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Hortaliças Beterraba (Beta vulgaris L.) Hortaliça anual ... - IAC

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Hortaliças <strong>Beterraba</strong> (<strong>Beta</strong> <strong>vulgaris</strong> L.)<br />

Figura 1. <strong>Beterraba</strong> comercializada na forma de maços (folhas e raízes).<br />

Foto: S. W. Tivelli<br />

Hortaliça <strong>anual</strong> herbácea, pertencente à família Chenopodiaceae e cuja principal parte<br />

comestível é uma raiz tuberosa constituída, internamente, por faixas circulares de tecidos<br />

condutores de alimentos alternadas com faixas de tecidos contendo alimento armazenado.<br />

Estas são relativamente largas e escuras ou mais coloridas; as de tecidos condutores são mais<br />

estreitas e mais claras. A raiz pode ser consumida crua ou cozida, porém são nas folhasque<br />

estão concentradas as maiores quantidades de nutrientes e vitaminas por 100 gramas do<br />

produto, destacando-se cálcio, ferro, sódio, potássio e vitaminas A, B e C.<br />

A beterraba é originária das regiões de clima temperado da Europa e do Norte da África. No<br />

Brasil, as Regiões Sudeste e Sul cultivam 77% do que é produzido. O Estado de São Paulo<br />

planta em média 5.000 hectares dessa hortaliça por ano, produzindo 115.000 toneladas. Os<br />

principais municípios produtores encontram-se nos Escritórios de Desenvolvimento Rural<br />

(EDRs) de Sorocaba, Mogi das Cruzes e São Paulo. Os meses mais frescos são os preferidos<br />

para o seu cultivo.<br />

Cultivares: All Green, Asgrow Wonder (Asgrow), Hib. Avenger (Ferry Morse), Hib. Kestrel<br />

(Sakata), Rangel (Horticeres), Redondo (Bejo), Rossete (Seminis), Stay Green (Rogers), Tall<br />

Top Early Wonder (Ferry Morse, Horticeres).<br />

Época de plantio: o melhor desenvolvimento ocorre na faixa de 10 a 20°C. Em altitude<br />

inferior a 400 metros, semear de abril a junho; de 400 a 800 metros, de fevereiro a junho;<br />

acima de 800 metros, o ano todo. Na cultura de verão as cotações são superiores, mas o risco<br />

é maior, inclusive pela alta incidência de doenças. Sob temperatura elevada há formação de<br />

anéis claros na raiz, depreciando o produto.<br />

Espaçamento definitivo: 20 a 30 cm x 10 a 15 cm.<br />

Densidade: 155.000 a 350.000 plantas/hectare.<br />

Propagação: por sementes. A "semente comercial" é um glomérulo com 2 a 4 sementes<br />

verdadeiras.


No mercado encontram-se "sementes descortiçadas" obtidas da fragmentação mecânica dos<br />

glomérulos.<br />

Sementes necessárias: (a) semeadura direta: 10 kg de semente comercial por hectare; (b)<br />

sistema de mudas em canteiro: 4 kg/ha; (c) sistema de mudas em bandeja: 1-2 kg/ha.<br />

Técnica de plantio: cultivo em canteiros de 1,0 a 1,2 m de largura, 20 a 30 cm de altura e<br />

separados entre si por 40 a 50 cm. A semeadura é feita na profundidade de 1 a 2 cm, m<strong>anual</strong><br />

ou mecanicamente. A imersão dos glomérulos em água corrente, por 12 horas, melhora a<br />

emergência das plântulas. No sistema de plantio por mudas em canteiros, as mudas são<br />

transplantadas cerca de 20 a 30 dias após a semeadura, quando apresentam 5 a 6 folhas e 15<br />

cm de altura. Para mudas formadas em bandeja, o transplante ocorre cerca de 20 dias após a<br />

semeadura.<br />

Figura 1. Semeadura direta de beterraba com máquina pneumática e lavoura aos 70 dias após a semeadura.<br />

Fotos: S. W.Tivelli<br />

Controle da erosão: canteiros em nível.<br />

Calagem e adubação: aplicar calcário para elevar a saturação por bases a 80%. O teor<br />

mínimo de magnésio no solo deve ser de 8 mmol c /dm³. Cerca de 30 dias antes do plantio,<br />

aplicar 20 a 30 t/ha de esterco de curral bem curtido (sendo a dose maior para solos mais<br />

arenosos) ou um quarto dessa quantidade em esterco de galinha bem curtido. Aplicar, de<br />

acordo com a análise de solo, 20 a 30 kg/ha de N, 180 a 360 kg/ha de P 2 O 5 e 60 a 180 kg/ha<br />

de K 2 O, incorporando-os ao solo, pelo menos, 10 dias antes da semeadura. Em solos<br />

deficientes, aplicar 2 a 4 kg/ha de boro (menor dose em solos arenosos) e 3 kg/ha de zinco,<br />

juntamente com o NPK, no plantio. Em cobertura, aplicar 80 a 160 kg/ha de N e 30 a 60 kg/ha<br />

de K 2 O, parcelando em três aplicações aos 15, 30 e 50 dias após a emergência das plântulas.<br />

Aplicar em pulverização, aos 15 e 30 dias após a emergência das plântulas (ou transplante das<br />

mudas), 5 g de molibdato de sódio ou molibdato de amônio em 10 litros de água.


Controle de pragas e doenças: (a) pragas - lagarta-rosca, lagarta-elasmo, vaquinha,<br />

pulgão do colo. Produtos registrados no Estado de São Paulo para a cultura em 18/05/2006:<br />

carbaryl; (b) doenças – mancha de Cercospora, nematóides (Meloidogyne, Aplelenchum<br />

avenae e Helicotylenchum dibystera), tombamento (Fusarium spp., Phoma<br />

betae, Phytophthora spp., Pythium spp., Rhizoctonia solani), podridão branca ou podridão de<br />

Sclerotium, mancha de Alternaria, mancha de Phoma, ramularia, Ralstonia<br />

solanacearum, Erwinia spp., Xanthomonas campestris pv. <strong>Beta</strong>e e podridão branca ou podridão<br />

de sclerotium. Produtos registrados: azoxystrobin, difenoconazol, hidróxido de cobre,<br />

Kasugamycin, mancozeb, pencycuron, oxicloreto de cobre e tebuconazole.<br />

Outros tratos culturais: (a) desbaste -operação indispensável, visto que o glomérulo<br />

contém duas ou mais sementes, originando, portanto, duas ou mais plantas; no sistema de<br />

semeadura direta o desbaste é feito em plantas com 5 a 6 folhas; (b) irrigação -<br />

indispensável, pois a falta de água torna as raízes lenhosas e diminui a produtividade. No<br />

sistema de semeadura direta, é preferível fazer várias irrigações leves durante o dia do que<br />

uma mais pesada, especialmente nos períodos mais quente do ano; (c) cobertura morta –<br />

esta prática cultural pode ser adotada para os sistemas de propagação por mudas, porém<br />

prejudica a germinação no sistema de semeadura direta.<br />

Controle de plantas daninhas:(a) m<strong>anual</strong>; (b) mecânico: com pequenas enxadas; (c)<br />

químico: produtos registrados no Estado de São Paulo para a cultura em<br />

05/12/2005: metamitrona e paraquat; (d) físico: o fogo pode ser uma opção para os cultivos<br />

agroecológico e orgânico. Os canteiros são preparados com antecedência para as plantas<br />

daninhas germinarem e queimam-se as plantas com o auxílio de um maçarico usado em<br />

granjas de aves e suinos. Depois, transplanta-seas mudas revolvendo o solo o mínimo<br />

possível.<br />

Colheita: (a) sistema de semeadura direta: início aos 60/70 dias após o plantio; (b) cultivo<br />

por mudas transplantadas: início aos 90/100 dias após o plantio. Ponto ideal de colheita:<br />

quando as raízes atingiram 6 a 8 cm de diâmetro, e estão ainda tenras.<br />

Figura 2. Lavador para raízes de beterraba em Paranapanema (SP).<br />

Foto: S. W. Tivelli<br />

Produtividade normal: 15 a 30 t/ha de raízes tuberosas limpas.<br />

Rotação: repolho, alface, cenoura, berinjela, feijão-vagem, adubos verdes, cereais.<br />

Armazenamento e comercialização:após a colheita, as raízes são lavadas e, em seguida,<br />

comercializadas em maços, geralmente com uma dúzia de beterrabas e peso de 3 a 4 kg, ou<br />

em caixa tipo K, de 20 kg. Os maços, para transporte, são colocados em engradados<br />

(geralmente 9 por unidade) de 20 kg. A beterraba pode ser conservada por 10 a 15 dias, se<br />

mantida a 0 a 1°C e 95 a 98 % de umidade do ar.


Figura 3. <strong>Beterraba</strong>s embaladas em caixas K e engradados de 20 kg prontas para comercialização na Ceagesp.<br />

Fotos: S. W.Tivelli.<br />

Instituto Agronômico - <strong>IAC</strong> - Centro de Horticultura<br />

Pesquisadores:<br />

Sebastião Wilson Tivelli<br />

Paulo Espíndola Trani

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