21.04.2015 Views

PDF - revista internacional direito e cidadania

PDF - revista internacional direito e cidadania

PDF - revista internacional direito e cidadania

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

GÊNERO E SEXO COMO LÓCUS DE DOMINAÇÃO E DESQUALIFICAÇÃO Artigo<br />

GÊNERO E SEXO COMO LÓCUS DE<br />

DOMINAÇÃO E DESQUALIFICAÇÃO<br />

Rita de Cássia Colaço Rodrigues *<br />

artigo recebido em 20.09.2012<br />

artigo aprovado em 15/10/2012<br />

RESUMO: Este artigo examina as categorias do<br />

gênero e do sexo e os valores que as organizam<br />

em nossa cultura – a heterossexualidade compulsória,<br />

a androcentralidade e a representação<br />

inferiorizante do passivo sexual, permanência<br />

entre nós de habitus oriundo da cultura romana<br />

(NAPHY, 2006, p. 65; MISSE, 1979). Conhecêlas<br />

e compreender-lhes o funcionamento talvez<br />

seja a melhor estratégia para a superação de nossa<br />

cultura de ódio e violência, que se manifesta<br />

sobretudo no âmbito familiar.<br />

Palavras-chave: Gênero. Sexo. Violência. Estigmatização.<br />

ABSTRACT: The present article examines the<br />

gender and sex categories and the values that<br />

organize them in our culture – obligatory heterosexuality,<br />

androcentrality and the abashing<br />

representation of sexual liabilities, reminiscence<br />

of the habitus arisen from the roman culture still<br />

present within us (NAPHY, 2006, p. 65; MISSE,<br />

1979). Knowing it and comprehending its modus<br />

operandi may be the best strategy to overcome<br />

our hate and violence culture, which manifests<br />

mostly within familiar environment.<br />

Keywords: Gender. Sex. Violence. Stigmatization.<br />

Introdução<br />

O gênero enquanto categoria analítica<br />

tem ocupado as atenções de profissionais de<br />

diversas áreas do conhecimento, não apenas<br />

*<br />

Doutoranda em História Social (UFF) e Mestre em Política Social (UFF); Bacharel em Ciências Sociais e Jurídicas (UFRJ). Especialista em<br />

gênero, orientação sexual e relações de poder, tem ministrado cursos e palestras, com vários artigos publicados. Curriculum Lattes: http://lattes.<br />

cnpq.br/3734626619710843.<br />

Revista Internacional de Direito e Cidadania, n. 14, p. 157-162, outubro/2012<br />

157


Rodrigues, R. C. C.<br />

como ferramenta nos esforços de compreensão<br />

da realidade sociohistórica, mas em sua própria<br />

conceituação, tendo sido objeto de percepções<br />

variadas. Enquanto noção portadora da referência<br />

às distinções entre homens e mulheres<br />

(corporalidades sexuadas) a noção de gênero teria<br />

sido apropriada da gramática, segundo registro<br />

localizado pela historiadora estadunidense Joan<br />

Scott no Dicionário da Língua Francesa ainda<br />

em 1876 (SCOTT, 1991, p. 1). Seu emprego<br />

político no desvelamento do caráter construído<br />

e arbitrário dos atributos fixados para homens e<br />

mulheres teria se dado, segundo essa autora, com<br />

as feministas estadunidenses da segunda onda,<br />

nos anos sessenta.<br />

Os estudos seminais da ideia de construção<br />

cultural entretanto são atribuídos, por um lado, à<br />

antropologia, através das pesquisas de Margareth<br />

Mead, publicadas em 1928 e em 1947, respectivamente,<br />

com os títulos Adolescência, Sexo e<br />

Cultura em Samoa e Sexo e Temperamento. No<br />

primeiro, a autora demonstra que os atributos<br />

simbólicos e as funções sociais fixados para os<br />

indivíduos no trânsito da infância à puberdade<br />

são variáveis culturalmente. No segundo, ela<br />

examina a construção cultural desses atributos<br />

e funções, organizados em torno do seu sexo<br />

anatômico.<br />

Por outro, às reflexões formuladas por<br />

Simone de Beauvoir em O Segundo Sexo, cuja<br />

primeira edição data de 1949 (ESPÍNOLA, 2004,<br />

p. 3-4). Nesse livro, Beauvoir demonstra como<br />

as diferenças biológicas entre homens e mulheres<br />

foram dotadas de significação dessimétricas: o<br />

homem tomado como referente ordenador; a<br />

mulher constituída como a Outra, em relação ao<br />

Um paradigmático. Enquanto os atributos conferidos<br />

ao primeiro são dotados de significações<br />

positivas, aqueles vinculados a esta possuem<br />

valoração negativa 2 (BEAUVOIR, 1986).<br />

Ela relata o seu emprego tanto por perspectivas<br />

teóricas variadas quanto em usos meramente<br />

descritivos. Nesse último uso, aponta<br />

uma tendência entre os/as historiadores/as por<br />

uma abordagem unilateral (“das coisas relativas<br />

às mulheres”: casa, crianças, famílias, apenas),<br />

mantidas: a concepção de esferas separadas, a<br />

visão dicotômica (“a sexualidade ou a política, a<br />

família ou a nação, as mulheres ou os homens”),<br />

“as razões pelas quais essas relações são construídas<br />

como são”, isto é, “sem interpretar, explicar<br />

ou atribuir uma causalidade”. Scott também<br />

destaca seu emprego como sinônimo de “mulheres”<br />

por parte da historiografia. Nesse uso, a<br />

categoria do gênero não propiciaria uma abordagem<br />

problematizante da dessimetria do poder<br />

e das restritivas condições de acessibilidade aos<br />

recursos socioeconômicos verificáveis entre as<br />

mulheres, relativamente aos homens. Outra modalidade<br />

de emprego da noção do gênero como<br />

sinônimo para mulheres, no entanto, advoga uma<br />

proposta relacional, rejeitando a idéia de esferas<br />

separadas: “o mundo das mulheres faz parte do<br />

mundo dos homens, que ele é criado dentro e<br />

por esse mundo”. Nessa abordagem o gênero<br />

é conceptualizado como “uma categoria social<br />

imposta sobre um corpo sexuado” (sublinhei).<br />

Essa percepção do gênero enquanto construção<br />

que se realiza sobre o sexo anatômico para Scott<br />

implicaria numa visão do corpo como pura natureza,<br />

incólume às ações culturais, históricas,<br />

o que não se sustenta, posição que ela partilha<br />

com Moira Gatens 3 . A fim de melhor esclarecer,<br />

Scott acrescenta que “o uso do ‘gênero’ coloca<br />

a ênfase sobre todo um sistema de relações que<br />

pode incluir o sexo, mas que não é diretamente<br />

determinado pelo sexo nem determina diretamente<br />

a sexualidade” – grifei (SCOTT, 1991).<br />

Tal assertiva torna-se mais clara se nos voltarmos<br />

para as dinâmicas de poder frequentemente<br />

vividas por mulheres travestis e transexuais e,<br />

mais recentemente, por pessoas de mesmo sexo<br />

e gênero que, embora heterossexuais, foram alvo<br />

da mesma lógica de supressão da alteridade.<br />

Contingentes, históricos e políticos<br />

O que é afinal o gênero? É o conjunto de<br />

significados simbólicos, prescrições e prerrogativas<br />

sociais atribuídos a partir das diferenças<br />

anatômicas e biológicas dos seres. Tais atributos<br />

distintivos irão organizar e moldar os papéis<br />

sociais e sexuais e, via de consequência, o seu<br />

posicionamento no interior da coletividade, o que<br />

se verifica antes mesmo do nascimento, com as<br />

projeções e prescrições que se faz sobre os fetos.<br />

158 Revista Internacional de Direito e Cidadania, n. 14, p. 157-162, outubro/2012


GÊNERO E SEXO COMO LÓCUS DE DOMINAÇÃO E DESQUALIFICAÇÃO<br />

Fato que leva Joan Scott (1991) afirmar de que<br />

o gênero institui uma primeira modalidade de<br />

diferenciação social.<br />

Vale ressaltar que, embora esteja organizado<br />

a partir da significação atribuída às diferenças<br />

corporais existentes entre os seres sexuados, no<br />

corpo não se encontra plasmado, assim como não<br />

elide o sexo como marcador social (FRY, 1995, p.<br />

viii, 2001; BIRMAN, 1995). Em outras palavras,<br />

significa dizer que o sexo não se encontra subsumido<br />

ao gênero: um e outro exercem poder estruturante,<br />

sendo eles próprios estruturados. Ambos<br />

os marcadores não podem ser desconsiderados<br />

individualmente, sob pena de se inviabilizar a<br />

compreensão das dinâmicas sociais, sobretudo<br />

aquelas que envolvem homossexuais de ambos os<br />

sexos, travestis e transexuais (FRY, 1995, p. viii,<br />

2001; BIRMAN, 1995; RODRIGUES, 2006).<br />

Entretanto, ao se afirmar que o gênero<br />

resulta de processos continuados de inscrições<br />

de conteúdos simbólicos sobre os sexos corporais<br />

não significa dizer que o corpo se encontre<br />

ao abrigo das ações da cultura e da história.<br />

Também ele é sociohistoricamente construído e<br />

apropriado, alvo de prescrições e manipulações<br />

diversas (BUTLER, 2001, p. 156-157; LOURO,<br />

2001; FOUCAULT, 1995, p. 146). Também ele<br />

porta marcas que o localizam no interior da(s)<br />

coletividade(s). Não apenas as da etnicidade,<br />

da sexualidade, do gênero e das formas variáveis<br />

de sua produção nos corpos (tanto pela<br />

coletividade quanto pelo próprio agente), mas<br />

igualmente da classe e posição, da nacionalidade,<br />

geração, religiosidade etc. (WELZER-LANG,<br />

2001; LOURO, 2004, p. 75-90; BENEDETTI,<br />

2005; BOURDIEU, 2001, p. 163, 169-172, 191,<br />

205, 213, passim; ELIAS, 1994; RUBIN, 1996;<br />

RAGO, 1985; 1997; SILVA, 1993; GAGNON,<br />

2006, 243-246; CARDÍN, 1984).<br />

Em nossa cultura, o gênero e o sexo se<br />

apresentam estruturados pela heterossexualidade<br />

compulsória, pela androcentralidade e pela<br />

representação inferiorizante do passivo sexual<br />

– permanência entre nós de habitus oriundo da<br />

cultura romana (NAPHY, 2006, p. 65; MISSE,<br />

1979). Esses elementos distintivos, no entanto,<br />

não guardam o mesmo modo de organização<br />

em todas as culturas e tempos históricos, como<br />

demonstrado por Margareth Mead e Simone de<br />

Beauvoir, entre outros. Os modos de apresentação<br />

e interpretação desses marcadores também<br />

são variáveis de pessoa para pessoa e de sistema<br />

de significado, espaço ou cenário social. Isto é,<br />

entre cada uma das múltiplas e diversas malhas<br />

interacionais às quais estamos imersos (díades,<br />

redes, grupos, comunidades e instituições – da<br />

família às corporações profissionais e religiosas,<br />

passando pelas fraternidades secretas, escola,<br />

clubes, grêmios, tribos, gangues, times e galeras).<br />

Entre nós a sua estruturação se apresenta como<br />

um sintoma da dificuldade característica de nossa<br />

cultura em lidar com a alteridade e se expressa<br />

por meio da dualidade distinção & inferiorização<br />

e a tensão daí resultante (ELIAS, 2000; 2006,<br />

p. 25-27). Esse componente conflitivo marca<br />

constitutivamente as prescrições daquilo que é<br />

ou não apropriado ao gênero, ao sexo e ao desejo<br />

sexual em cada contexto. A eficácia dos mecanismos<br />

utilizados para sua incorporação faz com<br />

que a marca da dominação se torne invisível ou<br />

naturalizada, levando os agentes a se tornarem<br />

eficientes guardiãos de sua observação e reprodução<br />

(BOURDIEU, 1999, 2001).<br />

Organizados dinamicamente, os sistemas<br />

de significação são marcados por relações de<br />

força que disputam o poder de fixar e manter<br />

esses significados. A capacidade de fazer fixar<br />

e manter esse ou aquele conteúdo é dependente<br />

do poder, material ou simbólico, acumulado pelo<br />

agente social, singular ou coletivo e do potencial<br />

de adesão que possua. Vale dizer, da capacidade<br />

de mobilizar outros em torno das mesmas representações.<br />

A incorporação e a reprodução dos significados<br />

instituídos decorrem dos modos através<br />

dos quais os agentes se encontrem posicionados<br />

nas múltiplas redes de relações (figurações) nas<br />

quais se encontrem inseridos. Esses significados,<br />

quando atribuídos por agentes de poder, têm a<br />

capacidade de penetrar nas camadas da consciência<br />

pessoal, passando a funcionar como uma<br />

opinião normativa interna à pessoa a que foram<br />

dirigidos (RODRIGUES, 2007). A profundidade<br />

dessa internalização, sedimentada em processos<br />

de longa duração, torna a arbitrariedade essencializada,<br />

parecendo ser da própria “natureza<br />

das coisas”, ocultando-se, nesse processo, as<br />

Revista Internacional de Direito e Cidadania, n. 14, p. 157-162, outubro/2012<br />

159


Rodrigues, R. C. C.<br />

lutas pela fixação e reprodução dos significados<br />

(BOURDIEU, 2001(a), p. 199-218, 2001(b), p.<br />

7-15, 54-55).<br />

Ao voltarmos a nossa atenção para os processos<br />

de inferiorização desencadeados pelos<br />

grupos de poder sobre elementos de diferenciação,<br />

percebemos que o gênero é apenas um dos<br />

territórios sobre os quais a noção de desvalor<br />

é inscrita – o primeiro, vez que o processo de<br />

inscrição do gênero se inicia ainda no feto, isto<br />

é, antes mesmo do seu nascimento, por meio das<br />

projeções e significações atribuídas (SCOTT,<br />

1991). Dada a freqüência e a variedade com<br />

que tais dinâmicas se manifestam o que parece<br />

presente em todos os processos de desqualificação<br />

para além das diferenças específicas de cada<br />

agrupamento ou comunidade, é precisamente a<br />

dificuldade em lidar com a alteridade como apenas<br />

a expressão da singularidade dos agentes – de<br />

todos eles, inclusive do referente ordenador –,<br />

sem que seja percebida como ameaça, a ensejar<br />

subjugamento ou eliminação (ELIAS, 2000,<br />

passim, CASTORIADIS, 2004, p. 260).<br />

Nessa estrutura de significação autoritária,<br />

ao ser fixada uma determinada prescrição, um<br />

conteúdo normativo, este passa a se constituir<br />

como único legitimado. As diversas possibilidades<br />

outras são postas à margem, desqualificadas<br />

através de mecanismos de controle pulverizados<br />

em todas as esferas das relações sociais<br />

(FOUCAULT, 1995; 2005). No entanto, cada<br />

normatização instituída termina produzindo a<br />

instituição simultânea do(s) seu(s) contrário(s):<br />

as possibilidades não validadas (PORTINARI,<br />

1989). Desse modo, para que o caráter normativo<br />

do significado simbólico instituído se mantenha,<br />

todas as demais alternativas passam a ser objeto<br />

de variadas sanções, tornando-se desqualificadas<br />

e desqualificáveis. São essas possibilidades outras,<br />

tornadas “abjetas”, “marginais” ou “desviantes”<br />

que organizam os limites, as fronteiras do<br />

aceito, do “natural”, do reconhecido. Compõem,<br />

assim, o seu outro necessário, existindo na exata<br />

medida da norma, numa dinâmica complementar<br />

e necessária (BUTLER, 2001, 155, 161-166;<br />

SCOTT, 1991; BARRET y PHILLIPS, 2002,<br />

13-23). A um tempo, ameaça e sedução (POR-<br />

TINARI, 1989, 90-91; FAURY, 76-77).<br />

Isso nos leva a compreender que tanto o<br />

gênero quanto o sexo, a orientação sexual e os<br />

demais marcadores sociais (etnia, religião, origem,<br />

posição etc.) não podem ser apreendidos<br />

de maneira ahistórica, à margem da ação cultural<br />

(NICHOLSON, 2000; PARKER, 2001), ou da<br />

dimensão de poder (SCOTT, 1991; FOUCAULT,<br />

1995, p. 2005; ELIAS, 2000). O que significa<br />

dizer, em outras palavras, que tais dinâmicas,<br />

ainda que o mais das vezes se apresentem como<br />

da ordem da natureza, são contingentes, instáveis,<br />

históricas, políticas. Quanto mais a eficácia<br />

de seu poder instituinte se aperfeiçoe, justamente<br />

através da invisibilização da complexidade<br />

desses processos e das resistências que lhes são<br />

oferecidas, maior é a necessidade de os agentes<br />

sociais, notadamente aqueles em posições estratégicas,<br />

como as dos vocalizadores de discursos<br />

de verdade e justiça, compreenderem os seus<br />

mecanismos de operação e sustentação. Conhecêlas,<br />

compreender-lhes o funcionamento, inquirir<br />

sobre sua finalidade, objetivos, ganhos simbólicos<br />

e concretos talvez seja a melhor estratégia<br />

para a superação de nossa cultura de ódio às<br />

diferenças, de vitimização do feminino – seja ele<br />

identificado como mulher biológica, transexual<br />

ou travesti – e do passivo sexual, real ou suposto.<br />

Violência que tem se manifestado sobretudo no<br />

interior das relações familiares.<br />

Notas<br />

2<br />

Beauvoir trabalha com a categoria patriarcado, mais usual<br />

no período. Nos anos setenta e oitenta do século passado<br />

empregava-se, ainda, as noções de misoginia, sexismo e<br />

machismo, para referir ao modo de estruturação social<br />

baseado na significação assimétrica dos homens em relação<br />

às mulheres. Na atualidade, embora ainda se verifiquem<br />

o emprego da noção de patriarcado, observa-se uma<br />

crescente opção pela categoria de androcentralidade, à<br />

qual eu me filio.<br />

3<br />

GATENS, Moira. A Critique of the Sex/Gender Distinction.<br />

In: ALLEN, J. e PATTON, P. Eds. Beyond Marxism.<br />

Leichhardt, N. S. W.: Intervention Publications, 1985, p.<br />

143-160 apud SCOTT, J., op. Cit., nota 8.<br />

160 Revista Internacional de Direito e Cidadania, n. 14, p. 157-162, outubro/2012


GÊNERO E SEXO COMO LÓCUS DE DOMINAÇÃO E DESQUALIFICAÇÃO<br />

Referências<br />

BARRET, Michele y PHILLIPS (comp.). Introducción.<br />

In: Desestabilizar la teoría: Debates<br />

feministas contemporáneos. México, Buenos<br />

Aires, Barcelona: Piados, Pueg/UNAM, 2002,<br />

p. 13-23.<br />

BEAUVOIR, Simone. O Segundo Sexo. 1. Fatos<br />

e Mitos. São Paulo: Círculo do Livro, 1986.<br />

BENEDETTI, Marcos. Toda feita: o corpo e o<br />

gênero das travestis. Rio de janeiro: Garamond,<br />

2005.<br />

BIRMAN, Patrícia. Fazer estilo criando gêneros:<br />

possessão e diferença de gênero em terreiros<br />

de umbanda e candomblé no Rio de Janeiro. Rio<br />

de Janeiro: Relume Dumará: Eduerj, 1995.<br />

BOURDIEU, Pierre. Uma imagem ampliada.<br />

In: A dominação masculina. Rio de Janeiro:<br />

Bertrand Brasil, 1999, p. 13-67.<br />

______________. O poder simbólico. Rio de<br />

Janeiro: Bertrand Brasil, 2001-b.<br />

______________. Meditações pascalinas. Rio<br />

de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001-a.<br />

BUTLER, Corpos que pesam: sobre os limites<br />

discursivos do “sexo”. In: LOURO, Guacira<br />

Lopes (org.) O corpo educado: pedagogias da<br />

sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2001,<br />

p. 151-172.<br />

CARDÍN, Alberto. Guerreros, chamanes y<br />

travestis: indícios de homosexualidad entre los<br />

exóticos. Barcelona: Tusquetd, 1984.<br />

CASTORIADIS, Cornelius. As raízes psíquicas<br />

e sociais do ódio. In: Figuras do pensável – As<br />

encruzilhadas do labirinto. Rio de Janeiro: Civilização<br />

brasileira, 2004, p. 249-268.<br />

ELIAS, Norbert. O processo civilizador. Uma<br />

história dos costumes. 1v. Rio de Janeiro: Jorge<br />

Zahar, 1994.<br />

ELIAS, Norbert e SCOTSON, John L. Os estabelecidos<br />

e os outsiders: sociologia das relações<br />

de poder a partir de uma pequena comunidade.<br />

Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000.<br />

ESPÍNOLA, Artemisa Flores. La Segunda Ola<br />

del Movimiento Feminista: El Surgimiento de<br />

la Teoría de Género Feminista. In: Mneme – Revista<br />

Virtual de Humanidades, n. 11, v. 5, jul./<br />

set. 2004. Dossiê Gênero. Disponível em:http://<br />

www.seol.com.br/mneme.<br />

FAURY, Mara Lúcia. Uma Flor para os Malditos<br />

(a homossexualidade na literatura). Campinas:<br />

Papirus, 1983.<br />

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder.<br />

11ª reimpressão da 1ª edição. Rio de Janeiro:<br />

Graal, 1995.<br />

______________. História da sexualidade I:<br />

A vontade de saber. 16ª edição. Rio de Janeiro:<br />

Graal, 2005.<br />

FRY, Peter. Prefácio. In: BIRMAN, Patrícia.<br />

Fazer estilo criando gêneros: possessão e diferenças<br />

de gênero em terreiros de umbanda e<br />

candomblé no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro:<br />

Eduerj-Relume Dumará, 1995, p. v–ix.<br />

______________. Apresentação. In: LANDES,<br />

Ruth. A cidade das mulheres. Editora UFRJ,<br />

2002, p. 23-30.<br />

GAGNON, John H. Uma interpretação do<br />

desejo: ensaios sobre o estudo da sexualidade.<br />

Rio de Janeiro, Garamond, 2006.<br />

GATENS, Moira. A Critique of the Sex/Gender<br />

Distinction. In: ALLEN, J. e PATTON, P. Eds.<br />

Beyond Marxism. Leichhardt, N. S. W.: Intervention<br />

Publications, 1985, p. 143-160 apud<br />

SCOTT, J., op. Cit., nota 8.<br />

LOURO, Guacira Lopes. Pedagogias da sexualidade.<br />

In: ________ (Org.). O corpo educado:<br />

Pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte:<br />

Autêntica, 2001, p. 07- 34.<br />

______________. Marcas do corpo, marcas de<br />

poder. In: __________. Um corpo estranho:<br />

ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo<br />

Horizonte: Autêntica, 2004, p. 75-90.<br />

MISSE, Michel. O estigma do passivo sexual.<br />

Rio de Janeiro: Achiamé/Socci, 1979.<br />

NAPHY, William. Born to be gay. História da<br />

Revista Internacional de Direito e Cidadania, n. 14, p. 157-162, outubro/2012<br />

161


Rodrigues, R. C. C.<br />

homossexualidade. Lisboa: Edições 70, 2004.<br />

NICHOLSON, Linda. Interpretando o gênero.<br />

In: Revista de Estudos Feministas, v. 8, nº 2.<br />

Florianópolis: CFH/CCE/UFSC, 2000, p. 9-42.<br />

PARKER, Richard. Cultura, economia política e<br />

construção social da sexualidade. In: LOURO,<br />

Guacira Lopes. O corpo educado: pedagogias<br />

da sexualidade. 2ª edição. Belo Horizonte: Autêntica,<br />

2001, p. 125-150.<br />

PORTINARI, Denise. O Discurso da Homossexualidade<br />

Feminina. São Paulo: Brasiliense,<br />

1989.<br />

RAGO, Luzia Margareth. Do cabaré ao lar: A<br />

utopia da cidade disciplinar. Brasil 1890-1930. 3ª<br />

edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.<br />

______________. De Eva a santa, a dessexualização<br />

da mulher no Brasil. In: RIBEIRO, Renato<br />

Janine (org.). Recordar Foucault – Os textos<br />

do colóquio Foucault. São Paulo: Brasiliense,<br />

1985, p. 219-227.<br />

RODRIGUES, Rita C. C. Das produções do<br />

desvalor – refletindo sobre algumas dinâmicas.<br />

Comunicação apresentada no XII Encontro<br />

Regional de História Anpuh Rio. Niterói: UFF,<br />

2006 e no IV Encontro Nacional Universitário<br />

de Diversidade Sexual. Vitória: Plural/ASTRA-<br />

ES/UFES, 2006.<br />

______________. Homofobia: a Dimensão de<br />

Poder na Estigmatização da Diferença – Por<br />

uma abordagem política e contextualizada das<br />

dinâmicas homofóbicas. Trabalho apresentado<br />

no Seminário Homofobia, Identidades e Cidadania<br />

LGBTTT. Florianópolis: UFSC/NIGS,<br />

setembro de 2007.<br />

RUBIN, Gayle. El tráfico de mujeres: notas sobre<br />

la “economía política” del sexo. En: LAMAS,<br />

Marta (comp.). El género: una construcción<br />

cultural de la diferencia sexual. México:<br />

PUEG, 1996, p. 35-96. Acesso: 15/10/2006.<br />

http://www.cholonautas.edu.pe/modulo/ upload/<br />

rubin.pdf.<br />

RUBIN, Gayle. Reflexionando sobre el sexo:<br />

Notas para una teoría radical de la sexualidad.<br />

En: VANCE, Carole (Comp.). Placer y peligro.<br />

Explorando la sexualidad femenina. Madrid: Revolución,<br />

1989, p. 113-190. Acesso: 15/10/2006.<br />

http://www.cholonautas.edu.pe/ modulo/upload/<br />

rubin.pdf.SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria<br />

útil para análise histórica. In: Gender and the<br />

politics of history. New York: Columbia University<br />

Press, 1989. DABAT, Cristine Rufino<br />

e ÁVILA, Maria Betânia (tradutoras). In: SOS<br />

Corpo, Recife, 1991, mimeo<br />

SILVA, Hélio. R. S. Travesti: a invenção do<br />

feminino. Etnografia. Rio de janeiro: Relume-<br />

Dumará: ISER, 1993.<br />

WELZER-LANG, Daniel. A construção do masculino:<br />

dominação das mulheres e homofobia.<br />

In: Revista de Estudos Feministas [online].<br />

2001, vol.9, nº.2, 460-482. Acesso: 26/03/2006.<br />

Disponível em: . ISSN 0104-<br />

026X.<br />

162 Revista Internacional de Direito e Cidadania, n. 14, p. 157-162, outubro/2012

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!