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Edição Especial - Engenharia de Pesca - Uema

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Revista Brasileira <strong>de</strong><br />

R E P E S C A<br />

ISSN<br />

1980-587X<br />

<strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> <strong>Pesca</strong><br />

Volume 3, edição especial, setembro <strong>de</strong> 2008<br />

Foto Haroldo Gomes Barroso<br />

Expediente<br />

Catalografia Editorial Artigos<br />

São Luís, MA - 1 a 5 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2008


Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

REVISTA BRASILEIRA DE ENGENHARIA DE PESCA<br />

VOLUME 3, EDIÇÃO ESPECIAL, SETEMBRO DE 2008<br />

COLETÂNEA DE TRABALHOS<br />

I SEMANA NORDESTINA DE ENGENHARIA DE PESCA (I SENEP)<br />

(SÃO LUÍS, 1 A 5 DE SETEMBRO DE 2008)<br />

PROMOÇÃO<br />

CURSO DE ENGENHARIA DE PESCA, UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO<br />

COORDENADOR DA I SENEP<br />

HAROLDO GOMES BARROSO (UEMA)<br />

EDITOR<br />

José Milton Barbosa - UFRPE<br />

EDITOR ADJUNTO<br />

Adierson Erasmo <strong>de</strong> Azevedo - UFRPE<br />

Assistentes <strong>de</strong> Edição<br />

Adriana Ferreira Lima - UFRPE<br />

Chirlei<strong>de</strong> Marcelino do Nascimento - UFRPE<br />

Ebenezer José da Silva Oliveira - UFRPE<br />

Joana Angélica Lyra Vogeley <strong>de</strong> Carvalho - UFRPE<br />

Kelly <strong>de</strong> Souza Ferraz - UFRPE<br />

Larissa Neves Simões <strong>de</strong> Souza - UFRPE<br />

Renata Maria Me<strong>de</strong>iros <strong>de</strong> Alencar - UFRPE<br />

Roberta Maria Cavalcanti Nery – UFRPE<br />

Webmaster<br />

Junior Bal<strong>de</strong>z - UEMA<br />

Curso <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> <strong>Pesca</strong><br />

Universida<strong>de</strong> Estadual do Maranhão<br />

2<br />

Departamento <strong>de</strong> <strong>Pesca</strong> e Aqüicultura<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Rural <strong>de</strong> Pernambuco


Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

A RE<strong>Pesca</strong> está in<strong>de</strong>xada à base <strong>de</strong> dados: SUMARIOS.ORG (www.sumarios.org)<br />

© Publicada em setembro <strong>de</strong> 2008<br />

Todos os direitos reservados a Editora da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Maranhão.<br />

Proibida a reprodução, por qualquer meio,<br />

sem autorização dos Editores.<br />

Impresso no Brasil<br />

Printed in Brazil<br />

Ficha catalográfica<br />

Setor <strong>de</strong> Processos Técnicos da Biblioteca Central - UFRPE<br />

R454<br />

Revista Brasileira <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> <strong>Pesca</strong><br />

Nacional / editores: José Milton Barbosa, Haroldo Gomes<br />

Barroso -- São Luís, Ed. UEMA, 2008.<br />

V.3, edição especial: 96p. : il.<br />

Semestral<br />

1. <strong>Pesca</strong> 2. Aqüicultura 3. Ecossistemas Aquáticos,<br />

4. <strong>Pesca</strong>dos – Tecnologia I. Barbosa, José Milton II. Barroso<br />

Haroldo Gomes III. Universida<strong>de</strong> Estadual do Maranhão<br />

CDD 639<br />

3


Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

ISSN-1980-587X<br />

REVISTA BRASILEIRA DE ENGENHARIA DE PESCA<br />

Volume 3 setembro, 2008 Edição <strong>Especial</strong><br />

EDITORIAL<br />

A Revista Brasileira <strong>de</strong> Engeharia <strong>de</strong> <strong>Pesca</strong> sente-se<br />

honrada em publicar, em Edição <strong>Especial</strong>, a Coletânea <strong>de</strong><br />

Trabalhos da I Semana Nor<strong>de</strong>stina <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Pesca</strong>. Importante Evento que reunirá os atores dos cursos<br />

<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> <strong>Pesca</strong> do Nor<strong>de</strong>ste num conclave magno,<br />

on<strong>de</strong> serão abordados os novos paradigmas da profissão no<br />

Nor<strong>de</strong>ste e no Brasil, na certeza que a troca <strong>de</strong> experiências<br />

e predisposição <strong>de</strong> cooperação e amiza<strong>de</strong>, estreitará nossos<br />

laços <strong>de</strong> irmanda<strong>de</strong> e respeito mútuo.<br />

Por fim não po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> exaltar a espírito supremo<br />

do Programa <strong>de</strong> Educação Tutorial do Departamento <strong>de</strong><br />

<strong>Pesca</strong> e Aqüicultura da UFRPE (PET/<strong>Pesca</strong>), cujo<br />

trabalho <strong>de</strong> <strong>de</strong>dicação exemplar e correção <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s,<br />

possibilitaram a realização <strong>de</strong>sta Edição <strong>Especial</strong>. E ao<br />

Prof. Adierson Erasmo <strong>de</strong> Azevedo nosso exemplar<br />

pioneiro que <strong>de</strong>dicou sua sapiência e disposição na revisão<br />

<strong>de</strong>sta Edição.<br />

José Milton Barbosa<br />

Editor<br />

4


Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

Sumário<br />

Atenção: Para abrir click em “”<br />

TRABALHOS<br />

Diário <strong>de</strong> Bordo: Um Informativo do PET/<strong>Pesca</strong> da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Rural <strong>de</strong><br />

Pernambuco<br />

Joana Angélica Lyra Vogeley <strong>de</strong> CARVALHO; Adriana Ferreira LIMA; Roberta Maria<br />

Cavalcanti NERY; Antony Evangelista <strong>de</strong> LIMA; Tiago Van<strong>de</strong>vel<strong>de</strong> TORRES; Marcelo<br />

Augusto Soares REGO; Larissa Neves Simões <strong>de</strong> SOUZA; Ivan Alves <strong>de</strong> FARIAS<br />

JUNIOR<br />

Diferentes Métodos <strong>de</strong> Indução a Reprodução da Ostra Nativa Crassostrea rhizophorae<br />

(Guilding, 1828) em Laboratório<br />

Henrique David LAVANDER; Leônidas <strong>de</strong> Oliveira CARDOSO JUNIOR; Ricardo Luís<br />

Men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> OLIVEIRA; Leilane Bruna Gomes dos SANTOS; Sérgio Rodrigues da SILVA<br />

NETO; Andre Batista <strong>de</strong> SOUZA; Wanessa <strong>de</strong> Melo COSTA; Alfredo Olivera GÁLVEZ<br />

Maturação da Ostra Nativa Crassostrea rhizophorae (Guilding, 1828) em Laboratório<br />

Henrique David LAVANDER; Leônidas <strong>de</strong> Oliveira CARDOSO JUNIOR; Ricardo Luís<br />

Men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> OLIVEIRA; Leilane Bruna Gomes dos SANTOS; Sérgio Rodrigues da SILVA<br />

NETO; André Batista <strong>de</strong> SOUZA; Wanessa <strong>de</strong> Melo COSTA; Alfredo Olivera GÁLVEZ<br />

Avaliação Limnológica Nictimeral no Cultivo <strong>de</strong> Tilápia (Oreochromis niloticos) em<br />

Tanque-re<strong>de</strong><br />

Elaine Cristina SANTOS; Samuel Herculano <strong>de</strong> FREITAS; Vinicius Augusto DIAS<br />

FILHO; Athiê Jorge dos Santos GUERRA<br />

Rendimento do Filé <strong>de</strong> Pirarucu<br />

Samanta Eulles Quixaba <strong>de</strong> CARVALHO; Fabíola Helena dos Santos FOGAÇA;<br />

Francisco José <strong>de</strong> Seixas SANTOS; Elenise Gonçalves <strong>de</strong> OLIVEIRA<br />

Alometria do Guaiamum, Cardisoma guanhumi LATREILLE, 1828 (Decapoda:<br />

Gecarcinidae) no Estuário do Rio Jaguaribe, Ceará, Brasil<br />

Renata Akemi SHINOZAKI-MENDES; Jones SANTANDER-NETO; Fábio H. V.<br />

HAZIN; José Roberto F. SILVA<br />

Sazonalida<strong>de</strong> da Proporção Sexual do Guaiamum, Cardisoma guanhumi LATREILLE, 1828<br />

(Decapoda: Gecarcinidae) no Estuário do Rio Jaguaribe, Ceará, Brasil<br />

Renata Akemi SHINOZAKI-MENDES; Jones SANTANDER-NETO; José Roberto F.<br />

SILVA; Fábio H. V. HAZIN<br />

Influência do Ciclo Hidrológico do Reservatório <strong>de</strong> Sobradinho sobre a Carga <strong>de</strong> Fósforo<br />

Total<br />

Bruno Dourado Fernan<strong>de</strong>s da COSTA; Maurício Nogueira da Cruz PESSÔA; Antony<br />

Evangelista <strong>de</strong> LIMA; Márcia Darcilene Correia do PRADO; Teresa Cristina Paiva<br />

SANTOS; Michelle Miranda Biondi ANTONELLO; Aureliano <strong>de</strong> Vilela CALADO NETO;<br />

An<strong>de</strong>rson ANTONELLO; William SEVERI<br />

Abundância da Ictiofauna Capturada com Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Arrasto na Praia do Pesqueiro, Ilha <strong>de</strong><br />

Marajó (Pará, Brasil)<br />

Jean Michel CORRÊA; Eurivaldo Santos da COSTA; Francisco Carlos Alberto Fonteles<br />

HOLANDA<br />

Zooplâncton <strong>de</strong> Barra <strong>de</strong> Jangada, Pernambuco, Brasil<br />

Valdylene Tavares PESSOA; Pedro Augusto Men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Castro MELO; Fernando<br />

Figueiredo PORTO NETO; Sigrid NEUMANN-LEITÃO; Fábio Hissa Vieira HAZIN<br />

7<br />

12<br />

15<br />

18<br />

21<br />

23<br />

27<br />

31<br />

35<br />

38<br />

5


Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

Análise Preliminar da Dinâmica Populacional do Camarão-Rosa Farfantepenaeus subtilis<br />

(Pérez-Farfante, 1967) junto a Região Litorânea do Município <strong>de</strong> Sirinhaém, PE, Brasil<br />

Eucli<strong>de</strong>s Pereira e SILVA; Freddy Vogeley <strong>de</strong> CARVALHO; Joana Angelica Lyra Vogeley<br />

<strong>de</strong> CARVALHO; Roberta Maria Cavalcanti NERY; Roberta Borda SOARES; Sílvio<br />

Ricardo Maurano PEIXOTO<br />

Cultivo do Camarão Marinho Litopenaeus vannamei, Submetido a Diversas Densida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

Estocagem, Quando em Água Doce<br />

Sthelio Braga da FONSECA; Paulo <strong>de</strong> Paula MENDES; Cândida Juliana <strong>de</strong> Lyra<br />

ALBERTIM; Cláudio Figueiroa BITTENCOURT; Yuri Vinicius <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> LOPES<br />

Cultivo do Camarão Litopenaeus vannamei, em Meio Heterotrófico, com Adição <strong>de</strong><br />

Substrato<br />

Yuri Vinicius <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> LOPES; Paulo <strong>de</strong> Paula MENDES; Dijaci Araujo FERREIRA;<br />

Sâmia Regia Rocha MONTEIRO; Josélia Karolline dos Santos CORREIA<br />

Mapeamento da <strong>Pesca</strong> Artesanal no Reservatório Billings (Alto Tietê, SP)<br />

Paula M. G. <strong>de</strong> CASTRO; Maria Eugênia P. ALVES DA SILVA; Lídia S. MARUYAMA;<br />

Patrícia <strong>de</strong> PAIVA<br />

Avaliação do Crescimento Populacional do Rotífero Brachionus plicatilis com a Utilização<br />

<strong>de</strong> Microalga e Probiótico na Dieta<br />

Joana Angélica Lyra Vogeley <strong>de</strong> CARVALHO; Isabela Bacalhau <strong>de</strong> OLIVEIRA;<br />

Wanessa <strong>de</strong> Melo COSTA; Roberta Maria Cavalcanti NERY; Roberta Borda SOARES;<br />

Alfredo Olivera GALVEZ; Sílvio Ricardo Maurano PEIXOTO<br />

Sistematização <strong>de</strong> Nomes Vulgares <strong>de</strong> Peixes Comerciais do Brasil: 1. Espécies<br />

Dulciaqüícolas<br />

José Milton BARBOSA; Kelly <strong>de</strong> Souza FERRAZ<br />

Sistematização <strong>de</strong> Nomes Vulgares <strong>de</strong> Peixes Comerciais do Brasil: 2. Espécies Marinhas<br />

José Milton BARBOSA; Chirlei<strong>de</strong> Marcelino do NASCIMENTO<br />

Mortalida<strong>de</strong> no transporte <strong>de</strong> curimatã-pacu (Prochilodus argentus)<br />

Genilson Maurício dos ANJOS; André da Silva MARTINS; Emerson Carlos SOARES;<br />

Jonnhy <strong>de</strong> MELO; Eduardo Jorge Santana SANTOS; Luiz Henrique Nunes DANTAS<br />

43<br />

47<br />

50<br />

53<br />

58<br />

64<br />

76<br />

91<br />

6


Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

DIÁRIO DE BORDO: UM INFORMATIVO DO PET/PESCA DA UNIVERSIDADE FEDERAL<br />

RURAL DE PERNAMBUCO<br />

DIÁRIO DE BORDO: AN INFORMATIVE OF PET/PESCA OF THE UNIVERSITY FEDERAL RURAL OF<br />

PERNAMBUCO<br />

Joana Angélica Lyra Vogeley <strong>de</strong> CARVALHO; Adriana Ferreira LIMA; Roberta Maria Cavalcanti<br />

NERY; Antony Evangelista <strong>de</strong> LIMA; Tiago Van<strong>de</strong>vel<strong>de</strong> TORRES; Marcelo Augusto Soares<br />

REGO; Larissa Neves Simões <strong>de</strong> SOUZA; Ivan Alves <strong>de</strong> FARIAS JUNIOR.<br />

Bolsistas do Programa <strong>de</strong> Educação Tutorial do curso <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> <strong>Pesca</strong> da UFRPE.<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Rural <strong>de</strong> Pernambuco, Av. Dom Manuel <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros, s/n, 33206525.<br />

E-mail: petpesca@yahoo.com.br<br />

Resumo - O jornal Diário <strong>de</strong> Bordo faz parte <strong>de</strong> uma ação contínua <strong>de</strong> extensão promovida pelo<br />

PET/<strong>Pesca</strong>, estando no seu XIV ano e 36ª edição, sendo organizado por membros do<br />

programa, recebendo artigos <strong>de</strong> alunos, professores e profissionais da área. O presente<br />

estudo teve por objetivo relatar a trajetória da publicação do Diário <strong>de</strong> Bordo. Para<br />

efeito do estudo, foram analisadas todas as edições do jornal. Atualmente, o informativo<br />

é publicado trimestralmente, com tiragem <strong>de</strong> 500 exemplares, divulgado na forma<br />

impressa, em papel A4 e contendo quatro páginas em digital. Durante a trajetória do<br />

jornal, aconteceram interrupções na veiculação do mesmo entre os anos <strong>de</strong> 2000 e 2002,<br />

<strong>de</strong>vido às tentativas <strong>de</strong> extinção dos grupos PET pelo Governo Fe<strong>de</strong>ral. O informativo<br />

recebe matérias <strong>de</strong> autoria própria e contribuições publicadas em outros meios <strong>de</strong><br />

informação.<br />

Palavras–chave: jornal, leitura, Programa <strong>de</strong> Educação Tutorial, extensão.<br />

Abstract - The newspaper “Diário <strong>de</strong> Bordo” is part of a continuous action of extension promoted<br />

by PET / <strong>Pesca</strong>, and being in its XIV year and 36 th edition, being organized by members<br />

of the program, receiving articles of stu<strong>de</strong>nts, teachers and professionals in the area. This<br />

study aimed at to report the trajectory of the publication of the “Diário <strong>de</strong> Bordo”. For<br />

the purpose of the study were analyzed all editions of the newspaper. Currently, the<br />

information is published quarterly, with a print run of 500 copies, published in printed<br />

form, on A4 paper and containing four pages, and digital. During the trajectory of the<br />

newspaper happened interruptions in running between 2000 and 2002 years, due to<br />

attempts to extinguish the groups PET by the Fe<strong>de</strong>ral Government. The information<br />

received materials of owon authorship itself and contributions published in other media<br />

of information.<br />

Key-words: newspaper, reading, Tutorial Program of Education, extension.<br />

7


Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

INTRODUÇÃO<br />

O Diário <strong>de</strong> Bordo é um jornal que faz parte <strong>de</strong> uma ação contínua <strong>de</strong> extensão promovida<br />

pelo Programa <strong>de</strong> Educação Tutorial do curso <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> <strong>Pesca</strong> – PET/<strong>Pesca</strong> da Universida<strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral Rural <strong>de</strong> Pernambuco - UFRPE. Esse informativo está no seu XIV ano e, durante toda a sua<br />

trajetória, vem abordando temas referentes às ciências pesqueiras, à pesca e à aqüicultura e temas <strong>de</strong><br />

áreas afins pertinentes à <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> <strong>Pesca</strong>, além <strong>de</strong> economia e política que envolve a profissão.<br />

É inquestionável a responsabilida<strong>de</strong> da leitura em uma educação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, mas as<br />

evidências apontam que diversos alunos saem do ensino fundamental e médio sem essa habilida<strong>de</strong>.<br />

Tais alunos ingressam no ensino superior com sérias <strong>de</strong>ficiências no comportamento <strong>de</strong> leitura<br />

(Garrido, 1988). Dessa forma, o Diário <strong>de</strong> Bordo enriquece e contribui para a formação do discente<br />

<strong>de</strong> graduação, uma vez que os mesmos exercitam a escrita, a leitura, o senso crítico e a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> concatenar idéias.<br />

Essa publicação é organizada pelos integrantes do PET/<strong>Pesca</strong> e encontra-se em sua 36ª<br />

edição, sempre com jovens editores à frente <strong>de</strong> sua elaboração. O Diário <strong>de</strong> Bordo recebe artigos <strong>de</strong><br />

estudantes, professores e profissionais da área que a cada edição enriquecem a leitura com artigos<br />

científicos, informativos, curiosida<strong>de</strong>s, eventos, entrevistas, concursos, <strong>de</strong>ntre outros.<br />

O objetivo do presente estudo foi relatar a trajetória da publicação Diário <strong>de</strong> Bordo durante<br />

os 14 anos <strong>de</strong> veiculação.<br />

METODOLOGIA<br />

Para efeito <strong>de</strong>sse estudo, foram analisadas todas as edições do Diário <strong>de</strong> Bordo e<br />

contabilizado o número <strong>de</strong> matérias já publicadas e edições ao longo dos 14 anos do informativo,<br />

além do número <strong>de</strong> editores que já contribuíram para o jornal. Foi observada também a evolução do<br />

layout, a disposição das matérias, tamanho e número <strong>de</strong> páginas, além dos locais <strong>de</strong> veiculação do<br />

informativo.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Atualmente, o informativo é publicado trimestralmente e impresso pela Imprensa<br />

Universitária da UFRPE, com uma tiragem <strong>de</strong> 500 exemplares para cada edição, sendo divulgado<br />

também na forma digital, disponível na homepage do Departamento <strong>de</strong> <strong>Pesca</strong> e Aqüicultura da<br />

UFRPE, www.ep.ufrpe.br. Os textos enviados para publicação são revisados pelos editores do<br />

jornal.<br />

O Diário <strong>de</strong> Bordo é publicado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1995 (Figura 1), realizando a veiculação gratuita <strong>de</strong><br />

informações para a comunida<strong>de</strong> acadêmica da UFRPE, <strong>de</strong>mais cursos <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> <strong>Pesca</strong> do<br />

Brasil, órgãos <strong>de</strong> áreas afins e profissionais da área. Durante a trajetória do informativo,<br />

aconteceram interrupções na veiculação <strong>de</strong>ste entre 2000 e 2002, <strong>de</strong>vido aos processos <strong>de</strong> tentativa<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

<strong>de</strong> extinção dos grupos PET promovido pelo Governo Fe<strong>de</strong>ral, <strong>de</strong>sarticulando o trabalho dos<br />

editores do jornal, que são alunos vinculados ao programa.<br />

No ano <strong>de</strong> 1995, o jornal era bimestral, apresentado em papel tamanho A5 (148 X 210 mm),<br />

contando com uma média <strong>de</strong> quatro folhas e tinha cinco editores. Em 1997, ampliou-se o tamanho<br />

do informativo para folha <strong>de</strong> papel A4 (210 X 297 mm) e reduziu-se o número <strong>de</strong> folhas para duas,<br />

continuando bimestral e editado por quatro alunos. De 1997 a 1999, o DB passou a ser semestral,<br />

mas continuou com as características já citadas anteriormente. No ano <strong>de</strong> 2003, passado o período<br />

<strong>de</strong> tentativa do governo <strong>de</strong> extinguir o programa, retomaram-se as publicações, com edição <strong>de</strong> três<br />

números. A partir <strong>de</strong> 2004 o jornal passou a ter publicação trimestral, preservando características<br />

como: papel tamanho A4, sob responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> quatro editores. Em 2006, ampliou-se o número<br />

<strong>de</strong> folhas para quatro. Ao longo <strong>de</strong>sses anos, o jornal já contou com a contribuição <strong>de</strong> 37 editores.<br />

Figura 1. Trajetória do número <strong>de</strong> edições e renovação dos editores do<br />

Diário <strong>de</strong> Bordo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua implantação.<br />

As matérias publicadas no jornal po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> dois tipos: contribuição, que é uma matéria<br />

transcrita total ou parcialmente, já publicada em outro veículo <strong>de</strong> comunicação, sendo a matéria<br />

relevante para as áreas <strong>de</strong> Recursos Pesqueiros e Aqüicultura e preservando os direitos autorais do<br />

artigo original, com citação da fonte; outra forma é o artigo <strong>de</strong> autoria própria, <strong>de</strong>vendo este<br />

também ser pertinente para área <strong>de</strong> conhecimento do público-alvo do jornal. A figura 2 representa o<br />

número <strong>de</strong> matérias publicadas no Diário <strong>de</strong> Bordo.<br />

9


Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

Número <strong>de</strong> Matérias<br />

45<br />

40<br />

35<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

1995<br />

1996<br />

1997<br />

1998<br />

1999<br />

2000<br />

2001<br />

2002<br />

Ano<br />

2003<br />

2004<br />

2005<br />

2006<br />

2007<br />

2008<br />

Figura 2. Número <strong>de</strong> matérias veiculadas pelo Diário<br />

<strong>de</strong> Bordo a cada ano.<br />

O Diário Bordo conta ainda com colunas que vem acompanhando toda sua trajetória, como a<br />

<strong>de</strong>nominada “Peixes <strong>de</strong> nossas águas”; algumas colunas marcaram presença num <strong>de</strong>terminado<br />

período e outras colunas foram criadas recentemente como a <strong>de</strong>nominada “Há... anos”. Esta última<br />

traz matérias relacionadas à área que foram publicadas a um <strong>de</strong>terminado tempo, o qual nomeia a<br />

coluna. Este paradigma <strong>de</strong>monstra a dinâmica do informativo.<br />

Des<strong>de</strong> 2005, o Diário <strong>de</strong> Bordo conta com artigos regulares da direção do Departamento <strong>de</strong><br />

<strong>Pesca</strong> e Aqüicultura e coor<strong>de</strong>nação do curso <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> <strong>Pesca</strong> da UFRPE. Os principais<br />

contribuintes para o informativo são alunos vinculados ao programa, o que auxilia na formação<br />

holística dos mesmos.<br />

Atualmente, o Diário <strong>de</strong> bordo é distribuído na UFRPE, entre estudantes, professores e a<br />

comunida<strong>de</strong> acadêmica, e é enviado para as instituições <strong>de</strong> ensino superior que oferecem o curso <strong>de</strong><br />

<strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> <strong>Pesca</strong>, profissionais da área, bibliotecas, empresas e órgãos relacionados à ativida<strong>de</strong>,<br />

totalizando mais <strong>de</strong> 50 <strong>de</strong>stinatários.<br />

É sabido que a leitura representa um gran<strong>de</strong> passo para aquisição <strong>de</strong> conhecimento, pois é<br />

por meio <strong>de</strong>la que se adquire uma percepção singular do mundo. Além disso, oferece também uma<br />

contribuição no funcionamento e <strong>de</strong>senvolvimento do pensamento crítico, levando o leitor a avaliar<br />

e questionar o texto lido, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um referencial próprio <strong>de</strong> seus conhecimentos, conceitos e<br />

valores (Gregoire e Piérart, 1997).<br />

Consi<strong>de</strong>rando esse contexto, a universida<strong>de</strong> tem o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> proporcionar ao estudante uma<br />

formação que lhe propicie condições <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver uma leitura eficaz, principalmente no que<br />

tange à leitura técnico-científica, que é primordial ao futuro <strong>de</strong>sempenho profissional <strong>de</strong>sse<br />

estudante (Witter, 1996,1997). A habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> leitura é essencial para o estudante universitário,<br />

conforme observa Santos (1991), pois seu sucesso no ensino superior está associado à sua<br />

10


Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

maturida<strong>de</strong> em leitura, que po<strong>de</strong> ser melhorada, se diagnosticada apropriadamente. Assim, o papel<br />

da universida<strong>de</strong> é planejar, <strong>de</strong>senvolver e administrar programas <strong>de</strong> superação das limitações<br />

relacionadas à dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> leitura.<br />

REFERÊNCIAS<br />

Garrido, E. (1988).O ensino da filosofia no 2º grau e a compreensão <strong>de</strong> textos: Um levantamento<br />

em São Paulo e uma aplicação da técnica Cloze. Tese Doutorado não-publicada, Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Educação,Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo.São Paulo,SP.<br />

Gregoire,J.& Piérart,B.(1997). Avaliação problemas <strong>de</strong> leitura: Os novos mo<strong>de</strong>los teóricos e suas<br />

implicações (M. R. B. Osório, Trad.). Porto Alegre: Artes Médicas.<br />

Oliveira, K. L. e Santos, A. A. A. (2005). Compreensão em leitura e avaliação da aprendizagem em<br />

universitários. Psicologia Reflexão e Crítica, Porto Alegre, 18(1): 118-124.<br />

Santos, A. A. A. (l991). Desempenho em leitura: Um estudo diagnóstico da compreensão e hábitos<br />

<strong>de</strong> leitura entre universitário.Estudos <strong>de</strong> Psicologia, 8(1): 6-19.<br />

Witter,G.P. (1996). Avaliação da produção científica sobre leitura na universida<strong>de</strong>. Psicologia<br />

Escolar e Educacional, 1: 31-37.<br />

Witter, G. P. (1997). Leitura e universida<strong>de</strong>. Em G. P. Witter (Org.), Leitura e universida<strong>de</strong> (pp. 9-<br />

18). Campinas, SP: Alínea.<br />

11


Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

DIFERENTES MÉTODOS DE INDUÇÃO A REPRODUÇÃO DA OSTRA NATIVA Crassostrea<br />

rhizophorae (GUILDING, 1828) EM LABORATÓRIO<br />

DIFFERENT METHODS FOR THE INDUCTION OF REPRODUCTION OF NATIVE OYSTER Crassostrea<br />

rhizophorae (GUILDING, 1828) IN LABORATORY<br />

Henrique David LAVANDER*; Leônidas <strong>de</strong> Oliveira CARDOSO JUNIOR; Ricardo Luís Men<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> OLIVEIRA; Leilane Bruna Gomes dos SANTOS; Sérgio Rodrigues da SILVA NETO; Andre<br />

Batista <strong>de</strong> SOUZA; Wanessa <strong>de</strong> Melo COSTA; Alfredo Olivera GÁLVEZ.<br />

Departamento <strong>de</strong> <strong>Pesca</strong> e Aqüicultura, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Rural <strong>de</strong> Pernambuco.<br />

*E-mail: anzolhdl@hotmail.com<br />

Resumo - Para o processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> sementes das ostras ocorra continuamente, é necessário<br />

ter reprodutores maturos sexualmente e aptos a <strong>de</strong>sovarem durante o ano inteiro. Devido<br />

a isso, esta pesquisa preten<strong>de</strong>u analisar os diferentes métodos <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong> gametas<br />

da ostra nativa Crassostrea rhizophorae em laboratório. Foram capturadas 240 ostras<br />

nos estuários do rio Formoso e do rio Timbó, ambas situadas no litoral do Estado <strong>de</strong><br />

Pernambuco. As do rio Timbó foram maturadas com dieta algal baseada em 5% do peso<br />

seco das ostras durante 35 dias, já as do rio Formoso não passaram por este processo.<br />

Os métodos <strong>de</strong> indução à reprodução utilizados foram variação <strong>de</strong> salinida<strong>de</strong>, “secomolhado”<br />

(exposição ao ar com imersão) e variação <strong>de</strong> temperatura. As ostras<br />

maturadas em laboratório respon<strong>de</strong>ram positivamente, a todos os estímulos. E as ostras<br />

advindas diretamente do campo por outro lado não apresentaram nenhum resposta,<br />

apresentando apenas espasmos.<br />

Palavras–chave: ostra nativa; Crassostrea rhizophorae; reprodução induzida.<br />

Abstract - For the production of seed oysters occur continuously, it is necessary to have breeding<br />

couples and sexually capable of spawning during the entire year. Hence, this research<br />

in<strong>de</strong>n<strong>de</strong>d to examine the different methods of obtaining gametes of the native oyster<br />

Crassostrea rhizophorae in the laboratory. Were captured 240 oysters in the estuaries of<br />

the river Timbó and Formoso, both located in the coastal of the Pernambuco state.<br />

Oysters from the Timbó river were maturared with diet algae, based on 5% of the dry<br />

weight, for 35 days. Oysters from Formoso river didn't go to this process. The methods<br />

by induction to the reproduction used were variation to the salinity, "dry-wet" (an<br />

exposere to the air with immersion) and to the temperature’s variation. The oysters ripen<br />

in laboratory answered the positively, to all stimuli, and the oysters proceeding directly<br />

from of the field on the other hand didn't answer, the any just presenting spasms.<br />

Key-words: native oyster, Crassostrea rhizophorae. induction, reproduction.<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

INTRODUÇÃO<br />

Diante da <strong>de</strong>crescente disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alimentos e a crescente <strong>de</strong>manda populacional, a<br />

aqüicultura é apontada como a principal alternativa para incrementar a oferta <strong>de</strong> pescado no mundo,<br />

consi<strong>de</strong>rada uma importante fonte <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> alimento (FAO, 2002), sendo a ostreicultura um<br />

dos seus principais ramos FAO (2004).<br />

Um dos entraves para o <strong>de</strong>senvolvimento da ostreicultura na região nor<strong>de</strong>ste é a<br />

disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sementes. A captação <strong>de</strong> sementes <strong>de</strong> ostras nativas no ambiente natural se dá<br />

através do uso <strong>de</strong> diversos tipos <strong>de</strong> coletores artificiais, no entanto aten<strong>de</strong> apenas a <strong>de</strong>manda em<br />

nível artesanal, sendo necessária uma produção em laboratório para suprir a necessida<strong>de</strong> em escala<br />

comercial da ativida<strong>de</strong>.<br />

Segundo Rios (1994), o pico reprodutivo para moluscos bivalves <strong>de</strong> maneira geral ocorre na<br />

primavera, no entanto <strong>de</strong>sovas parciais ocorrem ao longo do ano. Desta forma, para que o processo<br />

<strong>de</strong> produção <strong>de</strong> sementes ocorra continuamente é necessário ter reprodutores maturos sexualmente<br />

provenientes do ambiente natural, ou maturados em laboratório.<br />

METODOLOGIA<br />

Os organismos utilizados no estudo foram selecionados em ambiente natural e coletados<br />

durante o verão. Foram capturadas 120 ostras no estuário do rio Formoso e 120 no estuário do rio<br />

Timbó, localizados respectivamente no litoral sul e norte do estado <strong>de</strong> Pernambuco.<br />

As ostras foram coletadas em diferentes pontos e em diferentes substratos (rocha, lama e<br />

raízes) <strong>de</strong> cada estuário. Analisou-se a salinida<strong>de</strong> do local e em seguida os indivíduos foram<br />

armazenados em caixas térmicas e conduzidos para o Laboratório <strong>de</strong> Maricultura Sustentável<br />

(LAMARSU) da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Rural <strong>de</strong> Pernambuco (UFRPE).<br />

Os indivíduos capturados no estuário do rio Formoso apresentavam gônada em estágio<br />

maturacional avançado e características morfométricas <strong>de</strong>sejáveis. Por outro lado, os capturados no<br />

estuário do rio Timbó não apresentavam características <strong>de</strong>sejáveis e passaram por uma maturação<br />

em laboratório durando 35 dias.<br />

A maturação dos indivíduos foi realizada com alimentação diária, ofertada em duas porções,<br />

e taxa <strong>de</strong> alimentação utilizada foi <strong>de</strong> 5%, baseada no peso seco e as espécies <strong>de</strong> microalgas<br />

ministradas na dieta foram: Isochrysis galbana, Tetraselmis tetrathele e Chaetoceros calcitrans.<br />

Ambos os lotes do estuário do rio Formoso e do rio Timbó, foram distribuídos em três<br />

caixas plásticas (unida<strong>de</strong>s experimentais) com 20 indivíduos cada. Os estímulos foram aplicados em<br />

06 caixas com capacida<strong>de</strong> para 50 litros, sendo utilizado um volume <strong>de</strong> 15 litros para cada caixa.<br />

Os métodos <strong>de</strong> indução à reprodução utilizados foram variação <strong>de</strong> salinida<strong>de</strong>, “secomolhado”<br />

(exposição ao ar com imersão) e variação <strong>de</strong> temperatura.<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

O tempo <strong>de</strong> imersão em água <strong>de</strong> cada tratamento foi <strong>de</strong> 20 minutos sendo o primeiro com<br />

variação crescente da salinida<strong>de</strong> (15, 20, 25, 30 e 35), o segundo com variação crescente <strong>de</strong><br />

temperatura (20° C, 24° C, 28° C, 32° C e 35° C) e o último apenas com imersão e exposição ao ar<br />

(10 minutos para todos os métodos). As variáveis foram mensuradas através <strong>de</strong> um equipamento<br />

multiparâmetro mo<strong>de</strong>lo YSI-incorporeted 556 mps e refratômetro ATAGO S10E.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

As ostras maturadas em laboratório advindas do rio Timbó respon<strong>de</strong>ram ao estímulo <strong>de</strong><br />

indução à <strong>de</strong>sova nos três tratamentos. No método <strong>de</strong> variação na salinida<strong>de</strong>, apenas 02 machos<br />

liberaram gametas na água. Com o método <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> temperatura, 03 machos liberaram<br />

gametas. E o método ”seco e molhado”, 02 machos respon<strong>de</strong>ram ao estímulo.<br />

O lote das ostras do rio Timbó, maturadas em laboratório, apresentavam pouco<br />

<strong>de</strong>senvolvimento das gônadas com exceção <strong>de</strong> alguns indivíduos que estavam aptos para <strong>de</strong>sova. As<br />

ostras provenientes do estuário do rio Formoso, que não foram maturadas, em nenhum dos<br />

tratamentos respon<strong>de</strong>ram aos estímulos. Os indivíduos que receberam o método com variação <strong>de</strong><br />

salinida<strong>de</strong>, respon<strong>de</strong>ram melhor ao estímulo, com espasmos constantes das valvas, <strong>de</strong>vido aos<br />

valores das variáveis encontrados em campo como salinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 15.<br />

É <strong>de</strong> fundamental importância a realização <strong>de</strong> futuros estudos, que testem novamente os<br />

métodos escolhidos, com indivíduos melhores maturados em laboratório e capturados em campo em<br />

épocas distintas ao longo do ano.<br />

REFERÊNCIAS<br />

FAO. El estado mundial <strong>de</strong> la pesca y la acuicultura 2002. Roma: Food and Agriculture<br />

Organization of the United Nations FAO, 2002.<br />

FAO. El estado mundial <strong>de</strong> la pesca y la acuicultura 2004. Roma: Food and Agriculture<br />

Organization of the United Nations, 2004.<br />

Rios, E. C. Seashells of Brasil. Fundação cida<strong>de</strong> do Rio Gran<strong>de</strong>. Museu Oceanográfico, 1994.<br />

328p.<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

MATURAÇÃO DA OSTRA NATIVA Crassostrea rhizophorae (GUILDING, 1828)<br />

EM LABORATÓRIO<br />

MATURITY OF NATIVE OYSTER Crassostrea rhizophorae (GUILDING, 1828) IN LABORATORY<br />

Henrique David LAVANDER; Leônidas <strong>de</strong> Oliveira CARDOSO JUNIOR; Ricardo Luís Men<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> OLIVEIRA*; Leilane Bruna Gomes dos SANTOS; Sérgio Rodrigues da SILVA NETO; André<br />

Batista <strong>de</strong> SOUZA; Wanessa <strong>de</strong> Melo COSTA; Alfredo Olivera GÁLVEZ<br />

Departamento <strong>de</strong> <strong>Pesca</strong> e Aqüicultura, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Rural <strong>de</strong> Pernambuco.<br />

*Email: rickpesca@hotmail.com<br />

Resumo - A maturação é o processo pelo qual os organismos realizam a formação <strong>de</strong> gametas e<br />

inicia quando a energia armazenada na forma <strong>de</strong> glicogênio, que é um carboidrato <strong>de</strong><br />

reserva, é transformada em material reprodutivo. Segundo Illanes (1997), a seleção dos<br />

reprodutores se orienta, basicamente, na obtenção <strong>de</strong> exemplares adultos com<br />

características <strong>de</strong>sejáveis e condicionados para liberar gametas <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>. Tendo<br />

isto em vista, o estudo preten<strong>de</strong>u avaliar a metodologia para a maturação da ostra nativa<br />

Crassostrea rhizophorae em laboratório. Foram coletados 170 indivíduos no estuário do<br />

rio Timbó, situado no litoral do Estado <strong>de</strong> Pernambuco, on<strong>de</strong> permaneceram durante 45<br />

dias em processo <strong>de</strong> maturação, com temperatura controlada. A alimentação foi<br />

composta por três espécies <strong>de</strong> microalgas e baseada em 5% do peso seco das ostras. A<br />

<strong>de</strong>terminação do estágio maturacional focou-se em amostras iniciais e finais para<br />

análise visual e microscópica da gônada. Os resultados obtidos foram satisfatórios,<br />

<strong>de</strong>vido à maior proporção dos indivíduos que se apresentaram maduros e outra<br />

proporção em maturação, encontrando-se poucos indivíduos esvaziados <strong>de</strong>monstrando<br />

assim, a viabilida<strong>de</strong> da maturação <strong>de</strong> indivíduos adultos em laboratório.<br />

Palavra-chave: ostra nativa; Crassostrea rhizophorae; maturação gonadal.<br />

Abstract - Maturation is the process by which organisms carry out the formation of gametes and<br />

begins when the stored energy in the form of glycogen, a reserve of carbohydrates, is<br />

transformed into reproductive material. In accordance with Illanes (1997), the selection<br />

of breeding is oriented mainly to obtain copies of adults with <strong>de</strong>sirable characteristics<br />

and conditioned to make gametes of good quality. In view of this, this study assessed<br />

the methodology for maturation of the native oyster Crassostrea rhizophorae in the<br />

laboratory. Were collected 170 individuals in the estuary of the river Timbó, located on<br />

the coast of the state of Pernambuco, and he remained for 45 days in the process of<br />

maturing, with temperature control. The diet was composed of three species of<br />

microalgae and based on 5% of the dry weight of oysters. The <strong>de</strong>termination of<br />

maturational stage focused on the initial and final visual and microscopic analysis of<br />

samples for the gonads. The results were satisfactory, due to higher proportion of<br />

individuals showed up and mature a certain proportion being in maturity, finding few<br />

individuals emptied, thus <strong>de</strong>monstrating the feasibility of maturity of adults in a<br />

laboratory.<br />

Key-words: maturity, native oyster, Crassostrea rhizophorae.<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

INTRODUÇÃO<br />

Maturação é um ponto <strong>de</strong> fundamental importância para a produção <strong>de</strong> sementes <strong>de</strong> ostras<br />

em ambiente controlado, uma vez que o período reprodutivo da maioria das espécies é restrito a<br />

certas épocas do ano. Segundo Rios (1994), o pico reprodutivo para moluscos bivalves <strong>de</strong> maneira<br />

geral ocorre na primavera, no entanto, <strong>de</strong>sovas parciais ocorrem ao longo do ano.<br />

É conhecido que a manipulação dos fatores físicos e nutricionais po<strong>de</strong> afetar o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento gonadal, atuando na aceleração da gametogênese ou no retardamento da<br />

maturação gonadal (GALLAGER & MANN, 1986).<br />

Desta forma, para que o processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> sementes <strong>de</strong> ostras ocorra continuamente,<br />

é necessário ter reprodutores maturos sexualmente aptos a <strong>de</strong>sovarem durante o ano inteiro. Para<br />

realização do processo <strong>de</strong> maturação <strong>de</strong>ve-se manter controladas as variáveis <strong>de</strong>terminantes para<br />

maturação das gônadas.<br />

METODOLOGIA<br />

As ostras utilizadas no estudo foram obtidas no estuário do rio Timbó, localizado no litoral<br />

norte do estado <strong>de</strong> Pernambuco. Os 170 indivíduos coletados foram conduzidos para o Laboratório<br />

<strong>de</strong> Maricultura Sustentável (LAMARSU) localizado na Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Rural <strong>de</strong> Pernambuco<br />

(UFRPE) on<strong>de</strong> permaneceram por um período <strong>de</strong> 45 dias em processo <strong>de</strong> maturação.<br />

As ostras foram coletadas nas raízes do mangue, durante a maré baixa, com auxílio <strong>de</strong> facas<br />

e luvas, e em seguida foram armazenadas em caixas térmicas e transportadas até o laboratório. Após<br />

a chegada ao LAMARSU, proce<strong>de</strong>u-se a limpeza das ostras as quais foram escovadas<br />

manualmente, lavadas, separadas e foram removidos os organismos incrustantes, como esponjas,<br />

cracas, poliquetas e outras ostras menores. A seguir, as ostras foram colocadas em um recipiente <strong>de</strong><br />

50 litros contendo solução <strong>de</strong> cloro a 25 ppm, durante 30 minutos para eliminação <strong>de</strong> poliquetas que<br />

ficam entre as valvas dos indivíduos.<br />

Após a limpeza, os indivíduos foram medidos com paquímetro <strong>de</strong> precisão <strong>de</strong> 0,005 mm e<br />

pesados em balança analítica (mo<strong>de</strong>lo Marte AL-500) e em seguida colocados em uma calha <strong>de</strong><br />

fibra retangular com 450 litros <strong>de</strong> água salgada, aeração constante e um sistema <strong>de</strong> biofiltro com<br />

air-lift para recirculação da água.<br />

O estudo foi conduzido em uma na sala com controle <strong>de</strong> temperatura. Diariamente foram<br />

aferidas as variáveis físicas como temperatura (°C), oxigênio dissolvido (mg/L -1 ), oxigênio em<br />

saturação (%), salinida<strong>de</strong>, condutivida<strong>de</strong> (ms/cm) e pH.<br />

A alimentação foi composta por três espécies <strong>de</strong> microalgas: Chaetoceros muelleri,<br />

Isochrysis galbana e Tetraselmis tetrathele produzidas no Laboratório <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> Alimento<br />

Vivo (LAPAVI) e no LAMARSU. A taxa <strong>de</strong> alimentação baseou-se em 5% do peso seco das ostras<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

(540,5 g). O alimento foi ofertado duas vezes ao dia: pela manhã, após sifonagem do tanque, e à<br />

tar<strong>de</strong>, após aferição das variáveis.<br />

Para <strong>de</strong>terminação do estágio maturacional das ostras foram retiradas amostras iniciais e<br />

finais <strong>de</strong> exemplares para análises visual e microscópica da gônada. Na análise visual observou-se a<br />

coloração e o tamanho da gônada, classificando-a em imatura, em maturação, maduras ou<br />

esvaziadas. A análise microscópica objetivou a i<strong>de</strong>ntificação do sexo. Nas fêmeas, observou-se o<br />

formato e o tamanho dos ovócitos e, nos machos, a mobilida<strong>de</strong> e quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espermatozói<strong>de</strong>s.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

As médias dos valores <strong>de</strong> temperatura (ºC), oxigênio dissolvido (mg.L -1 ), saturação <strong>de</strong><br />

oxigênio (%), pH e salinida<strong>de</strong> são 22,28 ºC, 5,94 mg/L ,67,6 %, 8,05 , 32 respectivamente.<br />

Para análise inicial das gônadas, foram utilizados 50 indivíduos, on<strong>de</strong> se observou que 38%<br />

<strong>de</strong>stes encontrava-se em maturação, 8% maduros e 54% esvaziados.<br />

Dentre os 120 indivíduos utilizados para maturação, 15 exemplares morreram, apresentando<br />

uma sobrevivência <strong>de</strong> 87,5%. O lote obteve médias <strong>de</strong> 55,523 mm e 36,722 mm <strong>de</strong> comprimento e<br />

largura respectivamente. A proporção <strong>de</strong> machos e fêmeas foi respectivamente <strong>de</strong> 68,57% e<br />

31,43%. Dentre esses indivíduos 33,33% apresentaram-se em maturação, 44,76% maduros, 21,90%<br />

esvaziados e nenhum imaturo.<br />

Os resultados obtidos foram satisfatórios <strong>de</strong>vido a maior proporção dos indivíduos<br />

apresentaram-se maduros e uma certa proporção estarem em maturação, encontrando-se poucos<br />

indivíduos esvaziados <strong>de</strong>monstrando assim a viabilida<strong>de</strong> da maturação <strong>de</strong> indivíduos adultos em<br />

laboratório. Contudo existe a necessida<strong>de</strong> da realização <strong>de</strong> novos trabalhos que testem novas dietas<br />

<strong>de</strong> microalgas e em concentrações distintas durante a maturação das ostras.<br />

REFERÊNCIAS<br />

ILLANES, Juan E.. Manejo <strong>de</strong> reproductores. Curso Internacional en Cultivos <strong>de</strong> Moluscos,<br />

Coquimbo, Chile, 1997, p 89–98.<br />

GALLAGER, S. M.; MANN, R. 1986. Growth and survival of larvae of Mercenaria mercenaria<br />

(L.) and Crassostrea virginica (Gmelin) relative to broodstock conditioning and lipid content of<br />

eggs. Aquaculture 56, p 105– 121.<br />

RIOS, E. C. Seashells of Brasil. Fundação cida<strong>de</strong> do Rio Gran<strong>de</strong>. Museu Oceanográfico, 1994.<br />

328p.<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

AVALIAÇÃO LIMNOLÓGICA NICTIMERAL NO CULTIVO DE TILÁPIA<br />

(Oreochromis niloticos) EM TANQUE-REDE<br />

LIMNOLOGICAL NICTIMERAL EVALUATION IN CULTURE OF TILÁPIA (Oreochromis niloticus) IN CAGE<br />

Elaine Cristina SANTOS * ; Samuel Herculano <strong>de</strong> FREITAS; Vinicius Augusto DIAS FILHO; Athiê<br />

Jorge dos Santos GUERRA<br />

Departamento <strong>de</strong> <strong>Pesca</strong> e Aqüicultura – UFRPE<br />

*E-mail: elainepesca@gmail.com<br />

Resumo - O cultivo <strong>de</strong> tilápia em tanque-re<strong>de</strong> vem crescendo <strong>de</strong> forma acelerada nos últimos anos,<br />

e uma boa produção <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das características ambientais. Neste estudo objetivou-se<br />

avaliar a qualida<strong>de</strong> da água em um cultivo. As análises <strong>de</strong> água in situ foram medidas<br />

com aparelho multiparamêtros e as variáveis químicas em laboratório. Os parâmetros<br />

físico-químicos da água estão <strong>de</strong>ntro dos valores estabelecidos pela resolução<br />

CONAMA nº357/2005, comprovando assim a viabilida<strong>de</strong> do cultivo sem causar<br />

alterações significativas ao ambiente aquático.<br />

Palavras-chave: nictimeral, tilápia (Oreochromis niloticus), qualida<strong>de</strong> da água.<br />

Abstract - The culture of tilapia in pond-net is growing so quickly in recent years, and a good<br />

production <strong>de</strong>pends on the environmental characteristics. This study purposed to evaluate<br />

the water quality. The analyses of water were measured in situ with multiparameters<br />

equipament and the others variables in laboratory. The parameters physiciochemical of<br />

the water are insi<strong>de</strong> of the values established for CONAMA resolution nº357/2005,<br />

proving the viability of the culture without causing significant alterations in the aquatic<br />

environment.<br />

Key-words: nictimeral, tilapia (Oreochromis niloticus), water quality.<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

INTRODUÇÃO<br />

Com o crescimento da tilapicultura em tanque-re<strong>de</strong> faz necessário o monitoramento da<br />

qualida<strong>de</strong> da água nos arredores das instalações <strong>de</strong> cultivo, através da compreensão <strong>de</strong> variáveis<br />

limnológicas, que permite reconhecer alterações ocorridas e efeitos sobre as comunida<strong>de</strong>s naturais,<br />

possibilitando o gerenciamento sustentável dos recursos hídricos.<br />

O reservatório <strong>de</strong> Moxotó apresenta condições ambientais a<strong>de</strong>quadas à implantação <strong>de</strong><br />

projetos <strong>de</strong> piscicultura em tanques-re<strong>de</strong>. Esse tipo <strong>de</strong> criação introduz diretamente no corpo d’água<br />

uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> matéria orgânica, o que po<strong>de</strong> contribuir para acelerar os processos <strong>de</strong><br />

eutrofização do meio <strong>de</strong>vido aos aportes <strong>de</strong> nutrientes e materiais em suspensão provenientes,<br />

principalmente, do exce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> alimentos, fezes e excretas dos peixes. Estudos sobre os impactos<br />

causados por essa ativida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m fornecer dados para uma gestão ambiental que permita<br />

maximizar o uso múltiplo dos recursos hídricos sem que haja maiores danos ao ambiente aquático.<br />

Este estudo teve como objetivo, avaliar os efeitos do cultivo <strong>de</strong> tilápia em tanque-re<strong>de</strong> na qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> água.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

Amostras da água foram obtidas <strong>de</strong> oito estações pré-estabelecidas, próximas ao local <strong>de</strong><br />

cultivo, no município <strong>de</strong> Jatobá-PE, no período <strong>de</strong> 24h, com intervalos <strong>de</strong> 3h entre as coletas.<br />

As variáveis temperatura, pH, condutivida<strong>de</strong> elétrica, salinida<strong>de</strong>, oxigênio dissolvido da<br />

água, e sólidos totais dissolvidos, foram <strong>de</strong>terminadas in sito, com analisador multiparâmetro. As<br />

<strong>de</strong>mais variáveis, foram efetuadas com amostras <strong>de</strong> superfície e analisadas em laboratório.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

As variações encontradas foram: temperatura 27,1 a 27,7ºC. O OD <strong>de</strong> 4,64 a 5,73mg/L. O<br />

pH <strong>de</strong> 7,3 a 7,6. A alcalinida<strong>de</strong> total variou entre 29,75 a 31,00 mg/L CaCO 3 . A dureza <strong>de</strong> 24,95 a<br />

26,35 mg/L CaCO 3, cálcio <strong>de</strong> 6,09 a 6,32mg/L Ca e o magnésio <strong>de</strong> 2,37 a 2,69 mg/L Mg. Os<br />

parâmetros <strong>de</strong> condutivida<strong>de</strong> elétrica (0,056 µS/cm), salinida<strong>de</strong> (0,02 psl), o STD (0,036 g/L), não<br />

apresentaram variações. Resultados semelhantes foram <strong>de</strong>scritos pela FADURPE (2000)<br />

A concentração <strong>de</strong> cloreto e turbi<strong>de</strong>z apresentaram valores inferiores aos recomendados pelo<br />

CONAMA, a saber, 250 mg/L(cloreto), 100 UNT(turbi<strong>de</strong>z).<br />

A concentração dos nutrientes fosfatados foi expressa na forma <strong>de</strong> fosfato inorgânico,<br />

fosfato total e fósforo total, porém apenas o fósforo total tem valores limites estabelecidos, cujo os<br />

níveis apresentaram-se acima do limite 30,0 µg estabelecido pelo CONAMA (Tabela 1).<br />

Os parâmetros físico-químicos da água em sua maioria estão <strong>de</strong>ntro dos valores<br />

estabelecidos pela resolução CONAMA nº357/2005, não apresentando alterações significativas na<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

qualida<strong>de</strong> da água durante a análise nictimeral, havendo, enfim, viabilida<strong>de</strong> técnica para o cultivo<br />

da espécie com menor impacto ambiental.<br />

Tabela 1. Valores das variáveis analisadas em laboratório, nos diferentes horários <strong>de</strong> coleta.<br />

Horário 7:30 10:30 13:30 16:30 19:30 22:30 01:30 04:30 Desvio Amp<br />

Alcalinida<strong>de</strong> total (mg/L CaCO 3 ) 29,88 29,94 29,75 30,69 30,00 31,00 30,25 30,38 0,433752 1,3<br />

Dureza total (mg/L CaCO 3 ) 25,55 25,62 25,80 25,97 25,17 24,95 26,35 26,30 0,498023 0,8<br />

Cálcio (mg/L Ca) 6,06 6,18 6,12 6,32 6,09 6,09 6,26 6,09 0,093875 0,3<br />

Magnésio(mg/L Mg) 2,53 2,47 2,55 2,47 2,42 2,37 2,60 2,69 0,103265 0,3<br />

Cloreto (mg/L Cl) 0,60 0,60 0,60 0,61 0,60 0,62 0,61 0,61 0,00744 0<br />

Turbi<strong>de</strong>z (UNT) 0,9 1,0 0,9 2,1 2,0 0,7 1,2 1,1 0,523552 1,4<br />

Nitrato (µg/l N) 9,684 7,440 8,700 7,865 10,527 11,843 8,113 14,114 2,289830 6,7<br />

Nitrito (µg/l N) 0,084 0,063 0,077 0,063 0,091 0,049 0,098 0,042 0,019953 0.1<br />

Nitrogênio amoniacal (µg/l N) 14,973 12,223 16,602 10,593 7,537 10,084 7,639 6,213 3,68978 10,4<br />

Fosfato inorgânico (µg/l P) 4,111 2,860 3,217 2,323 3,038 3,038 4,468 4,647 0,83809 2,3<br />

Fosfato total(µg/l P) 7,257 6,684 6,493 6,111 6,111 6,111 7,066 6,302 O,45011 1,1<br />

Fósforo total(µg/l P) 55,573 37,049 50,698 40,298 41,598 51,998 51,998 47,448 6,659028 18,5<br />

Clorofila-a (µg/l ) 1,150 1,155 1,303 1,301 1,469 1,143 0,973 1,409 0,162427 0,5<br />

Feofitina (µg/l ) 1,718 1,094 1,221 1,380 1,397 1,475 1,475 1,175 0,20011 0,6<br />

REFERÊNCIAS<br />

BRASIL, 2005. Resolução CONAMA nº. 357, <strong>de</strong> 17 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2005.<br />

FADURPE. 2000. Zoneamento da Piscicultura em Tanques-re<strong>de</strong> nos Reservatórios do Sub-médio<br />

São Francisco: Zoneamento do Reservatório <strong>de</strong> Moxotó. Relatório técnico 12/2000, Recife,<br />

FADURPE/CHESF.<br />

20


Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

RENDIMENTO DO FILÉ DE PIRARUCU<br />

PIRARUCU’S FILLET YIELD<br />

Samanta Eulles Quixaba <strong>de</strong> CARVALHO 1* ; Fabíola Helena dos Santos FOGAÇA 1 ; Francisco José<br />

<strong>de</strong> Seixas SANTOS 1 ; Elenise Gonçalves <strong>de</strong> OLIVEIRA 2<br />

1<br />

Embrapa Meio-Norte, BR 343, Km 35, Caixa Postal 341, CEP 64200-970, Parnaíba, PI.<br />

2 Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Ceará, Avenida da Universida<strong>de</strong>, 2853, Benfica, CEP 60002-181,<br />

Fortaleza, CE<br />

*E-mail: samantaeulles@hotmail.com<br />

Resumo - Avaliou-se o rendimento do filé <strong>de</strong> pirarucu (Arapaima gigas) cultivado em canal <strong>de</strong><br />

irrigação. Foram comparados três grupos com diferentes médias <strong>de</strong> peso. Os exemplares<br />

foram medidos, pesados, eviscerados e, após a filetagem, calculou-se o rendimento do<br />

filé sem pele. Para as classes <strong>de</strong> 8, 12 e 15 kg, os rendimentos foram <strong>de</strong> 47,63, 48,62 e<br />

49,79%, respectivamente. Com base nos resultados obtidos, não houve diferença<br />

significativa (P


Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

INTRODUÇÃO<br />

Pirarucu é a <strong>de</strong>nominação popular dada ao peixe da espécie Arapaima gigas, também<br />

conhecido como bacalhau-da-Amazônia, consi<strong>de</strong>rado um dos maiores peixes <strong>de</strong> água doce do<br />

mundo (Oliveira, 2007). Poucos são os estudos relacionados ao rendimento do filé do pirarucu,<br />

sendo importante <strong>de</strong>terminá-lo para avaliar fatores críticos no processamento e visualizar seu<br />

potencial <strong>de</strong> industrialização, permitindo assim à indústria dimensionar sua produção e ao mercado<br />

saber o potencial <strong>de</strong> recursos disponíveis. Desta forma, o objetivo <strong>de</strong>ste trabalho foi avaliar o<br />

rendimento do filé sem pele do pirarucu, segundo diferentes classes <strong>de</strong> pesos.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

O trabalho foi realizado na Embrapa Meio-Norte, Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Execução <strong>de</strong> Pesquisa <strong>de</strong><br />

Parnaíba. Foram utilizados 15 exemplares <strong>de</strong> pirarucu (Arapaima gigas), com aproximadamente 18<br />

meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, provenientes do canal <strong>de</strong> irrigação do DITALPI (Distrito <strong>de</strong> Irrigação Tabuleiros<br />

Litorâneos do Piauí). Os peixes foram capturados com re<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesca e puçás, e estocados em caixas<br />

<strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> 1.000 L para serem transportados ao local <strong>de</strong> realização do trabalho.<br />

Os peixes foram pesados em balança digital e medidos em um ictiômetro para obter o peso e<br />

comprimento total. Em seguida foram abatidos por choque térmico em gelo e água (1:1), sangrados<br />

pelo corte das guelras, eviscerados e filetados. O rendimento (RF) foi analisado em três grupos <strong>de</strong><br />

pesos: 7,99 + 0,27; 12,05 + 0,27 e 15,14 + 0,99 kg, segundo a equação: RF = (Peso do filé x<br />

100)/Peso Total.<br />

pesos.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

A tabela abaixo apresenta os resultados <strong>de</strong> rendimento <strong>de</strong> filé das diferentes classes <strong>de</strong><br />

Tabela 1. Médias <strong>de</strong> rendimento do filé (RF) <strong>de</strong> pirarucu<br />

Grupo RF (%)<br />

1 47,43 + 1,46<br />

2 48,62 + 3,00<br />

3 49,79 + 3,60<br />

Média <strong>de</strong> 5 peixes (n=5) + DP. Grupos: 1 (7,99 + 0,27 kg), 2 (12,05 + 0,27 kg) e 3 (15,14 + 0,99 kg).<br />

Apesar <strong>de</strong> apresentarem difenças numéricas, não houve diferença estatística (P


Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

ALOMETRIA DO GUAIAMUM, Cardisoma guanhumi LATREILLE, 1828 (DECAPODA,<br />

GECARCINIDAE) NO ESTUÁRIO DO RIO JAGUARIBE, CEARÁ, BRASIL<br />

ALOMETRY OF LAND CRAB, Cardisoma guanhumi LATREILLE, 1828 (DECAPODA: GECARCINIDAE) FROM<br />

JAGUARIBE RIVER ESTUARY, CEARÁ STATE, BRASIL<br />

Renata Akemi SHINOZAKI-MENDES 1,2 *; Jones SANTANDER-NETO 1 ; Fábio H. V. HAZIN 2 e<br />

José Roberto F. SILVA 1<br />

1<br />

Laboratório <strong>de</strong> Histologia Animal, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Ceará.<br />

2<br />

Laboratório <strong>de</strong> Oceanografia Pesqueira, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Rural <strong>de</strong> Pernambuco.<br />

*E-mail: renataasm@gmail.com<br />

Resumo - No presente trabalho, a largura do cefalotórax (LC), o comprimento do maior quelípodo<br />

(CQ), nos machos, e a largura do 5º segmento abdominal (L 5 ), nas fêmeas, <strong>de</strong> 334<br />

indivíduos <strong>de</strong> Cardisoma guanhumi, capturados no estuário do Rio Jaguaribe, Ceará,<br />

Brasil, entre Dez./06 e Nov./07, foram mensurados. O tamanho da muda puberal foi<br />

<strong>de</strong>terminado através do ponto <strong>de</strong> inflexão da curva na relação LC x CQ e LC x L 5 . A<br />

largura do cefalotórax em que ocorre a muda puberal, foi igual a 7,10 cm, nos machos, e<br />

6,20 cm, nas fêmeas. Foram obtidas as seguintes relações, para juvenis e adultos,<br />

respectivamente, dos machos: CQ = 0,0747 LC 2,2826 e CQ = 0,5148LC 1,3055 ; e das<br />

fêmeas: L 5 = 0,0839LC 2,5744 e L 5 = 0,6666LC 2,0554 .<br />

Palavras-chaves: guaiamum, alometria, manguezal, caranguejo terrestre, muda puberal.<br />

Abstract - In the present study, the width of the cephalothorax (LC), the length of the largest<br />

chelipod (CQ), for males, and the length of the 5 th abdominal segment, for females, were<br />

measured from 334 specimes of Cardisoma guanhumi, caught from Dec./06 to Nov./07,<br />

in the Jaguaribe River Estuary, Ceara State, Brazil. The size of pubertal molting was<br />

<strong>de</strong>termined through the inflection point of the relation LC x CQ and LC x L 5 . The width<br />

of the cephalothorax in which the pubertal molting occurs was equal to 7.1 cm, for males,<br />

and 6.20 cm, for females. The following equations were obtained, for juvenile and adult<br />

specimens, respectively, for males: CQ= 0.0747 LC 2, 2826 and CQ = 0.5148 LC 1, 3055 , and<br />

for females: L 5 = 0,0839LC 2,5744 and L 5 = 0,6666LC 2,0554 .<br />

Key-words: guaiamum, alometry, mangrove, land crab, puberal molting.<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

INTRODUÇÃO<br />

O guaiamum, Cardisoma guanhumi, é um caranguejo terrestre que possui hábitos noturnos<br />

(Melo, 1996) e distribuição circumequatorial (Burggren & McMahon, 1988), cuja amplitu<strong>de</strong> é, em<br />

gran<strong>de</strong> medida, <strong>de</strong>terminada pela temperatura da água, sendo a sobrevivência das larvas<br />

comprometida em áreas on<strong>de</strong> a mesma é inferior a 20ºC (Hill, 2001).<br />

O estudo da alometria no crescimento é uma importante ferramenta na <strong>de</strong>terminação do<br />

tamanho em que a espécie atinge a maturida<strong>de</strong> funcional. Esta <strong>de</strong>terminação é possível <strong>de</strong>vido à<br />

presença <strong>de</strong> uma muda puberal que é acompanhada <strong>de</strong> bruscas modificações nas dimensões do<br />

corpo (Hartnol, 1978), como, por exemplo, o comprimento do quelípodo nos machos e a largura do<br />

abdômen nas fêmeas.<br />

Objetivou-se, com o presente trabalho, analisar o crescimento alométrico <strong>de</strong> machos e<br />

fêmeas <strong>de</strong> Cardisoma guanhumi, no estuário do Rio Jaguaribe, Ceará, Brasil.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

As coletas dos indivíduos foram realizadas na área <strong>de</strong> manguezal do estuário do Rio<br />

Jaguaribe, no estado do Ceará, com armadilhas artesanais, tendo sido capturados 334 exemplares no<br />

período entre <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2006 e novembro <strong>de</strong> 2007. Todos os indivíduos foram mensurados<br />

quanto à largura do cefalotórax (LC), comprimento do maior quelípodo (CQ) dos machos e largura<br />

do 5º segmento abdominal (L 5 ) das fêmeas. O tamanho em que ocorre a muda puberal foi<br />

<strong>de</strong>terminado através da <strong>de</strong>terminação do ponto <strong>de</strong> inflexão da curva na relação LC x CQ e LC x L 5 ,<br />

para machos e fêmeas, respectivamente. Para <strong>de</strong>terminar se em cada sexo houve diferença entre os<br />

estágios imaturo e maturo, foi utilizada a estatística “w” <strong>de</strong> comparação <strong>de</strong> retas que utiliza a<br />

distribuição <strong>de</strong> qui-quadrado (Men<strong>de</strong>s, 1999).<br />

RESULTADOS<br />

Foram coletados 334 indivíduos, sendo 167 machos e 167 fêmeas. A largura do cefalotórax<br />

em que ocorre a muda puberal, foi igual a 7,10 cm, para os machos, e 6,20 cm, para as fêmeas. As<br />

curvas <strong>de</strong> regressão, para ambos os estágios (imaturo e maturo) e para ambos os sexos,<br />

apresentaram equações potenciais que diferiram estatisticamente (p < 0,05).<br />

Entre os machos, os indivíduos imaturos apresentaram uma alometria positiva, próximo à<br />

isometria (1,30), enquanto que os adultos apresentaram uma forte alometria positiva, com valor <strong>de</strong><br />

θ= 2,28. Já em relação às fêmeas, os indivíduos maturos apresentaram uma alometria menos<br />

positiva que os imaturos, com valores <strong>de</strong> θ iguais a 2,57 e 2,05 cm, respectivamente.<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

12<br />

CQ(maturo) = 0,0747LC 2,2826<br />

Comprimento da quela - CQ (cm)<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

CQ(imaturo) = 0,5148LC 1,3055<br />

R 2 = 0,8662<br />

R 2 = 0,5883<br />

0<br />

2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

Largura do cefalotórax - LC (cm)<br />

Figura 1. Relação entre Largura do cefalotórax (cm) e comprimento da quela (CQ), <strong>de</strong><br />

machos <strong>de</strong> C. guanhumi, no estuário do Rio Jaguaribe, no período entre Dez/06 e<br />

Nov/07.<br />

16<br />

14<br />

L5(imaturo) = 0,0839LC 2,5744<br />

R 2 = 0,7271<br />

Largura do abdômen - L5 (cm)<br />

12<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

L5(maturo) = 0,2218LC 2,0554<br />

R 2 = 0,6666<br />

2<br />

4 5 6 7 8<br />

Largura do cefalotórax - LC (cm)<br />

Figura 2. Relação entre Largura do cefalotórax (cm) e largura do abdômen (L 5 ), <strong>de</strong><br />

fêmeas <strong>de</strong> C. guanhumi, no estuário do Rio Jaguaribe, no período entre Dez/06 e<br />

Nov/07.<br />

DISCUSSÃO<br />

O crescimento mais acelerado do quelípodo dos machos maturos, em relação aos imaturos,<br />

encontrado para a população <strong>de</strong> C. guanhumi no estuário do Rio Jaguaribe, Ceará, é uma<br />

característica comum aos <strong>de</strong>cápo<strong>de</strong>s que está associada à <strong>de</strong>fesa e competição pelas fêmeas<br />

(Hartnol, 1978).<br />

25


Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

O incremento da largura do abdômen das fêmeas é limitado à coxa, sendo este, o valor <strong>de</strong><br />

largura máxima para o abdômen. É provável que o crescimento alométrico menos positivo para<br />

fêmeas maturas esteja associado a esta característica. Trabalhos <strong>de</strong> fecundida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m corroborar<br />

esta hipótese, uma vez que o <strong>de</strong>senvolvimento do abdômen está diretamente relacionado à<br />

incubação dos ovos.<br />

A legislação vigente <strong>de</strong>termina o tamanho mínimo <strong>de</strong> captura <strong>de</strong> machos <strong>de</strong> guaiamum<br />

(IBAMA, 2006), para o estado do Ceará, <strong>de</strong> 6,00 cm <strong>de</strong> LC. Em comparação com os resultados<br />

obtidos, este valor é inferior ao tamanho em que ocorre a muda puberal.<br />

É importante ressaltar que o ponto <strong>de</strong> inflexão da curva não representa, necessariamente, o<br />

tamanho em que 50% da população está apta à reprodução, embora seja um ótimo indicativo das<br />

mudanças no crescimento. Os dados obtidos no presente trabalho po<strong>de</strong>m ser um indício do início da<br />

ativida<strong>de</strong> reprodutiva na população <strong>de</strong> C. guanhumi para a referida região.<br />

Desta maneira, ressalta-se a importância <strong>de</strong> trabalhos complementares que realizem estudos<br />

<strong>de</strong> maturida<strong>de</strong> (L 50 ) fisiológica e morfométrica para se conhecer o tamanho <strong>de</strong> primeira maturação<br />

funcional, e assim, <strong>de</strong>terminar a relação entre a muda puberal e aptidão reprodutiva.<br />

REFERÊNCIAS<br />

BURGGREN W.W.; MCMAHON B.R. Biology of the land crabs. Cambridge University<br />

Press.United States of America. 479p, 1988.<br />

HARTNOLL, R.G. The <strong>de</strong>termination of relative growth in Crustacea. Crustaceana, Lei<strong>de</strong>n, 34 (3):<br />

281-293. 1978.<br />

HILL, K. "Cardisoma guanhumi". 2001. Disponível em: . Acesso em: 20 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2007.<br />

IBAMA. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais. Instrução Normativa n°<br />

90, <strong>de</strong> 02 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2006. 2006.<br />

MENDES, P.P. Estatística aplicada à Aqüicultura. Recife-PE. Ed. Bargaço, 1999. 265p. <br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

SAZONALIDADE DA PROPORÇÃO SEXUAL DO GUAIAMUM, Cardisoma guanhumi<br />

LATREILLE, 1828 (DECAPODA: GECARCINIDAE) NO ESTUÁRIO DO RIO<br />

JAGUARIBE, CEARÁ, BRASIL<br />

SEX RATIO SEASONALITY OF LAND CRAB, Cardisoma guanhumi LATREILLE, 1828 (DECAPODA:<br />

GECARCINIDAE) FROM JAGUARIBE RIVER ESTUARY, CEARÁ STATE, BRASIL<br />

Renata Akemi SHINOZAKI-MENDES 1,2 *; Jones SANTANDER-NETO 1 ; José Roberto F.<br />

SILVA 1 ; Fábio H. V. HAZIN 2<br />

1 Laboratório <strong>de</strong> Histologia Animal, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Ceará.<br />

2 Laboratório <strong>de</strong> Oceanografia Pesqueira, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Rural <strong>de</strong> Pernambuco.<br />

*E-mail: renataasm@gmail.com<br />

Resumo - No período entre Dez/06 e Nov/07, a variação sazonal na proporção sexual <strong>de</strong> 334<br />

indivíduos <strong>de</strong> C. guanhumi capturados no estuário do Rio Jaguaribe, Estado do Ceará,<br />

foi avaliada. A proporção sexual foi igual a 1:1, não apresentando diferença estatística<br />

significativa (Chi-quadrado, p ≥ 0,05) ao longo dos meses. Apesar das classes<br />

periféricas terem sido exclusivamente representadas por machos, nas classes em que se<br />

observaram ambos os sexos, não houve diferença estatística (p ≥ 0,05) na proporção.<br />

Palavras-chaves: manguezal, proporção sexual, população.<br />

Abstract - From Dec/06 to Nov/07, the seasonal changes of sex ratio of 334 specimes of C.<br />

guanhumi, caught in the Jaguaribe River Estuary, were examined. The ratio between the<br />

sexes over the months did not differ statistically (Chi-square, p ≥ 0.05). Although only<br />

males were observed in the marginal size classes, there was no statistical difference (p ≥<br />

0.05) in those classes where both sexes were present.<br />

Key-words: mangroove, sexy rate, population.<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

INTRODUÇÃO<br />

Cardisoma guanhumi é um caranguejo terrestre com significantes adaptações<br />

comportamentais, morfológicas, fisiológicas e bioquímicas, que constrói galerias perto do mar,<br />

sempre on<strong>de</strong> a água po<strong>de</strong> ser alcançada (Melo, 1996). Apresenta distribuição circumequatorial,<br />

ocorrendo no Atlântico Oeste <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os Estados Unidos (Burggren & McMahon, 1988) até o su<strong>de</strong>ste<br />

do Brasil (Melo, op. cit). Estudos acerca da estrutura populacional são importantes para um<br />

a<strong>de</strong>quado gerenciamento do recurso, garantindo uma explotação sustentável. Desta forma,<br />

objetivou-se, com o presente trabalho, analisar a variação sazonal da proporção sexual do<br />

Cardisoma guanhumi capturado no estuário do Rio Jaguaribe, Estado do Ceará.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

Os 334 indivíduos examinados foram capturados com armadilhas artesanais, distribuídas <strong>de</strong><br />

forma inteiramente aleatória, no período entre <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2006 e novembro <strong>de</strong> 2007, na área <strong>de</strong><br />

manguezal do estuário do Rio Jaguaribe (04º26’S a 04º32’S e 037°46’W a 037°48’W), no estado do<br />

Ceará. Todos os indivíduos foram sexados e mensurados quanto à largura do cefalotórax (LC). As<br />

diferenças mensais e por classe <strong>de</strong> comprimento na freqüência <strong>de</strong> machos e fêmeas foram avaliadas<br />

por meio do teste <strong>de</strong> qui-quadrado (p ≥ 0,05).<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Entre os indivíduos capturados, 167 eram machos, e 167 fêmeas, com razão sexual <strong>de</strong> 1:1. A<br />

variância máxima da proporção sexual mensal durante o período <strong>de</strong> amostragem foi <strong>de</strong> 28% (Fig.<br />

1), não tendo sido observadas, entretanto, diferenças estatísticas significativas (p ≥ 0,05) (Tab. 1).<br />

100%<br />

80%<br />

60%<br />

40%<br />

20%<br />

0%<br />

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez<br />

fêmeas<br />

machos<br />

Figura 1. Proporção entre machos e fêmeas <strong>de</strong> C. guanhumi, ao longo<br />

dos meses, no período entre Dez./06 e Nov./07.<br />

28


Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

Uma proporção sexual equilibrada ao longo dos meses é um bom indicativo <strong>de</strong> equilíbrio<br />

natural da população. Resultados semelhantes foram encontrados para C. guanhumi no México<br />

(Bozada e Chávez, 1986) e no su<strong>de</strong>ste do Brasil (Silva e Oshiro, 2002).<br />

Tabela 1. Freqüência mensal <strong>de</strong> fêmeas e machos <strong>de</strong> C. guanhumi, capturados no estuário do Rio<br />

Jaguaribe, no período entre Dez./06 e Nov./07 e valores do teste <strong>de</strong> qui-quadrado para análise mensal<br />

(GL=1) e total (GL=11).<br />

fêmeas machos χ 2<br />

Jan. 16 14 0,13 NS<br />

Fev. 9 10 0,05 NS<br />

Mar. 11 20 2,61 NS<br />

Abr. 12 19 1,58 NS<br />

Mai. 19 11 2,13 NS<br />

Jun. 14 8 1,64 NS<br />

Jul. 15 17 0,13 NS<br />

Ago. 13 16 0,31 NS<br />

Set. 8 11 0,47 NS<br />

Out. 15 10 1,00 NS<br />

Nov. 21 19 0,10 NS<br />

Dez. 14 12 0,15 NS<br />

TOTAL 167 167 10,31 NS<br />

NS: diferença estatística não significativa (p ≥ 0,05).<br />

A largura do cefalotórax das fêmeas variou <strong>de</strong> 4,34 a 8,56 cm, com uma moda no intervalo<br />

entre 5,0 e 7,0 cm. Os machos apresentaram uma maior amplitu<strong>de</strong>, entre 2,84 e 9,22 cm, exibindo,<br />

porém, uma moda menos ampla que as fêmeas, entre 5,0 e 6,5 cm (Tab. 2). Apesar das três<br />

primeiras e as três últimas classes <strong>de</strong> tamanho terem sido exclusivamente representadas por machos,<br />

não houve diferença estatística (p ≥ 0,05) na proporção entre os sexos por classe <strong>de</strong> tamanho, para<br />

nenhuma das classes em que ambos os sexos ocorreram (Tab. 2).<br />

100%<br />

90%<br />

80%<br />

70%<br />

60%<br />

50%<br />

40%<br />

30%<br />

20%<br />

10%<br />

0%<br />

largura do cefalotórax (cm)<br />

fêmeas<br />

machos<br />

Figura 2. Proporção entre machos e fêmeas <strong>de</strong> C. guanhumi para cada classe <strong>de</strong><br />

largura do cefalotórax, no período entre Dez./06 e Nov./07.<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

Tabela 2. Freqüência <strong>de</strong> classes <strong>de</strong> largura do cefalotórax (LC) para fêmeas e machos <strong>de</strong> C. guanhumi<br />

capturados no estuário do Rio Jaguaribe, no período entre Dez./06 e Nov./07 e valores do teste <strong>de</strong> quiquadrado<br />

para por classe <strong>de</strong> tamanho (GL=1) e total (GL=13).<br />

Fêmeas (n) Machos (n) χ 2<br />

2,5├3,0 0 1 1,00 NS<br />

3,0├3,5 0 1 1,00 NS<br />

3,5├4,0 0 1 1,00 NS<br />

4,0├4,5 1 6 3,57 NS<br />

4,5├5,0 12 8 0,80 NS<br />

5,0├5,5 28 30 0,07 NS<br />

5,5├6,0 57 47 0,96 NS<br />

6,0├6,5 28 31 0,15 NS<br />

6,5├7,0 23 17 0,90 NS<br />

7,0├7,5 14 11 0,36 NS<br />

7,5├8,0 4 10 2,57 NS<br />

8,0├8,5 0 2 2,00 NS<br />

8,5├9,0 0 1 1,00 NS<br />

9,0├9,5 0 1 1,00 NS<br />

TOTAL 167 167 16,39 NS<br />

NS: diferença estatística não significativa (p ≥ 0,05).<br />

Classes periféricas representadas por apenas um sexo po<strong>de</strong>m indicar diferentes taxas ou<br />

tamanhos <strong>de</strong> recrutamento e <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>. Machos <strong>de</strong> C. guanhumi com maior amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

tamanho em relação às fêmeas também foi encontrada por Rivera (2005), em Cuba (6,5 a 10,5 cm<br />

para machos e 4,2 a 7,9 cm para fêmeas); por Bozada e Chávez (1986), no México (2,7 a 10,5 cm<br />

para machos e 7,0 a 9,0 cm para fêmeas); e por Silva e Oshiro (2002), no Brasil (2,7 a 8,5 cm para<br />

machos e 3,1 a 8,3 para fêmeas). Esses resultados parecem indicar que esta é uma característica<br />

intrínseca das populações <strong>de</strong> C. guanhumi, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da localida<strong>de</strong>.<br />

REFERÊNCIAS<br />

BOZADA, L e CHÁVEZ, Z. La fauna acuatica <strong>de</strong> la laguna <strong>de</strong>l ostion. Centro <strong>de</strong> Eco<strong>de</strong>sarrollo.<br />

México. 1986.<br />

BURGGREN W.W.; MCMAHON B.R. Biology of the land crabs. Cambridge University Press.<br />

United States of America. 479p, 1988.<br />

MELO, G. A. S. Família Gecarcini<strong>de</strong>a. In: Manual <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação dos brachyura (caranguejos e<br />

siris) do litoral brasileiro. São Paulo, Ed. Plêia<strong>de</strong>. P-480 a 481. 1996.<br />

RIVERA, J. J. El cangrejo terrestre C. guanhumi ¿Un recurso pesquero?. Ecofronteiras. N o 25. 2005.<br />

SILVA, R. da & OSHIRO, L. M. Y. Aspectos reprodutivos do caranguejo Guaiamum, Cardisoma<br />

guanhumi Latreille, 1828 (Crustacea, Decapoda, Brachyura) da Baía <strong>de</strong> Sepetiba, RJ. Revista<br />

Brasileira <strong>de</strong> Zoologia, Curitiba/PR. 2002. <br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

INFLUÊNCIA DO CICLO HIDROLÓGICO DO RESERVATÓRIO DE SOBRADINHO SOBRE<br />

A CARGA DE FÓSFORO TOTAL<br />

INFLUENCE OF THE HYDROLOGICAL CYCLE OF THE SOBRADINHO RESERVOIR ON THE LOAD OF<br />

TOTAL PHOSPHORUS<br />

Bruno Dourado Fernan<strong>de</strong>s da COSTA 1* , Maurício Nogueira da Cruz PESSÔA 2 , Antony<br />

Evangelista <strong>de</strong> LIMA 2 , Márcia Darcilene Correia do PRADO 2 , Teresa Cristina Paiva SANTOS 2 ,<br />

Michelle Miranda Biondi ANTONELLO 1 , Aureliano <strong>de</strong> Vilela CALADO NETO 1 , An<strong>de</strong>rson<br />

ANTONELLO 1 e William SEVERI 2<br />

1<br />

Fundação <strong>de</strong> Desenvolvimento Educacional Apolônio Sales<br />

2<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Rural <strong>de</strong> Pernambuco<br />

*E-mail: bdfc@click21.com.br<br />

Resumo - O monitoramento continuado dos parâmetros físicos, químicos e biológicos da água <strong>de</strong><br />

reservatórios serve como ferramenta <strong>de</strong> avaliação do seu estado trófico. Dentre os<br />

diversos parâmetros monitorados, o fósforo total po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado o nutriente mais<br />

importante, já que o mesmo é o principal nutriente responsável pela eutrofização <strong>de</strong><br />

ambientes lacustres. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a influência do ciclo<br />

hidrológico do reservatório <strong>de</strong> Sobradinho, localizado no Médio São Francisco, entre os<br />

municípios <strong>de</strong> Barra/BA e Sobradinho/BA, sobre as concentrações <strong>de</strong> fósforo total nos<br />

diferentes ambientes no trecho estudado. Análises trimestrais entre janeiro <strong>de</strong> 2007 e<br />

janeiro <strong>de</strong> 2008, permitiram avaliar a influência do ciclo hidrológico sobre as<br />

concentrações do fósforo total em três estações, localizadas em ambientes distintos na<br />

área <strong>de</strong> estudo (lótico, transição rio-reservatório, lêntico). Po<strong>de</strong> se observar que as<br />

concentrações <strong>de</strong> fósforo total diminuíram com o aumento <strong>de</strong> volume do reservatório,<br />

com níveis mais elevados no início do período <strong>de</strong> enchimento, e menores após atingir a<br />

cota máxima. Foi <strong>de</strong>monstrado no presente trabalho que a água <strong>de</strong> afluência ao<br />

reservatório <strong>de</strong> Sobradinho é responsável pela elevação da concentração dos níveis <strong>de</strong><br />

fósforo total e que, após o enchimento do reservatório, existe uma estabilização natural<br />

do ambiente, favorecendo a diminuição das concentrações do fósforo total.<br />

Palavras-chaves: fósforo, reservatório, monitoramento.<br />

Abstract - The continuous monitoring of the physical, chemical and biological parameters of water<br />

in reservoirs serves as a tool to evaluate its trophic state. Among the various parameters<br />

monitored, total phosphorus can be consi<strong>de</strong>red as the most important nutrient, since it is<br />

the main nutrient responsible for the eutrophication of lake environments. The objective<br />

of this study was to evaluate the influence of the hydrological cycle of the Sobradinho<br />

reservoir, located in the Medium São Francisco, between the towns of Barra/BA and<br />

Sobradinho/BA, on total phosphorus concentration in different environments of the<br />

stretch studied. Quarterly analyses between January 2007 and January 2008, have<br />

assessed the influence of the hydrological cycle on total phosphorus concentration in<br />

three stations located within the different environments of the study area (lotic,<br />

transition river-reservoir, lenthic). It may be noted that total phosphorus concentrations<br />

<strong>de</strong>creased with an increase in the reservoir’s volume, presenting higher levels at the<br />

beginning of the period of filling and lower ones after reaching its maximum level. It<br />

was <strong>de</strong>termined in this work that inflowing water to the Sobradinho reservoir is<br />

responsible for raising the levels of total phosphorus concentrations and that after its<br />

fulfilling, there is a stabilization of the natural environment which favors the reduction<br />

of total phosphorus concentrations.<br />

key-words: phosphorus, reservoirs, monitoring.<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

INTRODUÇÃO<br />

Os reservatórios têm um importante papel econômico, ecológico e social, produzindo muitas<br />

mudanças em bacias e rios. Um reservatório causa uma série <strong>de</strong> impactos significantes na bacia<br />

on<strong>de</strong> é construído. O entendimento dos impactos causados por gran<strong>de</strong>s ou pequenas represas, requer<br />

o conhecimento prévio das condições originais dos sistemas terrestre e aquático, da diversida<strong>de</strong> e<br />

mecanismo <strong>de</strong> funcionamento da flora e fauna, da hidrogeoquímica e flutuações sazonais<br />

(TUNDISI, 1987).<br />

De acordo com Tundisi e Straškraba (1999), as características mais importantes <strong>de</strong> um<br />

reservatório relacionam-se com a sua morfometria, tempo <strong>de</strong> retenção, padrões térmicos <strong>de</strong><br />

estratificação e circulação, flutuações no nível <strong>de</strong> água, tipo e tamanho da área.<br />

O fósforo é reconhecidamente um dos elementos limitantes da produtivida<strong>de</strong> primária <strong>de</strong><br />

lagos e reservatórios (WETZEL, 1983; ESTEVES, 1998). A eutrofização <strong>de</strong> ambientes lênticos<br />

(reservatórios) está diretamente relacionada ao aporte <strong>de</strong> fósforo, resultante <strong>de</strong> contribuição<br />

alóctone, como escoamento superficial <strong>de</strong> áreas agrícolas ou florestadas, esgoto municipal e<br />

efluentes industriais (ESTEVES, 1998).<br />

O monitoramento sazonal do aporte <strong>de</strong> fósforo em um reservatório gera informações que, se<br />

bem utilizadas, po<strong>de</strong>m servir como indicadoras das ativida<strong>de</strong>s poluidoras a montante e no entorno<br />

do reservatório, possibilitando a avaliação anual das medidas mitigadoras executadas, como por<br />

exemplo, o tratamento <strong>de</strong> esgoto <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> a montante do reservatório, o reflorestamento da<br />

mata auxiliar ao longo do rio, ou a diminuição na utilização <strong>de</strong> fertilizantes agrícolas fosfatados em<br />

torno do reservatório. Fazendo uma relação anual entre as concentrações do fósforo e o volume<br />

afluente anual, po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>terminar se as medidas <strong>de</strong> controle ambiental surtiram efeito.<br />

O presente trabalho teve como finalida<strong>de</strong> caracterizar a dinâmica do aporte do fósforo total<br />

do reservatório <strong>de</strong> Sobradinho em função da variação da sua cota.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

A área <strong>de</strong> estudo foi o reservatório <strong>de</strong> Sobradinho (Figura 1), localizado no trecho do rio São<br />

Francisco, compreendido entre os municípios <strong>de</strong> Barra/BA e Sobradinho/BA, tendo<br />

aproximadamente 320 km <strong>de</strong> extensão, uma superfície <strong>de</strong> espelho d’água <strong>de</strong> 4.214 km 2<br />

e uma<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> armazenamento <strong>de</strong> 34,1 bilhões <strong>de</strong> metros cúbicos em sua cota nominal <strong>de</strong> 393,50 m. A<br />

manutenção <strong>de</strong> uma vazão regularizada <strong>de</strong> 2.060 m 3 .s -1 nos períodos <strong>de</strong> estiagem, permite a operação <strong>de</strong><br />

todas as usinas da CHESF situadas à jusante da barragem <strong>de</strong> Sobradinho no submédio São Francisco.<br />

32


Figura 1. Mapa contemplando as diferentes<br />

áreas do reservatório <strong>de</strong> Sobradinho<br />

(Modificado <strong>de</strong> PETRERE, 1996).<br />

Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

Foram distribuídas três estações <strong>de</strong> amostragem a<br />

montante da Usina Hidrelétrica <strong>de</strong> Sobradinho,<br />

contemplando os trechos: lótico, transição e lêntico.<br />

As estações foram <strong>de</strong>nominadas SF1, SF2 e SF3, e<br />

possuem, respectivamente, as seguintes coor<strong>de</strong>nadas:<br />

10º 44` 36``S e 042º 43` 02``W; 09º 40` 01``S e 042º<br />

01` 14``W; 09º 25` 59``S e 040º 50` 06``W. A<br />

periodicida<strong>de</strong> das coletas foi trimestral, entre<br />

janeiro/2007 e janeiro/2008. As análises <strong>de</strong> fósforo<br />

total foram realizadas no Laboratório <strong>de</strong> Limnologia<br />

da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Rural <strong>de</strong> Pernambuco, utilizando o método proposto por Strickland &<br />

Parsons (1960). Os dados <strong>de</strong> cota do reservatório foram fornecidos pela Divisão <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong><br />

Recursos Hídricos - DORH (CHESF).<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Durante o período <strong>de</strong> estudo, a cota do reservatório teve seu maior nível em abril <strong>de</strong> 2007 e<br />

o menor volume em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2007. Visto que a época <strong>de</strong> chuva na região e <strong>de</strong> aporte <strong>de</strong> água<br />

ao reservatório ocorre entre os meses <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro e março <strong>de</strong> cada ano, é estabelecido um período<br />

cíclico <strong>de</strong> enchente e seca. Esse período acarreta uma relação inversa entre o volume e a<br />

concentração <strong>de</strong> fósforo total nas estações do reservatório <strong>de</strong> Sobrinho (Figura 2). No período <strong>de</strong><br />

enchente, a carga <strong>de</strong> nutrientes carreada pelo rio elevou os níveis <strong>de</strong> fósforo, em especial em janeiro<br />

<strong>de</strong> 2008, quando o reservatório apresentou a menor cota. A elevação dos teores <strong>de</strong> fósforo e<br />

inversão da quantida<strong>de</strong> entre os trechos é possivelmente ocasionada pelo material carreado para<br />

próximo da barragem, <strong>de</strong>vido a cota neste momento ter sido <strong>de</strong> aproximadamente 20% da cota<br />

máxima.<br />

A estação lótica apresentou concentrações superiores a 100 µg.L -1 P, valor acima do limite<br />

<strong>de</strong> 50 µg.L -1 P, estabelecido pela resolução CONAMA 357/05 para trechos <strong>de</strong> rio, apenas nas<br />

campanhas <strong>de</strong> janeiro. Já a estação <strong>de</strong> transição não apresentou valores <strong>de</strong> fósforo total acima <strong>de</strong>ste<br />

limite, exceto em abril e julho <strong>de</strong> 2007, quando o reservatório apresentou as maiores cotas durante<br />

todo o período <strong>de</strong> estudo. Também nos meses <strong>de</strong> abril e julho, a estação lêntica apresentou<br />

concentrações <strong>de</strong> fósforo total inferior a 30 µg.L -1 P, limite estabelecido na resolução do CONAMA<br />

357/05 para esse tipo <strong>de</strong> ambiente. O aporte <strong>de</strong> fósforo total no trecho estudado está relacionado<br />

com o escoamento superficial das águas <strong>de</strong> chuvas na região. Segundo Haygarth & Sharpley (2000),<br />

o fósforo é removido do solo principalmente por erosão, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material<br />

sólido no escoamento superficial, da intensida<strong>de</strong> e quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> chuva.<br />

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No período <strong>de</strong> abril a julho, os níveis <strong>de</strong> nutrientes estão <strong>de</strong>ntro dos valores <strong>de</strong> referência da<br />

legislação vigente, evi<strong>de</strong>nciando a diluição da carga <strong>de</strong> fósforo e caracterizando as estações quanto<br />

aos trechos <strong>de</strong> rio pela quantida<strong>de</strong> do nutriente. Já em outubro, em conseqüência da redução do<br />

volume, houve uma elevação da concentração <strong>de</strong>ste nutriente. A análise dos componentes principais<br />

(Figura 3) <strong>de</strong>monstra a relação entre a cota e as concentrações <strong>de</strong> fósforo total nas estações,<br />

evi<strong>de</strong>nciando que as estações localizadas no trecho lêntico e <strong>de</strong> transição são influenciadas<br />

diretamente pelo aumento <strong>de</strong> volume e uma maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diluição do nutriente.<br />

Fósforo total (mg.L -1 P)<br />

220<br />

200<br />

180<br />

160<br />

140<br />

120<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

Out/06<br />

Nov/06<br />

Dez/06<br />

Jan/07<br />

SF 1 SF 2 SF 3 ___ Cota (m)<br />

Fev/07<br />

Mar/07<br />

Abr/07<br />

Mai/07<br />

Jun/07<br />

Jul/07<br />

Ago/07<br />

Set/07<br />

Out/07<br />

Nov/07<br />

Dez/07<br />

Jan/08<br />

Fev/08<br />

394<br />

392<br />

390<br />

388<br />

386<br />

384<br />

382<br />

Cota (m)<br />

Eixo 2 : 13,46%<br />

1,0<br />

*Cota (m)<br />

0,5 SF 1<br />

0,0<br />

SF 2<br />

-0,5<br />

SF 3<br />

-1,0<br />

-1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0<br />

Eixo 1 : 84,80%<br />

Figura 2. Resultados do fósforo total nos meses amostrados e<br />

a cota do reservatório para o periodo do estudo. As linhas<br />

pontilhada indicam os valores <strong>de</strong> referência do CONAMA<br />

357/05 para os trecho lótico, transição e lêntico, com<br />

respectivamente 100, 50 e 30 µg.L -1 P.<br />

Figura 3. Análise <strong>de</strong> componentes<br />

principais/ACP, entre as estações e<br />

cotas para todo o período analisado.<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, Resolução 357/05.<br />

http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=459. Acesso em: 03/08/2008.<br />

ESTEVES, F. A., 1998. Fundamentos da Limnologia. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Interciência, 602p.<br />

HAYGARTH, P.M. & SHARPLEY, A.N. 2000. Terminology for phosphorus transfer. J. Environ.<br />

Qual., 29:10-15.<br />

STRICKLAND, J.D.H. & PARSONS, T.R. 1965. A manual of sea water analysis. Ottawa, Fish.<br />

Res. Borad Canada, 202p.<br />

TUNDISI, JOSÉ GALIZIA, 1987. Ecologia, limnologia e aspectos socioeconômicos da construção<br />

<strong>de</strong> hidrelétricas nos trópicos. In: Encontro <strong>de</strong> Tropicologia, 4, Recife. Anais: Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Brasília; CNPq. 1990. p. 47-85. http://www.tropicologia.org.br/conferencia/1987ecologia_<br />

limnologia.html. Acesso em: 28/05/2004.<br />

TUNDISI, J. G. E STRAŠKRABA, M., 1999. Theoretical Reservoir Ecology and its Applications.<br />

São Carlos. 592p.<br />

WETZEL, R.G. 1983. Limnology. Phila<strong>de</strong>lphia, Saun<strong>de</strong>rs College Pub.<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

ABUNDÂNCIA DA ICTIOFAUNA CAPTURADA COM REDE DE ARRASTO NA PRAIA DO<br />

PESQUEIRO, ILHA DE MARAJÓ (PARÁ, BRASIL)<br />

ABUNDANCE OF THE ICHTHYOFAUNA CAPTURED WITH NET TOWING ON THE PESQUEIRO BEACH,<br />

ISLAND OF MARAJO (PARÁ, BRAZIL)<br />

Jean Michel CORRÊA 1* ; Eurivaldo Santos da COSTA 1 ; Francisco Carlos Alberto Fonteles<br />

HOLANDA 2<br />

1<br />

Instituto <strong>de</strong> Geociências, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Pará<br />

2<br />

Instituto <strong>de</strong> Estudos Costeiros, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Pará<br />

* Email: jeanoceano@yahoo.com.br<br />

Resumo - A ilha <strong>de</strong> Marajó é tida como uma região que propicia pescarias em águas continentais e<br />

marinhas, <strong>de</strong>vido à elevada diversida<strong>de</strong> da ictiofauna proveniente <strong>de</strong>sses dois sistemas.<br />

Foram realizados quatro arrastos experimentais na praia do Pesqueiro. Foi coletado um total<br />

<strong>de</strong> 10 peixes, distribuídos em quatro espécies e três famílias. A espécie mais abundante em<br />

todos os arrastos foi Mugil curema, com sete indivíduos. A espécie Strongylura timucu<br />

apresentou os maiores valores <strong>de</strong> comprimento total e zoológico, enquanto Plagioscion<br />

squamosissimus apresentou o maior valor <strong>de</strong> altura.<br />

Palavras-chave: peixes, Mugil curema, comprimento total.<br />

Abstract - The island of Marajó is regar<strong>de</strong>d as a region that provi<strong>de</strong>s fisheries on continental and<br />

marine waters because of its high diversity of the ichthyofauna from these two systems.<br />

Four experimental fisheries were carried out on the Pesqueiro beach. It were collected a<br />

total of ten fishes, distributed in four species and three families. The most abundant<br />

species was Mugil curema, with seven individuals. The species Strongylura timucu<br />

presented the higher values of total and zoological length, while Plagioscion<br />

squamosissimus presented the higher values of height.<br />

Key-words: fishes, Mugil curema, total length.<br />

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INTRODUÇÃO<br />

O arquipélago do Marajó possui localização estratégica e privilegiada, sendo o maior<br />

arquipélago flúvio-marinho do mundo. Em sua porção noroeste, recebe águas doces, barrentas e<br />

cheias <strong>de</strong> nutrientes do rio Amazonas; ao norte, as águas marinhas do Oceano Atlântico; a nor<strong>de</strong>ste,<br />

as águas doces e barrentas da Baía do Marajó; ao sul, as águas doces e barrentas do Rio Pará,<br />

propiciando pescarias em áreas continentais e marinhas, com elevada diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> peixes<br />

provenientes <strong>de</strong>stes dois sistemas (CASA CIVIL, 2007).<br />

Muitos peixes compõem a gran<strong>de</strong> riqueza do arquipélago, sendo os mais conhecidos o<br />

tucunaré (Cichla ocellaris), o pirarucu (Arapaima gigas), as piranhas (Serrasalmus sp.), o candiru<br />

(Van<strong>de</strong>llia cirrhosa), entre outros (CASA CIVIL, op. cit.).<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

Foram efetuados quatro arrastos experimentais na Praia do Pesqueiro, localizada a 8 km do<br />

município <strong>de</strong> Soure. Em cada arrasto foi utilizado como apetrecho <strong>de</strong> pesca uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> arrasto<br />

com as seguintes especificações: comprimento <strong>de</strong> 48,12 m; altura <strong>de</strong> 2,37 m; malha <strong>de</strong> 25 mm;<br />

distância entre nós opostos <strong>de</strong> 50 mm; distância entre bóias <strong>de</strong> 94 cm e distância entre chumbadas<br />

<strong>de</strong> 94 cm. Os arrastos foram efetuados na maré vazante, sendo o último realizado na maré enchente.<br />

Depois, os peixes foram transportados até a margem para serem realizadas as análises biométricas.<br />

Na biometria foram obtidas medidas <strong>de</strong> comprimento total (CT), comprimento furcal ou zoológico<br />

(CF) e altura (ALT). O instrumento utilizado para a tomada <strong>de</strong>ssas medidas foi uma trena.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

O número total <strong>de</strong> indivíduos capturados nos arrastos foi <strong>de</strong> <strong>de</strong>z. Ao todo foram<br />

i<strong>de</strong>ntificadas quatro espécies pertencentes a três famílias: Mugilidae, Belonidae e Sciaenidae. Esses<br />

resultados corroboram com estudo realizado por Barthem (1985) que <strong>de</strong>finiu para a Baía do Marajó,<br />

as seguintes famílias como sendo as mais diversificadas: Ariidae, Sciaenidae e Pimelodidae,<br />

possuindo nove, sete e cinco espécies respectivamente.<br />

A espécie Mugil curema foi a mais abundante, com sete indivíduos. As espécies Cynoscion<br />

acoupa, Plagioscion squamosissimus e Strongylura timucu contribuíram com um indivíduo cada.<br />

Para o comprimento total, o maior indivíduo foi um exemplar <strong>de</strong> Strongylura timucu com 56,2<br />

cm e o menor foi um exemplar <strong>de</strong> Mugil curema com 25,0 cm. Em termos <strong>de</strong> comprimento furcal, o<br />

maior indivíduo capturado foi um exemplar <strong>de</strong> S. timucu com 56,0 cm e o menor foi um exemplar <strong>de</strong><br />

M. curema com 24,0 cm. Com relação à altura, a maior espécime foi um exemplar <strong>de</strong> Plagioscion<br />

squamosissimus com 10,0 cm e o menor foi um exemplar <strong>de</strong> S. timucu com 5,0 cm (Tabela 1).<br />

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Tabela 1. Nome científico das espécies, nome vulgar, número <strong>de</strong> indivíduos (N) e amplitu<strong>de</strong> do<br />

comprimento total (CT), comprimento furcal (CF) e altura (ALT).<br />

Nome Científico Nome Vulgar N CT (cm) CF (cm) ALT (cm)<br />

Mugil curema Pratiqueira 7 25,0 – 29,0 24,0 – 28,0 5,3 – 7,0<br />

Cynoscion acoupa <strong>Pesca</strong>da amarela 1 31,1 - 7,1<br />

Plagioscion squamosissimus <strong>Pesca</strong>da branca 1 38,0 - 10,0<br />

Strongylura timucu Peixe-agulha 1 56,2 56,0 5,0<br />

Total - 10 25,0 – 56,2 24,0 – 56,0 5 – 10,0<br />

REFERÊNCIAS<br />

BARTHEM, R. B. Ocorrência, distribuição e biologia dos peixes da Baía <strong>de</strong> Marajó, Estuário<br />

Amazônico. Bol. Mus. Par. Emílio Goeldi, série zoologia. v. 2, n.1, p. 49-69. 1985.<br />

CASA CIVIL. Plano <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento territorial sustentável do arquipélago do Marajó. Out.<br />

2007. Disponível em: http://www.integracao.gov.br/download/ download.asp?en<strong>de</strong>reco=/pdf/<br />

<strong>de</strong>senvolvimentoregional/plano_marajo.pdf&nome_arquivo=plano_marajo.pdf. Acesso em 04 ago.<br />

2008. <br />

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ZOOPLÂNCTON DE BARRA DE JANGADA, PERNAMBUCO, BRASIL<br />

ZOOPLANKTON FROM BARRA DE JANGADA, PERNAMBUCO, BRAZIL<br />

Valdylene Tavares PESSOA 1 ; Pedro Augusto Men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Castro MELO 1 ; Fernando Figueiredo<br />

PORTO NETO 2 ; Sigrid NEUMANN-LEITÃO 1* ; Fábio Hissa Vieira HAZIN 3<br />

1<br />

Departamento <strong>de</strong> Oceanografia, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Pernambuco<br />

2<br />

Departamento <strong>de</strong> Zootecnia, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Rural <strong>de</strong> Pernambuco<br />

3<br />

Departamento <strong>de</strong> <strong>Pesca</strong>, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Rural <strong>de</strong> Pernambuco<br />

*E-mail: sigrid@terra.com.br<br />

Resumo - Estudos foram <strong>de</strong>senvolvidos visando conhecer a composição do zooplâncton e seu papel<br />

como indicador da qualida<strong>de</strong> ambiental no sistema estuarino <strong>de</strong> Barra <strong>de</strong> Jangada. As<br />

amostras foram coletadas com re<strong>de</strong>s com 300 µm <strong>de</strong> abertura <strong>de</strong> malha, em arrastos<br />

horizontais sub-superficiais. Foram i<strong>de</strong>ntificados 29 taxa, <strong>de</strong>stacando-se Copepoda com<br />

as espécies Pseudodiaptomus acutus e P. marshi, as quais são indicadoras <strong>de</strong> sistemas<br />

eutrofizados, evi<strong>de</strong>nciando forte poluição orgânica neste ecossistema.<br />

Palavras-chaves: Poluição, Zooplâncton, Barra <strong>de</strong> Jangada (Jaboatão dos Guararapes-PE)<br />

Abstract - Sdudies were carried out to assess the zooplankton composition and its role as<br />

environmental quality indicator of the Barra das Jangada estuarine system. Sampling<br />

were ma<strong>de</strong> with a plankton net 300 µm mesh size horizontaly hauled at sub-surface. It<br />

were i<strong>de</strong>ntified 29 taxa, dominating Copepoda wih most abundant species<br />

Pseudodiaptomus acutus and P. marshi, which are euthrophication indicators showing<br />

the high organic pollution of this ecosystem.<br />

Key-words: Pollution, Zooplankton, Barra <strong>de</strong> Jangada (Jaboatão dos Guararapes-PE).<br />

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INTRODUÇÃO<br />

A região costeira <strong>de</strong> Pernambuco, on<strong>de</strong> está localizada a área estuarina <strong>de</strong> Barra <strong>de</strong> Jangada, tem<br />

sido, ao longo das últimas décadas, submetida a constantes intervenções antropogênicas e recebe<br />

cada vez mais <strong>de</strong>scargas <strong>de</strong> efluentes das mais diversas origens (CPRH 1999). Isto ocorre como<br />

conseqüência do crescimento industrial e urbano, o qual acontece sem nenhum planejamento<br />

ecológico e sem consi<strong>de</strong>rar o equilíbrio do meio ambiente, tendo como conseqüência um<br />

<strong>de</strong>senvolvimento que afeta negativamente a flora e fauna local.<br />

Dentre os organismos da fauna, <strong>de</strong>staca-se neste trabalho o zooplâncton, cujo estudo é <strong>de</strong><br />

importância fundamental por apresentar espécies indicadoras das condições ambientais, permitindo<br />

caracterizar a qualida<strong>de</strong> da água (McLusky e Elliott, 2006). Dessa forma, este trabalho tem como<br />

principal objetivo conhecer a composição e <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da comunida<strong>de</strong> zooplanctônica, evi<strong>de</strong>nciando<br />

as espécies indicadoras da qualida<strong>de</strong> ambiental.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

As coletas <strong>de</strong> plâncton foram realizadas em quatro pontos <strong>de</strong> coleta no sistema estuarino <strong>de</strong><br />

Barra <strong>de</strong> Jangada, localizado em Jaboatão dos Guararapes-PE. Rios Pirapama (E1) e Jaboatão (E2),<br />

Confluência dos dois rios (E3) e lagoa Olho d’água (E4). As coletas foram realizadas durante baixamares<br />

(BM) e preamares (PM) diurnas, em maré <strong>de</strong> sizígia, <strong>de</strong> outubro a <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2007.<br />

Foram realizados arrastos sub-superficiais com re<strong>de</strong> <strong>de</strong> plâncton cônica <strong>de</strong> náilon com 300 µm<br />

<strong>de</strong> abertura <strong>de</strong> malha. As amostras foram fixadas com formol a 4%, neutralizado com bórax. Para<br />

realização das análises qualitativa e quantitativa, cada amostra foi colocada em um béquer e diluída.<br />

Foram retiradas sub-amostras <strong>de</strong> 5,0 mL, com o auxílio <strong>de</strong> uma pipeta “Stempel” e vertida em uma<br />

placa <strong>de</strong> contagem do tipo Bogorov, analisada sob estereomicroscópio composto.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Foram i<strong>de</strong>ntificados 29 taxa zooplanctônicos, <strong>de</strong>stacando-se Copepoda, tendo as espécies<br />

Pseudodiaptomus acutus e P. marshi apresentado freqüência <strong>de</strong> ocorrência maior que 70%, seguido<br />

por Parvocalanus crassirrostris, com 58% e Acartia lilljeborgi com 54% (Tabela 1).<br />

Predominaram em Barra das Jangada poucos grupos zooplanctônicos e segundo Tundisi (1970),<br />

po<strong>de</strong>m ocorrer muitas espécies no zooplâncton estuarino, mas apenas três ou quatro constituem a<br />

maior parte da população.<br />

Foi observada uma variação na abundância relativa do zooplâncton (figura 1) em função das<br />

marés e das estações, e esta variação é característica <strong>de</strong> muitos estuários tropicais e subtropicais, e<br />

são importantes na estruturação da comunida<strong>de</strong> (Buskey, 1993). Copepoda da família<br />

Pseudodiaptomidae, seguido por Parvocalanidae e Acartidae <strong>de</strong>stacaram-se, também, em<br />

abundância, nas duas marés estudadas e em quase todos os pontos <strong>de</strong> coleta (figura 1). São<br />

39


Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

organismos holoplanctônicos dominantes na maioria dos estuários (Tundisi, 1970; McLusky e<br />

Elliott, 2006). Neste estudo, as duas espécies dominantes (Pseudodiaptomus acutus e P. marshi) são<br />

indicadoras <strong>de</strong> águas estuarinas eutrofizadas <strong>de</strong> baixa salinida<strong>de</strong> (Sant’anna, 1993). O meroplâncton<br />

esteve constituído principalmente por Cirripedia (náuplio e cípris) e Brachyura (zoea e megalopa).<br />

De acordo com McLusky e Elliott (2006), a ocorrência em gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> larvas<br />

meroplanctônicas está associada ao período reprodutivo dos adultos bentônicos. Foi registrado um<br />

maior número <strong>de</strong> náuplios <strong>de</strong> Cirripedia nas estações E3 e E4, principalmente na baixa-mar.<br />

Tabela 1. Composição e freqüência <strong>de</strong> ocorrência (FO) do zooplâncton coletado sistema<br />

estuarino <strong>de</strong> Barra <strong>de</strong> Jangada, durante outubro, novembro e <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2007.<br />

Classificação da Freqüência <strong>de</strong> Ocorrência: ****Muito freqüente; ***Freqüente; **Pouco<br />

freqüente; *Esporádico. ( # Ticoplâncton)<br />

Taxa FO Taxa FO<br />

CNIDARIA Poecilostomatoida 4% *<br />

Hydromedusa 4% * Copepoda (copepodito) 4% *<br />

MOLLUSCA Cladocera 42% ***<br />

Gastropoda (véliger) 25% ** Cirripedia (náuplio) 50% ***<br />

Bivalvia (véliger) 4% Cirripedia (cípris) 4% *<br />

NEMATODA # 4% * Cirripedia (exúvia) 38% **<br />

ANNELIDA<br />

Decapoda<br />

Polychaeta (Larva) 17% * Cari<strong>de</strong>a 17% *<br />

CRUSTACEA Porcellanidae (zoea) 4% *<br />

Crustacea (náuplios) 4% * Brachyura (zoea) 54% ***<br />

Calanoida Brachyura (megalopa) 13% *<br />

Parvocalanus crassirrostris 58% *** Decapoda (protozoea) 4% *<br />

Pseudodiaptomus acutus 92% **** Decapoda (outros) 4% *<br />

Pseudodiaptomus marshi 71% **** Tanaidacea 4% *<br />

Pseudodiaptomus richard 17% * Isopoda 4% *<br />

Temora turbinata 4% * CHAETOGNATHA<br />

Labidocera fluviatilis 8% * Sagitta tenuis 4% *<br />

Acartia lilljeborgi 54% *** Sagitta hispida 4% *<br />

Cyclopoida<br />

CHORDATA<br />

Oithona hebes 4% * Appendicularia 4% *<br />

Oithona oswaldocruzi 17% * Teleostei (Ovos) 8% *<br />

Harparcticoida<br />

Euterpina acutifrons 8% *<br />

Também estiveram presentes com menor freqüência e abundância os estágios larvais <strong>de</strong><br />

Polychaeta, Bivalvia, Gastropoda, Decapoda e Teleostei. As larvas <strong>de</strong> Polychaeta são comumente<br />

<strong>de</strong>scritas como componentes do zooplâncton estuarino e são freqüentes em águas estuarinas, sendo<br />

bastante resistentes a baixas salinida<strong>de</strong>s e condições anaeróbicas (McLusky e Elliott, 2006).<br />

A <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> média apresentou valores baixos, principalmente nas baixa-mares, como observado<br />

na estação 4 (28,44 org.m -3 ). Maiores valores <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> ocorreram na preamar, com <strong>de</strong>staque<br />

para a estação 2 (1137,50 org.m -3 ). Estes valores evi<strong>de</strong>nciam o efeito da maré na estruturação da<br />

comunida<strong>de</strong>, e o papel do fluxo marinho na melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste estuário.<br />

A diversida<strong>de</strong> específica foi baixa, em <strong>de</strong>corrência do pequeno número <strong>de</strong> espécies, fato comum<br />

a áreas dinâmicas e instáveis, como é o caso dos estuários (McLusky e Elliott, 2006). Além disso, o<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

estresse ambiental <strong>de</strong>corrente da poluição pelas indústrias sucro-alcooleiras e o constante<br />

lançamento <strong>de</strong> resíduos domésticos e industriais, resultam em baixas concentrações <strong>de</strong> oxigênio e<br />

aporte <strong>de</strong> nutrientes, impedindo que espécies trazidas pelo fluxo marinho (o que <strong>de</strong>veria aumentar a<br />

diversida<strong>de</strong>) além das resi<strong>de</strong>ntes possam se <strong>de</strong>senvolver, com conseqüente baixa na diversida<strong>de</strong>.<br />

Esta baixa diversida<strong>de</strong> e eqüitabilida<strong>de</strong> (figura 2) confirmam a baixa qualida<strong>de</strong> do estuário.<br />

100%<br />

90%<br />

80%<br />

70%<br />

60%<br />

50%<br />

40%<br />

30%<br />

20%<br />

10%<br />

0%<br />

E1_PM E1_BM E2_PM E2_BM E3_PM E3_BM E4_PM E4_BM<br />

Cirripedia (náuplio)<br />

Cladocera<br />

Pseudodiaptomidae<br />

Acartiidae<br />

Parvocalanidae<br />

Outros<br />

Figura 1. Abundância relativa média do zooplâncton coletado no<br />

Sistema estuarino <strong>de</strong> Barra <strong>de</strong> Jangada.<br />

1,50<br />

0,50<br />

Diversida<strong>de</strong> (H')<br />

1,00<br />

0,50<br />

0,40<br />

0,30<br />

0,20<br />

0,10<br />

Equitabilida<strong>de</strong><br />

0,00<br />

E1_PM E1_BM E2_PM E2_BM E3_PM E3_BM E4_PM E4_BM<br />

0,00<br />

Diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espécies Equitabilida<strong>de</strong><br />

Figura 2. Diversida<strong>de</strong> e Equitabilida<strong>de</strong> média do zooplâncton<br />

coletado no Sistema estuarino <strong>de</strong> Barra <strong>de</strong> Jangada.<br />

CONCLUSÃO<br />

A comunida<strong>de</strong> zooplanctônica apresenta baixos valores <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> eqüitabilida<strong>de</strong>, bem<br />

como reduzido número <strong>de</strong> espécies, principalmente <strong>de</strong> Copepoda indicando ambiente eutrofizado,<br />

com baixa qualida<strong>de</strong> da água, evi<strong>de</strong>nciando ecossistema em <strong>de</strong>sequilíbrio.<br />

REFERÊNCIAS<br />

Companhia Pernambucana do Meio Ambiente (CPRH) 1999. Relatório <strong>de</strong> monitoramento <strong>de</strong> bacias<br />

hidrográficas do Estado <strong>de</strong> Pernambuco. Recife, 184 p.<br />

41


Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

Buskey, E. J. 1993. Annual pattern of micro- and mesozooplankton and biomass in a subtropical estuary.<br />

Journal of Plankton Research, 15: 907-924.<br />

Sant’anna, E.M.E. 1993. Estrutura e biomassa da comunida<strong>de</strong> zooplanctônica da Bacia do Pina<br />

(Pernambuco - Brasil), relacionadas com fatores ambientais. São Paulo. Dissertação <strong>de</strong> Mestrado.<br />

Escola <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> São Carlos, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo.<br />

McLusky, D. S.; Elliott, M. 2006. The estuarine ecosystem, ecology, threats and management.<br />

Oxford: Oxford University Press. 214p.<br />

Tundisi, J.G. 1970. O plâncton estuarino. Contribuições avulsas do Instituto Oceanográfico <strong>de</strong> São<br />

Paulo, série Oceanografia Biológica, São Paulo, Brasil, 19, 1-22. <br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

ANÁLISE PRELIMINAR DA DINÂMICA POPULACIONAL DO CAMARÃO-ROSA<br />

Farfantepenaeus subtilis (PÉREZ-FARFANTE, 1967) JUNTO A REGIÃO LITORÂNEA DO<br />

MUNICÍPIO DE SIRINHAÉM, PE, BRASIL<br />

PRELIMINARY ANALYSIS OF POPULATION DYNAMICS OF THE PINK-SHRIMP Farfantepenaeus subtilis<br />

(PÉREZ-FARFANTE, 1967) IN THE COASTAL REGION OF SIRINHAÉM, PE, BRAZIL<br />

Eucli<strong>de</strong>s Pereira e SILVA*; Freddy Vogeley <strong>de</strong> CARVALHO; Joana Angélica Lyra Vogeley <strong>de</strong><br />

CARVALHO; Roberta Maria Cavalcanti NERY; Roberta Borda SOARES; Sílvio Ricardo Maurano<br />

PEIXOTO<br />

Departamento <strong>de</strong> <strong>Pesca</strong> e Aqüicultura, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Rural <strong>de</strong> Pernambuco<br />

*Email: eucli<strong>de</strong>spsilva@hotmail.com<br />

Resumo - O presente trabalho visou ampliar os conhecimentos sobre a bioecologia e a dinâmica<br />

populacional do camarão-rosa Farfantepenaeus subtilis na região <strong>de</strong> Sirinhaém,<br />

Pernambuco, assim como contribuir para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um pacote tecnológico<br />

para o cultivo comercial <strong>de</strong>sta espécie. Foram realizadas amostragens biológicas<br />

mensais (Setembro <strong>de</strong> 2007 a Junho <strong>de</strong> 2008) <strong>de</strong> 2 Kg, seguidas <strong>de</strong> contagem, sexagem<br />

e <strong>de</strong>terminação do comprimento total (CT), carapaça (CC) e peso total (PT), <strong>de</strong> cada<br />

indivíduo. Ocorreu domínio das fêmeas sobre os machos, exceto nos meses <strong>de</strong> setembro<br />

e outubro <strong>de</strong> 2007 e março <strong>de</strong> 2008. O valor médio (± DP) <strong>de</strong> CT para as fêmeas foi <strong>de</strong><br />

111 mm (± 6,49 mm) e PT foi <strong>de</strong> 12,45 g (± 2,90 mm). Para os machos estes valores<br />

foram <strong>de</strong> 95,03 mm (± 12,76 mm) e 7,26 g (± 2,12 mm), respectivamente. Os resultados<br />

preliminares indicam que para realizar a reprodução em cativeiro <strong>de</strong>sta espécie seria<br />

necessária a manutenção dos indivíduos em laboratório até atingirem o tamanho i<strong>de</strong>al<br />

para indução à maturação gonadal.<br />

Palavras-chave: camarão-rosa, Farfantepenaeus subtilis, dinâmica populacional, Sirinhaém.<br />

Abstract - This work aimed at to improve the knowledge on the bioecology and population<br />

dynamics of the pink-shrimp Farfantepenaeus subtilis in the region of Sirinhaém,<br />

Pernambuco. Moreover, the future <strong>de</strong>velopment of culture technology for this native<br />

species is also consi<strong>de</strong>red in the present study. Monthly biological samples (September<br />

2007 to June 2008) of 2 Kg were counted, sexed and measured in the total length (CT),<br />

carapace length (CC) and total weight (PT) for each individual. The number of females<br />

dominated over males in the samples, except in the months of September and October<br />

2007 and March 2008. The average value (± SD) of CT for females was 111 mm (±<br />

6.49 mm) and PT was 12.45 g (± 2.90 mm). For males these values were 95.03 mm ( ±<br />

12.76 mm) and 7.26 g (± 2.12 mm), respectively. Preliminary results indicated that for<br />

successful reproduction in captivity of this species it would be necessary the<br />

maintenance of individuals in the laboratory until they reach the i<strong>de</strong>al size for the<br />

induction to gonadal maturation.<br />

Key-words: Pink-shrimp, Farfantepenaeus subtilis, population dynamics, Sirinhaém.<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

INTRODUÇÃO<br />

A pesca direcionada aos camarões peneí<strong>de</strong>os no litoral sul do estado <strong>de</strong> Pernambuco ocupa o<br />

segundo lugar entre os recursos pesqueiros capturados na região, sendo superado apenas pelas<br />

lagostas do gênero Panulirus (Paiva, 1997). O município <strong>de</strong> Sirinhaém é um dos que mais se<br />

<strong>de</strong>stacam na ativida<strong>de</strong> pesqueira do estado <strong>de</strong> Pernambuco. Localizado no litoral sul do estado e<br />

distante 70 km <strong>de</strong> Recife, a área <strong>de</strong> pesca na região encontra-se entre as coor<strong>de</strong>nadas 08 ◦ 038’S /<br />

35 ◦ 003’W e 08 ◦ 042’S / 35 ◦ 004’ W.<br />

O camarão-rosa Farfantepenaeus subtilis (Pérez-Farfante, 1967) distribui-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o litoral<br />

norte <strong>de</strong> Cuba até Cabo Frio, Rio <strong>de</strong> Janeiro. O estoque <strong>de</strong>sta espécie na região costeira <strong>de</strong><br />

Sirinhaém possui <strong>de</strong>staque na pesca regional e já foi alvo <strong>de</strong> estudos anteriores (Tischer & Santos,<br />

2002; Santos et al, 2002).<br />

O presente trabalho visa ampliar os conhecimentos sobre a bioecologia e dinâmica<br />

populacional do camarão-rosa na região <strong>de</strong> Sirinhaém. Espera-se que as informações geradas<br />

possam contribui futuramente para captura e domesticação em laboratório <strong>de</strong> um plantel selvagem<br />

<strong>de</strong> F. subtilis, visando assim, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um pacote tecnológico para o cultivo comercial<br />

<strong>de</strong> uma espécie nativa da costa Brasileira.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

No período compreendido entre os meses <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2007 e junho <strong>de</strong> 2008, utilizou-se<br />

uma embarcação da frota camaroneira da região <strong>de</strong> Barra <strong>de</strong> Sirinhaém para realizar as amostragens<br />

biológicas. Mensalmente foi coletada uma amostra ao acaso <strong>de</strong> aproximadamente 2 Kg <strong>de</strong> F.<br />

subtilis, resultante <strong>de</strong> uma média <strong>de</strong> três arrastos por dia com duração <strong>de</strong> 3 horas cada. A região<br />

escolhida para coleta das amostras é conhecida localmente como “Lama” e fica localizada em uma<br />

faixa costeira <strong>de</strong> 3 km a 5 km, com profundida<strong>de</strong> entre 25 m a 50 m (Tischer & Santos, 2002).<br />

As amostras coletadas foram analisadas imediatamente após o <strong>de</strong>sembarque. Primeiramente,<br />

foi realizada a contagem e sexagem dos camarões, consi<strong>de</strong>rando apenas os caracteres externos <strong>de</strong><br />

presença <strong>de</strong> télico nas fêmeas e <strong>de</strong> petasma nos machos. Posteriormente, foi <strong>de</strong>terminado para cada<br />

indivíduo o comprimento total – CT (medida da base do rostro à margem superior do télson; mm) e<br />

<strong>de</strong> carapaça – CC (medida da base do rostro à margem posterior da carapaça; mm) com uso <strong>de</strong> um<br />

paquímetro, e o peso total – PT (peso úmido após leve secagem; g) com o auxílio <strong>de</strong> uma balança<br />

analítica. Os valores <strong>de</strong> comprimento (CC e CT) foram agrupados em intervalos <strong>de</strong> classe <strong>de</strong> 1,0<br />

mm, enquanto que os PT foram agrupados em classes <strong>de</strong> 0,1 g.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Na comparação mensal da proporção sexual, verificou-se que ocorre domínio nas proporções<br />

das fêmeas sobre os machos, com exceção dos meses <strong>de</strong> setembro e outubro <strong>de</strong> 2007 e março <strong>de</strong><br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

2008 (Figura 1). Essa tendência também foi observada por Coelho & Santos (2002) para F. subtilis<br />

na região costeira do município <strong>de</strong> Tamandaré, distante cerca <strong>de</strong> 20 Km <strong>de</strong> Sirinhaém.<br />

Freqüência observada (%)<br />

100<br />

90<br />

80<br />

70<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN<br />

MACHOS<br />

FÊMEAS<br />

Figura 1. Proporção mensal <strong>de</strong> machos e fêmeas do camarão-rosa<br />

F. subtilis capturados em Sirinhaém-PE no período <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong><br />

2007 a junho <strong>de</strong> 2008.<br />

O valor médio (± DP) <strong>de</strong> comprimento total para as fêmeas foi <strong>de</strong> 111 mm (± 6,49 mm), já os<br />

machos apresentaram um CT médio <strong>de</strong> 95,03 mm (± 12,76 mm). A média <strong>de</strong> peso total foi <strong>de</strong> 12,45<br />

g (± 2,90 mm) e 7,26 g (± 2,12 mm), respectivamente para fêmeas e machos (Figura 2). Coelho &<br />

Santos (1993) encontraram valores semelhantes <strong>de</strong> comprimento total e peso estudando um estoque<br />

costeiro <strong>de</strong> F. subtilis em uma região ao sul <strong>de</strong> Sirinhaém (São José da Coroa Gran<strong>de</strong>).<br />

140<br />

120<br />

A<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

MACHOS<br />

FÊMEAS<br />

20<br />

0<br />

SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN<br />

20<br />

16<br />

B<br />

Peso Médio (g)<br />

12<br />

8<br />

4<br />

MACHOS<br />

FÊMEAS<br />

0<br />

SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN<br />

Figura 2. Valores mensais <strong>de</strong> comprimento total (A) e peso (B)<br />

médio <strong>de</strong> machos e fêmeas do camarão-rosa F.subtilis capturados<br />

em Sirinhaém-PE no período <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2007 a junho <strong>de</strong><br />

2008.<br />

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Para a formação <strong>de</strong> um plantel <strong>de</strong> reprodutores do gênero Farfantepenaeus é recomendado<br />

que os machos tenham um peso mínimo <strong>de</strong> 16 g e as fêmeas 30 g (Bueno, 1989; Cavalli et al.,<br />

1997). Os resultados preliminares do presente estudo indicam que para a reprodução em laboratório<br />

dos adultos <strong>de</strong> F. subtilis capturados junto a Sirinhaém, seria necessário seu acondicionamento em<br />

laboratório até atingirem o peso i<strong>de</strong>al para indução a maturação gonadal.<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

BUENO, SLS. 1989. Técnicas, procedimentos e manejos para a produção <strong>de</strong> pós-larvas <strong>de</strong> camarões<br />

peneí<strong>de</strong>os. CIRM, Brasília, Brasil.<br />

CAVALLI, RO, MP SCARDUA, & WJ WASIELESKY. 1997. Reproductive performance<br />

ofdifferent-sized wild and pond-reared Penaeus paulensis females. Journal of the World Aquaculture<br />

Society, 28: 260-267 .<br />

COELHO, P. A.& SANTOS, M. C. F. Época da reprodução do camarão rosa, Penaeus subtilis<br />

Pérez-Farfante, 1967 (Crustacea, Decapoda,Penaeidae) na região <strong>de</strong> Tamandaré, PE. Boletim<br />

Técnico Científico do CEPENE, Rio Formoso, 1993. v. 1, n. 1, p. 57-72.<br />

COELHO, P.A.; SANTOS, M.C.F. A pesca <strong>de</strong> camarões marinhos no canal <strong>de</strong> Santa Cruz, PE. Bol.<br />

Téc. Cient. CEPENE, Tamandaré, v.1, n.1, p.129-155, 1993.<br />

IBAMA. Boletim Estatístico da <strong>Pesca</strong> Marítima e Estuarina do Nor<strong>de</strong>ste do Brasil. Centro <strong>de</strong><br />

Pesquisa e Gestão <strong>de</strong> Recursos Pesqueiros do Litoral Nor<strong>de</strong>ste, Tamandaré, 1997 a 2001.<br />

PEIXOTO, S., CAVALLI, R.O., WASIELESKY, W. 2005. Recent <strong>de</strong>velopments on broodstock<br />

maturation and reproduction of Farfantepenaeus paulensis. Brazilian Archives of Biology and<br />

Technology, 48, 997-1006.<br />

PORTO, H.L.R.; FONTELES-FILHO, A.A.; FREITAS, C.E.C. Análise da biologia pesqueira<br />

do camarão branco, Penaeus schmitti, Burkenroad, e do camarão rosa Penaeus subtilis Pérez –<br />

Farfante, na Ilha <strong>de</strong> São Luís, Estado do Maranhão. Bol. Lab.Hidrobiol., São Luís, v. 8, p. 97-15,<br />

1988.RODRIGUEZ, G. El sistema <strong>de</strong> Maracaibo: biologia y ambiente. Inst. Venezuel. Invest.<br />

Cien. Caracas, 1973. 81 p.<br />

SANTOS, M. C. F. & FREITAS, A. E. T. S. <strong>Pesca</strong> e biologia dos peneí<strong>de</strong>os (Crustacea: Decapoda)<br />

capturados no município <strong>de</strong> Barra <strong>de</strong> Santo Antônio (Alagoas – Brasil) (no prelo).<br />

SANTOS, M. C. F. Biologia e pesca <strong>de</strong> camarões marinhos ao largo <strong>de</strong> Maragogi (Alagoas -<br />

Brasil). Boletim Técnico-Científico CEPENE, Tamandaré, v.8, p. 99-129, 2000. <br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

CULTIVO DO CAMARÃO MARINHO Litopenaeus vannamei, SUBMETIDO A DIVERSAS<br />

DENSIDADES DE ESTOCAGEM, QUANDO EM ÁGUA DOCE<br />

CULTURE OF MARINE SHRIMP Litopenaeus vannamei, SUBMITTED TO MISCELLANEOUS STORAGE<br />

DENSITIES, WHEN IN FRESHWATER<br />

Sthelio Braga da FONSECA * ; Paulo <strong>de</strong> Paula MENDES; Cândida Juliana <strong>de</strong> Lyra ALBERTIM;<br />

Cláudio Figueiroa BITTENCOURT; Yuri Vinicius <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> LOPES<br />

Departamento <strong>de</strong> <strong>Pesca</strong> e Aqüicultura – UFRPE<br />

*E-mail: sthelio@yahoo.com.br<br />

Resumo - A habilida<strong>de</strong> do Litopenaeus vannamei <strong>de</strong> tolerar uma escala larga <strong>de</strong> salinida<strong>de</strong> (0.5 –<br />

40 ‰) fez-lhe uma espécie popular para a cultura com baixa salinida<strong>de</strong>. Desta forma, o<br />

presente estudo objetivou avaliar a influencia <strong>de</strong> diferentes <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> estocagem do<br />

camarão marinho L. vannamei, quando cultivado em água doce (0,0‰) e em baixa<br />

alcalinida<strong>de</strong> e dureza. Ao término do cultivo os tratamentos com menores <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

estocagem foram os que geraram os melhores resultados <strong>de</strong> ganho <strong>de</strong> peso e<br />

comprimento. A alcalinida<strong>de</strong> média da água foi <strong>de</strong> 36,97 mg.L -1 e a dureza <strong>de</strong> 38,21<br />

mg.L -1 .<br />

Palavras-chave: Litopenaeus vannamei, água doce, alcalinida<strong>de</strong>.<br />

Abstract - The ability of Litopenaeus vannamei to tolerate a wi<strong>de</strong> range of salinity (0.5 - 40 ppm)<br />

ma<strong>de</strong> it a popular species for culture with low salinity. Thus, this study aimed at<br />

evaluate the influence of different <strong>de</strong>nsities of storage of L. vannamei, when cultivated<br />

in freshwater (0.0 ‰) and low alkalinity and hardness. At the end of the cultivation, the<br />

treatments with lower <strong>de</strong>nsities of storage were producing the best results of weight gain<br />

and length. The average alkalinity of the water was 36.97 mg.L -1 and hardness of 38.21<br />

mg.L -1 .<br />

Key-words: Litopenaeus vannamei, freshwater, alkalinity.<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

INTRODUÇÃO<br />

O cultivo <strong>de</strong> camarões marinhos encontra-se em constante <strong>de</strong>senvolvimento no mundo,<br />

sendo essa uma alternativa para suprir a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> camarões gerada pelo aumento no consumo e<br />

pela estagnação da produção pesqueira. A produção brasileira <strong>de</strong> camarões marinhos vem crescendo<br />

significativamente nos últimos anos, <strong>de</strong>stacando-se a região nor<strong>de</strong>ste como principal pólo produtor<br />

do país (POERSCH et al., 2006).<br />

O Litopenaeus vannamei é tido como uma espécie tipicamente eurialina, possuindo<br />

habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tolerar uma larga escala <strong>de</strong> salinida<strong>de</strong> (0,5 – 40 ‰). Tal característica o consagrou<br />

como uma espécie popular para a cultura com baixa salinida<strong>de</strong>. Desta forma, objetivou se analisar<br />

os efeitos do cultivo do camarão marinho L. vannamei, em água doce quando submetidos a<br />

diferentes <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> estocagem e em baixas concentrações <strong>de</strong> alcalinida<strong>de</strong> e dureza.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

O trabalho se dividiu em duas etapas, a primeira foi referente ao processo <strong>de</strong> aclimatação<br />

das pós-larvas à água doce e a segunda etapa ao cultivo. Quando aclimatadas a água doce, as póslarvas<br />

foram estocadas em 12 viveiros <strong>de</strong> área útil <strong>de</strong> 60 m 2 e cultivadas nas seguintes <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> estocagem: 5 (D 5 ), 10 (D 10 ), 15 (D 15 ), 20 (D 20 ), 25 (D 25 ) e 30 (D 30 ) cam m -2 . Para alimentação,<br />

utilizou-se ração comercial contendo 35% <strong>de</strong> Proteína Bruta (PB), administrada duas vezes ao dia.<br />

Inicialmente, a água, utilizada nos viveiros apresentou níveis <strong>de</strong> alcalinida<strong>de</strong> e dureza total<br />

inferiores a 10 mg.L -1 <strong>de</strong> CaCO 3 . Semanalmente, foi adicionado calcário dolomítico na proporção<br />

<strong>de</strong> 6,25 kg viveiro -1 , semana -1 , para sua correção.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Ao final <strong>de</strong> 52 dias <strong>de</strong> cultivo, o tratamento D 5 foi o que proporcionou os melhores<br />

resultados <strong>de</strong> peso e comprimento, diferenciando-o estatisticamente dos <strong>de</strong>mais tratamentos<br />

(p


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Tabela 1 – Relação entre peso e comprimento com o tempo <strong>de</strong> cultivo do L. vannamei<br />

Densida<strong>de</strong> (cam.m -2 ) Mo<strong>de</strong>lo EC * R 2 (%) F P(F)<br />

Peso (g)<br />

5 P = 0,0183 tempo 1,41 a 98,33 354,3


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CULTIVO DO CAMARÃO Litopenaeus vannamei, EM MEIO HETEROTRÓFICO COM<br />

ADIÇÃO DE SUBSTRATO<br />

CULTIVATION OF SHRIMP Litopenaeus vannamei, MEANS HETEROTROPHIC WITH ADDITION OF<br />

SUBSTRATE<br />

Yuri Vinicius <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> LOPES * ; Paulo <strong>de</strong> Paula MENDES; Dijaci Araujo FERREIRA; Sâmia<br />

Regia Rocha MONTEIRO; Josélia Karolline dos Santos CORREIA.<br />

Departamento <strong>de</strong> <strong>Pesca</strong> e Aqüicultura – UFRPE<br />

*E-mail: yuriandra<strong>de</strong>_@hotmail.com<br />

Resumo - O cultivo do camarão Litopenaeus vannamei em águas <strong>de</strong> baixa salinida<strong>de</strong> é uma<br />

ativida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>sperta o interesse <strong>de</strong> vários empreen<strong>de</strong>dores, <strong>de</strong>vido às extensas faixas<br />

<strong>de</strong> áreas salinizadas localizadas em regiões interiores e a boa adaptação <strong>de</strong>sta espécie.<br />

No presente estudo objetivou-se comparar a eficiência da utilização do substrato<br />

artificial no cultivo do L vannamei em meio heterotrófico, utilizando dois tratamentos,<br />

com e sem substrato. O ganho <strong>de</strong> peso em relação ao tempo não apresentou diferença<br />

significativa entre os tratamentos (p≥0,05), quando a relação peso/comprimento ten<strong>de</strong>u<br />

ao isométrico entre os dois tratamentos.<br />

Palavras-chave: Litopenaeus vannamei, peso, heterotrófico.<br />

Abstract - The cultivation of the shrimp Litopenaeus vannamei in the waters of low salinity is an<br />

activity that wakes the interest of several entrepreneurs, due to the extensive ranges of<br />

areas un<strong>de</strong>r salinization located in interior regions and good adaptation of this species.<br />

The present study aimed at to compare the efficiency of the use of artificial substrate in<br />

cultivation of L vannamei in an using means two heterotrophic treatments, with and<br />

without substrate. The gain of weight in relation to the time presented no significant<br />

difference between the treatments (p≥0.05), and the gain of weight in relation to the<br />

length, ten<strong>de</strong>d to isometric between the two treatments.<br />

Key-words: Litopenaeus vannamei, weight, heterotrophic.<br />

INTRODUÇÃO<br />

A carcinicultura marinha brasileira teve seu início na década <strong>de</strong> 70, no entanto só assumiu<br />

nível industrial na década <strong>de</strong> 80 com uma produção fundamentada no cultivo do camarão Penaeus<br />

japonicus. Seu cultivo não foi um sucesso, sendo substituída por espécies nativas como P. subtilis;<br />

P. schimitti, P. brasiliensis e P. paulensis ou por outras espécies exóticas, entre elas o Litopenaeus<br />

vannamei (MAIA, 1993).<br />

50


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O L. vannamei suporta rápidas e amplas flutuações <strong>de</strong> salinida<strong>de</strong> e, em várias partes do<br />

mundo, po<strong>de</strong>m ser encontrados em águas hipersalinas (> 40º/ oo partes por mil) e até as oligohalinas<br />

(0,5 – 5,0º/ oo ). No Brasil duas enfermida<strong>de</strong>s abalaram a indústria nos últimos anos: a Mionecrose<br />

Infecciosa (IMNV) disseminada nos cultivos da região Nor<strong>de</strong>ste e a Mancha Banca (WSSV)<br />

disseminada nos cultivos da região Sul. Desta forma objetivou-se avaliar o ganho <strong>de</strong> peso e<br />

comprimento do camarão L. vannamei em águas oligohalinas e meio heterotrófico com o acréscimo<br />

<strong>de</strong> área útil no cultivo.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

O experimento foi realizado em duas etapas, a fase inicial utilizou-se pós-larvas (PL 10 )<br />

oriundas <strong>de</strong> larvicultura comercial, foram estocadas a 10.000 ind/800L e o processo <strong>de</strong> redução <strong>de</strong><br />

salinida<strong>de</strong> (36‰ para 0,5‰) foi realizado gradativamente, com um tempo <strong>de</strong> aclimatação <strong>de</strong> 10<br />

dias. A segunda etapa foi utilizada seis caixas, on<strong>de</strong> foram estocadas com <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 150<br />

camarões/m 2 , foram alimentadas três vezes ao dia com ração <strong>de</strong> 35% <strong>de</strong> PB (Proteína Bruta).<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Foi possível observar que o tratamento com substrato, o ganho <strong>de</strong> peso dos camarões foi<br />

superior ao tratamento sem substrato (Figura 1), mas, estatisticamente não houve diferença entre os<br />

mesmos (p≥0,05), semelhante ao encontrado por Domingos et al., (2003), que trabalhou com<br />

quantida<strong>de</strong>s diferentes <strong>de</strong> substrato na engorda do L. vannamei. Ao observar o ganho <strong>de</strong> peso em<br />

relação ao comprimento, não foram estatisticamente diferentes (p≥0,05) entre os tratamentos<br />

(Figura 2). Neste cultivo, a relação peso/comprimento indicou um padrão <strong>de</strong> crescimento ten<strong>de</strong>ndo<br />

ao isométrico entre os dois tratamentos.<br />

Figura 1. Ganho <strong>de</strong> peso em relação ao<br />

tempo <strong>de</strong> cultivo do L. vannamei em<br />

meio heterotrófico, em um período <strong>de</strong> 45<br />

dias.<br />

51<br />

Figura 2. Ganho <strong>de</strong> peso em relação ao<br />

comprimento no cultivo do L. vannamei em<br />

meio heterotrófico, em um período <strong>de</strong> 45 dias


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REFERÊNCIAS<br />

DOMINGOS, J. A. S. (2003). Efeito do uso <strong>de</strong> diferentes quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> substratos artificiais na<br />

engorda do camarão marinho Litopenaeus vannamei (Boone, 1931), em um sistema <strong>de</strong> cultivo<br />

semi-intensivo. Tese Mestrado apresentada ao Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Aqüicultura<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina. 36p.<br />

MAIA, E. P. Progresso e perspectivas da carcinicultura marinha no Brasil. In: Simpósio Brasileiro<br />

sobre Cultivo <strong>de</strong> Camarão. João Pessoa. 1993. Anais... pp. 185-196. <br />

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MAPEAMENTO DA PESCA ARTESANAL NO RESERVATÓRIO BILLINGS<br />

(ALTO TIETÊ, SP)<br />

ARTISANAL FISHERY’S MAPPING IN THE BILLINGS RESERVOIR<br />

Paula M. G. <strong>de</strong> CASTRO 1, 2 ; Maria Eugênia P. ALVES DA SILVA 2,3 ; Lídia S. MARUYAMA 4 ;<br />

Patrícia <strong>de</strong> PAIVA 1,2<br />

1 Pesquisador Científico do Instituto <strong>de</strong> <strong>Pesca</strong> – IP / APTA/ SAA-SP<br />

2 En<strong>de</strong>reço/Address: Avenida Francisco Matarazzo, 455 - Água Branca, São Paulo<br />

3<br />

Aluna <strong>de</strong> Mestrado do Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Aqüicultura e <strong>Pesca</strong> do Instituto <strong>de</strong> <strong>Pesca</strong><br />

4 Pesquisador Científico do Pólo Regional Extremo Oeste <strong>de</strong> Andradina /APTA / SAA<br />

Resumo – A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se conhecer espacialmente os pontos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque e as<br />

concentrações <strong>de</strong> pescadores é um passo necessário na implantação <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong><br />

estatística <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque em regiões on<strong>de</strong> a pesca é exercida. Assim, um estudo<br />

enfocando os aspectos estruturais da pesca foi conduzido em comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pescadores<br />

artesanais do reservatório Billings, SP, durante o período <strong>de</strong> janeiro a agosto/2005, on<strong>de</strong><br />

foram i<strong>de</strong>ntificados nove núcleos <strong>de</strong> pesca e entrevistados 52 (46%) e dos estimados 113<br />

pescadores regularmente atuantes. Os pontos foram i<strong>de</strong>ntificados geograficamente através<br />

<strong>de</strong> um GPS (Global Positioning System), que permitiu a plotagem em mapa<br />

georeferenciado através do aplicativo ArcGIS versão 9.0, empregando-se a base<br />

cartográfica digital do IBGE. Consi<strong>de</strong>rando que o reservatório tem uma área estimada em<br />

112 km2, a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesca observada foi <strong>de</strong> 1,0 pescador por km2. A pesquisa<br />

visou contribuir com informações atuais da pesca <strong>de</strong> pequena escala em uma represa<br />

urbana, possibilitando uma reflexão e tomada <strong>de</strong> consciência sobre a ativida<strong>de</strong><br />

extrativista <strong>de</strong>senvolvida na região e suas transformações ao longo dos anos, no contexto<br />

<strong>de</strong> um ambiente tão complexo como este reservatório.<br />

Palavras-chave: pescadores artesanais; mapeamento; núcleos pesqueiros; reservatório urbano;<br />

Billings; Alto Tietê, SP<br />

Abstract - The need to know the points of spatially landing and concentrations of fishermen is a<br />

necessary step to implement a system of statistical of fishery production in areas where<br />

fishing is exercised. So, from January to August/2005, a study focusing structural<br />

aspects of the fishery was ma<strong>de</strong> on communities of artisanal fishermen of Billings<br />

Reservoir, SP, where nine main fishery communities were i<strong>de</strong>ntified, 52 (46%) were<br />

interviewed and estimated 113 fishermen regularly active. The points were<br />

geographically i<strong>de</strong>ntified through a Global Positioning System (GPS), that allowed plot<br />

on maps georeferencied through the application ArcGIS version 9.0, using the base of<br />

digital cartographic IBGE. The research aimed at to contribute with up-to-date<br />

information of the low scale fishery in an urban reservoir, making a reflection about the<br />

exploitation activity <strong>de</strong>veloped in the region and its transformations along the years, in<br />

the context of a complex environment like this reservoir.<br />

Key-words: artisanal fishermen; mapping; fishery communities; urban reservoir; Billings; Alto<br />

Tietê river, SP.<br />

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INTRODUÇÃO<br />

A Represa Billings situa-se na porção su<strong>de</strong>ste da Região Metropolitana <strong>de</strong> São Paulo, próxima<br />

às altas escarpas da Serra do Mar. Sua construção foi iniciada em 1925, motivada pela alta <strong>de</strong>manda<br />

<strong>de</strong> energia elétrica da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (MACEDO, 1992). É consi<strong>de</strong>rada uma represa urbana<br />

por localizar-se em uma área <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsamento populacional, apresentando diversos<br />

problemas ambientais e sociais, tais como, ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada, conflitos <strong>de</strong> uso da água,<br />

poluição da represa e em torno <strong>de</strong> suas margens, entre outros. É utilizada também como lazer pela<br />

pesca esportiva, como manancial <strong>de</strong> abastecimento, como receptor <strong>de</strong> efluentes e como sistema<br />

regulador da vazão do Alto Tietê, além da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesca artesanal, bastante antiga no<br />

reservatório (MINTE-VERA, 1997). Em muitas regiões brasileiras, a pesca artesanal é a única fonte<br />

<strong>de</strong> proteína disponível às camadas menos favorecidas da população, inclusive nas gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s<br />

on<strong>de</strong> há corpos d´água disponíveis à pesca, como na represa Billings em São Paulo, na Lagoa da<br />

Pampulha em Belo Horizonte, no Lago Paranoá em Brasília (PETRERE et al, 2006). O presente<br />

estudo tem por finalida<strong>de</strong> contribuir com informações atuais da pesca <strong>de</strong> pequena escala<br />

<strong>de</strong>senvolvida na represa Billings, Alto Tietê, SP, através <strong>de</strong> levantamento e caracterização dos<br />

núcleos pesqueiros existentes, estimando-se o contingente <strong>de</strong> pescadores artesanais regulares na<br />

região.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

A primeira etapa do trabalho ocorreu no mês <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2004, on<strong>de</strong> foram realizadas<br />

viagens quinzenais abrangendo toda a região em foco, a fim <strong>de</strong> se obter as informações preliminares<br />

necessárias à realização <strong>de</strong>ste estudo, localizar as concentrações <strong>de</strong> pescadores, e nos inserir no<br />

contexto <strong>de</strong>ste setor. A segunda etapa ocorreu no período <strong>de</strong> janeiro a agosto <strong>de</strong> 2005, a partir do<br />

mapeamento da ativida<strong>de</strong> pesqueira extrativista na represa Billings, percorrendo todo o seu<br />

perímetro por terra e/ou através <strong>de</strong> barco, on<strong>de</strong> foram i<strong>de</strong>ntificados através <strong>de</strong> um GPS (Global<br />

Positioning System) os principais pontos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque e núcleos pesqueiros. Os pontos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sembarque i<strong>de</strong>ntificados foram plotados em mapas georeferenciados através do aplicativo<br />

ArcGIS versão 9.0, empregando-se a base cartográfica digital do IBGE em escala 1:1.000.000<br />

(Folha SF-23 Rio <strong>de</strong> Janeiro) (Figura 1). Para o cálculo da intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesca (ind/km 2 ) levou-se<br />

em conta a estimativa obtida do número <strong>de</strong> pescadores regularmente atuantes na represa e sua<br />

respectiva área alagada (112 km 2 ), <strong>de</strong>scontando-se o braço do Rio Gran<strong>de</strong> on<strong>de</strong> não há pesca<br />

profissional (MINTE-VERA, 1997).<br />

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RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Neste levantamento foram entrevistados cinqüenta e dois pescadores, tendo sido i<strong>de</strong>ntificados<br />

nove núcleos pesqueiros (Figura 1 e Tabela 1). Chegou-se a uma estimativa <strong>de</strong> cento e treze<br />

pescadores regularmente atuantes nos diversos locais visitados, distribuídos entre São Paulo<br />

(57,5%), São Bernardo do Campo (31,9%) e Ribeirão Pires (10,6%), apesar <strong>de</strong>ste valor estar<br />

próximo ao estimado (101 pescadores) na década <strong>de</strong> 1990 por MINTE VERA (1997), a ativida<strong>de</strong><br />

pesqueira contou com uma redução no número <strong>de</strong> pescadores profissionais que exerciam suas<br />

ativida<strong>de</strong>s no reservatório Billings entre as décadas <strong>de</strong> 1930 e 1940 (ROCHA, 1984). O possível<br />

<strong>de</strong>créscimo do número <strong>de</strong> pessoas ligadas à ativida<strong>de</strong> em relação ao passado po<strong>de</strong> ser explicado<br />

pela diminuição da produtivida<strong>de</strong> da pesca e conseqüente migração dos pescadores para outras<br />

regiões, em busca <strong>de</strong> melhores áreas pesqueiras.<br />

Figura 1. Mapa com indicação dos principais pontos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque no reservatório Billings,<br />

SP, no período <strong>de</strong> janeiro a agosto <strong>de</strong> 2005 (ponto 1- Saída da balsa 2 (Bororé); 2- Braço da<br />

Barragem; 3- Bico da Limeira (Cati); 4-Braço dos Catetos; 5- Balsa João Basso; 6- Vila dos<br />

<strong>Pesca</strong>dores; 7-Limeira (Cati); 8-Alvarenga; 9- Bar do Bernardino (Colônia); 10- Pedra Branca;<br />

11- Grota do banco; 12- Água Limpa; 13- Grota Bar do <strong>Pesca</strong>dor; 14- Braço da Barragem; 15-<br />

Cabeceira da Barragem; 16- Recanto do Sol e 17- Quintal <strong>de</strong> casa <strong>de</strong> pescador –Barragem).<br />

Ao redor <strong>de</strong> 82,3% dos pescadores estimados (Tabela 1) estavam concentrados nos núcleos<br />

<strong>de</strong> Barragem (23,9%), Bororé (22,1%), Terceira Balsa (14,2%), Colônia (11,5%) e Ribeirão Pires<br />

(10,6%), entretanto, a maior parte (67,3%) dos que respon<strong>de</strong>ram as entrevistas pertenciam apenas<br />

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Tabela 1. Núcleos pesqueiros, localização geográfica, pontos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque e número <strong>de</strong><br />

pescadores estimados e entrevistados no reservatório Billings durante o período <strong>de</strong> janeiro a<br />

agosto <strong>de</strong> 2005.<br />

Núcleos<br />

Pontos <strong>de</strong><br />

Municípios<br />

Número <strong>de</strong> pescadores<br />

Pesqueiros<br />

<strong>de</strong>sembarque entrevistados estimados<br />

Braço da Barragem<br />

Barragem São Paulo Cabeceira da Barragem 14 27<br />

Casa <strong>de</strong> pescadora<br />

Bororé São Paulo Saída da segunda balsa 21 25<br />

Terceira Balsa<br />

São Bernardo Balsa João Basso<br />

do Campo Braço dos Catetos<br />

3 16<br />

Colônia São Paulo Bar do Bernardino 4 13<br />

Ribeirão Pires Ribeirão Pires - - 12<br />

Vila dos São Bernardo Balsa João Basso<br />

<strong>Pesca</strong>dores do Campo Vila dos <strong>Pesca</strong>dores<br />

4 10<br />

São Bernardo Limeira<br />

Cati/Taquacetuba<br />

do Campo Bico <strong>de</strong> Limeira<br />

5 6<br />

Alvarenga<br />

São Bernardo<br />

do Campo<br />

Alvarenga - 3<br />

Pedreira<br />

São Bernardo<br />

do Campo<br />

Pedreira 1 1<br />

Total 52 113<br />

aos núcleos <strong>de</strong> Bororé (40,4%) e Barragem (26,9%). Consi<strong>de</strong>rando que o reservatório tem uma área<br />

estimada em 112 km 2 , a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesca observada foi <strong>de</strong> 1,0 pescador por km 2 , valor<br />

semelhante ao <strong>de</strong> 0,9 pescador/km 2 encontrado por MINTE-VERA (1997) e próximo àquele foi<br />

obtido para o reservatório <strong>de</strong> Barra Bonita (1,18 pescador/km 2 ). Entretanto, maior quando<br />

comparados aos <strong>de</strong> Bariri (0, 71), Ibitinga (0,25), Promissão (0,32), Nova Avanhandava (0,22) e<br />

Três Irmãos (0,21), reservatórios localizados no Médio e Baixo Tietê (MARUYAMA, 2007). O<br />

esforço <strong>de</strong> pesca é direcionado basicamente para a captura <strong>de</strong> quatro recursos, dois exóticos e dois<br />

nativos: tilápia-do-Nilo (O. niloticus), carpa (Cyprinus carpio), acará (Geophagus brasiliensis), e<br />

lambari (Astyanax sp.), que juntos somam mais <strong>de</strong> 80% dos <strong>de</strong>sembarques <strong>de</strong>clarados, grupo <strong>de</strong><br />

espécies adaptadas a ambientes eutrofizados. A pesca artesanal ou <strong>de</strong> pequena escala praticada no<br />

reservatório Billings (Alto Tietê), ao contrário <strong>de</strong> décadas passadas, está em <strong>de</strong>clínio quanto ao<br />

número <strong>de</strong> pescadores e ao rendimento pesqueiro. A comunida<strong>de</strong> pesqueira que vive no seu entorno<br />

é constituída, geralmente, por grupo familiar, <strong>de</strong> pessoas simples e <strong>de</strong> baixa renda que se <strong>de</strong>dica a<br />

esta ativida<strong>de</strong>, na maioria dos casos, <strong>de</strong> forma complementar, como serviços gerais, caseiros,<br />

comércio (donos <strong>de</strong> bares e lanchonetes), pedreiro, guias <strong>de</strong> turismo, piloteiros <strong>de</strong> barcos, sendo<br />

i<strong>de</strong>ntificado a presença, ainda, <strong>de</strong> famílias <strong>de</strong> pescadores tradicionais na região que trabalham há<br />

mais <strong>de</strong> trinta anos. Recomenda-se a realização urgente <strong>de</strong> um estudo integrado (pescador, meio<br />

ambiente e pescado) buscando um melhor subsídio ao or<strong>de</strong>namento e manejo da ativida<strong>de</strong> pesqueira<br />

na região da represa Billings <strong>de</strong> forma mais realista e participativa, envolvendo todos os atores da<br />

pesca e outros usuários do reservatório, incluindo o Comitê <strong>de</strong> Bacias Hidrográficas do Alto Tietê.<br />

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

MACEDO, T. 1992 Billings Viva! Secretaria <strong>de</strong> Educação, Cultura e Esportes. Prefeitura do Município<br />

<strong>de</strong> São Bernardo do Campo, São Bernardo do Campo, 12p.<br />

MARUYAMA, L.S. 2007 A pesca artesanal no Médio e Baixo Rio Tietê (São Paulo, Brasil):<br />

Aspectos estruturais, sócio-econômicos e <strong>de</strong> produção pesqueira. São Paulo. 109p. (Dissertação <strong>de</strong><br />

Mestrado. Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Aqüicultura e <strong>Pesca</strong>, Instituto <strong>de</strong> <strong>Pesca</strong>/APTA/SAA-SP).<br />

MINTE-VERA, C.V. 1997 A pesca artesanal no reservatório Billings. (São Paulo). Campinas. 86p.<br />

(Dissertação <strong>de</strong> Mestrado. Instituto <strong>de</strong> Biologia, UNICAMP).<br />

PETRERE Jr. M; WALTER, T.; MINTE-VERA, C. V. 2006 Income evaluation - scale fisher in two Basilian<br />

urban reservoirs: Represa Billings (SP) and Lago Paranoá (DF). Braz. J. Biol., 66(3): 817-828.<br />

ROCHA, A. A, 1984. A ecologia e os aspectos sanitários e a saú<strong>de</strong> pública da Represa Billings. Uma<br />

contribuição a sua recuperação. São Paulo. 166p. (Tese <strong>de</strong> Livre Docência. Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo,<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública). <br />

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AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO POPULACIONAL DO ROTÍFERO Brachionus plicatilis<br />

COM A UTILIZAÇÃO DE MICROALGA E PROBIÓTICO NA DIETA<br />

POPULATION GROWTH OF THE ROTIFER Brachionus plicatilis FED ON MICROALGAE AND PROBIOTIC<br />

Joana Angélica Lyra Vogeley <strong>de</strong> CARVALHO*; Isabela Bacalhau <strong>de</strong> OLIVEIRA;<br />

Wanessa <strong>de</strong> Melo COSTA; Roberta Maria Cavalcanti NERY; Roberta Borda SOARES;<br />

Alfredo Olivera GALVEZ; Sílvio Ricardo Maurano PEIXOTO<br />

Departamento <strong>de</strong> <strong>Pesca</strong> e Aqüicultura, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Rural <strong>de</strong> Pernambuco<br />

*Email: joanavogeley@hotmail.com<br />

Resumo - O objetivo <strong>de</strong>ste estudo foi avaliar o crescimento populacional do rotífero B. plicatilis<br />

com a utilização da microalga Isochrysis galbana e probiótico comercial na dieta. Os<br />

rotíferos foram distribuídos em béqueres <strong>de</strong> 250 mL, com uma <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> inicial <strong>de</strong> 10<br />

indivíduos mL-1. Foram testados quatro tratamentos (T1, T2, T3 e T4) com três<br />

repetições, on<strong>de</strong>: T1 = rotíferos sem alimentação (Controle); T2 = rotíferos alimentados<br />

com Isochrysis galbana; T3 = rotíferos alimentados com I. galbana + probiótico<br />

comercial e T4 = rotíferos alimentados com probiótico comercial. Para avaliar o<br />

crescimento populacional, foram realizadas contagens diárias dos indivíduos <strong>de</strong> cada<br />

unida<strong>de</strong> experimental. Os melhores valores <strong>de</strong> crescimento foram observados nos<br />

tratamentos T2 e T3. Os resultados observados no presente trabalho indicam que os<br />

rotíferos alimentados somente com o probiótico escolhido não apresentaram crescimento<br />

satisfatório para sua produção.<br />

Palavras-chave: rotífero, Brachionus plicatilis, crescimento, probiótico<br />

Abstract - The objective of this study was to assess the population growth of the rotifer B. plicatilis<br />

fed with microalgae Isochrysis galbana and commercial probiotic. The rotifers were<br />

distributed in beakers of 250 mL, with an initial <strong>de</strong>nsity of 10 organisms ml -1 . Four<br />

treatments (T1, T2, T3 and T4) in triplicate were tested, where: T1 = rotifers without<br />

food (Control), T2 = rotifers fed with I. galbana; T3 = rotifers fed with I. galbana +<br />

probiotic and T4 = rotifers fed probiotic. To assess the population growth, daily<br />

countings of individuals of each experimental unit were performed. Rotifers presented<br />

better population growth in the T2 and T3. The results observed in this study indicated<br />

that the rotifers fed on the probiotic tested did not show satisfactory growth for its<br />

production.<br />

Key-words: rotifer, Brachionus plicatilis, growth, probiotic<br />

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INTRODUÇÃO<br />

Na seleção <strong>de</strong> organismos vivos, para fins <strong>de</strong> alimentação na larvicultura, são consi<strong>de</strong>rados o<br />

tamanho a<strong>de</strong>quado, o valor nutritivo compatível e a facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cultivo em gran<strong>de</strong> escala (Barros<br />

& Valenti, 2003). O rotífero Brachionus plicatilis satisfaz estes requerimentos e tem sido usado<br />

como alimento vivo oferecido a peixes e larvas <strong>de</strong> camarões (Seixas Filho et al., 2000).<br />

O alimento vivo, quando oferecido para as larvas <strong>de</strong> animais aquáticos, po<strong>de</strong> carregar<br />

consigo uma rica comunida<strong>de</strong> bacteriana que po<strong>de</strong> ser maléfica ou benéfica ao cultivo. Por outro<br />

lado, a inoculação <strong>de</strong> microrganismos selecionados (probióticos) nos ambientes <strong>de</strong> cultivo tem sido<br />

aplicada em muitas fazendas e laboratórios com o objetivo <strong>de</strong> melhorar a qualida<strong>de</strong> da água, saú<strong>de</strong> e<br />

a produção <strong>de</strong> organismos aquáticos (McIntosh et. al. 2000), especificamente nos sistemas <strong>de</strong><br />

produção sem renovação <strong>de</strong> água, on<strong>de</strong> a comunida<strong>de</strong> microbiana é essencial como fonte <strong>de</strong><br />

alimento para os organismos cultivados (Wasielesky et al. 2006).<br />

Hirata et al. (1998) sugerem o uso <strong>de</strong> bactérias probióticas para o cultivo <strong>de</strong> B. plicatilis<br />

<strong>de</strong>stinados para alimentação na piscicultura. Balcázar et al. (2006) citam cinco mecanismos <strong>de</strong><br />

atuação dos probióticos: exclusão competitiva <strong>de</strong> bactérias patogênicas, fonte <strong>de</strong> nutrientes,<br />

contribuição enzimática para a digestão, influência sobre a qualida<strong>de</strong> da água, melhora da resposta<br />

imune e efeitos antivirais.<br />

Diante do exposto, preten<strong>de</strong>u-se avaliar o crescimento populacional do rotífero B. plicatilis<br />

com a utilização da microalga Isochrysis galbana e probiótico comercial na dieta.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

Os rotíferos Brachionus plicatilis avaliados foram provenientes do Laboratório <strong>de</strong> Produção<br />

<strong>de</strong> Alimento Vivo (LAPAVI), do Departamento <strong>de</strong> <strong>Pesca</strong> e Aqüicultura da UFRPE. O experimento<br />

teve a duração <strong>de</strong> 10 dias e foi realizado no Laboratório <strong>de</strong> Maricultura Sustentável (LAMARSU)<br />

da mesma instituição. Os rotíferos passaram por um período <strong>de</strong> três horas sem oferta <strong>de</strong> alimento e,<br />

em seguida, foram filtrados em malhas <strong>de</strong> 90 e 200 µm e distribuídos em béqueres <strong>de</strong> 250 mL, com<br />

uma <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> inicial <strong>de</strong> 10 indivíduos mL -1 e aeração constante.<br />

Foram realizados quatro tratamentos (T1, T2, T3 e T4) e três repetições com <strong>de</strong>lineamento<br />

inteiramente casualizado, on<strong>de</strong>: T1 = rotíferos sem alimentação (Controle); T2 = rotíferos<br />

alimentados com Isochrysis galbana; T3 = rotíferos alimentados com I. galbana + probiótico<br />

comercial e T4 = rotíferos com probiótico comercial.<br />

Para os tratamentos T2 e T3, a microalga I. galbana foi obtida do banco <strong>de</strong> cepas do<br />

LAPAVI, rotineiramente mantida utilizando-se o meio Conway (Walne, 1974) e, quando da oferta,<br />

59


Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

encontrava-se na fase exponencial <strong>de</strong> crescimento. Para alimentação foi utilizada uma concentração<br />

<strong>de</strong> 50 x 10 4 cel.mL -1 , <strong>de</strong> acordo com Costa et al. (2008).<br />

Nos tratamentos T1 e T4 foram ofertados 0,2g do probiótico comercial (Sanolife ® PRO W -<br />

INVE ® ) a cada 48h, <strong>de</strong> acordo com testes preliminares realizados no LAPAVI. Para avaliar o<br />

crescimento populacional do B. plicatilis, foram realizadas contagens diárias dos indivíduos <strong>de</strong> cada<br />

unida<strong>de</strong> experimental, em câmara <strong>de</strong> Sedgewick-Rafter, através <strong>de</strong> uma amostra fixada em<br />

formalina a 4%.<br />

A taxa <strong>de</strong> crescimento (r) foi estimada pela equação: r = (lnN 1 – lnN 0 )/t (Omori & Ikeda,<br />

1984), em que N 0 = <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> inicial <strong>de</strong> rotíferos (indivíduos mL -1 ), N 1 = <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rotíferos<br />

após o período <strong>de</strong> cultivo (t) e t = período <strong>de</strong> cultivo (dias). O tempo <strong>de</strong> duplicação (d) foi calculado<br />

<strong>de</strong> acordo com a equação: d = ln2/r.<br />

O pH foi mensurado diariamente com um medidor <strong>de</strong> pH eletrônico (pH Meter Tec-2,<br />

Tecnal), e as variáveis oxigênio dissolvido, temperatura e salinida<strong>de</strong> foram mensuradas a cada 48h<br />

com o auxílio <strong>de</strong> um analisador multi-parâmetro (YS 55, EUA) e refratômetro (Atago, S10-E).<br />

Os resultados foram tratados estatisticamente através do teste <strong>de</strong> Kolmogorov-Smirnov para<br />

normalida<strong>de</strong>, teste <strong>de</strong> Cochran para homogeneida<strong>de</strong> e, em seguida, análise <strong>de</strong> variância - ANOVA.<br />

Quando necessário, os dados foram transformados. Diferenças significativas entre as médias (p <<br />

0,05) foram testadas pelo teste <strong>de</strong> Duncan.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Não foram encontradas (p < 0,05) diferenças significativas na <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rotíferos entre<br />

T1 (sem alimento) e T4 (com probiótico) e entre T2 (com microalga) e T3 (microalga e probiótico).<br />

A maior <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> final foi observada no T2 alcançando 312 rotíferos mL -1 . De acordo com a<br />

Figura 1, o T3, até o 5º dia, apresentou tendência <strong>de</strong> crescimento populacional superior àquela on<strong>de</strong><br />

houve oferta apenas <strong>de</strong> microalga (T2). Todavia, no tratamento com a utilização <strong>de</strong> apenas<br />

probiótico (T4) na dieta houve diferenças significativas quando comparado aos tratamentos T2 e<br />

T3, não apresentando crescimento. As médias <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> populacional <strong>de</strong> B. plicatilis ao longo<br />

do experimento estão representadas na Tabela 1.<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

Tabela 1. Média e <strong>de</strong>svio padrão da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> populacional (rotíferos mL -1 ) <strong>de</strong> B.<br />

plicatilis nos diferentes tratamentos.<br />

Densida<strong>de</strong><br />

Dieta<br />

populacional (rotíferos<br />

mL -1 )<br />

T1 - Sem alimentação 3,1 b ± 1,50<br />

T2 - Isochrysis galbana 136,8 ª ± 108,6<br />

T3 - Isochrysis galbana + Probiótico<br />

comercial<br />

117,6 ª ± 80,2<br />

T4 – Probiótico comercial 4,7 b ± 3,8<br />

Letras diferentes nas médias <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> populacional indicam diferenças significativas.<br />

Taxas <strong>de</strong> crescimento superiores foram observadas em T2 (microalga) e T3 (microalga e<br />

probiótico). Valores negativos <strong>de</strong> crescimento foram observados nos tratamentos T1(sem alimento)<br />

e T4 (probiótico) (Tabela 2). Também se observou um conseqüente aumento do tempo <strong>de</strong><br />

duplicação nos tratamentos T1 e T4.<br />

Tabela 2. Médias e <strong>de</strong>svios padrão das taxas <strong>de</strong> crescimento específico e tempo <strong>de</strong><br />

duplicação <strong>de</strong> B. plicatilis alimentados com diferentes dietas.<br />

Taxa <strong>de</strong> crescimento Tempo <strong>de</strong><br />

Dieta<br />

específico duplicação<br />

T1 - Sem alimentação -0,167±0,0842 5,238±3,299<br />

T2 - Isochrysis galbana 0,424±0,051 1,652±0,209<br />

T3 - Isochrysis galbana + Probiótico<br />

comercial<br />

0,378±0,069 1,879±0,368<br />

T4 – Probiótico comercial -0,088±0,123 3,857±17,492<br />

De acordo com Dhert et al. (2001), a alimentação e o conseqüente enriquecimento<br />

nutricional <strong>de</strong> rotíferos se baseiam na administração contínua <strong>de</strong> compostos nutricionais essenciais<br />

durante o seu cultivo. De acordo com Yamasaki & Hirata (1990), os rotíferos B. plicatilis po<strong>de</strong>m<br />

crescer quando alimentados com microrganismos, tais como leveduras e bactérias. Hirata et al.<br />

(1998) acrescenta que rotíferos po<strong>de</strong>m ser cultivados com bactérias probióticas, a fim <strong>de</strong> servir<br />

como fonte <strong>de</strong> alimento para a piscicultura. Porém os resultados observados no presente trabalho<br />

indicam que os rotíferos cultivados somente com adição do probiótico escolhido não apresentam<br />

crescimento satisfatório para sua produção. Contudo, a adição <strong>de</strong>ste probiótico junto com as<br />

microalgas po<strong>de</strong> ser benéfico para as larvas <strong>de</strong> peixes que venham a consumi-los, fato que <strong>de</strong>verá se<br />

apurado em experimento futuro.<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

Figura 1. Densida<strong>de</strong> populacional <strong>de</strong> B. plicatilis nos diferentes tratamentos durante o período<br />

experimental, on<strong>de</strong> T1 = rotíferos sem alimentação (Controle); T2 = rotíferos alimentados com<br />

Isochrysis galbana; T3 = rotíferos alimentados com I. galbana + probiótico comercial e T4 =<br />

rotíferos com probiótico comercial.<br />

REFERÊNCIAS<br />

BALCÁZAR JL, I DE BLAS, I RUIZ-ZARZUELA, D CUNNINGHAM, D VENDRELL, JL<br />

MÚZQUIZ. The role of probiotics in aquaculture. Veterinary Microbiology, 114, 173-186, 2006.<br />

BARROS, H.P.; VALENTI, W.C. Ingestion rates of Artemia nauolii for different larval stages of<br />

Macrobrachium rosenbergii. Aquaculture, v.217, n.(1-4), p.223-233, 2003.<br />

COSTA W.M, FIGUEIREDO, M.B, CAVALLI, R.O, GÁLVEZ, A.O. Crescimento populacional<br />

<strong>de</strong> rotíferos Brachionus plicatilis Müller, 1786, alimentados com microalgas e dieta formulada.<br />

Revista Brasileira <strong>de</strong> Ciências Agrárias, v.3, n.2, p.173-178, 2008.<br />

DHERT, P.; ROMBAUt, G.; SUANTIKA, G.; SORGELOOS, P. Advancement of rotifer culture<br />

and manipulation techniques in Europe. Aquaculture, v.200, p.129–146, 2001.<br />

HIRATA, H., MURATA O., YAMADA S., ISHITANI H., WACHI M. Probiotic culture of the<br />

rotifer Brachionus plicatilis. Hydrobiologia, 387/388, 195-498,1998.<br />

MCINTOSH D, TM SAMOSHA, ER JONES, AL LAWRENCE, DA MCKEE, S HOROWITZ, A<br />

HOROWITZ, The effect of a commercial bacterial supplement on the high-<strong>de</strong>nsity culturing of<br />

Litopenaeus vannamei with a low-protein diet in na outdoor tank system and no water exchange.<br />

Aquacultural Engineerung, 21, 251-227, 2000<br />

OMORI, M.; IKEDA, T. Methods in marine zooplankton ecology.Wiley: New York, 332p., 1984.<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

SEIXAS FILHO, J.T.; TRIANI, L.; THOMAZ, L.A. et al. Utilização da morfometria na avaliação<br />

<strong>de</strong> larvas do camarão <strong>de</strong> água doce Macrobrachium rosenbergii (De Man, 1879) submetidas a<br />

diferentes regimes alimentares. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE AQÜICULTURA-Simbraq, 11.,<br />

2000, Florianópolis. Anais... Santa Catarina: SIMBRAq, 2000. p.2-17.<br />

WASIELESKY WJ, H ATWOOD, A STOKES, CL BROWDY. 2006. Effect of natural production<br />

in a zero exchange suspen<strong>de</strong>d microbial floc based super-intesive culture system for white shrimp<br />

Litopenaeus vannamei. Aquaculture, 258, 396-403.<br />

WALNE, P. Culture of bivalve mollusc, 50 years experience at Conway. Fishing New Books,<br />

Farham. 1974. 173p.<br />

YAMASAKI, S., HIRATA, H. Relationship between food consumption and metabolism of rotifer<br />

Brachionus plicatilis. Nippon Suisan Gakkaishi 56: 591–594, 1990. <br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

SISTEMATIZAÇÃO DE NOMES VULGARES DE PEIXES COMERCIAIS DO BRASIL:<br />

1. ESPÉCIES DULCIAQÜÍCOLAS<br />

VULGAR NAMES SYSTEMATIZATION OF THE COMMERCIAL FISH FROM BRAZIL:<br />

1. FRESHWATER SPECIES<br />

José Milton Barbosa*; Kelly <strong>de</strong> Souza Ferraz<br />

Departamento <strong>de</strong> <strong>Pesca</strong> e Aqüicultura, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Rural <strong>de</strong> Pernambuco<br />

*E-mail: jmiltonb@gmail.com<br />

Resumo - O presente trabalho teve por objetivo sugerir a uniformização dos nomes vulgares <strong>de</strong><br />

peixes comerciais dulciaqüícolas do Brasil, evitando, <strong>de</strong>sta forma, os erros crassos<br />

comuns cometidos em vários segmentos do setor pesqueiro nacional, com prejuízos para<br />

a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dados, especialmente no que se refere à estatística pesqueira.<br />

Palavras-chaves - estatística pesqueira; nomes científicos; nomes vulgares<br />

Abstract - This work had the objctive to suggest the uniformization of the commercial freshwater<br />

fishes’ vulgar manes, so that avoiding the crass and commom mistakes perpetra<strong>de</strong> by<br />

several segments of the national fishery sector, at a sacrificate for the data, especially<br />

regarding to fishery statistics.<br />

Key-words - fishering estatistic; scientific names; common names<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

INTRODUÇÃO<br />

Von Ihering <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início do século XX preocupou-se com a questão do vocabulário<br />

zoológico brasileiro, consi<strong>de</strong>rado muito pobre, em relação à riqueza <strong>de</strong> nossa fauna (Ihering,<br />

1938/1968). Este fato ocorre pelo fato <strong>de</strong> que os cientistas estrangeiros que coligaram material<br />

zoológico em suas estadas no Brasil, raramente se <strong>de</strong>ram ao trabalho <strong>de</strong> anotar corretamente os<br />

nomes vulgares das espécies, mais tar<strong>de</strong> por eles nominadas cientificamente.<br />

Segundo Ihering (1938/1968) não foi apenas por prazer <strong>de</strong> corrigir ou <strong>de</strong> dizer mal que<br />

temos citado alguns exemplos <strong>de</strong> <strong>de</strong>finições zoológicas <strong>de</strong> todo erradas em obras <strong>de</strong> certo renome.<br />

Atualmente a situação não é diferente, há gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>scaso para a nomenclatura zoológica,<br />

especialmente no tocante aos peixes, on<strong>de</strong> ocorra <strong>de</strong>scuido <strong>de</strong> estudantes, técnicos e pesquisadores.<br />

Assim, é importante chamar a atenção dos que são responsáveis pela divulgação <strong>de</strong> dados<br />

técnicos ou científicos e pelo aperfeiçoamento <strong>de</strong> nossos manuais <strong>de</strong> língua portuguesa, brasileira.<br />

A<strong>de</strong>mais, o Brasil é um país <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> extensão e diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espécies muito parecidas<br />

entre si, às vezes pertencentes ao mesmo gênero ou família, o que dificulta sobremaneira a solução<br />

dos erros da aplicação dos nomes vulgares.<br />

O presente trabalho foi realizado a partir <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>manda surgida em reuniões para<br />

consolidação da estatística pesqueira nacional. Nestas oportunida<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ntificou-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

rever e atualizar os nomes científicos utilizados e sistematizar os nomes vulgares <strong>de</strong> forma a<br />

melhorar a qualida<strong>de</strong> da estatística pesqueira, gerada no Brasil.<br />

Desta forma, este trabalho buscou a geração <strong>de</strong> uma lista <strong>de</strong> espécies constantes das tabelas<br />

<strong>de</strong> produção pesqueira, com os nomes locais e os nomes sugerido, uniformizado para uso em todo<br />

Brasil, e os correspon<strong>de</strong>ntes científicos. Esta lista po<strong>de</strong>rá ser utilizada na compilação <strong>de</strong> dados<br />

estatísticos e outros trabalhos que necessitem da utilização <strong>de</strong> nomes vulgares, fora da esfera<br />

regional.<br />

METODOLOGIA<br />

LEVANTAMENTO DOS DADOS<br />

Foram levantados os nomes vulgares constantes das Tabelas constantes da Estatística da<br />

<strong>Pesca</strong> - Brasil (2001; 2002; 2003). A sistematização foi realizada verificando o nome comum mais<br />

representativo e sugerindo-os como nome Nacional. Os <strong>de</strong>mais nomes locais, <strong>de</strong> menor<br />

importância, listados como sinônimos. Sempre procurando utilizar nome e sobrenome para grupos<br />

mais complexos (Ex: mandi-chorão, lambari-do-rabo-amarelo; pacu-caranha, etc).<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

VERIFICAÇÃO DA VALIDADE<br />

A valida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos os termos científicos foi verificada, e os nomes corrigidos, <strong>de</strong> acordo<br />

com os trabalhos mais recentes e aceitos: Reis et al., 2003; Eschmeyer, 2005 e Froese & Pauly,<br />

2005; Zoological Records - disponível on-line (http://www.biosis.org/products/zr/); All (in this<br />

database) Fish list (Scientific names). Disponível on-line (http://www.funet.fi/pub/sci/bio/<br />

life/warp/ fish-list.html#pisces).<br />

VISITAS TÉCNICAS<br />

Foram realizadas visitas técnicas aos estados on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>tectaram maiores dificulda<strong>de</strong>s com<br />

os nomes vulgares: excesso <strong>de</strong> nomes muito peculiares (endêmicos) e carência <strong>de</strong> correlação <strong>de</strong><br />

nomes vulgares com científicos. Os estados visitados foram: Maranhão, Pará, Rio <strong>de</strong> Janeiro e<br />

Espírito Santo, on<strong>de</strong> foram contactados técnicos do IBAMA e pesquisadores, para esclarecimentos<br />

sobre as dúvidas existentes e realizadas i<strong>de</strong>ntificações in loco.<br />

COMENTÁRIOS<br />

É preciso ter muito cuidado como a os nomes vulgares e especialmente com a prática<br />

comum que induz ao erro, inclusive entre alguns pesquisadores: a partir do nome vulgar buscar o<br />

nome científico na literatura. Um exemplo disto é o que ocorre no Piauí, on<strong>de</strong> o nome “matrinchã<br />

ou matrinxã” é aplicado a um peixe <strong>de</strong> couro do gênero Ageneiosus, no resto do país, chamado<br />

mandubé. O nome matrinchã é aplicado em todo Brasil para espécies do gênero Brycon. O nome<br />

mandubé no Piauí é aplicado a Hemisorubim plathyrhinchus, que é a jurupoca noutros estados do<br />

Brasil.<br />

Outro problema é o uso <strong>de</strong> nomes relacionados com a aparência do animal, neste caso o<br />

nome nada tem haver com a sistemática do animal, como alguns imaginam. Por exemplo, o nome<br />

“branquinha” é usado para peixes <strong>de</strong> cor branca. Por exemplo: espécie da família Curimatidae e<br />

espécies do gêneros Hemiodus. O nome charuto, usado para diversas espécies <strong>de</strong> peixes roliços e<br />

compridos, como espécies dos gêneros Characidium e Leporellus ou pequenas tainhas na Bahia.<br />

Alguns nomes são tão amplos que po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>terminar diversas espécies, como por exemplo:<br />

piaba, bagre, cascudo, mandi, acará, cação, piau, etc. Esses nomes carecem <strong>de</strong> sobrenomes para<br />

melhor expressar, ou pelo menos aproximar, as espécies.<br />

Outros nomes são gerais para o mesmo grupo, como por exemplo, cascudo, bodó e acari,<br />

nomes que servem para diversas espécies da Família Loricaridae.<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

É bom lembrar que gran<strong>de</strong> parte dos vulgares <strong>de</strong> nossos peixes é <strong>de</strong> origem Tupi 1 , o que<br />

sugere a ocorrência <strong>de</strong> dialetos por outros povos não indígenas, pouco conhecedores da língua.<br />

Alguns grupos <strong>de</strong> espécies têm nomes comuns distribuídos por região, todos com origem<br />

comum. Exemplo os Tetragonopteríneos: piaba no Nor<strong>de</strong>ste, nome originado do tupi “pi’aua”,<br />

matupiri na Amazônia, do tupi “matupi’ri e lambari no Sul e Su<strong>de</strong>ste, do tupi “araue’ ri”.<br />

O termo “mistura” é utilizado para diversas espécies <strong>de</strong> peixes pequenos. Enquanto “caico é<br />

usado para peixes pequenos salgados, no Nor<strong>de</strong>ste. Segundo Pereira (1976) no Sul usa-se a<br />

expressão “mulato-velho”, para este fim.<br />

ALGUMAS SUGESTÕES<br />

Alguns procedimentos po<strong>de</strong>m minorar a difícil missão <strong>de</strong> aplicar um nome vulgar correto a<br />

uma espécie, <strong>de</strong>ntre eles po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>stacar:<br />

a) Sempre que possível <strong>de</strong>ve-se usar nomes compostos, este procedimento po<strong>de</strong>r evitar erros<br />

grosseiros e ajudar a separar as espécies. Como por exemplo, no caso do nome “cambeva ou<br />

cambeba” é usado para alguns bagres <strong>de</strong> água doce e marinha e para espécies do gênero Sphyrna. O<br />

uso <strong>de</strong> nomes compostos: bagre-cabeva e cação-cambeva, reduzindo a chance <strong>de</strong> erro pelo usuário,<br />

pois os nomes “bagre” e “cação” por si só já remetem o interlocutor ao grupo <strong>de</strong> espécies a que se<br />

referem.<br />

O uso <strong>de</strong> nomes comuns a outros animais, objetos ou ações, também <strong>de</strong>ve ser compostos<br />

para evitar confusões. Por exemplo: gato, ca<strong>de</strong>la, cachorro, graviola, arqueiro, etc. É melhor usar:<br />

peixe-gato, peixe-ca<strong>de</strong>la, peixe-cachorro, mandi-graviola, peixe-arqueiro.<br />

A seguir apresenta-se uma lista <strong>de</strong> nomes <strong>de</strong> peixes <strong>de</strong> água doce, com sugestões <strong>de</strong> nome<br />

nacionais (nome sugerido), na esperança <strong>de</strong> minorar boa parte dos problemas que ocorrem no dia-adia<br />

dos que lidam no setor pesqueiro. Certamente, não se terá uma solução para o problema <strong>de</strong><br />

nosso vocabulário zoológico, mas pelo menos po<strong>de</strong>-se lançar um alerta, para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que<br />

as pessoas possam se interessar pelo acerto dos nomes vulgares <strong>de</strong> nossos peixes, tornando nossos<br />

dados mais fi<strong>de</strong>dignos e facilitando o diálogo entre a aca<strong>de</strong>mia e o público.<br />

1 O “tupi” é uma língua indígena extinta, originária do povo tupinambá, que teve sua gramática estudada pelos jesuítas,<br />

e que <strong>de</strong>u origem a dois dialetos, hoje consi<strong>de</strong>rados línguas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes: a língua geral paulista, e o nheengatu (língua<br />

geral amazônica).<br />

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A<br />

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LISTA DE ESPÉCIES DULCIAQÜÍCOLAS COMERCIAIS<br />

NOME SUGERIDO NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA SINÔNIMOS<br />

A letra “A” aparece muitas vezes à frente <strong>de</strong> nomes vulgares, duplicando-os. Exemplo: cari, acari; cará, acará;<br />

botoado, abotoado; raia, arraia e voador, avoador.<br />

Abotoado – Ver ARMADO<br />

ACARÁ - Nome <strong>de</strong> várias espécies da Família Cichlidae (Usar sobrenome)<br />

Acará-açu - Ver APAIARI<br />

ACARÁ-COMUM Geophagus spp.; Cichlasoma spp. Cichlidae Acará<br />

Acará-papa-terra - Ver ACARATINGA<br />

ACARÁ-PITANGA Geophagus surinamensis Cichlidae -<br />

Acará-rói-rói - Ver ACARATINGA<br />

ACARATINGA Geophagus proximus Cichlidae Acará-papa-terra; Acará-rói-rói<br />

ACARI (1) Loricaria spp. Loricariidae Usar Sobrenome<br />

Acari (2) - Ver CASCUDO<br />

ACARI-BODÓ<br />

Hypostomus spp.;<br />

Pterygoplichthys spp.<br />

Loricariidae<br />

Bodó; Cascudo<br />

Acari-chicote - Ver ACARI-VIOLA<br />

ACARI-VIOLA Loricariichthys spp. Loricariidae Acari-chicote; Cari; Viola (RS)<br />

APAIARI Astronotus ocellatus Cichlidae Acará-açu<br />

APAPÁ Pellona spp. Pristigasteridae Sarda (PA); Sardinhão (MA;<br />

PI)<br />

ARACU Schizodon spp. Anostomidae Campineiro (SP); Chimboré<br />

(Su<strong>de</strong>ste/Sul)<br />

ARENQUE Lycengraulis spp. Engraulidae -<br />

Aragu - Ver SAGUIRU<br />

ARMADO Pterodoras granulosus Doradidae Abotoado (MT; MS)<br />

ARRAIA Potamotrygon spp. Potamotrygonidae RAIA<br />

ARUANÃ<br />

Avoador - Ver PEIXE-VOADOR<br />

B<br />

Osteoglossum bicirrhosum;<br />

O. ferrerai<br />

Osteoglossidae -<br />

BACU Platydoras costatus Doradidae Graviola (MA; PI)<br />

BAGRE - Nome utilizado para espécies da família Pimelodidae (Usar sobrenome)<br />

BAGRE-AFRICANO Clarias spp. Clariidae -<br />

BAGRE-AMARELO - Ver Mandi-amarelo<br />

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NOME SUGERIDO NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA SINÔNIMOS<br />

BAGRE-AMERICANO Ictalurus punctatus Ictaluridae -<br />

BAGRE-MANDI Pimelodus spp. Pimelodidae Mandi<br />

BAGRE-SAPO Pariolius sp. Heptapteridae -<br />

Barba-chata - Ver PIRANAMBU<br />

BARBADO - Ver Piranambu<br />

BARBUDO - Ver Piranambu<br />

Beiru ou Biru - Ver SAGUIRU<br />

Bico-<strong>de</strong>-pato -Ver SURUBIM-LIMA<br />

Bocudo - Ver MANDUBÉ<br />

Bo<strong>de</strong>co - Ver PIRARUCU<br />

Bodó - Ver CASCUDO<br />

Botoado - Ver ARMADO<br />

BRANQUINHA (1) Anodus spp. Curimatidae Charuto (PA); Cubiu (AM)<br />

Branquinha (2) - Ver SAGUIRU<br />

C<br />

Caboge ou Caboja - Ver TAMBOATÁ<br />

Cachara - Ver SURUBIM-CACHARA<br />

Cachorra - Ver PEIXE-CACHORRA<br />

Cachorro (1) - Ver PEIXE-CACHORRO<br />

Cachorro (2) - Ver PEIXE-CACHORRA<br />

CAICO - Peixes <strong>de</strong> pequeno porte salgado-seco, no Nor<strong>de</strong>ste.<br />

Campineiro - Ver ARACU<br />

CANGATI Trachelyopterus galeatus Auchenipteridae Morrudo<br />

Cará - Ver ACARÁ<br />

Caranha - Ver PACU-CARANHA<br />

Cari - Ver ACARI<br />

Carpa - Ver CARPA-COMUM<br />

CARPA-COMUM Cyprinus carpio Cyprinidae Carpa<br />

CASCUDO Hypostomus spp. Loricariidae Acari (1) (PE); Acari-bodó<br />

BA; ES; RJ; SP); Bodó (CE;<br />

MA; PI)<br />

CASCUDO-ABACAXI Megalancistrus parananus Loricariidae -<br />

CASCUDO-CHINELO Loricaria spp. Loricariidae -<br />

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NOME SUGERIDO NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA SINÔNIMOS<br />

CASCUDO-PRETO Rhinelepis aspera Loricariidae -<br />

CHARUTO (1) Leporellus spp. Anostomidae Solteira (PR; SP)<br />

Charuto (2) - BRANQUINHA (1)<br />

Chimboré - Ver ARACU<br />

Corró - Ver PIAU<br />

CORVINA OU CURVINA (1) Pachyurus spp. Sciaenidae -<br />

Corvina ou Curvina (2) - Ver PESCADA-DO-PIAUÍ<br />

Cubiu - Ver BRANQUINHA (1)<br />

CUIÚ-CUIÚ Oxydoras niger Doradidae Cujuba (MA)<br />

Cujuba - Ver CUIÚ-CUIÚ<br />

CURIMATÃ Prochilodus spp. Prochilodontidae Curimba (MT; PR; SP)<br />

Curimbatá (Su<strong>de</strong>ste);<br />

Grumatã (MG; RS; SC)<br />

CURIMATÃ-PACU Prochilodus argenteus Prochilodontidae Xira<br />

Curimba - Ver CURIMATÃ<br />

Curimbatá - Ver CURIMATÃ<br />

D<br />

DOURADA<br />

Brachyplatystoma<br />

rousseauxii<br />

70<br />

Pimelodidae -<br />

DOURADO Salminus brasiliensis Characidae -<br />

DOURADO-CACHORRO Raphiodon vulpinus Characidae -<br />

F<br />

FILHOTE Brachyplatystoma filamentosum Pimelodidae Piraíba<br />

Fidalgo - Ver MANDUBÉ (1)<br />

Flecheiro - Ver PEIXE-VOADOR<br />

G<br />

Graviola - Ver BACU<br />

Grumatã - Ver CURIMATÃ<br />

I<br />

Ituí - Ver TUVIRA<br />

J<br />

JACUNDÁ Crenicichla spp. Cichlidae Joaninha<br />

JARAQUI Semaprochilodus spp. Prochilodontidae -<br />

JATUARANA<br />

Argonectes spp.;<br />

Hemiodus spp.<br />

Hemiodontidae -


Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

NOME SUGERIDO NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA SINÔNIMOS<br />

JAU Zungaro zungaro Pimelodidae Pacamon (AM); Zungaro<br />

(RS; SC)<br />

JEJU Hoplerythrinus unitaeniatus Erytrhynidae -<br />

Joaninha - Ver JACUNDÁ<br />

JUNDIÁ Rhamdia spp. Heptapteridae -<br />

JURUPOCA Hemisorubim platyrhynchus Pimelodidae Mandubé (2) (PI)<br />

L<br />

LAMBARI Astyanax spp. Characidae PIABA (Nor<strong>de</strong>ste),<br />

MATUPIRI (Norte)<br />

Leiteiro - Ver MANDUBÉ<br />

LINGUADO Catathiridium jenynsii Soleidae -<br />

Lírio - Ver MANDUBÉ<br />

Lobó - Ver TRAÍRA<br />

Luz-baixa - Ver SURUMANHA<br />

M<br />

MANDI - Espécies das famílias Pimelodidae e Heptapteridae<br />

MANDI-AMARELO Pimelodus maculatus Pimelodidae Bagre-amarelo<br />

MANDUBÉ (1) Ageneiosus spp. Auchenipteridae Bocudo (SC); Fidalgo (PI);<br />

Matrinchã (2) (PI); Leiteiro;<br />

Lírio (MA)<br />

Mandubé (2) - Ver JURUPOCA<br />

MAPARÁ Hypophthalmus spp. Pimelodidae Perna-<strong>de</strong>-moça (PR);<br />

Jurupesén (MS)<br />

MATRINCHÃ (1) Brycon spp. Characidae Piabanha; Piracanjuba (2);<br />

Piraputanga<br />

MISTURA - Nome <strong>de</strong> peixes <strong>de</strong> pequeno porte <strong>de</strong> diversas espécies<br />

Matrinchã (2) - Ver MANDUBÉ (1)<br />

MATUPIRI - Ver LAMBARI<br />

Morenita - Ver SARAPÓ<br />

Morrudo - Ver CANGATI<br />

MUÇUM Synbranchus marmoratus Synbranchidae -<br />

P<br />

PACAMÃO Lophiosilurus alexandri Pseudopimelodidae -<br />

Pacamon - Ver JAU<br />

PACU (1) - Espécies dos gêneros Metynnis; Myleus; Myloplus; Mylossoma (Usar sobrenome)<br />

Pacu (2) - Ver PACU-CARANHA<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

NOME SUGERIDO NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA SINÔNIMOS<br />

PACU-CARANHA Piaractus mesopotamicus Characidae Caranha; Pacu (2)<br />

Palomenta - Ver PIRANHA<br />

PATI Luciopimelodus pati Pimelodidae -<br />

PEIXE-CACHORRA Hydrolycus scomberoi<strong>de</strong>s Cynodontidae Cachorra (RO; TO); Peixecachorro<br />

(2) (AM)<br />

PEIXE-CACHORRO (1) Acestrorhynchus spp. Acestrorhynchidae Cachorro; Urubarana (MA)<br />

Peixe-cachorro (2) - Ver PEIXE-CACHORRA<br />

Peixe-cigarra - Ver SAICANGA<br />

PEIXE-ESPADA Rhamphicthys rostratus Rhamphicthyidae Peixe-tatu<br />

Peixe-gato -Ver SURUMANHA<br />

PEIXE-REI Odontesthes bonariensis Atherinidae -<br />

Peixe-tatu - Ver PEIXE-ESPADA<br />

PEIXE-VOADOR Hemiodus spp. Hemiodontidae Avoador (PA); Flecheiro<br />

(MA; PI)<br />

Perna-<strong>de</strong>-moça - Ver MAPARÁ<br />

PESCADA - Espécies do Gênero Plagioscion (usar sobrenome)<br />

PESCADA-BRANCA (1) Plagioscion spp. Sciaenidae -<br />

<strong>Pesca</strong>da-branca (2) - Ver PESCADA-DO-PIAUÍ<br />

PESCADA-DO-PIAUÍ Plagioscion squamosissimus Sciaenidae Corvina (2) (MA; Su<strong>de</strong>ste);<br />

<strong>Pesca</strong>da; <strong>Pesca</strong>da-branca (2)<br />

PIABA – O mesmo que LAMBARI<br />

Piabanha - Ver MATRINCHÃ (1)<br />

PIAPARA Leporinus elongatus Anostomidae -<br />

PIAU - Espécies do gênero Leporinus (Usar sobrenome)<br />

PIAUÇU Leporinus macrocephalus Anostomidae Piavuçu (MS)<br />

Piava - Ver PIAU<br />

Piavuçu - Ver PIAUÇU<br />

PILOMBETA Anchoviella vaillanti Engraulidae Manjuba<br />

Pintado - Ver SURUBIM-PINTADO<br />

PIRÁ Conorynchus conirostris Pimelodidae<br />

Piracanjuba (1) Brycon orbignyanus Characidae -<br />

Piracanjuba (2) – Ver MATRINXÃ (1)<br />

Piraíba - Ver FILHOTE<br />

PIRAMUTABA Brachyplatystoma vaillantii Pimelodidae -<br />

PIRAMBEBA Serrasalmus spp. Characidae Piranha (PR; SP)<br />

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NOME SUGERIDO NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA SINÔNIMOS<br />

PIRANAMBU Pinirampus pirinampu Pimelodidae Barbado (AM; MS: MT;<br />

PR) Barbudo; Barba-chata<br />

(AM; RR)<br />

PIRANHA Pygocentrus spp. Characidae Palomenta<br />

PIRAPITINGA Piaractus brachypomus Characidae -<br />

PIRAPITINGA-DO-SUL Brycon spp. Characidae -<br />

Piraputanga - Ver MATRINXÃ (1)<br />

PIRARARA Phractocephalus hemiliopterus Pimelodidae -<br />

PIRARUCU Arapaima gigas Arapaimidae Bo<strong>de</strong>co (AM) (Exemplares<br />

<strong>de</strong> pequeno porte)<br />

R<br />

RAIA - O mesmo que ARRAIA<br />

Ruelo - Ver TAMBAQUI<br />

S<br />

SAGUIRU Várias espécies Curimatidae Aragu (BA); Beiru ou Biru<br />

(NE); Branquinha (2) (AM;<br />

PA; MA; PI);<br />

SAICANGA Galeocharax knerii Characidae Peixe-cigarra (MG; SP)<br />

SARAPÓ Gymnotus carapo Gymnotidae Morenita (Sul), Tuvira (2)<br />

(PR; SP)<br />

Sarda - Ver Apapá<br />

SARDINHA Triportheus spp. Characidae -<br />

Sardinhão - Ver APAPÁ<br />

Solteira - Ver CHARUTO (1)<br />

Surubim (1) - Ver SURUBIM-CACHARA<br />

Surubim (2) - Ver SURUBIM-PINTADO<br />

SURUBIM-CACHARA Pseudoplatystoma fasciatum Pimelodidae Cachara (MS; MT);<br />

Surubim (1)<br />

SURUBIM-LIMA Sorubim lima Pimelodidae Bico-<strong>de</strong>-pato (AM; PA; PI);<br />

Jurupesén (MS; MT; SP);<br />

Tubajara (MA)<br />

SURUBIM-PINTADO Pseudoplatystoma curuscans Pimelodidae Pintado; Surubim (2) (MG)<br />

SURUMANHA Auchenipterus nuchalis Auchenipteridae Peixe-gato (MA; PI); Luzbaixa<br />

(Norte)<br />

T<br />

TABARANA Salminus hilarii Characidae Tubarana (GO)<br />

TAMBACU OU<br />

TAMBICU<br />

Híbrido (Tambaqui X Pacu) Characidae -<br />

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NOME SUGERIDO NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA SINÔNIMOS<br />

TAMBAQUI Colossoma macropomum Characidae Ruelo (AM) (Exemplares<br />

<strong>de</strong> pequeno porte)<br />

TAMBATINGA Híbrido (Tambaqui X Pirapitinga) Characidae -<br />

TAMBOATÁ Hoplosternum spp. Callichthyidae Caboge ou Caboja<br />

TILÁPIA - Espécies da Família Cichlidae (Usar sobrenome)<br />

TILÁPIA-DO-NILO Oreochromis niloticus Cichlidae Tilápia<br />

TILÁPIA-RENDALI Tilapia rendalli Cichlidae Tilápia<br />

TILÁPIA-VERMELHA Oreochromis sp. Cichlidae Tilápia<br />

TRAÍRA Hoplias malabaricus Erythrinidae Lobó<br />

TRUTA Onchorhynchus mykiss Salmonidae -<br />

Tubajara - Ver SURUBIM-LIMA<br />

Tubarana - Ver TABARANA<br />

TUCUNARÉ Cichla spp. Cichlidae -<br />

TUVIRA (1) Sternopygus macrurus Sternopygidae Ituí<br />

Tuvira (2) - Ver SARAPÓ<br />

U<br />

UBARANA Anodus elongatus Curimatidae -<br />

Urubarana - Ver PEIXE-CACHORRO<br />

V<br />

Viola - Ver ACARI-VIOLA<br />

X<br />

Xira - Ver CURIMATÃ-PACU<br />

Z<br />

Zungaro - Ver JAU<br />

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA<br />

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correspon<strong>de</strong>ste em sistemática, Ministério da Agricultura, Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

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(http://www.funet.fi/pub/sci/bio/life/warp/fish-list.html#pisces).<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

ESCHMEYER, W., 2005. Catalog of Fishes. Introductory materials species of fish. Vol. I, II, III.<br />

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FROESE R. & D. PAULY, (Eds), 2005. FishBase. World Wi<strong>de</strong> Web electronic publication.<br />

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HONDA, E. 1978. Peixes encontrados nos mercados <strong>de</strong> Manaus, Acta Amaz. 8(1): 97-98.<br />

IHERING, R. von, 1939/1968. Dicionário <strong>de</strong> Animais do Brasil, Ed. UNB. Brasília.<br />

LUNDBERG, J.G. & M.W. LITTMANN, 2003. Pimelodidae (Long-whiskered catfishes). p. 432-<br />

433. In: R.E. Reis, S.O. KULLANDER and C.J. FERRARIS, Jr. (Eds.), 2003. The checklist of the<br />

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MENEZES, R.S. 1973. Recursos pesqueiros da Bacia do Parnaíba (MA/PI). Bol. Tec. DNOCS, 31<br />

(1): 51-94.<br />

NOMURA, H., 1984. Dicionário <strong>de</strong> Peixes do Brasil, Editerra Ed. São Paulo.<br />

ORTEGA, J. & VARI, R. 1986. Another checklist freshwater fish of Peru, Smithson. Contrib. Zool.<br />

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REIS, R. E; S. O. KULLANDER & C. J. FERRARIS, JR. (Eds.), 2003. The checklist of the<br />

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Synopsis, Rome.<br />

WHITEHEAD, P J. P., GARETH J. NELSON, & T. WONGRATANA. 1988. Clupeoid Fishes of<br />

the World (Subor<strong>de</strong>r Clupeoi<strong>de</strong>i): An Annotated and Illustrated Catalogue of the Herrings,<br />

Sardines, Pilchards, Sprats, Shads, Anchovies and Wolf-herrings: Part 2 - Engraulididae. FAO<br />

Fisheries Synopsis. Rome. <br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

SISTEMATIZAÇÃO DE NOMES VULGARES DE PEIXES COMERCIAIS DO BRASIL:<br />

2. ESPÉCIES MARINHAS<br />

VULGAR NAMES SYSTEMATIZATION OF THE COMMERCIAL FISH FROM BRAZIL:<br />

2. MARINE SPECIES<br />

José Milton Barbosa*; Chirlei<strong>de</strong> Marcelino do Nascimento<br />

Departamento <strong>de</strong> <strong>Pesca</strong> e Aqüicultura, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Rural <strong>de</strong> Pernambuco<br />

*E-mail: jmiltonb@gmail.com<br />

Resumo - O presente trabalho teve por objetivo sugerir a uniformização dos nomes vulgares <strong>de</strong><br />

peixes comerciais marinhos do Brasil, evitando, <strong>de</strong>sta forma, os erros crassos comuns<br />

cometidos em vários segmentos do setor pesqueiro nacional, com prejuízos para a<br />

fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dados, especialmente no que se refere à estatística pesqueira.<br />

Palavras-chaves - estatística pesqueira; nomes científicos; nomes vulgares<br />

Abstract - This work had the objctive to suggest the uniformization of the commercial marine<br />

fishes’ vulgar manes, so that avoiding the crass and commom mistakes perpetra<strong>de</strong> by<br />

several segments of the national fishery sector, at a sacrificate for the data, especially<br />

regarding to fishery statistics.<br />

Key-words - fishering estatistic; scientific names; common names<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

INTRODUÇÃO<br />

Von Ihering <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início do século XX preocupou-se com a questão do vocabulário<br />

zoológico brasileiro, consi<strong>de</strong>rado muito pobre, em relação à riqueza <strong>de</strong> nossa fauna (Ihering,<br />

1938/1968). Este fato ocorre pelo fato <strong>de</strong> que os cientistas estrangeiros que coligaram material<br />

zoológico em suas estadas no Brasil, raramente se <strong>de</strong>ram ao trabalho <strong>de</strong> anotar corretamente os<br />

nomes vulgares das espécies, mais tar<strong>de</strong> por eles nominadas cientificamente.<br />

Segundo Ihering (1938/1968) não foi apenas por prazer <strong>de</strong> corrigir ou <strong>de</strong> dizer mal que<br />

temos citado alguns exemplos <strong>de</strong> <strong>de</strong>finições zoológicas <strong>de</strong> todo erradas em obras <strong>de</strong> certo renome.<br />

Atualmente a situação não é diferente, há gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>scaso para a nomenclatura zoológica,<br />

especialmente no tocante aos peixes, on<strong>de</strong> ocorre <strong>de</strong>scuido <strong>de</strong> estudantes, técnicos e pesquisadores.<br />

Assim, é importante chamar a atenção dos que são responsáveis pela divulgação <strong>de</strong> dados<br />

técnicos ou científicos e pelo aperfeiçoamento <strong>de</strong> nossos manuais <strong>de</strong> língua portuguesa, brasileira.<br />

A<strong>de</strong>mais, o Brasil é um país <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> extensão e diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espécies muito parecidas<br />

entre si, às vezes pertencentes ao mesmo gênero ou família. No caso das espécies marinhas<br />

agravado pela entrada <strong>de</strong> nomes vulgares <strong>de</strong> outros países, especialmente <strong>de</strong> língua espanhola.<br />

O presente trabalho foi realizado a partir <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>manda surgida em reuniões para<br />

consolidação da estatística pesqueira nacional. Nestas oportunida<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ntificou-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

rever e atualizar os nomes científicos utilizados e sistematizar os nomes vulgares <strong>de</strong> forma a<br />

melhorar a qualida<strong>de</strong> da estatística pesqueira, gerada no Brasil.<br />

Desta forma, este trabalho buscou a geração <strong>de</strong> uma lista <strong>de</strong> espécies constantes das tabelas<br />

<strong>de</strong> produção pesqueira, com os nomes locais e os nomes sugerido, uniformizado para uso em todo<br />

Brasil, e os correspon<strong>de</strong>ntes científicos. Esta lista po<strong>de</strong>rá ser utilizada na compilação <strong>de</strong> dados<br />

estatísticos e outros trabalhos que necessitem da utilização <strong>de</strong> nomes vulgares, fora da esfera<br />

regional.<br />

METODOLOGIA<br />

LEVANTAMENTO DOS DADOS<br />

Foram levantados os nomes vulgares constantes das tabelas constantes da Estatística da<br />

<strong>Pesca</strong> - Brasil (2001; 2002; 2003). A sistematização foi realizada verificando o nome comum mais<br />

representativo e sugerindo-os como nome Nacional. Os <strong>de</strong>mais nomes locais, <strong>de</strong> menor<br />

importância, listados como sinônimos. Sempre procurando utilizar nome e sobrenome para grupos<br />

mais complexos (Ex: mandi-chorão, lambari-do-rabo-amarelo; pacu-caranha, etc).<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

VERIFICAÇÃO DA VALIDADE<br />

A valida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos os termos científicos foi verificada, e os nomes corrigidos, <strong>de</strong> acordo<br />

com os trabalhos mais recentes e aceitos: Reis et al., 2003; Eschmeyer, 2005 e Froese & Pauly,<br />

2005; Zoological Records - disponível on-line (http://www.biosis.org/products/zr/); All (in this<br />

database) Fish list (Scientific names). Disponível on-line (http://www.funet.fi/pub/sci/bio/<br />

life/warp/ fish-list.html#pisces).<br />

VISITAS TÉCNICAS<br />

Foram realizadas visitas técnicas aos estados on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>tectaram maiores dificulda<strong>de</strong>s com<br />

os nomes vulgares: excesso <strong>de</strong> nomes muito peculiares (endêmicos) e carência <strong>de</strong> correlação <strong>de</strong><br />

nomes vulgares com científicos. Os estados visitados foram: Maranhão, Pará, Rio <strong>de</strong> Janeiro e<br />

Espírito Santo, on<strong>de</strong> foram contactados técnicos do IBAMA e pesquisadores, para esclarecimentos<br />

sobre as dúvidas existentes e realizadas i<strong>de</strong>ntificações in loco.<br />

COMENTÁRIOS<br />

É preciso ter muito cuidado como a os nomes vulgares e especialmente com a prática<br />

comum que induz ao erro, inclusive entre alguns pesquisadores: a partir do nome vulgar buscar o<br />

nome científico na literatura. Muitos exemplos po<strong>de</strong>m ser citados, mas <strong>de</strong>stacaremos os nomes<br />

aplicados às espécies do gênero Mugil, on<strong>de</strong> se utiliza o termo “curimã”, no Nor<strong>de</strong>ste, para a<br />

espécie chamada “tainha” no Sul e Su<strong>de</strong>ste, enquanto nestas regiões usa-se o termo “parati” para<br />

espécies que nominamos “tainha”.<br />

Outro problema é o uso <strong>de</strong> nomes relacionados com a aparência do animal, neste caso o<br />

nome nada tem haver com a sistemática do animal, como alguns imaginam. Por exemplo, o nome<br />

pescada-branca é usado para ciení<strong>de</strong>os <strong>de</strong> cor branca, nem sempre se referindo a mesma espécie.<br />

Alguns nomes po<strong>de</strong>m se referir à espécies totalmente distintas como o nome “cambeva ou<br />

cambeba” aplicado a bagres e cações do gênero Sphyrna.<br />

Alguns nomes são tão amplos que po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>terminar diversas espécies, como por exemplo:<br />

sardinha (usado para clupeí<strong>de</strong>os marinhos e para characi<strong>de</strong>os <strong>de</strong> água doce), manjuba, bagre,<br />

pipitinga ou piquitinga (nome usado para o clupeí<strong>de</strong>o Lile piquitinga e para pequenos camarões).<br />

Alguns nomes <strong>de</strong>screvem gran<strong>de</strong>s grupos, não sendo próprio <strong>de</strong> uma única espécie:<br />

sardinha, manjuba, bagre, cação, pescada, xáreu, est. Neste casdo torna-se imprescindível o uso <strong>de</strong><br />

sobrenomes. Ex. sardinha mimosa, cação-fidalgo, bagre-urutinga, xáreu-preto, etc.<br />

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ALGUMAS SUGESTÕES<br />

Alguns procedimentos po<strong>de</strong>m minorar a difícil missão <strong>de</strong> aplicar um nome vulgar correto a<br />

uma espécie, <strong>de</strong>ntre eles po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>stacar:<br />

a) Sempre que possível <strong>de</strong>ve-se usar nomes compostos, este procedimento po<strong>de</strong>r evitar erros<br />

grosseiros e ajudar a separar as espécies. Como por exemplo, no caso do nome “cambeva ou<br />

cambeba” é usado para alguns bagres <strong>de</strong> água doce e marinha e para espécies do gênero Sphyrna. O<br />

uso <strong>de</strong> nomes compostos: bagre-cabeva e cação-cambeva, reduzindo a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> erro pelo<br />

usuário, pois os nomes “bagre” e “cação” por si só já remetem o interlocutor ao grupo <strong>de</strong> espécies a<br />

que se referem.<br />

O uso <strong>de</strong> nomes comuns a outros animais, objetos ou ações, também <strong>de</strong>ve ser compostos<br />

para evitar confusões. Por exemplo: galo, voador, perna-<strong>de</strong>-moça, pescador, etc. É melhor usar:<br />

peixe-galo, peixe-voador, pescada-perna-<strong>de</strong>-moça, peixe-pescador.<br />

A seguir apresenta-se uma lista <strong>de</strong> nomes <strong>de</strong> peixes <strong>de</strong> água doce, com sugestões <strong>de</strong> nome<br />

nacionais (nome sugerido), na esperança <strong>de</strong> minorar boa parte dos problemas que ocorrem no dia-adia<br />

dos que lidam no setor pesqueiro. Certamente, não se terá uma solução para o problema <strong>de</strong><br />

nosso vocabulário zoológico, mas pelo menos po<strong>de</strong>-se lançar um alerta, para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que<br />

as pessoas possam se interessar pelo acerto dos nomes vulgares <strong>de</strong> nossos peixes, tornando nossos<br />

dados mais fi<strong>de</strong>dignos e facilitando o diálogo entre a aca<strong>de</strong>mia e o público.<br />

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LISTA DE ESPÉCIES MARINHAS COMERCIAIS BRASIL<br />

NOME SUGERIDO NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA SINÔNIMOS<br />

A<br />

ABRÓTEA Urophycis spp. Gadidae Brota ou Brótea<br />

AGULHA - Nome utilizado para espécies das famílias: Belonidae (Ver Peixe-agulha) e Hemirhamphidae (Ver<br />

Agulhinha)<br />

AGULHÃO - Nome utilizado para espécies das famílias: Belonidae (Ver Peixe-agulha), Istiophoridae (Ver<br />

Agulhão) e Xiphiidae (Ver Espadarte)<br />

Agulhão-ban<strong>de</strong>ira - Ver AGULHÃO-VELA<br />

AGULHÃO-BRANCO Tetrapturus albidus Istiophoridae Agulhão-prata; Marlimbranco<br />

AGULHÃO-NEGRO Makaira nigricans Istiophoridae Agulhão-preto<br />

Agulhão-preto - Ver AGULHÃO-NEGRO<br />

AGULHÃO-VELA Istiophorus albicans Istiophoridae Agulhão-ban<strong>de</strong>ira<br />

Agulhão-prata - Ver AGULHÃO-BRANCO<br />

AGULHINHA - Espécies das famílias: Hemirhamphidae (Usar sobrenome)<br />

AGULHINHA-BRANCA Hyporhamphus spp. Hemirhamphidae Agulha-branca<br />

AGULHINHA-PRETA Hemiramphus spp. Hemirhamphidae Agulha-preta<br />

ALBACORA - Nome utilizado para espécies do Gênero Thunnus (Usar sobrenome)<br />

ALBACORA-BANDOLIM Thunnus obesus Scombridae Atum-cachorra<br />

ALBACORA-BRANCA Thunnus alalunga Scombridae Atum-voador<br />

ALBACORA-LAJE Thunnus albacares Scombridae Atum-galha-amarela<br />

ALBACORINHA Thunnus atlanticus Scombridae Binta<br />

Anequim - Ver CAÇÃO-ANEQUIM<br />

Anjo - Ver CAÇÃO-ANJO<br />

ARABAIANA - Espécies do gênero Seriola (Nor<strong>de</strong>ste); Olhete e Olho-<strong>de</strong>-boi (Sul/Su<strong>de</strong>ste); Elagatis<br />

bipinnulata (CE; MA; PI) - Ver Arabaiana-rei).<br />

ARABAIANA-PINTADA (1) Seriola fasciata Carangidae Arabaiana<br />

Arabaiana-pintada (2) - VER OLHO-DE-BOI<br />

ARABAIANA-REI Elagatis bipinnulata Carangidae Arabaiana (CE; MA; PI);<br />

Peixe-rei (2) (PE)<br />

ARACIMBORA OU<br />

ARAXIMBORA<br />

Caranx latus Carangidae Guaracimbora (NE);<br />

Xarelete (Sul/Su<strong>de</strong>ste)<br />

ARENQUE Lycengraulis spp. Engraulidae -<br />

ARIACÓ Lutjanus synagris Lutjanidae -<br />

ARRAIA - Nome utilizado para várias espécies das famílias: Rajidae, Myliobatidae, Gymnuridae, Narcinidae e<br />

Dasyatidae (usar sobrenome)<br />

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NOME SUGERIDO NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA SINÔNIMOS<br />

ARRAIA-VIOLA Rhinobatos spp. Rhinobatidae Cação-viola; Viola,<br />

ATUM (1) Thunnus thynnus Scombridae Atum<br />

Atum (2) - Ver ALBACORA E BONITO (Este termo <strong>de</strong>ve utilizado apenas para Thunnus thynnus)<br />

Atum-cachorra - Ver ALBACORA-BANDOLIM<br />

Atum-galha-amarela - Ver ALBACORA-LAJE<br />

Atum-voador - Ver ALBACORA-BRANCA<br />

B<br />

BADEJO Mycteroperca spp. Serranidae -<br />

BAGRE - Espécies da família Ariidae (usar sobrenome)<br />

BAGRE-BANDEIRA Bagre spp. Ariidae Bagre-fita (NE); Ban<strong>de</strong>irado<br />

(PA: AP; MA)<br />

BAGRE-CAMBEBA Arius grandicassis Ariidae Cambéu (MA) Cambeua<br />

BAGRE-CANGATÃ Aspistor quadriscutis Ariidae Cangatã ou cangatá<br />

Bagre-fita - Ver BAGRE-BANDEIRA<br />

BAGRE-GURIJUBA Hexanematichthys parkeri Ariidae Gurijuba<br />

BAGRE-JURUPIRANGA Arius rugispinis Ariidae Jurupiranga<br />

BAGRE-URICICA Hexanematichthys bonillai Ariidae Uriacica (MA); Uricica (PA)<br />

BAGRE-URUTINGA Arius proops Ariidae Uritinga ou Urutinga<br />

BAIACU - Espécies da Or<strong>de</strong>m Tetraodontiformes (Usar sobrenome)<br />

BAIACU-ARARA Lagocephalus laevigatus Tetraodontidae Baiacu<br />

Baiacu-guara - Ver BAIACU-ARARA<br />

Ban<strong>de</strong>irado - Ver BAGRE-BANDEIRA<br />

Barracuda - Ver BICUDA<br />

BATATA-DE-PEDRA Caulolatilus chrysops Malacanthidae Batata-<strong>de</strong>-pedra<br />

BATATA-DO-ALTO Lopholatilus villarii Malacanthidae Batata-do-alto<br />

Baúna - Ver DENTÃO<br />

BEIJUPIRÁ OU BIJUPIRÁ Rachycentron canadum Rachycentridae Cação-<strong>de</strong>-escama<br />

BETARA Menticirrhus spp. Sciaenidae Ju<strong>de</strong>u; Papa-terra<br />

BICUDA Sphyraena spp. Sphyraenidae Barracuda<br />

Binta - Ver ALBACORINHA<br />

BIQUARA Haemulon spp. Haemulidae -<br />

Boca-mole - Ver GOETE<br />

Boca-torta (1) - Ver MANJUBA-BOCA-TORTA<br />

Boca-torta: (2) - Ver OVEVA<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

NOME SUGERIDO NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA SINÔNIMOS<br />

BONITO - Espécies da Família Scombridae (Usar sobrenome)<br />

BONITO-CACHORRO Auxis thazard Scombridae Bonito<br />

BONITO-LISTRADO Katsuwonus pelamis Scombridae Gaiado (Sul/Su<strong>de</strong>ste)<br />

BONITO-PINTADO Euthynnus alletteratus Scombridae Bonito (Nor<strong>de</strong>ste)<br />

Brota ou Brótea - Ver ABRÓTEA<br />

BUDIÃO Sparisoma spp. Scaridae Budião<br />

C<br />

Cabeçudo - Ver CANGOÁ<br />

Cabra - Ver PEIXE-CABRA<br />

Cabrinha - Ver PEIXE-CABRA<br />

CAÇÃO - Espécies das famílias Lamnidae, Carcharhinidae, Triakidae; Odontaspididae, Sphyrnidae, Alopiidae,<br />

Hexanchidae e Squalidae (Usar sobrenome).<br />

Obs: Não há um limite claro entre o nome cação e tubarão.<br />

CAÇÃO-ANEQUIM Isurus oxyrhynchus Lamnidae Anequim, Mako<br />

CAÇÃO-ANJO Squatina spp. Squatinidae Anjo<br />

CAÇÃO-AZUL Prionace glauca Carcharhinidae -<br />

CAÇÃO-BAIA Hexanchus griseus Hexanchidae -<br />

Cação-cambeva - Ver CAÇÃO-MARTELO<br />

CAÇÃO-MANGONA Carcharias taurus Odontaspididae<br />

CAÇÃO-MARTELO Sphyrna spp. Sphyrnidae Cação-cambeva, Panã<br />

(Nor<strong>de</strong>ste)<br />

Cação-<strong>de</strong>-escama - Ver BEIJUPIRÁ<br />

Cação-viola – Ver ArrAIA-VIOLA<br />

Cambeua ou Cambéu - Ver BAGRE-CAMBEBA<br />

CAICO - Peixes <strong>de</strong> pequeno porte salgados/seco<br />

CAMBUBA Haemulon flavolineatum Haemulidae -<br />

Camorim ou Camurim - Ver ROBALO<br />

CAMURUPIM Tarpon atlanticus Megalopidae Pema; Pirapema (AP;<br />

PA)<br />

Cangatã ou Cangatá - Ver BAGRE-CANGATÃ<br />

CANGOÁ OU CANGUÁ Stellifer spp. Sciaenidae Cabeçudo (MA; PI)<br />

Canguira - Ver PAMPO<br />

Canguiro - Ver GORDINHO<br />

CANGULO Balistes spp. Balistidae Peroá (ES); Peixe-porco<br />

(Sul/Su<strong>de</strong>ste)<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

NOME SUGERIDO NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA SINÔNIMOS<br />

Caranha ou Caranho - Ver VERMELHO-CARANHA<br />

Carapau - Ver GARAJUBA<br />

CARAPEBA Diapterus spp. Gerreidae -<br />

CARAPEBA-LISTRADA Eugerres brasilianus Gerreidae -<br />

CARAPICU<br />

Eucinostomus spp.<br />

CARAPITANGA Lutjanus spp. Lutjanidae<br />

Cascote - Ver CORVINA<br />

CASTANHA Umbrina canosai Sciaenidae<br />

Catana - Ver PEIXE-ESPADA<br />

CAVALA Scomberomorus cavalla Scombridae Cavala-branca<br />

Cavala-aipim - Ver CAVALA-EMPINGE<br />

Cavala-branca - Ver CAVALA<br />

CAVALA-EMPINGE Acanthocybium solandri Scombridae Cavala-aipim<br />

CAVALINHA Scomber japonicus Scombridae<br />

CHERNE Epinephelus spp. Serranidae Cherne (usar sobrenome)<br />

CHERNE-GALHA-AMARELA Epinephelus flavolimbatus Serranidae<br />

CHERNE-POVEIRO Polyprion americanus Polyprionidae -<br />

CHERNE-VERDADEIRO Epinephelus niveatus Serranidae -<br />

CHICHARRO Trachurus spp. Carangidae Xixarro<br />

CIOBA (1) Lutjanus analis Lutjanidae -<br />

Cioba (2) - Ver GUAIÚBA<br />

CONGRO Conger spp. Congridae -<br />

CONGRO-ROSA Genypterus brasiliensis Ophidiidae -<br />

Coró - Nome <strong>de</strong> Várias espécies da família Haemulidae (Usar sobrenome)<br />

CORÓ-RONCADOR Conodon nobilis Haemulidae Coró (Nor<strong>de</strong>ste);<br />

Roncador (Sul)<br />

CORCOROCA Haemulon spp. Haemulidae -<br />

CORVINA (1)<br />

Corvina (2) - Ver PESCADA-CAMBUÇU<br />

Micropogonias furnieri;<br />

M. undulatus<br />

Sciaenidae<br />

Cascote, Cururuca<br />

CURIMÃ Mugil liza Mugilidae Tainha (Su<strong>de</strong>ste/Sul)<br />

Cururuca - Ver CORVINA (1)<br />

D<br />

DENTÃO Lutjanus jocu Lutjanidae Bauna (NE) exemplares <strong>de</strong><br />

pequeno porte)<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

NOME SUGERIDO NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA SINÔNIMOS<br />

DOURADO Coryphaena hippurus Coryphaenidae -<br />

E<br />

ENCHOVA Pomatomus saltatrix Pomatomidae -<br />

Espada - Ver PEIXE-ESPADA<br />

ESPADARTE Xiphias gladius Xiphiidae Meka<br />

G<br />

Gaiado - Ver BONITO-LISTRADO<br />

Galo - Ver PEIXE-GALO<br />

GARAJUBA Caranx chrysos Carangidae Guarajuba; Carapau<br />

(Sul/Su<strong>de</strong>ste)<br />

GARAPAU Selar crumenophthalmus Carangidae -<br />

GAROUPA Epinephelus spp. Serranidae Garoupa (usar<br />

sobrenome)<br />

GAROUPA-DE-SÃO TOMÉ Epinephelus morio Serranidae -<br />

GAROUPA-VERDADEIRA Epinephelus marginatus Serranidae -<br />

GOETE Cynoscion jamaicensis Sciaenidae <strong>Pesca</strong>dinha-goete<br />

Golosa - Ver PEIXE-PEDRA<br />

GORDINHO Prepilus paru Stromateidae Canguiro (MA); Paru (2)<br />

(RS)<br />

GUAIÚBA Ocyurus chrysurus Lutjanidae Cioba (2) (ES)<br />

GUAIVIRA Oligoplites spp. Carangidae Salteira (RJ; SP); Timbira<br />

(PA); Tibiro (Nor<strong>de</strong>ste)<br />

Guarajuba - Ver GARAJUBA<br />

Guaracimbora - Ver ARACIMBORA<br />

Gurijuba - Ver BAGRE-GURIJUBA<br />

J<br />

Ju<strong>de</strong>u - Ver BETARA<br />

Jurupiranga - Ver BAGRE-JURUPIRANGA<br />

L<br />

LINGUADO Paralichthys spp. Paralichthyidae -<br />

Lua - Ver PEIXE-LUA<br />

M<br />

Mako - Ver CAÇÃO-ANEQUIM<br />

MANJUBA (1) - Espécies das famílias Engraulidae e Clupeidae - o termo <strong>de</strong>ve ser usado apenas para espécies<br />

da Família Engraulidae (usar sobrenome)<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

NOME SUGERIDO NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA SINÔNIMOS<br />

MANJUBA (2)<br />

Manjuba (3) - Ver SARDINHA-LAJE<br />

Anchoviella spp.; Anchoa spp.;<br />

Lycengraulis spp.<br />

Engraulidae<br />

Pilombeta (AL; SE)<br />

MANJUBA-BOCA-TORTA Cetengraulis e<strong>de</strong>ntulus Engraulidae Boca-torta (1); Sardinhaboca-torta<br />

MANJUBA-DO-IGUAPE Anchoviella lepi<strong>de</strong>ntostole Engraulidae Manjuba<br />

Maria-mole - Ver PESCADA-OLHUDA<br />

Marlim-branco - Ver AGULHÃO-BRANCO<br />

MARLIM-BICUDO Tetrapturus pfluegeri Istiophoridae -<br />

Meka - Ver ESPADARTE<br />

MERLUZA Merluccius hubbsi Merlucciidae -<br />

MERO Epinephelus itaiara Serranidae -<br />

MISTURA - Nome utilizado para peixes <strong>de</strong> pequeno porte, misturados na pesca.<br />

MORÉIA Gymnothorax spp. Muraenidae Mororó (AL); Mututuca<br />

(PE)<br />

Mororó - Ver MORÉIA<br />

Mututuca - Ver MORÉIA<br />

N<br />

NAMORADO Pseudopercis numida Mugiloididae -<br />

O<br />

OLHETE Seriola spp. Carangidae Arabaiana (Nor<strong>de</strong>ste)<br />

OLHO-DE-BOI Seriola spp. Carangidae Arabaiana-pintada (2)<br />

OLHO-DE-CÃO Priacanthus spp. Priacanthidae -<br />

OVEVA Larimus breviceps Sciaenidae Boca-torta (2)<br />

P<br />

PACAMÃO Amphichthys cryptocentrus Bratrachoididae -<br />

PALOMBETA Chloroscombrus chrysurus Carangidae -<br />

PAMPO Trachinotus spp. Carangidae Canguira (PA)<br />

Panã - Ver CAÇÃO-MARTELO<br />

Papa-terra - Ver BETARA<br />

Parati - Ver TAINHA<br />

Pargo (1) - Ver PARGO-ROSA<br />

Pargo (2) - Ver PARGO-VERDADEIRO<br />

PARGO-ROSA Pagrus pagrus Sparidae Pargo (1) (Su<strong>de</strong>ste/Sul)<br />

PARGO-VERDADEIRO Lutjanus purpureus Lutjanidae Pargo (2) (Norte/Nor<strong>de</strong>ste)<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

NOME SUGERIDO NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA SINÔNIMOS<br />

Paru (1) - Ver PARU-BRANCO<br />

Paru (2) - Ver GORDINHO<br />

PARU-BRANCO Chaetodipterus faber Ephippidae Paru (1) (RJ; SP)<br />

PEIXE-AGULHA Strongylura spp. Belonidae Agulha<br />

PEIXE-CABRA Prionotus spp. Triglidae Cabra, Cabrinha<br />

PEIXE-ESPADA Trichiurus lepturus Trichiuridae Catana (AL; SE); Espada<br />

PEIXE-GALO Selene spp. Carangidae Galo<br />

PEIXE-LUA Mola mola Molidae Lua<br />

PEIXE-PEDRA Genyatremus luteus Haemulidae Golosa (PI)<br />

PEIXE-PESCADOR Lophius gastrophysus Lophiidae Peixe-rape (RS; SC); Peixesapo<br />

(Sul/Su<strong>de</strong>ste)<br />

Peixe-porco - Ver CANGULO<br />

Peixe-rape - Ver PEIXE-PESCADOR<br />

PEIXE-REI (1) Atherinella brasiliensis Atherinidae -<br />

Peixe-rei (2) - Ver ARABAIANA-REI<br />

Peixe-sapo - Ver PEIXE-PESCADOR<br />

PEIXE-VOADOR Hirundichthys affinis Exocoetidae Voador (1)<br />

Pema - Ver CAMURUPIM<br />

Peroá - Ver CANGULO<br />

PESCADA - Espécies do gênero Cynoscion (Usar sobrenome)<br />

PESCADA-AMARELA Cynoscion acoupa Sciaenidae -<br />

PESCADA-BANANA Nebris microps Sciaenidae -<br />

PESCADA-BRANCA Cynoscion leiarchus Sciaenidae -<br />

PESCADA-CAMBUÇU OU<br />

PESCADA-CAMBUCU<br />

Cynoscion virescens Sciaenidae Cambuçu; Corvina (MA; PA)<br />

<strong>Pesca</strong>da-gó - Ver PESCADINHA-REAL<br />

PESCADA-OLHUDA<br />

Cynoscion striatus;<br />

C. guatucupa<br />

<strong>Pesca</strong>dinha - Ver PESCADINHA-REAL<br />

<strong>Pesca</strong>dinha-gó - Ver PESCADINHA-REAL<br />

Sciaenidae<br />

Maria-mole<br />

<strong>Pesca</strong>dinha-goete - Ver GOETE<br />

PESCADINHA-REAL Macrodon ancylodon Sciaenidae <strong>Pesca</strong>dinha; <strong>Pesca</strong>da-gó (MA);<br />

<strong>Pesca</strong>dinha-gó (PA)<br />

Pez-palo – Ver TIRA-VIRA<br />

Pilombeta – Ver MANJUBA (2)<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

NOME SUGERIDO NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA SINÔNIMOS<br />

PIRAJICA Kyphosus spp. Kyphosidae -<br />

Pirapema - Ver CAMURUPIM<br />

PREJEREBA Lobotes surinamensis Lobotidae Xancarrona (Nor<strong>de</strong>ste)<br />

R<br />

Raia - Ver ARRAIA<br />

Raia-viola - Ver ARRAIA-VIOLA<br />

ROBALO Centropomus spp. Centropomidae Camorim (Norte/ Nor<strong>de</strong>ste)<br />

Roncador - Ver CORÓ-RONCADOR<br />

S<br />

Salmonete - Ver TRILHA<br />

Salteira - GUAIVIRA<br />

SAPURUNA Haemulon spp. Haemulidae -<br />

SARAMUNETE Pseudupeneus maculatus Mullidae -<br />

SARDA (1) Pellona flavipinnis Pristigasteridae -<br />

Sarda (2) - Ver SERRA<br />

SARDINHA - Espécies das famílias Clupeidae e Engraulidae - o termo <strong>de</strong>ve ser usado apenas para espécies da<br />

Família Clupeidae (usar sobrenome)<br />

Sardinha-ban<strong>de</strong>ira - Ver SARDINHA-LAJE<br />

Sardinha-boca-torta - Ver MANJUBA-BOCA-TORTA<br />

SARDINHA-CASCUDA Harengula clupeola Clupeidae -<br />

SARDINHA-LAJE Opisthonema oglinum Clupeidae Sardinha-ban<strong>de</strong>ira; Manjuba (3) -<br />

exemplares <strong>de</strong> pequeno porte<br />

(PE)<br />

SARDINHA-VERDADEIRA Sardinella brasiliensis Clupeidae Sardinha<br />

Sauna - Ver TAINHA<br />

SAVELHA Brevoortia spp. Clupeidae -<br />

SERIGADO OU SIRIGADO Mycteroperca spp. Serranidae -<br />

Serra Scomberomorus brasiliensis Scombridae Sarda (ES; RJ), Sororoca<br />

(Su<strong>de</strong>ste/Sul)<br />

Sororoca - Ver SERRA<br />

T<br />

TAINHA Mugil spp. Mugilidae Parati (Sul/Su<strong>de</strong>ste); Curimã<br />

(PE); Sauna (Nor<strong>de</strong>ste,<br />

exemplares <strong>de</strong> pequeno porte)<br />

Tibiro ou Timbiro - Ver GUAIVIRA<br />

Timbira - Ver GUAIVIRA<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

NOME SUGERIDO NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA SINÔNIMOS<br />

TIRA-VIRA Percophis brasiliensis Percophidae Pez-palo<br />

TORTINHA Isopisthus parvipinnis Sciaenidae -<br />

TRILHA Mullus argentinae Mullidae Salmonete<br />

TUBARÃO - Este termo <strong>de</strong>ve ser evitado para fins comerciais (Ver CAÇÃO)<br />

U<br />

UBARANA Elops saurus Elopidae<br />

Uriacica ou Uricica - Ver BAGRE-URICICA<br />

Uritinga ou Urutinga - Ver BAGRE-URUTINGA<br />

V<br />

VERMELHO Lutjanus spp. Lutjanidae Usar nome específico<br />

VERMELHO-CARANHA Lutjanus griseus Lutjanidae Caranha<br />

Viola - Ver ARRAIA-VIOLA<br />

Voador (1) - Ver PEIXE-VOADOR<br />

Voador (2) - VOADOR-HOLANDÊS<br />

VOADOR-HOLANDÊS Cheilopogon cyanopterus Exocoetidae Voador (2)<br />

X<br />

Xancarrona - Ver PREJEREBA<br />

Xarelete - Ver ARACIMBORA<br />

XARÉU - Nome espécies dos gêneros Caranx e Carangoi<strong>de</strong>s (Usar sobrenome)<br />

XARÉU-BRANCO Caranx spp. Carangidae -<br />

XARÉU-PRETO Caranx lugubris Carangidae -<br />

XIRA Haemulon spp. Haemulidae -<br />

Xixarro - Ver CHICHARRO<br />

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA<br />

ANTÃO DE CARVALHO, V., 1957. Nomes vulgares <strong>de</strong> peixes brasileiros com seus<br />

correspon<strong>de</strong>ste em sistemática, Ministério da Agricultura, Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

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CERVIGÓN, F.; R. CIPRIANI, W. FISCHER, L. GARIBALDI, M. HENDRICKX, A.J. LEMUS,<br />

R. MÁRQUEZ, J.M.; POUTIERS, G. ROBAINA y B. RODRIQUEZ, 1992. Fichas FAO <strong>de</strong><br />

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Herrings, Sardines, Pilchards, Sprats, Shads, Anchovies and Wolf-herrings: Part 2. Engraulididae.<br />

FAO Fisheries Synopsis. Rome.<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

MORTALIDADE NO TRANSPORTE DE CURIMATÃ-PACU (Prochilodus argentus)<br />

MORTALITY IN THE CURIMATÃ-PACU (Prochilodus argentus) TRANSPORT<br />

Genilson Maurício dos ANJOS 1 ; André da Silva MARTINS 1 ; Emerson Carlos SOARES 2* ; Jonnhy<br />

<strong>de</strong> MELO 1 ; Eduardo Jorge Santana SANTOS 3 ; Luiz Henrique Nunes DANTAS 3<br />

1 Bolsista PIBIC/CNPq, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Alagoas/Pólo Penedo<br />

2 Professor Adjunto, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Alagoas/Pólo Penedo<br />

3 Bolsista PIBIP-Ação/UFAL, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Alagoas/Pólo Penedo<br />

*Email: soaemerson@gmail.com<br />

Resumo - A mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> juvenis após transporte é um dos principais entraves para seu cultivo do<br />

curimatã-pacu. Este trabalho teve como objetivo testar o transporte <strong>de</strong> juvenis <strong>de</strong><br />

curimatã-pacu com adição <strong>de</strong> produtos redutores <strong>de</strong> estresse. Os produtos testados foram:<br />

cloreto <strong>de</strong> sódio (2,0g/L), gesso 0,5g/L, óleo <strong>de</strong> cravo 0,02ml/L, mais o tratamento<br />

controle (água e oxigênio). Os juvenis foram transportados em sistema fechados com<br />

oxigênio por diferentes tempos. Os resultados foram avaliados através da ANOVA e teste<br />

<strong>de</strong> Tukey (p


Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

INTRODUÇÃO<br />

A espécie (Prochilodus argentus) possui hábito alimentar limnófago ou iliófago<br />

(<strong>de</strong>tritívoro), <strong>de</strong> baixo nível trófico, alimentando-se no ambiente natural <strong>de</strong> material orgânico<br />

particulado (MOP) (Yossa & Araujo-Lima, 1998).<br />

Segundo (Soares, et al., 2007) o curimatã-pacu representa meta<strong>de</strong> das capturas realizadas no<br />

Baixo São Francisco. Esta espécie é o segundo peixe mais comercializado na feira livre <strong>de</strong> Penedo –<br />

AL, (Carneiro et al., 2007), on<strong>de</strong> 70% do volume comercializado são oriundos das capturas no rio<br />

São Francisco, o restante vem <strong>de</strong> cultivos semi-intensivo <strong>de</strong> paragem acima do rio. Dessa forma o<br />

Curimatã-pacu, representa imensa importância para a população local, motivando pesquisadores,<br />

técnicos e produtores a refletir sobre as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ampliação, melhoramento do manejo e<br />

transferência <strong>de</strong> tecnologia a pequenos e médios produtores, incluindo a espécie no plantel <strong>de</strong><br />

peixes cultiváveis na região.<br />

Nos cultivos do curimatã-pacu em escala comercial o transporte a<strong>de</strong>quado dos juvenis é um<br />

dos principais e mais importante etapas para ampliar e melhorar as técnicas <strong>de</strong> cultivo para a<br />

espécie (Gomes, et al., 2003), assim, torna-se uma etapa obrigatória para a sua criação. Muitos dos<br />

fatores para inibir o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> cultivos intensivos <strong>de</strong> espécies nativas, estão<br />

correlacionados com altas taxas <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> durante a fase inicial <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento larval e o<br />

manejo no transporte. Neste contexto, este trabalho tem o objetivo <strong>de</strong> testar a eficiência <strong>de</strong> um<br />

protocolo seguro para transporte <strong>de</strong> juvenis <strong>de</strong> curimatã-pacu.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

Foram utilizados juvenis <strong>de</strong> Curimatã-pacu (Prochilodus argentus), obtidos na Estação <strong>de</strong><br />

piscicultura <strong>de</strong> ITIUBA /CODEVASF, obtidos por intermédio <strong>de</strong> <strong>de</strong>sova induzida das matrizes. O<br />

experimento foi realizado em duas etapas, a primeira etapa aconteceu na própria estação <strong>de</strong><br />

piscicultura, localizada no município <strong>de</strong> Porto Real do Colégio/AL e a segunda etapa foi realizada<br />

no Laboratório <strong>de</strong> Ecologia <strong>de</strong> peixes e Piscicultura-UFAL/Pólo Penedo. No total foram realizados<br />

3 experimentos, cada um com tempo <strong>de</strong> 24 horas.<br />

Os tratamentos utilizados foram: sal <strong>de</strong> cozinha (NaCl) 2,0g/L, gesso 0,5g/L, óleo <strong>de</strong> cravo<br />

0,02ml/L em sacos plásticos (30L) mais o tratamento controle (água e oxigênio) com 4 repetições,<br />

totalizando 16 unida<strong>de</strong>s experimentais. As unida<strong>de</strong>s experimentais continham 20% <strong>de</strong> água e<br />

volume restante preenchido com oxigênio. Os juvenis utilizados no experimento possuíam em<br />

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Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

média 30 dias <strong>de</strong> vida e um comprimento padrão médio <strong>de</strong> 3,0±1,0cm. A <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> juvenis por<br />

saco foi <strong>de</strong> 40 ind/L.<br />

Após o transporte, as unida<strong>de</strong>s experimentais foram monitoradas a cada duas horas<br />

proce<strong>de</strong>ndo com a contagem dos indivíduos mortos. Os parâmetros <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água tais como:<br />

pH, oxigênio, condutivida<strong>de</strong> e amônia foram monitorados antes e após o término do experimento. A<br />

homogeneida<strong>de</strong> da amostra foi observada através do teste <strong>de</strong> Cochran com 5% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> e<br />

os resultados do experimento foram analisados através <strong>de</strong> uma ANOVA com 5% <strong>de</strong> significância<br />

com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aferir o efeito dos tratamentos sobre a mortalida<strong>de</strong> dos peixes. O teste <strong>de</strong> Tukey<br />

(p


Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

8<br />

7<br />

Mortalida<strong>de</strong> média<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

Tratamento 1 Tratamento 2 Tratamento 3 Tratamento 4<br />

Tratamento<br />

Figura 1- Análise da mortalida<strong>de</strong> após transporte com os tratamentos:<br />

1 - controle (água e oxigênio), 2- (NaCl), 3- gesso e 4 – óleo <strong>de</strong> cravo<br />

Tabela 1 – Valores médios <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> após transporte (ANOVA ,5%).<br />

Variáveis Tratamento 1<br />

Tratamento 2<br />

Tratamento 3<br />

Tratamento 4<br />

(Controle)<br />

(Sal)<br />

(Gesso)<br />

(Óleo <strong>de</strong> cravo)<br />

Mortalida<strong>de</strong> 4.09 ± 3.89ª* 5.36 ± 2.34ª* 4.18 ± 1.6ª* 4.00 ± 1.9ª*<br />

*letras iguais representam não haver diferenças significativas.<br />

O tempo pós-transporte foi <strong>de</strong>terminante para a sobrevivência dos juvenis <strong>de</strong> curimatã-pacu.<br />

A exposição dos juvenis expostos a tempos superiores a quatorze horas aumentaram<br />

significativamente a mortalida<strong>de</strong> dos exemplares (Figura 2). Entretanto, po<strong>de</strong>-se observar que nas<br />

primeiras duas horas <strong>de</strong> transporte ocorreu gran<strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> dos juvenis, este fato po<strong>de</strong> estar<br />

atrelado ao aumento do estresse durante a captura dos indivíduos submetidos ao transporte. O<br />

mesmo foi observado por Soares (2005) que constatou aumento na mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tucunarés<br />

submetidos a tranqüilizante durante biometrias realizadas nos experimentos <strong>de</strong> condicionamento<br />

alimentar. O fato <strong>de</strong> sujeitarmos os peixes a condições <strong>de</strong> manejo ou <strong>de</strong> interferência do meio po<strong>de</strong><br />

alterar consi<strong>de</strong>ravelmente, aspectos fisiológicos e metabólicos do animal, levando ao aumento da<br />

mortalida<strong>de</strong> (Soares & Araújo-Lima, 2003).<br />

94


Rev. Bras. Eng. <strong>Pesca</strong> 3[esp], Coletânea <strong>de</strong> Trabalhos da I SENEP<br />

Mortalida<strong>de</strong> média<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22<br />

Tempo após transporte<br />

Figura 2. Mortalida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> juvenis <strong>de</strong> curimatã-pacu após o<br />

tempo <strong>de</strong> transporte em horas.<br />

CONCLUSÃO<br />

• Recomenda-se utilizar apenas água e oxigênio no transporte <strong>de</strong> juvenis <strong>de</strong> curimatã-pacu<br />

• O aumento da mortalida<strong>de</strong> acontece nas primeiras 2 horas e após 14 horas do início do<br />

transporte<br />

• Devido ocorrer uma tendência <strong>de</strong> diminuição da mortalida<strong>de</strong> com o uso do gesso e óleo <strong>de</strong><br />

cravo, sugere-se realizar mais experimentos com estas duas substâncias, correlacionando-as<br />

com novas <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> indivíduos e com novas concentrações <strong>de</strong>stes produtos.<br />

AGRADECIMENTOS<br />

A CODEVASF- Base <strong>de</strong> Itiúba pela doação dos juvenis <strong>de</strong> curimatã-pacu e pelo apoio em<br />

todo trabalho executado, em especial aos técnicos e engenheiros <strong>de</strong> pesca Álvaro e Sérgio.<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

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camarões. Florianópolis: UFSC.<br />

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Seminario da Piscicultura Alagoana.<br />

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efeitos da adição <strong>de</strong> sal e da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> no transporte <strong>de</strong> tambaqui. Pesquisa Agropecuária<br />

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