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EAESP/FGV/NPP - NÚCLEO DE PESQUISAS E PUBLICAÇÕES 221/243
e de produtividade. Incluem-se nas preocupações estratégicas o desenvolvimento e manutenção
de talentos, a implantação de formas de remuneração mais ligadas ao desempenho e à
estruturação e sistematização dos procedimentos relacionados às atividades de RH. Entre as
preocupações operacionais e de produtividade, encontram-se problemas de organização do
trabalho, de melhoria de processos e rotinas, etc.
À segunda pergunta, 30% dos entrevistados respondeu que não havia perspectivas de mudanças;
16% afirmou que RH deveria ter uma atuação mais estratégica para o futuro; também 16%
afirmou que estavam previstas mudanças estruturais e nas relações de poder; 9% indicou
mudanças relacionadas às atividades de RH; 8% vai mudar para obter mais eficiência, qualidade
ou obter a certificação da ISO e 5% pretende mudar para se tornar uma área de RH
efetivamente.
Para que se pudesse melhor avaliar as respostas dadas, foi feita uma análise qualitativa, caso a
caso, associando as principais preocupações e perspectivas de mudanças a outros dados como
natureza do capital, número de funcionários e a existência ou não de planejamento estratégico.
Pode-se constatar a formação de três grupos principais, revelando preocupações e perspectivas
de mudanças semelhantes, em estágios notadamente diferentes em relação à ARH:
- o primeiro grupo, representando 28% da amostra, era composto de empresas com até 500
funcionários, predominantemente de capital nacional (apenas duas exceções) e que tanto
possuíam ou não planejamento estratégico. As principais preocupações deste grupo referiamse
a problemas financeiros enfrentados pelas empresas, ameaçadas, até mesmo, na sua
sobrevivência. Os entrevistados reconheciam a necessidade de implantação de políticas e
sistematização da área para redução da informalidade - causa de inúmeros problemas -, de
melhorar processos de produção, de se treinar mais os empregados, etc, mas o problema
financeiro era um determinante e, sem a solução deste, nada seria mudado. É interessante
observar que o planejamento estratégico, nestes casos, se resume a projeções financeiras
para a empresa;
- o segundo, representando 19% da amostra, já havia completado uma primeira grande
reestruturação da área de RH. Composto, principalmente, por grandes multinacionais, com
planejamento estratégico estruturado e com boa participação de RH no programa, revela
preocupações bastante diversas entre as próprias empresas do grupo, mostrando abordagens
bastante diversificadas de se pensar RH com foco no negócio para a obtenção de vantagem
competitiva. A necessidade de estar continuamente mudando, a atenção para o cliente
interno, a captação e retenção de pessoas e a determinação de competências e habilidades
são outras preocupações de quase todas. A aplicação das novas técnicas varia bastante entre
elas, desde a adoção de um misto de atividades centralizadas e descentralizadas, até a
previsão de término da área de RH, restando apenas consultores para a facilitação dos
trabalhos. Todas demonstram ter programas a ser implantados, ou seja, mudanças devem
R ELATÓRIO DE P ESQUISA Nº 1/2002