06.01.2015 Views

o teísmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe

o teísmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe

o teísmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

tanto uma posição sobre a liberdade <strong>em</strong> si quanto uma teoria sobre a<br />

natureza <strong>do</strong>s agentes e <strong>do</strong> agir. 92<br />

Pod<strong>em</strong>os reconhecer que nesse senti<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os nossos atos e<br />

movimentos são de nossa responsabilidade b<strong>em</strong> como suas conseqüências.<br />

Embora possa ser influencia<strong>do</strong> por desejos e crenças pessoais, qu<strong>em</strong> delibera<br />

pela ação a ser executada é <strong>em</strong> último caso o agente. E, ao escolher, assume<br />

suas condições de avaliar e decidir sobre o que pretende com cada escolha.<br />

Swinburne assume o princípio <strong>do</strong> livre-arbítrio libertário, o seu<br />

entendimento de que eventos pod<strong>em</strong> ser causa<strong>do</strong>s por agentes <strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s de<br />

vontade o faz ter a convicção de que os agentes são responsáveis pelas<br />

conseqüências de suas ações. Embora as conseqüências das ações livres n<strong>em</strong><br />

s<strong>em</strong>pre sejam boas, o direito de deliberar <strong>do</strong>s indivíduos é um b<strong>em</strong>, mesmo<br />

que eles não tenham como saber to<strong>do</strong>s os possíveis efeitos das ações<br />

deliberadas.<br />

O <strong>probl<strong>em</strong>a</strong> que surge é que, ao pressupormos que Deus conhece todas<br />

as coisas, ele pode saber todas as possíveis conseqüências das deliberações<br />

de qualquer agente. O questionamento que surge é saber até onde se dá o<br />

conhecimento que Deus t<strong>em</strong> de tais efeitos e, conseqüent<strong>em</strong>ente, até onde vai<br />

sua obrigação de intervir ou não sobre esses resulta<strong>do</strong>s.<br />

Por isso, o desafio é compreender como é possível admitir que Deus<br />

não intervenha, apesar de sua onisciência e onipotência, ten<strong>do</strong> condições para<br />

impedir efeitos maus, pois já saberia de ant<strong>em</strong>ão o efeito das escolhas<br />

prejudiciais de agentes livres. A idéia de que Deus deveria usar seus atributos,<br />

para impedir os efeitos maus que ele prevê, é rejeitada por Swinburne por duas<br />

razões.<br />

A primeira é como ele compreende a onisciência de Deus:<br />

O conhecimento que Deus t<strong>em</strong> a cada instante de tu<strong>do</strong> que seja<br />

logicamente possível a Deus conhecer naquele instante [Esse<br />

conhecimento] não inclui o conhecimento das proposições<br />

verdadeiras acerca de ações futuras de agentes livres. 93<br />

92 MORELAND, J.P & CRAIG, W.L. Filosofia e Cosmovisão Cristã, Trad. Emirson Justino,<br />

Edições Vida Nova, São Paulo, 2005p. 337.<br />

93 “Knowledge at every time of all that is logically possible for God to know at that time. This<br />

knowledge <strong>do</strong>es not include knowledge of the true propositions about the future actions of free<br />

agents.” (SWINBURNE, Richard, Providence and the Probl<strong>em</strong> of Evil, Claren<strong>do</strong>n Press,<br />

Oxford.1998, pp.133-134).<br />

109

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!