S O B R E O P A C O T A Ç O Vale à pena lembrar que a ocupação na ALEP e as demais manifestações <strong>dos</strong>/as grevistas resultaram em uma vitória significa va, mas, que não cancelou, e sim adiou a votação do “pacotaço”, que ain<strong>da</strong> pode ser votado item por item separa<strong>da</strong>mente; uma clara estratégia do governo para desmobilizar a luta <strong>dos</strong>/as grevistas e do estu<strong>da</strong>ntado. A <strong>crise</strong> do governo Beto Richa Nos úl mos dias um projeto de lei vem chamando a atenção de todo o povo paranaense, se trata <strong>dos</strong> projetos PLC 06/2015 e o 6 0 / 2 0 1 5 , m a i s conheci<strong>dos</strong> como “pacotaço”. Nestes projetos, direitos básicos <strong>dos</strong>/as trabalhadores são extremamente ataca<strong>dos</strong>. Dentre eles, destaca-se a ex nção do Fundo de Previdência e a transferência de seus recursos <strong>ao</strong> Fundo Financeiro, a serem des na<strong>dos</strong> <strong>ao</strong> pagamento de bene cios previdenciários do Regime Próprio de Previdência Social do Estado. A proposta envia<strong>da</strong> pelo governador Beto Richa (PSDB) adota o Regime de Previdência Complementar, determinando para os novos servidores do estado a ex nção do direito à aposentaria integral. Até hoje, um docente que, <strong>ao</strong> final <strong>da</strong> carreira, recebe, por exemplo, um salário de R$ 9.500,00 pode se aposentar com direito a receber os R$ 9.500,00 como proventos <strong>da</strong> aposentadoria (Aposentadoria Integral). Com a mu<strong>da</strong>nça proposta pelo governo, os novos servidores terão direito a aposentar-se com o provento máximo de R$ 4.662,43. Mas o “pacotaço” não afeta somente os/as servidores públicos. Dentro do projeto de lei, o governador pretende alterar a lei nº 12.020/98, que influencia de forma direta a vi<strong>da</strong> <strong>dos</strong>/as acadêmicos/as. Hoje, 2% <strong>da</strong> receita tributária são encaminha<strong>dos</strong> para fins de fomento em pesquisa cien fica e tecnológica, na forma constante no “pacote”, a distribuição de recursos seria altera<strong>da</strong> para 0,5% no mínimo em conta vincula<strong>da</strong> <strong>ao</strong> fundo Paraná e 1,5% para financiar pesquisas nas ins tuições como IAPAR, Universi<strong>da</strong>des estaduais e TECPAR. Medi<strong>da</strong>s como essas prejudicam diretamente nossa vi<strong>da</strong> acadêmica, ou melhor, nossas pesquisas cien ficas. Com a adoção delas, haveria uma diminuição drás ca na quan <strong>da</strong>de d a s b o l s a s d i s t r i b u í d a e n t r e o s / a s pesquisadores, além do sucateamento ca<strong>da</strong> vez mais acentuado <strong>da</strong> universi<strong>da</strong>de pública, para forçar um processo de priva zação. Para somar <strong>ao</strong> peso <strong>dos</strong> pagamentos <strong>da</strong> dívi<strong>da</strong> pública e <strong>da</strong>s “reformas” neoliberais, o estado do Paraná possui um agravante adicional: o governo de Beto Richa (PSDB), que desde o final de 2014, enfrenta uma grande <strong>crise</strong> polí ca, resultado de sua má gestão durante o primeiro man<strong>da</strong>to. O governo estadual gastou R$400 milhões em publici<strong>da</strong>de e propagan<strong>da</strong>, aumentou em mais de 295% os valores <strong>dos</strong> salários <strong>dos</strong> cargos c o m i s s i o n a d o s , e n t r e o u t r o s ga s t o s dispensáveis que agravaram a evasão de recursos públicos. Em contrapar <strong>da</strong>, logo após as eleições, Richa deixou de encaminhar o Fundo Rota vo, des nado às despesas de manutenção e às escolas. O governo também está fechando turmas e turnos nas escolas, obrigando os colégios a superlotarem as salas de aula, para que seja possível contratar menos professores. Além disso, o governo do Estado está reinterpretando a resolução sobre o porte <strong>da</strong>s escolas e fazendo com que diversos profissionais <strong>da</strong> educação que trabalhavam no regime precarizado do Processo Sele vo Simplificado (PSS) tenham seus contratos encerra<strong>dos</strong>, diminuindo o número de servidores/as nas escolas e aumentando a quan <strong>da</strong>de de trabalho sobre os/as docentes e os/as funcionários que ficam. Ao tentar resolver o c<strong>ao</strong>s do seu próprio governo, Richa (PSDB) e a base alia<strong>da</strong>, maioria absoluta na Assembleia Legisla va (Alep), aprovaram o ICMS que incidirá sobre 95 mil itens, inclusive medicação, alimentos e c o m b u s v e l , c a u s a n d o u m a u m e n t o considerável no custo de vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população paranaense. Some-se isso tudo <strong>ao</strong> “pacotaço” e o famigerado META-4 e a cínica e enganosa proposta de “autonomia” para as universi<strong>da</strong>des e o resultado é um estado em total descalabro. A conclusão não poderia ser outra: A greve geral, as manifestações de rua e ocupação <strong>da</strong> ALEP vieram em boa hora.