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Edição 54 - Instituto de Engenharia

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“<br />

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA<br />

ANO V • Nº <strong>54</strong> • OUTUBRO DE 2009<br />

iengenharia.org.br<br />

Aquecimento global<br />

ou variação natural<br />

www.iengenharia.org.br<br />

<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> • Outubro • 2009 • nº <strong>54</strong> 1


“<br />

“<br />

índice<br />

palavras do presi<strong>de</strong>nte<br />

Publicação Oficial do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />

Av. Dr. Dante Pazzanese, 120 - Vila Mariana<br />

São Paulo - SP - 04012-180 - www.iengenharia.org.br<br />

Presi<strong>de</strong>nte<br />

Aluizio <strong>de</strong> Barros Fagun<strong>de</strong>s<br />

Vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Administração <strong>de</strong> Finanças<br />

Camil Eid<br />

04 Entrevista<br />

João Alberto Manaus Corrêa<br />

Energia elétrica<br />

é o futuro<br />

Vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Técnicas<br />

Marcelo Rozenberg<br />

Vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Relações Externas<br />

Sônia Regina Freitas<br />

Vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Assuntos Internos<br />

Amândio Martins<br />

Vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Administração da Se<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Campo<br />

Cláudio Arisa<br />

Diretor Financeiro<br />

Nelson Aidar<br />

Primeira Diretora Secretária<br />

Miriana Pereira Marques<br />

Segundo Diretor Secretário<br />

Marcos Moliterno<br />

Conselho Editorial<br />

Presi<strong>de</strong>nte: Aluizio <strong>de</strong> Barros Fagun<strong>de</strong>s<br />

João Ernesto Figueiredo<br />

Victor Brecheret Filho<br />

Jornalista Responsável<br />

Fernanda Nagatomi - MTb: 43.797<br />

Redação<br />

Av. Dr. Dante Pazzanese, 120 - Vila Mariana<br />

São Paulo - SP - 04012-180 - Tel.: (11) 3466-9200<br />

E-mail: imprensa@iengenharia.org.br<br />

Publicida<strong>de</strong><br />

(11) 3466-9200<br />

Diagramação<br />

Via Papel Estúdio: André Siqueira e Thais Sogayar<br />

Textos: Fernanda Nagatomi e Isabel Dianin<br />

É permitido o uso <strong>de</strong> reportagens do Jornal do <strong>Instituto</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que citada a fonte e comunicado<br />

à redação. Os artigos publicados com assinatura, não<br />

traduzem necessariamente a opinião do Jornal. Sua<br />

publicação obe<strong>de</strong>ce ao propósito <strong>de</strong> estimular o <strong>de</strong>bate<br />

dos problemas brasileiros e <strong>de</strong> refletir as diversas tendências<br />

do pensamento contemporâneo.<br />

Foto: André Siqueira<br />

08 93 anos<br />

<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> comemora aniversário<br />

14 Especial<br />

Mudanças climáticas:<br />

aquecimento global ou variação natural<br />

PALAVRAS DO PRESIDENTE 03<br />

ACONTECE 07<br />

OPINIÃO 12<br />

18 ENTIDADES<br />

20 NOMENCLATURA<br />

21 REPERCUSSÃO<br />

22 CURSOS<br />

Aintensa divulgação que tem sido<br />

dada às ocorrências <strong>de</strong> petróleo<br />

em gran<strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> ao<br />

longo da costa su<strong>de</strong>ste do Brasil,<br />

<strong>de</strong>nominados <strong>de</strong> pré-sal, nos traz necessariamente<br />

algumas reflexões sobre a evolução do<br />

mo<strong>de</strong>lo energético adotado. Muitas questões<br />

sobre custos, produção e <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> novas fontes e novas formas permanecem<br />

e tornam-se ainda mais enfáticas quando se<br />

pensa também na questão ambiental.<br />

A prometida e intensiva exploração<br />

do pré-sal colocará em confronto diversos<br />

rumos alternativos. Será o pré-sal o pósetanol<br />

Como ficarão os programas <strong>de</strong><br />

biomassa para produção <strong>de</strong> combustíveis<br />

Será que o planeta aguenta mais algumas<br />

décadas <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> combustíveis fósseis,<br />

que emitem poluentes <strong>de</strong> toda a espécie,<br />

agravando os efeitos danosos na atmosfera<br />

Não está na hora <strong>de</strong> avançarmos na busca<br />

por tecnologias limpas Será que a conquista<br />

<strong>de</strong>finitiva, econômica e tecnológica do carro<br />

elétrico está mesmo distante<br />

Quanto à dúvida sobre o carro elétrico,<br />

a resposta parece ser não. O carro elétrico<br />

po<strong>de</strong> ser a verda<strong>de</strong>ira solução inovadora.<br />

Há que se reconhecer a extraordinária<br />

força econômica da indústria do petróleo.<br />

Mudam-se governos, criam-se países, fazem-se<br />

guerras, tudo em nome da riqueza<br />

que o petróleo representa. Instalações imensas<br />

retiram das profun<strong>de</strong>zas e processam o<br />

ouro negro. Dutos <strong>de</strong> aço operando a alta<br />

pressão unem países, amarram contratos,<br />

transferem fortunas. As tecnologias associadas<br />

rapidamente envelhecem e são substituídas<br />

por outras mais eficientes. Uma boa<br />

parte da força econômica e tecnológica da<br />

humanida<strong>de</strong> está voltada ao prolongamento<br />

<strong>de</strong>ssa era do petróleo.<br />

Há pouco tempo li uma frase que reflete<br />

muito bem o dilema do momento: “A ida<strong>de</strong><br />

da Pedra acabou não foi por falta <strong>de</strong> pedra, e<br />

sim por evolução tecnológica.”<br />

A eletricida<strong>de</strong> é a forma mais limpa e<br />

eficiente <strong>de</strong> utilizarmos energia. Sua produção,<br />

transmissão e utilização são conhecidas<br />

e dominadas. Seus custos são aceitáveis e<br />

estão sob controle. Em cada etapa, os rendimentos<br />

são muito mais elevados que os<br />

obtidos nas conversões baseadas nos combustíveis<br />

fósseis. Seus horizontes tecnológicos<br />

são infinitamente mais promissores.<br />

Po<strong>de</strong>-se afirmar que quaisquer que venham<br />

a ser as suas fontes, a eletricida<strong>de</strong> é a forma<br />

do futuro para utilização <strong>de</strong> energia. Seja na<br />

Terra ou no espaço.<br />

Assim, examinando nosso dilema atual,<br />

cabe a pergunta: O que falta para substituirmos,<br />

<strong>de</strong> imediato, os motores <strong>de</strong> combustão<br />

interna dos veículos <strong>de</strong> transporte, <strong>de</strong> tecnologia<br />

velha, obsoleta, ineficiente e poluente<br />

Aparentemente, para realizarmos esse imenso<br />

progresso, falta muito pouco: ou aperfeiçoamos<br />

as formas <strong>de</strong> acumulação <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>,<br />

em níveis econômicos e tecnológicos<br />

satisfatórios (baterias mais eficientes) ou<br />

<strong>de</strong>senvolvemos formas <strong>de</strong> produção econômica<br />

<strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>, embarcadas, do tipo<br />

células <strong>de</strong> combustível. São pequenos <strong>de</strong>safios<br />

tecnológicos. Nada assustadores para<br />

po<strong>de</strong>rem ser enfrentados. Afinal, a estrutura<br />

básica das baterias, pilhas e acumuladores se<br />

mantém a mesma até hoje e usam o mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong>senvolvido por Alexandre Volta em 1798.<br />

Pensando nisso, uma empresa mundial<br />

<strong>de</strong> pneus inovou fabricando uma roda <strong>de</strong><br />

automóvel com motor elétrico. Esse componente<br />

substitui com simplicida<strong>de</strong> e elegância<br />

o motor no capô, o câmbio e os freios dos<br />

automóveis. (Veja <strong>de</strong>talhes no Portal www.<br />

iengenharia.org.br). É mais uma das diversas<br />

linhas tecnológicas em <strong>de</strong>senvolvimento, que,<br />

nos próximos anos, estarão disponíveis. E, a<br />

partir daí, o pré-sal per<strong>de</strong>rá boa parte <strong>de</strong> seu<br />

apelo atual que oculta o fato <strong>de</strong> ser uma gigantesca<br />

fonte poluidora do nosso planeta. IE<br />

Aluizio <strong>de</strong> Barros Fagun<strong>de</strong>s<br />

Presi<strong>de</strong>nte do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />

Foto: André Siqueira<br />

2<br />

<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> • Outubro • 2009 • nº <strong>54</strong><br />

www.iengenharia.org.br www.iengenharia.org.br<br />

<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> • Outubro • 2009 • nº <strong>54</strong> 3


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“<br />

entrevista<br />

entrevista<br />

Manaus Corrêa<br />

São Paulo rumo à Copa <strong>de</strong> 2014<br />

Presi<strong>de</strong>nte do Sinaenco–SP (Sindicato Nacional das Empresas <strong>de</strong><br />

Arquitetura e <strong>Engenharia</strong> Consultiva), João Alberto Manaus Corrêa<br />

é engenheiro civil formado pela Escola <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> São Carlos,<br />

pós-graduado em <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Produção, Sistemas e Administração<br />

<strong>de</strong> Empresas e Mestre em <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Produção pela USP.<br />

Atualmente, é diretor-presi<strong>de</strong>nte da Herjacktech Tecnologia e <strong>Engenharia</strong>.<br />

Foi presi<strong>de</strong>nte do Conselho <strong>de</strong> Autorida<strong>de</strong> Portuária (CAP),<br />

consultor da PNUD, da Dersa, da Cesp, do IPT, da Cepal e coor<strong>de</strong>nador<br />

<strong>de</strong> Empreendimentos da Prefeitura <strong>de</strong> São Paulo e <strong>de</strong> São<br />

Bernardo do Campo, entre outros<br />

Foto: <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />

“Em São Paulo, sem<br />

dúvida, é o problema<br />

da mobilida<strong>de</strong>.<br />

Quanto aos outros<br />

quesitos, tais como<br />

hotéis e hospitais<br />

nós estamos numa<br />

posição confortável.<br />

O nosso problema é<br />

a mobilida<strong>de</strong> urbana<br />

ligada ao trânsito,<br />

estacionamentos e<br />

acessibilida<strong>de</strong> aos<br />

eventos esportivos”.<br />

Manaus Corrêa, em entrevista<br />

exclusiva ao Jornal do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Engenharia</strong>, falou, além da Copa <strong>de</strong><br />

2014 em São Paulo, sobre a revisão da<br />

Lei 8.666 e o pregão eletrônico.<br />

O senhor acha que o Brasil, mais<br />

especificamente São Paulo, está<br />

preparado para receber a Copa 2014<br />

João Alberto Manaus Corrêa<br />

– Infelizmente no que tange à infraestrutura,<br />

que é menos comentada<br />

do que os estádios, nós estamos<br />

atrasados na maioria dos estados<br />

para preparar o País para receber a<br />

Copa do Mundo. Em São Paulo, especificamente,<br />

há uma situação mais<br />

favorável na infraestrutura pelos investimentos<br />

que estão em andamento.<br />

Nós temos o Rodoanel, o Metrô,<br />

a Marginal Tietê. São Paulo já tem<br />

montado, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> dois ou três anos<br />

para cá, uma equipe <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação<br />

que está trabalhando, segundo po-<br />

<strong>de</strong>mos constatar em muitos encontros<br />

regionais nossos, a contento. Há<br />

ainda os problemas dos estádios que<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m muito do entendimento<br />

da iniciativa privada e dos clubes e,<br />

eventualmente, com o governo fe<strong>de</strong>ral,<br />

estadual ou municipal.<br />

Qual é o setor da infraestrutura<br />

mais crítico e que precisará <strong>de</strong> mais<br />

investimentos<br />

João Alberto Manaus Corrêa –<br />

Em São Paulo, sem dúvida, é o problema<br />

da mobilida<strong>de</strong>. Quanto aos<br />

outros quesitos, tais como hotéis e<br />

hospitais nós estamos numa posição<br />

confortável. O nosso problema é a<br />

mobilida<strong>de</strong> urbana ligada ao trânsito,<br />

estacionamentos e acessibilida<strong>de</strong><br />

aos eventos esportivos. No Sinaenco,<br />

temos a linha <strong>de</strong> pensar que a Copa<br />

<strong>de</strong> 2014 tem <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar uma herança<br />

positiva para a cida<strong>de</strong>. Então, se a cida<strong>de</strong><br />

conseguir, já em 2013, na Copa<br />

das Confe<strong>de</strong>rações, avançar nessa<br />

linha da mobilida<strong>de</strong>, do ambiente<br />

urbano, seria para nós, realmente, o<br />

melhor dos mundos.<br />

Quanto ao estádio, já houve uma<br />

<strong>de</strong>finição<br />

João Alberto Manaus Corrêa –<br />

Em princípio, em relação aos estádios,<br />

nós consi<strong>de</strong>ramos que isso é uma preocupação<br />

dos clubes e da iniciativa<br />

privada. Pessoalmente, eu tenho a<br />

convicção <strong>de</strong> que dificilmente o Morumbi<br />

po<strong>de</strong>rá ser <strong>de</strong>ixado <strong>de</strong> lado.<br />

Por quê<br />

João Alberto Manaus Corrêa –<br />

Porque ele já é uma infraestrutura<br />

pronta, precisa <strong>de</strong> pequenas alterações.<br />

Há o problema <strong>de</strong> acessibilida<strong>de</strong>,<br />

mas que po<strong>de</strong> ser contornado.<br />

Nós acreditamos que o Morumbi tem<br />

condições <strong>de</strong> estar preparado para receber<br />

a Copa, talvez seja aquele que<br />

tenha mais viabilida<strong>de</strong> em termos <strong>de</strong><br />

prazo para isso.<br />

No entanto, a região do estádio do<br />

Morumbi não é crítica em relação à<br />

mobilida<strong>de</strong><br />

João Alberto Manaus Corrêa –<br />

Na parte <strong>de</strong> trânsito, com a chegada<br />

do Metrô – linha 4, nós acreditamos<br />

que vai haver uma gran<strong>de</strong> melhora.<br />

Nós já tivemos aqui em São Paulo<br />

gran<strong>de</strong>s operativos, e a nossa CET<br />

tem tecnologia <strong>de</strong> operação. A questão<br />

é somente aperfeiçoar isso com a<br />

vinda dos novos vetores <strong>de</strong> acessos,<br />

principalmente o Metrô que vai estar<br />

lá, existem corredores <strong>de</strong> ônibus. Não<br />

se po<strong>de</strong> negar que a região é conflituosa,<br />

mas não é nada que não possa<br />

ser superado.<br />

O Sinaenco vem <strong>de</strong>senvolvendo<br />

uma série <strong>de</strong> ações em torno do<br />

tema da Copa. Como o Po<strong>de</strong>r Público<br />

tem reagido a essas sugestões<br />

João Alberto Manaus Corrêa –<br />

Nos eventos que fizemos em todos<br />

os estados, a reação do Po<strong>de</strong>r Público<br />

é <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> à mensagem que<br />

o Sinaenco está levando. Qual é a<br />

mensagem Senhores, vamos planejar,<br />

vamos nos preparar, primeiro uma<br />

gran<strong>de</strong> Copa, segundo <strong>de</strong>ixar uma bela<br />

herança para as cida<strong>de</strong>s brasileiras.<br />

Essa mensagem tem sido levada, e<br />

a reação que nós temos recebido é<br />

muito positiva em todos os estados.<br />

Agora, disparar as ações no tempo e<br />

no prazo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

gestão <strong>de</strong> cada estado, da disponibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> recurso e da sua li<strong>de</strong>rança<br />

política.<br />

Em São Paulo, o senhor acha que<br />

vai dar tempo<br />

João Alberto Manaus Corrêa –<br />

Temos uma visão otimista em relação<br />

a São Paulo que vem fazendo investimentos<br />

importantes e <strong>de</strong>monstrando<br />

mobilização e organização com estrutura<br />

<strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação e planejamento<br />

já atuante na preparação do evento,<br />

com visão multidisciplinar envolvendo<br />

inclusive a segurança.<br />

Mudando <strong>de</strong> assunto, gostaria que<br />

o senhor comentasse a Lei 8.666/93<br />

- Lei das Licitações - e o pregão eletrônico.<br />

Benefícios e malefícios para a <strong>Engenharia</strong><br />

no Brasil.<br />

João Alberto Manaus Corrêa –<br />

Estamos acompanhando com interesse<br />

e preocupação o PL32 - Projeto<br />

<strong>de</strong> Lei <strong>de</strong> revisão da Lei 8.666.<br />

Entre outros aspectos, ressaltamos a<br />

vedação <strong>de</strong> pregão para serviços técnicos<br />

especializados. Não precisa dizer<br />

que serviço técnico especializado<br />

não po<strong>de</strong>, em nenhum momento, ser<br />

consi<strong>de</strong>rado um serviço comum. A<br />

nossa posição em relação à revisão da<br />

Lei 8.666 é que se <strong>de</strong>ve, efetivamente<br />

4<br />

<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> • Outubro • 2009 • nº <strong>54</strong><br />

www.iengenharia.org.br www.iengenharia.org.br<br />

<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> • Outubro • 2009 • nº <strong>54</strong> 5


“<br />

“<br />

entrevista<br />

acontece<br />

nas contratações <strong>de</strong> serviços técnicos<br />

especializados, privilegiar a técnica, e<br />

não o preço. Nessa posição, queremos<br />

passar a mensagem que nós não po<strong>de</strong>mos<br />

ser comparados à compra <strong>de</strong><br />

material <strong>de</strong> consumo ou serviços claramente<br />

especificados porque nós enten<strong>de</strong>mos<br />

que projeto, planejamento<br />

e gerenciamento são únicos para cada<br />

obra, para cada investimento, não<br />

estão padronizados, portanto não<br />

po<strong>de</strong>m ser jogados na vala comum<br />

da compra <strong>de</strong> lápis e <strong>de</strong> material <strong>de</strong><br />

construção.<br />

O que é feito com o pregão eletrônico<br />

João Alberto Manaus Corrêa –<br />

Nós admitimos que o pregão eletrônico<br />

veio para reduzir custos e geralmente<br />

o faz. Concordamos que o<br />

pregão seja utilizado para compras<br />

em geral, para coisas que estão bem<br />

especificadas. Fazemos a ressalva que,<br />

mesmo aí, as especificações precisam<br />

ser claras, bem feitas e bem fiscalizadas<br />

para evitar que a concorrência<br />

por preço prejudique a qualida<strong>de</strong> da<br />

aquisição.<br />

Na sua gestão diante da presidência<br />

do Sinaenco-SP, quais foram suas<br />

principais realizações<br />

João Alberto Manaus Corrêa –<br />

Eu po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>stacar como realizações<br />

diferenciadas <strong>de</strong>ssa gestão um esforço<br />

muito gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconcentrar geograficamente<br />

o Sinaenco, levando sua<br />

presença para regiões do interior do<br />

Estado, como o Vale do Paraíba, a<br />

região <strong>de</strong> Ribeirão Preto/Araraquara<br />

e para a Baixada Santista. Para isso,<br />

fizemos eventos nessas cida<strong>de</strong>s mostrando<br />

e levando as campanhas do<br />

Sinaenco. Quais são as campanhas<br />

“Antes <strong>de</strong> uma boa obra vem sempre<br />

um bom projeto” e “Manutenção do<br />

ambiente construído” mostrando a situação<br />

das obras <strong>de</strong> arte e dos canais<br />

no tange à manutenção. Além disso,<br />

fizemos um diagnóstico, apontamos e<br />

priorizamos a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> intervenção<br />

em parques e jardins na cida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> São Paulo, on<strong>de</strong> o Sinaenco<br />

incentivou e colaborou para um TAC<br />

– Termo <strong>de</strong> Ajuste <strong>de</strong> Conduta- entre<br />

a Prefeitura e o Ministério Público,<br />

com participação do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Engenharia</strong>. Há que mencionar ainda<br />

as ações referentes ao ISS –Imposto<br />

sobre Servicos; a permanente vigilância<br />

e atuação administrativa e judicial<br />

contra licitações por pregão.<br />

Finalmente, como importante<br />

conquista, cabe mencionar o status e<br />

a posição <strong>de</strong> referência que o Sinaenco-SP<br />

alcançou como mediadora<br />

<strong>de</strong> conflitos e promotora <strong>de</strong> entendimentos<br />

abrangendo contratantes,<br />

contratadas, Tribunal <strong>de</strong> Contas e<br />

Ministério Público.<br />

O que ainda precisa ser realizado<br />

João Alberto Manaus Corrêa –<br />

Continuar com ações em <strong>de</strong>fesa do<br />

interesse coletivo das empresas no que<br />

tange ao respeito dos contratos assinados,<br />

principalmente nas transições <strong>de</strong><br />

governo, e à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> concorrências<br />

para a melhor contratação e evitando<br />

menor preço ou pregão. Em relação<br />

ao interesse público, sempre alertamos<br />

as autorida<strong>de</strong>s da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> planejamento,<br />

<strong>de</strong> gestão, <strong>de</strong> gerenciamento,<br />

da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um bom projeto, bem<br />

como do cuidado com a manutenção do<br />

ambiente construído, incluindo praças,<br />

as obras <strong>de</strong> arte e outros equipamentos<br />

urbanos.<br />

Isso tudo, além do continuado exercício<br />

<strong>de</strong> sua atribuição legal referente<br />

aos acordos e negociações salariais com<br />

as categorias <strong>de</strong> engenheiros, arquitetos<br />

e autônomos. Como não sou candidato<br />

a reeleição, tenho confiança na próxima<br />

Diretoria e sua atuação diante dos <strong>de</strong>safios<br />

para manter alto o prestígio do<br />

Sinaenco-SP, advindo do trabalho <strong>de</strong><br />

diversas gestões comprometidas com os<br />

temas que mencionamos.<br />

IE<br />

“Continuar com<br />

ações em <strong>de</strong>fesa do<br />

interesse coletivo<br />

das empresas no<br />

que diz respeito aos<br />

contratos assinados,<br />

principalmente<br />

nas transições<br />

<strong>de</strong> governo, e à<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

concorrências para a<br />

melhor contratação e<br />

evitando menor preço<br />

ou pregão”.<br />

Foto: Cláudio Silva<br />

Foto: Cláudio Silva<br />

Abu Simbel<br />

é tema<br />

<strong>de</strong> palestra<br />

O engenheiro Marcos <strong>de</strong><br />

Carvalho Geribello expôs a palestra<br />

“A <strong>Engenharia</strong> Resgatando<br />

os Mistérios <strong>de</strong> Abu Simbel”<br />

no dia 22 <strong>de</strong> setembro.<br />

Assista a palestra, na íntegra,<br />

na vi<strong>de</strong>oteca do Portal<br />

www.iengenharia.org.br.<br />

Foto: Cláudio Silva<br />

Novos<br />

ví<strong>de</strong>os<br />

Novas palestras técnicas e <strong>de</strong>poimentos<br />

foram publicados na<br />

vi<strong>de</strong>oteca do Portal do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Engenharia</strong>. As mais recentes são:<br />

• 17/9 - Deformações nas estruturas<br />

<strong>de</strong> edifícios <strong>de</strong> concreto armado;<br />

fissuração, fluência e influência<br />

do processo construtivo<br />

Prof. Dr. Eng. Rica do Leopoldo e<br />

Silva França<br />

• 29/9 - Criação da Congregação<br />

Nacional das Entida<strong>de</strong>s Pioneiras da<br />

<strong>Engenharia</strong><br />

Jaime Sunye Neto - Presi<strong>de</strong>nte do<br />

<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> do Paraná<br />

• 1/10 - Desmitificando a protensão<br />

e diversificando sua aplicação<br />

Eng. Evandro Porto Duarte<br />

Para assistir a todos os ví<strong>de</strong>os,<br />

acesse www.iengenharia.org.br.<br />

Henry Maksoud visita <strong>Instituto</strong><br />

Novos associados<br />

Novos associados do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />

se confraternizaram em tradicional<br />

happy hour que acontece mensalmente<br />

na se<strong>de</strong> do <strong>Instituto</strong>, após reunião <strong>de</strong> boasvindas<br />

dirigida pelo presi<strong>de</strong>nte Aluizio <strong>de</strong><br />

Barros Fagun<strong>de</strong>s, no dia 29 <strong>de</strong> setembro.<br />

Foto: Andre Siqueira<br />

Palestra:<br />

Hidroanel<br />

Metropolitano<br />

No dia 16 <strong>de</strong> setembro, o engenheiro<br />

Fre<strong>de</strong>rico Bussinger, diretor<br />

do Departamento Hidroviário do<br />

Estado <strong>de</strong> São Paulo, esteve na se<strong>de</strong><br />

do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> para ministrar<br />

uma palestra sobre o Hidroanel<br />

Metropolitano. Veja o ví<strong>de</strong>o,<br />

na íntegra, na vi<strong>de</strong>oteca do Portal<br />

www.iengenharia.org.br.<br />

Participaram do almoço Victor<br />

Brecheret Filho, assessor da Presidência;<br />

João Ernesto Figueiredo,<br />

presi<strong>de</strong>nte do Conselho Consultivo;<br />

Henry Maksoud, ex-presi<strong>de</strong>nte<br />

do <strong>Instituto</strong> (1967-1968); Aluizio<br />

<strong>de</strong> Barros Fagun<strong>de</strong>s, atual presi<strong>de</strong>nte;<br />

e Camil Eid, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> Administração e Finanças.<br />

6<br />

<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> • Outubro • 2009 • nº <strong>54</strong><br />

www.iengenharia.org.br www.iengenharia.org.br<br />

<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> • Outubro • 2009 • nº <strong>54</strong> 7


“<br />

“<br />

aniversário<br />

aniversário<br />

Foto: André Siqueira<br />

93 anos <strong>de</strong> luta<br />

em <strong>de</strong>fesa do País<br />

O <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> completou, neste mês, 93 anos <strong>de</strong> história. Quase centenário, porém<br />

visionário, a entida<strong>de</strong> vem se a<strong>de</strong>quando às novas tecnologias e formas <strong>de</strong> comunicação com<br />

seus associados trilhando um caminho para a inclusão do <strong>Instituto</strong> na era digital.<br />

Com espírito inovador, reformulou a linha editorial e o layout do seu Portal, com o objetivo <strong>de</strong><br />

se tornar centro <strong>de</strong> integração e referência para todo o Brasil. Essa ferramenta, dinâmica e<br />

leve, contém informações da instituição, traz notícias relacionadas ao setor e possui ví<strong>de</strong>os dos<br />

principais eventos técnicos realizados em sua se<strong>de</strong>.<br />

Ao longo <strong>de</strong> sua história, o <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>, sempre preocupado em discutir e buscar<br />

soluções para os principais problemas ligados ao <strong>de</strong>senvolvimento e crescimento do País<br />

promovendo a troca <strong>de</strong> experiências em eventos e seminários técnicos, foi palco da criação da<br />

Cosipa, do <strong>Instituto</strong> Mauá <strong>de</strong> Tecnologia e do sistema Confea-Crea. Participou da Revolução<br />

Constitucionalista <strong>de</strong> 32, foi a primeira casa do Sindicato dos Engenheiros teve sua primeira<br />

instalação no <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>, e cetnro da discussão e surgimento da i<strong>de</strong>ia da utilização<br />

do álcool como fonte <strong>de</strong> energia.<br />

Participante, quando as teses do <strong>de</strong>senvolvimento sustentável ganharam espaço,<br />

imediatamente passaram a ser <strong>de</strong>fendidas pelo <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>.<br />

Esse é apenas um breve relato <strong>de</strong> usa<br />

história. Para contar mais o <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Engenharia</strong> colheu o <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> 10<br />

ex-presi<strong>de</strong>ntes que falaram sobre suas participações<br />

nas conquistas do <strong>Instituto</strong> e os<br />

<strong>de</strong>saf ios que enfrentaram durante suas<br />

gestões. Leia os principais trechos e assista<br />

os <strong>de</strong>poimentos completo na vi<strong>de</strong>oteca do<br />

Portal www.iengenharia.org.br.<br />

Aluizio <strong>de</strong> Barros Fagun<strong>de</strong>s<br />

atual presi<strong>de</strong>nte<br />

Basicamente os meus esforços são<br />

no sentido <strong>de</strong> equacionar o problema das<br />

proprieda<strong>de</strong>s imobiliárias que o <strong>Instituto</strong><br />

tem, no sentido <strong>de</strong> <strong>de</strong>svincular as restrições<br />

<strong>de</strong> uso e ocupação <strong>de</strong> penhorabilida<strong>de</strong><br />

do terreno da se<strong>de</strong>. Tenho buscado<br />

alguma solução para tornar o acampamento<br />

dos engenheiros autossuficiente.<br />

Além disso, firmamos um Protocolo <strong>de</strong><br />

Intenções <strong>de</strong> criação da Congregação<br />

Nacional das Entida<strong>de</strong>s Pioneiras da<br />

<strong>Engenharia</strong>, que são as seis mais antigas<br />

do que o sistema Confea-Crea. Estou<br />

colocando bastante fé <strong>de</strong> que essa congregação<br />

vai incorporar a nossa Casa no<br />

cenário nacional.<br />

Hélio Martins <strong>de</strong> Oliveira<br />

Fotos: Cláudio Silva<br />

Hélio Martins <strong>de</strong> Oliveira<br />

Tudo aconteceu <strong>de</strong> forma tumultuosa<br />

nesse País. De 1963<br />

a 1967, foi o período<br />

da Revolução <strong>de</strong> 64.<br />

Na nossa administração,<br />

criamos o Centro<br />

Democrático dos<br />

Engenheiros (CDE)<br />

para ser o lugar em<br />

1963-1964<br />

1965-1966<br />

que os engenheiros<br />

pu<strong>de</strong>ssem tratar dos<br />

problemas políticos<br />

do País. Além disso,<br />

criamos o título<br />

tados os problemas ligados à profissão<br />

do engenheiro.<br />

Engenheiro do Ano, que, até hoje, continua<br />

do mesmo jeito que foi instituído.<br />

Na minha administração, fazia-se um<br />

esforço tremendo para aumentar o quadro<br />

<strong>de</strong> engenheiros <strong>de</strong> atuação no País,<br />

foram criadas escolas novas e foram tra-<br />

Jan Arpad Mihalik<br />

Quando eu presidi, nós levamos as<br />

experiências<br />

do <strong>Instituto</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />

para<br />

o Amazonas<br />

e para<br />

o Acre.<br />

Levamos<br />

para várias<br />

regiões do<br />

País mensagens<br />

do<br />

<strong>Instituto</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>, inclusive entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

classe <strong>de</strong> outros estados se basearam<br />

na forma como nós vivíamos aqui nesta<br />

casa, on<strong>de</strong> procurávamos resolver os<br />

problemas <strong>de</strong> engenharia. As soluções<br />

nós levávamos para os alunos <strong>de</strong> escolas<br />

que precisavam sempre ter progresso<br />

e avanço da tecnologia. O <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Engenharia</strong> merece toda a compreensão<br />

e o brilho que tem em relação a nossa<br />

<strong>Engenharia</strong>. Esse País merece o <strong>Instituto</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>.<br />

1973-1974<br />

Jan Arpad Mihalik<br />

Plínio Oswaldo Assmann<br />

Após tomar posse na Presidência,<br />

ainda na se<strong>de</strong> no Viaduto Dona Paulina,<br />

recebemos um aviso <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo. O prédio<br />

Mauá fora <strong>de</strong>sapropriado pelo Estado<br />

para constituir um fórum judicial. Todo<br />

o grupo do <strong>Instituto</strong>, temeroso, pensou<br />

que sem uma se<strong>de</strong> o <strong>Instituto</strong> acabaria.<br />

Tivemos que sair e alugar<br />

algumas salas<br />

do edifício<br />

Itália. Começamos,<br />

então, uma<br />

batalha.<br />

Todos os<br />

sócios do<br />

<strong>Instituto</strong><br />

<strong>de</strong> En-<br />

Plínio Oswaldo Assmann<br />

1983-1984<br />

genharia lutaram para conseguir um terreno.<br />

O governador da época era André<br />

Franco Montoro. Nós usamos <strong>de</strong> todos<br />

os argumentos para conseguir este terreno<br />

e conseguimos. E assim, o <strong>Instituto</strong><br />

continua promovendo e cumprindo o<br />

seu papel perante a socieda<strong>de</strong>.<br />

José Roberto Bernasconi<br />

Meu gran<strong>de</strong> objetivo<br />

do ponto <strong>de</strong><br />

vista administrativo<br />

<strong>de</strong> operação do <strong>Instituto</strong><br />

foi construir<br />

a nova se<strong>de</strong>, que<br />

foi inaugurada dia<br />

10 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong><br />

1986. Nós fizemos<br />

isso com doações<br />

<strong>de</strong> empresas e profissionais<br />

<strong>de</strong> engenharia.<br />

O edifício é<br />

em estrutura metálica porque o aço foi<br />

doado pela Cosipa Companhia Si<strong>de</strong>rúrgica<br />

Paulista- que nasceu em i<strong>de</strong>ia<br />

aqui no <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>. Conseguimos<br />

doações hoje, provavelmente,<br />

o equivalente a US$1milhão. O <strong>Instituto</strong><br />

conseguiu fazer, com a contribuição<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s colegas e doação <strong>de</strong> muitas<br />

empresas, a sua se<strong>de</strong>.”<br />

José Roberto Bernasconi<br />

Maçahico Tisaka<br />

Maçahico Tisaka<br />

Quando assumi<br />

a Presidência, lançamos<br />

o “Movimento<br />

Nacional pela Melhoria<br />

da Qualida<strong>de</strong><br />

e Produtivida<strong>de</strong>”.<br />

Foi um movimento<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> sucesso,<br />

nós conseguimos a<br />

a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> vários setores<br />

da economia,<br />

da indústria, do<br />

comércio, da administração<br />

pública e, principalmente dos trabalhadores.<br />

O <strong>Instituto</strong> fez essa campanha<br />

não só aqui no Estado <strong>de</strong> São Paulo como<br />

também em outros estados -Rio Gran<strong>de</strong><br />

1985-1986<br />

1987-1988<br />

1989-1990<br />

1991-1992<br />

8 <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> • Outubro • 2009 • nº <strong>54</strong> www.iengenharia.org.br<br />

www.iengenharia.org.br<br />

<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> • Outubro • 2009 • nº <strong>54</strong><br />

9


“<br />

“ aniversário<br />

Fotos: <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />

aniversário<br />

1916-1917 1917-1920 1921-1922<br />

Antonio Francisco Paula Souza Francisco <strong>de</strong> P. Ramos <strong>de</strong> Azevedo Francisco P. Leme <strong>de</strong> Monleva<strong>de</strong> Alexandre Albuquerque Francisco <strong>de</strong> S. V. <strong>de</strong> Azevedo<br />

1923-1924<br />

1935-1936 1925-1926 1927-1928 1929-1930 1931-1932 1932 1933-1934 1937-1938<br />

Alberto <strong>de</strong> Oliveira Coutinho Luiz Ignácio R. <strong>de</strong> Anhaia Mello Francisco E. da Fonseca Telles Ranulpho Pinheiro Lima Roberto Simonsen Antônio P. <strong>de</strong> Moraes Neto<br />

1939-1940 1941-1942 1943 1943-1946 1947-1948 1949-1950 1951-1952 1953-19<strong>54</strong> 1955-1956 1957-1958<br />

1959-1960<br />

José Maria Toledo Malta Annibal Men<strong>de</strong>s Gonçalves Cícero da Costa Vidigal Heitor Portugal Argemiro Couto <strong>de</strong> Barros<br />

Álvaro Pereira <strong>de</strong> Souza Lima Amador Cintra do Prado Henrique Pegado Plínio <strong>de</strong> Queiróz João Soares do Amaral Netto Augusto Lin<strong>de</strong>nberg<br />

to. Dentro <strong>de</strong>ssa linha, procuramos inserir<br />

a instituição tanto no âmbito nacional<br />

como no internacional. Uma das coisas<br />

mais relevantes que consi<strong>de</strong>ro ter feito<br />

aqui na instituição foi o procedimento<br />

<strong>de</strong> eleições eletrônicas. Fomos pioneiros,<br />

e isso hoje tornou-se uma regra em várias<br />

outras. Além disso, aproveitamos o<br />

momento que vivia o País e fundamos a<br />

Câmara <strong>de</strong> Mediação<br />

e Arbitragem,<br />

o que consi<strong>de</strong>ro <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> profundida<strong>de</strong><br />

para a Casa<br />

na prestação <strong>de</strong><br />

serviços.<br />

Fre<strong>de</strong>rico Abranches Brotero Eduardo Celestino Rodrigues Flavio <strong>de</strong> Sá Bierrembach Bernardino Pimentel Men<strong>de</strong>s Luiz Alfredo Falcão Bauer<br />

Lauro Rios<br />

do Sul, Bahia, Brasília, Ceará. Enfim, nós<br />

fizemos esse trabalho no sentido <strong>de</strong> sensibilizar<br />

todos os setores responsáveis pela<br />

economia nesses estados. Foi um movimento<br />

que redundou posteriormente em<br />

várias campanhas no sentido <strong>de</strong> melhorar<br />

a produtivida<strong>de</strong> do País e, com isso, obter<br />

melhor <strong>de</strong>senvolvimento do seu PIB<br />

como também na questão da qualida<strong>de</strong>.<br />

Alfredo Mário Savelli<br />

Um ponto importante na minha gestão<br />

foi a participação<br />

do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />

nas <strong>de</strong>cisões<br />

<strong>de</strong> governo.<br />

Nesse momento,<br />

estava sendo criada<br />

a Companhia<br />

Paulista <strong>de</strong> Trens<br />

Metropolitanos,<br />

Alfredo Mário Savelli<br />

1993-1994<br />

1995-1996<br />

1961-1962 1969-1970 1971-1972<br />

então houve<br />

uma série <strong>de</strong><br />

agências internacionais<br />

BID, Bird que foram trazidas<br />

ao <strong>Instituto</strong> no momento que vinham<br />

fazer financiamento da Linha 5 do Metrô<br />

e para linha Sul da CPTM. Posteriormente,<br />

na administração municipal<br />

quando surgiram as discussões sobre as<br />

operações urbanas, então trouxemos ao<br />

<strong>de</strong>bate Faria Lima. Durante a administração<br />

Covas, quando o Estado passava<br />

por uma dificulda<strong>de</strong> muito gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> recurso,<br />

procuramos colaborar discutindo<br />

sobre as concessões e recursos da iniciativa<br />

privada para infraestrutura.<br />

Cláudio Amaury<br />

Dall’Acqua<br />

No período<br />

<strong>de</strong> que eu fui<br />

presi<strong>de</strong>nte, nós<br />

fizemos um Planejamento<br />

Estratégico<br />

para<br />

os próximos 10<br />

anos do Institu-<br />

Cláudio Amaury Dall’Acqua<br />

1997-1998<br />

1999-2000<br />

Antonio Helio<br />

Guerra Vieira<br />

Na minha<br />

gestão, houve uma<br />

improprieda<strong>de</strong><br />

no documento que<br />

formalizou essa cessão do Ibirapuera<br />

para a se<strong>de</strong> do <strong>Instituto</strong>. Ele<br />

resguardava restrições por ser uma<br />

área pública quando na verda<strong>de</strong> a<br />

i<strong>de</strong>ia era que essa cessão fosse um<br />

pagamento pela <strong>de</strong>sapropriação feita<br />

na área do Viaduto Dona Paulina.<br />

Isso significa que, sendo pagamento,<br />

a posse <strong>de</strong>ssa área <strong>de</strong>veria ter nenhu-<br />

Antonio Helio Guerra Vieira<br />

2001-2002<br />

Fotos: Cláudio Silva<br />

Foto: <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />

Fotos: Cláudio Silva<br />

Henry Maksoud<br />

1967-1968<br />

ma restrição, era posse para o que <strong>de</strong>sse e<br />

viesse <strong>de</strong>ntro dos objetivos do <strong>Instituto</strong> e<br />

dos interesses do <strong>Instituto</strong>. Levantar esse<br />

problema com essa visão e pleitear o esclarecimento<br />

<strong>de</strong>sse caso me parece que<br />

foi providência importante que ocorreu<br />

na minha gestão.<br />

Eduardo Ferreira Lafraia<br />

2003-2004<br />

2005-2006<br />

Eduardo Ferreira<br />

Lafraia<br />

Consi<strong>de</strong>rando<br />

que o <strong>Instituto</strong><br />

tem como uma<br />

das suas missões<br />

discutir o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

nacional, nós<br />

organizamos<br />

uma série <strong>de</strong><br />

seminários para falar sobre políticas<br />

públicas. Debatemos a situação dos<br />

portos, subterrâneos da cida<strong>de</strong> e inúmeros<br />

outros. Só que o <strong>Instituto</strong> não<br />

faz isso sozinho, o <strong>Instituto</strong> tem <strong>de</strong> ser<br />

um articulador da socieda<strong>de</strong> civil, particularmente<br />

da socieda<strong>de</strong> ligada à engenharia.<br />

Então, chamamos diversas<br />

entida<strong>de</strong>s ligadas à engenharia, participamos<br />

dos eventos <strong>de</strong>les e os trouxemos<br />

para participar do <strong>Instituto</strong>. Isso<br />

gerou uma sinergia muito<br />

gran<strong>de</strong> e fez com que<br />

as nossas propostas fossem<br />

acatadas, estudadas<br />

pelos diversos níveis <strong>de</strong><br />

governo municipal, estadual<br />

e fe<strong>de</strong>ral.<br />

E<strong>de</strong>mar <strong>de</strong> Souza<br />

Amorim<br />

Tive a honra e<br />

a satisfação <strong>de</strong> ser<br />

o 39º presi<strong>de</strong>nte<br />

1975-1976<br />

1977-1978 1979-1980<br />

E<strong>de</strong>mar <strong>de</strong> Souza Amorim<br />

do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>, ao<br />

exercer um mandato <strong>de</strong> dois anos.<br />

Contei com apoio <strong>de</strong> um grupo<br />

<strong>de</strong> abnegados colaboradores, colegas<br />

e diretores que ajudaram<br />

na implantação <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong><br />

mo<strong>de</strong>rnização do <strong>Instituto</strong> e o<br />

reforço <strong>de</strong> sua li<strong>de</strong>rança entre<br />

os engenheiros e suas associações.<br />

Foi com gran<strong>de</strong> alegria e a<br />

sensação <strong>de</strong> <strong>de</strong>ver cumprido que<br />

completei o mandato e<br />

entreguei à nova gestão<br />

um <strong>Instituto</strong> bem<br />

diferente daquele que<br />

encontrei trilhando um<br />

novo caminho <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za<br />

e respeitabilida<strong>de</strong><br />

condizentes com a sua<br />

brilhante história. IE<br />

2007-2008<br />

1981-1982<br />

10<br />

<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> • Outubro • 2009 • nº <strong>54</strong><br />

www.iengenharia.org.br<br />

www.iengenharia.org.br<br />

<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> • Outubro • 2009 • nº <strong>54</strong> 11


“<br />

“<br />

opinião<br />

opinião<br />

Parque Linear<br />

Várzea do Tietê<br />

Desenvolvimento<br />

Portuário com sustentabilida<strong>de</strong><br />

OGoverno do Estado conveniado<br />

com oito Prefeituras<br />

está iniciando a implantação<br />

<strong>de</strong>sse Parque que se<br />

situa na sub-bacia do Alto Tietê (a<br />

montante da barragem da Penha).<br />

Trata-se <strong>de</strong> iniciativa séria, responsável<br />

e fundamental para o início<br />

<strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong>ssa<br />

importante e estratégica região<br />

que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre tem sido ignorada<br />

pelas autorida<strong>de</strong>s responsáveis.<br />

É a única sub-bacia da Região<br />

Metropolitana <strong>de</strong> São Paulo que<br />

ainda comporta a implantação <strong>de</strong><br />

políticas públicas preventivas. O<br />

resto é só com medidas corretivas.<br />

São duas as principais preocupações<br />

com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ssa área:<br />

1. Preservação das suas várzeas<br />

para impedir a ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada<br />

como sempre tem ocorrido<br />

e permitir que elas exerçam as<br />

funções que lhes foram impostas<br />

pela natureza: receber o excesso<br />

<strong>de</strong> água na ocasião das cheias (piscinões<br />

naturais).<br />

O projeto apresentado aten<strong>de</strong><br />

a essa preocupação porque propõe<br />

o uso <strong>de</strong>ssas áreas com ativida<strong>de</strong>s<br />

conformes, isto é, compatíveis com<br />

a sua condição <strong>de</strong> áreas passíveis <strong>de</strong><br />

alagamento. Experiências anteriores,<br />

só proibindo o uso, já mostraram<br />

a sua ineficácia (veja-se Guarapiranga<br />

e Billings).<br />

Certamente não se constitui na<br />

solução do problema das enchentes<br />

embora represente importante<br />

contribuição.<br />

Julio Cerqueira César Neto<br />

A proposta vai bem além <strong>de</strong>ssa<br />

preocupação incluindo um amplo<br />

aproveitamento <strong>de</strong>ssas várzeas<br />

com ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer, arte, cultura<br />

e esportes, itens fundamentais<br />

para a melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

vida das populações adjacentes. A<br />

zona leste que era a menos atendida<br />

com essa infraestrutura agora<br />

certamente será a melhor da região<br />

metropolitana.<br />

Em contra partida ficou faltando<br />

a inclusão do tratamento dos esgotos.<br />

O rio já apresenta altos índices<br />

<strong>de</strong> poluição a partir <strong>de</strong> Mogi das<br />

Cruzes. Com certeza a intensa poluição<br />

do rio não é compatível com<br />

a exuberância do Parque Linear.<br />

2. Or<strong>de</strong>nação do uso e ocupação<br />

do solo e articulação das políticas<br />

púbicas na sub-bacia com dois<br />

Fotos: <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />

objetivos: controle <strong>de</strong> enchentes e<br />

proteção dos mananciais. Da mesma<br />

forma que o resto da região<br />

metropolitana está se urbanizando<br />

e forma anárquica e <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada.<br />

Essa or<strong>de</strong>nação é absolutamente<br />

necessária para evitar a produção<br />

<strong>de</strong> cheias além das previstas não só<br />

ao longo do próprio Parque, mas<br />

também por meio da barragem da<br />

Penha ultrapassando a vazão <strong>de</strong> 500<br />

m³/s estabelecida como <strong>de</strong> restrição<br />

pelo Plano <strong>de</strong> Macrodrenagem,<br />

vindo a comprometer a capacida<strong>de</strong><br />

da calha do Tietê à jusante cujas<br />

obras <strong>de</strong> ampliação acabam <strong>de</strong> ser<br />

concluídas.<br />

A mesma or<strong>de</strong>nação é fundamental<br />

para a eficácia da proteção<br />

dos reservatórios do SPAT que sem<br />

isso po<strong>de</strong>rão vir a se constituir em<br />

novas Guarapirangas.<br />

Consi<strong>de</strong>rando que o uso e ocupação<br />

do solo é uma atribuição<br />

municipal, mas levando em conta<br />

a importância que assume a sua<br />

or<strong>de</strong>nação, pelas suas consequências,<br />

o Governo do Estado po<strong>de</strong>ria<br />

aproveitar o convênio com essas<br />

oito prefeituras para implantar o<br />

Parque e tentar li<strong>de</strong>rar um programa<br />

nesse sentido, mesmo sem<br />

a oficialização da necessária gestão<br />

metropolitana. Ressalto que essa<br />

providência político-administrativa<br />

e institucional não inclui aporte<br />

<strong>de</strong> recursos financeiros.<br />

IE<br />

Julio Cerqueira César Neto<br />

Membro do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />

OEstado <strong>de</strong> São Paulo necessita,<br />

com toda certeza, ampliar suas<br />

instalações portuárias. Gran<strong>de</strong>s<br />

possibilida<strong>de</strong>s estão sendo<br />

trabalhadas neste momento: a ampliação<br />

do Porto <strong>de</strong> São Sebastião, um projeto<br />

do Governo do Estado <strong>de</strong> São Paulo, e a<br />

melhoria do Porto <strong>de</strong> Santos com expansão<br />

<strong>de</strong> seus terminais, sinalizando para os<br />

gran<strong>de</strong>s operadores logísticos que Santos<br />

continuará como ponto importante <strong>de</strong> rotas<br />

internacionais.<br />

Em São Sebastião, o EIA/Rima encontra-se<br />

em elaboração <strong>de</strong>ntro do processo<br />

<strong>de</strong> licenciamento coor<strong>de</strong>nado pelo<br />

Ibama, com a participação da Secretaria<br />

do Meio Ambiente/Cetesb. Todo cuidado<br />

será imprescindível para assegurar que os<br />

necessários investimentos não comprometam<br />

os recursos naturais do litoral norte.<br />

A proteção absoluta da Serra do Mar e o<br />

saneamento básico se encontram entre as<br />

priorida<strong>de</strong>s ambientais do governo.<br />

Na agenda da expansão portuária <strong>de</strong><br />

Santos, as preocupações com a <strong>de</strong>fesa ambiental<br />

não são menores. A região estuarina<br />

apresenta elevada fragilida<strong>de</strong> ecológica<br />

e, portanto, os investimentos a serem realizados<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rão <strong>de</strong> bons estudos <strong>de</strong> impacto<br />

ambiental, com propostas a<strong>de</strong>quadas<br />

para a mitigação dos mesmos.<br />

Esse será o dilema básico a ser enfrentado<br />

pelo governo, junto com o setor<br />

empresarial e a socieda<strong>de</strong>, qual seja, a compatibilização<br />

entre preservação ambiental e<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento econômico. Vencer este<br />

<strong>de</strong>safio significa construir o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

sustentável, aceito por todos na teoria,<br />

mas difícil <strong>de</strong> ser colocado na prática.<br />

O governo, por intermédio da Secretaria<br />

do Meio Ambiente, <strong>de</strong>cidiu avançar<br />

A região estuarina<br />

apresenta elevada<br />

fragilida<strong>de</strong> ecológica,<br />

portanto os investimentos<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rão <strong>de</strong> bons<br />

estudos <strong>de</strong> impacto<br />

ambiental, com propostas<br />

a<strong>de</strong>quadas para a<br />

mitigação dos mesmos.<br />

na realização da Avaliação Ambiental<br />

Estratégica do litoral paulista, preocupado<br />

que está com os impactos ambientais<br />

associados <strong>de</strong> vários e importantes empreendimentos<br />

(Mexilhão, Porto <strong>de</strong> São<br />

Sebastião e pré-sal, entre outros). Denominado<br />

Pino – relativas às Ativida<strong>de</strong>s<br />

Portuárias, Industriais, Navais e Offshore<br />

– tal estudo está sendo conduzido em<br />

conjunto por três secretarias <strong>de</strong> Estado:<br />

do Meio Ambiente, <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

e <strong>de</strong> Economia e Planejamento.<br />

Em função <strong>de</strong>ste estudo, a SMA <strong>de</strong>cidiu<br />

suspen<strong>de</strong>r as audiências públicas do<br />

Zoneamento Ecológico Econômico da<br />

Baixada Santista, até a finalização da Avaliação<br />

Ambiental Estratégica, pois será esta<br />

que oferecerá importantes insumos para a<br />

tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão como quais ativida<strong>de</strong>s<br />

po<strong>de</strong>m ser contempladas e a respectiva<br />

localização, assim como quais programas<br />

<strong>de</strong>verão ser executados pelos governos do<br />

Estado e municipais como medida antecipatória<br />

para os impactos futuros gerados<br />

por tais ativida<strong>de</strong>s.<br />

Respostas como quais investimentos na<br />

área habitacional, <strong>de</strong> saneamento e serviços<br />

urbanísticos assim como quais áreas serão<br />

prioritárias para a compensação ambiental<br />

por parte dos empreen<strong>de</strong>dores subsidiando<br />

assim o licenciamento <strong>de</strong> novos empreendimentos<br />

em todo o litoral paulista.<br />

A legislação nacional estabelece que as<br />

Áreas <strong>de</strong> Preservação Permanente - APPs,<br />

tais como os mangues existentes no estuário<br />

santista, po<strong>de</strong>m receber empreendimentos,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> pública, do<br />

setor <strong>de</strong> transportes, energia e saneamento<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que não haja outra alternativa locacional.<br />

Isso quer dizer que o licenciamento<br />

ambiental po<strong>de</strong> ser efetivado, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o<br />

EIA/Rima apresente as necessárias mitigações<br />

e compensações ambientais.<br />

Outra questão em pauta é a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> projetos sustentáveis, que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />

elaboração, levem em consi<strong>de</strong>ração os impactos<br />

ambientais não apenas no local, mas<br />

relativos a ca<strong>de</strong>ia produtiva. Por exemplo,<br />

a ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong>ve ter origem legal comprovada,<br />

bem como dos minerais utilizados e<br />

<strong>de</strong>ve haver uma proposta para reciclagem<br />

e reutilização dos resíduos gerados. Tudo<br />

isto, e muito mais, po<strong>de</strong> garantir também a<br />

sustentabilida<strong>de</strong> dos projetos e das obras.<br />

Em conclusão, o Porto <strong>de</strong> Santos po<strong>de</strong><br />

e <strong>de</strong>ve ser ampliado, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se assegure,<br />

rigorosamente, a preservação ambiental da<br />

região. Nós po<strong>de</strong>remos, com base em tais<br />

princípios, dar um exemplo ao Brasil, <strong>de</strong><br />

como se constrói, na prática, a sustentabilida<strong>de</strong><br />

tão repetida no discurso ambientalista.<br />

É possível, sim, compatibilizar as duas<br />

agendas. Já mostramos isso no Rodoanel<br />

–Trecho Sul– e po<strong>de</strong>mos também fazer o<br />

mesmo na expansão portuária <strong>de</strong> Santos. IE<br />

Xico Graziano<br />

Secretário do Meio Ambiente<br />

do Estado <strong>de</strong> São Paulo<br />

12<br />

<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> • Outubro • 2009 • nº <strong>54</strong><br />

www.iengenharia.org.br www.iengenharia.org.br<br />

<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> • Outubro • 2009 • nº <strong>54</strong> 13


“ especial<br />

especial<br />

“<br />

Mudanças climáticas:<br />

aquecimento<br />

global ou variação natural<br />

Fernanda Nagatomi<br />

Chuvas intensas e secas severas<br />

em <strong>de</strong>terminados locais,<br />

furacões, tufões, <strong>de</strong>rretimento<br />

das geleiras e calotas<br />

polares, consequentemente a elevação<br />

do nível do mar, são características <strong>de</strong><br />

mudanças climáticas no planeta.<br />

Muito tem se falado e muitos fatores<br />

estão envolvidos nesse tema. Aquecimento<br />

global e variabilida<strong>de</strong> climática<br />

natural do sistema. O problema é<br />

saber qual é a parcela <strong>de</strong> cada um.<br />

O IPCC/ONU – Painel Intergovernamental<br />

sobre Mudanças Climáticas<br />

da Organização das Nações Unidas–<br />

tem realizado relatórios a cada<br />

seis anos. Nesse último, divulgado em<br />

2007, diz que há 90% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> o aquecimento do planeta ser<br />

causado pela ação do homem.<br />

As principais ativida<strong>de</strong>s causado-<br />

ras <strong>de</strong>sse fenômeno são a queima <strong>de</strong><br />

combustíveis fósseis e das florestas<br />

que liberam dióxido <strong>de</strong> carbono, conhecido<br />

também <strong>de</strong> gás carbônico, um<br />

dos principais gases <strong>de</strong> efeito estufa.<br />

“O que o aquecimento global causa<br />

é uma mudança em vários parâmetros<br />

que compõem o que chamamos <strong>de</strong> trio<br />

-aumento da temperatura global na<br />

média mundial, mudança dos padrões<br />

<strong>de</strong> chuvas e a elevação do nível do<br />

mar”, explicou Emilio Lèbre La Rovere,<br />

membro do IPCC, professor do<br />

Programa <strong>de</strong> Planejamento Energético<br />

(PPE) da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro (UFRJ) e coor<strong>de</strong>nador<br />

Executivo do Centro <strong>de</strong> Estudos Integrados<br />

sobre Meio Ambiente e Mudanças<br />

Climáticas (Centro Clima).<br />

De acordo com ele, o nível do mar<br />

po<strong>de</strong>rá aumentar, até o fim do século<br />

XXI, até um metro, e o aumento<br />

da temperatura po<strong>de</strong>rá ser <strong>de</strong> 1,4°C<br />

a 5,8°C. “Ninguém sabe exatamente,<br />

isso vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> muitas <strong>de</strong>cisões<br />

que vão ser tomadas, mas <strong>de</strong>ve ser algo<br />

<strong>de</strong>ssa faixa”, completa o professor.<br />

O aumento <strong>de</strong> temperatura provoca<br />

o <strong>de</strong>rretimento das calotas e geleiras<br />

polares e, consequentemente, a elevação<br />

do nível do mar. O <strong>de</strong>gelo é mais intenso<br />

no Hemisfério Norte, no Ártico.<br />

“Espera-se que, no verão<br />

<strong>de</strong> 2050, haja o<br />

<strong>de</strong>rretimento total<br />

<strong>de</strong>ssa placa<br />

<strong>de</strong> gelo. (...)<br />

Há uma possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que a temperatura<br />

fique até 8°C mais alta do que<br />

que é hoje lá”, segundo José Fernando<br />

Pesquero, pesquisador do Grupo <strong>de</strong><br />

Previsão Climática do Inpe -<strong>Instituto</strong><br />

Nacional <strong>de</strong> Pesquisas Espaciais.<br />

Já, na Antártida, os trabalhos<br />

mostram que, embora o gelo das bordas<br />

estejam <strong>de</strong>rretendo, a parte interna<br />

está aumentando. “Se for fazer<br />

um balanço do total <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

massa existente, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gelo<br />

está mantida.”<br />

O pesquisador do Inpe alerta que é<br />

difícil parar o processo <strong>de</strong> aquecimento<br />

global. “O tempo <strong>de</strong> vida do gás carbônico<br />

é muito longo,<br />

aproximadamente<br />

<strong>de</strong> 100 anos a 200<br />

anos.”<br />

Nem todas as causas <strong>de</strong> mudanças<br />

climáticas estão associadas à contribuição<br />

antropogênica, há os fenômenos<br />

como a própria variação natural<br />

do clima. “O clima tem uma variabilida<strong>de</strong><br />

que faz com que alguns anos sejam<br />

mais quentes e outros sejam mais<br />

frios, então há décadas mais frias e<br />

décadas mais quentes”, diz o professor<br />

da UFRJ.<br />

O professor do Departamento <strong>de</strong><br />

Ciências Atmosféricas do IAG-USP<br />

(<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Astronomia, Geofísica e<br />

Ciências Atmosféricas-Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> São Paulo), Augusto Pereira Filho,<br />

acredita também que a mudança<br />

climática é causada pela variabilida<strong>de</strong><br />

normal. “Aquecimento global é hoje<br />

muito usado como uma fórmula geral<br />

para explicar tudo, o que não é verda<strong>de</strong>.<br />

O assunto é muito mais complexo.”<br />

Pereira Filho relata que a evidência,<br />

a curto prazo, indica que a temperatura<br />

aumentou no Hemisfério Norte<br />

e que, no Pólo Norte -Ártico-, há<br />

diminuição do gelo. “Daí relaciona-se<br />

essa diminuição à ativida<strong>de</strong> humana, e<br />

a ativida<strong>de</strong> humana é mais intensa no<br />

Hemisfério Norte.”<br />

De acordo com ele, no nosso Hemisfério,<br />

tem havido um resfriamento,<br />

e não aquecimento. Esse resfriamento<br />

acontece em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> o Oceano<br />

Atlântico, que é um regulador térmico,<br />

ter mais água, e a ativida<strong>de</strong> econômica<br />

do Hemisfério Sul ser menor.<br />

Estudos mostram que a temperatura<br />

subiu e tem subido, segundo<br />

o professor, mas isso não<br />

significa que vai con-<br />

Foto: Montagem com foto ShutterStock<br />

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“<br />

“<br />

especial<br />

especial<br />

tinuar subindo porque o sistema <strong>de</strong><br />

tempo é altamente complexo. “O sistema<br />

tem mecanismos que a gente não<br />

enten<strong>de</strong> muito bem, durante décadas<br />

a temperatura <strong>de</strong>spenca e aumenta a<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gelo e, <strong>de</strong> repente, por<br />

causa <strong>de</strong> outro mecanismo, a temperatura<br />

sobe. Temos i<strong>de</strong>ia em que essas<br />

mudanças estão associadas, como<br />

efeitos astronômicos que são eixo <strong>de</strong><br />

inclinação da Terra, distância entre a<br />

Terra e o sol. Todos esses fatores afetam<br />

o clima numa escala <strong>de</strong> 20mil<br />

anos a 400mil anos.”<br />

Brasil - Diferentemente do resto do<br />

mundo, no Brasil, as queimadas da região<br />

Amazônica é o principal fator <strong>de</strong> emissão<br />

<strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong> carbono para a atmosfera.<br />

La Rovere afirma que “o primeiro<br />

O professor Pereira Filho coor<strong>de</strong>nou<br />

a elaboração <strong>de</strong> um livro sobre o<br />

IAG-USP (<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Astronomia,<br />

Geofísica e Ciências Atmosféricas-<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo)que incluía,<br />

além do histórico da estação meteorológica,<br />

um estudo <strong>de</strong>talhado da<br />

evolução da temperatura, da umida<strong>de</strong>,<br />

dos ventos e da chuva na Região Metropolitana<br />

<strong>de</strong> São Paulo (RMSP) <strong>de</strong><br />

1936 a 2005. Esses dados indicaram<br />

que a temperatura aumentou 2,1°C,<br />

houve queda da umida<strong>de</strong> relativa <strong>de</strong><br />

7%, aumento das chuvas em 400mm e<br />

mudança da direção dos ventos. “Houve<br />

na RMSP uma mudança muito<br />

significativa do microclima, causada<br />

pelo homem, pela urbanização e aumento<br />

dos prédios, das avenidas, das<br />

construções civis e pela diminuição da<br />

vegetação”, explica.<br />

Devido a isso, a região tem problemas<br />

<strong>de</strong> enchentes. O aquecimento<br />

causado pela urbanização provoca<br />

maior instabilida<strong>de</strong> da atmosfera, o<br />

que produz mais chuvas sobre o local.<br />

Por causa da impermeabilização do<br />

solo (asfalto e concreto) essa água que<br />

<strong>de</strong>ver <strong>de</strong> casa importante é diminuir<br />

os níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento na Amazônia”,<br />

tarefa que, nos últimos anos, o<br />

governo tem se empenhado e conseguido<br />

efetivamente.<br />

Agostinho Ogura, geólogo do Laboratório<br />

<strong>de</strong> Riscos Ambientais do<br />

IPT -<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Pesquisas Tecnológicas-,<br />

compartilha da opinião do<br />

professor e reforça que a questão na<br />

Amazônia não é simplesmente o meio<br />

ambiente e as mudanças climáticas. “É<br />

um assunto que <strong>de</strong>veria ter um foco <strong>de</strong><br />

discussão em relação ao mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> toda aquela região.”<br />

Pereira Filho <strong>de</strong>staca incoerência<br />

do governo brasileiro. “Se o efeito<br />

estufa é causado por queima <strong>de</strong> combustível<br />

fóssil, então por que investir<br />

Microclima na Região Metropolitana <strong>de</strong> São Paulo<br />

Foto: André Siqueira<br />

escoava para o subsolo, agora produz enxurradas,<br />

cheias e inundações.<br />

O pesquisador do Inpe af irma que<br />

São Paulo era conhecida como a terra da<br />

garoa e que hoje é a terra da pancada <strong>de</strong><br />

chuva que acontece às 14h. “As pancadas<br />

<strong>de</strong> chuvas são tradicionalmente às 16h ou<br />

17h. Em São Paulo, acontecem antes por<br />

causa do efeito que existe em termos <strong>de</strong> poluição<br />

e da direção dos ventos - <strong>de</strong> fora<br />

para <strong>de</strong>ntro da cida<strong>de</strong>”, relata.<br />

Ele propõe que haja um planejamento<br />

urbano eficaz com plantio <strong>de</strong> árvores e<br />

U$400bilhões para tirar óleo do présal<br />

e jogá-lo na atmosfera”<br />

Mudança do clima<br />

X <strong>Engenharia</strong><br />

Mudança do clima x <strong>Engenharia</strong><br />

A engenharia é uma importante<br />

aliada no combate às mudanças<br />

climáticas seja no campo <strong>de</strong> aquecimento<br />

global, seja na questão <strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> clima. Esse setor po<strong>de</strong> e<br />

<strong>de</strong>ve <strong>de</strong>senvolver novos materiais para<br />

construção civil, que é brutalmente<br />

ameaçada por esse fenômeno, e novas<br />

tecnologias.<br />

Para La Rovere, é muito importante<br />

conhecer melhor os fenômenos e os<br />

impactos da mudança climática para<br />

criação <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s. “No inverno,<br />

já houve casos em que a diferença <strong>de</strong><br />

temperatura entre a periferia e o centro<br />

<strong>de</strong> São Paulo foi <strong>de</strong> 10°C. Isso é muito<br />

gran<strong>de</strong> em termos <strong>de</strong> temperatura.”<br />

O estudo revela que há uma tendência<br />

<strong>de</strong> que a temperatura aumente<br />

e mais significativamente as temperaturas<br />

noturnas. Essa tendência é <strong>de</strong><br />

aumento com o tempo, mas isso não<br />

signif ica aumento contínuo, po<strong>de</strong> ser<br />

como neste ano que a temperatura ficou<br />

mais baixa por circunstâncias que<br />

não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do local, que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m<br />

da circulação geral da atmosfera.<br />

Primavera no Brasil – Em sua<br />

entrevista, o professor do IAG-USP,<br />

Augusto Pereira Filho, fez uma análise<br />

<strong>de</strong> como será a Primavera no Brasil<br />

e disse que a tendência é <strong>de</strong> temperatura<br />

acima do normal e chuvas abaixo<br />

do normal no Norte. “No Norte,<br />

as temperaturas f icam entre 26°C e<br />

32°C. Isso significa que, na média,<br />

estará um pouco acima disso.”<br />

Já no sul e su<strong>de</strong>ste, as chuvas estarão<br />

acima do normal, e a temperatura<br />

próximo do normal, em torno <strong>de</strong> 24°C.<br />

encontrar soluções <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>.<br />

O engenheiro Roberto Kochen,<br />

diretor do Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />

Civil do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>,<br />

relata que as obras <strong>de</strong> engenharia,<br />

principalmente as <strong>de</strong> civil, são afetadas<br />

pelo clima. “Barragens e rodovias po<strong>de</strong>m<br />

sofrer os efeitos <strong>de</strong> chuvas intensas,<br />

a drenagem urbana po<strong>de</strong> necessitar<br />

<strong>de</strong> reforço e ampliações para chuvas<br />

anômalas, as edificações sofrem maior<br />

<strong>de</strong>sgaste com o intemperismo.”<br />

Para enfrentar<br />

essas novas<br />

dificulda<strong>de</strong>s, Kochen<br />

<strong>de</strong>staca a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> novas tecnologias,<br />

materiais resistentes<br />

ao clima<br />

e <strong>de</strong> novos procedimentos<br />

construtivos<br />

que possam<br />

ser aplicados<br />

mesmo em condições<br />

climáticas<br />

<strong>de</strong>sfavoráveis.<br />

Além <strong>de</strong>sse benefício, a <strong>Engenharia</strong><br />

po<strong>de</strong>rá contribuir para mitigar a liberação<br />

<strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito estufa com o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> energia<br />

alternativas com menor taxa <strong>de</strong> emissão<br />

<strong>de</strong> poluentes e contaminantes atmosféricos,<br />

por exemplo, carros movidos à<br />

energia elétrica ou híbridos gasolinaeletricida<strong>de</strong>,<br />

utilização <strong>de</strong> energias solar<br />

e eólica.<br />

O geólogo<br />

do IPT cita outra<br />

preocupação<br />

em relação às<br />

obras <strong>de</strong> engenharia.<br />

Devido<br />

a vida útil muito<br />

longa <strong>de</strong> um empreendimento,<br />

para ele, o EIA/<br />

Rima–Estudo<br />

Foto: ShutterStock<br />

Foto: Inpe<br />

Foto: ShutterStock<br />

Foto:Divulgação Case<br />

<strong>de</strong> Impacto Ambiental/Relatório<br />

<strong>de</strong> Impacto Ambiental<br />

- <strong>de</strong>veria<br />

constar, mais <strong>de</strong>talhadamente,<br />

<strong>de</strong><br />

uma preocupação<br />

com as alterações<br />

climáticas.<br />

“Acho que falta<br />

um um estudo<br />

<strong>de</strong> análise <strong>de</strong> risco<br />

mais aprofundado<br />

em relação a <strong>de</strong>terminados<br />

tipos<br />

<strong>de</strong> empreendimentos, consi<strong>de</strong>rando<br />

não só as características <strong>de</strong>le em si, mas<br />

as externalida<strong>de</strong>s, que agem colocando<br />

em risco uma obra <strong>de</strong> engenharia.”<br />

A gestão <strong>de</strong> riscos <strong>de</strong>ve sempre se<br />

preocupar com as questões extremas,<br />

são elas que afetam a rotina das cida<strong>de</strong>s<br />

e a vida das pessoas. “Trabalhar com<br />

os extremos é o que tem <strong>de</strong> ser analisado<br />

sobre o ponto<br />

<strong>de</strong> vista <strong>de</strong> riscos,<br />

dos impactos em<br />

relação à mudança<br />

dos padrões atmosféricos”,<br />

finaliza. IE<br />

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<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> • outubro • 2009 • nº <strong>54</strong><br />

www.iengenharia.org.br<br />

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“<br />

“<br />

entida<strong>de</strong>s<br />

entida<strong>de</strong>s<br />

Foto: Cláudio Silva<br />

Cylon Rosa Neto, Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Engenheiros do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, Francis Bogossian, Clube <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro, Jaime Sunye Neto, <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Engenharia</strong> do Paraná, Paulo Roberto da Silva, Confea, Alexandre Santos, Clube <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Pernambuco, Aluizio <strong>de</strong> Barros Fagun<strong>de</strong>s, <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Engenharia</strong> – São Paulo-, Marcio Damazio Trinda<strong>de</strong>, Socieda<strong>de</strong> Mineira <strong>de</strong> Engenheiros, e Aloisio Ferreira <strong>de</strong> Souza, Crea-Alagoas, que participou da reunião<br />

como convidado<br />

Novos tempos,<br />

novos focos<br />

Clube <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

criado em 1880”, diz Paulo Roberto<br />

da Silva, coor<strong>de</strong>nador do projeto <strong>de</strong><br />

Fortalecimento das Entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Classe<br />

do Confea.<br />

Essas instituições, embora não sejam<br />

nacionais, abrangem muito além<br />

dos municípios em que estão situadas,<br />

por esse motivo foram incluídas na lista<br />

e farão parte da li<strong>de</strong>rança dos trabalhos<br />

por meio da Congregação Nacional das<br />

Entida<strong>de</strong>s Pioneiras da <strong>Engenharia</strong>, cujo<br />

protocolo <strong>de</strong> intenções foi assinado no<br />

dia 29 <strong>de</strong> setembro. São elas: Clube <strong>de</strong><br />

<strong>Engenharia</strong> (RJ), <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />

(SP), <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />

do Paraná, Clube <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong><br />

Pernambuco, Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />

do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul e Socieda<strong>de</strong> Mineira<br />

<strong>de</strong> Engenheiros.<br />

Aluizio <strong>de</strong> Barros Fagun<strong>de</strong>s, presi<strong>de</strong>nte<br />

do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> e<br />

porta-voz da Congregação diz que o<br />

objetivo do grupo é atuar na representação<br />

nacional das entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> classe<br />

tendo como foco duas vertentes: técnica,<br />

com a criação <strong>de</strong> uma revista nessa<br />

linha voltada para discussão <strong>de</strong> procedimentos,<br />

e outra que visa a manifestação<br />

da <strong>Engenharia</strong> em assuntos <strong>de</strong><br />

natureza política, social e econômica.<br />

Diagnóstico<br />

Os pontos fortes e fracos das instituições<br />

levantados foram discutidos<br />

em três reuniões que aconteceram entre<br />

os meses <strong>de</strong> agosto e setembro. Na<br />

primeira quinzena <strong>de</strong> novembro, será<br />

realizado o quarto encontro, no Confea,<br />

em Brasília, para discutir a primeira<br />

versão do plano <strong>de</strong> ação.<br />

“A intenção é que, em <strong>de</strong>zembro,<br />

esse projeto esteja aprovado e que a<br />

assinatura do Estatuto da Congregação<br />

seja feita durante a 66a SOEAA - Semana<br />

Oficial da <strong>Engenharia</strong>, da Arquitetura<br />

e da Agronomia, em Manaus.<br />

Por enquanto, estamos na fase do diagnóstico,<br />

mas uma coisa já é certa: as<br />

entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> classe têm <strong>de</strong> partir para a<br />

era digital”, enfatiza Paulo Roberto.<br />

Segundo ele, a questão da mobilida<strong>de</strong><br />

e da agilida<strong>de</strong> da informação no<br />

mundo mo<strong>de</strong>rno requer isso. “O profissional<br />

e o estudante não vão mais até<br />

a entida<strong>de</strong> para colher informações ou<br />

para saber como está o mercado <strong>de</strong> trabalho.<br />

Isso ele consegue pela internet.<br />

Por isso da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um portal<br />

que tenha artigos, palestras e seminários<br />

interativos. Se as entida<strong>de</strong>s não<br />

fizerem isso, o profissional não contribuirá,<br />

e isso as levará a falência.”<br />

Ele ressalta que o convênio com as<br />

universida<strong>de</strong>s também é fundamental.<br />

“Diferentemente <strong>de</strong> antes que o profissional<br />

estava preparado para 40 anos<br />

<strong>de</strong> trabalho, hoje o ciclo tecnológico<br />

é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> dois anos, ou seja, esse<br />

profissional tem <strong>de</strong> se reciclar constantemente<br />

e é essa oportunida<strong>de</strong> que as<br />

entida<strong>de</strong>s, com o apoio <strong>de</strong> universida<strong>de</strong>s,<br />

inclusive, <strong>de</strong>vem oferecer”, conclui<br />

Paulo Roberto.<br />

IE<br />

INSTITUTO DE ENGENHARIA PROMOVE<br />

Seminário Enchentes na<br />

Região Metropolitana <strong>de</strong> São Paulo<br />

Data: 10 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009<br />

Horário: das 9h às 17h<br />

Local: na Se<strong>de</strong> Social, em São Paulo<br />

1º Desafio <strong>de</strong> Futebol do<br />

<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />

Data: 14 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009<br />

Local: na Se<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campo, em São Bernardo do<br />

Campo<br />

Protocolo <strong>de</strong> intenções<br />

assinado em setembro<br />

no <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Engenharia</strong> formalizou<br />

a criação da<br />

Congregação Nacional<br />

das Entida<strong>de</strong>s<br />

Pioneiras da<br />

<strong>Engenharia</strong><br />

Com o advento da internet,<br />

empresas e pessoas se viram<br />

diante do inevitável: acompanhar<br />

a velocida<strong>de</strong> da informação<br />

e o avanço tecnológico para<br />

sobreviver ao mercado. E essa realida<strong>de</strong><br />

não tem sido diferente com as entida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> classe espalhadas pelo País.<br />

Consi<strong>de</strong>radas “centros <strong>de</strong> inteligência”<br />

durante o século XX, muitas <strong>de</strong>las passaram<br />

a viver atualmente a realida<strong>de</strong> da<br />

procura cada vez menor <strong>de</strong> profissionais<br />

interessados pelas ativida<strong>de</strong>s oferecidas<br />

por elas.<br />

Pensando em juntar forças e experiência<br />

para reverter esse quadro,<br />

o Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>,<br />

Arquitetura e Agronomia - Confea<br />

- como parte do seu planejamento<br />

estratégico, <strong>de</strong>senvolveu o projeto <strong>de</strong><br />

Fortalecimento das Entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Classe.<br />

A princípio o projeto diagnosticou os<br />

pontos fortes e fracos <strong>de</strong> 28 entida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> classe do Brasil. Entretanto, posteriormente<br />

o Confea incluiu nessa lista<br />

as seis entida<strong>de</strong>s chamadas por eles <strong>de</strong><br />

precursoras. “São instituições que antece<strong>de</strong>m<br />

o sistema Crea-Confea e que,<br />

inclusive propugnaram o sistema criado<br />

em 1933, pelo <strong>de</strong>creto 23.524/33. Para<br />

citar dois exemplos, temos o <strong>Instituto</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>, fundado em 1916, e o<br />

Informações e programação no Portal www.iengenharia.org.br<br />

18<br />

<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> • Outubro • 2009 • nº <strong>54</strong><br />

www.iengenharia.org.br www.iengenharia.org.br<br />

<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> • Outubro • 2009 • nº <strong>54</strong> 19


“<br />

“<br />

nomenclatura<br />

repercussão<br />

Foto: Cláudio Silva<br />

Unidos<br />

pela <strong>Engenharia</strong><br />

Agra<strong>de</strong>cimento<br />

Por meio <strong>de</strong>ste email, <strong>de</strong>sejo expressar meus agra<strong>de</strong>cimentos<br />

pessoais e também em nome da Escola Politécnica<br />

da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo - EPUSP a todos que colaboraram<br />

para que pudéssemos chegar a um documento consolidado<br />

sobre a “Nomenclatura das Graduações <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>”<br />

e os correspon<strong>de</strong>ntes “Referenciais Nacionais dos Cursos <strong>de</strong><br />

<strong>Engenharia</strong>”.<br />

Agra<strong>de</strong>cimentos especiais aos representantes do IE,<br />

Eng. Aluizio <strong>de</strong> Barros Fagun<strong>de</strong>s-presi<strong>de</strong>nte- e Eng.<br />

Marcelo Rozenberg vice-presi<strong>de</strong>nte, e <strong>de</strong> forma bastante<br />

especial à sra. Miriana Marques que não mediu esforços<br />

para que as tarefas saíssem sempre a tempo, consolidadas<br />

e com perfeição.<br />

Paul Jean Etienne Jeszensky<br />

Escola Politécnica da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo<br />

Veja a carta, na íntegra, no Portal<br />

www.iengenharia.org.br.<br />

Homenagem<br />

Registro, com muita satisfação, o recebimento <strong>de</strong><br />

atenciosa carta, acompanhada <strong>de</strong> publicações do <strong>Instituto</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> com rica contribuição <strong>de</strong> sua autoria e<br />

com matérias <strong>de</strong> relevante interesse sobre uma ativida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para nossa economia e <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da socieda<strong>de</strong>.<br />

Renovando minhas homenagens à Instituição pela<br />

fundação da Câmara <strong>de</strong> Mediação e Arbitragem, há uma<br />

década, agra<strong>de</strong>ço a gentileza com que fui distinguido e o<br />

amável relacionamento <strong>de</strong> meu nome à Lei 9.307/1996, que<br />

dispões sobre a arbitragem.<br />

Marco Maciel<br />

Senador<br />

Uma das reuniões realizadas na se<strong>de</strong> do <strong>Instituto</strong><br />

Conforme compromisso assumido<br />

com o Ministério da Educação<br />

- MEC -, no dia 30 <strong>de</strong><br />

setembro, o <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>,<br />

juntamente com representantes da<br />

Faap, FEI, Mauá, PUC-SP, PUC–Campinas,<br />

Poli-USP, USP São Carlos, Mackenzie,<br />

Unicamp, Unimonte e Universida<strong>de</strong> São<br />

Judas entregou o documento formal com a<br />

contribuição do grupo sobre a proposta <strong>de</strong><br />

reagrupamento das nomenclaturas das graduações<br />

<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>.<br />

Os representantes foram recebidos, em<br />

Brasília, pela secretária da Educação Superior,<br />

Maria Paula Dallari Bucci, e pelo diretor<br />

<strong>de</strong> Regulação e Supervisão da Educação<br />

Superior, Paulo Roberto Wollinger. “Eles<br />

foram muito receptivos e, agora, vão examinar<br />

a documento. A intenção é <strong>de</strong> que, até o<br />

final <strong>de</strong>ste ano, tenhamos uma resposta”, diz<br />

Aluizio <strong>de</strong> Barros Fagun<strong>de</strong>s, presi<strong>de</strong>nte do<br />

<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> que, acompanhado<br />

do vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Técnicas<br />

da Instituição, Marcelo Rozenberg, foi ao<br />

MEC, como parte da comitiva.<br />

Iniciativa - A <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> formar um<br />

grupo com representantes <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s<br />

influentes da <strong>Engenharia</strong> partiu do <strong>Instituto</strong><br />

quando foi informado <strong>de</strong> que o MEC<br />

abriu consulta publica - no mês julho, portanto<br />

<strong>de</strong> férias escolares - para reagrupar<br />

258 em 22 nomenclaturas <strong>de</strong> graduações<br />

<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>.<br />

Assim, o <strong>Instituto</strong> e as entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino<br />

solicitaram uma audiência em Brasília<br />

e, em agosto, foram recebidos por Paulo<br />

Roberto Wollinger. Na ocasião, foi concedido<br />

um prazo <strong>de</strong> dois meses para que o grupo<br />

apresentasse sua proposta <strong>de</strong> reagrupamento<br />

e alterações necessárias <strong>de</strong> referencial. O<br />

trabalho final propõe um reagrupamento<br />

com 40 nomenclaturas.<br />

O reagrupamento pretendido pelo<br />

MEC busca a<strong>de</strong>quar os procedimentos <strong>de</strong><br />

acesso às universida<strong>de</strong>s pelo Enem com as<br />

características dos cursos oferecidos.<br />

Em geral, os representantes das entida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> ensino, em geral, concordam que a<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nomenclaturas <strong>de</strong> especificações<br />

e ramificações estava crescendo <strong>de</strong> maneira<br />

<strong>de</strong>senfreada. Entretanto, <strong>de</strong>ve haver<br />

referenciais que assegurem ao engenheiro<br />

coerência ao seu registro profissional.<br />

“Acredito que o nosso esforço e o trabalho<br />

<strong>de</strong>senvolvido foram úteis. Tivemos<br />

como princípio evitar redundâncias, mas<br />

sempre buscando as nomenclaturas tradicionais<br />

que não <strong>de</strong>ixem dúvida quanto à<br />

especialida<strong>de</strong> daquela <strong>Engenharia</strong>”, frisa<br />

Aluizio Fagun<strong>de</strong>s.<br />

Ele ainda reforça que o <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>,<br />

cumprindo o seu papel em <strong>de</strong>fesa<br />

da profissão, está aberto para <strong>de</strong>bater e, se<br />

for o caso, lutar por causas como fez com o<br />

reagrupamento das graduações.<br />

Para conhecer os grupos <strong>de</strong> trabalho das<br />

entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino e as 40 nomenclaturas f i-<br />

nais, acesse www.iengenharia.org.br<br />

livros<br />

AutoCAD 2009 -<br />

um novo conceito<br />

<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem 3D e<br />

ren<strong>de</strong>rização<br />

Adriano <strong>de</strong> Oliveira<br />

Editora Érica – 2008<br />

O objetivo <strong>de</strong>ssa publicação é mostrar <strong>de</strong> forma clara e<br />

didática os conceitos, técnicas e procedimentos para criar objetos<br />

e imagens 3D, explorando os recursos que o AutoCAD<br />

oferece, o que possibilita o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> trabalhos com<br />

qualida<strong>de</strong> melhor. Apresenta a construção <strong>de</strong> um aro <strong>de</strong> roda<br />

com o uso <strong>de</strong> recursos como Loft que gera transição entre<br />

formas 2D, Fillet para arredondamento <strong>de</strong> cantos e formas<br />

3D, bem como a aplicação <strong>de</strong> distribuição circular.<br />

Portfólio 2002-<br />

2009 Botti e Rubin<br />

Arquitetos<br />

Textos <strong>de</strong> Fernando<br />

Serapião<br />

J.J. Carol Editora – 2009<br />

A paisagem <strong>de</strong> São Paulo é fortemente marcada por ícones<br />

arquitetônicos, muitos dos quais são <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Alberto Botti e Marc Rubin.<br />

Esse livro bilíngue, que reúne projetos e estudos realizados<br />

na última década, alguns <strong>de</strong>les já construídos, mostra<br />

projetos da dupla <strong>de</strong> arquitetos divididos em marcos urbanos,<br />

cristais lapidados, massa e transparência, forma e contexto e<br />

consumo e complexida<strong>de</strong><br />

Exemplares disponíveis na Biblioteca.<br />

Para conhecer o funcionamento e o catálogo, acesse o site: www.iengenharia.org.br<br />

20<br />

<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> • Outubro • 2009 • nº <strong>54</strong><br />

www.iengenharia.org.br www.iengenharia.org.br<br />

<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> • Outubro • 2009 • nº <strong>54</strong> 21


“<br />

cursos<br />

associe-se<br />

Para se associar ao <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>, preencha o cupom abaixo e encaminhe à nossa Secretaria Geral, pessoalmente, pelos Correios<br />

Para (Av. se Dr. associar Dante ao Pazzanese, <strong>Instituto</strong> 120 <strong>de</strong> – <strong>Engenharia</strong>, Vila Mariana preencha – São Paulo/SP o cupom – abaixo 04012-180) e encaminhe ou pelo fax à Secretaria, (11) 3466-9232. pessoalmente, Se preferir, ou ligue pelos para (11)<br />

Correios 3466-9230 (Av. ou Dante envie para Pazzanese, o e-mail 120 secretaria@iengenharia.org.br.<br />

- Vila Mariana - São Paulo/SP - 04012-180) ou pelo fax (11) 3466-9232. Se preferir, ligue para<br />

(11) 3466-9230 ou envie para o e-mail secretaria@iengenharia.org.br<br />

“<br />

Formação auditores integrados<br />

(Ambiental e da Saú<strong>de</strong> e da<br />

Segurança do Trabalho)<br />

26 a 30 <strong>de</strong> outubro – 18h30 às 22h45<br />

Preparar e capacitar profissionais para a prestação <strong>de</strong> serviços<br />

técnicos tanto <strong>de</strong> auditoria ambiental como da saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong> segurança<br />

do trabalho.<br />

O instrutor é o engenheiro químico e <strong>de</strong> Segurança do Trabalho<br />

Luiz Fernando Joly Assumpção, com mais <strong>de</strong> 25 anos<br />

<strong>de</strong> experiência nas áreas <strong>de</strong> Segurança do Trabalho, <strong>de</strong> Meio<br />

Ambiente e <strong>de</strong> Produção em gran<strong>de</strong>s empresas.<br />

Associados do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> – R$ 690,00<br />

Não associados - R$ 810,00<br />

Gestão e engenharia do valor - “Um<br />

caminho para a sustentabilida<strong>de</strong>”<br />

28 e 29 <strong>de</strong> outubro – das 8h às 18h<br />

Transmitir a metodologia <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> e Análise do Valor<br />

(EAV) que envolve análises, criativida<strong>de</strong> e inovação em equipe<br />

a fim <strong>de</strong> agregar valor com sustentabilida<strong>de</strong> para melhorar<br />

o <strong>de</strong>sempenho, reduzir os custos e otimizar o consumo <strong>de</strong> recursos.<br />

O professor é Luiz Geraldo Crespo Arruda, engenheiro<br />

civil, especialista em Construção Civil e Qualida<strong>de</strong> pela<br />

UFMG e pós-graduado em Gestão <strong>de</strong> Projetos, <strong>Engenharia</strong><br />

<strong>de</strong> Vendas e Gestão <strong>de</strong> Custos pelo Ietec.<br />

Associados do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> – R$ 600,00<br />

Não associados - R$ 720,00<br />

Avaliação estágio atual e gestão da<br />

manutenção<br />

4 a 6 <strong>de</strong> novembro – das 8h às 18h<br />

Realizar uma pré-avaliação dos estágios atuais das manutenções<br />

que exercem papéis os participantes e fornecer ferramentas<br />

para <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> estudos, <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> estratégia<br />

<strong>de</strong> manutenção, elaboração <strong>de</strong> Manual <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> <strong>de</strong>mais<br />

processos da manutenção.<br />

O instrutor é Francisco Alexandre Tiengo, engenheiro mecânico<br />

com experiência em contratação <strong>de</strong> serviços.<br />

Associados do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> – R$ 750,00<br />

Não associados - R$ 850,00<br />

Operação em áreas classificadas<br />

contra riscos <strong>de</strong> explosão<br />

10 <strong>de</strong> novembro – das 8h30 às 17h30<br />

Realizar o treinamento <strong>de</strong> modo a aten<strong>de</strong>r aos requisitos para<br />

um trabalho seguro em tais áreas e aten<strong>de</strong>r aos requisitos da<br />

cláusula 10.8.8.4 da NR 10. Os professores são Carlos César<br />

Micalli Cantu, engenheiro químico e consultor em Gestão<br />

<strong>de</strong> Riscos com 32 anos <strong>de</strong> experiência em Gestão <strong>de</strong> Riscos<br />

<strong>de</strong> Segurança, Saú<strong>de</strong>, Processos, Meio ambiente, Qualida<strong>de</strong>,<br />

e Roberto Cícero <strong>de</strong> Souza, engenheiro eletricista com 15<br />

anos <strong>de</strong> experiência em classificação <strong>de</strong> áreas.<br />

Associados do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> – R$ 320,00<br />

Não associados - R$ 400,00<br />

Aplicação prática da norma NR10 -<br />

segurança em instalações e serviços<br />

em eletricida<strong>de</strong><br />

25 e 26 <strong>de</strong> novembro – das 8h30 às 17h<br />

Repassar aos profissionais os principais aspectos técnicos e<br />

administrativos envolvidos no atendimento às novas exigências,<br />

com os <strong>de</strong>vidos esclarecimentos práticos para facilitar a<br />

implantação das ações necessárias.<br />

O instrutor é o engenheiro Antonio Carlos Ortolani Baptista,<br />

especialista da Cesp -Companhia Energética <strong>de</strong> São Paulo-, é<br />

diretor da Backing <strong>Engenharia</strong> e Treinamento com trabalhos<br />

nas áreas <strong>de</strong> Consultoria, Projetos, Manutenção e Instalações<br />

em empresas.<br />

Associados do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> – R$ 560,00<br />

Não associados - R$ 700,00<br />

Aterramento e sistemas <strong>de</strong> proteção<br />

contra <strong>de</strong>scargas atmosféricas e<br />

<strong>de</strong> equipamentos eletro-eletrônicos<br />

sensíveis (ETI) segundo as NBR<br />

<strong>54</strong>19/05 e NBR <strong>54</strong>10/04<br />

2 a 4 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro – das 8h30 às 17h30<br />

Transmitir informações técnicas que possibilitem aos participantes<br />

projetar ou participar efetivamente <strong>de</strong> projetos,<br />

construções e manutenções <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> aterramento, <strong>de</strong><br />

sistemas <strong>de</strong> proteção contra <strong>de</strong>scargas atmosféricas diretas<br />

e seus efeitos indiretos para a segurança pessoal e dos<br />

equipamentos.<br />

O professor é Galeno Lemos Gomes, engenheiro eletricista<br />

pela PUC-RS e membro do Cobei -Comissões <strong>de</strong> Estudo<br />

<strong>de</strong> aterramento e Proteção Contra Descargas Atmosféricas-,<br />

possui diversos cursos <strong>de</strong> aperfeiçoamento na França, Austrália<br />

e EUA.<br />

Associados do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> – R$ 750,00<br />

Não associados - R$ 980,00<br />

Inscrições e programação completa<br />

dos cursos do <strong>Instituto</strong>, acesse:<br />

www.iengenharia.org.br<br />

Informações: Roseli Coimbra<br />

Tel. 11-3466-9253 e<br />

cursos@iengenharia.org.br<br />

Nome<br />

Formação:<br />

En<strong>de</strong>reço<br />

resi<strong>de</strong>ncial<br />

En<strong>de</strong>reço<br />

comercial<br />

Correspondência:<br />

Local:<br />

Ano <strong>de</strong> Conclusão:<br />

Cida<strong>de</strong>:<br />

Tel.:<br />

Cida<strong>de</strong>:<br />

Tel.:<br />

En<strong>de</strong>reço resi<strong>de</strong>ncial<br />

Data:<br />

Instituição:<br />

Registro no CREA:<br />

Fax:<br />

Fax:<br />

En<strong>de</strong>reço comercial<br />

UF:<br />

UF:<br />

E-mail:<br />

E-mail:<br />

Desejando fazer parte do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>, na qualida<strong>de</strong> do associado,<br />

peço a inclusão do meu nome no respectivo quadro social<br />

CEP:<br />

CEP:<br />

Assinatura:<br />

Categoria Mensalida<strong>de</strong> Trimestre Anual<br />

capital e Gran<strong>de</strong> SP R$ 60,00 R$ 180,00 R$ 600,00<br />

nos primeiros 6 meses R$ 40,00 R$ 120,00 ----------------<br />

outros municípios R$ 30,00 R$ 90,00 R$ 300,00<br />

Recém-formado até 1 ano<br />

capital e Gran<strong>de</strong> SP R$ 15,00 R$ 45,00 R$ 150,00<br />

outros municípios R$ 7,50 R$ 22,50 R$ 75,00<br />

Até 2 anos<br />

capital e Gran<strong>de</strong> SP R$ 20,00 R$ 60,00 R$ 200,00<br />

outros municípios R$ 10,00 R$ 30,00 R$ 100,00<br />

até 3 anos<br />

capital e Gran<strong>de</strong> SP R$ 24,00 R$ 72,00 R$ 240,00<br />

outros municípios R$ 12,00 R$ 36,00 R$ 120,00<br />

Estudantes<br />

capital e Gran<strong>de</strong> SP ---------------- ---------------- R$ 20,00<br />

outros municípios ---------------- ---------------- R$ 10,00<br />

22<br />

<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> • Outubro • 2009 • nº <strong>54</strong><br />

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<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> • Outubro • 2009 • nº <strong>54</strong> 23


“ Associe-se a uma entida<strong>de</strong> que<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1916 luta pela valorização da<br />

<strong>Engenharia</strong> e dos engenheiros<br />

Para conhecer, acesse o site<br />

www.iengenharia.org.br<br />

Principais benefícios para os associados:<br />

• Cursos<br />

• Palestras<br />

• Se<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campo<br />

• Convênios<br />

• Jornal do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />

• Revista <strong>Engenharia</strong><br />

• TV <strong>Engenharia</strong><br />

Av. Dante Pazzanese, 120 – Vila Mariana – São Paulo – SP – 04012-180<br />

Telefone: 11 3466 9200<br />

iengenharia.org.br<br />

24<br />

<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> • Outubro • 2009 • nº <strong>54</strong><br />

www.iengenharia.org.br

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