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Guia de serviços ambientais - biofilica.com.br

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<strong>Guia</strong> para a elaboração <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> carbono<<strong>br</strong> />

e <strong>de</strong> serviços <strong>ambientais</strong>


Realização<<strong>br</strong> />

Instituto <strong>de</strong> Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora)<<strong>br</strong> />

Biofílica Investimentos Ambientais<<strong>br</strong> />

Autores<<strong>br</strong> />

Maurício <strong>de</strong> Almeida Voivodic – Eng. Florestal (Imaflora)<<strong>br</strong> />

Plínio Aguiar Ribeiro – Administrador e mestre em administração pública (Biofílica)<<strong>br</strong> />

Evelin Fagun<strong>de</strong>s dos Santos – Gestora ambiental (Imaflora)<<strong>br</strong> />

Thaís Felipelli – Eng. Mecatrônica e mestre em administração e negócios (Biofílica)<<strong>br</strong> />

Helena Gomes – Gestora ambiental e mestranda em ecologia aplicada (ESALQ/USP)<<strong>br</strong> />

Revisão técnica<<strong>br</strong> />

Luis Fernando Gue<strong>de</strong>s Pinto - Imaflora<<strong>br</strong> />

Jeffrey Hayward - Diretor da Iniciativa <strong>de</strong> Clima da Rainforest Alliance<<strong>br</strong> />

Tasso Resen<strong>de</strong> <strong>de</strong> Azevedo - Consultor do Ministério do Meio Ambiente para assuntos <strong>de</strong> mudanças climáticas e <strong>com</strong>bate<<strong>br</strong> />

ao <strong>de</strong>smatamento.<<strong>br</strong> />

Revisão gramatical<<strong>br</strong> />

Cimara Pereira Prada<<strong>br</strong> />

Diagramação<<strong>br</strong> />

Romanini Propaganda e Marketing<<strong>br</strong> />

Apoio<<strong>br</strong> />

Esta publicação conta <strong>com</strong> o apoio da the David and Lucile Packard Foundation<<strong>br</strong> />

Ficha catalográfica<<strong>br</strong> />

<strong>Guia</strong> para a elaboração <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> carbono e <strong>de</strong> serviços <strong>ambientais</strong> / Evelin Fagun<strong>de</strong>s dos Santos, Helena Gomes, Mauricio<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> Almeida Voivodic, Plínio Aguiar Ribeiro e Thaís Felipelli - Piracicaba, SP: Imaflora; São Paulo, SP: Biofílica, 2009. 74 p.<<strong>br</strong> />

ISBN: 978-85-63162-00-7<<strong>br</strong> />

1. Certificação. 2. Brasil - Floresta. 3. Biodiversida<strong>de</strong>. 4. Meio ambiente. I. Título.<<strong>br</strong> />

“Para <strong>de</strong>mocratizar ainda mais a difusão dos conteúdos publicados no Imaflora, as publicações estão sob a licença da Creative Commons (www.<<strong>br</strong> />

creative<strong>com</strong>mons.org.<strong>br</strong>), que flexibiliza a questão da proprieda<strong>de</strong> intelectual. Na prática essa licença libera os textos para reprodução e utilização da o<strong>br</strong>a<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> alguns critérios: apenas em casos em que o fim não seja <strong>com</strong>ercial, citada a fonte original (inclusive o autor do texto) e, no caso <strong>de</strong> o<strong>br</strong>as <strong>de</strong>rivadas,<<strong>br</strong> />

a o<strong>br</strong>igatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> licenciá-las também em Creative Commons.”<<strong>br</strong> />

Essa licença não vale para fotos e ilustrações, que permanecem em copyright.<<strong>br</strong> />

Você po<strong>de</strong>:<<strong>br</strong> />

• Copiar, distribuir, exibir e executar a o<strong>br</strong>a<<strong>br</strong> />

• Criar o<strong>br</strong>as <strong>de</strong>rivadas<<strong>br</strong> />

Sob as seguintes condições:<<strong>br</strong> />

• Atribuição. Você <strong>de</strong>ve dar crédito ao autor original, da forma especificada pelo autor ou licenciante.<<strong>br</strong> />

• Uso Não-Comercial. Você não po<strong>de</strong> utilizar esta o<strong>br</strong>a <strong>com</strong> finalida<strong>de</strong>s <strong>com</strong>erciais.<<strong>br</strong> />

• Compartilhamento pela mesma Licença. Se você alterar, transformar, ou criar outra o<strong>br</strong>a <strong>com</strong> base nesta, você somente po<strong>de</strong>rá distribuir a o<strong>br</strong>a<<strong>br</strong> />

resultante sob uma licença idêntica a esta.


A Biofílica é uma empresa <strong>br</strong>asileira, cujo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atuação enfatiza uma solução privada para a<<strong>br</strong> />

gestão <strong>de</strong> extensas áreas florestais da região amazônica. A organização faz parte <strong>de</strong> um mosaico<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> alternativas, principalmente públicas, para aproveitar as oportunida<strong>de</strong>s oferecidas pela região e<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>bater os problemas oriundos do <strong>de</strong>smatamento das florestas.<<strong>br</strong> />

Por meio da <strong>com</strong>ercialização <strong>de</strong> créditos dos serviços <strong>ambientais</strong>, do fomento e do financiamento<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa científica, além do <strong>de</strong>senvolvimento das ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> negócios sustentáveis,<<strong>br</strong> />

a Biofílica tem o propósito <strong>de</strong> reduzir o <strong>de</strong>smatamento e as emissões <strong>de</strong> carbono na atmosfera,<<strong>br</strong> />

conservar a biodiversida<strong>de</strong> e os recursos hídricos e promover a inclusão social e o <strong>de</strong>senvolvimento<<strong>br</strong> />

das pessoas que vivem no bioma amazônico.<<strong>br</strong> />

A empresa surgiu a partir do interesse <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> empresários, cientistas, estudantes e<<strong>br</strong> />

formuladores <strong>de</strong> políticas públicas em investir na criação <strong>de</strong> alternativas pioneiras, que tornassem<<strong>br</strong> />

a conservação ambiental uma ativida<strong>de</strong> economicamente interessante para os proprietários das<<strong>br</strong> />

florestas, as <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s e os investidores.<<strong>br</strong> />

Biofílica Investimentos Ambientais S.A. | Rua Joaquim Floriano, 100, Conj. 192<<strong>br</strong> />

CEP 04534-000 | São Paulo/SP - Brasil | Tel/Fax: (11) 3073 0434<<strong>br</strong> />

contato@<strong>biofilica</strong>.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> | www.<strong>biofilica</strong>.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

O Imaflora (Instituto <strong>de</strong> Manejo e Certificação Florestal e Agrícola) é uma organização <strong>br</strong>asileira,<<strong>br</strong> />

sem fins lucrativos, criada em 1995 para promover a conservação e o uso sustentável dos<<strong>br</strong> />

recursos naturais e para gerar benefícios sociais nos setores florestal e agrícola.<<strong>br</strong> />

Conselho Diretor:<<strong>br</strong> />

Adalberto Veríssimo<<strong>br</strong> />

André Villas-Bôas<<strong>br</strong> />

Fabio Albuquerque<<strong>br</strong> />

Marcelo Paixão<<strong>br</strong> />

Maria Zulmira <strong>de</strong> Souza<<strong>br</strong> />

Marilena Lazzarini<<strong>br</strong> />

Sérgio A. P. Esteves<<strong>br</strong> />

Silvio Gomes <strong>de</strong> Almeida<<strong>br</strong> />

Conselho Consultivo:<<strong>br</strong> />

Célia Cruz<<strong>br</strong> />

Mário Mantovani<<strong>br</strong> />

Richard Donovan<<strong>br</strong> />

Samuel Giordano<<strong>br</strong> />

Rubens Mendonça<<strong>br</strong> />

Conselho Fiscal:<<strong>br</strong> />

Adauto Ta<strong>de</strong>u Basílio<<strong>br</strong> />

Erika Bechara<<strong>br</strong> />

Rubens Mazon<<strong>br</strong> />

Secretaria Executiva:<<strong>br</strong> />

Luís Fernando Gue<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

Pinto<<strong>br</strong> />

Lineu Siqueira Júnior<<strong>br</strong> />

Comunicação:<<strong>br</strong> />

Priscila Mantelatto<<strong>br</strong> />

Estrada Chico Men<strong>de</strong>s, 185 | Caixa postal 411 | Cep: 13400 970 | Piracicaba/SP - Brasil<<strong>br</strong> />

Tel/Fax: (19) 3414 4015 | imaflora@imaflora.org.<strong>br</strong> | www.imaflora.org.<strong>br</strong>


PREFÁCIO<<strong>br</strong> />

Lendo recentemente um artigo escrito por Herman Daly, gran<strong>de</strong> economista norte-americano,<<strong>br</strong> />

tomei consciência <strong>de</strong> algo que subliminarmente já me in<strong>com</strong>odava fazia muito tempo: a economia<<strong>br</strong> />

mo<strong>de</strong>rna não reconhece a importância dos ecossistemas e nem percebe que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong>les sua própria<<strong>br</strong> />

existência. Isso leva, entre outros motivos, a um uso exagerado <strong>de</strong> recursos naturais e a uma crescente<<strong>br</strong> />

intoxicação do planeta por lixo, poluição e outros subprodutos, in<strong>de</strong>sejáveis, das ativida<strong>de</strong>s econômicas.<<strong>br</strong> />

Na história recente, a consciência <strong>de</strong> que era preciso tomar atitu<strong>de</strong>s para garantir a so<strong>br</strong>evivência<<strong>br</strong> />

do ser humano em nosso planeta teve início nos anos 70, <strong>com</strong> os trabalhos do Clube <strong>de</strong> Roma, o Relatório<<strong>br</strong> />

Brundtland e a Conferência das Nações Unidas em Estocolmo. A partir daí, <strong>com</strong>eçou um gran<strong>de</strong> esforço,<<strong>br</strong> />

por parte <strong>de</strong> vários setores da socieda<strong>de</strong>, <strong>com</strong>o se, finalmente, acordássemos <strong>de</strong> um sono letárgico, para<<strong>br</strong> />

construir uma mudança no <strong>com</strong>portamento global, que levasse à conservação dos recursos naturais<<strong>br</strong> />

e ao uso sustentável <strong>de</strong>les. Outras conferências seguiram-se e novos esquemas criaram-se, <strong>com</strong>o a<<strong>br</strong> />

onda <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável que se propagou após a Conferência do Rio, em 1992.<<strong>br</strong> />

Entretanto é preciso reconhecer que, apesar do esforço <strong>de</strong> muitos, não foi possível promover<<strong>br</strong> />

uma mudança substancial nem na manutenção da natureza, nem na redução substancial das forças que<<strong>br</strong> />

levam à <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> nosso planeta. De fato, a população humana continua a crescer e a consumir cada<<strong>br</strong> />

vez mais: já somos quase 7 bilhões <strong>de</strong> pessoas. Como fruto <strong>de</strong> nossas ações so<strong>br</strong>e o planeta, as florestas<<strong>br</strong> />

nativas vêm <strong>de</strong>saparecendo, gases do efeito estufa acumulam-se, na atmosfera, em concentrações<<strong>br</strong> />

cada vez mais perigosas, as águas dos rios e dos mares estão poluídas, lixos e resíduos acumulam-se no<<strong>br</strong> />

solo e cada vez mais doenças surgem e ressurgem, pondo nossa existência constantemente em risco.<<strong>br</strong> />

Essa tendência só se irá reverter, quando houver uma mudança paradigmática no <strong>com</strong>portamento<<strong>br</strong> />

do ser humano, que reduza nossa pegada ecológica so<strong>br</strong>e o planeta. Em 2005, a pegada ecológica<<strong>br</strong> />

humana foi estimada em 1.3 planeta Terra. Em outras palavras, isso significa que a humanida<strong>de</strong> usa


os serviços ecológicos 1.3 vez mais rápido do que o planeta é capaz <strong>de</strong> renová-los. Hoje, se todos os<<strong>br</strong> />

habitantes tivessem o mesmo consumo <strong>de</strong> um cidadão <strong>de</strong> classe média dos países <strong>de</strong>senvolvidos, já seriam<<strong>br</strong> />

necessários quatro planetas <strong>com</strong>o a Terra.<<strong>br</strong> />

Ainda em 2005, foi publicado o relatório da força-tarefa em sustentabilida<strong>de</strong> ambiental, do<<strong>br</strong> />

Projeto do Milênio das Nações Unidas. Ele contém <strong>de</strong>z re<strong>com</strong>endações preciosas para a garantia <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

nosso futuro, mas, para efeito <strong>de</strong>sta publicação, <strong>de</strong>stacam-se, três: (1) mitigar os efeitos prévios da<<strong>br</strong> />

mudança climática global; (2) corrigir falhas e distorções <strong>de</strong> mercado e (3) introduzir a sustentabilida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

ambiental em todas as propostas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.<<strong>br</strong> />

O mundo está clamando por uma mudança que coloque a sustentabilida<strong>de</strong> no centro das atenções<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> todos. Se legislação e regulação não têm dado resultado, quem sabe criar incentivos, que remunerem<<strong>br</strong> />

aqueles que se <strong>de</strong>dicam a práticas sustentáveis em suas ativida<strong>de</strong>s, seja mais eficaz nessa tarefa.<<strong>br</strong> />

Incentivo econômico, <strong>com</strong>o mecanismo para promover mudanças <strong>de</strong> <strong>com</strong>portamentos, é quase uma<<strong>br</strong> />

unanimida<strong>de</strong>. A natureza tem-nos fornecido benefícios gratuitamente e, talvez por isso, a humanida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

não tenha <strong>de</strong>spertado para o valor do ar puro, da água limpa, do solo fértil e <strong>de</strong> outras qualida<strong>de</strong>s sem<<strong>br</strong> />

as quais não vivemos dignamente. Retirar esses serviços <strong>ambientais</strong> das externalida<strong>de</strong>s econômicas<<strong>br</strong> />

e colocá-los no centro da economia constituirão, certamente, um gran<strong>de</strong> passo para solucionar<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>safios, <strong>com</strong>o a manutenção dos serviços ecossistêmicos e suas consequências so<strong>br</strong>e a qualida<strong>de</strong> e<<strong>br</strong> />

a quantida<strong>de</strong> da biodiversida<strong>de</strong> e da disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> elementos, <strong>com</strong>o a água, o ar, o solo e um clima<<strong>br</strong> />

ameno e favorável à vida.<<strong>br</strong> />

Alem disso, ao olharmos esses mecanismos por uma ótica <strong>br</strong>asileira, po<strong>de</strong>mos ver uma gran<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negócio. O Brasil, <strong>com</strong> sua megadiversida<strong>de</strong>, <strong>com</strong> sua riqueza <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> água e <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

a gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> suas florestas tropicais, estará em posição privilegiada no século XXI, quando esses fatores


estiverem no centro das ativida<strong>de</strong>s econômicas. É preciso, contudo, que façamos nosso <strong>de</strong>ver-<strong>de</strong>-casa:<<strong>br</strong> />

preparar e a<strong>br</strong>ir espaços para que governo, a iniciativa privada e a socieda<strong>de</strong> civil possam atuar e ser<<strong>br</strong> />

apropriadamente re<strong>com</strong>pensados, possibilitando que o Brasil li<strong>de</strong>re esse novo mercado, que <strong>de</strong>sponta<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o um dos mais promissores <strong>de</strong>ste século.<<strong>br</strong> />

Esse guia é uma contribuição prática à resolução <strong>de</strong>sses <strong>de</strong>safios. Ele já nasce forte, pela junção<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> duas organizações pioneiras, <strong>com</strong>o o Imaflora e a Biofílica, que trabalharam juntos em sua concepção<<strong>br</strong> />

e realização. É inovador porque propõe que os mecanismos <strong>de</strong> pagamento por serviços <strong>ambientais</strong><<strong>br</strong> />

contem <strong>com</strong> um <strong>com</strong>ponente <strong>de</strong> gestão para garantir a manutenção <strong>de</strong>sses serviços. Está fadado ao<<strong>br</strong> />

sucesso ao permitir que aqueles que querem trabalhar nesse novo campo encontrem uma literatura em<<strong>br</strong> />

Português, <strong>com</strong> conteúdo tão avançado que, ouso afirmar, não tem equivalente em nenhum outro pais.<<strong>br</strong> />

Por todas essas razões, re<strong>com</strong>endo a leitura e a utilização <strong>de</strong>sta o<strong>br</strong>a por todos que, <strong>de</strong> uma<<strong>br</strong> />

maneira ou <strong>de</strong> outra, se interessam pelo assunto.<<strong>br</strong> />

Nazaré Paulista, 28/09/2009<<strong>br</strong> />

Claudio Valladares Padua


APRESENTAÇÃO GERAL<<strong>br</strong> />

A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> elaborar este guia partiu da percepção <strong>de</strong> que, a <strong>de</strong>speito da importância que projetos<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> serviços <strong>ambientais</strong> têm assumido no cenário atual, ainda falta uma referência para aqueles que<<strong>br</strong> />

pretendam realizar esse tipo <strong>de</strong> projeto. A situação agrava-se na medida que existem, atualmente,<<strong>br</strong> />

diferentes padrões <strong>de</strong> certificação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> carbono, cada qual <strong>com</strong> um formato diferente e <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

exigências que, apesar <strong>de</strong> semelhantes em conteúdo, são apresentadas <strong>de</strong> formas muito diversas.<<strong>br</strong> />

Consi<strong>de</strong>re este guia uma ferramenta <strong>de</strong> trabalho. É uma ferramenta para auxiliar no planejamento<<strong>br</strong> />

e na execução <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s, que serão realizadas para garantir a manutenção e/ou o incremento dos<<strong>br</strong> />

serviços <strong>ambientais</strong> <strong>de</strong> uma área ou <strong>de</strong> uma região específica, relacionados à estocagem e ao sequestro<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> carbono, à redução do <strong>de</strong>smatamento, à geração e à preservação do solo e <strong>de</strong> sua fertilida<strong>de</strong>, à<<strong>br</strong> />

manutenção da biodiversida<strong>de</strong>, à estabilização do clima, entre outros, muito diversos.<<strong>br</strong> />

Concebeu-se este guia para simplificar a <strong>com</strong>plexida<strong>de</strong>, orientando, <strong>de</strong> forma prática, a elaboração<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> pagamentos por serviços <strong>ambientais</strong>. Ele será especialmente útil para os projetos que<<strong>br</strong> />

buscarão a<strong>de</strong>quar-se a normas internacionais <strong>de</strong> certificação, para a posterior venda, no mercado, dos<<strong>br</strong> />

créditos <strong>de</strong> serviços <strong>ambientais</strong> gerados.<<strong>br</strong> />

Por isso, estudamos profundamente as principais normas <strong>de</strong> certificação do mercado voluntário<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> carbono e nelas nos inspiramos: VCS (Voluntary Carbon Standards), CAR (Climate Action Reserve),<<strong>br</strong> />

CCBA (Climate, Community and Biodiversity), ACR (American Carbon Registry) e Plan Vivo.<<strong>br</strong> />

O foco maior no mercado <strong>de</strong> carbono ocorreu, em função <strong>de</strong> este ser um mercado que se está<<strong>br</strong> />

consolidando rapidamente, gerando,assim, uma gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>manda por ferramentas que facilitem a entrada<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> projetos nesse mercado. Isso fez <strong>com</strong> que os termos utilizados neste guia sejam mais aplicáveis a<<strong>br</strong> />

projetos <strong>de</strong> carbono. Entretanto, acreditamos que a organização dos temas em um projeto, conforme<<strong>br</strong> />

apresentada neste guia, po<strong>de</strong> também ser útil para projetos referentes a outros serviços <strong>ambientais</strong>.


As exigências <strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>ssas normas <strong>de</strong> certificação foram sistematizadas em uma matriz,<<strong>br</strong> />

classificando-as em gran<strong>de</strong>s temas. Em seguida, organizamos esses gran<strong>de</strong>s temas em uma estrutura<<strong>br</strong> />

sequencial, <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> uma lógica <strong>com</strong>um <strong>de</strong> projetos, tentando torná-la bastante objetiva e evitar<<strong>br</strong> />

qualquer tipo <strong>de</strong> redundância <strong>de</strong>snecessária.<<strong>br</strong> />

É nossa intenção, <strong>com</strong> este guia, que a escolha da norma <strong>de</strong> certificação a utilizar não preceda<<strong>br</strong> />

a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> elaboração do projeto. Assim, este manual possui uma estrutura central, organizada em<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>z itens, que contém as principais exigências dos cinco sistemas <strong>de</strong> certificação analisados. Exigências<<strong>br</strong> />

muito específicas <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>les não foram incluídas na estrutura central, mas <strong>com</strong>puseram os cinco<<strong>br</strong> />

anexos que a a<strong>com</strong>panham. Assim, ao elaborar um projeto para submetê-lo a um <strong>de</strong>sses sistemas,<<strong>br</strong> />

inclua também as re<strong>com</strong>endações contidas nos anexos.<<strong>br</strong> />

Naturalmente, seguir a estrutura sugerida neste manual não garante, por si só, que o projeto<<strong>br</strong> />

será um bom projeto, <strong>com</strong> potencial <strong>de</strong> ser validado por um sistema <strong>de</strong> certificação. A qualida<strong>de</strong> das<<strong>br</strong> />

informações que preencherão a estrutura é que <strong>de</strong>finirá a qualida<strong>de</strong> do projeto.<<strong>br</strong> />

A forma <strong>com</strong>o os <strong>de</strong>z itens foram organizados neste manual segue uma lógica que se inicia <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

informações mais genéricas so<strong>br</strong>e o projeto, e se vai aprofundando nos <strong>de</strong>talhes mais específicos das<<strong>br</strong> />

ativida<strong>de</strong>s e dos aspectos metodológicos. Essa estrutura é apenas uma sugestão, feita porque acreditamos<<strong>br</strong> />

que, <strong>de</strong>ssa forma, as informações ficam organizadas, <strong>de</strong> modo a facilitar a leitura e o entendimento<<strong>br</strong> />

do projeto. Entretanto, <strong>com</strong>o cada projeto tem suas peculiarida<strong>de</strong>s, essa estrutura, portanto, <strong>de</strong>ve ser<<strong>br</strong> />

adaptada para a<strong>com</strong>odar, da melhor forma possível, tais peculiarida<strong>de</strong>s.<<strong>br</strong> />

Num momento <strong>de</strong> muita in<strong>de</strong>finição quanto à incipiente e promissora “indústria” <strong>de</strong> pagamentos<<strong>br</strong> />

por serviços <strong>ambientais</strong>, esperamos que essa ferramenta seja útil e eficiente para <strong>de</strong>senvolvedores <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

projetos, <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s, proprietários e investidores.


1. Introdução<<strong>br</strong> />

Anexo 1: Requerimentos adicionais do CCB<<strong>br</strong> />

Anexo 2: Requerimentos adicionais do VCS<<strong>br</strong> />

Anexo 3: Requerimentos adicionais do CCAR<<strong>br</strong> />

Anexo 4: Requerimentos adicionais do ACR<<strong>br</strong> />

Anexo 5: Requerimentos adicionais do Plan Vivo<<strong>br</strong> />

3. Organizações envolvidas e responsabilida<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

4. Gestão do projeto<<strong>br</strong> />

4.2 Gestão <strong>de</strong> Recursos Humanos (RH)<<strong>br</strong> />

4.3 Mecanismos <strong>de</strong> revisão do projeto<<strong>br</strong> />

4.4 Mecanismos <strong>de</strong> transparência<<strong>br</strong> />

4.6 Critérios <strong>de</strong> elegibilida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Estrutura <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

projeto <strong>de</strong> carbono<<strong>br</strong> />

e serviços <strong>ambientais</strong><<strong>br</strong> />

5. Aspectos legais do projeto 5.1 Situação fundiária e regularida<strong>de</strong> ambiental da proprieda<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

5.2 Licenças necessárias para a implementação do projeto<<strong>br</strong> />

5.3 Legislação trabalhista<<strong>br</strong> />

5.4 Situação tributária<<strong>br</strong> />

5.5 Direito legal so<strong>br</strong>e o serviço ambiental<<strong>br</strong> />

6. Descrição geral da área do projeto 6.1 Localização da área do projeto<<strong>br</strong> />

6.2 Uso do solo na área do projeto<<strong>br</strong> />

6.3 Descrição do ambiente<<strong>br</strong> />

6.4 Descrição das <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s locais<<strong>br</strong> />

7. Descrição das ativida<strong>de</strong>s do projeto 7.1 Descrição das ativida<strong>de</strong>s <strong>ambientais</strong><<strong>br</strong> />

7.2 Descrição das ativida<strong>de</strong>s sociais<<strong>br</strong> />

8. Metodologia<<strong>br</strong> />

9. Gestão <strong>de</strong> riscos<<strong>br</strong> />

8.3 Avaliação <strong>de</strong> vazamentos<<strong>br</strong> />

8.4 Permanência<<strong>br</strong> />

8.5 Adicionalida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

8.6 Mensuração dos benefícios<<strong>br</strong> />

10. Plano <strong>de</strong> Monitoramento


SUMÁRIO<<strong>br</strong> />

1. Introdução - 17<<strong>br</strong> />

2. Definição do escopo do projeto - 19<<strong>br</strong> />

3. Organizações envolvidas e responsabilida<strong>de</strong>s - 21<<strong>br</strong> />

4. Gestão do projeto - 23<<strong>br</strong> />

4.1 Gestão financeira - 23<<strong>br</strong> />

4.2 Gestão <strong>de</strong> Recursos Humanos (RH) - 24<<strong>br</strong> />

4.3 Mecanismos <strong>de</strong> revisão do projeto - 25<<strong>br</strong> />

4.4 Mecanismos <strong>de</strong> transparência - 25<<strong>br</strong> />

4.5 Mecanismos <strong>de</strong> resolução <strong>de</strong> conflitos - 26<<strong>br</strong> />

4.6 Critérios <strong>de</strong> elegibilida<strong>de</strong> - 26<<strong>br</strong> />

5. Aspectos legais do projeto - 29<<strong>br</strong> />

5.1 Situação fundiária e regularida<strong>de</strong> ambiental da área do projeto - 29<<strong>br</strong> />

5.2 Licenças necessárias para a implementação do projeto - 30<<strong>br</strong> />

5.3 Legislação trabalhista - 30<<strong>br</strong> />

5.4 Situação tributária - 31<<strong>br</strong> />

5.5 Direito legal so<strong>br</strong>e os créditos gerados pelo serviço ambiental - 31<<strong>br</strong> />

6. Descrição geral da área do projeto - 34<<strong>br</strong> />

6.1 Localização da área do projeto - 34<<strong>br</strong> />

6.2 Uso do solo na área do projeto - 35<<strong>br</strong> />

6.3 Descrição do ambiente - 35<<strong>br</strong> />

6.4 Descrição das <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s e outros atores locais - 36<<strong>br</strong> />

7. Descrição <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s - 39<<strong>br</strong> />

7.1 Descrição das ativida<strong>de</strong>s <strong>ambientais</strong> - 40<<strong>br</strong> />

7.2 Descrição das ativida<strong>de</strong>s sociais - 40


8. Metodologia - 43<<strong>br</strong> />

8.1 Cenário sem projeto e <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base - 44<<strong>br</strong> />

8.2 Definição dos estoques <strong>de</strong> carbono a serem consi<strong>de</strong>rados - 45<<strong>br</strong> />

8.3 Avaliação <strong>de</strong> vazamentos - 46<<strong>br</strong> />

8.4 Permanência - 46<<strong>br</strong> />

8.5 Adicionalida<strong>de</strong> - 47<<strong>br</strong> />

8.6 Mensuração dos benefícios - 49<<strong>br</strong> />

9. Gestão <strong>de</strong> riscos - 51<<strong>br</strong> />

10. Plano <strong>de</strong> Monitoramento - 55<<strong>br</strong> />

ANEXO 1. Requerimentos adicionais para o atendimento ao padrão CCB (Clima, Comunida<strong>de</strong> e Biodiversida<strong>de</strong>),<<strong>br</strong> />

2ª edição. - 58<<strong>br</strong> />

ANEXO 2. Requerimentos adicionais para o atendimento ao padrão VCS (Voluntary Carbon Standards) –<<strong>br</strong> />

versão 2007.1 – Novem<strong>br</strong>o <strong>de</strong> 2008 - 62<<strong>br</strong> />

ANEXO 3. Requerimentos específicos para o atendimento ao padrão CAR (Climate Action Reserve) –<<strong>br</strong> />

Versão 3.0 Agosto <strong>de</strong> 2009. - 64<<strong>br</strong> />

ANEXO 4. Requerimentos específicos para o atendimento ao padrão ACR (American Carbon Registry) –<<strong>br</strong> />

V.1 – Março <strong>de</strong> 2009. - 69<<strong>br</strong> />

ANEXO 5. Requerimentos específicos para o atendimento ao padrão Plan Vivo - 71


1. INTRODUÇÃO<<strong>br</strong> />

Como qualquer outro, um projeto <strong>de</strong> carbono ou <strong>de</strong> serviços <strong>ambientais</strong> <strong>de</strong>ve <strong>com</strong>eçar <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

uma introdução, que apresente ao leitor, em poucos parágrafos, uma <strong>de</strong>scrição geral do que é o projeto,<<strong>br</strong> />

sem entrar em <strong>de</strong>talhes.<<strong>br</strong> />

A introdução <strong>de</strong>ve ser um texto curto, <strong>com</strong> cerca <strong>de</strong> uma ou duas páginas, que apresente os<<strong>br</strong> />

principais atores envolvidos na execução e na elaboração do projeto, os principais objetivos econômicos,<<strong>br</strong> />

sociais e <strong>ambientais</strong>, os benefícios esperados e as principais ações a <strong>de</strong>senvolver, para atingir tais<<strong>br</strong> />

objetivos. Evite fornecer, nesta seção, uma <strong>de</strong>scrição das ativida<strong>de</strong>s do projeto, já que essa informação<<strong>br</strong> />

será fornecida posteriormente, em outra seção.<<strong>br</strong> />

É importante também que a introdução inclua uma <strong>de</strong>scrição do contexto em que se insere o<<strong>br</strong> />

projeto. Depen<strong>de</strong>ndo da escala, é relevante <strong>de</strong>monstrar que o mesmo se encontra a<strong>de</strong>quado às estratégias<<strong>br</strong> />

e às políticas nacionais, regionais e locais, relacionadas ao serviço ambiental prestado, garantindo, assim,<<strong>br</strong> />

que não haja oposição entre elas e os objetivos e as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> seu projeto. Apresente, então, uma<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> <strong>com</strong>o seu projeto se relaciona <strong>com</strong> as políticas e as estratégias existentes so<strong>br</strong>e o tema.<<strong>br</strong> />

Essa <strong>de</strong>scrição po<strong>de</strong> <strong>com</strong>por o texto da introdução, mas, se consi<strong>de</strong>rar que o assunto merece uma<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>scrição mais aprofundada, crie um item específico para isso, logo após a introdução.<<strong>br</strong> />

17


2. DEFINIÇÃO DO ESCOPO DO PROJETO<<strong>br</strong> />

Escopo não é uma palavra muito utilizada em português e, por isso, talvez exista alguma confusão<<strong>br</strong> />

so<strong>br</strong>e o seu significado. No linguajar técnico das certificações, escopo é um termo muito utilizado para<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>finir, concretamente, qual o objeto <strong>de</strong> avaliação do certificador, ou qual a a<strong>br</strong>angência do projeto.<<strong>br</strong> />

Descrever o escopo bem no início é importante para que o leitor saiba, rapidamente, quais são<<strong>br</strong> />

os limites <strong>de</strong> atuação das ativida<strong>de</strong>s propostas, possibilitando, <strong>de</strong>ssa maneira, um melhor entendimento<<strong>br</strong> />

inicial, que orientará a leitura e o entendimento das <strong>de</strong>mais partes do projeto.<<strong>br</strong> />

As seguintes informações são necessárias na <strong>de</strong>scrição do escopo do projeto:<<strong>br</strong> />

Área do projeto: apresentar qual é a área física, <strong>com</strong> os limites geográficos, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> as ativida<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

do projeto serão executadas;<<strong>br</strong> />

Comunida<strong>de</strong>s envolvidas: apresentar quais são as <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s diretamente envolvidas,<<strong>br</strong> />

beneficiadas, ou afetadas pelas ativida<strong>de</strong>s do projeto;<<strong>br</strong> />

Área <strong>de</strong> influência: <strong>de</strong>screver <strong>com</strong>o as ativida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m influenciar outras áreas externas à<<strong>br</strong> />

área do projeto, ou outras <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s indiretamente envolvidas, beneficiadas, e/ou afetadas<<strong>br</strong> />

pelo projeto;<<strong>br</strong> />

Limites temporais: Apresentar a data <strong>de</strong> início e <strong>de</strong> fim do projeto e os períodos <strong>de</strong> contabilida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

dos serviços <strong>ambientais</strong>, ou seja, <strong>de</strong> quanto em quanto tempo será realizada uma avaliação para<<strong>br</strong> />

mensurar os serviços <strong>ambientais</strong> prestados.<<strong>br</strong> />

19


3. ORGANIZAÇÕES ENVOLVIDAS E RESPONSABILIDADES<<strong>br</strong> />

Muitos projetos contam <strong>com</strong> a participação, seja no <strong>de</strong>senvolvimento, seja implantação, <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

diferentes organizações, <strong>com</strong>o empresas privadas, financiadores, <strong>com</strong>pradores, ONGs, associações<<strong>br</strong> />

locais, empresas <strong>de</strong> consultoria, pesquisadores, universida<strong>de</strong>s, governos etc. Se esse for o caso, é muito<<strong>br</strong> />

importante que o leitor possa, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início do projeto, i<strong>de</strong>ntificar exatamente quais são as organizações<<strong>br</strong> />

envolvidas e quais suas responsabilida<strong>de</strong>s em relação às ativida<strong>de</strong>s do projeto.<<strong>br</strong> />

Mesmo em projetos <strong>com</strong> várias organizações envolvidas, geralmente existe uma que é a<<strong>br</strong> />

proponente formal do projeto, e isso precisa ficar muito claro, assim <strong>com</strong>o a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> do responsável<<strong>br</strong> />

legal pelas ativida<strong>de</strong>s do projeto.<<strong>br</strong> />

informações:<<strong>br</strong> />

Ao apresentar as organizações envolvidas, inclua, para cada uma <strong>de</strong>las, ao menos as seguintes<<strong>br</strong> />

Descrição do que é a organização: a personalida<strong>de</strong> jurídica (ONG, empresa, associação etc.), a<<strong>br</strong> />

finalida<strong>de</strong>, os temas e as regiões <strong>de</strong> atuação;<<strong>br</strong> />

Descrição das responsabilida<strong>de</strong>s da organização so<strong>br</strong>e as ativida<strong>de</strong>s do projeto;<<strong>br</strong> />

Descrição da experiência técnica da organização e das pessoas envolvidas nas ativida<strong>de</strong>s do<<strong>br</strong> />

projeto, <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> as especialida<strong>de</strong>s necessárias para a execução;<<strong>br</strong> />

Informações da pessoa <strong>de</strong> contato na organização, incluindo en<strong>de</strong>reço, en<strong>de</strong>reço eletrônico e<<strong>br</strong> />

telefone.<<strong>br</strong> />

21


4. GESTÃO DO PROJETO<<strong>br</strong> />

Ao <strong>de</strong>senvolver projetos <strong>de</strong> carbono ou <strong>de</strong> serviços <strong>ambientais</strong>, uma parte importante, mas<<strong>br</strong> />

à qual nem sempre damos muita atenção, é a forma <strong>com</strong>o o projeto será administrado, ou <strong>com</strong>o se<<strong>br</strong> />

dará a sua gestão. Planejar, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início, a forma <strong>com</strong>o será feita a gestão reduz bastante o risco <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

aparecerem problemas durante a execução das ativida<strong>de</strong>s. Além disso, o leitor do projeto, seja ele um<<strong>br</strong> />

auditor <strong>de</strong> certificação, seja qualquer outra pessoa interessada, precisa saber <strong>com</strong>o será feita a gestão,<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> modo a conseguir enten<strong>de</strong>r que as organizações envolvidas <strong>de</strong>monstram capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> administrar<<strong>br</strong> />

a execução das ativida<strong>de</strong>s propostas.<<strong>br</strong> />

Este tema po<strong>de</strong> englobar diversos aspectos relacionados à gestão <strong>de</strong> um projeto, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo<<strong>br</strong> />

muito <strong>de</strong> sua escala. Gran<strong>de</strong>s projetos, que envolvam diversas organizações, precisam criar mecanismos<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> gestão mais sofisticados, para garantir a a<strong>de</strong>quada execução das ativida<strong>de</strong>s. Projetos pequenos,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o, por exemplo, <strong>de</strong> associações <strong>com</strong>unitárias, po<strong>de</strong>m adotar mecanismos simples <strong>de</strong> gestão das<<strong>br</strong> />

ativida<strong>de</strong>s, nada muito diferente daquilo que a associação já realiza no seu dia-a-dia.<<strong>br</strong> />

A seguir, <strong>de</strong>screvemos os seis temas mais <strong>com</strong>uns <strong>de</strong> gestão, importantes em projetos <strong>de</strong>ssa<<strong>br</strong> />

natureza. Em projetos <strong>de</strong> pequena escala, alguns dos itens po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>snecessários.<<strong>br</strong> />

4.1 Gestão financeira<<strong>br</strong> />

O projeto <strong>de</strong>ve apresentar uma <strong>de</strong>scrição dos mecanismos utilizados para executar a gestão<<strong>br</strong> />

financeira e contábil do projeto.<<strong>br</strong> />

23


Além disso, <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>monstrar que possui viabilida<strong>de</strong> econômica para ser implementado ao longo<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> todo o período <strong>de</strong> execução. Para isso, algumas informações salutares são:<<strong>br</strong> />

Formas <strong>de</strong> financiamento e <strong>de</strong> investimento (fontes <strong>de</strong> recursos para o <strong>de</strong>senvolvimento/<<strong>br</strong> />

implementação do projeto). Caso o recurso não esteja assegurado, <strong>de</strong>screver a estratégia <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

captação <strong>de</strong> recursos e os potenciais doadores;<<strong>br</strong> />

Orçamento operacional (em linhas gerais) por ativida<strong>de</strong>, ao ano: previsões durante o período<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> duração do projeto. Esse orçamento po<strong>de</strong>rá ser apresentado <strong>de</strong> forma resumida, <strong>de</strong>ixando<<strong>br</strong> />

as informações <strong>de</strong>talhadas em planilhas anexas;<<strong>br</strong> />

Mecanismos <strong>de</strong> venda dos créditos gerados, estimativa do valor a alcançar e taxa <strong>de</strong> retorno;<<strong>br</strong> />

Formas <strong>de</strong> registro dos <strong>de</strong>monstrativos financeiros;<<strong>br</strong> />

Existência, ou não, <strong>de</strong> auditoria contábil, necessária, em especial, para projetos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> escala<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> investidores externos.<<strong>br</strong> />

4.2 Gestão <strong>de</strong> Recursos Humanos (RH)<<strong>br</strong> />

É preciso apresentar os procedimentos <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> RH adotados durante a implementação do<<strong>br</strong> />

projeto. Esses procedimentos geralmente envolvem políticas <strong>de</strong> RH, tais quais: a política <strong>de</strong> contratação<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-o<strong>br</strong>a, incluindo as oportunida<strong>de</strong>s para as <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s locais; as políticas <strong>de</strong> treinamento<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> trabalhadores, as políticas <strong>de</strong> gênero, a diversida<strong>de</strong> etc.<<strong>br</strong> />

Apresente, também, uma <strong>de</strong>scrição das equipes envolvidas no projeto e suas qualificações.<<strong>br</strong> />

24


Em alguns casos, é interessante incluir um organograma do projeto, representando, <strong>de</strong> forma gráfica, a<<strong>br</strong> />

hierarquia e a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho na equipe, i<strong>de</strong>ntificando quem é o ponto focal e <strong>com</strong>o cada<<strong>br</strong> />

equipe ou pessoa se relaciona <strong>com</strong> as <strong>de</strong>mais.<<strong>br</strong> />

Inclua, caso disponível, uma previsão <strong>de</strong> quais contratações serão necessárias, <strong>de</strong>screvendo o<<strong>br</strong> />

número preciso <strong>de</strong> trabalhadores por ativida<strong>de</strong> e as condições que serão fornecidas a eles.<<strong>br</strong> />

4.3 Mecanismos <strong>de</strong> revisão do projeto<<strong>br</strong> />

Apresente os procedimentos utilizados para realizar revisões periódicas do projeto, <strong>de</strong> modo<<strong>br</strong> />

a a<strong>de</strong>quá-lo a novos contextos e a melhorá-lo, <strong>com</strong> base nas lições aprendidas e na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

fragilida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> limitações do projeto original. Descreva <strong>com</strong>o as informações geradas no sistema <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

monitoramento (ver item 10) serão incorporadas na revisão das práticas do projeto.<<strong>br</strong> />

4.4 Mecanismos <strong>de</strong> transparência<<strong>br</strong> />

Apresente uma <strong>de</strong>scrição dos mecanismos utilizados para disponibilizar informações aos atores<<strong>br</strong> />

envolvidos, aos afetados e aos <strong>de</strong>mais interessados. As informações públicas <strong>de</strong>vem incluir, além do<<strong>br</strong> />

projeto, uma <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> seus principais resultados, os benefícios alcançados, os impactos gerados,<<strong>br</strong> />

as informações <strong>de</strong> monitoramento etc. Devem, também, incluir dados so<strong>br</strong>e a <strong>com</strong>ercialização dos<<strong>br</strong> />

créditos gerados, <strong>com</strong>o a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> créditos, a periodicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> venda e a verificação e os principais<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>pradores.<<strong>br</strong> />

Essas informações, ou um resumo dos itens principais, po<strong>de</strong>m ser entregues ou apresentadas<<strong>br</strong> />

periodicamente às <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s afetadas, disponibilizadas em páginas da internet etc.<<strong>br</strong> />

25


4.5 Mecanismos <strong>de</strong> resolução <strong>de</strong> conflitos<<strong>br</strong> />

Projetos relacionados à gestão <strong>de</strong> recursos naturais, em especial os <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> escala, envolvem<<strong>br</strong> />

geralmente um variado conjunto <strong>de</strong> interesses, expresso pelos diversos atores da região, que, <strong>de</strong> alguma<<strong>br</strong> />

forma, se relacionarão <strong>com</strong> as ativida<strong>de</strong>s do projeto. Não raramente, esses interesses representam<<strong>br</strong> />

visões opostas so<strong>br</strong>e a forma <strong>de</strong> uso dos recursos naturais e, consequentemente, acabam resultando<<strong>br</strong> />

em conflitos que po<strong>de</strong>m inviabilizar a execução do projeto.<<strong>br</strong> />

Assim, é importante que os projetos prevejam mecanismos<<strong>br</strong> />

formais <strong>de</strong> resolução <strong>de</strong> conflitos, que possibilitem antecipar qualquer<<strong>br</strong> />

É importante que os<<strong>br</strong> />

projetos prevejam<<strong>br</strong> />

mecanismos formais <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

resolução <strong>de</strong> conflitos.<<strong>br</strong> />

problema que possa ocorrer e que venha a inviabilizar o projeto.<<strong>br</strong> />

Tais mecanismos po<strong>de</strong>m envolver fóruns permanentes <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

diálogo, processos <strong>de</strong> ouvidoria, formação <strong>de</strong> um conselho consultivo<<strong>br</strong> />

do projeto, <strong>com</strong> a participação <strong>de</strong> representantes dos diferentes atores<<strong>br</strong> />

envolvidos ou afetados, entre outras possibilida<strong>de</strong>s.<<strong>br</strong> />

4.6 Critérios <strong>de</strong> elegibilida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Este item é especialmente importante para projetos executados em mais <strong>de</strong> uma proprieda<strong>de</strong>,<<strong>br</strong> />

ou em um grupo <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s. Por exemplo, projetos <strong>de</strong> reflorestamento em uma bacia hidrográfica,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>posta por várias proprieda<strong>de</strong>s rurais, ou um projeto <strong>de</strong> REDD¹ a ser executado em toda uma região<<strong>br</strong> />

específica <strong>de</strong> um estado da Amazônia.<<strong>br</strong> />

¹ Redução das emissões por <strong>de</strong>smatamento e <strong>de</strong>gradação.<<strong>br</strong> />

26


Nesses casos, é preciso que sejam <strong>de</strong>scritas as características necessárias para que uma nova<<strong>br</strong> />

área possa ser adicionada ao projeto. Essas características são, <strong>com</strong>umente, chamadas <strong>de</strong> critérios <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

elegibilida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

Tais critérios po<strong>de</strong>m relacionar-se à situação fundiária ou à regularida<strong>de</strong> ambiental da proprieda<strong>de</strong>,<<strong>br</strong> />

ao tipo <strong>de</strong> cobertura florestal existente, à data em que a cobertura florestal foi retirada, entre outras<<strong>br</strong> />

possibilida<strong>de</strong>s.<<strong>br</strong> />

Alguns sistemas <strong>de</strong> certificação possuem critérios <strong>de</strong> elegibilida<strong>de</strong> específicos. O VCS, por exemplo,<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>fine que uma área só é elegível para um projeto <strong>de</strong> reflorestamento se a conversão <strong>de</strong>ssa área ocorreu<<strong>br</strong> />

há, pelo menos, <strong>de</strong>z anos da data <strong>de</strong> início do projeto.<<strong>br</strong> />

27


5. ASPECTOS LEGAIS DO PROJETO<<strong>br</strong> />

Qualquer tipo <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> carbono ou <strong>de</strong> serviços <strong>ambientais</strong> engloba uma série <strong>de</strong> questões<<strong>br</strong> />

relacionadas ao cumprimento <strong>de</strong> toda a legislação aplicável à execução das ativida<strong>de</strong>s. Uma <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o são tratadas as questões legais relacionadas ao projeto é, por um lado, um importante <strong>com</strong>ponente<<strong>br</strong> />

em qualquer processo <strong>de</strong> certificação, já que o proponente do projeto <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>monstrar, aos auditores,<<strong>br</strong> />

que as ativida<strong>de</strong>s planejadas cumprem todas as regulamentações legais. Por outro lado, o exercício<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>screver todas as questões legais, relacionadas às ativida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>termina que o <strong>de</strong>senvolvedor do<<strong>br</strong> />

projeto se antecipe a uma eventual <strong>com</strong>plicação legal, que, <strong>de</strong> alguma forma, po<strong>de</strong> impedir a correta<<strong>br</strong> />

execução do que se projetou.<<strong>br</strong> />

Diversas questões legais po<strong>de</strong>m ser importantes em seu projeto e, por isso, merecem subitens<<strong>br</strong> />

específicos nesta seção. Abaixo, <strong>de</strong>screvemos cinco tópicos importantes para a maior parte dos projetos<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> carbono ou <strong>de</strong> serviços <strong>ambientais</strong>. Naturalmente, essas questões têm maior ou menor importância,<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> as características do projeto, em especial <strong>com</strong> a escala e a localização do projeto.<<strong>br</strong> />

5.1 Situação fundiária e regularida<strong>de</strong> ambiental da área do projeto<<strong>br</strong> />

Descreva a situação fundiária da área on<strong>de</strong> o projeto será executado, a qual po<strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>r<<strong>br</strong> />

a uma ou a várias proprieda<strong>de</strong>s. A área po<strong>de</strong> ser privada, <strong>com</strong>unitária, uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação,<<strong>br</strong> />

um assentamento. Seja qual for o caso, o projeto <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>monstrar que o proponente, ou alguma<<strong>br</strong> />

organização envolvida no projeto, possui, <strong>de</strong> forma inquestionável, a posse ou o direito <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> longo<<strong>br</strong> />

prazo daquela área.<<strong>br</strong> />

29


Caso exista algum tipo <strong>de</strong> disputa pela posse ou pelo direito <strong>de</strong> uso da área do projeto, é importante<<strong>br</strong> />

que isso seja apresentado <strong>de</strong> forma bem clara, para, assim, po<strong>de</strong>r-se avaliar <strong>de</strong>vidamente o projeto,<<strong>br</strong> />

num processo <strong>de</strong> certificação.<<strong>br</strong> />

Apresente, também, a situação <strong>de</strong> regularida<strong>de</strong> ambiental da proprieda<strong>de</strong> junto aos órgãos<<strong>br</strong> />

governamentais <strong>com</strong>petentes, incluindo informações <strong>de</strong> averbação da reserva legal, negativa <strong>de</strong> multas<<strong>br</strong> />

e infrações <strong>ambientais</strong> etc.<<strong>br</strong> />

5.2 Licenças necessárias para a implementação do projeto<<strong>br</strong> />

Descreva as licenças ou as anuências <strong>de</strong> órgãos governamentais, imprescindíveis para a execução<<strong>br</strong> />

das ativida<strong>de</strong>s do projeto. Caso as licenças já tenham sido emitidas, apresente cópias ou referência a tais<<strong>br</strong> />

licenças. Caso contrário, <strong>de</strong>screva o processo para receber tais licenças e forneça uma previsão so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />

o momento do projeto em que essas licenças serão necessárias.<<strong>br</strong> />

5.3 Legislação trabalhista<<strong>br</strong> />

Descreva a gestão dos funcionários envolvidos nas ativida<strong>de</strong>s do projeto, sejam eles próprios<<strong>br</strong> />

ou empresas terceirizadas <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços, <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> os requerimentos da legislação<<strong>br</strong> />

trabalhista, incluindo a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> <strong>com</strong>o serão realizados os contratos (CLT ou temporários), quais<<strong>br</strong> />

as formas <strong>de</strong> pagamentos (salários mensais ou pagamento por produção) etc.<<strong>br</strong> />

Apresente, também, as medidas utilizadas, durante a execução das ativida<strong>de</strong>s, para o atendimento<<strong>br</strong> />

aos requerimentos legais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong> segurança do trabalho, incluindo condições <strong>de</strong> moradia, transporte,<<strong>br</strong> />

alimentação, uso <strong>de</strong> produtos químicos, entre outros.<<strong>br</strong> />

30


5.4 Situação tributária<<strong>br</strong> />

Apresente a situação <strong>de</strong> débitos tributários junto à Receita estadual e fe<strong>de</strong>ral (anexar cópias das<<strong>br</strong> />

certidões). Em caso <strong>de</strong> pendências administrativas, é interessante apresentar, também, um plano <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

resolução/quitação das pendências.<<strong>br</strong> />

5.5 Direito legal so<strong>br</strong>e os créditos gerados pelo serviço ambiental<<strong>br</strong> />

Projetos <strong>de</strong> carbono, ou <strong>de</strong> qualquer outro serviço ambiental, geralmente implicam algum<<strong>br</strong> />

mecanismo <strong>de</strong> pagamento pela prestação <strong>de</strong>sses serviços. O pagamento po<strong>de</strong> ser feito através <strong>de</strong> créditos<<strong>br</strong> />

gerados pelo sequestro, pela redução das emissões <strong>de</strong> carbono, ou<<strong>br</strong> />

mesmo através <strong>de</strong> <strong>com</strong>pensações diretas aos responsáveis pela<<strong>br</strong> />

manutenção <strong>de</strong>sses serviços.<<strong>br</strong> />

Seja qual for o caso, para que fique realmente claro <strong>com</strong>o será<<strong>br</strong> />

o mecanismo <strong>de</strong> pagamento pelo serviço ambiental, é importante que<<strong>br</strong> />

o projeto <strong>de</strong>screva o direito <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> so<strong>br</strong>e os créditos gerados<<strong>br</strong> />

pelo serviço ambiental, ou seja, quem tem o direito legal <strong>de</strong> receber<<strong>br</strong> />

O projeto <strong>de</strong>ve<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>screver o direito <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

proprieda<strong>de</strong> so<strong>br</strong>e os<<strong>br</strong> />

créditos gerados pelo<<strong>br</strong> />

serviço ambiental.<<strong>br</strong> />

uma <strong>com</strong>pensação econômica pelo serviço.<<strong>br</strong> />

Esse tema ainda carece <strong>de</strong> uma regulamentação específica no Brasil, o que o torna bastante<<strong>br</strong> />

sensível e <strong>de</strong>licado em um projeto <strong>de</strong> serviços <strong>ambientais</strong>. Apesar disso, tem predominado a concepção<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> que o direito a receber uma <strong>com</strong>pensação econômica, por um serviço ambiental, é do agente que<<strong>br</strong> />

tem direito ao uso da área e que, portanto, ao utilizá-la <strong>de</strong> forma racional e a<strong>de</strong>quada, está prestando<<strong>br</strong> />

um serviço à natureza.<<strong>br</strong> />

31


Em alguns casos, em especial em terras fe<strong>de</strong>rais e estaduais <strong>de</strong>stinadas a <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s (Reservas<<strong>br</strong> />

Extrativistas, Reservas <strong>de</strong> Desenvolvimento Sustentável, Terras Indígenas, Assentamentos), o dono da terra<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong> ser o Estado, mas o direito <strong>de</strong> uso da área foi concedido à <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>, o que a torna a <strong>de</strong>tentora<<strong>br</strong> />

do direito legal <strong>de</strong> receber um pagamento por qualquer serviço ambiental prestado em que se usaram,<<strong>br</strong> />

racional e a<strong>de</strong>quadamente, os recursos naturais.<<strong>br</strong> />

Outra situação a consi<strong>de</strong>rar é a organização responsável pela <strong>com</strong>ercialização dos serviços<<strong>br</strong> />

<strong>ambientais</strong> não ser a que tem o direito legal <strong>de</strong> receber pelo serviço. Nessa situação, o projeto <strong>de</strong>ve<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>screver <strong>com</strong>o se relacionam formalmente as duas partes, aquele <strong>com</strong> o direito <strong>de</strong> receber e o que<<strong>br</strong> />

fará a <strong>com</strong>ercialização. Se o caso envolver uma <strong>com</strong>unida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>tém o direito legal, ou costumário,<<strong>br</strong> />

do uso da terra (e, portanto, o direito so<strong>br</strong>e os créditos gerados pelo serviço ambiental), é fundamental<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>monstrar que a relação entre as partes ocorre segundo acordos firmados <strong>com</strong> o pleno conhecimento<<strong>br</strong> />

e o consentimento <strong>de</strong> todos os moradores da área, consi<strong>de</strong>rados responsáveis pelo e beneficiários do<<strong>br</strong> />

serviço ambiental.<<strong>br</strong> />

32


6. DESCRIÇÃO GERAL DA ÁREA DO PROJETO<<strong>br</strong> />

É neste item que se reúnem todas as informações so<strong>br</strong>e a área on<strong>de</strong> o projeto será executado.<<strong>br</strong> />

Uma boa <strong>de</strong>scrição so<strong>br</strong>e a área, além <strong>de</strong> ser uma exigência em quase todos os padrões <strong>de</strong> certificação<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> carbono, é fundamental para <strong>de</strong>monstrar que o <strong>de</strong>senvolvedor do projeto conhece bem<<strong>br</strong> />

as características da área on<strong>de</strong> as ativida<strong>de</strong>s serão executadas.<<strong>br</strong> />

6.1 Localização da área do projeto<<strong>br</strong> />

A localização da área do projeto, assim <strong>com</strong>o outras informações so<strong>br</strong>e essa área, po<strong>de</strong> ser<<strong>br</strong> />

apresentada através <strong>de</strong> mapas. Mapas <strong>com</strong> informações georreferenciadas da área do projeto facilitam<<strong>br</strong> />

bastante a visualização e o entendimento so<strong>br</strong>e o local ou a região on<strong>de</strong> o projeto será executado.<<strong>br</strong> />

Diversas informações po<strong>de</strong>m <strong>com</strong>por um ou vários mapas no seu projeto, <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> a escala e as<<strong>br</strong> />

peculiarida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada área. As principais informações, geralmente <strong>com</strong>uns a todos os projetos, são:<<strong>br</strong> />

Limites físicos da área do projeto e <strong>de</strong> sua área <strong>de</strong> influência²;<<strong>br</strong> />

Localização das <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s afetadas direta e indiretamente;<<strong>br</strong> />

Localização e i<strong>de</strong>ntificação da vizinhança: proprieda<strong>de</strong>s vizinhas, municípios, estradas etc.;<<strong>br</strong> />

Principais formas <strong>de</strong> acesso à área do projeto;<<strong>br</strong> />

Localização da infraestrutura disponível: estradas internas, casas, galpões etc.;<<strong>br</strong> />

Localização <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação, Terras Indígenas, Assentamentos ou Florestas Públicas<<strong>br</strong> />

nas proximida<strong>de</strong>s da área do projeto.<<strong>br</strong> />

34<<strong>br</strong> />

² Conforme <strong>de</strong>scrito no Item 2: Definição do Escopo do Projeto


6.2 Uso do solo na área do projeto<<strong>br</strong> />

Apresente uma <strong>br</strong>eve <strong>de</strong>scrição do histórico do uso do solo na área do projeto e em seu entorno,<<strong>br</strong> />

incluindo informações so<strong>br</strong>e as ativida<strong>de</strong>s produtivas já realizadas, a época <strong>de</strong> conversões da vegetação<<strong>br</strong> />

natural para outros fins, a época e o processo da regularização fundiária etc.<<strong>br</strong> />

Apresente, também, uma <strong>de</strong>scrição das ativida<strong>de</strong>s atualmente realizadas na área do projeto<<strong>br</strong> />

e nas outras áreas da proprieda<strong>de</strong> (caso o projeto ocupe apenas uma parte da área da proprieda<strong>de</strong>),<<strong>br</strong> />

incluindo o uso agrícola, o florestal, o turístico, o agroindustrial etc.<<strong>br</strong> />

6.3 Descrição do ambiente<<strong>br</strong> />

Uma boa <strong>de</strong>scrição do ambiente on<strong>de</strong> o projeto será executado é fundamental para <strong>de</strong>monstrar<<strong>br</strong> />

o conhecimento so<strong>br</strong>e o serviço ambiental prestado, assim <strong>com</strong>o a sua relação <strong>com</strong> a fauna, a flora e os<<strong>br</strong> />

recursos hídricos presentes na área do projeto. Os padrões <strong>de</strong> certificação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> carbono trazem<<strong>br</strong> />

exigências diferenciadas em relação ao nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhamento das informações so<strong>br</strong>e o ambiente da área<<strong>br</strong> />

do projeto; assim, é muito importante que se conheçam bem as exigências do padrão <strong>de</strong> certificação<<strong>br</strong> />

a utilizar.<<strong>br</strong> />

Em geral, é necessário fornecer uma <strong>de</strong>scrição dos diferentes ecossistemas existentes na área<<strong>br</strong> />

do projeto, <strong>com</strong> informações que incluam, ao menos, as informações disponíveis acerca <strong>de</strong>:<<strong>br</strong> />

Biodiversida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Solo<<strong>br</strong> />

Clima<<strong>br</strong> />

35


Recursos hídricos<<strong>br</strong> />

Espécies ameaçadas<<strong>br</strong> />

Caso seja um projeto <strong>de</strong> <strong>com</strong>ercialização <strong>de</strong> créditos <strong>de</strong> carbono, esta seção <strong>de</strong>ve incluir uma<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>scrição do estoque atual <strong>de</strong> carbono e das emissões <strong>de</strong> carbono existentes na área do projeto, assim<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o a forma <strong>de</strong> mensuração <strong>de</strong>ssas informações. Re<strong>com</strong>enda-se que se utilizem metodologias<<strong>br</strong> />

reconhecidas para se fazerem essas mensurações³.<<strong>br</strong> />

6.4 Descrição das <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s e outros atores locais<<strong>br</strong> />

O projeto precisa i<strong>de</strong>ntificar, claramente, as <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s e os outros atores locais, que terão<<strong>br</strong> />

algum tipo <strong>de</strong> relação <strong>com</strong> as ativida<strong>de</strong>s do projeto, especificando:<<strong>br</strong> />

1) os beneficiários diretos;<<strong>br</strong> />

2) os beneficiários indiretos;<<strong>br</strong> />

3) aqueles que po<strong>de</strong>rão ser afetados negativamente pelas ativida<strong>de</strong>s do projeto.<<strong>br</strong> />

A <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> quais <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s ou outros atores locais são direta ou indiretamente beneficiados<<strong>br</strong> />

pelas ativida<strong>de</strong>s do projeto, ou os que po<strong>de</strong>rão ser negativamente afetados, é uma etapa importante do<<strong>br</strong> />

projeto. Os critérios para isso geralmente implicam questões <strong>com</strong>o: <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s ou vizinhos associados<<strong>br</strong> />

aos vetores <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento, <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s ou municípios mais próximos que po<strong>de</strong>m servir <strong>de</strong> mão<strong>de</strong>-o<strong>br</strong>a<<strong>br</strong> />

às ativida<strong>de</strong>s do projeto, <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s em situação social ou ambiental crítica.Re<strong>com</strong>enda-se<<strong>br</strong> />

³ Ver as metodologias <strong>de</strong> estratificação por uso do solo ou por tipo <strong>de</strong> vegetação, conforme o Intergovernmental Panel<<strong>br</strong> />

on Climate Changes 2006 Gui<strong>de</strong>lines for National GHG Inventories for Agriculture, Forestry and Other Land Use<<strong>br</strong> />

(IPCC 2006 GL for AFOLU).<<strong>br</strong> />

36


que as informações para essa classificação partam <strong>de</strong> um diagnóstico prévio das características das<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s e dos outros atores presentes na região.<<strong>br</strong> />

Descreva as características socioeconômicas das <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ntificadas no escopo do<<strong>br</strong> />

projeto, incluindo a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> suas áreas <strong>de</strong> uso e dos recursos utilizados, além dos direitos legais<<strong>br</strong> />

ou tradicionais so<strong>br</strong>e a terra ou so<strong>br</strong>e os recursos naturais presentes na área do projeto.<<strong>br</strong> />

Descreva, também, qualquer tipo <strong>de</strong> disputa pela posse da terra ou pelo uso <strong>de</strong> recursos naturais,<<strong>br</strong> />

que envolva <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s vizinhas, e apresente as formas <strong>com</strong>o o projeto trata essas disputas.<<strong>br</strong> />

37


7. DESCRIÇÃO DE ATIVIDADES<<strong>br</strong> />

Este item reúne todas as informações so<strong>br</strong>e as ativida<strong>de</strong>s que serão executadas durante a<<strong>br</strong> />

implementação do projeto.<<strong>br</strong> />

Muitos projetos <strong>de</strong>screvem suas ativida<strong>de</strong>s em diferentes seções, dificultando o entendimento<<strong>br</strong> />

so<strong>br</strong>e o que realmente está sendo proposto. Ao mesmo tempo, há uma tendência a que sejam <strong>de</strong>scritas,<<strong>br</strong> />

ou simplesmente mencionadas, ativida<strong>de</strong>s não diretamente relacionadas ao projeto, ou seja, ativida<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

que serão, ou po<strong>de</strong>rão ser, executadas por outras iniciativas não diretamente vinculadas ao projeto em<<strong>br</strong> />

questão. Isso <strong>de</strong>ve ser evitado, pois torna o documento confuso e pouco objetivo.<<strong>br</strong> />

Procure <strong>de</strong>screver as ativida<strong>de</strong>s em or<strong>de</strong>m temporal, sempre as relacionando diretamente aos<<strong>br</strong> />

objetivos do projeto (afinal, é para isso que servem as ativida<strong>de</strong>s!). Ativida<strong>de</strong>s que não estão diretamente<<strong>br</strong> />

relacionadas aos objetivos não <strong>de</strong>vem ser mencionadas ou vir a<strong>com</strong>panhadas <strong>de</strong> uma justificativa so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />

a sua importância para o projeto <strong>com</strong>o um todo.<<strong>br</strong> />

Acrescente, no final <strong>de</strong>ste item, um cronograma geral <strong>de</strong> execução das ativida<strong>de</strong>s, se possível para<<strong>br</strong> />

todo o período <strong>de</strong> implantação do projeto.<<strong>br</strong> />

Neste guia, dividimos o item <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s do projeto em ativida<strong>de</strong>s <strong>ambientais</strong> e ativida<strong>de</strong>s sociais,<<strong>br</strong> />

consi<strong>de</strong>rando que qualquer projeto <strong>de</strong> carbono, ou <strong>de</strong> outro serviço ambiental, contém necessariamente<<strong>br</strong> />

esses dois <strong>com</strong>ponentes <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s. Entretanto essa separação em subitens para a <strong>de</strong>scrição das<<strong>br</strong> />

ativida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong> (e <strong>de</strong>ve) variar, <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> as especificida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada projeto, visando a apresentálas<<strong>br</strong> />

da forma mais organizada e objetiva possível.<<strong>br</strong> />

39


7.1 Descrição das ativida<strong>de</strong>s <strong>ambientais</strong><<strong>br</strong> />

Descreva todas as ativida<strong>de</strong>s associadas aos recursos naturais e ao serviço ambiental prestado.<<strong>br</strong> />

Naturalmente, isso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> muito das características do projeto, mas este item po<strong>de</strong> incluir ativida<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> reflorestamento, <strong>de</strong> proteção florestal para conter o <strong>de</strong>smatamento, <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> áreas<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>gradadas, <strong>de</strong> proteção contra erosões etc.<<strong>br</strong> />

Para cada ativida<strong>de</strong>, inclua uma <strong>de</strong>scrição bem <strong>de</strong>talhada <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

seus objetivos e metas, das pessoas e organizações responsáveis, da<<strong>br</strong> />

equipe e sua capacitação, dos equipamentos e materiais necessários, do<<strong>br</strong> />

Descreva <strong>com</strong>o as<<strong>br</strong> />

ativida<strong>de</strong>s contribuem<<strong>br</strong> />

para os objetivos do<<strong>br</strong> />

projeto.<<strong>br</strong> />

cronograma <strong>de</strong> execução e periodicida<strong>de</strong>, das formas <strong>de</strong> a<strong>com</strong>panhamento,<<strong>br</strong> />

da logística necessária etc.<<strong>br</strong> />

Nos projetos <strong>de</strong> reflorestamento, inclua uma lista das espécies<<strong>br</strong> />

a utilizar, além <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> cada espécie, mencionando se a<<strong>br</strong> />

mesma é nativa ou exótica, assim <strong>com</strong>o o processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

mudas e <strong>de</strong> plantio. Caso consi<strong>de</strong>re relevante, crie outro subitem, chamado Descrição das ativida<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

operacionais, para separar bem as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gestão ambiental das operacionais e <strong>de</strong> produção.<<strong>br</strong> />

7.2 Descrição das ativida<strong>de</strong>s sociais<<strong>br</strong> />

Descreva as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> relacionamento <strong>com</strong> as <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s locais: quais os objetivos das<<strong>br</strong> />

ativida<strong>de</strong>s, <strong>com</strong>o as <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s ou os mem<strong>br</strong>os das <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s são selecionados, <strong>com</strong>o será o<<strong>br</strong> />

contato <strong>com</strong> as <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s e quais as formas <strong>de</strong> engajamento e <strong>de</strong> participação das <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s,<<strong>br</strong> />

tanto no planejamento <strong>com</strong>o na execução das ativida<strong>de</strong>s.<<strong>br</strong> />

40


Descreva, também, <strong>com</strong>o os proponentes do projeto mantêm uma <strong>com</strong>unicação, ou um<<strong>br</strong> />

processo <strong>de</strong> consulta periódica, <strong>com</strong> as <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s afetadas direta ou indiretamente pelas ativida<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

do projeto. Procure documentar todos os momentos <strong>de</strong> diálogo e <strong>de</strong> <strong>com</strong>unicação <strong>com</strong> as <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s,<<strong>br</strong> />

registrando os <strong>com</strong>entários feitos por elas em relação ao projeto.<<strong>br</strong> />

No caso <strong>de</strong> consultas públicas, <strong>de</strong>screva a metodologia <strong>de</strong> <strong>com</strong>unicação utilizada para publicar<<strong>br</strong> />

os <strong>com</strong>entários recebidos e as formas <strong>de</strong> participação das <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> outros atores locais<<strong>br</strong> />

(<strong>com</strong> inclusão do gênero). O processo <strong>de</strong>ve ser acessível e disponível aos grupos locais, <strong>com</strong> a efetiva<<strong>br</strong> />

distribuição dos documentos necessários e o agendamento prévio <strong>de</strong> locais mutuamente acordados <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

representantes das <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s. As reuniões <strong>de</strong>vem promover o diálogo entre as partes, permitindo que<<strong>br</strong> />

os representantes dos atores locais avaliem os impactos do projeto e forneçam parecer so<strong>br</strong>e possíveis<<strong>br</strong> />

impactos negativos do projeto em todas as etapas.<<strong>br</strong> />

41


8. METODOLOGIA<<strong>br</strong> />

Projetos <strong>de</strong> carbono e <strong>de</strong> serviços <strong>ambientais</strong>, em geral, contêm uma seção metodológica que<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>ve reunir elementos técnicos aplicados para <strong>de</strong>monstrar seus reais benefícios. Depen<strong>de</strong>ndo do serviço<<strong>br</strong> />

ambiental em questão, os elementos que <strong>com</strong>põem a metodologia variam significativamente.<<strong>br</strong> />

Assim, nessa seção, concentram-se as principais diferenças entre projetos <strong>de</strong> diferentes naturezas,<<strong>br</strong> />

já que cada serviço ambiental <strong>de</strong>manda um tipo <strong>de</strong> metodologia. A re<strong>com</strong>endação mais importante<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>ste guia em relação a isso é a importância <strong>de</strong> se <strong>de</strong>stinar uma seção específica, em seu projeto, para<<strong>br</strong> />

os aspectos metodológicos, evitando <strong>de</strong>ixá-los dispersos em diferentes seções. Isso <strong>de</strong>ixará o projeto<<strong>br</strong> />

mais leve e facilitará a leitura e o entendimento.<<strong>br</strong> />

Os próximos subitens apresentam conceitos geralmente importantes em metodologias <strong>de</strong> projetos<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> carbono e que fazem parte das exigências <strong>de</strong> todos os sistemas <strong>de</strong> certificação pesquisados. Não é<<strong>br</strong> />

pretensão <strong>de</strong>ste guia sugerir um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> metodologia para projetos <strong>de</strong> carbono, já que cada sistema<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> certificação e cada tipo <strong>de</strong> projeto contêm especificida<strong>de</strong>s que precisam ser levadas em consi<strong>de</strong>ração.<<strong>br</strong> />

Em geral, espera-se que um projeto <strong>de</strong> carbono utilize uma metodologia aprovada pela UNFCCC 4<<strong>br</strong> />

ou, nos casos ainda não incorporados pela Convenção do Clima, <strong>com</strong>o é o caso <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> REDD,<<strong>br</strong> />

utilize metodologias reconhecidas por sistemas voluntários internacionais. 5<<strong>br</strong> />

Caso seja utilizada alguma metodologia reconhecida, ela <strong>de</strong>ve estar referenciada. Neste item do<<strong>br</strong> />

projeto, o <strong>de</strong>senvolvedor <strong>de</strong>verá <strong>de</strong>monstrar que seguiu a metodologia passo a passo, <strong>de</strong>monstrando<<strong>br</strong> />

os cálculos realizados, as premissas utilizadas e os resultados obtidos.<<strong>br</strong> />

4<<strong>br</strong> />

United Nations Framework Convention on Climate Change. Mais informações em http://unfccc.int/<<strong>br</strong> />

5<<strong>br</strong> />

Como é o caso do VCS, que possui procedimentos para a validação <strong>de</strong> metodologias <strong>de</strong> mensuração <strong>de</strong> carbono.<<strong>br</strong> />

Mais informações em: www.v-c-s.org<<strong>br</strong> />

43


Ao apresentar a metodologia, <strong>de</strong>screva o nível <strong>de</strong> conservadorismo que será assumido nas<<strong>br</strong> />

estimativas, ou seja, quais medidas serão adotadas para realizar, <strong>de</strong> forma conservadora, as análises dos<<strong>br</strong> />

potenciais benefícios (econômicos, <strong>ambientais</strong>, <strong>de</strong> clima e sociais), advindos das ativida<strong>de</strong>s do projeto,<<strong>br</strong> />

em especial no tratamento <strong>de</strong> questões <strong>com</strong> alto grau <strong>de</strong> incerteza (ex.: estimativa da taxa futura <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>smatamento, estimativa <strong>de</strong> impactos sociais positivos etc.).<<strong>br</strong> />

8.1 Cenário sem projeto e <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base<<strong>br</strong> />

Cenário sem projeto e linha <strong>de</strong> base são termos muito utilizados em projetos <strong>de</strong> carbono, em<<strong>br</strong> />

especial naqueles associados ao Mecanismo <strong>de</strong> Desenvolvimento Limpo (MDL). Descrever o cenário sem<<strong>br</strong> />

projeto significa apresentar uma <strong>de</strong>scrição da situação da área do projeto antes do início do mesmo,<<strong>br</strong> />

e das possíveis mudanças nessa situação, caso ele não fosse implementado. Esse cenário <strong>de</strong>ve incluir<<strong>br</strong> />

informações so<strong>br</strong>e o volume <strong>de</strong> carbono, a situação ambiental e as condições sociais na área do projeto<<strong>br</strong> />

e no seu entorno.<<strong>br</strong> />

Uma boa <strong>de</strong>scrição do cenário sem projeto permite que se faça a <strong>com</strong>paração entre a quantida<strong>de</strong>,<<strong>br</strong> />

ou a qualida<strong>de</strong>, do serviço ambiental prestado antes, durante e <strong>de</strong>pois da implementação do projeto.<<strong>br</strong> />

Somente assim os proponentes do projeto po<strong>de</strong>rão receber <strong>com</strong>pensações pela diferença entre o antes<<strong>br</strong> />

e o <strong>de</strong>pois do projeto.<<strong>br</strong> />

A <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base <strong>de</strong>ve incluir uma <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> qual seria o cenário mais provável na área<<strong>br</strong> />

do projeto, <strong>com</strong> informações que justifiquem as premissas utilizadas para a escolha <strong>de</strong>sse cenário <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

o mais provável. Ou seja, uma <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> <strong>com</strong>o seria a área do projeto no futuro (em relação ao volume<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> carbono e às condições socio<strong>ambientais</strong>), caso as ativida<strong>de</strong>s previstas não venham a ser executadas.<<strong>br</strong> />

44


Para <strong>de</strong>senhar e justificar o cenário sem projeto, diferentes elementos <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados<<strong>br</strong> />

e <strong>de</strong>scritos, para <strong>de</strong>monstrar que as práticas <strong>ambientais</strong> previstas no projeto exce<strong>de</strong>m aquelas<<strong>br</strong> />

consi<strong>de</strong>radas <strong>com</strong>o o “padrão” para a região. Por exemplo, o <strong>de</strong>senvolvedor do projeto <strong>de</strong>ve levar em<<strong>br</strong> />

conta as políticas nacionais e regionais, assim <strong>com</strong>o potenciais mudanças nessas políticas, os avanços<<strong>br</strong> />

tecnológicos que po<strong>de</strong>riam levar à adoção <strong>de</strong> novas técnicas <strong>de</strong> produção, as barreiras econômicas para<<strong>br</strong> />

se implementarem as ativida<strong>de</strong>s do projeto, as mudanças potenciais na forma <strong>de</strong> uso do solo na região,<<strong>br</strong> />

a implantação <strong>de</strong> infraestrutura etc.<<strong>br</strong> />

Este tema é uma exigência <strong>de</strong> todos os padrões <strong>de</strong> certificação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> carbono analisados.<<strong>br</strong> />

Cada um <strong>de</strong>les apresenta requerimentos específicos para as informações que <strong>de</strong>vem constar na <strong>de</strong>scrição<<strong>br</strong> />

do cenário sem projeto, ou do baseline. Por isso, é importante que, ao elaborar esta parte <strong>de</strong> seu projeto,<<strong>br</strong> />

se consultem os padrões <strong>de</strong> interesse, para garantir que todas as exigências sejam atendidas.<<strong>br</strong> />

8.2 Definição dos estoques <strong>de</strong> carbono a serem consi<strong>de</strong>rados<<strong>br</strong> />

O projeto <strong>de</strong> carbono <strong>de</strong>ve indicar as fontes <strong>de</strong> carbono consi<strong>de</strong>radas nos cálculos <strong>de</strong> manutenção<<strong>br</strong> />

do estoque ou <strong>de</strong> sequestro <strong>de</strong> carbono. As opções a consi<strong>de</strong>rar incluem:<<strong>br</strong> />

Biomassa viva<<strong>br</strong> />

Biomassa arbórea acima do solo<<strong>br</strong> />

Biomassa não-arbórea acima do solo<<strong>br</strong> />

Biomassa sob o solo<<strong>br</strong> />

Biomassa morta<<strong>br</strong> />

Serrapilheira<<strong>br</strong> />

Ma<strong>de</strong>ira morta no solo (árvores caídas)<<strong>br</strong> />

Solos orgânicos<<strong>br</strong> />

Produtos ma<strong>de</strong>ireiros<<strong>br</strong> />

45


O <strong>de</strong>senvolvedor do projeto <strong>de</strong>ve consultar os critérios do sistema <strong>de</strong> certificação e as orientações<<strong>br</strong> />

técnicas da metodologia utilizada, para <strong>de</strong>cidir os estoques <strong>de</strong> carbono a utilizar. Caso alguns não sejam<<strong>br</strong> />

contabilizados, <strong>de</strong>ve apresentar uma justificativa, <strong>com</strong> base nas re<strong>com</strong>endações da metodologia utilizada.<<strong>br</strong> />

8.3 Avaliação <strong>de</strong> vazamentos<<strong>br</strong> />

Em projetos <strong>de</strong> carbono, vazamento é o termo utilizado para qualquer aumento na emissão <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

gases do efeito-estufa fora da área do projeto, que possa ser mensurado e i<strong>de</strong>ntificado <strong>com</strong>o efeito<<strong>br</strong> />

direto das ações do projeto.<<strong>br</strong> />

O projeto <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>screver <strong>com</strong>o são <strong>de</strong>finidas as potenciais fontes <strong>de</strong> vazamento e <strong>com</strong>o são<<strong>br</strong> />

calculadas e consi<strong>de</strong>radas na estimativa final da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carbono sequestrada ou <strong>de</strong>ixada <strong>de</strong> emitir<<strong>br</strong> />

em <strong>de</strong>corrência das ativida<strong>de</strong>s do projeto. Inclua, também, uma <strong>de</strong>scrição das medidas adotadas para<<strong>br</strong> />

mitigar os potenciais vazamentos advindos do projeto.<<strong>br</strong> />

8.4 Permanência<<strong>br</strong> />

Também bastante <strong>com</strong>um em projetos <strong>de</strong> carbono, o conceito <strong>de</strong> permanência está associado ao<<strong>br</strong> />

período pelo qual o projeto assegura os benefícios gerados. Por exemplo, um projeto <strong>de</strong> reflorestamento<<strong>br</strong> />

irá sequestrar carbono da atmosfera durante o período <strong>de</strong> um ciclo, <strong>de</strong>finido em 20 anos. Após esse<<strong>br</strong> />

período, as árvores serão cortadas e utilizadas para gerar energia, emitindo novamente o carbono à<<strong>br</strong> />

atmosfera, ao serem queimadas numa cal<strong>de</strong>ira. Nesse caso, o projeto não tem permanência, é chamado<<strong>br</strong> />

temporário, já que os benefícios ao clima durarão apenas um período pré-estabelecido.<<strong>br</strong> />

46


O projeto <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>monstrar o horizonte <strong>de</strong> tempo pelo qual os benefícios esperados estão<<strong>br</strong> />

assegurados, e utilizar esse período em seus cálculos da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> créditos <strong>de</strong> carbono gerada<<strong>br</strong> />

pelo projeto.<<strong>br</strong> />

A permanência <strong>de</strong> um projeto po<strong>de</strong> também ser avaliada através <strong>de</strong> uma análise que estime os<<strong>br</strong> />

riscos <strong>de</strong> algum aci<strong>de</strong>nte impedir que os benefícios esperados ocorram. Por exemplo, o risco <strong>de</strong> que um<<strong>br</strong> />

reflorestamento seja atacado por uma infestação <strong>de</strong> formigas, ou <strong>de</strong> um período severo <strong>de</strong> seca; ou o<<strong>br</strong> />

risco <strong>de</strong> um incêndio regional queimar a floresta em um projeto <strong>de</strong> REDD. A existência <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> risco<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada na avaliação da permanência em um projeto. O tema será mais bem <strong>de</strong>talhado<<strong>br</strong> />

no item 9 adiante.<<strong>br</strong> />

8.5 Adicionalida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Este também é um termo que tem sido muito utilizado nos projeto associados à mitigação das<<strong>br</strong> />

mudanças climáticas. Demonstrar a adicionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um projeto significa <strong>de</strong>monstrar que o projeto<<strong>br</strong> />

vai além do business as usual, ou seja, que as ativida<strong>de</strong>s previstas no projeto têm, <strong>com</strong>o finalida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

específica, os benefícios ao serviço ambiental e que não seriam normalmente executadas, caso o<<strong>br</strong> />

projeto não fosse implementado.<<strong>br</strong> />

Ativida<strong>de</strong>s que já vêm sendo executadas, ou que seriam executadas <strong>de</strong> qualquer maneira,<<strong>br</strong> />

mesmo se não existisse o projeto, geralmente não são adicionais e, por isso, não se qualificam nos<<strong>br</strong> />

atuais sistemas <strong>de</strong> certificação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> carbono.<<strong>br</strong> />

47


A adicionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um projeto não po<strong>de</strong> ser precisamente calculada, mas alguns sistemas<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> certificação indicam alguns métodos para testá-la. A mais <strong>com</strong>pleta fonte <strong>de</strong> informações so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />

isso é o padrão do VCS, que traz alguns testes <strong>de</strong> adicionalida<strong>de</strong>, úteis para a elaboração do projeto.<<strong>br</strong> />

Os principais testes <strong>de</strong> adicionalida<strong>de</strong> são:<<strong>br</strong> />

Requerimento legal: se as ativida<strong>de</strong>s do projeto aten<strong>de</strong>m a uma exigência legal, então o projeto<<strong>br</strong> />

tem gran<strong>de</strong>s chances <strong>de</strong> não ser consi<strong>de</strong>rado adicional, já que as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>verão ser executadas<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> qualquer maneira. Em alguns casos, as ativida<strong>de</strong>s do projeto aten<strong>de</strong>m a uma exigência legal que<<strong>br</strong> />

não seria cumprida sem as ativida<strong>de</strong>s do projeto, especialmente quando não há fiscalização e nem<<strong>br</strong> />

co<strong>br</strong>ança por parte dos órgãos governamentais. O melhor exemplo disso é o reflorestamento <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

áreas <strong>de</strong> preservação permanente (APPs) no Brasil. Apesar <strong>de</strong> ser uma exigência legal, atualmente,<<strong>br</strong> />

a maior parte dos produtores rurais não aten<strong>de</strong>m a essa exigência e não re<strong>com</strong>põem suas áreas <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

preservação permanente. Nesse caso, se o projeto conseguir <strong>de</strong>monstrar essa situação, ele po<strong>de</strong>rá<<strong>br</strong> />

ser consi<strong>de</strong>rado adicional;<<strong>br</strong> />

Barreira financeira: <strong>de</strong>monstrar que as ativida<strong>de</strong>s do projeto não po<strong>de</strong>riam ser realizadas sem<<strong>br</strong> />

o investimento financeiro aportado pelo projeto. Muitas vezes, as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> carbono<<strong>br</strong> />

são custosas e o produtor rural não teria nenhum tipo <strong>de</strong> <strong>com</strong>pensação financeira por realizá-las, se<<strong>br</strong> />

não fosse a existência do projeto;<<strong>br</strong> />

Prática <strong>com</strong>um: <strong>de</strong>monstrar que as ativida<strong>de</strong>s do projeto não são consi<strong>de</strong>radas <strong>com</strong>o “prática<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>um” na região. Um projeto que preten<strong>de</strong> realizar aquilo que todos já realizam po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado<<strong>br</strong> />

não-adicional.<<strong>br</strong> />

48


Alguns padrões, <strong>com</strong>o o CCB e o Plan Vivo, <strong>de</strong>mandam uma análise <strong>de</strong> adicionalida<strong>de</strong> que vai<<strong>br</strong> />

além das questões relacionadas aos benefícios do serviço ambiental. Projetos submetidos a esses<<strong>br</strong> />

padrões <strong>de</strong> certificação precisam <strong>de</strong>monstrar adicionalida<strong>de</strong> relacionada ao clima, às <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

e à biodiversida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

8.6 Mensuração dos benefícios<<strong>br</strong> />

O projeto <strong>de</strong>ve ter uma seção que <strong>de</strong>screve o método utilizado para mensurar o sequestro ou<<strong>br</strong> />

a redução das emissões <strong>de</strong> gases do efeito-estufa. Nessa seção, serão apresentadas, por exemplo,<<strong>br</strong> />

as fórmulas utilizadas para estimar o crescimento das árvores em uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reflorestamento,<<strong>br</strong> />

a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carbono no solo que será consi<strong>de</strong>rada nos cálculos, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vazamento que<<strong>br</strong> />

será consi<strong>de</strong>rada etc.<<strong>br</strong> />

Existem referências so<strong>br</strong>e os métodos para calcular esses benefícios causados pelo projeto, tanto<<strong>br</strong> />

nas publicações da UNFCCC, <strong>com</strong>o nos materiais <strong>de</strong> orientação do VCS. Assim <strong>com</strong>o os <strong>de</strong>mais elementos<<strong>br</strong> />

do <strong>com</strong>ponente metodológico do projeto, re<strong>com</strong>enda-se utilizar uma metodologia reconhecida e seguir<<strong>br</strong> />

cuidadosamente todos os passos <strong>de</strong>finidos por ela.<<strong>br</strong> />

49


9. GESTÃO DE RISCOS<<strong>br</strong> />

Projetos <strong>de</strong> serviços <strong>ambientais</strong> são, via <strong>de</strong> regra, projetos <strong>de</strong> longo prazo. Logo, é importante<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>monstrar que existe um sistema para i<strong>de</strong>ntificar riscos que po<strong>de</strong>m <strong>com</strong>prometer a execução das<<strong>br</strong> />

ativida<strong>de</strong>s e, consequentemente, os objetivos esperados.<<strong>br</strong> />

Os riscos po<strong>de</strong>m ser relacionados a fatores internos do projeto <strong>com</strong>o, por exemplo, a capacida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> gestão, a viabilida<strong>de</strong> econômica, as alterações significativas nas organizações envolvidas etc., ou<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong>m ser relacionados a fatores externos ao projeto, geralmente mais difíceis <strong>de</strong> minimizar, tais quais<<strong>br</strong> />

mudanças na legislação, políticas regionais, fenômenos climáticos, aci<strong>de</strong>ntes etc.<<strong>br</strong> />

Além <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar todas as potenciais ameaças aos objetivos e às metas do projeto, um sistema<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> riscos <strong>de</strong>ve prever ativida<strong>de</strong>s para minimizá-los, que serão executadas, caso esse fator<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> risco venha a acontecer. Os fatores <strong>de</strong> risco, a sua relação <strong>com</strong> os objetivos do projeto, as medidas<<strong>br</strong> />

tomadas para reduzir os riscos e as ações realizadas, caso esses fatores ocorram, po<strong>de</strong>m ser organizados<<strong>br</strong> />

e apresentados na forma <strong>de</strong> uma matriz, conforme o exemplo ilustrativo da página seguinte:<<strong>br</strong> />

51


Objetivo Fator <strong>de</strong> risco Medidas para mitigar<<strong>br</strong> />

o risco<<strong>br</strong> />

Ações realizadas<<strong>br</strong> />

caso o fator <strong>de</strong> risco<<strong>br</strong> />

aconteça<<strong>br</strong> />

Conter o<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>smatamento na<<strong>br</strong> />

área do projeto<<strong>br</strong> />

Incêndios provocados<<strong>br</strong> />

periodicamente pelos<<strong>br</strong> />

produtores rurais na<<strong>br</strong> />

região do entorno<<strong>br</strong> />

do projeto que se<<strong>br</strong> />

alastrem para a área<<strong>br</strong> />

do projeto e queimem<<strong>br</strong> />

a floresta<<strong>br</strong> />

- Construção <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

aceiros<<strong>br</strong> />

- Campanhas <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

conscientização so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />

o uso do fogo<<strong>br</strong> />

- Formação e<<strong>br</strong> />

capacitação <strong>de</strong> uma<<strong>br</strong> />

<strong>br</strong>igada <strong>de</strong> incêndio<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> os moradores da<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>unida<strong>de</strong> vizinha<<strong>br</strong> />

- Monitoramento<<strong>br</strong> />

periódico do risco <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

incêndios no entorno<<strong>br</strong> />

da área do projeto<<strong>br</strong> />

- Acionamento da<<strong>br</strong> />

<strong>br</strong>igada <strong>de</strong> incêndio<<strong>br</strong> />

- Comunicação aos<<strong>br</strong> />

bombeiros da região<<strong>br</strong> />

- Levantamento da<<strong>br</strong> />

perda <strong>de</strong> carbono<<strong>br</strong> />

causada pelo fogo<<strong>br</strong> />

e da redução <strong>de</strong>sse<<strong>br</strong> />

volume nos cálculos<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> adicionalida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Reflorestamento <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

uma área <strong>de</strong> 300 ha<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> espécies nativas<<strong>br</strong> />

Período atípico <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

seca na região durante<<strong>br</strong> />

os dois primeiros<<strong>br</strong> />

anos do plantio,<<strong>br</strong> />

que <strong>com</strong>prometa<<strong>br</strong> />

o crescimento das<<strong>br</strong> />

mudas<<strong>br</strong> />

- Preferência pelo<<strong>br</strong> />

uso <strong>de</strong> espécies mais<<strong>br</strong> />

adaptadas a períodos<<strong>br</strong> />

secos<<strong>br</strong> />

- Monitoramento da<<strong>br</strong> />

previsão <strong>de</strong> chuvas na<<strong>br</strong> />

região, em especial no<<strong>br</strong> />

período mais seco do<<strong>br</strong> />

ano<<strong>br</strong> />

- Construção e<<strong>br</strong> />

abastecimento,<<strong>br</strong> />

durante o período<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> chuvas, <strong>de</strong> duas<<strong>br</strong> />

cisternas <strong>de</strong> 100.000<<strong>br</strong> />

litros cada, próximas à<<strong>br</strong> />

área do plantio<<strong>br</strong> />

- Irrigação da área <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

plantio, caso o período<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> seca se estenda<<strong>br</strong> />

por mais <strong>de</strong> 15 dias<<strong>br</strong> />

52


O nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhamento e <strong>de</strong> <strong>com</strong>plexida<strong>de</strong> do sistema <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> riscos é diretamente<<strong>br</strong> />

relacionado à escala e à intensida<strong>de</strong> do projeto. Projetos muito gran<strong>de</strong>s, que envolvem uma região muito<<strong>br</strong> />

ampla, várias organizações e atores, são mais suscetíveis a fatores que po<strong>de</strong>m <strong>com</strong>prometer o projeto<<strong>br</strong> />

e, por isso, precisam ter um sistema mais elaborado <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> riscos.<<strong>br</strong> />

Além disso, o sistema <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> riscos <strong>de</strong>ve incluir mecanismos <strong>de</strong> <strong>com</strong>pensação formais, a<<strong>br</strong> />

utilizar, caso ocorra algum problema inesperado na execução das ativida<strong>de</strong>s ou, até mesmo, na metodologia<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> mensuração da adicionalida<strong>de</strong> do projeto. Isso é importante, pois propicia maior confiabilida<strong>de</strong> ao<<strong>br</strong> />

projeto e a seus investidores.<<strong>br</strong> />

Alguns mecanismos <strong>de</strong> <strong>com</strong>pensação que vêm sendo utilizados:<<strong>br</strong> />

Seguro: algumas seguradoras já estão trabalhando <strong>com</strong> projetos <strong>de</strong> serviços <strong>ambientais</strong>, em<<strong>br</strong> />

especial projetos <strong>de</strong> carbono. O proponente paga uma taxa periódica à seguradora e, caso os benefícios<<strong>br</strong> />

<strong>ambientais</strong> não aconteçam da forma <strong>com</strong>o foram previstos, a seguradora paga aos investidores – em<<strong>br</strong> />

dinheiro ou em benefícios <strong>ambientais</strong> <strong>de</strong> outro projeto;<<strong>br</strong> />

Poupança: alguns projetos optam por criar uma poupança – financeira ou <strong>de</strong> benefícios <strong>ambientais</strong><<strong>br</strong> />

– para ser acionada, caso o projeto não alcance os benefícios <strong>ambientais</strong> previstos;<<strong>br</strong> />

Buffer: porcentagem não-<strong>com</strong>ercializável <strong>de</strong> benefícios <strong>ambientais</strong> contabilizados, <strong>de</strong>finida <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

acordo <strong>com</strong> as características e o nível <strong>de</strong> risco do projeto.<<strong>br</strong> />

53


10. PLANO DE MONITORAMENTO<<strong>br</strong> />

As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> monitoramento são fundamentais em um projeto, tanto para i<strong>de</strong>ntificar possíveis<<strong>br</strong> />

falhas na execução das ativida<strong>de</strong>s e corrigi-las, quanto para po<strong>de</strong>r avaliar se o projeto está realmente<<strong>br</strong> />

alcançando seus objetivos e metas. Caso sejam i<strong>de</strong>ntificadas falhas <strong>de</strong> execução e/ou impactos negativos<<strong>br</strong> />

resultantes das ativida<strong>de</strong>s do projeto, as informações do monitoramento <strong>de</strong>vem ser utilizadas para revisar<<strong>br</strong> />

o projeto e minimizar os impactos negativos.<<strong>br</strong> />

Assim, o projeto <strong>de</strong>ve apresentar um plano <strong>de</strong>talhado <strong>de</strong> monitoramento dos impactos positivos<<strong>br</strong> />

e negativos, incluindo informações so<strong>br</strong>e a frequência e a intensida<strong>de</strong> das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> monitoramento,<<strong>br</strong> />

a ser <strong>de</strong>finida <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> a escala e <strong>com</strong> a magnitu<strong>de</strong> dos impactos. As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> monitoramento<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>vem, preferencialmente, incluir os seguintes aspectos:<<strong>br</strong> />

Impactos sociais do projeto: apresentar a metodologia <strong>de</strong> monitoramento, os indicadores a<<strong>br</strong> />

monitorar e a periodicida<strong>de</strong>;<<strong>br</strong> />

Impactos <strong>ambientais</strong> do projeto: apresentar a metodologia <strong>de</strong> monitoramento, os indicadores<<strong>br</strong> />

a monitorar e a periodicida<strong>de</strong>;<<strong>br</strong> />

Benefícios ao serviço ambiental, gerados pelo projeto: <strong>de</strong>screver a metodologia utilizada para o<<strong>br</strong> />

monitoramento periódico. No caso <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> carbono, o plano <strong>de</strong> monitoramento periódico <strong>de</strong>ve<<strong>br</strong> />

incluir: baseline, permanência, vazamentos, aumento do estoque <strong>de</strong> carbono, cobertura florestal e taxas<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento na região <strong>de</strong> referência.<<strong>br</strong> />

55


Mais informações po<strong>de</strong>m ser encontradas em:<<strong>br</strong> />

United Nations Framework Convention on Climate Change – UNFCCC - www.unfccc.int<<strong>br</strong> />

Clean Development Mechanism – CDM – www.cdm.unfccc.int<<strong>br</strong> />

Glossário dos termos utilizados nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> projetos sob CDM – http://cdm.unfccc.int/Reference/<<strong>br</strong> />

Guidclarif/glos_CDM.pdf<<strong>br</strong> />

Metodologias para o CDM – http://cdm.unfccc.int/methodologies/in<strong>de</strong>x.html<<strong>br</strong> />

Referências e Documentações no CDM – http://cdm.unfccc.int/Reference/in<strong>de</strong>x.html<<strong>br</strong> />

Forest Trends – http://www.forest-trends.org<<strong>br</strong> />

The Forest Carbon Portal: Tracking Terrestrial Carbon – http://www.forestcarbonportal.<strong>com</strong>/<<strong>br</strong> />

Pagamentos por serviços hídricos: – http://www.flowsonline.net/blog/<<strong>br</strong> />

Voluntary Carbon Standards – VCS – http://www.v-c-s.org/<<strong>br</strong> />

Padrões no VCS – http://www.v-c-s.org/policydocs.html<<strong>br</strong> />

Metodologias no VCS – http://www.v-c-s.org/methodologies.html<<strong>br</strong> />

Página <strong>de</strong> agricultura, floresta e outros usos do solo do VCS – http://www.v-c-s.org/afl.html<<strong>br</strong> />

Climate Action Reserve – CAR – http://www.climateregistry.org/<<strong>br</strong> />

Clima, Comunida<strong>de</strong> e Biodiversida<strong>de</strong> - CCBA – http://www.climate-standards.org/<<strong>br</strong> />

American Carbon Registry – ACR – http://www.americancarbonregistry.org<<strong>br</strong> />

Plan Vivo – http://www.planvivo.org/<<strong>br</strong> />

CIFOR – http://www.cifor.cgiar.org/<<strong>br</strong> />

56


ANEXO 1 – Requerimentos adicionais para o atendimento ao<<strong>br</strong> />

padrão CCB (Clima, Comunida<strong>de</strong> e Biodiversida<strong>de</strong>), 2ª edição.<<strong>br</strong> />

Os padrões CCB fornecem uma base para a avaliação <strong>de</strong> impactos socio<strong>ambientais</strong> do projeto.<<strong>br</strong> />

Além das reduções <strong>de</strong> emissões, ou das remoções <strong>de</strong> Gases do Efeito Estufa, o CCB possui indicadores<<strong>br</strong> />

para a avaliação <strong>de</strong> critérios sociais e <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong>, verificando, <strong>de</strong> maneira integrada, os benefícios<<strong>br</strong> />

nessas três esferas. Dessa forma, projetos para os padrões CCB <strong>de</strong>vem ser elaborados <strong>de</strong> modo a<<strong>br</strong> />

minimizar os riscos para os benefícios gerados ao clima, à biodiversida<strong>de</strong> e às <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s.<<strong>br</strong> />

A certificação nos padrões CCB não gera créditos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões; portanto, para a<<strong>br</strong> />

venda <strong>de</strong> créditos através <strong>de</strong> um registro, essa certificação po<strong>de</strong> ser <strong>com</strong>binada à certificação em outros<<strong>br</strong> />

padrões <strong>de</strong> contabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carbono (Ex: MDL, VCS).<<strong>br</strong> />

No item 8.1 (Cenário sem projeto e <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base), i<strong>de</strong>ntifique <strong>com</strong>o o cenário sem<<strong>br</strong> />

projeto afeta as <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s e a biodiversida<strong>de</strong> na área do projeto e na área <strong>de</strong> influência, <strong>com</strong> <strong>de</strong>scrições<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> possíveis mudanças no uso do solo, da água, a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> habitat, as espécies ameaçadas e a<<strong>br</strong> />

conectivida<strong>de</strong> das paisagens. Mais informações po<strong>de</strong>m ser encontradas no item G2 (Baseline Projections).<<strong>br</strong> />

O padrão CCB não permite o uso <strong>de</strong> Organismos Geneticamente Modificados (OGM), e nem <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

espécies invasoras. Assim, mencione, no item 7.1 (Descrição das ativida<strong>de</strong>s <strong>ambientais</strong>) <strong>de</strong> seu projeto,<<strong>br</strong> />

que, nele, não se utilizam OGMs, nem espécies invasoras. Mais informações po<strong>de</strong>m ser encontradas no<<strong>br</strong> />

item B1 (Biodiversida<strong>de</strong>).<<strong>br</strong> />

58


Ainda no item 7.1 (Descrição das ativida<strong>de</strong>s <strong>ambientais</strong>), <strong>de</strong>ve ser realizada uma avaliação da<<strong>br</strong> />

existência <strong>de</strong> Atributos <strong>de</strong> Alto Valor <strong>de</strong> Conservação (AVC) <strong>de</strong>ntro da área do projeto. Os AVCs po<strong>de</strong>m ser<<strong>br</strong> />

qualquer atributo existente na área do projeto, que se qualifique em, pelo menos, um dos seguintes temas:<<strong>br</strong> />

Áreas protegidas;<<strong>br</strong> />

Espécies ameaçadas;<<strong>br</strong> />

Espécies endêmicas;<<strong>br</strong> />

Ecossistemas raros e ameaçados;<<strong>br</strong> />

Remanescentes <strong>de</strong> ecossistemas <strong>de</strong> importância regional, nacional, ou mundial;<<strong>br</strong> />

Áreas que são importantes para a manutenção <strong>de</strong> serviços <strong>ambientais</strong>;<<strong>br</strong> />

Áreas que são importantes para a subsistência das <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s locais;<<strong>br</strong> />

Áreas que são importantes para a cultura tradicional e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> das <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s locais;<<strong>br</strong> />

Mais informações po<strong>de</strong>m ser encontradas na página www.hcvnetwork.org.<<strong>br</strong> />

Para as Áreas <strong>de</strong> Alto Valor para Conservação, inclua informações so<strong>br</strong>e a efetiva manutenção<<strong>br</strong> />

e melhoria <strong>de</strong>ssas áreas, que são muito importantes às <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s locais e biodiversida<strong>de</strong> presentes<<strong>br</strong> />

na zona do projeto, e apresente um plano inicial para monitoramento das medidas adotadas que visa<<strong>br</strong> />

assegurar que não serão provocados impactos negativos no AVC.<<strong>br</strong> />

59


Caso o projeto utilize espécies exóticas, inclua também, no item 7.1 (Descrição das ativida<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

<strong>ambientais</strong>), uma análise dos possíveis impactos negativos <strong>de</strong> espécies exóticas nos ambientes naturais<<strong>br</strong> />

do projeto, incluindo possíveis propagações <strong>de</strong> doenças. O uso <strong>de</strong>ssas espécies <strong>de</strong>ve ser justificado. Mais<<strong>br</strong> />

informações po<strong>de</strong>m ser encontradas no item B1 (Net Positive Biodiversity Impacts).<<strong>br</strong> />

No item 7.2 (Descrição das ativida<strong>de</strong>s sociais), o projeto <strong>de</strong>ve apresentar o responsável pelo<<strong>br</strong> />

mecanismo <strong>de</strong> resolução <strong>de</strong> conflitos, que seja preferencialmente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do proponente do<<strong>br</strong> />

projeto, para lidar <strong>com</strong> o processo <strong>de</strong> queixas e <strong>de</strong> <strong>de</strong>núncias das <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s locais, evitando possíveis<<strong>br</strong> />

conflitos <strong>de</strong> interesse. Mais informações po<strong>de</strong>m ser encontradas no item G3 (Project Design and Goals).<<strong>br</strong> />

Ainda no item 7.2 (Descrição das ativida<strong>de</strong>s sociais), inclua um plano <strong>de</strong> treinamento e <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

capacitação para os empregados do projeto e as <strong>de</strong>mais pessoas relevantes das <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s, tanto para<<strong>br</strong> />

o <strong>de</strong>senvolvimento das ativida<strong>de</strong>s, quanto para novas contratações. Neste mesmo item, <strong>de</strong>monstre que,<<strong>br</strong> />

caso sejam atendidos os requisitos das vagas para as ativida<strong>de</strong>s do projeto, serão dadas oportunida<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

igualitárias às <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s e aos atores locais, <strong>com</strong> a inclusão <strong>de</strong> minorias. Mais informações po<strong>de</strong>m<<strong>br</strong> />

ser encontradas no item G4 (Management Capacity and Best Practices).<<strong>br</strong> />

No item 8 (Metodologia), caso haja um aumento ou uma diminuição <strong>de</strong> 5% (em termos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

CO2 equivalente) <strong>de</strong> outros gases <strong>de</strong> efeito estufa, diferentes <strong>de</strong> CO2 (<strong>com</strong>o CH4 e N2O), em relação à<<strong>br</strong> />

redução <strong>de</strong> emissões ou ao sequestro total <strong>de</strong> GEE, durante cada período <strong>de</strong> monitoramento, esse valor<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>ve ser incluído na estimativa <strong>de</strong> balanço líquido das emissões, nos cenários <strong>com</strong> e sem projeto. Mais<<strong>br</strong> />

informações po<strong>de</strong>m ser encontradas no item CL1 (Net Positive Climate Impacts).<<strong>br</strong> />

No item 10 (Plano <strong>de</strong> Monitoramento), o plano <strong>de</strong> monitorar vazamentos <strong>de</strong>ve ser implementado<<strong>br</strong> />

por, pelo menos, cinco anos após qualquer vazamento i<strong>de</strong>ntificado. Mais informações po<strong>de</strong>m ser<<strong>br</strong> />

encontradas no item CL3 (Climate Impact Monitoring).<<strong>br</strong> />

60


Ainda <strong>com</strong> relação ao plano <strong>de</strong> monitoramento, o CCB permite que seja apresentado um plano<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>pleto <strong>de</strong> monitoramento a ser implementado posteriormente, se o alto custo impedir o proponente<<strong>br</strong> />

do projeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver um plano <strong>de</strong> monitoramento <strong>com</strong>pleto, antes da fase <strong>de</strong> concepção do projeto.<<strong>br</strong> />

O documento <strong>de</strong>ve estar disponível pela internet e acessível aos atores locais e às <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s. Mais<<strong>br</strong> />

informações po<strong>de</strong>m ser encontradas nos itens CM1, CM2, CM3, B1, B2, B3.<<strong>br</strong> />

No item 9 (Gestão <strong>de</strong> riscos), i<strong>de</strong>ntifique potenciais impactos negativos fora da zona do projeto,<<strong>br</strong> />

tanto em relação aos aspectos <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong>, <strong>com</strong>o aos atores sociais, e <strong>de</strong>fina um plano para a<<strong>br</strong> />

mitigação. Além disso, <strong>de</strong>monstre, claramente, que os impactos so<strong>br</strong>e a biodiversida<strong>de</strong> fora da zona do<<strong>br</strong> />

projeto são justificados pelos impactos positivos so<strong>br</strong>e a biodiversida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro dos limites do projeto,<<strong>br</strong> />

em <strong>com</strong>paração ao cenário sem projeto. Mais informações po<strong>de</strong>m ser encontradas no item B2 (Offsite<<strong>br</strong> />

Biodiversity Impacts).<<strong>br</strong> />

O padrão CCB prevê uma sessão chamada nível ouro, que possui indicadores para projetos que<<strong>br</strong> />

fornecem apoio significativo às <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s, aos atores locais e à biodiversida<strong>de</strong>. Essa sessão é opcional.<<strong>br</strong> />

Mais informações po<strong>de</strong>m ser encontradas no item G.<<strong>br</strong> />

61


ANEXO 2 - Requerimentos adicionais para o atendimento<<strong>br</strong> />

ao padrão VCS (Voluntary Carbon Standards) – versão 2007.1 –<<strong>br</strong> />

Novem<strong>br</strong>o <strong>de</strong> 2008<<strong>br</strong> />

A certificação pelo VCS requer que o <strong>de</strong>senvolvedor <strong>de</strong> projeto preencha um template específico<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> PDD (Project Design Document), que po<strong>de</strong> ser encontrado na página do VCS. Esse é o único padrão<<strong>br</strong> />

que, atualmente, não aceita o formato proposto neste manual. Sugerimos que se use esta ferramenta<<strong>br</strong> />

para <strong>de</strong>senvolver o projeto e, posteriormente, caso <strong>de</strong>cida certificar o projeto pelo VCS, preencha as<<strong>br</strong> />

informações no formato do template.<<strong>br</strong> />

No item 4 (Gestão do projeto), <strong>de</strong>screva <strong>com</strong>o serão feitos o controle <strong>de</strong> documentos e a geração<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> relatórios, que garante que todos os documentos e dados sejam armazenados <strong>de</strong> forma segura e<<strong>br</strong> />

acessível por pelo menos dois anos após o fim do projeto.<<strong>br</strong> />

Descreva, neste mesmo item, os procedimentos <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> implementados<<strong>br</strong> />

para o gerenciamento <strong>de</strong> dados, as informações e a análise <strong>de</strong> incertezas, relevantes para o projeto e<<strong>br</strong> />

para o cenário sem projeto. O <strong>de</strong>senvolvedor <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong>ve reduzir, o máximo possível, as incertezas<<strong>br</strong> />

relacionadas à quantificação da redução <strong>de</strong> emissões.<<strong>br</strong> />

Mais informações po<strong>de</strong>m ser encontradas nos itens 5.13 (Records relating to the project) e 6.5.4<<strong>br</strong> />

(Managing data quality related to the methodology).<<strong>br</strong> />

No item 8 (Metodologia), inclua uma <strong>de</strong>scrição dos mecanismos utilizados para prevenir dupla<<strong>br</strong> />

contagem, assim <strong>com</strong>o uma <strong>de</strong>scrição so<strong>br</strong>e a forma <strong>de</strong> registro dos créditos resultantes do projeto,<<strong>br</strong> />

e se esses créditos estão registrados em outros programas <strong>de</strong> emissões. O <strong>de</strong>senvolvedor <strong>de</strong> projeto<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>ve incluir prova <strong>de</strong> registro <strong>de</strong> créditos em outros programas e/ou uma garantia por escrito <strong>de</strong> que<<strong>br</strong> />

62


quaisquer emissões não foram <strong>com</strong>ercializadas em outro programa e que serão canceladas, para que<<strong>br</strong> />

não possam ser utilizadas em nenhum outro programa, além do VCS.<<strong>br</strong> />

O <strong>de</strong>senvolvedor do projeto <strong>de</strong>ve, também, incluir uma carta assinada por autorida<strong>de</strong> nacional ou<<strong>br</strong> />

do programa específico, atestando que as reduções alcançadas pelo projeto não participam <strong>de</strong> nenhum<<strong>br</strong> />

outro programa ou limite nacional. Mais informações po<strong>de</strong>m ser encontradas no item 5.7 (Content of<<strong>br</strong> />

the VCS PD).<<strong>br</strong> />

Ainda no item 8 (Metodologia), <strong>de</strong>screva se o projeto utiliza metodologias previamente aprovadas<<strong>br</strong> />

pelo VCS, ou se a metodologia já foi validada por outro programa aprovado pelo VCS. Descreva, também,<<strong>br</strong> />

se o projeto contém <strong>de</strong>svios <strong>de</strong> metodologia permitidos pelo VCS e, em caso afirmativo, forneça uma<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>talhada <strong>de</strong>les, ou informe se o projeto terá <strong>de</strong> passar pelo processo <strong>de</strong> dupla aprovação.<<strong>br</strong> />

Desvios <strong>de</strong> metodologia são específicos para cada projeto e não são permitidos, quando resultam<<strong>br</strong> />

em alterações no conservadorismo do cenário sem projeto, da <strong>de</strong>terminação da adicionalida<strong>de</strong> e da<<strong>br</strong> />

inclusão, ou não, <strong>de</strong> fontes e reservatórios <strong>de</strong> gases do efeito-estufa no projeto. Desvios <strong>de</strong> metodologia<<strong>br</strong> />

são permitidos quando não impactam negativamente o conservadorismo <strong>de</strong> metodologias aprovadas,<<strong>br</strong> />

para quantificar redução <strong>de</strong> emissões. Mais informações po<strong>de</strong>m ser encontradas no item 5.3 (Methodology<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>viations).<<strong>br</strong> />

No item 8.5 (Adicionalida<strong>de</strong>), insira uma <strong>de</strong>scrição que contemple os testes <strong>de</strong> adicionalida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

requisitados pelo VCS: teste do projeto, teste <strong>de</strong> performance e teste <strong>de</strong> tecnologia. Mais informações<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong>m ser encontradas no item 5.8 (Additionality).<<strong>br</strong> />

63


ANEXO 3 – Requerimentos específicos para o atendimento ao<<strong>br</strong> />

padrão CAR (Climate Action Reserve) – Versão 3.0 Agosto <strong>de</strong> 2009.<<strong>br</strong> />

O California Climate Action Registry foi criado, em 2001, pelo Estado da Califórnia, para ajudar<<strong>br</strong> />

empresas a calcular e a documentar suas emissões, a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir um “baseline” e documentar<<strong>br</strong> />

ações realizadas para melhorar sua eficiência energética e diminuir suas emissões. Com o sucesso<<strong>br</strong> />

do California Registry, <strong>com</strong>eçou-se a montar o The Climate Registry, a fim <strong>de</strong> expandir o registro para<<strong>br</strong> />

todos os Estados Unidos.<<strong>br</strong> />

O Protocolo <strong>de</strong> Projetos Florestais do Climate Action Reserve atualmente po<strong>de</strong> ser utilizado em<<strong>br</strong> />

projetos <strong>de</strong> reflorestamento, <strong>de</strong> melhoria da gestão florestal e <strong>de</strong> conversão evitada. A partir <strong>de</strong> 2009,<<strong>br</strong> />

todos os relatórios <strong>de</strong> emissões certificados pelo Climate Action Reserve serão registrados sob o The<<strong>br</strong> />

Climate Registry.<<strong>br</strong> />

No item 2 (Definição <strong>de</strong> escopo), ao <strong>de</strong>screver o tamanho da área <strong>de</strong> influência, garanta que<<strong>br</strong> />

ela não ultrapasse 10% da área total do projeto. Mais informações po<strong>de</strong>m ser encontradas nos itens 4<<strong>br</strong> />

(I<strong>de</strong>ntifying the Project Area) e 5 (Defining a Forest Project’s GHG Assessment Boundary).<<strong>br</strong> />

Ainda no item 2 (Definição <strong>de</strong> escopo), <strong>de</strong>screva a ação que sinaliza a data <strong>de</strong> início do projeto,<<strong>br</strong> />

a qual po<strong>de</strong> ser o <strong>com</strong>promisso <strong>de</strong> gestão e <strong>de</strong> proteção continuada da floresta, ou a transferência da<<strong>br</strong> />

área para o Po<strong>de</strong>r Público. Mais informações po<strong>de</strong>m ser encontradas no item 3.2 (Project Start Date).<<strong>br</strong> />

No item 2 (Definição <strong>de</strong> escopo), o período <strong>de</strong> monitoramento e <strong>de</strong> verificação das ativida<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

do projeto <strong>de</strong>ve ser, no mínimo, 100 anos após o registro <strong>de</strong> créditos CRT (Climate Reserve Tonnes),<<strong>br</strong> />

alcançados pelo projeto. Mais informações po<strong>de</strong>m ser encontradas no item 3.2 (Project Start Date).<<strong>br</strong> />

64


Inclua, no item 4.3 (Mecanismos <strong>de</strong> revisão <strong>de</strong> projeto), um plano <strong>de</strong> execução <strong>de</strong> verificações. O<<strong>br</strong> />

projeto <strong>de</strong>ve ter uma verificação inicial, para que possa ser registrado, e, posteriormente, <strong>de</strong>ve-se realizar<<strong>br</strong> />

uma verificação a cada seis anos. A verificação visa a garantir a qualida<strong>de</strong> dos dados apresentados, das<<strong>br</strong> />

metodologias e das estimativas, os níveis <strong>de</strong> confiança, o progresso do projeto e sua taxa <strong>de</strong> risco. Mais<<strong>br</strong> />

informações po<strong>de</strong>m ser encontradas no item 10 (Verification).<<strong>br</strong> />

Inclua, no item 5.2 (Licenças necessárias para a execução do projeto), um acordo assinado <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

conservação/restrição, caso a área do projeto seja uma proprieda<strong>de</strong> privada. Esse acordo é necessário<<strong>br</strong> />

para que o projeto seja registrado no CAR e <strong>de</strong>ve ser assinado, no máximo, um ano antes da data <strong>de</strong> início<<strong>br</strong> />

do projeto. Caso o acordo tenha sido assinado antes <strong>de</strong> um ano da data <strong>de</strong> início do projeto, os limites<<strong>br</strong> />

impostos no acordo <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados mandatos legais, ou o acordo não aten<strong>de</strong>rá ao requisito<<strong>br</strong> />

legal do teste <strong>de</strong> adicionalida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação do “baseline” <strong>de</strong>sse padrão.<<strong>br</strong> />

Também é necessário incluir, no item 5.2 (Licenças necessárias para a execução do projeto),<<strong>br</strong> />

o acordo <strong>de</strong> implementação do projeto, PIA (Project Implementation Agreement). O PIA é um acordo<<strong>br</strong> />

entre o proprietário da floresta e o CAR, atestando a o<strong>br</strong>igação <strong>de</strong> o proprietário cumprir o Forest Project<<strong>br</strong> />

Protocol, e os direitos e <strong>de</strong>veres do CAR, no caso <strong>de</strong> o proprietário não o cumprir. O PIA <strong>de</strong>ve ser assinado<<strong>br</strong> />

antes <strong>de</strong> registrar-se o projeto.<<strong>br</strong> />

Mais informações po<strong>de</strong>m ser encontradas nos itens 3.5 (Project Implementation Agreement) e<<strong>br</strong> />

3.6 (Use of Qualified Conservation Easements or Qualified Deed Restrictions).<<strong>br</strong> />

Inclua, no item 5.5 (Direito legal so<strong>br</strong>e os créditos gerados pelo serviço ambiental), um formulário<<strong>br</strong> />

atestando posse exclusiva so<strong>br</strong>e as emissões evitadas pelo projeto. Um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> formulário po<strong>de</strong> ser<<strong>br</strong> />

encontrado no site do CAR. Mais informações, no item 3.7 (Attestation of Title).<<strong>br</strong> />

65


No item 8.1 (Cenário sem projeto e <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> base), <strong>de</strong>screva a estimativa do baseline<<strong>br</strong> />

do projeto, <strong>com</strong>o uma projeção da perda <strong>de</strong> estoque <strong>de</strong> carbono na área, se esta fosse convertida para<<strong>br</strong> />

outros usos. A metodologia indicada no CAR inclui dois passos: a caracterização e a projeção do baseline<<strong>br</strong> />

e o <strong>de</strong>sconto da incerteza da probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conversão. O projeto só é elegível, isto é, só po<strong>de</strong>rá ser<<strong>br</strong> />

registrado no CAR, se houver a <strong>com</strong>provação do risco significativo <strong>de</strong> conversão da área do projeto para<<strong>br</strong> />

uma área não-florestal.<<strong>br</strong> />

Informações <strong>de</strong>talhadas <strong>de</strong> <strong>com</strong>o calcular o baseline, tabelas explicativas e equações po<strong>de</strong>m<<strong>br</strong> />

ser encontradas no item 6 (Quantifying Net GHG Reductions and Removals), subitem 6.3 (Avoi<strong>de</strong>d<<strong>br</strong> />

Conversion Projects).<<strong>br</strong> />

Inclua, no item 8 (Metodologia), os fatores e/ou ativida<strong>de</strong>s que garantam a a<strong>de</strong>quação do projeto<<strong>br</strong> />

aos seguintes requisitos exigidos pelo CAR:<<strong>br</strong> />

Garantias <strong>de</strong> que o projeto não utiliza fertilização em massa;<<strong>br</strong> />

Práticas <strong>de</strong> extração sustentável: quando uma ativida<strong>de</strong> <strong>com</strong>ercial <strong>de</strong> extração for planejada ou<<strong>br</strong> />

iniciada na área, o <strong>de</strong>senvolvedor do projeto <strong>de</strong>ve aplicar e <strong>de</strong>monstrar práticas sustentáveis <strong>de</strong> longo<<strong>br</strong> />

prazo. Mais informações po<strong>de</strong>m ser encontradas no item 3.9.1 (Sustainable Harvesting Practices);<<strong>br</strong> />

Gestão da natureza florestal: o projeto <strong>de</strong>ve promover e manter a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espécies nativas<<strong>br</strong> />

e utilizar práticas <strong>de</strong> gestão para tanto. Todo projeto <strong>de</strong>ve estabelecer e/ou manter o tipo florestal nativo<<strong>br</strong> />

da área. Mais informações po<strong>de</strong>m ser encontradas no item 3.9.2 (Natural Forest Management);<<strong>br</strong> />

Promoção/Manutenção do estoque <strong>de</strong> carbono da área: o projeto <strong>de</strong>ve aumentar ou, no mínimo,<<strong>br</strong> />

manter o estoque <strong>de</strong> carbono vivo e em pé, presente na área, durante todo o projeto. O CAR não registra<<strong>br</strong> />

créditos para um projeto que indicar, através dos relatórios <strong>de</strong> monitoramento entregues a cada 10<<strong>br</strong> />

66


anos, redução no estoque <strong>de</strong> carbono vivo e em pé na área. Mais informações po<strong>de</strong>m ser encontradas<<strong>br</strong> />

no item 3.9.3 (Promotion of the Onsite Standing Live Carbon Stocks).<<strong>br</strong> />

Inclua, no item 8 (Metodologia), uma estimativa dos efeitos secundários, levando em conta<<strong>br</strong> />

que a conversão a ocorrer na área do projeto po<strong>de</strong> ser transferida para outra área, se o projeto não for<<strong>br</strong> />

executado. Para quantificar os efeitos secundários, é preciso <strong>de</strong>terminar o risco <strong>de</strong> transferência da<<strong>br</strong> />

conversão e usar a equação indicada pelo CAR. Mais informações po<strong>de</strong>m ser encontradas no item 6.3.5<<strong>br</strong> />

(Quantifying secondary effects).<<strong>br</strong> />

Inclua, no item 8 (Metodologia), o cálculo do total <strong>de</strong> reduções <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito estufa.<<strong>br</strong> />

Mais informações po<strong>de</strong>m ser encontradas no item 6 (Quantifying Net GHG Reductions and Removals).<<strong>br</strong> />

Inclua, no item 8.5 (Adicionalida<strong>de</strong>), os testes exigidos pelo CAR: teste <strong>de</strong> requisito legal e teste<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> performance. O teste <strong>de</strong> requisito legal visa a garantir que o projeto atinja uma redução maior <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

emissões, além das reduções em conformida<strong>de</strong> <strong>com</strong> alguma lei fe<strong>de</strong>ral, estadual, local ou qualquer<<strong>br</strong> />

mandato legal. Já o teste <strong>de</strong> performance visa a garantir que o projeto atinja uma redução maior <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

emissões, além das reduções resultantes da implementação <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s “business as usual”. Mais<<strong>br</strong> />

informações po<strong>de</strong>m ser encontradas no item 3.1 (Additionality).<<strong>br</strong> />

Inclua, no item 9 (Gestão do Risco), o cálculo do risco <strong>de</strong> reversão das emissões evitadas pelo<<strong>br</strong> />

projeto. O risco <strong>de</strong> reversão do projeto <strong>de</strong>termina a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> CRTs <strong>com</strong> que o projeto <strong>de</strong>ve contribuir<<strong>br</strong> />

para o buffer pool, <strong>com</strong>o seguro contra reversões. Esse risco é recalculado a cada verificação da área.<<strong>br</strong> />

Se a diferença entre os estoques do projeto e o baseline diminuir <strong>de</strong> um ano para o seguinte, o CAR<<strong>br</strong> />

consi<strong>de</strong>rará o fato uma reversão. Se o projeto sofrer uma reversão na redução <strong>de</strong> suas emissões, o CAR<<strong>br</strong> />

cancelará um número <strong>de</strong> CRTs igual à quantida<strong>de</strong> revertida. Mais informações po<strong>de</strong>m ser encontradas<<strong>br</strong> />

no item 7 (Ensuring the Permanence of Credited GHG Reductions and Removals).<<strong>br</strong> />

67


Inclua, no item 10 (Plano <strong>de</strong> Monitorament), o plano <strong>de</strong> execução do monitoramento, por<<strong>br</strong> />

um período <strong>de</strong> cem anos apos o último registro <strong>de</strong> créditos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissão. As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

monitoramento consistem em manter atualizado o estoque <strong>de</strong> carbono da área. Deve ser entregue<<strong>br</strong> />

um relatório anual ao CAR, <strong>com</strong> inventário <strong>com</strong>pleto. Projetos que não se <strong>com</strong>prometem a monitorar<<strong>br</strong> />

o inventário do estoque, por, no mínimo, cem anos após o registro dos créditos, não são elegíveis, isto<<strong>br</strong> />

é, não se po<strong>de</strong>m registrar junto ao CAR. Algumas exceções são consi<strong>de</strong>radas pelo registro que impõe<<strong>br</strong> />

que os créditos registrados sejam aposentados. Mais informações po<strong>de</strong>m ser encontradas nos itens 3.4<<strong>br</strong> />

(Minimum time <strong>com</strong>mitment) e 8 (Project Monitoring).<<strong>br</strong> />

68


ANEXO 4 – Requerimentos específicos para o atendimento<<strong>br</strong> />

ao padrão ACR (American Carbon Registry) – V.1 – Março <strong>de</strong> 2009.<<strong>br</strong> />

O American Carbon Registry foi o primeiro registro <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito estufa criado nos Estados<<strong>br</strong> />

Unidos. Todas as metodologias e as ferramentas para contabilizar as emissões do ACR são baseadas na ISO<<strong>br</strong> />

14064. Para facilitar a certificação, o ACR também aceita metodologias propostas por: Clean Development<<strong>br</strong> />

Mechanism (CDM), U.S. EPA Climate Lea<strong>de</strong>rs, World Resources Institute / World Business Council for Sustainable<<strong>br</strong> />

Development e Voluntary Carbon Standard (VCS).<<strong>br</strong> />

Inclua, no item 4.3 (Mecanismos <strong>de</strong> revisão do projeto), os mecanismos <strong>de</strong> execução da Revisão<<strong>br</strong> />

Qualitativa Anual, que <strong>de</strong>ve ser realizada por <strong>de</strong>senvolvedores <strong>de</strong> projetos registrados no ACR. A revisão visa<<strong>br</strong> />

a garantir a manutenção do projeto e nenhuma mudança significativa em condições que po<strong>de</strong>riam afetar a<<strong>br</strong> />

qualida<strong>de</strong> do projeto e a integrida<strong>de</strong> das emissões evitadas. A revisão é realizada três meses após o primeiro<<strong>br</strong> />

aniversário <strong>de</strong> registro e renova a elegibilida<strong>de</strong> do projeto por mais 12 meses. Mais informações po<strong>de</strong>m ser<<strong>br</strong> />

encontradas no item VI (ACCOUNTING REQUIREMENTS), subitem D (Annual Qualitative Review).<<strong>br</strong> />

Inclua, no item 8.1 (Cenário sem projeto), a causa <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento para o “cenário sem projeto”:<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>smatamento planejado legalmente po<strong>de</strong> ser calculado diretamente e <strong>de</strong>smatamento ilegal <strong>de</strong>ve ser<<strong>br</strong> />

mo<strong>de</strong>lado. Desenvolvedores <strong>de</strong> projeto precisam levar, em consi<strong>de</strong>ração, no “cenário sem projeto”, o carbono<<strong>br</strong> />

armazenado em produtos feitos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, por exemplo, para não estimar uma quantida<strong>de</strong> muito alta<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> emissões evitadas. Mais informações so<strong>br</strong>e <strong>com</strong>o calcular/estimar o “cenário sem projeto” po<strong>de</strong>m ser<<strong>br</strong> />

encontradas no item VI (ACCOUNTING REQUIREMENTS), subitem A (Baselines).<<strong>br</strong> />

No item 8 (Metodologia), inclua, na <strong>de</strong>scrição so<strong>br</strong>e vazamento, o vazamento causado pelas mudanças<<strong>br</strong> />

nas ativida<strong>de</strong>s locais e no mercado. Mais informações po<strong>de</strong>m ser encontradas no item VI (ACCOUNTING<<strong>br</strong> />

REQUIREMENTS), subitem B (Leakage Issues).<<strong>br</strong> />

69


No item 8 (Metodologia), ao <strong>de</strong>screver a metodologia <strong>de</strong> mensuração <strong>de</strong> carbono, apresente a forma<<strong>br</strong> />

utilizada para calcular o nível <strong>de</strong> precisão das estimativas. O ACR exige que o intervalo <strong>de</strong> 90% <strong>de</strong> confiança<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> amostragem seja não mais que 10% da quantida<strong>de</strong> média estimada <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> emissões. Se o<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>senvolvedor <strong>de</strong> projeto não conseguir atingir a meta +/- 10% da média, no intervalo <strong>de</strong> confiança <strong>de</strong> 90%,<<strong>br</strong> />

então a quantida<strong>de</strong> registrada <strong>de</strong> créditos será a média menos o limite inferior do intervalo. Mais informações<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong>m ser encontradas no item III (ACCOUNTING CONCEPTS), subitem D (Measurement Accuracy and Precision).<<strong>br</strong> />

Inclua, no item 8.5 (Adicionalida<strong>de</strong>), um teste específico para o ACR, que analisa o projeto em 3<<strong>br</strong> />

dimensões: “surplus” regulatório, práticas <strong>com</strong>uns e barreiras à implementação. Mais informações po<strong>de</strong>m<<strong>br</strong> />

ser encontradas no item V (ADDITIONALITY), subitem B (Hy<strong>br</strong>id Approach).<<strong>br</strong> />

No item 9 (Gestão do risco), na <strong>de</strong>finição dos mecanismos <strong>de</strong> <strong>com</strong>pensação, os <strong>de</strong>senvolvedores<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> projeto têm a opção <strong>de</strong> usar: contribuições <strong>de</strong> créditos ao “buffer pool”, seguro que garante preço para a<<strong>br</strong> />

reposição <strong>de</strong> offsets e/ou a doação <strong>de</strong> offsets não–florestais, que aten<strong>de</strong>m aos requisitos do standard. Mais<<strong>br</strong> />

informações po<strong>de</strong>m ser encontradas no item VI (ACCOUNTING REQUIREMENTS), subitem C (Buffer Pool).<<strong>br</strong> />

Inclua, no item 10 (Plano <strong>de</strong> Monitoramento), um plano para executar a renovação dos créditos no ACR.<<strong>br</strong> />

Ao final do quinto ano <strong>de</strong> registro do projeto, requer-se a renovação dos créditos e, a partir daí, renovações a<<strong>br</strong> />

cada cinco anos. A renovação visa a <strong>de</strong>monstrar a longevida<strong>de</strong> do projeto e a redução dos riscos, reduzindo,<<strong>br</strong> />

potencialmente, o “buffer” o<strong>br</strong>igatório do projeto pelos cinco anos seguintes. Mais informações so<strong>br</strong>e a<<strong>br</strong> />

renovação dos créditos, além <strong>de</strong> uma tabela <strong>de</strong> reavaliação do tamanho “buffer pool”, po<strong>de</strong>m ser encontradas<<strong>br</strong> />

no item VI (ACCOUNTING REQUIREMENTS), subitem E (Crediting Period Renewal).<<strong>br</strong> />

70


ANEXO 5: Requerimentos específicos para o atendimento ao<<strong>br</strong> />

padrão Plan Vivo<<strong>br</strong> />

O padrão Plan Vivo é um conjunto <strong>de</strong> normas, processos e ferramentas, utilizado para <strong>de</strong>senvolver<<strong>br</strong> />

e registrar os projetos <strong>de</strong> pagamentos por serviços <strong>ambientais</strong> (PES) em países em <strong>de</strong>senvolvimento. As<<strong>br</strong> />

ativida<strong>de</strong>s do projeto incluem reflorestamento, sistemas agroflorestais, conservação florestal, restauração e<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>smatamento evitado, e são implementadas por pequenos proprietários, arrendamentos ou <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s,<<strong>br</strong> />

em sua própria terra, ou em terra da qual eles <strong>de</strong>têm os direitos <strong>de</strong> uso. O Plan Vivo é gerido pelo BioClimate<<strong>br</strong> />

Research and Development (BR&D).<<strong>br</strong> />

O foco principal são projetos que tenham o potencial amplo <strong>de</strong> promover o <strong>de</strong>senvolvimento<<strong>br</strong> />

sustentável em países periféricos, através do trabalho <strong>com</strong> pequenos agricultores e/ ou <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s rurais,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> ênfase nos meios <strong>de</strong> subsistência rurais locais e no uso <strong>de</strong> espécies nativas, em ativida<strong>de</strong>s que promovam<<strong>br</strong> />

a sustentabilida<strong>de</strong> dos recursos naturais.<<strong>br</strong> />

Tem sido utilizado, <strong>com</strong>o incentivo aos produtores,a para que apliquem melhores técnicas <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

utilização do solo em troca do pagamento adiantado <strong>de</strong> créditos. Para o padrão Plan Vivo, o lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> projeto é<<strong>br</strong> />

uma figura muito importante para o sucesso do projeto pois este coor<strong>de</strong>na a implementação das ativida<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> as <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s.<<strong>br</strong> />

No item 2 (Definição do escopo), nenhum crédito retroativo é permissível para ativida<strong>de</strong>s já<<strong>br</strong> />

implementadas. Mais informações po<strong>de</strong>m ser encontradas no item 1.1 (Aplicability of the Standards);<<strong>br</strong> />

No item 3 (Organizações envolvidas e responsabilida<strong>de</strong>s), o projeto <strong>de</strong>ve ser coor<strong>de</strong>nado por<<strong>br</strong> />

um responsável local, em constante consulta <strong>com</strong> <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s locais, que <strong>de</strong>vem ser recrutadas para<<strong>br</strong> />

participar do projeto, recebendo treinamento para isso.<<strong>br</strong> />

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O coor<strong>de</strong>nador do projeto <strong>de</strong>ve ser uma entida<strong>de</strong> não-governamental, que tenha fortes ligações<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> grupos locais e, <strong>de</strong> preferência, experiência <strong>de</strong> trabalho <strong>com</strong> as <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s envolvidas no projeto.<<strong>br</strong> />

As organizações elegíveis incluem: organizações não-governamentais (ONGs) locais ou nacionais; fundos<<strong>br</strong> />

fiduciários in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes ou empresas sem fins lucrativos, <strong>de</strong>finidas especificamente para realizar um<<strong>br</strong> />

projeto <strong>de</strong> Plan Vivo. Mais informações po<strong>de</strong>m ser encontradas no item 1 (Introduction).<<strong>br</strong> />

Além disso, os projetos po<strong>de</strong>m ter um responsável técnico na equipe, o qual irá trabalhar<<strong>br</strong> />

especificamente <strong>com</strong> os aspectos sociais do projeto e a implementação dos mesmos. Mais informações<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong>m ser encontradas no Anexo 02, item 5.3 (Social Team).<<strong>br</strong> />

No item 7.2 (Descrição das ativida<strong>de</strong>s sociais), apresentar evidências da participação voluntária<<strong>br</strong> />

das <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s e dos grupos locais nas ativida<strong>de</strong>s do projeto, através do registro <strong>de</strong> reuniões, <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

minutas, <strong>de</strong> fotos, <strong>de</strong> lista <strong>de</strong> presença, entre outros procedimentos cabíveis. As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem ser<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>stinadas a satisfazer as necessida<strong>de</strong>s dos grupos-alvo (<strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s) e a trazer benefícios para a<<strong>br</strong> />

subsistência, além dos pagamentos pelo carbono. Mais informações po<strong>de</strong>m ser encontradas no item 3.2<<strong>br</strong> />

(Project Design Phase).<<strong>br</strong> />

Além disso, no item 7.2, <strong>de</strong>screva as ativida<strong>de</strong>s realizadas no projeto para transferir tecnologia e<<strong>br</strong> />

treinamento para as organizações locais e/ou <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s, para que elas possam assumir papéis <strong>de</strong> longo<<strong>br</strong> />

prazo na gestão sustentável e no monitoramento das ativida<strong>de</strong>s do projeto. Devem existir mecanismos<<strong>br</strong> />

para a formação contínua dos produtores e a participação dos produtores no <strong>de</strong>senvolvimento do projeto.<<strong>br</strong> />

Mais informações po<strong>de</strong>m ser encontradas no Anexo 02, item 5.4.<<strong>br</strong> />

Ainda no item 7.2 (Descrição das ativida<strong>de</strong>s sociais), <strong>de</strong>screva um plano <strong>de</strong> inclusão, nas<<strong>br</strong> />

ativida<strong>de</strong>s, das <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s presentes na área e no entorno do projeto. Demonstre que as ativida<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

do projeto são <strong>de</strong>senvolvidas <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ssas <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s. Esse plano <strong>de</strong>ve<<strong>br</strong> />

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incluir um mecanismo <strong>de</strong> consulta permanente <strong>com</strong> essas <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s, po<strong>de</strong>ndo ser, por exemplo,<<strong>br</strong> />

um fórum regular das partes interessadas. Mais informações po<strong>de</strong>m ser encontradas no Anexo 02, item 6<<strong>br</strong> />

(Community-led <strong>de</strong>sign plan submitted).<<strong>br</strong> />

No item 7.1 (Descrição das ativida<strong>de</strong>s <strong>ambientais</strong>), todas as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem ser realizadas<<strong>br</strong> />

apenas <strong>com</strong> o uso <strong>de</strong> espécies nativas ou naturalizadas e <strong>de</strong>vem promover a restauração e a proteção<<strong>br</strong> />

dos ecossistemas naturais.<<strong>br</strong> />

Apenas são aceitas outras espécies, quando houver consentimento prévio das <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

locais ou em áreas que não causarão efeitos negativos so<strong>br</strong>e a biodiversida<strong>de</strong>. Mais informações po<strong>de</strong>m<<strong>br</strong> />

ser encontradas no item 1.1 (Applicability of the Standards).<<strong>br</strong> />

No item 8.5 (Adicionalida<strong>de</strong>), as ativida<strong>de</strong>s do projeto <strong>de</strong>vem promover benefícios à biodiversida<strong>de</strong>:<<strong>br</strong> />

i<strong>de</strong>ntifique os principais impactos so<strong>br</strong>e o ecossistema, resultantes da implementação do projeto, e <strong>de</strong>fina<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o o projeto procura maximizar os benefícios <strong>ambientais</strong>. Mais informações po<strong>de</strong>m ser encontradas<<strong>br</strong> />

no Anexo 02, item 4 (Summary of proposed project activities and ecosystem impacts).<<strong>br</strong> />

Ainda no item 8.5 (Adicionalida<strong>de</strong>), o projeto <strong>de</strong>ve proporcionar benefícios às populações nele<<strong>br</strong> />

envolvidas, tais <strong>com</strong>o <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s e outros grupos-alvo. As ativida<strong>de</strong>s do projeto <strong>de</strong>vem satisfazer<<strong>br</strong> />

as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sses grupos, <strong>com</strong> benefícios para a sua subsistência. Mais informações po<strong>de</strong>m ser<<strong>br</strong> />

encontradas no item 1.3 (Plan Vivo Guiding Principles (3)).<<strong>br</strong> />

No item 10 (Plano <strong>de</strong> monitoramento), o projeto <strong>de</strong>ve estar a<strong>de</strong>quado a prever possíveis impactos<<strong>br</strong> />

so<strong>br</strong>e a biodiversida<strong>de</strong>, os quais <strong>de</strong>vem ser positivos. Devem-se apresentar evidências da não-ocorrência<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> impactos negativos so<strong>br</strong>e a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água ou os lençóis freáticos. O projeto <strong>de</strong>ve contribuir para<<strong>br</strong> />

a conservação e o aumento da biodiversida<strong>de</strong>, no contexto ambiental local. Mais informações po<strong>de</strong>m<<strong>br</strong> />

ser encontradas nos itens 3.2 (Project Design Phase) e 4 (Plan Vivo Project Standards).<<strong>br</strong> />

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