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Voz da Terra, Abril de 2006 - CNA

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CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA AGRICULTURA<br />

Preço: € 2,5<br />

Publicação Bimestral<br />

N.º 46<br />

<strong>Abril</strong> <strong>2006</strong><br />

Destaques:<br />

Simplex - Agricultura<br />

Segurança Social dos Agricultores<br />

A Constituição Portuguesa não<br />

são só palavras<br />

Ca<strong>de</strong>rno Técnico:<br />

Raça Bovina Maronesa<br />

Programa LEADER +<br />

Regime <strong>de</strong> Pagamento Único<br />

(Esta Revista contém artigos co-financiados ao<br />

abrigo <strong>da</strong> Medi<strong>da</strong> 10 do Programa<br />

AGRO)<br />

5ª Conferência dos Baldios<br />

5ª Conferência dos Baldios<br />

...” e, se <strong>Abril</strong> ficar distante, <strong>de</strong>sta terra e <strong>de</strong>ste Povo, que a nossa força seja bastante para fazer um <strong>Abril</strong> novo...”<br />

Até sempre Joaquim!<br />

Sempre com a <strong>CNA</strong>.<br />

Sempre com os Agricultores.<br />

Em <strong>de</strong>fesa e promoção <strong>da</strong><br />

Agricultura Familiar Portuguesa.


ÍNDICE<br />

SUMÁRIO<br />

FICHA TÉCNICA ...................................................... 2<br />

EDITORIAL<br />

Até sempre Joaquim ............................................ 3<br />

DESTAQUE *<br />

Joaquim Casimiro, Sempre com a <strong>CNA</strong> .............. 4-5<br />

5ª Conferência dos Baldios .............................. 6-7<br />

OPINIÃO *<br />

Simplex - Agricultura ........................................... 8<br />

NOTÍCIAS *<br />

Agro-Ambientais <strong>de</strong> 2005 ..................................... 9<br />

Suspensão <strong>da</strong> Aju<strong>da</strong> <strong>de</strong>signa<strong>da</strong> por Electrici<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Ver<strong>de</strong> ............................................................ 9<br />

www.cna.pt .................................................... 10<br />

DOSSIER TÉCNICO *<br />

Raça Bovina Maronesa ........................................ 11-20<br />

Programa LEADER + .......................................... 21-30<br />

RPU - Reserva Nacional ..................................... 31-42<br />

PLANO DE FORMAÇÃO ......................................... 43-44<br />

INTERNACIONAL *<br />

“Se a natureza do nosso planeta está ameaça<strong>da</strong>,<br />

com ela está ameaça<strong>da</strong> a própria vi<strong>da</strong> humana” ...... 45-46<br />

OPINIÃO *<br />

Segurança Social dos Agricultores ..................... 46-47<br />

A Constituição Portuguesa não são só palavras ... 48<br />

ACTIVIDADES DA <strong>CNA</strong> E ASSOCIADAS * ................ 49<br />

OBSERVATÓRIO LEGISLATIVO * ......................... 50-51<br />

Edição<br />

<strong>CNA</strong> – Confe<strong>de</strong>ração Nacional <strong>da</strong> Agricultura<br />

Mora<strong>da</strong><br />

Rua do Brasil, n. o 155 – 3030-175 COIMBRA<br />

Tel.: 239 708 960 – Fax: 239 715 370<br />

E-mail: cna@cna.pt<br />

URL: www.cna.pt<br />

Delegação em Lisboa<br />

Rua do Salitre, 171, 1. o – 1250-199 LISBOA<br />

Tel.: 213 867 335 – Fax: 213 867 336<br />

E-mail: cna.lisboa@cna.pt<br />

Delegação em Vila Real<br />

Rua Marechal Teixeira Rebelo,<br />

Prédio dos Quinchosos, Lt. T, Apart. 158<br />

5000-525 VILA REAL<br />

Tel.: 259 348 151 – Fax: 259 348 153<br />

E-mail: cnavreal@sapo.pt<br />

Delegação em Évora<br />

Rua 5 <strong>de</strong> Outubro, 75 – 7000-854 ÉVORA<br />

Tel.: 266 707 342 – Fax: 266 707 317<br />

E-mail: cna-alentejo@mail.telepac.pt<br />

Delegação em Bruxelas<br />

Place Barra, 18, Entresol – 1070 BRUXELAS<br />

Tel.: 0032 2 5273789 – Fax: 0032 2 5273790<br />

Título<br />

<strong>Voz</strong> <strong>da</strong> <strong>Terra</strong><br />

Director-Adjunto<br />

João Dinis<br />

Coor<strong>de</strong>nador dos Serviços Agro-rurais<br />

Roberto Mileu<br />

Coor<strong>de</strong>nador Executivo<br />

José Miguel<br />

Recolha e Organização <strong>de</strong> Textos e Fotos<br />

Sílvia Ferreira Borges<br />

Fotos<br />

Arquivo <strong>da</strong> <strong>CNA</strong> e Arquivo <strong>da</strong> DRABL<br />

Colaboradores neste número<br />

Cristina Gonçalves, Cristina Pato, Dulce<br />

Duarte, Nuno Margato, Regina Santos e<br />

Van<strong>da</strong> Santos<br />

Re<strong>da</strong>ctores <strong>da</strong> Separata “Ca<strong>de</strong>rno Técnico”<br />

Virgílio Alves, Paula Teixeira, Carla<br />

Semeador e João Filipe<br />

Periodici<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Bimestral<br />

2<br />

A <strong>CNA</strong> está filia<strong>da</strong> na CPE<br />

Coor<strong>de</strong>nadora Agrícola Europeia<br />

Ministério <strong>da</strong><br />

Agricultura,<br />

do Desenvolvimento<br />

Rural e <strong>da</strong>s Pescas<br />

CPE<br />

UNIÃO EUROPEIA<br />

FUNDOS ESTRUTURAIS<br />

* Os artigos assinalados e o dossier técnico são co-financiados ao<br />

abrigo <strong>da</strong> Medi<strong>da</strong> 10 do Programa Agro<br />

Tiragem<br />

10 000 exemplares<br />

Depósito Legal<br />

N. o 117923/97<br />

Registo <strong>de</strong> Publicação ICS<br />

123631<br />

Composição, Fotolitos e Impressão<br />

AT-Loja Gráfica, L<strong>da</strong>. – Porto<br />

Os textos assinados são <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> dos autores


EDITORIAL<br />

Até sempre Joaquim!<br />

-- “E foram tantas, por vezes tão intensas, as nossas<br />

batalhas em prol <strong>da</strong> Lavoura, foram tantos os momentos<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>bate franco e os simples convívios também.” *<br />

Sempre com a <strong>CNA</strong>, sempre com os Agricultores, em <strong>de</strong>fesa e promoção<br />

<strong>da</strong> Agricultura Familiar Portuguesa.<br />

Assim se po<strong>de</strong> caracterizar uma vi<strong>da</strong> e um objectivo <strong>de</strong> facto consagrados a<br />

uma causa comum e solidária. Como viveu e se empenhou Joaquim Casimiro.<br />

A nossa homenagem vai, também, para a sua Família mais chega<strong>da</strong>.<br />

Nós somos as suas testemunhas.<br />

A obra – que é esta <strong>CNA</strong> – é uma boa alfaia para “lavrar o futuro”.<br />

A causa também é o seu legado.<br />

-- “A melhor homenagem que se po<strong>de</strong> prestar ao nosso companheiro Joaquim<br />

Casimiro, é a <strong>de</strong> nos comprometermos a continuar o seu e o nosso combate,<br />

pois os Agricultores e a Agricultura Portuguesa enfrentam sérios problemas<br />

numa situação complexa com implicações internacionais profun<strong>da</strong>s.<br />

Mas a <strong>CNA</strong> também é a força <strong>de</strong> proposição e apresenta soluções credíveis<br />

para os problemas <strong>da</strong> Lavoura.” *<br />

Sempre com os Agricultores!<br />

Assim é <strong>de</strong> facto.<br />

Mesmo quando as palavras e os silêncios nos fazem doer.<br />

O Executivo <strong>da</strong> Direcção Nacional <strong>da</strong> <strong>CNA</strong><br />

* Extractos <strong>da</strong> evocação proferi<strong>da</strong> (5 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong>) por João Vieira, no funeral <strong>de</strong> Joaquim Casimiro.<br />

Nota <strong>da</strong> Re<strong>da</strong>cção:<br />

Joaquim Casimiro foi Director <strong>da</strong> “<strong>Voz</strong> <strong>da</strong> <strong>Terra</strong>” <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu primeiro número,<br />

em Junho <strong>de</strong> 1997.<br />

Quase 9 anos passados, 45 números publicados com tantas lutas em que<br />

participou, é gran<strong>de</strong> o pesar por hoje ser notícia o seu <strong>de</strong>saparecimento físico.<br />

Aqui expressamos a nossa homenagem particularmente senti<strong>da</strong>.<br />

A ele que, tal como nós, é a <strong>Voz</strong> <strong>da</strong> <strong>Terra</strong> e <strong>da</strong> <strong>CNA</strong>.<br />

Sempre com os Agricultores!<br />

2 3


DESTAQUE<br />

Joaquim Casimiro<br />

Sempre com a <strong>CNA</strong>. Sempre com os Agricultores.<br />

Na Defesa e Promoção <strong>da</strong> Agricultura Familiar Portuguesa<br />

Joaquim Casimiro faleceu no passado<br />

dia 3 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong>, <strong>2006</strong>, à beira <strong>de</strong> completar<br />

60 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Dirigente histórico <strong>da</strong> <strong>CNA</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua<br />

fun<strong>da</strong>ção em 1978, Joaquim Casimiro foi<br />

um abnegado artífice do Movimento<br />

Associativo <strong>da</strong> Lavoura e um firme <strong>de</strong>fensor<br />

<strong>da</strong> Agricultura Familiar Portuguesa, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

logo após o 25 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong> <strong>de</strong> 1974.<br />

Enquanto membro <strong>da</strong> Direcção Nacional<br />

<strong>da</strong> <strong>CNA</strong>, e apesar <strong>de</strong> gravemente doente<br />

há já alguns anos, Joaquim Casimiro<br />

permaneceu no seu posto até aos últimos<br />

dias <strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong>.<br />

Em representação <strong>da</strong> <strong>CNA</strong>, fazia parte<br />

do CES, Conselho Económico e Social e,<br />

em 2003, por ocasião dos 25 Anos <strong>da</strong> <strong>CNA</strong><br />

e no IV CONGRESSO <strong>da</strong> Confe<strong>de</strong>ração, foi<br />

agraciado pela Presidência <strong>da</strong> República<br />

com a Comen<strong>da</strong> <strong>da</strong> Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Mérito<br />

Agrícola.<br />

Joaquim Casimiro, era também o<br />

Director <strong>da</strong> revista <strong>Voz</strong> <strong>da</strong> <strong>Terra</strong> e do Boletim<br />

<strong>da</strong> <strong>CNA</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as suas primeiras<br />

publicações.<br />

O Funeral realizou-se no dia 5 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong>,<br />

no Cemitério <strong>de</strong> Charnais em Merceana,<br />

Alenquer, e juntou familiares, amigos e<br />

representantes institucionais, numa última<br />

homenagem.<br />

4<br />

Muitas foram as manifestações <strong>de</strong> pesar<br />

e soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong>, dirigi<strong>da</strong>s à família e à <strong>CNA</strong>,<br />

que foram chegando numa última<br />

homenagem, a quem esteve, Sempre<br />

com a <strong>CNA</strong>, Sempre com os<br />

Agricultores, na Defesa e Promoção <strong>da</strong><br />

Agricultura Familiar Portuguesa.


DESTAQUE<br />

Pela Direcção <strong>da</strong> <strong>CNA</strong>, João Vieira<br />

referiu que, “Joaquim Casimiro foi um<br />

incansável lutador pela causa que há muito<br />

abraçou <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a criação <strong>da</strong>s Ligas <strong>de</strong><br />

pequenos e médios Agricultores e<br />

Ren<strong>de</strong>iros à fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> <strong>CNA</strong>” e que, “O<br />

seu contributo foi <strong>de</strong>terminante para o<br />

crescimento e fortalecimento <strong>da</strong> <strong>CNA</strong> e para<br />

que esta, hoje, possa <strong>de</strong>sempenhar um<br />

papel insubstituível e <strong>de</strong> primeiro plano na<br />

<strong>de</strong>fesa dos interesses dos Agricultores e<br />

<strong>da</strong> Agricultura Portuguesa”.<br />

Também os Trabalhadores <strong>da</strong> <strong>CNA</strong> não<br />

pu<strong>de</strong>ram <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> se manifestar numa nota<br />

on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong> ler: “Partiu fisicamente mas<br />

connosco <strong>de</strong>ixou o seu legado. Temos<br />

connosco a gran<strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>,<br />

agora e sempre, sabermos ser dignos <strong>da</strong><br />

causa a que <strong>de</strong>dicou gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong>,<br />

a <strong>CNA</strong>, aproveitando o exemplo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, <strong>de</strong><br />

convicções fortes, para trilharmos a nossa vi<strong>da</strong><br />

enquanto pessoas, enquanto trabalhadores <strong>da</strong><br />

<strong>CNA</strong>, enquanto amigos do Joaquim”.<br />

Em representação do PCP, partido<br />

político ao qual Joaquim Casimiro estava<br />

ligado, Agostinho Lopes, dirigente <strong>de</strong>sse<br />

partido, referiu que “o PCP orgulha-se <strong>da</strong><br />

inestimável participação <strong>de</strong> Joaquim<br />

Casimiro em tantos combates em <strong>de</strong>fesa do<br />

campesinato português, <strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

intervenção em <strong>de</strong>fesa dos i<strong>de</strong>ais<br />

libertadores do 25 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong> e do regime<br />

<strong>de</strong>mocrático então conquistado”.<br />

FALECIMENTO DE JOAQUIM CASIMIRO<br />

Publicamente se agra<strong>de</strong>ce aos Familiares, Amigos,<br />

Companheiros, Representantes Institucionais e outras<br />

Enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s que, <strong>de</strong> alguma forma, expressaram pesar<br />

e soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong> perante o <strong>de</strong>saparecimento do nosso<br />

querido Familiar, Amigo e Companheiro.<br />

<strong>Abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong><br />

A Esposa e Filhas<br />

A Direcção Nacional <strong>da</strong> C N A<br />

2 5


DESTAQUE<br />

“Trinta anos <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong>mocrática dos baldios pelos povos / Uma obra <strong>de</strong> <strong>Abril</strong> com Futuro, que os<br />

povos continuarão a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r”<br />

5ª Conferência dos Baldios<br />

Ministro <strong>da</strong> Agricultura afirma que o Governo acredita que os Baldios têm futuro na<br />

Agricultura Portuguesa e promete apoios.<br />

6<br />

No fim-<strong>de</strong>-semana dos dias 22 e 23 <strong>de</strong><br />

<strong>Abril</strong> a BALADI, Fe<strong>de</strong>ração Nacional dos<br />

Baldios, promoveu duas gran<strong>de</strong>s iniciativas<br />

na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Viseu.<br />

No Sábado, <strong>de</strong>correu um Encontro<br />

Técnico com o tema “Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

Floresta e Baldios no quadro do Plano<br />

Nacional <strong>de</strong> Desenvolvimento Rural”.<br />

Destina<strong>da</strong> a Dirigentes e Técnicos, a<br />

iniciativa iniciou o ciclo <strong>de</strong> seminários <strong>da</strong><br />

<strong>CNA</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>, a realizar no âmbito do Plano<br />

Integrado <strong>de</strong> Formação (PIF) e contou com<br />

cerca <strong>de</strong> 50 participantes.<br />

Assim, <strong>de</strong>bateram-se três temas:<br />

“Recursos e Potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos Baldios”,<br />

“Reforma do Sector Florestal/Baldios” e<br />

“Questões Jurídicas, Funcionamento dos<br />

Baldios e Mutações Sociais <strong>da</strong>s<br />

Comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s”. Temas que suscitaram<br />

intervenções iniciais <strong>de</strong> conceituados<br />

especialistas nas várias<br />

matérias em análise e<br />

<strong>de</strong>bate.<br />

Deste “Encontro Técnico”<br />

se <strong>da</strong>rá mais<br />

<strong>de</strong>talha<strong>da</strong> notícia no<br />

próximo número <strong>da</strong> <strong>Voz</strong><br />

<strong>da</strong> <strong>Terra</strong>.<br />

“ 30 ANOS DE CO-GESTÃO, UM OUTRO<br />

OLHAR SOBRE OS BALDIOS”<br />

No dia seguinte, 23 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong>, cerca <strong>de</strong> 500,<br />

Compartes, Dirigentes e Técnicos Agrícolas,<br />

representantes <strong>de</strong> Assembleias <strong>de</strong><br />

Compartes, <strong>de</strong> Conselhos Directivos <strong>de</strong><br />

Baldios, <strong>de</strong> Associações <strong>de</strong> Produtores<br />

Florestais, <strong>de</strong> Secretariados e <strong>de</strong><br />

Associações Distritais e Regionais <strong>de</strong><br />

Baldios, participaram na 5ª Conferência dos<br />

Baldios, que teve lugar no<br />

Pavilhão do Fontelo, em<br />

Viseu, no ano em que se<br />

comemoram 30 anos sobre a publicação<br />

<strong>da</strong>s primeiras Leis dos Baldios (Decretos-<br />

Lei nºs 39/76 e 40/76) e sobre a primeira<br />

Constituição <strong>da</strong> República Portuguesa a<br />

consagrar os baldios como proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s<br />

comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais, e 27 anos <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> I<br />

Conferência dos Baldios <strong>de</strong> Norte e Centro<br />

do País, em Vila Real, em 1979, on<strong>de</strong> foi<br />

aprova<strong>da</strong> a primeira Proclamação dos<br />

Povos dos Baldios.<br />

A Conferência abriu com um minuto <strong>de</strong><br />

silêncio, como expressivo e simbólico gesto<br />

<strong>de</strong> homenagem ao dirigente <strong>da</strong> <strong>CNA</strong>,<br />

recentemente falecido, Joaquim Casimiro,<br />

gran<strong>de</strong> lutador em <strong>de</strong>fesa dos Baldios e <strong>da</strong><br />

sua administração pelos Povos.<br />

Logo <strong>de</strong> segui<strong>da</strong>, intervieram: Manuel<br />

Rodrigues, Armando Carvalho, Albino Silva e<br />

Isménio Oliveira, procurando <strong>da</strong>r nota sobre:<br />

os trinta anos <strong>de</strong> administração <strong>de</strong>mocrática<br />

dos baldios pelos povos, experiências<br />

concretas <strong>da</strong> luta dos povos serranos, obra<br />

ergui<strong>da</strong> pelos Conselhos Directivos <strong>de</strong><br />

Baldios, papel dos baldios na prevenção e<br />

combate aos incêndios florestais, recursos e<br />

potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos baldios. Particularmente<br />

analisados foram os dois documentos em fase<br />

<strong>de</strong> discussão pública “Estratégia Nacional<br />

para as Florestas” e “Plano Nacional <strong>de</strong><br />

Defesa <strong>da</strong> Floresta contra Incêndios”.<br />

Roberto Mileu fez uma intervenção em<br />

nome <strong>da</strong> <strong>CNA</strong>, em que procurou mostrar a<br />

ligação entre o ataque à agricultura familiar<br />

e o ataque aos baldios como característica<br />

dominante <strong>da</strong>s políticas agrícolas que têm<br />

sido segui<strong>da</strong>s no nosso País ao longo <strong>de</strong><br />

muitos anos e a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> que se impõe<br />

<strong>de</strong> se encontrar, numa outra política agrícola,


DESTAQUE<br />

nacional e comunitária, uma saí<strong>da</strong> para os<br />

problemas <strong>da</strong> nossa agricultura, com uma<br />

outra valorização do papel dos Baldios<br />

enquanto proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> comunitária dos<br />

povos.<br />

Muitos representantes <strong>de</strong> Conselhos<br />

Directivos e <strong>de</strong> Assembleias <strong>de</strong> Compartes<br />

dos Baldios usaram <strong>da</strong> palavra para<br />

reafirmar a sua vonta<strong>de</strong> em continuar a<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a lei dos Baldios e para reclamar<br />

mais apoios para esta forma <strong>de</strong><br />

administração dos seus baldios ou para<br />

<strong>de</strong>nunciar os atropelos e ataques a esta<br />

forma <strong>de</strong> gestão por parte <strong>de</strong> muitas<br />

Autarquias e <strong>de</strong> muitos responsáveis dos<br />

Serviços Florestais, chamando a atenção<br />

ain<strong>da</strong>, para a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um outro olhar,<br />

por parte dos Estado, sobre os Baldios, uma<br />

outra atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> cooperação com as<br />

comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s e o seu Movimento<br />

Associativo dos Baldios.<br />

De um modo geral os participantes<br />

concor<strong>da</strong>ram também que o Governo <strong>de</strong>ve<br />

investir mais na prevenção dos incêndios e<br />

aumentar o número <strong>de</strong> Equipas <strong>de</strong><br />

Sapadores Florestais.<br />

Berta Santos, Dirigente <strong>da</strong> <strong>CNA</strong>, leu uma<br />

Moção, que foi aprova<strong>da</strong> por unanimi<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

pela 5ª Conferência dos Baldios. Tendo em<br />

conta dois documentos, que se encontram<br />

actualmente em discussão pública, um sobre<br />

a Estratégia Nacional <strong>da</strong>s Florestas e o<br />

outro sobre o Plano Nacional <strong>de</strong> Defesa <strong>da</strong><br />

Floresta contra os Incêndios, na Moção<br />

apresentam-se críticas e propostas sobre<br />

estes documentos.<br />

Manuel Rodrigues leu a Proclamação <strong>da</strong><br />

5ª Conferência Nacional dos Baldios, em<br />

que se exige do Estado “um outro olhar<br />

sobre os baldios, (…) uma nova atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

cooperação com as comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s rurais dos<br />

baldios e o seu movimento associativo local,<br />

distrital, regional e nacional”. O documento,<br />

que termina com o mote “Trinta anos <strong>de</strong><br />

gestão <strong>de</strong>mocrática dos baldios pelos<br />

povos / Uma obra <strong>de</strong> <strong>Abril</strong> com Futuro, que<br />

os povos continuarão a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r”, foi a<br />

votação, tendo sido aprovado por<br />

unanimi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Segui<strong>da</strong>mente, o Sr. Vice-Presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong><br />

Câmara Municipal <strong>de</strong> Viseu dirigiu à<br />

Conferência uma sau<strong>da</strong>ção e o Sr. Ministro<br />

<strong>da</strong> Agricultura, agra<strong>de</strong>ceu o convite e<br />

afirmou que a actual “Lei dos Baldios” não<br />

será revista e que o Governo acredita que<br />

os Baldios têm futuro na Agricultura<br />

Portuguesa e irão ter apoios para o seu<br />

<strong>de</strong>senvolvimento.<br />

A concluir, em nome <strong>da</strong> BALADI, Manuel<br />

Rodrigues, agra<strong>de</strong>ceu a presença do Ministro<br />

<strong>da</strong> Agricultura e o apoio <strong>da</strong> Câmara Municipal<br />

<strong>de</strong> Viseu e <strong>da</strong> Direcção–Geral dos Recursos<br />

Florestais à 5ª Conferência dos Baldios e<br />

reafirmou que os Povos, mais do que ninguém,<br />

estão interessados no <strong>de</strong>senvolvimento dos<br />

seus Baldios e <strong>da</strong> sua Agricultura. Por isso,<br />

acolhem com aplausos as promessas <strong>de</strong><br />

apoio ali trazi<strong>da</strong>s pelo Sr. Ministro <strong>da</strong><br />

Agricultura, mas que, sobretudo, aguar<strong>da</strong>m<br />

as práticas. E, aí, como sempre na vi<strong>da</strong>,<br />

conforme a música, assim<br />

acertariam a <strong>da</strong>nça.<br />

Depois <strong>de</strong> encerrados os<br />

trabalhos <strong>da</strong> “V Conferência”,<br />

houve um almoço/convívio ao ar<br />

livre, seguido <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sfile,<br />

pelas ruas <strong>de</strong> Viseu, on<strong>de</strong> os<br />

Compartes e as diversas<br />

Associações presentes, transportando<br />

faixas, pu<strong>de</strong>ram<br />

manifestar a sua disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

para, hoje e sempre, prosseguir esta secular<br />

luta em <strong>de</strong>fesa dos Baldios, <strong>da</strong> Agricultura<br />

e do Mundo Rural.<br />

Já no Rossio, ain<strong>da</strong> se ouviram, como<br />

forma <strong>de</strong> homenagem a Aquilino Ribeiro e<br />

aos Povos dos Baldios as premonitórias<br />

palavras do seu livro “Quando os Lobos<br />

Uivam”:<br />

“A serra foi dos serranos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o mundo<br />

é mundo; her<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>de</strong> pais para filhos. Quem<br />

vier para no-la tirar, connosco se há-<strong>de</strong><br />

haver!”<br />

2 7


OPINIÃO<br />

SIMPLEX –Agricultura<br />

Pretexto ou o “ovo <strong>de</strong> Colombo”…<br />

Por Lucin<strong>da</strong> Pinto<br />

8<br />

Os agricultores e os ci<strong>da</strong>dãos em geral<br />

queixam-se, com razão, do excesso <strong>de</strong><br />

burocracia associa<strong>da</strong> à sua vi<strong>da</strong> diária.<br />

Todos reconhecem que a PAC – Política<br />

Agrícola Comum e, nomea<strong>da</strong>mente, as<br />

Aju<strong>da</strong>s aos agricultores são complica<strong>da</strong>s<br />

em virtu<strong>de</strong>, sobretudo, do elevado grau <strong>de</strong><br />

burocratização que o processo <strong>de</strong> atribuição<br />

<strong>de</strong>ssas aju<strong>da</strong>s envolve.<br />

Durante anos e anos os agricultores e<br />

as suas organizações viram-se enre<strong>da</strong>dos<br />

na teia <strong>de</strong> “Regulamentos Comunitários”,<br />

“Portarias” e “Despachos”, associados às<br />

diferentes OCM’s- Organizações Comuns<br />

<strong>de</strong> Mercado, quando estavam em causa,<br />

tantas vezes, meia dúzia <strong>de</strong> Euros.<br />

A própria Comissão Europeia, através <strong>da</strong><br />

sua Comissária, reconhece que “o tempo<br />

que os agricultores gastam a preencher<br />

formulários é tempo perdido em termos <strong>de</strong><br />

trabalho real”. No nosso caso, muito <strong>de</strong>ste<br />

trabalho é feito pelas organizações <strong>de</strong><br />

agricultores porque, simplesmente, os<br />

agricultores são incapazes <strong>de</strong> formalizar os<br />

seus pedidos. Não po<strong>de</strong>mos esquecer que<br />

o índice <strong>de</strong> analfabetismo na população<br />

agrícola é muito gran<strong>de</strong> e<br />

que, por exemplo, são<br />

cerca <strong>de</strong> 14 000 os<br />

agricultores que anualmente<br />

se candi<strong>da</strong>tam às<br />

aju<strong>da</strong>s e que não sabem<br />

assinar o seu nome.<br />

A necessária simplificação<br />

po<strong>de</strong> ocorrer,<br />

neste domínio <strong>da</strong>s<br />

Aju<strong>da</strong>s, por duas vias; a<br />

primeira estabelecendo<br />

um regime simplificado<br />

<strong>de</strong> acesso para os<br />

produtores com um<br />

volume <strong>de</strong> aju<strong>da</strong>s até mil<br />

Euros. Neste caso, o<br />

agricultor receberia anualmente sempre o<br />

mesmo valor <strong>de</strong> aju<strong>da</strong>, calculado com base<br />

no “histórico” <strong>da</strong> exploração <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma<br />

margem <strong>de</strong> tolerância (para o caso <strong>de</strong><br />

ocorrerem alterações na estrutura/<br />

produções <strong>da</strong> exploração). A segun<strong>da</strong><br />

baseia-se na disponibilização via Internet do<br />

formulário pré preenchido com os <strong>da</strong>dos <strong>da</strong><br />

campanha anterior, através do qual o<br />

agricultor confirma ou altera os <strong>da</strong>dos<br />

<strong>de</strong>clarados. Este processo ocorrerá através<br />

<strong>da</strong>s organizações <strong>de</strong> agricultores ou através<br />

<strong>de</strong> acesso directo do agricultor ao sistema.<br />

Para além <strong>da</strong> candi<strong>da</strong>tura o agricultor<br />

<strong>de</strong>verá ter acesso ao “ponto <strong>de</strong> situação”,<br />

em ca<strong>da</strong> momento, do seu processo, por<br />

exemplo, quanto ao resultado dos controlos<br />

ou pagamentos.<br />

O Simplex até po<strong>de</strong> ser o “ovo <strong>de</strong><br />

Colombo” mas apenas se servir, <strong>de</strong> facto,<br />

para aju<strong>da</strong>r os agricultores e não<br />

constituir um pretexto para criar mais<br />

<strong>de</strong>pendência dos agricultores <strong>da</strong>queles<br />

que, por dominarem a tecnologia <strong>da</strong><br />

informação, se transformam em lucrativos<br />

intermediários.


NOTÍCIAS<br />

AGRO-AMBIENTAIS DE 2005<br />

É urgente uma solução<br />

Decidiu o Governo não pagar 26.000<br />

inscrições para Agro-Ambientais<br />

efectua<strong>da</strong>s em 2005.<br />

Invocando restrições orçamentais e<br />

outros argumentos, tenciona o Governo, por<br />

falta ou indisponibilização <strong>de</strong> dotação<br />

nacional <strong>de</strong> apenas 15%, fazer com que<br />

<strong>de</strong>ixem <strong>de</strong> entrar na Agricultura e no Mundo<br />

Rural perto <strong>de</strong> 60 milhões <strong>de</strong> euros/ano<br />

vindos <strong>da</strong> U.E. mais 10 milhões do<br />

orçamento nacional que tanta falta fazem (e<br />

a que os Agricultores têm direito).<br />

Tem o Governo tentado fazer passar para<br />

a opinião pública a mensagem <strong>de</strong> que serão<br />

apenas prejudicados 1.000 agricultores<br />

<strong>de</strong>tentores <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s áreas, esquecendo<br />

ou omitindo que essa injusta repartição <strong>de</strong><br />

dinheiro por uma minoria <strong>de</strong> 1.000<br />

agricultores (a receber mais <strong>de</strong> 20.000 euros<br />

ca<strong>da</strong>), vai penalizar mais 25.000<br />

Agricultores, fazendo pagar o “justo pelo<br />

pecador”.<br />

Assim, com o argumento dos 1.000<br />

gran<strong>de</strong>s beneficiários que iriam receber<br />

mais <strong>de</strong> 20.000 euros ca<strong>da</strong> um, vão ficar<br />

sem receber:<br />

Nº Agricult. Novas Incrições Média/Ha Euros/ca<strong>da</strong><br />

4.257 Na Protecção Integra<strong>da</strong> 13 2.452<br />

3.813 Nas Culturas Complementares 3,1 234<br />

7.720 Nos Sistemas Policulturais 2,2 503<br />

1.822 Nas Raças Autóctones 3,6 CN 485<br />

1.585 No Olival Tradicional 2,3 287<br />

830 Nos Pomares Tradicionais 3,0 431<br />

Suspensão <strong>da</strong> Aju<strong>da</strong> <strong>de</strong>signa<strong>da</strong> por Electrici<strong>da</strong><strong>de</strong> Ver<strong>de</strong><br />

O Governo <strong>de</strong>cidiu suspen<strong>de</strong>r a Aju<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong>signa<strong>da</strong> por Electrici<strong>da</strong><strong>de</strong> Ver<strong>de</strong>, com<br />

efeitos retroactivos à <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong><br />

Setembro <strong>de</strong> 2005.<br />

Já posteriormente, no passado dia 26 <strong>de</strong><br />

<strong>Abril</strong>, o Sr Ministro <strong>da</strong> Agricultura veio dizer,<br />

na Assembleia <strong>da</strong> República, que existe<br />

uma irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 45% no recebimento<br />

<strong>de</strong>sta aju<strong>da</strong>, reforçando a i<strong>de</strong>ia <strong>da</strong><br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> suspensão tendo em conta<br />

a utilização in<strong>de</strong>vi<strong>da</strong>, nomea<strong>da</strong>mente, para<br />

outros fins que não os autorizados.<br />

Porque é a imagem dos Agricultores<br />

Portugueses que está em causa, é obrigatório<br />

que o Sr. Ministro divulgue rapi<strong>da</strong>mente o<br />

relatório em que baseia esta afirmação e que<br />

esclareça como foi feita a obtenção <strong>da</strong> amostra<br />

para controlo, se foi <strong>de</strong> forma aleatória, como<br />

seria correcto para se po<strong>de</strong>r falar <strong>da</strong> totali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

dos beneficiários <strong>de</strong>sta aju<strong>da</strong>, ou se foi feita<br />

com base em <strong>de</strong>nuncias efectua<strong>da</strong>s.<br />

Não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser estranho que, existindo<br />

um Instituto responsável pelo pagamento<br />

<strong>da</strong>s aju<strong>da</strong>s à agricultura e pelo respectivo<br />

controlo, o IFADAP/INGA, o qual conta ain<strong>da</strong><br />

com as Direcções Regionais <strong>de</strong> Agricultura<br />

e que sendo <strong>de</strong>spendidos, anualmente,<br />

milhares <strong>de</strong> euros para suportar<br />

exactamente esse controlo, que apenas<br />

agora se <strong>de</strong> conta <strong>de</strong> tamanha percentagem<br />

<strong>de</strong> irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong> na atribuição <strong>de</strong>sta aju<strong>da</strong>.<br />

2 9


NOTÍCIAS<br />

www.cna.pt<br />

Por José Miguel<br />

Faz este mês um ano que foi colocado o novo site <strong>da</strong> <strong>CNA</strong> on-line, mais precisamente<br />

a 15 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong> <strong>de</strong> 2005.<br />

De um ano para o outro, po<strong>de</strong>mos dizer que o site mais que duplicou o número <strong>de</strong><br />

visitantes e a informação transferi<strong>da</strong>.<br />

Nos quadros abaixo expostos, po<strong>de</strong>mos observar, que no passado mês <strong>de</strong> Março o<br />

site teve 2.621 visitantes únicos (pessoas diferentes a visitar a página).<br />

O site <strong>da</strong> <strong>CNA</strong>, tornou-se, hoje, indiscutivelmente, um forte instrumento <strong>de</strong> passagem<br />

<strong>de</strong> informação associativa e técnica.<br />

O sucesso <strong>da</strong> página <strong>de</strong>ve-se, e continuará a <strong>de</strong>ver-se, a quem nela trabalha<br />

especificamente, mas acima <strong>de</strong> tudo, a todos aqueles que constróem diariamente os<br />

conteúdos que por ela são expostos.<br />

Existe a consciência <strong>de</strong> que muito ain<strong>da</strong> há a melhorar, nomea<strong>da</strong>mente, na forma como<br />

está disposta a informação e na diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> informação.<br />

Esperemos que <strong>da</strong>qui a um ano possamos comentar os novos passos <strong>da</strong>dos.<br />

10


CADERNO TÉCNICO<br />

Por Virgílo Alves e Paula Teixeira<br />

1- INTRODUÇÃO<br />

O nome oficial <strong>da</strong> raça respon<strong>de</strong> à<br />

toponímia <strong>da</strong> Serra do Marão. Outras<br />

<strong>de</strong>signações mais populares aparecem,<br />

ain<strong>da</strong> localmente, tais como: Serrana, por<br />

ser a serra o principal espaço <strong>de</strong> criação;<br />

“penato”, que é toponímia do principal centro<br />

<strong>de</strong> comercialização, o concelho <strong>de</strong> Ribeira<br />

<strong>de</strong> Pena; e “gado carreiro”, pela sua eleva<strong>da</strong><br />

aptidão para o trabalho <strong>de</strong> tiro.<br />

A raça é <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como local, uma vez que<br />

permanece praticamente circunscrita a uma<br />

única região, primitiva, já que conserva os<br />

principais caracteres do tipo ancestral, o<br />

Uro ou Auroque ibérico; natural, pela<br />

influência prepon<strong>de</strong>rante do meio ambiente<br />

na sua evolução; <strong>de</strong> montanha, <strong>de</strong>vido à sua<br />

estatura média, esqueleto leve, unhas duras,<br />

movimentos fáceis e temperamento astuto;<br />

e rústica, pela sua perfeita a<strong>da</strong>ptação ao<br />

meio ambiente.<br />

2- ORIGEM, HISTÓRIA E EVOLUÇÃO<br />

A origem e a evolução <strong>da</strong> raça Maronesa,<br />

só agora, com os recentes avanços técnicocientíficos,<br />

principalmente na área <strong>da</strong><br />

genética molecular, começam a ser<br />

<strong>de</strong>cifra<strong>da</strong>s. Até aqui, todos os juízos e<br />

opiniões confluíam para os escritos <strong>de</strong> LIMA<br />

(1919), e VALE (1907), os mesmos, por si<br />

só contraditórios. Assim, LIMA (1919), por<br />

razões <strong>de</strong> posicionamento geográfico e,<br />

eventualmente por algumas semelhanças<br />

plásticas em alguns animais infiltrados<br />

geneticamente pela raça Miran<strong>de</strong>sa ou<br />

Barrosã, atribuiu a origem do Maronês ao<br />

cruzamento entre estas duas raças. VALE<br />

começou, pelo contrário, por expressar em<br />

1907, a opinião <strong>de</strong> que a “ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira raça”<br />

era a Maronesa, “por ser esta a que se<br />

aproximava mais do tipo primitivo”, para<br />

<strong>de</strong>pois, em 1949, retroce<strong>de</strong> na sua opinião,<br />

e incluir o Maronês, também no grupo dos<br />

mestiços.<br />

Actualmente, pelos resultados que se têm<br />

encontrado em vários trabalhos realizados<br />

no Departamento <strong>de</strong> Zootecnia <strong>da</strong> UTAD, a<br />

raça ten<strong>de</strong> para uma arrumação filogenética<br />

em espaços suficientemente afastados <strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong>mais raças portuguesas, e para a<br />

confirmação <strong>da</strong> sua filiação no tronco étnico<br />

Negro Ortoi<strong>de</strong> e, consequentemente, uma<br />

origem directa do Bos primigenius, que<br />

povoou a Península Ibérica quando do<br />

primeiro movimento dos bovinos em estado<br />

selvagem.<br />

Ministério <strong>da</strong><br />

Agricultura, do<br />

Desenvolvimento<br />

Rural e <strong>da</strong>s Pescas<br />

UNIÃO EUROPEIA<br />

FUNDOS ESTRUTURAIS<br />

Este dossier faz parte <strong>da</strong> revista <strong>Voz</strong> <strong>da</strong> <strong>Terra</strong> <strong>de</strong> <strong>Abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong> ao abrigo <strong>da</strong> Medi<strong>da</strong> 10 do Programa Agro<br />

11


CADERNO TÉCNICO<br />

12<br />

3- DESCRIÇÃO/PADRÃO DA RAÇA<br />

Raça psiquicamente viva, morfologicamente<br />

<strong>de</strong> braquicefalia notória, eumétrica,<br />

mas <strong>de</strong> forte heterometria, mediolínea, <strong>de</strong><br />

aloidismo ortoi<strong>de</strong> na sua génese, embora<br />

seja frequente a sub-convexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> fronte<br />

quando se manifesta a infiltração genética<br />

<strong>da</strong> raça Miran<strong>de</strong>sa, <strong>de</strong> tipo constitucional<br />

robusto e digestivo.<br />

A forma corporal é rectangular nas<br />

fêmeas e nos machos jovens. Os machos<br />

adultos apresentam o terço anterior mais<br />

<strong>de</strong>senvolvido do que o posterior. A<br />

aparência é fina sem ser, contudo, frágil,<br />

uma vez que apresenta um forte caracter<br />

dinamoforo, nos tipos <strong>de</strong> montanha e,<br />

aparência mais robusta nos tipos <strong>de</strong><br />

planície.<br />

A cabeça é curta, seca e expressiva;<br />

ampla na porção craneal e larga na porção<br />

facial. A fronte é larga e com uma ligeira<br />

<strong>de</strong>pressão central, mais evi<strong>de</strong>ncia<strong>da</strong> <strong>de</strong>vido<br />

às protuberâncias orbitais. A marrafa é<br />

abun<strong>da</strong>nte, <strong>de</strong> pêlos curtos e lisos e <strong>de</strong> cor<br />

avermelha<strong>da</strong>. Os cornos sem em forma <strong>de</strong><br />

lira e com inserção <strong>de</strong> tipo ortocero. Os<br />

olhos são gran<strong>de</strong>s e ligeiramente salientes.<br />

As orelhas são bem inseri<strong>da</strong>s. O chanfro é<br />

recto e o focinho é largo <strong>de</strong> cor preta e<br />

orlado <strong>de</strong> branco.<br />

O pescoço, nos machos, é<br />

medianamente musculado e <strong>de</strong> bordo<br />

superior convexo; nas fêmeas é fino e<br />

direito. Para ambos os sexos, a barbela é<br />

bem <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>, com pregas e <strong>de</strong> perfil<br />

contínuo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o vértice do<br />

ângulo <strong>da</strong>s entre ganachas, até<br />

ao cilhadouro.<br />

O tronco é bem proporcionado,<br />

<strong>de</strong> cernelha ligeiramente saliente<br />

e linha dorso-lombar ligeiramente<br />

lordósica com a consequente<br />

elevação <strong>da</strong> região <strong>da</strong> cau<strong>da</strong><br />

principalmente nos animais<br />

adultos. O peito é medianamente<br />

largo, o tórax é profundo e as<br />

costelas bem arquea<strong>da</strong>s. A<br />

garupa é larga na região<br />

bi-ilíaca e muito estreita na bi-isquiática. O<br />

ventre é gran<strong>de</strong> e os flancos são extensos.<br />

A cau<strong>da</strong> é, normalmente, <strong>de</strong> inserção alta,<br />

medianamente grossa, <strong>de</strong> secção circular<br />

e regularmente encabela<strong>da</strong>.<br />

O sistema mamário é bem <strong>de</strong>senvolvido<br />

com o úbere coberto <strong>de</strong> pêlos gran<strong>de</strong>s e<br />

finos. Os tetos são grossos e com um<br />

<strong>de</strong>senvolvimento normalmente assimétrico.<br />

Os membros são <strong>de</strong> longitu<strong>de</strong> média, <strong>de</strong><br />

ossos finos e <strong>de</strong> estrutura anatómica<br />

perfeita. As unhas são pequenas, duras e<br />

pigmenta<strong>da</strong>s. Os aprumos são correctos.<br />

A pele é medianamente elástica e grossa<br />

revesti<strong>da</strong> <strong>de</strong> pêlos abun<strong>da</strong>ntes, grossos e<br />

lisos. As mucosas são pigmenta<strong>da</strong>s.<br />

A cor é, na sua origem, preta com listão<br />

dorsal avermelhado, embora predominem<br />

na actuali<strong>da</strong><strong>de</strong>, fêmeas castanhas, com<br />

graus <strong>de</strong> tonali<strong>da</strong><strong>de</strong> escura em função <strong>da</strong>s<br />

regiões corporais (pescoço, espádua e<br />

barbela, ventre e terço posterior), <strong>de</strong>vido à<br />

influência genética, <strong>da</strong> raça Miran<strong>de</strong>sa.


CADERNO TÉCNICO<br />

4- ÁREA GEOGRÁFICA<br />

A base geográfica <strong>da</strong> exploração <strong>da</strong> raça<br />

bovina Maronesa, engloba fun<strong>da</strong>mentalmente,<br />

duas regiões naturais – a do Alvão-<br />

Marão e a <strong>da</strong> Padrela - a primeira <strong>da</strong>s quais<br />

abrangendo o maciço granítico do Alvão, a<br />

serrania xisto-grauváquica do Marão, o vale<br />

<strong>da</strong> Campeã e a veiga <strong>de</strong> Vila Pouca <strong>de</strong><br />

Aguiar, e a segun<strong>da</strong> coincidindo com o<br />

maciço montanhoso e a extensa plataforma<br />

planáltica <strong>da</strong> Padrela.<br />

Morfologicamente dominam os níveis<br />

altimétricos do an<strong>da</strong>r Montano (400 a 750<br />

m) na Padrela (altitu<strong>de</strong>s médias variando<br />

entre os 800 e 950 m), e, acima <strong>de</strong>ste an<strong>da</strong>r,<br />

na região Marão - Alvão, on<strong>de</strong> predomina o<br />

Altimontano e a configuração planáltica,<br />

embora se apresentem to<strong>da</strong>s as outras<br />

formas <strong>de</strong> relevo.<br />

Climatologicamente as regiões são<br />

classifica<strong>da</strong>s como sub-atlânticas, com<br />

características predominantes distribuí<strong>da</strong>s<br />

pelas <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong>s <strong>Terra</strong> Fria <strong>de</strong> Planalto<br />

e <strong>Terra</strong> Fria <strong>da</strong> Alta Montanha, conforme a<br />

altitu<strong>de</strong> e o exacerbar dos parâmetros<br />

climáticos.<br />

A vegetação climácica é muito<br />

semelhante nas duas regiões, sendo a<br />

vegetação arbórea um misto dos vários<br />

agrupamentos florísticos subatlântico e<br />

oroatlântico. Nas zonas mais baixas,<br />

dominam o carvalho-negral (Quercus<br />

pyrenaica), o castanheiro (Castanea sativa),<br />

o vidoeiro (Betula celtiberica) e o pinheiro<br />

silvestre (Pinus sylvestris). Nas maiores<br />

altitu<strong>de</strong>s e, fun<strong>da</strong>mentalmente, nas terras<br />

incultas, (monte), em consociação com<br />

espécies herbáceas, surgem os tojos (Ulex<br />

europeu e Ulex minor), a carqueja<br />

(Chamaespartium tri<strong>de</strong>ntatum), o sargaço<br />

(Halimium allyssoi<strong>de</strong>s), as urzes (Erica<br />

australis e Erica tetralix), a queiroga (Erica<br />

umbelata), a torga (Calluna vulgaris) e a<br />

giesta piorneira (genista flori<strong>da</strong>).<br />

Em termos <strong>de</strong> divisão administrativa<br />

esten<strong>de</strong>-se pelos concelhos <strong>de</strong>, Alijó,<br />

Mondim <strong>de</strong> Basto, Murça, Ribeira <strong>de</strong> Pena,<br />

Vila Pouca <strong>de</strong> Aguiar e Vila Real, e, ain<strong>da</strong>,<br />

parte dos concelhos <strong>de</strong> Amarante, Boticas,<br />

Cabeceiras <strong>de</strong> Basto, Celorico <strong>de</strong> Basto,<br />

Chaves, Montalegre e Valpaços.<br />

Mapa 1- Solar <strong>de</strong> criação, zona <strong>de</strong> expansão e região <strong>de</strong> produção <strong>da</strong> raça Maronesa.<br />

2 13


CADERNO TÉCNICO<br />

5- CENSOS ACTUAIS (DEMOGRAFIA)<br />

A população Maronesa distribui-se pelo<br />

seu solar <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> uma forma muito<br />

heterogénea (quadro 1). Ribeira <strong>de</strong> Pena é<br />

o concelho on<strong>de</strong> o efectivo maronês assume<br />

maior representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> no total do efectivo<br />

bovino (25,6%), estando Chaves no oposto,<br />

(0,1%). A importância <strong>de</strong> outras raças é<br />

fun<strong>da</strong>mentalmente assumi<strong>da</strong> pela<br />

Frísia, nos concelhos <strong>de</strong> Celorico <strong>de</strong><br />

Basto, Vila Pouca <strong>de</strong> Aguiar, Chaves e<br />

Vila Real, pela Arouquesa, no concelho<br />

<strong>de</strong> Amarante, e pela Barrosã e vários<br />

tipos <strong>de</strong> cruzamentos, nos concelhos <strong>de</strong><br />

Boticas e Montalegre.<br />

A fraca representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

produção bovina nos concelhos <strong>de</strong> Alijó,<br />

Murça, Sabrosa e Valpaços, <strong>de</strong>ve-se ao<br />

facto <strong>de</strong> a maioria do espaço agrícola<br />

ser ocupado pela cultura <strong>da</strong> vinha e, com<br />

a mecanização, a presença <strong>de</strong> bois <strong>de</strong><br />

trabalho, que eram na sua totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> raça<br />

Maronesa, ter ficado quase reduzi<strong>da</strong> a zero.<br />

Quanto ao número médio <strong>de</strong> animais por<br />

criador, verificam-se fracas diferenças <strong>de</strong><br />

concelho para concelho, sendo o valor mais<br />

baixo encontrado em Amarante, com 1,1<br />

bovinos por criador e, mais elevado, em<br />

Montalegre, com 6,0.<br />

Concelhos Criadores Vacas adultas Vacas/Criador<br />

Alijó 42 73 1.7<br />

Amarante 28 30 1.1<br />

Boticas 58 156 2.7<br />

Cabeceiras <strong>de</strong> Basto 105 490 4.7<br />

Celorico <strong>de</strong> Basto 9 28 3.1<br />

Chaves 1 7 7.0<br />

Mondim <strong>de</strong> Basto 345 898 2.6<br />

Montalegre 29 173 6.0<br />

Murça 71 95 1.3<br />

Ribeira <strong>de</strong> Pena 334 1546 4.6<br />

Sabrosa 33 75 2.3<br />

Valpaços 26 59 2.3<br />

Vila Pouca <strong>de</strong> Aguiar 385 1247 3.2<br />

Vila Real 465 1105 2.4<br />

Totais 1931 5982 3.1<br />

14<br />

Quadro 1- Número <strong>de</strong> criadores e <strong>de</strong> animais activos inscritos no Livro <strong>de</strong> Adultos (2003)


CADERNO TÉCNICO<br />

6- SISTEMAS DE EXPLORAÇÃO<br />

O bovino Maronês é explorado num<br />

sistema complexo que tem por base um<br />

intrincado conjunto <strong>de</strong> factores<br />

agroecológicos, no meio, uma organização<br />

económica <strong>de</strong>sajusta<strong>da</strong> do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

economia <strong>de</strong> mercado e, no topo, um<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão com objectivos<br />

in<strong>de</strong>fini<strong>da</strong>mente hierarquizados. Contudo, é<br />

possível, ain<strong>da</strong> que, eventualmente, com<br />

erros <strong>de</strong> sistematização, apresentar alguns<br />

pontos caracterizadores <strong>de</strong>ste mesmo<br />

sistema. Assim, a <strong>de</strong>pendência do animal<br />

<strong>da</strong>s condições ambientais, isto é, <strong>da</strong>s<br />

produções agrícolas que lhe servem <strong>de</strong><br />

alimento, <strong>da</strong> estrutura fundiária minifundista<br />

e atomiza<strong>da</strong>, <strong>da</strong> fisiografia e o relevo<br />

<strong>de</strong>clivoso, dos regimes mistos <strong>de</strong><br />

proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong> heterogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

aptidão do solo e <strong>da</strong> irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

climática, levaram à semi-estabulação e a<br />

um regime alimentar, também, <strong>de</strong> forma<br />

mista, com domínio do pastoreio, no caso<br />

dos animais adultos, e à estabulação<br />

permanente, com o consequente regime<br />

alimentar à manjedoura, para os animais<br />

jovens.<br />

A ven<strong>da</strong> é efectua<strong>da</strong> por volta dos seis/<br />

oito meses, sendo normalmente nessa<br />

altura que o vitelo é <strong>de</strong>smamado. A procura,<br />

por parte do talho, dos vitelos “mamotos”,<br />

impõe a prática do <strong>de</strong>smame tardio.<br />

A reprodução faz-se, ain<strong>da</strong><br />

predominantemente, por<br />

cobrição natural, com machos<br />

existentes em postos <strong>de</strong><br />

cobrição particulares, a on<strong>de</strong><br />

se <strong>de</strong>slocam as vacas. A<br />

inseminação artificial tem-se<br />

<strong>de</strong>senvolvido nos últimos anos,<br />

beneficiando no ano <strong>de</strong> 2005<br />

30% <strong>da</strong>s fêmeas adultas.<br />

A i<strong>da</strong><strong>de</strong> média ao 1º parto é <strong>de</strong> 828±114<br />

dias, com 25% <strong>da</strong>s vacas a parirem antes dos<br />

2 anos, como se po<strong>de</strong> ver pelo quadro 2.<br />

I<strong>da</strong><strong>de</strong> ao 1º parto<br />

Parâmetros<br />

I<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Média 828<br />

D. Padrão 114,9<br />

Coef. Variação 0,139<br />

Máximo 1095<br />

Mínimo 576<br />

N 2570<br />

Mediana 815<br />

1º Quartil 739<br />

3º Quartil 909<br />

Quadro 2. Parâmetros estatísticos para<br />

a i<strong>da</strong><strong>de</strong> ao 1º parto<br />

Como consequência <strong>de</strong>ssas <strong>de</strong>cisões<br />

os partos distribuem-se ao longo <strong>de</strong> todo<br />

o ano, embora com alguma irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

mensal.<br />

O ritmo reprodutivo é<br />

intensivo já que, mais <strong>de</strong> 90%<br />

<strong>da</strong>s vacas são beneficia<strong>da</strong>s<br />

logo ao 1º cio pós-parto.<br />

2 15


CADERNO TÉCNICO<br />

7- CARACTERÍSTICAS PRODUTIVAS<br />

Até à mecanização e motorização <strong>da</strong><br />

agricultura e transporte, o maronês teve na<br />

aptidão trabalho a causa primeira <strong>da</strong> sua<br />

eleva<strong>da</strong> valorização económica.<br />

Actualmente, a raça distingue-se na<br />

produção <strong>de</strong> carne, principalmente na carne<br />

<strong>de</strong> vitela, aptidão pela qual passou ser<br />

conheci<strong>da</strong> pelos consumidores mais<br />

exigentes.<br />

Nesta produção, a informação disponível,<br />

resultante, tanto do controlo <strong>de</strong><br />

performances nos criadores como nos<br />

<strong>da</strong>dos recolhidos no matadouro, indica um<br />

peso <strong>de</strong> carcaça aos 8 meses, isto é ao<br />

<strong>de</strong>smame, <strong>de</strong> 104,642±17,335 Kg, com<br />

rendimentos em carne, extremamente<br />

interessantes, como mostra o quadro 3.<br />

Número <strong>de</strong> animais 25<br />

Classificação média<br />

O2<br />

Peso médio <strong>de</strong> Carcaça tipo (Kg) 98<br />

Fral<strong>da</strong> osso 20,120<br />

Costeletas 24,500<br />

Pojadouro 6,245<br />

Chã <strong>de</strong> Fora 7,445<br />

Chambão 3,380<br />

Pá 10,150<br />

Lombelo 1,830<br />

Alcatra 3,255<br />

Rabadilha 3,825<br />

Total 80,750<br />

Na esfera reprodutiva apresenta boa<br />

precoci<strong>da</strong><strong>de</strong> sexual (i<strong>da</strong><strong>de</strong> média ao 1º<br />

estro fecun<strong>da</strong>nte por volta dos 15 meses),<br />

razoáveis índices <strong>de</strong> fertili<strong>da</strong><strong>de</strong>, (±86,6%) e<br />

um intervalo entre partos <strong>de</strong> 384 ± 53 dias.<br />

Na análise <strong>da</strong> influência <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s<br />

componentes <strong>de</strong>sse intervalo (intervalo<br />

parto fecun<strong>da</strong>ção e duração <strong>da</strong> gestação)<br />

na sua duração, verifica-se que 96,8% <strong>da</strong><br />

variação é explica<strong>da</strong> pela variação do<br />

intervalo entre o parto e a fecun<strong>da</strong>ção, o qual<br />

é excessivamente longo (101 ± 32 dias) e<br />

<strong>de</strong>ve-se, fun<strong>da</strong>mentalmente, à duração do<br />

anestro <strong>da</strong> lactação (92 ± 30 dias), o qual<br />

ultrapassa, em mais do dobro, o tempo<br />

fisiologicamente necessário ao restabelecimento<br />

<strong>da</strong> ciclici<strong>da</strong><strong>de</strong> éstrica.<br />

Quanto à habili<strong>da</strong><strong>de</strong> materna, apresenta<br />

gran<strong>de</strong>s facili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> parto (apenas 5,3%<br />

dos partos necessitam <strong>de</strong> aju<strong>da</strong>,<br />

representando a aju<strong>da</strong> veterinária, apenas<br />

2,9%) tem elevados dotes maternais com<br />

capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> láctea mais que suficiente para<br />

permitir um bom ritmo <strong>de</strong> crescimento <strong>da</strong><br />

cria, como se po<strong>de</strong> ver pelo quadro<br />

seguinte.<br />

No que respeita à longevi<strong>da</strong><strong>de</strong> produtiva,<br />

verificou-se que 43,9 % <strong>da</strong>s vacas a atingem<br />

o 10º parto.<br />

16<br />

Quadro 3- Rendimento em carne <strong>de</strong> vitelos<br />

maroneses abatidos aos sete meses (Fonte:<br />

Agrupamento <strong>de</strong> Produtores <strong>de</strong> Carne Maronesa<br />

(2004).


CADERNO TÉCNICO<br />

8- DESENVOLVIMENTO E MELHO-<br />

RAMENTO<br />

A Associação <strong>de</strong> Criadores do Maronês<br />

como enti<strong>da</strong><strong>de</strong> responsável pela gestão do<br />

Livro Genealógico <strong>de</strong>senvolve um conjunto<br />

<strong>de</strong> acções conducentes à melhoria<br />

sistemática <strong>da</strong>s características, que na<br />

actuali<strong>da</strong><strong>de</strong> têm maior valor económico,<br />

concretamente:<br />

-no segmento mãe, a a<strong>da</strong>ptação ao<br />

meio, traduzi<strong>da</strong> pela precoci<strong>da</strong><strong>de</strong> sexual,<br />

o intervalo entre partos e as quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

maternas;<br />

- no segmento pai, o perfil étnico, a<br />

fertili<strong>da</strong><strong>de</strong>, a veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> crescimento<br />

e o rendimento e a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> carcaça;<br />

- no segmento filho, o peso ao <strong>de</strong>smame<br />

e o rendimento em carne.<br />

O programa <strong>de</strong> melhoramento serve-se<br />

<strong>da</strong> informação, recolhi<strong>da</strong> pelas equipas <strong>de</strong><br />

campo que recolhem, nas explorações <strong>de</strong><br />

to<strong>da</strong> a região, a informação reprodutiva, isto<br />

é, <strong>da</strong>tas dos estros, beneficiações e partos,<br />

e produtiva, concretamente, a evolução dos<br />

pesos ao longo <strong>da</strong> cria e recria e a<br />

respectiva informação do matadouro sobre<br />

a classificação <strong>da</strong> carcaça e o seu<br />

rendimento em carne.<br />

9- PRODUTOS<br />

Sem menosprezar a importância<br />

económica que ain<strong>da</strong> tem a produção <strong>de</strong><br />

trabalho, principalmente nas pequeníssimas<br />

explorações, o produto que assume já a<br />

maior importância comercial é a carne. Esta<br />

apresenta-se no mercado ain<strong>da</strong> através dos<br />

dois circuitos comerciais, o tradicional, com<br />

os intermediários e as feiras entre o<br />

produtor e o talhante, e o “certificado”<br />

<strong>de</strong>senvolvido pelo Agrupamento <strong>de</strong><br />

Produtores.<br />

Este último apresenta a carne em meias<br />

carcaças ou <strong>de</strong>smancha<strong>da</strong> em porções<br />

específicas embala<strong>da</strong>s em vácuo,<br />

<strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente rotula<strong>da</strong>, isto é, com<br />

i<strong>de</strong>ntificação do matadouro, rótulo do<br />

agrupamento <strong>de</strong> produtores e selo <strong>de</strong><br />

2 17


CADERNO TÉCNICO<br />

certificação, e segundo três gran<strong>de</strong>s tipos:<br />

- Vitela – carne proveniente <strong>de</strong> animais<br />

abatidos entre os 5 e os 9 meses <strong>de</strong><br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong>, com peso <strong>de</strong> carcaça entre os 75<br />

e os 130 kg;<br />

- Novilho – carne proveniente <strong>de</strong> animais<br />

abatidos entre os 9 e os 24 meses <strong>de</strong><br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong>, com um peso <strong>de</strong> carcaça mínimo<br />

<strong>de</strong> 130 kg;<br />

- Vaca – carne <strong>de</strong> animais abatidos entre<br />

os 2 e os 4 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> com peso <strong>de</strong><br />

carcaça entre os 200 e 300 kg.<br />

As características <strong>de</strong>sta carne são, na<br />

vitela, a cor rosa, com alguma gordura<br />

uniformemente distribuí<strong>da</strong> e <strong>de</strong> cor branca,<br />

no novilho, com cor vermelha clara com<br />

mo<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> gordura intramuscular <strong>de</strong> cor<br />

marfim e músculo <strong>de</strong> grão finíssimo, com<br />

consistência firme e ligeiramente húmido; e<br />

na vaca, com cor vermelha escura, com forte<br />

gordura intramuscular <strong>de</strong> cor marfim e<br />

músculo com consistência firme e húmido.<br />

O aroma é simples e <strong>de</strong>licado, a suculência<br />

é extraordinária e o “flavor” é excepcional,<br />

proporcionando sensações olfactivas e<br />

gustativas ímpares.<br />

10- DENOMINAÇÕES DE ORIGEM<br />

A CARNE MARONESA – DOP, foi<br />

regulamenta<strong>da</strong> por <strong>de</strong>spacho 14/94; DR II<br />

Série <strong>de</strong> 26/01/94, Reg. (CE) nº 1263 <strong>de</strong><br />

02/07.<br />

18


CADERNO TÉCNICO<br />

A fileira inicia-se nos criadores <strong>de</strong><br />

animais inscritos no livro genealógico <strong>da</strong><br />

raça, organizados na Associação dos<br />

Criadores do Maronês (A.C.M.), passa pelo<br />

agrupamento <strong>de</strong> gestão <strong>da</strong> Denominação<br />

<strong>de</strong> Origem Protegi<strong>da</strong> – CARNE<br />

MARONESA, a Cooperativa Agrícola <strong>de</strong><br />

Vila Real, C. R. L., que é a enti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>tentora <strong>da</strong> marca comercial, e termina nos<br />

estabelecimentos comerciais cre<strong>de</strong>nciados<br />

para a ven<strong>da</strong> <strong>de</strong>sta carne.<br />

A Associação <strong>de</strong> Criadores do Maronês<br />

foi cria<strong>da</strong> em 30 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 1988 e<br />

iniciou a activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> registo dos animais<br />

<strong>da</strong> raça em 1989. Na actuali<strong>da</strong><strong>de</strong> engloba,<br />

à volta <strong>de</strong> 95% dos criadores <strong>da</strong> raça, (1831<br />

criadores activos em 31 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong><br />

2005).<br />

O Agrupamento <strong>de</strong> Produtores “CARNE<br />

MARONESA - DOP” é uma secção<br />

especializa<strong>da</strong> <strong>da</strong> Cooperativa Agrícola <strong>de</strong><br />

Vila Real, e tem por missão a gestão <strong>da</strong><br />

marca “CARNE MARONESA”, isto é, a<br />

aquisição dos animais aos produtores<br />

cre<strong>de</strong>nciados, o abate <strong>de</strong>sses mesmos<br />

animais, a <strong>de</strong>smancha e embalagem em<br />

vácuo <strong>da</strong>s suas carcaças, no matadouro <strong>da</strong><br />

zona <strong>de</strong>marca<strong>da</strong>, e a comercialização<br />

directa aos consumidores ou a<br />

estabelecimentos cre<strong>de</strong>nciados para o<br />

efeito. A comercialização iniciou-se em<br />

Dezembro <strong>de</strong> 1999.<br />

O processo <strong>de</strong> produção, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o criador<br />

até ao consumidor, é controlado pela<br />

Tradição e Quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, a Associação<br />

Interprofissional para os Produtos Agro-<br />

-alimentares <strong>de</strong> Trás-os-Montes). Esta<br />

enti<strong>da</strong><strong>de</strong> exerce o controlo logo no início do<br />

processo, começando por avalizar a<br />

acreditação do criador quando do seu<br />

pedido <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são ao agrupamento <strong>de</strong><br />

produtores, passando pelo controlo <strong>da</strong><br />

produção, recolha, transporte e abate dos<br />

animais, <strong>de</strong>smancha <strong>da</strong>s carcaças,<br />

embalagem e rotulagem <strong>da</strong>s várias porções<br />

<strong>de</strong> carne.<br />

2 19


CADERNO TÉCNICO<br />

BIBLIOGRAFIA:<br />

• ALVES, V. C., 1993. Estudo Sobre a “Raça<br />

Bovina Maronesa”. Situação Actual e<br />

Perspectivas Zootécnicas. Tese <strong>de</strong><br />

doutoramento, Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Trás-os-Montes<br />

e Alto Douro, Vila Real.<br />

• BELDA, A. S., 1984. Razas Bovinas<br />

Españolas. Publicaciones <strong>de</strong> Extensión<br />

Agraria. M.A.P.A., Madrid.<br />

• CARTA DOS SOLOS E CARTA DO<br />

USO ACTUAL E DA APTIDÃO DA TERRA<br />

DO NORDESTE, 1991. UTAD/PDRITM, Vila<br />

Real.<br />

• DIRECÇÃO GERAL DOS SERVIÇO<br />

PECUÁRIOS, 1941. Arrolamento Geral <strong>de</strong><br />

Gados e Animais <strong>de</strong> Capoeira. Tipografia Leitão,<br />

Porto.<br />

• GARCIA, M. L. G., ROSÁRIO, J.P.,<br />

ANTUNES, T.M., 1981.Bovinos em Portugal.<br />

Direcção Geral Serviços Veterinários.<br />

• INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA<br />

(INE), 1979. Arrolamento Geral <strong>de</strong> Gados.<br />

Lisboa.<br />

• LIMA, S. BERNARDO, 1873.<br />

Recenseamento Geral dos Gados no<br />

Continente do Reino <strong>de</strong> Portugal em 1870.<br />

Capitulo III. Imprensa Nacional, Lisboa.<br />

• LIMA, S. BERNARDO, 1919 “Boví<strong>de</strong>os e<br />

Suí<strong>de</strong>os”, Escritos <strong>de</strong> Silvestre Bernanrdo <strong>de</strong><br />

Lima, Boletim do Ministério <strong>de</strong> Agricultura,<br />

Direcção <strong>de</strong> Instrução Agricola, Ano I, Nº7,<br />

Coimbra, Imprensa <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

• PEREIRA, J. LIMA; ALMEIDA, ORLANDO,<br />

1976-1977. Desenvolvimento <strong>da</strong> Bovinicultura<br />

Regional, Desenvolvimento <strong>da</strong> Bovinicultura e<br />

ovinicultura, sub-região interior (Trás-os-<br />

Montes), Vila Real, Instituto Politécnico <strong>de</strong> Vila<br />

Real.<br />

• TIERNO J. F., 1904 “O Gado Bovino<br />

Mirandês”, Dissertação Inaugural no Instituto <strong>de</strong><br />

Agronomia e Veterinária, Lisboa, Imprensa<br />

Nacional.<br />

• TIERNO, J. F, 1908. Notas sobre Portugal.<br />

Indústria Pecuária. Imprensa Nacional, Lisboa.<br />

• VALLE, J. MIRANDA (1907) “Bovi<strong>de</strong>os<br />

Portugueses”, Subsi<strong>de</strong>o para o Estudo <strong>da</strong><br />

Pecuária Nacional, Lisboa.<br />

20


CADERNO TÉCNICO<br />

Por Carla Semeador<br />

Nos tempos que correm ca<strong>da</strong> vez mais<br />

se utiliza o termo diversificação.<br />

Diversificação essa, que no âmbito do<br />

sector agrícola se associa a gran<strong>de</strong> maioria<br />

<strong>da</strong>s vezes a um outro termo - a<br />

multifuncionali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s explorações<br />

agrícolas - nas quais existe um<br />

<strong>de</strong>senvolvimento simultâneo <strong>de</strong> várias<br />

activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s agrícolas e não agrícolas. Por<br />

outro lado po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar que a<br />

diversificação promove a preservação e<br />

potencia os valores costumes e tradições<br />

proporcionando <strong>de</strong>sta forma a<br />

sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong><br />

região.<br />

Sem dúvi<strong>da</strong> que a diversificação é um<br />

elevado potencial promotor <strong>de</strong><br />

competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> em zonais rurais, uma vez<br />

que garante a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> oferta escolha<br />

nos mercados <strong>de</strong> trabalho bem como gera<br />

novas oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s às populações locais.<br />

De facto, a diversificação nos territórios<br />

rurais com maior <strong>de</strong>clínio nas activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

agrícolas constitui uma opção estratégica na<br />

política <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento rural.<br />

O Programa LEADER+ é mais um<br />

instrumento que permite experimentar outras<br />

abor<strong>da</strong>gens <strong>de</strong> intervenção no espaço rural,<br />

respeitando a dimensão ambiental,<br />

económica, social e cultural dos territórios<br />

rurais.<br />

O LEADER+ sublinha a importância <strong>da</strong>s<br />

populações locais tomarem consciência do<br />

valor dos seus territórios, <strong>da</strong> riqueza <strong>da</strong>s<br />

suas i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>s e <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s suas<br />

paisagens e nesta perspectiva apontam<br />

para a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se criarem<br />

condições para a aquisição <strong>de</strong><br />

competências e intervenção activa dos<br />

actores locais nos seus territórios.<br />

A 14 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong> <strong>de</strong> 2000 a Comissão <strong>da</strong>s<br />

Comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s Europeias adoptou, em<br />

conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> com o disposto no<br />

Regulamento (CE) nº 1260/1999, as<br />

orientações relativas à iniciativa comunitária<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento rural LEADER+ -<br />

Comunicação 2000/C 139/05.<br />

O LEADER+ é uma iniciativa<br />

comunitária, financia<strong>da</strong> pelo FEOGA-<br />

Orientação e por contribuições públicas e<br />

priva<strong>da</strong>s.<br />

2 21


CADERNO TÉCNICO<br />

O programa LEADER+ promove<br />

abor<strong>da</strong>gens integra<strong>da</strong>s, concebi<strong>da</strong>s e<br />

postas em prática por parcerias activas que<br />

operem à escala local.<br />

Quais são os objectivos <br />

Assim, para concretização <strong>da</strong>s<br />

orientações <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s nos objectivos<br />

estratégicos <strong>da</strong> Comissão do LEADER+<br />

foram <strong>de</strong>lineados os seguintes eixos<br />

prioritários que se articulam em três<br />

vectores.<br />

Os objectivos são incitar e apoiar os<br />

agentes rurais a reflectir sobre o potencial<br />

dos respectivos territórios numa perspectiva<br />

<strong>de</strong> mais longo prazo. A iniciativa visa<br />

incentivar a aplicação <strong>de</strong> estratégias<br />

originais <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável,<br />

integra<strong>da</strong>s e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, cujo<br />

objecto seja a experimentação <strong>de</strong> novas<br />

formas <strong>de</strong>:<br />

- valorização do património natural e<br />

cultural;<br />

- reforço do ambiente económico, no<br />

sentido <strong>de</strong> contribuir para a criação <strong>de</strong><br />

postos <strong>de</strong> trabalho;<br />

- melhoria <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> organizacional<br />

<strong>da</strong>s respectivas comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

O aspecto <strong>da</strong> «cooperação», em sentido<br />

lato, constitui um elemento fun<strong>da</strong>mental<br />

do programa.<br />

- Garantir novas abor<strong>da</strong>gens <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento, integra<strong>da</strong>s e<br />

sustentáveis;<br />

- Dinamizar e assegurar a divulgação <strong>de</strong><br />

saberes e conhecimentos e a<br />

transferência <strong>de</strong> experiências;<br />

- Reconhecer e afirmar a originali<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

a inovação <strong>da</strong> abor<strong>da</strong>gem “LEADER+”.<br />

22<br />

Neste quadro <strong>de</strong> referência e fazendo<br />

pon<strong>de</strong>ração na especifici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s zonas<br />

rurais portuguesas foram estabelecidos<br />

objectivos gerais para ao LEADER+:<br />

- Mobilizar, reforçar e aperfeiçoar a<br />

iniciativa, a organização e as<br />

competências locais;<br />

- Incentivar e melhorar a cooperação<br />

entre os territórios rurais;<br />

- Promover a valorização e a qualificação<br />

dos espaços rurais transformando estes<br />

em espaços <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s;


CADERNO TÉCNICO<br />

Por sua vez os objectivos atrás mencionados são pormenorizados em objectivos<br />

específicos i<strong>de</strong>ntificados relativamente a ca<strong>da</strong> um dos Vectores/Eixos, conforme o quadro<br />

que se segue:<br />

Vectores<br />

1 – Estratégias territoriais <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento integra<strong>da</strong>s<br />

e <strong>de</strong> carácter piloto - utilização<br />

<strong>de</strong> novos repositórios<br />

<strong>de</strong> saber-fazer e <strong>de</strong> novas<br />

tecnologias;<br />

2 – Apoio à cooperação<br />

entre territórios<br />

3 – Colocação em Re<strong>de</strong><br />

Objectivos Específicos<br />

- melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> nas zonas rurais;<br />

- Valorização dos produtos locais;<br />

- Salvaguar<strong>da</strong> do ambiente e <strong>da</strong> paisagem;<br />

- Preservação do património e <strong>da</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

cultural dos territórios rurais<br />

- Promoção e reforço <strong>da</strong>s componentes<br />

organizativas e <strong>da</strong>s competências <strong>da</strong>s zonas<br />

rurais<br />

- Incentivar e melhorar a cooperação entre<br />

territórios rurais<br />

- Incrementar a informação, a troca <strong>de</strong><br />

experiências e boas práticas, a reflexão conjunta<br />

e a concertação <strong>de</strong> ponto <strong>de</strong> vistas entre parceiros<br />

e outros actores do <strong>de</strong>senvolvimento rural<br />

- Contribuir para uma maior articulação <strong>da</strong>s<br />

políticas e melhor aplicação dos outros<br />

instrumentos com impacto nas zonas rurais<br />

- Criar condições para o estabelecimento <strong>de</strong><br />

novas relações <strong>de</strong> cooperação<br />

2 23


CADERNO TÉCNICO<br />

Os objectivos operacionais associados<br />

aos Planos <strong>de</strong> Desenvolvimento Local e aos<br />

objectivos <strong>de</strong> cooperação e <strong>de</strong> colocação<br />

em re<strong>de</strong> serão <strong>de</strong>finidos pelos proponentes<br />

tendo em consi<strong>de</strong>ração quer os bjectivos<br />

gerais do LEADER+ quer os objectivos<br />

específicos <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um dos vectores.<br />

Observamos agora no quadro que se<br />

segue a articulação dos objectivos gerais<br />

<strong>de</strong> LEADER+ e os objectivos específicos<br />

associados a ca<strong>da</strong> um dos vectores:<br />

Objectivos específicos<br />

Vector 1<br />

Utilização <strong>de</strong> novos repositórios <strong>de</strong> saber-fazer<br />

e <strong>de</strong> novas tecnologias;<br />

Melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> nas zonas rurais;<br />

Valorização dos produtos locais;<br />

Salvaguar<strong>da</strong> do ambiente e <strong>da</strong> paisagem;<br />

Preservação do património e <strong>da</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

cultural dos territórios rurais<br />

Promoção e reforço <strong>da</strong>s componentes<br />

organizativas e <strong>da</strong>s competências <strong>da</strong>s zonas<br />

rurais<br />

Objectivos Gerais<br />

1 2 3 4 5 6<br />

X X X<br />

X<br />

X<br />

X X X<br />

X X<br />

X X<br />

X X X X<br />

Vector 2<br />

Incentivar e melhorar a cooperação entre<br />

territórios rurais<br />

X X X X X X<br />

24<br />

Vector 3<br />

Incrementar a informação, a troca <strong>de</strong><br />

experiências e boas práticas, a reflexão<br />

conjunta e a concertação <strong>de</strong> ponto <strong>de</strong> vistas<br />

entre parceiros e outros actores do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento rural<br />

Contribuir para uma maior articulação <strong>da</strong>s<br />

políticas e melhor aplicação dos outros<br />

instrumentos com impacto nas zonas rurais<br />

Criar condições para o estabelecimento <strong>de</strong><br />

novas relações <strong>de</strong> cooperação<br />

X X X X X<br />

X X X<br />

X X X X X


CADERNO TÉCNICO<br />

Quem são os beneficiários<br />

Os beneficiários serão os “Grupos <strong>de</strong><br />

Acção Local” (GAL) que irão elaborar<br />

estratégias <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento para os<br />

seus territórios locais e serão responsáveis<br />

pela sua aplicação. Os Grupos <strong>de</strong> Acção<br />

Local <strong>de</strong>vem ser uma expressão equilibra<strong>da</strong><br />

e representativa dos parceiros dos diversos<br />

meios socioeconómicos do território. Para<br />

efeitos <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão os parceiros económicos<br />

e as associações <strong>de</strong>vem representar pelo<br />

menos 50% <strong>da</strong> parceria local.<br />

Os Grupos <strong>de</strong> Acção Local actuarão em<br />

territórios <strong>de</strong> pequena dimensão e <strong>de</strong><br />

carácter rural, formando um conjunto<br />

homogéneo do ponto <strong>de</strong> vista físico<br />

(geográfico), económico e social. A<br />

população do território não <strong>de</strong>verá exce<strong>de</strong>r,<br />

regra geral, os 100.000 habitantes, quanto<br />

às zonas <strong>de</strong> maior <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> populacional<br />

(<strong>da</strong> or<strong>de</strong>m dos 120 hab./km 2 ), nem, por outro<br />

lado, ser inferior, regra geral, a cerca <strong>de</strong><br />

10.000 habitantes. To<strong>da</strong>via, para as zonas<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> ou fraca <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

população, como, por exemplo, <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s<br />

zonas do Norte <strong>da</strong> Europa,<br />

po<strong>de</strong>rão ser aceites excepções a estes<br />

critérios, <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente justifica<strong>da</strong>s.<br />

ENTRE DOURO E MINHO<br />

ADRIL – Associação <strong>de</strong> Desenvolvimento Rural Integrado do Lima<br />

ADRIMAG - Associação <strong>de</strong> Desenvolvimento Rural Integrado <strong>da</strong>s Serras <strong>de</strong> Montemuro,<br />

Ara<strong>da</strong> e Gralheira<br />

ADRIMINHO - Associação <strong>de</strong> Desenvolvimento Rural Integrado do Vale do Minho<br />

ATAHCA - Associação <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>da</strong>s <strong>Terra</strong>s Altas do Homem, Cávado e Ave<br />

SOL DO AVE - Associação para o Desenvolvimento Integrado do Vale do Ave<br />

TRÁS-OS-MONTES<br />

CORANE - Associação <strong>de</strong> Desenvolvimento Rural Integrado <strong>da</strong>s Serras <strong>de</strong> Montemuro,<br />

Ara<strong>da</strong> e Gralheira.<br />

DESTEQUE - Associação para o Desenvolvimento <strong>da</strong> <strong>Terra</strong> Quente<br />

2 25


CADERNO TÉCNICO<br />

BEIRA LITORAL<br />

ADELO – Associação <strong>de</strong> Desenvolvimento Local <strong>da</strong> Bairra<strong>da</strong> e Mon<strong>de</strong>go<br />

ADAE - Associação <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>da</strong> Alta Estremadura<br />

ADÍBER - Associação <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>de</strong> Góis e Beira Serra<br />

ADICES – Associação <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>de</strong> Iniciativas Culturais, Sociais e Económicas<br />

DUECEIRA - Associação <strong>de</strong> Desenvolvimento do Ceira e Dueça<br />

BEIRA INTERIOR<br />

ADERES – Associação <strong>de</strong> Desenvolvimento Rural Estrela Sul<br />

ADRACES - Associação <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>da</strong> Raia Centro Sul<br />

PRO RAIA - Associação <strong>de</strong> Desenvolvimento Integrado <strong>da</strong> Raia Centro Norte<br />

RIBATEJO E OESTE<br />

ADREPES – Associação <strong>de</strong> Desenvolvimento Rural <strong>da</strong> Península <strong>de</strong> Setúbal<br />

APRODER - Associação para a Promoção do Desenvolvimento Rural do Ribatejo<br />

LEADER OESTE - Associação para o Desenvolvimento e Promoção Rural do Oeste<br />

TAGUS - Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior<br />

ALENTEJO<br />

ADL– Associação <strong>de</strong> Desenvolvimento do Litoral Alentejano<br />

REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES<br />

ARDE – Associação Regional para o Desenvolvimento<br />

26


CADERNO TÉCNICO<br />

Quais são os Destinatários dos<br />

Projectos LEADER+<br />

São passíveis <strong>de</strong> serem <strong>de</strong>stinatários do<br />

Programa LEADER+, os agentes<br />

económicos e sociais, individuais ou<br />

colectivos, públicos ou privados, com<br />

intervenção na zona <strong>de</strong>limita<strong>da</strong> no Plano <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento Local, cujos projectos e<br />

activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s tenham enquadramento no<br />

PDL.<br />

A titulo excepcional po<strong>de</strong>rão vir a ser<br />

aceites projectos fora <strong>da</strong> zona <strong>de</strong>limita<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que reunam um carácter integrado<br />

na lógica do PDL e que tenham<br />

consecutivamente um caracter estruturante<br />

e com repercussões no interior <strong>da</strong> região e<br />

que sejam realizados em parceria.<br />

Organigrama do LEADER+<br />

Qual é a uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> gestão do LEADER+<br />

É o IDRHa, Instituto <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

Rural e Hidráulica, que enquanto organismo<br />

intermediário <strong>da</strong> Intervenção Comunitária<br />

LEADER+ tem a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

gestão, administrativa e financeira. A<br />

Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Gestão é uma estrutura <strong>de</strong> apoio<br />

técnico à gestão do Programa.<br />

A Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Gestão, presidi<strong>da</strong> pelo<br />

organismo intermediário integra<br />

representantes do IDRHa, Gabinete <strong>de</strong><br />

Planeamento e Política Agro-Alimentar -<br />

GPAA, <strong>da</strong>s Direcções Regionais <strong>de</strong><br />

Agricultura e dos Governos <strong>da</strong>s regiões<br />

Autónomas dos Açores e <strong>da</strong> Ma<strong>de</strong>ira.O<br />

Sistema <strong>de</strong> Acompanhamento do LEADER+<br />

é assegurado pela Comissão Nacional <strong>de</strong><br />

Acompanhamento e pelas Comissões<br />

Regionais <strong>de</strong> Acompanhamento.<br />

2 27


CADERNO TÉCNICO<br />

Formalização <strong>de</strong> uma candi<strong>da</strong>tura ao Programa LEADER+<br />

Todos os procedimentos que se seguem<br />

não dispensam o contacto pessoal com a<br />

Estrutura Técncia LEADER+, <strong>da</strong><br />

respectiva região, no entanto permitem<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> já alguma referência.<br />

1 – Quem se po<strong>de</strong> Candi<strong>da</strong>tar<br />

Tipologia <strong>de</strong> Destinatários/Promotores<br />

- Autarquias<br />

- Juntas <strong>de</strong> Freguesia<br />

- Empresários em nome individual<br />

- Micro, Pequenas e Médias Empresas<br />

- Cooperativas<br />

- Associações que perspectivem<br />

activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s com fins lucrativos<br />

- Enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s gestoras <strong>de</strong> produtos DOP<br />

- Associações <strong>de</strong> Produtores<br />

- Associações Comerciais e Industriais<br />

- Outros agentes privados <strong>de</strong> natureza<br />

colectiva<br />

- Associações priva<strong>da</strong>s sem fins<br />

lucrativos<br />

- Colectivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

- Comissões <strong>de</strong> Melhoramentos<br />

- Outras Associações<br />

- Pessoas Singulares<br />

Condições <strong>de</strong> acesso<br />

Os <strong>de</strong>stinatários do Programa<br />

consoante a sua natureza, têm <strong>de</strong>:<br />

- Estar legalmente constituídos<br />

- Demonstrar o cumprimento <strong>da</strong><br />

regulamentação específica para o sector<br />

a que dizem respeito<br />

- Possuir capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> técnica<br />

- Possuir capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> financeira para<br />

assegurar a contraparti<strong>da</strong> nacional<br />

requeri<strong>da</strong><br />

- Dispor <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> contabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

que permita observar com clareza as<br />

transacções relaciona<strong>da</strong>s com o projecto<br />

- Comprovar que não são <strong>de</strong>vedores ao<br />

Estado e Segurança Social, <strong>de</strong> quaisquer<br />

contribuições<br />

28


CADERNO TÉCNICO<br />

2 – Como<br />

Fazer um contacto com a ETL –<br />

Estrutura Técnica LEADER+ <strong>da</strong> região.<br />

Esta estrutura tem competência para<br />

prestar todos os esclarecimentos que o<br />

<strong>de</strong>stinatário/promotor coloque, bem como<br />

informações necessárias e referentes ao<br />

Programa LEADER+, nomea<strong>da</strong>mente no<br />

fornecimento do Regulamento <strong>de</strong> Acesso<br />

Interno e os respectivos formulários <strong>de</strong><br />

candi<strong>da</strong>tura. É importante referir que esta<br />

documentação é específica <strong>de</strong> ca<strong>da</strong><br />

enti<strong>da</strong><strong>de</strong> cre<strong>de</strong>ncia<strong>da</strong> para gerir o<br />

respectivo território.<br />

Elaboração do Processo <strong>de</strong><br />

candi<strong>da</strong>tura, os documentos obrigatórios<br />

a apresentar são:<br />

- Formulário <strong>de</strong> candi<strong>da</strong>tura<br />

- Fotocópias <strong>de</strong> Bilhetes <strong>de</strong> I<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

e Contribuinte Fiscal<br />

- Atestado <strong>de</strong> Residência (emitido pela<br />

Junta <strong>de</strong> Freguesia ) ou Certidão <strong>da</strong><br />

Conservatória do Registo Comercial<br />

- Declaração <strong>da</strong> Repartição <strong>de</strong> Finanças<br />

local <strong>da</strong> situação do IVA<br />

- Declarações comprovativas <strong>da</strong><br />

situação regulariza<strong>da</strong> <strong>de</strong> dívi<strong>da</strong>s perante<br />

o Estado e Segurança Social<br />

- Estudo <strong>de</strong> viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> económica (em<br />

caso <strong>de</strong> projectos candi<strong>da</strong>tos a Sub-<br />

-medi<strong>da</strong>s/acções <strong>de</strong> apoio a activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

Produtivas<br />

- Orçamentos e facturas – proformas<br />

- Plano <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> enti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

promotora<br />

Natureza do Projecto:<br />

- Pareceres, licenças, autorizações,<br />

inscrições ou registo <strong>de</strong> enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

nacionais, regionais ou locais, com<br />

competências nas áreas do investimento<br />

em causa<br />

- Maquetes do material gráfico /<br />

elementos a produzir<br />

- Plantas e outros elementos cartográfica,<br />

gráfica e fotografia<br />

- Currícula dos formadores e/ou monitores<br />

- Estudo prévio, ante-projecto <strong>de</strong> obras<br />

<strong>de</strong> construção civil e/ou <strong>de</strong> arquitectura<br />

- Outros documentos consi<strong>de</strong>rados<br />

necessários, seguindo a ETL<br />

2 29


CADERNO TÉCNICO<br />

3 – Fases <strong>da</strong> Candi<strong>da</strong>tura<br />

As fases <strong>de</strong> candi<strong>da</strong>tura variam <strong>de</strong><br />

enti<strong>da</strong><strong>de</strong> para enti<strong>da</strong><strong>de</strong>, pelo que o<br />

<strong>de</strong>stinatário /promotor <strong>de</strong>verá informar-se<br />

junto <strong>da</strong> respectiva ETL <strong>da</strong> região. No<br />

entanto, <strong>de</strong> um modo geral a aprovação<br />

projectos do Programa LEADER + <strong>de</strong>corre<br />

entre 01 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2002 e 31 <strong>de</strong><br />

Dezembro <strong>de</strong> <strong>2006</strong><br />

4 – Recepção <strong>da</strong>s candi<strong>da</strong>turas<br />

De um modo geral as candi<strong>da</strong>turas<br />

<strong>de</strong>verão <strong>da</strong>r entra<strong>da</strong> na Enti<strong>da</strong><strong>de</strong> Gestora<br />

do Programa LEADER+ <strong>da</strong> região.<br />

Qual é o plano financeiro<br />

Com base nos envelopes financeiros<br />

indicativos por Estado-membro, <strong>de</strong>cididos<br />

pela Comissão, os Estados-membros<br />

apresentam-lhe as respectivas propostas<br />

<strong>de</strong> programas <strong>da</strong> Iniciativa LEADER+.<br />

A Iniciativa LEADER+ é objecto <strong>de</strong> um<br />

financiamento conjunto do Estado-membro<br />

e <strong>da</strong> Comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

A contribuição total do FEOGA-<br />

Orientação para o LEADER+, relativamente<br />

ao período 2001-<strong>2006</strong>, eleva-se a 2148,9<br />

milhões <strong>de</strong> euros, cabendo a Portugal uma<br />

dotação <strong>de</strong> 161,6 milhões <strong>de</strong> euros (7,6%).<br />

Qual o Futuro<br />

Para terminar, parece-nos importante referir<br />

que estando em cima <strong>da</strong> mesa, o PNDR -<br />

Plano Nacional <strong>de</strong> Desenvolvimento Rural,<br />

para o período <strong>de</strong> 2007-2013, e fazendo parte<br />

<strong>de</strong> um dos seus eixos, o eixo 4 - Programa<br />

LEADER, parece-nos oportuno realçar mais<br />

uma vez que no nosso país não é possível um<br />

<strong>de</strong>senvolvimento rural, quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s<br />

populações rurais, sem as numerosas<br />

explorações agrícolas familiares.<br />

Partindo do princípio que o Mundo Rural<br />

é a base <strong>da</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> agrícola, é necessário<br />

e urgente que se <strong>de</strong>senvolvam e promovam<br />

políticas integra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento rural<br />

a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s à especifici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s nossas<br />

populações rurais.<br />

Permitindo <strong>de</strong>sta forma, melhorar a<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s populações rurais e<br />

combater a <strong>de</strong>sertificação e o êxodo rural,<br />

investindo mais infraestruturas e serviços<br />

públicos nos meios rurais.<br />

30<br />

Tendo em conta o peso que este PNDR, vai<br />

ter no futuro e nomea<strong>da</strong>mente a importância<br />

<strong>de</strong>terminante que o Eixo 3 – Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong><br />

nas zonas rurais e diversificação <strong>da</strong> economia<br />

rural e o Eixo 4 – LEADER, apresentam, <strong>de</strong>verá<br />

sem dúvi<strong>da</strong> existir cui<strong>da</strong>dos redobrados na<br />

distribuição <strong>de</strong> verbas.<br />

Fonte: www.lea<strong>de</strong>r.pt<br />

IDHRa


CADERNO TÉCNICO<br />

Por João Filipe<br />

ENQUADRAMENTO<br />

A integração dos sectores do azeite,<br />

tabaco e algodão no Regime <strong>de</strong> Pagamento<br />

Único (RPU) a partir <strong>de</strong> 1 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> <strong>2006</strong><br />

(também chama<strong>da</strong> 2ª vaga do RPU),<br />

conduziu à alteração do regime jurídico<br />

estabelecido para a 1ª vaga <strong>de</strong>ste regime,<br />

que teve inicio a 1 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2005, com<br />

a integração dos sectores <strong>da</strong>s Culturas<br />

Arvenses, Leguminosas para Grão,<br />

Forragens Secas, Lúpulo, Carne <strong>de</strong> Bovino<br />

e Ovinos e Caprinos.<br />

- No que concerne ao Sector do Azeite,<br />

foram estabelecidos hectares e<br />

montantes <strong>de</strong> referência, com base no<br />

histórico <strong>de</strong> produção do produtor<br />

referente ás campanhas <strong>de</strong> 1999/2000,<br />

2000/2001, 2001/2002, 2002/2003. A<br />

<strong>de</strong>terminação do montante <strong>de</strong> referência<br />

resulta <strong>da</strong> multiplicação <strong>da</strong> média <strong>de</strong><br />

produção do produtor no período <strong>de</strong><br />

histórico pelo valor unitário.<br />

A <strong>de</strong>terminação dos hectares <strong>de</strong><br />

referência foi realiza<strong>da</strong> com base nas<br />

Declarações <strong>de</strong> Cultura e Pedidos <strong>de</strong><br />

Aju<strong>da</strong> apresenta<strong>da</strong>s no período <strong>de</strong><br />

referência, <strong>de</strong> acordo com a aplicação<br />

do método aprovado pela Comissão e<br />

com base no sistema <strong>de</strong> informação<br />

geográfica oleícola (SIG - OL).<br />

- No que respeita ao Sector do Tabaco,<br />

o montante e a área <strong>de</strong> referência a<br />

atribuir aos produtores tem por base a<br />

área <strong>de</strong>clara<strong>da</strong> (contrata<strong>da</strong>) e a aju<strong>da</strong><br />

paga em ca<strong>da</strong> ano respeitante ao<br />

período <strong>de</strong> referência (2000, 2001,<br />

2002), correspon<strong>de</strong>ndo à média trienal<br />

dos hectares e pagamentos efectuados<br />

aos produtores.<br />

No que se refere à integração dos<br />

sectores do azeite e tabaco, assume gran<strong>de</strong><br />

importância a a<strong>da</strong>ptação <strong>da</strong>s regras<br />

relativas ao acesso à Reserva Nacional<br />

prevista no âmbito do RPU, matéria que<br />

passamos a <strong>de</strong>senvolver no presente artigo.<br />

Assim, os agricultores que preten<strong>da</strong>m<br />

receber direitos provenientes <strong>da</strong> Reserva<br />

Nacional, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se enquadrem numa<br />

ou em várias situações <strong>de</strong> elegibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

previstas <strong>de</strong> acordo com o artigo 11º <strong>da</strong><br />

Portaria nº1202/2004 <strong>de</strong> 17 <strong>de</strong> Setembro,<br />

<strong>de</strong>vem apresentar até ao final do período<br />

<strong>de</strong> recepção <strong>de</strong> candi<strong>da</strong>turas o seu pedido<br />

<strong>de</strong> atribuição <strong>de</strong> direitos, Mo<strong>de</strong>lo R e<br />

respectivos Anexos.<br />

2 31


CADERNO TÉCNICO<br />

No sector do tabaco, consi<strong>de</strong>rou-se<br />

necessário prever a condição <strong>de</strong><br />

candi<strong>da</strong>tura à reserva nacional para os<br />

agricultores cujas compras <strong>de</strong> quota foram<br />

superiores às ven<strong>da</strong>s, cedências e<br />

transferências <strong>de</strong>finitivas.<br />

No que respeita ao sector do azeite,<br />

procurou-se garantir a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

tratamento entre os agricultores.<br />

Estabeleceram-se valores forfetários*<br />

baseados na produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, na produção<br />

média nacional e no valor <strong>da</strong> aju<strong>da</strong> durante<br />

o período <strong>de</strong> referência (1999 a 2002) e no<br />

rendimento médio nacional em azeite, bem<br />

como o acesso à reserva nacional por via<br />

<strong>da</strong> plantação ou a<strong>de</strong>nsamento <strong>de</strong> novos<br />

olivais e ain<strong>da</strong> <strong>da</strong> instalação <strong>de</strong> rega em<br />

olivais <strong>de</strong> sequeiro.<br />

Para além do acesso à reserva nacional<br />

previsto para os agricultores que se<br />

enquadrem numa ou em várias situações <strong>de</strong><br />

elegibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, já previstas para a 1ª vaga do<br />

RPU, tem também acesso à mesma reserva<br />

os agricultores que:<br />

- Recorreram à instalação <strong>de</strong> rega em<br />

olivais <strong>de</strong> sequeiro, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o início<br />

<strong>da</strong> execução do projecto se tenha<br />

verificado entre 1 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1999 e<br />

15 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2004 e concluído até 31<br />

<strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> <strong>2006</strong>;<br />

- Recorreram à plantação <strong>de</strong> novo olival,<br />

incluindo olivais <strong>de</strong> substituição e<br />

a<strong>de</strong>nsamento <strong>de</strong> olivais no âmbito do<br />

Plano <strong>de</strong> Plantação aprovado a partir <strong>de</strong><br />

1 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1996, e cujas plantações<br />

se encontrem já concluí<strong>da</strong>s.<br />

- Tenham realizado investimento em<br />

aquisição <strong>de</strong> quotas <strong>de</strong> tabaco por<br />

transferência <strong>de</strong>finitiva, cedência<br />

<strong>de</strong>finitiva ou compra, entre 1 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong><br />

2000 e 15 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2004.<br />

Situações passíveis <strong>de</strong> enquadramento na Reserva Nacional<br />

Quadro I - Quadro resumo<br />

Acesso à Reserva Nacional<br />

Formulários a apresentar<br />

1 - Transferência Não Onerosa <strong>de</strong> <strong>Terra</strong>s Arren<strong>da</strong><strong>da</strong>s a Terceiros Mo<strong>de</strong>lo R – Anexo R1<br />

2 - Inicio <strong>de</strong> Activi<strong>da</strong><strong>de</strong> Após o Período <strong>de</strong> Referência Mo<strong>de</strong>lo R – Anexo R5<br />

3 - Investimentos Mo<strong>de</strong>lo R – Anexo R2<br />

4 - Investimentos nos Sectores do Azeite e Tabaco Mo<strong>de</strong>lo R – Anexo R2 (Olival e Tabaco)<br />

5 - Arren<strong>da</strong>mento e Compra <strong>de</strong> <strong>Terra</strong>s Arren<strong>da</strong><strong>da</strong>s Mo<strong>de</strong>lo R – Anexo R3 ou R4<br />

6 - Reconversão <strong>da</strong> produção Mo<strong>de</strong>lo R – quadro 3, ponto 3.4<br />

32<br />

* Calculo dos rendimentos em azeitona e azeite para as zonas homogéneas <strong>de</strong> produção, com base em<br />

amostras ao nível <strong>da</strong>s zonas regionais


CADERNO TÉCNICO<br />

1 - Transferência Não Onerosa <strong>de</strong><br />

<strong>Terra</strong>s Arren<strong>da</strong><strong>da</strong>s a Terceiros<br />

Um agricultor que antes <strong>da</strong> <strong>da</strong>ta <strong>de</strong><br />

entrega do pedido <strong>de</strong> aju<strong>da</strong> ao RPU receba,<br />

por transferência a título gratuito, por<br />

arren<strong>da</strong>mento (por 6 ou mais anos), por<br />

herança ou herança antecipa<strong>da</strong> uma<br />

exploração ou parte <strong>de</strong>sta <strong>de</strong> um agricultor<br />

que se tenha reformado ou falecido e que<br />

tenha estado arren<strong>da</strong><strong>da</strong> a uma terceira<br />

pessoa durante o período <strong>de</strong> referência,<br />

po<strong>de</strong> receber direitos provenientes <strong>da</strong><br />

Reserva Nacional.<br />

Os agricultores nesta situação <strong>de</strong>vem<br />

juntar ao pedido <strong>de</strong> candi<strong>da</strong>tura à Reserva<br />

Nacional os seguintes documentos:<br />

- Cópia <strong>de</strong> documento legal que<br />

<strong>de</strong>monstre a transferência ou o<br />

arren<strong>da</strong>mento <strong>de</strong> baixo valor por seis ou<br />

mais anos. Nos casos <strong>de</strong> herança ou <strong>de</strong><br />

her<strong>de</strong>iros <strong>de</strong> agricultores que tenham<br />

sido entregues explorações expropria<strong>da</strong>s<br />

ou nacionaliza<strong>da</strong>s no âmbito <strong>da</strong> reforma<br />

agrária, documentos comprovativos<br />

<strong>de</strong>ssa situação;<br />

- Cópia <strong>de</strong> contrato <strong>de</strong> arren<strong>da</strong>mento <strong>da</strong><br />

exploração vigente durante o período <strong>de</strong><br />

referência celebrado com terceiros;<br />

- Certidão <strong>de</strong> Óbito ou documento <strong>de</strong><br />

prova <strong>de</strong> reforma <strong>da</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> agrícola<br />

do agricultor que transferiu a exploração.<br />

1.1 - Cálculo dos Montantes e Hectares<br />

<strong>de</strong> Referência<br />

O montante <strong>de</strong> referência resulta <strong>da</strong><br />

multiplicação por 120.00 Euros do número<br />

<strong>de</strong> hectares elegíveis ao RPU <strong>de</strong>tidos pelo<br />

agricultor. A este valor, será aplicado uma<br />

majoração <strong>de</strong> 15% nos seguintes casos:<br />

- Jovens agricultores;<br />

- Explorações situa<strong>da</strong>s em zona <strong>de</strong><br />

montanha.<br />

Sendo que o valor obtido pela aplicação<br />

<strong>de</strong>ste cálculo não po<strong>de</strong> ultrapassar 4000.00<br />

Euros por agricultor.<br />

Formulários a utilizar:<br />

Mo<strong>de</strong>lo R, anexo R1.<br />

2 33


CADERNO TÉCNICO<br />

2 - Início <strong>de</strong> Activi<strong>da</strong><strong>de</strong> Após o Período<br />

<strong>de</strong> Referência<br />

Po<strong>de</strong>m candi<strong>da</strong>tar-se à atribuição <strong>de</strong><br />

direitos <strong>da</strong> Reserva Nacional os jovens<br />

agricultores com projecto <strong>de</strong> investimento<br />

enquadrado na medi<strong>da</strong> do Programa AGRO,<br />

relativo ao apoio à primeira instalação após<br />

31 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 2002, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o<br />

investimento diga respeito a animais e<br />

superfícies elegíveis para efeitos <strong>de</strong> RPU.<br />

Os jovens agricultores nesta condição<br />

<strong>de</strong>vem apresentar junto ao seu pedido <strong>de</strong><br />

candi<strong>da</strong>tura à Reserva Nacional :<br />

- Declaração relativa à situação <strong>de</strong><br />

projecto <strong>de</strong> investimento efectuado em<br />

primeira instalação <strong>de</strong> jovens agricultores,<br />

ao abrigo do Programa AGRO.<br />

2.1 - Cálculo dos Montantes e Hectares<br />

<strong>de</strong> Referência<br />

O montante <strong>de</strong> referência resulta <strong>da</strong><br />

multiplicação por 120.00 Euros do número<br />

<strong>de</strong> hectares elegíveis ao RPU <strong>de</strong>tidos pelo<br />

agricultor. A este valor, será aplicado uma<br />

majoração <strong>de</strong> 15% para as explorações<br />

situa<strong>da</strong>s em zona <strong>de</strong> montanha.<br />

Sendo que o valor obtido pela aplicação<br />

<strong>de</strong>ste cálculo não po<strong>de</strong> ultrapassar 4000.00<br />

Euros por agricultor.<br />

Formulários a utilizar:<br />

Mo<strong>de</strong>lo R, anexo R5.<br />

3 - Investimentos<br />

Po<strong>de</strong>m candi<strong>da</strong>tar-se à atribuição <strong>de</strong><br />

direitos provenientes <strong>da</strong> Reserva Nacional<br />

os agricultores que tenham investimentos ao<br />

abrigo <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

Rural (Reg. (CE) Nº 1257/99), realizados<br />

entre 1 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2000 e 15 <strong>de</strong> Maio<br />

<strong>de</strong> 2004 e que se encontrem concluídos,<br />

sendo que os investimentos consi<strong>de</strong>rados<br />

são os seguintes:<br />

• Instalação ou expansão <strong>de</strong> regadios–<br />

Neste investimento po<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar-se a<br />

compra <strong>de</strong> terra ou arren<strong>da</strong>mento por seis<br />

ou mais anos. Só são consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s como<br />

áreas beneficia<strong>da</strong>s pelo investimento, as<br />

superfícies elegíveis no âmbito do artigo 7º<br />

do Reg.(CE) nº 1251/99 e com ocupações<br />

culturais elegíveis em conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> com o<br />

disposto no nº 3 do artigo 21º do Reg. (CE)<br />

nº 795/2004 (arvenses, arroz, leguminosas,<br />

forragens secas e lúpulo).<br />

• Acréscimo <strong>de</strong> efectivos animais<br />

elegíveis – O acréscimo <strong>de</strong> efectivos<br />

animais elegíveis, (bovinos <strong>de</strong> carne ou<br />

ovinos e caprinos) po<strong>de</strong> resultar <strong>de</strong> um<br />

investimento na compra <strong>de</strong> animais na<br />

compra ou arren<strong>da</strong>mento por seis ou mais<br />

anos <strong>de</strong> terras elegíveis para efeitos <strong>de</strong><br />

RPU, bem como melhoramento ou<br />

renovação <strong>de</strong> pastagens;<br />

• Compra ou arren<strong>da</strong>mento <strong>de</strong> terras<br />

<strong>de</strong> sequeiro – Este investimento<br />

contempla a compra ou arren<strong>da</strong>mento por<br />

seis ou mais anos <strong>de</strong> terras elegíveis para<br />

efeitos <strong>de</strong> RPU.<br />

Os agricultores nesta condição <strong>de</strong>vem<br />

apresentar junto ao seu pedido <strong>de</strong><br />

candi<strong>da</strong>tura à Reserva Nacional :<br />

- Declaração relativa à conclusão do<br />

projecto <strong>de</strong> investimento.<br />

34<br />

Instalação <strong>de</strong> rega em olivais <strong>de</strong> sequeiro<br />

- Neste caso, o início <strong>da</strong> execução do<br />

projecto po<strong>de</strong> ter-se verificado entre 1 <strong>de</strong><br />

Janeiro <strong>de</strong> 1999 e 15 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2004 e<br />

concluído até 31 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> <strong>2006</strong>.


CADERNO TÉCNICO<br />

3.1 - Cálculo dos Montantes e Hectares<br />

<strong>de</strong> Referência<br />

O montante <strong>de</strong> referência e o número <strong>de</strong><br />

hectares <strong>de</strong> referência a atribuir aos<br />

agricultores que se encontrem nestas<br />

condições, são calculados <strong>de</strong> acordo com<br />

a <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> conclusão do projecto <strong>de</strong><br />

investimento, sem prejuízo do disposto nos<br />

artigos 6º e 18º do Reg. (CE) nº 795/2004.<br />

3.1.1 - Projectos <strong>de</strong> investimento<br />

concluídos até 31 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2004<br />

(Instalação ou expansão <strong>de</strong> regadios,<br />

Acréscimo <strong>de</strong> efectivos animais<br />

elegíveis e Compra ou arren<strong>da</strong>mento<br />

<strong>de</strong> terras <strong>de</strong> sequeiro)<br />

O cálculo <strong>de</strong>termina-se pela diferença<br />

entre o montante <strong>de</strong> referência e o montante<br />

calculado com base nas áreas e/ou animais<br />

<strong>de</strong>terminados relativamente ao pedido <strong>de</strong><br />

aju<strong>da</strong> <strong>de</strong> 2004, tendo em conta os valores<br />

unitários apresentados no quadro abaixo<br />

(<strong>de</strong> acordo com o anexo <strong>da</strong> alteração ao<br />

D.N. nº 42/2004 <strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> Outubro). Ao<br />

resultado <strong>de</strong>sta operação, é <strong>de</strong>duzido o<br />

montante <strong>de</strong> referência e à diferença entre<br />

estes dois montantes é acrescido<br />

novamente o montante <strong>de</strong> referência.<br />

Quadro II - Valores unitários <strong>de</strong> referência para Projectos <strong>de</strong> Investimento<br />

PRÉMIO MONTANTE UNIDADE<br />

Trigo-duro 221.89 Euros/ha<br />

Ervilhaca 167.38 Euros/ha<br />

Grão <strong>de</strong> bico e lentihas 181.00 Euros/ha<br />

Aju<strong>da</strong> base arvenses 63.00 Euros/t<br />

Arroz 617.10 Euros/ha<br />

Forragens secas 485.00 Euros/ha<br />

Lúpulo 480.00<br />

Euros/ha<br />

Pagamento extensificação vaca aleitante 100.00 Euros/cabeça<br />

Abate <strong>de</strong> adultos 48.00 Euros/cabeça<br />

Especial bovinos machos-touros 180.60 Euros/cabeça<br />

Especial bovinos machos-bois 1ª classe etária 129.00 Euros/cabeça<br />

Especial bovinos machos-bois 2ª classe etária 150.00 Euros/cabeça<br />

Pagamento extensificação bovinos machos 86.00 Euros/cabeça<br />

Prémio por ovelha 10.50 Euros/cabeça<br />

Prémio por ovelha produtora <strong>de</strong> leite 8.40 Euros/cabeça<br />

Prémio por cabra 8.40 Euros/cabeça<br />

Prémio suplementar ovelha e cabra 3.50 Euros/cabeça<br />

Tabaco (varie<strong>da</strong><strong>de</strong> Burley) 1.035 Euros/Kg<br />

Tabaco (varie<strong>da</strong><strong>de</strong> Virgínia) 1.296 Euros/Kg<br />

2 35


CADERNO TÉCNICO<br />

3.1.2 - Projectos <strong>de</strong> investimento<br />

concluídos após 31 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2004<br />

(Instalação ou expansão <strong>de</strong> regadios,<br />

Acréscimo <strong>de</strong> efectivos animais<br />

elegíveis e Compra ou arren<strong>da</strong>mento<br />

<strong>de</strong> terras <strong>de</strong> sequeiro)<br />

- Instalação ou expansão <strong>de</strong> regadios<br />

– O cálculo do montante <strong>de</strong> referência dos<br />

agricultores no âmbito do projecto <strong>de</strong><br />

investimento <strong>de</strong> expansão ou instalação<br />

<strong>de</strong> regadios, resulta <strong>da</strong> multiplicação do<br />

número <strong>de</strong> hectares on<strong>de</strong> foram<br />

instalados regadios por 235.00 Euros,<br />

acrescidos do montante <strong>de</strong> referência do<br />

agricultor, ficando a totali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos<br />

direitos sujeitos às condições <strong>da</strong> Reserva<br />

Nacional.<br />

- Acréscimo <strong>de</strong> efectivos animais<br />

elegíveis - O cálculo do montante <strong>de</strong><br />

referência para os agricultores abrangidos<br />

por esta medi<strong>da</strong>, resulta <strong>da</strong> diferença entre<br />

o número <strong>de</strong> animais existentes após a<br />

conclusão do projecto <strong>de</strong> investimento e o<br />

número <strong>de</strong> animais existente na situação<br />

antes do projecto <strong>de</strong> investimento,<br />

multiplicado por 100.00, 210.00 ou 14.00<br />

Euros consoante diga respeito a Vacas<br />

aleitantes, bovinos machos ou ovinos e<br />

caprinos, sendo que o valor obtido por esta<br />

aplicação acresce ao montante <strong>de</strong><br />

referência do agricultor, ficando a totali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

dos direitos sujeitos às condições <strong>da</strong><br />

Reserva Nacional.<br />

3.1.3 - Instalação <strong>de</strong> rega em olivais<br />

<strong>de</strong> sequeiro<br />

O montante a atribuir aos agricultores é<br />

calculado seguinte forma:<br />

- O número <strong>de</strong> hectares SIG-OL elegíveis<br />

multiplicados por 323.40 Euros(70% do<br />

valor unitário estabelecido para o olival <strong>de</strong><br />

regadio, 462.00 Euros);<br />

- O montante obtido é adicionado ao<br />

montante <strong>de</strong> referência atribuído ao<br />

agricultor a título do sector do azeite, não<br />

po<strong>de</strong>ndo resultar em valores unitários por<br />

hectare <strong>de</strong> SIG-OL superior ao valor unitário<br />

estabelecido para o olival <strong>de</strong> regadio,<br />

462.00 Euros;<br />

- O número <strong>de</strong> hectares <strong>de</strong> referência a<br />

atribuir é igual ao número <strong>de</strong> hectares <strong>de</strong><br />

SIG - Ol elegíveis <strong>de</strong> regadio.<br />

Formulários a utilizar:<br />

Mo<strong>de</strong>lo R, anexo R2. (INVESTIMENTOS COM<br />

INÍCIO DE EXECUÇÃO ENTRE 1 DE JANEIRO<br />

DE 2000 E 15 DE MAIO DE 2004)<br />

36<br />

- Compra ou arren<strong>da</strong>mento <strong>de</strong> terras <strong>de</strong><br />

sequeiro – O cálculo do montante <strong>de</strong><br />

referência para os agricultores nesta<br />

situação, resulta <strong>da</strong> multiplicação do número<br />

<strong>de</strong> hectares adquiridos por compra ou<br />

arren<strong>da</strong>mento por seis ou mais anos <strong>de</strong><br />

terras elegíveis para efeitos <strong>de</strong> RPU por<br />

120.00 Euros, acrescidos ao montante <strong>de</strong><br />

referência do agricultor, ficando a totali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

dos direitos sujeitos às condições <strong>da</strong><br />

Reserva Nacional.


CADERNO TÉCNICO<br />

4 - Investimentos nos Sectores do<br />

Azeite e Tabaco<br />

4.1 - Plantação <strong>de</strong> novos olivais<br />

São elegíveis para efeitos <strong>de</strong> Reserva<br />

Nacional as plantações <strong>de</strong> novo olival,<br />

incluindo olivais <strong>de</strong> substituição e<br />

a<strong>de</strong>nsamento <strong>de</strong> olivais existentes, cuja<br />

plantação esteja concluí<strong>da</strong>.<br />

Nesta situação os agricultores <strong>de</strong>vem<br />

apresentar:<br />

- No caso <strong>de</strong> plantações realiza<strong>da</strong>s entre<br />

1 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1996 e 30 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong> <strong>de</strong><br />

1998, Declaração <strong>de</strong> Cultura;<br />

- No caso <strong>de</strong> plantações realiza<strong>da</strong>s entre<br />

1 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1998 e 31 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong><br />

2000, Declaração <strong>de</strong> Cultura<br />

acompanha<strong>da</strong> <strong>da</strong> respectiva Declaração<br />

Prévia <strong>de</strong> Intenção <strong>de</strong> Plantar<br />

(DPIP), caso exista;<br />

- No caso <strong>de</strong> plantações realiza<strong>da</strong>s entre<br />

1 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2000 e 31 <strong>de</strong> Outubro<br />

<strong>de</strong> 2004, Declaração <strong>de</strong> Cultura<br />

acompanha<strong>da</strong> <strong>da</strong> respectiva Declaração<br />

Prévia <strong>de</strong> Intenção <strong>de</strong> Plantar<br />

(DPIP);<br />

- No caso <strong>de</strong> plantações realiza<strong>da</strong>s a<br />

partir <strong>de</strong> 1 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2004,<br />

Declaração Prévia <strong>de</strong> Intenção <strong>de</strong><br />

Plantar (DPIP), e comprovativo <strong>de</strong><br />

plantação emitido pela respectiva<br />

Direcção Regional <strong>da</strong> Agricultura.<br />

2 37


CADERNO TÉCNICO<br />

4.1.1 - Cálculo dos Montantes e<br />

Hectares <strong>de</strong> Referência<br />

O montante a atribuir aos agricultores<br />

provenientes <strong>de</strong> investimento em novos<br />

olivais é calculado <strong>da</strong> seguinte forma:<br />

- Olival <strong>de</strong> sequeiro – O número <strong>de</strong><br />

hectares SIG-OL elegíveis plantados,<br />

multiplicado por 184.00 Euros.<br />

- Olival <strong>de</strong> regadio – O número <strong>de</strong><br />

hectares SIG-OL elegíveis plantados,<br />

multiplicado por 462.00 Euros.<br />

- A<strong>de</strong>nsamento – O número <strong>de</strong> hectares<br />

SIG-OL elegíveis a<strong>de</strong>nsados,<br />

multiplicado por 70% do valor unitário <strong>de</strong><br />

184.00 Euros ou 462.00 Euros, conforme<br />

diga respeito a olival <strong>de</strong> sequeiro ou<br />

regadio.<br />

4.2.1 - Cálculo dos Montantes e<br />

Hectares <strong>de</strong> Referência<br />

a) - Agricultores que apenas tenham<br />

adquirido quota:<br />

Ser-lhes-á atribuído, proporcionalmente à<br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> quota adquiri<strong>da</strong>, 90% do<br />

montante <strong>de</strong> referência do ven<strong>de</strong>dor (valor<br />

que entrou para a reserva nacional pela<br />

aplicação <strong>da</strong> “Clausula <strong>de</strong> ganhos<br />

inesperados”).<br />

O número <strong>de</strong> hectares a atribuir,<br />

correspon<strong>de</strong> ao quociente entre as<br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s compra<strong>da</strong>s e a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> última campanha em que o agricultor<br />

produziu tabaco;<br />

O número <strong>de</strong> hectares <strong>de</strong> referência a<br />

atribuir é igual ao número <strong>de</strong> hectares <strong>de</strong><br />

SIG - Ol elegíveis <strong>de</strong> olival plantados ou<br />

a<strong>de</strong>nsados.<br />

4.2 - Aquisição <strong>de</strong> quotas <strong>de</strong> tabaco<br />

38<br />

Os agricultores que tenham realizado<br />

investimento em aquisição <strong>de</strong> quotas <strong>de</strong><br />

tabaco por transferência <strong>de</strong>finitiva, cedência<br />

<strong>de</strong>finitiva ou compra, entre 1 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong><br />

2000 e 15 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2004, po<strong>de</strong>m<br />

candi<strong>da</strong>tar-se à atribuição <strong>de</strong> direitos <strong>de</strong><br />

RPU provenientes <strong>da</strong> Reserva Nacional.


CADERNO TÉCNICO<br />

b) - Agricultores que adquiriram,<br />

ven<strong>de</strong>ram, transferiram ou ce<strong>de</strong>ram<br />

<strong>de</strong>finitivamente quota:<br />

Ser-lhes-á apurado a diferença entre as<br />

compras e as ven<strong>da</strong>s, transferências e<br />

cedências <strong>de</strong>finitivas, realiza<strong>da</strong>s no período<br />

elegível (entre 1 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2000 e 15 <strong>de</strong><br />

Maio <strong>de</strong> 2004). A quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> apura<strong>da</strong><br />

correspon<strong>de</strong> à pon<strong>de</strong>ração percentual <strong>de</strong><br />

ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s aquisições i.é. ao saldo<br />

anteriormente <strong>de</strong>terminado e o montante <strong>de</strong><br />

referência correspon<strong>de</strong> a 90% do montante<br />

<strong>de</strong> referência <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> ven<strong>de</strong>dor,<br />

proporcionalmente à quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

anteriormente <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>.<br />

O número <strong>de</strong> hectares a atribuir,<br />

correspon<strong>de</strong> à soma do número <strong>de</strong> hectares<br />

relativos a ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

correspon<strong>de</strong>ntes às percentagens apura<strong>da</strong>s<br />

em relação a ca<strong>da</strong> aquisição;<br />

c) - Agricultores que adquiriram quota<br />

a um produtor sem histórico do sector<br />

do tabaco, ou a um produtor ao qual não<br />

foi aplicado a “Cláusula <strong>de</strong> ganhos<br />

inesperados”:<br />

O montante <strong>de</strong> referência que lhe será<br />

atribuído, correspon<strong>de</strong> à quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

adquiri<strong>da</strong> multiplica<strong>da</strong> pela aju<strong>da</strong> unitária<br />

correspon<strong>de</strong>nte à varie<strong>da</strong><strong>de</strong> em causa<br />

(quadro II - Varie<strong>da</strong><strong>de</strong> Burley – 1.035.00<br />

Euros/Kg; Varie<strong>da</strong><strong>de</strong> Virgínia – 1.296.00<br />

Euros/Kg).<br />

O número <strong>de</strong> hectares a atribuir,<br />

correspon<strong>de</strong> ao quociente entre as<br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s compra<strong>da</strong>s, transferi<strong>da</strong>s ou<br />

cedi<strong>da</strong>s <strong>de</strong>finitivamente e a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> última campanha em que o agricultor<br />

produziu tabaco.<br />

Formulários a utilizar:<br />

Mo<strong>de</strong>lo R, anexo R2 Olival/Tabaco<br />

(INVESTIMENTOS NOS SECTORES DO<br />

AZEITE E TABACO)<br />

2 39


CADERNO TÉCNICO<br />

5 - Arren<strong>da</strong>mento e Compra <strong>de</strong> <strong>Terra</strong>s<br />

Arren<strong>da</strong><strong>da</strong>s<br />

Os agricultores que tenham recebido<br />

uma exploração ou parte <strong>de</strong> exploração por<br />

compra, por arren<strong>da</strong>mento com contrato por<br />

seis ou mais anos ou ain<strong>da</strong> por via <strong>de</strong><br />

cedência, contratos <strong>de</strong> como<strong>da</strong>to ou<br />

parcerias, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que formaliza<strong>da</strong>s em<br />

instrumento notarial ou com assinaturas<br />

reconheci<strong>da</strong>s por intervenção notarial<br />

exara<strong>da</strong> no documento entre 1 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong><br />

2002 e 14 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2004, bem como os<br />

usufrutos constituídos por escritura publica<br />

no referido período, po<strong>de</strong>m candi<strong>da</strong>tar-se<br />

à atribuição <strong>de</strong> direitos provenientes <strong>da</strong><br />

Reserva Nacional, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o seu pedido<br />

se enquadre nas seguintes condições:<br />

a) - Compra – A compra antes <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong><br />

Maio <strong>de</strong> 2004 <strong>de</strong> uma exploração ou<br />

parte <strong>de</strong> exploração que esteve, durante<br />

o período <strong>de</strong> referência, arren<strong>da</strong><strong>da</strong> a um<br />

terceiro, com o objectivo <strong>de</strong> expandir ou<br />

iniciar activi<strong>da</strong><strong>de</strong> agrícola, no prazo <strong>de</strong> um<br />

ano após o termo do contrato <strong>de</strong><br />

arren<strong>da</strong>mento. Para o efeito, <strong>de</strong>vem<br />

apresentar junto com o pedido <strong>de</strong><br />

candi<strong>da</strong>tura à Reserva Nacional, cópia<br />

do contrato <strong>de</strong> compra e ven<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

exploração/ Certidão do Registo Predial<br />

e cópia do contrato <strong>de</strong> arren<strong>da</strong>mento<br />

anterior on<strong>de</strong> <strong>de</strong>monstre a sua vigência.<br />

b) - Arren<strong>da</strong>mento – Explorações<br />

recebi<strong>da</strong>s após 1 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2000 até<br />

15 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2004 e cujo contrato <strong>de</strong><br />

arren<strong>da</strong>mento não permita um ajuste <strong>da</strong>s<br />

condições <strong>de</strong> arren<strong>da</strong>mento. Para os<br />

arren<strong>da</strong>mentos celebrados no ano <strong>de</strong><br />

2002, o agricultor terá <strong>de</strong> comprovar não<br />

ter podido <strong>de</strong>senvolver uma activi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

agrícola passível <strong>de</strong> receber pagamentos<br />

directos, integrados no RPU, durante<br />

esse ano.<br />

Os agricultores nesta condição <strong>de</strong>vem<br />

apresentar junto ao seu pedido <strong>de</strong><br />

candi<strong>da</strong>tura à Reserva Nacional :<br />

- Cópia do contrato <strong>de</strong> arren<strong>da</strong>mento ou<br />

similar, emitido por um período não inferior<br />

a seis anos.<br />

c) - Entrega – A entrega <strong>de</strong> uma<br />

exploração expropria<strong>da</strong> ou nacionaliza<strong>da</strong> no<br />

âmbito <strong>da</strong> reforma agrária, relativamente às<br />

quais tenham terminado os contratos<br />

celebrados ao abrigo do DL nº 111/78, <strong>de</strong><br />

27 <strong>de</strong> Maio, <strong>de</strong>vem apresentar documento<br />

comprovativo <strong>de</strong>ssa situação.<br />

5.1 - Cálculo dos Montantes e Hectares<br />

<strong>de</strong> Referência<br />

O montante <strong>de</strong> referência resulta <strong>da</strong><br />

multiplicação por 120.00 Euros do número<br />

<strong>de</strong> hectares elegíveis ao RPU <strong>de</strong>tidos pelo<br />

agricultor. A este valor, será aplica<strong>da</strong> uma<br />

majoração <strong>de</strong> 15% nos seguintes casos:<br />

- Jovens agricultores;<br />

- Explorações situa<strong>da</strong>s em zona <strong>de</strong><br />

montanha.<br />

Sendo que o valor obtido pela aplicação<br />

<strong>de</strong>ste cálculo não po<strong>de</strong> ultrapassar 4000.00<br />

Euros por agricultor.<br />

Formulários a utilizar:<br />

Mo<strong>de</strong>lo R, anexo R3(arren<strong>da</strong>mento) e<br />

R4(compra).<br />

40<br />

Nota: Integram-se também nestas<br />

condições as explorações recebi<strong>da</strong>s por<br />

cedência, contratos <strong>de</strong> como<strong>da</strong>to, parcerias<br />

e usufrutos.


CADERNO TÉCNICO<br />

6 - Reconversão <strong>da</strong> produção<br />

Os agricultores que se enquadrem nas<br />

condições prevista no artigos 23ºdo Reg.<br />

(CE) nº 795/2004, respeitante à<br />

reconversão <strong>da</strong> produção, que tenham<br />

apresentado uma candi<strong>da</strong>tura à reserva<br />

específica ao abrigo <strong>de</strong> Reg. (CEE) nº 1017/<br />

94 e que não tenham recebido o pagamento<br />

por extensificação ou o prémio por ovelha e<br />

cabra para a totali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos direitos <strong>de</strong>tidos<br />

em ca<strong>da</strong> um dos anos do período <strong>de</strong><br />

referência po<strong>de</strong>m candi<strong>da</strong>tar-se à<br />

atribuição <strong>de</strong> direitos no âmbito <strong>da</strong> Reserva<br />

Nacional, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a utilização dos<br />

direitos no primeiro e segundo anos, após<br />

a sua atribuição, seja inferior à utilização no<br />

terceiro ano.<br />

Os agricultores nestas circunstâncias<br />

<strong>de</strong>vem apresentar uma <strong>de</strong>claração on<strong>de</strong><br />

conste a <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> candi<strong>da</strong>tura à reserva<br />

específica e os anos do período <strong>de</strong><br />

referência em que não houve utilização<br />

integral dos direitos atribuídos.<br />

6.1 - Cálculo dos Montantes e Hectares <strong>de</strong><br />

Referência<br />

O montante <strong>de</strong> referência é calculado <strong>da</strong><br />

seguinte forma:<br />

1º - Calcula-se a diferença entre o<br />

número <strong>de</strong> direitos no primeiro e/ou segundo<br />

anos após a atribuição, consoante façam<br />

parte do período <strong>de</strong> referência e o número<br />

<strong>de</strong> direitos utilizados no terceiro ano;<br />

2º - O resultado do primeiro cálculo é<br />

dividido pelo número <strong>de</strong> anos do período <strong>de</strong><br />

referência consi<strong>de</strong>rado para o agricultor em<br />

causa, <strong>de</strong> acordo com o nº 2 do artigo 37º<br />

Reg. (CE) nº 1782/2003 <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> Setembro;<br />

3º - Multiplica-se o valor obtido pela<br />

aplicação do ponto anterior pelo valor do<br />

pagamento por extensificação ou pelo valor<br />

do prémio por ovelha e por cabra e pelos<br />

respectivos prémios complementares,<br />

conforme o caso, sendo os valores <strong>de</strong>ste<br />

os constantes no anexo do DN nº 42/2004<br />

<strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> Outubro;<br />

4º - O montante final resulta <strong>da</strong> adição do<br />

valor calculado no ponto anterior com o<br />

montante <strong>de</strong> referência do agricultor, não<br />

po<strong>de</strong>ndo o valor unitário dos direitos<br />

ultrapassar os 200.00 Euros, ficando a<br />

totali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos direitos sujeitos às condições<br />

<strong>da</strong> Reserva Nacional.<br />

Formulários a utilizar:<br />

Mo<strong>de</strong>lo R, (quadro 3, ponto 3.4)<br />

2 41


CADERNO TÉCNICO<br />

Legislação aplicável<br />

• Reg. (CEE) Nº 1782/2003 do Conselho <strong>de</strong><br />

29 <strong>de</strong> Setembro, que estabelece Regras<br />

Comuns para os regimes <strong>de</strong> apoio directo no<br />

âmbito <strong>da</strong> Política Agrícola Comum e institui<br />

<strong>de</strong>terminados regimes <strong>de</strong> apoio aos<br />

agricultores e altera os Regulamentos (CEE)<br />

nº 2019/93, (CE) nº 1452/2001, (CE) nº 1453/<br />

2001, (CE) nº 1454/2001, (CE) nº 1868/94,<br />

(CE) nº 1251/1999, (CE) nº 1254/1999, (CE)<br />

nº 1673/2000, (CEE) nº 2358/71 e (CE) nº<br />

2529/2001, alterado pelo Reg. (CE) nº 864/2004<br />

do Conselho <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong> e pelo Reg. (CE) nº<br />

2183/2005 <strong>da</strong> Comissão <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> Dezembro;<br />

• Reg. (CE) Nº 796/2004 <strong>da</strong> Comissão <strong>de</strong><br />

21 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong>, que estabelece regras <strong>de</strong> execução<br />

relativas à condicionali<strong>da</strong><strong>de</strong>, à modulação e<br />

ao sistema integrado <strong>de</strong> gestão e controlo<br />

previstos no Regulamento (CE) nº 1782/2003<br />

do Conselho que estabelece regras comuns<br />

para os regimes <strong>de</strong> apoio directo no âmbito <strong>da</strong><br />

política agrícola comum e institui <strong>de</strong>terminados<br />

regimes <strong>de</strong> apoio aos agricultores, com<br />

alteração <strong>da</strong><strong>da</strong> pelo Reg. (CE) nº 239/2005 <strong>da</strong><br />

Comissão <strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> Fevereiro e Reg. (CE) nº<br />

2184/2005 <strong>da</strong> Comissão <strong>de</strong> 23 <strong>de</strong> Dezembro;<br />

• Reg. (CE) Nº 1973/2004 <strong>da</strong> Comissão <strong>de</strong><br />

29 <strong>de</strong> Outubro, que estabelece normas <strong>de</strong><br />

execução do Regulamento (CE) nº 1782/2003<br />

do Conselho relativamente aos regimes <strong>de</strong><br />

apoio previstos nos seus títulos IV e IVA e à<br />

utilização <strong>de</strong> terras retira<strong>da</strong>s para a Produção<br />

<strong>de</strong> matérias –primas, alterado pelo Reg. (CE)<br />

nº 2182/2005 <strong>da</strong> Comissão <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> Dezembro<br />

e pelo Reg. (CE) nº 2184/2005 <strong>da</strong> Comissão<br />

<strong>de</strong> 23 <strong>de</strong> Dezembro;<br />

política agrícola comum e institui <strong>de</strong>terminados<br />

regimes <strong>de</strong> apoio aos agricultores, alterado pelo<br />

Reg. (CE) Nº 1974/2004 <strong>da</strong> Comissão <strong>de</strong> 29<br />

<strong>de</strong> Outubro e com a última alteração <strong>da</strong><strong>da</strong> pelo<br />

Reg. (CE) nº 394/2005 <strong>da</strong> Comissão <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong><br />

Março;<br />

• Despacho Normativo nº 32/2004 <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong><br />

Julho, que <strong>de</strong>terminou as mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

implementação do regime <strong>de</strong> pagamento único;<br />

• Portaria nº 1202/2004 <strong>de</strong> 17 <strong>de</strong> Setembro,<br />

que estabelece regras nacionais<br />

complementares relativas ao primeiro ano do<br />

regime <strong>de</strong> pagamento único, com a alteração<br />

<strong>da</strong><strong>da</strong> pela Portaria nº /<strong>2006</strong> (ain<strong>da</strong> sem<br />

número);<br />

• Despacho Normativo nº 42/2004, que<br />

estabelece o método <strong>de</strong> cálculo do montante<br />

<strong>de</strong> referência e do número <strong>de</strong> direitos a atribuir<br />

aos agricultores que se candi<strong>da</strong>tem à reserva<br />

nacional..., com alteração <strong>da</strong><strong>da</strong> pelo Despacho<br />

Normativo nº /<strong>2006</strong> (ain<strong>da</strong> sem número);<br />

• Despacho Normativo nº 41/2005, que<br />

estabelece as regras nacionais<br />

complementares <strong>de</strong> aplicação do Reg. (CE) nº<br />

1782/2003.<br />

• Reg. (CE) Nº 795/2004 <strong>da</strong> Comissão <strong>de</strong><br />

21 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong>, que estabelece as norma <strong>de</strong><br />

execução do Regime <strong>de</strong> pagamento Único<br />

previsto no Reg. (CE) nº 1782/2003 do<br />

Conselho que estabelece regras comuns para<br />

os regimes <strong>de</strong> apoio directo no âmbito <strong>da</strong><br />

Ministério <strong>da</strong><br />

Agricultura, do<br />

Desenvolvimento<br />

Rural e <strong>da</strong>s Pescas<br />

UNIÃO EUROPEIA<br />

FUNDOS ESTRUTURAIS<br />

42 Este dossier faz parte <strong>da</strong> revista <strong>Voz</strong> <strong>da</strong> <strong>Terra</strong> <strong>de</strong> <strong>Abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong> ao abrigo <strong>da</strong> Medi<strong>da</strong> 10 do Programa Agro.


2 44<br />

NOTÍCIAS


INTERNACIONAL<br />

“Se a natureza <strong>de</strong> nosso planeta está ameaça<strong>da</strong>, com<br />

ela está ameaça<strong>da</strong> a própria vi<strong>da</strong> humana...”<br />

Por Van<strong>da</strong> Santos<br />

“... Até a ‘Avaliação Ecossistémica do Milénio’ feita pela ONU e<br />

divulga<strong>da</strong> em 2005, reconhece que “as activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s humanas estão<br />

mu<strong>da</strong>ndo fun<strong>da</strong>mentalmente e, em muitos casos, <strong>de</strong> forma<br />

irreversível, a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> no planeta <strong>Terra</strong>”. Nesse<br />

importante reconhecimento <strong>da</strong> crise planetária, é também<br />

fun<strong>da</strong>mental reconhecer, que nem to<strong>da</strong>s as activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s humanas<br />

são prejudiciais, mas, sobretudo, aquelas guia<strong>da</strong>s pela volúpia<br />

<strong>de</strong> lucro <strong>da</strong>s corporações transnacionais.”<br />

(in “Manifesto <strong>da</strong>s Américas em <strong>de</strong>fesa <strong>da</strong> natureza e <strong>da</strong><br />

diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> biológica e cultural”, Via Campesina, Março <strong>2006</strong>)<br />

Abrindo com a “Conferência Internacional<br />

<strong>da</strong> Reforma Agrária e Desenvolvimento<br />

Rural” (7 a 10 <strong>de</strong> Março, Porto Alegre),<br />

segui<strong>da</strong> do “Fórum Mundial <strong>da</strong> Água” (16 a<br />

22 <strong>de</strong> Março, México) e culminando nas<br />

reuniões MOP3 (3ª reunião <strong>da</strong>s Partes do<br />

Protocolo <strong>de</strong> Cartagena sobre<br />

Biossegurança - 13 a 17 <strong>de</strong> Março, Curitiba)<br />

e COP8 (8ª Conferência <strong>da</strong>s Partes <strong>da</strong><br />

Convenção sobre Diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> Biológica -<br />

20 a 31 <strong>de</strong> Março, Curitiba), Março foi mês<br />

<strong>de</strong> discussão, por alguns, <strong>de</strong> temas que a<br />

todos respeitam.<br />

A Via Campesina aproveitou estas<br />

reuniões para, com momentos altos <strong>de</strong> luta,<br />

<strong>de</strong>nunciar os crimes que todos os dias são<br />

cometidos contra a biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> um<br />

pouco por todo o planeta e exigir a <strong>de</strong>fesa<br />

<strong>de</strong>sta como património <strong>da</strong> Humani<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

garante <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, que não po<strong>de</strong>, em nome<br />

do lucro, ser patenteado pelo agronegócio.<br />

A 8 <strong>de</strong> Março, Dia Internacional <strong>da</strong><br />

Mulher, cerca <strong>de</strong> 2000 mulheres <strong>da</strong> Via<br />

Campesina, ocuparam plantações<br />

transgénicas <strong>de</strong> eucaliptos, <strong>da</strong> Aracruz<br />

Celulosa, no Sul do Brasil, para <strong>de</strong>nunciar<br />

as consequências<br />

sociais e ambientais do<br />

<strong>de</strong>serto ver<strong>de</strong> criado<br />

pelo monocultivo <strong>de</strong><br />

eucaliptos.<br />

A reacção <strong>da</strong>s<br />

autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s não tardou e, no dia 21, a<br />

policia, sem se i<strong>de</strong>ntificar, <strong>de</strong>rrubou o portão<br />

e entrou na se<strong>de</strong> <strong>da</strong>s associações <strong>de</strong><br />

mulheres agricultoras do Brasil,<br />

confrontando com armas mulheres e<br />

crianças que ali estavam. Só <strong>de</strong>pois foi<br />

mostrado o man<strong>da</strong>to judicial <strong>de</strong> busca.<br />

Levaram computadores, materiais <strong>de</strong><br />

divulgação, documentos, dinheiro... As<br />

mulheres foram interroga<strong>da</strong>s to<strong>da</strong> a noite e<br />

manhã seguintes.<br />

De imediato, a Via Campesina<br />

<strong>de</strong>nunciou o abuso <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e <strong>de</strong><br />

autori<strong>da</strong><strong>de</strong> por parte <strong>da</strong> policia, que, através<br />

<strong>de</strong> instrumentos legais, continua a usar<br />

métodos ilegítimos <strong>de</strong> acção. Este é outro<br />

repudiável acto <strong>de</strong> criminalização dos<br />

movimentos sociais que sofrem os<br />

agricultores na maior parte do mundo e que<br />

merece a atenção e a soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

internacional.<br />

Já em Curitiba reuniu, dias 18 e 19, a<br />

Comissão Internacional <strong>de</strong><br />

Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> e Recursos Genéticos<br />

<strong>da</strong> Via Campesina, para discutir o seu<br />

funcionamento e frentes <strong>de</strong> acção a nível<br />

internacional.<br />

Participaram na reunião algumas ONG’s,<br />

que têm trabalhado com o movimento<br />

agrícola e com as quais foram co--<br />

organiza<strong>da</strong>s as acções <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>a<strong>da</strong>s na<br />

semana seguinte, frente à MOP e à COP.<br />

→<br />

2 45


INTERNACIONAL/OPINIÃO<br />

Lá, as <strong>de</strong>legações oficiais <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> país,<br />

discutiam temas como: acesso aos<br />

recursos genéticos e repartição <strong>de</strong><br />

benefícios, rotulagem <strong>de</strong> transgénicos e,<br />

talvez a mais importante <strong>da</strong>s questões, o<br />

levantamento <strong>da</strong> moratória sobre o uso <strong>de</strong><br />

sementes “TERMINATOR” (tecnologia <strong>de</strong><br />

esterilização <strong>de</strong> plantas que, além do<br />

impacto ambiental, torna os agricultores<br />

ain<strong>da</strong> mais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>da</strong>s multinacionais<br />

que <strong>de</strong>tém as patentes sobre sementes), a<br />

pedido <strong>de</strong> 4 países: EUA, Canadá, Austrália<br />

e Nova Zelândia.<br />

Durante to<strong>da</strong> a semana houve acções <strong>de</strong><br />

protesto, <strong>de</strong>ntro e fora <strong>da</strong>s Conferências,<br />

bem como diversos encontros <strong>de</strong> pressão,<br />

com <strong>de</strong>legações oficiais <strong>de</strong> diversos países,<br />

já que a <strong>de</strong>cisão seria toma<strong>da</strong> por<br />

unanimi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Com a força e pressão <strong>da</strong>s muitas<br />

organizações presentes, conseguiu<br />

<strong>de</strong>rrotar-se tal proposta, mantendo-se, até<br />

ver, o texto anterior e com ele a moratória.<br />

As organizações e os agricultores<br />

conseguiram, assim, mais uma importante<br />

vitória ao impedir, em nome <strong>da</strong> Vi<strong>da</strong> e <strong>da</strong><br />

Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, o uso <strong>de</strong> mais esta<br />

tecnologia mortífera.<br />

Mas como os motivos <strong>de</strong> preocupação,<br />

alerta e acção continuam presentes, a Via<br />

Campesina e as organizações que a<br />

compõem, <strong>de</strong>claram que continuarão a luta<br />

pela <strong>de</strong>fesa dos recursos naturais, pela<br />

terra, pela água, pelas sementes, os<br />

bosques, pela vi<strong>da</strong>, a protecção, cui<strong>da</strong>do e<br />

melhoramento <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> biológica e<br />

cultural!<br />

SEGURANÇA SOCIAL DOS AGRICULTORES<br />

Um regime contributivo (e retributivo) a corrigir<br />

para se evitar “ o regresso ao passado”...<br />

Por João Dinis<br />

46<br />

Estão muito caras as contribuições<br />

mensais dos Agricultores para a Segurança<br />

Social. Aliás, já estavam caras e, a partir<br />

<strong>de</strong> Agosto, 2005, o Governo aplicou-lhe um<br />

novo e brutal aumento, até mais 50 % !<br />

Em consequência, um Agricultor “ATP –<br />

a título principal”, cuja exploração atinja um<br />

rendimento bruto, colectável, acima <strong>de</strong> 6 948<br />

Euros/ano, esse Agricultor está a pagar<br />

(regime “alargado”) numa base <strong>de</strong> 186<br />

Euros por mês, mediante uma taxa <strong>de</strong> 32 %<br />

sobre, “apenas”, o valor <strong>de</strong> um salário<br />

mínimo nacional e meio (580 Euros/ mês) e<br />

que, no caso, é o menor valor <strong>de</strong>clarável<br />

para o efeito. Significa isto que, se for um<br />

casal, em conjunto pagam numa base <strong>de</strong><br />

372 Euros/mês, ou seja, por mês pagam<br />

mais para a Segurança Social do que aquilo<br />

que lhes “ren<strong>de</strong>”, por mês, a Exploração<br />

Familiar (média).<br />

É impossível aguentar esta situação !<br />

Mesmo aqueles Agricultores que “optam”<br />

(...) pelo chamado “regime obrigatório” – em<br />

que pagam menos mas praticamente não têm<br />

direitos retributivos e a partir do qual virão a<br />

ter mais baixas reformas – mesmo esses


OPINIÃO<br />

Agricultores ( com rendimento bruto colectável<br />

acima dos 6 948 euros/ ano...) estão agora a<br />

pagar uma taxa <strong>de</strong> 25,4 % sobre 580 euros /<br />

mês, portanto, igual a 147 euros / mês. Um<br />

casal pagará 294 euros/mês.<br />

E os (mais) pequenos Agricultores, esses<br />

têm que se sujeitar, todos os anos, à burocracia<br />

“tradicional” para, anualmente, requererem as<br />

reduções a que ain<strong>da</strong> têm direito.<br />

...<br />

Assim, e por motivos económicos , as<br />

Agricultoras e os Agricultores estão a ser<br />

excluídos do sistema “normal” <strong>da</strong><br />

Segurança Social, e ficam <strong>de</strong>sprotegidos.<br />

A começar pelas Mulheres - Agricultoras, as<br />

primeiras a terem <strong>de</strong> “se <strong>de</strong>itar abaixo” do<br />

sistema por não haver dinheiro para pagar<br />

as contribuições mensais... Um retrocesso<br />

<strong>de</strong> trinta anos, pelo menos!<br />

O contexto ain<strong>da</strong> se vislumbra como muito<br />

mais injusto, e até perverso, se tivermos em<br />

conta que, ao longo <strong>de</strong>stes últimos vinte anos,<br />

as Agricultoras e os Agricultores, <strong>da</strong><br />

Agricultura Familiar, têm sido arruinados e<br />

excluídos <strong>da</strong> sua activi<strong>da</strong><strong>de</strong> produtiva<br />

agrícola, sobretudo por causa <strong>da</strong>s más<br />

políticas agro—rurais <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s e aplica<strong>da</strong>s<br />

em Portugal e na CEE/ União Europeia.<br />

Por tudo isso, é urgente corrigir o actual<br />

regime contributivo (e retributivo) dos<br />

Agricultores para a Segurança Social.<br />

Tanto mais que na Constituição <strong>da</strong><br />

República Portuguesa, no Artigo 63.º<br />

(Segurança social e soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong>), pontos<br />

1 e 2 (entre outros), se prescreve:<br />

-- “ Todos têm direito à segurança social;<br />

Incumbe ao Estado organizar, coor<strong>de</strong>nar<br />

e subsidiar um sistema <strong>de</strong> segurança social<br />

unificado e <strong>de</strong>scentralizado, com a<br />

participação <strong>da</strong>s associações sindicais, <strong>de</strong><br />

outras organizações representativas dos<br />

trabalhadores e <strong>de</strong> associações representativas<br />

dos <strong>de</strong>mais beneficiários.”<br />

Encontro promovido pela <strong>CNA</strong><br />

Coimbra - 1996<br />

<strong>CNA</strong> tem apresentado propostas, pelo<br />

menos durante a última déca<strong>da</strong>.<br />

Porém, os sucessivos Governantes <strong>de</strong><br />

sucessivos Governos têm feito “orelhas<br />

moucas” a tais propostas e reclamações, o<br />

que é con<strong>de</strong>nável.<br />

Neste momento, por exemplo, a <strong>CNA</strong><br />

propôs a todos os Grupos Parlamentares<br />

<strong>da</strong> Assembleia <strong>da</strong> República ( e não só) a<br />

realização <strong>de</strong> uma “Audição Pública<br />

Parlamentar” para aí, na AR, se voltar a<br />

discutir o assunto e, <strong>de</strong>sejavelmente, se<br />

partir para algumas propostas, digamos que<br />

mais institucionais. Propostas com o<br />

objectivo <strong>de</strong> se “ reduzir as contribuições<br />

dos Agricultores para a Segurança Social,<br />

por escalões, segundo os rendimentos <strong>da</strong>s<br />

explorações e sem per<strong>da</strong> <strong>de</strong> direitos ”.<br />

Afinal, para <strong>de</strong>finir “um regime<br />

contributivo, socialmente justo, que tenha em<br />

conta, por um lado, as actuais dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>da</strong> Lavoura e, por outro lado, o interesse<br />

social e ambiental <strong>da</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> produtiva<br />

<strong>da</strong>s explorações agrícolas <strong>de</strong> base familiar”.<br />

2 47


OPINIÃO<br />

A Constituição Portuguesa não são só palavras<br />

Por José Miguel<br />

Comemorou-se no presente mês os 32<br />

anos do 25 <strong>Abril</strong>, coincidindo este ano, com<br />

as comemorações dos 30 anos <strong>da</strong><br />

Constituição Portuguesa.<br />

Importa pois lembrar alguns dos itens <strong>da</strong><br />

Constituição que ain<strong>da</strong> hoje não estão<br />

cumpridos e para os quais nos temos vindo<br />

a afastar enquanto objectivo traçado pela<br />

Constituição, aprova<strong>da</strong> a 2 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong> <strong>de</strong> 1976.<br />

Salientamos os seguintes:<br />

• O Ponto 1 do Artigo 63.º - (Segurança<br />

social e soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong>) diz que todos têm<br />

direito à segurança social, mas o que é facto,<br />

é que, com os aumentos brutais <strong>da</strong>s<br />

prestações para a Segurança Social,<br />

ocorridos no ano passado, muitos milhares<br />

<strong>de</strong> agricultores po<strong>de</strong>rão juntar-se a tantos<br />

outros e ficar afastados <strong>de</strong>sse direito por não<br />

possuírem rendimentos que lhe permitam<br />

pagar mensalmente a referi<strong>da</strong> prestação;<br />

• A Alínea d) do Artigo 81.º - (Incumbências<br />

prioritárias do Estado) diz que o Estado<br />

<strong>de</strong>ve “Promover a coesão económica e<br />

social <strong>de</strong> todo o território nacional,<br />

orientando o <strong>de</strong>senvolvimento no sentido <strong>de</strong><br />

um crescimento equilibrado <strong>de</strong> todos os<br />

sectores e regiões e eliminando<br />

progressivamente as diferenças<br />

económicas e sociais entre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e o<br />

campo e entre o litoral e o interior”. Este, é<br />

mais um dos pontos <strong>da</strong> Constituição que<br />

não tem sido cumprido e para o qual temos<br />

caminhado na direcção contrária. O sector<br />

agrícola tem sido trocado pela aposta<br />

noutros sectores, o interior do país caminha<br />

ca<strong>da</strong> vez mais para a sua <strong>de</strong>sertificação<br />

humana, num país que cresce a duas<br />

veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e para o qual contribui em muito<br />

o encerramento dos serviços públicos no<br />

interior e a crise no sector agrícola e florestal;<br />

• As Alíneas a) e b) do Artigo 93.º<br />

(Objectivos <strong>da</strong> política agrícola) diz que<br />

<strong>de</strong>vem ser objectivos <strong>da</strong> Política Agrícola:<br />

“Aumentar a produção e a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

agricultura, dotando-a <strong>da</strong>s infraestruturas e<br />

dos meios humanos, técnicos e financeiros<br />

a<strong>de</strong>quados...” e a promoção <strong>da</strong> “melhoria<br />

<strong>da</strong> situação económica, social e cultural dos<br />

trabalhadores rurais e dos agricultores...”.<br />

Dizer apenas e para finalizar, que Portugal<br />

produzia 75% <strong>da</strong>quilo que consumia em<br />

1986, <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> nossa entra<strong>da</strong> para a CEE, e<br />

que hoje apenas produz 25% e que, a<br />

melhoria <strong>da</strong> situação económica, apenas<br />

tem ocorrido para alguns, muito poucos, em<br />

resultado <strong>da</strong> injustiça na distribuição <strong>da</strong>s<br />

aju<strong>da</strong>s comunitárias que os sucessivos<br />

governos têm teimosamente mantido.<br />

Terminar dizendo que a Constituição<br />

Portuguesa não po<strong>de</strong> ser vista como meras<br />

palavras.<br />

48<br />

OFERTAS DE GÉNEROS AGRÍCOLAS<br />

OU DE DONATIVOS MONETÁRIOS<br />

A Direcção Nacional <strong>da</strong> Confe<strong>de</strong>ração Nacional <strong>da</strong> Agricultura, <strong>CNA</strong>, <strong>de</strong> novo apela aos<br />

Agricultores e as estruturas liga<strong>da</strong>s ao sector, no sentido <strong>de</strong> ofertarem Produtos Agro-Alimentares<br />

não-perecíveis, com o objectivo <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rem ser converti<strong>da</strong>s em fundos para apoiar a activi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

associativa <strong>da</strong> Confe<strong>de</strong>ração.<br />

As ofertas po<strong>de</strong>m ser entregues directamente à <strong>CNA</strong> ou às suas Associa<strong>da</strong>s.<br />

Quem preten<strong>de</strong>r fazer a uma contribuição através <strong>de</strong> um donativo monetário po<strong>de</strong>rá fazê-lo para<br />

a conta n.º 2-3924823000001 do BPI.<br />

A <strong>CNA</strong> agra<strong>de</strong>ce <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já.<br />

A Direcção Nacional <strong>da</strong> <strong>CNA</strong>


ACTIVIDADES DA <strong>CNA</strong> E ASSOCIADAS - ABRIL<br />

Dia 7<br />

NACIONAIS<br />

Reunião com o Ministro <strong>da</strong> Agricultura,<br />

Desenvolvimento Rural e <strong>da</strong>s Pescas,<br />

convoca<strong>da</strong> pelo próprio, subordina<strong>da</strong> ao<br />

tema “ Medi<strong>da</strong>s Agro-Ambientais no<br />

próximo Quadro Comunitário <strong>de</strong> Apoio”.<br />

Em representação <strong>da</strong> <strong>CNA</strong> estiveram<br />

João Vieira, Roberto Mileu e Ângela Dias.<br />

Dia 9<br />

Reunião <strong>da</strong> Direcção Nacional <strong>da</strong> <strong>CNA</strong><br />

com a seguinte Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Trabalhos:<br />

Informações e agen<strong>da</strong>; Situação <strong>da</strong><br />

Agricultura e iniciativas <strong>da</strong> <strong>CNA</strong> e<br />

Associa<strong>da</strong>s; V Congresso <strong>da</strong> <strong>CNA</strong> e <strong>da</strong><br />

Agricultura Portuguesa; Conferência dos<br />

Baldios (22 e 23 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong>); Relacionamento<br />

institucional <strong>da</strong> <strong>CNA</strong> com os Órgãos <strong>de</strong><br />

Soberania.<br />

Dia 19<br />

Participação na Discussão Pública – 1ª<br />

Fase – Estratégia Nacional para as<br />

Florestas, na Comissão <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação<br />

<strong>da</strong> Região Centro.<br />

Ana Telma e José Miguel estiveram<br />

presentes pela <strong>CNA</strong>.<br />

Dia 21<br />

Promovido pela FENALAC, houve um<br />

“Seminário sobre “Licenciamento <strong>da</strong>s<br />

Explorações Leiteiras”.<br />

Pela <strong>CNA</strong>, estiveram presentes, Albino<br />

Silva e Pedro Santos.<br />

Dia 22<br />

Participação no 1º Congresso do Mundo<br />

Rural, organizado pelo CES (Conselho<br />

Económico e Social) do CDS-PP, em<br />

Oleiros.<br />

Roberto Mileu representou a <strong>CNA</strong>.<br />

Dias 22 e 23<br />

A BALADI, Fe<strong>de</strong>ração Nacional dos<br />

Baldios, promoveu, em Viseu, um Encontro<br />

Técnico com o tema “Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

Floresta e Baldios no quadro do Plano<br />

Nacional <strong>de</strong> Desenvolvimento Rural”.<br />

Dia 23<br />

Realização <strong>da</strong> V Conferência dos Baldios<br />

subordina<strong>da</strong> ao tema: “30 anos <strong>de</strong> Gestão<br />

Democrática dos Baldios - Obra <strong>de</strong> <strong>Abril</strong><br />

com Futuro”. A iniciativa, promovi<strong>da</strong> pela<br />

BALADI , realizou-se em Viseu.<br />

Dia 27<br />

A Câmara Municipal <strong>de</strong> Penela promoveu<br />

um seminário sobre “ O Património<br />

Florestal – Prevenir e Combater os<br />

Incêndios”.<br />

Em representação <strong>da</strong> <strong>CNA</strong> esteve Ana<br />

Telma.<br />

Dia 27<br />

Participação num seminário, na Estação<br />

Agronómica Nacional, sobre “Dinâmicas<br />

Socio-económicas do Espaço Rural do<br />

Continente Português”. A iniciativa foi<br />

organiza<strong>da</strong> pelo Instituto Superior <strong>de</strong><br />

Agronomia, Instituto Nacional <strong>de</strong><br />

Investigação Agrária e <strong>da</strong>s Pescas e pela<br />

Associação Portuguesa para o<br />

Desenvolvimento Local em Meio Rural –<br />

ANIMAR.<br />

João Vieira representou a <strong>CNA</strong>.<br />

Dia 30<br />

Assembleia Geral <strong>da</strong> <strong>CNA</strong> na sua se<strong>de</strong> em<br />

Coimbra. Da Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Trabalhos<br />

constaram: Apreciação e votação do<br />

Relatório <strong>de</strong> Activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> Direcção<br />

Nacional <strong>da</strong> <strong>CNA</strong> e <strong>da</strong>s contas do exercício<br />

<strong>de</strong> 2005; Situação <strong>da</strong> Agricultura e<br />

próximas iniciativas <strong>da</strong> <strong>CNA</strong> e Associa<strong>da</strong>s;<br />

A<strong>de</strong>são <strong>de</strong> novas Associa<strong>da</strong>s.<br />

ABRIL<br />

2 49


OBSERVATÓRIO LEGISLATIVO - ABRIL<br />

50<br />

Apoios aos Corpos <strong>de</strong> Bombeiros<br />

A Resolução do Conselho <strong>de</strong> Ministros n.º<br />

36/<strong>2006</strong> aprova apoios aos corpos <strong>de</strong><br />

bombeiros para fazer face às <strong>de</strong>spesas<br />

extraordinárias resultantes dos incêndios<br />

florestais do ano <strong>de</strong> 2005. DR n.º 66, Série<br />

I-B, <strong>de</strong> 03 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>.<br />

Sistema Nacional <strong>de</strong> Defesa <strong>da</strong> Floresta<br />

contra Incêndios<br />

A Lei n.º 12/<strong>2006</strong> autoriza o Governo a<br />

legislar sobre o regime <strong>da</strong>s infracções <strong>da</strong>s<br />

normas estabeleci<strong>da</strong>s no âmbito do Sistema<br />

Nacional <strong>de</strong> Defesa <strong>da</strong> Floresta contra<br />

Incêndios. DR n.º 67, Série I-A, <strong>de</strong> 04 <strong>de</strong><br />

<strong>Abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>.<br />

Cortiça<br />

A Portaria n.º 336/<strong>2006</strong> altera o artigo 7.º<br />

do Regulamento <strong>de</strong> Aplicação <strong>da</strong> Acção n.º<br />

3.4: Colheita, Transformação e<br />

Comercialização <strong>de</strong> Cortiça, do Programa<br />

Operacional Agricultura e Desenvolvimento<br />

Rural, aprovado pela Portaria n.º 533-G/<br />

2000, <strong>de</strong> 1 <strong>de</strong> Agosto. DR n.º 69, Série I-B,<br />

<strong>de</strong> 06 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>.<br />

SRAF<br />

O Decreto Regulamentar Regional n.º 18/<br />

<strong>2006</strong>/A altera o quadro <strong>de</strong> pessoal <strong>da</strong><br />

Secretaria Regional <strong>da</strong> Agricultura e<br />

Florestas (SRAF). DR n.º 71, Série I-B, <strong>de</strong><br />

10 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>.<br />

Vitivinicultura<br />

A Portaria n.º 351/<strong>2006</strong> adita o n.º 3.º-A à<br />

Portaria n.º 457/2005, <strong>de</strong> 2 <strong>de</strong> Maio, que<br />

estabelece para o continente as normas<br />

complementares <strong>de</strong> execução do regime <strong>de</strong><br />

apoio à reconversão e reestruturação <strong>da</strong>s<br />

vinhas e fixa os procedimentos administrativos<br />

aplicáveis à concessão <strong>da</strong>s aju<strong>da</strong>s previstas.<br />

DR n.º 72, Série I-B, 11 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>.<br />

DPIP<br />

O Despacho Normativo n.º 23/<strong>2006</strong> altera o<br />

artigo 8.º do Despacho Normativo n.º 6/2005,<br />

que estabelece o procedimento e os critérios<br />

<strong>de</strong> rateio a aplicar a to<strong>da</strong>s as <strong>de</strong>clarações<br />

prévias <strong>de</strong> intenção <strong>de</strong> plantar (DPIP)<br />

apresenta<strong>da</strong>s ao abrigo do Despacho<br />

Normativo n.º 1/2002, <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> Novembro.<br />

DR n.º 72, Série I-B, <strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>.<br />

Frutos <strong>de</strong> Casca Rija<br />

O Despacho Normativo n.º 24/<strong>2006</strong> altera o<br />

Despacho Normativo n.º 2/<strong>2006</strong>, <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong><br />

Janeiro [<strong>de</strong>termina que seja <strong>de</strong>fini<strong>da</strong><br />

anualmente, no <strong>de</strong>correr do mês <strong>de</strong> Junho,<br />

e fixa<strong>da</strong> no portal do Ministério <strong>da</strong><br />

Agricultura, do Desenvolvimento Rural e <strong>da</strong>s<br />

Pescas a superfície nacional garanti<strong>da</strong> para<br />

efeitos <strong>de</strong> atribuição <strong>da</strong> aju<strong>da</strong> aos<br />

agricultores que produzam frutos <strong>de</strong> casca<br />

rija, nos termos previstos no n.º 2 do artigo<br />

83.º do Regulamento (CE) n.º 1782/2003,<br />

do Conselho, <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> Setembro] . DR n.º<br />

72, Série I-B, <strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>.<br />

OGM’s<br />

A Portaria n.º 384/<strong>2006</strong>, fixa as taxas a<br />

cobrar nos processos <strong>de</strong> notificação para<br />

libertação e colocação <strong>de</strong> organismos<br />

geneticamente modificados. DR n.º 77,<br />

Série I-B, <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>.<br />

Licenças <strong>de</strong> Novas Instalações<br />

A Portaria n.º 387/<strong>2006</strong> estabelece as<br />

regras relativas à atribuição <strong>de</strong> licenças <strong>de</strong><br />

emissão a novas instalações. DR n.º 79,<br />

Série I-B, <strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>.


OBSERVATÓRIO LEGISLATIVO - ABRIL<br />

Programa <strong>de</strong> Estabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Parecer do Conselho, <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> Março<br />

<strong>de</strong> <strong>2006</strong>, sobre o Programa <strong>de</strong> Estabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

actualizado <strong>de</strong> Portugal para 2005-2009.<br />

Jornal Oficial n.º C 082, <strong>de</strong> 05 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>2006</strong>.<br />

Bananas<br />

Regulamento (CE) n.º 566/<strong>2006</strong> <strong>da</strong><br />

Comissão, <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>, que altera<br />

o Regulamento (CE) n.º 2014/2005 relativo<br />

aos certificados no âmbito do regime <strong>de</strong><br />

importação <strong>de</strong> bananas para a Comuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

respeitantes às bananas introduzi<strong>da</strong>s em<br />

livre prática à taxa do direito aduaneiro <strong>da</strong><br />

pauta aduaneira comum, <strong>de</strong>rroga ao<br />

referido regulamento e altera o<br />

Regulamento (CE) n.º 219/<strong>2006</strong> relativo à<br />

abertura e ao modo <strong>de</strong> gestão do<br />

contingente pautal <strong>de</strong> importação <strong>de</strong><br />

bananas do código NC 08030019<br />

originárias dos países ACP para o período<br />

<strong>de</strong> 1 <strong>de</strong> Março a 31 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> <strong>2006</strong>.<br />

Jornal Oficial n.º L 099, <strong>de</strong> 07 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>2006</strong>.<br />

Autori<strong>da</strong><strong>de</strong> Europeia para a Segurança<br />

dos Alimentos<br />

Regulamento (CE) n.º 575/<strong>2006</strong> <strong>da</strong><br />

Comissão, <strong>de</strong> 7 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>, que altera<br />

o Regulamento (CE) n.º 178/2002 do<br />

Parlamento Europeu e do Conselho no que<br />

respeita ao número e à <strong>de</strong>signação dos<br />

painéis científicos permanentes <strong>da</strong><br />

Autori<strong>da</strong><strong>de</strong> Europeia para a Segurança dos<br />

Alimentos. Jornal Oficial n.º L 100, <strong>de</strong> 08 <strong>de</strong><br />

<strong>Abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>.<br />

Leite e Produtos Lácteos<br />

Regulamento (CE) n.º 591/<strong>2006</strong> <strong>da</strong><br />

Comissão, <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>, que altera<br />

o Regulamento (CE) n.º 2535/2001 que<br />

estabelece normas <strong>de</strong> execução do<br />

Regulamento (CE) n.º 1255/1999 do<br />

Conselho no que respeita ao regime <strong>de</strong><br />

importação do leite e dos produtos lácteos<br />

e à abertura <strong>de</strong> contingentes pautais. Jornal<br />

Oficial n.º L 104, <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>.<br />

Produtos Biológicos<br />

Regulamento (CE) n.º 592/<strong>2006</strong> <strong>da</strong><br />

Comissão, <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>, que altera<br />

o anexo II do Regulamento (CEE) n.º 2092/<br />

91 do Conselho relativo ao modo <strong>de</strong><br />

produção biológico <strong>de</strong> produtos agrícolas e<br />

à sua indicação nos produtos agrícolas e nos<br />

géneros alimentícios. Jornal Oficial n.º L 104,<br />

<strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>.<br />

Álcool<br />

Regulamento (CE) n.º 593/<strong>2006</strong> <strong>da</strong><br />

Comissão, <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>, relativo<br />

à abertura <strong>de</strong> um concurso para a ven<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

álcool <strong>de</strong> origem vínica com vista à sua<br />

utilização sob a forma <strong>de</strong> bioetanol na<br />

Comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Jornal Oficial n.º L 104 <strong>de</strong> 13<br />

<strong>de</strong> <strong>Abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>.<br />

Gripe Aviária<br />

<strong>2006</strong>/277/CE: Decisão <strong>da</strong> Comissão,<br />

<strong>de</strong> 7 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong> , que altera a<br />

Decisão <strong>2006</strong>/115/CE relativa a<br />

<strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> protecção<br />

respeitantes à gripe aviária <strong>de</strong> alta<br />

patogenici<strong>da</strong><strong>de</strong> em aves selvagens na<br />

Comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Jornal Oficial n.º L 103, <strong>de</strong><br />

12 <strong>de</strong> <strong>Abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>.<br />

2 51


Sempre com a <strong>CNA</strong>.<br />

Sempre com os Agricultores.<br />

Em <strong>de</strong>fesa e promoção <strong>da</strong><br />

Agricultura Familiar Portuguesa.<br />

Até sempre Joaquim!<br />

<strong>CNA</strong><br />

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA AGRICULTURA<br />

Rua do Brasil, 155 • 3030-175 COIMBRA • Telf. 239 70 89 60 • Fax 239 71 53 70

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