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o teísmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe

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livre-arbítrio está subentendida a existência de outras opções possíveis, ou<br />

seja, a liberdade de agir diferent<strong>em</strong>ente. O que se busca saber é se<br />

efetivamente agimos por nossa exclusiva vontade e assim t<strong>em</strong>os o total<br />

controle sobre nossas próprias ações.<br />

Para um melhor entendimento dessa questão é pertinente observarmos<br />

que duas posições procuram explicar as causas das escolhas <strong>do</strong>s agentes.<br />

A primeira é a compatibilista, para a qual as ações humanas são<br />

determinadas por causas que estão fora <strong>do</strong> indivíduo. Como melhor explica<br />

Craig:<br />

Cada ação humana (por ex<strong>em</strong>plo, alguém erguen<strong>do</strong> a mão para<br />

votar) é causalmente d<strong>em</strong>andada pelos eventos vigentes antes <strong>do</strong><br />

ato, incluin<strong>do</strong> os eventos existentes antes <strong>do</strong> nascimento da pessoa<br />

que está atuan<strong>do</strong>. Quer dizer, as ações humanas são meros<br />

acontecimentos – faz<strong>em</strong> parte das cadeias causais de eventos que<br />

conduz<strong>em</strong> a elas numa forma determinista. Ou seja, o determinismo é<br />

verdadeiro. Mas a liberdade adequadamente compreendida é<br />

compatível com o determinismo. 91<br />

Nesses termos o fato de nossas escolhas não estar<strong>em</strong> livres das causas<br />

externas faz com que a responsabilidade individual possa ser entendida como<br />

limitada e por isso as conseqüências das ações humanas pod<strong>em</strong> ser atribuídas<br />

a circunstâncias diversas.<br />

Dev<strong>em</strong>os compreender que segun<strong>do</strong> o principio compatibilista o<br />

individuo t<strong>em</strong> liberdade de escolha, mas dentro de um leque de opções. Isso<br />

pode ser ex<strong>em</strong>plifica<strong>do</strong> por alguém que vai a um restaurante e pode fazer a<br />

escolha por uma das opções <strong>do</strong> cardápio. Uma escolha <strong>do</strong> individuo, limitada<br />

apenas pelo elenco de opções.<br />

A segunda posição defende o livre-arbítrio libertário, afirman<strong>do</strong> que a<br />

liberdade é necessária para o ato responsável e não é compatível com o<br />

determinismo. Craig assim o explica:<br />

A verdadeira liberdade requer um tipo de controle sobre a ação <strong>do</strong><br />

individuo – e, mais importante, sobre a vontade <strong>do</strong> individuo – tal que,<br />

dada uma escolha para fazer A (erguer a mão para votar) ou B<br />

(deixar a sala), nada determina qual escolha será feita. Antes, o<br />

próprio agente deve simplesmente exercitar seus poderes causais e<br />

desejar fazer uma opção. Quan<strong>do</strong> isso acontece, o agente ou poderia<br />

ter se eximi<strong>do</strong> de fazer A ou poderia ter deseja<strong>do</strong> fazer B, s<strong>em</strong> que<br />

qualquer outra coisa diferente aconteça dentro ou fora <strong>do</strong> seu ser. Ele<br />

é o cria<strong>do</strong>r absoluto das suas ações. [...] Logo, a liberdade libertária é<br />

91 MORELAND, J.P & CRAIG, W.L. Filosofia e Cosmovisão Cristã, Trad. Emirson Justino,<br />

Edições Vida Nova, São Paulo, 2005.p.335.<br />

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