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o teísmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe

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Uma segunda motivação é dada <strong>em</strong> geral pela situação <strong>em</strong> que os<br />

homens têm obrigações morais quan<strong>do</strong> são toma<strong>do</strong>s por fiéis depositários de<br />

algo ou mesmo de uma propriedade de alguém. Os homens receberam o<br />

mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> cria<strong>do</strong>r, <strong>em</strong> condições para viver e desenvolver-se. Essa condição<br />

de recebe<strong>do</strong>r faz com que o hom<strong>em</strong> deva ter compreensão das suas<br />

obrigações para com aquele que lhe deu algo.<br />

Swinburne declara que Deus pode criar obrigações morais:<br />

Se Deus é o cria<strong>do</strong>r <strong>do</strong> hom<strong>em</strong> e <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> inanima<strong>do</strong>, seu<br />

mandamento pode impor obrigações que não existiram antes. Por<br />

paridade de argumento, os mandamentos <strong>do</strong> cria<strong>do</strong>r pod<strong>em</strong><br />

acrescentar-se à obrigação de fazer uma ação que é obrigatória de<br />

qualquer maneira. 57<br />

Essa é uma razão da obediência <strong>do</strong>s homens para com o Cria<strong>do</strong>r. O<br />

hom<strong>em</strong> deve obedecer aos mandamentos de um ser que criou este mun<strong>do</strong> e<br />

que o mantém funcionan<strong>do</strong>. Assim é Deus qu<strong>em</strong> deve dizer de que forma e por<br />

qu<strong>em</strong> será usa<strong>do</strong> o que ele criou. Obedecer, por essas razões, cria um vínculo<br />

<strong>do</strong> hom<strong>em</strong> com as ordens divinas e define porque é moralmente correto<br />

obedecê-las.<br />

Ter Deus como fonte das obrigações de muitas de nossas boas ações<br />

morais é plenamente coerente com as motivações aqui colocadas. Pod<strong>em</strong>os<br />

até fazer coisas porque ele man<strong>do</strong>u, mas não somente isso, o valor maior de<br />

nossas ações é que as faz<strong>em</strong>os para agradá-lo, como forma de gratidão a um<br />

benfeitor. É nesse senti<strong>do</strong> que Swinburne entende que a existência de Deus<br />

acaba por tornar-se fonte de obrigações morais.<br />

power and inclination to bring us into being, and to th<strong>em</strong> and to others the power to keep us<br />

alive.[...] Our obligation to God must be correspondingly very much greater than to our parents.”<br />

(SWINBURNE, Richard. The Coherence of Theism. Published to Oxford Scholarship Online,<br />

2003 p. 212-213).<br />

57 “If God is the creator of man and of the inanimate world, his commands can impose<br />

obligations which did not exist before. By parity of argument the commands of the creator can<br />

add to the obligation to <strong>do</strong> an action which is obligatory anyway.” (SWINBURNE, Richard. The<br />

Coherence of Theism. Published to Oxford Scholarship Online, 2003 p.214).<br />

.<br />

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