06.01.2015 Views

o teísmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe

o teísmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe

o teísmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

o que fazer, mas principalmente por poder<strong>em</strong> levar às últimas e impensáveis<br />

conseqüências os efeitos de suas ações deliberadas ao longo da vida.<br />

4.4. Explicar qual o senti<strong>do</strong> para que ocorra o <strong>mal</strong> natural.<br />

A abordag<strong>em</strong> <strong>do</strong> t<strong>em</strong>a relaciona<strong>do</strong> ao <strong>mal</strong> natural é, s<strong>em</strong> dúvida, um<br />

aspecto que suscita grande expectativa dentro de uma teodicéia. Afinal, como<br />

justificar Deus diante de algo que envolve <strong>do</strong>r e sofrimento como os que<br />

resultam de catástrofes naturais, ou diante das <strong>do</strong>enças ou defeitos genéticos,<br />

ou ainda diante da <strong>do</strong>r e <strong>do</strong> sofrimento <strong>do</strong>s animais.<br />

Tal como no <strong>probl<strong>em</strong>a</strong> <strong>do</strong> <strong>mal</strong> moral, o que um aprofundamento critico<br />

deve examinar neste caso é até que ponto a existência de <strong>mal</strong> natural é<br />

compatível com um ser cria<strong>do</strong>r totalmente perfeito, conhece<strong>do</strong>r de todas as<br />

coisas, amoroso e to<strong>do</strong> poderoso.<br />

Em nossa pesquisa, encontramos respostas que se consagraram ao<br />

longo da história <strong>do</strong> pensamento ocidental. S<strong>em</strong> dúvida, a mais significativa foi<br />

dada por Santo Agostinho, para qu<strong>em</strong> o <strong>mal</strong> natural cumpre um propósito<br />

divino superior. Dor, sofrimento e a desord<strong>em</strong> no mun<strong>do</strong> natural são, <strong>em</strong> última<br />

análise, parte <strong>do</strong> bom plano <strong>do</strong> cria<strong>do</strong>r na ord<strong>em</strong> cósmica.<br />

O <strong>mal</strong> natural ainda dentro desta perspectiva é resulta<strong>do</strong> também <strong>do</strong><br />

peca<strong>do</strong> humano. Deus a<strong>mal</strong>diçoou o mun<strong>do</strong> natural submeten<strong>do</strong>-o à<br />

decadência e à morte por causa da rebelião humana. Ao fazê-lo, Deus<br />

manifesta <strong>em</strong> um mun<strong>do</strong>, onde já não pod<strong>em</strong>os viver confortavelmente devi<strong>do</strong><br />

à nossa condição moral, a sua autonomia de cria<strong>do</strong>r. Entretanto, para Santo<br />

Agostinho, esta conseqüência das más ações humanas não é a última palavra,<br />

porque Deus, através de Jesus Cristo, oferece a toda a humanidade a<br />

libertação de to<strong>do</strong> <strong>mal</strong> e a plenitude de vida. Com efeito, o <strong>mal</strong> natural não é o<br />

<strong>mal</strong> absoluto. Ele cumpre na verdade uma função t<strong>em</strong>poral <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Apenas<br />

o <strong>mal</strong> moral é realmente mau.<br />

Swinburne faz uma abordag<strong>em</strong> diferente sobre o propósito <strong>do</strong> <strong>mal</strong><br />

natural. Para ele o funcionamento <strong>do</strong> universo com suas leis e a repercussão<br />

<strong>do</strong>s fenômenos naturais é um fato que gera certos riscos. Esses riscos são<br />

oportunidades que, no propósito divino, permit<strong>em</strong> aos homens conhecer por<br />

128

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!