Jornal Copacabana 167.p65

Paulo Heráclito:
Administrador Regional de Copacabana e Leme
Por Gabriel Galvão
Aos 26 anos, Paulo Heráclito Lima Filho nasceu no Rio de Janeiro, é médico e atual
Administrador Regional da 5ª Região, referente aos bairros de Copacabana e Leme. Prometendo
dar um choque de ordenamento urbano no bairro, Paulo fala sobre os atuais
problemas do bairro e sobre o papel que as regiões administrativas têm para as melhorias
dos bairros pertencentes a elas, em entrevista exclusiva ao Jornal Copacabana.
Jornal Copacabana: Como recebeu o convite
para ser administrador regional da 5ª RA
Paulo Heráclito: Eu recebi o convite diretamente
do prefeito Eduardo Paes, que conheço
há cinco anos. Trabalhei com ele em Brasília
apoiando projetos de lei a favor da vida e dos
direitos humanos. Fui chamado para ser administrador
regional de Copacabana justamente
por ele ver em mim uma pessoa jovem que sabe
escutar e com disposição para receber as pessoas
e articular as coisas. Até porque na democracia,
tem de ser feita a vontade do povo, que
é soberano. Então, adequamos a vontade do
povo àquilo que é factível, sempre tendo idéias
para que Copacabana seja melhor.
J.C: Qual o cenário deixado pela administração
anterior
P.H: De abandono, tanto interno quanto externo.
A região administrativa não tinha computador,
fax e nem ar-condicionado, além de funcionários
que eram desestimulados para trabalhar.
Conseguimos contratar novos funcionários e
estimular os antigos, fazendo serviço e indo
para as ruas. Para se ter uma idéia, na administração
anterior, não era feita uma operação para
retirada de moradores de rua desde abril do ano
passado. Só neste ano já fizemos nove.
J.C: Quais os principais problemas identificados
em Copacabana e Leme
P.H: Eu diria que os principais problemas de
Copacabana e Leme hoje, no que concerne o
âmbito municipal são dois: a população de rua,
que é flutuante, e aumenta e diminui de acordo
com o mês e o dia da semana, que mesmo podendo
variar, gira em torno de 200 pessoas que,
pela nossa experiência, muitas vezes, estão armadas
com canivetes, facas, estiletes e vidros
de garrafas, além do porte de drogas e entorpecentes.
A população de rua tem alguns integrantes
que são pacatos e outros na criminalidade,
cometendo pequenos furtos, assaltos e
intimidando transeuntes. Muitos fazem arruaça,
sexo e defecam no meio da rua. É em Copacabana
e Leme que estão situados a maior parte
dos hotéis do Rio de Janeiro, por ser um
bairro turístico. E o turista não quer vir para cá
e ser abordado por pedintes e assaltantes. O
outro problema que vejo em Copacabana, que
não é tão grave, é a questão do ordenamento
urbano, que vai desde a insuficiência de vagas
que temos no Leme em um domingo de sol, à
quantidade de carros e motos estacionados na
calçada e até no posto de gasolina por falta de
vagas. Além dos camelôs trabalhando de forma
ilegal, da necessidade de podas de árvores
e melhor iluminação. Ambientes mal iluminados
são mais propícios a assaltos e pequenos
delitos, considerando que não adianta você ter
o poste funcionando se há uma árvore sem
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serviço do bairro.
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com esse Jornal, em consonância com a Lei de Imprensa
5250/67. Os conceitos emitidos pelos colunistas e matérias
assinadas são de inteira responsabilidade dos mesmos.
poda impossibilitando que a rua fique iluminada.
J.C: E existe algum plano para fiscalizar e solucionar
os problemas com a população de rua,
prostitutas, ambulantes e de estacionamento
P.H: Nós estamos atuando, nosso plano é esse.
Estamos fazendo operações constantes para
recolher moradores de rua, pelo menos uma vez
por semana. Em toda operação recolhemos muitas
pessoas, algumas ficam presas no parqueamento
da policia. Minha idéia é tentar viabilizar,
com parcerias públicas e privadas, a colocação
da equipe de acolhimento de segunda a segunda,
funcionando das 8 às 18 horas e com operações
noturnas pelo menos nos dias de semana
para podermos fazer um grande acolhimento
pra que Copacabana seja tratada com juízo.
O ideal seria que fosse feito um cadastramento
dessa população de rua como medida a longo
prazo, para sabermos quem está em Copacabana.
A pessoa tem o direito de ir e vir, e hoje não
existe mais o crime de vadiagem, mas nós temos
de coibir certas práticas que existem nas
ruas. Não pode ter gente montando barraca e
dormindo nas ruas, porque o espaço público
não foi feito para isso, e nem para se urinar,
defecar e se ter relações sexuais, por se tratar de
um crime contra a moralidade pública. Temos
que ter uma política especial de combate a população
de rua em Copacabana, tendo em vista
que o bairro é turístico e precisamos desse turismo
funcionando para gerar recursos e para
que nossa imagem no exterior seja melhor, porque
se alguém vier pra Copacabana e for assaltado,
não volta mais. Por Copacabana ser o
bairro mais conhecido, isso gera uma imagem
negativa do Brasil inteiro.
Em relação aos ambulantes, temos feito trabalho
nas ruas e passado para Controle Urbano,
que é o órgão que fiscaliza os ambulantes. Na
primeira vez, orientamos. Na segunda, apreendemos
as mercadorias.
Os ambulantes já têm um código estabelecido
para quando a Kombi da fiscalização passar,
eles ficarem sabendo. Mas temos fiscalizado
com inteligência, inclusive com homens a paisana
para apreender essa mercadoria, que se
trata de um comércio ilegal que não favorece
nada ao bairro. Na última reunião que tive com
a associação de moradores de Copacabana, foi
votado por maioria que não se quer mais ambulantes
utilizando a calçada. O prefeito quer recadastrar
os ambulantes e colocá-los de forma
ordenada, mas ocupar a calçada de forma desordenada
não pode, pois foi feita para andar.
No que diz respeito às prostitutas, não é um
departamento nosso. O que podemos coibir é a
questão da prostituição infantil e a exposição
das partes íntimas pela questão da moralidade
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do espaço público. Ninguém vai ser impedido
de transitar, mas se temos uma presença freqüente
nos locais, os usuários deste tipo de
serviço escuso vão se sentir mais inibidos na
hora de uma abordagem. Isso, o poder público
presente tem como diminuir. Agora, em relação
à prostituição ficamos muito limitados, no âmbito
da prefeitura.
Sobre os estacionamentos, já entrei em contato
com alguns vereadores pedindo para que no
plano diretor fossem alteradas algumas diretrizes
para que pudesse ser feito um estacionamento
subterrâneo em Copacabana. Porém, isso
não depende apenas de mim, mas da alteração
do plano e da participação da população e dos
órgãos públicos de Copacabana, para que se
torne viável na Praça do Lido, Leme e/ou arredores
do metrô da Siqueira Campos.
J.C: O que tem sido feito para a melhoria dos
bairros pertencentes a 5ª RA
P.H: Além das podas de árvore e do combate ao
mosquito da dengue, estamos fazendo a retirada
do lixo irregular. No que diz respeito à conservação,
hoje, dificilmente você anda por Copacabana
e encontra um buraco na rua, principalmente
nas principais avenidas onde todos
os dias temos o cuidado de recapear o asfalto e
consertar as calçadas. Temos também notificado
os edifícios para que as calçadas adjacentes
sejam cuidadas, além de ter fiscalizado bares,
restaurantes e supermercados para que a calçada
não seja invadida e para retirar de circulação
produtos vencidos. Tem supermercado que
estava sem nenhuma condição sanitária. Então,
essas ações têm sido feitas para melhorar o
bairro. O principal é escutar a população para
podermos, então, atender às suas demandas.
J.C: Como a população pode entrar em contato
com a 5ª Região Administrativa para notificar
os problemas no bairro
P.H: Esse contato pode acontecer de três formas.
Pode-se vir pessoalmente ao endereço da
5ª RA, situado na Rua Rainha Elisabeth, número
36A de segunda a sexta, das 8 às 17e30. Há
também a opção de mandar e-mails para
regiaoadministrativa05@gmail.com ou se ligar
para o número 2247-2578 .
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