gerais. - Roteiro BrasÃlia
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Ano V • nº 108<br />
23 de outubro de 2006<br />
R$ 5,90
empoucaspalavras<br />
O cardápio desta edição da <strong>Roteiro</strong> é de dar<br />
água na boca. Recomendamos uma degustação<br />
lenta e prazerosa.<br />
Comece pelo Tempero da Dadá, na Casa<br />
Cor Brasília, a partir da página 6. Delicie-se, em<br />
seguida, com os genuínos tapas andaluzes da<br />
recém-inaugurada taberna Pata Negra, na 413<br />
Sul. Conheça o também novíssimo No Grill e<br />
seus vizinhos da 213 Norte e experimente um<br />
caldinho reconfortante na madrugada.<br />
Para completar, sugerimos a saborosa<br />
polenta da Cantina 28, na Serra Gaúcha.<br />
Com ela, inauguramos na página 16 uma nova<br />
seção – Se Você For – que pretende presentear<br />
com preciosas dicas gastronômicas quem<br />
costuma viajar por esse Brasil afora. Ou para<br />
fora do Brasil.<br />
Igualmente deliciosa é a história do lendário<br />
boêmio Roniquito, que tinha o estranho<br />
hábito de provocar, até a exasperação, qualquer<br />
conhecido que encontrasse pelas noites<br />
cariocas, nas décadas de 50 e 60. Ele dá título<br />
ao livro escrito por sua irmã, Scarlet Moon de<br />
Chevalier, ex-senhora Lulu Santos, resenhado<br />
por Ricardo Pedreira (página 20).<br />
Ainda na seara literária, teremos, a<br />
partir do dia 24, no CCBB, uma espécie de<br />
reconstituição, em formato multimídia, do<br />
trajeto percorrido pelo jagunço Riobaldo em<br />
Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, por<br />
muitos considerada a maior obra da literatura<br />
brasileira (página 40).<br />
O venerável Athos Bulcão, um dos<br />
fundadores da nova capital, está presente ao<br />
mesmo tempo nos mosaicos de Gougon, com<br />
os quais esbarramos por toda a cidade (página<br />
22), e na pintura de Paulino Aversa, que estará<br />
exposta até o dia 30 no Museu de Arte de<br />
Brasília (página 39).<br />
Bom apetite!<br />
Maria Teresa Fernandes e<br />
Adriano Lopes de Oliveira<br />
Editores<br />
22 brasiliensedecoração<br />
Por todos os cantos, os mosaicos de Gougon e de seu<br />
grupo Loucos de Pedra eternizam os fundadores da cidade<br />
6<br />
14<br />
16<br />
18<br />
20<br />
29<br />
32<br />
34<br />
39<br />
44<br />
46<br />
águanaboca<br />
garfadas&goles<br />
sevocêfor<br />
dia&noite<br />
verso&prosa<br />
graves&agudos<br />
especial<br />
mexa-se<br />
galeriadearte<br />
caianagandaia<br />
luzcâmeraação<br />
DÉBORA AMORIM<br />
ROTEIRO BRASÍLIA é uma publicação da Editora <strong>Roteiro</strong> Ltda | Setor Hoteleiro Sul, Brasil XXI, Business Center Park 1, Sala 1307 – Tel: 3217.0217 Fax: 3217.0200 |<br />
Redação roteirobrasilia@alo.com.br | Editores Adriano Lopes de Oliveira e Maria Teresa Fernandes | Produção Célia Regina | Capa Eduardo Branquinho |<br />
Diagramação Carlos Ferreira e Eduardo Krüger | Reportagem Adriana Romeo, Akemi Nitahara, Ana Cristina Vilela, Albert Steinberger, Alexandre Marino,<br />
Angélica Torres, Bebé Prates, Beth Almeida, Carla Andrade, Celina Maryia, Eduardo Oliveira, Greicy Pessoa, Heitor Menezes, Lúcia Leão, Luiz Recena,<br />
Marcos Magalhães, Rafaela Cléo, Reynaldo Domingos Ferreira, Ricardo Pedreira, Rodrigo Oliveira, Sérgio Moriconi, Susan Faria, Teresa Mello e Vicente Sá<br />
Fotografia Débora Amorim e Eduardo Krüger | Diretor Comercial Jaime Recena (8449.9736) | Contatos Comerciais André Gil (9988.6676) e Giselma<br />
Nascimento (9985.5881) | Administrativo/Financeiro Daniel Viana e Rafael Oliveira | Impressão Gráfica Coronário
águanaboca<br />
POR TERESA MELLO<br />
FOTOS EDUARDO KRÜGER<br />
Dendê<br />
e pimenta<br />
na medida certa<br />
O baianíssimo Tempero da Dadá é a principal<br />
atração gastronômica da Casa Cor Brasília<br />
A 15ª Casa Cor Brasília é um<br />
sucesso. Num único domingo, 1.749<br />
visitantes percorreram os 44 ambientes<br />
projetados por 72 profissionais, em<br />
1.800 m 2 de área construída e outros<br />
6.500 de área verde às margens do Lago<br />
Paranoá, no Setor de Clubes Norte. O<br />
espaço gastronômico traz pela segunda<br />
vez uma figura conhecida: Aldaci dos<br />
Santos, ou melhor, Dadá, que trouxe de<br />
Salvador oito ajudantes para executar<br />
sua culinária sofisticada, leve, com<br />
pouquíssimo dendê e pimenta.<br />
O restaurante Tempero da Dadá,<br />
projetado por Bárbara Paiva, tem 50<br />
cadeiras tipo medalhão, espelhos e<br />
lustre preto de cristal. Nos 90 m 2 ecoa<br />
o riso farto da chef baiana, zanzando<br />
entre a cozinha e o salão, com<br />
atendimento reforçado pelo Senac, que<br />
para lá mandou quatro professores e<br />
6
15 alunos dos cursos de garçom e de<br />
barman. “É uma espécie de prática<br />
supervisionada”, define o maitre,<br />
professor Aragão, que recomenda logo<br />
o polvo a vinagrete como entrada.<br />
Os pratos chegam à mesa no horário<br />
da Bahia, sem pressa, e servem duas<br />
pessoas: moqueca de camarão (R$ 79),<br />
peixe na folha de bananeira com cubos<br />
de abacaxi (página ao lado - R$ 98,70),<br />
bobó de camarão (R$ 99,80). Quem não<br />
tolera frutos do mar pode experimentar<br />
o filé ou o frango com banana frita<br />
(ambos a R$ 89,90).<br />
No Café Via, criado por Carlos<br />
Weidle e Juliane Moi, o destaque é o<br />
café gourmet Santés, produzido em São<br />
Desidério, oeste da Bahia, e destinado<br />
às máquinas de espresso. “Depois de<br />
Brasília, vamos lançar em São Paulo e<br />
Curitiba”, diz o representante, Pavel<br />
Cardoso. Para acompanhar os grãos<br />
especiais, moídos e servidos quentes<br />
ou gelados, como o coquetel com<br />
groselha e suco de laranja (foto abaixo),<br />
o cardápio da cafeteria tem sanduíches e<br />
quiches, além de tortas feitas por Karim<br />
Schneider, com fatias entre R$ 6 e<br />
R$ 12. A Santa Pizza completa a área<br />
de alimentação e apresenta a pizza com<br />
pasta de bacalhau.<br />
ELA NÃO CHOROU QUANDO NASCEU.<br />
Veio ao mundo com a cara<br />
boa e com ela seguiu pela<br />
vida. Mesmo quando a<br />
situação apertava. Trabalhou<br />
muito como empregada<br />
doméstica e cozinheira.<br />
Começou menininha,<br />
lavando panelas de barro.<br />
Hoje, aos 45 anos, duas<br />
filhas e três restaurantes, a<br />
empresária e chef Dadá é<br />
paparicada pelas madames, já cozinhou<br />
em Londres e Nova York e ainda<br />
sustenta o tradicional sorriso, agora<br />
iluminado pelos anéis de metal do<br />
aparelho ortodôntico.<br />
A primeira experiência na cozinha<br />
foi um bife à milanesa: “Eu falava bife<br />
na mesa”, conta ela, às gargalhadas.<br />
Dadá gosta de cantar enquanto<br />
trabalha e não admite ninguém azedo,<br />
mal-humorado, por perto. Só perde<br />
a fome quando está com raiva e não<br />
Cadeiras tipo medalhão e lustre de cristal preto<br />
no restaurante Tempero da Dadá<br />
come cebola de jeito nenhum. Para<br />
ela, feijão com farinha é exemplo de<br />
mistura perfeita. Aos cinco anos, foi<br />
seduzida pela culinária e hoje compara:<br />
“Cozinha é igual a sexo. Cozinhar é<br />
você estar amando o tomate, amando<br />
o coentro, o azeite de oliva, o dendê,<br />
tudo o que você coloca na comida”.<br />
Nascida em Sítio do Conde, divisa<br />
com Sergipe, foi criada sem pai. A<br />
mãe, Dona Júlia, ia trabalhar na<br />
roça levando Renato, bebê de colo,<br />
enquanto Dadá vendia sardinha frita<br />
ao molho de vinagrete, na porta do<br />
mercado. “Meu sonho era<br />
ter uma boneca com cabelo”,<br />
lembra. O jeito foi fazer uma<br />
com espiga de milho verde.<br />
E ela perambulava feliz,<br />
espiando a brincadeira das<br />
outras crianças pelas janelas.<br />
Acabava sendo chamada para<br />
brincar, ficava por ali e, para<br />
agradecer, lavava panelas.<br />
Depois voltava para o<br />
barraco, feito de palha de coqueiro,<br />
onde comiam efó, prato africano feito<br />
com uma folha conhecida como língua<br />
de vaca. “Às vezes minha mãe conseguia<br />
pescar alguma coisa, a gente ralava o<br />
coco, ferventava as folhas, colocava<br />
alho, coentro, tomate, amendoim, o<br />
que a gente tinha no quintal, e fazia<br />
aquela moqueca, negona, com leite<br />
de coco e dendê. É comida de santo<br />
também”, explica Dadá, filha de Oxum.<br />
Mocinha, ela continuou trabalhando<br />
Banheira de hidromassagem com minicascata<br />
ilumidada por fibra ótica<br />
como doméstica, já em Salvador,<br />
onde também vendia bolos e mingaus<br />
nos pontos de ônibus. “Meu sonho<br />
era trabalhar numa pensão”, conta.<br />
Vieram os pratos feitos, o trabalho em<br />
restaurantes, a parceria com o cozinheiro<br />
Paulo, futuro marido. Nessa época,<br />
ela já havia perdido o irmão, vítima de<br />
atropelamento, e a mãe, falecida no<br />
hospital da Irmã Dulce.<br />
Tal como na Casa Cor, a<br />
inauguração do primeiro restaurante<br />
foi debaixo de muita água, na favela do<br />
Alto das Pombas. O casal conseguiu<br />
seis mesas de uma cervejaria e comprou<br />
fiado uma dúzia de pratos e talheres.<br />
Hoje, ela comanda três restaurantes<br />
na Bahia: no Alto das Pombas, no<br />
Pelourinho e na Costa do Sauípe. “Eu<br />
queria crescer. Dadá é uma pessoa muito<br />
humilde, mas Dadá é requintada”,<br />
define-se, circulando à vontade pelo<br />
ambiente luxuoso criado em Brasília:<br />
“Acho que na próxima encarnação vou<br />
incorporar a Dadá perua”.<br />
Além da gastronomia, a Casa Cor<br />
Brasília 2006 está cheia de novidades:<br />
banheiros com chuveiros quadrados,<br />
fabricados em metal latão cromado<br />
e funcionando em alta pressão;<br />
vaso sanitário slow close, cuja tampa<br />
desce lenta e silenciosamente graças<br />
a um amortecedor; e banheira de<br />
hidromassagem com minicascata,<br />
iluminada por fibra ótica. A galeria de<br />
arte mostra xícaras assinadas por Athos<br />
Bulcão e nichos criados pela arquiteta<br />
Silvana Andrade para valorizar ainda<br />
mais um quadro ou uma escultura.<br />
Casa Cor Brasília<br />
Até 15 de novembro. Setor de Clubes Norte,<br />
perto do Minas Brasília. De terça a domingo,<br />
das 12h às 22h. Ingressos: R$ 20 (inteira)<br />
7
águanaboca<br />
Tapas da Andaluzia<br />
Taberna Pata Negra reproduz um pouco da cultura e<br />
da culinária dos árabes, ciganos, visigodos, romanos e<br />
outros povos que deixaram sua marca no sul da Espanha<br />
8
POR SUSAN FARIA<br />
FOTOS EDUARDO KRÜGER<br />
Um pedaço da Espanha, ou melhor,<br />
do sul da Espanha, em plena capital<br />
brasileira. É a taberna Pata Negra,<br />
inspirada no que há de melhor da<br />
Andaluzia, famosa pelo flamenco, pelas<br />
tradições, festas, religiosidade, culinária<br />
e cultura. “Somos a segunda taberna<br />
do Brasil especializada em tapas da<br />
Andaluzia. A outra fica em São Paulo”,<br />
informa a chef Maria Jesus Navas, 35<br />
anos, espanhola de Córdoba, casada<br />
com diplomata brasileiro, uma das<br />
sócias da casa.<br />
É ela quem explica porquê Pata<br />
Negra: “É um presunto curado feito do<br />
porco ibérico, exclusivo da Espanha,<br />
alimentado com nozes a vida inteira”.<br />
A carne é exótica, gostosa e o presunto<br />
considerado o melhor da Espanha. Pata<br />
Negra é também sinônimo de pessoas<br />
autênticas, de caráter.<br />
COM TRÊS AMBIENTES, a taberna quer<br />
se tornar referência cultural na cidade<br />
e em seu piso superior já apresenta<br />
a exposição Cenas de Andaluzia, do<br />
pintor carioca Cláudio Fontes, aberta<br />
até o início de novembro. Garçons e<br />
garçonetes circulam vestidos a caráter<br />
no piso de mosaicos da taberna, que<br />
tem preciosidades como tachos de<br />
cobre e tapetes na parede, gerânios e<br />
janelas em forma de arcos, como nas<br />
casas andaluzas.<br />
No térreo, em um pequeno tablado,<br />
o grupo brasiliense Capricho Espanhol,<br />
dirigido por Patrícia Weingrill,<br />
apresenta números de flamenco e<br />
Nura Nasser se esmera na dança do<br />
ventre. Foi assim a inauguração da casa,<br />
lotada numa segunda-feira chuvosa de<br />
outubro. “É um espaço que faltava em<br />
Brasília”, observa Patrícia. As cinco<br />
bailarinas e dois bailarinos do Capricho<br />
arrasaram nos tarantos, tangos<br />
flamenco, seguidilla, rondeña, soléa por<br />
bulerias e sevillanas, com castanholas.<br />
Diplomatas, representantes da<br />
Embaixada da Espanha, jornalistas,<br />
parlamentares e amigos aplaudiram<br />
o show, especialmente a participação<br />
de Patrícia Weingrill, professora<br />
de flamenco há 14 anos, e Danny<br />
Souza, premiado no XVI Seminário<br />
Internacional de Dança de Brasília.<br />
NO SUBSOLO DA TABERNA será<br />
construído, em seis meses, um tablado<br />
maior para workshops e shows de<br />
flamenco. “As apresentações de<br />
flamenco serão sempre às quartasfeiras,<br />
das 20h30 às 21h40”, informa<br />
Patrícia, parceira no projeto. No local<br />
também funcionará uma cantina para<br />
venda de produtos vindos diretamente<br />
da Andaluzia, como azeite de oliva,<br />
presunto e vinhos.<br />
De acordo com o diplomata<br />
Eduardo de Mattos Hossannah, a idéia<br />
não foi erguer um bar ou restaurante,<br />
mas uma taberna que lembra culturas<br />
milenares da Andaluzia, as tradições<br />
dos árabes (dominaram a região<br />
durante oito séculos), dos ciganos,<br />
visigodos, romanos e de povos distantes<br />
que conviveram harmonicamente.<br />
“Tenho forte paixão pela Espanha<br />
e acho que a Pata Negra tem tudo<br />
para dar certo em Brasília”, comenta<br />
Cassiana Caparelli, 35 anos, a outra<br />
sócia da casa, que como fotógrafa<br />
acompanhou o músico espanhol Paco<br />
de Lucia em sua tournée pela América<br />
Latina, em 1992 e 1993.<br />
O CARDÁPIO DA PATA NEGRA oferece,<br />
a preços acessíveis, grande variedade<br />
de tapas – tortillas, huevos a la<br />
flamenca, flamenquines serrano (rolos<br />
de lombinho recheado de presunto<br />
serrano) e salmorejo (creme frio de<br />
tomate com presunto e ovo cozido).<br />
Há opções de sopas, como a de ajo<br />
blanco, a R$ 8,75, e o consomé al Jerez<br />
(caldo caseiro de carne bovina com<br />
vinho de Jerez) a R$ 6. Uma porção de<br />
berenjenas mozárabes (berinjelas fritas<br />
com mel) sai a R$ 13, e o salomillo a la<br />
sierra morena (filé mignon servido com<br />
molho a base de alho, salsinha e azeite<br />
de oliva) a R$ 15,50.<br />
Saladas e dezenas de delícias<br />
andaluzas como montaítos (sanduíches<br />
abertos) gazpacho andaluz, gambas al<br />
ajiello (camarões com alho frito e azeite),<br />
arroz caldoso, crepes, sangrias e vinhos<br />
famosos estão no cardápio. Sem contar<br />
a tradicional Paella. “Gosto de comprar<br />
tudo fresquinho”, ressalta Maria Jesus,<br />
apaixonada pela culinária de sua terra.<br />
Taberna Pata Negra<br />
413 Sul – Bloco A (3345.0641).<br />
Aberta de 2ª feira a sábado,<br />
das 17h30 até o último cliente.<br />
www.tabernapatanegra.com.br<br />
9
águanaboca<br />
Nova<br />
quadra<br />
gourmet<br />
FOTOS: EDUARDO KRÜGER<br />
Pertinho do Parque<br />
Olhos d’Água,<br />
mais uma rua de<br />
restaurantes vai<br />
surgindo aos poucos<br />
na 213 Norte<br />
POR TERESA MELLO<br />
Ele foi o primeiro a chegar. Era<br />
maio de 2004, os blocos comerciais<br />
e residenciais da 213 Norte ainda<br />
estavam em construção e a poeira era<br />
muita, levantada toda vez que um carro<br />
passava por ali. Mas o empresário José<br />
Clemente enxergou naquele ponto a<br />
mesma situação que encontrara, em<br />
julho de 1995, ao abrir a primeira das<br />
oito lojas da Torteria di Lorenza na<br />
quadra 103 do então incipiente Setor<br />
Sudoeste. “Ele anteviu que ali iria se<br />
formar uma quadra de moradores<br />
mais novos, com alto poder aquisitivo<br />
e que poderiam se tornar clientes<br />
fiéis”, traduz o filho Sérgio de Oliveira<br />
Moura, que a princípio foi contra: “É<br />
porque nós já tínhamos outra loja no<br />
final da Asa Norte, na 115. Mas meu<br />
pai resolveu apostar nesse ponto”.<br />
Não deu outra. Hoje, pouco<br />
tempo depois, os carros disputam<br />
vaga para estacionar na comercial da<br />
213 Norte, onde já existe até serviço<br />
de manobrista. No Bloco A estão o<br />
Café com Flores, o No Grill (antigo<br />
Chopizza) e o Chili Pepper; no Bloco<br />
B, a Torteria, o Alcaparras e a Babbo;<br />
e no Bloco D, o Pão do Alemão. O<br />
Bloco C ainda não saiu do chão. As<br />
mesas de um restaurante se prolongam<br />
até as do vizinho, aparentemente sem<br />
problemas. Eles só brigam, mesmo,<br />
quando disputam o trono de segundo<br />
a chegar à quadra: “Eu fui o primeiro a<br />
abrir aqui depois da Torteria”, afirma<br />
Francisco José Vital, o Chico, dono<br />
da pizzaria Babbo. “Ah, ele falou<br />
isso Ele está doido”, brinca Haerson<br />
Vieira, garantindo que seu self-service<br />
Alcaparras funciona desde novembro<br />
de 2004, quando ali ainda era “uma<br />
terra danada”.<br />
Numa segunda-feira lenta, no<br />
Alcaparras já havia filas no buffet,<br />
vendido a R$ 18,90 o quilo, e no<br />
10
caixa. Mas de onde vem essa gente<br />
toda, meu Deus Na maioria são<br />
moradores, pessoas que vivem sozinhas,<br />
há um ou outro lojista, um dentista<br />
com consultório no primeiro andar.<br />
Haerson aproveita para tomar um café<br />
no vizinho, isto é, na di Lorenza, onde<br />
os clientes se tornaram mesmo fiéis.<br />
Aberta diariamente das 8 às 22h, a<br />
qualquer hora existe alguém comendo<br />
um salgado nas 23 mesas da varanda<br />
ou pedindo uma torta ou sorvete no<br />
balcão. “Nossa coxinha de catupiry é<br />
muito elogiada”, confirma a gerente<br />
Raquel Moura. Nas quartas-feiras, a<br />
loja engrossa a promoção da <strong>Roteiro</strong> e<br />
oferece uma torta inteira com 50% de<br />
desconto.<br />
Também no Bloco B, a pizzaria e<br />
sanduicheria Babbo, que funciona a<br />
partir das 17h, já anuncia que vai abrir<br />
para almoço no fim de semana, de<br />
novembro em diante. “Vou fazer uma<br />
paella à marinara”, avisa o paulista<br />
Chico, que ali chegou atraído pela<br />
qualidade dos blocos na 213 Norte e<br />
preparou um cardápio diferenciado:<br />
“Minhas pizzas são à base de queijo<br />
frescal”, diz ele, que inaugurou sua casa<br />
em 26 de janeiro de 2005.<br />
NO BLOCO A, a Chopizza acaba de<br />
dar lugar ao No Grill, cujo cardápio<br />
comporta desde pizzas assadas no<br />
forno a lenha até carnes grelhadas.<br />
São mais de 20 opções de pizzas, das<br />
tradicionais napolitana, calabresa e<br />
portuguesa até as mais sofisticadas,<br />
como as de alcachofra e bacalhau.<br />
Entre os grelhados, bifes de tira e<br />
de chorizo, t-bone steak, fraldinha e<br />
picanha. Para acompanhar, uma carta<br />
de vinhos e espumantes com mais de 30<br />
rótulos nacionais, argentinos, chilenos,<br />
uruguaios, portugueses, espanhóis e<br />
italianos.<br />
Nem tão novato assim na quadra,<br />
o Chili Pepper, depois de nove anos<br />
na Asa Sul, resolveu abrir uma filial<br />
ali há cinco meses. Além de pratos do<br />
cardápio, a casa oferece bufê mexicano<br />
no almoço e jantar a R$ 14,50 por<br />
pessoa, com variedade de tacos, burritos<br />
e tortillas. Véspera de feriado e sextafeira<br />
à noite há até fila de espera.<br />
Aromas de café<br />
e de flores<br />
Doces delicados, servidos em tacinhas, e sanduíches<br />
enrolados em pão folha (wraps) são destaques no cardápio<br />
do Café com Flores. A proprietária, Ilma Ferreira, usa o<br />
minimalismo da culinária internacional temperado com<br />
o vigor de ingredientes regionais. Nascida no Paraná, ela<br />
morou em Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Venezuela e,<br />
casada com um diplomata, viveu três anos no Canadá, onde<br />
fez cursos de gastronomia e trabalhou num restaurante<br />
francês de Montreal.<br />
Moradora da Asa Sul, Ilma também foi conquistada pela<br />
213 Norte, atraída pelo “alto nível dos edifícios”. Contratou<br />
dois arquitetos e inaugurou, em 30 de março deste ano,<br />
um espaço em tons de terra, com 12 mesas<br />
de vime envelhecido e tampo de vidro, para<br />
apreciar as bromélias embaixo. Ah, as flores!<br />
Dona de uma chácara onde cultiva girassóis,<br />
ela fez das plantas objeto de decoração e de<br />
consumo. Todas estão à venda. Há também<br />
orquídeas, hortênsias, azaléias e lírios, que<br />
misturam seu perfume ao aroma de um<br />
capuccino vienense, feito com café, espuma de<br />
leite, chocolate e canela.<br />
Das receitas de bolo, como o de maracujá com semente de papoula, ela<br />
eliminou o leite, conservou a manteiga e ainda reduziu o açúcar. O cheesecake<br />
com calda de frutas silvestres é levíssimo e há ainda a torta de damasco e a de<br />
cupuaçu com thysalis, fruta adocicada conhecida popularmente como canapu.<br />
Os wraps custam R$ 8 e o recheio pode ser de rosbife, de salmão marinado<br />
com creme de queijo e de pernil de porco com cebola caramelizada. Nos fins de<br />
semana é servido café da manhã e duas vezes por mês acontece a<br />
“terça-feira gourmet”, um jantar com entrada, prato principal<br />
e sobremesa.<br />
Na outra ponta da quadra, com<br />
vista para o Parque Olhos d’Água, fica<br />
o Pão do Alemão. São pães especiais<br />
de 500 gramas, com preços entre R$<br />
5,50 e R$ 8: integral, de centeio, com<br />
girassol, linhaça e gergelim, com passas<br />
e ervas. Dos fornos saem também<br />
biscoitos amanteigados com geléia<br />
de morango, cucas de banana, maçã,<br />
abacaxi e uva, pão recheado com ricota<br />
e atum e pão de queijo. Mas, peraí,<br />
alemão fazendo pão de queijo Pois<br />
faz. E ainda recheia com calabresa,<br />
presunto e gorgonzola. Delícia pura.<br />
Palavra de mineira.<br />
213 Norte<br />
Bloco A: No Grill (3272.1005), Chili Pepper<br />
(3274.5565), Café com Flores (3447.4753)<br />
Bloco B: Torteria di Lorenza (3340.1730),<br />
Alcaparras (3349.3601), Babbo (3340.0020)<br />
Bloco D: Pão do Alemão (3347.6106)<br />
11
águanaboca<br />
No final da tarde ou noite adentro, para se<br />
recuperar do dia de trabalho ou daquela balada<br />
Caldinho<br />
reconfortan<br />
POR GREICY PESSOA<br />
Uma ótima opção para a noite dos<br />
brasilienses são os restaurantes tipo selfservice<br />
que servem caldos e sopas. De<br />
tradição nordestina, mineira, carioca ou<br />
candanga, eles atraem pela diversidade<br />
dos sabores, pela leveza da refeição e<br />
por cair bem, seja no começo da noite<br />
ou após as baladas.<br />
Alguns lugares são referência por<br />
oferecerem aos clientes os mais variados<br />
caldos, desde os leves até os pesados<br />
e mais encorpados. O Caldo Fino,<br />
na 410 Norte (residencial), é parada<br />
obrigatória para os apreciadores do<br />
caldinho. Receita de sucesso que deu<br />
certo unindo arte e gastronomia. São<br />
seis tendas, onde as pessoas tomam os<br />
caldos acomodadas nas mesas à luz de<br />
vela e lampião. A cuidadosa decoração<br />
inclui, ainda, quadros de músicos da<br />
cidade e poesias de artistas brasilienses.<br />
No cardápio há 20 opções de caldos,<br />
que variam de R$ 3,75 a R$ 7,50,<br />
dependendo do tamanho da tigela. Por<br />
dia são servidos de seis a oito tipos.<br />
Mandioca com carne de charque e<br />
Caldo Fino: parada obrigatória<br />
abóbora com gorgonzola são criações da<br />
casa que fazem sucesso. Mas se o cliente<br />
optar pelos tradicionais, tem também<br />
frango com milho, caldo verde, caldo<br />
de feijão. Para os vegetarianos, opções<br />
como o de couve-flor com alho poró<br />
ou o de grão de bico. De sobremesa,<br />
chocolate quente e torta alemã.<br />
“Havia uma carência de<br />
estabelecimentos que vendessem caldos<br />
aqui na Asa Norte. Então juntei o<br />
sabor gostoso dos caldos com uma<br />
FOTOS: EDUARDO KRÜGER<br />
12
te<br />
Don’ Durica<br />
homenagem aos colegas músicos de<br />
Brasília. A proposta de trazer arte<br />
para o caldo deu certo”, afirma o<br />
proprietário e estudante de música,<br />
Renato Fino.<br />
A funcionária pública Sheila<br />
Francelino vai ao Caldo Fino pelo<br />
menos uma vez na semana. E explica<br />
porquê: “O ambiente é familiar e<br />
descontraído, e os caldos são saborosos.<br />
Eles fazem saraus, apresentações<br />
musicais e feiras de trocas”.<br />
Madrugadeiro, o Sabor Brasil,<br />
na 302 Sul, funciona todos os dias,<br />
e de terça a sábado fica aberto até as<br />
seis horas da manhã. Com tempero<br />
nordestino, a casa oferece mais de<br />
150 opções de caldos, que se revezam<br />
diariamente. Por R$ 11,80 o cliente<br />
pode se servir à vontade das 22 opções,<br />
que vão desde caldos, sopas e cremes a<br />
comidas regionais. Para acompanhar,<br />
feijão, cuscuz, farofa, arroz, salada,<br />
tapioca, torradas e pães caseiros. As<br />
crianças até oito anos pagam metade do<br />
preço do rodízio.<br />
Quem for ao Sabor Brasil poderá se<br />
deliciar com caldos regionais como vaca<br />
atolada, galinha caipira com quiabo ou<br />
guariroba, caldo de mocotó, além dos<br />
tradicionais como quibebe de carne<br />
seca com mandioca e caldo de peixe<br />
com sururu.<br />
Luiz Alberto, funcionário de uma<br />
operadora de planos de saúde, é um<br />
grande apreciador. “Sempre venho ao<br />
Sabor Brasil tomar o caldo de peixe<br />
com sururu. Os caldos são leves,<br />
saudáveis e de fácil digestão”, garante.<br />
O Don’ Durica, na 115 Sul, é de<br />
origem mineira e tem caldos como o<br />
“mulher parida” (frango, farinha de<br />
milho e salsinha) e o de abóbora com<br />
camarão. Diariamente são servidos sete<br />
Sabor Brasil<br />
caldos diferentes (R$ 7,90 a tigela).<br />
“Nosso ambiente é à luz de velas,<br />
aconchegante, tranqüilo e com música<br />
ambiente”, destaca a proprietária,<br />
Ângela Maria Aguiar Matias.<br />
Para a população jovem e irrequieta<br />
do Sudoeste há o Nautilus, onde, por<br />
apenas R$ 4 a tigela, pode-se escolher<br />
entre os quatro caldos servidos todos<br />
os dias. O campeão de vendas é o de<br />
mandioca e feijão.<br />
Se alguma dessas delícias deixou o<br />
leitor com água na boca, é só escolher<br />
um sabor, colocar na tigela, pegar os<br />
acompanhamentos preferidos (pães,<br />
cheiro verde, temperos, todos a gosto)<br />
e saborear. Bom apetite!<br />
Caldo Fino<br />
410 Norte residencial (8143.3858 ou<br />
9915-9052). De 3ª a 5ª feira, das 18 às 24h;<br />
6ª e sábado, das 18 à 1h.<br />
Sabor Brasil<br />
302 Sul (3226.6557). De 3ª feira a sábado,<br />
das 18 às 6h; domingo e 2ª, das 18 às 6h.<br />
Don’ Durica<br />
115 Sul (3346.8922). De 2ª feira a sábado,<br />
das 18h30 às 23h.<br />
Nautilus<br />
103 Sudoeste (3033.8480).<br />
De 2ª feira a sábado, das 18 às 24h.<br />
13
Princesinhas, patitas e sonhos<br />
LUIZ RECENA<br />
garfadasegoles<br />
@alo.com.br<br />
14garfadas&goles<br />
Por que pata negra A princesinha e o irmão acompanhavam o pai na happy hour. A impaciência<br />
paterna preferia continuar o papo com o amigo, sumido há bom tempo, mas os ossos do ofício levaram<br />
à resposta: “Minha princesa, pata, perna, patita, perninha, na Espanha, de onde vem o porco, que come<br />
comida especial, morre, vira presunto e vem para Brasília. Negra é o mesmo que preta, a cor da perna dele.<br />
Então, Pata Negra é o nome do presunto e também o nome do bar onde a gente está”.<br />
Foi assim que o novo bar Pata Negra (414 Sul) povoou os sonhos de duas crianças. Elas provaram a iguaria<br />
e beberam refrí. Papai, enquanto isso, sofria com a garçonete, para convencê-la de que, sim, o bar dela tinha<br />
um gin importado, “aquela garrafa verde, na prateleira atrás do seu colega”. Desconfiada, ela foi. Voltou.<br />
O texto, em inglês, deu razão a papai. Coisas de bar novo. Mas a paciência de antigos freqüentadores de<br />
mesas brasilienses tem limites. Jogar sem treinar é coisa que, talvez, só a seleção do Dunga consiga. O local é<br />
bom. A proposta de tapas espanhóis também. Eles preferem dizer andaluzes, pois a chefe veio de Córdoba,<br />
Andaluzia. Tem chope próprio. Torçamos pelo sucesso desse novo sonho. Não custa.<br />
Presunto ibérico<br />
A fama internacional<br />
do distinto é nova.<br />
Coisa de uns dez<br />
anos para cá. Pelo<br />
menos em função<br />
do presunto, ou da<br />
venda dele para o<br />
mundo, o governo<br />
conseguiu fazer com<br />
que os espanhóis<br />
se unissem... e deu<br />
certo! As exportações<br />
fecharam 2004<br />
três vezes maiores do que em 2000, com a iguaria<br />
freqüentando balcões e mesas nos Estados Unidos,<br />
Japão, Europa, França e Bahia. Um sucesso devido<br />
ao apoio governamental e à adesão de produtores aos<br />
controles de qualidade. Ciência, economia e política<br />
unidas por um bom tira-gosto. Olé!<br />
Unidos, pero no mucho<br />
O Pata Negra é o mais famoso. Pela cor da pata e pelas<br />
“bellotas” que come. São frutos silvestres, típicos de<br />
alguns bosques espanhóis. Ou de alguns trechos de<br />
bosques de certas regiões espanholas. “No todas!”,<br />
afirma meu amigo Quixote, derrubando de um só<br />
golpe a tênue unidade interna obtida para a exportação<br />
do presunto. Andaluzia, Extremadura, os nomes se<br />
sucedem e todos, todos mesmo, têm o “melhor da<br />
Espanha”. Deixemos cada povo com suas idiossincrasias<br />
e continuemos desfrutando o “jamón” (diz-se ramon,<br />
com erre de rato carioca).<br />
Brujerías y lendas<br />
Dizem que as bruxas enfeitiçavam as “bellotas” para<br />
obter um presunto ainda melhor. Nem todos têm patas<br />
pretas, mas sempre são escurinhos. “Não há brancos”,<br />
garante Quixote, pronto para nova briga. Cortá-lo é arte<br />
e ciência. Com faca especial e treinamento de vários<br />
dias. Um expert, em Brasília, teria passado três dias e<br />
três noites, trancado em quarto escuro com a faca e o<br />
peça na mão, treinando cortes finíssimos, sem cortar<br />
os dedos nem desperdiçar o presunto. Conseguiu e<br />
está no Oliver, do Brasília Golf Center. A conferir.<br />
Eterno retorno<br />
Cacá está de volta. Outra vez. Ele não resiste e volta<br />
sempre, tanta é a saudade de Brasília. Depois da<br />
Querubina, deu um tempo às pizzas, mas não as<br />
abandonou. Quer novas aventuras e prazeres novos.<br />
Vem aí, breve, um filé ao molho de café.<br />
Goles de adeus<br />
Foi muito bem bebida a despedida. Os amigos<br />
e confrades da Bonn Delikatessen fizeram as<br />
homenagens em copos e nas prateleiras também.<br />
Um ponto, um local, uma escola. Deixou belas<br />
lembranças.<br />
Mr. Pent<br />
Nosso inglês voltou. Com detalhes que detonam<br />
deslizes e derrotam destinos. À mesa, não gosta<br />
de longas explicações sobre pratos ou garrafas.<br />
Recomenda parcimônia oral a garçons, chefes,<br />
sommeliers e donos. E polêmicas, never!<br />
Louras diferentes<br />
Não só de espumantes, chopes e vinhos vive a<br />
cidade. Rafael Martins andou pela Europa e<br />
experimentou louras não geladas. O resultado foi<br />
o Bräuhaus (303 Sul), que vai completar um ano.<br />
Sempre respeitando o gosto pelas geladíssimas e<br />
colarinhos cremosos, Rafael propõe um passeio por<br />
sabores, mais fortes, nem tão gelados. La Trappe,<br />
Karmeliet, La Chouffe, Chimay. Todas menos<br />
louras com mais de 7%, mas bem adaptadas ao<br />
clima local. Voltarei ao tema.
FOTOS: DÉBORA AMORIM<br />
File de Frango ao Molho de Limao<br />
Receita de Alda Bressan, da Cantina da Massa, para o livro Cores e Sabores de Brasília, da Asa Alimentos<br />
INGREDIENTES<br />
• 1 filé de frango<br />
• 1 colher de sopa de manteiga<br />
• 1 colher de sopa de azeite<br />
• Pimenta a gosto<br />
• Sal a gosto<br />
Molho<br />
• 1 limão siciliano<br />
• 100 ml de creme de leite fresco<br />
• 2 colheres de sopa de requeijão<br />
cremoso<br />
MODO DE PREPARO<br />
O filé: Temperar o filé com sal e pimenta, grelhar na manteiga e no<br />
azeite e reservar em um refratário.<br />
O molho: 1. Reservar as raspas do limão. 2. Misturar todos os<br />
ingredientes restantes em uma panela, ferver até reduzir e formar um<br />
creme, desligar o fogo e acrescentar as raspas de limão. 3. Derramar<br />
por cima do filé grelhado, levar ao forno por alguns minutos e servir.<br />
Acompanhamento<br />
Legumes cozidos: batata, cenoura, brócolis e aspargos.
sevocêfor<br />
Gostosa simplicidade<br />
FOTOS: DIVULGAÇÃO<br />
Uma experiência<br />
gastronômica imperdível<br />
para quem visitar a<br />
mais européia das<br />
cidades brasileira<br />
POR LUIZ RECENA<br />
A Cantina 28 está de aniversário:<br />
dois anos na Serra Gaúcha. A proposta<br />
é simples, ousada e, sobretudo, gostosa.<br />
Foi trazida por Clara e Renato Boddy,<br />
dois passageiros do mundo, em<br />
constante movimento por décadas.<br />
Cansados de guerra, pediram a paz<br />
em Gramado. Não uma paz definitiva,<br />
qualquer. Mas outra, que reúne<br />
trabalho, simpatia e generosidade.<br />
E receitas e receitas.<br />
Muitas delas. Para entradas,<br />
acompanhamentos, molhos, pratos<br />
principais. A começar por uma<br />
inacreditável polenta, que abraça o<br />
visitante com carinho e braços mais<br />
fortes do que o ferro das panelas. Na<br />
verdade, são tentáculos variados e<br />
diferentes em densidades e pontos.<br />
Texturas lânguidas a virarem guerreiras<br />
no contato com o molho de lingüiça,<br />
de costela, de funghi e outros. Eis a<br />
simplicidade ousada.<br />
Eis o milagre à mesa.<br />
A Cantina 28 é um restaurante<br />
rural. Atende a todas as exigências do<br />
momento. Menos uma: não tem cheiro<br />
de tinta fresca, nem de cimento de<br />
anteontem. O local é uma outra viagem.<br />
Trata-se de um galpão de madeira, com<br />
mais de cem anos, no melhor estilo dos<br />
imigrantes e pioneiros que chegaram ao<br />
vale. É a Quinta dos Conte, jóia a ser<br />
admirada, encravada nas encostas de<br />
Gramado. Um passeio antes desperta o<br />
apetite. Uma caminhada depois ajuda<br />
a digestão. Quem tiver mais sorte ainda<br />
ouve um causo de Don Conte, mestre<br />
joalheiro que em décadas passadas<br />
embelezou orelhas, pescoços e colos da<br />
sociedade gaúcha.<br />
A ousadia da proposta ultrapassa<br />
qualquer expectativa do cliente. Almoço<br />
slow food, com um só preço. É o prazer<br />
de comer bem, sem nenhuma pressa. A<br />
gula protegida pelo tempo. Conceito,<br />
qualidade e cenário: três itens a reforçar<br />
a alegria pelo segundo aniversário da<br />
Cantina 28, que será comemorado<br />
com muita festa, no último sábado de<br />
outubro. Com direito a bons pratos e<br />
vários goles, um deles muito especial: o<br />
vinho próprio da Cantina 28, assinado por<br />
Michelle Carraro, de Bento Gonçalves.<br />
Gramado<br />
É a cidade das hortênsias. Ou do Festival<br />
Internacional de Cinema. Há dois anos<br />
abriga, também, a Cantina 28. São 100 km<br />
de Porto Alegre, que podem ser cobertos<br />
de carro ou de ônibus. Há muitos horários e<br />
excursões. Chegam no centro da cidade. Daí,<br />
qualquer táxi sabe. Polenta, saladas, carne<br />
de panela, rabada e sempre uma novidade.<br />
Tudo por R$ 32. Funciona de quarta a<br />
domingo, só no almoço. Recomenda-se<br />
reservar: (54) 3036-0324 ou 9126-5445.<br />
16
ANÚNCIO GRAVO PAPERS<br />
(REPETIR O DA EDIÇÃO ANTERIOR)
dia&noite<br />
DIVULGAÇÃO<br />
pássarosesol<br />
Ele nasceu em 1931, em Kobe, no Japão, mas com 30 anos chegou de navio ao<br />
Brasil. Artista plástico desde os 15, foi direto procurar os mestres Manabu Mabe e<br />
Tomie Ohtake para apresentar seu trabalho. Foi com esse apoio inicial que Kazuo<br />
Wakabayashi começou sua carreira no Ocidente. Para comemorar seus 75 anos de<br />
idade e também o centenário da imigração japonesa do Brasil, o Museu de Arte de<br />
Brasília traz a exposição Wakabayashi: 75 anos, 45 pinturas que podem ser vistas até<br />
19 de novembro, de terça a domingo, das 9 às 20h, com entrada franca. De acordo<br />
com a diretora do MAB, Marta Padilha de Benévolo, “a trajetória determinada<br />
por suas experiências orientais e ocidentais revela a expressão fusora da abstração<br />
e da figuração visuais”. Os curadores Celso Albano e Valdemar Szaniecki chamam<br />
a atenção para os inúmeros pássaros de seus quadros, “asas caleidoscópicas em<br />
seguidas mutações geométricas, com requintados toques de abstração, em plenos<br />
vôos, às vezes rasantes como modernos jatinhos de esquadrilha.”<br />
cenadecriança<br />
Pegando carona nas serelepes comemorações do mês das crianças, o Jogo de Cena de outubro<br />
trará a banda Maverick 65 para fazer uma divertida dublagem de Elvis Presley. A Cia.<br />
Brasiliense de Teatro vai encenar trecho de Idiota Cada Vez Mais e a artista plástica mirim<br />
Marcelle Louise pintará um quadro durante o programa. Dia 25, às 20h30, na Caixa Cultural.<br />
Ingressos a R$ 20 e R$ 10. Informações: 3414. 9448 e www.jogodecena.com.br.<br />
ARQUIVO FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETA<br />
câmara2007<br />
Artistas plásticos consagrados e os que ainda buscam reconhecimento terão a<br />
chance de apresentar seus trabalhos no Espaço Cultural Zumbi dos Palmares,<br />
na Câmara dos Deputados. Até o dia 31 podem enviar dossiê com currículo<br />
profissional pleiteando seu espaço para a agenda de 2007. Originalidade,<br />
qualidade técnica e contemporaneidade são os critérios de seleção Terão<br />
prioridade os artistas que não se apresentaram neste ano. Informações:<br />
3215.8080, 3215.8081 e www.camara.gov.br/cultura.<br />
arteemmetrópolis<br />
Em 18 anos que está no ar, o programa<br />
Metrópolis, da TV Cultura de São<br />
Paulo, usou como cenário obras de<br />
artistas plásticos de várias vertentes<br />
contemporâneas. Único programa<br />
diário da televisão brasileira totalmente<br />
dedicado às artes e espetáculos,<br />
o Metrópolis conseguiu juntar um<br />
acervo de mais de 100 telas de artistas<br />
consagrados, como Tomie Ohtake e<br />
Luiz Sacilotto, bem como de jovens<br />
grafiteiros como Fabio Biofa (foto) e<br />
Alexandre Órion. Uma seleção de 20<br />
dessas telas está em Arte em Metrópolis,<br />
que a Caixa Cultural apresenta até 12 de<br />
novembro, de terça a domingo, das 9 às<br />
21h. Entrada franca.<br />
MARCOS HERMES<br />
zecabaleiroembrasília<br />
Baladas do Asfalto & Outros Blues Ao Vivo, gravado em junho passado, é o<br />
primeiro registro de um show de Zeca Baleiro em CD. Além do repertório do<br />
disco anterior (Baladas do Asfalto & Outros Blues), traz releituras de músicas<br />
como Palavras, de Erasmo e Roberto Carlos. Enquanto o CD de estúdio,<br />
lançado em setembro de 2005, privilegia o lado baladeiro de Zeca, a versão<br />
ao vivo é mais rock’n roll. Além das<br />
músicas Meu Amor Minha Flor Minha<br />
Menina, Flores no Asfalto, Alma Nova,<br />
Cachorro Doido, Balada do Céu Negro<br />
e Versos Perdidos, o repertório ao<br />
vivo traz citações de outros autores<br />
e sucessos anteriores adaptados à<br />
sonoridade do show, como Heavy<br />
Metal do Senhor numa levada country.<br />
O lançamento do CD ao vivo será<br />
em dois shows, nos dias 25 e 26, na<br />
Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional .<br />
Ingressos a R$ 80 e R$ 40.<br />
18
LUÍS HUMBERTO<br />
babandoobambu<br />
O quarteto de saxofones nascido há dez anos aqui<br />
em Brasília estará no projeto Prata da Casa, do Clube<br />
do Choro. Os saxofonistas Ricardo Barrenechea,<br />
Anderson Pessoa, Israel Colonna e Paulo Artigas<br />
apresentam composições de seu primeiro CD, Esfera,<br />
uma criativa mistura de estilos como baião, maracatu,<br />
música eletroacústica, jazz e música serial. Sábado,<br />
21, a partir das 21h30. Ingressos a R$ 10 e R$ 5.<br />
Informações: 3327.0494.<br />
homemeespaço<br />
Em 44 anos de profissão, o jornalista Luís Humberto colecionou uma<br />
respeitável produção fotográfica, que a Caixa Cultural apresenta até<br />
12 de novembro. Salomon Cytrynowicz , o curador da mostra Luís<br />
Humberto, fotógrafo, escolheu 200 imagens "produzidas por um olhar<br />
a um só tempo único, múltiplo e crítico, antenado no presente e,<br />
sobretudo, poético e bem humorado". São cinco coleções: Tempo Veloz,<br />
Liturgia do Poder, O Homem e o Espaço (foto), Cerrado, Paisagem<br />
Doméstica e Do Lado de Fora de Minha Janela, do Lado de Dentro<br />
de Minha Porta. De terça a domingo, das 9 às 21h, com entrada franca.<br />
JUAN PRATIGINESTÓS<br />
DIVULGAÇÃO<br />
losvanvan<br />
São quase 40 anos de carreira em que Juan Formell y Los Van Van rodaram<br />
o mundo divulgando os ritmos cubanos e ganhando muitos prêmios, entre<br />
eles o Grammy de 2000 pelo melhor disco de salsa. A mistura de tradição e<br />
contemporaneidade é a receita de sucesso do grupo que já gravou mais de 20<br />
CDs, 150 músicas, e bateu todos os recordes de vendas. Pois é essa banda cheia<br />
de chili que chega a Brasília para se apresentar na Academia Music Hall. Dia 28,<br />
às 22 horas, com ingressos entre R$ 80 e R$ 140 a inteira. Vendas na Discoteca<br />
2001. Informações: 3234.2050 ou www.academiaresort.com.br.<br />
skinnerbox<br />
O psicólogo norte-americano Burrhus<br />
Frederic Skinner (1904-1990) passou<br />
vários anos de sua vida estudando o<br />
processo de aprendizado em animais e<br />
as funções do sistema nervoso central.<br />
Unindo aprendizado e seleção natural,<br />
seus estudos sobre comportamento<br />
resultaram em preocupação com a<br />
sobrevivência humana. A skinner box,<br />
uma caixa criada por ele para isolar<br />
animais em laboratório e estudar seu<br />
comportamento, serviu de inspiração<br />
para o Grupo Cena 11 Cia. de Dança, de<br />
Florianópolis, na montagem do espetáculo<br />
Skinner Box. Dia 28, na Sala Villa-Lobos do<br />
Teatro Nacional. Ingressos a R$ 30, R$ 20<br />
e R$ 15. Informações: 3201.3333<br />
fotoarteemsampa<br />
Os paulistas – e também os<br />
brasilienses que visitarem<br />
São Paulo – vão poder ver ou<br />
rever 42 fotos de 37 fotógrafos<br />
brasileiros que registraram nossa<br />
cidade em todas as suas faces.<br />
A coletiva Imagens de Brasília<br />
reúne trabalhos selecionados<br />
no Foto Arte, festival anual de<br />
Brasília que já é considerado um<br />
dos maiores e mais importantes<br />
da América Latina. Lá estarão<br />
imagens de Dorival Moreira<br />
Lucindo (foto), Graça Seligman,<br />
Jamil Bittar, Ricardo Stuckert<br />
e muitos outros. Até 30 de<br />
novembro, no Espaço Nossa<br />
Caixa, rua Álvares Penteado, 70,<br />
2° mezanino, centro de Sampa.<br />
www.nossacaixa.com.br<br />
DORIVAL MOREIRA LUCINDO<br />
19
verso&prosa<br />
A incrível história<br />
POR RICARDO PEDREIRA<br />
Ele morreu e foi enterrado de olhos<br />
abertos. Por mais que tentassem, não<br />
conseguiam fechar os olhos do defunto.<br />
Era mesmo do contra. Seu negócio<br />
sempre foi contrariar. O nome já era<br />
metido a besta: Ronald Russel Wallace<br />
de Chevalier. Ou Roniquito, o terror<br />
da boemia intelectual do Rio de Janeiro<br />
ali pelos anos 60 e 70.<br />
Baixinho, folgado, inteligente<br />
e cultíssimo, tinha como esporte<br />
preferido ironizar e confrontar os<br />
outros – quando bebia. Sóbrio, era<br />
uma dama. O Médico e o Monstro. Dr.<br />
Jekyll e Mr. Hyde. Ou Dr. Roni e Mr.<br />
Quito.<br />
Dr. Roni e Mr. Quito – A vida do<br />
amado e temido boêmio de Ipanema é o<br />
nome do livro que a irmã dele, Scarlet<br />
Moon de Chevalier (aquela mesma, a<br />
mulher do Lulu Santos), escreveu sobre<br />
as incríveis histórias de Roniquito.<br />
Bêbado, provocava todo mundo, a<br />
respeito de qualquer coisa. Empinava<br />
o queixo e partia para cima de quem<br />
estivesse pela frente. Uma vez encheu o<br />
saco a noite inteira de um grandalhão,<br />
amigo seu, que não agüentou e o<br />
cobriu de pancada. Bateu muito, até<br />
cansar. Deixou Roniquito ferrado no<br />
chão e ainda perguntou:<br />
– Chega ou quer mais<br />
– É claro que chega, imbecil<br />
– rendeu-se nosso herói.<br />
O nome esquisito foi fruto da<br />
mania do pai de homenagear gente<br />
que admirava. O nome Ronald Russel<br />
Wallace rendeu tributo conjunto ao<br />
poeta Ronald de Carvalho, ao filósofo<br />
e matemático Bertrand Russel e ao<br />
naturalista e crítico social inglês Alfred<br />
Russel Wallace. Era mesmo mais fácil<br />
chamar o cara de Roniquito.<br />
Nasceu em Manaus, em 1937, mas<br />
foi cedo para o Rio, onde teve ótima<br />
educação e cresceu lendo o fino da<br />
literatura. Teve a sorte de viver na<br />
melhor época da Cidade Maravilhosa,<br />
no meio daquela rapaziada culta e<br />
boêmia que fez a fama de Ipanema e do<br />
Leblon. Na verdade, Roniquito foi um<br />
dos grandes personagens dessa patota.<br />
Economista, craque em cálculos<br />
matemáticos, trabalhou na Comissão<br />
Econômica para a América Latina, a<br />
famosa Cepal, no BNH e no Ministério<br />
da Fazenda. Seu brilho intelectual fez<br />
Walter Clark, amigo de adolescência,<br />
levá-lo para a TV Globo, onde não<br />
tinha função definida. Daí, segundo a<br />
lenda, ter sido ele o inventor da hoje<br />
manjadíssima expressão “aspone”,<br />
ou assessor de porra nenhuma. Era<br />
assim que se apresentava quando lhe<br />
perguntavam o que fazia na Globo.<br />
O BARATO DO LIVRO são as histórias de<br />
Roniquito. Como quando encontrou<br />
pela primeira vez o grande Antônio<br />
Maria, a quem admirava sinceramente.<br />
Mas depois de tomar umas e outras,<br />
baixou o Mr. Quito, que desandou<br />
a ironizar com agressividade as<br />
maravilhosas crônicas e músicas de<br />
Maria. Irritado, o corpulento e brigão<br />
Maria avisou:<br />
– Garoto, vou te dar uma porrada!<br />
– Preferia que você me desse uma<br />
música... – desarmou docemente<br />
Roniquito. Acabaram amigos desde<br />
criancinhas.<br />
Mais outra história. Roniquito era<br />
fascinado pela beleza deslumbrante<br />
de Vera Nascimento e Silva, moça<br />
chique e uma das mais cobiçadas de<br />
Ipanema. Até que foram finalmente<br />
apresentados. Afetada, Vera estendeu<br />
a mão:<br />
– Prazer, Vera Nascimento e Silva.<br />
Roniquito não resistiu:<br />
– Esquina com quê<br />
Ninguém estava livre de Roniquito.<br />
Nem mesmo os poderosos. Certo dia,<br />
em pleno 1968, quando a linha dura<br />
pedia a cabeça do deputado Márcio<br />
Moreira Alves, Roniquito enchia a cara<br />
no bar do restaurante do Museu de<br />
Arte Moderna do Rio. Notou grande<br />
movimentação num dos salões. Era o<br />
marechal Costa e Silva, presidente da<br />
República de plantão, que chegava para<br />
uma solenidade. Roniquito partiu para<br />
cima do homem e falou na lata:<br />
– Esse é um governo de gente<br />
burra. Quero ser preso da mesma<br />
forma como vocês querem prender<br />
um homem digno e patriota como o<br />
deputado Márcio Moreira Alves.<br />
Foi preso, é claro.<br />
Roniquito morreu aos 46 anos,<br />
conseqüência das seqüelas de<br />
atropelamento que sofreu após ter<br />
saído (sóbrio!) do Degrau em direção<br />
ao Antonio’s (dois centros da boemia<br />
da época). Deixou saudades.<br />
Conta o livro que, numa recente<br />
conversa de madrugada no Jobi<br />
(referência da boemia de hoje),<br />
“enquanto os garçons se dedicavam<br />
ao deprimente ritual de empilhar<br />
cadeiras”, alguém sentenciou:<br />
– Para mim, o que mais faz falta na<br />
noite carioca é o Roniquito.<br />
A mesa concordou. Um mistério:<br />
saudades de quem esculhambava todos.<br />
As saudades talvez sejam também<br />
de um Brasil, ou melhor, de um Rio<br />
de Janeiro, ou melhor ainda, de uma<br />
Ipanema e um Leblon que ficaram<br />
para trás. Como disse o cineasta<br />
Hugo Carvana, “Roniquito não era só<br />
Roniquito, era mais do que isso, era<br />
um época”.<br />
20
de Roniquito<br />
O homem que vivia esculhambando quem<br />
encontrasse pela frente e deixou muitas<br />
saudades na boemia do Rio de Janeiro<br />
Dr. Roni e Mr. Quito: A vida do<br />
amado e temido boêmio de Ipanema<br />
Scarlet Moon de Chevalier<br />
Ediouro – 252 páginas – R$ 39,90<br />
21
asiliensedecoração<br />
Louco pedra<br />
de<br />
O mosaico é a forma que Gougon encontrou<br />
para expressar todo o seu amor pela cidade<br />
POR VICENTE SÁ<br />
FOTOS DÉBORA AMORIM<br />
O gesto é franco, aberto e com um<br />
quê de ingênuo, mas os braços parecem<br />
crescer e abraçar Brasília inteira<br />
quando ele fala dela. Henrique Goulart<br />
Gonzaga Júnior, o Gougon, é assim:<br />
loucamente apaixonado por esta cidade<br />
desde que aqui chegou, em 1965, para<br />
estudar engenharia na UnB.<br />
Gerado em Itaberaí, interior do<br />
Goiás, nasceu em Uberlândia, Minas<br />
Gerais, mas foi criado no Rio de<br />
Janeiro, onde, aos 14 anos, começou<br />
a trabalhar como office boy em um<br />
banco. Aquele adolescente comum do<br />
final dos anos 50 trazia uma pequena<br />
marca que o diferenciava dos demais:<br />
gostava de desenhar, de copiar revistas<br />
em quadrinhos.<br />
Aos 19 anos, com a mala cheia de<br />
sonhos, Gougon vem para Brasília,<br />
cidade há tão pouco inaugurada. E<br />
aqui,entre o matraquear das obras e o<br />
início do golpe militar de 1964, o rapaz<br />
magro e irrequieto estranha a ausência<br />
do burburinho tão característico do<br />
centro do Rio.<br />
“Assim que cheguei, eu já gostei<br />
muito de Brasília, e como naquela<br />
época pouco havia da Asa Norte, eu<br />
vinha, sempre que tinha uma folga na<br />
Universidade, dar uns passeios pela W3<br />
Sul, para me entender com a cidade<br />
e também para ver gente que não<br />
fosse estudante universitário” – assim<br />
22
Gougon começa a abrir seu<br />
baú de recordações.<br />
A partir daí, Brasília começa<br />
a se imiscuir em sua vida<br />
e em sua história, sempre<br />
de uma forma muito rica<br />
surpreendente. Na semana<br />
em que ele aqui chegou,<br />
havia sido descoberto um<br />
veio de cristal de rocha em<br />
Cristalina e Brasília estava em<br />
polvorosa. Notícias de pessoas<br />
que enriqueciam em um dia,<br />
descobrindo riquezas à flor<br />
da terra, fizeram até parte<br />
do comércio da W3 fechar,<br />
pois os comerciantes também<br />
queriam participar dessa nova<br />
"busca do ouro".<br />
“Eu havia acabado<br />
de chegar e estava na<br />
extinta Feub, esperando<br />
o presidente chegar para<br />
solicitar alojamento, quando<br />
a diretoria resolveu que todos<br />
que ali estavam deveriam ir<br />
minerar em Cristalina. Já<br />
que estava tão fácil para todo<br />
mundo, imaginem o que um<br />
grupo de estudantes bem<br />
dispostos não encontraria.<br />
Somente quatro dias depois,<br />
por precisarem de nós para<br />
a passeata dos calouros, é<br />
que uma camionete foi nos<br />
buscar no local da mineração,<br />
esfomeados, sujos, cansados e sem<br />
nenhum mineral. Foi essa minha<br />
entrada em Brasília”, recorda Gougon.<br />
Em 1967, já cursando comunicação,<br />
Gougon ingressa no Correio Braziliense<br />
pelas mãos de Ari Cunha. “Foi uma<br />
outra coisa surpreendente. Eu fui<br />
ao Correio pedir estágio e na porta<br />
do jornal perguntei a um senhor<br />
que estava lá parado onde poderia<br />
encontrar o Ari Cunha, que eu só<br />
conhecia de nome. Ele me disse:<br />
Sou eu, o que deseja Falei que fazia<br />
jornalismo e que buscava um estágio.<br />
Ele pôs a mão em meu ombro e disse:<br />
então venha, garoto, vamos começar.<br />
Foi assim”.<br />
Daí em diante, Gougon não<br />
parou mais de trabalhar em jornais e<br />
emissoras de televisão, como jornalista<br />
e como chargista. Naqueles tempos de<br />
pouca conversa e muita repressão, ele<br />
fez Brasília inteira sorrir das próprias<br />
tristezas e das coisas da política, tanto<br />
nas páginas dos jornais como nos<br />
noticiários televisivos.<br />
“Naquele tempo não havia os<br />
recursos da computação atuais. Então<br />
era na criatividade mesmo. Eu fiz um<br />
quadrado de madeira, colava em cima<br />
papel vegetal e, em frente à câmera,<br />
ia desenhando. Para o telespectador<br />
só apareciam os traços surgindo da<br />
pontinha da caneta. Era uma surpresa e<br />
um barato”, relembra.<br />
Enquanto trabalhava em jornais<br />
de respeito como O Estado de S. Paulo,<br />
Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Estado<br />
de Minas, Gougon mantinha<br />
um olho na arte, estudando<br />
desenho, gravura, litogravura,<br />
gravura em metal. Até que,<br />
em 1990, resolveu dedicar-se<br />
ao mosaico, dando início a<br />
um novo ciclo em sua vida.<br />
“O mosaico é uma forma de<br />
arte que começou há cinco<br />
mil anos, na Suméria, e<br />
encanta a humanidade até<br />
hoje”, afirma.<br />
Nos últimos 16<br />
anos, Gougon vem<br />
trabalhando com mosaico,<br />
experimentando, misturando<br />
e fazendo arte do jeito que<br />
deve ser feito, com amor<br />
e prazer. Essa paixão pela<br />
chamada arte musiva só<br />
cresceu com o tempo e hoje<br />
ele é um dos artistas do<br />
mosaico mais conhecidos no<br />
Distrito Federal e no resto do<br />
país.<br />
Desde o início do ano<br />
ele busca patrocínio para seu<br />
livro Presença da Arte Musiva<br />
no Brasil, que tem cerca de<br />
300 páginas e prefácio de<br />
Ferreira Gullar. O livro<br />
traz muitas curiosidades,<br />
tais como os trabalhos<br />
desenvolvidos em mosaico<br />
por Ariano Suassuna e peças<br />
datadas do século XIX,<br />
encomendadas pela esposa de Dom<br />
Pedro II, que se encontram no Rio<br />
de Janeiro. “Minha questão agora é<br />
conseguir patrocínio através da Lei<br />
Rouanet e publicar o livro. O mais<br />
difícil já foi feito”.<br />
Aos 60 anos, pai de dois filhos e<br />
casado pela segunda vez, esse morador<br />
da 712 Sul adora caminhar, mas dribla<br />
os horários e os roteiros: “Eu não gosto<br />
de ficar repetindo caminhos, sou assim<br />
meio errático de rumos e horas”,<br />
filosofa.<br />
Brasiliense que é brasiliense curte<br />
almoçar com os amigos às sextas e<br />
Gougon não foge à regra: “Eu e minha<br />
turma de colegas jornalistas gostamos<br />
de mudar de paladar, daí procurarmos<br />
sempre variar. Às vezes vamos ao<br />
23
asiliensedecoração<br />
mercado do Núcleo Bandeirante, ao<br />
Carneiros e Picanhas, na Asa Norte, ao<br />
Carpe Dien, na 104 Sul, ao Cantinho<br />
do Gaúcho, na 312 Norte, sempre na<br />
nossa, e sempre curtindo Brasília”.<br />
E se você pensa que não conhece<br />
o trabalho de Gougon, provavelmente<br />
está muito enganado, ou e muito<br />
distraído. Basta andar por aí. Por toda<br />
a cidade, mais de 20 obras trazem a<br />
marca do seu talento no mosaico e<br />
retratam Brasília e seus fundadores.<br />
Assim, basta um olhar mais atento<br />
para vislumbar um Athos Bulcão no<br />
Mercado Municipal da 509 Sul, um<br />
painel de JK no auditório do SESC<br />
da 913 Sul, uma Sara Kubitschek no<br />
Sudoeste, um Darci Ribeiro na 212<br />
Norte, um Lúcio Costa na estação<br />
Concessionárias do Metrô ou um<br />
Paulo Freire em frente ao Ministério da<br />
Educação.<br />
Com seus alunos, Gougon criou o<br />
grupo Loucos de Pedra e passou a intervir<br />
na cidade com suas obras em mosaico.<br />
Primeiro no Cine Brasília, depois com<br />
mosaicos-poemas nos pontos de ônibus<br />
da W3 Sul. Com textos de Nicolas<br />
Behr, Fernando Mendes Vianna,<br />
Eugênio Eudoro, Cassiano Nunes e,<br />
mais recentemente, Angélica Torres,<br />
Gougon devolve um pouco da poesia<br />
que a cidade lhe deu.<br />
Assim, podemos concluir, se uma<br />
cidade preenche um homem, ele, como<br />
que por nada, de repente, preenche de<br />
arte uma cidade.<br />
Nos pontos de ônibus da W3 Sul, os mosaicos-poemas feitos por Gougon com versos de Nicolas Behr,<br />
Cassiano Nunes, Angélica Torres e muitos outros<br />
24
Participantes da promoção 50% de desconto<br />
SEGUNDA-FEIRA<br />
BELINI PÃES E GASTRONOMIA (113 Sul – 3345.0777 / somente no jantar)<br />
• Crepe doce ou salgado – de R$ 16,00 por R$ 8,00<br />
CAMARÃO 206 (206 Sul – 3443.4841/ somente no jantar)<br />
• Camarão a Valenciana (serve 2 pessoas) – de R$ 57,90 por R$ 28,95<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cartão de débito<br />
CHEZ LE PETIT PRINCE (212 Sul – 3245.6525)<br />
• Prato Quente – Ficelle Picarde; 1 Tarte aux fraises; 1 bebida (água, suco ou<br />
refrigerante); 1 cafezinho – de R$ 23,80 por R$ 11,90<br />
• Prato Frio – Salada Niçoise; 1 Tarte aux fraises; 1 bebida (água, suco ou refrigerante);<br />
1 cafezinho – de R$ 29,90 por R$ 14,95<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
CHOPIZZA (213 Norte – 3272.1005 / somente no jantar)<br />
•Salada (Bouquet de folhas nobres ao pesto de manjericão, tomate,cenoura,mussarella<br />
de búfala, tomate seco, ervilhas e palmito) – de R$ 24,00 por R$ 12,00<br />
•Talharim pomodoro c/ manjericão fresco – de R$ 27,00 por R$ 13,50<br />
•Pollo Grelhado ao molho de laranja – de R$ 29,00 por R$ 14,50<br />
•Strogonoff de filé mingnon – de R$ 29,00 por R$ 14,50<br />
•Picadinho ao molho roty – de R$ 29,00 por R$ 14,50<br />
•Picanha suína grelhada ao molho agridoce – de R$ 29,00 por R$ 14,50<br />
CONCENTRAÇÃO (209 Sul – 3242.3436 / somente no almoço)<br />
• Steak ao Poivre Vert – de R$ 19,00 por R$ 9,50<br />
• Steak à Diana – de R$ 20,50 por R$ 10,25<br />
DON GIULIANO (300 Sudoeste – 3032.3332 / Flamingo Shopping - 3302.3332 / somente<br />
delivery)<br />
• 50% de desconto em qualquer pizza grande para delivery (taxa de entrega e<br />
refrigerante não-inclusos)<br />
DON ROMANO (QI 11 Lago Sul – 3248.0078)<br />
• Gnochi da Mamma - De R$ 35,40 por R$ 17,70<br />
• Filé a Parmigiana - De R$ 38,80 por R$ 19,40<br />
• Todas as Pizzas com 50 % de desconto (exceto no delivery)<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
DONA CILOCA (303 Sudoeste – 3344-1155)<br />
•Torta Mousse de Limão: fatia – de R$ 5,00 por R$ 2,50 / inteira – de R$ 50,00 por R$<br />
25,00<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
FORNALHA SIMPSON’S (307 Sul – 3443.4251 / somente no jantar)<br />
•Chopp 200 ml – de R$ 2,40 por R$ 1,20<br />
•Pizza Individual – de R$ 17,90 por R$ 8,95<br />
FORTUNATA (QI 9 Lago Sul – 3364.6111/ somente no jantar)<br />
• Risoto do Castelinho – de R$ 22,90 por R$ 11,45<br />
Forma de pagamento: dinheiro, cheque ou cartão de débito<br />
GORDEIXOS RESTAURANTE E PIZZARIA (404 Sul – 3323.8989, Sudoeste, Águas Claras e<br />
Taguatinga)<br />
• Filé à Gordeixos (serve 2 pessoas) – de R$ 33,90 por R$ 16,95<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
LAKE’S RESTAURANTE (402 Sul – 3323.1029)<br />
• Linguini ao frutos del mare – de R$ 39,50 por R$ 19,75<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
MANGIARE (208 Sul – 3244.9044)<br />
• Na compra de uma pizza grande ganhe outra do mesmo sabor grátis.<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
MONUMENTAL (201 Sul – 3224.9313/ somente no jantar)<br />
• Salsichão com salada de batatas – de R$ 15,50 por R$ 7,75<br />
O GATTO (215 Sul – 3345.7853)<br />
• Picadinho do Gatto – de R$ 29,80 por R$ 14,90<br />
OUTBACK (ParkShopping – 3234.7958)<br />
• Bloomin’onion (cebola gigante frita) – de R$ 19,50 por R$ 9,75<br />
PIZZA HUT (Pier 21 – 4002.4003 / almoço, jantar e delivery)<br />
• 50% desconto em todas as pastas do cardápio<br />
• 50% desconto em todas as saladas do cardápio<br />
PIZZAIOLO (215 Sul – 3345.7878)<br />
• Prato Especial – de R$ 39,90 por R$ 19,95<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
PIZZARIA FORNO BENEDETTO (310 Norte – 3349.0169)<br />
• Prato Especial – de R$ 19,90 por R$ 9,95<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
SECONDO VERCELLI (403 Sul – 3321.6546)<br />
• Peito de frango grelhado – de R$ 26,09 por R$ 13,05<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
SUBMORE (211 Sul e 115 Norte - 3345.2929)<br />
•Penne Paillard – de R$ 15,90 por R$ 7,95<br />
•Frango Poivre – de R$ 15,90 por R$ 7,95<br />
TAIYO (Hotel Manhattan Plaza – 3327.9042/ somente no almoço)<br />
• Combinado especial Taiyo (serve duas pessoas) – De R$ 60,00 por R$ 30,00 Forma de<br />
pagamento: dinheiro ou cheque<br />
TRATTORIA 101 (101 Sudoeste – 3344.8866 / somente no jantar)<br />
• Bucattini a matriciana – de R$ 25,00 por R$ 12,50<br />
• Fusilli mantecati – de R$ 27,00 por R$ 13,50<br />
UNANIMITÀ (408 Sul – 3244.0666)<br />
• Braciola com molho rústico, arroz, purê de batata, feijão da vovó e saladinha caseira<br />
– de R$ 27,00 por R$ 13,50 (somente no almoço)<br />
• Picadinho de ponta de faca, arroz, ovo pochê, farofa e banana milanesa (serve 2<br />
pessoas) – de R$ 54,00 por R$ 27,00 (somente no jantar)<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
VELOCE (QI 11 Deck Brasil – 3364.2477)<br />
• Frango Sabor Brasília – de R$ 16,90 por R$ 8,45<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
VIÇOSA CANTINA E PIZZARIA (404 Sul – 3223.2824)<br />
• Filé a parmegiana – de R$ 15,90 por R$ 7,95<br />
• Picanha – de R$ 16,90 por R$ 8,45<br />
VILLA BORGHESE (201 Sul – 3226.5650)<br />
• Filetto <strong>Roteiro</strong> 2006 – de R$ 44,00 por R$ 22,00<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
ZUU A.Z D.Z (210 Sul – 3244.1039 / somente no almoço)<br />
• Risoto de Cordeiro – de R$ 54,00 por R$ 27,00<br />
TERÇA-FEIRA<br />
2º CLICHÊ (107 Norte – 3274.3032 / somente no jantar)<br />
• 50% em todas as cachaças e todos os petiscos<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
ARMAZÉM DO FERREIRA (202 Norte – 3327.8342 / somente no jantar)<br />
• Frigideirada do Ferreira – de R$ 39,00 por R$ 19,50<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
AZULEJARIA BAR (408 Sul – 3443.0698)<br />
• Espaguete mediterrâneo – de R$ 18,90 por R$ 9,45<br />
BELINI PÃES E GASTRONOMIA (113 Sul – 3345.0777)<br />
•Risoto veneziano com filé mignon – de R$ 38,00 por R$ 19,00<br />
BSB GRILL (304 Norte – 3326.0976 / 413 Sul – 3346.0036)<br />
• Entrecôte completo – de R$ 64,00 por R$ 32,00<br />
CABANA DA ÁRVORE (Setor de clubes Sul, ao lado do Pier 21 – 3322.1448 / somente<br />
no almoço)<br />
• Buffet Regional – de R$ 23,00 por R$ 11,50 ( p/ pessoa)<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
CAFÉ ELDORADO (SDS - Conic - 3323.7085)<br />
•Quiche com salada + Cappuccino São João – de R$ 12,00 por R$ 6,00<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
CAFÉ SAVANA (116 Norte - 3347.9403 / somente no jantar)<br />
• Steak au Poivre – de R$ 22,00 por R$ 11,00<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
CAMARÃO 206 (206 Sul – 3443.4841 / somente no jantar)<br />
• Camarão a Valenciana – de R$ 57,90 por R$ 28,95<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cartão de débito<br />
CHOPIZZA (213 Norte - 3272.1005 / somente no almoço)<br />
•Salada (Bouquet de folhas nobres ao pesto de manjericão, tomate,cenoura,mussarella<br />
de búfala, tomate seco, ervilhas e palmito) – de R$ 24,00 por R$ 12,00<br />
•Talharim pomodoro c/ manjericão fresco – de R$ 27,00 por R$ 13,50<br />
•Pollo Grelhado ao molho de laranja – de R$ 29,00 por R$ 14,50<br />
•Strogonoff de filé mingnon – de R$ 29,00 por R$ 14,50<br />
•Picadinho ao molho roty – de R$ 29,00 por R$ 14,50<br />
•Picanha suína grelhada ao molho agridoce – de R$ 29,00 por R$ 14,50<br />
CONCENTRAÇÃO (209 Sul – 3242.3436 / somente no almoço)<br />
• Filé Chateaubriand – de R$ 21,60 por R$ 10,80<br />
• Filé ao molho de mostarda – de R$ 21,60 por R$ 10,80<br />
• Filé ao molho de gorgonzola – de R$ 19,60 por R$ 9,8<br />
DON DURICA (201 Norte – 3326.1045 / Somente no jantar)<br />
• Filé de frango ao molho de vinho e limão com purê de mandioquinha – de R$ 28,90<br />
por R$ 14,45<br />
• Filé a cavalo com arroz branco e fritas – de R$ 29,90 por R$ 14,95<br />
DON GIULIANO (300 Sudoeste - 3032.3332 / Flamingo Shopping - 3302.3332 / somente<br />
delivery)<br />
•50% de desconto em qualquer pizza grande para delivery (taxa de entrega e<br />
refrigerante não-inclusos)<br />
DON ROMANO (QI 11 Lago Sul – 3248.0078)<br />
• Gnochi da Mamma - De R$ 35,40 por R$ 17,70<br />
• Filé a Parmigiana - De R$ 38,80 por R$ 19,40<br />
• Todas as Pizzas com 50 % de desconto (exceto no delivery)<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
FEITIÇO MINEIRO (306 Norte – 3272.3032 / somente no jantar)<br />
• Capivara Ecológica – de R$ 13,90 por R$ 6,95<br />
FELICITÁ (306 Norte – 3274.5086)<br />
• Filé au Poivre com Tagliatelli All’ Alfredo (individual) – de R$ 32,00 por R$ 16,00<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
FORMIDABLE (Terraço Shopping – 3233.6027)<br />
• Crepe de Trigo Sarraceno de filé mignon com mostarda dijon – de R$ 19,90 por R$ 9,95<br />
FORNALHA SIMPSON’S (307 Sul - 3443.4251 / somente jantar)<br />
Chopp 200 ml - de R$ 2,40 por R$ 1,20<br />
•Pizza Individual - de R$ 17,90 por R$ 8,95<br />
FRED RESTAURANTE (405 Sul – 3443.1450 / somente jantar)<br />
• Língua Boêmia – de R$ 28,00 por R$ 14,00<br />
• Steak a Diana – de R$ 32,00 por R$ 16,00<br />
• Frango à moda do Fred – de R$ 26,00 por R$ 13,00<br />
25
LA CHAUMIÈRE (408 Sul - 3242.7599)<br />
• Filet de Frango Gabriela com talharim – de R$ 49,00 por R$ 24,50<br />
• Filet Severin * lançamento exclusivo para a Revista <strong>Roteiro</strong> – de R$ 65,00 por R$ 32,50<br />
LAKE’S RESTAURANTE (402 Sul – 3323.1029)<br />
• Baby Especial com salada de folhas verdes e batata dourada com ervas – de R$ 32,00<br />
por R$ 16,00<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
LE FRANÇAIS (405 Sul – 3225.4583)<br />
• Salade Paysanne – de R$ 19,50 por R$ 9,80<br />
• Poisson à Belle Meunière – de R$ 41,80 por R$ 20,90<br />
• Perdrix aux Choux – de R$ 32,60 por R$ 16,30<br />
• Steak au Poivre – de R$ 39,60 por R$19,80<br />
• Filet à la Provençale – de R$ 39,60 por R$19,80<br />
• Crêpe Tropicale – de R$ 13,50 por R$ 6,80<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
MORMAII SURF BAR ( Pontão do Lago Sul – 3364.6023 )<br />
• Anglet – de R$ 17,80 por R$ 8,90 (Somente na loja do Pontão)<br />
MANGIARE (207 Sul - 3244.9044)<br />
• Na compra de uma pizza grande ganhe outra do mesmo sabor grátis.<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
O GATTO (215 Sul – 3345.7853)<br />
• Filé de linguado – de R$ 33,60 por R$ 16,80<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
OLIVER (Clube de Golfe – 3323.5961/ somente no jantar)<br />
• Risoto de Morango – de R$ 44,00 por R$ 22,00<br />
PAPPAGALLO RESTAURANTE (314 Sul – 3346.0303/ somente no jantar)<br />
• Lasagna de Zuchini e Queijo Gorgonzola com Molho Matriciana – de R$ 27,00 por R$13,50<br />
Forma de Pagamento: dinheiro ou cheque<br />
PATUÁ (Deck Brasil QI 11 Lago Sul – 3248.7231/ somente no jantar)<br />
• Filé Negro – de R$ 19,90 por R$ 9,95<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
PEDACINHO PIZZAS (108 Norte – 3349.0010 e 105 Sul – 3443.0010)<br />
• Pague um rodízio de Pizza (R$ 15,90) e ganhe o outro grátis<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
PRALINÉ (205 Sul - 3443.7490)<br />
• Sorvete em Taça Praliné + 1 copo de água mineral (Sorvete de chocolate, caramelo,<br />
bombons e chantilly) - de R$ 10,80 por R$ 5,40<br />
• Sorvete em Taça Clown + 1 copo de água mineral (Sorvete de baunilha e chocolate,<br />
biscoito e chantilly) - de R$ 10,80 por R$ 5,40<br />
Forma de pagamento: Dinheiro ou cheque<br />
READY BEEF (303 Sudoeste – 3039.4040)<br />
• Miolo de Alcatra – de R$ 25,00 por R$ 12,50<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
ROADHOUSE GRILL (Setor de Clubes Sul – 3321.8535 / Terraço Shopping – 3034.8535)<br />
• Baby Back Ribs – de R$ 29,50 por R$ 14,75<br />
Forma de Pagamento: dinheiro ou cheque<br />
SABORELLA (112 Norte - 3340.4894)<br />
• Soda Italiana+ Tapioca com manteiga – de R$ 9,30 por R$ 4,65<br />
SALSA (402 Sul – 3224.8852 / somente no almoço)<br />
• T_bone (com dois acompanhamentos) – de R$ 31,90 por R$ 15,95<br />
SHIRÔ (309 Norte – 3963.9966)<br />
• Combinado Shirô Especial sem ovas (18 peças) – de R$ 31,00 por R$ 15,50<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
SUBMORE (211 Sul – 3345.2929 e 115 Norte – 3349.4848)<br />
•Penne Paillard - de R$ 15,90 por R$ 7,95<br />
•Frango Poivre- de R$ 15,90 por R$ 7,95<br />
SUSHI BRASIL (QI 11 Lago Sul – 3364.3939)<br />
• Combinado Salmão Super (48 peças) – de R$ 83,50 por 41,75<br />
SUSHI SAN (211 Sul – 3345.1804)<br />
• Combinado p/ 1 pessoa (20 peças) – de R$ 29,60 por R$ 14,80<br />
TOCA DO CHOPP (104 Norte - 3328.2262 / somente no jantar)<br />
• Pastel de Carne ou de Queijo – de R$ 8,00 por R$ 4,00<br />
• Pastel de Tomate Seco ou Gorgonzola - de R$ 9,00 por R$ 4,50<br />
• Trouxinha de Carangueijo - de R$ 14,00 por R$ 7,00<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
TOCA RESTAURANTE (104 Norte - 3328.2262)<br />
50% descontos em todas as massas<br />
•Bolognese - de R$ 16,00 por R$ 8,00<br />
•Pomodoro pelati c/ manjericão - de R$ 15,00 por R$ 7,50<br />
•Filé com gorgonzola - de R$16,00 por R$ 8,00<br />
•Polpette ao sugo - de R$ 15,00 por R$ 7,50<br />
•Pesto genovese - de R$ 11,80 por R$ 5,90<br />
•Shitake - de R$ 19,00 por R$ 9,50<br />
•Funghi secchi ao molho de ossobuco - de R$ 19,00 por R$ 9,50<br />
•Bechamel c/ salmão - de R$ 21,00 por R$ 10,50<br />
•Lasagna - de R$ 22,00 por R$ 11,00<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
TRULLI (201 Sul – 3322.4688 / 3225.4050 / somente no jantar)<br />
• Escalopinho de filé à pizzaiolo e espaguete alho e óleo - de R$ 24,90 por R$ 12,45<br />
Forma de Pagamento: dinheiro ou cheque<br />
VERCELLI (41O Sul – 3443.0100)<br />
• Frango a Kiev – de R$ 23,94 por R$ 11,97<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
VIÇOSA CANTINA E PIZZARIA (404 Sul – 3223.2824)<br />
• Risoto de Frutos do mar - de R$ 12,90 por R$ 6,45<br />
• Peito de frango e Risoto à italiana - de R$ 13,90 por R$ 6,95<br />
VILLA BORGHESE (201 Sul – 3226.5650)<br />
• Filetto <strong>Roteiro</strong> 2006 – de R$ 44,00 por R$ 22,00<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
YOUR’S (QI 11 Lago Sul – 3248.0184)<br />
• Surpresa da Semana – de R$ 33,80 por R$ 16,90<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
QUARTA-FEIRA<br />
BAR BRASÍLIA (506 Sul – 3443.4323)<br />
• Filé a palito – de R$ 18,30 por R$ 9,15<br />
BELINI PÃES E GASTRONOMIA (113 Sul – 3345.0777)<br />
• Torta frutas da estação – de R$ 32 por R$ 16,00<br />
BIER FASS (Pontão do Lago Sul – 3364.4041)<br />
• Filet de peixe ao molho de Champagne – de R$ 29,60 por R$ 14,80<br />
CAFÉ SAVANA (116 Norte – 3347.9403/ somente no jantar)<br />
• Steak au Poivre – de R$ 22,00 por R$ 11,00<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
CAMARÃO 206 (206 Sul – 3443.4841/ somente no jantar)<br />
• Camarão a Valenciana – de R$ 57,90 por R$ 28,95<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cartão de débito<br />
CHEZ LE PETIT PRINCE (212 Sul – 3245.6625)<br />
• Prato Quente – Ficelle Picarde; 1 Tarte aux fraises; 1 bebida (água, suco ou<br />
refrigerante); 1 cafezinho – de R$ 23,80 por R$ 11,90<br />
• Prato Frio – Salada Niçoise; 1 Tarte aux fraises; 1 bebida (água, suco ou refrigerante);<br />
1 cafezinho – de R$ 29,90 por R$ 14,95<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
C’EST SI BON (408 Sul – 3244.6353)<br />
• Risoto Caravaggio – de R$ 24,00 por R$ 12,00<br />
CHOPIZZA (213 Norte - 3272.1005/ somente no almoço)<br />
•Salada (Bouquet de folhas nobres ao pesto de manjericão, tomate,cenoura,mussarella<br />
de búfala, tomate seco, ervilhas e palmito) – de R$ 24,00 por R$ 12,00<br />
•Talharim pomodoro c/ manjericão fresco – de R$ 27,00 por R$ 13,50<br />
•Pollo Grelhado ao molho de laranja – de R$ 29,00 por R$ 14,50<br />
•Strogonoff de filé mingnon – de R$ 29,00 por R$ 14,50<br />
•Picadinho ao molho roty – de R$ 29,00 por R$ 14,50<br />
•Picanha suína grelhada ao molho agridoce – de R$ 29,00 por R$ 14,50<br />
CONCENTRAÇÃO (209 Sul – 3242.3436 / somente no almoço)<br />
• Beef na tira – de R$ 22,20 por R$ 11,10<br />
• Beef de Choriço – de R$ 22,60 por R$ 11,30<br />
• Picanha maturada – de R$ 22,60 por R$ 11,30<br />
CREPE AU CHOCOLAT (210 Sul – 3443.2050 e 109 Norte – 3340.7002)<br />
• Toda quinzena um crepe diferente com 50% desconto.<br />
CREPERIA FLORIPA (312 Sul – 3445.2961)<br />
• Crepe de Strogonof de Frango – de R$ 10,90 por R$ 5,45<br />
• Crepe de Strogonof de Filet – de R$ 12,90 por R$ 6,45<br />
• 50% em todos os sucos naturais e de polpa<br />
DON GIULIANO (300 Sudoeste - 3032.3332 / Flamingo Shopping - 3302.3332 / somente<br />
delivery)<br />
•50% de desconto em qualquer pizza grande para delivery (taxa de entrega e<br />
refrigerante não-inclusos)<br />
DON PAPPE (307 Sul – 3244.4754)<br />
• Tornedor à moda de Roma com molho viriatto, guarnecido com um fino arroz<br />
italiano – de R$ 26,90 por R$ 13,45<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
DON ROMANO (QI 11 Lago Sul – 3248.0078)<br />
• Gnochi da Mamma - De R$ 35,40 por R$ 17,70<br />
• Filé a Parmigiana - De R$ 38,80 por R$ 19,40<br />
• Todas as Pizzas com 50 % de desconto (exceto no delivery)<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
DONA CILOCA TORTAS ARTESANAIS (303 Sudoeste – 3344-1155)<br />
• 50% de desconto em qualquer produto da linha de cafés acompanhado de uma mini<br />
quiche<br />
• Torta de Chocolate com Crocante (Tutuca): fatia – De R$ 5,00 por R$ 2,50 / inteira – de<br />
R$ 50,00 por R$ 25,00<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
DUDU CAMARGO RESTAURANTE (303 Sul – 3323.8082)<br />
• Surpresa da Semana(um prato elaborado pelo Chef Dudu Camargo – carne, peixe,<br />
massas e risotos) – de R$ 38,60 por R$ 19,30<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
FORNALHA SIMPSON’S (307 Sul - 3443.4251 / somente jantar)<br />
• Chopp 200 ml – de R$ 2,40 por R$ 1,20<br />
• Pizza Individual – de R$ 17,90 por R$ 8,95<br />
FORMIDABLE (Terraço Shopping – 3233.6027)<br />
• Crepe de Trigo Sarraceno de filé mignon com mostarda dijon – de R$ 19,90 por R$<br />
9,95<br />
FRED RESTAURANTE (405 Sul – 3443.1450 / somente jantar)<br />
• Língua Boêmia – de R$ 28,00 por R$ 14,00<br />
• Steak a Diana – de R$ 32,00 por R$ 16,00<br />
• Frango à moda do Fred – de R$ 26,00 por R$ 13,00<br />
GORDEIXO (306 Norte – 3273.8525)<br />
• Pizza Francesa – de R$ 30,70 por R$ 15,35<br />
KOSUI (Academia de Tênis – 3316.6900)<br />
• Mini Combinado – de R$ 49,00 por R$ 24,50<br />
LA CHAUMIÈRE (408 Sul - 3242.7599)<br />
• Filet de Frango Gabriela com talharim – de R$ 49,00 por R$ 24,50<br />
• Filet Severin * lançamento exclusivo para a Revista <strong>Roteiro</strong> – de R$ 65,00 por R$ 32,50<br />
LA FOCACCIA (Academia de Tênis – 3316.6451)<br />
• Fettuccine Del Dottore – de R$ 33,00 por R$ 16,50<br />
LA FONDUE (403 Sul - 3225.2501 - 3225.4302 / somente jantar)<br />
•Fondue Revista <strong>Roteiro</strong> (Um tipo de fondue, um vinho da casa e duas águas) - de R$<br />
80,00 por R$ 40,00<br />
Forma de Pagamento: dinheiro ou cheque<br />
O GATTO (215 Sul – 3345.7853)<br />
• Medalhões de filé ao molho de queijo com cuscuz marroquino de frutas vermelhas<br />
- de R$ 33,60 por R$ 16,80<br />
OLIVER (Clube de Golfe – 3323.5961/ somente jantar)<br />
• Camarão Bangkok – de R$ 49,00 por R$ 24,50<br />
PATUÁ (Deck Brasil QI 11 Lago Sul – 3248.7231 / somente jantar)<br />
26
• Filé Negro – de R$ 19,90 por R$ 9,95<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
PIZZA CÉSAR (Asa Norte – 3347.0999, Asa Sul – 3242.2221, Lago Sul – 3366.3505,<br />
Sudoeste – 3341.1001, Guará – 3567.3030, Taguatinga – 3352.0500, Sobradinho<br />
– 3487.6262 e Gama – 3384.0202)<br />
• Na compra de uma pizza grande, leve uma pizza média com 50% de desconto:<br />
sabores Charge, Prestígio e Banana.<br />
PRALINÉ (205 Sul - 3443.7490)<br />
• Sorvete em Taça Praliné + 1 copo de água mineral (Sorvete de chocolate, caramelo,<br />
bombons e chantilly) - de R$ 10,80 por R$ 5,40<br />
• Sorvete em Taça Clown + 1 copo de água mineral (Sorvete de baunilha e chocolate,<br />
biscoito e chantilly) - de R$ 10,80 por R$ 5,40<br />
Forma de pagamento: Dinheiro ou cheque<br />
RAPPEL (210 Norte – 3272.2426 e 306 Sul – 3244.2426)<br />
• Torta Brownie de chocolate, acompanhado de sorvete de maracujá. De R$ 13,00 por<br />
R$ 6,50<br />
READY BEEF (303 Sudoeste – 3039.4040)<br />
• Miolo de Alcatra – de R$ 25,00 por R$ 12,50<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
SABORELLA (112 Norte - 3340.4894)<br />
• Soda Italiana+ Tapioca com manteiga – de R$ 9,30 por R$ 4,65<br />
SAN MARINO (209 Sul – 3443.5050)<br />
• Lombo à Brasileira – de R$ 26,10 por R$ 13,10<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
SCHLOB (309 Norte – 3033.1766 / somente jantar)<br />
• Schublig – de R$ 21,00 por R$ 10,50<br />
SHIRÔ (309 Norte – 3963.9966)<br />
• Combinado Shirô Especial sem ovas (18 peças) – de R$ 31,00 por R$ 15,50<br />
SUBMORE (211 Sul - 3345.2929 e 115 Norte – 3349.4848)<br />
•Penne Paillard - de R$ 15,90 por R$ 7,95<br />
•Frango Poivre- de R$ 15,90 por R$ 7,95<br />
TAIYO (Hotel Manhattan Plaza – 3327.9042 / somente no almoço)<br />
• Combinado especial Taiyo (serve duas pessoas) - De R$ 60,00 por R$ 30,00<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
TELE PIZZA GAROTINHO (Lago Norte – 3468.1777 / somente no jantar)<br />
• Rodízio de pizzas e crepes – de R$ 29,80 por R$ 14,90<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
TOCA DO CHOPP (104 Norte - 3328.2262 /somente no jantar)<br />
• Pastel de Carne ou de Queijo – de R$ 8,00 por R$ 4,00<br />
• Pastel de Tomate Seco ou Gorgonzola - de R$ 9,00 por R$ 4,50<br />
• Trouxinha de Carangueijo - de R$ 14,00 por R$ 7,00<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
TOCA RESTAURANTE (104 Norte - 3328.2262)<br />
50% descontos em todas as massas<br />
•Bolognese - de R$ 16,00 por R$ 8,00<br />
•Pomodoro pelati c/ manjericão - de R$ 15,00 por R$ 7,50<br />
•Filé com gorgonzola - de R$16,00 por R$ 8,00<br />
•Polpette ao sugo - de R$ 15,00 por R$ 7,50<br />
•Pesto genovese - de R$ 11,80 por R$ 5,90<br />
•Shitake - de R$ 19,00 por R$ 9,50<br />
•Funghi secchi ao molho de ossobuco - de R$ 19,00 por R$ 9,50<br />
•Bechamel c/ salmão - de R$ 21,00 por R$ 10,50<br />
•Lasagna - de R$ 22,00 por R$ 11,00<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
TORTERIA DI LORENZA (115 Norte, 213 Norte, Sudoeste, Brasília Shopping, Terraço<br />
Shopping, 208 Sul, 211 Sul, 302 Sul e QI 11 do Lago Sul)<br />
• Toda quarta-feira uma torta diferente com 50% desconto<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
TORTERIA VILA CHOCOLATE (108 Sul – 3242.8585)<br />
• Torta Truffa de Morango (serve 10 pessoas) – de R$ 45,00 por R$ 22,50<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
VARANDA DO FRED (QL 3, Cj. 1, casa 14, Lago Norte – 3577.3351)<br />
• Steak à Diana com risoto parisiense – de R$ 30,00 por R$ 15,00<br />
• Filé a la Marcelle com batatas sauté ou fetuccine – de R$ 30,00 por R$ 15,00<br />
VILLA BORGHESE (201 Sul – 3226.5650)<br />
• Filetto <strong>Roteiro</strong> 2006 – de R$ 44,00 por R$ 22,00<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
QUINTA-FEIRA<br />
BACO PIZZARIA (309 Norte – 3274.8600 / 408 Sul – 3244.2292 / somente no jantar)<br />
• Berinjela ao forno à lenha – de R$19,70 por R$9,85<br />
BELINI PÃES E GASTRONOMIA (113 Sul - 3345.0777)<br />
• Pizza média sabor margheritta – de R$ 16,00 por R$ 8,00<br />
CHOPIZZA (213 Norte - 3272.1005 / somente no almoço)<br />
•Salada (Bouquet de folhas nobres ao pesto de manjericão, tomate,cenoura,mussarella<br />
de búfala, tomate seco, ervilhas e palmito) – de R$ 24,00 por R$ 12,00<br />
•Talharim pomodoro c/ manjericão fresco – de R$ 27,00 por R$ 13,50<br />
•Pollo Grelhado ao molho de laranja – de R$ 29,00 por R$ 14,50<br />
•Strogonoff de filé mingnon – de R$ 29,00 por R$ 14,50<br />
•Picadinho ao molho roty – de R$ 29,00 por R$ 14,50<br />
•Picanha suína grelhada ao molho agridoce – de R$ 29,00 por R$ 14,50<br />
CONCENTRAÇÃO (209 Sul – 3242.3436 / somente no almoço)<br />
• Camarão na Moranga – de R$ 30,90 por R$ 15,45<br />
• Badejo Mediterrâneo – de R$ 25,20 por R$ 12,60<br />
• Salmão Grelhado – de R$ 25,20 por R$ 12,60<br />
• Salmão Belle Muniere – de R$ 25,20 por R$ 12,60<br />
DON GIOVANNI (QI 11 Lago Sul – 3248.4018 / somente no jantar)<br />
• Pizza de Aliche com mussarela de búfala – de R$ 26,00 por R$ 13,00<br />
• Pizza Frutti di Bosco – de R$ 26,00 por R$ 13,00<br />
• Calzone cru – de R$ 28,00 por R$ 14,00<br />
DON GIULIANO (300 Sudoeste - 3032.3332 / Flamingo Shopping - 3302.3332 / somente<br />
delivery)<br />
•50% de desconto em qualquer pizza grande para delivery (taxa de entrega e<br />
refrigerante não-inclusos)<br />
DON ROMANO (QI 11 Lago Sul - 3248.0078)<br />
•Todas as pizzas do cardápio com 50% de desconto(exceto no delivery)<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
EL PASO TEXAS (404 Sul – 3323.4618 / Terraço Shopping – 3233.5197)<br />
• Chili Burritos – de R$ 23,00 por R$ 11,50<br />
FESTIM ENOGASTRONOMIA E CAFÉ (CA 05 Lago Norte – 3468.3409 / somente no<br />
jantar)<br />
• FESTIM Mediterrâneo de inverno – de R$ 46,20 por R$ 23,10<br />
FORNALHA SIMPSON’S (307 Sul - 3443.4251 / somente no jantar)<br />
•Chopp 200 ml – de R$ 2,40 por R$ 1,20<br />
•Pizza Individual – de R$ 17,90 por R$ 8,95<br />
FORTUNATA (QI 09 Lago Sul - 3364.6111 / somente no jantar)<br />
• Pizza do Lisboa – de R$ 17,90 por R$ 8,95<br />
Forma de pagamento: dinheiro,cheque ou cartão de débito<br />
FRATELLO (103 Sul, 109 Norte, Terraço Shopping / somente no jantar)<br />
• Pizza Original – de R$ 22,00 por R$ 11,00<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
FRED RESTAURANTE (405 Sul – 3443.1450 / somente jantar)<br />
• Língua Boêmia – de R$ 28,00 por R$ 14,00<br />
• Steak a Diana – de R$ 32,00 por R$ 16,00<br />
• Frango à moda do Fred – de R$ 26,00 por R$ 13,00<br />
GORDEIXOS RESTAURANTE E PIZZARIA (404 Sul – 3323.8989 / Águas Claras e<br />
Taguatinga)<br />
• Pizza pepperoni grande – de R$ 29,90 por R$ 14,95<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
LA CHAUMIÈRE (408 Sul - 3242.7599)<br />
• Filet de Frango Gabriela com talharim – de R$ 49,00 por R$ 24,50<br />
• Filet Severin * lançamento exclusivo para a Revista <strong>Roteiro</strong> – de R$ 65,00 por R$ 32,50<br />
LA FONDUE (403 Sul - 3225.2501 - 3225.4302 / somente jantar)<br />
• Fondue Revista <strong>Roteiro</strong> (Um tipo de fondue, um vinho da casa e duas águas) - de R$<br />
80,00 por R$ 40,00<br />
Forma de Pagamento: dinheiro ou cheque<br />
LE FRANÇAIS (405 Sul – 3225.4583)<br />
• Omelette aux fines herbes – de R$ 22,50 por R$11,30<br />
• Saumon au Gingembre – de R$ 41,80 por R$ 20,90<br />
• Coq au Vin de Bourgogne – de R$ 32,60 por R$ 16,30<br />
• Filet à la Dijonnaise – de R$ 39,60 por R$19,80<br />
• Filet au Roquefort – de R$ 39,60 por R$19,80<br />
• Crème Brûlée – de R$ 13,50 por R$ 6,80<br />
Forma de Pagamento: dinheiro ou cheque<br />
PATUÁ (Deck Brasil QI 11 Lago Sul – 3248.7231 / somente no jantar)<br />
• Filé Negro – de R$ 19,90 por R$ 9,95<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
PIZZA HUT (Shopping Pier 21 – 4002.4003 / almoço, jantar e delivery)<br />
• 50% desconto em todas as pizzas tamanho grande<br />
Forma de pagamento: cartões Visa e Mastercard, dinheiro ou cheque<br />
PIZZAIOLO (215 Sul – 3345.7878)<br />
• Pizza Monet – de R$ 34,90 por R$ 17,45<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
PIZZARIA FORNO BENEDETTO (310 Norte – 3349.0169)<br />
• Pizza Benedetto Fruto – de R$ 31,70 por R$ 15,85<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
QUERUBINA (308 Sul – 3443.8777 / somente no jantar)<br />
• Pizza Margherita Gourmet – de R$ 24,00 por R$ 12,00<br />
READY BEEF (303 Sudoeste – 3039.4040)<br />
• Miolo de Alcatra – de R$ 25,00 por R$ 12,50<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
SABORELLA (112 Norte - 3340.4894)<br />
• Soda Italiana+ Tapioca com manteiga – de R$ 9,30 por R$ 4,65<br />
SUBMORE (211 Sul – 3345.2929 e 115 Norte – 3349.4848)<br />
•Penne Paillard - de R$ 15,90 por R$ 7,95<br />
•Frango Poivre- de R$ 15,90 por R$ 7,95<br />
TOCA DO CHOPP (Quituart - 3368.3894 / somente no jantar)<br />
• Pastéis de carne e queijo - De R$ 7,00 por R$ 3,50<br />
• Pastéis de tomate seco c/ mussarela - De R$ 9,00 por R$ 4,50<br />
• Chope happy hour (das 18 às 20h) - De R$ 3,50 por R$ 1,75<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
TOCA RESTAURANTE (104 Norte - 3328.2262)<br />
50% descontos em todas as massas<br />
•Bolognese - de R$ 16,00 por R$ 8,00<br />
•Pomodoro pelati c/ manjericão - de R$ 15,00 por R$ 7,50<br />
•Filé com gorgonzola - de R$16,00 por R$ 8,00<br />
•Polpette ao sugo - de R$ 15,00 por R$ 7,50<br />
•Pesto genovese - de R$ 11,80 por R$ 5,90<br />
•Shitake - de R$ 19,00 por R$ 9,50<br />
•Funghi secchi ao molho de ossobuco - de R$ 19,00 por R$ 9,50<br />
•Bechamel c/ salmão - de R$ 21,00 por R$ 10,50<br />
•Lasagna - de R$ 22,00 por R$ 11,00<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
TRATTORIA 101 (101 Sudoeste – 3344.8866 / somente no jantar)<br />
• Filé a Parmegiana com arroz ou batata – de R$ 29,50 por R$ 14,75<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
VILLA BORGHESE (201 Sul – 3226.5650)<br />
• Filetto <strong>Roteiro</strong> 2006 – de R$ 44,00 por R$ 22,00<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
SEXTA-FEIRA<br />
BEIT KAHAMA (Quituart - QI 9 Lago Norte - 3244.8110 / somente no jantar)<br />
• Kafta (4 unidades) + arroz c/ lentilha ou salada c/ pão árabe – de R$ 15,00 por R$ 7,50<br />
CAFÉ ENCONTRO (Quituart - QI 9 Lago Norte - 9984.0568 / somente no jantar)<br />
• Vinho do porto Messias (dose) – de R$ 5,40 por R$ 2,70<br />
27
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
CHUCRUTE (Quituart - QI 9 Lago Norte -3368.3633 / 9989.0946 / somente no jantar)<br />
• Goulash com Spätzle – de R$ 22,90 por R$ 11,10<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
CONCENTRAÇÃO (209 Sul – 3242.3436 / somente no almoço)<br />
• Bacalhau ao forno – de R$ 31 por R$ 15,50<br />
• Frango à Parmegiana – de R$ 22,60 por R$ 11,30<br />
• Frango à Cubana – de R$ 22,60 por R$ 11,30<br />
DIAMANTINA RESTAURANTE (Hotel Kubitschek Plaza – 3329.3774 )<br />
• Picadinho JK - de R$ 30,00 por R$ 15,00<br />
DONA CILOCA TORTAS ARTESANAIS (303 Sudoeste – 3344.1155)<br />
• Tortas de Nutella e Brigadeiro Fatia – de R$ 5,00 por R$ 2,50; Inteira – de R$ 50,00 por<br />
R$ 25,00<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
FESTIM ENOGASTRONOMIA E CAFÉ (CA 05 Lago Norte – 3468.3409 / somente jantar)<br />
• Garbanzos a la Catalana - de R$ 39,60 por R$ 19,80<br />
FORNALHA SIMPSON’S (307 Sul - 3443.4251 / somente jantar)<br />
•Chopp 200 ml – de R$ 2,40 por R$ 1,20<br />
•Pizza Individual – de R$ 17,90 por R$ 8,95<br />
GREEN’S (302 Norte – 3326.0272 / 202 Sul – 3321.5039)<br />
• 50% de desconto no Buffet de Sopas (somente na 202 Sul)<br />
•50% de desconto nas Saladas do Cardápio<br />
•50% de desconto nos grelhados<br />
Forma de pagamento: dinheiro<br />
HOTEL BLUE TREE ALVORADA (Restaurante Herbs - 3424.7000)<br />
• Chopp – de R$ 6,00 por R$ 3,00<br />
• Caipirinha – de R$ 10,00 por R$ 5,00<br />
• Happy Hour – das 18h às 21h30, todas as sextas e sábados, com música ao vivo.<br />
Caldos e canapés são por conta da casa até às 19h.<br />
KOSUI (Academia de Tênis – 3316.6900)<br />
• Mini Combinado – de R$ 49,00 por R$ 24,50<br />
L’AFFAIRE (Hotel Mercure – 3326.7130 / somente no almoço)<br />
•Sexta Casual Day: buffet com criações do chef Marcello Piucco – de R$50,00 por<br />
R$25,00<br />
LA FOCACCIA (Academia de Tênis – 3316.6451)<br />
• Fettuccine Del Dottore – de R$ 33,00 por R$ 16,50<br />
LAS PAELLAS (Quituart - QI 9 Lago Norte – 30323237 / somente no jantar)<br />
• Paella Marinera – de R$ 28,00 por R$ 14,00<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
MITSUBÁ (Hotel Naoum Plaza – 3322.4545)<br />
• Sushi e Sashimi especial para duas pessoas (cód. 8302) – de R$ 60,00 por R$ 30,00<br />
• Yaksoba de frango (cód. 6682) – de R$ 29,00 por R$ 14,50<br />
NATURETTO (405 Norte - 3201.6223 / somente no jantar)<br />
• Buffet (somente no jantar) – de R$ 24,00 por R$ 12,00<br />
NORTON GRILL (Hotel Meliá – 3218.5550)<br />
• Picanha baby com arroz Norton e pudim de leite caseiro de sobremesa – de R$ 52,50<br />
por R$ 26,25<br />
PATUÁ (Deck Brasil QI 11 Lago Sul – 3248.7231 / somente no jantar)<br />
• Filé Negro – de R$ 19,90 por R$ 9,95<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
READY BEEF (303 Sudoeste – 3039.4040)<br />
• Miolo de Alcatra – de R$ 25,00 por R$ 12,50<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
SABOR MAR (Quituart - QI 9 Lago Norte -3368.6229 / somente jantar)<br />
• Bobó de Camarão – de R$28,00 por R$14,00<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
SUBMORE (211 Sul – 3345.2929 e 115 Norte – 3349.4848)<br />
•Penne Paillard - de R$ 15,90 por R$ 7,95<br />
•Frango Poivre- de R$ 15,90 por R$ 7,95<br />
TOCA RESTAURANTE (104 Norte - 3328.2262)<br />
50% descontos em todas as massas<br />
•Bolognese - de R$ 16,00 por R$ 8,00<br />
•Pomodoro pelati c/ manjericão - de R$ 15,00 por R$ 7,50<br />
•Filé com gorgonzola - de R$16,00 por R$ 8,00<br />
•Polpette ao sugo - de R$ 15,00 por R$ 7,50<br />
•Pesto genovese - de R$ 11,80 por R$ 5,90<br />
•Shitake - de R$ 19,00 por R$ 9,50<br />
•Funghi secchi ao molho de ossobuco - de R$ 19,00 por R$ 9,50<br />
•Bechamel c/ salmão - de R$ 21,00 por R$ 10,50<br />
•Lasagna - de R$ 22,00 por R$ 11,00<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
SÁBADO<br />
BAR E PIZZARIA DO BRÁS (107 Norte – 3347.4735 / somente no jantar)<br />
• Chopp – de R$ 3,20 por R$ 1,60<br />
• Salsichão Frankfurt – de R$ 24,50 por R$ 12,25<br />
• Eisbein com chucrute – de R$ 24,50 por R$ 12,25<br />
• 50% em todas as pizzas do cardápio, de todos os sabores e tamanhos<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
CAFÉ CANCUN (Shopping Liberty Mall – 3202.4466 / somente no almoço)<br />
• Feijoada – de R$ 28,90 por R$ 14,45 (não inclui o buffet de sobremesa)<br />
CAFÉ ENCONTRO (Quituart - QI 9 Lago Norte - 9984.0568 / somente no almoço)<br />
• Licor Cointreau (dose) – de R$ 5,80 por R$ 2,90<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
DIAMANTINA RESTAURANTE (Hotel Kubitschek Plaza – 3329.3774)<br />
• Bacalhau do Presidente - de R$ 70,00 por R$ 35,00<br />
DON GIULIANO (300 Sudoeste - 3032.3332 / Flamingo Shopping - 3302.3332 / somente<br />
no jantar)<br />
• Pizza de Brócolis com Cheddar - de R$ 28,90 por R$ 14,45<br />
•Envoltini de frango com presunto parma no molho de sálvia e arroz piamontês – de<br />
R$22,90 por R$11,45<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
FORNALHA SIMPSON’S (307 Sul - 3443.4251 / somente jantar)<br />
•Chopp 200 ml – de R$ 2,40 por R$ 1,20<br />
•Pizza Individual – de R$ 17,90 por R$ 8,95<br />
FESTIM ENOGASTRONOMIA E CAFÉ (CA 05 Lago Norte – 3468.3409 / somente jantar)<br />
• Garbanzos a la Catalana - De R$ 39,60 por R$ 19,80<br />
HOTEL BLUE TREE ALVORADA (Happy Hour das 18h às 21h30 – Restaurante Herbs<br />
– 3424.7000)<br />
• Chopp – de R$ 6,00 por R$ 3,00<br />
• Caipirinha – de R$ 10,00 por R$ 5,00<br />
MITSUBÁ (Hotel Naoum Plaza – 3322.4545 / somente no jantar)<br />
• Sushi e Sashimi especial p/ duas pessoas – de R$ 60,00 por R$ 30,00<br />
• Yaksoba de frango – de R$ 29,00 por R$ 14,50 (somente no jantar)<br />
MORMAII SURF BAR (Brasília Shopping – 3327.6580 / somente no almoço / sashimis não<br />
inclusos)<br />
• Festival de sushis, saladas e pratos quentes – de R$ 28,90 por R$ 14,45<br />
OÁSIS (Quituart - QI 9 Lago Norte - 9912.0113 / somente no almoço)<br />
•Carne de Sol Completa p/ 2 pessoas - de R$ 36,90 por R$ 18,45<br />
PATUÁ (Deck Brasil QI 11 Lago Sul – 3248.7231 / somente no jantar)<br />
• Filé Negro – de R$ 19,90 por R$ 9,95<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
SEVERINA FEIJÃO VERDE (201 Sul – 3224.6362 / somente no almoço / somente no<br />
restaurante)<br />
Talvez prá dois ( Completa de carne de sol) c/ opções:<br />
• Carne de sol, paçoca de pilão, macaxeira cozida,feijão de corda,arroz<br />
branco,manteiga de garrafa e vinagrete – de 20,90 por 10,45<br />
• Carne de sol, paçoca de pilão, macaxeira cozida,feijão de corda,queijo do sertão,arroz<br />
branco,manteiga de garrafa e vinagrete – de 25,90 por 12,95<br />
• Carne de sol, paçoca de pilão, macaxeira frita,feijão de corda,arroz branco,manteiga<br />
de garrafa e vinagrete – De 21,90 por 10,95<br />
• Carne de sol, paçoca de pilão, macaxeira cozida,feijão de corda,arroz<br />
branco,manteiga de garrafa e vinagrete – De 26,90 por 13,45<br />
Forma de Pagamento: dinheiro ou cheque<br />
TAIYO (Hotel Manhattan Plaza – 3327.9042 / somente no almoço)<br />
• Combinado especial Taiyo (serve duas pessoas) - De R$ 60,00 por R$ 30,00<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
THE FALLS (Hotel Naoum Plaza – 3322.4545 / somente no almoço)<br />
• 50% no chopp<br />
TOCA DO CHOPP (104 Norte - 3328.2262)<br />
• Feijoada (serve duas pessoas) – de R$ 32,00 por R$ 16,00<br />
• Pastel de Feijoada - de R$ 9,00 por R$ 4,50<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
TOCA DO CHOPP (Quituart – 3368.3894 / somente no almoço)<br />
• Filé à parmegiana - de R$ 32,00 por R$ 16,00<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
TOCA RESTAURANTE (104 Norte - 3328.2262)<br />
50% descontos em todas as massas<br />
•Bolognese - de R$ 16,00 por R$ 8,00<br />
•Pomodoro pelati c/ manjericão - de R$ 15,00 por R$ 7,50<br />
•Filé com gorgonzola - de R$16,00 por R$ 8,00<br />
•Polpette ao sugo - de R$ 15,00 por R$ 7,50<br />
•Pesto genovese - de R$ 11,80 por R$ 5,90<br />
•Shitake - de R$ 19,00 por R$ 9,50<br />
•Funghi secchi ao molho de ossobuco - de R$ 19,00 por R$ 9,50<br />
•Bechamel c/ salmão - de R$ 21,00 por R$ 10,50<br />
•Lasagna - de R$ 22,00 por R$ 11,00<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
UNIVERSAL DINER (210 Sul – 3443.2089 / somente no almoço)<br />
• Chix Lemon – de R$ 49,00 por R$ 24,50<br />
VARANDA DO FRED (QL 3, Cj. 1, casa 14, Lago Norte – 3577.3351)<br />
• Steak à Diana com risoto parisiense – de R$ 30,00 por R$ 15,00<br />
• Filé a la Marcelle – de R$ 30,00 por R$ 15,00<br />
DOMINGO<br />
FORNALHA SIMPSON’S (307 Sul - 3443.4251 / somente no jantar)<br />
•Chopp 200 ml – de R$ 2,40 por R$ 1,20<br />
•Pizza Individual – de R$ 17,90 por R$ 8,95<br />
PATUÁ (Deck Brasil QI 11 Lago Sul – 3248.7231 /somente no jantar)<br />
• Filé Negro – de R$19,90 por R$ 9,95<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
RESTAURANTE HERBS (Hotel Blue Tree – 3424.7000 / somente no almoço)<br />
• Sunday Brunch Blue Tree – de R$ 60,00 por R$ 30,00 (por pessoa)<br />
TAIYO (Hotel Manhattan Plaza – 3327.9042 / somente no almoço)<br />
• Combinado especial Taiyo (serve duas pessoas) - De R$ 60,00 por R$ 30,00<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
TOCA RESTAURANTE (104 Norte - 3328.2262)<br />
50% descontos em todas as massas<br />
•Bolognese - de R$ 16,00 por R$ 8,00<br />
•Pomodoro pelati c/ manjericão - de R$ 15,00 por R$ 7,50<br />
•Filé com gorgonzola - de R$16,00 por R$ 8,00<br />
•Polpette ao sugo - de R$ 15,00 por R$ 7,50<br />
•Pesto genovese - de R$ 11,80 por R$ 5,90<br />
•Shitake - de R$ 19,00 por R$ 9,50<br />
•Funghi secchi ao molho de ossobuco - de R$ 19,00 por R$ 9,50<br />
•Bechamel c/ salmão - de R$ 21,00 por R$ 10,50<br />
•Lasagna - de R$ 22,00 por R$ 11,00<br />
Forma de pagamento: dinheiro ou cheque<br />
Para usufruir das promoções é indispensável a apresentação do<br />
Cartão <strong>Roteiro</strong> de Vantagens (o cartão é de uso individual). Todas<br />
as informações acima são de responsabilidade dos restaurantes.<br />
O cartão não é cumulativo e não poderá ser retido pelo estabelecimento,<br />
podendo assim ser utilizado durante todo o seu prazo de validade.<br />
28
graves&agudos<br />
Dupla paixão<br />
CAMILA MAIA<br />
Danni Carlos canta<br />
sucessos do cinema<br />
em apresentação na<br />
Academia Music Hall<br />
POR RAFAELA CLÉO<br />
Atenção cinéfilos e amantes da boa<br />
música: no dia 27, a cantora Danni<br />
Carlos vai apresentar em Brasília seu<br />
mais recente trabalho, Rock’n’Road<br />
Movies. No repertório, 14 canções que<br />
ficaram famosas nas telas de cinema,<br />
trilhas de filmes que foram sucesso de<br />
bilheteria.<br />
Interpretando hits como How deep<br />
is your love (Os Embalos de Sábado à<br />
Noite), Let’s stay together (Pulp Fiction),<br />
Kiss from a rose (Batman Eternamente),<br />
Iris (Cidade dos Anjos), The Blower’s<br />
daughter (Closer – Perto Demais) e<br />
Mrs. Robinson (Primeira Noite de um<br />
Homem), Danni oferece ao público um<br />
clima aconchegante, apropriado para<br />
curtir as boas lembranças.<br />
Rock’n’Road Movies é a reunião de<br />
duas paixões da roqueira: música e<br />
cinema. Ela apresentou o projeto à<br />
gravadora este ano e depois de um mês<br />
e meio concluiu o disco. Na hora da<br />
escolha do repertório, ela confessa que<br />
forçou um pouco a barra para incluir<br />
algumas músicas. “Nem tudo vem de<br />
filmes que marcaram a minha vida.<br />
Em alguns casos a música falou mais<br />
alto”, entrega.<br />
Foi o caso de The fool on the hill,<br />
de John Lennon e Paul McCartney.<br />
Ela simplesmente pediu que alguém<br />
encontrasse um filme que fizesse uso da<br />
música para poder incluí-la no disco.<br />
Numa pesquisa encontraram Magical<br />
mystery tour, um musical dos Beatles de<br />
1967. Na mesma situação está Jumpin’<br />
Jack Flash, dos Rolling Stones, que ela<br />
não conhecia do cinema.<br />
Há quatro anos na estrada, a carioca<br />
Danni Carlos é conhecida por sua<br />
atuação como intérprete. Tudo começou<br />
com uma visita a uma gravadora. A<br />
intenção era registrar 20 músicas que<br />
tinha composto. Acabou recebendo uma<br />
contraproposta: regravar em formato<br />
acústico alguns hits do rock internacional.<br />
O resultado é disco Rock’n’Road Acústico<br />
(2003), que traz canções como Wherever<br />
you will go (The Calling) e I was born to love<br />
you (Freddie Mercury).<br />
Os outros dois discos antes do<br />
atual – Rock’n’Road Again (2004) e<br />
Rock’n’Road All Night (2005) – seguem<br />
o mesmo formato: dão cara nova a<br />
antigos sucessos internacionais. Há<br />
quem, por isso, insista em classificar<br />
o trabalho de Danni como simples<br />
cover. A loira tira de letra preconceito.<br />
Compositora de mais de 250 músicas,<br />
ela encara o trabalho de regravar canções<br />
já conhecidas na voz de grandes artistas<br />
como um desafio.<br />
Rock´n´Road Movies – Danni Carlos<br />
27/10, às 21h, no Academia Music Hall.<br />
Ingressos: Pista - R$ 60 e R$ 30; poltrona -<br />
R$ 80 e R$ 40; camarote open bar – R$ 140 e<br />
R$ 70. À venda nas lojas Discoteca 2001 e no<br />
site www.ingressoemcasa.com.br<br />
29
graves&agudos<br />
Bob<br />
Dylan<br />
pra ler,<br />
ver e ouvir<br />
Em livro, filme e disco, a rica<br />
trajetória musical e política dessa<br />
lenda viva do rock’n’roll dos anos 60<br />
POR HEITOR MENEZES<br />
Modern Times, o novo CD de<br />
inéditas de Bob Dylan nas lojas, é<br />
puro regozijo. A maioria dos mitos<br />
forjados no fogo ardente do rock’n’roll<br />
já partiu para outra. Restam figuras<br />
que perambulam por este vasto mundo<br />
– como Dylan – em busca de redenção,<br />
esta sim a última fronteira.<br />
O álbum vem se juntar a outros dois<br />
produtos, lançados recentemente, que<br />
fornecem um vasto panorama da vida e<br />
época de Bob Dylan, reconhecido como<br />
um dos mais influentes compositores<br />
de música popular de todos os tempos.<br />
Em 2005 sairam Crônicas – Volume<br />
Um, livro de memórias, e No Direction<br />
Home, documentário de Martin<br />
Scorsese, ambos ainda disponíveis nas<br />
lojas e na internet. É Dylan para ser<br />
lido, visto e ouvido em obras que, no<br />
mínimo, atestam sua importância e<br />
impacto global que atravessa décadas.<br />
Tudo bem que Caetano e Chico<br />
também lançaram discos de inéditas em<br />
2006. A gente bem que poderia estar<br />
falando deles, mas Dylan é o seguinte:<br />
não foi o primeiro cantor de protesto,<br />
mas como nenhum outro soube, através<br />
da poesia e da música, capturar o desejo<br />
de liberdade e de pleno exercício de<br />
direitos civis. Isso tinha relevância,<br />
quando começou sua jornada no início<br />
dos anos 60. Seu discurso continua<br />
atualíssimo e sua música permanece<br />
clássica e atemporal.<br />
O que cada obra nos oferece<br />
MODERN TIMES (Sony BMG) completa a<br />
trinca que marca mais um renascimento<br />
artístico de Dylan. Abre com Thunder on<br />
The Mountain, canção que, no mínimo,<br />
põe o poeta em pé de igualdade com os<br />
grandes criadores do rock’n’roll, como<br />
Chuck Berry e Jerry Lee Lewis, outro<br />
sobrevivente que, por coincidência, está<br />
voltando triunfalmente das cinzas.<br />
Nesse disco, Dylan oferece uma<br />
maravilhosa coleção de blues, rockabilly,<br />
country arrastado, rhythm’n’blues,<br />
levadas jazzy e baladas que sintetizam<br />
o que a América tem de melhor,<br />
musicalmente falando. A voz Bem,<br />
a voz continua aquela coisa fanhosa de<br />
sempre, mas é Dylan, 65 anos, e muitos<br />
trovões saídos da garganta.<br />
No sentido da mensagem, não tem<br />
30
a pregação quase religiosa que deu fama<br />
a canções imortais como The Times They<br />
Are A-Changin, With God on Our Side ou<br />
Blowin’ in the Wind. Em compensação,<br />
temos o artista evocando o passado da<br />
América, suas glórias e seus dramas, para<br />
se referir ao presente.<br />
A modernidade, aludida no título,<br />
não só remete ao clássico Tempos<br />
Modernos, de Charles Chaplin, libelo<br />
contra a mecanização do homem, mas<br />
também lembra que a humanidade está<br />
condenada a correr para as cidades em<br />
que o tempo passa tão rápido quanto o<br />
táxi, borrão de luz e sombra, como a foto<br />
de Ted Croner que ilustra a capa do disco.<br />
As dez canções de Modern Times<br />
soam como se tivessem sido gravadas há<br />
muito tempo. Rollin’ and Tumblin, por<br />
exemplo, é a mesma Rollin’ and Tumblin<br />
de Muddy Waters, lenda do blues, só<br />
que com letra ligeiramente diferente.<br />
As duas remetem a Robert Johnson<br />
e Dylan se apropria desse standard<br />
conferindo à faixa uma ligação<br />
assombrosa. Resumindo: grande<br />
obra, impregnada de americanismo (o<br />
sentimento), digna dos melhores discos<br />
já gravados pelo grande mestre.<br />
CRÔNICAS – VOLUME UM (Editora<br />
Planeta) coloca em cena o Dylan<br />
memorialista, a registrar “manu própria”<br />
fatos marcantes de sua carreira. O<br />
livro não tem ordem cronológica.<br />
Os capítulos saltam no tempo e ora<br />
remetem ao início de tudo, quando<br />
o jovem Dylan chegou a Nova York,<br />
no início dos anos 60, ora ilustram<br />
as dificuldades de um artista já<br />
estabelecido que tenta acertar o som,<br />
como no capítulo Oh Mercy, que fala sobre<br />
o disco homônimo, de 1989, gravado em<br />
Nova Orleans.<br />
Nesse capítulo, aliás, Dylan descreve<br />
a cidade, seus becos e arredores,<br />
servindo quase como um guia<br />
involuntário de um lugar que muitos<br />
amam mesmo sem conhecer. O livro,<br />
porém, nada revela sobre o famoso<br />
acidente de moto que o tirou de cena<br />
em 1966, e não menciona o divórcio<br />
de sua então mulher Sara, episódio<br />
que serviu de pano de fundo para<br />
Blood on the Tracks, discão de 1975.<br />
Ao final, Dylan permanece o mesmo<br />
tipo enigmático de sempre e nos deixa<br />
ansiosos pelo segundo volume de suas<br />
crônicas.<br />
NO DIRECTION HOME (Paramount),<br />
de Martin Scorsese, nos oferece um<br />
impressionante painel da cosmogonia<br />
por trás do mito Bob Dylan. O filme<br />
compila farto material histórico,<br />
entremeado com entrevistas não<br />
menos históricas.<br />
Temos Dylan lembrando os primeiros<br />
passos, quando moleque foi ao encontro<br />
da lenda Woody Guthrie em um<br />
sanatório; a perambulação pela boêmia<br />
do Greenwich Village novaiorquino, além<br />
da presença de uma série de convidados,<br />
como Joan Baez, Allen Ginsberg (em<br />
emocionado depoimento) e o iluminado<br />
Em busca do sucesso<br />
POR EDUARDO OLIVEIRA<br />
Impossível saber ao certo a<br />
quantidade de bandas que existem em<br />
Brasília. Só no Tramavirtual – site onde<br />
artistas independentes oferecem suas<br />
músicas para downloads – são 858.<br />
Considerando-se a extensão do Plano<br />
Piloto, isso dá duas bandas por km 2 . Em<br />
outras palavras: olhe para os lados que<br />
você verá alguém tentando a sorte na<br />
música.<br />
Vinte bandas já deram um bom passo<br />
à frente. Caffe Roots, Lafusa, Colina,<br />
Lips, Daniela Firme e Banda, Virgem<br />
Again, Preceptors, Grupo 288, Banda<br />
Larga, Radius, Dog Style, Shalin Way e<br />
os Atemporados, Stereofonia, Clínica 69,<br />
Beto Só e Banda, Makinamara, Liorn’ Kor,<br />
Casa Vermelha, Satisfaction e Lótus Negro<br />
foram selecionadas para disputar o 3 o BSB<br />
Awards, que premiará a melhor banda da<br />
cidade, escolhida pelo voto popular.<br />
As concorrentes fazem shows no<br />
O’Rilley Irish Pub e no Café Cancun até<br />
novembro. É uma chance do público<br />
conhecer cada uma ao vivo, escolher<br />
sua preferida e votar no site www.<br />
bsbawards.com.br. O vencedor ganha a<br />
gravação de um disco no estúdio SAS.<br />
“O prêmio é uma forma de incentivo às<br />
bandas, ao cenário musical e à cultura de<br />
Brasília. Essa iniciativa faz com que nosso<br />
trabalho seja valorizado”, afirma Edson di<br />
Pete Seeger, grande lenda do folk norteamericano,<br />
que testemunham em favor<br />
do velho Bob.<br />
Basicamente, o documentário se<br />
prende à primeira metade dos anos 60<br />
e mostra a passagem do Dylan cantor<br />
de folk music ao Dylan roqueiro, que foi<br />
vaiado e chamado de traidor, em 1964,<br />
na Inglaterra.<br />
O viés político permeia tudo,<br />
mostrando que Dylan aconteceu no<br />
exato momento pós-macartismo,<br />
quando a esquerda americana pôde<br />
botar a cabeça pra fora. Só que os<br />
tempos estavam mudando: Kennedy,<br />
Castro, Krushev, Baía dos Porcos,<br />
direitos humanos, direitos civis e<br />
racismo compunham o cenário que teve<br />
Bob Dylan como o grande bardo de um<br />
tempo que se ainda pretende moderno.<br />
Carvalho, guitarrista da Satisfaction (foto),<br />
que busca o bicampeonato depois de<br />
vencer no ano passado.<br />
Este ano, o BSB Awards traz<br />
novidades. Além da melhor banda, outras<br />
categorias também estão no páreo:<br />
melhor casa noturna, cantor, cantora,<br />
DJ, apoio à cultura, revelação e veículo<br />
de comunicação. “A idéia é descobrir<br />
novos talentos, apreciar os já existentes<br />
e contribuir para a valorização da cultura<br />
local”, diz o idealizador do projeto,<br />
Marcos Santos.<br />
Ainda há tempo de assistir às últimas<br />
seletivas, dias 30 deste mês, no O’Rilley<br />
Irish Pub (409 Sul), 5 e 12 de novembro<br />
no Café Cancun (Liberty Mall). A festa de<br />
premiação será em dezembro.<br />
31
especial<br />
Ultraleve<br />
EDUARDO KRÜGER<br />
utilitário<br />
O nome oficial é aviação desportiva.<br />
Mas, para a maioria dos aficcionados, é também<br />
um meio de transporte prático, seguro e econômico<br />
POR VICENTE SÁ<br />
O brasiliense já se acostumou a<br />
vê-los no céu, grandes pássaros de asas<br />
abertas a costurar nuvens coloridas nos<br />
finais de tarde: os ultraleves. O ninho<br />
deles é logo ali, na APUB – Associação<br />
dos Pilotos de Ultraleve de Brasília,<br />
atrás do Palácio do Buriti, próximo ao<br />
antigo depósito do Detran. Lá eles têm<br />
uma pista de 480 metros para levantar<br />
e pousar, 100 hangares para o repouso e<br />
uma oficina de conserto e manutenção,<br />
além de uma torre com rádio para<br />
controle dos vôos. Em breve terão<br />
também posto de abastecimento de<br />
combustível próprio, já em construção.<br />
Morando assim, tão bem e tão<br />
perto, eles só podiam enfeitar nosso<br />
céu. Mas quem são os felizardos que<br />
vêem Brasília lá do alto no final do dia<br />
Nos anos 80, quando tudo começou,<br />
quem voava de ultraleve eram militares<br />
reformados da aeronáutica, filhos de<br />
pilotos, aficionados por aviões e uns<br />
poucos empresários mais audaciosos.<br />
Mas aqueles aparelhos feitos ainda em<br />
pequenas fábricas ou oficinas, com asas<br />
de pano e motores adaptados, exigiam<br />
uma grande dose de coragem para<br />
serem pilotados, é o que informa José<br />
Luiz Faraco, um dos instrutores de vôo<br />
mais respeitados no Distrito Federal.<br />
Com o aperfeiçoamento das<br />
aeronaves, esse perfil foi mudando. A<br />
chegada de ultraleves construídos com<br />
motores apropriados, mais seguros e<br />
mais potentes, atraiu muitos executivos<br />
e empresários para a prática da aviação<br />
desportiva – este o nome oficial da<br />
modalidade de pilotagem. Ou seja,<br />
gente que já podia muito agora pode<br />
também voar.<br />
Mais de 20 anos depois, duas<br />
categorias de ultraleve freqüentam<br />
o nosso espaço aéreo: o básico, mais<br />
simples e com pouca potência, e o<br />
avançado, produzido em fábricas e com<br />
32
motores mais potentes. Hoje, além do prazer e da<br />
paixão de voar, uma outra motivação está no ar.<br />
“Entre meus alunos, tenho fazendeiros, empresários,<br />
dentistas, médicos e advogados, pessoas que gostam<br />
de voar e que descobriram que o ultraleve pode ser<br />
muito útil para seus negócios”, revela Faraco.<br />
Empresários rurais que possuem fazendas<br />
distantes 200 ou 300 quilômetros de Brasília;<br />
médicos que precisam se deslocar para Anápolis ou<br />
Goiânia; dentistas com clínicas em cidades próximas<br />
e que precisam vir à cidade continuamente... muita<br />
gente já está adotando o ultraleve como meio de<br />
transporte, inclusive considerando-o mais seguro<br />
do que enfrentar de carro as péssimas condições de<br />
nossas estradas. “Os ultraleves podem fazer rotas<br />
que de carro seriam muito demoradas e cansativas,<br />
que os aviões de carreira não fazem e que são muito<br />
caras se feitas em táxi aéreo”, explica Faraco.<br />
Um ultraleve avançado faz o percurso de Brasília<br />
a Araguari, por exemplo, em uma hora. Se for para<br />
Belo Horizonte, duas horas; Barreiras, na Bahia,<br />
uma hora e quarenta minutos; e Angra dos Reis,<br />
três horas.<br />
Mas para poder sentar em sua aeronave e<br />
partir em busca de aventura, puro prazer ou bons<br />
negócios, o candidato a piloto tem que primeiro se<br />
capacitar e depois adquirir o ultraleve. Os preços<br />
dos aparelhos variam muito, de acordo com suas<br />
características. Por exemplo: um ultraleve básico,<br />
aquele com asas de pano, custa pouco mais de<br />
R$ 10 mil. Já o ultraleve avançado, fabricado com<br />
motor de 160 hp, pode custar até R$ 200 mil.<br />
No Brasil são fabricados mais de 100 ultraleves<br />
por ano, tanto em empresas grandes – como a Flyer,<br />
que produz sete aeronaves por mês – como em<br />
pequenas, que entregam um a cada três meses. Hoje<br />
existem mais de sete mil ultraleves cruzando os céus<br />
brasileiros. Só no de Brasília, são mais de cem. Os<br />
acidentes com esse tipo de aeronave são muito raros<br />
e quase nunca fatais.<br />
Para se habilitar a pilotar um ultraleve, os<br />
interessados devem fazer o curso de piloto de<br />
aviação desportiva, que tem aulas teóricas e práticas.<br />
Na parte teórica, são 30 horas/aula em que os<br />
alunos apreendem meteorologia, aerodinâmica,<br />
navegação, regulamentos e conhecimentos técnicos.<br />
Já a parte prática consiste em 20 horas de vôo. A<br />
duração média do curso é de três meses e o custo é<br />
de R$ 6.600,00 para piloto de ultraleve avançado e<br />
R$ 4.200,00 para piloto de ultraleve básico.<br />
Mas se você não dispõe desse dinheiro, dessa<br />
coragem ou mesmo de vontade de voar, não<br />
se preocupe! Ainda resta o prazer de apreciar<br />
o namoro dos ultraleves, ao final da tarde, no<br />
maravilhoso céu da capital do país.<br />
José Luiz Faraco instrui o aluno Lucas Zanello, proprietário da rede de rotisserias Toscanello,<br />
minutos antes de sobrevoarem a cidade<br />
Curso de piloto de ultraleve avançado Instrutor: José Luiz Faraco (9987.9514)<br />
Curso de piloto de ultraleve básico Instrutor: Edgar Silva Costa (3201.7487)<br />
DÉBORA AMORIM<br />
EDUARDO KRÜGER DÉBORA AMORIM<br />
33
mexa-se<br />
34total Saúde<br />
Novo conceito transforma academias em espaço<br />
de convivência e terapia para o corpo e a mente
POR ANA CRISTINA VILELA<br />
FOTOS DÉBORA AMORIM<br />
Imagine um lugar onde as crianças<br />
podem passar uma manhã ou uma tarde<br />
inteira, mas não é creche; onde se faz<br />
massagem e se corta o cabelo, mas não<br />
é centro estético nem salão de beleza;<br />
também não é centro fisioterápico,<br />
mas é possível reabilitar-se fisicamente.<br />
Yoga, pilates, mergulho, relaxamento<br />
em espaço zen, escalada e dança Veja<br />
os horários. Musculação, ginástica<br />
localizada, jump, step, hidroginástica,<br />
natação, spinning Não tem problema,<br />
basta matricular-se.<br />
É isso aí. As academias estão dando<br />
adeus ao lugar-comum e expandindo<br />
cada vez mais sua área de atuação. O<br />
que antes era exclusivamente uma<br />
grande sala de ginástica tornou-se um<br />
espaço de lazer e de convivência aberto<br />
a toda família, desde o avô até o neto<br />
de poucos meses de vida. São muitas as<br />
atividades e amplas as áreas, permitindo<br />
a permanência das pessoas por muito<br />
mais tempo e, consequentemente,<br />
gerando interação e novas amizades.<br />
As prioridades do público também<br />
mudaram. A busca pela boa forma<br />
aliou-se de vez à busca pela saúde, tanto<br />
mental quanto física, e pela qualidade<br />
de vida. Por isso, muitas academias<br />
vêm se adequando a essa exigência.<br />
Os proprietários da Resistência Física,<br />
Sandro Martins Silva e Dinorah Cadore<br />
Martins Silva, por exemplo, levaram<br />
tão a sério esse novo conceito que<br />
construíram um prédio especialmente<br />
para a academia. “A idéia era fazer um<br />
centro de convivência”, explica Sandro.<br />
A Resistência, que antes funcionava<br />
na 711 Norte, está há um ano e três meses<br />
na 712 Norte e abriga parque aquático<br />
com quatro piscinas e teto retrátil,<br />
salão de estética, butique, laboratório<br />
fisiológico para avaliação física, muro para<br />
escalada de dez metros de altura e áreas<br />
para pilates, yoga e malhação expressa<br />
(circuitos de 30 min.).<br />
A inclusão de pessoas deficientes<br />
foi outra preocupação. Por isso, há<br />
rampas de acesso a todos os quatro<br />
andares, além de elevador. Uma<br />
garagem subterrânea para 80 carros<br />
atende à demanda por segurança. De<br />
acordo com Sandro, o projeto está<br />
quase completo. Quase porque há a<br />
idéia de complementar a Resistência<br />
com quadras de esporte. Outra parte<br />
ainda a ser implantada é a de massagens<br />
terapêuticas e de relaxamento.<br />
A PREOCUPAÇÃO COM A SAÚDE dos<br />
alunos levou a Resistência Física a<br />
implementar testes cardiorrespiratórios<br />
com eletrocardiograma e avaliação<br />
da coluna. O aferimento da pressão,<br />
principalmente em quem já passou dos<br />
60, é outro cuidado diário. Para quem<br />
busca mais um tratamento do que um<br />
exercício físico, a hidroterapia é uma das<br />
opções acessíveis de reabilitação.<br />
E se a academia é de todos, os<br />
portadores de deficiências não poderiam<br />
35
ficar de fora. Por isso, o parque aquático<br />
e a sala de musculação da Resistência<br />
Física foram colocados à disposição dos<br />
excepcionais da Apae da 711 Norte.<br />
As atividades, que podem ser feitas<br />
três vezes por semana, das 14<br />
às 15 horas, são dirigidas pelos<br />
próprios monitores da instituição,<br />
enquanto a equipe de profissionais<br />
da Resistência dá suporte. “Essa<br />
parceria era um sonho nosso”,<br />
esclarecem Sandro e Dinorah.<br />
O antigo problema de onde<br />
deixar as crianças também vem, já<br />
há algum tempo, sendo solucionado<br />
pelas academias. Algumas oferecem<br />
a recreação, em que os pais podem<br />
deixar os filhos por um turno. Michele<br />
Fischer, mãe de Helena Fischer, de<br />
três anos, aprovou o serviço prestado<br />
pela Resistência. “A Helena era muito<br />
retraída, tanto que demorou a se<br />
adaptar, porque não queria se separar<br />
de mim, mas ela se soltou, fez amigos,<br />
e isso vai ajudá-la no próximo ano,<br />
quando entrará na escolinha”,<br />
analisa Michele.<br />
A menina Amanda de Araújo<br />
Conde, de quase cinco anos, está<br />
na mesma turma de Helena. “É<br />
muito bom, porque a Amanda faz<br />
atividade física com profissionais<br />
qualificados, fica em lugar seguro,<br />
sem que eu dependa de ter alguém<br />
em casa e, ainda por cima, tem<br />
controlado o peso”, pondera Ana<br />
Maria de Araújo Conde, mãe de<br />
Amanda. Para ela, o programa tem<br />
superado as expectativas por causa do<br />
teor educativo e disciplinar. “Aprendese<br />
a conviver, a respeitar horários e as<br />
pessoas, e nesse aspecto o judô é muito<br />
importante”, observa.<br />
Os pais podem escolher atividades<br />
entre balé, natação, judô, ginástica<br />
olímpica e capoeira. O tempo é dividido<br />
em exercícios físicos, atividades de<br />
psicomotricidade, banhos, descansos e<br />
lanches. Quatro monitores, dois pedagogos<br />
e dois psicólogos, acompanham a turma<br />
durante todo o tempo, garantindo, assim, a<br />
tranqüilidade dos pais.<br />
NA COMPANHIA ATHLETICA, há 21 anos<br />
em operação, com 13 unidades espalhadas<br />
pelo Brasil, e há seis anos em Brasília,<br />
os programas são divididos por idades:<br />
o Baby vai de seis meses a três anos,<br />
o Kids de três a dez anos e o Teens é<br />
voltado para os adolescentes de 11 a<br />
14 anos. Segundo o gerente técnico<br />
de esportes, lutas e kids, Dirceu Lobo<br />
Neto, as atividades são selecionadas de<br />
acordo com a idade da turma e com o<br />
desenvolvimento motor da criança.<br />
A academia também tem massagens<br />
estéticas e terapêuticas, limpeza de pele,<br />
nutricionista e clínica fisioterápica.<br />
Entre os programas especiais, o<br />
Platinum chama a atenção por ter em<br />
seu quadro especialistas exclusivamente<br />
preparados para lidar com pessoas<br />
idosas. O Gestante é outro destaque. De<br />
acordo com André Boechat, gerente de<br />
atividades aquáticas, os trabalhos vão<br />
desde a gestação até o pós-parto. Depois<br />
chega a vez dos bebês, para os quais a<br />
musicalização, que vai dos seis meses aos<br />
três anos, é uma excelente proposta.<br />
Uma das pioneiras em Brasília na<br />
implementação do conceito de academia<br />
como espaço de convivência, a Fit 21<br />
também atua em várias frentes. Para<br />
começar, existe o Plim, projeto lúdico<br />
para crianças de quatro a 12 anos em<br />
que há atividades pedagógicas e físicas, e<br />
cujo principal objetivo é a socialização.<br />
“Aqui as crianças se divertem, produzem,<br />
se exercitam e encontram companhia”,<br />
argumenta Márcia Maia Soares,<br />
coordenadora do programa, que engloba<br />
atividades físicas e artísticas, como dança<br />
e teatro, acompanhamento escolar e<br />
computação. O programa deu tão certo<br />
que foi criada uma versão teen com street<br />
dance, jazz e capoeira, entre outros.<br />
O CENTRO DE REABILITAÇÃO FIT 21, na<br />
116 Norte, é outro grande diferencial.<br />
Ao contrário do que se possa pensar,<br />
o lugar não é procurado apenas por<br />
quem busca cuidar de lesões ortopédicas<br />
e neurológicas, e sim por aqueles que<br />
permaneceram muito tempo sem<br />
praticar exercícios ou que têm idade<br />
mais avançada “A reativação física é<br />
escolhida por aqueles que têm medo de<br />
se machucar”, informa a coordenadora<br />
do Centro, Fernanda Versalles Oliveira.<br />
O local também oferece RPG, massagem<br />
36
terapêutica e fisioterapia para gestantes<br />
pré e pós-parto.<br />
A gerente-geral da Fit 21, Angela<br />
Cristina Pullig Salgado, confirma a<br />
tese de que as academias não são mais<br />
as mesmas e o público muito menos.<br />
Por isso, na Fit a yoga é ministrada por<br />
uma monja e os aventureiros podem<br />
treinar apnéia e mergulho no poço<br />
de 14 metros de profundidade, usado<br />
até para treinamento do Corpo de<br />
Bombeiros. Além disso, as energias<br />
podem ser extravasadas no thai fight,<br />
nos “aulões” de spinning no terraço<br />
da academia, com vista para Brasília,<br />
no trekking ou nas caminhadas. Se o<br />
negócio é curtir o lado bom da vida,<br />
há as atividades ecológicas e o sábado<br />
zen, previsto para começar em janeiro.<br />
Para quem realmente não quer<br />
se mexer, nem se alongar e muito<br />
menos relaxar, resta encantar-se com<br />
os deficientes visuais que a Fit 21<br />
vem apoiando. Totalmente cegos, eles<br />
praticam tiro ao alvo com o técnico<br />
Christian Haensell, que tem uma<br />
escola de arco e flecha e os ensina de<br />
graça. A Fit colabora com o transporte<br />
e com o custo do aluguel de um<br />
espaço. Porém, em breve, os alunos<br />
poderão praticar na própria academia.<br />
“O desempenho deles é surpreendente<br />
e a atividade traz diversos benefícios,<br />
como concentração e autoconfiança”,<br />
comemora Christian.<br />
Estas são algumas das possibilidades<br />
oferecidas por inúmeras academias<br />
da cidade. Nelas, há uma ocupação<br />
para cada estilo de pessoa, até para os<br />
admiradores do esforço alheio. Basta se<br />
mover, escolher e começar.<br />
Resistência Física<br />
712 Norte – Conjunto A (3349.9487)<br />
www.resistenciafisica.com.br<br />
Companhia Atlhetica<br />
Píer 21 – Lago Sul (3322.4000)<br />
www.ciaathletica.com.br<br />
Fit 21<br />
QI 21 – Lago Sul (3366.2650)<br />
104 Sudoeste (3344.2101)<br />
116 Norte – Bloco H (3340.5654)<br />
www.fit21.com.br<br />
37
galeriadearte<br />
Jardins da<br />
infância<br />
candanga<br />
Paulino Aversa mostra<br />
o que faz Brasília<br />
no imaginário de<br />
um garoto com<br />
alma de artista<br />
POR ANGÉLICA TORRES<br />
A rapaziada criada e amadurecida<br />
no final do século passado na cidade<br />
não está exatamente preocupada com<br />
aquela fama dela, a tal urbana donzela,<br />
sem esquina nem eira ética, a jovem<br />
caloteira, enganadora de brasileiros. Mas<br />
entre os que dessa rapaziada fazem arte,<br />
há uns que ensinam o que muitos não<br />
compreendem por carência da vivência.<br />
Os Jardins de Infância de Paulino Aversa<br />
bem podem ter florescido para isso:<br />
além de dialogar com os que partilham<br />
a cidade, levá-lo a contar, aos que a<br />
desconhecem, o que faz sua alma e<br />
plasticidade no imaginário do artista que<br />
vive nela.<br />
Até o dia 30, as Pinturas e Objetos<br />
do artista candango estarão no MAB<br />
– Museu de Arte de Brasília. A mostra é<br />
um convite franco às impressões estéticas<br />
de Aversa quando menino vivente e<br />
crescente na cidade genuína como tal<br />
– o que implica acrescentar um algo<br />
significativamente além de sua condição<br />
de Capital Federal.<br />
Aversa atravessou de calças curtas<br />
a W3, o eixão, os eixinhos e quantas<br />
satélites em volta, entre as décadas de<br />
60 e 70, quando morava na SQS 114.<br />
Com o sentido metamorfoseado por<br />
sua condição de artista, ele relata o seu<br />
processo nesse ambiente de influências<br />
determinantes pelos célebres Oscar<br />
Niemeyer & Lúcio Costa, Burle Marx &<br />
Athos Bulcão e tantos outros arquitetos<br />
e artistas plásticos que definiram a<br />
cara plástica modernista da Brasília<br />
reverenciada mundialmente.<br />
Nessa leitura autobiográfica, o artista<br />
processa consciente e inconscientemente<br />
seus sonhos e pesadelos geométricos,<br />
vetoriais; a geografia de linhas retas,<br />
os altos e baixos suaves do perfil da<br />
sigla DF. Quem visitar as Pinturas e<br />
Objetos dos Jardins de Infância de Paulino<br />
Aversa, se não trocar vai no mínimo<br />
colar figurinhas. Porque as referências<br />
da primeira vivência do artista estão<br />
presentes também no catálogo da<br />
mostra, um álbum incompleto, cujos<br />
cromos que faltam são encontráveis<br />
num espaço interativo na galeria.<br />
Ao todo, o espectador tem para<br />
ver 18 trabalhos realizados em grandes<br />
dimensões em pastel, óleo e acrílico<br />
sem tela; nos objetos, tridimensionais,<br />
são empregados plástico, vidro, madeira<br />
e resina. Licenciado em Educação<br />
Artística, Pintura e Desenho pela<br />
Universidade de Brasília, Paulino<br />
Aversa coleciona até agora 14 mostras<br />
individuais e várias outras coletivas de<br />
seu trabalho, com direito a prêmios e<br />
parcerias em shows, teatro e publicidade.<br />
Jardins da Infância: Pinturas e Objetos<br />
Mostra individual de Paulino Aversa<br />
Até 30/10, de 3ª a domingo, das 10 às 18h,<br />
no MAB (Setor de Hotéis de Turismo Norte,<br />
Pólo 3, Lote 5).<br />
39
galeriadearte<br />
PEDRO MOTTA<br />
Grande sertão,<br />
novas veredas<br />
Foram necessários<br />
três anos para<br />
refazer o trajeto do<br />
jagunço Riobaldo<br />
pelas <strong>gerais</strong>. A<br />
partir do dia 24,<br />
o CCBB mostra o<br />
resultado dessa<br />
longa travessia.<br />
POR BEBÉ PRATES<br />
Cinqüenta anos depois de<br />
Guimarães Rosa ter lançado Grande<br />
Sertão: Veredas, por muitos considerada<br />
a maior obra da literatura brasileira,<br />
um outro autor visita o território onde<br />
se passa a narrativa para investigar o<br />
que ocorreu com as <strong>gerais</strong> descritas<br />
no romance, quais as mudanças<br />
processadas em seus espaços e<br />
paisagens, suas gentes e suas falas nesse<br />
período decorrido de meio século.<br />
Para realizar esse magnífico<br />
trabalho, Álvaro Andrade Garcia, um<br />
mineiro de Belo Horizonte, nascido em<br />
1961, artista multimídia, poeta, escritor<br />
e videasta, entregou-se de corpo e<br />
alma. E já na concepção do projeto<br />
tomou como princípio, para mergulhar<br />
no universo dos grandes sertões<br />
roseanos, a dimensão estabelecida<br />
pelo próprio protagonista da história,<br />
Riobaldo Tatarana, ao descrever o<br />
exuberante entorno em que se passam<br />
suas aventuras: “O sertão é do tamanho<br />
do mundo”.<br />
Um mundo em que cabem a<br />
grandeza e a pequenez, o prosaico e o<br />
extraordinário, a sabedoria e a estultice,<br />
a generosidade e a mesquinharia, um<br />
mundo naturalmente humano e que<br />
tem a envolvê-lo um outro mundo,<br />
mundo do divino e do satânico, mundo<br />
maior do que o que simplesmente vive,<br />
mundo dos mundos.<br />
E que cabe, na geografia de Álvaro<br />
Garcia, emprestada daquela traçada<br />
40
por Guimarães Rosa, entre as cidades<br />
de Paraopeba, ao sul, Paracatu, a oeste,<br />
Januária, ao norte, e Montes Claros, a<br />
leste. Foi aí, nesse quadrilátero cortado<br />
ao meio pelo Rio São Francisco, que<br />
ele e sua equipe passaram três anos<br />
pesquisando, fotografando, filmando,<br />
conversando com os moradores e<br />
vivendo, ou melhor, revivendo o<br />
percurso literário de Rosa. Foram mais<br />
de 10 mil km rodados, 50 horas de<br />
imagens gravadas em vídeo e 1h30 em<br />
película.<br />
O resultado não poderia ser mais<br />
auspicioso e poderá ser conferido na<br />
exposição que o CCBB realiza a partir<br />
do dia 24, e até 26 de novembro, sob<br />
o título de Sertão: Casa de Imagem<br />
– Espaço, Tempo e Vida no Brasil<br />
Central. Compõem a mostra uma<br />
vídeoinstalação com três módulos<br />
(Grandes Histórias e Crônicas, Outras<br />
Histórias e Cadernos de Viagem e,<br />
finalmente, Cidades e Vídeocrônicas),<br />
o documentário Sertão Mineiro, que<br />
conta a história da região desde sua<br />
ocupação até os dias de hoje, e ainda o<br />
sertão virtual que poderá ser conhecido<br />
no sítio www.sertoes.art.br, onde estão<br />
reunidas até o momento 400 telas<br />
de texto, 12 horas de audiovisual,<br />
divididas em 400 seqüências (incluindo<br />
37 entrevistas, 22 videocrônicas e filmes<br />
históricos), e um mapa com vários<br />
níveis de navegação.<br />
Brasília, esta Paracatu da<br />
modernidade, criada no meio<br />
destas perdidas <strong>gerais</strong> descritas por<br />
Guimarães Rosa e resgatadas na<br />
contemporaneidade virtual por<br />
Álvaro Garcia, é parte desse processo,<br />
assim como o livro, também quase<br />
cinqüentenário, de profunda transição<br />
que marcou a história recente de nosso<br />
país e que foi detonada, entre outros<br />
fatores, pela mudança da capital.<br />
Para os que vivem aqui e que também<br />
puderam ser testemunhas dessa<br />
transformação, a exposição do CCBB<br />
trará, certamente, muitos elementos<br />
para ampliar a compreensão do que se<br />
passou e ainda se passa.<br />
Sertão: Casa de Imagem – Espaço,<br />
Tempo e Vida no Brasil Central<br />
De 24/10 a 26/11, de terça a domingo, das 10<br />
às 21h, no CCBB. Entrada franca<br />
Em entrevista à <strong>Roteiro</strong>, Álvaro Garcia conta como foi sua expedição<br />
O que resta da paisagem do grande sertão<br />
descrito por Guimarães Rosa<br />
Nosso trabalho tentou mostrar a paisagem<br />
mental e natural do sertão de Rosa. Segundo<br />
dados do Ibama, nós já devastamos 80% do<br />
Cerrado. Então, sobra muito pouco ainda<br />
preservado. É interessante também que este<br />
bioma, o segundo da América do Sul, atrás<br />
apenas da Amazônia, é o que tem o menor<br />
número proporcional de hectares em unidades<br />
de preservação, entre todos os biomas<br />
brasileiros. Nós também fomos atrás do que<br />
chamo de ‘paisagem mental’, aquela forma<br />
de falar, pensar e ser do sertanejo. Ela também<br />
sofreu intensas mudanças nos últimos 50 anos.<br />
Com as distâncias encurtadas, a urbanização, a<br />
escola, a televisão e a telefonia, o linguajar e a<br />
forma de ser do sertanejo perderam muito das<br />
suas características descritas por Rosa. Hoje há<br />
uma nova geração na região que praticamente<br />
desconhece o próprio sertão e que tem uma<br />
diferença enorme na forma de falar e pensar<br />
em relação a seus avós, por exemplo. Ainda<br />
achamos aqui e acolá comunidades e sertanejos<br />
que guardam a verve daqueles tempos, mas são<br />
uma ‘espécie em extinção’.<br />
Os personagens de Rosa, no seu entender,<br />
poderiam viver em outra região ou eles e seu<br />
entorno geográfico são uma coisa só<br />
Grande Sertão: Veredas é um livro universal.<br />
Como disse Antônio Cândido, ‘o sertão é o<br />
mundo’, e nesse sentido o livro poderia ter sido<br />
escrito contando a vida de pessoas em outras<br />
regiões. Ocorre também que Grande Sertão<br />
é também uma verdadeira ‘bíblia’ do sertão.<br />
Nele há um completo mapeamento cultural,<br />
da fauna, flora, história e geografia da região.<br />
Então, ele não seria o mesmo livro em outro<br />
lugar, e muitas das riquezas que estão no livro<br />
se perderiam, ou seriam trocadas por outras. O<br />
que a gente tenta mostrar é que a conformação<br />
geográfica e histórica da ocupação da região<br />
e sua relação com o restante do Brasil e do<br />
mundo condicionaram um espírito único que<br />
moldou o sertanejo e sua forma de ser.<br />
Depois de realizar esse grandioso trabalho, qual<br />
é seu sentimento Você se sente pessimista<br />
ou não em relação ao futuro das <strong>gerais</strong> e, por<br />
extensão, do país<br />
Acho importante a gente ter uma visão realista<br />
da situação das <strong>gerais</strong>, e também do Brasil.<br />
Temos problemas gravíssimos a enfrentar, fruto<br />
de um desenvolvimento e de uma ocupação<br />
da região que se preocupou pouco com sua<br />
enorme riqueza ambiental e cultural. O sertão<br />
está sendo ‘ocupado’ predatoriamente pela<br />
cidade, está se conectando à globalização de<br />
uma forma que tem causado sérios efeitos<br />
para a região. Tudo é fruto de um imediatismo<br />
muito grande. Agora, eu sempre tenho<br />
esperança. Há possibilidades de transformação<br />
e caminhos para reverter ou pelo menos parar<br />
esse ritmo de devastação. E acho que conhecer<br />
a realidade é sempre um dos caminhos. Não<br />
podemos propor soluções para aquilo que não<br />
estamos vendo. Acho até que esse trabalho<br />
faz parte do movimento de instituições do<br />
governo, ONGs, movimentos e redes da<br />
sociedade civil organizada. Minha esperança<br />
é sensibilizar a nova geração sertaneja para<br />
a riqueza, a beleza e o risco que seu lugar<br />
corre hoje. Não se trata de voltar atrás, numa<br />
visão romântica, mas de caminhar adiante,<br />
desenvolvendo e transformando, levando-se<br />
em conta a bagagem que têm as <strong>gerais</strong>, e que<br />
é muito preciosa. Será que mudamos nossa<br />
percepção do sertão ao longo do século 20<br />
Creio que não. O sertão antítese da civilização<br />
foi o sertão que se perpetuou na literatura e<br />
no cinema, funcionando como um ponto de<br />
fuga da cultura urbana, emergente na costa<br />
brasileira. O sertão tem sido utilizado dessa<br />
maneira, ora como oposição à cidade, espaço<br />
de valores atrasados e conflitos ancestrais, de<br />
luta ímpia contra as forças brutas da natureza,<br />
ora como espaço de afirmação da brasilidade,<br />
da cultura autêntica da terra, em oposição ao<br />
importado que chegava à capital-porto Rio de<br />
Janeiro e às cidades da costa. Através de filmes<br />
e livros, fomos construindo a imagem de um<br />
sertão que hoje está defasada, pois o sertão<br />
real foi devastado pela passagem da nossa<br />
própria civilização urbana, que continua nos<br />
consumindo, e também às cidades e campos.<br />
E é para esta realidade que precisamos olhar<br />
agora. Pois é a partir dela que poderemos fazer<br />
alguma coisa.<br />
PEDRO MOTTA<br />
41
galeriadearte<br />
Ilustre des<br />
Há mais de um ano os artesãos da cidade têm<br />
para seus produtos no Conic. Pena que pouca<br />
POR ANA CRISTINA VILELA<br />
FOTOS DÉBORA AMORIM<br />
Você sabia que o Distrito Federal<br />
tem um Centro de Comercialização<br />
de Artesanato Se não sabia, não se<br />
preocupe, porque você não é o único.<br />
Criado em setembro do ano passado e<br />
mantido pela Secretaria de Trabalho,<br />
o Centro é ignorado pela maioria das<br />
pessoas. Pena, porque é lá que muitos<br />
dos cerca de 12 mil artesãos registrados<br />
na Secretaria expõem seus objetos,<br />
vendidos a preços que vão de R$ 2 a R$<br />
2 mil – ou mais, dependendo da peça.<br />
São móveis rústicos feitos com madeira<br />
de demolição (muitos encontrados a<br />
preços bem mais altos em lojas chiques<br />
da cidade), cerâmica, relógios, tapetes,<br />
colchas, itens confeccionados com<br />
crochê ou bordados, bonecas de palha,<br />
bijuterias e peças de decoração em geral.<br />
Um dos problemas desse ilustre<br />
desconhecido é sua localização, ou<br />
melhor, o preconceito que muitos<br />
brasilienses têm contra o Conic,<br />
porque é exatamente lá, bem<br />
atrás do Teatro Dulcina, que ele<br />
se situa. Apesar de ter passado<br />
por uma reestruturação, o Conic,<br />
além de ficar numa região difícil<br />
de chegar, por causa do trânsito,<br />
e de estacionar, ainda carrega<br />
fortes estigmas, o que afasta do<br />
local o público consumidor de<br />
maior potencial. Para descobrir<br />
o espaço, apenas passando por<br />
ali ocasionalmente, trabalhando na<br />
região ou por indicação de alguém. O<br />
segundo sério problema por que passa o<br />
Centro é a falta de divulgação. Mesmo<br />
assim, o projeto coordenado pela<br />
Gerência de Fomento ao Artesanato<br />
da Subsecretaria de Ocupação e Renda<br />
vem conseguindo alcançar algumas<br />
de suas metas. “Nosso objetivo é levar<br />
o artesão para vender e acabar com o<br />
gargalo da comercialização”, explica a<br />
gerente, Maria Geoni de Oliveira.<br />
As exposições são feitas em sistema<br />
de rodízio, com 60 artesãos por vez. O<br />
cadastramento é feito no primeiro dia<br />
útil de cada mês. Somente os moradores<br />
do DF podem expor seus trabalhos, mas<br />
é necessário ter a carteira de artesão. O<br />
material fica à mostra por um mês. Não<br />
há limite de peças por pessoa, mas o<br />
local não possui depósito.<br />
OS OBJETOS SÃO COMERCIALIZADOS<br />
pelo preço oferecido pelo criador,<br />
ou seja, todo o dinheiro da venda<br />
vai para o artesão. A artesã Maria da<br />
Guia Barros, por exemplo, já fez boas<br />
vendas no local e também recebeu<br />
encomendas. “O Centro é uma<br />
grande oportunidade, é onde as portas<br />
começam a se abrir”, afirma. Moradora<br />
do Varjão, onde montou um grupo<br />
que trabalha com fuxico, patchwork<br />
(colcha de retalhos) e crochê, Maria<br />
da Guia reclama do óbvio: a falta de<br />
divulgação. O problema torna-se ainda<br />
mais sério quando se trata de artesãos<br />
desconhecidos e sem outras formas<br />
de vender suas criações. Felizmente,<br />
esse não é o caso dela, pois já teve suas<br />
colchas expostas até na novela Bang-<br />
Bang, da TV Globo.<br />
Para quem faz trabalhos menores,<br />
mais simples e de preços mais<br />
acessíveis, a localização do Centro não<br />
42
conhecido<br />
uma ótima vitrine<br />
gente saiba disso<br />
chega a ser um grande impasse. É o<br />
caso de Maria da Guia, que produz<br />
peças de tamanhos diversos, e de<br />
Irandina Rodrigues Pimentel, uma<br />
das 12 participantes da Associação<br />
das Bordadeiras de São Sebastião. “É<br />
muito difícil competir nesse mercado.<br />
O Centro é uma boa vitrine para nós.<br />
O problema é a falta de divulgação”,<br />
reforça Irandina.<br />
Para quem vende produtos mais<br />
caros – caso de José Wilson Vieira,<br />
que trabalha com peroba-rosa<br />
originária de telhado de demolição<br />
– a localização do Centro é mais um<br />
complicador. “Infelizmente ainda há<br />
preconceito contra o Conic e as pessoas<br />
que comprariam meus produtos não<br />
passam por lá”, reclama. Mesmo José<br />
Wilson, que atua há bastante tempo<br />
com móveis e já ganhou certo espaço e<br />
reconhecimento no mercado de Brasília,<br />
sente o fato de o Centro ser tão pouco<br />
conhecido: “A idéia é muito boa.”<br />
Essa opinião é compartilhada<br />
por Nelcy Nunes de Almeida, que<br />
cria mesas, relógios, bandejas etc.<br />
decorados com sementes. Com banca<br />
na Torre de TV, ele não teve muita<br />
dificuldade para entrar no mercado,<br />
apesar de saber o quanto é complicado<br />
começar. “Para o artesão em<br />
geral, que não tem<br />
um ponto de venda<br />
como tenho, é<br />
muito árduo e é esse espaço que<br />
o Centro supre, mas há problemas a<br />
serem solucionados, talvez ele deva ser<br />
mudado de endereço”, conclui.<br />
Entre acertos e erros, entre críticas e<br />
elogios, lá se vai um ano de existência<br />
do Centro, localizado bem no coração<br />
de Brasília e, no entanto, tão distante<br />
dos brasilienses. Mesmo assim, por lá<br />
passam Maria da Guia, Irandina, José<br />
Wilson, seu Nelcy, Fátima, com seus<br />
móveis rústicos pintados, dona Regina<br />
e seus bordados, o designer Mário<br />
Palhares Filho, Chagas e mais móveis<br />
feitos com madeiras de demolição, a<br />
Cleziania e seus objetos de cerâmica, o<br />
Aroldo e suas pequenas corujas...<br />
Mas poucos sabem que eles existem.<br />
Centro de Comercialização<br />
de Artesanato do DF<br />
Aberto de segunda a sexta, das 9 às 18 horas.<br />
Fone: 3323-1840.<br />
43
caianagandaia<br />
Dois pra lá,<br />
dois pra cá<br />
Existe um lugar onde<br />
toda terça-feira você<br />
pode dançar de<br />
rosto coladinho e<br />
fazer uma nostálgica<br />
viagem ao passado<br />
POR SUSAN FARIA<br />
Ambiente aconchegante, excelente<br />
repertório musical executado por uma<br />
orquestra de alto nível numa casa para<br />
clientes de bom gosto e refinamento.<br />
Conhecer a Music Station e se deliciar<br />
com o som da Baila Comigo Orquestra,<br />
às terças-feiras, pode ser uma boa opção<br />
para casais que gostam de dançar<br />
juntinhos ou para solteiros e solteiras<br />
que querem espairecer e soltar o corpo<br />
na pista de dança.<br />
A temporada da orquestra na Music<br />
Station começou dia 19 de setembro,<br />
com previsão para dois meses – sempre<br />
às terças-feiras. Sob a direção do<br />
maestro Marcos D’Abreu e co-direção<br />
do baixista carioca Ge Mendonça,<br />
a Baila Comigo tem dois cantores,<br />
metalistas (trombone, sax tenor e<br />
trumpete), baixista, guitarrista, pianista,<br />
baterista e percussionista.<br />
Apresenta repertório de grandes<br />
clássicos, boleros, fox, músicas cubanas<br />
e, eventualmente, tango. “Procuramos<br />
resgatar e executar músicas de<br />
qualidade”, afirma Ge Mendonça. “Os<br />
clientes que queriam um lugar bacana<br />
para praticar a dança de salão, com boa<br />
música, fizeram a sugestão e escolheram<br />
o dia da semana”, acrescenta Flávio<br />
Batichotte, um dos proprietários.<br />
Inaugurada há três meses, a Music<br />
Station tem lugar para 400 pessoas<br />
sentadas e um salão com pista de dança,<br />
palco também de shows de artistas<br />
brasileiros – Jair Rodrigues, Kiko Peres,<br />
Cláudio Nucci, Cayiê Milfont – e<br />
internacionais – Kenny Brown, Elisabeth<br />
Hunikut e J.J. Jackson, entre outros.<br />
“Gostei da casa, da decoração,<br />
dos músicos. É um cartão de visita de<br />
Brasília, um lugar para se apresentar<br />
a quem vem à Capital”, atesta a<br />
psicóloga Rosane Correia, 48 anos,<br />
pernambucana, residente na Asa Norte.<br />
Na opinião do professor de educação<br />
física Nilson Carneiro Lisboa, 64 anos,<br />
capixaba radicado em Brasília, a cidade<br />
precisava de um espaço que abrigasse<br />
orquestras de forma contínua. “Elas se<br />
apresentam só eventualmente”.<br />
Quem for ao Music Station às<br />
terças-feiras pode não só dançar<br />
mas também apreciar Beto Gil, um<br />
paulista de Mirasol que tanto sucesso<br />
fez no restaurante Gaf, em Brasília.<br />
O cantor desce na pista de dança,<br />
solta o vozeirão, dança e coloca todo<br />
sentimento cantando Barry White,<br />
Johnny Mattis, Frank Sinatra ou<br />
os brasileiros preferidos – Milton<br />
Nascimento, Chico Buarque, Ivan Lins<br />
e Elis Regina. Ele se reveza no palco<br />
com Lúcia de Maria, sua mulher, outro<br />
estilo de cantar, mas também plena<br />
de emoção e entrega. Quando os dois<br />
se juntam, o público se emociona,<br />
aplaude e delira.<br />
Music Station<br />
Píer 21, no Lago Sul (3223.2068). Ingressos às<br />
terças-feiras: R$ 20 ou R$ 10 (para quem levar<br />
um quilo de alimentos). Mais informações:<br />
www.musicstation.com.br<br />
44
PROGRAMAÇÃO DO CINE ACADEMIA PARA O PERÍODO DE 20 A 26 DE OUTUBRO<br />
Informações de responsabilidade da rede Cine Academia (tel 3316.6811 / 3316.6373)<br />
ACADEMIA DE TÊNIS (3316.6373)<br />
CINE I – DÁLIA NEGRA (16 anos,<br />
ESTRÉIA). DIRETOR: BRIAN DE PALMA<br />
(119 MIN). 2ª a 6ª, 17h, 19h20 e<br />
21h40; Sáb., dom. e fer., 14h40, 17h,<br />
19h20 e 21h40.<br />
CINE II - ELSA E FRED (12 anos).<br />
DIRETOR: MARCOS CARNEVALE (108<br />
MIN). 2ª a 6ª, 17h10,19h20 e 21h30;<br />
Sáb., dom. e fer., 15h, 17h10, 19h20<br />
e 21h30.<br />
CINE III – ESELHO MÁGICO (14<br />
anos, ESTRÉIA). DIRETOR: MANOEL DE<br />
OLIVEIRA (137MIN). 2ª a 6ª, 16h20,<br />
19h e 21h40; Sáb., dom. e fer., 16h20,<br />
19h e 21h40.<br />
CINE IV – O QUE VOCÊ FARIA (14<br />
anos). DIRETOR: MARCELO PINEYRO<br />
(117 MIN). 2ª a 6ª, 17h, 19h20 e<br />
21h40; Sáb., dom. e fer., 14h40, 17h,<br />
19h20 e 21h40.<br />
CINE V – PEQUENA MISS<br />
SUNSHINE. (14 anos, ESTRÉIA).<br />
DIRETOR: JONATHAN DAYTON (101<br />
MIN). 2ª a 6ª, 17h10, 19h20 e 21h30;<br />
Sáb., dom. e fer., 15h, 17h10, 19h20<br />
e 21h30.<br />
CINE VI – AMOR EM CINCO<br />
TEMPOS (16 anos, ESTRÉIA). DIRETOR:<br />
FRANÇOIS OZON (90 MIN). 2ª a 6ª,<br />
17h50, 19h40 e 21h30; Sáb., dom. e<br />
fer., 16h, 17h50, 19h40 e 21h30.<br />
CINE VII - MUITO GELO E DOIS DEDOS<br />
D’ÁGUA (14 anos). DIRETOR: DANIEL<br />
FILHO (99 MIN). 2ª a 6ª, 16h10 e 21h40;<br />
Sáb., dom. e fer., 16h10.<br />
CURTA PETROBRÁS ÀS SEIS<br />
(PROGRAMAÇÃO VÁLIDA PARA O<br />
PERÍODO DE 13/10 A 07/11/06, ÀS<br />
18:00 HORAS) DORMENTE DIRETOR:<br />
JOEL PIZZINI (15 MIN). WRAGDA<br />
DIRETOR: FREDERICO CARDOSO (11<br />
MIN). DRAMÁTICA DIRETOR: AVA<br />
GAITÁNROCHA (20 MIN). CAFÉ DA<br />
MANHÃ EM PLUTÃO (14 anos).<br />
DIRETOR: NEI JORDAN (135 MIN). 2ª a 6ª,<br />
19h10; Sáb., dom. e fer., 19h10 e 21h40.<br />
CINE VIII – O TEMPO QUE RESTA (16<br />
anos). DIRETOR: FRANÇOIS OZON (85<br />
MIN). 2ª a 6ª, 17h50 e 19h40; Sáb., dom.<br />
e fer., 16h e 17h50.<br />
EL FAVOR (16 anos). DIRETOR: PABLO<br />
SOFOVICH (90 MIN). 2ª a 6ª, 21h30; Sáb.,<br />
dom. e fer., 19h40 e 21h30.<br />
CINE IX – OBRIGADO POR FUMAR (12<br />
anos). DIRETOR: JASON REITMAN (92<br />
MIN). 2ª a 6ª, 17h40, 19h40 e 21h40;<br />
Sáb., dom. e fer., 15h40, 17h40, 19h40<br />
e 21h40.<br />
CINE X – MURDERBALL – PAIXÃO E<br />
GLÓRIA (14 anos, ESTRÉIA). DIRETOR:<br />
HENRY ALEX RUBIN / DANA ADAM<br />
SHAPIRO (85 MIN). 2ª a 6ª, 16h10,<br />
17h50, 19h40 e 21h30; Sáb., dom. e fer.,<br />
16h10 e 17h50.<br />
MARCELLO – UMA VIDA DOCE (10<br />
anos). DIRETOR: MASSIMO VIGLIAR(98<br />
MIN). 2ª a 6ª, 19h40 e 21h40; Sáb., dom.<br />
e fer., 19h40 e 21h40.<br />
CINE ACADEMIA AEROPORTO<br />
(3364.9566)<br />
CINE I – O BICHO VAI PEGAR (livre).<br />
DIRETOR: JIL CULTON (87 MIN). 2ª a 6ª,<br />
17h50, 19h40 e 21h30; Sáb., dom. e fer.,<br />
16h, 17h50, 19h40 e 21h30.<br />
CINE II – O BUDA (14 anos). DIRETOR:<br />
DIEGO RAFECAS (110 MIN). 2ª a 6ª,<br />
17h20 e 19h30; Sáb., dom. e fer., 17h20<br />
e 19h30. MENINA MÁ.COM (16 anos).<br />
DIRETOR: DAVID SLADE (103 MIN). 2ª a<br />
6ª, 21h40; Sáb., dom. e fer., 21h40.<br />
CINE III – O MAIOR AMOR DO MUNDO<br />
(16 anos). DIRETOR: CARLOS DIEGUES<br />
(120 MIN). 2ª a 6ª, 17h, 19h20 e 21h40;<br />
Sáb., dom. e fer., 17h, 19h20 e 21h40<br />
CINE IV – A CIDADE PERDIDA (14<br />
anos). DIRETOR: ANDY GARCIA (143 MIN).<br />
2ª a 6ª, 16h10 e 19h; Sáb., dom. e fer.,<br />
16h10 e 19h<br />
VÔO 93 (14 anos). DIRETOR: PAUL<br />
GREENGRASS (111 MIN). 2ª a 6ª, 21h40;<br />
Sáb., dom. e fer., 21h40.<br />
OBS.: ESTACIONAMENTO GRATUITO<br />
POR QUATRO HORAS, MEDIANTE<br />
APRESENTAÇÃO DO INGRESSO<br />
DO CINE ACADEMIA AEROPORTO<br />
DEVIDAMENTE CARIMBADO.<br />
CINE SOBRADINHO (3387.7061)<br />
CINE I – ASTERIX E OS VIKINGS<br />
(livre, DUBLADO). DIRETOR: STEFAN<br />
FJELDMARK (78 MIN). 2ª a 6ª, 17h40,<br />
19h30 e 21h20; Sáb., dom. e fer.,<br />
16h, 17h40, 19h30 e 21h20.<br />
CINE II - TRAIR E COÇAR É SÓ<br />
COMEÇAR (12 anos). DIRETOR:<br />
MOACYR GÓES (92 MIN). 2ª a 6ª,<br />
17h40, 19h40 e 21h40; Sáb., dom. e<br />
fer., 17h40, 19h40 e 21h40.<br />
CINE III – CLICK (livre). DIRETOR:<br />
FRANK CORACCI (105 MIN). 2ª a 6ª,<br />
17h10, 19h20 e 21h30; Sáb., dom. e<br />
fer., 17h10, 19h20 e 21h30.<br />
CINE ACADEMIA CULTURA<br />
INGLESA (3443.8885)<br />
EU, VOCÊ E TODOS NÓS (16 anos).<br />
DIRETOR: MIRANDA JULY (90 MIN).<br />
2ª a 6ª, 17h30 e 19h30; Sáb., dom.<br />
e fer., 17h30 e 19h30. CACHÉ (16<br />
anos). DIRETOR: MICHAEL HANEKE<br />
(117 MIN). 2ª a 6ª, 21h30; Sáb.,<br />
dom. e fer., 21h30.<br />
Utilize o Cartão <strong>Roteiro</strong> de Vantagens para pagar meia entrada nas sessões do Cine Academia, de segunda a quinta-feira.<br />
45
luzcâmeraação<br />
FOTOS ART FILMS<br />
Ciao,<br />
Marcello!<br />
Documentário<br />
traz de volta<br />
o inigualável<br />
Mastroianni,<br />
ator-personagem<br />
que dominou a<br />
cena do cinema<br />
europeu e mundial<br />
no segundo<br />
pós-guerra<br />
POR SÉRGIO MORICONI<br />
Para quem acompanhou os passos de<br />
Marcello Mastroianni em inesquecíveis<br />
obras-primas de Fellini, De Sica, Scola e<br />
tantos outros, Marcello, Uma Vida Doce<br />
é um regalo. Não é a primeira vez que a<br />
estrela do filme que projetou o grande<br />
ator italiano no cenário internacional,<br />
e ao qual os diretores Mario Canale e<br />
Annarosa Morri se referem no título de<br />
seu documentário, ganha de presente<br />
um longa-metragem só para si. Há<br />
quase uma década, em 1997, Anna<br />
Maria Tatò dirigiu e montou Marcello<br />
Mastroianni – Mi Ricordo, Si, Io Mi<br />
Ricordo, filme exibido algumas vezes em<br />
sessões especiais em Brasília. As duas<br />
obras se complementam divinamente,<br />
deixando evidente certas características<br />
indefectíveis de Mastroianni,<br />
especialmente sua doçura, delicadeza e<br />
também sua lendária indolência.<br />
A propalada preguiça de Mastroianni<br />
não deixa de ser um desafio para aqueles<br />
que se dispõem a desvendar os segredos<br />
de uma alma que participou de nada<br />
menos que 150 filmes entre as décadas<br />
de 50 e 90. Sim, 150 filmes, entre eles<br />
46
uma quantidade enorme de obras de<br />
qualidade superior. Um dos grandes<br />
trunfos de Marcello, Uma Vida Doce são<br />
os registros realizados por Antonello<br />
Branca, ainda em 1965, com o próprio<br />
ator, com alguns dos principais<br />
diretores com quem trabalhou – como<br />
Luchino Visconti, Mario Monicelli<br />
etc –, que Canale e Morri incorporam<br />
ao seu documentário, registros esses<br />
enriquecidos com entrevistas recentes<br />
com outros tantos diretores mais jovens,<br />
como Ettore Scola e Liana Cavani, com<br />
as filhas do ator, Bárbara e Chiara, e<br />
com as colegas divas, as italianas Sophia<br />
Loren, Claudia Cardinale e a francesa<br />
Anouk Aimée.<br />
PARA MUITOS FÃS, Marcello, Uma<br />
Vida Doce deixa um certo gostinho<br />
melancólico e a certeza de que o mundo<br />
está irremediavelmente mudado,<br />
muito provavelmente para pior. Com<br />
Mastroianni morreu uma época,<br />
um modo de ver a vida. Morreu um<br />
espírito diletante, incompatível com<br />
o pragmatismo dos dias de hoje. Há<br />
cenas e depoimentos deliciosos que<br />
revelam o abismo que separa esses dois<br />
mundos e a curiosa personalidade do<br />
ator. Sua mania por telefones, sapatos,<br />
suas pequenas mentiras, sua relação<br />
telepática com Fellini. Anouk Aimée<br />
fala com incredulidade do método<br />
com que os dois trabalhavam. Como<br />
é sabido, Fellini não escrevia roteiros.<br />
Fazia uns rabiscos num papel e antes de<br />
cada cena reunia os atores pra explicar<br />
mais ou menos o que queria. Criava-se<br />
sempre um certo pânico, com todos<br />
solicitando maiores detalhes sobre o que<br />
deveriam fazer.<br />
Aimée testemunhou a paciência de<br />
Fellini, repetindo tantas vezes quanto<br />
necessário suas intenções. Ele sempre se<br />
dirigia para cada um dos atores e atrizes<br />
perguntando se haviam compreendido<br />
tudo. Quando chegava a vez de<br />
Mastroianni, ele dizia: “Marcelino, você<br />
não precisa, você já sabe”. Para Fellini<br />
e Mastroianni, o cinema não era um<br />
trabalho, era uma diversão – “profissões<br />
são advogado, médico. Ator de cinema é<br />
uma... ventarola”, conclui Mastroianni,<br />
com um sorriso infantil no rosto. Era<br />
uma oportunidade para rever os amigos,<br />
fazer as mesmas brincadeiras de sempre,<br />
como fazem os adolescentes nos tempos<br />
de escola. Experiência semelhante<br />
foi relatada por muitos personagens<br />
importantes da grande época do cinema<br />
italiano do pós-guerra. Diretores, atores<br />
e técnicos apenas compartilhavam uma<br />
mesma experiência de vida.<br />
A advogada do ator conta com<br />
humor e admiração a forma como<br />
ele negociava seus contratos. Apesar<br />
de ter sido durante muito tempo<br />
a personalidade mais bem paga do<br />
cinema europeu, Mastroianni nunca<br />
demonstrava interesse pelo cachê.<br />
Tinha preocupação com as diárias. Elas<br />
chegavam a atingir cifras estratosféricas,<br />
porque só assim podia convidar toda a<br />
equipe para almoçar nos restaurantes<br />
que serviam seus pratos preferidos.<br />
A comida era algo muito importante<br />
para Mastroianni. O documentário<br />
narra o prosaico episódio em que ele,<br />
numa de suas primeiras filmagens com<br />
Catherine Deneuve, com quem teria<br />
sua filha Chiara, viaja de Roma para<br />
Paris levando no colo uma marmitinha<br />
de macarrão com feijão coberta com<br />
um pano, para que a atriz pudesse<br />
experimentar seu prato preferido feito<br />
com carinho pela própria mãe.<br />
Muitos continuam se perguntando<br />
sobre qual seria o segredo do carisma<br />
irresistível de Mastroianni. Ao contrário<br />
de muitos “divos” de todas as épocas<br />
do cinema, ele era de fato um ator<br />
admirável. Sua formação se solidificou<br />
aos poucos, logo depois da guerra, a<br />
partir do momento em que ingressou na<br />
companhia teatral dirigida por Luchino<br />
Visconti. Ali desempenhou Mitch, de<br />
Um Bonde Chamado Desejo, e papéis<br />
importantes nas peças Três Irmãs e Tio<br />
Vânia, de Tchekov. O cinema passou<br />
a vê-lo com interesse depois de Noites<br />
Brancas, dirigido pelo mesmo Visconti, em<br />
1957, e com muito mais interesse ainda<br />
quando faz o marido impotente em O Belo<br />
Antonio, de Mauro Bolognini. Antes disso,<br />
havia feito dezenas de papéis menores<br />
em filmes de diretores importantes,<br />
como De Santis e Monicelli; porém, suas<br />
personagens se aproximavam sempre de<br />
uma tipologia rude e suburbana.<br />
COM A DOCE VIDA, de Fellini, surge<br />
a persona do “latin lover” de olhar<br />
melancólico. Dizem que o segredo de<br />
Mastroiani estava na melancolia suave<br />
que irradiava, não importa que papel<br />
desempenhasse. Essa melancolia doce<br />
está presente em filmes tão diversos<br />
quanto Casanova e a Revolução, Macaroni<br />
e Um Dia Muito Especial, todos três<br />
de Ettore Scola, o realizador que mais<br />
trabalhou com o ator. Ainda segundo<br />
muitos, essa melancolia é que fazia com<br />
que o ator fosse o preferido de dez entre<br />
dez mulheres, todas desejosas de protegêlo<br />
com um certo amor maternal não de<br />
todo destituído de carga erótica. Mas<br />
existem as exceções de sempre. Também<br />
um símbolo sexual dos anos 50, 60 e 70,<br />
a atriz Claudia Cardinale confessa nunca<br />
ter retribuído a forte atração que sabia<br />
Mastroiani sentir por ela. Aliás, ela não<br />
lhe dava a menor bola.<br />
A diretora Liana Cavani relata<br />
um pitoresco episódio envolvendo<br />
os dois num de seus filmes: ao saber<br />
que o roteiro indicava uma ardente<br />
cena de amor entre seu personagem<br />
e o de Cardinale, Mastroianni pede à<br />
diretora que repita a cena várias vezes,<br />
sob o pretexto de que o desempenho<br />
de ambos não estava de todo bom. E<br />
Cavani aceita os caprichos do ator,<br />
que nunca teria um verdadeiro caso<br />
de amor com Cardinale. Tímido,<br />
introspectivo e reservado, Mastroianni<br />
detestava o status de celebridade.<br />
Achava fundamental que a imprensa<br />
deixasse espaço para que ele pudesse ser<br />
ele mesmo e não um mito fabricado.<br />
Ao mesmo tempo, foi<br />
um dos poucos atores<br />
que conseguiu a<br />
mágica de revelar<br />
um pouco de sua<br />
admirável figura<br />
humana através<br />
de personagens<br />
que pouco ou nada<br />
tinham a ver com ele<br />
próprio.<br />
Marcello, Uma Vida Doce<br />
Itália/2006, 98 min. Direção: Annarosa Morri<br />
e Mario Canale. Elenco: Marcello Mastroianni,<br />
Federico Fellini, Luchino Visconti, Sofia Loren,<br />
Claudia Cardinale, Anouk Aimee, Valerio Zurlini,<br />
Pietro Germi, Phillipe Noiret, Ettore Scolla, Virna Lisi.<br />
47
luzcâmeraação<br />
O cinema de todo lugar<br />
Mostras<br />
competitivas e<br />
informativas, filmes<br />
que se destacaram<br />
em festivais<br />
internacionais<br />
e lançamentos<br />
de livros são<br />
ingredientes do<br />
8º FIC Brasília<br />
POR SÉRGIO MORICONI<br />
Adiado agora para novembro e<br />
numa versão um pouco mais reduzida,<br />
muito em função das dificuldades de um<br />
ano que contou com Copa do Mundo<br />
e eleições, o Festival Internacional de<br />
Cinema de Brasília permanece um<br />
painel muito significativo do que o<br />
mundo vem produzindo de melhor<br />
atualmente em cinema. Em sua oitava<br />
edição, o FIC Brasília traz quase 80<br />
filmes de longa-metragem e 10 curtasmetragens.<br />
As novidades são muitas.<br />
Uma das principais é, sem dúvida,<br />
o prêmio Itamaraty, concedido às<br />
melhores produções de longa (R$ 25<br />
mil) e curta-metragens (R$ 10 mil)<br />
nacionais. Para se ter uma idéia do<br />
interesse que o prêmio despertou entre<br />
produtores e realizadores brasileiros,<br />
nada menos que 76 curtas e 30 longas se<br />
inscreveram quando o edital foi lançado,<br />
alguns meses atrás. Entre os selecionados<br />
estão os aguardados Antônia, de Tata<br />
Amaral, e O Céu de Suely, de Karim<br />
Aïnouz.<br />
Para o público, é claro, as atenções<br />
estarão voltadas para alguns convidados<br />
– como Ben Hopkins, de 37 Utilidades<br />
para uma Ovelha Morta, Cherif Keita, de<br />
Oberlin-Inanda – A vida de John L. Dube,<br />
Feliks Falk, de O Colecionador (na foto<br />
acima), Julian Goldberger, de A Morte<br />
do Falcão – e também para alguns dos<br />
filmes mais aguardados do ano, como<br />
Volver, do espanhol Pedro Almodóvar,<br />
e The Wind That Shakes The Barley, do<br />
inglês Ken Loach, vencedor da última<br />
edição de Cannes em maio passado.<br />
Ambos estão na mostra Preview, assim<br />
como outro destaque, Paprika, animação<br />
de Satoshi Kon, um dos grandes nomes<br />
contemporâneos do gênero, autor<br />
48
de Tokyo Godfathers. Em Paprika, Kon<br />
faz uma adaptação de uma novela de<br />
ficção-científica de Yatsutaka Tsutsui<br />
sobre um psiquiatra que se utiliza de<br />
alta tecnologia para estudar a mente<br />
humana. Esse psiquiatra inventa uma<br />
máquina que permite entrar nos sonhos<br />
dos pacientes, recurso narrativo que<br />
dá ao filme um aspecto visual muito<br />
interessante.<br />
Com seus 35 longas, a mostra<br />
Preview é um regalo. Produções tão<br />
distintas entre si quanto Neil Young:<br />
Heart of Gold, do americano Jonathan<br />
Demme (de Totalmente Selvagem e<br />
O Silêncio dos Inocentes), enfocando<br />
concertos que o astro do rock<br />
contracultural dos anos 60 deu em<br />
Nashville, em 2005, depois de saber<br />
que estava com um aneurisma cerebral;<br />
Half Nelson, de Ryan Fleck, também<br />
uma produção norte-americana, sobre<br />
um professor idealista que tem uma<br />
vida privada secreta que pouco a pouco<br />
vai se tornando conhecida; e Time, de<br />
Kim Ki-Duk, sobre uma bela mulher<br />
obcecada pela aparência. O tema deste<br />
filme do importante diretor sul-coreano<br />
não poderia ser mais atual: convencida<br />
de que não era tão linda assim e<br />
que, por essa razão, seu namorado<br />
se interessava por outras, ela passa a<br />
considerar que só uma cirurgia plástica<br />
pode resolver seus problemas. Insólito<br />
também, como sempre, é o assunto de<br />
Volver, o último Almodóvar, também<br />
presente em Preview, uma comédia<br />
leve enfocando duas irmãs convencidas<br />
de que o elo familiar não se extingue<br />
depois da morte.<br />
Na competição oficial, despontam<br />
produções dos mais diversos países,<br />
como, por exemplo, Tsotsi, do sulafricano<br />
Gavin Wood, drama de um<br />
adolescente delinqüente (tsotsi é uma<br />
gíria local para pessoas de rua que levam<br />
uma vida de crime) que desenvolve<br />
um inesperado lado paternal. A<br />
Argélia, com suporte da França, está<br />
presente com Dias de Glória, de Rachid<br />
Bouchareb, filme que trata do tema tabu<br />
– para os franceses – da contribuição<br />
dos soldados recrutados no norte<br />
da África para lutar pela França na<br />
Segunda Guerra Mundial. A poderosa<br />
37 Utilidades para uma Ovelha Morta<br />
cinematografia norte-americana e a<br />
sólida italiana se fazem presentes com<br />
as últimas produções do inglês Ridley<br />
Scott, Um Bom Ano, e Roberto Benigni,<br />
O Tigre e a Neve, fábula que tem como<br />
pano de fundo a Guerra do Iraque mas<br />
que recebe de Benigni um tratamento de<br />
sonho, de conto de Mil e Uma Noites.<br />
Sensações do momento, como os<br />
cinemas argentino e iraniano, também<br />
se fazem presentes. Nossos vizinhos do<br />
sul participam com Aura, de Fabián<br />
Bielinsky, o talentoso diretor de Nove<br />
Rainhas precocemente falecido em<br />
junho deste ano, e Fora de Jogo, de Jafar<br />
Panahi. Neste último, o autor de O<br />
Espelho e O Balão Branco se debruça<br />
sobre a curiosíssima paixão do futebol<br />
em seu país, paixão interditada às<br />
A Morte do Falcão<br />
mulheres que não podem freqüentar<br />
os estádios. Como sempre na fronteira<br />
entre o documentário e a ficção, Panahi<br />
veste um casal de mulheres como<br />
homens e acompanha as duas na partida<br />
eliminatória para a Copa do Mundo do<br />
Irã contra o Bahrein. As fãs mulheres<br />
que vemos não são atrizes profissionais,<br />
assim como os policiais que as tomam<br />
sob custódia durante o jogo.<br />
Outros destaques do FIC são as<br />
mostras informativas. Um dos pais do<br />
neo-realismo italiano, Luchino Visconti,<br />
terá 12 de seus filmes exibidos numa<br />
ótima retrospectiva que inclui a obraprima<br />
Rocco e Seus Irmãos e o há tempos<br />
desaparecido Os Deuses Malditos. Por<br />
ocasião da mostra, será lançado o livro<br />
Luchino Visconti, Um Diretor de Outro<br />
Mundo, obra que inaugura uma nova<br />
coleção editada pelo Cine Academia,<br />
a 35mm. Ao contrário dos Cadernos<br />
Cine Academia, voltados para o cinema<br />
nacional, a série 35mm estará aberta a<br />
realizadores, atores e atrizes do cinema<br />
internacional. O FIC 2006 também<br />
homenageia o grande cômico brasileiro<br />
Oscarito, apresentando seis impagáveis<br />
chanchadas com o inesquecível parceiro<br />
de Grande Otelo.<br />
Festival Internacional de<br />
Cinema de Brasília (FIC)<br />
De 1 a 9 de novembro, no Cine Academia<br />
FOTOS: DIVULGAÇÃO<br />
49
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