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brasil - Canal : O jornal da bioenergia

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CARTA DO EDITOR<br />

Mirian Tomé<br />

editor@canal<strong>bioenergia</strong>.com.br<br />

08<br />

12<br />

12 MICRONUTRIENTES<br />

Pesquisadores do IAC avaliam a resposta <strong>da</strong> cultura <strong>da</strong> cana-de-açúcar à<br />

adubação com micronutrientes em áreas de baixa fertili<strong>da</strong>de.<br />

28<br />

22<br />

fotos: divulgação<br />

Paulo rezende<br />

Vigoroso desenvolvimento<br />

A evolução do setor sucroenergético e de<br />

produção de biodiesel nos últimos anos se<br />

deu de forma intensa e devi<strong>da</strong>mente<br />

sustenta<strong>da</strong> na pesquisa, sempre em busca de<br />

inovações que levam aos ganhos em<br />

produtivi<strong>da</strong>de. Nesta edição do CANAL, em<br />

que comemoramos quatro anos de cobertura<br />

<strong>jornal</strong>ística especializa<strong>da</strong>, o leitor poderá<br />

conferir a seleção de algumas notícias que<br />

marcaram o vigoroso desenvolvimento <strong>da</strong><br />

agroenergia no período.<br />

Neste momento de vital importância para<br />

o Brasil, em que as eleições gerais se<br />

aproximam, representantes <strong>da</strong> cadeia<br />

produtiva sucroenergética e de produção de<br />

biodiesel se mobilizam para apresentar aos<br />

candi<strong>da</strong>tos aos principais cargos de direção<br />

do País as ações necessárias para corrigir<br />

deficiências e impulsionar a agroenergia,<br />

expandindo-a internamente e tornando-a<br />

mais competitiva no cenário internacional.<br />

Reforma tributária, ampliação do<br />

mercado externo, desburocratização e acesso<br />

ao crédito nos bancos federais e privados,<br />

regulamentação, melhorias em infraestrutura<br />

e logística são algumas <strong>da</strong>s principais<br />

reivindicações do setor produtivo. Em nossa<br />

matéria de capa abor<strong>da</strong>mos amplamente o<br />

assunto, onde também destacamos o<br />

posicionamento dos principais candi<strong>da</strong>tos à<br />

presidência <strong>da</strong> República em relação ao setor<br />

agroenergético.<br />

Nesta edição especial de aniversário o<br />

leitor ain<strong>da</strong> poderá conferir várias outras<br />

reportagens, essenciais para quem quer se<br />

manter sempre bem informado.<br />

Boa leitura!<br />

08 FENASUCRO<br />

Mais de 30 mil visitantes e cerca de<br />

R$ 2,2 bilhões em negócios realizados<br />

são números que dão a dimensão <strong>da</strong><br />

Fenauscro&Agrocana.<br />

22 ELEIÇÕES<br />

Representantes dos produtores rurais<br />

reúnem-se com os principais<br />

candi<strong>da</strong>tos a governador de Goiás<br />

para discutir o agronegócio do Estado.<br />

28 MAIS BRASIL<br />

Patrimônio afetivo dos goianos, o Rio<br />

Araguaia oferece paisagens de tirar os<br />

fôlego e torna-se destino de milhares de<br />

famílias nas férias de meio de ano.<br />

04 ENTREVISTA<br />

Cid Cal<strong>da</strong>s, coordenador de Açúcar e<br />

Álcool do Ministério <strong>da</strong> Agricultura,<br />

fala sobre mercados e perspectivas para<br />

a produção sucroenergética.<br />

CANAL, o Jornal <strong>da</strong> Bioenergia, é uma publicação <strong>da</strong><br />

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DIRETOR EXECUTIVO: César Rezende - diretor@canal<strong>bioenergia</strong>.com.br<br />

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REPORTAGEM: Evandro Bittencourt, Fernando Dantas,<br />

Luisa Dias e Mirian Tomé<br />

DIREÇÃO DE ARTE: Fábio dos Santos - arte@canal<strong>bioenergia</strong>.com.br<br />

REPRESENTANTE: SÁ PUBLICIDADE E REPRESENTAÇÕES LTDA. BRASÍLIA,<br />

GOIÁS, TOCANTINS, MATO GROSSO, MATO GROSSO DO SUL, REGIÕES NORTE<br />

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Goiás: www.sifaeg.com.br; / REDAÇÃO: Av. T-63, 984 - Conj. 215 - Ed. Monte Líbano<br />

Center, Setor Bueno - Goiânia - GO- Cep 74 230-100 Fone (62) 3093 4082 - Fax (62)<br />

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“Faça-me Senhor conhecer os teus caminhos,<br />

ensina-me as tuas vere<strong>da</strong>s."(Salmo 25:4)


ENTREVISTA - Cid Cal<strong>da</strong>s, coordenador-geral de Açúcar e Álcool do Ministério <strong>da</strong> Agricultura<br />

Olhos no etanol e no açúcar<br />

CID CALDAS FALA SOBRE A PRODUÇÃO SUCROENERGÉTICA NO<br />

BRASIL E AS AÇÕES DO GOVERNO FEDERAL PARA GARANTIR O<br />

ABASTECIMENTO INTERNO E FOMENTAR O SETOR PRODUTIVO<br />

Evandro Bittencourt<br />

Natural de Maceió (AL) Cid Jorge Cal<strong>da</strong>s, é<br />

formado em Ciências Econômicas, com<br />

especialização em análise de Sistema pela<br />

Escola Nacional de Administração Pública<br />

(Enap); Política e Estratégia, pela Associação<br />

dos Diplomados <strong>da</strong> Escola Superior de Guerra<br />

(Adesg) e Negociações Agrícolas Internacionais pela<br />

Universi<strong>da</strong>de Latino Americana e do Caribe (Ulac).<br />

Trabalhou no Instituto de Pesquisa Econômica<br />

Aplica<strong>da</strong>, <strong>da</strong> Secretaria do Tesouro Nacional;<br />

atuou como coordenador-geral de acompanhamento<br />

econômico do Departamento de Abastecimento<br />

e Preços <strong>da</strong> Secretaria de Acompanhamento<br />

Econômico (DAP/MF), foi Coordenador-<br />

Geral de Açúcar e Álcool <strong>da</strong> Secretaria de Produtos<br />

de Base (SPC/MDIC); diretor do Departamento<br />

do Açúcar e do Álcool (SPC/Mapa) e, atualmente,<br />

é coordenador-Geral de Açúcar e Álcool<br />

<strong>da</strong> Secretaria de Produção e Agroenergia do<br />

Ministério <strong>da</strong> Agricultura.<br />

Qual é a atual situação do Brasil no<br />

que se refere à exportação de etanol?<br />

Nós exportamos, nesta safra, em<br />

maio, junho e julho, 539 milhões de<br />

litros. No mesmo período do ano<br />

passado a exportação chegou a 1,2<br />

bilhão, ou seja, uma que<strong>da</strong> de 55%,<br />

o que está relacionado à questão de<br />

estoque, pois nós passamos essa safra<br />

muito apertado, tanto é que nós<br />

tivemos de alterar o nível de mistura<br />

em decorrência de vários fatores.<br />

O principal foi o clima. Choveu demais<br />

no período <strong>da</strong> colheita e acabou<br />

ficando uma parte significativa<br />

de cana, em torno de 7% a 8%, no<br />

campo, o equivalente a 50 milhões<br />

de tonela<strong>da</strong>s de cana. Isso acabou<br />

por reduzir os estoques de etanol. A<br />

redução <strong>da</strong>s exportações de etanol<br />

também está relaciona<strong>da</strong> ao açúcar,<br />

com preço melhor, e ao câmbio, que<br />

não torna atrativo o produto. De janeiro<br />

a julho deste ano nós já exportamos<br />

900 milhões de litros,<br />

contra 1,9 bilhão no mesmo período,<br />

neste caso, também, uma que<strong>da</strong><br />

de mais de 50%.<br />

E quais são as razões do aumento<br />

do preço do etanol?<br />

Nesta safra o etanol está com um<br />

preço maior do que nas últimas duas<br />

safras. A média do ano, no período<br />

de janeiro a julho, do álcool<br />

anidro, em São Paulo, é de 1 real,<br />

contra R$ 0,87 no mesmo período<br />

do ano passado. Isso é até interessante<br />

por dois motivos: quando começamos<br />

uma safra com o preço<br />

de etanol muito baixo é porque as<br />

usinas produzem e colocam logo<br />

no mercado para fazer caixa. Com<br />

isso, acabam queimando esse estoque,<br />

o que dificulta, na entressafra,<br />

de dezembro até o mês de março, a<br />

questão do abastecimento e o preço<br />

se eleva nesses meses. Mas se<br />

ele parte com um preço um pouco<br />

mais elevado que nos anos anteriores<br />

pode amenizar essa questão de<br />

estoque no fim <strong>da</strong> safra. Há um outro<br />

fator que é a disponibilização<br />

de 2.4 bilhões de reais para financiar<br />

o estoque e as empresas já estão<br />

tomando esses recursos. Isso<br />

pode puxar um pouco o preço também,<br />

o que é interessante para que<br />

não desovem todo o produto agora.<br />

E está funcionando bem a captação<br />

desses recursos?<br />

Isso está começando agora, demora<br />

um pouco até saírem as<br />

normativas e o pessoal procurar o<br />

Banco. Além disso, é preciso certificar<br />

o produto em estoque, mas o<br />

sinal que a gente tem é que está<br />

funcionando sim.<br />

A demora para o embarque do açúcar<br />

destinado à exportação tem<br />

provocado filas de navios nos portos<br />

<strong>brasil</strong>eiros. Quais os motivos?<br />

São muitos navios e muito açúcar<br />

para ser embarcado em um mesmo<br />

período. A concentração é muito<br />

grande, por isso o engarrafamento.<br />

Estamos atendendo a Índia, que só<br />

entra em produção um pouco mais<br />

na frente, e os EUA precisaram de<br />

duas exportações adicionais pequenas.<br />

Nesta safra, de maio a junho,<br />

nós exportamos 6.7 milhões<br />

de tonela<strong>da</strong>s, enquanto no mesmo<br />

período do ano passado nós exportamos<br />

os mesmo 6.7 milhões. No<br />

acumulado do ano, de janeiro a julho,<br />

foram 12,5 milhões de tonela<strong>da</strong>s<br />

contra 12.6 milhões, ou seja,<br />

até agora não exportamos mais na<strong>da</strong><br />

que nos mesmos períodos do<br />

ano passado. Só verificamos aumento<br />

se consideramos os 12 últimos<br />

meses, quando exportamos 26<br />

milhões de tonela<strong>da</strong>s de açúcar<br />

contra 22 milhões de tonela<strong>da</strong>s em<br />

relação ao mesmo período anterior.<br />

A redução <strong>da</strong>s exportações de etanol também<br />

está relaciona<strong>da</strong> ao açúcar, com preço melhor,<br />

e ao câmbio, que não torna atrativo o produto<br />

E qual foi o comportamento dos preços<br />

do açúcar, comparativamente?<br />

Os preços aumentaram significativamente.<br />

A média desta safra,<br />

contra a média <strong>da</strong> safra anterior,<br />

período compreendido de maio a<br />

julho, teve uma elevação de preços<br />

de mais de 40%. Se consideramos<br />

o período de janeiro a julho,<br />

esse aumento chegou a 50%,<br />

quando a comparação é com o<br />

mesmo período de 2009.<br />

O preço mais remunerador para o<br />

açúcar tem levado os produtores a<br />

optar pelo aumento <strong>da</strong> fabricação<br />

do produto, em detrimento do<br />

etanol?<br />

Sim, até porque, no caso do açúcar,<br />

é possível receber antecipa<strong>da</strong>mente,<br />

o que é mais complicado<br />

no caso do etanol. Além disso,<br />

o preço é mais remunerador.<br />

E em relação ao crescimento<br />

acentuado do mercado interno de<br />

veículos flex, há algum risco de<br />

desabastecimento?<br />

Estamos atentos à elevação <strong>da</strong><br />

frota de veículos flex, que deve<br />

passar de 10 milhões de veículos,<br />

atualmente, para cerca de 12 milhões<br />

de veículos em 2011. Temos<br />

acompanhado a situação, junto<br />

com o setor e outros ministérios,<br />

para que o financiamento dos estoques<br />

funcione direitinho e, na<br />

entressafra, tenhamos produto<br />

suficiente. Mas não há preocupação,<br />

até porque é necessário que<br />

os produtores façam estoques.<br />

Esperamos que não ocorram chuvas<br />

demais em outubro e novembro<br />

e isso atrapalhe, como atrapalhou<br />

a safra do ano passado. A<br />

preocupação que temos é garantir<br />

o abastecimento.<br />

Ain<strong>da</strong> no início <strong>da</strong> safra nacional<br />

de cana-de-açúcar analistas do<br />

setor alertaram que a redução no<br />

nível de renovação dos canaviais,<br />

reflexo <strong>da</strong> crise, poderia comprometer<br />

o abastecimento em 2011.<br />

O senhor acredita que isso pode<br />

realmente acontecer?<br />

A nossa projeção de crescimento<br />

para essa safra é de 10% na produção<br />

de cana. Isso vai gerar um<br />

incremento de 17% na produção<br />

de açúcar e de cerca de 10% na<br />

produção de etanol, um índice<br />

que já vem, há um longo período,<br />

nessa faixa. O que pode atrapalhar<br />

é a questão climática, mas<br />

não acreditamos que essa redução<br />

na renovação seja tão grande<br />

assim como estão dizendo.<br />

Pode até haver reflexos para a<br />

próxima safra, mas ain<strong>da</strong> é muito<br />

cedo para dizer.<br />

E o que há de novo em relação à<br />

ferrugem alaranja<strong>da</strong> no Brasil?<br />

Já passou pela nossa Secretaria<br />

de Defesa a análise de um produto<br />

<strong>da</strong> Syngenta para o combate a<br />

essa praga e há outros também<br />

em análise. Logo, mais produtos<br />

estarão autorizados para o combate<br />

à praga e, enquanto isso, os<br />

pesquisadores <strong>da</strong> Embrapa estão<br />

trabalhando junto com o Centro<br />

de Tecnologia Canavieira, com a<br />

Ridesa e várias instituições estu<strong>da</strong>ndo<br />

uma forma de combate.<br />

04 CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia


Havia um temor muito grande antes<br />

de essa praga entrar no Brasil e<br />

mesmo quando foi detecta<strong>da</strong> inicialmente.<br />

A ferrugem tem se mostrado<br />

menos impactante do que se<br />

imaginava antes <strong>da</strong> sua chega<strong>da</strong>?<br />

A chega<strong>da</strong> de uma praga como<br />

essa assusta muito, pois quando<br />

se vê uma praga afetando outros<br />

lugares não se sabe qual vai ser o<br />

impacto nos canaviais <strong>da</strong>qui. A<br />

preocupação é sempre grande,<br />

pois não sabemos o que vai<br />

acontecer. Ela chegou e está afetando<br />

algumas regiões mais do<br />

que as outras, mas a nossa resposta<br />

em termos de ação está<br />

basea<strong>da</strong> em muita pesquisa e estudos<br />

para que ela não se espalhe.<br />

Por enquanto, não há nenhum<br />

reflexo na produção, a<br />

própria Conab tem levantado isso<br />

e não tem identificado grandes<br />

prejuízos. Pode haver alguns<br />

problemas localizados, mas na<strong>da</strong><br />

significativo.<br />

Qual é, atualmente, a situação do<br />

zoneamento <strong>da</strong> cana-de-açúcar?<br />

Já publicamos o decreto com as<br />

áreas indica<strong>da</strong>s e está em debate<br />

no Congresso o projeto de lei sobre<br />

as restrições em determina<strong>da</strong>s áreas.<br />

O decreto é indicativo em termos<br />

de financiamento e as proibições<br />

têm de ser determina<strong>da</strong>s por<br />

lei. Hoje, em termos de área, temos<br />

em torno de 8 milhões de hectares<br />

ocupados pela cultura e identificamos<br />

cerca de 64 milhões de hectares<br />

para crescer, o que é uma área<br />

muito grande para se fazer etanol,<br />

principalmente se pensarmos que<br />

<strong>da</strong> área ocupa<strong>da</strong>, atualmente, a<br />

metade é destina<strong>da</strong> à produção de<br />

açúcar. Para dobramos a produção<br />

de etanol seriam necessários mais<br />

5 milhões de hectares, o que é muito<br />

pouco, comparativamente. Por<br />

isso não deve haver nenhuma preocupação<br />

com a questão alimentos<br />

e biocombustíveis.<br />

Qual a opinião do senhor em relação<br />

ao ritmo <strong>da</strong> evolução <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> cana-de-açúcar nos<br />

últimos anos, de modo que haja<br />

aumento <strong>da</strong> produção sem a necessi<strong>da</strong>de<br />

de expandir muito as<br />

áreas de lavouras?<br />

Temos <strong>da</strong>dos que indicam que<br />

crescemos muito de produção e<br />

menos em área, mas chega uma<br />

hora que, por mais que se faça,<br />

chegaremos a um limite. É aí que<br />

passamos a contar com as pesquisas<br />

sobre etanol celulósico e<br />

até do diesel proveniente <strong>da</strong> cana-de-açúcar.<br />

Ou seja, são novos<br />

caminhos para a cana-de-açúcar<br />

e existem grupos fortes querendo<br />

entrar, no Brasil, na produção de<br />

etanol, utilizando o bagaço <strong>da</strong><br />

cana. São novas perspectivas a<br />

médio prazo.<br />

Como está, atualmente, o trabalho<br />

de ampliação de mercados para<br />

o etanol <strong>brasil</strong>eiro no exterior?<br />

Esse trabalho continua. Nós temos<br />

mais de 50 termos de cooperação<br />

com outros países, principalmente<br />

os <strong>da</strong> África, não apenas<br />

para a produção de biocombustível,<br />

mas também para a produção<br />

de alimentos, integra<strong>da</strong> na<br />

área de renovação. Esse trabalho<br />

está sendo mais capitaneado pelo<br />

Ministério <strong>da</strong>s Relações Exteriores.<br />

Temos feito um trabalho muito<br />

intenso com eles e recebemos,<br />

a ca<strong>da</strong> mês, quatro ou cinco missões<br />

de outros países querendo<br />

conhecer mais sobre a produção<br />

de etanol no Brasil. Temos dois<br />

cursos, em parceria com a Embrapa,<br />

de treinamento para técnicos<br />

de outros países, em francês, inglês<br />

e espanhol, para que eles enten<strong>da</strong>m<br />

essa oportuni<strong>da</strong>de. O<br />

etanol só se tornará uma commodity<br />

quando tivermos vários países<br />

produzindo e não apenas dois<br />

grandes produtores mundiais, como<br />

é hoje. Atualmente estamos<br />

exportando, mas amanhã a gente<br />

pode importar, pois essa via tem<br />

de ser de mão dupla.<br />

E como está a discussão em relação<br />

à certificação do etanol <strong>brasil</strong>eiro?<br />

Essa questão, quando gente ouve<br />

falar, geralmente vem de fora para<br />

dentro. E tem sempre alguma coisa<br />

por trás. O que estamos fazendo<br />

é o nosso trabalho, que é o zoneamento,<br />

com três focos: econômico,<br />

indicando áreas de alta produtivi<strong>da</strong>de;<br />

social, indicando áreas<br />

que não depen<strong>da</strong>m do corte manual;<br />

e ambiental, indicando áreas<br />

que não sejam no bioma amazônico,<br />

no Pantanal, na bacia do Alto<br />

Paraguai e nenhuma área de vegetação<br />

nativa, ou seja, não há nenhuma<br />

certificação melhor do que<br />

esta. A gente não precisa de ninguém<br />

para ensinar fazer certificação<br />

e não pode ser do jeito que<br />

querem, pois começam a colocar<br />

subjetivi<strong>da</strong>de na discussão quando<br />

Há uma consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>s especificações do<br />

etanol, não há nenhum problema por parte do<br />

Brasil, <strong>da</strong> União Europeia ou dos Estados Unidos<br />

dizem que não vão comprar o etanol,<br />

alegando que ele está empurrando<br />

o gado para a Amazônia e<br />

provocando desmatamento. Acho<br />

que nós sabemos os nossos problemas.<br />

Não dá para continuar<br />

queimando cana, é preciso qualificar<br />

melhor o pessoal, ter um processo<br />

de integração lavoura-pecuária,<br />

incentivar ain<strong>da</strong> mais a produção<br />

de alimentos nas áreas de<br />

renovação. Isso já é feito, mas de<br />

forma ain<strong>da</strong> não muito coordena<strong>da</strong>.<br />

Mas tudo isso a gente sabe fazer,<br />

não é preciso ninguém vir de<br />

fora explicar para a gente.<br />

E em relação à padronização do<br />

etanol, como está se <strong>da</strong>ndo esse<br />

trabalho?<br />

Isso está sendo estu<strong>da</strong>do. Quem<br />

coordena esse processo, pelo Brasil,<br />

é o Inmetro e a Abnt. Isso está<br />

bem coordenado. Há uma consoli<strong>da</strong>ção<br />

<strong>da</strong>s especificações e, em<br />

termos de etanol, não há nenhum<br />

problema por parte do Brasil, <strong>da</strong><br />

União Europeia ou dos Estados<br />

Unidos. Em relação ao biodiesel há<br />

problemas, pois as matérias-primas<br />

são diversas, o que torna o desafio<br />

um pouco mais complicado,<br />

mas em termos de etanol as especificações<br />

técnicas são muito pareci<strong>da</strong>s<br />

e o assunto está sendo discutido<br />

tecnicamente, sem paixões.<br />

O senhor considera que a mecanização<br />

<strong>da</strong>s lavouras de cana-deaçúcar<br />

está se <strong>da</strong>ndo dentro do<br />

ritmo esperado, considerando que<br />

o tempo restante para que esse<br />

processo seja concluído é relativamente<br />

curto?<br />

Está até mais rápido do que o esperado.<br />

O Ministério do Trabalho<br />

está à frente do programa de requalificação<br />

desses profissionais.<br />

No compromisso <strong>da</strong> melhoria <strong>da</strong>s<br />

condições de trabalho assinado no<br />

ano passado ficou estabeleci<strong>da</strong> a<br />

parcela de compromissos do governo<br />

nesse aspecto e uma série<br />

de coisas. O que preocupa é que<br />

muita gente vai deixar o campo e,<br />

desse pessoal, nem todo mundo<br />

pode ser qualificado para operar<br />

uma máquina de R$ 1 milhão. Mas<br />

as novas indústrias já estão sendo<br />

implanta<strong>da</strong>s com a mecanização.<br />

Estamos atentos e trabalhando<br />

junto com o setor.<br />

CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia 05


Microalgas são alternativa para<br />

a geração de energia limpa<br />

O uso <strong>da</strong>s microalgas para produção de<br />

biocombustíveis, sequestro de carbono e<br />

tratamento de efluentes foram os temas<br />

discutidos durante o 1° Seminário<br />

Microalgas, realizado em São Paulo.O<br />

encontro reuniu pesquisadores nacionais e<br />

internacionais e teve como ponto alto a<br />

palestra <strong>da</strong> cientista e professora doutora <strong>da</strong><br />

Colorado School of Mines (USA), Maria<br />

Ghirardi, que falou sobre os trabalhos<br />

desenvolvidos no National Renewable<br />

Energy Laboratory (NREL), instituição<br />

norte-americana considera<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s<br />

pioneiras em pesquisas com microalgas para<br />

produção de biocombustíveis. O evento foi<br />

organizado pelo Instituto Ekos Brasil, ONG<br />

que desenvolve projetos destinados a<br />

preservar a biodiversi<strong>da</strong>de e promover o<br />

desenvolvimento sustentável, e teve o apoio<br />

<strong>da</strong> Algae Biotecnologia, empresa, pioneira no<br />

desenvolvimento tecnológico de sistemas de<br />

cultivo de microalgas.<br />

Evento discute pragas<br />

<strong>da</strong> cana-de-açúcar<br />

Com o tema "Pragas e Doenças <strong>da</strong><br />

Cultura <strong>da</strong> Cana-de-Açúcar: Riscos<br />

Potenciais, Prejuízos e Seus Controles", a<br />

UniUDOP realizou, com o apoio do<br />

Sifaeg/Sifaçúcar, a 2ª Aula/Palestra do<br />

Curso Agrícola de 2010, em Rio Verde,<br />

Goiás, no final do mês de julho. Durante o<br />

evento, os especialistas Álvaro Sanguino e<br />

Wilson Novaretti, ambos engenheiros<br />

agrônomos, mostraram aos participantes as<br />

principais pragas e doenças <strong>da</strong> cana-deaçúcar,<br />

como a broca <strong>da</strong> cana-de-açúcar,<br />

nematóides, cigarrinhas <strong>da</strong>s raízes e folhas,<br />

cupins e migdolus, apontando seus <strong>da</strong>nos e<br />

prejuízos; como identificar; principais<br />

métodos de controle, entre outros.<br />

10ª Conferência Internacional <strong>da</strong><br />

Datagro sobre açúcar e etanol<br />

Nos dias 18 e 19 de outubro de 2010<br />

acontecerá a 10ª Conferência Internacional<br />

<strong>da</strong> Datagro sobre Açúcar e Etanol, com o<br />

tema "O Surgimento de uma Nova<br />

Indústria". Será no hotel Grand Hyatt, em<br />

São Paulo.<br />

No dia 18 de outubro, serão abor<strong>da</strong>dos os<br />

seguintes temas: Avaliação <strong>da</strong> Produção no<br />

Brasil em 2010 e perspectivas para 2011;<br />

"Novas tecnologias: Impactos no custo de<br />

produção e uso de açucares totais";<br />

"Organização do setor: Um novo modelo em<br />

construção.<br />

O fechamento do primeiro ciclo de<br />

palestras caberá a Luis Pogetti, presidente do<br />

Conselho <strong>da</strong> Copersucar, que conduzirá<br />

palestra sobre "O modelo <strong>da</strong> Copersucar<br />

num mercado de grandes conglomerados".<br />

Alexandre Figliolino, diretor do banco Itaú<br />

BBA S/A, tratará dos "Indicadores<br />

financeiros e consoli<strong>da</strong>ção do setor: uma<br />

história recente".<br />

No dia 19, Peter Baron, diretor-executivo<br />

<strong>da</strong> International Sugar Organization (ISO),<br />

falará sobre "A importância crescente <strong>da</strong><br />

diversificação". Outros temas: "Mercado do<br />

Açúcar", "Balanço açucareiro mundial em<br />

2010/11: bearish ou bullish?; "Integração<br />

açúcar-etanol: flexibili<strong>da</strong>de crescente na<br />

União Europeia?" e "2010 e 2011: quando a<br />

Índia ficará livre dos seus ciclos de produção<br />

– perspectivas de desregulamentação".<br />

A Conferência Datagro reunirá ain<strong>da</strong><br />

presidentes de sindicados <strong>da</strong>s indústrias de<br />

açúcar e álcool, que analisarão "O<br />

posicionamento estratégico <strong>da</strong> indústria<br />

<strong>brasil</strong>eira". Estão confirma<strong>da</strong>s as presenças<br />

<strong>da</strong>s seguintes lideranças estaduais: André<br />

Rocha (Goiás); Antonio José de Souza<br />

(Maranhão); Edmundo Barbosa (Paraíba);<br />

Luiz Custódio Cotta Martins (Minas Gerais);<br />

Marcos Sawaya Jank (São Paulo); Pedro<br />

Robério de Melo Nogueira (Alagoas); Renato<br />

Pontes Cunha (Pernambuco) e Roberto<br />

Hollan<strong>da</strong> Filho (Mato Grosso do Sul).<br />

O tema "Competitivi<strong>da</strong>de" será abor<strong>da</strong>do<br />

por Guilherme Nastari, diretor <strong>da</strong> Datagro.<br />

O convi<strong>da</strong>do Maurício Sacramento, <strong>da</strong> Noble<br />

Sugar Inc., apresentará palestra com o tema<br />

"Competitivi<strong>da</strong>de internacional no açúcar:<br />

novos desafios".<br />

Fisa 2010 apresenta<br />

bons negócios para a<br />

indústria alimentícia<br />

A 15ª edição <strong>da</strong> Food<br />

ingredients South America<br />

(FiSA) acontece de 21 a 23 de<br />

setembro, no Pavilhão Azul do<br />

Expo Center Norte, na ci<strong>da</strong>de de<br />

São Paulo.Em paralelo à mostra<br />

de novas tecnologias, processos e<br />

produtos, a FiSA 2010 - maior e<br />

mais completo evento para<br />

ingredientes alimentícios <strong>da</strong><br />

América Latina - realiza também<br />

congresso internacional, que<br />

trará as principais novi<strong>da</strong>des e<br />

tendências do setor.<br />

A programação do Congresso<br />

FiSA 2010 está dividi<strong>da</strong> em cinco<br />

macro temas fun<strong>da</strong>mentais para<br />

a indústria de alimentos:<br />

Redução de Custos x Inovação,<br />

Saúde Intestinal, Novos<br />

Ingredientes Naturais e<br />

Funcionais, Processos para<br />

Indústria Alimentícia e<br />

Ingredientes Funcionais e suas<br />

Aplicações. Mais informações<br />

no site www.fi-events.com.br<br />

Errata<br />

Na última edição <strong>da</strong> seção<br />

“Sifaeg em Ação”, a<br />

matéria se referia à Usina<br />

S. Francisco, do Grupo<br />

USJ, localiza<strong>da</strong> em<br />

Quirinópolis (GO), e não<br />

à Usina S.João, <strong>da</strong> mesma<br />

empresa e também<br />

cita<strong>da</strong> na matéria.<br />

O CANAL–Jornal <strong>da</strong> Bioenergia tem parceria com o CEISE (Centro Nacional <strong>da</strong>s Indústrias do<br />

Setor Sucroalcooleiro e Energético). Associados têm DESCONTO especial em anúncio no <strong>jornal</strong>.<br />

Informações:comercial@canal<strong>bioenergia</strong>.com.br<br />

Interativi<strong>da</strong>de com o leitor<br />

Participe <strong>da</strong>s nossas pautas! Mande<br />

suas sugestões de assuntos para o<br />

CANAL-Jornal <strong>da</strong> Bioenergia.<br />

Envie e-mail para:<br />

editor@canal<strong>bioenergia</strong>.com.br<br />

re<strong>da</strong>cao@canal<strong>bioenergia</strong>.com.br<br />

06 CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia


OPINIÃO<br />

divulgação<br />

Philippe Roques é<br />

diretor industrial <strong>da</strong><br />

Dalkia Brasil<br />

Hidrelétrica ou biomassa?<br />

Oepisódio sobre o leilão para<br />

construção <strong>da</strong> usina hidrelétrica<br />

de Belo Monte reacende<br />

o debate sobre as fontes utiliza<strong>da</strong>s<br />

no Brasil para produção de energia.<br />

Embora forneça energia limpa e com<br />

baixa emissão de poluentes, a hidrelétrica<br />

de Belo Monte apresenta uma<br />

série de entraves que vão desde questões<br />

políticas e ambientais ao impacto<br />

que gerará à comuni<strong>da</strong>de.<br />

O projeto para construção de Belo<br />

Monte renasce após 30 anos de discussões<br />

acerca de sua viabili<strong>da</strong>de e<br />

em meio à corri<strong>da</strong> eleitoral. Os R$ 19<br />

bilhões iniciais previstos para a concretização<br />

do projeto podem chegar a<br />

quase R$ 35 bilhões, segundo expectativas<br />

<strong>da</strong>s empresas que estu<strong>da</strong>ram a<br />

construção. A alta do valor de implementação<br />

do projeto ain<strong>da</strong> poderá influenciar<br />

o preço final <strong>da</strong> energia gera<strong>da</strong><br />

na usina, um dos critérios tidos<br />

como vantajosos para que Belo Monte<br />

saísse do papel.<br />

Paralelamente, os impactos ambientais<br />

e sociais que a construção <strong>da</strong><br />

usina trarão à comuni<strong>da</strong>de são imensos.<br />

Além de ser necessária a alteração<br />

do curso do rio, deslocando grandes<br />

quanti<strong>da</strong>des de recursos naturais<br />

como rochas e terra, e a inun<strong>da</strong>ção de<br />

uma parte <strong>da</strong> floresta, o que emite<br />

mais gás carbônico, a usina mu<strong>da</strong>rá<br />

drasticamente a rotina dos moradores<br />

<strong>da</strong> região. E mesmo com todo esse esforço,<br />

a usina só começará a gerar<br />

energia em meados de 2015.<br />

Diante desse cenário de dificul<strong>da</strong>des<br />

existe a possibili<strong>da</strong>de de pensarmos<br />

em outras fontes de energia. A geração<br />

de energia a partir de biomassa,<br />

além de deman<strong>da</strong>r menor capital<br />

para a implementação de projetos, garante<br />

a geração de energia em menor<br />

tempo. Outra vantagem é que a construção<br />

<strong>da</strong>s usinas pode ser centraliza<strong>da</strong><br />

na área de consumo, o que diminui<br />

os custos de transmissão. A estimativa<br />

é que, no prazo de dois a três anos,<br />

uma térmica de biomassa já poderia<br />

fornecer energia.<br />

Outro ponto a favor <strong>da</strong> biomassa,<br />

frente à Belo Monte, é o baixo impacto<br />

direto aos recursos naturais e seu<br />

entorno. A geração à biomassa, aliás,<br />

agrega utili<strong>da</strong>de a um resíduo natural,<br />

antes descartado sem utilização,<br />

movimentando a economia do entorno,<br />

uma vez que cria uma nova deman<strong>da</strong><br />

por produtos e trabalhadores.<br />

De acordo com especialistas, com<br />

os investimentos necessários, a biomassa<br />

pode responder anualmente<br />

pela produção de 5 mil megawatt<br />

ao ano, quanti<strong>da</strong>de considera<strong>da</strong><br />

ideal para inclusão anual no sistema<br />

elétrico <strong>brasil</strong>eiro, para manutenção<br />

do crescimento do País. A<br />

tendência é que a tecnologia para a<br />

implementação de termoelétricas<br />

de biomassa, hoje considera<strong>da</strong> cara,<br />

torne-se mais barata, proporcionalmente<br />

à sua utilização.<br />

A matriz energética <strong>brasil</strong>eira é<br />

considera<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s mais limpas do<br />

mundo. Cerca de 45% <strong>da</strong> energia gera<strong>da</strong><br />

no Brasil é resultado de fonte<br />

renovável. Atualmente são 85% de<br />

energia produzi<strong>da</strong> em hidrelétricas e<br />

5,4% de termoelétricas à biomassa.<br />

Especificamente sobre biomassa,<br />

como grande trunfo em relação aos<br />

demais países, o Brasil possui um clima<br />

favorável a esse tipo de geração de<br />

energia. Também a biodiversi<strong>da</strong>de<br />

contribui para a existência de uma<br />

ampla gama de recursos que podem<br />

ser utilizados na produção de energia<br />

com biomassa.<br />

No Brasil, os dois principais tipos<br />

de biomassa utilizados são a cana de<br />

açúcar (etanol), que tem um mercado<br />

mais estruturado, e os resíduos de madeira<br />

e vegetais, parte <strong>da</strong> cadeia que<br />

começa a se estruturar. Porém, ain<strong>da</strong><br />

há diversos outros materiais que podem<br />

ser utilizados na geração de<br />

energia, como palha de milho e de trigo,<br />

casca de arroz e resíduos de cacau,<br />

entre outros. Outro ponto de destaque<br />

para a utilização <strong>da</strong> biomassa é o custo<br />

<strong>da</strong> matéria-prima inicial, que sofre<br />

menor flutuação no mercado, frente a<br />

outras fontes, e pode gerar menor impacto<br />

no preço final <strong>da</strong> energia.<br />

A preocupação global com o meio<br />

ambiente deve ain<strong>da</strong> ser um dos principais<br />

motores para impulsionar a geração<br />

de energia a partir de biomassa<br />

no Brasil. Isso porque o processo de<br />

geração de energia com esse tipo de<br />

matéria-prima reduz consideravelmente<br />

a eliminação de gás carbônico<br />

na atmosfera, durante a queima do<br />

produto. Em um cenário em que os<br />

países possuem metas crescentes para<br />

redução de poluentes e onde as principais<br />

empresas globais priorizam recursos<br />

mais limpos, a biomassa pode<br />

ser a chave para transformar o desafio<br />

<strong>da</strong> sustentabili<strong>da</strong>de em reali<strong>da</strong>de.<br />

O Brasil tem muito a ganhar com<br />

a geração à biomassa. Além de funcionar<br />

muito bem e gerar ganhos<br />

ambientais e financeiros, gera oportuni<strong>da</strong>des.<br />

Com o tempo e o amadurecimento<br />

desse mercado, as indústrias<br />

de biomassa deverão se estruturar<br />

e <strong>da</strong>r mais veloci<strong>da</strong>de à criação<br />

e negociação de uma energia mais<br />

limpa e mais barata. Além disso, o<br />

País tem a possibili<strong>da</strong>de de se firmar<br />

como uma potência na geração de<br />

energia limpa e servir de modelo aos<br />

demais países do globo.<br />

CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia 07


FENASUCRO 2010<br />

Muitas novi<strong>da</strong>des no maior encontro<br />

mundial do setor sucroenergético<br />

fotos: divulgação<br />

Organizadores têm expectativa de superar<br />

R$ 2,2 bilhões em negócios durante a feira<br />

Durante quatro dias, de 31 de agosto a 03<br />

de setembro, a ci<strong>da</strong>de de Sertãozinho, no<br />

interior do Estado de São Paulo, será palco<br />

do maior encontro mundial para a exposição<br />

de novi<strong>da</strong>des às usinas e indústrias do setor<br />

sucronergético, através <strong>da</strong> Fenasucro&Agrocana<br />

– XVIII Feira Internacional <strong>da</strong> Indústria Sucroalcooleira<br />

e VIII Feira de Negócios e Tecnologia <strong>da</strong><br />

Agricultura <strong>da</strong> Cana-de-Açúcar.<br />

A organização espera receber mais de 30 mil visitantes<br />

altamente qualificados, entre técnicos,<br />

profissionais e autori<strong>da</strong>des diretamente relacionados<br />

ao setor, público este que trava contato com as<br />

novi<strong>da</strong>des em serviços, produtos e tecnologias<br />

apresenta<strong>da</strong>s pelos 420 expositores.<br />

Na Fenasucro estão presentes os principais fornecedores<br />

de produtos ligados às áreas de utili<strong>da</strong>des,<br />

serviços, automação e instrumentação, elétrica,<br />

caldeiraria e mecânica pesa<strong>da</strong>, química e derivados,<br />

energia e outros. Já na Agrocana os destaques<br />

são os equipamentos e insumos voltados para<br />

o preparo de solo, plantio, tratos culturais e colheita<br />

<strong>da</strong> cana-de-açúcar.<br />

Além <strong>da</strong> ampla e diversifica<strong>da</strong> oferta em produtos<br />

e serviços, as feiras também são referências para<br />

o intercâmbio tecnológico e comercial entre as<br />

usinas <strong>brasil</strong>eiras e os profissionais que atuam na<br />

área em 40 diferentes países.<br />

EVENTOS SIMULTÂNEOS<br />

A edição 2010 <strong>da</strong> Fenasucro&Agrocana contará<br />

com uma ampla e diversifica<strong>da</strong> programação de<br />

eventos simultâneos. A ca<strong>da</strong> ano, as feiras integram<br />

à agen<strong>da</strong> novos parceiros e iniciativas para<br />

oferecer aos visitantes e expositores opções para a<br />

troca de experiências profissionais e contatos comerciais.<br />

No dia 30 de agosto, <strong>da</strong>s 8 às 16 horas, acontece<br />

o XII Fórum Internacional Fenasucro&Agrocana,<br />

evento oficial de abertura <strong>da</strong>s Feiras, no Teatro<br />

Municipal de Sertãozinho. Com o tema "Do<br />

álcool para o etanol", o assunto será debatido em<br />

três painéis temáticos sob a ótica empresarial,<br />

tecnológica, estratégica e operacional, que discutirão<br />

a internacionalização do consumo do<br />

etanol e <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s usinas <strong>brasil</strong>eiras,<br />

além <strong>da</strong> mundialização <strong>da</strong> produção do combustível<br />

feito a partir <strong>da</strong> cana.<br />

Entre os participantes, estão nomes como o ministro<br />

<strong>da</strong> Agricultura do Brasil, Wagner Rossi; do<br />

presidente <strong>da</strong> Shree Renuka Sugars, Narendra<br />

Murkumbi, e de Miguel Sol<strong>da</strong>telli Rossetto, presidente<br />

<strong>da</strong> Petrobras Biocombustíveis.<br />

Além do Fórum Oficial de Abertura, passando pela<br />

segun<strong>da</strong> edição do projeto APLA/APEX, que terá<br />

neste ano mais participantes, até os tradicionais Brasil<br />

Cana Show e o Seminário Gegis, o objetivo <strong>da</strong><br />

Multiplus Feiras e Eventos, organizadora <strong>da</strong> Fenasucro&Agrocana,<br />

e dos parceiros realizadores <strong>da</strong>s Feiras<br />

é criar as condições e o ambiente estimulante para a<br />

renovação técnica e profissional dos participantes.<br />

ESPAÇO AGROCANA<br />

Uma novi<strong>da</strong>de para edição deste ano é o Espaço<br />

Agrocana de Convivência e Negócios, área especialmente<br />

projeta<strong>da</strong> e estrutura<strong>da</strong> para receber diversos<br />

formatos de eventos, como lançamento de<br />

produtos, palestras, apresentação de cases ou qualquer<br />

outro tipo de evento que envolva expositores,<br />

empresas, instituições e enti<strong>da</strong>des participantes <strong>da</strong><br />

Feira.<br />

Neste Espaço, com capaci<strong>da</strong>de para 400 pessoas,<br />

com realização <strong>da</strong> Multiplus Feiras e Eventos,<br />

em parceria com a Copercana e a Canaoeste, acontecerá<br />

o I Workshop Agrocana Fitotécnico e de<br />

Motomecanização, no dia 03 de Setembro, <strong>da</strong>s 9h<br />

às 13h30. As palestras e apresentações de cases serão<br />

conduzidos pelo IAC - Instituto Agronômico de<br />

Campinas e pelo Gmec - Grupo de Motomecanização.<br />

O evento será destinado aos produtores agrícolas<br />

e profissionais do setor.<br />

A Canaoeste, Copercana e o Sindicato Rural de<br />

Sertãozinho realizarão no dia 01 de setembro, a<br />

partir <strong>da</strong>s 10 horas <strong>da</strong> manhã, neste Espaço Agrocana,<br />

o Encontro Anual de Produtores de Cana-de-<br />

Açúcar, no qual os produtores se reúnem para procurarem<br />

mecanismos estratégicos para o futuro <strong>da</strong><br />

cana, do açúcar e do etanol.<br />

08 CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia


BIOCOMBUSTÍVEL INOVAÇÃO<br />

Comércio de diesel de cana-de-açúcar<br />

deve ter início no próximo ano<br />

unica/niels andreas/divulgão<br />

OBrasil deve comercializar<br />

diesel produzido a partir<br />

de cana-de-açúcar já no<br />

próximo ano, de acordo<br />

com as informações <strong>da</strong> produtora<br />

americana do biocombustível<br />

Amyris Biotechnologies. No mês<br />

de julho, a empresa inaugurou um<br />

projeto conjunto com a prefeitura<br />

de São Paulo.<br />

Em parceria com o Grupo São<br />

Martinho, a divisão <strong>brasil</strong>eira <strong>da</strong><br />

Amyris Biotechnologies irá produzir<br />

o biocombustível na fábrica<br />

monta<strong>da</strong> em Pradópolis, interior<br />

de São Paulo. A produção e a comercialização<br />

serão ain<strong>da</strong> no começo<br />

de 2011.<br />

O projeto piloto <strong>da</strong> Amyris, em<br />

parceria com a prefeitura, prevê<br />

um teste com seis veículos do<br />

transporte urbano <strong>da</strong> capital paulista.<br />

Três ônibus do transporte urbano<br />

público serão abastecidos<br />

com 5% do biodiesel de cana-deaçúcar.<br />

No mesmo período, outros<br />

três serão abastecidos apenas com<br />

biocombustível para comparar as<br />

diferenças de rendimento entre o<br />

diesel comum e o <strong>da</strong> cana-deaçúcar.<br />

O teste na capital paulista tem<br />

ain<strong>da</strong> o apoio <strong>da</strong> Mercedes-Benz,<br />

multinacional que fabrica os motores<br />

de ônibus, e a Petrobras, que<br />

será responsável pela distribuição<br />

do novo combustível.<br />

SÃO MARTINHO<br />

A parceria com a São Martinho<br />

tem um formato de joint venture,<br />

controla<strong>da</strong> em igual proporção pelas<br />

duas partes. Os dois grupos serão<br />

responsáveis pela construção<br />

<strong>da</strong> fábrica em São Paulo.<br />

A nova uni<strong>da</strong>de utilizará a tecnologia<br />

<strong>da</strong> Amyris – que se baseia<br />

na modificação de leveduras, capazes<br />

de converter a sacarose – para<br />

produzir farneseno a partir do caldo<br />

<strong>da</strong> cana.<br />

O início <strong>da</strong> construção <strong>da</strong> nova<br />

planta, cuja capaci<strong>da</strong>de de processamento<br />

inicial é equivalente a 1<br />

milhão de tonela<strong>da</strong>s de cana-deaçúcar<br />

por safra, está condicionado,<br />

entre outros fatores, à aprovação<br />

do projeto de engenharia e à<br />

obtenção de licenças ambientais,<br />

até dezembro deste ano.<br />

O diesel <strong>da</strong> cana é um biocombustível<br />

de segun<strong>da</strong> geração desenvolvido<br />

pela Amyris, que escolheu<br />

o mercado <strong>brasil</strong>eiro para o<br />

desenvolvimento do produto. A expectativa<br />

<strong>da</strong> empresa, para crescer<br />

neste mercado, é se aliar a grandes<br />

produtores de etanol, como Cosan,<br />

Bunge e Açúcar Guarani.<br />

CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia 09


SIFAEG EM AÇÃO<br />

Maior poder analítico para os produtores<br />

Uma agen<strong>da</strong> proativa em busca de<br />

aprimorar o conhecimento do mercado<br />

<strong>brasil</strong>eiro e internacional tem<br />

estimulado os associados do Sifaeg e<br />

Sifaçúcar, sindicatos que representam os produtores<br />

de etanol e de açúcar do Estado de<br />

Goiás. O desafio dos dirigentes <strong>da</strong> enti<strong>da</strong>de é<br />

levar às equipes <strong>da</strong>s 38 usinas filia<strong>da</strong>s informação<br />

decisiva para que o setor siga crescendo<br />

ca<strong>da</strong> vez mais de forma sustentável.<br />

A diretoria <strong>da</strong> enti<strong>da</strong>de promove constantemente<br />

cursos, palestras e treinamentos que<br />

apresentam novi<strong>da</strong>des e fornecem consultoria<br />

para garantir a superação de dificul<strong>da</strong>des<br />

e o crescimento <strong>da</strong>s empresas em Goiás. “O<br />

nosso compromisso com o associado do Sifaeg/Sifaçúcar<br />

é oferecer atualização e diferenciais<br />

para que eles se posicionem de maneira<br />

privilegia<strong>da</strong> nesse mercado tão dinâmico”,<br />

afirma o presidente executivo do sindicato,<br />

André Rocha.<br />

No mês de agosto, o Sifaeg/Sifaçúcar realizou,<br />

em parceria com o Conselho Temático do<br />

Agronegócio <strong>da</strong> Federação <strong>da</strong> Indústria do Estado<br />

de Goiás e a consultoria FCStone, o Seminário<br />

Mercado de Açúcar, Etanol e Dólar. Cerca<br />

de 60 pessoas, entre associados e representantes<br />

de empresas parceiras do setor sucroenergético<br />

em Goiás, prestigiaram o evento, realizado<br />

na sede <strong>da</strong> Fieg, em Goiânia (GO).<br />

Para o presidente do Conselho Administrativo<br />

do Sifaeg e do Sifaçúcar, Segundo Braoios,<br />

este evento foi de grande importância para dividir<br />

experiência entre associados e clientes sobre<br />

o mercado futuro. “Todos nós saímos de lá<br />

mais ricos e a nossa enti<strong>da</strong>de reforçou seu<br />

compromisso em compartilhar informações.”<br />

O consultor <strong>da</strong> FCStone, Marcos Escobar<br />

disse no evento que as empresas precisam,<br />

ca<strong>da</strong> vez mais, ter acesso a análises, estudos<br />

e pesquisas que possibilitem uma compreensão<br />

detalha<strong>da</strong> deste mercado. "A produção de<br />

açúcar e de etanol tem cenários muito complexos<br />

e exige do corpo diretivo <strong>da</strong>s empresas<br />

uma visão ampla e bem baliza<strong>da</strong> na hora de<br />

tomar decisões”, explica Escobar.<br />

AÇÚCAR E ETANOL<br />

Marcos Escobar fez um histórico dos preços<br />

do mercado internacional de açúcar nos<br />

últimos anos. Para 2011, a previsão <strong>da</strong><br />

FCStone é que os preços ain<strong>da</strong> sigam oscilando<br />

muito. “Existe ain<strong>da</strong> uma possibili<strong>da</strong>de,<br />

no caso de não haver uma boa produção<br />

por parte <strong>da</strong> Índia e Europa, de os preços serem<br />

elevados acentua<strong>da</strong>mente. Esse aumento<br />

pode ser até mais intenso caso não se<br />

configure aumento de produção na safra<br />

2011/2012”, afirmou o consultor. No caso do<br />

etanol, as projeções são de aumento do consumo<br />

no mercado interno <strong>brasil</strong>eiro, em<br />

função do crescimento acentuado <strong>da</strong> frota<br />

de carros flex.<br />

O consultor <strong>da</strong> FCStone, Bruno Lima, encerrou<br />

o seminário com uma palestra sobre a<br />

“Tendência e Projeções do Mercado Cambial”.<br />

Ele analisou as perspectivas de cotação <strong>da</strong><br />

moe<strong>da</strong> americana. Em uma retrospectiva, ele<br />

mostrou como o dólar desvalorizou em torno<br />

de 20% de 2006 até começo de 2008, com<br />

recuperação acentua<strong>da</strong> a partir de setembro<br />

desse mesmo ano, já em decorrência <strong>da</strong> crise<br />

financeira mundial.<br />

Para o futuro, A FCStone prevê uma reali<strong>da</strong>de<br />

onde a cotação <strong>da</strong> moe<strong>da</strong> americana<br />

ain<strong>da</strong> terá cenários de oscilação, mas com<br />

uma previsão de valorização a partir do final<br />

desse ano e começo de 2011.<br />

Segundo Braoios: "Nossa enti<strong>da</strong>de<br />

reforçou seu compromisso em<br />

compartilhar informações"<br />

André Rocha: diferenciais para associados<br />

do Sifaeg se posicionarem no mercado<br />

Marcos Escobar, consultor <strong>da</strong> FCStone: “É<br />

preciso maior compreensão do mercado”<br />

10 CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia


PALAVRA DO ESPECIALISTA<br />

Ponto eletrônico -– Portaria nº 1510<br />

Alessandra Harumi Wakay <strong>da</strong> Silva é Advoga<strong>da</strong> sócia do escritório Fátima Jácomo Socie<strong>da</strong>de de Advogados S/S, filial Itumbiara/GO.<br />

Em agosto entraria em vigor a Portaria nº<br />

1.510 do Ministério do Trabalho e Emprego<br />

(MTE)que disciplina o registro eletrônico de<br />

ponto, mas a medi<strong>da</strong> foi adia<strong>da</strong> para o ano que<br />

vem. A grande novi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> nova forma de registro<br />

<strong>da</strong> jorna<strong>da</strong> é a emissão de comprovantes impressos<br />

ao trabalhador a ca<strong>da</strong> registro efetuado, o que, segundo<br />

os defensores <strong>da</strong> medi<strong>da</strong>, contribuiria para<br />

evitar fraudes no controle <strong>da</strong>s horas extras, além de<br />

municiar o trabalhador com documentos para futuras<br />

deman<strong>da</strong>s trabalhistas, bem como a impossibili<strong>da</strong>de<br />

de manipulação dos <strong>da</strong>dos.<br />

Tanto o Registrador Eletrônico de Ponto – REP,<br />

como o programa de tratamento de registro de<br />

ponto eletrônico devem ser adquiridos de empresas<br />

ca<strong>da</strong>stra<strong>da</strong>s no MTE, e exigido do fabricante<br />

atestado técnico e termo de responsabili<strong>da</strong>de, assinados<br />

pelo responsável técnico e pelo responsável<br />

legal <strong>da</strong> empresa, afirmando expressamente<br />

que o equipamento e os programas nele embutidos<br />

atendem às determinações <strong>da</strong> Portaria 1.510<br />

do MTE, documento este que deverá estar à disposição<br />

em caso de eventual fiscalização.<br />

A Portaria impõe às empresas com mais de 10<br />

empregados, que adotam registro eletrônico de<br />

ponto, que se a<strong>da</strong>ptem às suas exigências sob pena<br />

de descaracterização do controle eletrônico <strong>da</strong><br />

jorna<strong>da</strong>, ou seja, em caso de deman<strong>da</strong> judicial,<br />

além de atraírem o ônus <strong>da</strong> prova, não poderão se<br />

valer dos registros de freqüência como tal.<br />

O novo formato de controle de jorna<strong>da</strong> tem enfrentado<br />

severas críticas. A medi<strong>da</strong> implica em<br />

investimentos elevados, aumento desnecessário<br />

de custos, desperdício de tempo para os trabalhadores<br />

em filas extensas, retrocesso tecnológico e<br />

contrarie<strong>da</strong>de aos princípios <strong>da</strong> sustentabili<strong>da</strong>de<br />

ambiental, proporcionali<strong>da</strong>de e eficiência, já que<br />

dificilmente os empregados guar<strong>da</strong>rão milhares<br />

de comprovantes impressos.<br />

Há, ain<strong>da</strong>, a questão <strong>da</strong> insegurança jurídica<br />

que ron<strong>da</strong> a Portaria 1.510/MTE.<br />

A norma exige que sejam utilizados apenas<br />

produtos certificados por órgão oficial, porém é<br />

lacunosa em relação ao procedimento de certificação.<br />

Em geral os processos de certificação<br />

exigem prévia elaboração de normas técnicas<br />

pela Associação Brasileira de Normas Técnicas<br />

- ABNT, porém até o momento não foi edita<strong>da</strong><br />

nenhuma norma sobre os registradores eletrônicos<br />

ou programas.<br />

A Confederação Nacional <strong>da</strong> Indústria - CNI<br />

pleiteia junto ao Presidente Lula a suspensão <strong>da</strong><br />

Portaria, com a sugestão de criação de um grupo<br />

de trabalho tripartite, com a participação <strong>da</strong><br />

CNI ou outras enti<strong>da</strong>des empresariais, dos trabalhadores<br />

e do governo para estu<strong>da</strong>r as modificações<br />

necessárias.<br />

O que se verifica é que a Portaria 1.510/MTE,<br />

apesar de sua boa-intenção, na prática encontra<br />

sérios obstáculos no caminho <strong>da</strong> efetivi<strong>da</strong>de. Por<br />

outro lado, o argumento basilar de prevenção às<br />

fraudes não se mantém diante dos já mencionados<br />

aspectos negativos <strong>da</strong> norma, em especial<br />

porque os maus empregadores poderão continuar<br />

burlando a lei, exigindo, por exemplo, que o empregado<br />

registre o ponto somente após o início do<br />

trabalho ou antes de seu término.<br />

Sopesando as repercussões negativas, o Poder<br />

Judiciário tem deferido liminares em man<strong>da</strong>dos<br />

de segurança por todo o país determinando que a<br />

Superintendência Regional do Trabalho se abstenha<br />

de exigir a implantação do Registro Eletrônico<br />

de Ponto, protegendo, assim, as empresas que<br />

buscam a tutela jurisdicional contra autuações<br />

pelo descumprimento <strong>da</strong> norma. Oportuno destacar<br />

que somente os empregadores que adotam registro<br />

eletrônico estão sujeitos à Portaria, não se<br />

aplicando suas disposições em casos de registros<br />

mecânico ou manual.<br />

Por todos apontamentos expostos, é prudente<br />

que o empregador aguarde o amadurecimento<br />

dos debates sobre a legali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Portaria antes<br />

de investir nos novos REP, em especial em razão<br />

do significativo custo destes equipamentos. Caso<br />

faça esta opção, a empresa deve se resguar<strong>da</strong>r<br />

com a impetração de man<strong>da</strong>do de segurança ou<br />

alteração <strong>da</strong> forma de controle <strong>da</strong> jorna<strong>da</strong> para o<br />

método manual ou mecânico.<br />

Em muitos casos a impetração do man<strong>da</strong>do de<br />

segurança é a medi<strong>da</strong> mais indica<strong>da</strong>, pois garante<br />

que o empregador possa continuar utilizando o sistema<br />

de ponto eletrônico já implantado, evitando<br />

transtornos e prejuízos no controle dos <strong>da</strong>dos.<br />

CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia 11


PESQUISA ADUBAÇÃO<br />

Micronutrientes são aliados no<br />

aumento <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de<br />

GRUPO DE<br />

PESQUISADORES<br />

AVALIA A RESPOSTA<br />

DA CULTURA DA<br />

CANA-DE-AÇÚCAR À<br />

ADUBAÇÃO COM<br />

MICRONUTRIENTES<br />

EM SOLOS DE BAIXA<br />

FERTILIDADE<br />

Evandro Bittencourt<br />

Aumentar a produtivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> cana-de-açúcar<br />

é um desafio permanente à pesquisa<br />

agropecuária e diferentes caminhos vêm<br />

sendo percorridos em busca desse objetivo.<br />

Um dos trabalhos desenvolvidos nesse sentido está<br />

relacionado à adubação <strong>da</strong> cultura com micronutrientes.<br />

O trabalho, iniciativa dos pesquisadores do<br />

Centro de Solos e Recursos Ambientais do Instituto<br />

Agronômico de Campinas, tem como coordenadores<br />

os pesquisadores Estêvão Vicari Mellis e José Antonio<br />

Quaggio. O projeto também conta com a colaboração<br />

de outros pesquisadores pertencentes ao Centro<br />

de Solos e de Cana do IAC e dos Polos Apta-Regional<br />

de Piracicaba, Jaú, Itapetininga e Colina.<br />

O projeto "Micronutrientes em Cana-de-Açúcar"<br />

faz parte dos estudos conduzidos pelo Grupo Nutricana,<br />

formado por pesquisadores especializados em<br />

fertili<strong>da</strong>de do solo, financiado pela Fapesp. Segundo<br />

Estêvão Vicari Mellis, um estudo com micronutrientes<br />

como esse, que envolve um grande número de<br />

áreas experimentais, jamais foi feito no País. "Além<br />

<strong>da</strong> participação desses pesquisadores, o projeto ain<strong>da</strong><br />

conta com a parceria de treze uni<strong>da</strong>des produtoras<br />

do Estado de São Paulo: são elas as usinas Branco<br />

Peres, Moema, Batatais, São João, Da Pedra, Nova<br />

América, Cocal, Guaíra, Colorado, Grupo Virgulino<br />

Oliveira (Uni<strong>da</strong>des José Bonifácio e Itapira), Guarani,<br />

Vista Alegre e Grupo Cosan (Uni<strong>da</strong>de Costa Pinto).<br />

O projeto teve início em 2006 e a primeira parte<br />

dos estudos será concluí<strong>da</strong> até o fim desse ano, afirma<br />

Estêvão Vicari Mellis. O objetivo, explica o pesquisador,<br />

é avaliar a resposta <strong>da</strong> cultura <strong>da</strong> cana-deaçúcar<br />

à adubação com micronutrientes (boro, cobre,<br />

manganês, molibdênio e zinco) em solos do Estado<br />

de São Paulo, especialmente em solos de baixa<br />

fertili<strong>da</strong>de. Para isso foi instala<strong>da</strong>, entre 2006 e 2008,<br />

uma rede de quinze ensaios em diferentes ambientes<br />

e<strong>da</strong>foclimáticos de importantes regiões canavieiras<br />

do Estado de São Paulo. A maior ênfase foi <strong>da</strong><strong>da</strong><br />

para solos arenosos de baixa fertili<strong>da</strong>de natural<br />

ou que foram desgastados pelo cultivo intensivo no<br />

passado. "Esses locais foram escolhidos a partir de<br />

resultados de análises de terra, buscando-se, desde<br />

solos com baixos teores dos principais micronutrientes,<br />

a aqueles com teores médios e altos, objetivando<br />

maior amplitude na disponibili<strong>da</strong>de dos micronutrientes<br />

no solo. Foram usa<strong>da</strong>s varie<strong>da</strong>des tardias de<br />

cana, planta<strong>da</strong>s em diferentes tipos de solo", explica<br />

o pesquisador.<br />

Os tratamentos foram constituídos por doses de<br />

micronutrientes que, com exceção do boro, foram<br />

aplicados no sulco de plantio <strong>da</strong> cana, utilizando-se<br />

os sulfatos como fonte dos nutrientes cobre (Cu),<br />

manganês (Mn) e zinco (Zn), bórax como fonte de<br />

boro (B) e molib<strong>da</strong>to de amônio, como fonte de molibdênio<br />

(Mo).<br />

Aspectos produtivos em avaliação<br />

Os experimentos estão sendo monitorados através<br />

de análises de solo e de folhas e estão sendo avalia<strong>da</strong>s<br />

as produções de colmos e o total de açúcar recuperável<br />

(ATR) na cana planta e também na primeira<br />

soqueira. A produção está sendo determina<strong>da</strong><br />

através <strong>da</strong> colheita e pesagem <strong>da</strong> cana-de-açúcar e<br />

o ATR através de análise tecnológica de amostras de<br />

colmos coleta<strong>da</strong>s nas parcelas.<br />

Os efeitos <strong>da</strong> adubação com micronutrientes na<br />

produção <strong>da</strong> cana-de-açúcar estão sendo determinados<br />

através <strong>da</strong> colheita e pesagem <strong>da</strong>s parcelas no<br />

campo, explica Estêvão Vicari Mellis, um dos coordenadores<br />

<strong>da</strong> pesquisa. O efeito <strong>da</strong> adubação é obtido<br />

através <strong>da</strong> comparação dos tratamentos que receberam<br />

as aplicações de micronutrientes com a testemunha,<br />

que não recebeu aplicação de micronutrientes. Já<br />

os efeitos na quali<strong>da</strong>de industrial (ATR) estão sendo<br />

determinados através de análises tecnológicas realiza<strong>da</strong>s<br />

nos laboratórios <strong>da</strong>s usinas parceiras do projeto.<br />

"Até o fim do ano todos os ensaios estarão colhidos e<br />

então teremos os resultados que irão permitir estabelecer<br />

em quais condições de solo a cana irá responder<br />

à adubação com micronutrientes. Isto permitirá a<br />

definição <strong>da</strong> base para as recomen<strong>da</strong>ções de micronutrientes<br />

para cana, conforme a disponibili<strong>da</strong>de deles<br />

no solo. Porém, para se obter subsídios que possibilitem<br />

estabelecer recomen<strong>da</strong>ções de adubação mais seguras,<br />

necessita-se realizar mais estudos, que permitirão<br />

determinar quais as melhores fontes de fertilizantes,<br />

ajustes de dose mais econômicas e modos de aplicação<br />

mais eficientes. Estas informações serão obti<strong>da</strong>s<br />

em breve, com a continui<strong>da</strong>de de nossos estudos."<br />

12 CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia


divulgação/unica<br />

Para que a adubação com<br />

micronutrientes em solos<br />

de Cerrado apresente<br />

bons resultados é<br />

necessária uma nutrição<br />

mineral equilibra<strong>da</strong><br />

divulgação/jalles machado<br />

Cultivo em áreas de<br />

baixa fertili<strong>da</strong>de<br />

O desempenho agrícola <strong>da</strong> cana-de-açúcar tem apresentado aumentos<br />

expressivos no País, destaca o pesquisador Estêvão Vicari Mellis, mas a produtivi<strong>da</strong>de<br />

média de 80 tonela<strong>da</strong>s por hectare ain<strong>da</strong> é considera<strong>da</strong> baixa<br />

e pode ser melhora<strong>da</strong>. Estêvão explica que um dos fatores que contribui<br />

para essa baixa produtivi<strong>da</strong>de é a expansão <strong>da</strong> cultura em áreas com solos<br />

de baixa fertili<strong>da</strong>de, que exigem manejo mais aprimorado para obtenção<br />

de índices de produtivi<strong>da</strong>de que sejam economicamente viáveis.<br />

O pesquisador destaca que, para um bom desenvolvimento e crescimento<br />

<strong>da</strong> planta de cana, bem como para a geração de açúcar e álcool<br />

etílico de boa quali<strong>da</strong>de e em quanti<strong>da</strong>de suficiente, a cana-de-açúcar<br />

necessita de um adequado suporte nutricional. Além de calagem, adubação<br />

com nitrogênio, fósforo, potássio e rotação de culturas, a ca<strong>da</strong> dia<br />

os micronutrientes (boro, cobre, manganês, zinco e molibdênio) estão se<br />

tornando mais necessários à produtivi<strong>da</strong>de.<br />

Os micronutrientes desempenham funções vitais no metabolismo<br />

<strong>da</strong>s plantas, explica Estêvão Vicari Mellis. "Eles fazem parte de compostos<br />

responsáveis por processos metabólicos e/ou fenológicos e <strong>da</strong> ativação<br />

enzimática, atuando, assim, na resistência a doenças, no acúmulo<br />

de sacarose, no perfilhamento, no crescimento e desenvolvimento<br />

<strong>da</strong> cana-de-açúcar."<br />

PRODUÇÃO NO CERRADO<br />

Naturalmente ácidos e de baixa fertili<strong>da</strong>de, os solos de Cerrado têm<br />

reduzidos teores de micronutrientes, principalmente o zinco. E como para<br />

produzir nesse tipo de solo a calagem é algo imprescindível, lembra o<br />

pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas, o aumento do pH irá<br />

indisponibilizar ain<strong>da</strong> mais os micronutrientes às plantas. "Sendo assim,<br />

espera-se que a adubação com micronutrientes nos solos de Cerrado<br />

possa proporcionar ganhos em produtivi<strong>da</strong>de. Porém, para que a canade-açúcar<br />

respon<strong>da</strong> à adubação com micronutrientes, é necessário fornecer<br />

os outros nutrientes (N, P, K, Ca, Mg e S), também em quanti<strong>da</strong>des<br />

adequa<strong>da</strong>s, realizando uma nutrição mineral equilibra<strong>da</strong> e adequa<strong>da</strong><br />

para que a planta possa atingir sua máxima eficiência agronômica."<br />

RESULTADOS<br />

Os experimentos conduzidos pelo Grupo Nutricana têm sido realizados,<br />

preferencialmente, em solos arenosos e de baixa fertili<strong>da</strong>de natural.<br />

Segundo Estêvão Vicari, os resultados obtidos até o momento revelam<br />

um aumento de até 17% na produção de colmos na cana-planta, com<br />

a aplicação de micronutrientes no sulco de plantio. Além disso, como as<br />

doses aplica<strong>da</strong>s foram altas, o dobro <strong>da</strong>s recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>s até então, observa-se<br />

efeito residual <strong>da</strong> aplicação nas soqueiras. "Com os <strong>da</strong>dos obtidos<br />

até aqui, verificamos que o efeito residual pode proporcionar um<br />

aumento de até 10% na produção de colmos na primeira soqueira. O<br />

projeto ain<strong>da</strong> está em an<strong>da</strong>mento, mas pelo que observamos a aplicação<br />

de micronutrientes em cana-de-açúcar cultiva<strong>da</strong> em solos arenosos e de<br />

baixa fertili<strong>da</strong>de pode ser uma ferramenta para frear a expansão em<br />

área e aumentar a produtivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> cultura, tornando o agronegócio canavieiro<br />

mais sustentável."<br />

CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia 13


Uso precisa ser seguro<br />

Apesar de serem essenciais para a vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s<br />

plantas e animais, inclusive os seres humanos,<br />

assim como os demais nutrientes, a exemplo do<br />

fósforo e o nitrogênio, os micronutrientes, se<br />

aplicados em excesso, podem provocar <strong>da</strong>nos ao<br />

ambiente. "As plantas e seres vivos, normalmente,<br />

necessitam de pequenas quanti<strong>da</strong>des<br />

desses elementos para viver. O fornecimento em<br />

excesso pode provocar toxici<strong>da</strong>de às culturas,<br />

causando severos <strong>da</strong>nos às plantas, podendo até<br />

matá-las. Se acumulado em excesso nas plantas,<br />

estas podem ser ingeri<strong>da</strong>s e ocasionar <strong>da</strong>nos<br />

aos animais e, uma vez inseridos na cadeia alimentar,<br />

podem chegar a provocar doenças nos<br />

seres humanos, inclusive câncer. Além disso,<br />

quando em excesso nos solos, os micronutrientes<br />

podem atingir os cursos d'água, através<br />

<strong>da</strong> lixiviação e erosão, e contaminar rios e<br />

lençóis freáticos, podendo assim causar <strong>da</strong>nos<br />

ambientais ain<strong>da</strong> maiores."<br />

Estevão Vicari ressalta que a aplicação de<br />

micronutrientes deve ser feita, sempre, de forma<br />

segura, baseando-se na análise de solo e foliar, e<br />

devi<strong>da</strong>mente recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> por um técnico<br />

especializado. "O produtor deve sempre consultar<br />

um engenheiro agrônomo", adverte.<br />

divulgação/joão faria<br />

14 CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia


Parceria de sucesso<br />

LOGÍSTICA DE SUPRIMENTOS<br />

AJalles Machado é um exemplo<br />

de gestão logística. A usina<br />

goiana vem profissionalizando<br />

sua logística de suprimentos<br />

e colhendo bons resultados.<br />

Todos os pedidos são programados,<br />

existe uma consciência dos gestores e<br />

de to<strong>da</strong>s as áreas, um lead-time bem<br />

definido e respeitado por todos.<br />

O resultado final é um dos menores<br />

preços por quilo transportado<br />

no Estado, pouca incidência de<br />

urgências, baixíssimo nível de avarias<br />

e extravios. Quando se tem<br />

planejamento, os resultados são<br />

claramente vistos. Agora, com a<br />

construção <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong>de Otávio Lage<br />

(UOL), o planejamento será fun<strong>da</strong>mental<br />

para a manutenção do orçamento<br />

e cumprimento do cronograma<br />

com segurança nas operações. A<br />

uni<strong>da</strong>de UOL é um empreendimento<br />

propulsor de desenvolvimento para<br />

o Estado de Goiás, <strong>da</strong> região do Vale<br />

do São Patrício e, principalmente,<br />

para o município de Goianésia. Como<br />

parceira dos principais grupos<br />

sucroenergéticos do País, a TransEspecialista<br />

tem orgulho de estar junto<br />

com o renomado grupo há quase<br />

10 anos, trazendo soluções logísticas<br />

inovadoras, com políticas de quali<strong>da</strong>de,<br />

foca<strong>da</strong> em resultados.<br />

A fidelização do cliente só acontece<br />

quando são proporcionados serviços<br />

de quali<strong>da</strong>de com custos baixos e<br />

risco zero. Quando há comprometimento<br />

e disciplinas. “O cliente anseia<br />

por um padrão de atendimento para<br />

poder creditar o processo na cadeia<br />

logística. Certificações trazem garantias<br />

de quali<strong>da</strong>de e isenções de riscos.<br />

Integração logística traz redução de<br />

custos, visibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s operações e<br />

confiabili<strong>da</strong>de." diz Ricardo Silva, diretor<br />

<strong>da</strong> TransEspecialista.<br />

O mercado está amadurecendo e<br />

os olhos de muitos grupos voltam-se<br />

para uma gestão de logística de suprimentos<br />

profissional. Desde a homologação<br />

de fornecedores à gestão<br />

do processo.<br />

Rodrigo Ferreira, supervisor <strong>da</strong><br />

TransEspecialista em Goiânia, conta<br />

que a transportadora é responsável<br />

por levar os equipamentos pesados,<br />

divulgação/jalles machado<br />

suprimentos, material de construção<br />

civil, etc <strong>da</strong> obra <strong>da</strong> nova uni<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

Jalles Machado. Tudo tem que ser<br />

transportado dentro do prazo e com<br />

quali<strong>da</strong>de para que a uni<strong>da</strong>de esteja<br />

concluí<strong>da</strong> dentro do período previsto:<br />

abril de 2011.<br />

O transporte dos equipamentos,<br />

muitas vezes de grandes proporções,<br />

requer trabalho profissional. "Temos<br />

que planejar tudo com muita antecedência,<br />

de acordo com a lei, e colocar<br />

na operação apenas pessoas prepara<strong>da</strong>s",<br />

conta Ferreira, que lembra que o<br />

cui<strong>da</strong>do é sempre redobrado para cui<strong>da</strong>r<br />

<strong>da</strong> parceria com o Grupo Jalles<br />

Machado. "É o nosso primeiro cliente<br />

no Estado de Goiás, pelo qual temos<br />

uma estima muito grande", afirma<br />

Rodrigo. Gerson Almei<strong>da</strong> se lembra muito<br />

bem quando a transportadora rodou<br />

pela primeira vez no Centro-Oeste <strong>brasil</strong>eiro.<br />

"Eu sou um dos primeiros funcionários<br />

<strong>da</strong> TransEspecialista. Quando era caminhoneiro,<br />

transportei o primeiro pedido<br />

<strong>da</strong> Jalles, no início de 2002. Por isso<br />

que hoje temos uma história de carinho<br />

e cui<strong>da</strong>do com esse nosso cliente", confidencia.<br />

O coordenador de compras <strong>da</strong><br />

usina, Alex D'Abadia, diz que a matriz<br />

do grupo tem grande parte de seu<br />

transporte feito com a TransEspecialista.<br />

"É um parceiro que realmente<br />

nos atende dentro <strong>da</strong> nossa necessi<strong>da</strong>de."<br />

Ele lembra que a empresa<br />

atende as deman<strong>da</strong>s <strong>da</strong> usina dentro<br />

<strong>da</strong> urgência que as operações requerem.<br />

"O diferencial dessa transportadora<br />

é que ela é foca<strong>da</strong> no setor sucroenergético,<br />

o que é importante<br />

para as uni<strong>da</strong>des do Centro-Oeste.<br />

Sempre precisamos transportar produtos<br />

ou equipamentos de São Paulo<br />

em caráter emergencial".<br />

CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia 15


OPINIÃO<br />

Onório Kitayama é<br />

consultor em Bioeletrici<strong>da</strong>de<br />

divulgação<br />

Bioeletrici<strong>da</strong>de: é preciso sair <strong>da</strong> inércia<br />

Os acontecimentos têm demonstrado<br />

que a bioeletrici<strong>da</strong>de<br />

apresenta um grande potencial.<br />

É desejável como energia limpa e<br />

renovável, importante, por ser uma<br />

geração próxima <strong>da</strong> deman<strong>da</strong>, segura<br />

por ser uma geração distribuí<strong>da</strong>, estratégica,<br />

por complementar a hidroeletrici<strong>da</strong>de<br />

e necessária para o aumento<br />

<strong>da</strong> competitivi<strong>da</strong>de dos produtos<br />

do setor sucroalcooleiro. Mas, infelizmente,<br />

seu aproveitamento está<br />

acontecendo de forma muito lenta e<br />

de maneira desigual.<br />

As inscrições para o último leilão de<br />

energia nova mostram claramente que<br />

as usinas integrantes dos grandes grupos<br />

do setor, principalmente, estão dispostas<br />

a investir na geração <strong>da</strong> bioeletrici<strong>da</strong>de<br />

e, certamente, terão seus projetos<br />

contemplados no certame.<br />

Esse comportamento diferenciado,<br />

verificado entre os produtores,<br />

merece ser devi<strong>da</strong>mente analisado<br />

para que possamos tentar compreender<br />

as razões que expliquem essas<br />

posturas e, como resultado, encontrar<br />

uma saí<strong>da</strong> para essa injustificável<br />

inércia que leva as usinas não<br />

pertencentes aos grandes grupos a<br />

não aproveitarem uma excelente<br />

oportuni<strong>da</strong>de de mercado.<br />

Será que a visão do negócio é diferente<br />

para essas usinas? Será que a geração<br />

<strong>da</strong> bioeletrici<strong>da</strong>de pode ser um<br />

bom negócio para algumas e um mau<br />

negócio para outras?<br />

Basicamente, entendemos que não,<br />

mas existem algumas condições diferentes<br />

no estágio de parti<strong>da</strong>.<br />

Uma <strong>da</strong>s diferenças alega<strong>da</strong>s pelas<br />

usinas para essa não participação é a<br />

diferença entre seus projetos. A maioria<br />

é de projetos existentes (brownfield<br />

) e os grandes projetos são novos e<br />

em regiões pioneiras (greenfield). Essa<br />

é uma alegação parcialmente váli<strong>da</strong>,<br />

pois as greenfields, normalmente,<br />

apresentam vantagens em relação ao<br />

"layout" e a valores de investimentos.<br />

Entretanto, não podemos deixar de<br />

considerar algumas desvantagens de<br />

logística, de falta de infra-estrutura<br />

de distribuição e necessi<strong>da</strong>de de tempo<br />

para atingir a capaci<strong>da</strong>de de maturação<br />

do projeto.<br />

Outra diferença que aparenta fazer<br />

sentido está liga<strong>da</strong> à capaci<strong>da</strong>de<br />

de moagem <strong>da</strong> usina e ao tamanho do<br />

projeto <strong>da</strong> térmica, sendo necessária<br />

uma moagem mínima para viabilizar<br />

técnica e economicamente um projeto<br />

de geração. Já os grandes grupos estão<br />

propondo gerar uma quanti<strong>da</strong>de<br />

de energia que ultrapassa o limite dos<br />

30 MW de injeção que caracteriza a<br />

energia incentiva<strong>da</strong>, o que induz a<br />

ven<strong>da</strong> no mercado regulado. Dentro<br />

desse enfoque, projetos de menor porte<br />

podem, perfeitamente, ser viabilizados<br />

no mercado livre, não sendo<br />

obrigatória sua participação nos leilões<br />

do mercado regulado. Essa é uma<br />

questão que ganha importância na<br />

análise <strong>da</strong> inércia existente.<br />

Como resultado de sua atuação<br />

mais agressiva, o grupo que opta pela<br />

geração já começa a se estruturar e a<br />

se familiarizar com a legislação, as regras<br />

e a cultura do setor elétrico, enquanto<br />

as outras continuam considerando<br />

o setor elétrico como uma ativi<strong>da</strong>de<br />

desconheci<strong>da</strong> e não conseguem<br />

incrementar sua capaci<strong>da</strong>de de análise<br />

para discernir oportuni<strong>da</strong>des e caminhos<br />

para sair <strong>da</strong> inércia e viabilizar<br />

o negócio <strong>da</strong> bioeletrici<strong>da</strong>de.<br />

A experiência vivi<strong>da</strong> pelos geradores<br />

tem demonstrado que o negócio é<br />

lucrativo, gera sinergia com a necessi<strong>da</strong>de<br />

de ganho de competitivi<strong>da</strong>de e<br />

melhora a condição para aumentar o<br />

período de moagem, tendência hoje níti<strong>da</strong><br />

no setor, principalmente em regiões<br />

com o período seco mais acentuado.<br />

Esse é outro ponto muito importante,<br />

pois a moagem estendi<strong>da</strong> por período<br />

maior resulta em disponibili<strong>da</strong>de<br />

de bagaço por mais tempo e menor necessi<strong>da</strong>de<br />

de "estoque" do mesmo para<br />

uma geração "flat" o ano todo, fator<br />

importante para o atendimento dos<br />

consumidores do mercado livre.<br />

Outro motivo que pode estar contribuindo<br />

para a dificul<strong>da</strong>de de alguns<br />

produtores adentrarem nesse negócio<br />

interessante chamado bioeletrici<strong>da</strong>de<br />

é, justamente, o fato de grandes grupos<br />

implantarem projetos térmicos de<br />

grande porte que, tomados como referência,<br />

implicam em valores de investimentos<br />

que afastam os interessados<br />

dessa ativi<strong>da</strong>de, principalmente considerando<br />

a grande crise de preços que<br />

o setor enfrentou recentemente.<br />

Essa situação, no entanto, pode ser<br />

facilmente contorna<strong>da</strong> , desde que o<br />

produtor tenha vontade de deixar de<br />

não aproveitar esse potencial existente.<br />

Isso pode ser feito a partir do<br />

desenvolvimento de estudos técnicoeconômicos,<br />

buscando encontrar<br />

uma rota alternativa para tirar o setor<br />

<strong>da</strong> inércia e mostrando que existe<br />

um caminho a ser desenvolvido<br />

por etapas, de modo a permitir iniciar<br />

esse aproveitamento energético<br />

de forma gra<strong>da</strong>tiva e possibilitar<br />

maior conhecimento desse novo<br />

mercado de energia elétrica.<br />

Como resultado o produtor pode<br />

seguir um caminho mais seguro para a<br />

viabilização desse objetivo, obter recursos<br />

financeiros menores e conseguir<br />

maior facili<strong>da</strong>de para viabilizar a<br />

conexão de transmissão, preparando a<br />

usina para novas ampliações.<br />

É imperativo, pois, que todos avancem<br />

no aproveitamento do potencial<br />

<strong>da</strong> biomassa, deixando a inércia de lado,<br />

aguar<strong>da</strong>ndo a situação melhorar<br />

para realizar "aquele" investimento, e<br />

passar a obter, gra<strong>da</strong>tivamente, o seu<br />

aproveitamento, transformando o efeito<br />

sinérgico obtido e aumentando ca<strong>da</strong><br />

vez mais a competitivi<strong>da</strong>de do nosso<br />

setor sucroenergético.<br />

16 CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia


BRASIL ELEIÇÕES<br />

Desafios e soluções para<br />

o setor sucroenergético<br />

nos próximos quatro anos<br />

DEFINIÇÃO DE MARCO<br />

REGULATÓRIO,<br />

UNIFORMIZAÇÃO DE<br />

ALÍQUOTAS DO ICMS E<br />

ESTÍMULO DO USO DO<br />

ETANOL NO TRANSPORTE<br />

COLETIVO SÃO ALGUMAS<br />

DAS REIVINDICAÇÕES DO<br />

SETOR PRODUTIVO<br />

Fernando Dantas<br />

Osetor sucroenergético ocupa posição de destaque<br />

no cenário agrícola <strong>brasil</strong>eiro, já que é<br />

responsável por mais de um milhão de empregos<br />

diretos, beneficiando mais de 1.040<br />

municípios no País, seis vezes mais do que no caso <strong>da</strong><br />

extração e refino do petróleo. Responde, também, por<br />

2% do Produto Interno Bruto (PIB), o que equivale a<br />

US$ 28 bilhões, sendo mais de US$ 8 bilhões em exportações<br />

e cerca de US$ 7 bilhões em tributos (valores<br />

de 2008). É ain<strong>da</strong> o maior produtor de açúcar no<br />

mundo e 2º colocado no ranking de produção de etanol.<br />

Todos esses fatores mostram a importância <strong>da</strong> cadeia<br />

produtiva que movimenta a área sucroenergética<br />

e impõem um desafio ain<strong>da</strong> maior para o próximo presidente<br />

do Brasil: expandir o setor nacionalmente e<br />

torná-lo mais competitivo no mercado internacional.<br />

Representantes de enti<strong>da</strong>des e especialistas <strong>da</strong> área<br />

informam que ações e medi<strong>da</strong>s precisam ser toma<strong>da</strong>s<br />

pelo novo presidente do Brasil para que haja o desenvolvimento<br />

esperado para o setor nos próximos anos.<br />

Entre os pontos que necessitam de solução imediata<br />

estão reforma tributária, mercado externo, desburocratização<br />

e acesso ao crédito nos bancos federais e<br />

privados, regulamentação, melhorias em infraestrutura<br />

e logística, etc. O primeiro passo defendido por<br />

quem atua na área sucroenergética tem sido a regulamentação<br />

do setor. São políticas públicas consistentes<br />

e duradouras, que aten<strong>da</strong>m to<strong>da</strong> a cadeia produtiva<br />

<strong>da</strong> cana-de-açúcar.<br />

Preocupa<strong>da</strong>s com isso, enti<strong>da</strong>des como a União <strong>da</strong><br />

Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) e Associação<br />

Brasileira do Agronegócio (Abag) elaboraram documentos<br />

com propostas para a melhoria do setor, com<br />

sugestões de medi<strong>da</strong>s para resolver os principais problemas<br />

que interferem na área sucroenergética. Esses<br />

documentos foram entregues aos três principais candi<strong>da</strong>tos<br />

à Presidência <strong>da</strong> República: José Serra (PSDB),<br />

Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV). No caso <strong>da</strong><br />

Abag, as reivindicações são referentes ao crescimento<br />

seguro e sustentável do agronegócio <strong>brasil</strong>eiro como<br />

um todo. Já a Unica elaborou propostas específicas<br />

para o setor sucroenergético, como definição de um<br />

marco regulatório para os biocombustíveis, uniformização<br />

<strong>da</strong>s alíquotas do ICMS, política transparente na<br />

formação de preços <strong>da</strong> gasolina e estímulo ao uso do<br />

etanol no transporte coletivo.<br />

A enti<strong>da</strong>de quer ain<strong>da</strong> a transformação <strong>da</strong> Contribuição<br />

de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE)<br />

em um tributo ambiental e regulatório, sendo em duas<br />

parcelas: a primeira teria um valor fixo baseado nos<br />

benefícios ambientais gerados pelo etanol, <strong>da</strong> ordem<br />

de R$ 0,35/litro e, a segun<strong>da</strong>, seria variável e de caráter<br />

regulatório. Outra proposta é a aprovação de políticas<br />

públicas que fomentem o crescimento do etanol<br />

na matriz energética <strong>brasil</strong>eira e mundial. Segundo a<br />

candi<strong>da</strong>ta do PT, Dilma Rousseff, o governo Lula deu<br />

priori<strong>da</strong>de à questão dos biocombustíveis e será um<br />

dos principais compromissos para os próximos anos<br />

expandir o etanol na matriz energética e ampliar a<br />

participação no mercado mundial.<br />

Além do documento, a Unica também realizou em<br />

junho, em São Paulo, um evento de premiação que teve<br />

a presença dos três candi<strong>da</strong>tos, que debateram temas<br />

relacionados ao setor e defenderam propostas<br />

que pretendem implantar no governo, caso sejam<br />

eleitos. Para eles, uma <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s imediatas que deve<br />

ser coloca<strong>da</strong> em prática no próximo governo é a<br />

unificação <strong>da</strong> alíquota do ICMS em todos os Estados.<br />

José Serra até sugeriu o patamar de 12%, como ocorre<br />

atualmente em São Paulo.<br />

Segundo o presidente do Sistema Faeg/Senar, José<br />

Mário Schreiner, para que essa medi<strong>da</strong> seja realmente<br />

implanta<strong>da</strong> é necessária uma boa articulação<br />

política com os Estados e seus respectivos governantes.<br />

"O ano de 2011 será a oportuni<strong>da</strong>de para isso,<br />

já que parte <strong>da</strong>s administrações vai iniciar uma<br />

nova fase. Acredito ser esta uma questão estratégica,<br />

pois o etanol é um produto diferenciado em relação<br />

aos outros combustíveis fósseis. A diferença<br />

de tributação do combustível seria mais um diferencial<br />

interessante para emplacar ain<strong>da</strong> mais o etanol<br />

no Brasil e no mundo", relata.<br />

montagem sobre foto/divulgação


MERCADO EXTERNO<br />

"Vencer as barreiras internacionais e expandir o<br />

etanol <strong>brasil</strong>eiro para outros países". Este é um desafio<br />

que o próximo governante terá pela frente,<br />

destaca o diretor-executivo do Sindicato <strong>da</strong>s Indústrias<br />

Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sin<strong>da</strong>lcool),<br />

Jorge dos Santos. De acordo com ele, desde<br />

2006 não houve avanço na área de comércio exterior<br />

para o produto <strong>brasil</strong>eiro. "É preciso definir<br />

o etanol como uma commodity pois, até hoje, isso<br />

não aconteceu", revela. Para Jorge, o governo federal<br />

precisa organizar encontros e reuniões com<br />

os dirigentes de outros países, principalmente <strong>da</strong><br />

Europa e dos Estados Unidos, para colocar em<br />

pauta as vantagens do etanol produzido no Brasil.<br />

Já para o presidente do Sistema Faeg/Senar, José<br />

Mário Schreiner, um problema que tem ocorrido<br />

no mercado externo, principalmente no que se<br />

refere ao etanol, é o lobby internacional. "Apesar<br />

de se comprovar as inúmeras vantagens <strong>da</strong> participação<br />

do etanol na matriz energética, ain<strong>da</strong> há<br />

países extremamente resistentes quanto à inclusão<br />

desse tipo de energia, como os Estados Unidos.<br />

É preciso criar meios para combater esse<br />

lobby externo", diz.<br />

O especialista <strong>da</strong> G7 Consultoria, João Baggio,<br />

defende que o caminho é o governo <strong>brasil</strong>eiro<br />

pressionar outros países, até mesmo junto à opinião<br />

pública. "Só será possível vencer as barreiras<br />

comerciais impostas pelo governo americano, se<br />

mu<strong>da</strong>r a mente <strong>da</strong> população. Entendendo que<br />

terão benefícios com o produto <strong>brasil</strong>eiro, isso favorecerá<br />

a exportação", ressalta. Além disso, acordos<br />

bilaterais com países menores e próximos pode<br />

ser a solução mais rápi<strong>da</strong> para entraves comerciais,<br />

informa o consultor. "Até hoje, o foco nunca<br />

foi o mercado externo. O próximo presidente<br />

precisa pensar estrategicamente e avaliar que o<br />

crescimento do setor também depende <strong>da</strong> exportação.<br />

Pra ser competitivo no mercado internacional,<br />

tem que exportar mais", informa.<br />

A candi<strong>da</strong>ta Marina Silva é favorável à eliminação<br />

<strong>da</strong> tarifa americana sobre o etanol <strong>brasil</strong>eiro,<br />

mas diz que para o Brasil exportar mais precisa<br />

certificar o etanol, apresentando o combustível<br />

como sustentável e evitando que os concorrentes<br />

usem o desmatamento como desculpa para prejudicar<br />

o produto <strong>brasil</strong>eiro.<br />

Os especialistas e representantes de enti<strong>da</strong>des<br />

liga<strong>da</strong>s ao setor canavieiro concor<strong>da</strong>m com a<br />

posição <strong>da</strong> candi<strong>da</strong>ta do PV. É um assunto que,<br />

segundo profissionais ligados a essas enti<strong>da</strong>des,<br />

já está sendo discutido com bastante expressão<br />

nos últimos tempos, com a percepção de que o<br />

certificado possibilitará a entra<strong>da</strong> ain<strong>da</strong> mais<br />

forte no mercado mundial. "Não há dúvi<strong>da</strong>s de<br />

que o etanol precisa ser certificado, pois essa<br />

tem sido uma <strong>da</strong>s exigências internacionais e<br />

acreditamos que isso será reali<strong>da</strong>de nos próximos<br />

anos", informa José Mário.<br />

MELHORIAS INTERNAS<br />

Especialistas alertam que, antes de tentar qualquer<br />

medi<strong>da</strong> para expandir a exportação do etanol<br />

e do açúcar no mercado externo, é preciso<br />

pensar em melhorias em infraestrutura e logística,<br />

considerados os maiores gargalos do setor sucroenergético.<br />

Para o presidente executivo do<br />

Sindicato <strong>da</strong> Indústria de Fabricação de Etanol do<br />

Estado de Goiás (Sifaeg), André Rocha, sem dúvi<strong>da</strong><br />

é preciso investir na malha viária interna – estra<strong>da</strong>s,<br />

ferrovias, dutovias etc – assim como em<br />

portos para o escoamento do produto <strong>brasil</strong>eiro<br />

para outros países. "É uma medi<strong>da</strong> que carece de<br />

ação imediata e uma vez soluciona<strong>da</strong> ou pelos<br />

menos ameniza<strong>da</strong>, impulsionará to<strong>da</strong> a cadeia<br />

produtiva <strong>da</strong> cana", revela. Ele lista que é preciso<br />

construir dutos de escoamento de etanol, principalmente<br />

oriundos dos Estados <strong>da</strong> região central<br />

do País, pois proporcionará maior competitivi<strong>da</strong>de<br />

e redução do custo total do produto.<br />

A vantagem dos dutos para o transporte de<br />

etanol e as ramificações <strong>da</strong> rede ferroviária é que<br />

os investidores vão poder visualizar facili<strong>da</strong>des na<br />

produção e comercialização dos produtos derivados<br />

<strong>da</strong> cana. Já com o alcoolduto, o transporte ficará<br />

mais barato e não será necessário utilizar o<br />

combustível fóssil para transportar o álcool. No<br />

caso do açúcar, o modelo multimo<strong>da</strong>l vai ser necessário<br />

para garantir a competitivi<strong>da</strong>de, principalmente<br />

com a inclusão <strong>da</strong>s ramificações nas<br />

principais linhas férreas no País como a Norte-<br />

Sul, e a construção de ampliação de atracadouros<br />

na zona portuária <strong>brasil</strong>eira.


BIOELETRICIDADE<br />

O risco de apagão colocou o Brasil em alerta e,<br />

com isso, tem despertado atenções especiais para a<br />

bioeletrici<strong>da</strong>de. Segundo especialistas, essa é a grande<br />

aposta no futuro <strong>da</strong> cana-de-açúcar, apesar de<br />

ain<strong>da</strong> caminhar lentamente se compara<strong>da</strong> ao açúcar<br />

e ao etanol. Mas as vantagens são enormes e reconheci<strong>da</strong>s,<br />

já que a bioeletrici<strong>da</strong>de constitui-se em<br />

tecnologia altamente complementar à fonte hídrica,<br />

com geração concentra<strong>da</strong> no período seco do ano,<br />

baixo custo variável, balanço ambiental positivo e<br />

distribuí<strong>da</strong> próxima aos grandes centros consumidores.<br />

Ca<strong>da</strong> 1.000 MW médios <strong>da</strong> energia ofertados no<br />

período seco poupa 4% dos reservatórios do subsistema<br />

Sudeste/Centro-Oeste, por exemplo.<br />

Para a Unica, o próximo presidente terá que incentivar<br />

o crescimento <strong>da</strong> participação <strong>da</strong> bioeletrici<strong>da</strong>de<br />

na matriz de geração elétrica <strong>brasil</strong>eira, por<br />

meio de um programa sustentado de consumo, a<br />

partir <strong>da</strong> contratação de 10 mil MW em leilões específicos,<br />

entre 2011 e 2020, viabilizando uma oferta<br />

de 1.000 MW/ano. Segundo a enti<strong>da</strong>de, a política<br />

setorial deverá contemplar também uma definição<br />

adequa<strong>da</strong> do preço-teto em leilões, as diretrizes<br />

para o financiamento, o tratamento fiscal para a<br />

cadeia produtiva, além de uma solução definitiva<br />

para os encargos de conexão, principal entrave histórico<br />

do setor.<br />

SUSTENTABILIDADE<br />

"É um assunto que deverá ser tratado com bastante<br />

critério pelo governo <strong>da</strong>qui pra frente, principalmente<br />

porque o Brasil tem o privilégio de<br />

ser uma nação que foca tanto a segurança<br />

energética como a segurança em produção de<br />

alimentos", diz José Mário, presidente do Sistema<br />

Faeg/Senar. De acordo com ele, no campo <strong>da</strong> energia<br />

algumas distorções precisam ser corrigi<strong>da</strong>s.<br />

“Quem quer fazer cogeração de energia a partir<br />

<strong>da</strong> biomassa é tratado <strong>da</strong> mesma forma que<br />

aqueles que querem fazer geração de energia<br />

utilizando o combustível fóssil. "É preciso que o<br />

governo promova um diferencial relacionado às<br />

exigências para a concessão <strong>da</strong> licença ambiental".<br />

Em relação ao Código Florestal, as modificações serão<br />

importantes para viabilizar a produção <strong>brasil</strong>eira<br />

e, ao mesmo tempo, garantir a preservação<br />

ambiental.<br />

20 CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia


Alstom entra no<br />

mercado <strong>brasil</strong>eiro<br />

A Alstom assinou um contrato<br />

no valor de R$ 100 milhões com<br />

a empresa <strong>brasil</strong>eira de geração<br />

de energia renovável Desenvix,<br />

subsidiária do grupo econômico<br />

ENGEVIX, para a construção de<br />

um complexo eólico de 90 MW<br />

no Estado <strong>da</strong> Bahia. O Complexo<br />

de Brotas consistirá em três<br />

usinas eólicas denomina<strong>da</strong>s<br />

Macaúbas, Novo Horizonte e<br />

Seabra, e representa o primeiro<br />

contrato <strong>da</strong> Alstom no mercado<br />

eólico <strong>brasil</strong>eiro.A geração de<br />

energia no Brasil baseia-se,<br />

principalmente, nas usinas<br />

hidrelétricas, que representam<br />

77% <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de de geração<br />

instala<strong>da</strong> no País e geram 90%<br />

<strong>da</strong> energia produzi<strong>da</strong>. De acordo<br />

com os termos e condições do<br />

contrato, a Alstom fornecerá 57<br />

turbinas eólicas ECO 86 de<br />

1,67MW ca<strong>da</strong>, cujos principais<br />

componentes serão fabricados na<br />

Espanha e no Brasil. As três<br />

usinas eólicas deverão entrar em<br />

operação em julho de 2011.<br />

Alstom e Engevix são parceiras<br />

de longa <strong>da</strong>ta, trabalhando em<br />

conjunto há mais de 30 anos.<br />

Ambas as empresas participaram<br />

de importantes projetos<br />

hidrelétricos no Brasil, tais como<br />

Tucuruí (8370 MW), Ita (1450<br />

MW), Barra Grande (690MW) e<br />

Itapebi (450 MW), além de<br />

projetos para usinas hidrelétricas<br />

de médio porte (Caçu, Barra dos<br />

Coqueiros, etc) e usinas de<br />

pequeno porte, como Bonfante e<br />

Mont Serrat. "O complexo de<br />

usinas eólicas de Brotas<br />

representa o primeiro projeto<br />

conjunto entre a Alstom e a<br />

Engevix no mercado de energia<br />

eólica no Brasil", declara Alfonso<br />

Faubel, vice-presidente <strong>da</strong><br />

Alstom Wind.<br />

Maratona destaca carros movidos a etanol<br />

Os alunos dos cursos de Engenharia de Produção, Mecânica, Elétrica<br />

e Civil, <strong>da</strong> Escola de Engenharia e Tecnologia <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de<br />

Anhembi Morumbi, foram destaque, mais uma vez, na Maratona<br />

Universitária de Eficiência Energética.A instituição conquistou o<br />

primeiro lugar na categoria Etanol, que fez parte <strong>da</strong> competição pela<br />

primeira vez em 2010. Realizado em julho, o evento premiou a equipe<br />

<strong>da</strong> Anhembi Morumbi forma<strong>da</strong> por 22 alunos de diversos cursos <strong>da</strong><br />

instituição. Segundo Carlos Carneiro, coordenador do curso de<br />

Engenharia Mecânica: Energias Renováveis e Tecnologia Não<br />

Poluente, o evento é fun<strong>da</strong>mental para o desenvolvimento de novas<br />

ideias. "Essa maratona estimula a criação de novas tecnologias para o<br />

desenvolvimento de veículos mais econômicos e ecológicos", afirma.<br />

Produção de veículos cresce no Brasil<br />

fotos: divulgação<br />

A produção de veículos no país cresceu 18,3% no ano na comparação<br />

com o mesmo período em 2009. Foram 2,07 milhões de uni<strong>da</strong>des nos sete<br />

primeiros meses do ano, de acordo com os <strong>da</strong>dos que englobam<br />

automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões divulgados pela<br />

Anfavea. As 315.879 uni<strong>da</strong>des fabrica<strong>da</strong>s em julho representam<br />

incremento de 3,2% em relação ao mês anterior. O número é 12% maior<br />

do que o registrado em julho do ano passado.<br />

Usina de etanol celulósico fica pronta em janeiro<br />

Está prevista para janeiro de 2011 a inauguração <strong>da</strong> biorrefinaria de<br />

etanol celulósico <strong>da</strong> cooperativa americana ICM, Inc. A planta piloto está<br />

localiza<strong>da</strong> em St. Joseph, no estado de Missouri, nos EUA, e tem um custo<br />

estimado de US$ 25 milhões. O volume de biocombustível a ser produzido<br />

não foi divulgado. A ICM integra projeto de implantação de 102<br />

biorrefinarias de celulósicos na América do Norte.<br />

Petrobras Distribuidora<br />

abastece ônibus movido a<br />

diesel de cana-de-açúcar<br />

A Petrobras Distribuidora é a<br />

responsável pelo abastecimento<br />

dos primeiros ônibus movidos a<br />

óleo diesel proveniente de canade-açúcar.<br />

Os testes já<br />

começaram em São Paulo.Fazem<br />

parte do acordo de cooperação<br />

técnica as empresas Amyris do<br />

Brasil S.A, Mercedes Benz do<br />

Brasil Lt<strong>da</strong>., Viação Santa<br />

Brígi<strong>da</strong> Lt<strong>da</strong> e SPTrans.A<br />

Petrobras Distribuidora participa<br />

<strong>da</strong> iniciativa por meio do<br />

abastecimento dos veículos<br />

testados com o diesel AMYRIS<br />

(AMD 10), que se equipara aos<br />

padrões dos combustíveis<br />

derivados do petróleo, mas com<br />

o diferencial de ter emissão de<br />

poluentes reduzi<strong>da</strong> em mais de<br />

80%. O produto é feito a partir<br />

de um processo de fermentação<br />

do bagaço <strong>da</strong> cana.<br />

BNDES e cogeração<br />

Cresce o apoio do<br />

BNDES (Banco Nacional de<br />

Desenvolvimento Econômico e<br />

Social) a investimentos em<br />

cogeração de energia elétrica a<br />

partir do bagaço de cana-deaçúcar.<br />

Os investimentos em<br />

cogeração devem ficar em cerca<br />

de R$ 1,3 bilhão neste ano.<br />

Os "spreads" cobrados nos<br />

financiamentos para esse tipo<br />

de projeto estão entre os mais<br />

baixos do banco, de 0,9% ao ano.<br />

Para os próximos anos, as<br />

projeções do banco são<br />

novamente de alta. Os<br />

investimentos aprovados até<br />

agora devem garantir 2,5 mil<br />

MW de potência instala<strong>da</strong>,<br />

em 2012.<br />

CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia 21


ELEIÇÕES GOVERNADORIÁVEIS<br />

Desafios ao próximo<br />

governador de Goiás<br />

REPRESENTANTES DO SETOR AGRÍCOLA SABATINARAM PRINCIPAIS CANDIDATOS AO<br />

GOVERNO DE GOIÁS E APRESENTARAM DOCUMENTO COM SUAS REIVINDICAÇÕES<br />

José Mário Schreiner destacou<br />

os gargalos do escoamento <strong>da</strong><br />

produção agrícola<br />

fotos: divulgação faeg<br />

Solucionar os problemas que prejudicam<br />

o progresso <strong>da</strong> agropecuária goiana foi<br />

o desafio lançado pelo presidente <strong>da</strong><br />

Federação <strong>da</strong> Agricultura e Pecuária de<br />

Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, aos três<br />

principais candi<strong>da</strong>tos ao governo do Estado de<br />

Goiás, Marconi Perillo (PSDB), Iris Rezende<br />

(PMDB) e Vanderlan Renovato (PP), durante o<br />

evento "Encontro com governadoriáveis", promovido<br />

pela enti<strong>da</strong>de em agosto.<br />

Ca<strong>da</strong> um dos candi<strong>da</strong>tos recebeu o Documento<br />

Goiás – Expectativas do Setor Produtivo<br />

Rural ao Próximo Governador. O documento<br />

reúne o que pensam os sindicatos rurais em<br />

relação aos principais desafios para a criação<br />

de uma agen<strong>da</strong> propositiva do setor. A integração<br />

de mo<strong>da</strong>is de transportes rodoviário, ferroviário,<br />

hidroviário e aéreo, a ampliação <strong>da</strong>s redes<br />

de energia elétrica e o armazenamento foram<br />

aspectos citados durante a sabatina. Também<br />

foram destaca<strong>da</strong>s a criação de uma política<br />

agrícola que complemente a política federal,<br />

a redução de impostos na aquisição de insumos<br />

e a simplificação e desoneração <strong>da</strong> carga<br />

tributária. De acordo com o presidente <strong>da</strong><br />

Faeg, as expectativas apresenta<strong>da</strong>s aos candi<strong>da</strong>tos<br />

"traduzem o sentimento e o comprometimento<br />

dos produtores rurais goianos com o<br />

crescimento do Estado".<br />

ESCOAMENTO DA PRODUÇÃO<br />

Um dos grandes problemas em Goiás, como<br />

no resto do Brasil, são os gargalos de escoamento<br />

e comercialização <strong>da</strong> produção agropecuária.<br />

O resultado tem sido de per<strong>da</strong> de competitivi<strong>da</strong>de<br />

no panorama nacional e internacional,<br />

segundo a Faeg. "A nossa expectativa<br />

principal está relaciona<strong>da</strong> às condições <strong>da</strong>s estra<strong>da</strong>s<br />

e rodovias goianas", afirma Schreiner.<br />

EMATER<br />

Os candi<strong>da</strong>tos presentes à sabatina se comprometeram<br />

a <strong>da</strong>r encaminhamento aos pedidos<br />

<strong>da</strong> Faeg e deram destaque, em suas respostas,<br />

ao trabalho <strong>da</strong> Engopa e Emater. Extinta<br />

em 1999 e recria<strong>da</strong> em abril deste ano, mas<br />

sem funcionamento pleno, a Empresa de Assistência<br />

Técnica e Extensão Rural de Goiás (Emater)<br />

é a esperança do setor agropecuário para o<br />

desenvolvimento <strong>da</strong> agroindústria em Goiás.<br />

O candi<strong>da</strong>to Íris Rezende, o primeiro a responder<br />

às perguntas dos produtores rurais,<br />

afirmou que pretende recriar a Engopa e reestruturar<br />

a Emater e colocar ambas para funcionar<br />

a pleno vapor. Ele lembrou que há tempos<br />

os agropecuaristas têm investido por conta<br />

própria na pesquisa e na extensão. "O problema<br />

dessa atitude é que o conhecimento fica<br />

retido nas mãos de poucos, mais precisa-<br />

Expectativas sobre política agrícola<br />

- Estimular e incentivar a<br />

agroindustrialização regional<br />

respeitando a vocação de ca<strong>da</strong><br />

região do Estado;<br />

- Buscar incentivos e<br />

investimentos para o<br />

desenvolvimento agrícola e<br />

respeitar as potenciali<strong>da</strong>des de<br />

ca<strong>da</strong> região;<br />

- Incentivar a política de<br />

armazenagem e melhoria de<br />

infraestrutura, buscando atender<br />

as necessi<strong>da</strong>des de grupos de<br />

produtores;<br />

- O governo estadual deve auxiliar<br />

o governo federal no<br />

desenvolvimento de seguro de<br />

ren<strong>da</strong>, e não apenas de<br />

investimento;<br />

- O governo estadual deve atuar<br />

junto com outras instituições de<br />

representação para buscar<br />

soluções ao endivi<strong>da</strong>mento<br />

agrícola e financiamento do<br />

crédito rural;<br />

- O governo estadual deve atuar<br />

na complementação do subsídio<br />

do governo federal no pagamento<br />

do prêmio do seguro rural;<br />

- Isenção de taxa de importação<br />

para insumos básicos de produção,<br />

máquinas e implementos;<br />

- Redução <strong>da</strong> carga tributária na<br />

comercialização de produtos<br />

agropecuários;<br />

- Criar estímulos fiscais para que<br />

as organizações rurais tenham<br />

como objetivo a comercialização<br />

agropecuária;<br />

- Melhorar a distribuição dos<br />

recursos oriundos de impostos<br />

agropecuários para pesquisa e<br />

infraestrutura, dentre outros;<br />

- Desenvolver uma política pública<br />

volta<strong>da</strong> à pesquisa, aumentando o<br />

percentual de recursos disponíveis<br />

à pesquisa agropecuária.<br />

22 CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia


Iris Rezende defende que o<br />

conhecimento resultante <strong>da</strong><br />

pesquisa seja universalizado<br />

Marconi Perillo afirmou que<br />

vai apoiar aextensão rural no<br />

Estado de Goiás<br />

Vanderlan Cardoso promete<br />

investimentos na melhoria<br />

<strong>da</strong> malha viária<br />

mente nas mãos de quem paga por ele, quando<br />

deveria ser universalizado", ressaltou.<br />

O segundo sabatinado, Marconi Perillo, afirmou<br />

que vai colocar a Emater em funcionamento<br />

e tentou explicar por que extinguiu o órgão<br />

em 1999. "Quisemos acabar com a superposição,<br />

gastos desnecessários e centralizar investimentos,<br />

criando a Agência Rural. Além disso, tínhamos<br />

problemas com ações trabalhistas", disse.<br />

O último dos entrevistados, Vanderlan Cardoso,<br />

também se comprometeu com o pleno funcionamento<br />

<strong>da</strong> Emater. "A proposta orçamentária<br />

é o que precisarmos. O necessário para este<br />

setor é muito pouco para o tamanho do Estado.<br />

Destinaremos o valor necessário."<br />

MALHA VIÁRIA<br />

Os três candi<strong>da</strong>tos ao governo de Goiás também<br />

se comprometeram com investimentos na<br />

malha viária do Estado, para melhorar o escoamento<br />

<strong>da</strong> produção. Iris Rezende disse que as últimas<br />

gestões à frente do Estado gastaram mais<br />

com publici<strong>da</strong>de do que com obras rodoviárias.<br />

Já Marconi criticou asfalto "casca de ovo" feito<br />

nas gestões peemedebistas. Vanderlan, por sua<br />

vez, propõe parcerias com municípios para a reaslização<br />

<strong>da</strong>s obras necessárias.<br />

CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia 23


ANIVERSÁRIO<br />

CANAL, quatro anos cobrindo<br />

a evolução <strong>da</strong> agroenergia<br />

Ao comemorarmos quatro anos de atuação e iniciando o quinto ano de trabalho, nós, do CANAL –<br />

Jornal <strong>da</strong> Bioenergia, celebramos a conquista de um reconhecimento que muito nos orgulha: somos<br />

uma referência no setor sucroenergético e de produção de biodiesel. A seguir apresentamos um<br />

resumo <strong>da</strong>s nossas principais reportagens. Por elas é possível observar a constante evolução na<br />

cadeia produtiva do etanol, do açúcar, <strong>da</strong> bioeletrici<strong>da</strong>de e do biodiesel nesses últimos anos. Confira<br />

a seleção de matérias e entrevistas que preparamos para você, leitor.<br />

AUGE DA EXPANSÃO<br />

O CANAL começou a circular em julho de 2006,<br />

época em que a expansão sucroenergética alcançou<br />

ritmo intenso nas novas fronteiras <strong>da</strong> produção<br />

canavieira, nota<strong>da</strong>mente nos Estados de Goiás,<br />

Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do<br />

Sul. A primeira edição circulou no período em que<br />

o Estado de Goiás já se destacava na atração de<br />

investimentos, com 37 projetos de novas usinas<br />

aprovados na Secretaria de Indústria e Comércio.<br />

BIODIESEL COMEÇA A<br />

GANHAR FORÇA<br />

A segun<strong>da</strong> edição do CANAL repercutiu os dois<br />

anos de lançamento do Programa Nacional de<br />

Produção e uso do Biodiesel. O projeto, de caráter<br />

energético e ambiental, foi aclamado como investimento<br />

social pelo presidente Luís Inácio Lula <strong>da</strong><br />

Silva, mas, como não poderia deixar de ser, despertou<br />

o interesse de grandes grupos empresariais,<br />

que começavam, naquele momento, a consoli<strong>da</strong>r<br />

investimentos no combustível renovável alternavivo<br />

ao óleo diesel, atraídos pelo amplo mercado<br />

que cresce a ca<strong>da</strong> dia.<br />

SAFRA EM CRESCIMENTO<br />

Na edição de dezembro de 2006 a reportagem<br />

de capa do CANAL mostrava que a área colhi<strong>da</strong><br />

de cana de açúcar apresentava aumento<br />

de 12% em relação à anterior, chegando a 4,5<br />

milhões de hectares, um reflexo <strong>da</strong> expansão <strong>da</strong><br />

ativi<strong>da</strong>de sucroenergética nas novas fronteiras e<br />

<strong>da</strong>s condições agrícolas favoráveis.<br />

O aumento no esmagamento <strong>da</strong> cana-deaçúcar,<br />

que chegou a 370 milhões de tonela<strong>da</strong>s,<br />

possibilitou o incremento na produção de açúcar,<br />

que atingiu 26 milhões de tonela<strong>da</strong>s, contra<br />

22 milhões de tonela<strong>da</strong>s produzi<strong>da</strong>s na safra anterior.<br />

A produção de etanol também cresceu,<br />

passando de 14,3 bilhões de litros para, aproxima<strong>da</strong>mente,<br />

16 bilhões de litros.<br />

Z<br />

ANÁLISE DO CENÁRIO<br />

PRODUTIVO<br />

As perspectivas de crescimento <strong>da</strong> safra de<br />

cana e <strong>da</strong> produção de etanol, açúcar e biodiesel<br />

foram avalia<strong>da</strong>s por analistas de mercado e<br />

representantes dos segmentos produtivos na<br />

edição de fevereiro de 2007. To<strong>da</strong>s as condições<br />

levavam a crer que o setor sucroenergético<br />

manteria sua curva de crescimento, o que de fato<br />

ocorreu. A Valorização <strong>da</strong> soja, no entanto,<br />

criou dificul<strong>da</strong>des para os produtores de biodiesel<br />

equilibrarem receita e custos de produção.<br />

ETANOL RECONHECIDO MUNDIALMENTE<br />

O interesse dos Estados Unidos pelo etanol e pela tecnologia flex-fuel tornaram-se<br />

explícitos com a visita do então presidente americano George W.<br />

Bush ao presidente Lula, no Brasil, em março de 2007. O encontro, que teve<br />

como principal motivo entendimentos para a formação de um mercado global<br />

de etanol, ganhou ampla repercussão e tornou-se um marco do reconhecimento<br />

do biocombustível como alternativa energética renovável e eficiente<br />

na substituição do petróleo. No fim do mês de março do ano seguinte o<br />

presidente Lula retribuiu a visita. As implicações desses dois encontros foram<br />

analisa<strong>da</strong>s na matéria de capa do CANAL. <br />

24 CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia


IMPACTO DA MECANIZAÇÃO<br />

A necessi<strong>da</strong>de de mecanização <strong>da</strong> colheita <strong>da</strong><br />

cana-de-açúcar e o desafio de criar condições<br />

para o aproveitamento <strong>da</strong> mão de obra dispensa<strong>da</strong><br />

com a eliminação de milhares de postos de<br />

trabalho na colheita manual foi o tema analisado<br />

na reportagem principal do CANAL, nas edições<br />

de julho e agosto de 2007.<br />

A reportagem, publica<strong>da</strong> no mês de julho,<br />

ain<strong>da</strong> destacou a fiscalização <strong>da</strong>s condições de<br />

trabalho dos rurícolas, por parte do poder público,<br />

e retratou iniciativas volta<strong>da</strong>s para a melhoria<br />

<strong>da</strong>s condições de trabalho no campo. A mecanização<br />

<strong>da</strong> lavoura e suas implicações são temas<br />

sempre presentes nas páginas do CANAL.<br />

AVANÇO DA BIOELETRICIDADE<br />

O vasto potencial oferecido pela biomassa resultante<br />

do processamento <strong>da</strong> cana-de-açúcar<br />

nas usinas foi o tema principal abor<strong>da</strong>do na edição<br />

de agosto de 2007. A reportagem mostrava<br />

o procentual ain<strong>da</strong> reduzido de usinas instala<strong>da</strong>s<br />

no País que gerava a bioeletrici<strong>da</strong>de (10%). Também<br />

foi destacado o maior interesse <strong>da</strong>s usinas<br />

em contratar pessoal qualificado para estruturar<br />

de forma mais eficiente o setor de cogeração e a<br />

troca de informações sobre o assunto. A experiência<br />

<strong>da</strong> usina Cerradinho, mostra<strong>da</strong> na edição,<br />

comprovou que a bioletrici<strong>da</strong>de já podia ser<br />

considera<strong>da</strong> o terceiro produto do setor,<br />

gerando lucros com a ven<strong>da</strong> de energia<br />

e com créditos de carbono.<br />

CONFIANÇA RENOVADA<br />

Após um breve período de reavaliação<br />

de investimentos em indústrias<br />

sucroenergéticas, levantamento do<br />

CANAL mostrava a retoma<strong>da</strong> <strong>da</strong> confiança<br />

e do vigor na expansão do mercado<br />

de energias renováveis nas novas fronteiras<br />

<strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de canavieira: Minas Gerais,<br />

Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.<br />

Balanço <strong>da</strong> Secretaria de Indústria e Comércio<br />

do Estado de Goiás mostrava, em dezembro de<br />

2007, 98 projetos programados. Com esses números,<br />

o Estado liderava a atração de investimentos,<br />

estimados em R$ 12,65 bilhões. No mesmo mês,<br />

em Minas Gerais, segundo o Instituto de Desenvolvimento<br />

Integrado do Estado, somavam 32 os<br />

projetos de implantação de novas usinas e oito os<br />

de expansão de usinas já existentes, com investimentos<br />

estimados em R$ 8,5 bilhões.<br />

CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia 25


ACOMPANHAMENTO DA<br />

FERROVIA NORTE-SUL<br />

Cumprindo seu compromisso de repercutir<br />

as deficiências de infraestrutura relaciona<strong>da</strong>s<br />

aos aspectos produtivos e os investimentos<br />

realizados para melhorar o escoamento <strong>da</strong><br />

produção sucroenergética, o CANAL publicou,<br />

na edição de fevereiro de 2008, um balanço<br />

<strong>da</strong>s várias frentes de construção <strong>da</strong><br />

Ferrovia Norte Sul.<br />

A Ferrovia, segundo especialistas em transporte<br />

de cargas, poderá reduzir os custos do<br />

frete em até 30% nos locais onde passa a e<br />

aumentará a competitivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> produção<br />

agroindustrial, nota<strong>da</strong>mente do açúcar. Além<br />

dos benefícios econômicos, os reflexos positivos<br />

<strong>da</strong> obra também se estenderão à infraestrutura<br />

de transporte como um todo, reduzindo<br />

o fluxo de caminhões de transporte de carga<br />

nas sobrecarrega<strong>da</strong>s rodovias <strong>brasil</strong>eiras.<br />

PRODUÇÃO RECORDE<br />

As perspectivas de aumento de safra foram<br />

analisa<strong>da</strong>s na edição de abril de 2008. A<br />

estimativa de, aproxima<strong>da</strong>mente, 10% no<br />

crescimento <strong>da</strong> produção canavieira, revelava<br />

o ritmo <strong>da</strong> expansão <strong>da</strong> produção de açúcar,<br />

etanol e bioeletrici<strong>da</strong>de e que mais uma<br />

safra recorde começaria a ser colhi<strong>da</strong>.<br />

Levantamento de consultorias do setor indicava,<br />

ain<strong>da</strong>, que a safra seria mais alcooleira.<br />

A entra<strong>da</strong> em funcionamento de 29 novas<br />

indústrias na região Centro-Sul contribuiu<br />

para um aumento estimado em 43 milhões<br />

de tonela<strong>da</strong>s de cana colhi<strong>da</strong> em relação à<br />

safra passa<strong>da</strong>.<br />

EXPORTAÇÕES DE ETANOL<br />

O aumento <strong>da</strong>s exportações de etanol e o esforço<br />

<strong>da</strong> cadeia produtiva e do governo federal<br />

para a transformação do etanol em uma commodity<br />

foi o tema <strong>da</strong> reportagem de capa do<br />

CANAL na edição de maio de 2008.<br />

A União <strong>da</strong> Indústria <strong>da</strong> Cana-de-Açúcar<br />

(Unica) estimava para o ano um aumento de<br />

mais de 1 bilhão de litros na exportação, produto<br />

que seria destinado, principalmente, aos EUA.<br />

A reportagem trouxe uma ampla análise do ain<strong>da</strong><br />

incipiente, mas promissor, mercado externo<br />

para o etanol. A abor<strong>da</strong>gem também retratou<br />

temas correlatos de importância, como o forte<br />

crescimento do mercado interno e a necessi<strong>da</strong>de<br />

de construção de alcooldutos, para que o<br />

etanol <strong>brasil</strong>eiro possa chegar a preços mais<br />

competitivos no exterior.<br />

MECANIZAÇÃO EM<br />

RITMO ACELERADO<br />

O avanço <strong>da</strong> mecanização nas lavouras de<br />

cana-de-açúcar foi, mais uma vez, retratado<br />

pela reportagem do CANAL como um dos principais<br />

processos de evolução produtiva na ativi<strong>da</strong>de<br />

canavieira. Em nossa matéria de capa<br />

mostramos o brusco crescimento <strong>da</strong> deman<strong>da</strong><br />

por máquinas agrícolas, nota<strong>da</strong>mente colhedoras,<br />

e os esforços e investimentos <strong>da</strong> indústria<br />

para atender ao mercado em crescimento.<br />

A intensa movimentação pela mecanização<br />

dos processos produtivos, principalmente <strong>da</strong> colheita,<br />

ain<strong>da</strong> se vê nos dias de hoje, em resposta<br />

às legislações ambientais existentes nos diferentes<br />

Estados produtores que estabelecem prazos<br />

para o fim <strong>da</strong> queima <strong>da</strong> palha <strong>da</strong> cana e,<br />

consequentemente, <strong>da</strong> colheita manual.<br />

26 CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia


EFEITOS DA CRISE<br />

Na edição de outubro de 2008, quando a<br />

crise mundial mostrou seu efeitos mais agudos,<br />

o CANAL publicou entrevista com Antonio<br />

de Padua Rodrigues, em que analisava os possíveis<br />

efeitos <strong>da</strong>s turbulências <strong>da</strong> economia no<br />

setor sucroenergético.<br />

A crise afetou menos os projetos consoli<strong>da</strong>dos<br />

e mais aqueles que ain<strong>da</strong> se encontravam<br />

em fase de elaboração, em razão <strong>da</strong> escassez de<br />

recursos para financiamento. A edição trouxe<br />

na reportagem de capa os benefícios <strong>da</strong> fertirrigação<br />

nas lavouras de cana, destacando o aumento<br />

<strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de obtido com a prática.<br />

OTIMISMO E CAUTELA<br />

O início <strong>da</strong> colheita <strong>da</strong> safra 2009/10, que<br />

teve início antecipado para o mês de março,<br />

foi marcado pelo otimismo em relação ao<br />

crescimento do mercado interno de etanol, estimado<br />

em 11% ao ano, e pelo preço melhor<br />

do açúcar no mercado. A certeza de mais uma<br />

safra recorde, superior a 500 milhões de tonela<strong>da</strong>s<br />

na Região Centro-Sul do País, só não foi<br />

mais comemora<strong>da</strong> em razão do temor de que<br />

poderia faltar capital de giro para as usinas e<br />

de que o porcentual de renovação dos canaviais<br />

seria menor do que os 20% habituais, o<br />

que de fato se confirmou. Esse misto de otimismo<br />

e cautela foi analisado na edição de<br />

março de 2009.<br />

RETOMADA DA EXPANSÃO<br />

No início de 2010, a maior movimentação<br />

<strong>da</strong>s indústrias de base, que dão suporte ao setor<br />

sucrenergético, já indicava que os efeitos<br />

<strong>da</strong> crise mundial estavam dissipados. O cenário<br />

de otimismo estava restabelecido na cadeia<br />

produtiva, reforçado pelo bom preço do açúcar<br />

no mercado internacional, possibilitando<br />

às usinas refazerem seus caixas. Paralelamente,<br />

o mercado interno de etanol continuava<br />

crescendo vigorosamente, <strong>da</strong>ndo a todos a<br />

certeza de que 2010 ficará marcado como o<br />

ano <strong>da</strong> retoma<strong>da</strong> <strong>da</strong> expansão <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de canavieira.<br />

Em nossa matéria de capa, edição de<br />

março, o CANAL repercutiu o bom momento<br />

com uma reportagem sobre 10 novas usinas<br />

que passariam a operar no País.<br />

COMPETITIVIDADE EM FOCO<br />

Os investimentos em avanços tecnológicos<br />

nas usinas e, principalmente, na produção de<br />

bioeletrici<strong>da</strong>de como terceiro produto <strong>da</strong> indústria<br />

canavieira, juntamente com o etanol e<br />

o açúcar, foi o tema principal abor<strong>da</strong>do na<br />

edição de julho de 2010. O foco <strong>da</strong> reportagem<br />

deixou claro o quanto a busca pelo aumento<br />

<strong>da</strong> eficiência vem sendo perseguido pelo setor<br />

sucroenergético.<br />

A otimização dos processos produtivos, na<br />

indústria e nas lavouras, e o aproveitamento<br />

<strong>da</strong> biomassa, resultante do processamento <strong>da</strong><br />

cana-de-açúcar, foram ressaltados como condição<br />

essencial para que as empresas do setor<br />

se tornem ca<strong>da</strong> vez mais competitivas.<br />

CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia 27


Um rio pra ficar na memória<br />

Praias de areias branquinhas, um rio<br />

imenso, a mata ao fundo e um pôr-do-sol<br />

de tirar o fôlego, que tinge as águas de<br />

laranja e vermelho. A paisagem parece ter<br />

saltado de uma moldura. Tem perfeições e<br />

matizes que surpreendem e emocionam<br />

como uma bela pintura, mas pode ser<br />

admira<strong>da</strong> ao vivo, não muito longe <strong>da</strong><br />

capital do Estado. A 315 quilômetros de<br />

Goiânia, a ci<strong>da</strong>de de Aruanã é considera<strong>da</strong> a<br />

porta de entra<strong>da</strong> para esse paraíso natural -<br />

o Rio Araguaia, patrimônio afetivo dos<br />

goianos e reduto infalível de milhares de<br />

famílias nas férias de meio de ano.<br />

fotos: paulo rezende<br />

Às margens desse grande rio se encontra de tudo. Ba<strong>da</strong>lação, sossego,<br />

contato com a natureza, pescaria farta, simplici<strong>da</strong>de e sofisticação.<br />

Quem não conhece se espanta com o nível de conforto que alguns<br />

acampamentos conseguiram a<strong>da</strong>ptar em suas estruturas sobre a areia.<br />

Ver<strong>da</strong>deiros hotéis de luxo são montados bem junto à natureza selvagem,<br />

com direito a televisão, boate e comi<strong>da</strong> refina<strong>da</strong> servi<strong>da</strong> por garçons.<br />

Mas quem prefere se hospe<strong>da</strong>r nas ci<strong>da</strong>des ribeirinhas, tem várias<br />

opções de pousa<strong>da</strong>s e casas de tempora<strong>da</strong>.<br />

O mais difícil é eleger um ponto para se instalar. Da nascente à foz, no<br />

Rio Tocantins, o Araguaia tem trechos belíssimos em seus mais de 2 mil<br />

quilômetros. Corredeiras, cachoeiras, curvas sinuosas, lagos e as praias –<br />

que surgem nos meses de seca e são o grande atrativo para os turistas. Elas<br />

se espalham por cerca de 600 quilômetros, entre os municípios de Aragarças<br />

e Luís Alves, ao longo dos quais são montados acampamentos que hospe<strong>da</strong>m<br />

mais de 50 mil pessoas no período de estiagem, segundo levantamentos<br />

feitos pelos órgãos ambientais do Estado de Goiás.<br />

Cenários diferentes esperam o turista<br />

Em função <strong>da</strong> distância e <strong>da</strong> infraestrutura, Aruanã – conheci<strong>da</strong> como<br />

portal do Araguaia – é a ci<strong>da</strong>de mais visita<strong>da</strong>, o centro <strong>da</strong> ba<strong>da</strong>lação.<br />

Em suas imediações são instalados enormes acampamentos comerciais,<br />

com preços para todos os bolsos. Música, esportes náuticos e muita<br />

gente se bronzeando ao sol dominam o ambiente nas praias próximas<br />

ao centro urbano. Alguns minutos de barco, rio abaixo ou rio acima,<br />

e já é possível desfrutar o silêncio, misturado ao grito <strong>da</strong>s gaivotas<br />

e ao farfalhar dos peixes na água, fugindo dos botos.<br />

As praias mais ao norte do rio, na região de Luís Alves, são mais preserva<strong>da</strong>s<br />

e sossega<strong>da</strong>s, ideais para quem quer pescar ou descansar junto<br />

à natureza. Nesse caso, também é recomendável se afastar um pouco<br />

<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de. Em Aragarças, ao sul, o turista encontra outro cenário,<br />

com praias urbanas e bares espalhados pela areia. Nos meses de tempora<strong>da</strong>,<br />

há shows e apresentações culturais para a multidão que se<br />

aglomera nas barracas. Além <strong>da</strong>s três ci<strong>da</strong>des principais, há outras menores<br />

ou trechos do rio que são muito disputados pelos acampamentos.<br />

É o caso de São José dos Bandeirantes, distrito de Nova Crixás;<br />

Cocalinho, ci<strong>da</strong>de matogrossense; os lagos Rico e Landi e a região <strong>da</strong><br />

Viúva, entre outras.<br />

Apesar <strong>da</strong>s consequências desastrosas <strong>da</strong> pesca pre<strong>da</strong>tória, o Araguaia<br />

ain<strong>da</strong> é considerado um dos rios mais piscosos do mundo. Na<br />

época <strong>da</strong> piracema, quando os peixes sobem o rio para desovar, cardumes<br />

imensos migram pelo rio, numa impressionante manifestação<br />

de vi<strong>da</strong>. Cerca de 300 espécies já foram identifica<strong>da</strong>s na bacia Araguaia-Tocantins,<br />

entre as quais o pacu-caranha, matrinxã, pirarucu,<br />

piau-cabeça-gor<strong>da</strong>, piau-flamengo, pacu-manteiga, pacu-prata, sardinha,<br />

corvina, traíra, filhote, barbado, pirarara, mandubé, bico-depato,<br />

mandi.<br />

28 CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia


Cui<strong>da</strong>dos para um passeio perfeito<br />

Além <strong>da</strong> pesca farta, a fauna que se exibe fora <strong>da</strong>s águas também<br />

contribui para manter o clima mágico do rio. Jaburus passeiam pelos<br />

acampamentos, gaivotas defendem escan<strong>da</strong>losamente seus ninhos,<br />

jacarés se espreguiçam ao sol, mergulhões desafiam a veloci<strong>da</strong>de dos<br />

peixes, tartarugas se penduram nas raízes <strong>da</strong>s árvores próximas do rio.<br />

Um emaranhado de vi<strong>da</strong> que se expõe num cenário exuberante, palco de<br />

espetáculos diários a ca<strong>da</strong> amanhecer e entardecer. E quando a noite<br />

chega, na<strong>da</strong> melhor que reunir os amigos em torno de uma fogueira<br />

monta<strong>da</strong> sobre a areia, ao som de um violão.<br />

É claro que tudo isso tem um preço. Para muita gente, principalmente<br />

os alérgicos, o mais caro são os mosquitos, companhia inseparável nas praias<br />

do Araguaia. Por isso, é absolutamente necessário se prevenir antes de<br />

se aventurar nas margens do rio. Há várias receitas para afastar os indesejáveis<br />

mosquitos-pólvora e o ideal é experimentar mais de uma opção até<br />

chegar à ideal. Repelentes naturais à base de citronela, óleo de babaçu,<br />

ingestão de vitaminas são algumas armas usa<strong>da</strong>s pelos campistas.<br />

Outra providência recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> para os marinheiros de primeira<br />

viagem é se informar antecipa<strong>da</strong>mente sobre os passeios de barco para<br />

conseguir preços melhores. Eles são indispensáveis para oferecer uma<br />

visão mais abrangente do rio e também para quem pretende pescar.<br />

Algumas pousa<strong>da</strong>s nas ci<strong>da</strong>des ribeirinhas oferecem a facili<strong>da</strong>de do<br />

pacote de pesca esportiva, que inclui hospe<strong>da</strong>gem, licença de pesca e<br />

barco com combustível. Quem pretende contratar os passeios poderá<br />

encontrar preços bem variáveis dependendo do trajeto a ser percorrido,<br />

de R$ 20 a R$ 250 reais.<br />

Seja qual for o meio escolhido, é preciso estar de olho na segurança. O<br />

Araguaia tem um leito muito instável, que mu<strong>da</strong> a ca<strong>da</strong> cheia com o deslocamento<br />

do canal e dos bancos de areia. Por isso, é fun<strong>da</strong>mental viajar em<br />

um barco conduzido por piloto experiente, que conheça as variações do rio<br />

para evitar acidentes. Os coletes salva-vi<strong>da</strong>s são de uso obrigatório e podem<br />

evitar que a viagem de férias se transforme em tragédia. É importante também<br />

respeitar os limites de segurança. Se o banhista, inadverti<strong>da</strong>mente, alcançar<br />

o canal correrá riscos, pois nesse local o rio é profundo e a correnteza<br />

é forte. Depois de toma<strong>da</strong>s as precauções, que incluem doses generosas<br />

de repelente pelo corpo, é só se armar <strong>da</strong> máquina fotográfica para registrar<br />

as belas paisagens que dificilmente sairão de sua memória.<br />

Passeios de barco são obrigatórios, para ter uma melhor dimensão do<br />

rio. Jaburus costumam an<strong>da</strong>r tranquilamente pelos acampamentos<br />

CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia 29


LOCAIS DE HOSPEDAGEM<br />

ARAGARÇAS<br />

Localiza<strong>da</strong> a 410 quilômetros de Goiânia,<br />

é separa<strong>da</strong> apenas por uma ponte <strong>da</strong><br />

ci<strong>da</strong>de matogrossense de Barra do<br />

Garças, que oferece infraestrutura<br />

completa. Tem praia urbana, cola<strong>da</strong> à<br />

ci<strong>da</strong>de, com bares e restaurantes.<br />

Toriuá Parque Hotel (64-3638-1811)<br />

Hotel Pousa<strong>da</strong> do Sol (64-3638-1698)<br />

Kuawit Hotel (64-3638-1698)<br />

BANDEIRANTES<br />

A 380 quilômetros de Goiânia, é distrito<br />

de Nova Crixás. A ci<strong>da</strong>de é pequena e<br />

rústica, mas abriga belas paisagens e<br />

extensas praias em seus arredores.<br />

Condomínio São José (62-3341-3146)<br />

Hotel Ramos (62-3341-3157)<br />

Pousa<strong>da</strong> e Restaurante Eliana<br />

(62-3341-3225)<br />

ARUANÃ<br />

A ci<strong>da</strong>de fica a pouco mais de 300<br />

quilômetros de Goiânia e tem boa<br />

estrutura, com hotéis, pousa<strong>da</strong>s e casas<br />

para alugar. Recebe grande número de<br />

turistas na tempora<strong>da</strong><br />

Pousa<strong>da</strong> Recanto do Araguaia (62-3376-1950)<br />

Pousa<strong>da</strong> Sân<strong>da</strong>lo (62-3376-1597)<br />

Hotel Pousa<strong>da</strong> Acauã (62-3376-1294)<br />

LUIS ALVES<br />

Situa<strong>da</strong> a 530 quilômetros de Goiânia,<br />

tem forte apelo para o turismo ecológico<br />

por ter natureza mais preserva<strong>da</strong><br />

Hotel Pousa<strong>da</strong> Jaburu (62-3382-3150)<br />

Hotel Pousa<strong>da</strong> Pescador (62-3382-3100)<br />

Hotel dos Canoeiros (62-3382-3150)<br />

COCALINHO<br />

Ci<strong>da</strong>de matogrossense a 430<br />

quilômetros de Goiânia, com belas<br />

praias e lagos próximos.<br />

Hotel Pousa<strong>da</strong> Araras (66-3586-1193)<br />

Hotel Canoas (66-3586-1553)<br />

Pousa<strong>da</strong> Jaburu (66-3586-1304)<br />

O QUE LEVAR<br />

- Repelente. É um item que não pode<br />

faltar em nenhuma mala. Se você<br />

esquecer, é bom comprar na ci<strong>da</strong>de mais<br />

próxima, já que é impossível resistir ao<br />

ataque enfurecido dos mosquitos à<br />

margem do rio.<br />

- Antialérgico. Antes <strong>da</strong> viagem, é<br />

recomendável consultar um médico sobre<br />

medicamento mais apropriado para evitar<br />

alergias provoca<strong>da</strong>s por pica<strong>da</strong>s de inseto<br />

- Filtro solar. Sem ele, não há como<br />

aproveitar os banhos e passeios pelo<br />

Araguaia. O sol é muito forte na região<br />

- Agasalhos. À noite, a temperatura cai<br />

bastante, principalmente nos<br />

acampamentos às margens do rio. O ideal<br />

é levar moletons informais, que<br />

proporcionam maior conforto<br />

- Salva-vi<strong>da</strong>s. Equipamento de segurança<br />

que não pode faltar. Os barcos contratados<br />

nos portos costumam oferecer coletes, mas<br />

sempre é bom se prevenir.<br />

- Tralha de pesca. Embora na maioria <strong>da</strong>s<br />

ci<strong>da</strong>des ribeirinhas seja possível encontrar<br />

equipamento de pesca e iscas para vender,<br />

é melhor levar sua própria tralha e a<br />

licença de pesca, que é obrigatória<br />

30 CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia


Equilíbrio recebe<br />

certificado de<br />

quali<strong>da</strong>de Ceise Br<br />

A Equilíbrio acaba de<br />

receber o certificado de<br />

quali<strong>da</strong>de Ceise Br Qualifica,<br />

programa baseado nos<br />

requisitos <strong>da</strong> ISO 9001:2008<br />

e OHSAS 18.001:2007,<br />

idealizado pelo Ceise -<br />

Centro Nacional <strong>da</strong>s<br />

Indústrias do Setor<br />

Sucroalcooleiro e Energético,<br />

com o apoio do<br />

Departamento de<br />

Engenharia de Produção <strong>da</strong><br />

Escola de Engenharia de São<br />

Carlos/USP. O programa<br />

tem o intuito de encaminhar<br />

as empresas nos primeiros<br />

passos para a implantação de<br />

um sistema de gestão <strong>da</strong><br />

quali<strong>da</strong>de com padrões<br />

internacionais.<br />

Grupo francês participará de cogeração no Brasil<br />

O grupo nuclear francês<br />

Areva e o <strong>brasil</strong>eiro<br />

Bolognesi anunciaram um<br />

acordo para a modernização<br />

de uni<strong>da</strong>des de cogeração em<br />

dez fábricas de cana de<br />

açúcar do país. Segundo os<br />

termos do acordo, a filial do<br />

grupo francês, Areva<br />

Kobkitz, proporcionará<br />

serviços fun<strong>da</strong>mentais para<br />

as instalações, implanta<strong>da</strong>s,<br />

principalmente, no<br />

Nordeste, de acordo com<br />

comunicado divulgado pela<br />

Areva. Ain<strong>da</strong> segundo a<br />

Energia renovável<br />

A ERB - Energias<br />

Renováveis do Brasil, que<br />

acaba de receber investimento<br />

<strong>da</strong> Rioforte Investments<br />

(Grupo Espírito Santo) e do<br />

Fundo de Investimento do<br />

Fundo de Garantia do Tempo<br />

de Serviço - FI-FGTS, gerido<br />

pela Caixa Econômica Federal,<br />

desenvolve projetos<br />

integrados de cogeração de<br />

energia a partir de biomassa<br />

para clientes industriais.O<br />

foco principal é a substituição<br />

nota, o Grupo Bolognesi,<br />

através de sua filial<br />

Hidrotérmica, investirá 380<br />

milhões de euros neste<br />

projeto. A construção <strong>da</strong><br />

primeira uni<strong>da</strong>de de<br />

cogeração já foi inicia<strong>da</strong>,<br />

enquanto a <strong>da</strong>s outras nove<br />

começará ain<strong>da</strong> em 2010.<br />

"Este acordo reforça nossa<br />

posição de líder nos serviços<br />

de engenharia para o<br />

mercado mundial <strong>da</strong>s<br />

<strong>bioenergia</strong>s", diz o diretor<br />

<strong>da</strong> divisão de <strong>bioenergia</strong> <strong>da</strong><br />

Areva, Anil Srivastava.<br />

<strong>da</strong> matriz fóssil por um<br />

combustível limpo e<br />

renovável, com ganhos de<br />

eficiência e custo.Todo o<br />

trabalho é assessorado pela<br />

TozziniFreire Advogado, que<br />

auxiliou na estruturação e<br />

negociação dos documentos<br />

societários referentes à<br />

captação de recursos para a<br />

empresa, assim como na<br />

elaboração de contratos com<br />

seus clientes, sob a perspectiva<br />

de project finance.<br />

Brumazi instala equipamento<br />

na Usina Santa Juliana<br />

A Brumazi entregou, recentemente,<br />

um Circuito de Transporte e<br />

Movimentação de Bagaço para<br />

alimentação <strong>da</strong> caldeira instala<strong>da</strong> na<br />

Agroindustrial Santa Juliana, pertencente<br />

ao Grupo Bunge. Esta usina já havia<br />

adquirido outros transportadores <strong>da</strong><br />

Brumazi. "Por estar no setor<br />

sucroenergético há muitos anos,a<br />

Brumazi conquistou a confiança dos<br />

clientes, fornecendo equipamentos de alta<br />

performance a todos. Importantes grupos<br />

instalados no Brasil, como por exemplo a<br />

Cosan e a Cargill, já adquiriram nossos<br />

Circuitos de Transporte de Bagaço",<br />

comenta Paulo Siqueira, diretor comercial<br />

<strong>da</strong> Brumazi.<br />

A Bunge adquiriu a Agroindustrial<br />

Santa Juliana em 2007, o que representou<br />

a entra<strong>da</strong> <strong>da</strong> multinacional norteamericana<br />

na indústria de açúcar, etanol e<br />

cogeração de energia. Localiza<strong>da</strong> no<br />

sudoeste de Minas Gerais, na ci<strong>da</strong>de de<br />

Santa Juliana, a usina está próxima às<br />

ci<strong>da</strong>des de Uberlândia e Araxá.<br />

Produzindo a sua própria energia, gera<strong>da</strong><br />

a partir do bagaço, resíduo <strong>da</strong> moagem <strong>da</strong><br />

cana, tem capaci<strong>da</strong>de de moagem de 1,6<br />

milhão de tonela<strong>da</strong>s de cana-de-açúcar,<br />

número que será ampliado em breve para<br />

4,2 milhões de tonela<strong>da</strong>s.<br />

www.brumazi.com.br<br />

32 CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia


MMtec expande trabalho de manutenção preditiva<br />

Grupo Coral é líder de mercado no Centro-Oeste<br />

A MMtec, empresa origina<strong>da</strong> á 15<br />

anos em Piracicaba-SP, expande, através<br />

<strong>da</strong> regional Centro-Oeste, o trabalho<br />

de manutenção preditiva em análise<br />

de vibrações, termografia, balanceamentos,<br />

alinhamento a laser, ultrasom<br />

e magnetoscopia nas indústrias situa<strong>da</strong>s<br />

no Estado de Goiás e Mato Grosso.<br />

Na hora de iniciar a programação<br />

de manutenção de entressafra. A comodi<strong>da</strong>de<br />

está em saber o que fazer, o<br />

que desmontar, o que trocar, o que recuperar,<br />

o que contratar e deixar o<br />

que é bom apenas hibernando. Mas<br />

como fazer isso?<br />

A preditiva é a melhor ferramenta<br />

para indicar o que fazer, deixando o<br />

gestor de manutenção com segurança<br />

para direcionar os trabalhos de manutenção<br />

de entressafra.<br />

Neste momento é hora de resgatar<br />

todos os históricos de para<strong>da</strong>s e arrojar<br />

as inspeções de vibração, termovisão,<br />

análise de óleos de ca<strong>da</strong> equipamento<br />

para assim termos visão do que<br />

e necessário reparar na planta industrial.<br />

O arrojo na preditiva trata-se de<br />

um aumento <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong>de de máquinas<br />

inspeciona<strong>da</strong>s, bem como na<br />

frequência de coleta de <strong>da</strong>dos para<br />

assim nos certificarmos <strong>da</strong>s falhas encontra<strong>da</strong>s<br />

e podermos avaliar sua relevância,<br />

pois assim é possível o dimensionamento<br />

do capital a ser disponibilizado,<br />

bem como tempos e<br />

pessoas envolvi<strong>da</strong>s.<br />

Com o aumento dos custos de manutenção<br />

e mão de obra, deve-se mu<strong>da</strong>r<br />

a estratégia de atuação e reduzir<br />

custos Portanto, a organização dos<br />

trabalhos internos é item que faz<br />

grande diferença e, além de proporcionar<br />

aumento <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> útil de equipamentos,<br />

proporciona o comprometimento<br />

<strong>da</strong> equipe de manutenção no<br />

resultado operacional <strong>da</strong> empresa.<br />

Respostas rápi<strong>da</strong>s e seguras nesse momento<br />

são a chave do sucesso.<br />

É preciso avaliar o custo de reparo<br />

de máquinas e equipamentos e, para<br />

isso, se faz necessário adotar a filosofia<br />

e cultura de maximizar a eficiência,<br />

identificando e solucionando as per<strong>da</strong>s,<br />

além de focar na intervenção cirúrgica,<br />

fazer o que realmente é preciso.<br />

É necessário esquecer a antiga filosofia<br />

do desmancha tudo e procurar o<br />

defeito. Foquemos no diagnóstico e<br />

intervenção programa<strong>da</strong>.<br />

A equipe de inspetores que identificam<br />

falhas e as acompanham devem<br />

suprir o coordenador de manutenção<br />

para direcionar os trabalhos, propondo<br />

melhorias, e direcionando os reparos às<br />

empresas de tecnologia que possam resolver<br />

problemas que foram identificado<br />

pelas técnicas de análise de vibrações,<br />

termográfica, magnétoscopia, ultrasom<br />

e demais ENDs (ensaios não<br />

destrutivos). Assim, o resultado será o<br />

sucesso <strong>da</strong> manutenção e disponibili<strong>da</strong>de<br />

dos equipamentos.<br />

A MMtec faz planejamento, monitoramento<br />

e inspeções de equipamentos,<br />

pré-estabelecendo rotas, períodos<br />

e modos de intervenção para que a intervenção<br />

seja um procedimento cirúrgico<br />

e direcionado e atacando a<br />

causa raiz do problema, visando a disponibili<strong>da</strong>de<br />

de máquina, evitando o<br />

retrabalho e maximizando a eficiência<br />

do conjunto industrial.<br />

A programação de manutenção se<br />

baseia nas técnica preditivas de análise<br />

de vibração, inspeção termográfica,<br />

utrassom análise de trinca por partículas<br />

magnéticas, alinhamento a laser<br />

e balanceamento.<br />

Líder de mercado no Centro-<br />

Oeste na terceirização de serviços,<br />

o Grupo Coral mantém esse título<br />

graças a uma estrutura basea<strong>da</strong><br />

na utilização de alta tecnologia,<br />

seguindo rígidos padrões de quali<strong>da</strong>de<br />

em atendimento e prestação<br />

de serviços. Presente em 9 Estados,<br />

atualmente gera mais de<br />

7.000 empregos diretos em suas<br />

operações em mais de 300 ci<strong>da</strong>des.<br />

O Grupo Coral oferece um<br />

serviço altamente qualificado e<br />

comprovado com mais de três déca<strong>da</strong>s<br />

de tradição no mercado.<br />

São inúmeras a vantagens <strong>da</strong><br />

terceirização de serviços do<br />

Grupo Coral. Conheça algumas<br />

delas:<br />

- Quali<strong>da</strong>de Certifica<strong>da</strong> ISO 9001;<br />

- Tradição de mais de três déca<strong>da</strong>s de<br />

atuação no mercado;<br />

- Interativi<strong>da</strong>de total com os clientes através<br />

do site www.grupocoral.com.br, SAC 0800<br />

646 3020, e-mails diretos aos diversos<br />

setores <strong>da</strong> empresa, etc;<br />

- Processo de seleção e admissão de<br />

funcionários;<br />

- Substituição imediata do funcionário em<br />

caso de licença ou falta de qualquer<br />

natureza, sem nenhum custo adicional;<br />

- Fornecimento de equipamentos e<br />

manutenção dos mesmos;<br />

- Despesas com transporte do pessoal por<br />

conta do Grupo Coral;<br />

- Uniformização atendendo às exigências<br />

dos diversos clientes;<br />

- Treinamento e aperfeiçoamento<br />

constantes de todos os colaboradores;<br />

- Serviços fiscalizados, com controle<br />

eletrônico, por uma equipe que trabalha 24<br />

horas por dia, durante todos os dias do ano.<br />

O Grupo Coral tem as mais modernas<br />

e eficientes soluções em<br />

Limpeza e Conservação. A Coral<br />

Empresa de Segurança Lt<strong>da</strong>, é autoriza<strong>da</strong><br />

a prestar seus serviços de<br />

segurança, com uso de armas, pelo<br />

Ministério <strong>da</strong> Justiça, através<br />

do Departamento de Polícia Federal.<br />

As equipes são seleciona<strong>da</strong>s e<br />

treina<strong>da</strong>s, seguindo as mais rígi<strong>da</strong>s<br />

normas de segurança, em<br />

Centros de Formação de Vigilantes<br />

autorizados pela Polícia Federal.<br />

Opções de Segurança Eletrônica<br />

que o Grupo Coral oferece:<br />

- Alarmes Monitorados;<br />

- Serviços de Ron<strong>da</strong> com Controle<br />

Eletrônico;<br />

- Circuito Fechado de TV Analógico e Digital;<br />

- Monitoramente e Transmissão de Imagens;<br />

- Sistema de Controle de Acesso;<br />

- Sistema de Proteção Perimetral;<br />

- Pronta Resposta;<br />

- Soluções de Segurança Integra<strong>da</strong> - SSI.<br />

Veja alguns serviços especializados<br />

que o Grupo Coral oferece:<br />

- Recepcionistas;<br />

- Motoristas;<br />

- Ascensoristas;<br />

- Secretárias;<br />

- Telefonistas;<br />

- Copeiras;<br />

- Auxiliares em geral;<br />

- Jardineiros;<br />

- Manobristas;<br />

- Pedreiros;<br />

- Encanadores;<br />

- Eletricistas;<br />

- Mecânicos;<br />

- Garagistas, entre inúmeros outros.<br />

O Grupo Coral ain<strong>da</strong> possui os<br />

serviços de segurança pessoal<br />

V.I.P., gastronomia empresarial,<br />

varrição de vias públicas, higienização<br />

e desinfecção hospitalar,<br />

coleta de lixo, administração de<br />

presídios e monitoramento de<br />

apenados.<br />

TransEspecialista investe em infraestrutura e forma líderes para o futuro<br />

Para merecer sempre o melhor e manter-se<br />

entre as melhores e maiores transportadoras<br />

deste país, a TransEspecialista investe constantemente<br />

em processos e pessoas. O segredo é o<br />

amor pelo cliente, o comprometimento total e o<br />

desenvolvimento constante <strong>da</strong>s melhores soluções<br />

para o mercado.<br />

Por isso, em nossa última reunião estratégica,<br />

nos dias 31 de julho e 1 de agosto, a equipe refinou<br />

os conceitos e desenhou seu planejamento<br />

para o próximo semestre e para 2011.<br />

Nessa reunião estavam colaboradores estratégicos,<br />

gerentes e supervisores <strong>da</strong> Matriz e de suas<br />

dez uni<strong>da</strong>des de negócios. O encontro marcou o<br />

lançamento <strong>da</strong> campanha "Quem sou deixa marca",<br />

que tem o objetivo de despertar o espírito de<br />

liderança nos supervisores <strong>da</strong> TransEspecialista. Essa<br />

quali<strong>da</strong>de está sendo ca<strong>da</strong> vez mais exigi<strong>da</strong> no<br />

mercado e isso não é diferente na TransEspecialista,<br />

principalmente frente aos desafios <strong>da</strong> empresa<br />

para os próximos anos. Afinal, num mercado ca<strong>da</strong><br />

vez mais competitivo, várias metas a serem atingi<strong>da</strong>s<br />

e muitas oportuni<strong>da</strong>des a serem galga<strong>da</strong>s, a<br />

Reunião de colaboradores: resultado para o<br />

cliente resulta em satisfação que gera fidelização<br />

equipe precisa ser forma<strong>da</strong> por profissionais próativos<br />

e bem preparados.<br />

Desenvolver novos líderes é uma priori<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

TransEspecialista, tendo em vista os altos voos que<br />

a empresa almeja para o segundo semestre de 2010<br />

e para os próximos anos. Rosana Zumstein, diretora<br />

<strong>da</strong> TransEspecialista, salienta que a equipe <strong>da</strong><br />

transportadora precisa estar consciente do horizonte<br />

que a empresa pretende trilhar no curto, médio<br />

e longo prazos.<br />

Na reunião foi apresenta<strong>da</strong> aos funcionários<br />

presentes a demonstração de resultados do primeiro<br />

semestre de 2010, que foi muito positivo, marcado<br />

pela renovação do SASSMAQ, e pela aceleração<br />

do processo de implantação <strong>da</strong> ISO 9001, que<br />

deverá ser concluí<strong>da</strong> até outubro deste ano.<br />

Foi apresentado o resultado positivo de duas<br />

pesquisas: uma de satisfação externa, que demonstrou<br />

a aprovação e confiabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> empresa junto<br />

aos clientes, e outra realiza<strong>da</strong> junto ao público<br />

interno, com nossos colaboradores, que mostraram<br />

satisfação com a empresa em que trabalham", pontua<br />

Rosana. "No Brasil, poucas transportadoras<br />

possuem a certificação SASSMAQ, e com ISO, menos<br />

ain<strong>da</strong>. A obtenção <strong>da</strong> ISO 9001 será um diferencial<br />

a mais <strong>da</strong> empresa no mercado, atestando a<br />

irrefutável quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> TransEspecialista quando o<br />

assunto é prestação de serviços logísticos, além <strong>da</strong><br />

preocupação com a sustentabili<strong>da</strong>de e com a comuni<strong>da</strong>de",<br />

completa Rosana.<br />

A empresa está num momento de ampla profissionalização<br />

e diante <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de desenvolver<br />

soluções, ca<strong>da</strong> vez mais seguras e econômicas.<br />

Por isso, o lema atual é inovar, o que sempre permitirá<br />

à transportadora exceder às expectativas de<br />

nossos clientes.<br />

CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia 33


TECNOLOGIA URBANISMO<br />

Propostas de mu<strong>da</strong>nça<br />

para crescimento do<br />

agronegócio<br />

NOVIDADES NO MERCADO<br />

DE SOFTWARES<br />

fotos divulgação<br />

CONFERÊNCIA REALIZADA EM MINAS GERAIS DISCUTE NOVAS<br />

TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO PARA O SETOR RURAL<br />

A2ª Conferência Nacional sobre Defesa<br />

Agropecuária (CNDA), realiza<strong>da</strong> no Expominas,<br />

no 1º semestre desse ano<br />

apontou ações importantes para o<br />

crescimento do agronegócio <strong>brasil</strong>eiro, entre<br />

elas, o uso de novas tecnologias. Cerca de 1600<br />

pessoas de todo o País participaram do evento,<br />

que aconteceu durante a SuperAgro, realizado<br />

pelo governo de Minas Gerais.<br />

O professor Evaldo Vilela, coordenador do<br />

Projeto Inovação Tecnológica para Defesa Agropecuária,<br />

ressaltou a importância do encontro<br />

como meio de focar as atenções para os problemas<br />

enfrentados pela defesa agropecuária no<br />

Brasil e também destacou o potencial <strong>da</strong> ciência<br />

e tecnologia desenvolvido no País: "O Brasil tem<br />

uma importância enorme na produção de alimentos<br />

para o mundo. Temos que aproveitar esse<br />

fato e agir com direcionamento para obtermos<br />

os resultados que desejamos. Vamos utilizar<br />

a tecnologia em favor do agronegócio e fazer<br />

<strong>da</strong> inovação uma mania", defendeu.<br />

José Guilherme Leal, secretário-adjunto <strong>da</strong><br />

SDA/Mapa, ressaltou a importância <strong>da</strong> continui<strong>da</strong>de<br />

dos trabalhos iniciados na Conferência.<br />

"Agora resta acertarmos nossas agen<strong>da</strong>s<br />

de acordo com essas deman<strong>da</strong>s, em busca<br />

de melhorias para o setor. Temos que agir<br />

com rapidez para suprir as necessi<strong>da</strong>des e<br />

garantirmos a evolução <strong>da</strong> defesa agropecuária<br />

do País", disse.<br />

NOVIDADES<br />

Incentivar os negócios nacionais e internacionais<br />

no setor de tecnologia <strong>da</strong> informação (TI) para<br />

atender deman<strong>da</strong>s comerciais de produtores<br />

rurais foi o principal objetivo <strong>da</strong> 2ª Feira de<br />

Software para o Agronegócio – Agrotic . As principais<br />

novi<strong>da</strong>des de TI foram apresenta<strong>da</strong>s durante<br />

os três dias do evento, que ocorreu paralelamente<br />

à 2ª Conferência Nacional sobre Defesa<br />

Agropecuária.<br />

Vinte expositores de software, públicos e privados,<br />

demonstraram na Agrotic as principais novi<strong>da</strong>des<br />

em aplicativos destinados à defesa agropecuária,<br />

cultivo vegetal e administração rural. Além<br />

disso, houve uma série de palestras que abor<strong>da</strong>ram<br />

a importância do uso de tecnologia <strong>da</strong> informação<br />

e sistemas disponíveis para informatização rural.<br />

A Embrapa Instrumentação Agropecuária (São<br />

Carlos, SP) apresentou três softwares que realizam<br />

diagnóstico por imagem (ver box). Os sistemas<br />

computacionais demonstrados na feira foram:<br />

Geolfielder, Sacam e AFSoft, desenvolvidos<br />

para fazer análise por meio de imagem digital do<br />

comportamento de animais, solo e folhas, lançados<br />

no final de 2009.<br />

A Agrotic é coordena<strong>da</strong> pela Embrapa Informática<br />

Agropecuária (Campinas, SP). Já a 2ª Conferência<br />

Nacional sobre Defesa Agropecuária foi<br />

promovi<strong>da</strong> pelo Instituto Mineiro de Agropecuária<br />

(IMA), Universi<strong>da</strong>de Federal de Viçosa (UFV) e<br />

o Ministério <strong>da</strong> Agricultura.<br />

Sacam<br />

O Sacam, software para avaliação do<br />

comportamento de animais em movimento,<br />

desenvolvido pela Embrapa Instrumentação<br />

Agropecuária (São Carlos, SP), em parceria<br />

com a Embrapa Recursos Genéticos e<br />

Biotecnologia (Brasília) é utilizado em<br />

estudo de insetos no controle biológico de<br />

pragas, na avaliação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de do meio<br />

ambiente, nível de poluição, como no caso<br />

de estações de captação, tratamento e<br />

abastecimento de água, proporcionando<br />

rápi<strong>da</strong> toma<strong>da</strong> de decisão em caso de<br />

contaminação e em diferentes situações<br />

onde o comportamento retrata uma<br />

alteração do meio.<br />

GeoFielder<br />

Voltado para agricultura de precisão, ele<br />

pode ser utilizado junto a aeronaves quando<br />

o objetivo é obter imagens aéreas ou em<br />

máquinas agrícolas e veículos para captura<br />

de imagens em solo. O GeoFielder permite<br />

mais precisão nos processos de vistoria, uma<br />

vez que as respostas são localiza<strong>da</strong>s<br />

geograficamente, e maior controle <strong>da</strong><br />

operação de inspetores, execução <strong>da</strong>s<br />

tarefas, deslocamentos e posição.<br />

AFSoft<br />

Esta ferramenta foi desenvolvi<strong>da</strong> para<br />

auxiliar na análise e quantificação<br />

automática de deficiências nutricionais,<br />

incidência de doenças e ataque de insetos<br />

em culturas, a partir <strong>da</strong> imagem digital <strong>da</strong><br />

folha. Também permite medições de área,<br />

comprimento e largura <strong>da</strong> folha e de regiões<br />

<strong>da</strong>nifica<strong>da</strong>s.<br />

Fonte: Embrapa<br />

34 CANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia

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