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Julho-agosto-setembro - Crefito5

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Provocando<br />

o diálogo, criando<br />

alternativas –<br />

Grupo Pró-TO<br />

Foto: Stock<br />

Por Dra. Bárbara Ferreira Leite, Dra. Caroline Bier Faria, Dra. Juliana<br />

Cordeiro Krug, Dra. Luciana Gaelzer Wertheimer e Dra. Marisa Gigante<br />

Terapeutas Ocupacionais<br />

Opinião<br />

30<br />

O surgimento do grupo Pró-TO deu-se<br />

após um evento promovido pelo CRE-<br />

FITO5/RS que ocorreu em dezembro<br />

de 2006. O grupo refletiu sobre a história<br />

da Terapia Ocupacional, insuficiência<br />

de suporte teórico e desconhecimento<br />

da produção científica disponível. As inquietações<br />

também trouxeram conteúdo<br />

acerca da mobilização dos profissionais<br />

enquanto categoria: o que explicava<br />

aquele evento tão vazio Por que a escassez<br />

de participação em eventos e órgãos<br />

associativos<br />

Perceberam-se pontos referentes à profissão<br />

que poderiam ser trabalhados para<br />

provocar algum tipo de mudança nas situações<br />

identificadas como dificultadoras<br />

do estabelecimento e desenvolvimento<br />

da profissão no Estado.<br />

As primeiras reflexões foram acerca do<br />

fortalecimento do lugar dos Terapeutas<br />

Ocupacionais nos campos de trabalho e<br />

da necessidade de explorar uma gama<br />

maior de áreas de atuação. Para agir nestas<br />

duas situações, os profissionais deveriam<br />

ter condições de ocupar seu lugar,<br />

sustentar seu saber e, portanto, sustentar<br />

o que fazem. Surge aí, o questionamento:<br />

sabemos o que fazemos Como sustentar<br />

nossa prática<br />

Fez parte do trabalho grupal desmistificar<br />

o uso de atividades manuais e de recreação<br />

enquanto recurso terapêutico como<br />

sua especificidade. Que sentido teria a<br />

atividade para os Terapeutas Ocupacionais<br />

Qual sua relação com o conceito<br />

de ocupação, ou seriam a mesma coisa<br />

Onde estaria o “efeito terapêutico” da<br />

intervenção Compreendeu-se que este<br />

modelo de intervenção como forma hegemônica<br />

nas práticas de Terapia Ocupacional<br />

corresponde a um período histórico<br />

da profissão e que ainda persiste na<br />

formação acadêmica.<br />

“Vê-se que o atual<br />

cenário da saúde<br />

pauta a promoção<br />

de saúde, fala de<br />

concepção de homem<br />

como sujeito holístico<br />

e a integralidade<br />

como base para<br />

intervenções”<br />

Desta maneira, o grupo alargou as opções<br />

de estudos de modelos teóricos, construindo<br />

possibilidades de intervenções<br />

nas áreas ocupacionais: atividades da vida<br />

diária, trabalho, recreação, atividades instrumentais<br />

de vida diária, lazer e educação<br />

(AJOT, 2002). Também se percebeu a<br />

falta de apropriação da existência de uma<br />

estrutura comum às diferentes práticas,<br />

com a consequente unificação de uma<br />

linguagem pertencente à Terapia Ocupacional.<br />

No Brasil, a profissão nasce inserindo-se<br />

em um contexto social e político com um<br />

modelo reducionista de saúde, baseado<br />

em doenças e sintomas. A partir deste<br />

modelo a Terapia Ocupacional buscou fundamentar-se<br />

com referenciais biomédicos.<br />

Vê-se que o atual cenário da saúde pauta<br />

a promoção de saúde, fala de concepção<br />

de homem como sujeito holístico e a integralidade<br />

como base para intervenções,<br />

portanto, constitui-se como momento<br />

propício para rever a prática e o desenvolvimento<br />

das intervenções da Terapia<br />

Ocupacional.<br />

Em nosso Estado, não encontramos cursos<br />

com enfoque na Terapia Ocupacional.<br />

Os profissionais acabam por especializarem-se<br />

em outras áreas, aumentando a<br />

distância com os modelos específicos da<br />

profissão e, consequentemente, a dificuldade<br />

de nos identificarmos como pares.<br />

Precisamos nos embasar em nossa ciência<br />

da ocupação humana, em nossos marcos<br />

teóricos e em nossa prática cotidiana.<br />

Precisamos unir forças para que nossa<br />

profissão não desapareça sem deixar vestígios<br />

e por um reconhecimento massivo<br />

de que nossa profissão é necessária.<br />

Pensamos que a união de forças é urgente<br />

frente à situação que enfrentamos de<br />

pouca entrada, muita evasão no primeiro<br />

curso de Terapia Ocupacional do Rio<br />

Grande do Sul e a abertura de novos cursos<br />

em Universidades Federais. Como<br />

iremos manter cursos em funcionamento<br />

nos moldes de uma educação de qualidade<br />

se não estivermos constantemente nos<br />

qualificando, aprendendo e construindo<br />

conhecimento entre nós<br />

Com essas indagações e indignações convidamos<br />

a todas(os) a participarem de<br />

nossos encontros.

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