Anais Semana de História 2005 - Campus de Três Lagoas

trabalho né... eu acho, ou você vai trabalhar de doméstica
ou você vai trabalhar do que....Eu acho que
agora o homem não....aí sim acho que o homem no
trabalho informal é difícil para o homem..da mais
ainda...insegurança, porque é homem né, eu não sei
a diferença , mas...é chefe da família....acho que dá a
diferença por causa disso... porque o homem é...que
tem que pagar as contas tudo essas coisas...Não que
eu não pague as minhas contas,porque eu que pago
as minhas contas, mas...se for pensar do outro lado
[...] Como to te falando pra você, acho que o meu trabalho
é digno meu trabalho né, com função de ajudar
meus filhos, meu marido em casa e... só que eu acho
que é difícil. Quem ta dentro sabe que é difícil, o que é
viver na insegurança né... na insegurança constante
de não ter perspectiva que vai acontecer no amanhã,
só isso...Eu adoro o que faço 10 .
Para Sandra, o trabalho no comércio informal pertence mais a
mulher que ao homem. Ao seu ver o homem na informalidade enfrenta
mais dificuldades que a mulher, visto que é o chefe da família, o provedor
da renda familiar, responsável pelo sustento de outras pessoas além
do seu. A mulher trabalhando na informalidade - ainda sobre a ótica de
Sandra - é para complementação de renda, busca de independência e
apoio ao investimento na formação dos filhos. Mas esta entrevistada
não descarta que a sua situação de trabalho está relacionada a falta de
perspectiva da mulher conseguir emprego, e carreira de trabalho no
setor formal.
CONCLUSÕES
O trabalho informal principalmente depois de 1997, alcançou
uma dinâmica expressiva na cidade de Três Lagoas-MS. A transferência
dos trabalhadores das calçadas do centro comercial para a
calçada da Estrada de Ferro Novo-Oeste foi causadora de várias
discussões e conflitos abrangendo, de um lado, trabalhadores informais
que, na precariedade de seu trabalho, traziam transtorno para
as vias públicas e incomodavam lojistas e a administração municipal
que, de outro lado, tramavam a retirada dos trabalhadores informais
do centro comercial, alojando-os em um espaço considerado
por eles apropriado.
A pesquisa abrangeu métodos diferenciados como: questionário
por amostragem e relatos de experiência de vida, com a História Oral.
Buscamos relacionar esses dados empíricos com uma bibliografia
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