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o jornal batista – domingo, 27/07/14 ponto de vista<br />
Cuidando uns dos outros<br />
O<br />
verbo cuidar tem<br />
a ver com atenção<br />
e responsabilidade<br />
por algo ou<br />
alguém; significa ter atitudes<br />
e atos de profundo amor.<br />
Cuidar é tratar, alimentar,<br />
confrontar, ensinar, zelar,<br />
acompanhar e encorajar. Cuidar<br />
tem a ver também com<br />
provisão e proteção. Há uma<br />
conexão com encorajamento.<br />
Deus nos chamou ao cuidado<br />
mútuo. Ele nos deu a<br />
capacidade de tratarmos uns<br />
dos outros sempre no caráter<br />
de Cristo Jesus, tendo o Seu<br />
amor, mansidão e humildade<br />
como práticas muito eficazes.<br />
A Igreja é um hospital para<br />
pecadores. Um ambiente<br />
onde a graça é abundante. É<br />
a comunidade da aceitação,<br />
do perdão e da festa e sempre<br />
no caráter de Cristo Jesus.<br />
Numa sociedade marcada<br />
pelo individualismo, o nosso<br />
grande desafio é andarmos<br />
pela via da coletividade, da<br />
comunidade solidária, tendo<br />
uma vida caracterizada pela<br />
doação. A igreja é a resposta<br />
para uma sociedade cada vez<br />
mais voltada para o exclusivismo,<br />
o entretenimento e o<br />
afrouxamento ético, moral.<br />
Paulo nos ensina: “Há um só<br />
corpo e um só Espírito, como<br />
fostes também chamados em<br />
uma só esperança do vosso<br />
chamado; há um só Senhor,<br />
uma só fé, um só batismo;<br />
um só Deus e Pai de todos,<br />
que é sobre todos, por todos<br />
e está em todos” (Ef 4.4-6).<br />
Diante de uma sociedade<br />
estigmatizada pela fragmentação,<br />
o Pai nos chama em<br />
Cristo Jesus para a unidade,<br />
para sermos relevantes neste<br />
mundo que “jaz no maligno”<br />
(I João 5.19). É neste mundo<br />
que precisamos “resplandecer<br />
como luminares” (Fil 2.15).<br />
Sabemos que a Igreja é o<br />
Corpo vivo de Cristo e nós<br />
somos membros uns dos outros<br />
(I Co 12.12-27). Somos<br />
dependentes do Pai e interdependentes<br />
em nossa comunhão,<br />
em nossa fraternidade.<br />
A igreja é a comunidade<br />
terapêutica. Por esta razão,<br />
devemos tratar uns dos outros<br />
com amor e respeito; carinho<br />
e afeto; solidariedade e compaixão;<br />
oração e descanso;<br />
sinceridade e justiça; graça<br />
e perdão. Precisamos conhecer<br />
bem uns aos outros. Não<br />
devemos ter medo de abrir o<br />
coração e expor sinceramente<br />
nossas mazelas, dificuldades<br />
de relacionamento e problemas<br />
em casa. Que sejamos de<br />
confiança para ouvir, orar e<br />
ajudar. Aprendamos a não expor<br />
o nosso irmão ou a nossa<br />
irmã quando nos reparte algo<br />
do coração. Uma das qualidades<br />
do cristão autêntico é a<br />
sua discrição quando alguém<br />
reparte algo que o aflige ou<br />
perturba. O cristão genuíno é<br />
de inteira confiança. Ele tem<br />
a ética de Jesus Cristo como<br />
referencial nas suas atitudes<br />
e ações.<br />
Cuidando uns dos outros<br />
somos chamados a um compromisso<br />
com a saúde da<br />
Igreja, do Corpo Vivo de<br />
Cristo. Devemos orar uns<br />
pelos outros. Dialogar em<br />
amor. Reconhecer nossas<br />
limitações. Trabalhar juntos.<br />
Não somos ilhas, mas um<br />
continente. Somos instrumentos<br />
de Deus para nos<br />
ajudarmos nas diversas áreas<br />
da vida cristã. À medida que<br />
convivemos em amor vamos<br />
sendo tratados, curados e<br />
encorajados para ajudarmos<br />
os de fora. Somos a família de<br />
Deus, salvos por Cristo e indo<br />
para o céu. Jesus é o nosso irmão<br />
mais velho, Aquele que<br />
a Si mesmo se deu por nós<br />
na cruz, derramando o Seu<br />
precioso sangue.<br />
A Igreja deve ser cheia do<br />
amor do Pai, da graça de<br />
Cristo e do poder do Espírito<br />
Santo. É nesta plenitude da<br />
Trindade que devemos cuidar<br />
amorosamente uns dos<br />
outros, sendo vitoriosos em<br />
nosso testemunho cristão.<br />
É imperativo que obedeçamos<br />
a Oração Sacerdotal de<br />
Jesus (João 17). Uma igreja<br />
saudável é aquela que ora,<br />
comunga e trabalha fortemente<br />
para atender as necessidades<br />
das pessoas. Ela<br />
não fica ensimesmada, mas<br />
existe para fora, para cumprir<br />
a missão recebida da parte do<br />
Senhor (Mt 28.18-20). Uma<br />
igreja que pratica os ensinos<br />
do Mestre. Que testemunha<br />
fielmente o evangelho de<br />
Cristo ao mundo sempre para<br />
a Glória do Pai.<br />
Luiz Antônio de Souza Sudré,<br />
pastor da Quarta Igreja<br />
Batista em Santo Aleixo -<br />
Magé - RJ<br />
João 10. 1-18<br />
Senhor, Tu um dia me<br />
chamou e me disse<br />
para apascentar as tuas<br />
ovelhas, e prontamente<br />
eu lhe disse: eis-me aqui;<br />
Senhor, hoje com sinceridade<br />
de coração, eu te peço<br />
sabedoria para cuidar, guiar,<br />
sustentar e amar as ovelhas<br />
que a mim confiaste;<br />
Senhor, que eu conheça<br />
e me faça conhecido deste<br />
amado rebanho;<br />
Senhor, que haja reciprocidade<br />
no dia a dia, na confiança,<br />
no cuidado, na comunhão<br />
e no amor entre pastor<br />
e ovelha;<br />
Senhor, me conceda paciência<br />
para caminhar com a<br />
ovelha rebelde e amor para<br />
compreendê-la;<br />
Senhor, me dê forças para<br />
buscar a perdida e trazê-la<br />
de volta ao aprisco em segurança;<br />
Senhor, que as ovelhas<br />
possam amar esse humilde<br />
pastor, que tenham prazer<br />
em ouvir a sua voz;<br />
Senhor, que possamos<br />
compartilhar os bons e os<br />
maus momentos unidos;<br />
Senhor, que nos momentos<br />
quando me faltarem palavras,<br />
o meu abraço possa falar por<br />
mim;<br />
Senhor, que a convivência<br />
pastor e ovelha, sejam de tal<br />
maneira que esse humilde<br />
pastor possa ter o cheiro das<br />
ovelhas;<br />
Senhor, que eu seja verdadeiramente<br />
um instrumento<br />
em suas mãos, para<br />
que o meu cuidado para<br />
com as ovelhas, seja o reflexo<br />
do seu amor e da sua<br />
misericórdia sobre nossas<br />
vidas, por Cristo Jesus,<br />
Amém!<br />
Pastor Araúna dos Santos<br />
- ESPedro foi achado por<br />
Jesus Cristo antes de<br />
Paulo. Tornou-se seu<br />
discípulo, primeiro,<br />
e depois apóstolo, antes de<br />
Paulo. Conviveu fisicamente<br />
com Jesus, na intimidade do<br />
círculo dos mais próximos<br />
– ao lado de Tiago e João –<br />
antes de Paulo, que não travou<br />
dessa amizade pessoal,<br />
face a face, com Jesus Cristo<br />
vivo. Pedro fez a declaração<br />
de fé a Jesus – “Tu és o Cristo”<br />
(o Messias), e recebeu a<br />
aprovação dele e a promessa<br />
profética – “Eu lhe darei as<br />
chaves do Reino dos céus...”.<br />
Paulo perseguiu os cristãos<br />
e ouviu de Jesus a pergunta:<br />
“Saulo, Saulo por que você<br />
me persegue?”. Mas ambos<br />
foram vocacionados por Cristo,<br />
SENHOR da Seara.<br />
A trajetória de Pedro e<br />
Paulo foi diferente. Pedro foi<br />
o primeiro, Paulo veio depois.<br />
Mas Pedro negou sua<br />
identificação com Cristo na<br />
ocasião do julgamento dele<br />
perante o sinédrio, enquanto<br />
Paulo, uma vez convertido,<br />
expôs sua vida por amor a<br />
Cristo. E houve um tempo<br />
em que Pedro e Paulo se<br />
encontraram em Antioquia.<br />
E Paulo repreendeu, publicamente,<br />
Pedro por causa<br />
de seu comportamento de<br />
dissimulação no confronto<br />
com outros cristãos, na séria<br />
questão dos judaizantes.<br />
Leia o episódio narrado por<br />
Paulo em sua carta aos Gálatas<br />
2.11-14.<br />
Qual a lição preciosa<br />
para nós, hoje?<br />
Pedro foi primeiro na fé<br />
em Cristo do que Paulo.<br />
Pedro foi agraciado por<br />
experiências pessoais com<br />
Cristo diferentes de Paulo.<br />
Pedro foi chamado para o<br />
discipulado e depois para o<br />
apostolado.<br />
Pedro chegou a ser contado<br />
como uma das ‘colunas’<br />
da igreja em Jerusalém.<br />
Mas, Pedro se comportou,<br />
em algumas ocasiões, de<br />
modo impróprio, inadequado,<br />
até mesmo hipócrita e<br />
repreensível – como Paulo,<br />
convertido bom tempo depois<br />
de Pedro – escreveu.<br />
Paulo repreendeu<br />
Pedro publicamente.<br />
Qualquer pessoa, independente<br />
de sua posição<br />
de liderança na igreja, inclusive<br />
pastores e diáconos,<br />
é passível de erros e comportamentos<br />
inadequados e<br />
pode ser repreendida, para<br />
que se converta de seus<br />
maus caminhos, de suas<br />
atitudes e comportamentos<br />
contrários aos ensinos e<br />
interesses do Reino de Deus<br />
e da igreja de Jesus Cristo. É<br />
disciplina espiritual.<br />
Paulo não compactuou<br />
com Pedro em sua dissimulação,<br />
hipocrisia, para<br />
‘salvar sua pele’. Apesar de<br />
conhecê-lo de algum tempo<br />
e já ter estado em comunhão<br />
com ele como vemos<br />
em Gálatas 1.18, Paulo não<br />
permitiu que sua amizade<br />
com Pedro suplantasse o dever<br />
cristão de confrontá-lo.<br />
Na verdade, Paulo vivenciou<br />
o que Pedro já afirmara<br />
em outra ocasião e<br />
circunstância em Atos 4.<br />
mas, ao que parece, havia<br />
esquecido: “Mais importa<br />
obedecer a Deus do que<br />
aos homens”. Ele mesmo,<br />
Paulo, afirmou aos crentes<br />
da Galácia: “Acaso busco<br />
eu agora a aprovação dos<br />
homens ou a de Deus? Ou<br />
estou tentando agradar a<br />
homens? Se eu ainda estivesse<br />
procurando agradar a<br />
homens, não seria servo de<br />
Cristo” (Gl 1.10).<br />
Quem lê, entenda: Discernimento<br />
espiritual é fruto<br />
do Espírito, que nos guia na<br />
verdade. A Bíblia é nossa<br />
única regra de fé e prática.<br />
Deus nos ajude a observá-<br />
-la! Infelizmente, tem havido<br />
muita acomodação<br />
diante de comportamentos<br />
inadequados e mesmo contrários<br />
a ensinos claros da<br />
palavra de Deus.