O CÓDIGO DAS ÁGUAS
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Alguns textos remetem igualmente ao não mais<br />
existente e ao imemorial, como o Inseto de Lagoa<br />
Santa, ou o índio do veemente Poema para o Índio<br />
Xokleng, que 'emudeceu entre castanhas, bagas e<br />
conchas/ de seus colares de festa'.<br />
A linguagem para falar do imemorial e do anterior<br />
à memória também é outra: requer uma palavra<br />
anterior à palavra. Este é um tema constante, que<br />
atravessa o livro: 'Não é a palavra fácil/ que<br />
procuro./ .../ Procuro a palavra fóssil./ A palavra antes<br />
da palavra./ .../ Esta que me antecede / e se antecede<br />
na aurora/ e na origem do homem'. Por isso, 'procuro<br />
desenhos/ dentro da palavra./.../Sinais,<br />
vendavais,silêncios./ Na palavra enigmam restos,<br />
rastros de animais,/ minerais da insensatez'. Não mais<br />
'mero esboço de um desenho inacabado de homem,/<br />
inadequado, por certo, na forma de chegar e falar / das<br />
coisas do mundo e de mim'.<br />
Busca-se, portanto, a escrita primordial, rastro e<br />
inscrição e ao mesmo tempo, movimento: 'Entendi