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análise dos dados referentes à aids no estado de são paulo

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Editorial<br />

Boletim Epi<strong>de</strong>miológico ANO XXV – Nº 1<br />

PROGRAMA ESTADUAL DST/AIDS FAZ 25 ANOS<br />

Este a<strong>no</strong>, o Programa Estadual DST/Aids-SP, pioneiro na<br />

resposta brasileira a epi<strong>de</strong>mia, faz 25 a<strong>no</strong>s. Reconhecido internacionalmente<br />

por sua política pública para portadores <strong>de</strong> HIV/<strong>aids</strong>,<br />

o sucesso do programa brasileiro e paulista po<strong>de</strong> ser atribuído a<br />

uma série <strong>de</strong> mudanças sociais e políticas na década <strong>de</strong> 80, da<br />

re<strong>de</strong>mocratização do país e construção do SUS, à participação<br />

da socieda<strong>de</strong> civil, à mobilização <strong>de</strong> diversos setores, ao equilíbrio<br />

entre prevenção e tratamento e à promoção sistemática <strong>dos</strong><br />

direitos huma<strong>no</strong>s em todas as estratégias e ações.<br />

Trabalhamos muito ao longo <strong>de</strong>sses 25 a<strong>no</strong>s, estruturamos<br />

o serviço <strong>de</strong> vigilância epi<strong>de</strong>miológica em conjunto com os<br />

Grupos <strong>de</strong> Vigilância Epi<strong>de</strong>miológica municipais e regionais <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> do Estado, assim como a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> assistência, laboratorial<br />

e o sistema <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> medicamentos. Realizamos<br />

inúmeros treinamentos para formar e atualizar profissionais que<br />

trabalham <strong>no</strong>s serviços <strong>de</strong> DST/<strong>aids</strong>. O Boletim Epi<strong>de</strong>miológico<br />

produzido pelo Serviço <strong>de</strong> Vigilância Epi<strong>de</strong>miológica, com os<br />

da<strong>dos</strong> envia<strong>dos</strong> através do SINAN, tem sido fundamental para<br />

orientar as ações do Programa Estadual DST/Aids.<br />

A partir <strong>dos</strong> boletins po<strong>de</strong>-se acompanhar a trajetória da<br />

epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> <strong>aids</strong>, as ações <strong>de</strong> prevenção e redução da transmissão<br />

vertical da sífilis e HIV, propor <strong>de</strong> forma mais estruturada a<br />

eliminação da sífilis congênita até o a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 2012 <strong>no</strong> ESP. Assim<br />

como, mesmo que <strong>de</strong> forma singular, apontar para a existência<br />

<strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que aten<strong>de</strong>m pessoas portadoras <strong>de</strong><br />

DST por abordagem sindrômica e conhecer as informações <strong>de</strong><br />

vários Centros <strong>de</strong> Testagem e Aconselhamento (CTA), que tem<br />

<strong>de</strong>monstrado ser uma estratégia importante para o atendimento<br />

<strong>de</strong> populações mais vulneráveis às DST/<strong>aids</strong>. As informações<br />

do SINABIO (sistema <strong>de</strong> informação e <strong>no</strong>tificação <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes<br />

com material biológico), implantado pelo PE em 1999, para<br />

maior controle da prevenção e assistência <strong>de</strong>ste evento em<br />

profissionais em ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, passou a fazer parte do SINAN<br />

a partir <strong>de</strong> 2007.<br />

Nesta edição, gostaríamos <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar a continuida<strong>de</strong> da<br />

redução da mortalida<strong>de</strong> por <strong>aids</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1996 (<strong>de</strong> 22,9 naquele<br />

a<strong>no</strong> para 8,0/100 mil habitantes em 2007); a redução em quase<br />

cinco vezes do número <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> crianças com <strong>aids</strong> por<br />

transmissão vertical (418 casos em 1997 para 84 em 2006);<br />

o aumento <strong>de</strong> sobrevida <strong>dos</strong> pacientes com <strong>aids</strong>, tendo como<br />

exemplo 69 casos por transmissão vertical evoluindo para <strong>aids</strong><br />

após os 13 a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.<br />

A parceria, firmada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1998, existente entre o Programa<br />

Estadual DST/Aids <strong>de</strong> São Paulo e a Fundação SEADE,<br />

possibilitou conhecer a situação <strong>dos</strong> casos até <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong><br />

2006, assim como auxiliar na verificação e redução da taxa <strong>de</strong><br />

sub-<strong>no</strong>tifi cação em relação aos óbitos, melhorando <strong>de</strong> forma<br />

2<br />

substantiva a qualida<strong>de</strong> das informações do SINAN e do sistema<br />

<strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>. Criou-se um terceiro banco <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>, <strong>de</strong><strong>no</strong>minado<br />

<strong>de</strong> Base Integrada Paulista <strong>de</strong> Aids (BIP-Aids), que <strong>de</strong>ve<br />

ser atualizado a cada a<strong>no</strong>.<br />

A análise <strong>de</strong>sta base - BIP-Aids mostrou que até 30/06/2008<br />

foram <strong>de</strong>tecta<strong>dos</strong> 171.647 casos <strong>de</strong> <strong>aids</strong>, sendo 163.799 provenientes<br />

do SINAN e 7.848 óbitos por HIV/Aids existentes <strong>no</strong> banco<br />

SEADE.<br />

A partir <strong>de</strong>ste número, disponibilizaremos da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> DST e<br />

<strong>aids</strong> <strong>no</strong> mesmo boletim. Até o a<strong>no</strong> passado, estes eram elabora<strong>dos</strong><br />

e impressos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente.<br />

Apresentamos as informações do SINAN <strong>de</strong> <strong>aids</strong>, DST,<br />

gestante HIV positiva e crianças expostas à transmissão vertical,<br />

sífi lis congênita e sífi lis na gestação e aci<strong>de</strong>ntes com material<br />

biológico. Trazemos um artigo <strong>de</strong> revisão <strong>de</strong> vários estu<strong>dos</strong><br />

sobre a “Circuncisão Masculina como método <strong>de</strong> prevenção<br />

para HIV e DST: Efi cácia e factibilida<strong>de</strong>”, uma análise <strong>dos</strong><br />

“Resulta<strong>dos</strong> da Pesquisa <strong>de</strong> Prevalência <strong>de</strong> DST <strong>no</strong> município<br />

<strong>de</strong> São Paulo” – ocorrida em 2003-2004 e coor<strong>de</strong>nada pelo<br />

programa estadual, e outro artigo sobre “A re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Centros <strong>de</strong><br />

Testagem e Aconselhamento (CTA) do <strong>estado</strong> <strong>de</strong> São Paulo:<br />

distribuição, população atendida e fatores relaciona<strong>dos</strong> ao<br />

acesso ao diagnóstico sorológico”, ambos a partir <strong>de</strong> estu<strong>dos</strong><br />

da coor<strong>de</strong>nação nacional <strong>de</strong> DST/Aids.<br />

A proposta <strong>de</strong> trabalho da vigilância é seguir aprimorando<br />

o BIP-Aids, incorporando da<strong>dos</strong> do Sistema <strong>de</strong> Informação<br />

<strong>de</strong> Exames Laboratoriais (SISCEL) e do Sistema <strong>de</strong> Controle<br />

Logístico <strong>de</strong> Medicamentos (SICLOM), após investigação <strong>dos</strong><br />

casos suspeitos, e avançar para os <strong>de</strong>mais agravos e sistemas<br />

<strong>de</strong> informação existentes.<br />

Propomos também implementar o sistema <strong>de</strong> monitoramento<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> das DST/<strong>aids</strong> <strong>no</strong> SINAN, com<br />

investigação <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s perdidas <strong>de</strong> prevenção, eliminação/investigação<br />

<strong>de</strong> inconsistências e retirada <strong>de</strong> duplicida<strong>de</strong>s,<br />

e continuar a “batalhar”por um sistema <strong>de</strong> informação que possa<br />

ser oportu<strong>no</strong>, útil, ágil, flexível e amigável para entrada e análise<br />

<strong>de</strong> da<strong>dos</strong>. Reforçamos que estes atributos coloca<strong>dos</strong> não são<br />

apenas “jargões” teóricos, mas que <strong>de</strong> fato se concretizem <strong>no</strong><br />

cotidia<strong>no</strong> <strong>dos</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Visamos estimular que todas<br />

estas ativida<strong>de</strong>s ocorram <strong>no</strong>s diversos níveis <strong>de</strong> vigilância em<br />

saú<strong>de</strong> - locais, municipais e regionais do <strong>estado</strong> <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Outro <strong>de</strong>safi o é que este processo seja realizado em conjunto<br />

com as ações <strong>de</strong> prevenção e <strong>de</strong> assistência às DST/<strong>aids</strong>.<br />

Dra. Maria Clara Gianna - Dr. Artur Kalichman<br />

Coor<strong>de</strong>nação do Programa Estadual DST/Aids-SP<br />

Dezembro 2008

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