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EDIÇÃO ESPECIAL DE 10 ANOS

Edição 52: março/Abril - 2015

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<strong>EDIÇÃO</strong> <strong>ESPECIAL</strong> <strong>DE</strong> <strong>10</strong> <strong>ANOS</strong><br />

O MELHOR DO LIGHTING <strong>DE</strong>SIGN BRASILEIRO EM 24 PROJETOS<br />

1


Refletir o futuro em cada projeto<br />

REPRESENTANTE OFICIAL<br />

Abajur Binic, Foscarini, sistema modular Igloo, Fontana Arte, pendentes Rituals,<br />

Foscarini, e balizador Zero, design original Light Design+Exporlux.<br />

www.lightdesign.com.br<br />

4 5


6 7


SUMÁRIO<br />

março | abril 2015<br />

edição 52<br />

<strong>10</strong>8<br />

58<br />

14<br />

AGENDA<br />

24<br />

¿QUÉ PASA?<br />

150<br />

144<br />

<strong>10</strong>2<br />

44<br />

48<br />

54<br />

58<br />

62<br />

66<br />

72<br />

76<br />

82<br />

86<br />

92<br />

98<br />

<strong>10</strong>2<br />

<strong>10</strong>8<br />

114<br />

116<br />

124<br />

130<br />

134<br />

136<br />

144<br />

150<br />

156<br />

162<br />

O LIGHTING <strong>DE</strong>SIGN BRASILEIRO<br />

ACENDA<br />

ANA SPINA<br />

ARCHI<strong>DE</strong>SIGN<br />

CASTILHA ILUMINAÇÃO<br />

CONFORTO VISUAL<br />

CRISTINA MALUF<br />

<strong>DE</strong>SIGN DA LUZ<br />

ESTHER STILLER<br />

ESTÚDIO AMBAR<br />

ESTÚDIO CARLOS FORTES<br />

FOCO LUZ & <strong>DE</strong>SENHO<br />

FOS LIGHTING STUDIO<br />

FRANCO ASSOCIADOS<br />

LD STUDIO<br />

LICHIA<br />

LIT<br />

LUZ E ARQUITETURA<br />

MINGRONE ILUMINAÇÃO<br />

MS + M ASSOCIADOS<br />

RBF ARQUITETURA <strong>DE</strong> ILUMINAÇÃO<br />

SENZI LIGHTING<br />

STUDIO ILUZ<br />

STUDIO IX<br />

VIA ARQUITETURA<br />

8 9


Romulo Fialdini<br />

RESTAURANTE GURUMÊ<br />

Iluminação: Studio Iluz<br />

Foto: Leonardo Finotti<br />

luz para<br />

arquitetura<br />

© Demian Golovaty<br />

PUBLISHER<br />

Thiago Gaya<br />

EDITORIAL<br />

Desde a sua criação, em 2005, a revista L+D vem contribuindo para a<br />

evolução do mercado brasileiro de iluminação, sempre apresentando projetos<br />

cujos resultados harmonizam soluções técnicas e estéticas na medida certa.<br />

A publicação nasceu com a missão não apenas de trazer aos arquitetos e<br />

lighting designers brasileiros o que há de novo e de melhor no cenário mundial<br />

da iluminação, mas também divulgar nacional e internacionalmente o trabalho<br />

desses profissionais.<br />

A cada edição, a revista apresenta diversos aspectos da iluminação,<br />

sob a óptica profissional e acadêmica, por meio de projetos realizados no<br />

Brasil e no mundo. Os textos são redigidos somente por arquitetos e lighting<br />

designers, o que torna seu conteúdo tecnicamente único. Não por acaso, a<br />

L+D é reconhecida como a mais importante publicação brasileira com foco<br />

na iluminação arquitetural por sua qualidade gráfica e editorial e por sua<br />

independência e ponto de vista crítico.<br />

Nesses dez anos de existência, a L+D vivenciou e trouxe aos seus leitores<br />

as grandes transformações pelas quais o mercado da iluminação passou. A<br />

revolução ocorrida com o advento do LED mereceu, além das matérias em<br />

nossas páginas, um evento dedicado à discussão e compreensão da tecnologia<br />

e dos rumos da iluminação. Assim como a revista L+D, o LEDforum já nasceu<br />

um sucesso e caminha para a sua sexta edição, comemorando ano a ano<br />

recordes de público e visibilidade nacional e internacional.<br />

Testemunhamos, também, o surgimento exponencial de escritórios dedicados<br />

exclusivamente ao desenho da iluminação arquitetural no Brasil, assim como a<br />

elevação da qualiçdade dos trabalhos aqui desenvolvidos. E estamos certos de<br />

que contribuímos para esse quadro, por meio da propagação de conteúdo de<br />

boa qualidade e da consequente qualificação do mercado. Qualificação essa<br />

também observada na indústria brasileira que evoluiu muito no desenho e na<br />

tecnologia nos últimos anos.<br />

Esta edição é uma celebração aos dez anos da L+D e das conquistas<br />

alcançadas por nossos parceiros – colaboradores, fornecedores, lighting<br />

designers e patrocinadores – ao longo dessa história. As páginas a seguir são<br />

uma síntese do elevado estágio que a iluminação arquitetural alcançou no Brasil.<br />

Parabéns a todos nós e boa leitura.<br />

Thiago Gaya e Orlando Marques | Editores<br />

IMPRESSA POR<br />

PUBLICADA POR<br />

EDITORES<br />

Orlando Marques e Thiago Gaya<br />

DIRETORA <strong>DE</strong> ARTE<br />

Thais Moro<br />

REPORTAGENS <strong>DE</strong>STA <strong>EDIÇÃO</strong><br />

André Becker e Valentina Figuerola<br />

REVISÃO<br />

Deborah Peleias<br />

ADMINISTRAÇÃO<br />

Richard Schiavo<br />

Telma Luna<br />

CIRCULAÇÃO E MARKETING<br />

Márcio Silva<br />

PUBLICIDA<strong>DE</strong><br />

Lucimara Ricardi | diretora<br />

Liliane Dias | supervisora<br />

Bruna Oliveira | assistente<br />

PARA ANUNCIAR<br />

comercial@editoralumiere.com.br<br />

t: 11 2827.0660<br />

PARA ASSINAR<br />

assinaturas@editoralumiere.com.br<br />

t: 11 2827.0690<br />

TIRAGEM E CIRCULAÇÃO AUDITADAS POR<br />

Editora Lumière Ltda.<br />

Rua Catalunha, 350, 05329-030, São Paulo SP, t: 11 2827.0660<br />

www.editoralumiere.com.br<br />

OSVALDO⁄MATOS<br />

O⁄M<br />

São Paulo<br />

Porto<br />

Lisboa<br />

Luanda<br />

www.osvaldomatos.com.br<br />

geral@osvaldomatos.com.br<br />

Sede Qualicorp<br />

São Paulo, Brasil<br />

<strong>10</strong> 11<br />

Edo Rocha Arquiteturas<br />

Mingrone Iluminação<br />

5O⁄<strong>ANOS</strong>


12 13


AGENDA<br />

A L+D FAZ UMA SELEÇÃO DOS MAIS IMPORTANTES EVENTOS <strong>DE</strong> 2015. PROGRAME-SE.<br />

courtesy of LIGHTFAIR® International<br />

INTERNATIONAL<br />

YEAR OF LIGHT<br />

2015 é o Ano Internacional da Luz das Nações Unidas (UM<br />

IYL2015) e centenas de eventos acontecerão no decorrer dos<br />

próximos meses para celebrar esse fato e enfatizar aos cidadãos<br />

do mundo a importância da luz e das tecnologias ópticas na vida<br />

das pessoas, no seu futuro e no desenvolvimento da sociedade.<br />

Instalações, workshops, congressos e feiras do setor fazem parte<br />

do Programa Geral de Atividades, que pode ser conhecido no site<br />

da L-RO (Lighting Related Organization). No Brasil, dois eventos<br />

fazem parte da agenda oficial do programa: o workshop Foca, que<br />

acontecerá na cidade de Porto Alegre em outubro, e a Semana da<br />

Luz – de 16 a 22 de agosto, que inclui a 6ª edição do Congresso<br />

LEDforum e o workshop realizado pela revista L+D e a AsBAI<br />

(Associação Brasileira de Arquitetos de Iluminação).<br />

www.l-ro.org<br />

EUROLUCE<br />

LIGHTFAIR<br />

Conhecida há tempos público profissional brasileiro por<br />

seu congresso bem qualificado, a Lightfair cresceu exponencialmente<br />

nos últimos anos. Sua área de exposição,<br />

antigamente periférica e diminuta, se transformou em uma<br />

grande feira. Diferentemente das feiras europeias, em que o<br />

design é protagonista, a feira norte-americana é <strong>10</strong>0% voltada<br />

à tecnologia e negócios. A Lightfair acontece anualmente,<br />

alternando-se entre a costa leste e oeste dos Estados Unidos.<br />

Em 2015, após dois anos na Filadélfia, a feira volta para Nova<br />

York. Para aqueles que desejam aprofundar sua formação em<br />

iluminação, vale conferir a programação de cursos e workshops<br />

da pré-conferência, que acontece dois dias antes do evento.<br />

LightFair<br />

5 a 7 de maio<br />

Nova York, EUA<br />

lightfair.com<br />

O Salão do Móvel de Milão é o mais importante evento<br />

da agenda internacional de arquitetura e decoração. A feira<br />

e as inúmeras atividades, instalações e festas que pululam<br />

em Milão durante a Semana de Design estão sempre repletas<br />

de brasileiros. A cada dois anos, acontece simultaneamente<br />

ao Salão a feira de iluminação Euroluce, na qual as grandes<br />

marcas mundiais apresentam seus lançamentos e ditam as<br />

tendências do design e das novas soluções tecnológicas.<br />

Euroluce<br />

14 a 19 de abril de 2015<br />

Milão, Itália<br />

salonemilano.it<br />

Bocci / Divulgação<br />

14 15


AGENDA<br />

Ding Musa<br />

Andre Hänni<br />

Ding Musa<br />

SEMANA DA LUZ 2015: 6º LEDFORUM E WORKSHOP<br />

A cada nova edição, o LEDforum ganha em escala e diversidade,<br />

se consolidando como o mais importante congresso brasileiro<br />

de iluminação. O evento, que reuniu 420 participantes em<br />

2014, é composto por área de exposição e uma jornada de<br />

palestras e painéis com grandes protagonistas da iluminação<br />

mundial. Profissionais como Kaoru Mende, Maurici Ginés, Kai<br />

Pippo, Rogier van der Heide, Gerd Pfarré, Mônica Lobo, Esther<br />

Stiller, Guinter Parschalk e Gilberto Franco fizeram parte da<br />

programação dos anos anteriores.<br />

O evento propõe um olhar panorâmico do que está acontecendo<br />

de mais atual no Brasil e no mundo com a prática profissional<br />

no desenho da luz artificial – com ênfase especial no LED –<br />

em projetos de iluminação e é uma oportunidade única no<br />

calendário brasileiro de confraternização e networking para<br />

profissionais da iluminação.<br />

Diante do grande sucesso de público e consequente presença<br />

de lighting designers e profissionais da iluminação de todo o<br />

Brasil e de outros países, a revista L+D, em parceria com a AsBAI,<br />

realizou nos últimos dois anos um workshop de iluminação. Em<br />

2013, o professor Jan Ejhed (KTH Estocolmo) coordenou um<br />

grupo de trabalho que observou e discutiu aspectos da iluminação<br />

da Avenida Paulista, sob a óptica do transeunte. Em 2014, foi<br />

a vez da organização internacional lighting Detectives, sob<br />

orientação do lighting designer japonês Kaoru Mende, realizar<br />

um workshop que culminou na intervenção de luz em escala<br />

real no Edifício Copan, o Light Up Ninja. A parceria se repetirá<br />

em 2015 e um novo workshop internacional será realizado entre<br />

16 e 19 de agosto.<br />

Além do Ledforum e do workshop, outras atividades estão<br />

programadas para a Semana da Luz 2015. Programe-se!<br />

Semana da Luz 2015<br />

São Paulo<br />

16 a 23 de agosto<br />

Workshop<br />

16 a 19 de agosto<br />

6º LEDforum<br />

Hotel Tivoli Mofarrej Conference Hotel, São Paulo<br />

20 e 21 de agosto<br />

ledforum.com.br<br />

16 17


AGENDA<br />

Visit.Baltimore/Divulgação<br />

5º PLDC<br />

O PLDC – Professional Lighting Design Convention entra<br />

em sua quinta edição. Após passar por Londres (2007),<br />

Berlim (2009), Madri (2011) e Copenhague (2013), o evento<br />

bienal desembarca em Roma com expectativa de público de<br />

1.500 participantes.<br />

Como nos anos anteriores, a Convenção, que reúne<br />

apro ximadamente 70 palestras, será construída sobre<br />

quatros plataformas. Aplicação e Estudo de Casos, Pesquisa<br />

e Prática Profissional são as três plataformas básicas que<br />

se repetem a cada edição. A quarta vertente é definida de<br />

acordo com o momento vivido pelo mercado e estabelece a<br />

orientação da edição. Nesse ano o tema é “Luz e Cultura”,<br />

plataforma sobre a qual serão apresentados projetos<br />

recém-inaugurados, indicando como a luz transformou espaços<br />

culturais, como museus, galerias de arte e áreas do<br />

patrimônio público, e como diferentes culturas percebem<br />

a luz e, consequentemente, como isso influencia o lighting<br />

design. Também será abordado o impacto das novas<br />

tecnologias na cultura da luz e como a sua aplicação está<br />

moldando o desenho e as estratégias da iluminação.<br />

Professional Lighting Design Convention<br />

Roma, Itália<br />

28 a 31 de outubro<br />

pld-c.com<br />

IALD ENLIGHTEN<br />

AMERICAS<br />

O evento promovido pela Associação Internacional de<br />

Lighting Designers (IALD) é composto por conferências<br />

dirigidas a lighting designers, sejam eles profissionais, recém-<br />

-formados ou estudantes. É, hoje, um dos mais importantes<br />

encontros de formação e networking para aprimoramento da<br />

profissão em todos os seus aspectos, que são divididos em<br />

três vertentes no evento: tecnológica, artística e profissional.<br />

IALD ENLIGHTEN AMERICAS<br />

8 a <strong>10</strong> de outubro<br />

Baltimore, EUA<br />

iald.org<br />

Helena Lundquist<br />

18 19


AGENDA<br />

FESTIVAIS <strong>DE</strong> LUZ<br />

Na metade do outono, quando as noites se tornam mais longas no hemisfério norte, são realizados – sobretudo na Europa –<br />

inúmeros festivais de luz. Na verdade, nos últimos anos, o que se observou foi o surgimento de muitos novos festivais por todo o<br />

mundo. Não é difícil de entender: o fascínio causado pelas instalações e intervenções de luz é um grande atrativo para o público<br />

e muitas municipalidades compreenderam o potencial da iluminação para o marketing das cidades.<br />

A revista L+D selecionou quatro festivais, com diferentes abordagens, que devem estar no radar e, se possível, na agenda<br />

dos apaixonados por luz.<br />

EXCELÊNCIA EM ILUMINAÇÃO A LED<br />

Com laboratório próprio, equipe de P&D especializada, softwares avançados e constante<br />

investimento em desenvolvimento, o Grupo Lumicenter Lighting oferece o mais completo porfólio<br />

de luminárias a LED do Brasil. Produtos de alta qualidade e eficiência, com diferentes opções de<br />

fotometrias e adequados às mais diversas aplicações. Além disso, a Lumicenter disponibiliza<br />

informações técnicas de seus produtos de forma prática e acessível, incluindo arquivos IES para uso<br />

em projetos de iluminação.<br />

Divulgação<br />

LUMINA<br />

Em setembro de 1878 foi inaugurada na cidade de Cascais<br />

a primeira instalação de iluminação elétrica pública em Portugal.<br />

Aproximadamente 130 anos mais tarde foi criado e produzido<br />

pelo ateliê português OCUBO o festival Lumina, que caminha<br />

para a sua quarta edição em 2015.<br />

O evento reúne obras oriundas de diversos países que são<br />

distribuídas ao longo do Percurso da Luz, proporcionando momentos<br />

de descoberta, magia e grande emoção do público. A escolha de<br />

artistas conceituados e internacionalmente reconhecidos na área<br />

da arte da luz vem tornando o festival cada vez mais conhecido,<br />

reunindo mais de meio milhão de pessoas em sua última edição.<br />

Espetáculos de luz, esculturas e instalações luminosas<br />

que interagem com os visitantes, projeções multimídia e<br />

vídeo mapping nos edifícios e locais mais emblemáticos da<br />

vila valorizam a herança histórica local e oferecem uma visita<br />

diferente a Cascais, proposta por Nuno Maya e Carole Purnelle,<br />

criadores e diretores artísticos do Lumina Festival da Luz.<br />

Lumina Festival da Luz<br />

Cascais, Portugal<br />

11 a 13 de setembro<br />

lumina.pt<br />

LICHTROUTEN<br />

A pequena cidade alemã Lüdenscheid tem uma grande<br />

tradição em iluminação graças à presença local de diversos<br />

fabricantes, dentre eles a Erco, e de um Instituto de<br />

Iluminação. Desde 2002, a municipalidade incumbiu dois<br />

curadores a selecionar trabalhos artísticos – instalações e<br />

intervenções – de elevada qualidade que tivessem a luz como<br />

elemento principal para a realização do fórum LichtRouten<br />

(rota de luz, em alemão). O evento reúne obras que vão de<br />

projetos de grande escala para espaços públicos e pequenas<br />

instalações em salas privadas – todas com relevante<br />

fundamentação artística e histórica – e, para manter a alta<br />

qualidade técnica, envolve os fabricantes locais em sua<br />

organização. O LichtRouten tem um enfoque diferente dos<br />

grandes festivais de luz e suas gigantescas projeções de luz<br />

sobre edifícios históricos. Trata-se de um evento de grande<br />

valor artístico e cultural; uma celebração da lighting art.<br />

LichtRouten<br />

Lüdenscheid, Alemanha<br />

setembro<br />

lichtrouten.de<br />

Divulgação<br />

CONHEÇA NOSSAS CATEGORIAS <strong>DE</strong> LUMINÁRIAS A LED:<br />

Desenvolvido e fabricado no Brasil com<br />

garantia de 5 <strong>ANOS</strong> para todos os produtos a LED!<br />

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AGENDA<br />

Brice Robert<br />

FÊTE <strong>DE</strong>S LUMIÈRE<br />

A tradição que data de 1643 – o agradecimento a Maria pela<br />

proteção da cidade durante a Peste Negra, com uma procissão e<br />

velas por toda a cidade – se transformou no maior evento público<br />

de iluminação do mundo e reúne nada menos do que cinco milhões<br />

de pessoas de todas as partes para celebrar a luz. Por quatro noites,<br />

artistas com todos os tipos de inspiração iluminam edifícios, ruas,<br />

parque e espaços em mais de 70 instalações de luz espalhadas<br />

pelo centro histórico e subúrbio lionês, criando na cidade uma<br />

atmosfera mágica.<br />

Fête des Lumière de Lyon<br />

5 a 8 de dezembro de 2015<br />

Lyon, França<br />

fetedeslumieres.lyon.fr<br />

LIGHT IN ALINGSÅS<br />

Tudo começou em 1999 quando alguns alunos das universidades<br />

HDK, Jönköping University e Gothenburg University se reuniram na<br />

pequena cidade Alingsås, localizada no sul da Suécia, para testar<br />

seus projetos de iluminação em edifícios públicos. Hoje o evento<br />

de workshop de iluminação, que culmina na instalação temporária<br />

por cinco semanas, se transformou em um importante festival<br />

de luz, que leva a Alingsås aproximadamente <strong>10</strong>0 mil visitantes.<br />

Sob o tema “ A Evolução da Luz”, um grupo de aproximadamente<br />

60 estudantes, cordeados pelos lighting designers Roberto Corrandini,<br />

Marco Palandella, Reinhard Germer, Andrea Hartranft, Katarina<br />

Hennig, Anna Sbokou, Kevan Shaw e Katja Winkelmann, criarão,<br />

entre 19 e 26 de setembro, as instalações de luz que poderão ser<br />

vistas pelo público na cidade durante todo o mês de outubro.<br />

Light in Alingsås<br />

Alingsås, Suécia<br />

Workshop: 19 a 26 de setembro<br />

Festival: 25 de setembro a 1° de novembro<br />

lightsinalingsas.se<br />

Fotos: Patrik Gunnar Helin<br />

22 23


Fotos: Fernando Guerra<br />

¿QUÉ PASA?<br />

PARCERIA<br />

PREMIADA<br />

Após ser laureado com o Inside Awards no World Architecture<br />

Festival (WAF) 2014, o projeto da Livraria Cultura do Shopping<br />

Iguatemi, São Paulo, recebeu em fevereiro o iF Gold Award, a<br />

premiação máxima do iF Design Award, na disciplina Arquitetura<br />

e Interiores.<br />

Desenvolvido pelo studio mk27 sob o comando do arquiteto<br />

Marcio Kogan, o projeto contou com a participação do LD<br />

Studio, das lighting designers Mônica Lobo e Daniele Valle,<br />

responsáveis pelo projeto de iluminação do espaço. Uma<br />

parceria que só poderia resultar em importantes prêmios.<br />

Fundado em 1953, o iF abrange as disciplinas de produto,<br />

comunicação, embalagem, arquitetura e design de interiores,<br />

além de conceitos profissionais. Seu júri internacional contou<br />

com a participação de grandes nomes do design mundial, entre<br />

eles os brasileiros Marcelo Rosenbaum e Gustavo Greco. O<br />

Brasil foi um dos grandes protagonistas do iF Award 2015, com<br />

seis iF Gold Award, além de outros 43 prêmios, um recorde<br />

histórico para o país.<br />

24 25


1<br />

¿QUÉ PASA?<br />

28º PRÊMIO<br />

<strong>DE</strong>SIGN MCB<br />

3<br />

2<br />

6 7<br />

O Museu da Casa Brasileira, instituição da Secretaria da Cultura<br />

do Estado de São Paulo, divulgou no final de 2014 os resultados do<br />

28º Prêmio Design MCB, a mais tradicional premiação da área no<br />

país, realizada desde 1986. No total, 33 produtos e trabalhos escritos<br />

dividiram os primeiro e segundo lugares e menções honrosas em oito<br />

categorias e suas respectivas modalidades de protótipos e textos não<br />

publicados. Eles foram selecionados entre os 746 inscritos na 28ª<br />

edição do prêmio por duas comissões independentes de jurados,<br />

coordenadas por João Bezerra de Menezes, para as categorias de<br />

produto, e Marcos da Costa Braga, à frente do júri de trabalhos teóricos.<br />

Conheça os finalistas e premiados de 2014 na categoria<br />

Iluminação:<br />

1º lugar: Echilibra, de Eduardo Sola (produzida pela La Lampe), foto 1<br />

2º lugar: luminária Charlie, de Altino Alexandre Cordeiro Neto,<br />

Maurício José Scoz Junior e Andre Leonardo Ramos (produzida<br />

pela Ipsilon Design), foto 2<br />

2º lugar: Todauma, de Fabio Falanghe, da Luz ao cubo (produzida<br />

pela DLZ Iluminação), foto 3<br />

Menção honrosa: Luminária Berimbau, de Juliana Bertolucci<br />

Torres e Clement Gerard, do Atelier BAM + Oficina Bertolucci<br />

(produzida pela Bertolucci), foto 4<br />

Finalistas: os pendentes Mush e Penn, de Jader Almeida (produzidos<br />

pela Sollos), fotos 6 e 7 e Linea Workstation, de Fernanda Tissot<br />

(produzida pela Luxion), foto 5<br />

5<br />

4<br />

Guilherme Jordani<br />

26 27


Rome<br />

Professional Lighting<br />

Design Convention<br />

28. – 31. October, 2015<br />

www.pld-c.com<br />

”An educated decision“<br />

72 paper presentations<br />

More than 1500 attendees expected<br />

Latest know-how and research findings<br />

Exhibition of leading manufacturers<br />

Gala dinner and PLD Recognition Award<br />

Marketplace for the PLD community<br />

Excursions<br />

Pre-convention meetings<br />

Cities’ Forum<br />

Experience rooms<br />

Social events<br />

The Challenge: Round IV<br />

Self-running poster presentations<br />

Programme<br />

out now!<br />

PLDC is a brand of the<br />

28 29


Fotos: Ayla Hibri<br />

¿QUÉ PASA?<br />

ARQUITETURA INTERATIVA<br />

A nova fachada do Hotel WZ Lorena faz parte do projeto de<br />

retrofit total do antigo hotel, construído na década de 1970 em uma<br />

das mais movimentadas vias de São Paulo, a Avenida Rebouças.<br />

O Estudio Guto Requena foi convidado pela empresa W Zarzur<br />

para criar uma nova narrativa visual e transformar o edifício num<br />

ícone arquitetônico do século XXI na cidade.<br />

Um processo paramétrico, gerado por computador, analisou<br />

a paisagem sonora do entorno do edifício, criando padrões<br />

gráficos coloridos como resposta aos sons coletados. O resultado<br />

final é uma “camuflagem pixelada” que reflete visualmente a<br />

paisagem sonora do entorno, transformando o edifício numa<br />

obra de arte pública.<br />

Esta pele metálica colorida ganha vida ao anoitecer, acendendo<br />

e criando uma dinâmica interativa. Chamada de “Criatura de<br />

Luz”, ela habita a fachada do hotel e tem um comportamento<br />

próprio, reagindo em tempo real aos estímulos do ambiente.<br />

Sensores instalados no edifício coletam o som do entorno.<br />

Os dados impactam no movimento da “criatura”, de modo que<br />

ela se agita e se expande de acordo com a intensidade captada.<br />

Outro grupo de sensores instalados no edifício coleta a qualidade<br />

do ar, modificando as cores da fachada, em uma escala entre o<br />

vermelho (péssima) e o verde (ótima), passando pelo lilás (ruim)<br />

e azul (boa).<br />

Um aplicativo para celular permite, ainda, a interação direta<br />

do público com a “Criatura de Luz” de duas maneiras: uma por<br />

meio do toque com os dedos e a outra pela voz, reproduzindo as<br />

ondas sonoras na fachada. Na recepção do hotel encontra-se uma<br />

mesa multitoque que exibe os dados coletados em tempo real e<br />

permite que os hóspedes interajam diretamente com o edifício,<br />

e, consequentemente, com a cidade.<br />

30 31


Blocos Autônomos de Embutir com LEDs - IP43<br />

Iluminação de Emergência<br />

¿QUÉ PASA?<br />

Fotos: Divulgação<br />

1<br />

2<br />

AURORALIA<br />

AWARD 2014<br />

Os vencedores do prêmio Auroralia 2014 foram anunciados<br />

em cerimônia realizada em 6 de dezembro de 2014, durante<br />

o Festival Anual de Luz de Lyon. Mais de <strong>10</strong>0 profissionais da<br />

iluminação, entre os quais, autoridades municipais, arquitetos<br />

e urbanistas, reuniram-se para conhecer as cidades vencedoras<br />

em evento organizado pelas idealizadoras do prêmio, a fabricante<br />

belga Schréder e a associação Luci (Lighting Urban Community<br />

International). As cidades de Eindhoven, na Holanda (1º lugar),<br />

Málaga, na Espannha (2º lugar), e Lamego, em Portugal (3º lugar),<br />

foram as grandes vencedoras e Stutterheim (África do Sul) foi<br />

distinguida com uma Menção Especial.<br />

O prêmio destaca o papel da Iluminação urbana sustentável<br />

em diversos aspectos: como elemento do desenvolvimento urbano,<br />

instrumento de elevação da qualidade de vida, veículo para a<br />

redução de gastos energéticos e custos operacionais, ferramenta<br />

para a reafirmação da identidade das ciudades.<br />

Já na sexta edição, o prêmio Auroralia continua a receber<br />

um grande número de inscrições de municipalidades de todo o<br />

mundo, o que confirma o crescente compromisso das autoridades<br />

locais em minimizar o impacto ecológico da iluminação urbana.<br />

O painel de juízes, composto por membros da imprensa<br />

especializada e que contou com a participação da revista L+D,<br />

usou a sua experiência para destacar projetos que não só reduzem<br />

significativamente o consumo de energia, mas que também tenham<br />

um impacto social positivo, para o bem-estar da população local.<br />

A revista L+D trará em sua edição de maio/junho um especial<br />

com a apresentação dos três projetos vencedores do Auroralia 2014.<br />

BLE/C - 1500/L SE<br />

LANÇAMENTOS<br />

BLE/Q - <strong>10</strong>00/L SE<br />

• Bloco Autônomo de Embutir em forro,<br />

com chassi em chapa de aço, acabamento<br />

em pintura eletrostática na cor branca.<br />

• Difusor em acrílico leitoso para acabamento.<br />

• Resistente a 70 0 C por uma hora.<br />

• Grau de proteção IP-43.<br />

• Bateria selada livre de manutenção.<br />

BLE/R - 500/L SE<br />

BLE/Q - 500/L SE<br />

• Tempo de recarga (após descarga máxima) - 24 horas.<br />

• Tensão de entrada - 1<strong>10</strong> ou 220V<br />

(Chave de seleção interna).<br />

• Frequência - 50/60Hz.<br />

• Baixo consumo (bateria em flutuação)<br />

• Fluxo luminoso constante até o término da autonomia.<br />

• Temperatura de cor - 5000 0 K<br />

32 33<br />

3


THE GLOBAL<br />

LANGUAGE OF LIGHT<br />

LIGHTFAIR.COM<br />

NEW YORK, NY USA<br />

Javits Center<br />

PHOTO CREDITS<br />

(1) WALL ILLUMINATION FANTASY OF PIOLE HIMEJI,<br />

HIMEJI-SHI, JAPAN | LIGHTING <strong>DE</strong>SIGN: UCHIHARA CREATIVE<br />

LIGHTING <strong>DE</strong>SIGN INC + TAKENAKA CORPORATION |<br />

PRE-CONFERENCE<br />

May 3 – 4, 2015<br />

34 TRA<strong>DE</strong> SHOW & CONFERENCE<br />

35<br />

PHOTOGRAPHY © MASAKI KAWAGUCHI (2) BRANZ KOSHIEN,<br />

NISHINOMIYA, JAPAN | LIGHTING <strong>DE</strong>SIGN: AKARI+<strong>DE</strong>SIGN<br />

ASSOCIATES | PHOTOGRAPHY © HIROYUKI TSUDA<br />

May 5 – 7, 2015


36 37


Fotos: Reinaldo Cóser<br />

¿QUÉ PASA?<br />

NOVA LUMINI RIO<br />

A Lumini abriu as portas de seu novo espaço no Rio de<br />

Janeiro no final de 2014. Assinado pelo studio mk27, o projeto<br />

remete a uma imensa caixa de luz e cria ambientes para<br />

a apresentação dos produtos de forma contextualizada e<br />

integradas aos ambientes do espaço – salas de estar e jantar,<br />

cantos de leitura e até um bar.<br />

A fachada, feita em muxarabi de madeira maciça, filtra a<br />

luz externa, escurecendo o interior da loja para melhorar a<br />

percepção dos efeitos dos produtos expostos, sem perder, no<br />

entanto, a relação com o exterior, garantida pela transparência<br />

do treliçado.<br />

O showroom, de 300 m², conta, ainda, com duas salas<br />

fechadas para a demonstração de efeitos de luz, projetos<br />

especiais e possibilidades dos sistemas de automação.<br />

Local: Casa Shopping – Rio de Janeiro<br />

Arquitetura: studio mk27<br />

Arquiteto: Marcio Kogan<br />

Coautoras: Diana Radomysler e Luciana Antunes<br />

Equipe de projeto : Carlos Costa, Dimitre Gallego, Laura Guedes,<br />

Mariana Ruzante, Mariana Simas, Oswaldo Pessano, Renata<br />

Furlanetto<br />

38 39


Inscrições abertas para o<br />

20 e 21 de agosto de 2015<br />

Tivoli Mofarrej Conference Hotel<br />

São Paulo | Brasil<br />

www.ledforum.com.br<br />

40 41


André Klotz<br />

ACENDA<br />

ANA SPINA<br />

ARCHI<strong>DE</strong>SIGN<br />

CASTILHA ILUMINAÇÃO<br />

CONFORTO VISUAL<br />

CRISTINA MALUF<br />

<strong>DE</strong>SIGN DA LUZ<br />

ESTHER STILLER<br />

ESTÚDIO AMBAR<br />

ESTÚDIO CARLOS FORTES<br />

FOCO LUZ & <strong>DE</strong>SENHO<br />

FOS LIGHTING STUDIO<br />

FRANCO ASSOCIADOS<br />

LD STUDIO<br />

LICHIA<br />

LIT<br />

LUZ E ARQUITETURA<br />

MINGRONE ILUMINAÇÃO<br />

MS + M ASSOCIADOS<br />

RBF ARQUITETURA <strong>DE</strong> ILUMINAÇÃO<br />

SENZI LIGHTING<br />

STUDIO ILUZ<br />

STUDIO IX<br />

VIA ARQUITETURA<br />

O<br />

LIGHTING<br />

<strong>DE</strong>SIGN<br />

BRASILEIRO<br />

CONHEÇA NAS PRÓXIMAS PÁGINAS<br />

24 ESCRITÓRIOS E PROJETOS QUE<br />

SINTETIZAM A QUALIDA<strong>DE</strong> DA<br />

ILUMINAÇÃO ARQUITETURAL<br />

<strong>DE</strong>SENVOLVIDA NO PAÍS<br />

42 43


VITÓRIA<br />

Demian Golovaty<br />

Texto: André Becker | Fotos: Acervo Nike<br />

ACENDA<br />

A<br />

marca Nike se tornou tão forte que muitas vezes a origem<br />

da palavra passa batida: a deusa da vitória da mitologia<br />

grega, correndo na sua carruagem e levando coroas de<br />

louros aos vencedores das batalhas. Esta remissão é interessante<br />

ao se observar a proposta da loja Nike na rua Oscar Freire, em<br />

São Paulo: um espaço para o público feminino.<br />

Na reforma de uma loja Nike bastante convencional no mesmo<br />

endereço, o projeto atual criou uma nova amplitude de um mesmo<br />

espaço, mostrando o valor de um projeto bem estruturado e<br />

detalhado. A arquitetura veio da prancheta do escritório MPDM.<br />

A loja tem pé-direito duplo e tratamento industrial como<br />

destaques: paredes com tijolo aparente, tesouras estruturais visíveis,<br />

telhas metálicas, suportes metálicos transversais expostos, piso<br />

em placas de cimento ou assoalho de madeira, além do mobiliário<br />

em madeira e telas metálicas perfuradas de acordo com o padrão<br />

Guide Global da Nike.<br />

Uma premissa do projeto é que a iluminação seja integrada à<br />

arquitetura, tendo a luz como objeto principal, e não a luminária.<br />

Deste modo, a proposta adota dois tipos de projetores (ambos<br />

com 27W de potência), com variações no ângulo de abertura e<br />

intensidade luminosa.<br />

Os projetores de facho mais fechado (<strong>10</strong>°, 27W, 3.000K)<br />

são fixados nos trilhos a 5,50 m de altura do piso, oferecendo<br />

luz vertical de destaque direcionada para os expositores laterais,<br />

que ocorrem em toda a extensão da loja. Estas peças também<br />

Fundado em 2005, o escritório<br />

paulistano ACENDA tem como sócias<br />

as arquitetas Luciana Costantin (à<br />

esquerda) e Paula Carnelós.<br />

Luciana é pós-graduada em<br />

Administração e Marketing pela<br />

ESPM-SP e tem especialização em<br />

Design Comercial e Marketing pela<br />

Accademia Italiana di Arte, Moda<br />

e Design, em Florença, Itália.<br />

Paula tem especialização em Conforto<br />

Ambiental e Conservação de Energia<br />

pelo CECACE-FUPAM-USP, e está<br />

cursando o MBA de Arquitetura e<br />

Construção Sustentável do INBEC com<br />

apoio do GBC Brasil. No currículo do<br />

escritório constam premiações como o<br />

1º lugar na categoria Hotéis, Hospitais<br />

e Clínicas no IV Prêmio Abilux 2009,<br />

International Property Awards<br />

Americas em 2012-2013, 1º lugar<br />

nas categorias Iluminação Residencial<br />

e Iluminação Coorporativa, assim<br />

como 1º e 2º lugares na categoria<br />

Iluminação Comercial do VI prêmio<br />

Abilux 2013.<br />

44 45


iluminam manequins e mesas de exposição centrais, o que permitiu<br />

que se vencesse um dos principais desafios do projeto: alcançar<br />

um nível de iluminação adequado para o destaque de displays,<br />

que deve ser duas vezes maior do que a iluminação geral (entre<br />

1.500 e 3.000 lux) em função do grande pé-direito.<br />

Os projetores de facho mais aberto (40°, 27W, 3.000K) são<br />

responsáveis pela luz geral e uniforme, livre de sombreamentos<br />

e manchas no piso, assim como estão aplicados nos ambientes<br />

de pé-direito menor (2,50 m), por ter o facho maior e permitir<br />

um efeito wallwasher.<br />

Para alcançar uma iluminação flexível e eficiente, em toda a<br />

loja foram utilizados projetores com tecnologia LED COB (Chip<br />

On Board) com foco orientável, refletor em alumínio anodizado<br />

multifacetado e difusor em vidro transparente.<br />

Algumas outras soluções adotadas são pendentes metálicos<br />

circulares com grade inferior e LED, acima da escada; barras de<br />

LED para criar efeitos wallwasher; e fluorescentes compactas ou<br />

tubulares nos provadores e áreas administrativas.<br />

NIKE OSCAR FREIRE + MULHER<br />

São Paulo<br />

Projeto de iluminação<br />

Acenda Projeto de Iluminação – Luciana Costantin e Paula Carnelós.<br />

Colaboradora: Juliana Elias<br />

Arquitetura<br />

MPDM – arquitetos Marcelo Pontes e Fernanda Panetta; Nike Global<br />

Retail Design<br />

Fornecedores<br />

Luminárias existentes (antes da reforma, que foram reaproveitadas):<br />

Altena (trilhos e spots CDM-PAR 30); luminárias novas: Itaim (trilhos,<br />

spots LED e fitas de LED)<br />

46 47


<strong>DE</strong>SCONTRAÇÃO<br />

LUMINOSA<br />

Rafael Lanni<br />

Texto: Valentina Figuerola | Fotos: André Klotz<br />

ANA SPINA<br />

LIGHTING <strong>DE</strong>SIGNER<br />

À<br />

noite, a fachada translúcida do restaurante Tuju se<br />

converte em uma grande caixa luminosa que atrai os<br />

olhares daqueles que percorrem a rua Fradique Coutinho,<br />

no bairro da Vila Madalena, em São Paulo. A luz que atravessa<br />

as placas de policarbonato e inunda o espaço público vem da<br />

cozinha, situada logo na entrada do despojado estabelecimento.<br />

A iluminação da fachada e das hortas, onde são produzidos<br />

os temperos utilizados nos pratos, foram alguns dos desafios<br />

enfrentados pela lighting designer Ana Spina ao criar o projeto<br />

de iluminação do Tuju.<br />

“Assim como a arquitetura, a iluminação do restaurante<br />

precisava ser descontraída e sutil”, explica Ana. Ela conta que os<br />

arquitetos dos escritórios Vapor 324 e Garupa, responsáveis pelo<br />

projeto, queriam que prevalecesse uma iluminação aconchegante<br />

e discreta. Embutidas no forro de madeira do salão, luminárias de<br />

7 cm de espessura (a mesma espessura das réguas de madeira)<br />

com fitas de LED dimerizáveis de 80 cm (9,4W/m, 2.700K) e<br />

fechamento em acrílico jateado proporcionam uma luz difusa e<br />

confortável. “Estas luminárias foram especialmente confeccionadas<br />

para o projeto”, acrescenta a lighting designer.<br />

Clara e eficiente, a iluminação da cozinha vem das luminárias<br />

com lâmpadas fluorescentes compactas (26W, 4.000K) e<br />

fechamento acrílico jateado instaladas no forro de gesso. “Como<br />

o material que reveste a fachada é um policarbonato translúcido e<br />

já tínhamos muitas interferências com a estrutura (vigas e pilares<br />

metálicos que impossibilitaram a instalação dentro da fachada<br />

sanduíche), preferimos manter a luz interna das cozinhas para<br />

iluminar a fachada”, justifica Ana.<br />

Formada em Arquitetura e Urbanismo<br />

pela Faculdade de Belas Artes de São<br />

Paulo, Ana Spina iniciou sua trajetória<br />

no campo da iluminação em 2001 ao<br />

lado de Guinter Parschalk, no Studio<br />

Ix, onde permaneceu até 2008. No<br />

mesmo ano, fundou o escritório Ana<br />

Spina Lighting Designer, responsável<br />

por projetos de iluminação como o<br />

dos restaurantes Rascal, Girarrosto,<br />

Momotaro e Attimo, em São Paulo.<br />

De 20<strong>10</strong> a 2011, coordenou projetos<br />

criados pelo iluminador Maneco<br />

Quinderé na capital paulista,<br />

oportunidade que, segundo ela,<br />

própria, lhe trouxe “novas referências<br />

de percepção da luz”. O conforto<br />

do usuário e a integração com a<br />

arquitetura norteiam o trabalho<br />

de Ana, que também carrega no<br />

currículo projetos luminotécnicos<br />

como o do edifício corporativo<br />

Landmark Nações Unidas e o da<br />

academia Senac Águas de São Pedro<br />

(SP). “Gosto quando a iluminação<br />

fica imperceptível e a arquitetura é<br />

valorizada, proporcionando bem-estar<br />

aos que entram no espaço, mas sem<br />

que se compreenda claramente o<br />

motivo”, revela a lighting designer.<br />

48 49


Ao acessar o Tuju, logo se depara com a cozinha e com<br />

o percurso linear que transpassa a construção em toda a sua<br />

extensão longitudinal. Batizado de “rua” pelos autores do projeto<br />

de arquitetura, o passeio é marcado pelo piso epóxi em tonalidade<br />

clara e pela presença de pendentes de LED (1W, 2.700K) criados<br />

em latão pela dupla de designers Ana Neute e Rafael Chvaicer.<br />

Esta circulacão percorre o bar, cuja luz teatral é proveniente<br />

de projetores direcionáveis de LED (15W, 3.000K) instalados na<br />

viga situada entre o térreo e o pavimento superior. A iluminação<br />

é complementada pelas fitas de LED (7,4W/m, 2.700K) inseridas<br />

na prateleira amarela, evidenciando o móvel e as garrafas que<br />

enfeitam o espaço. “Durante o dia, este vão recebe luz natural”,<br />

diz a autora do projeto de iluminação.<br />

O pátio externo recebe luz direta de projetores direcionais<br />

de LED (15W, 3.000K) instalados na marquise de vidro. A<br />

iluminação indireta, por sua vez, vem dos projetores de LED<br />

(9W, 3.000K) e projetores de halógenas PAR 30 (75W, 30O),<br />

ambos para iluminação tipo uplight, instalados nos canteiros das<br />

hortas. “Fizemos uma jogada quase teatral, iluminamos a horta<br />

como um jardim”, finaliza a lighting designer.<br />

50 51


RESTAURANTE TUJU<br />

São Paulo<br />

Projeto de iluminação<br />

Ana Spina Lighting Designer<br />

Arquitetura<br />

Vapor 324 e Garupa<br />

Fornecedores<br />

Alfalux (luminárias) e NeuteChvaicer (luminárias em latão)<br />

52 53


Lacerda Estúdio<br />

ARCHI<strong>DE</strong>SIGN<br />

A Archidesign foi fundada em 1995<br />

pela arquiteta Regina Coeli Barros (à<br />

esquerda), que carrega no currículo<br />

35 anos de experiência no campo da<br />

arquitetura e 20 anos de atuação<br />

no meio acadêmico relacionado à<br />

iluminação, paisagismo e outras<br />

disciplinas. “Resolvi me especializar<br />

na área de iluminação quando<br />

percebi que havia uma carência<br />

de profissionais e materiais<br />

relacionados ao assunto”, diz a<br />

lighting designer que, atualmente,<br />

trabalha com Mohana Barros,<br />

sua filha e sócia. O escritório,<br />

que atua no desenvolvimento de<br />

projetos de iluminação nacionais e<br />

internacionais, busca “concretizar<br />

o sonho das pessoas por meio das<br />

luzes, realçar e valorizar os espaços<br />

arquitetônicos, além de possibilitar<br />

o bem-estar dos usuários e novas<br />

percepções da arquitetura por meio<br />

da luz artificial”.<br />

LUZ, ÁGUA<br />

E VER<strong>DE</strong><br />

Texto: Valentina Figuerola | Fotos: Toddy Holland<br />

Implantado em um terreno de 50 mil m 2 na praia de Porto de<br />

Galinhas, em Ipojuca (PE), o Best Western Plus Vivá é um<br />

hotel que oferece aos hóspedes generosas áreas de lazer e<br />

de convívio, com destaque para um enorme parque aquático.<br />

A ideia principal do projeto de iluminação, criado por Regina<br />

Coeli Barros e Mohana Barros, do escritório Archidesign, era<br />

valorizar a vegetação e a piscina de 3,5 mil m 2 por meio da<br />

luz, com equipamentos resistentes à salinidade e dentro dos<br />

custos previstos pelo empreendedor.<br />

À noite, a iluminação agradável e impactante da piscina<br />

é proporcionada por luminárias embutidas subaquáticas com<br />

sistema RGB de alternância de cores que permitem composições<br />

54 55


diversas, e cuja tonalidade é definida de acordo com o evento ou<br />

a sazonalidade (12W). “As principais soluções adotadas foram<br />

a sincronização da iluminação em toda a piscina e a correta<br />

preparação da construção do tanque antes da concretagem”,<br />

explica Regina.<br />

As piscinas são transpostas por passarelas de madeira evidenciadas<br />

de forma lúdica por pequenas luminárias de LED azul (0,25W)<br />

embutidas no piso. Os demais percursos do hotel são iluminados<br />

por duas soluções que se alternam – ou se intercalam – ao longo<br />

do passeio: a luz direta de balizadores de LED (3W, 3.000K) de<br />

72 cm de altura e os postes com 4,5 m de altura e seção quadrada<br />

com lâmpadas fluorescentes compacta longa (55W, 3.000K).<br />

O projeto de arquitetura foi desenvolvido por Renata Pandolfi,<br />

que contou com a colaboração do arquiteto Pedro Motta para o<br />

projeto do restaurante situado junto ao complexo de piscinas.<br />

A luminosidade discreta, suave e elegante do espaço, onde se<br />

destaca cobertura orgânica de madeira, vêm das luminárias<br />

de tonalidade marrom fixadas na estrutura de madeira da<br />

cobertura e equipadas com lâmpadas halógenas AR 111 Energy<br />

Saver (65W, 3.000K).<br />

Assim como a piscina, a vegetação ganha vida com a luz<br />

artificial quando o sol se põe. O efeito de destaque nos coqueiros<br />

é dado por projetores embutidos no piso com lâmpadas do<br />

tipo vapor metálico bipino (70W, 3.000K, <strong>10</strong> o ) e acabamento<br />

interno antiofuscante. “O projeto de iluminação reflete uma<br />

riqueza de detalhes que proporciona beleza e agradabilidade<br />

aos usuários do espaço. Isso só acontece quando cada detalhe<br />

é discutido e ajustado com os profissionais de arquitetura<br />

e paisagismo, como aconteceu neste hotel”, finalizam as<br />

lighting designers.<br />

HOTEL BEST WESTERN PLUS VIVÁ<br />

Ipojuca<br />

Projeto de iluminação<br />

Archidesign – Regina Coeli Barros e Mohana Barros<br />

Arquitetura<br />

Renata Pandolfi<br />

Arquitetura do restaurante da piscina<br />

Pedro Motta<br />

Paisagismo<br />

Marta Souza Leão<br />

Fornecedores<br />

Lumini, Luxion, Philips, Biancamano Luce (luminárias), OL<br />

Iluminação (luminárias subaquáticas), Osram e Philips (lâmpadas e<br />

equipamentos)<br />

56 57


Divulgação<br />

CASTILHA<br />

ILUMINAÇÃO<br />

SIMBIOSE<br />

ENTRE<br />

ARQUITETURA<br />

E LUZ<br />

Texto: Valentina Figuerola | Fotos: Rafaela Netto<br />

“Mais do que iluminar planos de<br />

trabalho, iluminamos pessoas,<br />

pois a arquitetura é um dos palcos<br />

da vida e o ser humano está no<br />

centro dele, como ator principal.”<br />

A frase do lighting designer Marcos<br />

Castilha reflete um pouco de sua<br />

história profissional, iniciada no<br />

final de década de 1970 com a<br />

iluminação cênica. Reflete também<br />

a filosofia por trás da produção do<br />

escritório que leva o seu nome.<br />

Fundado em 2000, o escritório<br />

Castilha Iluminação já teve quatro<br />

de seus projetos premiados com<br />

o Prêmio Abilux. Dentre eles, o<br />

do Hotel Panamby Barra Funda,<br />

em São Paulo, a Cachaçaria Água<br />

Doce, em Campinas (SP) e o Casa<br />

Natura, em Santo André (SP). A<br />

“simbiose” entre iluminação e<br />

arquitetura caracteriza o trabalho<br />

do lighting designer, que é arquiteto<br />

de formação (FAU-USP, em 1992).<br />

Também é de autoria de Castilha o<br />

projeto de iluminação da loja Feed,<br />

em São Paulo, publicada na L+D<br />

47 (março/abril de 2014).<br />

O<br />

escritório de arquitetura Forte, Gimenes e Marcondes Ferraz<br />

(FGMF) partiu da demolição de paredes para ampliar a<br />

área de estar deste apartamento, situado no bairro de<br />

Higienópolis, em São Paulo. Nos espaços amplos e contínuos que<br />

surgiram após a reforma, o que salta aos olhos é um engenhoso<br />

elemento de marcenaria que se desprende da laje de cobertura,<br />

percorrendo hall de entrada, lavabo e sala de estar, onde se converte<br />

em uma lareira. O projeto de iluminação, concebido pelo lighting<br />

designer Marcos Castilha, tira partido deste inusitado elemento<br />

para criar uma luz ambiente difusa e aconchegante.<br />

“A luz do espaço é emanada da ‘prateleira-lustre’ que invade<br />

o teto, uma solução que reúne, de uma só vez, arquitetura, design<br />

de interiores e iluminação”, explica Castilha. O pé-direito generoso<br />

do antigo apartamento viabilizou a construção do grande elemento<br />

de madeira, repleto de nichos laterais e de teto que acomodam a<br />

vasta coleção de livros do proprietário. Deslizante, uma das estantes<br />

permite o fechamento da sala de jantar.<br />

Inseridos nos nichos, os LEDs lineares (14W/m, 3.000K) emitem<br />

uma luz difusa que sai “tonalizada” pela cor da madeira. O lighting<br />

designer conta que um dos desafios foi a elaboração de detalhes<br />

como os acabamentos e soluções de embutimento do LED na<br />

marcenaria, que deveriam impedir reflexos indesejados, além da<br />

visão direta da fonte de luz. Outro desafio, segundo o autor do<br />

projeto de iluminação, foi a correta especificação de potências e<br />

fluxos para uma luz ambiente adequada.<br />

A iluminação geral é complementada por abajures e spots orientáveis<br />

com dicroicas (35W, 3.000K) jogam a luz para o mobiliário e peças<br />

de decoração. Mas o que realmente se sobressai na composição<br />

é a “prateleira-lustre”, os livros e objetos expostos nos nichos que<br />

organizam e iluminam o fluido apartamento, cercado de janelas<br />

de piso a teto que emolduram a vegetação externa. “Para mim, a<br />

iluminação deve ser completamente simbiótica com a arquitetura”,<br />

conclui Marcos Castilha.<br />

58 59


APARTAMENTO HIGIENÓPOLIS<br />

São Paulo<br />

Projeto de iluminação<br />

Castilha Iluminação - Marcos Castilha. Colaboradora Larissa Oliveira<br />

Arquitetura<br />

FGMF<br />

Fornecedores<br />

Iluctron (fitas LED), Lumini (luminárias), Osram (lâmpadas)<br />

60 61


LUZ ATUAL, MEMÓRIA PRESERVADA<br />

Edward Zvingila<br />

Texto: Valentina Figuerola | Fotos: Divulgação / Conforto Visual<br />

CONFORTO VISUAL<br />

O<br />

projeto de iluminação da Warren House, residência em<br />

Litchfield County (CT), nos Estados Unidos, buscou<br />

valorizar as características originais da construção:<br />

uma casa de campo originalmente rústica que ganhou ares<br />

contemporâneos após uma reforma. Mais do que realçar superfícies,<br />

as soluções de iluminação deveriam organizar percursos e<br />

favorecer a percepção visual dos amplos espaços, conectados<br />

ao exterior por meio de grandes aberturas.<br />

Integradas, as salas de estar e de jantar recebem uma luz<br />

difusa aconchegante dos nichos de cedro com LEDs (14W/m,<br />

2.700K) distribuídos no forro inclinado. Rafael Leão explica que<br />

os nichos incorporam a madeira original da casa como estratégia<br />

de preservação da sua história. “Este projeto de iluminação<br />

baseia-se na transformação e na preservação da casa. Mantidos<br />

intactos, materiais e superfícies permanecem expostos e são<br />

iluminados para criar um elo com o passado”, afirma.<br />

O projeto tira partido de elementos estruturais para privilegiar<br />

a integração entre os ambientes da área de estar, que recebe<br />

luz geral da sanca linear de LED (14W/m, 2.700K) situada ao<br />

longo da superfície envidraçada. Alinhada aos caixilhos, a linha<br />

luminosa valoriza os limites entre interior e exterior. Embutidas no<br />

forro, luminárias adicionais de destaque com halógenas dicroicas<br />

(35W, 24°, 3.000K) complementam o nível de iluminação da<br />

mesa de jantar e realçam o mobiliário no estar. Leão explica que<br />

Atual presidente da Associação<br />

Brasileira de Arquitetos de Iluminação<br />

(AsBAI), Rafael Leão fundou o<br />

escritório Conforto Visual em<br />

2002. Formado em arquitetura e<br />

urbanismo pela Universidade Estadual<br />

de Londrina (UEL-PR), em 1998,<br />

Leão já fez mais de 700 projetos de<br />

iluminação residenciais e comerciais<br />

no Brasil e nos Estados Unidos. Possui<br />

título de mestre pela FAU-USP, onde<br />

desenvolveu a pesquisa “Plano diretor<br />

de iluminação urbana para o centro<br />

histórico de São Paulo”. Especializouse<br />

em conforto ambiental e<br />

conservação de energia pela mesma<br />

instituição. Também é membro<br />

do IES (Illuminating Engineering<br />

Society). Em 2013, recebeu três<br />

prêmios do IES Award Group, dois<br />

deles pelo projeto do Memorial da<br />

Cervejaria Bohemia (Award of Merit<br />

e International Section Award) e um<br />

pelo projeto do Cemitério Parque<br />

das Allamandas (Award of Merit).<br />

Também foi premiado seis vezes no<br />

Prêmio Abilux Projetos de Iluminação.<br />

Na 5ª edição do prêmio, em 2011,<br />

recebeu três premiações: 1ª colocação<br />

na categoria Bares e Restaurantes, 2ª<br />

colocação na categoria Residências<br />

e 3ª colocação na categoria Lojas.<br />

62 63


as fontes de luz das áreas comuns são controladas e dimerizadas<br />

por um sistema de automação residencial (Lutron Ra2) que<br />

reduz o consumo dos equipamentos e expande a sua vida útil,<br />

além de permitir controles integrados e cenas pré-programadas.<br />

No acesso externo, uplights de embutir no piso (PAR 20,<br />

50W, 30°, 3.000K) iluminam a parede de fundo e a marquise,<br />

ambos revestidos com aço corten, que, por sua vez, redistribui<br />

a luz de forma tênue ao longo do hall de entrada.<br />

A solução linear, recorrente no projeto, foi empregada em<br />

ambientes como a sauna, onde as luminárias especiais de madeira<br />

equipadas com lâmpadas Xenon (7W, 3.000K) criam faixas<br />

luminosas que “alongam” o espaço e valorizam o revestimento<br />

do ambiente sem causar ofuscamento, mesmo àqueles que<br />

estão deitados nos bancos.<br />

A madeira original da fachada foi recuperada e reutilizada<br />

na parede dos fundos da sala de jogos, onde se sobressaem<br />

nichos iluminados com fitas de LED (14W/m, 2.700K). No<br />

forro, as caixas com a mesma madeira antiga, equipadas com<br />

fluorescentes seamless (30W, 2.800K) parecem, nas palavras<br />

do autor do projeto, “pedaços que se desprenderam da parede”,<br />

como se fosse uma brincadeira. “Ambas as soluções fornecem<br />

luz difusa suficiente para atender a demanda do espaço e criam<br />

uma linguagem despojada e divertida”, finaliza Leão.<br />

WARREN HOUSE<br />

Litchfield County, Estados Unidos<br />

Projeto de iluminação<br />

Conforto Visual – Rafael Leão<br />

Arquitetura<br />

Silvia Zofio, Michael Boe<br />

Interiores<br />

Cassiana Basso<br />

Fornecedores<br />

Bartco, Lightolier, Delta Light, Schoolhouse Electric, BK Lighting,<br />

Contrast Lighting (luminárias), Jesco Lighting (fitas de LED), Lutron<br />

(sistema de automação)<br />

64 65


Divulgação<br />

EM SINTONIA COM A LUZ NATURAL<br />

Texto: Valentina Figuerola | Fotos: Carlos Edler e Marcelo Donadussi<br />

Ao privilegiar a vista dos lagos e jardins do entorno por<br />

meio das grandes aberturas, o projeto de arquitetura<br />

da nova sede Grupo Dimed, em Eldorado do Sul (RS),<br />

favoreceu também a entrada generosa de luz natural no interior dos<br />

edifícios. Criado pela arquiteta e lighting designer Cristina Maluf,<br />

o projeto de iluminação buscou reduzir o consumo de energia<br />

através de um sistema baseado na integração da iluminação natural<br />

e artificial, através de sensores de luz natural que dimerizam as<br />

lâmpadas em função da incidência de luz solar.<br />

“A arquitetura moderna é valorizada por meio da iluminação<br />

uniforme dos planos verticais e horizontais, proporcionando a<br />

percepção dos espaços e a luz necessária para o desenvolvimento<br />

dos trabalhos”, diz Cristina Maluf. Além de suprir a intensidade<br />

luminosa necessária para cada ambiente, as soluções adotadas<br />

CRISTINA MALUF<br />

ARQUITETURA <strong>DE</strong><br />

ILUMINAÇÃO<br />

Em 1976, um ano após se formar em<br />

Arquitetura e Urbanismo pela UFRGS<br />

(Universidade do Rio Grande do Sul),<br />

Cristina Maluf fundou um escritório<br />

próprio dedicado exclusivamente aos<br />

projetos arquitetônicos. Também<br />

trabalhou para uma construtora em<br />

Porto Alegre como responsável técnica<br />

pelo projeto, execução e fiscalização de<br />

obras. Interessou-se pelo universo da<br />

iluminação somente em 1985, quando<br />

passou a atuar com arquitetura de<br />

interiores. “Naquela época, não havia<br />

lâmpadas halógenas dicroicas e as<br />

fluorescentes que tínhamos eram<br />

as T12 de 20, 40 e 1<strong>10</strong>W, cujo IRC<br />

era muito baixo”, conta Cristina, que<br />

acompanhou de perto a evolução e<br />

o reconhecimento da profissão do<br />

arquiteto de iluminação. Em 1992,<br />

criou o Cristina Maluf Arquitetura de<br />

Iluminação, escritório especializado<br />

em projetos de iluminação residenciais,<br />

comerciais, corporativos e de espaços<br />

públicos. É fundadora da Associação<br />

Brasileira de Arquitetos de Iluminação<br />

(AsBAI), a qual presidiu de 2008<br />

a 2009. Para a lighting designer,<br />

a formação e experiência com<br />

arquitetura são fundamentais para<br />

que o profissional saiba valorizar os<br />

espaços por meio da luz. “Mas não<br />

basta ser arquiteto. Também é preciso<br />

ter conhecimento, além da estética,<br />

da técnica e ciência da iluminação. E<br />

para isso é necessário muito estudo<br />

e trabalho”, afirma Cristina.<br />

66 67<br />

Marcelo Donadussi


uscam garantir o conforto visual a partir da especificação de<br />

equipamentos e fontes luminosas adequadas.<br />

No prédio administrativo, a iluminação linear indireta é<br />

proporcionada por pendentes com distribuição luminosa uplight,<br />

instalados a 50 cm do forro de gesso, com lâmpadas fluorescentes<br />

(25W, 4.000K) e reatores dimerizáveis. A iluminação geral é<br />

complementada pelas sancas de perímetro, com distribuição<br />

downlight e lâmpadas fluorescentes (25W, 4.000K) que contornam<br />

as paredes. “O grande hall de acesso ao prédio administrativo,<br />

com pé-direito triplo, é iluminado pelas luminárias LEDs (21W,<br />

3.000K) embutidas no forro mineral.<br />

Distribuídos em três pavimentos, ao redor de um átrio central<br />

coberto com claraboias de vidro, os escritórios do tipo open<br />

space são inundados pela luz natural. A iluminação artificial é<br />

controlada e dimerizada por sensores programados para manter<br />

o nível de iluminação exigido pelas Normas Brasileiras da ABNT<br />

para cada atividade exercida.<br />

Uma passarela iluminada por luminárias com lâmpadas<br />

fluorescentes (25W, 3.000K) e reatores dimerizáveis conecta<br />

a portaria principal a edifícios como o prédio administrativo,<br />

refeitório, lazer e o centro de distribuição. “À noite, a iluminação da<br />

Carlos Edler<br />

Marcelo Donadussi<br />

Carlos Edler<br />

68 69


Fotos: Carlos Edler<br />

passarela pode ficar reduzida a 20% e aumentar para <strong>10</strong>0% quando<br />

é captado o deslocamento de um funcionário”, complementa<br />

a lighting designer.<br />

No grande pavilhão do Centro de Distribuição, onde a luz<br />

solar penetra o espaço pelos domus de acrílico prismático,<br />

as luminárias do tipo industrial com lâmpadas fluorescentes<br />

(4.000K) são fixadas em eletrocalhas, com potências de 25W,<br />

quando instaladas em alturas menores, e de 54W, em alturas<br />

maiores, de até <strong>10</strong> m. As luminárias permanecem dimerizadas<br />

ou até mesmo desligadas, quando os dias são ensolarados<br />

ou claros. Aqui, a luz natural assume um papel fundamental no<br />

bem-estar e conforto dos funcionários que trabalham fechados no<br />

ambiente. “É muito mais agradável trabalhar em um ambiente com<br />

luz natural, onde não perdemos a noção das diferentes fases do dia”,<br />

complementa Cristina.<br />

GRUPO DIMED<br />

Eldorado do Sul<br />

Projeto de iluminação<br />

Cristina Maluf Arquitetura de Iluminação – Cristina Maluf<br />

Colaboradoras<br />

Fernanda Bonatto, Mariana Brundo Saraiva, Larissa Rodrigues e<br />

Acadêmica Clara Sesti Gessinger<br />

Arquitetura<br />

Pedro Simch e Sousa Guerra Arquitetos<br />

Fornecedores<br />

Lumini, Itaim e Philips (luminárias), Home Systems (automação),<br />

Philips e Osram (lâmpadas)<br />

70 71


Ding Musa<br />

PERCEPÇÃO<br />

PELA LUZ<br />

Texto: Valentina Figuerola | Fotos: Ding Musa<br />

<strong>DE</strong>SIGN DA LUZ<br />

ESTÚDIO<br />

O Design da Luz Estúdio foi<br />

fundado por Fernanda Carvalho<br />

(no centro) em 2006. Seu contato<br />

com a luz cênica começou antes<br />

de sua formação em arquitetura<br />

e urbanismo pela FAU-USP, em<br />

2000, quando trabalhou como<br />

assistente do lighting designer<br />

Guilherme Bonfanti. Os projetos<br />

de iluminação de exposições<br />

tornaram-se a especialidade de<br />

seu escritório, que carrega no<br />

currículo mostras como “Mestres<br />

do Renascimento”, “Guerra e Paz”,<br />

“From the Margin to the Edge”, em<br />

Londres, “Paris: Impressionismo e<br />

Modernidade”, “Mayas: revelação<br />

de um tempo sem fim”. Elaborou os<br />

projetos de Iluminação do Espaço<br />

Olavo Setúbal – Coleção Brasiliana<br />

no Itaú Cultural e do Museu da<br />

Imigração de São Paulo, que foi<br />

capa da L+D, revista da qual é<br />

colaboradora. Nos últimos três<br />

anos, expandiu a sua atuação para<br />

projetos residenciais, comerciais<br />

e corporativos. Recebeu o prêmio<br />

de Melhor Iluminação do Retail<br />

Design Institute 2013 e 3 o lugar<br />

em Iluminação Residencial pela<br />

Abilux Projetos de Iluminação 2013.<br />

É diretora executiva de relações<br />

culturais da AsBAI (Associação<br />

Brasileira dos Arquitetos de<br />

Iluminação).<br />

falar de coisas que não existem.” Foi com este<br />

tema curioso que a 31<br />

“Como a Bienal de São Paulo, a maior<br />

exposição de artes plásticas da América Latina,<br />

ocupou, de setembro a dezembro de 2014, o Pavilhão da Bienal,<br />

em São Paulo. Concebido pelo arquiteto israelense Oren Sagiv, o<br />

projeto expográfico tira proveito da permeabilidade espacial do<br />

edifício de Oscar Niemeyer para privilegiar a visão simultânea das<br />

obras. Assim como Sagiv, a lighting designer Fernanda Carvalho<br />

extrai da arquitetura as diretrizes principais para criar o projeto<br />

de iluminação da mostra.<br />

No pavilhão, a luz natural é abundante junto aos caixilhos,<br />

mas a sua intensidade diminui à medida que se caminha para<br />

o grande vazio central que integra os três pavimentos. Neste<br />

sentido, o projeto de iluminação buscou o oposto ao intensificar a<br />

luz artificial na área das rampas, onde projetores wallwasher com<br />

lâmpadas halógenas palito (300W, 3.000K) criavam grandes<br />

planos verticais que favoreciam a leitura espacial do edifício<br />

em profundidade.<br />

A lighting designer conta que buscou atender às necessidades<br />

específicas de cada artista, sem perder aquilo que ela chama<br />

de “conceito unificador do projeto”. Obras que pediam luz mais<br />

pontual eram iluminadas por refletores teatrais PC com halógenas<br />

(500W, 3.200K) e controle de abertura de facho. Em outras<br />

ocasiões, foram usados projetores elipsoidais, cujo controle de<br />

72 73


lentes permitia fazer um recorte preciso da luz. “Em uma exposição<br />

temporária, a luz é parte da construção da percepção do espaço<br />

e fundamental para a apreciação das obras”, afirma Fernanda.<br />

Na “Área Colunas”, onde as paredes são cinzas e as salas<br />

dispõem de frestas para a entrada de luz natural, as obras foram<br />

iluminadas minuciosamente para não interferir nas instalações<br />

com projeções. Na sala do artista Edward Krasiński, por exemplo,<br />

as obras foram valorizadas por projetores com AR 111 (65W,<br />

3.000K, 8 o ) que, além de destacar a arte, provocam a sombra<br />

dos seus elementos tridimensionais.<br />

Os espaços vazios entre as obras eram preenchidos com<br />

a luz fria proveniente de projetores com lâmpadas de vapor<br />

metálico (4.000K) de facho aberto (120 o ). Outras vezes, estes<br />

espaços eram deixados no escuro. “Tudo dependia da densidade<br />

de luz que queríamos para o ambiente”, acrescenta a autora do<br />

projeto de iluminação.<br />

31ª BIENAL INTERNACIONAL<br />

<strong>DE</strong> SÃO PAULO<br />

São Paulo<br />

Projeto de iluminação<br />

Design da Luz Estúdio – Fernanda Carvalho<br />

Arquitetura<br />

Oren Sagiv (Studio Oren Sagiv – Israel) e Anna Helena Villela<br />

(Metrópole Arquitetos - São Paulo)<br />

Fornecedores<br />

BLight (locação de equipamentos e iluminação), Brilia (LEDs<br />

para áreas de circulação, livraria e café)<br />

74 75


Andrés Otero<br />

ESTHER<br />

STILLER<br />

CONSULTORIA<br />

REPERTÓRIO<br />

ENXUTO<br />

Esther Stiller fundou o escritório que<br />

leva o seu nome em 1973, mas a sua<br />

experiência na área de iluminação<br />

começou antes disso, em 1967,<br />

quando ainda cursava arquitetura<br />

na FAU-Mackenzie. Foi no escritório<br />

do arquiteto pioneiro em projeto de<br />

iluminação no Brasil, Lívio Levi, onde<br />

Esther estagiou, que sua história<br />

com a arquitetura da iluminação<br />

começou a ser escrita. Esther, que<br />

hoje é uma referência no segmento,<br />

vê a iluminação como uma extensão<br />

do projeto de arquitetura. “O projeto<br />

de iluminação é um complemento<br />

que visa interpretar as propostas<br />

do espaço de modo a atender<br />

plenamente as necessidades dos<br />

seus usuários”, afirma a arquiteta.<br />

Para ela, além de compreender as<br />

necessidades físicas dos ambientes,<br />

o lighting designer deve atender<br />

as expectativas psicológicas<br />

que envolvem estética e o pleno<br />

bem-estar dos usuários. E, mais<br />

do que iluminar corretamente um<br />

edifício, o projeto de iluminação<br />

deve garantir a implantação de<br />

sistemas sustentáveis que incentivem<br />

a disseminação da cultura do uso<br />

racional dos recursos naturais e da<br />

energia elétrica.<br />

Texto: Valentina Figuerola | Fotos: Nelson Kon<br />

Esther Stiller costuma dizer que o projeto de iluminação<br />

de um edifício é uma extensão do projeto de arquitetura.<br />

Também afirma que o sucesso de um empreendimento<br />

está ligado à sua facilidade de operação que, por sua vez,<br />

depende da especificação de um “repertório enxuto” de<br />

equipamentos. No Edifício Cidade Jardim, em São Paulo, a<br />

variedade concisa, porém funcional, de modelos de luminárias<br />

e módulos luminosos facilita a operação do prédio, além<br />

de garantir menor interferência visual das luminárias nas<br />

superfícies dos espaços.<br />

Isso acontece, por exemplo, no imponente lobby retangular<br />

envidraçado de 8 m de altura, onde piso, paredes e forro são<br />

revestidos com granito Yellow Bamboo. “As propostas de cores<br />

e acabamentos deste espaço, combinados à sua geometria,<br />

exigiram nosso esforço para a busca por soluções viáveis do<br />

ponto de vista estético e técnico”, afirma Esther. Ela explica<br />

76 77


78 79


que o espaço recebe luz de luminárias com lâmpadas vapor<br />

metálico refletoras (35W, 3.000K, 30 o ) inseridas em dois<br />

rasgos no forro de pedra. “Se fosse hoje, especificaríamos<br />

luminárias de dimensão igual e facho assemelhado, mas com<br />

a superioridade de espectro e desempenho da tecnologia<br />

LED”, acrescenta a lighting designer.<br />

O espaço próximo à circulação vertical é iluminado indiretamente<br />

pelas sancas com fitas de LED que emolduram as portas dos<br />

elevadores, percorrendo o lobby em altura até o forro. A mesma<br />

solução foi adotada no hall dos pavimentos-tipo do edifício de<br />

dez andares.<br />

EDIFÍCIO CIDA<strong>DE</strong> JARDIM<br />

São Paulo<br />

Projeto de iluminação<br />

Esther Stiller<br />

Arquitetura<br />

Aflalo e Gasperini Arquitetos Associados<br />

Fornecedores<br />

Lumini (luminárias), Osram (lâmpadas e reatores)<br />

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ESPAÇO<br />

<strong>DE</strong>SPOJADO,<br />

LUZ CRIATIVA<br />

Rafael Porto<br />

Texto: Valentina Figuerola | Fotos: Rafael Porto<br />

ESTÚDIO<br />

AMBAR<br />

Uma casa erguida em 1927 no Jardim Botânico, Rio<br />

de Janeiro, abriga o XX Vinte Coworking, escritório<br />

compartilhado por jovens profissionais ligados à<br />

arquitetura, cinema, moda e design. Ao incorporar soluções<br />

criativas, o projeto de iluminação criado pelas lighting designers<br />

Christina Draeger e Débora Bello, do Estúdio Ambar, contribui<br />

para a estética contemporânea e despojada do local.<br />

Com “cara de galeria”, a sala de trabalho compartilhado<br />

(coworking), maior ambiente da casa, funciona como escritório,<br />

mas também pode abrigar exposições e palestras. Para deixar o<br />

espaço com o pé-direito mais alto possível, foi criada uma malha<br />

de eletrocalhas para passagem dos fios e sustentação de telas<br />

metálicas que servem de apoio para lâmpadas fluorescentes<br />

tubulares T5 (28W, 3.000K). “Esta solução de luz geral se<br />

estende para a copa e estúdio de design”, acrescenta Christina.<br />

A estética industrial das eletrocalhas aparentes contrasta com<br />

os belos tijolos e pedras originais que compõem as paredes da<br />

construção. Fixados nas eletrocalhas, projetores com lâmpadas<br />

PAR 20 de LED (8W, 2.700K, 25 ° ) foram espalhados pelo ambiente<br />

para dar destaque a determinados objetos e criar uma atmosfera<br />

mais intimista. “Às vezes, esses equipamentos são ligados em<br />

um dia comum simplesmente para se ter uma luz aconchegante”,<br />

explica a lighting designer.<br />

Desenhados pelo Estúdio Ambar, os pendentes de madeira de<br />

diversos formatos (com lâmpadas de filamento) espalham-se pela<br />

O Estúdio Ambar foi fundado, em<br />

2012, por Christina Draeger (à<br />

esquerda) e Débora Bello. A trajetória<br />

profissional de ambas se assemelha<br />

em muitos aspectos, a começar<br />

pela formação em Arquitetura e<br />

Urbanismo pela Universidade Federal<br />

do Rio de Janeiro (UFRJ), além da<br />

experiência em renomados escritórios<br />

de iluminação, como o LD Studio e o<br />

Maneco Quinderé e Associados. Foi<br />

neste último que elas se conheceram<br />

e começaram a desenvolver seus<br />

primeiros projetos em dupla. Depois<br />

disso, cada uma trilhou o próprio<br />

caminho. Christina aceitou o convite<br />

para trabalhar na Lumini, em São<br />

Paulo, onde agregou experiência na<br />

área de gerenciamento comercial,<br />

desenvolvimento de projetos e<br />

assistência aos lighting designers.<br />

Débora dedicou-se a projetos próprios<br />

na área de iluminação residencial,<br />

para depois trabalhar com Mônica<br />

Luz Lobo no LD Studio, onde teve<br />

contato com projetos de grande<br />

escala. A experiência adquirida<br />

pela dupla antes do reencontro,<br />

que culminou na criação do Estúdio<br />

Ambar, contribuiu para agregar<br />

valores à filosofia do escritório. “A<br />

etapa de conceituação é de grande<br />

importância em nossos projetos.<br />

Procuramos ser fiéis a ela até a<br />

conclusão da obra”, afirma a dupla.<br />

82 83


casa. Na mesa da sala de reuniões, anexa à sala de coworking, foi<br />

feita uma instalação usando luminárias de mecânico pendentes,<br />

fixadas com cabo de aço e lâmpadas incandescentes. Na escada,<br />

outra solução inventiva, feita em parceria com o artista Cacá<br />

Barcelos: a luminária de arame de aço presa à viga metálica por<br />

meio de um sargento, com uma lâmpada fluorescente da marca<br />

Plumen, comprada em Londres.<br />

Os espaços do XX Vinte foram pensados para promover a<br />

interação entre os seus usuários. Exemplo disso é o agradável<br />

deque em que os degraus são iluminados por fitas de LED<br />

(4,8W/m, 3.000K) com revestimento de silicone, chamando a<br />

atenção para as mudanças de nível e atraindo olhares de quem<br />

passa pela rua. Descoberta com a reforma, a grande parede de<br />

pedra é destacada pelo uplight de luminárias com lâmpadas<br />

PAR 20 de LED (8W, 2.700K, 25°) que valorizam a textura da<br />

superfície, apenas uma das surpresas a serem descobertas neste<br />

charmoso espaço.<br />

XX VINTE COWORKING<br />

Rio de Janeiro<br />

Projeto de iluminação<br />

Estúdio Ambar - Christina Draeger e Débora Bello<br />

Arquitetura<br />

Reforma conduzida pelo próprio cliente<br />

Design de móveis<br />

Oficina Itsu<br />

Fornecedores<br />

Osram (lâmpadas LED), Philips (lâmpadas fluorescentes), Estúdio<br />

Ambar (pendentes especiais de madeira), Estúdio Ambar + Cacá<br />

Barcelos (pendente de arame aço corten da escada), Plumen<br />

(lâmpada pendente de arame), Brilia (fitas de LED do deque)<br />

84 85


Leka Mendes<br />

ESTÚDIO<br />

CARLOS<br />

FORTES<br />

CUBO BRANCO<br />

Texto: Orlando Marques | Fotos: Fernando Guerra<br />

O arquiteto e lighting designer<br />

Carlos Fortes (ao fundo),<br />

titular do estúdio que leva seu<br />

nome, desenvolve projetos de<br />

iluminação arquitetural desde<br />

1988. Seu portfólio conta com<br />

projetos residenciais, comerciais,<br />

urbanísticos e institucionais, além<br />

de projetos para exposições<br />

temporárias e instalações<br />

cenográficas. Atua também como<br />

designer de luminárias para os<br />

projetos do estúdio e para a<br />

indústria.<br />

Ministra cursos de iluminação e<br />

design em universidades e escolas<br />

brasileiras.<br />

Contribui regularmente como escritor<br />

para a revista L+D, escrevendo sobre<br />

projetos de iluminação arquitetural<br />

e cobrindo as principais feiras<br />

internacionais.<br />

É membro fundador da AsBAI-<br />

Associação Brasileira dos Arquitetos<br />

de Iluminação e membro profissional<br />

das associações IALD (International<br />

Association of Lighting Designers)<br />

e IES-NA (Illuminating Engineering<br />

Society of North America).<br />

Recebeu diversos prêmios nacionais<br />

e internacionais.<br />

Projetado de maneira a “encontrar o ponto de equilíbrio<br />

entre a exposição de uma coleção de arte e de mobiliário<br />

e o cotidiano de uma casa”, esse apartamento de 830 m²<br />

divididos em três pavimentos de uma penthouse localizada no<br />

bairro exclusivo da Belgravia, no centro de Londres, teve projeto<br />

de iluminação do Estúdio Carlos Fortes e projeto de arquitetura<br />

e interiores da arquiteta Fernanda Marques.<br />

Por meio dos acabamentos em cores e materiais de tonalidades<br />

claras, favoráveis à difusão da luz, o projeto da residência considerou<br />

a luz como um elemento modelador do espaço, usando-a de<br />

maneira a criar ambientes amplos e permeáveis para abrigar a<br />

consistente coleção do casal de proprietários e seus dois filhos.<br />

O projeto de iluminação teve como principal partido o<br />

equilíbrio entre a iluminação difusa, por meio de detalhes<br />

incorporados na arquitetura e iluminação direta, para destaque<br />

das obras de arte e design. Aspectos estruturais e de instalações<br />

do edifício limitaram as dimensões dos equipamentos a uma<br />

altura máxima de 12 cm.<br />

No hall de entrada, a iluminação embutida no piso, do tipo<br />

86 87


uplight, foi utilizada para destaque da escada e da cadeira-escultura,<br />

em silhueta no vão do espaço. Luminárias embutidas no forro<br />

iluminam o painel de madeira, destacando suas propriedades.<br />

No pavimento superior do vão da escada, luminárias orientáveis<br />

iluminam a obra de arte, junto à claraboia oval para a entrada<br />

de luz natural.<br />

Nas áreas sociais da sala de estar, a luz difusa provém de<br />

uma sanca para iluminação indireta, desenhada no desnível<br />

entre a parede inclinada da mansarda e o forro. Embutidas<br />

na sanca, luminárias do tipo wallwasher iluminam as paredes.<br />

Embutido no forro, foi instalado um sistema linear composto<br />

por perfis extrudados e módulos difusos contínuos com<br />

comprimentos variados e projetores com diferentes aberturas<br />

de fachos para a iluminação direta de destaque. Os módulos<br />

são fixados por ímãs, o que confere ao conjunto dimensões<br />

reduzidas, atendendo às limitações estruturais do projeto. Para<br />

completar, há luz natural vinda da claraboia móvel. Na sala<br />

de jantar, foi utilizado o mesmo sistema modular composto<br />

por iluminação difusa suave e direta, distribuído no forro no<br />

eixo das mesas.<br />

No ambiente do home office e home theatre, sistemas<br />

lineares integrados às paredes para iluminação indireta para<br />

o teto e piso proporcionam a iluminação ideal para este tipo<br />

de ambiente. Para iluminação do plano de trabalho e obras<br />

88 89


de arte de maneira difusa e sem sombras, foram utilizadas<br />

luminárias embutidas sem moldura, com refletor branco fosco<br />

sobre a bancada e junto às paredes.<br />

Nas áreas íntimas da residência também foram utilizadas<br />

luminárias embutidas sem moldura no forro e refletor branco<br />

e sistemas variados de iluminação indireta integrados ao<br />

mobiliário ou à arquitetura para a iluminação destes ambientes.<br />

Todas as fontes luminosas utilizadas foram especificadas<br />

em LED com temperatura de cor branco quente (2.700K) e<br />

drivers dimerizáveis, com controle de intensidades por meio<br />

de sistema de automação.<br />

APARTAMENTO BELGRAVIA<br />

Londres, Inglaterra<br />

Projeto de Iluminação<br />

Estúdio Carlos Fortes<br />

Arquitetura<br />

Fernanda Marques Arquitetos Associados<br />

Fornecedores<br />

Flos e Kreon (luminárias)<br />

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Divulgação<br />

FOCO LUZ &<br />

<strong>DE</strong>SENHO<br />

LUZ FLUIDA E FUNCIONAL<br />

Texto: Valentina Figuerola | Fotos: Fran Parente<br />

O<br />

mobiliário e acabamentos de tonalidades neutras<br />

vestem os espaços corporativos amplos, fluidos e<br />

funcionais do escritório do banco BTG Pactual, em São<br />

Paulo. Em sintonia com a proposta arquitetônica, de autoria<br />

de Rocco Vidal P+W, as lighting designers Junia Azenha e Ana<br />

Karina Camasmie, sócias da Foco Luz & Desenho, optaram por<br />

fazer uma leitura clara e contínua dos ambientes. Promover o<br />

baixo consumo energético do edifício, projetado para receber<br />

o selo LEED, também pautou o desenvolvimento das soluções<br />

especificadas pela dupla.<br />

Arquiteta de formação pela<br />

Universidade Estadual de Londrina<br />

(PR), Junia Azenha (à esquerda)<br />

fundou o escritório Foco Luz &<br />

Desenho, em 2005, com a missão<br />

de criar projetos de iluminação que<br />

respeitem e valorizem a arquitetura,<br />

usando a luz, algo “imaterial”,<br />

para transformar os desejos dos<br />

clientes em realidade. Adquiriu<br />

conhecimento técnico no escritório<br />

de Esther Stiller, onde chegou a<br />

trabalhar como coordenadora de<br />

projetos. “Foi lá que aprendi a<br />

tratar a disciplina com a seriedade<br />

e dedicação que ela merece. “É<br />

uma profissão que exige estudos<br />

e atualizações constantes”, diz<br />

Junia. Foi lá, também, que Junia<br />

conheceu a arquiteta Ana Karina<br />

Camasmie, que se tornou sua sócia<br />

em 2008. “Como lighting designer,<br />

tenho a oportunidade de discutir<br />

arquitetura e de encantar por<br />

meio da luz, trazendo benefícios<br />

à vida das pessoas e ao planeta.<br />

É uma profissão que nos desafia<br />

o tempo todo à medida que nos<br />

faz pesquisar permanentemente<br />

novas tecnologias”, revela Junia.<br />

92 93


A certificação determinava o consumo máximo de 11W/m 2 , o<br />

que impôs desafios em função da quantidade luminosa exigida<br />

em determinadas áreas da empresa, como, por exemplo, a sala<br />

de trading de pé-direito duplo e variável, com mesas de operações<br />

em forma de arquibancada. Feito em marcenaria, o forro do tipo<br />

grelha foi desenhado pelas lighting designers em conjunto com o<br />

escritório de arquitetura para abrigar instalações técnicas variadas,<br />

dentre elas os equipamentos de iluminação. “Fechamos a grelha<br />

por baixo com louver paralite (ALP#5) e lâmpadas fluorescentes<br />

tubulares dimerizadas (54W, 3.000K)”, explica Junia.<br />

Outro espaço desafiador para o projeto foi a grande recepção<br />

de pé-direito duplo, iluminada indiretamente por fitas de LED<br />

(19,8W, 3.000K) inseridas no forro metálico branco do tipo<br />

grelha de seção triangular. A neutralidade do espaço é conferida<br />

pelos revestimentos de materiais como mármore, granito e<br />

madeira, este último recorrente em todo o projeto. “Tínhamos<br />

um projeto de arquitetura muito claro em termos de conceito,<br />

com acabamentos e soluções sofisticadas”, afirma Junia.<br />

Algumas soluções de iluminação se repetem em determinados<br />

ambientes, como nas salas de reunião, cujos forros de madeira<br />

rebaixados foram trabalhados igualmente para promover uma luz<br />

difusa que ilumina as paredes. O elemento (forro) incorpora sancas<br />

periféricas com fluorescentes tubulares versão ECO (3.000K),<br />

que, por reflexão, jogam a luz para as superfícies verticais. “O<br />

forro de madeira possui um detalhe inclinado que deixa o seu<br />

volume mais leve”, diz a lighting designer.<br />

Os acabamentos escuros e a madeira são marcantes, sobretudo,<br />

nos espaços e circulações ao redor do core. Os percursos são<br />

iluminados por sancas para o painel de madeira com fluorescentes<br />

tubulares versão ECO (3.000K), mas também recebem luz indireta<br />

proveniente dos armários que não se estendem até o teto. A<br />

repetição criteriosa destes e outros equipamentos revela um projeto<br />

marcado pelo repertório conciso e eficiente de equipamentos, que,<br />

aliás, caracteriza o trabalho da Foco Luz & Desenho.<br />

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BTG PACTUAL<br />

São Paulo<br />

Projeto de iluminação<br />

Foco Luz & Desenho - Junia Azenha e Ana Karina Camasmie<br />

Arquitetura<br />

Rocco Vidal P+W<br />

Fornecedores<br />

Lumini e Philips (LEDs), Lutron (drivers, reatores e sistema de<br />

automação)<br />

96 97


Divulgação<br />

FOS<br />

LIGHTING<br />

STUDIO<br />

O FOS Lighting Studio foi fundado,<br />

em 2012, pelas arquitetas Marília<br />

Lucena Saccaro (à esquerda) e<br />

Marina Dalla Lasta Frigeri. Ambas se<br />

especializaram em Lighting Design<br />

pelo Politecnicno di Milano, na Itália,<br />

onde se conheceram e descobriram<br />

afinidades profissionais. Formada<br />

em Arquitetura e Urbanismo<br />

pela Universidade Federal do Rio<br />

Grande do Sul (UFRGS), Marina<br />

tem experiência profissional em<br />

importantes escritórios de iluminação<br />

no Brasil. Na Itália, colaborou como<br />

arquiteta de iluminação em empresas<br />

italianas de destaque, como a Disano<br />

e Artemide. Marília, que é formada<br />

em Arquitetura e Urbanismo<br />

pela Universidade do Vale do<br />

Rio dos Sinos (Unisinos), atuou<br />

em escritórios especializados de<br />

iluminação de renome, como o Metis<br />

Lighting, de Milão, e o LDStudio,<br />

do Rio de Janeiro. “Procuramos<br />

aplicar da melhor forma possível<br />

em nossos trabalhos três elementos<br />

que consideramos a base de um<br />

bom projeto de iluminação: conforto,<br />

sustentabilidade e eficiência”,<br />

afirmam as lighting designers.<br />

ELEGÂNCIA<br />

FUNCIONAL<br />

Texto: Valentina Figuerola | Fotos: Guilherme Jordani<br />

Os materiais neutros e as cores sóbrias conferem a este<br />

escritório em Porto Alegre (RS) uma atmosfera discreta<br />

e elegante. O mesmo faz o projeto de iluminação,<br />

com soluções que exploram a textura de materiais como<br />

pedra e madeira. Além de valorizar a arquitetura, as lighting<br />

designers Marília Saccaro e Marina Frigeri, sócias do FOS<br />

Lighting Studio, tinham como objetivo atender as necessidades<br />

funcionais dos espaços por meio de equipamentos eficientes<br />

e de baixo consumo, harmoniosamente distribuídos pelo forro.<br />

Desenvolver uma malha para o forro que permitisse<br />

adaptações futuras foi um desafio para as lighting designers<br />

e para os demais projetistas complementares envolvidos<br />

no projeto, que tiveram de unir esforços para chegar a uma<br />

solução viável. “Foi um desafio, pois a malha, rígida e modulada,<br />

deveria facilitar adequações dos projetos complementares a<br />

layouts futuros”, diz a dupla.<br />

Na recepção, a iluminação indireta é proporcionada pelas<br />

luminárias quadradas semiembutidas no forro com lâmpadas<br />

fluorescentes T5 (14W, 3.000K). A cor e textura da parede de<br />

mármore são realçadas pela luz difusa proveniente da luminária<br />

linear com lâmpadas fluorescentes T5 (28W, 3.000K) embutida<br />

no forro. “Esta luminária foi feita sob medida para acompanhar<br />

a parede em toda a sua extensão”, acrescenta Marília.<br />

Adjacente à área de convívio, o prisma central retangular<br />

revestido de madeira (em cujo interior estão o banheiro e a copa)<br />

98 99


é contornado pela luminária linear com lâmpadas fluorescentes<br />

T5 (28W, 3.000K) e difusor em acrílico, evidenciando o<br />

volume e a textura do material de revestimento.<br />

No espaço de convívio, mesas e poltronas recebem luz<br />

de luminárias de LED MR16 (7W, 3.000K, 35 o ) orientáveis<br />

embutidas no forro. O LED também está presente nas prateleiras,<br />

por meio de placas lineares com corpo em perfil extrudado,<br />

cuja luz realça os livros e o desenho do móvel.<br />

Embutidas no forro, sobre as escrivaninhas, estão as<br />

luminárias com fluorescentes tubulares T5 (28W, 4.000K).<br />

O mesmo tipo de lâmpada foi empregado na linha central<br />

de luminárias difusas, que atende a diferentes configurações<br />

de layout. “Esta linha de luminárias atende a uma possível<br />

compartimentação, na qual o centro se torna um corredor”,<br />

exemplifica Marília.<br />

Devido à diversidade de cenas, as salas de reunião dispõem<br />

de três soluções de iluminação. A luz difusa é oriunda da<br />

luminária linear com fluorescentes tubulares T5 (54W,<br />

4.000K) embutida no forro, feita sob medida com desenho<br />

que contorna a mesa. Luminárias de embutir circulares com<br />

halógenas dicroicas dimerizáveis versão ECO (35W, 3.000K,<br />

35 o ) foram inseridas nos dois rasgos centralizados.<br />

A iluminação de fundo, com pontos de luz nas quinas,<br />

garante uma luz periférica para reuniões com projeção. Marília<br />

explica que as luminárias de embutir circulares são do mesmo<br />

modelo em todo o projeto, podendo abrigar tanto as halógenas<br />

quanto o LED MR16. “Isso confere maior unidade ao projeto e<br />

simplifica a manutenção do sistema, já que os equipamentos<br />

têm o mesmo soquete e transformador”, complementam as<br />

lighting designers.<br />

ESCRITÓRIO<br />

Porto Alegre<br />

Projeto de iluminação<br />

FOS Lighting Studio – Marília Saccaro e Marina Frigeri<br />

Arquitetura<br />

Milanez Arquitetos Associados<br />

Interiores<br />

Letícia Sá Arquitetos<br />

Fornecedores<br />

Luxion, Lumicenter e Dimlux (luminárias), Osram (lâmpadas), Intral<br />

(equipamentos auxiliares), GE (lâmpadas de LED)<br />

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Divulgação<br />

FRANCO<br />

ASSOCIADOS<br />

LIGHTING<br />

<strong>DE</strong>SIGN<br />

LUZ<br />

TRANSPARENTE<br />

Texto: Orlando Marques | Fotos: Andrés Otero<br />

Neste ano, o arquiteto e lighting<br />

designer Gilberto Franco (no centro),<br />

titular do escritório Franco Associados<br />

Lighting Design, completa 35 anos de<br />

profissão dedicados exclusivamente<br />

à ciência e à arte da iluminação.<br />

Iniciada em 1980, sua carreira inclui<br />

inúmeras atividades relacionadas<br />

a esta profissão. Entre elas,<br />

destacam-se projetos de luminárias,<br />

desenvolvimento de aplicativos<br />

luminotécnicos; palestras, aulas<br />

e conferências em universidades,<br />

institutos de arquitetura e design,<br />

feiras no Brasil e ao redor do mundo;<br />

membro de comitês de normas<br />

técnicas, membro de comissões<br />

julgadoras em diversos prêmios,<br />

entre outros.<br />

Gilberto contribui regularmente<br />

para a revista L+D, escrevendo<br />

sobre projetos internacionais de<br />

iluminação arquitetural.<br />

É membro fundador e ex-presidente<br />

da AsBAI-Associação Brasileira dos<br />

Arquitetos de Iluminação e também<br />

membro profissional das associações<br />

IALD (International Association<br />

of Lighting Designers) e IES-NA<br />

(Illuminating Engineering Society<br />

of North America), nas qual também<br />

atua em diversos comitês.<br />

Recebeu diversos prêmios nacionais<br />

e internacionais.<br />

Com ambientes confortáveis para a convivência nos<br />

espaços e na natureza ao seu redor, esta residência de<br />

quatro pavimentos, situada em uma rua tranquila na<br />

cidade de São Paulo, teve projeto de iluminação do escritório<br />

Franco Associados Lighting Design, arquitetura de Mauro<br />

Munhoz, e interiores do escritório Claudia Moreira Salles Design.<br />

Em três pavimentos distribuídos por dois volumes quase<br />

transparentes interligados, encontram-se as áreas sociais e<br />

íntimas da residência. No térreo, um anexo independente<br />

serve como biblioteca e escritório. No pavimento de subsolo,<br />

encontram-se a sala de cinema e áreas de serviços.<br />

O acesso externo à residência é dado por meio de uma<br />

rampa sinuosa, onde pequenos balizadores embutidos em<br />

um dos lados da rampa dão valor à sua forma. A iluminação<br />

da vegetação tropical produz sombras sobre as paredes e<br />

sobre os grandes balanços de concreto.<br />

Junto à entrada da casa, uma parede de aço corten é<br />

iluminada de baixo para cima, o que ressalta sua textura, além<br />

de complementar a iluminação dos balanços de concreto.<br />

A luz interna refletida espaca pelas aberturas horizontais,<br />

reforçando a permeabilidade dos espaços.<br />

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Separados por um ambiente externo, temos dois volumes<br />

transparentes distribuídos entre sala de estar e sala de jantar<br />

no térreo e dormitórios no pavimento superior. Já que a casa<br />

tem poucas superfícies verticais para permitir a difusão da<br />

luz no espaço, os lighting designers optaram por desenhar<br />

linhas luminosas no forro destes ambientes, de maneira<br />

a provê-los com luz difusa e, desta forma, harmonizando<br />

os volumes visíveis do lado de fora da residência, além de<br />

reforçar a identidade noturna da arquitetura. Luminárias<br />

sem moldura embutidas para luz direta, a fim de destacar<br />

pontos específicos, juntamente com luminárias decorativas,<br />

completam o projeto de iluminação destas áreas. Objetos e<br />

obras de arte foram iluminados uniformemente, de maneira<br />

a ressaltar suas peculiaridades.<br />

No vão da escada, pendentes translúcidos distribuídos<br />

em alturas diferentes compõem um conjunto luminoso de<br />

forma a criar um ponto focal único.<br />

No anexo da biblioteca/escritório foi utilizado iluminação difusa<br />

em detalhe no forro – resultado da diferença dos pés-direitos. E, para<br />

a iluminação de certas tarefas, foram usados pedestais e pendentes<br />

para os planos trabalho e iluminação integrada ao mobiliário da<br />

estante, de forma também a reforçar a aparência de sua extensão.<br />

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RESIDÊNCIA<br />

São Paulo<br />

Projeto de iluminação<br />

Franco Associados<br />

Arquitetura<br />

Mauro Munhoz Arquitetos Associados<br />

Interiores<br />

Claudia Moreira Salles Design<br />

Fornecedores<br />

Lumini (luminárias), Lutron (sistema de automação)<br />

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Divulgação<br />

LD STUDIO<br />

RETRÔ TECNOLÓGICO<br />

Texto: Orlando Marques | Fotos: Andre Nazareth<br />

Um espaço inteiramente dedicado aos amantes do rock<br />

retrô dos anos 1960 aos 1980, onde se pode escolher<br />

músicas em cardápios digitais, usando o princípio das<br />

Juke Box. Assim é o recém-inaugurado Flashback Bar, projeto<br />

da Ouriço Arquitetura e Design e iluminação da LD Studio, do<br />

Rio de Janeiro.<br />

Localizada em Ipanema, no Rio de Janeiro, a casa possui<br />

quatro pavimentos nos quais se distribuem bar e restaurante<br />

no primeiro pavimento, lounge e bar no segundo pavimento e<br />

serviços nos demais.<br />

Como conceito, o projeto de interiores combinou elementos<br />

clássicos de mobiliários a objetos da coleção pessoal dos<br />

proprietários, com a finalidade de criar ambientes sofisticados<br />

e atmosfera retrô.<br />

Do projeto de arquitetura se destaca um vão, coberto por<br />

uma claraboia, atravessando verticalmente o primeiro e segundo<br />

pavimentos. Neste espaço encontra-se o bar cujo pano de fundo<br />

exibe 156 capas de discos raros em uma estante que ocupa toda<br />

a extensão desse vão. Imagens inéditas de astros e estrelas da<br />

música preenchem o restante das paredes dos ambientes.<br />

De maneira cenográfica e dramática, o projeto de iluminação<br />

procurou trabalhar de forma a acentuar os elementos decorativos<br />

e também iluminar os ambientes como um todo confortavelmente<br />

e com flexibilidade de distribuição dos pontos. Para isso, foi<br />

escolhido sistema de trilhos com projetores para luz direta –<br />

Fundadora e diretora criativa do<br />

escritório LD Studio, a arquiteta<br />

Mônica Luz Lobo (no primeiro<br />

plano, à esquerda) desde sempre<br />

procurou desafios que ampliassem<br />

a maneira de pensar e interagir<br />

com o universo da iluminação<br />

em arquitetura.<br />

São mais de 1,5 mil projetos<br />

elaborados em praticamente<br />

todos os escopos e programas. Em<br />

2011, o Studio se expandiu com a<br />

entrada da então coordenadora, a<br />

arquiteta Daniele Valle (no primeiro<br />

plano, à direita), como sócia e, em<br />

2014, com a abertura de uma filial<br />

em Belo Horizonte comandada<br />

pela arquiteta Mariana Novaes.<br />

No total, o escritório conta com<br />

uma equipe de 13 profissionais<br />

provenientes de diversas disciplinas<br />

de arquitetura e design.<br />

Neste ano o escritório completa<br />

18 anos com um portfólio premiado<br />

internacionalmente, além de<br />

diversas publicações e participações<br />

em seminários e workshops ao<br />

redor do mundo.<br />

Estão programados ainda para este<br />

ano a inauguração de uma série de<br />

projetos que prometem marcar a<br />

paisagem do Rio de Janeiro, além do<br />

lançamento de um livro contando<br />

a trajetória do escritório, desde<br />

sua fundação em 1997.<br />

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1<strong>10</strong> 111


fazendo referência aos equipamentos utilizados em palcos – com<br />

acessório para controle antiofuscamento e dois tipos de fontes<br />

de luz halógena, de acordo com cada pé-direito.<br />

No ambiente bar/restaurante, o plano horizontal de cada mesa<br />

foi iluminado com fontes halógenas de baixa voltagem e facho<br />

concentrado. Nos planos verticais laterais, optou-se por destacar<br />

as fotografias nas paredes com as mesmas fontes luminosas,<br />

porém de facho médio, iluminando também o ambiente de forma<br />

indireta. É como se as lendas da música iluminassem o espaço<br />

por meio através da luz refletida por elas. Ainda neste conceito,<br />

na parede de entrada do bar, luminárias para LED embutidas<br />

nas molduras das janelas (3.000K, facho médio), acentuam<br />

a textura das persianas de madeira, conferindo ao ambiente<br />

aparência aconchegante.<br />

Na parede do fundo do bar, além da inusitada presença da luz<br />

natural no vão da claraboia, a estante é iluminada frontalmente por<br />

um sistema linear de LED com óptica do tipo wallwasher fixado<br />

junto ao forro do segundo pavimento. Para o destaque das capas<br />

de discos da estante, foram desenvolvidas luminárias customizadas<br />

com a intenção de homenagear cada artista individualmente.<br />

Cada uma destas luminárias é constituída por um bastão<br />

de acrítico maciço transparente com diâmetro de 1 cm e altura<br />

de 2 cm. Em sua base encontra-se um módulo dimerizável de<br />

LED com 1W de potência (3.000K), no qual foi aplicado um<br />

filtro fosco e um outro âmbar para a difusão da luz e correção<br />

da sua cor. Na outra ponta do bastão, duas seções triangulares<br />

foram usinadas, criando uma superfície fosca pela qual a luz é<br />

transmitida. Com esta solução, os lighting designers procuraram<br />

criar uma releitura tecnológica de uma vela.<br />

Apesar da limitação do orçamento disponível para o<br />

fornecimento dos equipamentos de iluminação – o maior<br />

desafio encontrado pelos designers – outros detalhes puderam<br />

ser criados utilizando luminárias com tecnologia tradicional,<br />

como é o caso das mangueiras luminosas, especificadas sob<br />

o tampo dos balcões, sob os degraus da escada e em detalhes<br />

nos rodameios dos banheiros para iluminação indireta.<br />

O projeto conta, ainda, com luminárias decorativas que<br />

utilizam lâmpadas incandescentes com filamento de carbono,<br />

também conhecidas como lâmpadas Edison.<br />

LEDs, diversos tipos de lâmpadas halógenas e incandescentes<br />

convivem em harmonia, traduzindo e enfatizando perfeitamente<br />

o conceito retrô tecnológico.<br />

FLASHBACK BAR<br />

Rio de Janeiro<br />

Projeto de iluminação<br />

LD Studio<br />

Arquitetura e interiores<br />

Ouriço Arquitetura e Design<br />

Fornecedores<br />

Allight, Andratti, Comlux, Everlight, Ledplus, Lumini, Osvaldo Matos,<br />

Luminárias Projeto, Taschibra e Trust<br />

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Fernando Manso<br />

SEGUINDO<br />

À RISCA<br />

Texto: André Becker | Fotos: Gustavo Xavier<br />

LICHIA LIGHTING<br />

Escritório sediado em São Paulo,<br />

no bairro da Vila Buarque desde<br />

20<strong>10</strong>. A arquiteta titular é Rafaela<br />

Romitelli, formada pela Unesp<br />

(Universidade Estadual Paulista)<br />

em 1996, e com longa passagem<br />

pelo escritório Franco e Fortes, que<br />

formou toda uma nova geração de<br />

lighting designers paulistanos. A<br />

Lichia tem um portfólio compacto mas<br />

bastante diversificado: antiquário,<br />

centro cultural, lojas, apartamentos,<br />

cafés e espaços temporários em<br />

feiras, com uma série de escopos<br />

em diferentes escalas e programas.<br />

Um projeto coorporativo tem alguns limitantes naturais<br />

quanto à linguagem e arrojos formais: a sequência de<br />

espaços com demanda de grande iluminância, forros<br />

padronizados e uma linguagem corporativa são, normalmente,<br />

tratados com uma busca por eficiência, prazo e limpeza, deixando<br />

a linguagem formal muitas vezes pasteurizada ou anódina. É<br />

interessante perceber no projeto da sede da Vicenza, empresa<br />

mineira que trabalha com prospecção e mineração, como uma<br />

diretriz sutil de projeto é suficiente para dar personalidade à<br />

iluminação, sem precisar de efeitos gratuitos.<br />

O DNA da chamada Escola Paulista da arquitetura – com<br />

foco na estrutura dos espaços e concisão formal – pode ser<br />

visto aqui, no projeto de iluminação: a busca por uma solução<br />

original e sensível parte da estrutura do espaço. Uma linha de<br />

luz conduz a circulação, com aspecto gráfico, conformando<br />

os espaços arquitetônicos ao iluminar os planos verticais por<br />

meio de luminárias contínuas com refletores assimétricos, que<br />

proporcionam um efeito wallwasher.<br />

Desta forma, este elemento define o eixo real e formal do<br />

trabalho, aparecendo pontualmente em outros ambientes: halls,<br />

copas, banheiros.<br />

A esta iluminação linear e direcional se contrapõe a iluminação<br />

mais convencional das áreas de trabalho, com uma distribuição<br />

mais tradicional de luminárias com aletas e de luz indireta. Mas<br />

mesmo nestes espaços, eventualmente as linhas se sobrepõem<br />

e auxiliam na leitura do espaço.<br />

Um ponto que teve um cuidado especial foi o núcleo da entrada,<br />

recepção e sala de estar, onde uma iluminação e elementos mais<br />

cenográficos estão presentes: Rafaela adotou pontos com abertura<br />

de facho mais estreita para diminuir o nível de luminância e criar<br />

um destaque para as pedras naturais que aparecem abaixo de<br />

placas de piso de vidro, remetendo à função da empresa.<br />

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ESCRITÓRIO VICENZA<br />

São Paulo<br />

Projeto de iluminação<br />

Lichia Lighting – Rafaela Romitelli<br />

Projeto de arquitetura e interiores<br />

Andrea Cruz, Eduardo Altino<br />

Fornecedores<br />

Itaim (luminárias, lâmpadas, LEDs e equipamentos auxiliares)<br />

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O MUNDO EM OITO ANDARES<br />

Fernando Manso<br />

Texto: André Becker | Fotos: Marcelo Kahn<br />

LIT<br />

O<br />

projeto para o escritório da Samsung, em São Paulo,<br />

corresponde ao tamanho e complexidade da gigante<br />

mundial: oito andares e a cobertura de um edifício de<br />

alto padrão, com arquitetura de interiores dos arquitetos da<br />

Athié Wonrath, implantados em quatro fases distintas.<br />

Na verdade, temos seis andares-tipo, com ocupação bastante<br />

semelhante e mudanças pontuais entre si, e os outros dois<br />

andares e a cobertura, com formas e funções absolutamente<br />

diversas distribuídas nas suas lajes. Cada um destes núcleos<br />

foi uma etapa de implantação.<br />

Algumas determinações luminotécnicas vieram a partir<br />

do edifício: a periferia dos andares tem um circuito específico<br />

dimerizável, ligado a um sensor de luminosidade natural. E<br />

uma grande quantidade de luminárias já vieram instaladas no<br />

forro, a partir de uma distribuição inicial do andar em quatro<br />

grandes salas. Cláudia e Letícia adaptaram e manobraram<br />

o existente, incorporando-o com ajustes às novas soluções,<br />

para chegar em ambientes coesos e agradáveis. Assim, todas<br />

as novas fluorescentes tubulares T5 (25W) seguiram o tom<br />

branco neutro das existentes que foram mantidas ou relocadas<br />

(4.000K). Já os LEDs, LampLEDs e as lâmpadas halógenas e<br />

Iluminado, aceso. Esta é a tradução<br />

da palavra inglesa Lit, que as sócias<br />

Cláudia Borges Shimabukuro (à<br />

esquerda) e Letícia Mariotto<br />

escolheram para o nome do seu<br />

escritório de lighting design fundado<br />

em 2007.<br />

Cláudia é formada na FAU-USP, com<br />

especialização em negócios para<br />

executivos, cursado na FGV-EAESP.<br />

Letícia é formada na FAU-Mackenzie,<br />

com especialização no CISA-<br />

Centro Internazionale di Studi di<br />

Architettura, em Vicenza, Itália.<br />

Contam com um portfólio amplo e<br />

diversificado, no qual figuram espaços<br />

comerciais, culturais, residenciais<br />

e coorporativos, contando no ano<br />

de sua fundação com uma parceria<br />

internacional com o Studio Lite,<br />

escritório sediado em Dubai,<br />

Emirados Árabes Unidos.<br />

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halógenas dicróicas energy saver (35W) propostas pela dupla,<br />

trabalham um branco mais quente, variando de 2.700K a 3.<strong>10</strong>0K.<br />

No core e na sanca perimetral, as soluções são de sobrepor<br />

devido às restrições técnicas do teto dos ambientes, e foi<br />

adotada uma descentralização dos eixos, definidos caso a caso,<br />

nas circulações do escritório.<br />

O projeto é pontuado por pérgolas de madeira no teto<br />

e, em alguns casos, descendo verticalmente como seteiras,<br />

compõe elementos em “L” que definem e filtram ambientes<br />

semi-integrados, como salas de reuniões informais, cafés e<br />

mesas, abraçados pela transparência ritmada e pela textura<br />

da madeira.<br />

Além das áreas de trabalho, das salas de reuniões grandes<br />

e pequenas, das salas de administração e diretoria, um dos<br />

grandes desafios do projeto foram os espaços do Showroom<br />

no 20º andar, projetados pelo Cheil Worldwide: ele simula<br />

diferentes ambientações onde tecnologias da Samsung são<br />

aplicadas, como hotelaria, varejo, fast food, escola, escritório,<br />

salas de controle, permitindo um amplo exercício de soluções<br />

e ambientações distintas em um único projeto.<br />

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NOVA SE<strong>DE</strong> DA SAMSUNG<br />

São Paulo<br />

Projeto de iluminação<br />

Lit Arquitetura de Iluminação – Cláudia Borges Shimabukuro<br />

e Letícia Mariotto. Colaboradoras: Rosangela Nunes de Matos,<br />

Cecilia Gonçalves Comini e Flavia Martines Reche<br />

Projeto de arquitetura e interiores<br />

Athié l Wohnrath<br />

Projeto do showroom do 20º andar<br />

Cheil Worldwide<br />

Fornecedores<br />

Luminárias: Itaim, Lumini e Omega Light (luminárias),<br />

Philips, Osram e Samsung/Neopos (lâmpadas, equipamentos<br />

auxiliares e LEDs)<br />

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Fran Parente<br />

LUZ E<br />

ARQUITETURA<br />

Formada em Arquitetura e<br />

Urbanismo pela Universidade<br />

Paulista em 1994, Laura Larrubia<br />

começou a trabalhar com iluminação<br />

em 1995, quando ingressou no<br />

escritório Stiller, Franco e Fortes<br />

(SFF). Em 1996, começou a criar<br />

e desenvolver projetos próprios<br />

enquanto colaborava com escritórios<br />

renomados, como o Franco & Fortes<br />

Lighting Design e o Esther Stiller.<br />

“Posso dizer que tive a melhor escola<br />

de iluminação, pois trabalhei com<br />

profissionais excelentes”, afirma<br />

a lighting designer. Em 2002,<br />

Laura fundou o Luz e Arquitetura,<br />

escritório que atua com projetos de<br />

iluminação residenciais, comerciais<br />

e corporativos. “Minha estrutura<br />

de trabalho é pequena, mas gosto<br />

disto, pois posso me envolver em<br />

todo o processo”, conclui a arquiteta<br />

de iluminação.<br />

LUZ EXTERNA, BELEZA INTERNA<br />

Texto: Valentina Figuerola | Fotos: Fran Parente<br />

Ao valorizar o exterior desta casa em Barueri (SP), por<br />

meio da luz, a lighting designer Laura Larrubia, do<br />

escritório Luz e Arquitetura, contribui definitivamente<br />

com o embelezamento do cenário desfrutado por aqueles que<br />

estão fora e no interior da residência.<br />

124 125


Na fachada frontal, a escada de pedra que conduz ao acesso<br />

principal é iluminada por balizadores de LED (3W, 3.000K) de<br />

sobrepor com facho assimétrico. Lateralmente, a casa é cercada<br />

por uma varanda cuja parede é valorizada por minibalizadores<br />

de LED (3W, 3.000K, 25 o ) embutidos no piso. As espécies de<br />

plantas mais baixas do jardim da varanda são iluminadas por<br />

luminárias de LED (9W, 3.000K, 25 o ) embutidas no solo. As<br />

copas das palmeiras, por sua vez, são destacadas por luminárias<br />

de LED (19W, 3.000K, <strong>10</strong> o ).<br />

Os jardins e a piscina, na parte posterior do terreno, compõem<br />

a paisagem externa, emoldurada pelos grandes caixilhos da área<br />

de estar. À noite, a piscina revestida com pastilhas de vidro-verde<br />

escuro ganha vida com a iluminação proporcionada pelas luminárias<br />

subaquáticas de LED (<strong>10</strong>W, 3.000K, 120 o ) embutidas em uma de<br />

suas laterais. Ao lado da piscina, rente ao espelho d’água longilíneo<br />

e estreito, as copas escultóricas de três palmeiras são realçadas<br />

por luminárias embutidas com lâmpadas halógenas AR 111 (60W,<br />

3.000K, 24 o ) alimentadas com 12V devido à proximidade da água.<br />

“Este foi o único caso no jardim em que o LED não foi empregado”,<br />

afirma a autora do projeto.<br />

126 127


A textura do revestimento de pedra que cerca o jardim-suspenso,<br />

atrás das palmeiras, é valorizada por luminárias de LED (9W,<br />

3.000K, 25 o ) do tipo uplight com grelhas antiofuscamento,<br />

solução recorrente em todas luminárias deste tipo no projeto.<br />

Os degraus da escada que conduzem aos outros níveis do jardim<br />

são iluminados por microbalizadores embutidos no piso com LED<br />

(1W, 3.000K) e vidro difusor. “O fato de quase toda a iluminação<br />

das áreas externas ter sido feita com LED facilita a manutenção<br />

e leva a uma economia de energia brutal”, complementa Laura.<br />

“Dinâmica, a iluminação do jardim enfatiza as suas texturas<br />

e o contraste entre claros e escuros, luzes e sombras, em um<br />

efeito bacana”, comenta Laura.<br />

Outro desafio importante do projeto foi iluminar os painéis<br />

de azulejos portugueses do hall de entrada e da sala de jantar,<br />

relíquias do século XVIII provenientes de um convento de Portugal.<br />

Laura explica que o projeto arquitetônico da parte interna da casa<br />

foi especialmente concebido para recebê-los. Na sala de jantar, o<br />

painel é valorizado por luminárias orientáveis embutidas no forro<br />

de gesso com lâmpadas dicroicas (35W, 3.000K, 36 o ) ligadas<br />

em um circuito dimerizável. O mesmo tipo de equipamento,<br />

controlado e dimerizado por um sistema de automação, foi<br />

empregado para iluminar as obras de arte, quadros e móveis da<br />

casa, onde é possível criar vários cenários com a luz. “No dia a<br />

dia, as lâmpadas permanecem dimerizadas a 50%, combinadas<br />

com um efeito de ‘cortineiro iluminado’ proporcionado pelas<br />

fitas de LED (4,8W/m, 2.700K)”, acrescenta Laura.<br />

RESIDÊNCIA EM ALPHAVILLE<br />

Barueri<br />

Projeto de iluminação<br />

Luz e Arquitetura – Laura Larrubia. Colaboradora: Stefania Haddad<br />

Arquitetura<br />

Mauricio Nobrega<br />

Paisagismo<br />

Luciano Fiaschi<br />

Fornecedores<br />

Lumini (luminárias internas, fitas de LED das sancas, balizadores<br />

de LED externos embutidos e de sobrepor, luminária uplight com<br />

lâmpada halógena em 12V, arandelas e projetores de LED dos<br />

pergolados e do pé-direito duplo), Lemca (luminárias externas de<br />

LED com grelha antiofuscante), Vitali (espetos de LED de 3W),<br />

Ecopyre (luminárias e projetores subaquáticos)<br />

128 129


ÁTRIOS URB<strong>ANOS</strong><br />

Ruy Hizatugu<br />

Texto: André Becker | Fotos: Daniela Toviansky e André Caliman<br />

MINGRONE<br />

ILUMINAÇÃO<br />

André Caliman<br />

O<br />

shopping Iguatemi JK é um projeto ambicioso, e, de um<br />

modo muito curioso, é um projeto generoso. Muitos<br />

Shoppings Centers buscam extrair o máximo de seus<br />

metros quadrados, saturando os menores espaços com lojas,<br />

balcões e etc. No Iguatemi JK, a prioridade foi, desde a sua<br />

concepção, a qualidade ao invés da quantidade.<br />

Isso fica claro na sua planta, com dois átrios paralelos<br />

envidraçados no teto e nas extremidades, abrindo visuais para,<br />

de um lado, o bairro do Morumbi, horizontal e arborizado, e, de<br />

outro lado, para o denso e verticalizado bairro da Vila Olímpia.<br />

Estes espaços, que poderiam ser utilizados para mais lojas e<br />

área de locação, são abertos e transparentes, trazendo a cidade,<br />

o dia e a noite, para o shopping. E vice-versa.<br />

Antonio Carlos Mingrone nos conta que trabalhou a iluminação<br />

em sintonia com o partido dos projetos de arquitetura do<br />

Arquitectonica, de interiores de Arthur Casas e paisagismo<br />

de Isabel Duprat: minimalista, com linhas contínuas, fluidas,<br />

uma iluminação de poucos e fortes elementos. “O conceito<br />

proposto foi da luz interpretar os espaços. Foi criar uma relação<br />

de convivência não só consumista, mas onde o contemplativo,<br />

a observação dos espaços, tanto interior quanto exterior, se<br />

fizessem presentes.”<br />

O elemento mais marcante visualmente são as sancas contínuas,<br />

alongadas, com fluorescentes T5 de 24W e 54W, que permeiam<br />

A Mingrone Iluminação é um dos<br />

escritórios nacionais com maior<br />

e mais diverso portfólio de obras<br />

executadas, atuando desde os<br />

anos 1970 em projetos de todos<br />

os portes. O titular da empresa<br />

é Antonio Carlos Mingrone,<br />

engenheiro civil formado pela<br />

Escola Politécnica da Universidade<br />

de São Paulo, mestre e doutor<br />

pela Faculdade de Arquitetura e<br />

Urbanismo da mesma universidade,<br />

onde leciona desde 1977.<br />

Ele define a premissa de seus<br />

projetos do seguinte modo: “A<br />

luz revela-se como elemento<br />

de importância primordial,<br />

manifestando sua virtude<br />

configuradora de formas, sem<br />

a qual não é possível valorizar<br />

as massas, os espaços ou as<br />

superfícies, podendo chegar à<br />

modificar radicalmente o caráter<br />

arquitetônico de um ambiente”.<br />

Mingrone é fundador da AsBai,<br />

membro da ABNT e representante<br />

do Brasil na CIE-Comission<br />

Internationale de l´Eclairage.<br />

A Mingrone Iluminação foi<br />

reconhecida pela International<br />

Quality Service com o Prêmio<br />

Qualidade Brasil em 2002 e 2003.<br />

130 131


Daniela Toviansky<br />

Fotos: André Caliman<br />

todo o espaço, criando linhas de luz que reforçam as dimensões<br />

da arquitetura. Estas sancas ficam tanto nos forros como nas<br />

laterais dos vazios que configuram os átrios do projeto.<br />

Enquanto de dia os átrios brilham com o azul ou cinza do<br />

céu, à noite eles se transformam em fundos pretos para toda a<br />

ambientação clean e clara do empreendimento comercial.<br />

Nos dois eixos transversais, que comunicam os átrios, com<br />

menor altura e largura, uma larga sanca central percorre todo o<br />

ambiente, com placas em laca refletiva branca, criando a abertura<br />

de luz adequada ao ambiente. Há também uma iluminação<br />

pontuada por luminárias embutidas sem moldura, com lâmpadas<br />

de multivapores metálicos, criando, segundo Mingrone, uma<br />

diversidade de focos, um balé sutil com direcionamentos adequados,<br />

enriquecendo os cenários.<br />

E um terceiro elemento importantíssimo nos dois “corações” do<br />

centro de compras são as grandes luminárias em telas tensionadas<br />

de PVC, retroiluminadas por lâmpadas de cátodo frio na cor branca,<br />

com temperatura de cor quente, que colaboram com a iluminação<br />

global e específica dos átrios, e também criam escalas espaciais<br />

próprias em função de suas generosas dimensões, atuando<br />

tanto como luminárias quanto como elementos arquitetônicos.<br />

O projeto foi detalhado ao limite, com soluções costuradas para<br />

cada situação, bastante diversas dada a escala do projeto, mas<br />

extremamente coesas, criando uma obra que se tornou referência<br />

para a tipologia.<br />

IGUATEMI JK<br />

São Paulo<br />

Projeto de iluminação<br />

Mingrone Iluminação – Antonio Carlos Mingrone<br />

Arquitetura<br />

Arquitectonica e Orbi<br />

Interiores<br />

Arthur Casas, Carbondale e Prado Ferreira<br />

Paisagismo<br />

Isabel Duprat e Renata Tilli<br />

Fornecedores<br />

Omega, Amerikan Spot, N. Boccia, Ghidini, Conelight, Lumini, Targetti,<br />

Flos, Kreon, Disano, Simes, Dario Cúpulas, Lumicenter, Beghelli,<br />

Aureon, Wetzel, Guarilux, Telem, OnLight, LightSource (luminárias),<br />

Osram, Philips (lâmpadas), Ventana Lighting Solutions (lâmpadas de<br />

cátodo frio), Tensoflex (telas em PVC tensionado), Osram, Philips, e<br />

Vossloh (reatores)<br />

132 133


Andrés Otero<br />

OBRAS<br />

<strong>DE</strong>STACADAS<br />

MS+M<br />

ASSOCIADOS<br />

Texto: André Becker | Fotos: Andrés Otero<br />

O MS+M surgiu, em 2013, a<br />

partir da fusão de dois escritórios<br />

capitaneados por conhecidos e<br />

experientes lighting designers<br />

brasileiros: a IMS Iluminação, de<br />

Ivone Magalhães Szabó, e o OMALD,<br />

de Orlando Marques. Com o MS+M,<br />

os sócios buscam atender programas<br />

e graus de complexidade cada vez<br />

mais abrangentes, contando com<br />

um portfólio amplo e em múltiplos<br />

escopos, estando presente no Brasil,<br />

na África do Sul e no Oriente Médio.<br />

Ivone Szabó tem formação em<br />

Desenho Industrial e também em<br />

Arquitetura e Urbanismo, ambos pela<br />

FAAP, enquanto Orlando Marques<br />

tem formação em Arquitetura e<br />

Urbanismo pela Universidade<br />

Católica de Santos e Mestrado em<br />

Architectural Lighting Design pelo<br />

Royal Institute of Technology, na<br />

Suécia. Orlando também é editor da<br />

revista L+D e curador do LEDforum.<br />

Entre os principais projetos<br />

executados pela dupla estão diversas<br />

residências, edifícios comerciais,<br />

joalherias, espaços comerciais e<br />

gastronômicos em todo o Brasil, além<br />

de hotéis, spas, bares e restaurantes<br />

em Dubai e Abu Dhabi, nos Emirados<br />

Árabes Unidos, e também na Índia<br />

e África.<br />

Uma residência de 1.<strong>10</strong>0,00 m 2 , densamente decorada é<br />

um enorme desafio para um projeto de lighting design.<br />

Como não se perder em meio a um excesso de soluções<br />

distintas, ou não criar um problema de monotonia com repetições<br />

de poucas soluções?<br />

A resposta dada pelo MS+M para o desafio foi por meio<br />

da sobreposição de camadas. A partir de alguns princípios<br />

ordenadores do projeto como um todo, a soma desses layers cria<br />

a diversidade sem confusão, com alguns ambientes recebendo<br />

até seis camadas distintas de iluminação, enquanto outros têm<br />

apenas duas ou três aplicadas. A proposta das camadas é que<br />

trabalhem tanto juntas, permitindo uma soma de complexidades<br />

num ambiente, como separadas, destacando um certo clima,<br />

alguma peça decorativa, alguma ambientação.<br />

Deste modo, a primeira camada, em geral, é sempre a<br />

iluminação natural, viva. Nas áreas sociais, a esta se somam até<br />

cinco camadas: a segunda camada trabalha a iluminação direta<br />

com facho definido para o destaque de elementos decorativos; a<br />

terceira camada trabalha a iluminação direta com facho recortado<br />

para obras de arte selecionadas; a quarta camada é composta<br />

da iluminação artificial difusa, ambiente; a quinta camada é<br />

aconchegante, criada a partir de luminárias decorativas. Uma<br />

última camada ocorre em algumas peças integradas ao mobiliário.<br />

Nas áreas íntimas, foram sobrepostas à luz natural outras<br />

134 135


três camadas. Uma de luz difusa, calculada com níveis de<br />

iluminância adequados para a execução de tarefas específicas<br />

nos ambientes de escritório, ateliêr, sala de ginástica e sala de<br />

costura. Outra camada com luz direta para destaque do mobiliário<br />

e obras de arte. E mais uma camada com iluminação proveniente<br />

de luminárias decorativas.<br />

Nas áreas externas, a iluminação buscou compor um ambiente<br />

noturno junto com o paisagismo. Assim, nos canteiros de flores<br />

foi especificada uma luminária com cúpula de papel e aparência<br />

delicada; nos resedás, junto ao espelho d’água, foi utilizada<br />

iluminação uplight para destaque dos troncos e copas; junto<br />

ao muro de divisa, um sistema linear ilumina a folhagem por<br />

meio de silhueta; e, assim por diante, cada caso tendo uma<br />

solução específica.<br />

Um dos pontos altos da iluminação é o destaque nos azulejos<br />

portugueses e obras de arte. Ele é feito por equipamento com<br />

sistema óptico customizado, embutido no forro e com aberturas<br />

de dimensões mínimas. Este equipamento possui jogo de lentes<br />

que permite “enquadrar” com luz uniforme as dimensões exatas<br />

dos objetos. No projeto como um todo, podemos dizer que ele<br />

busca enquadrar a dimensão exata da decoração e dos ambientes<br />

internos e externos.<br />

RESIDÊNCIA JARDIM EUROPA<br />

São Paulo<br />

Projeto de iluminação<br />

MS+M Arquitetos de Iluminação Associados – Ivone Magalhães<br />

Szabó e Orlando Marques. Colaboradora: Débora Torii<br />

Arquitetura e interiores<br />

Jorge Elias<br />

Paisagismo<br />

Luciana Moraes Paisagismo<br />

Fornecedores<br />

Lumini, Lightworks, Olho de Moscou (equipamentos de Iluminação),<br />

Fasa Fibra Ótica (fibra ótica), Lutron (automação)<br />

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ATMOSFERA <strong>DE</strong> CONTRASTES<br />

Texto: Valentina Figuerola | Fotos: Andrés Otero<br />

Dedicado à história da Seleção Brasileira de Futebol, o<br />

Museu CBF Experience, localizado na Barra da Tijuca,<br />

Rio de Janeiro, reúne objetos preciosos como troféus,<br />

bolas e uniformes do time que é recordista em conquistas de Copa<br />

do Mundo. Feito pelas lighting designers Giani Faccini e Monica<br />

Rio Branco, sócias do escritório RBF, o projeto de iluminação<br />

visava criar uma trajetória instigante em meio às superfícies<br />

muito escuras do museu, onde se destacam projeções de alta<br />

performance e instalações interativas.<br />

Giani explica que as fontes de luz permanecem quase que<br />

imperceptíveis nos espaços, onde a iluminação é bem direcionada<br />

aos elementos expostos para guiar o olhar do visitante pela<br />

atmosfera de contraste entre luzes e sombras, realçado pelo<br />

Divulgação<br />

RBF ARQUITETURA<br />

<strong>DE</strong> ILUMINAÇÃO<br />

Em 2003, um ano depois de fundar<br />

o RBF Arquitetura de Iluminação,<br />

as arquitetas Monica Rio Branco (à<br />

direita) e Giani Faccini enfrentavam<br />

seu primeiro grande desafio<br />

profissional com o projeto de<br />

iluminação da Cidade da Artes,<br />

no Rio de Janeiro. O trabalho foi<br />

feito em parceria com o LD Studio,<br />

de Mônica Luz Lobo, escritório onde<br />

a dupla trabalhou anteriormente.<br />

Longo e desafiador, o Cidade das<br />

Artes marcou a trajetória das<br />

lighting designers que hoje, 12<br />

anos depois, investem a experiência<br />

adquirida para fazer projetos de<br />

iluminação que conciliem, da melhor<br />

forma possível, aspectos técnicos,<br />

funcionais, emocionais e sensitivos.<br />

À frente do processo de criação,<br />

Giani e Monica trabalham no RBF<br />

com mais cinco arquitetas, que<br />

seguem o “espírito de parceria<br />

e colaboração” cultivados pelas<br />

lighting designers.<br />

138 139


projeto. “Para isso, foram utilizadas muitas luminárias com<br />

lâmpadas halógenas de baixo consumo e facho concentrado, além<br />

de perfis especiais com fitas de LED integradas aos elementos<br />

da arquitetura e do mobiliário”, complementa a lighting designer.<br />

Um dos maiores desafios do projeto foi iluminar a sala com<br />

os troféus conquistados pela seleção ao longo de sua história.<br />

Expostos em uma estante de vidro, as taças são destacadas<br />

de maneira homogênea, e sem reflexos indesejados, por perfis<br />

especiais assimétricos com fitas de LED (22,7W/m, 4.000K) e<br />

drivers. “Os perfis foram feitos com dimensões bem reduzidas<br />

para ficarem totalmente integrados à estrutura metálica que<br />

sustenta as prateleiras de vidro”, acrescenta Giani.<br />

Objetos e os uniformes usados pela Seleção Canarinho em<br />

seus <strong>10</strong>0 anos de existência ficam na sala “Origens”. A iluminação<br />

das peças é feita com perfis assimétricos de LED (25,2W/m,<br />

3.000K) integrados à marcenaria. Na vitrine com as camisas, a<br />

iluminação é complementada pelas luminárias com lâmpadas<br />

fluorescentes T5 (14W, 3.000K) e difusor em acrílico translúcido<br />

instaladas na parte superior e inferior do mostrador.<br />

Na sala “Uma Lenda Centenária”, instalações interativas<br />

revelam ao torcedor detalhes da trajetória futebolística fora de<br />

série da Seleção. Neste espaço, a iluminação é proveniente das<br />

paredes feitas com painéis de vidro adesivados e retroiluminados<br />

com lâmpadas fluorescentes T5 (14W e 28W, 3.000K) com<br />

reatores dimerizáveis.<br />

No ambiente “Brasil: 27 Estados, Um Só DNA”, as camisas usadas<br />

pela Seleção nos cinco Mundiais conquistados ficam em vitrines<br />

iluminadas por perfis assimétricos de LED (25,2W/m, 3.000K)<br />

integrados à marcenaria. Logo acima, o painel retroiluminado<br />

por lâmpadas fluorescentes T5 (28W, 3.000K) com reatores<br />

dimerizáveis exibe os nomes dos jogadores que participaram<br />

dessas Copas. Na parede oposta, em caixas de vidro, as bolas que<br />

representam cada um dos 27 estados brasileiros são realçadas<br />

por luminárias com lâmpadas halógenas (35W, 2.900K, 6 o )<br />

embutidas no forro.<br />

O Museu CBF Experience, com seu acervo, interatividade e<br />

contrastes de luz e sombras, é um convite irrecusável à expansão<br />

do conhecimento sobre a história da Seleção.<br />

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MUSEU CBF EXPERIENCE<br />

Rio de Janeiro<br />

Projeto de iluminação<br />

RBF Arquitetura de Iluminação – Giani Faccini e Monica Rio Branco.<br />

Colaboração: Tatiana de Albuquerque<br />

Interiores<br />

Mediapro<br />

Fornecedores<br />

Forlamp (luminárias Interlight), Itaim, Ledplus e Lightscape<br />

(luminárias), Jacobina Representações (fitas de LED e lâmpadas<br />

Osram), Ledprofiles e Lumini (perfis e barras de LED), Onlight<br />

(luminárias Flos)<br />

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Divulgação<br />

LUZES EM<br />

HARMONIA<br />

Texto: Valentina Figuerola | Fotos: Douglas Daniel<br />

Camisas, chuteiras, troféus e a caixa de engraxate que o<br />

Rei do Futebol usava para trabalhar quando era criança.<br />

Esses são alguns dos objetos expostos no Museu<br />

Pelé, aberto em junho de 2014, em Santos (SP). O convívio<br />

harmônico entre a iluminação da arquitetura e do acervo era<br />

uma das metas do projeto de iluminação elaborado por Neide<br />

Senzi, que também buscou valorizar a forma, volumetria e<br />

detalhes dos antigos Casarões do Valongo, imóvel erguido<br />

em 1867 e tombado pelo Condephaat em 1983.<br />

“As peças do Museu não deveriam ser prejudicadas com<br />

a luz da arquitetura, que, por sua vez, também não poderia<br />

ficar despercebida ou em segundo plano”, explica a autora do<br />

projeto de iluminação. Neide conta que o projeto de arquitetura,<br />

criado por Ney Caldato, contemplou o restauro das fachadas em<br />

estilo colonial, além da criação de um edifício completamente<br />

novo, arrojado e de linguagem contemporânea dentro da<br />

envoltória histórica.<br />

SENZI<br />

LIGHTING<br />

Arquiteta de formação, Neide Senzi<br />

especializou-se em lighting designer<br />

pelo curso “Architectural Lighting”,<br />

na Penn State University, Estados<br />

Unidos. Em 1994, fundou o escritório<br />

próprio com a intenção de criar<br />

projetos inovadores e exclusivos,<br />

especialmente customizados em<br />

função de cada arquitetura, cliente<br />

e usuário. Autora do livro Imagens<br />

da Luz (Editora J.J. Carol, 2006),<br />

ela é membro de associações<br />

como a Illuminating Engineering<br />

Society of North America (IES)<br />

e da International Lighting<br />

Designer Association (ILDA).<br />

Os projetos de iluminação feitos<br />

para o Parque Carandiru, Loja<br />

TIM e Hospital Paulistano, em<br />

São Paulo, renderam prêmios à<br />

lighting designer, que vê a sua<br />

profissão evoluir positivamente nos<br />

últimos 20 anos. “Antes, a prática<br />

de iluminação era muito voltada à<br />

engenharia elétrica e a função da<br />

luz era atender os níveis corretos<br />

de iluminação estabelecidos pela<br />

ABNT. Hoje, estamos na fase de<br />

desmistificar a banalidade de<br />

soluções luminotécnicas e entender<br />

que a luz é, sim, um elemento de<br />

design e arquitetura”, afirma a<br />

arquiteta de iluminação.<br />

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À noite, luminárias lineares de LED (3.000K) instaladas<br />

nas bases das portas e janelas “desenham” os caixilhos e<br />

arcos superiores, proporcionando uma luz de contorno a estes<br />

elementos que dão ritmo às fachadas. Ornado com azulejos<br />

azuis (réplicas dos originais), o coroamento é destacado com<br />

a luz emitida por barras de LEDs lineares (<strong>10</strong>W, 4.000K)<br />

apoiadas na moldura do coroamento do prédio.<br />

Segundo a lighting designer, uma das soluções voltadas<br />

para a leitura do edifício e definição do seu papel urbano<br />

são as luminárias de LED (50W, 4.000K) embutidas nas<br />

calçadas, que destacam a pintura branca das fachadas por<br />

meio de um efeito wallwashing. No interior do edifício, ela<br />

destaca a iluminação das rampas, “sutil, porém efetiva para a<br />

circulação das pessoas”, proporcionada pelas linhas de LEDs<br />

encapsulados, fixados nas bases dos guarda-corpos de vidro.<br />

146 147


O desenho irregular da estrutura metálica do teto envidraçado<br />

do foyer, onde fica a loja e o café, no térreo, foi realçado por<br />

linhas de LEDs translúcidas fixadas nos perfis estruturais. No<br />

foyer do auditório, a iluminação direta e indireta é proporcionada<br />

por uma luminária pendente, cujo desenho simula as ondas<br />

do mar, com lâmpadas T5 (25W, 3.000K).<br />

Capítulo à parte no projeto de iluminação, o acervo<br />

incorpora objetos como a Bola de Ouro dada pela Fifa a Pelé,<br />

em 2003, além dos painéis fotográficos e informativos que<br />

contam a trajetória do Rei. Os nichos de madeira fechados<br />

com policarbonato de alta proteção, onde estão localizados<br />

os objetos mais valiosos do Museu, foram iluminados por<br />

barrinhas assimétricas de LEDs (14W/m com fluxo de 1.080<br />

Lm, 3.000K, perfil Paris) com difusores translúcidos, fixadas<br />

na marcenaria.<br />

Os objetos são iluminados por spots de LED para lâmpada<br />

MR16 (7W, facho de 24°, 3.000K) com filtro difusor. Já a<br />

luz que chega a cada um dos painéis é oriunda de três spots<br />

orientáveis com a mesma lâmpada, fixados em um trilho<br />

eletrificado para dar maior mobilidade na afinação da luz e<br />

flexibilidade para alterações no acervo, já que, como observa<br />

a lighting designer, “o homenageado está vivo e ainda pode<br />

vir a colaborar com a sua própria história”.<br />

Nelson Kon<br />

MUSEU PELÉ<br />

Santos<br />

Projeto de iluminação<br />

Senzi Consultoria Luminotécnica - Neide Senzi. Colaboradores: Rafael<br />

Appezato (sênior), Livia Stefanelli e Gabriela Pera (assistentes)<br />

Arquitetura e restauro<br />

Ney Caldatto Barbosa<br />

Executivo de arquitetura<br />

Gino Caldatto Barbosa, José Maria Macedo e Christiane Costa<br />

Macedo<br />

Comunicação visual, design de interiores e cenografia<br />

Univers Design, Interatividade e Uau Mídia<br />

Fornecedores<br />

Led Linear, Disano e Vossloh - Eurolighting Brasil (luminárias de<br />

LED da fachada, auditório, recepção, Sala do Rei e loja), Itaim e<br />

Omega (luminárias fluorescentes do escritório, banheiros e foyer do<br />

auditório), Lemca (LEDs da exposição e acervo), GE (lâmpadas da<br />

exposição e acervo)<br />

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Divulgação<br />

STUDIO ILUZ<br />

RESTÔ INTIMISTA<br />

Texto: Valentina Figuerola | Fotos: Leonardo Finotti<br />

Situado no Shopping Fashion Mall, no Rio de Janeiro, o<br />

restaurante Gurumê foi projetado pelo escritório Bernardes<br />

Arquitetura para ser um espaço confortável e sofisticado, com<br />

uma identidade visual que deveria remeter ao mar e à pesca. Daí<br />

o emprego de materiais como o cobre oxidado, que faz referência<br />

à ação da maresia nos metais, e a madeira, uma alusão à tradição<br />

japonesa que inspira a culinária do estabelecimento. Valorizar<br />

estes elementos arquitetônicos por meio de soluções simples,<br />

agradáveis e de baixa manutenção era o que a lighting designer<br />

Ines Benevolo, do Studio Iluz, queria ao desenvolver o projeto<br />

de iluminação do Gurumê, que também cria um clima intimista.<br />

O restaurante possui dois salões. Longitudinalmente disposto<br />

em relação à circulação do shopping, o salão, que parece um túnel<br />

de madeira aconchegante, revela o exterior através do rasgo sutil<br />

na fachada, revestida com chapas de cobre oxidado de 30 cm<br />

de largura. Aqui, as mesas e o espaço deveriam ser iluminados<br />

“A integração da luz com a<br />

arquitetura é o princípio básico<br />

de nossos projetos.” A frase, de<br />

Ines Benevolo (à esquerda), revela<br />

a filosofia de trabalho por trás do<br />

Studio Iluz, escritório fundado<br />

pela lighting designer em 2006.<br />

Em contato com a arquitetura de<br />

iluminação desde 1995, Ines foi<br />

sócia do LD Studio por nove anos.<br />

Também trabalhou na Lumini por<br />

dois anos e meio. A sustentabilidade<br />

e facilidade de manutenção são<br />

outros objetivos buscados por seu<br />

escritório, que desenvolve projetos<br />

luminotécnicos em colaboração<br />

com os arquitetos e clientes para<br />

realçar o que cada arquitetura<br />

tem de melhor.<br />

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de modo que a interferência no revestimento de madeira fosse<br />

mínima. “Por isso, optamos por embutir no forro de madeira as<br />

luminárias pretas de LED (7W, 25 o , 3.000K) de 4 cm de diâmetro<br />

e sem borda, com controle rigoroso de ofuscamento”, acrescenta<br />

a lighting designer.<br />

O acesso ao restaurante ocorre pelo salão maior, ambiente<br />

marcado pelo forro colmeia metálico, que oculta equipamentos<br />

como ar-condicionado, caixas de som e as luminárias de LED (6W,<br />

3.000K, 25 o ). “Desenhamos as luminárias de LED especialmente<br />

para este espaço, onde o pé-direito é baixo. Apoiadas sobre o forro,<br />

as luminárias não podem ser vistas do salão”, diz Ines.<br />

A atmosfera intimista é reforçada pela luz indireta e de baixa<br />

intensidade emanada detrás do sofá linear de madeira, onde<br />

foram colocados perfis para fita de LED (7,2W/m, 2.700K) com<br />

difusores translúcidos, que também valorizam a textura da parede<br />

em ladrilho hidráulico. A lighting designer explica que o mesmo<br />

LED linear foi empregado em um nicho da parede oposta, revestida<br />

de cobre oxidado, para criar um efeito de profundidade.<br />

Um dos destaques do salão maior é a grande mesa comunitária<br />

de desenho sinuoso como as ondas do mar, valorizado por pendentes<br />

verticais de LED (3W, 3.000K, <strong>10</strong> o ) com 4 cm de diâmetro. Ines<br />

explica que a solução é livre de ofuscamentos pelo fato da fonte<br />

luminosa estar recuada dentro da peça. “Usamos a luz para realçar<br />

o que cada projeto tem de melhor, seguindo a visão e a direção<br />

traçada pelo projeto de arquitetura”, revela Ines.<br />

RESTAURANTE GURUMÊ<br />

Rio de Janeiro<br />

Projeto de iluminação<br />

Studio Iluz - Ines Benevolo. Colaborador: Eduardo Apfel<br />

Arquitetura de interiores<br />

Bernardes Arquitetura<br />

Fornecedores<br />

Lumini (sistemas de LEDs ), Andratti<br />

(luminárias), Oty Light (pendentes), Philips (lâmpadas)<br />

154 155


LUZ QUE INTEGRA<br />

Andrés Otero<br />

Texto: Valentina Figuerola | Fotos: Guinter Parschalk<br />

STUDIO IX<br />

O<br />

edifício Faria Lima 3.500, em São Paulo, poderia ser<br />

descrito como um tronco de pirâmide invertido e<br />

envidraçado, suspenso sobre pilotis em uma praça<br />

pública que ocupa mais de 50% da área do terreno. Criado<br />

pelo Studio Ix, de Guinter Parschalk, o projeto de iluminação<br />

do prédio corporativo tinha como objetivo valorizar o volume<br />

arquitetônico de forma a inseri-lo no contexto urbano,<br />

reforçando a sua integração com a cidade. Projetado para<br />

receber a certificação LEED Gold, o empreendimento conta<br />

com equipamentos de baixo consumo energético.<br />

A fluidez e a continuidade do térreo, que se funde à paisagem<br />

urbana, foram exploradas por meio de uma luz que reforça a<br />

ideia de “descolamento” do volume arquitetônico em relação<br />

ao chão, fazendo-o “flutuar”. O efeito foi proporcionado pela<br />

iluminação dos forros e pilares com os projetores de LED<br />

(21W, 3.000K, <strong>10</strong>°) com dispositivo antiofuscamento do tipo<br />

honeycomb embutidos no piso. “São soluções que exploram<br />

a plasticidade do prédio, mantendo o forro do térreo ‘limpo’<br />

ao jogar a luz para cima”, diz Parschalk. Ele acrescenta que,<br />

Em 1984, quando foi fundado por<br />

Guinter Parschalk, o Studio Ix era<br />

voltado para o design de produto<br />

e comunicação visual. A arquitetura<br />

de iluminação passou a fazer parte<br />

do escopo de atuação do escritório<br />

em 1989, e tornou-se sua atividade<br />

exclusiva apenas em 1997. A trajetória<br />

multidisciplinar de Parschalk, que inclui<br />

ainda as artes plásticas, moldou a<br />

filosofia de trabalho por trás dos seus<br />

projetos de iluminação, que fogem das<br />

soluções padronizadas ao usar a luz<br />

como ferramenta de percepção visual<br />

dos elementos arquitetônicos, sem<br />

deixar de lado os contextos cultural e<br />

funcional. Os projetos de iluminação<br />

são desenvolvidos com base em uma<br />

“rigorosa metodologia”, do briefing<br />

até a lista de luminárias, sem deixar<br />

de lado a busca por equipamentos<br />

eficientes e de baixo consumo<br />

energético. Membro de associações<br />

nacionais e internacionais de iluminação<br />

e de arquitetura, Parschalk participa<br />

de muitos projetos certificados com<br />

selo LEED.<br />

156 157


158 159


na parte frontal do edifício, onde também circulam veículos,<br />

a solução assinala os elementos verticais que são obstáculos<br />

aos motoristas.<br />

Um dos desafios do projeto foi viabilizar o balizador linear<br />

de LED (15W/m, 3.000K) embutido no piso de mármore<br />

travertino do térreo. Marcante no conjunto arquitetônico,<br />

esta linha luminosa cruza todo o terreno no eixo norte-sul,<br />

se estendendo por toda a circulação principal que atravessa<br />

o interior do edifício pelo lobby, que, por usa vez, é iluminado<br />

por sancas com fluorescentes T5 ES (25W, 3.000K), que<br />

proporcionam a iluminação indireta destacando o forro e<br />

valorizando as paredes de madeira.<br />

Distribuídos nas áreas verdes, postes discretos criam efeitos<br />

dramáticos com os projetores de LED (9W, 3.000K, 35°). O térreo<br />

é, ainda, permeado por espelhos d’água, vegetação e bancos<br />

que assumem configurações lineares ou quadradas, quando<br />

associados às jardineiras. O mobiliário é explorado por linhas<br />

de LED (7,2W/m, 3.000K) integradas aos rodapés luminosos<br />

que balizam os caminhos sem se exceder na quantidade de<br />

luz, já que se trata de uma área de descanso.<br />

FARIA LIMA 3.500<br />

São Paulo<br />

Projeto de iluminação<br />

Studio Ix – Guinter Parschalk<br />

Arquitetura<br />

KOM<br />

Fornecedores<br />

Itaim, Ledplus, Lemca, Lumini (luminárias), Centru/Brilia (linhas de<br />

LED integradas a elementos arquitetônicos e decorativos), Brilia,<br />

Ledplus, Lemca, Lumini (LEDs e drivers), Osram (lâmpadas e reatores)<br />

160 161


Divulgação<br />

VIA<br />

ARQUITETURA<br />

LUZ<br />

MULTIFUNCIONAL<br />

O interesse profissional de Cláudia<br />

Torres (à esquerda) pelo universo<br />

da iluminação surgiu quando ela<br />

notou que havia no mercado uma<br />

carência de conhecimento no assunto.<br />

Fundou o Via Arquitetura, em 1992,<br />

com a missão de desenvolver<br />

projetos de iluminação a partir<br />

da compreensão das diretrizes do<br />

projeto de arquitetura, “procurando<br />

desenhar a luz como parte dos<br />

espaços”. Arquiteta de formação<br />

e professora do curso de Arquitetura<br />

da Universidade Federal da Paraíba<br />

(UFPB), Cláudia fez mestrado e<br />

doutorado na área de iluminação na<br />

FAU-USP. “Fui buscar na pesquisa<br />

as informações necessárias para<br />

iniciar um trabalho profissional de<br />

projetos de iluminação na arquitetura<br />

e urbanismo”, completa a lighting<br />

designer. A busca pelos recursos<br />

tecnológicos mais avançados e viáveis<br />

para cada situação é outra meta do<br />

seu escritório, cuja equipe se mantém<br />

permanentemente atualizada por<br />

meio de cursos, eventos e feiras<br />

nacionais e internacionais.<br />

Texto: Valentina Figuerola | Fotos: Alexandre Albuquerque<br />

Em um grande home center como o Ferreira Costa, no Recife<br />

(PE), a luz assume vários papéis. Além de orientar os<br />

consumidores no entendimento do layout e circulação, ela<br />

estabelece hierarquias espaciais, valoriza os produtos expostos e<br />

promove conforto visual. Criado pelo escritório Via Arquitetura, o<br />

projeto de iluminação da loja também tinha como objetivo reforçar<br />

a identidade visual estabelecida pelo projeto de arquitetura e<br />

elementos de comunicação visual.<br />

A lighting designer Cláudia Torres, titular do Via Arquitetura,<br />

conta que as luminárias estão integradas ao layout dos expositores<br />

como estratégia para orientar o fluxo dos clientes pelas principais<br />

circulações e eixos visuais da loja. A iluminação geral é feita com<br />

luminárias de sobrepor abertas de alto desempenho para duas<br />

lâmpadas fluorescentes tubulares T5 (54W, 4.000K) instaladas<br />

em perfilados contínuos que acompanham os corredores principais.<br />

Nas circulações transversais, os expositores móveis com<br />

produtos em destaque recebem a luz de luminárias cilíndricas<br />

para lâmpada de vapor metálico (150W, 4.000K), instaladas<br />

nos perfilados intercaladas com as fluorescentes tubulares. “As<br />

gôndolas possuem uma iluminação de destaque, integradas em<br />

luminárias assimétricas para lâmpadas fluorescentes tubulares T5<br />

(28W, 4.000K), que propiciam um efeito wallwash e asseguram<br />

níveis de destaque médio de 1.000 lux para uma luz geral de 500<br />

lux”, explica a lighting designer.<br />

A fachada envidraçada e a cobertura de policarbonato favorecem<br />

a entrada de luz natural na loja, especialmente no grande espaço<br />

de acesso de pé-direito triplo, onde agrupamentos de luminárias<br />

162 163


cilíndricas com lâmpadas de vapor metálico PAR 38 (150W,<br />

3.000K, 30 o ) proporcionam uma luz brilhante e atrativa, atingindo<br />

uma iluminância média de 500 lux. “Devido à grande contribuição<br />

da luz natural, criamos um sistema com controle para permitir<br />

o acionamento parcial durante o dia, e total a partir do final da<br />

tarde”, diz Cláudia.<br />

Tratado como um shopping pelo projeto, o mall dispõe de uma<br />

iluminação mais suave, definida por linhas e pontos luminosos que<br />

oferecem um nível médio de iluminação de 300 lux. As linhas são<br />

desenhadas por sancas integradas ao forro, que delimitam planos<br />

lisos e acústicos, reforçam as circulações e definem espaços da<br />

praça de alimentação. Foram utilizadas luminárias para lâmpadas<br />

fluorescentes compactas duplas (26W, 3.000K) que promovem<br />

o conforto visual.<br />

Na área externa, a iluminação buscou valorizar os planos<br />

verticais por meio das luminárias para efeito uplight com barras<br />

de LED de 1,20 m (60W, 2.700K, 30 o ). Marcante na fachada, a<br />

marquise amarela, iluminada por LEDs agrupados, serve de suporte<br />

para os projetores de LED de facho concentrado (2.700K, 15 o ), que<br />

destacam o letreiro instalado no pórtico metálico verde treliçado.<br />

Tão impactante como a arquitetura, a luz exterior funciona como<br />

uma eficiente ferramenta de comunicação visual.<br />

FERREIRA COSTA HOME CENTER<br />

Recife<br />

Projeto de iluminação<br />

Via Arquitetura Iluminação e Design – Cláudia Torres<br />

Arquitetura<br />

Rangel Moreira Arquitetos<br />

Interiores<br />

Rangel Moreira Arquitetos e Lavínia Ferreira Costa<br />

Paisagismo<br />

Socorro Mussalém<br />

Fornecedores<br />

Schréder (luminárias da área externa), Itaim, Omega, Interpam<br />

(luminárias área interna), Philips (lâmpadas)<br />

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luz e forma<br />

vinte2 S<br />

design<br />

fernando prado<br />

lumini.com.br<br />

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