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Jornal das Oficinas 073

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DEZEMBRO 2011<br />

EVENTO JORNAL DAS OFICINAS<br />

16 CONFERÊNCIA DE REPINTURA AUTOMÓVEL www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com<br />

3º PAINEL<br />

|| Como conseguir mais rentabilidade e produtividade<br />

nas oficinas de Chapa e Pintura<br />

|| Intervenção de Victor Videira,<br />

Director Comercial da R-M Portugal<br />

Só quando medimos é que podemos<br />

verificar se estamos a cumprir os<br />

objectivos, no sentido de acompanhar o<br />

mercado e desenvolver o negócio, para<br />

ultrapassar as dificuldades que estamos a<br />

viver, gerir bem o negócio e, não menos<br />

importante, perceber as necessidades de<br />

formação da empresa. Cada vez mais<br />

apostar na formação é a via de saída para o<br />

marasmo e para a estagnação dos<br />

negócios. Em maior ou menor grau, todos<br />

estamos a viver desafios idênticos, sendo<br />

importante perceber quais são esses<br />

desafios.<br />

Em Portugal, o custo <strong>das</strong> peças ainda é<br />

superior ao custo da mão-de-obra, na<br />

média dos custos de reparação. De<br />

qualquer modo, isto leva-nos a pensar que<br />

a evolução do layout <strong>das</strong> oficinas no país<br />

deve repercutir estas tendências e as novas<br />

realidades do sector da reparação.<br />

Para compreendermos melhor as opções<br />

que existem quanto ao layout e<br />

organização do serviço numa oficina de<br />

repintura, temos que voltar um pouco atrás<br />

no tempo, fixando-nos <strong>das</strong> déca<strong>das</strong> de 70 e<br />

80 do século passado. Nessa altura, o<br />

mercado era dominado pelo conceito de<br />

organização da oficina em que as cabinas<br />

eram coloca<strong>das</strong> frente a frente às áreas de<br />

preparação (Fig. 1). Devido aos tempos de<br />

secagem relativamente longos, a cabina de<br />

pintura e a estufa de secagem eram<br />

unidades separa<strong>das</strong>. Com esta solução, é<br />

necessário prever uma área de manobra<br />

para os veículos com 33% do espaço total<br />

da oficina (1/3). Raramente se viam áreas de<br />

acabamentos, porque na época a<br />

qualidade média de serviço era<br />

relativamente inferior ao que passou a ser<br />

depois disso. Também era comum em<br />

muitos países a área de chapa e carroçaria<br />

ficar noutro local, resultando no conceito<br />

de oficina e de modelo de negócio<br />

conhecido como “stand alone” (separado).<br />

Um dos grandes inconvenientes deste<br />

sistema era no entanto o elevado número<br />

de movimentações que tinham que ser<br />

efectua<strong>das</strong> com os veículos, para cada fase<br />

do serviço. Entre a preparação<br />

propriamente dita, a aplicação do aparelho,<br />

a pintura, a aplicação do verniz e o<br />

acabamento podiam ser necessárias 7 - 8<br />

“viagens” do veículo, de um lado para o<br />

outro da oficina. Sem contar com eventuais<br />

repetições de alguns serviços.<br />

As coisas ainda se complicaram um pouco<br />

mais, com o aparecimento dos<br />

equipamentos de secagem por<br />

infravermelhos, que eram muito mais<br />

rentáveis em termos de consumo de<br />

energia e tempo de secagem, pelo menos<br />

em pequenas reparações. Isto levou a criar<br />

baias separa<strong>das</strong> para aplicação de<br />

primários, o que ainda aumentou mais a<br />

“circulação” dos veículos dentro da oficina.<br />

Para simplificar alguma coisa, foram<br />

introduzidos os equipamentos de lixagem a<br />

seco, que reduziam o tempo total de<br />

serviço.<br />

Nos anos seguintes, <strong>das</strong> déca<strong>das</strong> de 80 e 90,<br />

o mercado de repintura europeu orientouse<br />

para o “Conceito Ciclo” ou volta, numa<br />

tentativa de limitar os movimentos dos<br />

veículos em reparação e de criar um fluxo<br />

mais favorável de serviços (Fig. 2). As<br />

cabinas de pintura/estufa passaram para o<br />

centro da oficina, na qual os carros<br />

entravam por um lado e saíam por outro.<br />

Nesta altura, o processo de acabamento e<br />

de serviço ao cliente começou a tornar-se<br />

Fig.<br />

02<br />

Fig.<br />

01<br />

CONCEITO “CARA A CARA” (ANOS 70 E 80)<br />

O layout com as cabinas em frente <strong>das</strong> baias de preparação é uma modesta<br />

evolução, em relação a outras oficinas com uma organização do espaço<br />

menos eficiente, mas ainda há desperdício de espaço e per<strong>das</strong> de tempo<br />

que podem ser corrigi<strong>das</strong>.<br />

habitual, exigindo um pouco mais de área<br />

de trabalho. As áreas de preparação<br />

também se começaram a aperfeiçoar, com<br />

aspiração vertical de poeiras, lixadeiras com<br />

aspiração integrada e já com sistemas de<br />

infravermelhos integrados.<br />

Apesar de tudo, a área necessária para<br />

movimentar os veículos passou para 40%<br />

do espaço total da oficina. As oficinas de<br />

repintura tiveram que especializar-se cada<br />

vez mais, devido à pressão da concorrência,<br />

continuando a carroçaria a ser reparada na<br />

maior parte dos casos em locais separados.<br />

Os custos de exploração aumentam com o<br />

serviço ao cliente (lavagem, limpezas,<br />

recolhas/entregas, etc.).<br />

Mais recentemente, na década de 2000 a<br />

2009, o conceito de reparação dominante<br />

na Europa passa a ser do tipo LAKAZE, que<br />

se aproxima da oficina de colisão completa,<br />

através do qual se pretende aproveitar todo<br />

o ciclo de oportunidades da cadeia de valor<br />

global, incluindo a reparação da carroçaria<br />

(Fig. 3). Esta é a forma que o mercado de<br />

repintura encontrou para fazer face à forte<br />

competição e à necessidade de maior<br />

rentabilidade. A reparação da carroçaria e<br />

repintura fazem parte de um ciclo<br />

integrado, onde se pretende minimizar os<br />

movimentos do veículo e os tempos de<br />

preparação. A eficiência energética do<br />

processo aumenta um pouco, mas a área de<br />

manobra dos veículos continua a ser<br />

elevada (40% do total da oficina) e os<br />

aumentos de eficiência na repintura são<br />

ainda reduzidos ou nulos.<br />

Para dar resposta às novas realidades do<br />

mercado e superar as limitações intrínsecas<br />

dos modelos de layout atrás referidos,<br />

acaba de surgir nos mercados avançados<br />

da Europa um novo conceito de<br />

organização da actividade de carroçaria/<br />

repintura, que se chama Multiposto de<br />

Trabalho (MPT). Relativamente aos<br />

conceitos anteriores, pretende criar um<br />

processo de reparação completo e mais<br />

CONCEITO “CICLO” (ANOS 80 E 90)<br />

O conceito de Ciclo anda à volta de uma placa rotativa, em que as cabinas são coloca<strong>das</strong> no centro da oficina. A ideia é<br />

criar um fluxo de serviços, mas o desperdício de espaço e algumas ineficiências perduram.

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