Praça Antonio Prado - Viva o Centro
Praça Antonio Prado - Viva o Centro
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Informativo da<br />
Bolsa de Mercadorias & Futuros<br />
n° 3 – mai/jun 2006<br />
Praça <strong>Antonio</strong> <strong>Prado</strong>:<br />
o centro de São Paulo revitalizado<br />
Quem entra na Bolsa de Mercadorias<br />
& Futuros, a quinta maior bolsa<br />
de futuros do mundo, talvez não saiba<br />
que está diante de um pedaço da história<br />
do Brasil. O edifício – localizado<br />
na Praça <strong>Antonio</strong> <strong>Prado</strong>, 48 – foi o primeiro<br />
prédio de escritórios de São Paulo,<br />
projetado por Ramos de Azevedo e<br />
construído na gestão do prefeito <strong>Antonio</strong><br />
<strong>Prado</strong>, em 1904. O local já abrigou<br />
grandes jornais como O Estado de<br />
S. Paulo e O Correio Paulistano, além<br />
da antiga Light e do Citibank. Desde<br />
1986, é a sede da Bolsa.<br />
Por ser um prédio histórico, foi<br />
inevitável reformá-lo para receber seu<br />
mais novo ocupante, o mercado financeiro.<br />
A fachada do prédio foi mantida<br />
– pois é tombada pelo Conselho<br />
de Defesa do Patrimônio Histórico,<br />
Arqueológico e Artístico (Condephat)<br />
–, mas foram remodelados os espaços<br />
internos, bem como construída a sala<br />
de pregão. Essa obra foi um presente<br />
para toda a cidade, uma vez que permitiu<br />
a revitalização da Praça <strong>Antonio</strong><br />
<strong>Prado</strong>, que passou por um projeto<br />
paisagístico, resgatando a São Paulo<br />
de 1900. Anos mais tarde, quando foi<br />
preciso ampliar o espaço, nova decisão<br />
em favor do centro da cidade: a Bolsa,<br />
resolvida a permanecer na região,<br />
comprou o prédio contíguo – construção<br />
de 1940 –, reformou novamente o<br />
interior, de modo a harmonizar os dois<br />
edifícios, e manteve as duas fachadas<br />
originais.<br />
Esta foi a primeira ação de responsabilidade<br />
social da BM&F: a revitalização<br />
dessa região.<br />
Uma das fundadoras do movimento<br />
<strong>Viva</strong> o <strong>Centro</strong>, a Bolsa procura dar aos<br />
freqüentadores do coração da capital<br />
paulistana, formas de aproveitamento<br />
do espaço público. As duas bancas de<br />
jornais, o coreto, as engraxatarias e a<br />
cabine telefônica foram restauradas e<br />
são mantidas pela BM&F.<br />
No século passado, a Praça <strong>Antonio</strong><br />
<strong>Prado</strong> recebia todas as linhas de bonde<br />
da cidade. Atualmente, forma um calçadão<br />
e é palco de eventos culturais e sociais<br />
como o Carnaval na Praça, quando<br />
puxadores das escolas de samba paulistanas<br />
do grupo especial, passistas,<br />
ritmistas e músicos apresentam-se ao<br />
público; a exibição de orquestras sinfônicas;<br />
o acompanhamento da Copa do<br />
Mundo e dos Jogos Olímpicos, ocasiões<br />
em que há instalação de telões.<br />
Continua na última página<br />
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Tão simples quanto um passo<br />
Muitas vezes, pessoas ou gestores de<br />
empresas perguntam-se como poderiam<br />
realizar ações na área de responsabilidade<br />
social, mantendo o conceito de eficiência<br />
e trabalho consistente. Minha experiência<br />
à frente da Bolsa de Mercadorias & Futuros<br />
ensinou-me que a resposta a esse tipo<br />
de questão é, na maior parte dos casos,<br />
de extrema simplicidade: basta utilizar os<br />
recursos que estão à mão.<br />
Parece pouco Em 1986, a BM&F<br />
iniciou suas atividades. Para sua sede, foi<br />
escolhido um edifício emblemático: o primeiro<br />
prédio construído em São Paulo, em<br />
1900, destinado exclusivamente a receber<br />
escritórios. Na verdade, começava ali um<br />
grande e consistente projeto de cidadania,<br />
além de uma história de sucesso – é a<br />
quinta maior bolsa de futuros e está entre<br />
as dez de derivativos do mundo.<br />
A primeira ação Justamente a mais<br />
simples, no que diz respeito à escolha:<br />
adotar a região da cidade em que a BM&F<br />
está localizada, trabalhando arduamente<br />
para que, a partir dali, tivesse início o processo<br />
de revitalização da área central da<br />
capital paulista.<br />
Como num elo, uma ação leva a outra,<br />
quase que naturalmente. Nesse sentido, o<br />
projeto paisagístico para a Praça <strong>Antonio</strong><br />
<strong>Prado</strong>, procurando recuperar a São Paulo<br />
de 1900, e a criação, em parceria com<br />
outras instituições também preocupadas<br />
com o mesmo tema, da Associação <strong>Viva</strong> o<br />
<strong>Centro</strong> foram passos essenciais.<br />
Nossa primeira ação como empresa-cidadã<br />
ganhava corpo. Nesta edição,<br />
apresentamos esse trabalho, que, mais<br />
uma vez, significou a escolha entre agir e<br />
esperar. Nós da BM&F escolhemos a primeira<br />
opção: o caminho mais simples.<br />
Manoel Felix Cintra Neto<br />
Presidente do Conselho de Administração da BM&F<br />
Marilson bate o recorde<br />
sul-americano<br />
Marilson Gomes dos Santos, um<br />
dos 95 atletas do Clube de Atletismo<br />
BM&F, bateu o recorde sul-americano<br />
dos 5.000m rasos dois dias após<br />
ter quebrado o recorde brasileiro dos<br />
10.000m. O fundista ganhou a medalha<br />
de bronze nos 5.000m, com o<br />
tempo de 13min19seg43, no meeting<br />
de Kassel, na Alemanha. Marilson, 28<br />
anos, foi vice-campeão pan-americano<br />
dos 10.000m e medalha de bronze nos<br />
5.000m, em Santo Domingo, em 2003.<br />
Ele também venceu a São Silvestre em<br />
2003 e 2005. Outros dois atletas do<br />
Clube também subiram no pódio em<br />
suas provas no meeting da Alemanha:<br />
Maíla Machado, nos 100m sobre barreiras;<br />
e Anselmo Gomes da Silva, nos<br />
110m sobre barreiras.<br />
APBM&F na<br />
TV Cultura<br />
A Associação Profissionalizante<br />
BM&F participou do Balanço Social, exibido<br />
pela TV Cultura de São Paulo, em<br />
4 de junho. Esse programa, que discute<br />
e apresenta ações de responsabilidade<br />
social promovidas pelas empresas brasileiras,<br />
visitou a APBM&F e mostrou<br />
um pouco do trabalho desenvolvido na<br />
formação profissional de jovens carentes<br />
nos três cursos: Faz Tudo, Capacitação<br />
para Empregabilidade e Espaço Beleza.<br />
O diretor administrativo e financeiro da<br />
Bolsa, Nestor Lourenço de Camargo, destacou<br />
em sua entrevista a importância da<br />
Associação na inserção social e econômica<br />
dos jovens atendidos, com base na<br />
formação profissional, na valorização da<br />
auto-estima e na inclusão de suas famílias<br />
e da comunidade no processo de<br />
crescimento.<br />
BM&F & Responsabilidade Social é um informativo bimestral da Bolsa de Mercadorias & Futuros. Comissão editorial: Edemir Pinto, Nestor Lourenço de Camargo,<br />
Noenio Spinola e Núcleo de Responsabilidade Social (Beto Saglietti, Fatima Lopes, Maria Luiza Doria, Mariana Quaranta, Mario Palhares, Marta Wakai Cavalheiro e Miguel<br />
Baia Bargas). Jornalista responsável: Noenio Spinola (MTb 56.791/66). Colaboradores: Laíza Verissimo Seraceni, Rosangela Kirst, Rogério Queiroz Maia e Rose Jordão. Fale<br />
conosco: responsabilidade@bmf.com.br – Veja no site: www.bmf.com.br/apbmf. Bolsa de Mercadorias & Futuros, Praça <strong>Antonio</strong> <strong>Prado</strong>, 48, 01010-901, São Paulo, SP.<br />
Este jornal foi impresso em papel nacional, 100% reciclado, produzido em escala industrial, a partir de aparas pré e pós-consumo. Distribuição gratuita.<br />
2<br />
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Danilo Rufino Guilherme é<br />
um jovem grande artista. Quando<br />
criança, esse tímido paulistano<br />
sonhava em ser caminhoneiro.<br />
Mas, na estrada da vida, foram<br />
seu talento, sua obstinação e sua<br />
arte os responsáveis pela mudança<br />
em seu caminho. Para melhor.<br />
Ele tinha um dom que estava<br />
adormecido, só esperando uma<br />
oportunidade para aflorar. Foi sua<br />
mãe quem falou pela primeira vez<br />
da Associação Profissionalizante<br />
BM&F. Com 16 anos, foi selecionado<br />
para participar da 9ª turma<br />
do curso Faz Tudo. Era, sem dúvida,<br />
o começo da realização de um<br />
grande sonho. “Eu aprendi tudo<br />
na APBM&F. Das etapas da construção<br />
civil até a maneira como<br />
me comportar em uma entrevista, além<br />
de combate a incêndio, informática, inglês,<br />
tudo o que você pode imaginar. Aprendi<br />
a me comunicar melhor com as pessoas.<br />
Quando cheguei, era totalmente fechado,<br />
tímido. Na Associação os professores me<br />
estimularam, pois fazemos dinâmicas, temos<br />
de falar em público. Fui aprendendo<br />
a desenvolver isso e a me comunicar melhor”,<br />
conta Danilo.<br />
Foram seis meses intensos, com Danilo<br />
desenvolvendo suas capacidades e adquirindo<br />
conhecimentos. Quando saiu de<br />
lá, trabalhou como ajudante de pedreiro,<br />
cavou barrancos e foi ajudante geral no<br />
Departamento de Classificação da BM&F.<br />
Mas não era esse o destino traçado para<br />
ele. “Estava em casa sem fazer nada e a<br />
As peças do futuro nas<br />
mãos de Danilo<br />
Marta, da APBM&F (Marta Wakai Cavalheiro,<br />
supervisora geral da APBM&F), me ligou<br />
perguntando se eu queria fazer um curso<br />
de mosaico. Eu nem sabia o que era mosaico.<br />
No começo, não gostava de fazer, mas<br />
vi que era uma coisa que trazia resultado e<br />
remuneração”, lembra. Depois do curso, foi<br />
convidado a fazer um estágio com a professora<br />
que ministrou as aulas. Trabalhou por<br />
quatro anos no ateliê.<br />
Se no começo ele não sabia o que era<br />
mosaico, agora Danilo tem na ponta da<br />
língua a resposta: “O mosaico é uma profissão<br />
infinita. Tudo que você imaginar com<br />
o mosaico você pode fazer. Eu faço número<br />
de residência, fundo de piscina, painéis<br />
bizantinos, retratos de santos, molduras,<br />
expressão humana”, afirma. Hoje, aos 21<br />
anos, Danilo presta serviços e dá<br />
aulas particulares dessa técnica:<br />
“É um trabalho que exige tempo<br />
e paciência. Você se desliga do<br />
mundo, esquece de tudo. É uma<br />
terapia”, explica. No mosaico, o<br />
corte de cada pedaço de azulejo<br />
é feito artesanalmente. É preciso<br />
habilidade e criatividade.<br />
Com cores e muita imaginação,<br />
é possível empregá-lo na construção<br />
civil, em imensos painéis,<br />
na decoração de piscinas, pisos<br />
e paredes.<br />
A APBM&F ainda faz parte<br />
da vida de Danilo: é lá que ele<br />
busca conforto e conhecimento.<br />
“Quando preciso, o pessoal da<br />
Associação está sempre disposto<br />
a me orientar. Venho tirar dúvidas,<br />
conversar com os professores. Agora,<br />
mais voltado para a parte artística, pesquiso<br />
sobre artes na biblioteca”, conta.<br />
A maior lição que aprendeu na Associação<br />
Profissionalizante Acreditar em<br />
sua capacidade de criar. “Quando entrei<br />
na APBM&F sempre me perguntava: será<br />
que vou conseguir Os professores diziam:<br />
você tem capacidade. O que você quiser,<br />
desde que se esforce, vai conseguir. E eu<br />
confiei neles. Hoje, tenho certeza de que<br />
conseguiu realizar meus sonhos”, afirma.<br />
Os objetivos que ele desenhou, como no<br />
mosaico, em que as peças precisam ser<br />
colocadas uma a uma, com sutileza e paciência,<br />
começam a tomar forma: montar<br />
um ateliê próprio e dar aulas de arte na<br />
APBM&F para os alunos do Faz Tudo.<br />
APBM&F forma novos cidadãos<br />
Em 20 de junho, aconteceu a formatura de 44<br />
alunos da 19ª turma do Faz Tudo, oferecido pela<br />
Associação Profissionalizante BM&F. Eles aprenderam,<br />
nos cinco meses e meio de curso, as técnicas<br />
da construção civil. Em 13 de junho, foi realizada a<br />
formatura da 20ª turma do Capacitação para a Empregabilidade.<br />
As empresas interessadas em recrutar esses jovens<br />
poderão entrar em contato pelo site www.bmf.<br />
com.br/apbmf e definir o perfil dos colaboradores que<br />
desejam. Os profissionais da APBM&F selecionam os<br />
currículos que atendam a esses pedidos e agendam<br />
as entrevistas. A Associação mantém disponível o<br />
Balcão de Empregos com mais de 2 mil cadastrados.<br />
3<br />
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Continuação da primeira página<br />
“O centro tem papel fundamental<br />
para o futuro da metrópole. É importante<br />
recuperá-lo, porque revela a identidade da<br />
cidade, elemento vital para atrair o turismo<br />
e os grandes negócios”, afirma Marco <strong>Antonio</strong><br />
Ramos de Almeida, superintendente<br />
geral da Associação <strong>Viva</strong> o <strong>Centro</strong>. Para ele,<br />
foi essencial o fato de a BM&F desistir de<br />
sair da região e resolver investir na recuperação<br />
e na ampliação de suas instalações,<br />
construindo, dentro desses edifícios tombados,<br />
um prédio inteligente.<br />
Nas principais cidades de mundo<br />
– como Londres, Paris e Nova Iorque –, o<br />
centro é o ponto de partida para o turismo.<br />
São Paulo não fica atrás. Abriga mais de mil<br />
edifícios históricos, além de cartões postais<br />
como o Teatro Municipal, a Pinacoteca do<br />
Estado, o Museu da Língua Portuguesa, a<br />
Catedral da Sé, o Vale do Anhangabaú, as<br />
ruas de comércio popular, o mercado financeiro<br />
e a agitada sala de pregões da BM&F,<br />
visitada diariamente por turistas de todas<br />
as partes.<br />
O respeito pela comunidade da região<br />
sempre foi o norte das iniciativas da Bolsa.<br />
Dando continuidade ao programa de<br />
revitalização, foi inaugurado, em janeiro<br />
de 2002, o Espaço Cultural BM&F – que<br />
ocupa o local em que, originalmente, ficava<br />
a sala de negociações, transferida na última<br />
grande reforma para um espaço muito<br />
maior, três pavimentos abaixo do piso térreo.<br />
Visita obrigatória da rota cultural da<br />
cidade, o Espaço já recebeu obras de artistas<br />
famosos como Anita Malfatti e Candido<br />
Portinari. O centro, marco zero da maior cidade<br />
da América Latina, é assim: fascinante<br />
pela mistura democrática de diversas raças<br />
em suas ruas, de muitas idades, de todas as<br />
épocas. E, mesmo entre muitos, consegue<br />
ser único para cada um desses seus transeuntes.<br />
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