas de lavouras?<br />
Temos <strong>da</strong>dos que indicam que<br />
crescemos muito de produção e<br />
menos em área, mas chega uma<br />
hora que, por mais que se faça,<br />
chegaremos a um limite. É aí que<br />
passamos a contar com as pesquisas<br />
sobre etanol celulósico e<br />
até do diesel proveniente <strong>da</strong> cana-de-açúcar.<br />
Ou seja, são novos<br />
caminhos para a cana-de-açúcar<br />
e existem grupos fortes querendo<br />
entrar, no Brasil, na produção de<br />
etanol, utilizando o bagaço <strong>da</strong><br />
cana. São novas perspectivas a<br />
médio prazo.<br />
Como está, atualmente, o trabalho<br />
de ampliação de mercados para<br />
o etanol <strong>brasil</strong>eiro no exterior?<br />
Esse trabalho continua. Nós temos<br />
mais de 50 termos de cooperação<br />
com outros países, principalmente<br />
os <strong>da</strong> África, não apenas<br />
para a produção de biocombustível,<br />
mas também para a produção<br />
de alimentos, integra<strong>da</strong> na<br />
área de renovação. Esse trabalho<br />
está sendo mais capitaneado pelo<br />
Ministério <strong>da</strong>s Relações Exteriores.<br />
Temos feito um trabalho muito<br />
intenso com eles e recebemos,<br />
a ca<strong>da</strong> mês, quatro ou cinco missões<br />
de outros países querendo<br />
conhecer mais sobre a produção<br />
de etanol no Brasil. Temos dois<br />
cursos, em parceria com a Embrapa,<br />
de treinamento para técnicos<br />
de outros países, em francês, inglês<br />
e espanhol, para que eles enten<strong>da</strong>m<br />
essa oportuni<strong>da</strong>de. O<br />
etanol só se tornará uma commodity<br />
quando tivermos vários países<br />
produzindo e não apenas dois<br />
grandes produtores mundiais, como<br />
é hoje. Atualmente estamos<br />
exportando, mas amanhã a gente<br />
pode importar, pois essa via tem<br />
de ser de mão dupla.<br />
E como está a discussão em relação<br />
à certificação do etanol <strong>brasil</strong>eiro?<br />
Essa questão, quando gente ouve<br />
falar, geralmente vem de fora para<br />
dentro. E tem sempre alguma coisa<br />
por trás. O que estamos fazendo<br />
é o nosso trabalho, que é o zoneamento,<br />
com três focos: econômico,<br />
indicando áreas de alta produtivi<strong>da</strong>de;<br />
social, indicando áreas<br />
que não depen<strong>da</strong>m do corte manual;<br />
e ambiental, indicando áreas<br />
que não sejam no bioma amazônico,<br />
no Pantanal, na bacia do Alto<br />
Paraguai e nenhuma área de vegetação<br />
nativa, ou seja, não há nenhuma<br />
certificação melhor do que<br />
esta. A gente não precisa de ninguém<br />
para ensinar fazer certificação<br />
e não pode ser do jeito que<br />
querem, pois começam a colocar<br />
subjetivi<strong>da</strong>de na discussão quando<br />
Há uma consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>s especificações do<br />
etanol, não há nenhum problema por parte do<br />
Brasil, <strong>da</strong> União Europeia ou dos Estados Unidos<br />
dizem que não vão comprar o etanol,<br />
alegando que ele está empurrando<br />
o gado para a Amazônia e<br />
provocando desmatamento. Acho<br />
que nós sabemos os nossos problemas.<br />
Não dá para continuar<br />
queimando cana, é preciso qualificar<br />
melhor o pessoal, ter um processo<br />
de integração lavoura-pecuária,<br />
incentivar ain<strong>da</strong> mais a produção<br />
de alimentos nas áreas de<br />
renovação. Isso já é feito, mas de<br />
forma ain<strong>da</strong> não muito coordena<strong>da</strong>.<br />
Mas tudo isso a gente sabe fazer,<br />
não é preciso ninguém vir de<br />
fora explicar para a gente.<br />
E em relação à padronização do<br />
etanol, como está se <strong>da</strong>ndo esse<br />
trabalho?<br />
Isso está sendo estu<strong>da</strong>do. Quem<br />
coordena esse processo, pelo Brasil,<br />
é o Inmetro e a Abnt. Isso está<br />
bem coordenado. Há uma consoli<strong>da</strong>ção<br />
<strong>da</strong>s especificações e, em<br />
termos de etanol, não há nenhum<br />
problema por parte do Brasil, <strong>da</strong><br />
União Europeia ou dos Estados<br />
Unidos. Em relação ao biodiesel há<br />
problemas, pois as matérias-primas<br />
são diversas, o que torna o desafio<br />
um pouco mais complicado,<br />
mas em termos de etanol as especificações<br />
técnicas são muito pareci<strong>da</strong>s<br />
e o assunto está sendo discutido<br />
tecnicamente, sem paixões.<br />
O senhor considera que a mecanização<br />
<strong>da</strong>s lavouras de cana-deaçúcar<br />
está se <strong>da</strong>ndo dentro do<br />
ritmo esperado, considerando que<br />
o tempo restante para que esse<br />
processo seja concluído é relativamente<br />
curto?<br />
Está até mais rápido do que o esperado.<br />
O Ministério do Trabalho<br />
está à frente do programa de requalificação<br />
desses profissionais.<br />
No compromisso <strong>da</strong> melhoria <strong>da</strong>s<br />
condições de trabalho assinado no<br />
ano passado ficou estabeleci<strong>da</strong> a<br />
parcela de compromissos do governo<br />
nesse aspecto e uma série<br />
de coisas. O que preocupa é que<br />
muita gente vai deixar o campo e,<br />
desse pessoal, nem todo mundo<br />
pode ser qualificado para operar<br />
uma máquina de R$ 1 milhão. Mas<br />
as novas indústrias já estão sendo<br />
implanta<strong>da</strong>s com a mecanização.<br />
Estamos atentos e trabalhando<br />
junto com o setor.<br />
CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia 05
Microalgas são alternativa para<br />
a geração de energia limpa<br />
O uso <strong>da</strong>s microalgas para produção de<br />
biocombustíveis, sequestro de carbono e<br />
tratamento de efluentes foram os temas<br />
discutidos durante o 1° Seminário<br />
Microalgas, realizado em São Paulo.O<br />
encontro reuniu pesquisadores nacionais e<br />
internacionais e teve como ponto alto a<br />
palestra <strong>da</strong> cientista e professora doutora <strong>da</strong><br />
Colorado School of Mines (USA), Maria<br />
Ghirardi, que falou sobre os trabalhos<br />
desenvolvidos no National Renewable<br />
Energy Laboratory (NREL), instituição<br />
norte-americana considera<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s<br />
pioneiras em pesquisas com microalgas para<br />
produção de biocombustíveis. O evento foi<br />
organizado pelo Instituto Ekos Brasil, ONG<br />
que desenvolve projetos destinados a<br />
preservar a biodiversi<strong>da</strong>de e promover o<br />
desenvolvimento sustentável, e teve o apoio<br />
<strong>da</strong> Algae Biotecnologia, empresa, pioneira no<br />
desenvolvimento tecnológico de sistemas de<br />
cultivo de microalgas.<br />
Evento discute pragas<br />
<strong>da</strong> cana-de-açúcar<br />
Com o tema "Pragas e Doenças <strong>da</strong><br />
Cultura <strong>da</strong> Cana-de-Açúcar: Riscos<br />
Potenciais, Prejuízos e Seus Controles", a<br />
UniUDOP realizou, com o apoio do<br />
Sifaeg/Sifaçúcar, a 2ª Aula/Palestra do<br />
Curso Agrícola de 2010, em Rio Verde,<br />
Goiás, no final do mês de julho. Durante o<br />
evento, os especialistas Álvaro Sanguino e<br />
Wilson Novaretti, ambos engenheiros<br />
agrônomos, mostraram aos participantes as<br />
principais pragas e doenças <strong>da</strong> cana-deaçúcar,<br />
como a broca <strong>da</strong> cana-de-açúcar,<br />
nematóides, cigarrinhas <strong>da</strong>s raízes e folhas,<br />
cupins e migdolus, apontando seus <strong>da</strong>nos e<br />
prejuízos; como identificar; principais<br />
métodos de controle, entre outros.<br />
10ª Conferência Internacional <strong>da</strong><br />
Datagro sobre açúcar e etanol<br />
Nos dias 18 e 19 de outubro de 2010<br />
acontecerá a 10ª Conferência Internacional<br />
<strong>da</strong> Datagro sobre Açúcar e Etanol, com o<br />
tema "O Surgimento de uma Nova<br />
Indústria". Será no hotel Grand Hyatt, em<br />
São Paulo.<br />
No dia 18 de outubro, serão abor<strong>da</strong>dos os<br />
seguintes temas: Avaliação <strong>da</strong> Produção no<br />
Brasil em 2010 e perspectivas para 2011;<br />
"Novas tecnologias: Impactos no custo de<br />
produção e uso de açucares totais";<br />
"Organização do setor: Um novo modelo em<br />
construção.<br />
O fechamento do primeiro ciclo de<br />
palestras caberá a Luis Pogetti, presidente do<br />
Conselho <strong>da</strong> Copersucar, que conduzirá<br />
palestra sobre "O modelo <strong>da</strong> Copersucar<br />
num mercado de grandes conglomerados".<br />
Alexandre Figliolino, diretor do banco Itaú<br />
BBA S/A, tratará dos "Indicadores<br />
financeiros e consoli<strong>da</strong>ção do setor: uma<br />
história recente".<br />
No dia 19, Peter Baron, diretor-executivo<br />
<strong>da</strong> International Sugar Organization (ISO),<br />
falará sobre "A importância crescente <strong>da</strong><br />
diversificação". Outros temas: "Mercado do<br />
Açúcar", "Balanço açucareiro mundial em<br />
2010/11: bearish ou bullish?; "Integração<br />
açúcar-etanol: flexibili<strong>da</strong>de crescente na<br />
União Europeia?" e "2010 e 2011: quando a<br />
Índia ficará livre dos seus ciclos de produção<br />
– perspectivas de desregulamentação".<br />
A Conferência Datagro reunirá ain<strong>da</strong><br />
presidentes de sindicados <strong>da</strong>s indústrias de<br />
açúcar e álcool, que analisarão "O<br />
posicionamento estratégico <strong>da</strong> indústria<br />
<strong>brasil</strong>eira". Estão confirma<strong>da</strong>s as presenças<br />
<strong>da</strong>s seguintes lideranças estaduais: André<br />
Rocha (Goiás); Antonio José de Souza<br />
(Maranhão); Edmundo Barbosa (Paraíba);<br />
Luiz Custódio Cotta Martins (Minas Gerais);<br />
Marcos Sawaya Jank (São Paulo); Pedro<br />
Robério de Melo Nogueira (Alagoas); Renato<br />
Pontes Cunha (Pernambuco) e Roberto<br />
Hollan<strong>da</strong> Filho (Mato Grosso do Sul).<br />
O tema "Competitivi<strong>da</strong>de" será abor<strong>da</strong>do<br />
por Guilherme Nastari, diretor <strong>da</strong> Datagro.<br />
O convi<strong>da</strong>do Maurício Sacramento, <strong>da</strong> Noble<br />
Sugar Inc., apresentará palestra com o tema<br />
"Competitivi<strong>da</strong>de internacional no açúcar:<br />
novos desafios".<br />
Fisa 2010 apresenta<br />
bons negócios para a<br />
indústria alimentícia<br />
A 15ª edição <strong>da</strong> Food<br />
ingredients South America<br />
(FiSA) acontece de 21 a 23 de<br />
setembro, no Pavilhão Azul do<br />
Expo Center Norte, na ci<strong>da</strong>de de<br />
São Paulo.Em paralelo à mostra<br />
de novas tecnologias, processos e<br />
produtos, a FiSA 2010 - maior e<br />
mais completo evento para<br />
ingredientes alimentícios <strong>da</strong><br />
América Latina - realiza também<br />
congresso internacional, que<br />
trará as principais novi<strong>da</strong>des e<br />
tendências do setor.<br />
A programação do Congresso<br />
FiSA 2010 está dividi<strong>da</strong> em cinco<br />
macro temas fun<strong>da</strong>mentais para<br />
a indústria de alimentos:<br />
Redução de Custos x Inovação,<br />
Saúde Intestinal, Novos<br />
Ingredientes Naturais e<br />
Funcionais, Processos para<br />
Indústria Alimentícia e<br />
Ingredientes Funcionais e suas<br />
Aplicações. Mais informações<br />
no site www.fi-events.com.br<br />
Errata<br />
Na última edição <strong>da</strong> seção<br />
“Sifaeg em Ação”, a<br />
matéria se referia à Usina<br />
S. Francisco, do Grupo<br />
USJ, localiza<strong>da</strong> em<br />
Quirinópolis (GO), e não<br />
à Usina S.João, <strong>da</strong> mesma<br />
empresa e também<br />
cita<strong>da</strong> na matéria.<br />
O CANAL–Jornal <strong>da</strong> Bioenergia tem parceria com o CEISE (Centro Nacional <strong>da</strong>s Indústrias do<br />
Setor Sucroalcooleiro e Energético). Associados têm DESCONTO especial em anúncio no <strong>jornal</strong>.<br />
Informações:comercial@canal<strong>bioenergia</strong>.com.br<br />
Interativi<strong>da</strong>de com o leitor<br />
Participe <strong>da</strong>s nossas pautas! Mande<br />
suas sugestões de assuntos para o<br />
CANAL-Jornal <strong>da</strong> Bioenergia.<br />
Envie e-mail para:<br />
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re<strong>da</strong>cao@canal<strong>bioenergia</strong>.com.br<br />
06 CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia
OPINIÃO<br />
divulgação<br />
Philippe Roques é<br />
diretor industrial <strong>da</strong><br />
Dalkia Brasil<br />
Hidrelétrica ou biomassa?<br />
Oepisódio sobre o leilão para<br />
construção <strong>da</strong> usina hidrelétrica<br />
de Belo Monte reacende<br />
o debate sobre as fontes utiliza<strong>da</strong>s<br />
no Brasil para produção de energia.<br />
Embora forneça energia limpa e com<br />
baixa emissão de poluentes, a hidrelétrica<br />
de Belo Monte apresenta uma<br />
série de entraves que vão desde questões<br />
políticas e ambientais ao impacto<br />
que gerará à comuni<strong>da</strong>de.<br />
O projeto para construção de Belo<br />
Monte renasce após 30 anos de discussões<br />
acerca de sua viabili<strong>da</strong>de e<br />
em meio à corri<strong>da</strong> eleitoral. Os R$ 19<br />
bilhões iniciais previstos para a concretização<br />
do projeto podem chegar a<br />
quase R$ 35 bilhões, segundo expectativas<br />
<strong>da</strong>s empresas que estu<strong>da</strong>ram a<br />
construção. A alta do valor de implementação<br />
do projeto ain<strong>da</strong> poderá influenciar<br />
o preço final <strong>da</strong> energia gera<strong>da</strong><br />
na usina, um dos critérios tidos<br />
como vantajosos para que Belo Monte<br />
saísse do papel.<br />
Paralelamente, os impactos ambientais<br />
e sociais que a construção <strong>da</strong><br />
usina trarão à comuni<strong>da</strong>de são imensos.<br />
Além de ser necessária a alteração<br />
do curso do rio, deslocando grandes<br />
quanti<strong>da</strong>des de recursos naturais<br />
como rochas e terra, e a inun<strong>da</strong>ção de<br />
uma parte <strong>da</strong> floresta, o que emite<br />
mais gás carbônico, a usina mu<strong>da</strong>rá<br />
drasticamente a rotina dos moradores<br />
<strong>da</strong> região. E mesmo com todo esse esforço,<br />
a usina só começará a gerar<br />
energia em meados de 2015.<br />
Diante desse cenário de dificul<strong>da</strong>des<br />
existe a possibili<strong>da</strong>de de pensarmos<br />
em outras fontes de energia. A geração<br />
de energia a partir de biomassa,<br />
além de deman<strong>da</strong>r menor capital<br />
para a implementação de projetos, garante<br />
a geração de energia em menor<br />
tempo. Outra vantagem é que a construção<br />
<strong>da</strong>s usinas pode ser centraliza<strong>da</strong><br />
na área de consumo, o que diminui<br />
os custos de transmissão. A estimativa<br />
é que, no prazo de dois a três anos,<br />
uma térmica de biomassa já poderia<br />
fornecer energia.<br />
Outro ponto a favor <strong>da</strong> biomassa,<br />
frente à Belo Monte, é o baixo impacto<br />
direto aos recursos naturais e seu<br />
entorno. A geração à biomassa, aliás,<br />
agrega utili<strong>da</strong>de a um resíduo natural,<br />
antes descartado sem utilização,<br />
movimentando a economia do entorno,<br />
uma vez que cria uma nova deman<strong>da</strong><br />
por produtos e trabalhadores.<br />
De acordo com especialistas, com<br />
os investimentos necessários, a biomassa<br />
pode responder anualmente<br />
pela produção de 5 mil megawatt<br />
ao ano, quanti<strong>da</strong>de considera<strong>da</strong><br />
ideal para inclusão anual no sistema<br />
elétrico <strong>brasil</strong>eiro, para manutenção<br />
do crescimento do País. A<br />
tendência é que a tecnologia para a<br />
implementação de termoelétricas<br />
de biomassa, hoje considera<strong>da</strong> cara,<br />
torne-se mais barata, proporcionalmente<br />
à sua utilização.<br />
A matriz energética <strong>brasil</strong>eira é<br />
considera<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s mais limpas do<br />
mundo. Cerca de 45% <strong>da</strong> energia gera<strong>da</strong><br />
no Brasil é resultado de fonte<br />
renovável. Atualmente são 85% de<br />
energia produzi<strong>da</strong> em hidrelétricas e<br />
5,4% de termoelétricas à biomassa.<br />
Especificamente sobre biomassa,<br />
como grande trunfo em relação aos<br />
demais países, o Brasil possui um clima<br />
favorável a esse tipo de geração de<br />
energia. Também a biodiversi<strong>da</strong>de<br />
contribui para a existência de uma<br />
ampla gama de recursos que podem<br />
ser utilizados na produção de energia<br />
com biomassa.<br />
No Brasil, os dois principais tipos<br />
de biomassa utilizados são a cana de<br />
açúcar (etanol), que tem um mercado<br />
mais estruturado, e os resíduos de madeira<br />
e vegetais, parte <strong>da</strong> cadeia que<br />
começa a se estruturar. Porém, ain<strong>da</strong><br />
há diversos outros materiais que podem<br />
ser utilizados na geração de<br />
energia, como palha de milho e de trigo,<br />
casca de arroz e resíduos de cacau,<br />
entre outros. Outro ponto de destaque<br />
para a utilização <strong>da</strong> biomassa é o custo<br />
<strong>da</strong> matéria-prima inicial, que sofre<br />
menor flutuação no mercado, frente a<br />
outras fontes, e pode gerar menor impacto<br />
no preço final <strong>da</strong> energia.<br />
A preocupação global com o meio<br />
ambiente deve ain<strong>da</strong> ser um dos principais<br />
motores para impulsionar a geração<br />
de energia a partir de biomassa<br />
no Brasil. Isso porque o processo de<br />
geração de energia com esse tipo de<br />
matéria-prima reduz consideravelmente<br />
a eliminação de gás carbônico<br />
na atmosfera, durante a queima do<br />
produto. Em um cenário em que os<br />
países possuem metas crescentes para<br />
redução de poluentes e onde as principais<br />
empresas globais priorizam recursos<br />
mais limpos, a biomassa pode<br />
ser a chave para transformar o desafio<br />
<strong>da</strong> sustentabili<strong>da</strong>de em reali<strong>da</strong>de.<br />
O Brasil tem muito a ganhar com<br />
a geração à biomassa. Além de funcionar<br />
muito bem e gerar ganhos<br />
ambientais e financeiros, gera oportuni<strong>da</strong>des.<br />
Com o tempo e o amadurecimento<br />
desse mercado, as indústrias<br />
de biomassa deverão se estruturar<br />
e <strong>da</strong>r mais veloci<strong>da</strong>de à criação<br />
e negociação de uma energia mais<br />
limpa e mais barata. Além disso, o<br />
País tem a possibili<strong>da</strong>de de se firmar<br />
como uma potência na geração de<br />
energia limpa e servir de modelo aos<br />
demais países do globo.<br />
CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia 07
FENASUCRO 2010<br />
Muitas novi<strong>da</strong>des no maior encontro<br />
mundial do setor sucroenergético<br />
fotos: divulgação<br />
Organizadores têm expectativa de superar<br />
R$ 2,2 bilhões em negócios durante a feira<br />
Durante quatro dias, de 31 de agosto a 03<br />
de setembro, a ci<strong>da</strong>de de Sertãozinho, no<br />
interior do Estado de São Paulo, será palco<br />
do maior encontro mundial para a exposição<br />
de novi<strong>da</strong>des às usinas e indústrias do setor<br />
sucronergético, através <strong>da</strong> Fenasucro&Agrocana<br />
– XVIII Feira Internacional <strong>da</strong> Indústria Sucroalcooleira<br />
e VIII Feira de Negócios e Tecnologia <strong>da</strong><br />
Agricultura <strong>da</strong> Cana-de-Açúcar.<br />
A organização espera receber mais de 30 mil visitantes<br />
altamente qualificados, entre técnicos,<br />
profissionais e autori<strong>da</strong>des diretamente relacionados<br />
ao setor, público este que trava contato com as<br />
novi<strong>da</strong>des em serviços, produtos e tecnologias<br />
apresenta<strong>da</strong>s pelos 420 expositores.<br />
Na Fenasucro estão presentes os principais fornecedores<br />
de produtos ligados às áreas de utili<strong>da</strong>des,<br />
serviços, automação e instrumentação, elétrica,<br />
caldeiraria e mecânica pesa<strong>da</strong>, química e derivados,<br />
energia e outros. Já na Agrocana os destaques<br />
são os equipamentos e insumos voltados para<br />
o preparo de solo, plantio, tratos culturais e colheita<br />
<strong>da</strong> cana-de-açúcar.<br />
Além <strong>da</strong> ampla e diversifica<strong>da</strong> oferta em produtos<br />
e serviços, as feiras também são referências para<br />
o intercâmbio tecnológico e comercial entre as<br />
usinas <strong>brasil</strong>eiras e os profissionais que atuam na<br />
área em 40 diferentes países.<br />
EVENTOS SIMULTÂNEOS<br />
A edição 2010 <strong>da</strong> Fenasucro&Agrocana contará<br />
com uma ampla e diversifica<strong>da</strong> programação de<br />
eventos simultâneos. A ca<strong>da</strong> ano, as feiras integram<br />
à agen<strong>da</strong> novos parceiros e iniciativas para<br />
oferecer aos visitantes e expositores opções para a<br />
troca de experiências profissionais e contatos comerciais.<br />
No dia 30 de agosto, <strong>da</strong>s 8 às 16 horas, acontece<br />
o XII Fórum Internacional Fenasucro&Agrocana,<br />
evento oficial de abertura <strong>da</strong>s Feiras, no Teatro<br />
Municipal de Sertãozinho. Com o tema "Do<br />
álcool para o etanol", o assunto será debatido em<br />
três painéis temáticos sob a ótica empresarial,<br />
tecnológica, estratégica e operacional, que discutirão<br />
a internacionalização do consumo do<br />
etanol e <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s usinas <strong>brasil</strong>eiras,<br />
além <strong>da</strong> mundialização <strong>da</strong> produção do combustível<br />
feito a partir <strong>da</strong> cana.<br />
Entre os participantes, estão nomes como o ministro<br />
<strong>da</strong> Agricultura do Brasil, Wagner Rossi; do<br />
presidente <strong>da</strong> Shree Renuka Sugars, Narendra<br />
Murkumbi, e de Miguel Sol<strong>da</strong>telli Rossetto, presidente<br />
<strong>da</strong> Petrobras Biocombustíveis.<br />
Além do Fórum Oficial de Abertura, passando pela<br />
segun<strong>da</strong> edição do projeto APLA/APEX, que terá<br />
neste ano mais participantes, até os tradicionais Brasil<br />
Cana Show e o Seminário Gegis, o objetivo <strong>da</strong><br />
Multiplus Feiras e Eventos, organizadora <strong>da</strong> Fenasucro&Agrocana,<br />
e dos parceiros realizadores <strong>da</strong>s Feiras<br />
é criar as condições e o ambiente estimulante para a<br />
renovação técnica e profissional dos participantes.<br />
ESPAÇO AGROCANA<br />
Uma novi<strong>da</strong>de para edição deste ano é o Espaço<br />
Agrocana de Convivência e Negócios, área especialmente<br />
projeta<strong>da</strong> e estrutura<strong>da</strong> para receber diversos<br />
formatos de eventos, como lançamento de<br />
produtos, palestras, apresentação de cases ou qualquer<br />
outro tipo de evento que envolva expositores,<br />
empresas, instituições e enti<strong>da</strong>des participantes <strong>da</strong><br />
Feira.<br />
Neste Espaço, com capaci<strong>da</strong>de para 400 pessoas,<br />
com realização <strong>da</strong> Multiplus Feiras e Eventos,<br />
em parceria com a Copercana e a Canaoeste, acontecerá<br />
o I Workshop Agrocana Fitotécnico e de<br />
Motomecanização, no dia 03 de Setembro, <strong>da</strong>s 9h<br />
às 13h30. As palestras e apresentações de cases serão<br />
conduzidos pelo IAC - Instituto Agronômico de<br />
Campinas e pelo Gmec - Grupo de Motomecanização.<br />
O evento será destinado aos produtores agrícolas<br />
e profissionais do setor.<br />
A Canaoeste, Copercana e o Sindicato Rural de<br />
Sertãozinho realizarão no dia 01 de setembro, a<br />
partir <strong>da</strong>s 10 horas <strong>da</strong> manhã, neste Espaço Agrocana,<br />
o Encontro Anual de Produtores de Cana-de-<br />
Açúcar, no qual os produtores se reúnem para procurarem<br />
mecanismos estratégicos para o futuro <strong>da</strong><br />
cana, do açúcar e do etanol.<br />
08 CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia
BIOCOMBUSTÍVEL INOVAÇÃO<br />
Comércio de diesel de cana-de-açúcar<br />
deve ter início no próximo ano<br />
unica/niels andreas/divulgão<br />
OBrasil deve comercializar<br />
diesel produzido a partir<br />
de cana-de-açúcar já no<br />
próximo ano, de acordo<br />
com as informações <strong>da</strong> produtora<br />
americana do biocombustível<br />
Amyris Biotechnologies. No mês<br />
de julho, a empresa inaugurou um<br />
projeto conjunto com a prefeitura<br />
de São Paulo.<br />
Em parceria com o Grupo São<br />
Martinho, a divisão <strong>brasil</strong>eira <strong>da</strong><br />
Amyris Biotechnologies irá produzir<br />
o biocombustível na fábrica<br />
monta<strong>da</strong> em Pradópolis, interior<br />
de São Paulo. A produção e a comercialização<br />
serão ain<strong>da</strong> no começo<br />
de 2011.<br />
O projeto piloto <strong>da</strong> Amyris, em<br />
parceria com a prefeitura, prevê<br />
um teste com seis veículos do<br />
transporte urbano <strong>da</strong> capital paulista.<br />
Três ônibus do transporte urbano<br />
público serão abastecidos<br />
com 5% do biodiesel de cana-deaçúcar.<br />
No mesmo período, outros<br />
três serão abastecidos apenas com<br />
biocombustível para comparar as<br />
diferenças de rendimento entre o<br />
diesel comum e o <strong>da</strong> cana-deaçúcar.<br />
O teste na capital paulista tem<br />
ain<strong>da</strong> o apoio <strong>da</strong> Mercedes-Benz,<br />
multinacional que fabrica os motores<br />
de ônibus, e a Petrobras, que<br />
será responsável pela distribuição<br />
do novo combustível.<br />
SÃO MARTINHO<br />
A parceria com a São Martinho<br />
tem um formato de joint venture,<br />
controla<strong>da</strong> em igual proporção pelas<br />
duas partes. Os dois grupos serão<br />
responsáveis pela construção<br />
<strong>da</strong> fábrica em São Paulo.<br />
A nova uni<strong>da</strong>de utilizará a tecnologia<br />
<strong>da</strong> Amyris – que se baseia<br />
na modificação de leveduras, capazes<br />
de converter a sacarose – para<br />
produzir farneseno a partir do caldo<br />
<strong>da</strong> cana.<br />
O início <strong>da</strong> construção <strong>da</strong> nova<br />
planta, cuja capaci<strong>da</strong>de de processamento<br />
inicial é equivalente a 1<br />
milhão de tonela<strong>da</strong>s de cana-deaçúcar<br />
por safra, está condicionado,<br />
entre outros fatores, à aprovação<br />
do projeto de engenharia e à<br />
obtenção de licenças ambientais,<br />
até dezembro deste ano.<br />
O diesel <strong>da</strong> cana é um biocombustível<br />
de segun<strong>da</strong> geração desenvolvido<br />
pela Amyris, que escolheu<br />
o mercado <strong>brasil</strong>eiro para o<br />
desenvolvimento do produto. A expectativa<br />
<strong>da</strong> empresa, para crescer<br />
neste mercado, é se aliar a grandes<br />
produtores de etanol, como Cosan,<br />
Bunge e Açúcar Guarani.<br />
CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia 09
SIFAEG EM AÇÃO<br />
Maior poder analítico para os produtores<br />
Uma agen<strong>da</strong> proativa em busca de<br />
aprimorar o conhecimento do mercado<br />
<strong>brasil</strong>eiro e internacional tem<br />
estimulado os associados do Sifaeg e<br />
Sifaçúcar, sindicatos que representam os produtores<br />
de etanol e de açúcar do Estado de<br />
Goiás. O desafio dos dirigentes <strong>da</strong> enti<strong>da</strong>de é<br />
levar às equipes <strong>da</strong>s 38 usinas filia<strong>da</strong>s informação<br />
decisiva para que o setor siga crescendo<br />
ca<strong>da</strong> vez mais de forma sustentável.<br />
A diretoria <strong>da</strong> enti<strong>da</strong>de promove constantemente<br />
cursos, palestras e treinamentos que<br />
apresentam novi<strong>da</strong>des e fornecem consultoria<br />
para garantir a superação de dificul<strong>da</strong>des<br />
e o crescimento <strong>da</strong>s empresas em Goiás. “O<br />
nosso compromisso com o associado do Sifaeg/Sifaçúcar<br />
é oferecer atualização e diferenciais<br />
para que eles se posicionem de maneira<br />
privilegia<strong>da</strong> nesse mercado tão dinâmico”,<br />
afirma o presidente executivo do sindicato,<br />
André Rocha.<br />
No mês de agosto, o Sifaeg/Sifaçúcar realizou,<br />
em parceria com o Conselho Temático do<br />
Agronegócio <strong>da</strong> Federação <strong>da</strong> Indústria do Estado<br />
de Goiás e a consultoria FCStone, o Seminário<br />
Mercado de Açúcar, Etanol e Dólar. Cerca<br />
de 60 pessoas, entre associados e representantes<br />
de empresas parceiras do setor sucroenergético<br />
em Goiás, prestigiaram o evento, realizado<br />
na sede <strong>da</strong> Fieg, em Goiânia (GO).<br />
Para o presidente do Conselho Administrativo<br />
do Sifaeg e do Sifaçúcar, Segundo Braoios,<br />
este evento foi de grande importância para dividir<br />
experiência entre associados e clientes sobre<br />
o mercado futuro. “Todos nós saímos de lá<br />
mais ricos e a nossa enti<strong>da</strong>de reforçou seu<br />
compromisso em compartilhar informações.”<br />
O consultor <strong>da</strong> FCStone, Marcos Escobar<br />
disse no evento que as empresas precisam,<br />
ca<strong>da</strong> vez mais, ter acesso a análises, estudos<br />
e pesquisas que possibilitem uma compreensão<br />
detalha<strong>da</strong> deste mercado. "A produção de<br />
açúcar e de etanol tem cenários muito complexos<br />
e exige do corpo diretivo <strong>da</strong>s empresas<br />
uma visão ampla e bem baliza<strong>da</strong> na hora de<br />
tomar decisões”, explica Escobar.<br />
AÇÚCAR E ETANOL<br />
Marcos Escobar fez um histórico dos preços<br />
do mercado internacional de açúcar nos<br />
últimos anos. Para 2011, a previsão <strong>da</strong><br />
FCStone é que os preços ain<strong>da</strong> sigam oscilando<br />
muito. “Existe ain<strong>da</strong> uma possibili<strong>da</strong>de,<br />
no caso de não haver uma boa produção<br />
por parte <strong>da</strong> Índia e Europa, de os preços serem<br />
elevados acentua<strong>da</strong>mente. Esse aumento<br />
pode ser até mais intenso caso não se<br />
configure aumento de produção na safra<br />
2011/2012”, afirmou o consultor. No caso do<br />
etanol, as projeções são de aumento do consumo<br />
no mercado interno <strong>brasil</strong>eiro, em<br />
função do crescimento acentuado <strong>da</strong> frota<br />
de carros flex.<br />
O consultor <strong>da</strong> FCStone, Bruno Lima, encerrou<br />
o seminário com uma palestra sobre a<br />
“Tendência e Projeções do Mercado Cambial”.<br />
Ele analisou as perspectivas de cotação <strong>da</strong><br />
moe<strong>da</strong> americana. Em uma retrospectiva, ele<br />
mostrou como o dólar desvalorizou em torno<br />
de 20% de 2006 até começo de 2008, com<br />
recuperação acentua<strong>da</strong> a partir de setembro<br />
desse mesmo ano, já em decorrência <strong>da</strong> crise<br />
financeira mundial.<br />
Para o futuro, A FCStone prevê uma reali<strong>da</strong>de<br />
onde a cotação <strong>da</strong> moe<strong>da</strong> americana<br />
ain<strong>da</strong> terá cenários de oscilação, mas com<br />
uma previsão de valorização a partir do final<br />
desse ano e começo de 2011.<br />
Segundo Braoios: "Nossa enti<strong>da</strong>de<br />
reforçou seu compromisso em<br />
compartilhar informações"<br />
André Rocha: diferenciais para associados<br />
do Sifaeg se posicionarem no mercado<br />
Marcos Escobar, consultor <strong>da</strong> FCStone: “É<br />
preciso maior compreensão do mercado”<br />
10 CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia
PALAVRA DO ESPECIALISTA<br />
Ponto eletrônico -– Portaria nº 1510<br />
Alessandra Harumi Wakay <strong>da</strong> Silva é Advoga<strong>da</strong> sócia do escritório Fátima Jácomo Socie<strong>da</strong>de de Advogados S/S, filial Itumbiara/GO.<br />
Em agosto entraria em vigor a Portaria nº<br />
1.510 do Ministério do Trabalho e Emprego<br />
(MTE)que disciplina o registro eletrônico de<br />
ponto, mas a medi<strong>da</strong> foi adia<strong>da</strong> para o ano que<br />
vem. A grande novi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> nova forma de registro<br />
<strong>da</strong> jorna<strong>da</strong> é a emissão de comprovantes impressos<br />
ao trabalhador a ca<strong>da</strong> registro efetuado, o que, segundo<br />
os defensores <strong>da</strong> medi<strong>da</strong>, contribuiria para<br />
evitar fraudes no controle <strong>da</strong>s horas extras, além de<br />
municiar o trabalhador com documentos para futuras<br />
deman<strong>da</strong>s trabalhistas, bem como a impossibili<strong>da</strong>de<br />
de manipulação dos <strong>da</strong>dos.<br />
Tanto o Registrador Eletrônico de Ponto – REP,<br />
como o programa de tratamento de registro de<br />
ponto eletrônico devem ser adquiridos de empresas<br />
ca<strong>da</strong>stra<strong>da</strong>s no MTE, e exigido do fabricante<br />
atestado técnico e termo de responsabili<strong>da</strong>de, assinados<br />
pelo responsável técnico e pelo responsável<br />
legal <strong>da</strong> empresa, afirmando expressamente<br />
que o equipamento e os programas nele embutidos<br />
atendem às determinações <strong>da</strong> Portaria 1.510<br />
do MTE, documento este que deverá estar à disposição<br />
em caso de eventual fiscalização.<br />
A Portaria impõe às empresas com mais de 10<br />
empregados, que adotam registro eletrônico de<br />
ponto, que se a<strong>da</strong>ptem às suas exigências sob pena<br />
de descaracterização do controle eletrônico <strong>da</strong><br />
jorna<strong>da</strong>, ou seja, em caso de deman<strong>da</strong> judicial,<br />
além de atraírem o ônus <strong>da</strong> prova, não poderão se<br />
valer dos registros de freqüência como tal.<br />
O novo formato de controle de jorna<strong>da</strong> tem enfrentado<br />
severas críticas. A medi<strong>da</strong> implica em<br />
investimentos elevados, aumento desnecessário<br />
de custos, desperdício de tempo para os trabalhadores<br />
em filas extensas, retrocesso tecnológico e<br />
contrarie<strong>da</strong>de aos princípios <strong>da</strong> sustentabili<strong>da</strong>de<br />
ambiental, proporcionali<strong>da</strong>de e eficiência, já que<br />
dificilmente os empregados guar<strong>da</strong>rão milhares<br />
de comprovantes impressos.<br />
Há, ain<strong>da</strong>, a questão <strong>da</strong> insegurança jurídica<br />
que ron<strong>da</strong> a Portaria 1.510/MTE.<br />
A norma exige que sejam utilizados apenas<br />
produtos certificados por órgão oficial, porém é<br />
lacunosa em relação ao procedimento de certificação.<br />
Em geral os processos de certificação<br />
exigem prévia elaboração de normas técnicas<br />
pela Associação Brasileira de Normas Técnicas<br />
- ABNT, porém até o momento não foi edita<strong>da</strong><br />
nenhuma norma sobre os registradores eletrônicos<br />
ou programas.<br />
A Confederação Nacional <strong>da</strong> Indústria - CNI<br />
pleiteia junto ao Presidente Lula a suspensão <strong>da</strong><br />
Portaria, com a sugestão de criação de um grupo<br />
de trabalho tripartite, com a participação <strong>da</strong><br />
CNI ou outras enti<strong>da</strong>des empresariais, dos trabalhadores<br />
e do governo para estu<strong>da</strong>r as modificações<br />
necessárias.<br />
O que se verifica é que a Portaria 1.510/MTE,<br />
apesar de sua boa-intenção, na prática encontra<br />
sérios obstáculos no caminho <strong>da</strong> efetivi<strong>da</strong>de. Por<br />
outro lado, o argumento basilar de prevenção às<br />
fraudes não se mantém diante dos já mencionados<br />
aspectos negativos <strong>da</strong> norma, em especial<br />
porque os maus empregadores poderão continuar<br />
burlando a lei, exigindo, por exemplo, que o empregado<br />
registre o ponto somente após o início do<br />
trabalho ou antes de seu término.<br />
Sopesando as repercussões negativas, o Poder<br />
Judiciário tem deferido liminares em man<strong>da</strong>dos<br />
de segurança por todo o país determinando que a<br />
Superintendência Regional do Trabalho se abstenha<br />
de exigir a implantação do Registro Eletrônico<br />
de Ponto, protegendo, assim, as empresas que<br />
buscam a tutela jurisdicional contra autuações<br />
pelo descumprimento <strong>da</strong> norma. Oportuno destacar<br />
que somente os empregadores que adotam registro<br />
eletrônico estão sujeitos à Portaria, não se<br />
aplicando suas disposições em casos de registros<br />
mecânico ou manual.<br />
Por todos apontamentos expostos, é prudente<br />
que o empregador aguarde o amadurecimento<br />
dos debates sobre a legali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Portaria antes<br />
de investir nos novos REP, em especial em razão<br />
do significativo custo destes equipamentos. Caso<br />
faça esta opção, a empresa deve se resguar<strong>da</strong>r<br />
com a impetração de man<strong>da</strong>do de segurança ou<br />
alteração <strong>da</strong> forma de controle <strong>da</strong> jorna<strong>da</strong> para o<br />
método manual ou mecânico.<br />
Em muitos casos a impetração do man<strong>da</strong>do de<br />
segurança é a medi<strong>da</strong> mais indica<strong>da</strong>, pois garante<br />
que o empregador possa continuar utilizando o sistema<br />
de ponto eletrônico já implantado, evitando<br />
transtornos e prejuízos no controle dos <strong>da</strong>dos.<br />
CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia 11
PESQUISA ADUBAÇÃO<br />
Micronutrientes são aliados no<br />
aumento <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de<br />
GRUPO DE<br />
PESQUISADORES<br />
AVALIA A RESPOSTA<br />
DA CULTURA DA<br />
CANA-DE-AÇÚCAR À<br />
ADUBAÇÃO COM<br />
MICRONUTRIENTES<br />
EM SOLOS DE BAIXA<br />
FERTILIDADE<br />
Evandro Bittencourt<br />
Aumentar a produtivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> cana-de-açúcar<br />
é um desafio permanente à pesquisa<br />
agropecuária e diferentes caminhos vêm<br />
sendo percorridos em busca desse objetivo.<br />
Um dos trabalhos desenvolvidos nesse sentido está<br />
relacionado à adubação <strong>da</strong> cultura com micronutrientes.<br />
O trabalho, iniciativa dos pesquisadores do<br />
Centro de Solos e Recursos Ambientais do Instituto<br />
Agronômico de Campinas, tem como coordenadores<br />
os pesquisadores Estêvão Vicari Mellis e José Antonio<br />
Quaggio. O projeto também conta com a colaboração<br />
de outros pesquisadores pertencentes ao Centro<br />
de Solos e de Cana do IAC e dos Polos Apta-Regional<br />
de Piracicaba, Jaú, Itapetininga e Colina.<br />
O projeto "Micronutrientes em Cana-de-Açúcar"<br />
faz parte dos estudos conduzidos pelo Grupo Nutricana,<br />
formado por pesquisadores especializados em<br />
fertili<strong>da</strong>de do solo, financiado pela Fapesp. Segundo<br />
Estêvão Vicari Mellis, um estudo com micronutrientes<br />
como esse, que envolve um grande número de<br />
áreas experimentais, jamais foi feito no País. "Além<br />
<strong>da</strong> participação desses pesquisadores, o projeto ain<strong>da</strong><br />
conta com a parceria de treze uni<strong>da</strong>des produtoras<br />
do Estado de São Paulo: são elas as usinas Branco<br />
Peres, Moema, Batatais, São João, Da Pedra, Nova<br />
América, Cocal, Guaíra, Colorado, Grupo Virgulino<br />
Oliveira (Uni<strong>da</strong>des José Bonifácio e Itapira), Guarani,<br />
Vista Alegre e Grupo Cosan (Uni<strong>da</strong>de Costa Pinto).<br />
O projeto teve início em 2006 e a primeira parte<br />
dos estudos será concluí<strong>da</strong> até o fim desse ano, afirma<br />
Estêvão Vicari Mellis. O objetivo, explica o pesquisador,<br />
é avaliar a resposta <strong>da</strong> cultura <strong>da</strong> cana-deaçúcar<br />
à adubação com micronutrientes (boro, cobre,<br />
manganês, molibdênio e zinco) em solos do Estado<br />
de São Paulo, especialmente em solos de baixa<br />
fertili<strong>da</strong>de. Para isso foi instala<strong>da</strong>, entre 2006 e 2008,<br />
uma rede de quinze ensaios em diferentes ambientes<br />
e<strong>da</strong>foclimáticos de importantes regiões canavieiras<br />
do Estado de São Paulo. A maior ênfase foi <strong>da</strong><strong>da</strong><br />
para solos arenosos de baixa fertili<strong>da</strong>de natural<br />
ou que foram desgastados pelo cultivo intensivo no<br />
passado. "Esses locais foram escolhidos a partir de<br />
resultados de análises de terra, buscando-se, desde<br />
solos com baixos teores dos principais micronutrientes,<br />
a aqueles com teores médios e altos, objetivando<br />
maior amplitude na disponibili<strong>da</strong>de dos micronutrientes<br />
no solo. Foram usa<strong>da</strong>s varie<strong>da</strong>des tardias de<br />
cana, planta<strong>da</strong>s em diferentes tipos de solo", explica<br />
o pesquisador.<br />
Os tratamentos foram constituídos por doses de<br />
micronutrientes que, com exceção do boro, foram<br />
aplicados no sulco de plantio <strong>da</strong> cana, utilizando-se<br />
os sulfatos como fonte dos nutrientes cobre (Cu),<br />
manganês (Mn) e zinco (Zn), bórax como fonte de<br />
boro (B) e molib<strong>da</strong>to de amônio, como fonte de molibdênio<br />
(Mo).<br />
Aspectos produtivos em avaliação<br />
Os experimentos estão sendo monitorados através<br />
de análises de solo e de folhas e estão sendo avalia<strong>da</strong>s<br />
as produções de colmos e o total de açúcar recuperável<br />
(ATR) na cana planta e também na primeira<br />
soqueira. A produção está sendo determina<strong>da</strong><br />
através <strong>da</strong> colheita e pesagem <strong>da</strong> cana-de-açúcar e<br />
o ATR através de análise tecnológica de amostras de<br />
colmos coleta<strong>da</strong>s nas parcelas.<br />
Os efeitos <strong>da</strong> adubação com micronutrientes na<br />
produção <strong>da</strong> cana-de-açúcar estão sendo determinados<br />
através <strong>da</strong> colheita e pesagem <strong>da</strong>s parcelas no<br />
campo, explica Estêvão Vicari Mellis, um dos coordenadores<br />
<strong>da</strong> pesquisa. O efeito <strong>da</strong> adubação é obtido<br />
através <strong>da</strong> comparação dos tratamentos que receberam<br />
as aplicações de micronutrientes com a testemunha,<br />
que não recebeu aplicação de micronutrientes. Já<br />
os efeitos na quali<strong>da</strong>de industrial (ATR) estão sendo<br />
determinados através de análises tecnológicas realiza<strong>da</strong>s<br />
nos laboratórios <strong>da</strong>s usinas parceiras do projeto.<br />
"Até o fim do ano todos os ensaios estarão colhidos e<br />
então teremos os resultados que irão permitir estabelecer<br />
em quais condições de solo a cana irá responder<br />
à adubação com micronutrientes. Isto permitirá a<br />
definição <strong>da</strong> base para as recomen<strong>da</strong>ções de micronutrientes<br />
para cana, conforme a disponibili<strong>da</strong>de deles<br />
no solo. Porém, para se obter subsídios que possibilitem<br />
estabelecer recomen<strong>da</strong>ções de adubação mais seguras,<br />
necessita-se realizar mais estudos, que permitirão<br />
determinar quais as melhores fontes de fertilizantes,<br />
ajustes de dose mais econômicas e modos de aplicação<br />
mais eficientes. Estas informações serão obti<strong>da</strong>s<br />
em breve, com a continui<strong>da</strong>de de nossos estudos."<br />
12 CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia
divulgação/unica<br />
Para que a adubação com<br />
micronutrientes em solos<br />
de Cerrado apresente<br />
bons resultados é<br />
necessária uma nutrição<br />
mineral equilibra<strong>da</strong><br />
divulgação/jalles machado<br />
Cultivo em áreas de<br />
baixa fertili<strong>da</strong>de<br />
O desempenho agrícola <strong>da</strong> cana-de-açúcar tem apresentado aumentos<br />
expressivos no País, destaca o pesquisador Estêvão Vicari Mellis, mas a produtivi<strong>da</strong>de<br />
média de 80 tonela<strong>da</strong>s por hectare ain<strong>da</strong> é considera<strong>da</strong> baixa<br />
e pode ser melhora<strong>da</strong>. Estêvão explica que um dos fatores que contribui<br />
para essa baixa produtivi<strong>da</strong>de é a expansão <strong>da</strong> cultura em áreas com solos<br />
de baixa fertili<strong>da</strong>de, que exigem manejo mais aprimorado para obtenção<br />
de índices de produtivi<strong>da</strong>de que sejam economicamente viáveis.<br />
O pesquisador destaca que, para um bom desenvolvimento e crescimento<br />
<strong>da</strong> planta de cana, bem como para a geração de açúcar e álcool<br />
etílico de boa quali<strong>da</strong>de e em quanti<strong>da</strong>de suficiente, a cana-de-açúcar<br />
necessita de um adequado suporte nutricional. Além de calagem, adubação<br />
com nitrogênio, fósforo, potássio e rotação de culturas, a ca<strong>da</strong> dia<br />
os micronutrientes (boro, cobre, manganês, zinco e molibdênio) estão se<br />
tornando mais necessários à produtivi<strong>da</strong>de.<br />
Os micronutrientes desempenham funções vitais no metabolismo<br />
<strong>da</strong>s plantas, explica Estêvão Vicari Mellis. "Eles fazem parte de compostos<br />
responsáveis por processos metabólicos e/ou fenológicos e <strong>da</strong> ativação<br />
enzimática, atuando, assim, na resistência a doenças, no acúmulo<br />
de sacarose, no perfilhamento, no crescimento e desenvolvimento<br />
<strong>da</strong> cana-de-açúcar."<br />
PRODUÇÃO NO CERRADO<br />
Naturalmente ácidos e de baixa fertili<strong>da</strong>de, os solos de Cerrado têm<br />
reduzidos teores de micronutrientes, principalmente o zinco. E como para<br />
produzir nesse tipo de solo a calagem é algo imprescindível, lembra o<br />
pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas, o aumento do pH irá<br />
indisponibilizar ain<strong>da</strong> mais os micronutrientes às plantas. "Sendo assim,<br />
espera-se que a adubação com micronutrientes nos solos de Cerrado<br />
possa proporcionar ganhos em produtivi<strong>da</strong>de. Porém, para que a canade-açúcar<br />
respon<strong>da</strong> à adubação com micronutrientes, é necessário fornecer<br />
os outros nutrientes (N, P, K, Ca, Mg e S), também em quanti<strong>da</strong>des<br />
adequa<strong>da</strong>s, realizando uma nutrição mineral equilibra<strong>da</strong> e adequa<strong>da</strong><br />
para que a planta possa atingir sua máxima eficiência agronômica."<br />
RESULTADOS<br />
Os experimentos conduzidos pelo Grupo Nutricana têm sido realizados,<br />
preferencialmente, em solos arenosos e de baixa fertili<strong>da</strong>de natural.<br />
Segundo Estêvão Vicari, os resultados obtidos até o momento revelam<br />
um aumento de até 17% na produção de colmos na cana-planta, com<br />
a aplicação de micronutrientes no sulco de plantio. Além disso, como as<br />
doses aplica<strong>da</strong>s foram altas, o dobro <strong>da</strong>s recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>s até então, observa-se<br />
efeito residual <strong>da</strong> aplicação nas soqueiras. "Com os <strong>da</strong>dos obtidos<br />
até aqui, verificamos que o efeito residual pode proporcionar um<br />
aumento de até 10% na produção de colmos na primeira soqueira. O<br />
projeto ain<strong>da</strong> está em an<strong>da</strong>mento, mas pelo que observamos a aplicação<br />
de micronutrientes em cana-de-açúcar cultiva<strong>da</strong> em solos arenosos e de<br />
baixa fertili<strong>da</strong>de pode ser uma ferramenta para frear a expansão em<br />
área e aumentar a produtivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> cultura, tornando o agronegócio canavieiro<br />
mais sustentável."<br />
CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia 13
Uso precisa ser seguro<br />
Apesar de serem essenciais para a vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s<br />
plantas e animais, inclusive os seres humanos,<br />
assim como os demais nutrientes, a exemplo do<br />
fósforo e o nitrogênio, os micronutrientes, se<br />
aplicados em excesso, podem provocar <strong>da</strong>nos ao<br />
ambiente. "As plantas e seres vivos, normalmente,<br />
necessitam de pequenas quanti<strong>da</strong>des<br />
desses elementos para viver. O fornecimento em<br />
excesso pode provocar toxici<strong>da</strong>de às culturas,<br />
causando severos <strong>da</strong>nos às plantas, podendo até<br />
matá-las. Se acumulado em excesso nas plantas,<br />
estas podem ser ingeri<strong>da</strong>s e ocasionar <strong>da</strong>nos<br />
aos animais e, uma vez inseridos na cadeia alimentar,<br />
podem chegar a provocar doenças nos<br />
seres humanos, inclusive câncer. Além disso,<br />
quando em excesso nos solos, os micronutrientes<br />
podem atingir os cursos d'água, através<br />
<strong>da</strong> lixiviação e erosão, e contaminar rios e<br />
lençóis freáticos, podendo assim causar <strong>da</strong>nos<br />
ambientais ain<strong>da</strong> maiores."<br />
Estevão Vicari ressalta que a aplicação de<br />
micronutrientes deve ser feita, sempre, de forma<br />
segura, baseando-se na análise de solo e foliar, e<br />
devi<strong>da</strong>mente recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> por um técnico<br />
especializado. "O produtor deve sempre consultar<br />
um engenheiro agrônomo", adverte.<br />
divulgação/joão faria<br />
14 CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia
Parceria de sucesso<br />
LOGÍSTICA DE SUPRIMENTOS<br />
AJalles Machado é um exemplo<br />
de gestão logística. A usina<br />
goiana vem profissionalizando<br />
sua logística de suprimentos<br />
e colhendo bons resultados.<br />
Todos os pedidos são programados,<br />
existe uma consciência dos gestores e<br />
de to<strong>da</strong>s as áreas, um lead-time bem<br />
definido e respeitado por todos.<br />
O resultado final é um dos menores<br />
preços por quilo transportado<br />
no Estado, pouca incidência de<br />
urgências, baixíssimo nível de avarias<br />
e extravios. Quando se tem<br />
planejamento, os resultados são<br />
claramente vistos. Agora, com a<br />
construção <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong>de Otávio Lage<br />
(UOL), o planejamento será fun<strong>da</strong>mental<br />
para a manutenção do orçamento<br />
e cumprimento do cronograma<br />
com segurança nas operações. A<br />
uni<strong>da</strong>de UOL é um empreendimento<br />
propulsor de desenvolvimento para<br />
o Estado de Goiás, <strong>da</strong> região do Vale<br />
do São Patrício e, principalmente,<br />
para o município de Goianésia. Como<br />
parceira dos principais grupos<br />
sucroenergéticos do País, a TransEspecialista<br />
tem orgulho de estar junto<br />
com o renomado grupo há quase<br />
10 anos, trazendo soluções logísticas<br />
inovadoras, com políticas de quali<strong>da</strong>de,<br />
foca<strong>da</strong> em resultados.<br />
A fidelização do cliente só acontece<br />
quando são proporcionados serviços<br />
de quali<strong>da</strong>de com custos baixos e<br />
risco zero. Quando há comprometimento<br />
e disciplinas. “O cliente anseia<br />
por um padrão de atendimento para<br />
poder creditar o processo na cadeia<br />
logística. Certificações trazem garantias<br />
de quali<strong>da</strong>de e isenções de riscos.<br />
Integração logística traz redução de<br />
custos, visibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s operações e<br />
confiabili<strong>da</strong>de." diz Ricardo Silva, diretor<br />
<strong>da</strong> TransEspecialista.<br />
O mercado está amadurecendo e<br />
os olhos de muitos grupos voltam-se<br />
para uma gestão de logística de suprimentos<br />
profissional. Desde a homologação<br />
de fornecedores à gestão<br />
do processo.<br />
Rodrigo Ferreira, supervisor <strong>da</strong><br />
TransEspecialista em Goiânia, conta<br />
que a transportadora é responsável<br />
por levar os equipamentos pesados,<br />
divulgação/jalles machado<br />
suprimentos, material de construção<br />
civil, etc <strong>da</strong> obra <strong>da</strong> nova uni<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />
Jalles Machado. Tudo tem que ser<br />
transportado dentro do prazo e com<br />
quali<strong>da</strong>de para que a uni<strong>da</strong>de esteja<br />
concluí<strong>da</strong> dentro do período previsto:<br />
abril de 2011.<br />
O transporte dos equipamentos,<br />
muitas vezes de grandes proporções,<br />
requer trabalho profissional. "Temos<br />
que planejar tudo com muita antecedência,<br />
de acordo com a lei, e colocar<br />
na operação apenas pessoas prepara<strong>da</strong>s",<br />
conta Ferreira, que lembra que o<br />
cui<strong>da</strong>do é sempre redobrado para cui<strong>da</strong>r<br />
<strong>da</strong> parceria com o Grupo Jalles<br />
Machado. "É o nosso primeiro cliente<br />
no Estado de Goiás, pelo qual temos<br />
uma estima muito grande", afirma<br />
Rodrigo. Gerson Almei<strong>da</strong> se lembra muito<br />
bem quando a transportadora rodou<br />
pela primeira vez no Centro-Oeste <strong>brasil</strong>eiro.<br />
"Eu sou um dos primeiros funcionários<br />
<strong>da</strong> TransEspecialista. Quando era caminhoneiro,<br />
transportei o primeiro pedido<br />
<strong>da</strong> Jalles, no início de 2002. Por isso<br />
que hoje temos uma história de carinho<br />
e cui<strong>da</strong>do com esse nosso cliente", confidencia.<br />
O coordenador de compras <strong>da</strong><br />
usina, Alex D'Abadia, diz que a matriz<br />
do grupo tem grande parte de seu<br />
transporte feito com a TransEspecialista.<br />
"É um parceiro que realmente<br />
nos atende dentro <strong>da</strong> nossa necessi<strong>da</strong>de."<br />
Ele lembra que a empresa<br />
atende as deman<strong>da</strong>s <strong>da</strong> usina dentro<br />
<strong>da</strong> urgência que as operações requerem.<br />
"O diferencial dessa transportadora<br />
é que ela é foca<strong>da</strong> no setor sucroenergético,<br />
o que é importante<br />
para as uni<strong>da</strong>des do Centro-Oeste.<br />
Sempre precisamos transportar produtos<br />
ou equipamentos de São Paulo<br />
em caráter emergencial".<br />
CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia 15
OPINIÃO<br />
Onório Kitayama é<br />
consultor em Bioeletrici<strong>da</strong>de<br />
divulgação<br />
Bioeletrici<strong>da</strong>de: é preciso sair <strong>da</strong> inércia<br />
Os acontecimentos têm demonstrado<br />
que a bioeletrici<strong>da</strong>de<br />
apresenta um grande potencial.<br />
É desejável como energia limpa e<br />
renovável, importante, por ser uma<br />
geração próxima <strong>da</strong> deman<strong>da</strong>, segura<br />
por ser uma geração distribuí<strong>da</strong>, estratégica,<br />
por complementar a hidroeletrici<strong>da</strong>de<br />
e necessária para o aumento<br />
<strong>da</strong> competitivi<strong>da</strong>de dos produtos<br />
do setor sucroalcooleiro. Mas, infelizmente,<br />
seu aproveitamento está<br />
acontecendo de forma muito lenta e<br />
de maneira desigual.<br />
As inscrições para o último leilão de<br />
energia nova mostram claramente que<br />
as usinas integrantes dos grandes grupos<br />
do setor, principalmente, estão dispostas<br />
a investir na geração <strong>da</strong> bioeletrici<strong>da</strong>de<br />
e, certamente, terão seus projetos<br />
contemplados no certame.<br />
Esse comportamento diferenciado,<br />
verificado entre os produtores,<br />
merece ser devi<strong>da</strong>mente analisado<br />
para que possamos tentar compreender<br />
as razões que expliquem essas<br />
posturas e, como resultado, encontrar<br />
uma saí<strong>da</strong> para essa injustificável<br />
inércia que leva as usinas não<br />
pertencentes aos grandes grupos a<br />
não aproveitarem uma excelente<br />
oportuni<strong>da</strong>de de mercado.<br />
Será que a visão do negócio é diferente<br />
para essas usinas? Será que a geração<br />
<strong>da</strong> bioeletrici<strong>da</strong>de pode ser um<br />
bom negócio para algumas e um mau<br />
negócio para outras?<br />
Basicamente, entendemos que não,<br />
mas existem algumas condições diferentes<br />
no estágio de parti<strong>da</strong>.<br />
Uma <strong>da</strong>s diferenças alega<strong>da</strong>s pelas<br />
usinas para essa não participação é a<br />
diferença entre seus projetos. A maioria<br />
é de projetos existentes (brownfield<br />
) e os grandes projetos são novos e<br />
em regiões pioneiras (greenfield). Essa<br />
é uma alegação parcialmente váli<strong>da</strong>,<br />
pois as greenfields, normalmente,<br />
apresentam vantagens em relação ao<br />
"layout" e a valores de investimentos.<br />
Entretanto, não podemos deixar de<br />
considerar algumas desvantagens de<br />
logística, de falta de infra-estrutura<br />
de distribuição e necessi<strong>da</strong>de de tempo<br />
para atingir a capaci<strong>da</strong>de de maturação<br />
do projeto.<br />
Outra diferença que aparenta fazer<br />
sentido está liga<strong>da</strong> à capaci<strong>da</strong>de<br />
de moagem <strong>da</strong> usina e ao tamanho do<br />
projeto <strong>da</strong> térmica, sendo necessária<br />
uma moagem mínima para viabilizar<br />
técnica e economicamente um projeto<br />
de geração. Já os grandes grupos estão<br />
propondo gerar uma quanti<strong>da</strong>de<br />
de energia que ultrapassa o limite dos<br />
30 MW de injeção que caracteriza a<br />
energia incentiva<strong>da</strong>, o que induz a<br />
ven<strong>da</strong> no mercado regulado. Dentro<br />
desse enfoque, projetos de menor porte<br />
podem, perfeitamente, ser viabilizados<br />
no mercado livre, não sendo<br />
obrigatória sua participação nos leilões<br />
do mercado regulado. Essa é uma<br />
questão que ganha importância na<br />
análise <strong>da</strong> inércia existente.<br />
Como resultado de sua atuação<br />
mais agressiva, o grupo que opta pela<br />
geração já começa a se estruturar e a<br />
se familiarizar com a legislação, as regras<br />
e a cultura do setor elétrico, enquanto<br />
as outras continuam considerando<br />
o setor elétrico como uma ativi<strong>da</strong>de<br />
desconheci<strong>da</strong> e não conseguem<br />
incrementar sua capaci<strong>da</strong>de de análise<br />
para discernir oportuni<strong>da</strong>des e caminhos<br />
para sair <strong>da</strong> inércia e viabilizar<br />
o negócio <strong>da</strong> bioeletrici<strong>da</strong>de.<br />
A experiência vivi<strong>da</strong> pelos geradores<br />
tem demonstrado que o negócio é<br />
lucrativo, gera sinergia com a necessi<strong>da</strong>de<br />
de ganho de competitivi<strong>da</strong>de e<br />
melhora a condição para aumentar o<br />
período de moagem, tendência hoje níti<strong>da</strong><br />
no setor, principalmente em regiões<br />
com o período seco mais acentuado.<br />
Esse é outro ponto muito importante,<br />
pois a moagem estendi<strong>da</strong> por período<br />
maior resulta em disponibili<strong>da</strong>de<br />
de bagaço por mais tempo e menor necessi<strong>da</strong>de<br />
de "estoque" do mesmo para<br />
uma geração "flat" o ano todo, fator<br />
importante para o atendimento dos<br />
consumidores do mercado livre.<br />
Outro motivo que pode estar contribuindo<br />
para a dificul<strong>da</strong>de de alguns<br />
produtores adentrarem nesse negócio<br />
interessante chamado bioeletrici<strong>da</strong>de<br />
é, justamente, o fato de grandes grupos<br />
implantarem projetos térmicos de<br />
grande porte que, tomados como referência,<br />
implicam em valores de investimentos<br />
que afastam os interessados<br />
dessa ativi<strong>da</strong>de, principalmente considerando<br />
a grande crise de preços que<br />
o setor enfrentou recentemente.<br />
Essa situação, no entanto, pode ser<br />
facilmente contorna<strong>da</strong> , desde que o<br />
produtor tenha vontade de deixar de<br />
não aproveitar esse potencial existente.<br />
Isso pode ser feito a partir do<br />
desenvolvimento de estudos técnicoeconômicos,<br />
buscando encontrar<br />
uma rota alternativa para tirar o setor<br />
<strong>da</strong> inércia e mostrando que existe<br />
um caminho a ser desenvolvido<br />
por etapas, de modo a permitir iniciar<br />
esse aproveitamento energético<br />
de forma gra<strong>da</strong>tiva e possibilitar<br />
maior conhecimento desse novo<br />
mercado de energia elétrica.<br />
Como resultado o produtor pode<br />
seguir um caminho mais seguro para a<br />
viabilização desse objetivo, obter recursos<br />
financeiros menores e conseguir<br />
maior facili<strong>da</strong>de para viabilizar a<br />
conexão de transmissão, preparando a<br />
usina para novas ampliações.<br />
É imperativo, pois, que todos avancem<br />
no aproveitamento do potencial<br />
<strong>da</strong> biomassa, deixando a inércia de lado,<br />
aguar<strong>da</strong>ndo a situação melhorar<br />
para realizar "aquele" investimento, e<br />
passar a obter, gra<strong>da</strong>tivamente, o seu<br />
aproveitamento, transformando o efeito<br />
sinérgico obtido e aumentando ca<strong>da</strong><br />
vez mais a competitivi<strong>da</strong>de do nosso<br />
setor sucroenergético.<br />
16 CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia
BRASIL ELEIÇÕES<br />
Desafios e soluções para<br />
o setor sucroenergético<br />
nos próximos quatro anos<br />
DEFINIÇÃO DE MARCO<br />
REGULATÓRIO,<br />
UNIFORMIZAÇÃO DE<br />
ALÍQUOTAS DO ICMS E<br />
ESTÍMULO DO USO DO<br />
ETANOL NO TRANSPORTE<br />
COLETIVO SÃO ALGUMAS<br />
DAS REIVINDICAÇÕES DO<br />
SETOR PRODUTIVO<br />
Fernando Dantas<br />
Osetor sucroenergético ocupa posição de destaque<br />
no cenário agrícola <strong>brasil</strong>eiro, já que é<br />
responsável por mais de um milhão de empregos<br />
diretos, beneficiando mais de 1.040<br />
municípios no País, seis vezes mais do que no caso <strong>da</strong><br />
extração e refino do petróleo. Responde, também, por<br />
2% do Produto Interno Bruto (PIB), o que equivale a<br />
US$ 28 bilhões, sendo mais de US$ 8 bilhões em exportações<br />
e cerca de US$ 7 bilhões em tributos (valores<br />
de 2008). É ain<strong>da</strong> o maior produtor de açúcar no<br />
mundo e 2º colocado no ranking de produção de etanol.<br />
Todos esses fatores mostram a importância <strong>da</strong> cadeia<br />
produtiva que movimenta a área sucroenergética<br />
e impõem um desafio ain<strong>da</strong> maior para o próximo presidente<br />
do Brasil: expandir o setor nacionalmente e<br />
torná-lo mais competitivo no mercado internacional.<br />
Representantes de enti<strong>da</strong>des e especialistas <strong>da</strong> área<br />
informam que ações e medi<strong>da</strong>s precisam ser toma<strong>da</strong>s<br />
pelo novo presidente do Brasil para que haja o desenvolvimento<br />
esperado para o setor nos próximos anos.<br />
Entre os pontos que necessitam de solução imediata<br />
estão reforma tributária, mercado externo, desburocratização<br />
e acesso ao crédito nos bancos federais e<br />
privados, regulamentação, melhorias em infraestrutura<br />
e logística, etc. O primeiro passo defendido por<br />
quem atua na área sucroenergética tem sido a regulamentação<br />
do setor. São políticas públicas consistentes<br />
e duradouras, que aten<strong>da</strong>m to<strong>da</strong> a cadeia produtiva<br />
<strong>da</strong> cana-de-açúcar.<br />
Preocupa<strong>da</strong>s com isso, enti<strong>da</strong>des como a União <strong>da</strong><br />
Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) e Associação<br />
Brasileira do Agronegócio (Abag) elaboraram documentos<br />
com propostas para a melhoria do setor, com<br />
sugestões de medi<strong>da</strong>s para resolver os principais problemas<br />
que interferem na área sucroenergética. Esses<br />
documentos foram entregues aos três principais candi<strong>da</strong>tos<br />
à Presidência <strong>da</strong> República: José Serra (PSDB),<br />
Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV). No caso <strong>da</strong><br />
Abag, as reivindicações são referentes ao crescimento<br />
seguro e sustentável do agronegócio <strong>brasil</strong>eiro como<br />
um todo. Já a Unica elaborou propostas específicas<br />
para o setor sucroenergético, como definição de um<br />
marco regulatório para os biocombustíveis, uniformização<br />
<strong>da</strong>s alíquotas do ICMS, política transparente na<br />
formação de preços <strong>da</strong> gasolina e estímulo ao uso do<br />
etanol no transporte coletivo.<br />
A enti<strong>da</strong>de quer ain<strong>da</strong> a transformação <strong>da</strong> Contribuição<br />
de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE)<br />
em um tributo ambiental e regulatório, sendo em duas<br />
parcelas: a primeira teria um valor fixo baseado nos<br />
benefícios ambientais gerados pelo etanol, <strong>da</strong> ordem<br />
de R$ 0,35/litro e, a segun<strong>da</strong>, seria variável e de caráter<br />
regulatório. Outra proposta é a aprovação de políticas<br />
públicas que fomentem o crescimento do etanol<br />
na matriz energética <strong>brasil</strong>eira e mundial. Segundo a<br />
candi<strong>da</strong>ta do PT, Dilma Rousseff, o governo Lula deu<br />
priori<strong>da</strong>de à questão dos biocombustíveis e será um<br />
dos principais compromissos para os próximos anos<br />
expandir o etanol na matriz energética e ampliar a<br />
participação no mercado mundial.<br />
Além do documento, a Unica também realizou em<br />
junho, em São Paulo, um evento de premiação que teve<br />
a presença dos três candi<strong>da</strong>tos, que debateram temas<br />
relacionados ao setor e defenderam propostas<br />
que pretendem implantar no governo, caso sejam<br />
eleitos. Para eles, uma <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s imediatas que deve<br />
ser coloca<strong>da</strong> em prática no próximo governo é a<br />
unificação <strong>da</strong> alíquota do ICMS em todos os Estados.<br />
José Serra até sugeriu o patamar de 12%, como ocorre<br />
atualmente em São Paulo.<br />
Segundo o presidente do Sistema Faeg/Senar, José<br />
Mário Schreiner, para que essa medi<strong>da</strong> seja realmente<br />
implanta<strong>da</strong> é necessária uma boa articulação<br />
política com os Estados e seus respectivos governantes.<br />
"O ano de 2011 será a oportuni<strong>da</strong>de para isso,<br />
já que parte <strong>da</strong>s administrações vai iniciar uma<br />
nova fase. Acredito ser esta uma questão estratégica,<br />
pois o etanol é um produto diferenciado em relação<br />
aos outros combustíveis fósseis. A diferença<br />
de tributação do combustível seria mais um diferencial<br />
interessante para emplacar ain<strong>da</strong> mais o etanol<br />
no Brasil e no mundo", relata.<br />
montagem sobre foto/divulgação
MERCADO EXTERNO<br />
"Vencer as barreiras internacionais e expandir o<br />
etanol <strong>brasil</strong>eiro para outros países". Este é um desafio<br />
que o próximo governante terá pela frente,<br />
destaca o diretor-executivo do Sindicato <strong>da</strong>s Indústrias<br />
Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sin<strong>da</strong>lcool),<br />
Jorge dos Santos. De acordo com ele, desde<br />
2006 não houve avanço na área de comércio exterior<br />
para o produto <strong>brasil</strong>eiro. "É preciso definir<br />
o etanol como uma commodity pois, até hoje, isso<br />
não aconteceu", revela. Para Jorge, o governo federal<br />
precisa organizar encontros e reuniões com<br />
os dirigentes de outros países, principalmente <strong>da</strong><br />
Europa e dos Estados Unidos, para colocar em<br />
pauta as vantagens do etanol produzido no Brasil.<br />
Já para o presidente do Sistema Faeg/Senar, José<br />
Mário Schreiner, um problema que tem ocorrido<br />
no mercado externo, principalmente no que se<br />
refere ao etanol, é o lobby internacional. "Apesar<br />
de se comprovar as inúmeras vantagens <strong>da</strong> participação<br />
do etanol na matriz energética, ain<strong>da</strong> há<br />
países extremamente resistentes quanto à inclusão<br />
desse tipo de energia, como os Estados Unidos.<br />
É preciso criar meios para combater esse<br />
lobby externo", diz.<br />
O especialista <strong>da</strong> G7 Consultoria, João Baggio,<br />
defende que o caminho é o governo <strong>brasil</strong>eiro<br />
pressionar outros países, até mesmo junto à opinião<br />
pública. "Só será possível vencer as barreiras<br />
comerciais impostas pelo governo americano, se<br />
mu<strong>da</strong>r a mente <strong>da</strong> população. Entendendo que<br />
terão benefícios com o produto <strong>brasil</strong>eiro, isso favorecerá<br />
a exportação", ressalta. Além disso, acordos<br />
bilaterais com países menores e próximos pode<br />
ser a solução mais rápi<strong>da</strong> para entraves comerciais,<br />
informa o consultor. "Até hoje, o foco nunca<br />
foi o mercado externo. O próximo presidente<br />
precisa pensar estrategicamente e avaliar que o<br />
crescimento do setor também depende <strong>da</strong> exportação.<br />
Pra ser competitivo no mercado internacional,<br />
tem que exportar mais", informa.<br />
A candi<strong>da</strong>ta Marina Silva é favorável à eliminação<br />
<strong>da</strong> tarifa americana sobre o etanol <strong>brasil</strong>eiro,<br />
mas diz que para o Brasil exportar mais precisa<br />
certificar o etanol, apresentando o combustível<br />
como sustentável e evitando que os concorrentes<br />
usem o desmatamento como desculpa para prejudicar<br />
o produto <strong>brasil</strong>eiro.<br />
Os especialistas e representantes de enti<strong>da</strong>des<br />
liga<strong>da</strong>s ao setor canavieiro concor<strong>da</strong>m com a<br />
posição <strong>da</strong> candi<strong>da</strong>ta do PV. É um assunto que,<br />
segundo profissionais ligados a essas enti<strong>da</strong>des,<br />
já está sendo discutido com bastante expressão<br />
nos últimos tempos, com a percepção de que o<br />
certificado possibilitará a entra<strong>da</strong> ain<strong>da</strong> mais<br />
forte no mercado mundial. "Não há dúvi<strong>da</strong>s de<br />
que o etanol precisa ser certificado, pois essa<br />
tem sido uma <strong>da</strong>s exigências internacionais e<br />
acreditamos que isso será reali<strong>da</strong>de nos próximos<br />
anos", informa José Mário.<br />
MELHORIAS INTERNAS<br />
Especialistas alertam que, antes de tentar qualquer<br />
medi<strong>da</strong> para expandir a exportação do etanol<br />
e do açúcar no mercado externo, é preciso<br />
pensar em melhorias em infraestrutura e logística,<br />
considerados os maiores gargalos do setor sucroenergético.<br />
Para o presidente executivo do<br />
Sindicato <strong>da</strong> Indústria de Fabricação de Etanol do<br />
Estado de Goiás (Sifaeg), André Rocha, sem dúvi<strong>da</strong><br />
é preciso investir na malha viária interna – estra<strong>da</strong>s,<br />
ferrovias, dutovias etc – assim como em<br />
portos para o escoamento do produto <strong>brasil</strong>eiro<br />
para outros países. "É uma medi<strong>da</strong> que carece de<br />
ação imediata e uma vez soluciona<strong>da</strong> ou pelos<br />
menos ameniza<strong>da</strong>, impulsionará to<strong>da</strong> a cadeia<br />
produtiva <strong>da</strong> cana", revela. Ele lista que é preciso<br />
construir dutos de escoamento de etanol, principalmente<br />
oriundos dos Estados <strong>da</strong> região central<br />
do País, pois proporcionará maior competitivi<strong>da</strong>de<br />
e redução do custo total do produto.<br />
A vantagem dos dutos para o transporte de<br />
etanol e as ramificações <strong>da</strong> rede ferroviária é que<br />
os investidores vão poder visualizar facili<strong>da</strong>des na<br />
produção e comercialização dos produtos derivados<br />
<strong>da</strong> cana. Já com o alcoolduto, o transporte ficará<br />
mais barato e não será necessário utilizar o<br />
combustível fóssil para transportar o álcool. No<br />
caso do açúcar, o modelo multimo<strong>da</strong>l vai ser necessário<br />
para garantir a competitivi<strong>da</strong>de, principalmente<br />
com a inclusão <strong>da</strong>s ramificações nas<br />
principais linhas férreas no País como a Norte-<br />
Sul, e a construção de ampliação de atracadouros<br />
na zona portuária <strong>brasil</strong>eira.
BIOELETRICIDADE<br />
O risco de apagão colocou o Brasil em alerta e,<br />
com isso, tem despertado atenções especiais para a<br />
bioeletrici<strong>da</strong>de. Segundo especialistas, essa é a grande<br />
aposta no futuro <strong>da</strong> cana-de-açúcar, apesar de<br />
ain<strong>da</strong> caminhar lentamente se compara<strong>da</strong> ao açúcar<br />
e ao etanol. Mas as vantagens são enormes e reconheci<strong>da</strong>s,<br />
já que a bioeletrici<strong>da</strong>de constitui-se em<br />
tecnologia altamente complementar à fonte hídrica,<br />
com geração concentra<strong>da</strong> no período seco do ano,<br />
baixo custo variável, balanço ambiental positivo e<br />
distribuí<strong>da</strong> próxima aos grandes centros consumidores.<br />
Ca<strong>da</strong> 1.000 MW médios <strong>da</strong> energia ofertados no<br />
período seco poupa 4% dos reservatórios do subsistema<br />
Sudeste/Centro-Oeste, por exemplo.<br />
Para a Unica, o próximo presidente terá que incentivar<br />
o crescimento <strong>da</strong> participação <strong>da</strong> bioeletrici<strong>da</strong>de<br />
na matriz de geração elétrica <strong>brasil</strong>eira, por<br />
meio de um programa sustentado de consumo, a<br />
partir <strong>da</strong> contratação de 10 mil MW em leilões específicos,<br />
entre 2011 e 2020, viabilizando uma oferta<br />
de 1.000 MW/ano. Segundo a enti<strong>da</strong>de, a política<br />
setorial deverá contemplar também uma definição<br />
adequa<strong>da</strong> do preço-teto em leilões, as diretrizes<br />
para o financiamento, o tratamento fiscal para a<br />
cadeia produtiva, além de uma solução definitiva<br />
para os encargos de conexão, principal entrave histórico<br />
do setor.<br />
SUSTENTABILIDADE<br />
"É um assunto que deverá ser tratado com bastante<br />
critério pelo governo <strong>da</strong>qui pra frente, principalmente<br />
porque o Brasil tem o privilégio de<br />
ser uma nação que foca tanto a segurança<br />
energética como a segurança em produção de<br />
alimentos", diz José Mário, presidente do Sistema<br />
Faeg/Senar. De acordo com ele, no campo <strong>da</strong> energia<br />
algumas distorções precisam ser corrigi<strong>da</strong>s.<br />
“Quem quer fazer cogeração de energia a partir<br />
<strong>da</strong> biomassa é tratado <strong>da</strong> mesma forma que<br />
aqueles que querem fazer geração de energia<br />
utilizando o combustível fóssil. "É preciso que o<br />
governo promova um diferencial relacionado às<br />
exigências para a concessão <strong>da</strong> licença ambiental".<br />
Em relação ao Código Florestal, as modificações serão<br />
importantes para viabilizar a produção <strong>brasil</strong>eira<br />
e, ao mesmo tempo, garantir a preservação<br />
ambiental.<br />
20 CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia
Alstom entra no<br />
mercado <strong>brasil</strong>eiro<br />
A Alstom assinou um contrato<br />
no valor de R$ 100 milhões com<br />
a empresa <strong>brasil</strong>eira de geração<br />
de energia renovável Desenvix,<br />
subsidiária do grupo econômico<br />
ENGEVIX, para a construção de<br />
um complexo eólico de 90 MW<br />
no Estado <strong>da</strong> Bahia. O Complexo<br />
de Brotas consistirá em três<br />
usinas eólicas denomina<strong>da</strong>s<br />
Macaúbas, Novo Horizonte e<br />
Seabra, e representa o primeiro<br />
contrato <strong>da</strong> Alstom no mercado<br />
eólico <strong>brasil</strong>eiro.A geração de<br />
energia no Brasil baseia-se,<br />
principalmente, nas usinas<br />
hidrelétricas, que representam<br />
77% <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de de geração<br />
instala<strong>da</strong> no País e geram 90%<br />
<strong>da</strong> energia produzi<strong>da</strong>. De acordo<br />
com os termos e condições do<br />
contrato, a Alstom fornecerá 57<br />
turbinas eólicas ECO 86 de<br />
1,67MW ca<strong>da</strong>, cujos principais<br />
componentes serão fabricados na<br />
Espanha e no Brasil. As três<br />
usinas eólicas deverão entrar em<br />
operação em julho de 2011.<br />
Alstom e Engevix são parceiras<br />
de longa <strong>da</strong>ta, trabalhando em<br />
conjunto há mais de 30 anos.<br />
Ambas as empresas participaram<br />
de importantes projetos<br />
hidrelétricos no Brasil, tais como<br />
Tucuruí (8370 MW), Ita (1450<br />
MW), Barra Grande (690MW) e<br />
Itapebi (450 MW), além de<br />
projetos para usinas hidrelétricas<br />
de médio porte (Caçu, Barra dos<br />
Coqueiros, etc) e usinas de<br />
pequeno porte, como Bonfante e<br />
Mont Serrat. "O complexo de<br />
usinas eólicas de Brotas<br />
representa o primeiro projeto<br />
conjunto entre a Alstom e a<br />
Engevix no mercado de energia<br />
eólica no Brasil", declara Alfonso<br />
Faubel, vice-presidente <strong>da</strong><br />
Alstom Wind.<br />
Maratona destaca carros movidos a etanol<br />
Os alunos dos cursos de Engenharia de Produção, Mecânica, Elétrica<br />
e Civil, <strong>da</strong> Escola de Engenharia e Tecnologia <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de<br />
Anhembi Morumbi, foram destaque, mais uma vez, na Maratona<br />
Universitária de Eficiência Energética.A instituição conquistou o<br />
primeiro lugar na categoria Etanol, que fez parte <strong>da</strong> competição pela<br />
primeira vez em 2010. Realizado em julho, o evento premiou a equipe<br />
<strong>da</strong> Anhembi Morumbi forma<strong>da</strong> por 22 alunos de diversos cursos <strong>da</strong><br />
instituição. Segundo Carlos Carneiro, coordenador do curso de<br />
Engenharia Mecânica: Energias Renováveis e Tecnologia Não<br />
Poluente, o evento é fun<strong>da</strong>mental para o desenvolvimento de novas<br />
ideias. "Essa maratona estimula a criação de novas tecnologias para o<br />
desenvolvimento de veículos mais econômicos e ecológicos", afirma.<br />
Produção de veículos cresce no Brasil<br />
fotos: divulgação<br />
A produção de veículos no país cresceu 18,3% no ano na comparação<br />
com o mesmo período em 2009. Foram 2,07 milhões de uni<strong>da</strong>des nos sete<br />
primeiros meses do ano, de acordo com os <strong>da</strong>dos que englobam<br />
automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões divulgados pela<br />
Anfavea. As 315.879 uni<strong>da</strong>des fabrica<strong>da</strong>s em julho representam<br />
incremento de 3,2% em relação ao mês anterior. O número é 12% maior<br />
do que o registrado em julho do ano passado.<br />
Usina de etanol celulósico fica pronta em janeiro<br />
Está prevista para janeiro de 2011 a inauguração <strong>da</strong> biorrefinaria de<br />
etanol celulósico <strong>da</strong> cooperativa americana ICM, Inc. A planta piloto está<br />
localiza<strong>da</strong> em St. Joseph, no estado de Missouri, nos EUA, e tem um custo<br />
estimado de US$ 25 milhões. O volume de biocombustível a ser produzido<br />
não foi divulgado. A ICM integra projeto de implantação de 102<br />
biorrefinarias de celulósicos na América do Norte.<br />
Petrobras Distribuidora<br />
abastece ônibus movido a<br />
diesel de cana-de-açúcar<br />
A Petrobras Distribuidora é a<br />
responsável pelo abastecimento<br />
dos primeiros ônibus movidos a<br />
óleo diesel proveniente de canade-açúcar.<br />
Os testes já<br />
começaram em São Paulo.Fazem<br />
parte do acordo de cooperação<br />
técnica as empresas Amyris do<br />
Brasil S.A, Mercedes Benz do<br />
Brasil Lt<strong>da</strong>., Viação Santa<br />
Brígi<strong>da</strong> Lt<strong>da</strong> e SPTrans.A<br />
Petrobras Distribuidora participa<br />
<strong>da</strong> iniciativa por meio do<br />
abastecimento dos veículos<br />
testados com o diesel AMYRIS<br />
(AMD 10), que se equipara aos<br />
padrões dos combustíveis<br />
derivados do petróleo, mas com<br />
o diferencial de ter emissão de<br />
poluentes reduzi<strong>da</strong> em mais de<br />
80%. O produto é feito a partir<br />
de um processo de fermentação<br />
do bagaço <strong>da</strong> cana.<br />
BNDES e cogeração<br />
Cresce o apoio do<br />
BNDES (Banco Nacional de<br />
Desenvolvimento Econômico e<br />
Social) a investimentos em<br />
cogeração de energia elétrica a<br />
partir do bagaço de cana-deaçúcar.<br />
Os investimentos em<br />
cogeração devem ficar em cerca<br />
de R$ 1,3 bilhão neste ano.<br />
Os "spreads" cobrados nos<br />
financiamentos para esse tipo<br />
de projeto estão entre os mais<br />
baixos do banco, de 0,9% ao ano.<br />
Para os próximos anos, as<br />
projeções do banco são<br />
novamente de alta. Os<br />
investimentos aprovados até<br />
agora devem garantir 2,5 mil<br />
MW de potência instala<strong>da</strong>,<br />
em 2012.<br />
CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia 21
ELEIÇÕES GOVERNADORIÁVEIS<br />
Desafios ao próximo<br />
governador de Goiás<br />
REPRESENTANTES DO SETOR AGRÍCOLA SABATINARAM PRINCIPAIS CANDIDATOS AO<br />
GOVERNO DE GOIÁS E APRESENTARAM DOCUMENTO COM SUAS REIVINDICAÇÕES<br />
José Mário Schreiner destacou<br />
os gargalos do escoamento <strong>da</strong><br />
produção agrícola<br />
fotos: divulgação faeg<br />
Solucionar os problemas que prejudicam<br />
o progresso <strong>da</strong> agropecuária goiana foi<br />
o desafio lançado pelo presidente <strong>da</strong><br />
Federação <strong>da</strong> Agricultura e Pecuária de<br />
Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, aos três<br />
principais candi<strong>da</strong>tos ao governo do Estado de<br />
Goiás, Marconi Perillo (PSDB), Iris Rezende<br />
(PMDB) e Vanderlan Renovato (PP), durante o<br />
evento "Encontro com governadoriáveis", promovido<br />
pela enti<strong>da</strong>de em agosto.<br />
Ca<strong>da</strong> um dos candi<strong>da</strong>tos recebeu o Documento<br />
Goiás – Expectativas do Setor Produtivo<br />
Rural ao Próximo Governador. O documento<br />
reúne o que pensam os sindicatos rurais em<br />
relação aos principais desafios para a criação<br />
de uma agen<strong>da</strong> propositiva do setor. A integração<br />
de mo<strong>da</strong>is de transportes rodoviário, ferroviário,<br />
hidroviário e aéreo, a ampliação <strong>da</strong>s redes<br />
de energia elétrica e o armazenamento foram<br />
aspectos citados durante a sabatina. Também<br />
foram destaca<strong>da</strong>s a criação de uma política<br />
agrícola que complemente a política federal,<br />
a redução de impostos na aquisição de insumos<br />
e a simplificação e desoneração <strong>da</strong> carga<br />
tributária. De acordo com o presidente <strong>da</strong><br />
Faeg, as expectativas apresenta<strong>da</strong>s aos candi<strong>da</strong>tos<br />
"traduzem o sentimento e o comprometimento<br />
dos produtores rurais goianos com o<br />
crescimento do Estado".<br />
ESCOAMENTO DA PRODUÇÃO<br />
Um dos grandes problemas em Goiás, como<br />
no resto do Brasil, são os gargalos de escoamento<br />
e comercialização <strong>da</strong> produção agropecuária.<br />
O resultado tem sido de per<strong>da</strong> de competitivi<strong>da</strong>de<br />
no panorama nacional e internacional,<br />
segundo a Faeg. "A nossa expectativa<br />
principal está relaciona<strong>da</strong> às condições <strong>da</strong>s estra<strong>da</strong>s<br />
e rodovias goianas", afirma Schreiner.<br />
EMATER<br />
Os candi<strong>da</strong>tos presentes à sabatina se comprometeram<br />
a <strong>da</strong>r encaminhamento aos pedidos<br />
<strong>da</strong> Faeg e deram destaque, em suas respostas,<br />
ao trabalho <strong>da</strong> Engopa e Emater. Extinta<br />
em 1999 e recria<strong>da</strong> em abril deste ano, mas<br />
sem funcionamento pleno, a Empresa de Assistência<br />
Técnica e Extensão Rural de Goiás (Emater)<br />
é a esperança do setor agropecuário para o<br />
desenvolvimento <strong>da</strong> agroindústria em Goiás.<br />
O candi<strong>da</strong>to Íris Rezende, o primeiro a responder<br />
às perguntas dos produtores rurais,<br />
afirmou que pretende recriar a Engopa e reestruturar<br />
a Emater e colocar ambas para funcionar<br />
a pleno vapor. Ele lembrou que há tempos<br />
os agropecuaristas têm investido por conta<br />
própria na pesquisa e na extensão. "O problema<br />
dessa atitude é que o conhecimento fica<br />
retido nas mãos de poucos, mais precisa-<br />
Expectativas sobre política agrícola<br />
- Estimular e incentivar a<br />
agroindustrialização regional<br />
respeitando a vocação de ca<strong>da</strong><br />
região do Estado;<br />
- Buscar incentivos e<br />
investimentos para o<br />
desenvolvimento agrícola e<br />
respeitar as potenciali<strong>da</strong>des de<br />
ca<strong>da</strong> região;<br />
- Incentivar a política de<br />
armazenagem e melhoria de<br />
infraestrutura, buscando atender<br />
as necessi<strong>da</strong>des de grupos de<br />
produtores;<br />
- O governo estadual deve auxiliar<br />
o governo federal no<br />
desenvolvimento de seguro de<br />
ren<strong>da</strong>, e não apenas de<br />
investimento;<br />
- O governo estadual deve atuar<br />
junto com outras instituições de<br />
representação para buscar<br />
soluções ao endivi<strong>da</strong>mento<br />
agrícola e financiamento do<br />
crédito rural;<br />
- O governo estadual deve atuar<br />
na complementação do subsídio<br />
do governo federal no pagamento<br />
do prêmio do seguro rural;<br />
- Isenção de taxa de importação<br />
para insumos básicos de produção,<br />
máquinas e implementos;<br />
- Redução <strong>da</strong> carga tributária na<br />
comercialização de produtos<br />
agropecuários;<br />
- Criar estímulos fiscais para que<br />
as organizações rurais tenham<br />
como objetivo a comercialização<br />
agropecuária;<br />
- Melhorar a distribuição dos<br />
recursos oriundos de impostos<br />
agropecuários para pesquisa e<br />
infraestrutura, dentre outros;<br />
- Desenvolver uma política pública<br />
volta<strong>da</strong> à pesquisa, aumentando o<br />
percentual de recursos disponíveis<br />
à pesquisa agropecuária.<br />
22 CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia
Iris Rezende defende que o<br />
conhecimento resultante <strong>da</strong><br />
pesquisa seja universalizado<br />
Marconi Perillo afirmou que<br />
vai apoiar aextensão rural no<br />
Estado de Goiás<br />
Vanderlan Cardoso promete<br />
investimentos na melhoria<br />
<strong>da</strong> malha viária<br />
mente nas mãos de quem paga por ele, quando<br />
deveria ser universalizado", ressaltou.<br />
O segundo sabatinado, Marconi Perillo, afirmou<br />
que vai colocar a Emater em funcionamento<br />
e tentou explicar por que extinguiu o órgão<br />
em 1999. "Quisemos acabar com a superposição,<br />
gastos desnecessários e centralizar investimentos,<br />
criando a Agência Rural. Além disso, tínhamos<br />
problemas com ações trabalhistas", disse.<br />
O último dos entrevistados, Vanderlan Cardoso,<br />
também se comprometeu com o pleno funcionamento<br />
<strong>da</strong> Emater. "A proposta orçamentária<br />
é o que precisarmos. O necessário para este<br />
setor é muito pouco para o tamanho do Estado.<br />
Destinaremos o valor necessário."<br />
MALHA VIÁRIA<br />
Os três candi<strong>da</strong>tos ao governo de Goiás também<br />
se comprometeram com investimentos na<br />
malha viária do Estado, para melhorar o escoamento<br />
<strong>da</strong> produção. Iris Rezende disse que as últimas<br />
gestões à frente do Estado gastaram mais<br />
com publici<strong>da</strong>de do que com obras rodoviárias.<br />
Já Marconi criticou asfalto "casca de ovo" feito<br />
nas gestões peemedebistas. Vanderlan, por sua<br />
vez, propõe parcerias com municípios para a reaslização<br />
<strong>da</strong>s obras necessárias.<br />
CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia 23
ANIVERSÁRIO<br />
CANAL, quatro anos cobrindo<br />
a evolução <strong>da</strong> agroenergia<br />
Ao comemorarmos quatro anos de atuação e iniciando o quinto ano de trabalho, nós, do CANAL –<br />
Jornal <strong>da</strong> Bioenergia, celebramos a conquista de um reconhecimento que muito nos orgulha: somos<br />
uma referência no setor sucroenergético e de produção de biodiesel. A seguir apresentamos um<br />
resumo <strong>da</strong>s nossas principais reportagens. Por elas é possível observar a constante evolução na<br />
cadeia produtiva do etanol, do açúcar, <strong>da</strong> bioeletrici<strong>da</strong>de e do biodiesel nesses últimos anos. Confira<br />
a seleção de matérias e entrevistas que preparamos para você, leitor.<br />
AUGE DA EXPANSÃO<br />
O CANAL começou a circular em julho de 2006,<br />
época em que a expansão sucroenergética alcançou<br />
ritmo intenso nas novas fronteiras <strong>da</strong> produção<br />
canavieira, nota<strong>da</strong>mente nos Estados de Goiás,<br />
Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do<br />
Sul. A primeira edição circulou no período em que<br />
o Estado de Goiás já se destacava na atração de<br />
investimentos, com 37 projetos de novas usinas<br />
aprovados na Secretaria de Indústria e Comércio.<br />
BIODIESEL COMEÇA A<br />
GANHAR FORÇA<br />
A segun<strong>da</strong> edição do CANAL repercutiu os dois<br />
anos de lançamento do Programa Nacional de<br />
Produção e uso do Biodiesel. O projeto, de caráter<br />
energético e ambiental, foi aclamado como investimento<br />
social pelo presidente Luís Inácio Lula <strong>da</strong><br />
Silva, mas, como não poderia deixar de ser, despertou<br />
o interesse de grandes grupos empresariais,<br />
que começavam, naquele momento, a consoli<strong>da</strong>r<br />
investimentos no combustível renovável alternavivo<br />
ao óleo diesel, atraídos pelo amplo mercado<br />
que cresce a ca<strong>da</strong> dia.<br />
SAFRA EM CRESCIMENTO<br />
Na edição de dezembro de 2006 a reportagem<br />
de capa do CANAL mostrava que a área colhi<strong>da</strong><br />
de cana de açúcar apresentava aumento<br />
de 12% em relação à anterior, chegando a 4,5<br />
milhões de hectares, um reflexo <strong>da</strong> expansão <strong>da</strong><br />
ativi<strong>da</strong>de sucroenergética nas novas fronteiras e<br />
<strong>da</strong>s condições agrícolas favoráveis.<br />
O aumento no esmagamento <strong>da</strong> cana-deaçúcar,<br />
que chegou a 370 milhões de tonela<strong>da</strong>s,<br />
possibilitou o incremento na produção de açúcar,<br />
que atingiu 26 milhões de tonela<strong>da</strong>s, contra<br />
22 milhões de tonela<strong>da</strong>s produzi<strong>da</strong>s na safra anterior.<br />
A produção de etanol também cresceu,<br />
passando de 14,3 bilhões de litros para, aproxima<strong>da</strong>mente,<br />
16 bilhões de litros.<br />
Z<br />
ANÁLISE DO CENÁRIO<br />
PRODUTIVO<br />
As perspectivas de crescimento <strong>da</strong> safra de<br />
cana e <strong>da</strong> produção de etanol, açúcar e biodiesel<br />
foram avalia<strong>da</strong>s por analistas de mercado e<br />
representantes dos segmentos produtivos na<br />
edição de fevereiro de 2007. To<strong>da</strong>s as condições<br />
levavam a crer que o setor sucroenergético<br />
manteria sua curva de crescimento, o que de fato<br />
ocorreu. A Valorização <strong>da</strong> soja, no entanto,<br />
criou dificul<strong>da</strong>des para os produtores de biodiesel<br />
equilibrarem receita e custos de produção.<br />
ETANOL RECONHECIDO MUNDIALMENTE<br />
O interesse dos Estados Unidos pelo etanol e pela tecnologia flex-fuel tornaram-se<br />
explícitos com a visita do então presidente americano George W.<br />
Bush ao presidente Lula, no Brasil, em março de 2007. O encontro, que teve<br />
como principal motivo entendimentos para a formação de um mercado global<br />
de etanol, ganhou ampla repercussão e tornou-se um marco do reconhecimento<br />
do biocombustível como alternativa energética renovável e eficiente<br />
na substituição do petróleo. No fim do mês de março do ano seguinte o<br />
presidente Lula retribuiu a visita. As implicações desses dois encontros foram<br />
analisa<strong>da</strong>s na matéria de capa do CANAL. <br />
24 CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia
IMPACTO DA MECANIZAÇÃO<br />
A necessi<strong>da</strong>de de mecanização <strong>da</strong> colheita <strong>da</strong><br />
cana-de-açúcar e o desafio de criar condições<br />
para o aproveitamento <strong>da</strong> mão de obra dispensa<strong>da</strong><br />
com a eliminação de milhares de postos de<br />
trabalho na colheita manual foi o tema analisado<br />
na reportagem principal do CANAL, nas edições<br />
de julho e agosto de 2007.<br />
A reportagem, publica<strong>da</strong> no mês de julho,<br />
ain<strong>da</strong> destacou a fiscalização <strong>da</strong>s condições de<br />
trabalho dos rurícolas, por parte do poder público,<br />
e retratou iniciativas volta<strong>da</strong>s para a melhoria<br />
<strong>da</strong>s condições de trabalho no campo. A mecanização<br />
<strong>da</strong> lavoura e suas implicações são temas<br />
sempre presentes nas páginas do CANAL.<br />
AVANÇO DA BIOELETRICIDADE<br />
O vasto potencial oferecido pela biomassa resultante<br />
do processamento <strong>da</strong> cana-de-açúcar<br />
nas usinas foi o tema principal abor<strong>da</strong>do na edição<br />
de agosto de 2007. A reportagem mostrava<br />
o procentual ain<strong>da</strong> reduzido de usinas instala<strong>da</strong>s<br />
no País que gerava a bioeletrici<strong>da</strong>de (10%). Também<br />
foi destacado o maior interesse <strong>da</strong>s usinas<br />
em contratar pessoal qualificado para estruturar<br />
de forma mais eficiente o setor de cogeração e a<br />
troca de informações sobre o assunto. A experiência<br />
<strong>da</strong> usina Cerradinho, mostra<strong>da</strong> na edição,<br />
comprovou que a bioletrici<strong>da</strong>de já podia ser<br />
considera<strong>da</strong> o terceiro produto do setor,<br />
gerando lucros com a ven<strong>da</strong> de energia<br />
e com créditos de carbono.<br />
CONFIANÇA RENOVADA<br />
Após um breve período de reavaliação<br />
de investimentos em indústrias<br />
sucroenergéticas, levantamento do<br />
CANAL mostrava a retoma<strong>da</strong> <strong>da</strong> confiança<br />
e do vigor na expansão do mercado<br />
de energias renováveis nas novas fronteiras<br />
<strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de canavieira: Minas Gerais,<br />
Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.<br />
Balanço <strong>da</strong> Secretaria de Indústria e Comércio<br />
do Estado de Goiás mostrava, em dezembro de<br />
2007, 98 projetos programados. Com esses números,<br />
o Estado liderava a atração de investimentos,<br />
estimados em R$ 12,65 bilhões. No mesmo mês,<br />
em Minas Gerais, segundo o Instituto de Desenvolvimento<br />
Integrado do Estado, somavam 32 os<br />
projetos de implantação de novas usinas e oito os<br />
de expansão de usinas já existentes, com investimentos<br />
estimados em R$ 8,5 bilhões.<br />
CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia 25
ACOMPANHAMENTO DA<br />
FERROVIA NORTE-SUL<br />
Cumprindo seu compromisso de repercutir<br />
as deficiências de infraestrutura relaciona<strong>da</strong>s<br />
aos aspectos produtivos e os investimentos<br />
realizados para melhorar o escoamento <strong>da</strong><br />
produção sucroenergética, o CANAL publicou,<br />
na edição de fevereiro de 2008, um balanço<br />
<strong>da</strong>s várias frentes de construção <strong>da</strong><br />
Ferrovia Norte Sul.<br />
A Ferrovia, segundo especialistas em transporte<br />
de cargas, poderá reduzir os custos do<br />
frete em até 30% nos locais onde passa a e<br />
aumentará a competitivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> produção<br />
agroindustrial, nota<strong>da</strong>mente do açúcar. Além<br />
dos benefícios econômicos, os reflexos positivos<br />
<strong>da</strong> obra também se estenderão à infraestrutura<br />
de transporte como um todo, reduzindo<br />
o fluxo de caminhões de transporte de carga<br />
nas sobrecarrega<strong>da</strong>s rodovias <strong>brasil</strong>eiras.<br />
PRODUÇÃO RECORDE<br />
As perspectivas de aumento de safra foram<br />
analisa<strong>da</strong>s na edição de abril de 2008. A<br />
estimativa de, aproxima<strong>da</strong>mente, 10% no<br />
crescimento <strong>da</strong> produção canavieira, revelava<br />
o ritmo <strong>da</strong> expansão <strong>da</strong> produção de açúcar,<br />
etanol e bioeletrici<strong>da</strong>de e que mais uma<br />
safra recorde começaria a ser colhi<strong>da</strong>.<br />
Levantamento de consultorias do setor indicava,<br />
ain<strong>da</strong>, que a safra seria mais alcooleira.<br />
A entra<strong>da</strong> em funcionamento de 29 novas<br />
indústrias na região Centro-Sul contribuiu<br />
para um aumento estimado em 43 milhões<br />
de tonela<strong>da</strong>s de cana colhi<strong>da</strong> em relação à<br />
safra passa<strong>da</strong>.<br />
EXPORTAÇÕES DE ETANOL<br />
O aumento <strong>da</strong>s exportações de etanol e o esforço<br />
<strong>da</strong> cadeia produtiva e do governo federal<br />
para a transformação do etanol em uma commodity<br />
foi o tema <strong>da</strong> reportagem de capa do<br />
CANAL na edição de maio de 2008.<br />
A União <strong>da</strong> Indústria <strong>da</strong> Cana-de-Açúcar<br />
(Unica) estimava para o ano um aumento de<br />
mais de 1 bilhão de litros na exportação, produto<br />
que seria destinado, principalmente, aos EUA.<br />
A reportagem trouxe uma ampla análise do ain<strong>da</strong><br />
incipiente, mas promissor, mercado externo<br />
para o etanol. A abor<strong>da</strong>gem também retratou<br />
temas correlatos de importância, como o forte<br />
crescimento do mercado interno e a necessi<strong>da</strong>de<br />
de construção de alcooldutos, para que o<br />
etanol <strong>brasil</strong>eiro possa chegar a preços mais<br />
competitivos no exterior.<br />
MECANIZAÇÃO EM<br />
RITMO ACELERADO<br />
O avanço <strong>da</strong> mecanização nas lavouras de<br />
cana-de-açúcar foi, mais uma vez, retratado<br />
pela reportagem do CANAL como um dos principais<br />
processos de evolução produtiva na ativi<strong>da</strong>de<br />
canavieira. Em nossa matéria de capa<br />
mostramos o brusco crescimento <strong>da</strong> deman<strong>da</strong><br />
por máquinas agrícolas, nota<strong>da</strong>mente colhedoras,<br />
e os esforços e investimentos <strong>da</strong> indústria<br />
para atender ao mercado em crescimento.<br />
A intensa movimentação pela mecanização<br />
dos processos produtivos, principalmente <strong>da</strong> colheita,<br />
ain<strong>da</strong> se vê nos dias de hoje, em resposta<br />
às legislações ambientais existentes nos diferentes<br />
Estados produtores que estabelecem prazos<br />
para o fim <strong>da</strong> queima <strong>da</strong> palha <strong>da</strong> cana e,<br />
consequentemente, <strong>da</strong> colheita manual.<br />
26 CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia
EFEITOS DA CRISE<br />
Na edição de outubro de 2008, quando a<br />
crise mundial mostrou seu efeitos mais agudos,<br />
o CANAL publicou entrevista com Antonio<br />
de Padua Rodrigues, em que analisava os possíveis<br />
efeitos <strong>da</strong>s turbulências <strong>da</strong> economia no<br />
setor sucroenergético.<br />
A crise afetou menos os projetos consoli<strong>da</strong>dos<br />
e mais aqueles que ain<strong>da</strong> se encontravam<br />
em fase de elaboração, em razão <strong>da</strong> escassez de<br />
recursos para financiamento. A edição trouxe<br />
na reportagem de capa os benefícios <strong>da</strong> fertirrigação<br />
nas lavouras de cana, destacando o aumento<br />
<strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de obtido com a prática.<br />
OTIMISMO E CAUTELA<br />
O início <strong>da</strong> colheita <strong>da</strong> safra 2009/10, que<br />
teve início antecipado para o mês de março,<br />
foi marcado pelo otimismo em relação ao<br />
crescimento do mercado interno de etanol, estimado<br />
em 11% ao ano, e pelo preço melhor<br />
do açúcar no mercado. A certeza de mais uma<br />
safra recorde, superior a 500 milhões de tonela<strong>da</strong>s<br />
na Região Centro-Sul do País, só não foi<br />
mais comemora<strong>da</strong> em razão do temor de que<br />
poderia faltar capital de giro para as usinas e<br />
de que o porcentual de renovação dos canaviais<br />
seria menor do que os 20% habituais, o<br />
que de fato se confirmou. Esse misto de otimismo<br />
e cautela foi analisado na edição de<br />
março de 2009.<br />
RETOMADA DA EXPANSÃO<br />
No início de 2010, a maior movimentação<br />
<strong>da</strong>s indústrias de base, que dão suporte ao setor<br />
sucrenergético, já indicava que os efeitos<br />
<strong>da</strong> crise mundial estavam dissipados. O cenário<br />
de otimismo estava restabelecido na cadeia<br />
produtiva, reforçado pelo bom preço do açúcar<br />
no mercado internacional, possibilitando<br />
às usinas refazerem seus caixas. Paralelamente,<br />
o mercado interno de etanol continuava<br />
crescendo vigorosamente, <strong>da</strong>ndo a todos a<br />
certeza de que 2010 ficará marcado como o<br />
ano <strong>da</strong> retoma<strong>da</strong> <strong>da</strong> expansão <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de canavieira.<br />
Em nossa matéria de capa, edição de<br />
março, o CANAL repercutiu o bom momento<br />
com uma reportagem sobre 10 novas usinas<br />
que passariam a operar no País.<br />
COMPETITIVIDADE EM FOCO<br />
Os investimentos em avanços tecnológicos<br />
nas usinas e, principalmente, na produção de<br />
bioeletrici<strong>da</strong>de como terceiro produto <strong>da</strong> indústria<br />
canavieira, juntamente com o etanol e<br />
o açúcar, foi o tema principal abor<strong>da</strong>do na<br />
edição de julho de 2010. O foco <strong>da</strong> reportagem<br />
deixou claro o quanto a busca pelo aumento<br />
<strong>da</strong> eficiência vem sendo perseguido pelo setor<br />
sucroenergético.<br />
A otimização dos processos produtivos, na<br />
indústria e nas lavouras, e o aproveitamento<br />
<strong>da</strong> biomassa, resultante do processamento <strong>da</strong><br />
cana-de-açúcar, foram ressaltados como condição<br />
essencial para que as empresas do setor<br />
se tornem ca<strong>da</strong> vez mais competitivas.<br />
CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia 27
Um rio pra ficar na memória<br />
Praias de areias branquinhas, um rio<br />
imenso, a mata ao fundo e um pôr-do-sol<br />
de tirar o fôlego, que tinge as águas de<br />
laranja e vermelho. A paisagem parece ter<br />
saltado de uma moldura. Tem perfeições e<br />
matizes que surpreendem e emocionam<br />
como uma bela pintura, mas pode ser<br />
admira<strong>da</strong> ao vivo, não muito longe <strong>da</strong><br />
capital do Estado. A 315 quilômetros de<br />
Goiânia, a ci<strong>da</strong>de de Aruanã é considera<strong>da</strong> a<br />
porta de entra<strong>da</strong> para esse paraíso natural -<br />
o Rio Araguaia, patrimônio afetivo dos<br />
goianos e reduto infalível de milhares de<br />
famílias nas férias de meio de ano.<br />
fotos: paulo rezende<br />
Às margens desse grande rio se encontra de tudo. Ba<strong>da</strong>lação, sossego,<br />
contato com a natureza, pescaria farta, simplici<strong>da</strong>de e sofisticação.<br />
Quem não conhece se espanta com o nível de conforto que alguns<br />
acampamentos conseguiram a<strong>da</strong>ptar em suas estruturas sobre a areia.<br />
Ver<strong>da</strong>deiros hotéis de luxo são montados bem junto à natureza selvagem,<br />
com direito a televisão, boate e comi<strong>da</strong> refina<strong>da</strong> servi<strong>da</strong> por garçons.<br />
Mas quem prefere se hospe<strong>da</strong>r nas ci<strong>da</strong>des ribeirinhas, tem várias<br />
opções de pousa<strong>da</strong>s e casas de tempora<strong>da</strong>.<br />
O mais difícil é eleger um ponto para se instalar. Da nascente à foz, no<br />
Rio Tocantins, o Araguaia tem trechos belíssimos em seus mais de 2 mil<br />
quilômetros. Corredeiras, cachoeiras, curvas sinuosas, lagos e as praias –<br />
que surgem nos meses de seca e são o grande atrativo para os turistas. Elas<br />
se espalham por cerca de 600 quilômetros, entre os municípios de Aragarças<br />
e Luís Alves, ao longo dos quais são montados acampamentos que hospe<strong>da</strong>m<br />
mais de 50 mil pessoas no período de estiagem, segundo levantamentos<br />
feitos pelos órgãos ambientais do Estado de Goiás.<br />
Cenários diferentes esperam o turista<br />
Em função <strong>da</strong> distância e <strong>da</strong> infraestrutura, Aruanã – conheci<strong>da</strong> como<br />
portal do Araguaia – é a ci<strong>da</strong>de mais visita<strong>da</strong>, o centro <strong>da</strong> ba<strong>da</strong>lação.<br />
Em suas imediações são instalados enormes acampamentos comerciais,<br />
com preços para todos os bolsos. Música, esportes náuticos e muita<br />
gente se bronzeando ao sol dominam o ambiente nas praias próximas<br />
ao centro urbano. Alguns minutos de barco, rio abaixo ou rio acima,<br />
e já é possível desfrutar o silêncio, misturado ao grito <strong>da</strong>s gaivotas<br />
e ao farfalhar dos peixes na água, fugindo dos botos.<br />
As praias mais ao norte do rio, na região de Luís Alves, são mais preserva<strong>da</strong>s<br />
e sossega<strong>da</strong>s, ideais para quem quer pescar ou descansar junto<br />
à natureza. Nesse caso, também é recomendável se afastar um pouco<br />
<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de. Em Aragarças, ao sul, o turista encontra outro cenário,<br />
com praias urbanas e bares espalhados pela areia. Nos meses de tempora<strong>da</strong>,<br />
há shows e apresentações culturais para a multidão que se<br />
aglomera nas barracas. Além <strong>da</strong>s três ci<strong>da</strong>des principais, há outras menores<br />
ou trechos do rio que são muito disputados pelos acampamentos.<br />
É o caso de São José dos Bandeirantes, distrito de Nova Crixás;<br />
Cocalinho, ci<strong>da</strong>de matogrossense; os lagos Rico e Landi e a região <strong>da</strong><br />
Viúva, entre outras.<br />
Apesar <strong>da</strong>s consequências desastrosas <strong>da</strong> pesca pre<strong>da</strong>tória, o Araguaia<br />
ain<strong>da</strong> é considerado um dos rios mais piscosos do mundo. Na<br />
época <strong>da</strong> piracema, quando os peixes sobem o rio para desovar, cardumes<br />
imensos migram pelo rio, numa impressionante manifestação<br />
de vi<strong>da</strong>. Cerca de 300 espécies já foram identifica<strong>da</strong>s na bacia Araguaia-Tocantins,<br />
entre as quais o pacu-caranha, matrinxã, pirarucu,<br />
piau-cabeça-gor<strong>da</strong>, piau-flamengo, pacu-manteiga, pacu-prata, sardinha,<br />
corvina, traíra, filhote, barbado, pirarara, mandubé, bico-depato,<br />
mandi.<br />
28 CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia
Cui<strong>da</strong>dos para um passeio perfeito<br />
Além <strong>da</strong> pesca farta, a fauna que se exibe fora <strong>da</strong>s águas também<br />
contribui para manter o clima mágico do rio. Jaburus passeiam pelos<br />
acampamentos, gaivotas defendem escan<strong>da</strong>losamente seus ninhos,<br />
jacarés se espreguiçam ao sol, mergulhões desafiam a veloci<strong>da</strong>de dos<br />
peixes, tartarugas se penduram nas raízes <strong>da</strong>s árvores próximas do rio.<br />
Um emaranhado de vi<strong>da</strong> que se expõe num cenário exuberante, palco de<br />
espetáculos diários a ca<strong>da</strong> amanhecer e entardecer. E quando a noite<br />
chega, na<strong>da</strong> melhor que reunir os amigos em torno de uma fogueira<br />
monta<strong>da</strong> sobre a areia, ao som de um violão.<br />
É claro que tudo isso tem um preço. Para muita gente, principalmente<br />
os alérgicos, o mais caro são os mosquitos, companhia inseparável nas praias<br />
do Araguaia. Por isso, é absolutamente necessário se prevenir antes de<br />
se aventurar nas margens do rio. Há várias receitas para afastar os indesejáveis<br />
mosquitos-pólvora e o ideal é experimentar mais de uma opção até<br />
chegar à ideal. Repelentes naturais à base de citronela, óleo de babaçu,<br />
ingestão de vitaminas são algumas armas usa<strong>da</strong>s pelos campistas.<br />
Outra providência recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> para os marinheiros de primeira<br />
viagem é se informar antecipa<strong>da</strong>mente sobre os passeios de barco para<br />
conseguir preços melhores. Eles são indispensáveis para oferecer uma<br />
visão mais abrangente do rio e também para quem pretende pescar.<br />
Algumas pousa<strong>da</strong>s nas ci<strong>da</strong>des ribeirinhas oferecem a facili<strong>da</strong>de do<br />
pacote de pesca esportiva, que inclui hospe<strong>da</strong>gem, licença de pesca e<br />
barco com combustível. Quem pretende contratar os passeios poderá<br />
encontrar preços bem variáveis dependendo do trajeto a ser percorrido,<br />
de R$ 20 a R$ 250 reais.<br />
Seja qual for o meio escolhido, é preciso estar de olho na segurança. O<br />
Araguaia tem um leito muito instável, que mu<strong>da</strong> a ca<strong>da</strong> cheia com o deslocamento<br />
do canal e dos bancos de areia. Por isso, é fun<strong>da</strong>mental viajar em<br />
um barco conduzido por piloto experiente, que conheça as variações do rio<br />
para evitar acidentes. Os coletes salva-vi<strong>da</strong>s são de uso obrigatório e podem<br />
evitar que a viagem de férias se transforme em tragédia. É importante também<br />
respeitar os limites de segurança. Se o banhista, inadverti<strong>da</strong>mente, alcançar<br />
o canal correrá riscos, pois nesse local o rio é profundo e a correnteza<br />
é forte. Depois de toma<strong>da</strong>s as precauções, que incluem doses generosas<br />
de repelente pelo corpo, é só se armar <strong>da</strong> máquina fotográfica para registrar<br />
as belas paisagens que dificilmente sairão de sua memória.<br />
Passeios de barco são obrigatórios, para ter uma melhor dimensão do<br />
rio. Jaburus costumam an<strong>da</strong>r tranquilamente pelos acampamentos<br />
CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia 29
LOCAIS DE HOSPEDAGEM<br />
ARAGARÇAS<br />
Localiza<strong>da</strong> a 410 quilômetros de Goiânia,<br />
é separa<strong>da</strong> apenas por uma ponte <strong>da</strong><br />
ci<strong>da</strong>de matogrossense de Barra do<br />
Garças, que oferece infraestrutura<br />
completa. Tem praia urbana, cola<strong>da</strong> à<br />
ci<strong>da</strong>de, com bares e restaurantes.<br />
Toriuá Parque Hotel (64-3638-1811)<br />
Hotel Pousa<strong>da</strong> do Sol (64-3638-1698)<br />
Kuawit Hotel (64-3638-1698)<br />
BANDEIRANTES<br />
A 380 quilômetros de Goiânia, é distrito<br />
de Nova Crixás. A ci<strong>da</strong>de é pequena e<br />
rústica, mas abriga belas paisagens e<br />
extensas praias em seus arredores.<br />
Condomínio São José (62-3341-3146)<br />
Hotel Ramos (62-3341-3157)<br />
Pousa<strong>da</strong> e Restaurante Eliana<br />
(62-3341-3225)<br />
ARUANÃ<br />
A ci<strong>da</strong>de fica a pouco mais de 300<br />
quilômetros de Goiânia e tem boa<br />
estrutura, com hotéis, pousa<strong>da</strong>s e casas<br />
para alugar. Recebe grande número de<br />
turistas na tempora<strong>da</strong><br />
Pousa<strong>da</strong> Recanto do Araguaia (62-3376-1950)<br />
Pousa<strong>da</strong> Sân<strong>da</strong>lo (62-3376-1597)<br />
Hotel Pousa<strong>da</strong> Acauã (62-3376-1294)<br />
LUIS ALVES<br />
Situa<strong>da</strong> a 530 quilômetros de Goiânia,<br />
tem forte apelo para o turismo ecológico<br />
por ter natureza mais preserva<strong>da</strong><br />
Hotel Pousa<strong>da</strong> Jaburu (62-3382-3150)<br />
Hotel Pousa<strong>da</strong> Pescador (62-3382-3100)<br />
Hotel dos Canoeiros (62-3382-3150)<br />
COCALINHO<br />
Ci<strong>da</strong>de matogrossense a 430<br />
quilômetros de Goiânia, com belas<br />
praias e lagos próximos.<br />
Hotel Pousa<strong>da</strong> Araras (66-3586-1193)<br />
Hotel Canoas (66-3586-1553)<br />
Pousa<strong>da</strong> Jaburu (66-3586-1304)<br />
O QUE LEVAR<br />
- Repelente. É um item que não pode<br />
faltar em nenhuma mala. Se você<br />
esquecer, é bom comprar na ci<strong>da</strong>de mais<br />
próxima, já que é impossível resistir ao<br />
ataque enfurecido dos mosquitos à<br />
margem do rio.<br />
- Antialérgico. Antes <strong>da</strong> viagem, é<br />
recomendável consultar um médico sobre<br />
medicamento mais apropriado para evitar<br />
alergias provoca<strong>da</strong>s por pica<strong>da</strong>s de inseto<br />
- Filtro solar. Sem ele, não há como<br />
aproveitar os banhos e passeios pelo<br />
Araguaia. O sol é muito forte na região<br />
- Agasalhos. À noite, a temperatura cai<br />
bastante, principalmente nos<br />
acampamentos às margens do rio. O ideal<br />
é levar moletons informais, que<br />
proporcionam maior conforto<br />
- Salva-vi<strong>da</strong>s. Equipamento de segurança<br />
que não pode faltar. Os barcos contratados<br />
nos portos costumam oferecer coletes, mas<br />
sempre é bom se prevenir.<br />
- Tralha de pesca. Embora na maioria <strong>da</strong>s<br />
ci<strong>da</strong>des ribeirinhas seja possível encontrar<br />
equipamento de pesca e iscas para vender,<br />
é melhor levar sua própria tralha e a<br />
licença de pesca, que é obrigatória<br />
30 CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia
Equilíbrio recebe<br />
certificado de<br />
quali<strong>da</strong>de Ceise Br<br />
A Equilíbrio acaba de<br />
receber o certificado de<br />
quali<strong>da</strong>de Ceise Br Qualifica,<br />
programa baseado nos<br />
requisitos <strong>da</strong> ISO 9001:2008<br />
e OHSAS 18.001:2007,<br />
idealizado pelo Ceise -<br />
Centro Nacional <strong>da</strong>s<br />
Indústrias do Setor<br />
Sucroalcooleiro e Energético,<br />
com o apoio do<br />
Departamento de<br />
Engenharia de Produção <strong>da</strong><br />
Escola de Engenharia de São<br />
Carlos/USP. O programa<br />
tem o intuito de encaminhar<br />
as empresas nos primeiros<br />
passos para a implantação de<br />
um sistema de gestão <strong>da</strong><br />
quali<strong>da</strong>de com padrões<br />
internacionais.<br />
Grupo francês participará de cogeração no Brasil<br />
O grupo nuclear francês<br />
Areva e o <strong>brasil</strong>eiro<br />
Bolognesi anunciaram um<br />
acordo para a modernização<br />
de uni<strong>da</strong>des de cogeração em<br />
dez fábricas de cana de<br />
açúcar do país. Segundo os<br />
termos do acordo, a filial do<br />
grupo francês, Areva<br />
Kobkitz, proporcionará<br />
serviços fun<strong>da</strong>mentais para<br />
as instalações, implanta<strong>da</strong>s,<br />
principalmente, no<br />
Nordeste, de acordo com<br />
comunicado divulgado pela<br />
Areva. Ain<strong>da</strong> segundo a<br />
Energia renovável<br />
A ERB - Energias<br />
Renováveis do Brasil, que<br />
acaba de receber investimento<br />
<strong>da</strong> Rioforte Investments<br />
(Grupo Espírito Santo) e do<br />
Fundo de Investimento do<br />
Fundo de Garantia do Tempo<br />
de Serviço - FI-FGTS, gerido<br />
pela Caixa Econômica Federal,<br />
desenvolve projetos<br />
integrados de cogeração de<br />
energia a partir de biomassa<br />
para clientes industriais.O<br />
foco principal é a substituição<br />
nota, o Grupo Bolognesi,<br />
através de sua filial<br />
Hidrotérmica, investirá 380<br />
milhões de euros neste<br />
projeto. A construção <strong>da</strong><br />
primeira uni<strong>da</strong>de de<br />
cogeração já foi inicia<strong>da</strong>,<br />
enquanto a <strong>da</strong>s outras nove<br />
começará ain<strong>da</strong> em 2010.<br />
"Este acordo reforça nossa<br />
posição de líder nos serviços<br />
de engenharia para o<br />
mercado mundial <strong>da</strong>s<br />
<strong>bioenergia</strong>s", diz o diretor<br />
<strong>da</strong> divisão de <strong>bioenergia</strong> <strong>da</strong><br />
Areva, Anil Srivastava.<br />
<strong>da</strong> matriz fóssil por um<br />
combustível limpo e<br />
renovável, com ganhos de<br />
eficiência e custo.Todo o<br />
trabalho é assessorado pela<br />
TozziniFreire Advogado, que<br />
auxiliou na estruturação e<br />
negociação dos documentos<br />
societários referentes à<br />
captação de recursos para a<br />
empresa, assim como na<br />
elaboração de contratos com<br />
seus clientes, sob a perspectiva<br />
de project finance.<br />
Brumazi instala equipamento<br />
na Usina Santa Juliana<br />
A Brumazi entregou, recentemente,<br />
um Circuito de Transporte e<br />
Movimentação de Bagaço para<br />
alimentação <strong>da</strong> caldeira instala<strong>da</strong> na<br />
Agroindustrial Santa Juliana, pertencente<br />
ao Grupo Bunge. Esta usina já havia<br />
adquirido outros transportadores <strong>da</strong><br />
Brumazi. "Por estar no setor<br />
sucroenergético há muitos anos,a<br />
Brumazi conquistou a confiança dos<br />
clientes, fornecendo equipamentos de alta<br />
performance a todos. Importantes grupos<br />
instalados no Brasil, como por exemplo a<br />
Cosan e a Cargill, já adquiriram nossos<br />
Circuitos de Transporte de Bagaço",<br />
comenta Paulo Siqueira, diretor comercial<br />
<strong>da</strong> Brumazi.<br />
A Bunge adquiriu a Agroindustrial<br />
Santa Juliana em 2007, o que representou<br />
a entra<strong>da</strong> <strong>da</strong> multinacional norteamericana<br />
na indústria de açúcar, etanol e<br />
cogeração de energia. Localiza<strong>da</strong> no<br />
sudoeste de Minas Gerais, na ci<strong>da</strong>de de<br />
Santa Juliana, a usina está próxima às<br />
ci<strong>da</strong>des de Uberlândia e Araxá.<br />
Produzindo a sua própria energia, gera<strong>da</strong><br />
a partir do bagaço, resíduo <strong>da</strong> moagem <strong>da</strong><br />
cana, tem capaci<strong>da</strong>de de moagem de 1,6<br />
milhão de tonela<strong>da</strong>s de cana-de-açúcar,<br />
número que será ampliado em breve para<br />
4,2 milhões de tonela<strong>da</strong>s.<br />
www.brumazi.com.br<br />
32 CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia
MMtec expande trabalho de manutenção preditiva<br />
Grupo Coral é líder de mercado no Centro-Oeste<br />
A MMtec, empresa origina<strong>da</strong> á 15<br />
anos em Piracicaba-SP, expande, através<br />
<strong>da</strong> regional Centro-Oeste, o trabalho<br />
de manutenção preditiva em análise<br />
de vibrações, termografia, balanceamentos,<br />
alinhamento a laser, ultrasom<br />
e magnetoscopia nas indústrias situa<strong>da</strong>s<br />
no Estado de Goiás e Mato Grosso.<br />
Na hora de iniciar a programação<br />
de manutenção de entressafra. A comodi<strong>da</strong>de<br />
está em saber o que fazer, o<br />
que desmontar, o que trocar, o que recuperar,<br />
o que contratar e deixar o<br />
que é bom apenas hibernando. Mas<br />
como fazer isso?<br />
A preditiva é a melhor ferramenta<br />
para indicar o que fazer, deixando o<br />
gestor de manutenção com segurança<br />
para direcionar os trabalhos de manutenção<br />
de entressafra.<br />
Neste momento é hora de resgatar<br />
todos os históricos de para<strong>da</strong>s e arrojar<br />
as inspeções de vibração, termovisão,<br />
análise de óleos de ca<strong>da</strong> equipamento<br />
para assim termos visão do que<br />
e necessário reparar na planta industrial.<br />
O arrojo na preditiva trata-se de<br />
um aumento <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong>de de máquinas<br />
inspeciona<strong>da</strong>s, bem como na<br />
frequência de coleta de <strong>da</strong>dos para<br />
assim nos certificarmos <strong>da</strong>s falhas encontra<strong>da</strong>s<br />
e podermos avaliar sua relevância,<br />
pois assim é possível o dimensionamento<br />
do capital a ser disponibilizado,<br />
bem como tempos e<br />
pessoas envolvi<strong>da</strong>s.<br />
Com o aumento dos custos de manutenção<br />
e mão de obra, deve-se mu<strong>da</strong>r<br />
a estratégia de atuação e reduzir<br />
custos Portanto, a organização dos<br />
trabalhos internos é item que faz<br />
grande diferença e, além de proporcionar<br />
aumento <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> útil de equipamentos,<br />
proporciona o comprometimento<br />
<strong>da</strong> equipe de manutenção no<br />
resultado operacional <strong>da</strong> empresa.<br />
Respostas rápi<strong>da</strong>s e seguras nesse momento<br />
são a chave do sucesso.<br />
É preciso avaliar o custo de reparo<br />
de máquinas e equipamentos e, para<br />
isso, se faz necessário adotar a filosofia<br />
e cultura de maximizar a eficiência,<br />
identificando e solucionando as per<strong>da</strong>s,<br />
além de focar na intervenção cirúrgica,<br />
fazer o que realmente é preciso.<br />
É necessário esquecer a antiga filosofia<br />
do desmancha tudo e procurar o<br />
defeito. Foquemos no diagnóstico e<br />
intervenção programa<strong>da</strong>.<br />
A equipe de inspetores que identificam<br />
falhas e as acompanham devem<br />
suprir o coordenador de manutenção<br />
para direcionar os trabalhos, propondo<br />
melhorias, e direcionando os reparos às<br />
empresas de tecnologia que possam resolver<br />
problemas que foram identificado<br />
pelas técnicas de análise de vibrações,<br />
termográfica, magnétoscopia, ultrasom<br />
e demais ENDs (ensaios não<br />
destrutivos). Assim, o resultado será o<br />
sucesso <strong>da</strong> manutenção e disponibili<strong>da</strong>de<br />
dos equipamentos.<br />
A MMtec faz planejamento, monitoramento<br />
e inspeções de equipamentos,<br />
pré-estabelecendo rotas, períodos<br />
e modos de intervenção para que a intervenção<br />
seja um procedimento cirúrgico<br />
e direcionado e atacando a<br />
causa raiz do problema, visando a disponibili<strong>da</strong>de<br />
de máquina, evitando o<br />
retrabalho e maximizando a eficiência<br />
do conjunto industrial.<br />
A programação de manutenção se<br />
baseia nas técnica preditivas de análise<br />
de vibração, inspeção termográfica,<br />
utrassom análise de trinca por partículas<br />
magnéticas, alinhamento a laser<br />
e balanceamento.<br />
Líder de mercado no Centro-<br />
Oeste na terceirização de serviços,<br />
o Grupo Coral mantém esse título<br />
graças a uma estrutura basea<strong>da</strong><br />
na utilização de alta tecnologia,<br />
seguindo rígidos padrões de quali<strong>da</strong>de<br />
em atendimento e prestação<br />
de serviços. Presente em 9 Estados,<br />
atualmente gera mais de<br />
7.000 empregos diretos em suas<br />
operações em mais de 300 ci<strong>da</strong>des.<br />
O Grupo Coral oferece um<br />
serviço altamente qualificado e<br />
comprovado com mais de três déca<strong>da</strong>s<br />
de tradição no mercado.<br />
São inúmeras a vantagens <strong>da</strong><br />
terceirização de serviços do<br />
Grupo Coral. Conheça algumas<br />
delas:<br />
- Quali<strong>da</strong>de Certifica<strong>da</strong> ISO 9001;<br />
- Tradição de mais de três déca<strong>da</strong>s de<br />
atuação no mercado;<br />
- Interativi<strong>da</strong>de total com os clientes através<br />
do site www.grupocoral.com.br, SAC 0800<br />
646 3020, e-mails diretos aos diversos<br />
setores <strong>da</strong> empresa, etc;<br />
- Processo de seleção e admissão de<br />
funcionários;<br />
- Substituição imediata do funcionário em<br />
caso de licença ou falta de qualquer<br />
natureza, sem nenhum custo adicional;<br />
- Fornecimento de equipamentos e<br />
manutenção dos mesmos;<br />
- Despesas com transporte do pessoal por<br />
conta do Grupo Coral;<br />
- Uniformização atendendo às exigências<br />
dos diversos clientes;<br />
- Treinamento e aperfeiçoamento<br />
constantes de todos os colaboradores;<br />
- Serviços fiscalizados, com controle<br />
eletrônico, por uma equipe que trabalha 24<br />
horas por dia, durante todos os dias do ano.<br />
O Grupo Coral tem as mais modernas<br />
e eficientes soluções em<br />
Limpeza e Conservação. A Coral<br />
Empresa de Segurança Lt<strong>da</strong>, é autoriza<strong>da</strong><br />
a prestar seus serviços de<br />
segurança, com uso de armas, pelo<br />
Ministério <strong>da</strong> Justiça, através<br />
do Departamento de Polícia Federal.<br />
As equipes são seleciona<strong>da</strong>s e<br />
treina<strong>da</strong>s, seguindo as mais rígi<strong>da</strong>s<br />
normas de segurança, em<br />
Centros de Formação de Vigilantes<br />
autorizados pela Polícia Federal.<br />
Opções de Segurança Eletrônica<br />
que o Grupo Coral oferece:<br />
- Alarmes Monitorados;<br />
- Serviços de Ron<strong>da</strong> com Controle<br />
Eletrônico;<br />
- Circuito Fechado de TV Analógico e Digital;<br />
- Monitoramente e Transmissão de Imagens;<br />
- Sistema de Controle de Acesso;<br />
- Sistema de Proteção Perimetral;<br />
- Pronta Resposta;<br />
- Soluções de Segurança Integra<strong>da</strong> - SSI.<br />
Veja alguns serviços especializados<br />
que o Grupo Coral oferece:<br />
- Recepcionistas;<br />
- Motoristas;<br />
- Ascensoristas;<br />
- Secretárias;<br />
- Telefonistas;<br />
- Copeiras;<br />
- Auxiliares em geral;<br />
- Jardineiros;<br />
- Manobristas;<br />
- Pedreiros;<br />
- Encanadores;<br />
- Eletricistas;<br />
- Mecânicos;<br />
- Garagistas, entre inúmeros outros.<br />
O Grupo Coral ain<strong>da</strong> possui os<br />
serviços de segurança pessoal<br />
V.I.P., gastronomia empresarial,<br />
varrição de vias públicas, higienização<br />
e desinfecção hospitalar,<br />
coleta de lixo, administração de<br />
presídios e monitoramento de<br />
apenados.<br />
TransEspecialista investe em infraestrutura e forma líderes para o futuro<br />
Para merecer sempre o melhor e manter-se<br />
entre as melhores e maiores transportadoras<br />
deste país, a TransEspecialista investe constantemente<br />
em processos e pessoas. O segredo é o<br />
amor pelo cliente, o comprometimento total e o<br />
desenvolvimento constante <strong>da</strong>s melhores soluções<br />
para o mercado.<br />
Por isso, em nossa última reunião estratégica,<br />
nos dias 31 de julho e 1 de agosto, a equipe refinou<br />
os conceitos e desenhou seu planejamento<br />
para o próximo semestre e para 2011.<br />
Nessa reunião estavam colaboradores estratégicos,<br />
gerentes e supervisores <strong>da</strong> Matriz e de suas<br />
dez uni<strong>da</strong>des de negócios. O encontro marcou o<br />
lançamento <strong>da</strong> campanha "Quem sou deixa marca",<br />
que tem o objetivo de despertar o espírito de<br />
liderança nos supervisores <strong>da</strong> TransEspecialista. Essa<br />
quali<strong>da</strong>de está sendo ca<strong>da</strong> vez mais exigi<strong>da</strong> no<br />
mercado e isso não é diferente na TransEspecialista,<br />
principalmente frente aos desafios <strong>da</strong> empresa<br />
para os próximos anos. Afinal, num mercado ca<strong>da</strong><br />
vez mais competitivo, várias metas a serem atingi<strong>da</strong>s<br />
e muitas oportuni<strong>da</strong>des a serem galga<strong>da</strong>s, a<br />
Reunião de colaboradores: resultado para o<br />
cliente resulta em satisfação que gera fidelização<br />
equipe precisa ser forma<strong>da</strong> por profissionais próativos<br />
e bem preparados.<br />
Desenvolver novos líderes é uma priori<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />
TransEspecialista, tendo em vista os altos voos que<br />
a empresa almeja para o segundo semestre de 2010<br />
e para os próximos anos. Rosana Zumstein, diretora<br />
<strong>da</strong> TransEspecialista, salienta que a equipe <strong>da</strong><br />
transportadora precisa estar consciente do horizonte<br />
que a empresa pretende trilhar no curto, médio<br />
e longo prazos.<br />
Na reunião foi apresenta<strong>da</strong> aos funcionários<br />
presentes a demonstração de resultados do primeiro<br />
semestre de 2010, que foi muito positivo, marcado<br />
pela renovação do SASSMAQ, e pela aceleração<br />
do processo de implantação <strong>da</strong> ISO 9001, que<br />
deverá ser concluí<strong>da</strong> até outubro deste ano.<br />
Foi apresentado o resultado positivo de duas<br />
pesquisas: uma de satisfação externa, que demonstrou<br />
a aprovação e confiabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> empresa junto<br />
aos clientes, e outra realiza<strong>da</strong> junto ao público<br />
interno, com nossos colaboradores, que mostraram<br />
satisfação com a empresa em que trabalham", pontua<br />
Rosana. "No Brasil, poucas transportadoras<br />
possuem a certificação SASSMAQ, e com ISO, menos<br />
ain<strong>da</strong>. A obtenção <strong>da</strong> ISO 9001 será um diferencial<br />
a mais <strong>da</strong> empresa no mercado, atestando a<br />
irrefutável quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> TransEspecialista quando o<br />
assunto é prestação de serviços logísticos, além <strong>da</strong><br />
preocupação com a sustentabili<strong>da</strong>de e com a comuni<strong>da</strong>de",<br />
completa Rosana.<br />
A empresa está num momento de ampla profissionalização<br />
e diante <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de desenvolver<br />
soluções, ca<strong>da</strong> vez mais seguras e econômicas.<br />
Por isso, o lema atual é inovar, o que sempre permitirá<br />
à transportadora exceder às expectativas de<br />
nossos clientes.<br />
CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia 33
TECNOLOGIA URBANISMO<br />
Propostas de mu<strong>da</strong>nça<br />
para crescimento do<br />
agronegócio<br />
NOVIDADES NO MERCADO<br />
DE SOFTWARES<br />
fotos divulgação<br />
CONFERÊNCIA REALIZADA EM MINAS GERAIS DISCUTE NOVAS<br />
TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO PARA O SETOR RURAL<br />
A2ª Conferência Nacional sobre Defesa<br />
Agropecuária (CNDA), realiza<strong>da</strong> no Expominas,<br />
no 1º semestre desse ano<br />
apontou ações importantes para o<br />
crescimento do agronegócio <strong>brasil</strong>eiro, entre<br />
elas, o uso de novas tecnologias. Cerca de 1600<br />
pessoas de todo o País participaram do evento,<br />
que aconteceu durante a SuperAgro, realizado<br />
pelo governo de Minas Gerais.<br />
O professor Evaldo Vilela, coordenador do<br />
Projeto Inovação Tecnológica para Defesa Agropecuária,<br />
ressaltou a importância do encontro<br />
como meio de focar as atenções para os problemas<br />
enfrentados pela defesa agropecuária no<br />
Brasil e também destacou o potencial <strong>da</strong> ciência<br />
e tecnologia desenvolvido no País: "O Brasil tem<br />
uma importância enorme na produção de alimentos<br />
para o mundo. Temos que aproveitar esse<br />
fato e agir com direcionamento para obtermos<br />
os resultados que desejamos. Vamos utilizar<br />
a tecnologia em favor do agronegócio e fazer<br />
<strong>da</strong> inovação uma mania", defendeu.<br />
José Guilherme Leal, secretário-adjunto <strong>da</strong><br />
SDA/Mapa, ressaltou a importância <strong>da</strong> continui<strong>da</strong>de<br />
dos trabalhos iniciados na Conferência.<br />
"Agora resta acertarmos nossas agen<strong>da</strong>s<br />
de acordo com essas deman<strong>da</strong>s, em busca<br />
de melhorias para o setor. Temos que agir<br />
com rapidez para suprir as necessi<strong>da</strong>des e<br />
garantirmos a evolução <strong>da</strong> defesa agropecuária<br />
do País", disse.<br />
NOVIDADES<br />
Incentivar os negócios nacionais e internacionais<br />
no setor de tecnologia <strong>da</strong> informação (TI) para<br />
atender deman<strong>da</strong>s comerciais de produtores<br />
rurais foi o principal objetivo <strong>da</strong> 2ª Feira de<br />
Software para o Agronegócio – Agrotic . As principais<br />
novi<strong>da</strong>des de TI foram apresenta<strong>da</strong>s durante<br />
os três dias do evento, que ocorreu paralelamente<br />
à 2ª Conferência Nacional sobre Defesa<br />
Agropecuária.<br />
Vinte expositores de software, públicos e privados,<br />
demonstraram na Agrotic as principais novi<strong>da</strong>des<br />
em aplicativos destinados à defesa agropecuária,<br />
cultivo vegetal e administração rural. Além<br />
disso, houve uma série de palestras que abor<strong>da</strong>ram<br />
a importância do uso de tecnologia <strong>da</strong> informação<br />
e sistemas disponíveis para informatização rural.<br />
A Embrapa Instrumentação Agropecuária (São<br />
Carlos, SP) apresentou três softwares que realizam<br />
diagnóstico por imagem (ver box). Os sistemas<br />
computacionais demonstrados na feira foram:<br />
Geolfielder, Sacam e AFSoft, desenvolvidos<br />
para fazer análise por meio de imagem digital do<br />
comportamento de animais, solo e folhas, lançados<br />
no final de 2009.<br />
A Agrotic é coordena<strong>da</strong> pela Embrapa Informática<br />
Agropecuária (Campinas, SP). Já a 2ª Conferência<br />
Nacional sobre Defesa Agropecuária foi<br />
promovi<strong>da</strong> pelo Instituto Mineiro de Agropecuária<br />
(IMA), Universi<strong>da</strong>de Federal de Viçosa (UFV) e<br />
o Ministério <strong>da</strong> Agricultura.<br />
Sacam<br />
O Sacam, software para avaliação do<br />
comportamento de animais em movimento,<br />
desenvolvido pela Embrapa Instrumentação<br />
Agropecuária (São Carlos, SP), em parceria<br />
com a Embrapa Recursos Genéticos e<br />
Biotecnologia (Brasília) é utilizado em<br />
estudo de insetos no controle biológico de<br />
pragas, na avaliação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de do meio<br />
ambiente, nível de poluição, como no caso<br />
de estações de captação, tratamento e<br />
abastecimento de água, proporcionando<br />
rápi<strong>da</strong> toma<strong>da</strong> de decisão em caso de<br />
contaminação e em diferentes situações<br />
onde o comportamento retrata uma<br />
alteração do meio.<br />
GeoFielder<br />
Voltado para agricultura de precisão, ele<br />
pode ser utilizado junto a aeronaves quando<br />
o objetivo é obter imagens aéreas ou em<br />
máquinas agrícolas e veículos para captura<br />
de imagens em solo. O GeoFielder permite<br />
mais precisão nos processos de vistoria, uma<br />
vez que as respostas são localiza<strong>da</strong>s<br />
geograficamente, e maior controle <strong>da</strong><br />
operação de inspetores, execução <strong>da</strong>s<br />
tarefas, deslocamentos e posição.<br />
AFSoft<br />
Esta ferramenta foi desenvolvi<strong>da</strong> para<br />
auxiliar na análise e quantificação<br />
automática de deficiências nutricionais,<br />
incidência de doenças e ataque de insetos<br />
em culturas, a partir <strong>da</strong> imagem digital <strong>da</strong><br />
folha. Também permite medições de área,<br />
comprimento e largura <strong>da</strong> folha e de regiões<br />
<strong>da</strong>nifica<strong>da</strong>s.<br />
Fonte: Embrapa<br />
34 CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia