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o teísmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe

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Segun<strong>do</strong> Swinburne, “os argumentos pod<strong>em</strong> dar sustento uns aos<br />

outros ou, alternativamente, enfraquecer uns aos outros” (2004.p.12).<br />

Essa relação cumulativa entre argumentos no caso <strong>do</strong> teísmo é<br />

expressa por Swinburne nos seguintes termos:<br />

A fim de levar <strong>em</strong> conta o efeito cumulativo <strong>do</strong>s argumentos, vou<br />

considerá-los um a um, começan<strong>do</strong> com o argumento cosmológico e<br />

incluin<strong>do</strong> os argumentos <strong>do</strong> <strong>mal</strong> e <strong>do</strong> ocultamento contra a existência<br />

de Deus, e perguntan<strong>do</strong> quanto as pr<strong>em</strong>issas de cada argumento<br />

acrescentam ou subtra<strong>em</strong> da força <strong>do</strong>s argumentos anteriores. [...] O<br />

<strong>probl<strong>em</strong>a</strong> crucial, contu<strong>do</strong>, é se to<strong>do</strong>s os argumentos toma<strong>do</strong>s <strong>em</strong><br />

conjunto tornam provável que Deus existe, se a ponderação de to<strong>do</strong>s<br />

os indícios relevantes favorece a afirmação <strong>do</strong> teísmo ou não. 63<br />

Como sua construção teórica nesse caso depende <strong>em</strong> muito <strong>do</strong> efeito<br />

cumulativo <strong>do</strong>s argumentos, ele evoca a conjunção das razões implicadas<br />

como possibilidade de se compor um quadro favorável, no qual os argumentos<br />

<strong>do</strong> tipo indutivo, associa<strong>do</strong>s um ao outro, vão confirman<strong>do</strong> a hipótese, no caso,<br />

de que Deus existe.<br />

Entre os indícios considera<strong>do</strong>s relevantes, Swinburne elenca a<br />

existência <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> físico e <strong>do</strong>s acontecimentos milagrosos. De acor<strong>do</strong> com<br />

ele, esses indícios dev<strong>em</strong> ser confronta<strong>do</strong>s com a hipótese para lhe avaliar o<br />

grau de confiabilidade. A idéia é que, quanto mais razões favoráveis existir<strong>em</strong>,<br />

maior será a probabilidade de a hipótese ser verdadeira. Sua explicação é<br />

dada nos seguintes termos:<br />

Considere h como nossa hipótese “Deus existe”. Considere e¹, e², e³<br />

e assim por diante, como as várias proposições que se propõ<strong>em</strong><br />

como razões a favor ou contra a sua existência, cuja conjunção<br />

constitui e. Considere e¹ como existe um universo físico. Então,<br />

t<strong>em</strong>os o argumento que conclui de e¹ para h, um argumento<br />

cosmológico. Ao considerar este argumento assumirei que não<br />

t<strong>em</strong>os outra razão relevante e assim k será uma mera razão<br />

tautológica. Assim, P(h/e¹&k) representa a probabilidade que Deus<br />

existe, da<strong>do</strong> que existe o universo físico e dadas também meras<br />

razões tautológicas, que pod<strong>em</strong> ser ignoradas. Se P(h/e¹& k) > ½,<br />

então o argumento de e¹ para h será um bom argumento P-indutivo.<br />

Se P(h/e¹& k) >P(h/k), então o argumento é um bom argumento C-<br />

indutivo. Mas quan<strong>do</strong> considerar o segun<strong>do</strong> argumento, a partir de e²<br />

(que será a conformidade <strong>do</strong> universo com a ord<strong>em</strong> t<strong>em</strong>poral), usarei<br />

63 “In order to consider the cumulative effect of arguments, I shall consider th<strong>em</strong> one by one,<br />

starting with the cosmological argument and including the arguments from evil and from<br />

hiddenness against the existence of God, and ask how much the pr<strong>em</strong>isses of each argument<br />

add to or subtract from the force of the previous arguments [...] The crucial issue, however, is<br />

whether all the arguments taken together make it probable that God exists, whether the balance<br />

of all the relevant evidence favours the claim of theism or not.” (SWINBURNE, Richard. The<br />

Existence of God, second edition. Oxford. Claren<strong>do</strong>n Press. 2004, p.13).<br />

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