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o teísmo e o problema do mal em richard swinburne - FaJe

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quan<strong>do</strong> acontece uma coisa que não é boa, é desagradável, é ruim. Já ´evil`,<br />

como adjetivo, qualifica algo mau, para além de seus efeitos, ou seja, a partir<br />

da intenção de qu<strong>em</strong> praticou ou poderia ter evita<strong>do</strong> uma ação que causou<br />

prejuízo, que não fez b<strong>em</strong> e que por isso foi má, como um ato <strong>mal</strong>igno.<br />

Ao utilizar o termo, “esta<strong>do</strong>s de coisas”, torna-se possível priorizar, na<br />

definição de <strong>mal</strong>, o efeito ou as conseqüências negativas sobre o fato<br />

causa<strong>do</strong>r, intencional ou não, da desgraça ou sofrimento. Neste senti<strong>do</strong>, o<br />

<strong>probl<strong>em</strong>a</strong> <strong>do</strong> <strong>mal</strong> é para ele o <strong>probl<strong>em</strong>a</strong> <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s de coisas maus, i.e.<br />

prejudiciais, nocivos, perniciosos, ou seja, os infortúnios, infelicidades. Eles<br />

assim são vistos quer sejam provoca<strong>do</strong>s por causas naturais (<strong>mal</strong> físico), quer<br />

por agentes livres (<strong>mal</strong> moral), de mo<strong>do</strong> que inclusive a ação má ou <strong>mal</strong>igna<br />

livr<strong>em</strong>ente cometida é considerada primeiramente como um esta<strong>do</strong> de coisas<br />

mau, i.e. desagradável e prejudicial para o agente e eventualmente também<br />

para terceiros.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, além de <strong>em</strong>pregar o termo “moral”, no significa<strong>do</strong><br />

indica<strong>do</strong> de <strong>mal</strong> moral, como contradistinto <strong>do</strong> <strong>mal</strong> físico, Swinburne generaliza<br />

o seu <strong>em</strong>prego, de mo<strong>do</strong> que to<strong>do</strong>s os esta<strong>do</strong>s de coisas são considera<strong>do</strong>s<br />

moralmente bons ou maus, i.e. benéficos ou prejudiciais.<br />

Nesse caso, a idéia é que um esta<strong>do</strong> de coisas pode ser avalia<strong>do</strong> pelo<br />

senti<strong>do</strong> moral que ele t<strong>em</strong>. Isso quer dizer que o acontecimento deve ser visto<br />

pela perspectiva <strong>do</strong> juízo que se faz das intenções <strong>do</strong> agente. Ele assim<br />

conceitua esse entendimento:<br />

Enquanto o adjetivo moral na frente da palavra <strong>mal</strong> (evil) distingue<br />

assim um determina<strong>do</strong> tipo de esta<strong>do</strong> de coisas mau (bad) de outro,<br />

há um senti<strong>do</strong> mais amplo no qual to<strong>do</strong>s os esta<strong>do</strong>s de coisas bons<br />

e maus que nós estamos consideran<strong>do</strong> neste livro são moralmente<br />

bons ou maus. Neste senti<strong>do</strong> mais amplo (que será s<strong>em</strong>pre usa<strong>do</strong>,<br />

exceto onde o adjetivo moral precede a palavra <strong>mal</strong>) ´moral` é o<br />

´geral` e `prevalente` Um ato moralmente bom é aquele que é, <strong>em</strong><br />

última análise, um bom ato. Pode ser mau <strong>do</strong> ponto de vista estético<br />

ou de etiqueta que eu apóie um projeto para a construção de casas<br />

baratas ou fale com alguém ao qual eu não tivesse si<strong>do</strong><br />

apresenta<strong>do</strong>, mas se tu<strong>do</strong> soma<strong>do</strong> o ato é bom, ele é moralmente<br />

bom. 73<br />

73 “While the adjective ‘moral’ in front of the word ‘evil’ thus distinguishes a certain kind of bad<br />

state from others, there is a wider sense in which all the ‘good’ and ‘bad’ states with which we<br />

are concerned in this book are ones which are morally good or bad. In this wider sense (which<br />

will always be the one used, except where the adjective ‘moral’ precedes the word ‘evil’) the<br />

‘moral’ is the ‘overall’ or ‘overriding’. A morally good act is one which is overall a good act. It<br />

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