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GUIA DE CAMPO - Sema-MT - Governo do Estado de Mato Grosso

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Elton Antonio Silveira<br />

Hélida Bruno Nogueira Borges<br />

<strong>GUIA</strong> <strong>DE</strong> <strong>CAMPO</strong><br />

CARACTERIZAÇÃO <strong>DE</strong> TIPOLOGIAS<br />

VEGETAIS <strong>DE</strong> MATO GROSSO<br />

CLASSIFICAÇÃO DA VEGETAÇÃO CONFORME<br />

O MANUAL TÉCNICO DA VEGETAÇÃO BRASILEIRA<br />

IBGE


GOVERNO DO ESTADO <strong>DE</strong> MATO GROSSO<br />

Blairo Borges Maggi<br />

Governa<strong>do</strong>r<br />

Silval da Cunha Barbosa<br />

Vice-governa<strong>do</strong>r<br />

SECRETARIA <strong>DE</strong> ESTADO DO MEIO AMBIENTE<br />

Luis Henrrique Chaves Dal<strong>de</strong>gan<br />

Secretário <strong>de</strong> Meio Ambiente<br />

Afrânio Migliari<br />

Secretário Adjunto <strong>de</strong> Mudanças Climáticas<br />

Eliani Fachim<br />

Superinten<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Biodiversida<strong>de</strong><br />

Gabriela Rocha Priante Teles <strong>de</strong> Ávila<br />

Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> Ecossistemas<br />

Secretaria <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Meio Ambiente<br />

Superintendência <strong>de</strong> Biodiversida<strong>de</strong><br />

Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ria <strong>de</strong> Ecossistemas<br />

Palácio Paiaguás - CPA - Centro Político Administrativo<br />

Cuiabá - <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong> - CEP: 78.050-970<br />

Telefone: (65) 3613-7200 | 3613-7327<br />

Sites: www.mt.gov.br | www.sema.mt.gov.br


Secretaria <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Meio Ambiente - SEMA-<strong>MT</strong><br />

<strong>GUIA</strong> <strong>DE</strong> <strong>CAMPO</strong><br />

CARACTERIZAÇÃO <strong>DE</strong> TIPOLOGIAS<br />

VEGETAIS <strong>DE</strong> MATO GROSSO<br />

IOMAT-<strong>MT</strong><br />

Cuiabá, 2009


Da<strong>do</strong>s Internacionais <strong>de</strong> Catalogação na Publicação (CIP)<br />

(Câmara Brasileira <strong>do</strong> Livro, SP, Brasil)<br />

Guia <strong>de</strong> campo : caracterização <strong>de</strong> tipologias<br />

vegetais <strong>de</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong> / [organização /<br />

elaboração Elton Antonio Silveira, Hélida Bruno<br />

Nogueira Borges . -- Cuiabá, <strong>MT</strong> : Carlini &<br />

Caniato, 2009.<br />

Bibliografia<br />

ISBN 978-85-99146-86-6<br />

1. Florestas - Proteção - <strong>Mato</strong> grosso (<strong>MT</strong>)<br />

2. Vegetação - Levantamentos - <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong> (<strong>MT</strong>)<br />

I. Silveira, Elton Antonio. II. Borges, Hélida<br />

Bruno Nogueira.<br />

09-11872 CDD-634.93098172<br />

Índices para catálogo sistemático:<br />

1. <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong> : Guia <strong>de</strong> Campo : Tipologia<br />

vegetais 634.93098172<br />

Organização | Elaboração<br />

Elton Antonio Silveira | <strong>Sema</strong>-<strong>MT</strong><br />

Biólogo; M. Sc. em Ecologia<br />

e Conservação da Biodiversida<strong>de</strong><br />

Hélida Bruno Nogueira Borges | <strong>Sema</strong>-<strong>MT</strong><br />

Eng. Florestal; Dra. em Biologia Vegetal<br />

Editoração <strong>do</strong>s mapas<br />

Olga Patricia Kummer | <strong>Sema</strong>-<strong>MT</strong><br />

Revisão <strong>do</strong>s Mapas<br />

Doralice Jacomazi<br />

Revisão<br />

Rosalina Taques<br />

Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica<br />

Carlini & Caniato Editorial (nome Fantasia da Editora TantaTinta Ltda.)<br />

Rua Nossa Senhora <strong>de</strong> Santana, 139 – sl. 03 – Goiabeira – 78.020-610 – Cuiabá-<strong>MT</strong><br />

Tel.: (65) 3023-5714<br />

www.tantatinta.com.br/carliniecaniato


agra<strong>de</strong>cimentos<br />

Agra<strong>de</strong>cemos a to<strong>do</strong>s que, direta e indiretamente, contribuíram na produção <strong>de</strong>ste<br />

<strong>do</strong>cumento. Agra<strong>de</strong>cemos em especial ao Manoel Messias Santos (IBGE-RJ), pelos<br />

valiosos comentários e sugestões; Gabriela Rocha Priante Teles <strong>de</strong> Ávila (<strong>Sema</strong>-<strong>MT</strong>),<br />

pelo apoio financeiro na publicação; Lígia Nara Vendramin (<strong>Sema</strong>-<strong>MT</strong>), pela sugestão<br />

da área para o estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> caso; e Jonas Ferreira <strong>do</strong>s Santos (Seplan-<strong>MT</strong>), pelo auxílio<br />

na elaboração <strong>do</strong>s mapas temáticos. Agra<strong>de</strong>cemos ao GEF, representa<strong>do</strong> pela coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra<br />

<strong>do</strong> Projeto BRA/00/G31, Sra. Eliani Fachim (<strong>Sema</strong>-<strong>MT</strong>), pelo apoio financeiro<br />

na editoração.


PREFÁCIO<br />

<strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong>, com parte <strong>de</strong> seu extenso território inserida em três gran<strong>de</strong>s biomas<br />

brasileiros – Amazônia, Cerra<strong>do</strong> e Pantanal – reúne inúmeros ecossistemas, forman<strong>do</strong><br />

um mosaico <strong>de</strong> ambientes naturais. Os ambientes florestais pre<strong>do</strong>minam na porção<br />

amazônica, mas sem <strong>de</strong>ixarem <strong>de</strong> ser representativos nas associações formadas<br />

com aqueles savânicos e pantaneiros.<br />

Na região noroeste, as florestas ombrófilas, e em menor proporção as estacionais, ocupam<br />

82,3% da área original com vegetação nativa, <strong>de</strong> 104,705 km². Entre 1999 e 2008<br />

foram <strong>de</strong>smata<strong>do</strong>s 17,3% <strong>de</strong>sse total (Inpe, 2009), colocan<strong>do</strong> essa porção <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

em posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque em conservação das formações florestais. No entanto, reconhecidamente<br />

a exploração florestal e a pecuária são as principais ativida<strong>de</strong>s econômicas<br />

nos sete municípios que compõem a região, com tendência <strong>de</strong> expansão futura.<br />

Diante <strong>de</strong>sse contexto, o Guia <strong>de</strong> Campo – Caracterização <strong>de</strong> Tipologias Vegetais <strong>de</strong><br />

<strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong> constitui uma iniciativa bem-vinda que permitirá auxiliar os interessa<strong>do</strong>s<br />

em estudar a vegetação ou <strong>de</strong>senvolver ativida<strong>de</strong>s produtivas a i<strong>de</strong>ntificar as<br />

diferentes fitofisionomias presentes na região, particularmente os agentes <strong>do</strong> setor<br />

florestal.<br />

O livro é produto da discussão sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propor uma meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong><br />

fácil aplicação e que produzisse resulta<strong>do</strong>s confiáveis, sob as óticas técnica e científica,<br />

para a i<strong>de</strong>ntificação das tipologias vegetais <strong>de</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong>.<br />

O Projeto BRA/00/G31 Promoção <strong>de</strong> Conservação e Uso Sustentável da Biodiversida<strong>de</strong><br />

nas Florestas <strong>de</strong> Fronteira <strong>do</strong> Noroeste <strong>do</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong> apoia tal iniciativa,<br />

reconhecen<strong>do</strong> esta aplicabilida<strong>de</strong> não restrita à região noroeste, mas que se esten<strong>de</strong><br />

a to<strong>do</strong> o território mato-grossense. Po<strong>de</strong>rá contribuir no processo <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>cisão, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> orientar o licenciamento rural <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> no uso <strong>do</strong>s recursos<br />

naturais e no monitoramento <strong>do</strong>s seus efeitos sobre o meio ambiente. Desta forma,<br />

a SEMA estará asseguran<strong>do</strong> o equilíbrio entre as necessida<strong>de</strong>s sócioeconômicas com<br />

as exigências ecológicas e legais relativas ao meio ambiente.<br />

Eliani Fachim<br />

Superinten<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Biodiversida<strong>de</strong><br />

SEMA – <strong>MT</strong><br />

Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> Projeto BRA/00/G31<br />

Promoção <strong>de</strong> Conservação e Uso Sustentável da Biodiversida<strong>de</strong><br />

nas Florestas <strong>de</strong> Fronteira <strong>do</strong> Noroeste <strong>do</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong>


APRESENTAÇÃO<br />

<strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong> é um <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s brasileiros com gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formações<br />

vegetais. O Guia <strong>de</strong> Campo – Caracterização <strong>de</strong> Tipologias Vegetais <strong>de</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong><br />

surge com a necessida<strong>de</strong> premente <strong>de</strong> se i<strong>de</strong>ntificar em campo as diferentes tipologias<br />

encontradas no seu território. Até o momento, a distinção é realizada com base<br />

em diferentes mapas <strong>de</strong> vegetação, que têm se mostra<strong>do</strong> ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s na <strong>de</strong>finição<br />

com precisão <strong>do</strong>s limites das tipologias.<br />

A experiência <strong>de</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong> mostra o quão importante po<strong>de</strong> ser a i<strong>de</strong>ntificação<br />

<strong>de</strong> uma tipologia e a <strong>de</strong>finição <strong>do</strong>s seus limites. Foi o primeiro esta<strong>do</strong> a introduzir o<br />

licenciamento ambiental das proprieda<strong>de</strong>s rurais, exigin<strong>do</strong> a obrigatória averbação<br />

em cartório da reserva legal e a proteção das áreas <strong>de</strong> preservação permanente,<br />

ambas instituídas no Código Florestal Brasileiro (Lei nº 4.771/1965).<br />

As tipologias vegetais diferem em extensão da área ocupada e na distribuição geográfica,<br />

com implicações diretas no licenciamento ambiental e nas políticas públicas<br />

<strong>de</strong> conservação da biodiversida<strong>de</strong>, principalmente para o ecótono Amazônia-Cerra<strong>do</strong>,<br />

presente em gran<strong>de</strong>s extensões <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>.<br />

O livro contribui para a i<strong>de</strong>ntificação das tipologias vegetacionais <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Mato</strong><br />

<strong>Grosso</strong>, tanto por profissionais da engenharia florestal como biólogos, por meio <strong>de</strong><br />

avaliação <strong>de</strong> parâmetros bióticos e abióticos que permitem a caracterização simples,<br />

rápida, mas <strong>de</strong> forma eficiente, da vegetação. Além disso, servirá como referência para<br />

o corpo técnico da Secretaria <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Meio Ambiente (<strong>Sema</strong>) a<strong>do</strong>tar o Sistema <strong>de</strong><br />

Classificação da Vegetação Brasileira <strong>do</strong> IBGE.<br />

Os autores


sumário<br />

SEÇÃO I – BASE TEÓRICA PARA CARACTERIZAÇÃO <strong>DE</strong> TIPOLOGIAS<br />

Introdução....................................................................................................................................15<br />

Tipologias <strong>de</strong> vegetação.............................................................................................................17<br />

Tipologia florestal.......................................................................................................................................17<br />

Tipologia <strong>de</strong> cerra<strong>do</strong>...................................................................................................................................18<br />

Tipologia <strong>de</strong> campinarana...........................................................................................................................18<br />

Tipologia <strong>de</strong> chaco......................................................................................................................................19<br />

Formação pioneira......................................................................................................................................19<br />

Conceitos........................................................................................................................................20<br />

Ambiente físico..............................................................................................................................20<br />

Relevo.........................................................................................................................................................20<br />

Profundida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo..................................................................................................................................21<br />

Ambiente....................................................................................................................................................21<br />

Serapilheira.................................................................................................................................................21<br />

Estrutura da vegetação.............................................................................................................22<br />

Altura <strong>do</strong> <strong>do</strong>ssel..........................................................................................................................................22<br />

Cobertura da vegetação.............................................................................................................................22<br />

Área basal...................................................................................................................................................22<br />

Índice <strong>de</strong> furcação......................................................................................................................................23<br />

Formas <strong>de</strong> vida..............................................................................................................................23<br />

Fanerófitos..................................................................................................................................................23<br />

Caméfitos....................................................................................................................................................24<br />

Hemicriptófitos...........................................................................................................................................24<br />

Geófitos......................................................................................................................................................24<br />

Terófitos......................................................................................................................................................24<br />

Lianas..........................................................................................................................................................24<br />

Epífitas........................................................................................................................................................25<br />

Hidrófitos....................................................................................................................................................25<br />

Briófitas.......................................................................................................................................................25<br />

Palmeiras....................................................................................................................................................26<br />

Méto<strong>do</strong>s..........................................................................................................................................27<br />

Serapilheira.................................................................................................................................................27<br />

Cobertura da vegetação..............................................................................................................................27<br />

Altura <strong>do</strong> <strong>do</strong>ssel..........................................................................................................................................27<br />

Área basal...................................................................................................................................................28<br />

Índice <strong>de</strong> furcação.......................................................................................................................................28<br />

Formas <strong>de</strong> vida............................................................................................................................................29


Equipamentos e materiais..........................................................................................................30<br />

Análise <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s........................................................................................................................31<br />

Referências bibliográficas........................................................................................................32<br />

SEÇÃO Ii – Dicionário <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s para gps/formulário, cálculos e análise <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s<br />

Introdução....................................................................................................................................37<br />

O dicionário <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s.................................................................................................................38<br />

Escolhen<strong>do</strong> característica.......................................................................................................39<br />

Preenchen<strong>do</strong> atributos..............................................................................................................41<br />

SEÇÃO Iii – Exemplo <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s e estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> caso<br />

Mapeamento das tipologias <strong>de</strong> vegetação da sub-bacia <strong>do</strong> rio formigA<br />

Campos <strong>de</strong> Júlio – mt<br />

Procedimentos..............................................................................................................................45<br />

Descrição das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento...............................................................................46<br />

Tipos <strong>de</strong> vegetação.......................................................................................................................48<br />

Floresta estacional semi<strong>de</strong>cidual submontana <strong>do</strong>ssel uniforme (fsu)...................................................48<br />

A) estrutura da vegetação...........................................................................................................................48<br />

B) formas <strong>de</strong> vida.......................................................................................................................................49<br />

C) composição florística.............................................................................................................................51<br />

Savana florestada (sd)................................................................................................................51<br />

A) estrutura da vegetação...........................................................................................................................51<br />

B) formas <strong>de</strong> vida.......................................................................................................................................52<br />

C) composição florística.............................................................................................................................52<br />

Savana arborizada (sas).............................................................................................................52<br />

A) estrutura da vegetação...........................................................................................................................52<br />

B) formas <strong>de</strong> vida.......................................................................................................................................53<br />

C) composição florística.............................................................................................................................55<br />

Savana parque (sps).....................................................................................................................55<br />

A) estrutura da vegetação...........................................................................................................................55<br />

B) formas <strong>de</strong> vida.......................................................................................................................................55<br />

C) composição florística.............................................................................................................................55<br />

Formação pioneira<br />

FORMAção com influência fluvial herbácea com palmeiras (pahp).........................................56<br />

A) formas <strong>de</strong> vida.......................................................................................................................................56<br />

B) composição florística.............................................................................................................................57<br />

Consi<strong>de</strong>rações...............................................................................................................................58<br />

Referências bibliográficas........................................................................................................61<br />

ANEXOs.............................................................................................................................................63


SEÇÃO I<br />

Base teórica para caracterização<br />

<strong>de</strong> tipologias


INTRODUÇÃO<br />

Neste Guia <strong>de</strong> Campo as tipologias <strong>de</strong> vegetação são <strong>de</strong>terminadas após levantamentos<br />

<strong>de</strong> da<strong>do</strong>s, sobre o meio físico e biótico, que permitem a caracterização <strong>do</strong><br />

ambiente em pontos amostrais. Os da<strong>do</strong>s coleta<strong>do</strong>s são sistematiza<strong>do</strong>s em Protocolo<br />

<strong>de</strong> Coleta <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s, elabora<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma a assegurar o levantamento das informações<br />

em curto espaço <strong>de</strong> tempo (anexo 1).<br />

A seleção <strong>do</strong>s parâmetros <strong>de</strong> avaliação foi realizada a partir daqueles a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s pelo<br />

Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estatística (IBGE, 1992), para o Sistema <strong>de</strong> Classificação<br />

da Vegetação Brasileira, no enquadramento das formações em classes (Floresta,<br />

Campinarana, Savana e Estepe).<br />

A classificação <strong>do</strong> IBGE foi elaborada consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> duas bases <strong>de</strong> informações, a<br />

fisionômico-ecológica e a florística, que se complementam para formar o sistema<br />

primário, ten<strong>do</strong> por referência a vegetação não antropizada (primária). O sistema<br />

primário <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong>fine uma legenda específica para cada formação a ser<br />

a<strong>do</strong>tada na escala <strong>de</strong> 1:25.000 até 1:1.000.000 (escala exploratória).<br />

O sistema fisionômico-ecológico compreen<strong>de</strong> a vegetação <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma hierarquia<br />

<strong>de</strong> formações que <strong>de</strong>ve ser inicialmente separada pela estrutura fisionômica <strong>de</strong>terminada<br />

pelas formas <strong>de</strong> vida <strong>do</strong>minantes, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser florestal e não florestal, o<br />

clima (ombrófilo e estacional) associa<strong>do</strong> ao déficit hídrico, a transpiração foliar, a<br />

fertilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s solos, a fisionomia (comportamento das plantas conforme forma <strong>de</strong><br />

vida), o ambiente e o relevo. O conjunto <strong>de</strong> informações gera<strong>do</strong> nessa análise <strong>de</strong>fine<br />

a fisionomia específica da vegetação.<br />

O sistema florístico exige o levantamento <strong>de</strong>talha<strong>do</strong> da composição florística <strong>de</strong> uma<br />

comunida<strong>de</strong> por meio <strong>de</strong> amostragens da estrutura (fitossociologia), com a i<strong>de</strong>ntificação<br />

das espécies na área amostrada, indican<strong>do</strong> o Domínio Florístico a que pertence<br />

a associação (menor unida<strong>de</strong> da comunida<strong>de</strong> vegetal).<br />

Para a <strong>de</strong>finição da formação vegetal, em campo, o Protocolo <strong>de</strong> Coleta foi elabora<strong>do</strong><br />

com base nas seguintes premissas:<br />

• O termo “formação” se refere a “fisionomias <strong>de</strong> vegetação homogêneas”, segun<strong>do</strong><br />

o Sistema <strong>de</strong> Classificação da Vegetação Brasileira <strong>do</strong> IBGE.<br />

• Qualquer referência à “tipologia <strong>de</strong> vegetação” diz respeito ao “tipo fisionômico<br />

<strong>de</strong> vegetação”.<br />

• A tipologia florestal se caracteriza por apresentar um estrato arbóreo contínuo e<br />

um estrato arbustivo-herbáceo <strong>de</strong>scontínuo, em oposição à tipologia cerra<strong>do</strong> (savânica),<br />

on<strong>de</strong> existe <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> <strong>do</strong> estrato arbóreo e continuida<strong>de</strong> <strong>do</strong> estrato<br />

arbustivo-herbáceo.<br />

Seção I - Base Teórica para Caracterização <strong>de</strong> Tipologias | 15


• Nas formações pioneiras não serão avaliadas as características estruturais pelo fato<br />

<strong>de</strong> a vegetação se encontrar em constante processo <strong>de</strong> sucessão ecológica primária<br />

nos terrenos inconsolida<strong>do</strong>s (IBGE, 1992).<br />

• As formas <strong>de</strong> vida muitas vezes diferem entre tipologias em função das adaptações<br />

morfológicas e funcionais às condições ambientais particulares (clima, temperatura,<br />

umida<strong>de</strong>, solo) <strong>de</strong> cada ecossistema.<br />

• A i<strong>de</strong>ntificação taxonômica das espécies <strong>de</strong> plantas <strong>de</strong>verá estar associada à análise<br />

da estrutura, nos casos <strong>de</strong> formações com características estruturais semelhantes<br />

como, por exemplo, entre áreas <strong>de</strong> floresta (estacional semi<strong>de</strong>cidual ou <strong>de</strong>cidual) e<br />

<strong>de</strong> savana florestada (cerradão).<br />

Guia <strong>de</strong> Campo - Caracterização <strong>de</strong> Tipologias Vegetais <strong>de</strong> <strong>MT</strong> | 16


TIPOLOGIAS <strong>DE</strong> VEGETAÇÃO<br />

Em <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong> as tipologias mais representativas em área são as florestais, as<br />

savânicas e as formações pioneiras. Por tal motivo serão estas as indicadas como<br />

referência para avaliação no Protocolo <strong>de</strong> Coleta <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s. No entanto, o reconhecimento<br />

<strong>de</strong> outras tipologias no esta<strong>do</strong> é essencial para que, em campo, qualquer<br />

profissional consiga efetuar a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> forma correta. Nesse senti<strong>do</strong>, o guia<br />

traz uma adaptação da legenda <strong>do</strong> Sistema <strong>de</strong> Classificação da Vegetação Brasileira<br />

(IBGE, 1992) para <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong> no anexo II.<br />

A i<strong>de</strong>ntificação correta das tipologias das chamadas “Áreas <strong>de</strong> Tensão Ecológica” (vegetação<br />

<strong>de</strong> transição) é igualmente importante, mas representa uma tarefa muitas<br />

vezes difícil por suas particularida<strong>de</strong>s ecológicas. De acor<strong>do</strong> com o IBGE (1992) essas<br />

áreas po<strong>de</strong>m ser constituídas por comunida<strong>de</strong>s com composição florística <strong>de</strong>finida<br />

por espécies <strong>de</strong> formações diferentes (ecótonos) ou comunida<strong>de</strong>s separadas por solos<br />

diferencia<strong>do</strong>s, resultan<strong>do</strong> em contatos edáficos (encraves).<br />

O IBGE (1992) esclarece que os ecótonos são áreas <strong>de</strong> contato entre tipologias <strong>de</strong> vegetação<br />

com fisionomia semelhante (floresta ombrófila/floresta estacional) ou com<br />

fisionomias distintas (floresta ombrófila/savana). Os encraves, por sua vez, são facilmente<br />

<strong>de</strong>limita<strong>do</strong>s pela heterogeneida<strong>de</strong> abiótica (solos) que permite a separação<br />

fisionômica e florística <strong>de</strong> distintas formações.<br />

Os contatos são particularmente relevantes no esta<strong>do</strong>, pela extensão que ocupam<br />

entre os biomas Amazônia e Cerra<strong>do</strong>.<br />

Tipologia Florestal<br />

As formações são consi<strong>de</strong>radas como tipologia florestal nos seguintes casos: Floresta<br />

Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Aberta, Floresta Estacional Semi<strong>de</strong>cidual, Floresta<br />

Estacional Decidual, Campinarana Florestada, Savana Florestada, Savana Estépica<br />

Florestada.<br />

A formação Savana Florestada (cerradão) está inserida no Sistema <strong>de</strong> Classificação da<br />

Vegetação Brasileira <strong>do</strong> IBGE (1992) na classe savana, mas com estrutura e florística<br />

próprias <strong>de</strong> tipologias florestais. Segun<strong>do</strong> o IBGE (1992) essa formação ocorre em clima<br />

tropical estacional, com pre<strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> fanerófitos, <strong>de</strong> altura varian<strong>do</strong> entre 0,25<br />

e 20 m, e menor frequência <strong>de</strong> caméfitos, hemicriptófitos e palmeiras anãs. As espécies<br />

arbóreas típicas <strong>de</strong>sses ambientes são comuns nas formações savânicas: Caryocar<br />

brasiliense (pequi), Salvertia convallariaeo<strong>do</strong>ra (chapéu-<strong>de</strong>-couro), Bowdichia<br />

virgilioi<strong>de</strong>s (sucupira preta), Qualea grandiflora (pau-terra), Qualea parviflora (pauterra),<br />

Ana<strong>de</strong>nanthera peregrina (angico preto) e Kielmeyera coriacea (pau-santo).<br />

Seção I - Base Teórica para Caracterização <strong>de</strong> Tipologias | 17


Segun<strong>do</strong> Ribeiro e Walter (1998), a Savana Florestada é reconhecida por estudiosos<br />

como formação florestal. Os autores acrescentam que essa formação apresenta características<br />

próprias, como: (i) fisionomia florestal, (ii) composição florística semelhante<br />

à das Savanas Arborizadas (cerra<strong>do</strong>), (iii) <strong>do</strong>ssel contínuo, (iv) cobertura arbórea varia<br />

<strong>de</strong> 50% a 90%, (v) estrato arbóreo varia <strong>de</strong> 8 a 15 m <strong>de</strong> altura, (vi) várias espécies apresentam<br />

caducifolia ao longo da estação seca e (vii) ocorrência esparsa <strong>de</strong> epífitas.<br />

Os contatos na forma <strong>de</strong> ecótonos são consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s tipologia florestal nos seguintes<br />

casos: Contato Savana-Floresta Ombrófila, Contato Floresta Ombrófila-Floresta<br />

Estacional, Contato Campinarana-Floresta Ombrófila, Contato Savana-Floresta<br />

Estacional, Contato Savana Estépica-Floresta Ombrófila, Contato Savana Estépica-<br />

Floresta Estacional.<br />

Tipologia <strong>de</strong> Cerra<strong>do</strong><br />

As formações savânicas <strong>do</strong> bioma Cerra<strong>do</strong> são consi<strong>de</strong>radas como tipologia cerra<strong>do</strong><br />

nos seguintes casos: Savana Arborizada, Savana Parque e Savana Gramíneo-lenhosa.<br />

Ribeiro e Walter (1998) esclarecem que essas formações apresentam <strong>do</strong>is estratos<br />

<strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s, o arbóreo e o arbustivo-herbáceo, com a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> indivíduos arbóreos<br />

(fanerófitos) e <strong>de</strong> gramíneas (hemicriptófitos) <strong>de</strong>finin<strong>do</strong> cada subgrupo. Nesses<br />

ambientes as árvores são baixas e tortuosas, muitos arbustos apresentam órgãos<br />

subterrâneos <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s (xilopódios) que permitem a emissão <strong>de</strong> novos ramos<br />

aéreos após queima ou corte e as herbáceas são <strong>do</strong>minadas por inúmeros gêneros<br />

<strong>de</strong> gramíneas.<br />

O contato na forma <strong>de</strong> ecótono é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> tipologia cerra<strong>do</strong> no seguinte caso:<br />

Contato Savana-Savana Estépica.<br />

Tipologia <strong>de</strong> Campinarana<br />

O Sistema <strong>de</strong> Classificação da Vegetação Brasileira <strong>do</strong> IBGE (1992) reconhece a classe<br />

<strong>de</strong> formação Campinarana, com três subgrupos <strong>de</strong> formações: Campinarana Florestada,<br />

Campinarana Arborizada e Campinarana Gramíneo-lenhosa. A campinarana é<br />

indicada pelo IBGE (1992) como uma “região ecológica” com maior frequência no esta<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> Amazonas, concentrada na bacia <strong>do</strong>s rios Negro, Orinoco e Branco. Em <strong>Mato</strong><br />

<strong>Grosso</strong> foi constatada, até o momento, a ocorrência <strong>de</strong> manchas <strong>de</strong> Campinarana<br />

na região das bacias <strong>do</strong>s rios Cristalino e Juruena. No Parque Estadual Igarapés <strong>do</strong><br />

Juruena, as campinaranas estão associadas com áreas <strong>de</strong> cerra<strong>do</strong> e com as nascentes<br />

<strong>do</strong> rio Mutum. Levantamentos adicionais serão necessários visan<strong>do</strong> à i<strong>de</strong>ntificação<br />

<strong>de</strong> outras áreas com esse tipo <strong>de</strong> formação no esta<strong>do</strong>.<br />

Guia <strong>de</strong> Campo - Caracterização <strong>de</strong> Tipologias Vegetais <strong>de</strong> <strong>MT</strong> | 18


Tipologia <strong>de</strong> Chaco<br />

O Sistema <strong>de</strong> Classificação da Vegetação Brasileira <strong>do</strong> IBGE (1992) reconhece a classe<br />

<strong>de</strong> formação Savana-Estépica, com três subgrupos <strong>de</strong> formações: Savana-Estépica<br />

Arborizada, Savana-Estépica Parque, Savana-Estépica Gramíneo-lenhosa. O IBGE<br />

(1992) inclui nessa classe a vegetação <strong>de</strong> caatinga <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste brasileiro, os campos<br />

<strong>de</strong> Roraima e o chaco <strong>de</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong> <strong>do</strong> Sul e <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul. O texto informa<br />

que, na região centro-oeste, a vegetação chaquenha está concentrada principalmente<br />

próxima ao rio Paraguai, em <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong> <strong>do</strong> Sul, e se esten<strong>de</strong> em menor<br />

proporção até as margens <strong>do</strong> rio Guaporé, no esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong>.<br />

Formação Pioneira<br />

São áreas associadas às drenagens ou a <strong>de</strong>pressões úmidas, sensíveis a processos<br />

<strong>de</strong> intervenção antrópica e po<strong>de</strong>m apresentar mudanças na estrutura e composição<br />

florística <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a sazonalida<strong>de</strong> climática (BOVE et al., 2003). Esses ambientes<br />

são característicos das áreas inundáveis da planície inundável da Bacia <strong>do</strong> Alto<br />

Paraguai, da planície <strong>do</strong> Araguaia, <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> rio Guaporé e da Bacia <strong>do</strong> Xingu.<br />

Seção I - Base Teórica para Caracterização <strong>de</strong> Tipologias | 19


CONCEITOS<br />

Ambiente Físico<br />

Relevo<br />

O relevo é caracteriza<strong>do</strong> conforme Lemos e Santos (1996), a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> pelo Zoneamento<br />

Sócioeconômico Ecológico <strong>de</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong> (MATO GROSSO, 2000). Descreve ambientes<br />

segun<strong>do</strong> as condições <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>, comprimento <strong>de</strong> encostas e configuração<br />

superficial <strong>do</strong>s terrenos, implicadas nas formas topográficas para o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong> (figura 1). Cinco classes são <strong>de</strong>scritas:<br />

Plano: superfície <strong>de</strong> topografia esbatida ou horizontal, on<strong>de</strong> os <strong>de</strong>snivelamentos são<br />

muito pequenos, com <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>s variáveis <strong>de</strong> 0 a 3%.<br />

Suave ondula<strong>do</strong>: superfície <strong>de</strong> topografia pouco movimentada, constituída por conjunto<br />

<strong>de</strong> colinas ou outeiros (elevações <strong>de</strong> até 50 m e <strong>de</strong> 50 a 100 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>s<br />

relativas), apresentan<strong>do</strong> <strong>de</strong>clives suaves, pre<strong>do</strong>minantemente variáveis <strong>de</strong> 3 a 8%.<br />

Ondula<strong>do</strong>: superfície <strong>de</strong> topografia pouco movimentada, constituída por conjunto<br />

<strong>de</strong> colinas ou outeiros, apresentan<strong>do</strong> <strong>de</strong>clives mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s, pre<strong>do</strong>minantemente variáveis<br />

<strong>de</strong> 8 a 20%.<br />

Forte ondula<strong>do</strong>: superfície <strong>de</strong> topografia movimentada, formada por outeiros ou<br />

morros (elevações <strong>de</strong> 50 a 100 m e <strong>de</strong> 100 a 200 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>s relativas) e raramente<br />

colinas, com <strong>de</strong>clives fortes, pre<strong>do</strong>minantemente variáveis <strong>de</strong> 20 a 45%.<br />

Montanhoso: superfície <strong>de</strong> topografia vigorosa, com pre<strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> formas aci<strong>de</strong>ntadas,<br />

usualmente constituídas por morros, montanhas, maciços montanhosos e alinhamentos<br />

montanhosos, apresentan<strong>do</strong> <strong>de</strong>snivelamentos relativamente gran<strong>de</strong>s e<br />

<strong>de</strong>clives fortes ou muito fortes, pre<strong>do</strong>minantemente variáveis <strong>de</strong> 45 a 75%.<br />

Escarpa<strong>do</strong>: áreas com pre<strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> formas abruptas, compreen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> superfícies<br />

muito íngremes, tais como: apara<strong>do</strong>s, itaimbés, frentes <strong>de</strong> cuestas, falésias, vertentes<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>clives muito fortes, usualmente ultrapassan<strong>do</strong> 75% <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>.<br />

FIGURA 1. Formas <strong>de</strong> relevo segun<strong>do</strong> Lemos e Santos (1996). 1- Plano; 2- Suave-ondula<strong>do</strong>; 3- Ondula<strong>do</strong>; 4-<br />

Forte ondula<strong>do</strong>; 5- Montanhoso; 6- Escarpa<strong>do</strong><br />

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Profundida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Solo<br />

Nesse item optou-se pela diferenciação <strong>de</strong> solo raso e profun<strong>do</strong>, utilizan<strong>do</strong> o critério<br />

da Embrapa (1997). Os solos rasos apresentam profundida<strong>de</strong> máxima menor ou igual<br />

a 50 cm e os solos profun<strong>do</strong>s acima <strong>de</strong> 50 cm. A pouca profundida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> indicar<br />

a ocorrência <strong>de</strong> fisionomias abertas e as formas <strong>de</strong> vida que se adaptaram a esses<br />

ambientes. A tarefa <strong>de</strong> examinar a profundida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> se tornar complexa caso se<br />

queira precisar a espessura <strong>do</strong> solo. Entretanto, neste guia, o objetivo é obter a diferenciação<br />

entre solos extremamente rasos, on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong>m verificar afloramentos<br />

rochosos ou inferir a profundida<strong>de</strong> por meio <strong>de</strong> barrancos em beira <strong>de</strong> estradas ou<br />

rios, <strong>de</strong> solos mais profun<strong>do</strong>s.<br />

Ambiente<br />

Na caracterização <strong>do</strong> ambiente se procura relacionar as adaptações das comunida<strong>de</strong>s<br />

vegetais aos ambientes aquáticos ou semiaquáticos, ambos sujeitos às variações<br />

<strong>do</strong> nível da água. Busca-se diferenciar áreas on<strong>de</strong> os processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> materiais<br />

erodi<strong>do</strong>s são pre<strong>do</strong>minantes daquelas on<strong>de</strong> os processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>nudação/erosivos<br />

são mais atuantes. Foi realizada uma adaptação <strong>do</strong>s conceitos <strong>de</strong> Ross (1992)<br />

sobre a classificação <strong>do</strong> relevo e das formas <strong>de</strong> acumulação, utilizan<strong>do</strong> três classes:<br />

planície fluvial, <strong>de</strong>pressão úmida e terras não inundáveis.<br />

• Planície fluvial: abrange todas as áreas on<strong>de</strong> há influência direta <strong>do</strong>s rios, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

<strong>do</strong> relevo plano ou inclina<strong>do</strong>, incluin<strong>do</strong> também as áreas <strong>de</strong> acumulação<br />

lacustre.<br />

• Depressão úmida: <strong>de</strong>stina-se a representar as áreas <strong>de</strong> acumulação inundáveis,<br />

planas, que são periódica ou permanentemente alagadas, mas precariamente incorporadas<br />

à re<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem.<br />

• Terras não inundáveis: são todas aquelas em que não são verifica<strong>do</strong>s os processos<br />

<strong>de</strong> acumulação <strong>de</strong> água.<br />

Serapilheira<br />

Constituída por material <strong>de</strong> origem vegetal (folhas mortas, galhos, troncos, flores,<br />

frutos e sementes) e animal (restos animais e material fecal), <strong>de</strong>posita<strong>do</strong> na superfície<br />

<strong>do</strong> solo, que ao <strong>de</strong>compor-se supre o solo e as raízes com nutrientes e com matéria<br />

orgânica (MARTINS, 2001). A serapilheira po<strong>de</strong> ocorrer como um tapete ou mais<br />

frequentemente em manchas (GILLISON, 2006); indica a produtivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ecossistema,<br />

isto é, cobertura vegetal <strong>de</strong>nsa produz maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serapilheira (SILVA<br />

et al., 2007; <strong>CAMPO</strong>S et al., 2008; SANCHES et al., 2009).<br />

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Estrutura da Vegetação<br />

Altura <strong>do</strong> <strong>do</strong>ssel<br />

O <strong>do</strong>ssel é a cobertura superior da floresta, forma<strong>do</strong> pelas copas das árvores, com<br />

presença ou não <strong>de</strong> indivíduos emergentes. No Sistema <strong>de</strong> Classificação da Vegetação<br />

Brasileira <strong>do</strong> IBGE (1992), as tipologias florestais po<strong>de</strong>m apresentar <strong>do</strong>ssel uniforme<br />

ou <strong>do</strong>ssel emergente. Uma média da altura das árvores que compõem o <strong>do</strong>ssel fornece<br />

a medida da altura da vegetação analisada. A medida é básica para diferenciação <strong>de</strong><br />

estratos e distinção das fisionomias florestal e savânica, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o IBGE (1992).<br />

A tipologia florestal é consi<strong>de</strong>rada entre 6 e 30 m, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> alcançar na Amazônia até<br />

50 m, e nos ambientes savânicos (savana florestada) entre 6 e 20 m (Figura 2).<br />

Figura 2. Formas <strong>de</strong> <strong>do</strong>ssel segun<strong>do</strong> o Sistema Fitogeográfico Brasileiro, IBGE (1992)<br />

Cobertura da vegetação<br />

Tradicionalmente se consi<strong>de</strong>ra a cobertura total como sen<strong>do</strong> a projeção sobre o solo<br />

<strong>de</strong> todas as plantas. Árvores e outros vegetais são consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s opacos para efeito<br />

<strong>de</strong>sse cálculo, quan<strong>do</strong> se trata <strong>de</strong> uma floresta. Nesse senti<strong>do</strong> a avaliação da luminosida<strong>de</strong><br />

no sub-bosque <strong>de</strong> florestas <strong>de</strong>termina os processos ecológicos e fisiológicos<br />

<strong>do</strong>s vegetais (Suganuma et al., 2008). Tratan<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> fisionomias abertas, como as<br />

savânicas, esta estimativa difere, pois o efeito ecológico <strong>de</strong> uma cobertura <strong>de</strong> gramíneas<br />

não po<strong>de</strong> ter valor igual à cobertura <strong>de</strong> uma floresta, conforme Gillison (2006).<br />

Este autor propôs a diferenciação <strong>do</strong>s componentes da vegetação entre lenhoso e<br />

não lenhoso para solucionar o problema <strong>de</strong>sta estimativa.<br />

Área Basal<br />

Expressa em metros quadra<strong>do</strong>s a soma da seção <strong>do</strong>s caules <strong>de</strong> indivíduos que ocupam<br />

uma <strong>de</strong>terminada área. O méto<strong>do</strong> i<strong>de</strong>aliza<strong>do</strong> por Bitterlich, em 1948, é <strong>de</strong> simples<br />

procedimento para obtenção <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s e sua aplicação po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> extrema<br />

utilida<strong>de</strong> em situações em que se necessita <strong>de</strong> um diagnóstico rápi<strong>do</strong> da área basal<br />

entre outras características da vegetação. Estu<strong>do</strong> comparativo entre o méto<strong>do</strong> tradicional<br />

<strong>de</strong> parcelas fixas e <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> Bitterlich, realiza<strong>do</strong> por Farias et al. (2002),<br />

<strong>de</strong>monstrou estatisticamente não haver diferença significativa entre estes na avaliação<br />

<strong>do</strong>s parâmetros <strong>de</strong> área basal, volume e altura média.<br />

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Índice <strong>de</strong> Furcação<br />

O índice <strong>de</strong> Furcação (fi) foi concebi<strong>do</strong> por Gillison (1988) como sen<strong>do</strong> a distância<br />

entre o ápice e a primeira furcação <strong>do</strong> caule principal <strong>de</strong> uma árvore e é expresso<br />

em percentagem <strong>do</strong> total <strong>de</strong> altura da planta. A utilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste recurso resi<strong>de</strong> na<br />

forma como a estrutura principal <strong>do</strong> tronco é influenciada pelo <strong>de</strong>stino <strong>do</strong> meristema<br />

apical. Muitas plantas que são constantemente submetidas a danos <strong>de</strong> insetos,<br />

incêndios, secas ou ventos fortes, por exemplo, exibem ramificações recorrentes a<br />

partir <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> quebra da haste principal. Portanto, um pinheiro (Pinus spp.),<br />

com caule sem ramificação, teria um fi zero, uma mangueira (Mangifera indica) po<strong>de</strong><br />

ter um fi <strong>de</strong> 50% e uma marmelada-<strong>de</strong>-espinho (Alibertia verrucosa), uma espécie <strong>do</strong><br />

cerra<strong>do</strong> multicaulinar, po<strong>de</strong>ria ter um fi <strong>de</strong> 100% (figura 3).<br />

FIGURA 3. Índice <strong>de</strong> Furcação<br />

Formas <strong>de</strong> Vida<br />

A classificação das formas <strong>de</strong> vida seguiu a <strong>de</strong>finição e a adaptação realizada pelo<br />

IBGE (1992) sobre os conceitos elabora<strong>do</strong>s por Raunkiaer (1934). O IBGE reconheceu<br />

as formas Fanerófito, Caméfito, Hemicriptófito, Geófito, Terófito, Liana e incluiu a<br />

forma Xeromórfito. Para a caracterização <strong>de</strong> tipologias <strong>de</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong> foram incluídas<br />

as formas Epífita, Hidrófita, Briófita e Palmeira e excluída a forma Xeromórfito,<br />

que representa uma variação <strong>do</strong> geófito.<br />

Fanerófitos<br />

São plantas lenhosas, com as gemas e brotos <strong>de</strong><br />

crescimento protegi<strong>do</strong>s por catáfilos, com 0,25 m<br />

(plântulas) a 50 m <strong>de</strong> altura, ocorren<strong>do</strong> em formações<br />

savânicas e florestais. Neste grupo estão<br />

incluídas as espécies arbóreas (figura 4).<br />

FIGURA 4<br />

Vochysia divergens<br />

(Cambará)<br />

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Caméfitos<br />

São plantas lenhosas, com gemas e brotos <strong>de</strong><br />

crescimento situa<strong>do</strong>s acima <strong>do</strong> solo e protegi<strong>do</strong>s<br />

por catáfilos ou por folhas verticiladas ao nível <strong>do</strong><br />

solo, atingin<strong>do</strong> até 2 m <strong>de</strong> altura, ocorren<strong>do</strong> em<br />

formações savânicas e florestais. Os indivíduos<br />

po<strong>de</strong>m apresentar caule indiviso ou ramifica<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a base ou produção <strong>de</strong> vários caules (multicaulinar).<br />

Neste grupo estão incluídas as espécies<br />

arbustivas (figura 5).<br />

FIGURA 5<br />

Vernonia sp.<br />

(Assa-peixe)<br />

Hemicriptófitos<br />

São plantas herbáceas, com gemas e brotos <strong>de</strong><br />

crescimento protegi<strong>do</strong>s ao nível <strong>do</strong> solo pelo conjunto<br />

<strong>de</strong> caules (céspe<strong>de</strong>s) que morrem na época<br />

<strong>de</strong>sfavorável, ocorren<strong>do</strong> pre<strong>do</strong>minantemente<br />

em formações savânicas. Poaceae (gramíneas) e<br />

Cyperaceae são famílias que reúnem muitas espécies<br />

hemicriptófitas (figura 6).<br />

FIGURA 6<br />

Imperata<br />

brasiliense<br />

(Capim-sapé)<br />

Geófitos<br />

São plantas com porte herbáceo ou arbustivo e<br />

órgãos <strong>de</strong> crescimento (gema, xilopódio, raízes<br />

gemíferas, rizoma ou bulbo) situa<strong>do</strong>s no subsolo,<br />

estan<strong>do</strong> assim protegi<strong>do</strong>s durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong>sfavorável,<br />

ocorren<strong>do</strong> preferencialmente nas formações<br />

savânicas e, em alguns casos, nas áreas<br />

florestais (figura 7).<br />

FIGURA 7<br />

Zamia sp.<br />

Terófitos<br />

São plantas anuais, cujo ciclo vital é completa<strong>do</strong><br />

por sementes que sobrevivem à estação <strong>de</strong>sfavorável,<br />

ocorren<strong>do</strong> em formações savânicas e florestais<br />

(figura 8).<br />

FIGURA 8<br />

Bi<strong>de</strong>ns sp.<br />

(Picão)<br />

Lianas<br />

São plantas lenhosas (cipós) e/ou herbáceas (trepa<strong>de</strong>iras)<br />

que nascem no solo e crescem usan<strong>do</strong><br />

as árvores e arbustos como suporte, com as gemas<br />

e brotos <strong>de</strong> crescimento situa<strong>do</strong>s acima <strong>do</strong><br />

solo, protegi<strong>do</strong>s por catáfilos, ocorren<strong>do</strong> principalmente<br />

nas formações florestais (figura 9).<br />

FIGURA 9<br />

Bauhinia glabrata<br />

(Cipó-tripa-<strong>de</strong>-galinha)<br />

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Epífitas<br />

São plantas herbáceas que se utilizam <strong>de</strong> outras<br />

plantas para sustentação. Para efeito <strong>de</strong> simplificação,<br />

neste trabalho, serão agrupadas em uma<br />

única categoria as epífitas e hemiepífitas. A diferença<br />

entre os grupos está no local <strong>de</strong> germinação<br />

das sementes e estabelecimento das plantas.<br />

Segun<strong>do</strong> Ribeiro et al. (1999), nas epífitas a germinação<br />

das sementes e o crescimento <strong>do</strong>s indivíduos<br />

estão restritos aos galhos ou troncos <strong>de</strong><br />

árvores e não <strong>de</strong>senvolvem ligação com o solo. A<br />

maioria tem adaptações especiais para sobreviver<br />

em perío<strong>do</strong>s com pouca água, como espécies <strong>de</strong><br />

Orchidaceae, Bromeliaceae, Cactaceae e Gesneriaceae.<br />

Os autores informam que as hemiepífitas<br />

po<strong>de</strong>m germinar no <strong>do</strong>ssel e emitir raízes que<br />

crescem até o solo ou, inversamente, germinar<br />

no solo e crescer a<strong>de</strong>ridas ao tronco das árvores.<br />

Neste caso tem-se como exemplo espécies <strong>de</strong><br />

Araceae e <strong>de</strong> Moraceae (Ficus spp.) (figura 10).<br />

FIGURA 10<br />

Cathleia sp.<br />

Hidrófitos<br />

São plantas adaptadas à vida aquática, submersas<br />

total ou parcialmente (Ferri et al., 1992). De<br />

acor<strong>do</strong> com Amaral et al. (2008), são plantas que<br />

possuem a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resistir à submersão<br />

permanente ou periódica ao menos <strong>de</strong> seu sistema<br />

radicular, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> assim ocupar ambientes<br />

úmi<strong>do</strong>s pelo menos em algum perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> ano.<br />

Segun<strong>do</strong> Bove et al. (2003), apresentam adaptações<br />

à sazonalida<strong>de</strong>, como o anualismo ou a<br />

resistência à vida terrestre nos perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> estiagem<br />

(figura 11).<br />

Eichornia crassipes<br />

(Aguapé)<br />

FIGURA 11<br />

Pistia stratiotes<br />

(Alface-d´água)<br />

Briófitas<br />

São plantas sem raízes, caule verda<strong>de</strong>iro e folhas<br />

e <strong>de</strong>sprovidas <strong>de</strong> sistema vascular. Crescem preferencialmente<br />

em locais úmi<strong>do</strong>s e protegi<strong>do</strong>s da<br />

luz direta <strong>do</strong> sol, como pedras, ramos e caules<br />

<strong>de</strong> árvores. Gillison (2006) propôs a medida <strong>do</strong><br />

componente <strong>de</strong> plantas não vasculares para incluir<br />

plantas diminutas, como os musgos e hepáticas.<br />

Entretanto a avaliação <strong>de</strong>ste componente<br />

é diferente da estimativa horizontal das plantas<br />

lenhosas, pois as briófitas ocupam tanto espaço<br />

FIGURA 12<br />

Polytrichum sp.<br />

(Musgo)<br />

Seção I - Base Teórica para Caracterização <strong>de</strong> Tipologias | 25


vertical como horizontal. Segun<strong>do</strong> o autor, em alguns<br />

casos, po<strong>de</strong> ter pontuação próxima <strong>do</strong> valor<br />

máximo e cita como exemplo as regiões <strong>de</strong> Floresta<br />

Tropical Montana. Afirma ainda que a sazonalida<strong>de</strong><br />

e a <strong>de</strong>cidualida<strong>de</strong> ten<strong>de</strong>m a influenciar<br />

a estimativa <strong>de</strong> cobertura <strong>de</strong>sta forma <strong>de</strong> vida.<br />

Briófitas são influenciadas pelos extremos <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong><br />

e umida<strong>de</strong> (figura 12).<br />

Palmeiras<br />

São plantas monocotiledôneas da família Arecaceae<br />

e as mais características da flora tropical.<br />

Apresentam <strong>de</strong>senvolvimento individualiza<strong>do</strong>,<br />

particulariza<strong>do</strong> quanto à forma e aspecto. O caule<br />

ou estipe das palmeiras é alonga<strong>do</strong>, cilíndrico<br />

ou colunar, sem ramificação e ostenta no ápice<br />

um tufo <strong>de</strong> folhas (Lorenzi et al., 2004). Segun<strong>do</strong><br />

Hen<strong>de</strong>rson (1995), as principais características<br />

das Palmeiras são o caule lenhoso, a folha <strong>do</strong>brada<br />

ou plicada e a inflorescência composta envolvida<br />

por brácteas (figura 13).<br />

FIGURA 13<br />

Acrocomia aculeata<br />

(Bocaiuva)<br />

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MÉTODOS<br />

A i<strong>de</strong>ntificação da tipologia vegetal <strong>de</strong>ve ser realizada ten<strong>do</strong> duas referências iniciais.<br />

A primeira diz respeito à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> amostrar áreas que configurem maciços<br />

<strong>de</strong> vegetação nativa. A segunda trata da coleta <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s manten<strong>do</strong>-se significativa<br />

distância das bordas e <strong>de</strong> clareiras, <strong>de</strong> forma a representar a vegetação com poucas<br />

interferências sobre suas características ecológicas originais, ou seja, em melhor esta<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> conservação. Desta forma, evitam-se os efeitos da intensa ativida<strong>de</strong> agropecuária<br />

comum no entorno <strong>do</strong>s remanescentes <strong>de</strong> vegetação.<br />

A coleta <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s tem início com a <strong>de</strong>marcação <strong>de</strong> um transecto <strong>de</strong> 50 m, em disposição<br />

a ser <strong>de</strong>finida pelo coletor, que servirá <strong>de</strong> referência na avaliação da maioria<br />

<strong>do</strong>s parâmetros estruturais e ecológicos sob estu<strong>do</strong>.<br />

Com os da<strong>do</strong>s disponíveis o passo seguinte é <strong>de</strong>senvolver a análise, com cálculos<br />

simples, que basicamente estão restritos ao índice <strong>de</strong> furcação, à área basal pelo<br />

méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> área variável e à estimativa <strong>de</strong> cobertura das diferentes formas <strong>de</strong> vida.<br />

Existem programas específicos e disponíveis gratuitamente na internet para cálculos<br />

fitossociológicos ou <strong>do</strong> índice <strong>de</strong> furcação, como o FITOPAC (Shepherd, 1995) e o<br />

VegClass (Gillison, 2006), respectivamente. Entretanto, como os cálculos não são<br />

complexos, uma planilha eletrônica previamente formatada para resolver as fórmulas<br />

automaticamente é suficiente e eficaz.<br />

A seguir são <strong>de</strong>scritos os procedimentos para avaliação <strong>de</strong> cada parâmetro.<br />

Serapilheira<br />

A medida <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> da serapilheira po<strong>de</strong> ser tirada com auxílio <strong>de</strong> uma régua<br />

(30 cm).<br />

Cobertura da vegetação<br />

O percentual <strong>de</strong> cobertura, <strong>do</strong> estrato lenhoso arbóreo e <strong>do</strong> arbustivo-herbáceo, são<br />

estima<strong>do</strong>s subjetivamente observan<strong>do</strong> a projeção da sombra da vegetação sobre o<br />

solo. A somatória <strong>do</strong>s percentuais <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is estratos remete à cobertura total.<br />

Altura <strong>do</strong> <strong>do</strong>ssel<br />

A amostragem <strong>de</strong>ve ser efetuada ao longo <strong>de</strong> transecto <strong>de</strong> 50 m, e somente as árvores<br />

<strong>do</strong> <strong>do</strong>ssel serão referência para estimativa da altura. Um clinômetro, relascópio<br />

ou mesmo um méto<strong>do</strong> simples como o <strong>do</strong> “galho quebra<strong>do</strong>” po<strong>de</strong>m ser utiliza<strong>do</strong>s<br />

na estimativa.<br />

Seção I - Base Teórica para Caracterização <strong>de</strong> Tipologias | 27


Área basal<br />

A aplicação <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> i<strong>de</strong>aliza<strong>do</strong> por Bitterlich exige um relascópio e a sua aquisição<br />

<strong>de</strong>ve levar em conta o custo benefício <strong>do</strong>s levantamentos. Um mínimo <strong>de</strong> três pontos<br />

<strong>de</strong> Bitterlich po<strong>de</strong>m ser amostra<strong>do</strong>s para obter a média <strong>de</strong> área basal <strong>de</strong> um sítio.<br />

Alternativamente se po<strong>de</strong> utilizar <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> área variável (quadrantes) e, neste<br />

caso, sugere-se um transecto <strong>de</strong> 50 m, com pontos <strong>de</strong> amostragem em intervalos <strong>de</strong><br />

10 m, totalizan<strong>do</strong> 05 pontos. Em cada ponto é <strong>de</strong>positada sobre o solo uma cruzeta<br />

<strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, contabilizan<strong>do</strong> o perímetro <strong>de</strong> uma árvore por quadrante. Os cálculos<br />

são realiza<strong>do</strong>s com a fórmula abaixo:<br />

AB = P² / 4π<br />

On<strong>de</strong>: AB = Área Basal<br />

P = Perímetro (m)<br />

De acor<strong>do</strong> com Rodrigues (1988), para o cálculo da área basal por hectare nos casos<br />

em que se utiliza <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> área variável é necessário o cálculo da área média.<br />

A partir da área média, calcula-se a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> total por área (DTA), que expressa o<br />

número total <strong>de</strong> árvores, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da espécie, por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> área. Os<br />

cálculos são realiza<strong>do</strong>s com a fórmula abaixo:<br />

AM = |Σd/n|²<br />

On<strong>de</strong>: AM = Área média<br />

d = distância <strong>do</strong> indivíduo ao ponto <strong>de</strong> amostragem;<br />

N = número total <strong>de</strong> indivíduos<br />

DTA = U/AM<br />

On<strong>de</strong>: DTA = <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> total por área;<br />

U = unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> área (hectare)<br />

AM = área média<br />

Calculada a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> total é possível estimar o valor da área basal por hectare por<br />

meio da estimativa da área basal média por indivíduo, multiplica<strong>do</strong> pela <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

total. Ressalta-se que o cálculo da área média basea<strong>do</strong> na distância (d) po<strong>de</strong> acusar<br />

um erro sistemático, conforme discuti<strong>do</strong> por Martins (1993), <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à tomada da<br />

distância da árvore até o ponto <strong>de</strong> amostragem. Contu<strong>do</strong>, <strong>de</strong>ve-se consi<strong>de</strong>rar que<br />

o objetivo é estimar a área basal para efeito <strong>de</strong> comparação entre tipologias e não<br />

quantificar área basal para estimar volumetria, que neste caso <strong>de</strong>manda maior esforço<br />

<strong>de</strong> amostragem e méto<strong>do</strong>s específicos.<br />

Índice <strong>de</strong> Furcação<br />

A furcação das árvores é avaliada a partir <strong>de</strong> um ponto no centro <strong>do</strong> transecto e<br />

gravada para 20 indivíduos <strong>do</strong> <strong>do</strong>ssel, dispostos em uma espiral <strong>do</strong> centro para fora<br />

(figura 14). A medida é fácil <strong>de</strong> se realizar, com alta replicabilida<strong>de</strong> entre os observa<strong>do</strong>res.<br />

O Índice <strong>de</strong> Furcação foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por Gillison (1988) e é obti<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong><br />

coeficiente <strong>de</strong> variação percentual em torno da média.<br />

Guia <strong>de</strong> Campo - Caracterização <strong>de</strong> Tipologias Vegetais <strong>de</strong> <strong>MT</strong> | 28


cυ = σ/ μ<br />

On<strong>de</strong>: cυ = Coeficiênte <strong>de</strong> Variação<br />

σ = Desvio Padrão da média<br />

μ = Média Aritmética<br />

FIGURA 14. Esquema <strong>de</strong> procedimento para avaliação da cobertura <strong>do</strong> <strong>do</strong>ssel, das formas <strong>de</strong> vida e <strong>do</strong> índice <strong>de</strong><br />

furcação<br />

Formas <strong>de</strong> vida<br />

As formas <strong>de</strong> vida são estimadas por meio da cobertura-abundância (Braun-Blanquet,<br />

1979) que po<strong>de</strong> ser avaliada visualmente. Uma adaptação da escala, por Gillison<br />

(2006), proporciona melhor distribuição <strong>do</strong>s menores valores da escala, traduzin<strong>do</strong><br />

em melhor estimativa (tabela 1). Os cálculos estão relaciona<strong>do</strong>s ao valor médio<br />

para cada intervalo <strong>de</strong> cobertura-abundância relativa i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> em campo e que<br />

representará a média <strong>de</strong> cobertura estimada.<br />

TABELA 1. Escala <strong>de</strong> cobertura-abundância<br />

Cobertura-abundância<br />

Escala<br />

Cobertura <strong>de</strong> 100% 10<br />

Cobertura > 75% 9<br />

Cobertura entre 50-75% 8<br />

Cobertura entre 33-50% 7<br />

Cobertura entre 25-33% 6<br />

Cobertura <strong>de</strong> 20% 5<br />

Cobertura <strong>de</strong> 5% 4<br />

Cobertura pequena 3<br />

Cobertura dispersa 2<br />

Cobertura escassa 1<br />

Seção I - Base Teórica para Caracterização <strong>de</strong> Tipologias | 29


eQUIPAMENTOS E MATERIAIS<br />

Um mínimo <strong>de</strong> equipamentos é necessário para realizar levantamentos rápi<strong>do</strong>s visan<strong>do</strong><br />

à caracterização da vegetação (tabela 2):<br />

TABELA 2. Relação <strong>de</strong> equipamentos e materiais com a <strong>de</strong>scrição <strong>do</strong> uso no campo<br />

Equipamentos<br />

GPS<br />

Receptor <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s (GPS-GIS)<br />

Binóculos<br />

Clinômetro<br />

Relascópio<br />

Trenas <strong>de</strong> 50 m<br />

Câmera fotográfica<br />

Cruzeta <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira<br />

Tesoura <strong>de</strong> poda<br />

Prensas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, jornal e papelão<br />

Prancheta, lápis ou caneta<br />

Função<br />

Determinação das coor<strong>de</strong>nadas geográficas<br />

Coleta e armazenamento <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s em pontos<br />

com coor<strong>de</strong>nadas geográficas<br />

I<strong>de</strong>ntificação da fenofase reprodutiva das plantas<br />

e <strong>de</strong> características vegetativas <strong>de</strong> espécies arbóreas<br />

Determinação da altura <strong>de</strong> plantas<br />

Determinação da altura e área basal <strong>de</strong> plantas<br />

Instalação <strong>do</strong> transecto e marcação <strong>de</strong> distâncias<br />

a cada 10 metros<br />

Documentação fotográfica <strong>do</strong> levantamento em campo<br />

Levantamento <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s fitossociológicos pelo méto<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> área variável (méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> quadrantes)<br />

Coleta <strong>de</strong> material botânico<br />

Herborização <strong>do</strong> material botânico<br />

Coleta <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s em ficha <strong>de</strong> campo<br />

(Protocolo <strong>de</strong> Coleta <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s)<br />

Guia <strong>de</strong> Campo - Caracterização <strong>de</strong> Tipologias Vegetais <strong>de</strong> <strong>MT</strong> | 30


ANÁLISE DOS DADOS<br />

A análise <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s tem por finalida<strong>de</strong> sistematizar as informações e subsidiar o entendimento<br />

das variáveis coletadas em campo. Comparações entre variáveis por<br />

meio <strong>de</strong> gráficos e tabelas são os meios mais simples para apresentar os resulta<strong>do</strong>s.<br />

Algumas variáveis po<strong>de</strong>m ser relacionadas em um mesmo gráfico, a exemplo da altura<br />

e índice <strong>de</strong> furcação. A altura total da comunida<strong>de</strong>, expressa em metros, informa o<br />

crescimento máximo da comunida<strong>de</strong> enquanto o índice <strong>de</strong> furcação representará em<br />

percentual o quanto da altura é <strong>de</strong>finida por copa e o quanto por caule.<br />

A variação na distribuição <strong>de</strong> abundância das formas <strong>de</strong> vida po<strong>de</strong> ser observada<br />

comparan<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> diferentes amostras <strong>de</strong> uma mesma tipologia e <strong>de</strong> tipologias<br />

<strong>de</strong> uma mesma classe.<br />

Ou então, comparar a distribuição <strong>de</strong> abundância entre as formas <strong>de</strong> vida entre classes<br />

<strong>de</strong> vegetação, a exemplo <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong> e Floresta.<br />

Todas essas análises ficam mais bem elucidadas no estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> caso <strong>do</strong> mapeamento<br />

da vegetação da sub-bacia <strong>do</strong> rio Formiga, apresenta<strong>do</strong> na Seção III.<br />

Seção I - Base Teórica para Caracterização <strong>de</strong> Tipologias | 31


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

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general purposes. Jakarta: CIFOR, 2006.<br />

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INPE Projeto PRO<strong>DE</strong>S. Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por satélite.<br />

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Guia <strong>de</strong> Campo - Caracterização <strong>de</strong> Tipologias Vegetais <strong>de</strong> <strong>MT</strong> | 32


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RODRIGUES, R. R. Méto<strong>do</strong>s fitossociológicos mais usa<strong>do</strong>s. Campinas: Casa da Agricultura,<br />

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ROSS, J. L. S. O registro cartográfico <strong>do</strong>s fatos geomórficos e a questão da taxonomia<br />

<strong>do</strong> relevo. Rev. Depto. Geografia, FFLCH-USP, São Paulo, n. 6, p. 17-29, 1992.<br />

SHEPHERD, G. J. FITOPAC1. Manual <strong>do</strong> usuário. Campinas: Instituto <strong>de</strong> Biologia, Departamento<br />

<strong>de</strong> Botânica, UNICAMP, 1995.<br />

SILVA, C. J.; SANCHES, L.; BLEICH, M. E.; LOBO, F. A.; NOGUEIRA, J. S. Produção <strong>de</strong><br />

serrapilheira no cerra<strong>do</strong> e floresta <strong>de</strong> transição Amazônia-Cerra<strong>do</strong> <strong>do</strong> Centro-Oeste<br />

Brasileiro. Acta Amazônica, Manaus, v. 37, n. 4, p. 543-548, 2007.<br />

Seção I - Base Teórica para Caracterização <strong>de</strong> Tipologias | 33


SEÇÃO II<br />

Dicionário <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s<br />

para GPS/Formulário, Cálculos<br />

e Análise <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s


INTRODUÇÃO<br />

Nesta Seção é apresenta<strong>do</strong> um mo<strong>de</strong>lo para coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s utilizan<strong>do</strong> o dicionário<br />

<strong>de</strong> da<strong>do</strong>s para GPS, mo<strong>de</strong>lo “receptor Juno”. O uso <strong>do</strong> equipamento tem como vantagens<br />

o armazenamento digital das informações a respeito da vegetação, tais como<br />

estrutura, formas <strong>de</strong> vida, legenda, local <strong>de</strong> coleta e meio físico. As informações, uma<br />

vez armazenadas no GPS, ficam associadas a uma coor<strong>de</strong>nada geográfica e a um banco<br />

<strong>de</strong> da<strong>do</strong>s, que será processa<strong>do</strong> em um computa<strong>do</strong>r posteriormente. Dessa forma,<br />

as informações ficam disponíveis em meio digital eliminan<strong>do</strong> o trabalho <strong>de</strong> tabulação<br />

e digitalização <strong>de</strong>las.<br />

O mo<strong>de</strong>lo também propicia a padronização das informações coletadas em campo<br />

e evita o uso <strong>de</strong> formulários em papel. Outra vantagem é que uma vez <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> o<br />

formato <strong>do</strong> banco <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s é possível planejar as análises das informações e tornálas<br />

automáticas por meio <strong>de</strong> planilhas eletrônicas. Portanto, o trabalho <strong>de</strong> coleta e<br />

análise das informações se torna mais rápi<strong>do</strong> ao mesmo tempo em que viabiliza a<br />

comparação <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s para todas as regiões <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à padronização.<br />

Entretanto, há que se consi<strong>de</strong>rar que nem to<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vem ter à disposição um equipamento<br />

<strong>de</strong> GPS, com sistema <strong>de</strong> coletor <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s, e mesmo a sua aquisição <strong>de</strong>ve levar<br />

em consi<strong>de</strong>ração o custo-benefício. Portanto, para universalizar o uso da meto<strong>do</strong>logia<br />

é disponibiliza<strong>do</strong> também o formulário em papel. A seguir são <strong>de</strong>scritos os passos<br />

para a utilização <strong>do</strong> dicionário <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s na caracterização <strong>de</strong> tipologias.<br />

Seção II - Dicionário <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s para GPS/Formulário <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s | 37


O DICIONÁRIO <strong>DE</strong> DADOS<br />

O dicionário <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s é o programa utiliza<strong>do</strong> para coletar e armazenar as características<br />

das variáveis que serão mensuradas. na sua ausência, utiliza-se alternativamente<br />

formulário <strong>de</strong> papel (Protocolo <strong>de</strong> Coleta <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s). As variáveis po<strong>de</strong>m ser universais,<br />

aplicadas a todas as tipologias ou específicas, conforme mostra a tabela 1.<br />

TABELA 1. Relação das variáveis mensuradas em cada ponto <strong>de</strong> amostragem<br />

Seções Descritor Tipo <strong>de</strong> Da<strong>do</strong><br />

Referência <strong>do</strong> Local<br />

Ambiente Físico<br />

Local<br />

Data (dd-mm-ano)<br />

Número <strong>do</strong> ponto<br />

Coor<strong>de</strong>nada Geográfica<br />

Relevo<br />

Profundida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Solo<br />

Ambiente<br />

Alfanumérico<br />

Alfanumérico<br />

Alfanumérico<br />

Alfanumérico<br />

Texto<br />

Alfanumérico<br />

Texto<br />

Estrutura da<br />

Vegetação<br />

Formas <strong>de</strong> Vida<br />

Altura <strong>do</strong> Dossel<br />

Cobertura Total<br />

Cobertura Estrato Arbóreo<br />

Cobertura Arbustiva-Herbácea<br />

Área Basal<br />

Índice <strong>de</strong> Furcação<br />

Classificação (legenda)<br />

Fanerófito<br />

Caméfito<br />

Palmeiras<br />

Lianas<br />

Epífitas*<br />

Briófitas*<br />

Hemicriptófitos<br />

Terófitos<br />

Geófitos<br />

Hidrófitos**<br />

* Tipologia Floresta; **Formação Pioneira<br />

Numérico<br />

Numérico<br />

Numérico<br />

Numérico<br />

Numérico<br />

Numérico<br />

Texto<br />

Alfanumérico<br />

Alfanumérico<br />

Alfanumérico<br />

Alfanumérico<br />

Alfanumérico<br />

Alfanumérico<br />

Alfanumérico<br />

Alfanumérico<br />

Alfanumérico<br />

Alfanumérico<br />

Guia <strong>de</strong> Campo - Caracterização <strong>de</strong> Tipologias Vegetais <strong>de</strong> <strong>MT</strong> | 38


ESCOLHENDO CARACTERÍSTICA<br />

1º passo<br />

Ligue o aparelho GPS, clique no botão Start e selecione o programa TerraSync®. Após<br />

abrir o programa clique na Seta ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> botão Esta<strong>do</strong> e em seguida selecione<br />

Da<strong>do</strong>s (figura 1).<br />

FIGURA 1. “A” tela principal <strong>do</strong> GPS-GIS. “B” tela inicial <strong>do</strong> programa TerraSync<br />

2º passo<br />

Para criar um novo arquivo, selecione o Local on<strong>de</strong> será armazenada a informação,<br />

escreva o Nome Arquivo e selecione o Nome Dicionário no botão Seta. Clique no<br />

botão Criar, localiza<strong>do</strong> à direita no canto superior da tela. Uma nova janela irá se<br />

abrir com as seguintes opções <strong>de</strong> características:<br />

• TIPOLOGIA FLORESTAL<br />

• CERRADO<br />

• FORMAÇÃO PIONEIRA<br />

• PONTO REFERÊNCIA<br />

3º passo<br />

Escolha a característica <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a tipologia a ser caracterizada. Clique no botão<br />

Criar no la<strong>do</strong> superior direito da tela para iniciar a coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s (figura 2).<br />

Seção II - Dicionário <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s para GPS/Formulário <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s | 39


FIGURA 2. “A” tela para criação <strong>de</strong> arquivo basea<strong>do</strong> em um dicionário <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s. “B” tela para escolha <strong>de</strong> uma<br />

característica<br />

Guia <strong>de</strong> Campo - Caracterização <strong>de</strong> Tipologias Vegetais <strong>de</strong> <strong>MT</strong> | 40


PREENCHENDO ATRIBUTOS<br />

Uma vez cria<strong>do</strong> o arquivo e escolhida a característica para coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s, o dicionário<br />

iniciará automaticamente, geran<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> referência, como a Data e Número<br />

<strong>do</strong> ponto. Preencha a informação sobre o local utilizan<strong>do</strong> o tecla<strong>do</strong>. Utilize a barra <strong>de</strong><br />

rolagem para acessar as <strong>de</strong>mais variáveis (figura 3).<br />

FIGURA 3. “A” tela inicial <strong>do</strong> dicionário <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s. “B” para preenchimento <strong>de</strong> números o tecla<strong>do</strong> numérico<br />

aparece automaticamente<br />

Alguns campos são <strong>de</strong> preenchimento obrigatório e aparecem na tela com um asterisco<br />

em vermelho antes <strong>do</strong> nome da variável. O não-preenchimento <strong>de</strong> campo<br />

obrigatório acarreta a não-finalização da coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s e retorna automaticamente<br />

ao campo a ser preenchi<strong>do</strong>.<br />

Os campos para preenchimento são <strong>de</strong> três tipos: alfanumérico, numérico e texto<br />

(tabela 1). O primeiro tipo está formata<strong>do</strong> com um menu <strong>de</strong> múltipla escolha e é<br />

acessível por meio <strong>de</strong> tecla em forma <strong>de</strong> seta; o numérico, quan<strong>do</strong> seleciona<strong>do</strong>, remete<br />

automaticamente ao tecla<strong>do</strong> numérico e; o texto remete ao tecla<strong>do</strong> alfanumérico<br />

(figura 4). Uma vez preenchi<strong>do</strong>s to<strong>do</strong>s os campos, clique no botão OK para<br />

finalizar o procedimento <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s.<br />

Seção II - Dicionário <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s para GPS/Formulário <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s | 41


FIGURA 4. “A” tela mostran<strong>do</strong> menu <strong>de</strong> múltipla escolha. “B” campo texto <strong>de</strong> preenchimento obrigatório<br />

Na ausência <strong>de</strong> um coletor <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s, se utiliza alternativamente o Protocolo <strong>de</strong> Coleta<br />

<strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s para caracterização <strong>de</strong> tipologia vegetal, segun<strong>do</strong> o Sistema <strong>de</strong> Classificação<br />

da Vegetação Brasileira <strong>do</strong> IBGE (ver anexo).<br />

Guia <strong>de</strong> Campo - Caracterização <strong>de</strong> Tipologias Vegetais <strong>de</strong> <strong>MT</strong> | 42


SEÇÃO III<br />

Exemplo <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s e estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> caso<br />

Mapeamento das Tipologias <strong>de</strong> Vegetação<br />

da Sub-bacia <strong>do</strong> Rio Formiga<br />

Campos <strong>de</strong> Júlio – <strong>MT</strong>


PROCEDIMENTOS<br />

O mapeamento da vegetação da sub-bacia <strong>do</strong> rio Formiga foi realiza<strong>do</strong> a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong><br />

procedimentos para a i<strong>de</strong>ntificação e a <strong>de</strong>limitação <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento, representan<strong>do</strong><br />

classes específicas <strong>de</strong> vegetação, a conferência em campo das análises<br />

e a elaboração <strong>de</strong> mapa final com os tipos <strong>de</strong> vegetação.<br />

As imagens escolhidas para interpretar a vegetação foram <strong>do</strong> satélite MSS-Landsat-2,<br />

<strong>de</strong> 1975 e 1977, por apresentar o mínimo <strong>de</strong> uso antrópico e cobertura <strong>de</strong> nuvens,<br />

obtidas <strong>do</strong> sítio <strong>do</strong> Instituto Nacional <strong>de</strong> Pesquisa Espacial (Inpe). As imagens foram<br />

registradas em relação à base <strong>de</strong> hidrografia disponível no banco <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s da Secretaria<br />

<strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Meio Ambiente <strong>de</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong>, com composição colorida RGB<br />

(5, 4, 6).<br />

A i<strong>de</strong>ntificação das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento foi realizada por interpretação visual<br />

das imagens, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> os elementos cor, textura e forma. As unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vegetação<br />

interpretadas foram classificadas <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o Sistema <strong>de</strong> Classificação da<br />

Vegetação Brasileira <strong>do</strong> IBGE (1992), para gerar uma carta imagem preliminar com as<br />

unida<strong>de</strong>s interpretadas e legendadas.<br />

A conferência em campo das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mapeamento consistiu na coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s<br />

sobre a estrutura e o espectro biológico da vegetação a partir <strong>de</strong> amostras da vegetação.<br />

Nos Pontos <strong>de</strong> Amostragem foram caracteriza<strong>do</strong>s os parâmetros <strong>do</strong> ambiente<br />

físico, da área basal, das formas <strong>de</strong> vida e <strong>do</strong> percentual <strong>de</strong> cobertura <strong>de</strong>stas na fisionomia<br />

e a tipologia da vegetação.<br />

Seção III - Estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Caso/Exemplo <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s | 45


<strong>DE</strong>SCRIÇÃO DAS UNIDA<strong>DE</strong>S<br />

<strong>DE</strong> MAPEAMENTO<br />

Na região da sub-bacia <strong>do</strong> rio Formiga foram mapeadas quatro regiões fitoecológicas<br />

ou tipos <strong>de</strong> vegetação inseri<strong>do</strong>s no Sistema Fisionômico-Ecológico – Floresta Estacional<br />

Semi<strong>de</strong>cidual Submontana com <strong>do</strong>ssel uniforme (Fsu), Savana Florestada (Sd),<br />

Savana Arborizada (Sas) e Savana Parque (Sps). No Sistema <strong>de</strong> Transição ou Área <strong>de</strong><br />

Tensão Ecológica ou Contato Florístico foram mapea<strong>do</strong>s encraves <strong>de</strong> Floresta Estacional/Savana<br />

(SNc). No Sistema Edáfico <strong>de</strong> Primeira Ocupação foi mapeada Área <strong>de</strong><br />

Formação Pioneira representada por vegetação com influência fluvial e/ou lacustre,<br />

herbácea com palmeiras (Pahp).<br />

O mapeamento da vegetação (anexo II) revela que as formações ocupavam diferentes<br />

extensões na área <strong>de</strong> abrangência da sub-bacia. Do total da área da sub-bacia,<br />

2.121,78km², a Floresta Estacional ocupava 12% da área mapeada e ocorria associada<br />

ao rio Formiga e seus afluentes. Atualmente a maior unida<strong>de</strong> foi registrada na porção<br />

centro-sul da sub-bacia e outras menores e isoladas formam manchas localizadas nas<br />

cabeceiras <strong>do</strong>s afluentes. Na sub-bacia foi i<strong>de</strong>ntificada somente a fisionomia Floresta<br />

Estacional Semi<strong>de</strong>cidual Submontana <strong>do</strong>ssel uniforme.<br />

A vegetação <strong>de</strong> Savana recobria 76% da sub-bacia, ocupan<strong>do</strong> principalmente as áreas<br />

<strong>de</strong> relevo plano pouco disseca<strong>do</strong>, <strong>de</strong> baixa intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem fracamente entalhada.<br />

Foram i<strong>de</strong>ntificadas três fisionomias savânicas – Savana Florestada (9,47%),<br />

Savana Arborizada (21,02%) e Savana Arborizada associada com Savana Parque<br />

(45,48%). O contato entre a Floresta Estacional com a Savana, na forma <strong>de</strong> encraves,<br />

está presente ao norte da sub-bacia e correspondia a 12% da área. A Área <strong>de</strong> Formação<br />

Pioneira correspondia a menos <strong>de</strong> 1% da sub-bacia e, em campo, foi i<strong>de</strong>ntificada<br />

somente a Formação com influência fluvial Herbácea com palmeiras (figura 1).<br />

A composição florística das fisionomias mapeadas foi <strong>de</strong>terminada por meio <strong>de</strong> levantamentos<br />

realiza<strong>do</strong>s por Lima Júnior et al. (2009), Silva et al. (1999), E. C. Arruda<br />

(com. pess.), pelo técnico em botânica <strong>do</strong> Herbário UF<strong>MT</strong>, Sr. Libério Amorim Neto,<br />

em 2008, por técnicos da <strong>Sema</strong> em 2009. Foram i<strong>de</strong>ntificadas 198 espécies distribuídas<br />

em 65 famílias e 148 gêneros nos remanescentes <strong>de</strong> vegetação nativa da região<br />

(anexo III).<br />

Guia <strong>de</strong> Campo - Caracterização <strong>de</strong> Tipologias Vegetais <strong>de</strong> <strong>MT</strong> | 46


Floresta Savana Área Tensão Área Formação Pioneira<br />

FIGURA 1. Distribuição em percentual <strong>do</strong>s tipos <strong>de</strong> vegetação na sub-bacia <strong>do</strong> rio Formiga, município <strong>de</strong> Campos<br />

<strong>de</strong> Júlio, <strong>MT</strong><br />

Seção III - Estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Caso/Exemplo <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s | 47


TIPOS <strong>DE</strong> VEGETAÇÃO<br />

Floresta Estacional Semi<strong>de</strong>cidual<br />

Submontana Dossel uniforme (Fsu)<br />

Os locais amostra<strong>do</strong>s da Floresta Estacional apresentaram relevo plano, solos profun<strong>do</strong>s<br />

e ambiente não inundável, porém, sempre nas proximida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> drenagem. A<br />

camada <strong>de</strong> serapilheira variou em profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 2 a 5 cm.<br />

a) Estrutura da Vegetação<br />

A Floresta Estacional Semi<strong>de</strong>cidual se caracteriza pela ausência <strong>de</strong> árvores emergentes,<br />

<strong>do</strong>ssel uniforme e altura entre 12 e 18 m, com maiores valores à medida que se<br />

aproxima <strong>do</strong>s cursos d’água. O índice <strong>de</strong> furcação <strong>de</strong> 58% no ponto 4 e 28% no ponto<br />

1 <strong>de</strong>monstra pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong> indivíduos com fuste mais longo e pouco ramifica<strong>do</strong>.<br />

Quan<strong>do</strong> comparada com a Savana Florestada (cerradão) apresentou maior altura e<br />

variação no índice <strong>de</strong> furcação (figura 2). A área basal exibia valores semelhantes, em<br />

média 25m²/ha, para ambas as formações (figura 3).<br />

As duas amostras da floresta apresentaram cobertura arbórea média <strong>de</strong> 45%, maior<br />

que a arbustiva-herbácea média <strong>de</strong> 30%. Em um <strong>do</strong>s pontos amostra<strong>do</strong>s a Savana<br />

Florestada apresentou resulta<strong>do</strong> inverso, a cobertura arbustiva-herbácea maior que<br />

a arbórea. Em relação à cobertura total, a fisionomia <strong>de</strong> Floresta Estacional Semi<strong>de</strong>cidual<br />

apresentou média ligeiramente superior à da savana florestada – 75% contra<br />

68%, respectivamente (figura 4).<br />

Altura (m)<br />

20<br />

18<br />

16<br />

14<br />

12<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

SD-P2 SD-P3 FSU-P4 FSU-P1<br />

70,00<br />

60,00<br />

50,00<br />

40,00<br />

30,00<br />

20,00<br />

10,00<br />

0,00<br />

% CV<br />

Altura <strong>do</strong> Dossel<br />

fi (CV%)<br />

FIGURA 2. Altura e índice <strong>de</strong> furcação das tipologias florestais na sub-bacia <strong>do</strong> rio Formiga, município <strong>de</strong> Campos<br />

<strong>de</strong> Júlio, <strong>MT</strong><br />

Guia <strong>de</strong> Campo - Caracterização <strong>de</strong> Tipologias Vegetais <strong>de</strong> <strong>MT</strong> | 48


30,00<br />

25,00<br />

m²/ha<br />

20,00<br />

15,00<br />

10,00<br />

5,00<br />

0,00<br />

SD-P2 SD-P3 FSU-P4 FSU-P1<br />

FIGURA 3. Área basal das tipologias florestais na sub-bacia <strong>do</strong> rio Formiga, município <strong>de</strong> Campos <strong>de</strong> Júlio, <strong>MT</strong><br />

(SD=Savana Florestada; FSU=Floresta Estacional Semi<strong>de</strong>cidual Submontana Dossel uniforme)<br />

100<br />

% <strong>de</strong> Cobertura<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

SD-P2 SD-P3 FSU-P4 FSU-P1<br />

Cobertura Total Cobertura Arbórea Cobertura Arbusva<br />

FIGURA 4. Cobertura da vegetação das tipologias florestais na sub-bacia <strong>do</strong> rio Formiga, município <strong>de</strong> Campos<br />

<strong>de</strong> Júlio, <strong>MT</strong> (SD=Savana Florestada; FSU=Floresta Estacional Semi<strong>de</strong>cidual Submontana <strong>do</strong>ssel uniforme)<br />

b) Formas <strong>de</strong> Vida<br />

As fanerófitas apresentaram maior cobertura sobre as <strong>de</strong>mais formas <strong>de</strong> vida na Floresta<br />

Estacional Semi<strong>de</strong>cidual e na Savana Florestada. As briófitas e lianas também<br />

são <strong>do</strong>minantes nas duas fisionomias. Como as briófitas são sensíveis a ambientes<br />

<strong>de</strong> pouca umida<strong>de</strong>, intensa luminosida<strong>de</strong> e elevada temperatura (Gillison, 2006), é<br />

possível supor que condições climáticas opostas, associadas ao maior sombreamento,<br />

sejam verificadas na Floresta Estacional Semi<strong>de</strong>cidual. A presença <strong>de</strong> palmeiras e<br />

epífitas é pouco expressiva nas duas formações (figura 5, 6 e 7).<br />

Seção III - Estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Caso/Exemplo <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s | 49


Briófitas<br />

16%<br />

Epífitas<br />

1%<br />

Palmeiras<br />

3%<br />

Lianas<br />

13%<br />

Fanerófitos<br />

67%<br />

FIGURA 5. Distribuição das formas <strong>de</strong> vida para a tipologia Floresta Estacional Semi<strong>de</strong>cidual Submontana <strong>do</strong>ssel<br />

uniforme. Município <strong>de</strong> Campos <strong>de</strong> Júlio, <strong>MT</strong><br />

Epífitas<br />

2%<br />

Briófitas<br />

8%<br />

Palmeiras<br />

3%<br />

Lianas<br />

20%<br />

Fanerófitos<br />

67%<br />

FIGURA 6. Distribuição das formas <strong>de</strong> vida para a tipologia Savana Florestada. Município <strong>de</strong> Campos <strong>de</strong> Júlio, <strong>MT</strong><br />

Guia <strong>de</strong> Campo - Caracterização <strong>de</strong> Tipologias Vegetais <strong>de</strong> <strong>MT</strong> | 50


100<br />

80<br />

% <strong>de</strong> Cobertura<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

FSU-P4 SD-P2 SD-P3<br />

FIGURA 7. Distribuição da cobertura <strong>de</strong> formas <strong>de</strong> vida das tipologias florestais mapeadas na sub-bacia <strong>do</strong> rio<br />

Formiga, município <strong>de</strong> Campos <strong>de</strong> Júlio, <strong>MT</strong> (FSU=Floresta Estacional Semi<strong>de</strong>cidual Submontana <strong>do</strong>ssel uniforme;<br />

SD=Savana Florestada)<br />

c) Composição florística<br />

Nas áreas da fisionomia <strong>de</strong> Floresta Estacional da sub-bacia <strong>do</strong> rio Formiga, Lima<br />

Junior et al. (2009) observaram as seguintes espécies: Protium heptaphyllum, Himatanthus<br />

sucuuba, Xylopia benthamii, Miconia cuspidata, Tetragastris unifoliata, Dulacia<br />

guianensis, Brosimum rubescens, Virola sebifera, Mezilaurus itauba, Sacoglottis<br />

mattogrossensis, Pseu<strong>do</strong>media laevigata, Maprounea guianensis, entre outras.<br />

Savana Florestada (Sd)<br />

O cerradão foi amostra<strong>do</strong> em duas situações, uma em relevo plano e outra em relevo<br />

suave ondula<strong>do</strong>, mas ambas apresentaram solos profun<strong>do</strong>s e ambiente não inundável.<br />

A camada <strong>de</strong> serapilheira variou em profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 6 a 8 cm.<br />

a) Estrutura da Vegetação<br />

A Savana Florestada (cerradão) se caracteriza pela ausência <strong>de</strong> árvores emergentes,<br />

<strong>do</strong>ssel uniforme e altura entre 10 e 12 m. A estrutura da Savana Florestada se assemelha<br />

àquela da Floresta Estacional Semi<strong>de</strong>cidual, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> os parâmetros<br />

área basal e cobertura. A diferença mais significativa está no índice <strong>de</strong> furcação, que<br />

se manteve alto nos <strong>do</strong>is pontos amostra<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Savana Florestada, 51% e 46% (figura<br />

2). A presença <strong>de</strong> árvores bastante furcadas e outras com caules múltiplos é<br />

característica das formações savânicas (IBGE, 1992). Nessa fisionomia foi observada<br />

cobertura arbustiva-herbácea maior que a arbórea no ponto amostral Sd-P3. A classificação<br />

da fisionomia, no ponto Sd-P3, foi realizada com base no índice <strong>de</strong> furcação<br />

e <strong>do</strong> reconhecimento das espécies em campo.<br />

Seção III - Estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Caso/Exemplo <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s | 51


) Formas <strong>de</strong> Vida<br />

As fanerófitas, briófitas e lianas apresentaram igualmente maior cobertura na Savana<br />

Florestada (figura 6), mas com pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong> lianas sobre as briófitas.<br />

c) Composição florística<br />

Nas áreas da fisionomia <strong>de</strong> Savana Florestada da sub-bacia <strong>do</strong> rio Formiga, Lima<br />

Junior et al. (2009) observaram as seguintes espécies: Sacoglottis mattogrossensis,<br />

Protium heptaphyllum, Ilex affinis, Tachigali rugosa, Humira balsamifera, Vochysia<br />

rufa, Antonia ovata, Dulacia guianensis, Ptero<strong>do</strong>n emarginatus, Miconia ferruginea,<br />

Cupania hispida, Himatanthus sucuuba, entre outras.<br />

Savana Arborizada (Sas)<br />

Na Savana Arborizada foram realizadas duas amostragens, ambas em área <strong>de</strong> relevo<br />

suave ondula<strong>do</strong>, sob solo profun<strong>do</strong> e arenoso em ambiente não inundável.<br />

a) Estrutura da Vegetação<br />

Duas fisionomias savânicas foram observadas na sub-bacia <strong>do</strong> rio Formiga – a Savana<br />

Arborizada (cerra<strong>do</strong> stricto sensu) e a Savana Parque (campo-cerra<strong>do</strong>). A Savana<br />

Arborizada se caracteriza pela ausência <strong>de</strong> árvores emergentes e <strong>de</strong> <strong>do</strong>ssel<br />

uniforme. O primeiro ponto da Savana Arborizada (Sas-P1), amostra<strong>do</strong> em vegetação<br />

próxima ao rio Formiga, exibiu altura <strong>de</strong> 7 m e índice <strong>de</strong> furcação <strong>de</strong> 36%.<br />

No segun<strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> Savana Arborizada (Sas-P3), situa<strong>do</strong> distante <strong>de</strong> drenagem,<br />

a vegetação exibe altura <strong>de</strong> 3 m e índice <strong>de</strong> furcação <strong>de</strong> 60% (figura 8). A Savana<br />

Parque (Sps) se diferenciou da Savana Arborizada pela menor altura (2 m), área<br />

basal (2 m²) e índice <strong>de</strong> furcação (34%).<br />

A área basal da Savana Arborizada também apresentou variação significativa entre os<br />

pontos amostra<strong>do</strong>s. No ponto Sas-P3 a área basal computada é menor (2 m²) que a<br />

registrada para o Sas-P1 (9 m²) (figura 9). As diferenças em altura e área basal, entre<br />

pontos, provavelmente se justificam pelo alto índice <strong>de</strong> furcação (60%) no Sas-P3,<br />

configurada pela maior incidência <strong>de</strong> indivíduos com caules múltiplos e <strong>de</strong> pequena<br />

circunferência (figura 8).<br />

Guia <strong>de</strong> Campo - Caracterização <strong>de</strong> Tipologias Vegetais <strong>de</strong> <strong>MT</strong> | 52


Altura (m)<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

SAS-P1 SAS-P3 SPS-P2<br />

70,00<br />

60,00<br />

50,00<br />

40,00<br />

30,00<br />

20,00<br />

10,00<br />

0,00<br />

%CV<br />

Altura da Comunida<strong>de</strong><br />

fi(CV%)<br />

FIGURA 8. Altura e índice <strong>de</strong> furcação das tipologias <strong>de</strong> Savana Arborizada e Savana Parque na sub-bacia <strong>do</strong> rio<br />

Formiga, município <strong>de</strong> Campos <strong>de</strong> Júlio, <strong>MT</strong> (SAS=savana arborizada; SPS=savana parque)<br />

10,00<br />

8,00<br />

m²/ha<br />

6,00<br />

4,00<br />

2,00<br />

0,00<br />

SAS-P1 SAS-P3 SPS-P2<br />

FIGURA 9. Área basal das tipologias savânicas na sub-bacia <strong>do</strong> rio Formiga, município <strong>de</strong> Campos <strong>de</strong> Júlio, <strong>MT</strong><br />

(SAS=Savana Arborizada; SPS=Savana Parque)<br />

b) Formas <strong>de</strong> Vida<br />

As formas <strong>de</strong> vida pre<strong>do</strong>minantes nos ambientes savânicos, na sub-bacia <strong>do</strong> rio Formiga,<br />

são os hemicriptófitos (gramíneas) e os caméfitos (arbustos), que respon<strong>de</strong>m<br />

por 89% <strong>de</strong> cobertura nos pontos amostra<strong>do</strong>s (figura 10). Na Savana Arborizada a<br />

soma <strong>de</strong> caméfitos e fanerófitos é maior que <strong>de</strong> hemicriptófitos, enquanto na Savana<br />

Parque foi observa<strong>do</strong> o inverso (figura 11). Os indivíduos da palmeira Syagrus como-<br />

Seção III - Estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Caso/Exemplo <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s | 53


sa exibem crescimento diferencia<strong>do</strong>, sem estipe <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> e com sistema subterrâneo<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>, permitin<strong>do</strong> o seu enquadramento entre os geófitos.<br />

Terófitos<br />

1%<br />

Geófitos<br />

3%<br />

Fanerófitos<br />

7%<br />

Hemicriptófitos<br />

53%<br />

Caméfitos<br />

36%<br />

FIGURA 10. Distribuição das formas <strong>de</strong> vida para as tipologias savânicas na sub-bacia <strong>do</strong> rio Formiga, município<br />

<strong>de</strong> Campos <strong>de</strong> Júlio, <strong>MT</strong><br />

100<br />

80<br />

% <strong>de</strong> cobertura<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

Fan. Cam. Hem. Ter. Geo.<br />

P3-SAS P1-SAS P2-SPS<br />

FIGURA 11. Distribuição da cobertura <strong>de</strong> formas <strong>de</strong> vida das tipologias <strong>de</strong> cerra<strong>do</strong> na sub-bacia <strong>do</strong> rio<br />

Formiga, município <strong>de</strong> Campos <strong>de</strong> Júlio, <strong>MT</strong> (SAS=Savana Arborizada; SPS=Savana Parque; FAN=Fanerófitos;<br />

CAM=Caméfitos; HEM=Hemicriptófitos; TER=Terófitos; GEO=Geófitos)<br />

Guia <strong>de</strong> Campo - Caracterização <strong>de</strong> Tipologias Vegetais <strong>de</strong> <strong>MT</strong> | 54


c) Composição florística<br />

Nas áreas da fisionomia <strong>de</strong> Savana Arborizada da sub-bacia <strong>do</strong> rio Formiga, Lima Junior<br />

et al. (2009) observaram as seguintes espécies: Annona crassiflora, Hancornia<br />

speciosa, Eriotheca gracilipes, Caryocar brasiliense, Kielmeyera coriacea, Kielmeyera<br />

rubriflora, Buchenavia tomentosa, Connarus suberosus, Mabea ferruginea, Bowdichia<br />

virgilioi<strong>de</strong>s, Salvertia convallario<strong>do</strong>ra, Vochysia rufa, Syagrus comosa, entre outras.<br />

Savana Parque (Sps)<br />

Na Savana Parque foi realizada uma amostragem em área <strong>de</strong> relevo plano, sob solo<br />

profun<strong>do</strong> <strong>de</strong> textura mais argilosa em relação à Savana Arborizada e em ambiente<br />

não inundável.<br />

a) Estrutura da Vegetação<br />

Em termos <strong>de</strong> estrutura, a Savana Parque apresentou menores valores <strong>de</strong> área basal,<br />

altura e índice <strong>de</strong> furcação que a Savana Arborizada. Contu<strong>do</strong>, um <strong>do</strong>s pontos<br />

amostra<strong>do</strong>s da Savana Arborizada (Sas-P3) apresentou área basal similar à observada<br />

na Savana Parque (Sps-P2). A principal característica <strong>de</strong>ssa tipologia é a fisionomia<br />

aberta, <strong>de</strong> arvoretas e arbustos <strong>de</strong> pequeno porte distribuí<strong>do</strong>s sobre amplo tapete<br />

graminoso.<br />

b) Formas <strong>de</strong> Vida<br />

A forma <strong>de</strong> vida pre<strong>do</strong>minante na Savana Parque são os hemicriptófitos, geralmente<br />

representa<strong>do</strong>s nas savanas por gramíneas (Poaceae). No levantamento em campo<br />

foi constata<strong>do</strong> que essa fisionomia praticamente está extinta na sub-bacia <strong>do</strong> rio Formiga,<br />

ocupan<strong>do</strong> anteriormente gran<strong>de</strong>s extensões na região, conforme imagens <strong>de</strong><br />

satélite da década <strong>de</strong> 70 <strong>do</strong> século XX. No intuito <strong>de</strong> representar a sua ocorrência foi<br />

amostra<strong>do</strong> um ponto localiza<strong>do</strong> em área situada no limite da sub-bacia. Os indivíduos<br />

da palmeira Allagoptera sp. exibem crescimento diferencia<strong>do</strong>, sem estipe <strong>de</strong>fini<strong>do</strong><br />

e com sistema subterrâneo <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>, permitin<strong>do</strong> o seu enquadramento entre os<br />

geófitos.<br />

c) Composição florística<br />

Na área amostrada da fisionomia <strong>de</strong> Savana Parque da sub-bacia <strong>do</strong> rio Formiga foram<br />

observa<strong>do</strong>s os seguintes gêneros e espécies: Caryocar brasiliense, Connarus suberosus,<br />

Dimorphandra mollis, Duguetia furfuracea, Jacaranda caroba, Jacaranda<br />

ulei, Eryotheca gracilipes, Kielmeyera cf. rubriflora, Himatanthus obovatus, Miconia<br />

albicans, Miconia sp., Piptocarpha rotundifolia, Styrax ferrugineus, Cassytha filiformis,<br />

Buchenavia sp., Eupatorium sp., Davilla sp., Hyptis spp., Vochysia sp., Pseu<strong>do</strong>bombax<br />

sp., Solanum sp., Smilax sp. e Allagoptera sp.<br />

Seção III - Estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Caso/Exemplo <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s | 55


Formação Pioneira<br />

Formação com influência fluvial Herbácea com palmeiras (Pahp)<br />

A amostragem da Formação Pioneira foi realizada em ambiente <strong>de</strong> planície fluvial,<br />

solo alaga<strong>do</strong> em relevo plano <strong>de</strong> drenagem fracamente entalhada.<br />

Na caracterização da vegetação da formação pioneira não foram consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s os<br />

parâmetros estruturais da vegetação. A exclusão <strong>do</strong>s parâmetros se <strong>de</strong>ve ao comportamento<br />

da vegetação que se encontra em constante processo <strong>de</strong> sucessão ecológica<br />

primária nos terrenos inconsolida<strong>do</strong>s (IBGE, 1992). São áreas associadas às<br />

drenagens ou a <strong>de</strong>pressões úmidas, sensíveis a processos <strong>de</strong> intervenção antrópica<br />

e po<strong>de</strong>m apresentar mudanças na estrutura e composição florística <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a<br />

sazonalida<strong>de</strong> climática (Amaral et al., 2008).<br />

a) Formas <strong>de</strong> Vida<br />

As formas <strong>de</strong> vida pre<strong>do</strong>minantes na área amostrada são os hidrófitos, os hemicriptófitos<br />

e as palmeiras. Os caméfitos são mais representativos que os terófitos<br />

e as lianas (figura 12). Essa formação é conhecida regionalmente como vereda e a<br />

presença <strong>de</strong> caméfitos (arbustos) indica alterações na comunida<strong>de</strong>, uma vez que a<br />

característica da formação é a ausência ou presença restrita <strong>de</strong> formas <strong>de</strong> vida arbustiva<br />

e arbórea. Em campo foi verifica<strong>do</strong> o barramento da área para a formação<br />

<strong>de</strong> uma represa.<br />

Caméfitos<br />

4%<br />

Terófitos<br />

1%<br />

Lianas<br />

1%<br />

Hemicriptófitos<br />

15%<br />

Palmeiras<br />

15%<br />

Hidrófitos<br />

64%<br />

FIGURA 12. Distribuição da cobertura <strong>de</strong> formas <strong>de</strong> vida da Formação com influência fluvial Herbácea com<br />

palmeiras (Pahp), na sub-bacia <strong>do</strong> rio Formiga, município <strong>de</strong> Campos <strong>de</strong> Júlio, <strong>MT</strong><br />

Guia <strong>de</strong> Campo - Caracterização <strong>de</strong> Tipologias Vegetais <strong>de</strong> <strong>MT</strong> | 56


) Composição florística<br />

Na área amostrada da fisionomia <strong>de</strong> Formação Pioneira da sub-bacia <strong>do</strong> rio Formiga<br />

foram observa<strong>do</strong>s os seguintes gêneros e espécies terrestres: Sclerolobium aureum,<br />

Mauritiella aculeata, Ptero<strong>do</strong>n sp., Cyperus sp. e vários táxons <strong>de</strong> Poaceae, com pre<strong>do</strong>mínio<br />

<strong>de</strong> Andropogon bicornis.<br />

Seção III - Estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Caso/Exemplo <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s | 57


CONSI<strong>DE</strong>RAÇÕES<br />

No mapeamento da vegetação da sub-bacia <strong>do</strong> rio Formiga, ten<strong>do</strong> como referência<br />

inicial imagens <strong>de</strong> satélite <strong>do</strong>s anos 70, foi constatada a ocorrência <strong>de</strong> ambientes<br />

florestais e principalmente savânicos. A conferência <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s em campo permitiu<br />

confirmar a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> das unida<strong>de</strong>s mapeadas e também constatar a substituição<br />

<strong>de</strong> uma fisionomia com gran<strong>de</strong> representativida<strong>de</strong> na região, a Savana Arborizada<br />

associada com a Savana Parque (Sas+Sps), por culturas agrícolas nos últimos quarenta<br />

anos. As <strong>de</strong>mais fisionomias mapeadas ainda são encontradas ocupan<strong>do</strong> áreas <strong>de</strong><br />

menor extensão.<br />

Outro aspecto a ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> diz respeito à meto<strong>do</strong>logia utilizada na caracterização<br />

das fisionomias <strong>de</strong> vegetação. Os parâmetros a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s na avaliação (ambiente<br />

físico, estrutura e formas <strong>de</strong> vida) e a coleta <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s, associa<strong>do</strong>s a estes, com<br />

GPS, possibilitaram a i<strong>de</strong>ntificação da tipologia <strong>de</strong> forma rápida e representativa <strong>do</strong><br />

ambiente sob estu<strong>do</strong> (tabela 1). O conhecimento da composição florística torna-se<br />

essencial para dirimir dúvidas entre fisionomias com características estruturais e formas<br />

<strong>de</strong> vida semelhantes.<br />

No presente estu<strong>do</strong> a i<strong>de</strong>ntificação das espécies foi necessária na <strong>de</strong>terminação da<br />

vegetação em um <strong>do</strong>s pontos amostra<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Savana Florestada (Sd-P3). Os levantamentos<br />

sobre a flora da região individualiza<strong>do</strong>s para as diferentes unida<strong>de</strong>s mapeadas<br />

corroboram os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s com a avaliação baseada na caracterização<br />

fisionômica (tabela 2).<br />

A riqueza <strong>de</strong> espécies fanerófitas diminui progressivamente das fisionomias florestais<br />

(>75 %) para as savânicas (


TABELA 1. Síntese das características <strong>do</strong> ambiente físico e da vegetação na sub-bacia<br />

<strong>do</strong> rio Formiga, município <strong>de</strong> Campos <strong>de</strong> Júlio, <strong>MT</strong> (P = presente; A = ausente)<br />

PARÂMETROS FORMAÇÃO FLORESTAL FORMAÇÃO SAVÂNICA FORMAÇÃO PIONEIRA<br />

LEGENDA IBGE (1992) Fsu Sd Sas Sps Pahp<br />

AMBIENTE FÍSICO<br />

Relevo (plano, suave<br />

ondula<strong>do</strong>, ondula<strong>do</strong>, forte<br />

ondula<strong>do</strong>, montanhoso<br />

escarpa<strong>do</strong>)<br />

Plano<br />

Plano/<br />

Suave<br />

ondula<strong>do</strong><br />

Suave<br />

ondula<strong>do</strong><br />

Plano<br />

Plano<br />

Solo (raso, profun<strong>do</strong>) Profun<strong>do</strong> Profun<strong>do</strong> Profun<strong>do</strong> Profun<strong>do</strong> Profun<strong>do</strong><br />

Serapilheira (cm) 2-5 6-8 - - -<br />

Ambiente (planície aluvial,<br />

<strong>de</strong>pressão úmida, terra<br />

não inundável)<br />

Terra não<br />

inundável<br />

Terra não<br />

inundável<br />

Terra não<br />

inundável<br />

Terra não<br />

inundável<br />

Planície aluvial<br />

ESTRUTURA<br />

Árvores emergentes (P/A) A A A A A<br />

Dossel uniforme (P/A) P P A A A<br />

Dossel altura (m) 12 e 18 10 e 12 3 e 7 2 -<br />

Índice Furcação (%) 28 e 58 51 e 46 34 e 36 34 -<br />

Área Basal (m²) 25 25 2 e 9 2 -<br />

Cobertura total (%) 70 e 80 75 e 60 71,5 e 88,5 99,5 96<br />

Cobertura arbórea (%) 40 e 50 40 e 20 5 e 20 5 -<br />

Cobertura arbustivaherbácea<br />

(%)<br />

30 35 e 40 66,5 e 68,5 94,5 96<br />

FORMAS <strong>DE</strong> VIDA<br />

Fanerófitos (%) 62,5 e 41,5 62,5 e 20 5 e 20 5 -<br />

Caméfitos (%) - - 62,5 e 41,5 41,5 4<br />

Hemicriptófitos (%) - - 62,5 87,5 15<br />

Terófitos (%) - - 2 e 1 2 1<br />

Geófitos (%) - - 2 e 5 5 -<br />

Hidrófitos (%) - - - - 64<br />

Palmeiras (%) 2 1 e 3 - - 15<br />

Lianas (%) 1 e 20 5 e 20 - - 1<br />

Epífitas (%) 1 1 - - -<br />

Briófitas (%) 20 e 5 5 - - -<br />

Seção III - Estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Caso/Exemplo <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s | 59


TABELA 2. Percentual das formas <strong>de</strong> vida por fisionomia na sub-bacia <strong>do</strong> rio<br />

Formiga, município <strong>de</strong> Campos <strong>de</strong> Júlio, <strong>MT</strong><br />

FORMAS <strong>DE</strong> VIDA FSU SD SAS SP PAHP<br />

Fanerófitos 71 (86,5%) 47 (77%) 56 (70,8%) 19 (52,7%) 6 (50%)<br />

Caméfitos 6 11 14 12 3<br />

Hemicriptófitos 0 0 3 4 2<br />

Geófitos 0 1 2 1 0<br />

Lianas 1 1 3 0 0<br />

Palmeiras 4 1 3 0 1<br />

Total 82 61 79 36 12<br />

Guia <strong>de</strong> Campo - Caracterização <strong>de</strong> Tipologias Vegetais <strong>de</strong> <strong>MT</strong> | 60


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

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B. Terra Indígena Sararé, <strong>MT</strong>: Check list da vegetação. In: XXVI Seminário <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s<br />

Biológicos, 1999, Cuiabá. Livro Resumo. Cuiabá, <strong>MT</strong>: Editora da Universida<strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong>, 1999, v. único.<br />

Seção III - Estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Caso/Exemplo <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s | 61


ANEXOS<br />

I. Protocolo <strong>de</strong> Coleta <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s<br />

a) Protocolo <strong>de</strong> Coleta <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s para Caracterização <strong>de</strong> tipologia vegetal<br />

b) Protocolo <strong>de</strong> Coleta <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Ocorrência <strong>de</strong> Espécies<br />

II. Legenda <strong>do</strong> Sistema Fitogeográfico Brasileiro (IBGE, 1992) adaptada para<br />

o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong><br />

III. Lista <strong>de</strong> Espécies da Sub-bacia <strong>do</strong> Rio Formiga<br />

IV. Mapeamento da Tipologia <strong>de</strong> Vegetação da Sub-bacia <strong>do</strong> Rio Formiga,<br />

Município <strong>de</strong> Campos <strong>de</strong> Júlio - <strong>MT</strong><br />

a) Carta Imagem da Sub-bacia <strong>do</strong> Rio Formiga<br />

b) Mapa da Vegetação Primária da Sub-bacia <strong>do</strong> Rio Formiga<br />

Anexos | 63


ANEXO I - Protocolo <strong>de</strong> Coleta <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s<br />

Anexos | 65


ANEXO I - Protocolo <strong>de</strong> Coleta <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Ocorrência <strong>de</strong> Espécies<br />

nº Ponto Família Gênero/espécie Nome regional<br />

Forma <strong>de</strong><br />

vida<br />

Tipologia<br />

FAN=fanerófito; CAM=caméfita; HEM=hemicriptófita; GEO=geófita; PAL=palmeira; TE=terófito;<br />

EP=epífita; BRIO=briófita; LIA=liana; HIDR=hidrófito<br />

Anexos | 67


ANEXO II – Legenda <strong>do</strong> Sistema <strong>de</strong> Classificação da Vegetação Brasileira (IBGE,<br />

1992), adaptada para o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong><br />

SISTEMA PRIMÁRIO (NATURAL)<br />

Floresta Ombrófila Densa (Floresta Tropical Pluvial)<br />

a) Aluvial (ao longo <strong>do</strong>s flúvios) Da<br />

1 - <strong>do</strong>ssel uniforme Dau<br />

2 - <strong>do</strong>ssel emergente Dae<br />

b) Terras Baixas (4o lat. N a 16o lat. S, <strong>de</strong> 5 m até em torno <strong>de</strong> 100 m; <strong>de</strong> 16º lat. S a 24º lat.<br />

S, <strong>de</strong> 5 m até em torno <strong>de</strong> 50 m)<br />

Db<br />

1 - <strong>do</strong>ssel uniforme Dbu<br />

2 - <strong>do</strong>ssel emergente Dbe<br />

c) Submontana (4o lat. N a 16o lat. S, <strong>de</strong> 100 m até em torno <strong>de</strong> 600 m; <strong>de</strong> 16º lat. S, a 24º<br />

lat. S, <strong>de</strong> 50 m até em torno <strong>de</strong> 500 m)<br />

Ds<br />

1 - <strong>do</strong>ssel uniforme Dsu<br />

2 - <strong>do</strong>ssel emergente Dse<br />

Floresta Ombrófila Aberta (Faciações da Floresta Ombrófila Densa)<br />

A<br />

a) Aluvial (ao longo <strong>do</strong>s flúvios) Aa<br />

1 - com palmeiras Aap<br />

2 - com cipós Aac<br />

3 - com bambus Aab<br />

b) Terras Baixas (4o lat. N a 16o lat. S, <strong>de</strong> 5 m até em torno <strong>de</strong> 100 m; <strong>de</strong> 16º lat.S a 24º lat. S,<br />

<strong>de</strong> 5 m até em torno <strong>de</strong> 50 m)<br />

Ab<br />

1 - com palmeiras Abp<br />

2 - com cipós Abc<br />

3 – com bambus Abb<br />

c) Submontana (4o lat. N a 16o lat. S, <strong>de</strong> 100 m até em torno <strong>de</strong> 600 m) As<br />

1 - com palmeiras Asp<br />

2 - com cipós Asc<br />

3 - com bambus Asb<br />

4 - com sororoca Ass<br />

Floresta Estacional Semi<strong>de</strong>cidual (Floresta Tropical Subcaducifólia)<br />

F<br />

a) Aluvial (ao longo <strong>do</strong>s flúvios) Fa<br />

1 - <strong>do</strong>ssel uniforme Fau<br />

2 - <strong>do</strong>ssel emergente Fae<br />

b) Terras Baixas (4o lat. N a 16o lat. S, <strong>de</strong> 5 m até em torno <strong>de</strong> 100 m; <strong>de</strong> 16º lat. S a 24º lat.<br />

S, <strong>de</strong> 5 m até em torno <strong>de</strong> 50 m)<br />

Fb<br />

1 - <strong>do</strong>ssel uniforme Fbu<br />

2 - <strong>do</strong>ssel emergente Fbe<br />

c) Submontana (4o lat. N a 16o lat. S, <strong>de</strong> 100 m até em torno <strong>de</strong> 600 m; <strong>de</strong> 16º lat. S a 24º lat.<br />

S, <strong>de</strong> 50 m até em torno <strong>de</strong> 500 m)<br />

Fs<br />

1 - <strong>do</strong>ssel uniforme Fsu<br />

SIGLA<br />

D<br />

Anexos | 69


Legenda <strong>do</strong> Sistema <strong>de</strong> Classificação da Vegetação Brasileira (IBGE, 1992), adaptada<br />

para o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong> (continuação)<br />

2 - <strong>do</strong>ssel emergente Fse<br />

SISTEMA PRIMÁRIO (NATURAL)<br />

Floresta Estacional Decidual (Floresta Tropical Caducifólia)<br />

a) Aluvial (ao longo <strong>do</strong>s flúvios) Ca<br />

1 - <strong>do</strong>ssel uniforme Cau<br />

b) Terras Baixas (4o lat. N a 16o lat. S, <strong>de</strong> 100 m até em torno <strong>de</strong> 600 m; <strong>de</strong> 16º lat. S a 24º<br />

lat. S, <strong>de</strong> 50 m até em torno <strong>de</strong> 500 m)<br />

Cb<br />

1 - <strong>do</strong>ssel uniforme Cbu<br />

2 - <strong>do</strong>ssel emergente Cbe<br />

c) Submontana (4° lat. N a 16° lat. S, <strong>de</strong> 100m até em torno <strong>de</strong> 600m; <strong>de</strong> 16° lat. S a 24° lat. S,<br />

<strong>de</strong> 50m até em torno <strong>de</strong> 500m)<br />

Cs<br />

1 - <strong>do</strong>ssel uniforme Csu<br />

2 - <strong>do</strong>ssel emergente Cse<br />

Savana (Cerra<strong>do</strong>)<br />

S<br />

a) Florestada (Cerradão) Sd<br />

b) Arborizada (Campo Cerra<strong>do</strong>, Cerra<strong>do</strong> “propriamente dito”) Sa<br />

1 - sem floresta-<strong>de</strong>-galeria Sas<br />

2 - com floresta-<strong>de</strong>-galeria Saf<br />

c) Parque (Campo-sujo-<strong>de</strong>-cerra<strong>do</strong>, Cerra<strong>do</strong> <strong>de</strong> Pantanal) Sp<br />

1 - sem floresta-<strong>de</strong>-galeria Sps<br />

2 - com floresta-<strong>de</strong>-galeria Spf<br />

d) Gramíneo-Lenhosa (Campo-Limpo-<strong>de</strong>-Cerra<strong>do</strong>) Sg<br />

1 - sem floresta-<strong>de</strong>-galeria Sgs<br />

2 - com floresta-<strong>de</strong>-galeria Sgf<br />

Savana Estépica (Chaco sul-mato-grossense)<br />

a) Florestada Td<br />

1 - sem palmeiras Tds<br />

2 - com palmeiras Tdp<br />

b) Arborizada Ta<br />

1 - sem palmeiras e sem floresta-<strong>de</strong>-galeria Tas<br />

2 - com palmeiras Tap<br />

3 - com floresta-<strong>de</strong>-galeria Taf<br />

c) Parque Tp<br />

1 - sem palmeiras e sem floresta-<strong>de</strong>-galeria Tps<br />

2 - com palmeiras Tpp<br />

3 - com floresta-<strong>de</strong>-galeria Tpf<br />

SIGLA<br />

C<br />

T<br />

Guia <strong>de</strong> Campo - Caracterização <strong>de</strong> Tipologias Vegetais <strong>de</strong> <strong>MT</strong> | 70


d) Gramíneo-Lenhosa (Campestre) Tg<br />

1 - sem palmeiras e sem floresta-<strong>de</strong>-galeria Tgs<br />

2 - com palmeiras Tgp<br />

3 - com floresta-<strong>de</strong>-galeria Tgf<br />

Legenda <strong>do</strong> Sistema <strong>de</strong> Classificação da Vegetação Brasileira (IBGE, 1992), adaptada<br />

para o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong><br />

Áreas das Formações Pioneiras<br />

Sistema Edáfico <strong>de</strong> Primeira Ocupação<br />

Vegetação com influência fluvial e/ou lacustre<br />

a) Palmeiral (Buritizal; Carandazal; Carnaubal e outras) Pap<br />

b) Arbustiva Paa<br />

1 - sem palmeiras Paas<br />

2 - com palmeiras Paap<br />

c) Herbácea Pah<br />

1 - sem palmeiras Pahs<br />

2 - com palmeiras Pahp<br />

P<br />

Pa<br />

SIGLA<br />

Legenda <strong>do</strong> Sistema <strong>de</strong> Classificação da Vegetação Brasileira (IBGE, 1992), adaptada<br />

para o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong><br />

Contato Savana/Floresta Ombrófila<br />

CONTATOS FLORÍSTICOS<br />

a) Ecótono SOt<br />

b) Encrave SOc<br />

Contato Floresta Ombrófila/Floresta Estacional<br />

a) Ecótono ONt<br />

b) Encrave ONc<br />

Contato Savana/Floresta Estacional<br />

a) Ecótono SNt<br />

b) Encrave SNc<br />

Contato Savana Estépica/Floresta Ombrófila<br />

a) Ecótono TOt<br />

b) Encrave TOc<br />

Contato Savana Estépica/Floresta Estacional<br />

a) Ecótono TNt<br />

b) Encrave TNc<br />

Contato Savana/Savana Estépica<br />

a) Ecótono STt<br />

b) Encrave STc<br />

SIGLA<br />

SO<br />

ON<br />

SN<br />

TO<br />

TN<br />

ST<br />

Anexos | 71


ANEXO III – Relação <strong>de</strong> gêneros e espécies observadas nos remanescentes <strong>de</strong> vegetação da sub-bacia <strong>do</strong> rio formiga,<br />

or<strong>de</strong>nadas segun<strong>do</strong> o sistema <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong> cronquist (1981). (ar=arbóreo; ab=arbustivo; he=herbáceo; he*=herbáceo<br />

terrestre; pab=palmeira arbustiva; par=palmeira arbórea; li=liana; FAN=fanerófito; CAM=caméfita; HEM=hemicriptófita;<br />

GEO=geófita; PAL=palmeira)<br />

Família Gênero/Espécie Hábito Forma <strong>de</strong> Vida Fsu Sd Sas Sps Pahp<br />

Anacardiaceae<br />

Annonaceae<br />

Apocynaceae<br />

Anacardium giganteum W. Hancock ex Engl. ar FAN x<br />

Aspi<strong>do</strong>sperma macrocarpa ar FAN x<br />

Aspi<strong>do</strong>sperma nitidum Benth. ex Müll. Arg. ar FAN x x<br />

Myracrodum urun<strong>de</strong>uva (Engl.) Fr. All. ar FAN x<br />

Spondias lutea L. ar FAN x<br />

Tapirira guianensis Aubl. ar FAN x<br />

Annona crassiflora Mart. ar FAN x<br />

Duguetia lanceolata A. St.-Hil. ar FAN x<br />

Unonopsis lindmanii R.E. Fr. ar FAN x<br />

Xylopia aromatica (Lam.) Mart. ar FAN x x<br />

Xylopia benthamii R.E. Fr. ar FAN x x<br />

Xylopia emarginata Mart. ar FAN x<br />

Aspi<strong>do</strong>sperma cylindrocarpon Müll. Arg. ar FAN x<br />

Aspi<strong>do</strong>sperma nitidum Benth. ex Müll. Arg. ar FAN x x<br />

Aspi<strong>do</strong>sperma subincanum Mart. ex A. DC. ar FAN x<br />

Geissospermum sp. ar FAN x<br />

Hancornia speciosa Gomes ar FAN x x<br />

Himatanthus lancifolius (Müll. Arg.)<br />

Woodson<br />

ar FAN x<br />

Himatanthus obovatus (Müll. Arg.)<br />

Woodson<br />

ar FAN x<br />

Himatanthus sucuuba (Spruce ex Müll. Arg.)<br />

Woodson<br />

ar FAN x x<br />

Aquifoliaceae Ilex affinis Gardner ar FAN x x x<br />

Araliaceae<br />

Arecaceae<br />

Asteraceae<br />

Schefflera macrocarpa (Cham. & Schltdl.)<br />

Frodin<br />

Schefflera vinosa (Cham. & Schltdl.) Frodin<br />

& Fiaschi<br />

ar FAN x<br />

ar FAN x<br />

Allagoptera sp. pab GEO x<br />

Attalea speciosa Mart. ex Spreng. par PAL x x x<br />

Mauritiella aculeata (Kunth) Burret par PAL x<br />

Oenocarpus bacaba Mart. par PAL x<br />

Oenocarpus distichus Mart. par PAL x<br />

Socratea exorrhiza (Mart.) H. Wendl. par PAL x<br />

Syagrus comosa (Mart.) Mart. pab GEO x<br />

Eremanthus mattogrossensis Kuntze he CAM x<br />

Eupatorium sp ab CAM x<br />

Piptocarpha rotundifolia (Less.) Baker ar FAN x<br />

Guia <strong>de</strong> Campo - Caracterização <strong>de</strong> Tipologias Vegetais <strong>de</strong> <strong>MT</strong> | 72


ANEXO III – Relação <strong>de</strong> gêneros e espécies observadas nos remanescentes <strong>de</strong> vegetação da sub-bacia <strong>do</strong> rio formiga,<br />

or<strong>de</strong>nadas segun<strong>do</strong> o sistema <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong> cronquist (1981). (ar=arbóreo; ab=arbustivo; he=herbáceo; he*=herbáceo<br />

terrestre; pab=palmeira arbustiva; par=palmeira arbórea; li=liana; FAN=fanerófito; CAM=caméfita; HEM=hemicriptófita;<br />

GEO=geófita; PAL=palmeira)<br />

Família Gênero/Espécie Hábito Forma <strong>de</strong> Vida Fsu Sd Sas Sps Pahp<br />

Bignoniaceae<br />

Bombacaceae<br />

Cuspidaria floribunda (A. DC.) A.H. Gentry li LIA x<br />

Jacaranda ulei Bureau & K. Schum. ab CAM x<br />

Jacaranda brasiliana (Lam.) Pers. ar FAN x<br />

Jacaranda copaia (Aubl.) D. Don ar FAN x<br />

Jacaranda <strong>de</strong>currens Cham. ab GEO x<br />

Sparattosperma leucanthum (Veil.) Schum. li LIA x<br />

Bombacopsis sp. ab CAM x<br />

Ceiba pentandra (L.) Gaertn. ar FAN x<br />

Eriotheca gracilipes (K. Schum.) A. Robyns ar FAN x x x<br />

Pseu<strong>do</strong>bombax sp1 ar FAN x<br />

Boraginaceae Cordia allio<strong>do</strong>ra (Ruiz & Pav.) Cham. ex A. DC. ar FAN x<br />

Cordia no<strong>do</strong>sa Lam. ab CAM x<br />

Bromeliaceae Ananas ananassoi<strong>de</strong>s (Baker) L.B. Sm. he HEM x<br />

Burseraceae<br />

Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand ar FAN x x<br />

Protium ovatum Engl. ar FAN x<br />

Protium pilosissimum Engl. ar FAN x x<br />

Protium pilosum (Cuatr.) Daly ar FAN x<br />

Protium spruceanum (Benth.) Engl. ar FAN x<br />

Tetragastris unifoliata (Engl.) Cuatrec. ar FAN x x<br />

Caryocaraceae Caryocar brasiliense Cambess. ar FAN x x<br />

Cecropiaceae<br />

Chrysobalanaceae<br />

Clusiaceae<br />

Combretaceae<br />

Connaraceae<br />

Cecropia scia<strong>do</strong>phylla Mart. ar FAN x x<br />

Pourouma guianensis Aubl. ar FAN x x<br />

Couepia grandiflora benth. ab FAN x<br />

Hirtella spp. ar FAN x x<br />

Licania caudata Prance ar FAN x x x<br />

Cochlospermum regium (Schrank) Pilg ab CAM x x<br />

Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc. ar FAN x<br />

Kielmeyera rubriflora Cambess. ab CAM x<br />

Kielmeyera speciosa St. Hil. ar FAN x<br />

Vismia guianensis (Aubl.) Seem. ab CAM x x<br />

Buchenavia tomentosa Eichler ar FAN x x<br />

Terminalia fagifolia Mart. ar FAN x<br />

Connarus perrottetii (DC.) Planch. ar FAN x x<br />

Connarus suberosus Planch. ar FAN x x<br />

Rourea induta Planch. ar FAN x<br />

Cyperaceae Cyperus sp. he HEM x<br />

Anexos | 73


ANEXO III – Relação <strong>de</strong> gêneros e espécies observadas nos remanescentes <strong>de</strong> vegetação da sub-bacia <strong>do</strong> rio formiga,<br />

or<strong>de</strong>nadas segun<strong>do</strong> o sistema <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong> cronquist (1981). (ar=arbóreo; ab=arbustivo; he=herbáceo; he*=herbáceo<br />

terrestre; pab=palmeira arbustiva; par=palmeira arbórea; li=liana; FAN=fanerófito; CAM=caméfita; HEM=hemicriptófita;<br />

GEO=geófita; PAL=palmeira)<br />

Família Gênero/Espécie Hábito Forma <strong>de</strong> Vida Fsu Sd Sas Sps Pahp<br />

Dilleniaceae<br />

Ebenaceae<br />

Curatella americana L. ar FAN x<br />

Davilla elliptica St. Hil. ab CAM x<br />

Davilla nitida (Vahl) Kubitzki ab CAM x<br />

Diospyros burchellii Hern. ab CAM x x x<br />

Diospyros sericea A. DC. ar FAN x<br />

Diospyrus hispida DC. ar FAN x<br />

Elaeocarpaceae Sloanea guianensis (Aubl.) Benth. ar FAN x<br />

Erythroxylaceae Erythroxylum sp.1 ab CAM x<br />

Alchornea discolor Poepp. ar FAN x x x<br />

Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll. Arg. ar FAN x<br />

Chaetocarpus echinocarpus (Baill.) Ducke ab CAM x x<br />

Euphorbiaceae Mabea ferruginea Benth. ar FAN x x<br />

Mabea fistulifera Benth. ar FAN x<br />

Manihot tripartita (Spreng.) Müll. Arg. ab HEM x x<br />

Maprounea guianensis Aubl. ar FAN x x x<br />

Casearia <strong>de</strong>candra Jacq. ar FAN x<br />

Flacourtiaceae<br />

Casearia gossypiosperma Briq. ar FAN x x<br />

Hippocrateaceae Peritassa campestris (Cambess.) A.C. Sm. ab CAM x<br />

Humiria balsamifera Aubl. ar FAN x x<br />

Humiriaceae Sacoglottis guianensis Benth. ar FAN x<br />

Sacoglottis mattogrossensis Malme ar FAN x x x<br />

Icacinaceae Emmotum nitens (Benth.) Miers ar FAN x x<br />

Lamiaceae Hyptis spp. he HEM x<br />

Aiouea trinervis Meisn. ar FAN x<br />

Aniba sp. ar FAN<br />

Lauraceae Mezilaurus itauba (Meisn.) Taub. ex Mez ar FAN x x<br />

Ocotea corymbosa (Meisn.) Mez ar FAN x<br />

Ocotea matogrossensis Vatt. ar FAN x x<br />

Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze ar FAN<br />

Lecythidaceae<br />

Eschweilera nana (Berg.) Miers. ar FAN x x<br />

Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F. Macbr. ar FAN x<br />

Bowdichia virgilioi<strong>de</strong>s Kunth ar FAN x x<br />

Copaifera langs<strong>do</strong>rffii Desf. ar FAN x<br />

Leguminosae-<br />

Caes.<br />

Diptychandra aurantiaca Tul. ar FAN x<br />

Hymenaea courbaril L. ar FAN x<br />

Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne ar FAN x<br />

Sclerolobium aureum (Tul.) Baill. ar FAN x x<br />

Guia <strong>de</strong> Campo - Caracterização <strong>de</strong> Tipologias Vegetais <strong>de</strong> <strong>MT</strong> | 74


ANEXO III – Relação <strong>de</strong> gêneros e espécies observadas nos remanescentes <strong>de</strong> vegetação da sub-bacia <strong>do</strong> rio formiga,<br />

or<strong>de</strong>nadas segun<strong>do</strong> o sistema <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong> cronquist (1981). (ar=arbóreo; ab=arbustivo; he=herbáceo; he*=herbáceo<br />

terrestre; pab=palmeira arbustiva; par=palmeira arbórea; li=liana; FAN=fanerófito; CAM=caméfita; HEM=hemicriptófita;<br />

GEO=geófita; PAL=palmeira)<br />

Família Gênero/Espécie Hábito Forma <strong>de</strong> Vida Fsu Sd Sas Sps Pahp<br />

Leguminosae-Fab.<br />

Leguminosae-<br />

Mim.<br />

Andira humilis Mart. ab GEO x<br />

Cenostigma macrophyllum Tul. ar FAN x x<br />

Dipteryx o<strong>do</strong>rata (Aubl.) Willd. ar FAN x x<br />

Hymenolobium cf. sericeum Ducke ar FAN x x x<br />

Myrocarpus fron<strong>do</strong>sus Allemão ar FAN x<br />

Ptero<strong>do</strong>n emarginatus Vogel ar FAN x x<br />

Ptero<strong>do</strong>n pubescens (Benth.) Benth. ar FAN x x<br />

Tachigali rugosa (Mart. ex Benth.) ar FAN x x<br />

Zarucchi & Pipoly ar FAN x<br />

Torresea cearensis Allemão ar FAN x<br />

Vatairea macrocarpa Ducke<br />

Abarema jupunba Britton & Killip ar FAN x<br />

Dimorphandra mollis Benth. ar FAN x<br />

Inga cylindrica (Vell.) Mart. ar FAN x<br />

Inga marginata Willd. ar FAN x<br />

Stryphno<strong>de</strong>ndron adstringens (Mart.) Coville ar FAN x<br />

Loganiaceae Antonia ovata Pohl ar FAN x x<br />

Lythraceae<br />

Malpighiaceae<br />

Melastomataceae<br />

Lafoensia pacari A. St.-Hil. ar FAN x<br />

Physocalymma scaberrimum Pohl ar FAN x x x<br />

Byrsonima coccolobifolia Kunth ab CAM x<br />

Byrsonima verbacifolia (L.) Rich. ex Adr. Juss ar FAN x<br />

Lavoisiera sp. ab CAM x x<br />

Macairea radula (Bonpl.) DC. ab CAM x<br />

Miconia albicans (Sw.) Triana ab CAM x x x<br />

Miconia cuspidata Naud. ar FAN x x<br />

Miconia ferruginea (Desr.) DC. ar FAN x x x<br />

Miconia grandiflora Cogn. ar FAN x<br />

Microlicia pallida Cogn. ab CAM x x<br />

Meliaceae Swietenia macrophylla King ar FAN x<br />

Memecylaceae Mouriri pusa Gardner ar FAN x<br />

Monimiaceae Siparuna guianensis Aubl. ab CAM x x<br />

Moraceae<br />

Brosimum gaudichaudii ab CAM x<br />

Brosimum rubescens Taub. ar FAN x x<br />

Ficus catappifolia Kunth & Bouché ar FAN x<br />

Ficus sp. ar FAN x<br />

Pseu<strong>do</strong>lmedia laevigata Trécul ar FAN x<br />

Sorocea guilleminiana Gaud. ar FAN x<br />

Virola sebifera Aubl. ar FAN x<br />

Anexos | 75


ANEXO III – Relação <strong>de</strong> gêneros e espécies observadas nos remanescentes <strong>de</strong> vegetação da sub-bacia <strong>do</strong> rio formiga,<br />

or<strong>de</strong>nadas segun<strong>do</strong> o sistema <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong> cronquist (1981). (ar=arbóreo; ab=arbustivo; he=herbáceo; he*=herbáceo<br />

terrestre; pab=palmeira arbustiva; par=palmeira arbórea; li=liana; FAN=fanerófito; CAM=caméfita; HEM=hemicriptófita;<br />

GEO=geófita; PAL=palmeira)<br />

Família Gênero/Espécie Hábito Forma <strong>de</strong> Vida Fsu Sd Sas Sps Pahp<br />

Myristicaceae<br />

Virola mollissima (Poepp. ex A. DC.) Warb. ar FAN x<br />

Virola surinamensis (Rol. ex Rottb.) Warb. ar FAN x<br />

Myrsinaceae Rapanea guianensis Aubl. ar FAN x<br />

Myrtaceae<br />

Ochnaceae<br />

Olacaceae<br />

Calyptranthes sp. ar FAN x<br />

Myrcia albotomentosa DC. ab CAM x x<br />

Myrcia fallax (Rich.) DC. ar FAN x<br />

Myrcia glabra (O. Berg) D. Legrand ar FAN x<br />

Psidium laruotteanum Cambess. ab GEO x<br />

Dulacia guianensis (Engl.) Kuntze ar FAN x x<br />

Ouratea hexasperma (A. St.-Hil.) Baill. ar FAN x<br />

Ouratea spectabilis (Mart. Ex Engl.) Engl. ar FAN x<br />

Heisteria <strong>de</strong>nsifrons Engl. ar FAN x<br />

Heisteria laxiflora Engl. ar FAN x<br />

Orchidaceae Cyrtopodium virescens Rchb. f. & Warm. he* HEM x<br />

Poaceae Andropogon bicornis L. he HEM x<br />

Polygonaceae<br />

Coccoloba sp. ar FAN x<br />

Triplaris brasiliana Cham. ar FAN<br />

Proteaceae Roupala brasiliensis Klotzsch ar FAN x<br />

Quiinaceae Quiina pteri<strong>do</strong>phylla (Radlk.) Pires ar FAN x<br />

Rubiaceae<br />

Alibertia edulis (Rich.) A. Rich. ex DC. ab CAM x x<br />

Alibertia verrucosa S. Moore ab CAM x x<br />

Duroia macrophylla Huber ar FAN x<br />

Ferdinandusa elliptica Pohl ar FAN x<br />

Palicourea macgravii A. St.-Hil. ab CAM x<br />

Palicourea rigida Kunth ab CAM x<br />

Palicourea sp. ab CAM x<br />

Psychotria sp. ab CAM x<br />

Rutaceae Spiranthera o<strong>do</strong>ratissima A. St.-Hil. ab CAM x<br />

Sapindaceae<br />

Cupania hispida Radlk ar FAN x<br />

Cupania oblongifolia Mart. ar FAN x<br />

Matayba elaeagnoi<strong>de</strong>s Radlk. ar FAN x<br />

Matayba guianensis Aubl. ar FAN x x<br />

Metro<strong>do</strong>rea stipularis Mart. ar FAN x<br />

Paullinia sp. li LIA x<br />

Serjania sp. li LIA x<br />

Guia <strong>de</strong> Campo - Caracterização <strong>de</strong> Tipologias Vegetais <strong>de</strong> <strong>MT</strong> | 76


ANEXO III – Relação <strong>de</strong> gêneros e espécies observadas nos remanescentes <strong>de</strong> vegetação da sub-bacia <strong>do</strong> rio formiga,<br />

or<strong>de</strong>nadas segun<strong>do</strong> o sistema <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong> cronquist (1981). (ar=arbóreo; ab=arbustivo; he=herbáceo; he*=herbáceo<br />

terrestre; pab=palmeira arbustiva; par=palmeira arbórea; li=liana; FAN=fanerófito; CAM=caméfita; HEM=hemicriptófita;<br />

GEO=geófita; PAL=palmeira)<br />

Família Gênero/Espécie Hábito Forma <strong>de</strong> Vida Fsu Sd Sas Sps Pahp<br />

Sapotaceae<br />

Simarubaceae<br />

Ecclinusa ramiflora Mart. ar FAN x<br />

Micropholis sp. ar FAN x x<br />

Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk. ar FAN x x x<br />

Pouteria torta (Mart.) Radlk. ar FAN x<br />

Simarouba cf. amara Aubl. ar FAN x<br />

Simarouba versicolor A. St.-Hil. ar FAN x x<br />

Smilacaceae Smilax fluminensis Steud. li LIA x<br />

Solanaceae Solanum grandiflorum Ruiz & Pav. ab CAM x x<br />

Sterculiaceae Byttneria melastomaefolia A. St.-Hil. ab CAM x<br />

Styracaceae Styrax ferrugineus Pohl ar FAN x<br />

Tiliaceae Luehea paniculata Mart. ar FAN x<br />

Verbenaceae Vitex cymosa Bertero ex Spreng. ar FAN x<br />

Vochysiaceae<br />

Callisthene fasciculata Mart. ar FAN x<br />

Qualea grandiflora Mart. ar FAN x<br />

Qualea multiflora Mart. ar FAN x<br />

Qualea parviflora Mart. ar FAN x x<br />

Salvertia convallario<strong>do</strong>ra A. St.-Hil. ar FAN x<br />

Vochysia haenkeana Mart. ar FAN x x<br />

Vochysia rufa Mart. ar FAN x x x<br />

Zamiaceae Zamia brongniartii Wedd. he GEO x


Elton Antonio Silveira é biólogo, mestre em<br />

Ecologia e Conservação da Biodiversida<strong>de</strong> pela<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong> (UF<strong>MT</strong>).<br />

Atualmente é Analista <strong>de</strong> Meio Ambiente da Secretaria<br />

<strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Meio Ambiente (SEMA-<strong>MT</strong>),<br />

on<strong>de</strong> colabora no Projeto <strong>de</strong> Mapeamento da Vegetação<br />

Primária <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong>.<br />

Hélida Bruno Nogueira Borges é engenheira<br />

florestal formada pela Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<br />

<strong>de</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong> (UF<strong>MT</strong>), mestre e <strong>do</strong>utora em<br />

Biologia Vegetal pela Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong><br />

Campinas (UNICAMP). Atualmente é Analista <strong>de</strong><br />

Meio Ambiente da Secretaria <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Meio<br />

Ambiente (SEMA-<strong>MT</strong>).

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