benedita - Jornal de Leiria

BENEDITA
Em pleno desenvolvimento
Situada no distrito de Leiria, a vila da Benedita espalha-se pelo Vale da Serra dos
Candeeiros, sendo uma das maiores freguesias do concelho de Alcobaça.
Com mais de oito mil habitantes, conta com mais de 450 empresas repartidas
por vários sectores, sendo que o calçado, a marroquinaria, a cutelaria, a
serração e a serralharia continuam a dominar. É uma região em pleno
desenvolvimento, que assumirá a sua plenitude se houver mais formação para
empresários e quadros das empresas e com a criação da Área de Localização
Empresarial, para a qual está a ser elaborado um Plano de Pormenor.
FOTOS: LURDES TRINDADE
uma edição
PUB.
Este suplemento faz parte integrante da edição 1175 do JORNAL DE LEIRIA, de 18 de Janeiro de 2007 e não pode ser vendido separadamente

Isabel Rufino, socióloga e presidente da Direcção da Associação Juvenil Barafunda
"Ser empresário hoje
é um acto heróico"
Isabel Rufino não
consegue estar
parada um segundo.
Enérgica e dinâmica,
conhece a freguesia
da Benedita e a região
Oeste melhor que
ninguém. Fundou a
Barafunda nos anos
80 por se sentir
descontente como
professora e hoje
continua a mostrar-se
insatisfeita com o que
a rodeia. Preocupa-a a
encruzilhada em que
vivem algumas
indústrias na freguesia
e defende mais
formação para os
empresários e para os
quadros das
empresas.
ficha técnica
DIRECTOR: José Ribeiro Vieira;
COORDENAÇÃO: João Nazário ;
REDACÇÃO: Ana Ferraz, Lurdes Trindade,
Maria Anabela Silva, Raquel Sousa Silva;
SERVIÇOS COMERCIAIS: Élia Ramalho;
DISTRIBUIÇÃO:
Jornal de Leiria, 18 de Janeiro de 2007
Rua Comandante João Belo, Nº 31
Apartado 1098 - 2401-801 Leiria
Tel. 244 800 400 - Fax 244 800 401
E-mail: geral@jornaldeleiria.pt
LURDES TRINDADE
Na sua tese de doutoramento,
centrou-se na freguesia da
Benedita para estudar o tecido
industrial. E chegou a algumas
conclusões curiosas…
Sim. Quando se trabalha a
Benedita, em termos de sistema
produtivo, não se trata apenas
da Benedita enquanto freguesia.
Na bacia de emprego, os actores
circulam em troca de trabalho
independentemente da divisão
administrativa. A raiz da industrialização
é na Benedita de facto,
mas abrange parte de Santa
Catarina (Caldas da Rainha), parte
de Rio Maior e Turquel. Por
exemplo, quando os empresários
de Santa Catarina se encontram
com os empresários da Benedita
numa feira na Alemanha, dizem
todos que são da Benedita. Mas
aqui, num meio mais restrito,
dizem que são os catarineiros e
os beneditenses… Estas identidades
que, no fundo, rivalizam
no seu território, no local pequeno,
acabam por cooperar quando
estão no exterior e acabam
por trazer vantagens. As pessoas
associam-se e estão solidárias
quando é preciso.
Como caracteriza hoje o tecido
empresarial da Benedita?
A indústria é o sector que continua
a ter ainda mais peso na
freguesia, sendo que o calçado é
o que assume maior destaque,
seguindo-se a cutelaria e a serralharia.
Mas, apesar de se manter
no topo, a indústria começa a
reduzir o seu peso e isso acontece
por todo o Oeste e um pouco
por todo o País, devido ao crescimento
da terciarização. Muitas
empresas industriais foram substituídas
pelo mercado da importação.
Mas o terciário de que vive
a Benedita é preocupante, porque
é um terciário não qualificante.
É um terciário assente na importação
e não no design, na arte e
na criação. Preocupa-me muito
esta situação, apesar de ainda vir
a criar algum emprego. A indústria
do calçado, apesar de algumas
crises mais fortes na década
de 90, em que algumas fábricas
fecharam, vai-se sustentando. A
marroquinaria passa por mais dificuldades,
tendendo a transformar-se,
também ela, mais para a
área de curtas séries.
Costuma dizer que a Benedita
está numa encruzilhada completa...
Naturalmente que as empresas
do sector dito tradicional ou se transformam
e se tornam mais competitivas,
recorrendo à arte e à criação
própria de novos modelos e
novos mercados, ou correm sérios
riscos. As empresas são muito dependentes
de outras empresas de logística
internacionais. Na Benedita
ainda se trabalha com bons produtos
e boas marcas, mas só se dá
a mão-de-obra. Não se concebe o
produto, nem o design, nem os materiais.
Estou a referir-me ao calçado.
Nós trabalhamos muito com o
sistema de sub-contratação internacional
pelas grandes marcas. Isso
cria dependência nas empresas. É
preciso dar o salto qualitativo!
E como se faz isso?
É preciso criar qualificação nas
pessoas. Criar no mercado perfis
que sejam capazes de inverter este
modelo do passado. Têm que ser
perfis de qualificação. Na Benedita
há jovens que acabam as
licenciaturas e, até por força do
mercado de trabalho, voltam às
empresas. Mas agora perguntam-
-me: o que existe para mudar este
estado de coisas? Não há formação
nesse sentido. Também não
interessa saber como funciona o
modelo de formação do Instituto
de Emprego e Formação Profissional,
porque vêm hoje de Leiria
fazer uns cursos, depois vêm
amanhã fazer outros... O próprio
concelho de Alcobaça não tem
formação vocacionada para as
empresas, nem para a reposição
das empresas. As entidades que
fazem diagnóstico das necessidades
de formação, fazem-no de
uma forma errada.
Em que é que sustenta essa
afirmação?
Essas entidades fazem o diagnóstico
com base no que lhes respondem
os empresários e os próprios
empresários não sabem o
que precisam. Eles não imaginam
o que vai ser a sua empresa daqui
a um ano ou daqui a dois anos.
Há oito anos perguntava-se a
alguns empresários da Benedita
o que precisavam e respondiam
que era de costureiras. E sabia-se
que eles, passados quatro ou cinco
anos, já não iam precisar de
costureiras. Tem que ser o próprio
Estado ou outras entidades
- as próprias universidades - a
fazer o diagnóstico das empresas
e a ditar as tendências do mercado.
Nós temos que saber o que se
passa nos outros países, para percebermos
o que se pode vir a passar
aqui. O problema está também
no nosso modelo organizacional,
em que cada organização
pública e privada trabalha
para si e per si.
A Barafunda poderia colmatar
essa falha na área do
diagnóstico e da formação das
empresas?
Não. A nossa associação vai
2| BENEDITA | Jornal de Leiria | 18 de Janeiro de 2007

cumprindo o seu papel. A Barafunda
é um nada no meio de tanta
necessidade. Tem que haver
cabeças pensantes e não pode
haver só amadores. Isto tem que
ser pensado com centros regionais,
que não sejam politizados.
Não me liguem isto a partidos,
nem a eleitos, nem a nomeados.
Façam centros de natureza técnica,
porque tudo o que tem a ver
com partidos morre. O empresário
vive num fogo cruzado constante,
para tentar pagar aos seus
trabalhadores, para pagar os impostos
e conseguir trabalho para o
dia seguinte. Como é que eles têm
tempo para pensar na sua empresa
a médio ou longo prazo? Só
os empresários que estão numa
empresa segura. Fora disso, é gerir
o quotidiano com mais ou menos
intuição, com mais ou menos sabedoria,
com mais ou menos sorte.
No estudo que elaborei, 95 por
cento das empresas não tinha
encomendas que excedessem um
mês. E entrevistei 118 empresas,
grandes e pequenas. Portanto, os
empresários vivem nesta insegurança
durante décadas. Hoje, ser
empresário é um acto heróico.
Criar a Barafunda nos anos
80, foi um acto heróico?
Não. A Barafunda emergiu de
uma forma muito espontânea,
numa altura em que eu, como
professora, quando comecei a dar
aulas, me sentia descontente. E
sentia que a maioria dos alunos
também vivia descontente. Era
uma situação em que éramos pagos
para o descontentamento geral.
Perante esta situação, e não me
entendendo com a linguagem e
com o modelo dos docentes, tentei
criar qualquer coisa que tentasse
dar resposta à escola. Paralelamente,
apercebia-me que nas
empresas e nas organizações múltiplas
o descontentamento era
geral. A escola, de facto, não dava
respostas. Não ajudava e não construía.
Na sequência de tudo isto,
era eu uma garota, com 25 anos,
sentia uma grande identidade com
os alunos. Comecei por dar aulas
no então Ciclo, rapidamente passei
ao Secundário, no Externato
Cooperativo. Dava Sociologia e
Teatro. E fui crescendo com os
alunos. E surgiu a Associação.
Nasceu como Associação Juvenil,
em que o modelo da professora
eram os próprios alunos.
A Barafunda foi crescendo e
amadurecendo, tal como a sua
mentora. Em que é que se transformou?
À medida em que fui crescendo,
também os jovens que comigo
iniciaram cresceram. A própria
associação apesar de ter muito
trabalho voluntário é muito profissionalizada.
Faz diagnósticos
múltiplos sobre o tecido produtivo
e sobre a área sócio-cultural
e económica da freguesia. Eu própria
acabei por fazer as teses de
mestrado e doutoramento sobre
a Benedita. E há muita gente que
faz teses de licenciatura sobre a
freguesia e é sempre na base desses
estudos científicos que a Barafunda
trabalha. Depois de fazer o
estudo e o diagnóstico, a Barafunda
é como que um observatório,
tentando pôr em prática o
que são as suas propostas.
A Barafunda actua no modelo
"procura construir o presente,
perspectivando assegurar por
via deste o futuro". O que significa
isso?
Significa que a Barafunda procura
ir buscar ao Estado de Direito
todos os apoios disponíveis,
para investir em projectos e infra-
-estruturas de desenvolvimento.
Não estou a dizer que se consiga,
mas vamos tentando. Desenvolvemos
os projectos e estamos
sempre a procurar redes de parcerias,
ligadas às escolas, aos bombeiros,
à Junta de Freguesia, ao
Externato Cooperativo e a todas
as organizações da região.
A Barafunda está dividida em
dois departamentos, o de crianças
e jovens e o de trabalho e
formação…
Sim, no primeiro temos o Espaço
Encontros, com o projecto Percursos
Alternativos, através do
Programa Escolhas, onde trabalham
a tempo permanente três
técnicos e a tempo parcial mais
um técnico. É um espaço aberto,
com acesso à Internet, por onde
passam todos os dias centenas de
pessoas, entre jovens e adultos.
Há ainda projectos desenvolvidos
nas escolas do 1º e 2º ciclos
do ensino básico e no Externato
Cooperativo. Estes projectos visam
sobretudo o combate ao insucesso
escolar e a motivação para
valores do conhecimento e da
aprendizagem. Há muitos outros
projectos em curso. Temos ainda
o Centro Lúdico, com o ATL, através
de um acordo com a Segurança
Social para 20 crianças,
apesar de termos cerca de 40.
Depois há a Academia de Trabalho
e Formação, onde se destaca
o Centro Novas Oportunidades
RVCC - Reconhecimento
Validação Ccertificação e Competências.
Diz que foi criado um
consórcio com várias organizações
da freguesia…
Sim. É muito importante criar
parcerias, porque vamos tentar
levar as sessões de acompanhamento
aos próprios lugares, nas
colectividades. Só quando é Informática
é que os alunos têm que
se deslocar à nossa sede, devido
aos computadores. As associações
multiplicaram-se na nossa
região, mas os edifícios, que
são muito bons, estão sub-aproveitadas.
Vamos tentar devagarinho
aliciar os dirigentes associativos
para outra dimensão de
mobilização das suas associações.
Fazer com que menosprezem agora
a área material, e valorizem o
que é o conhecimento e a informação.
O que procuramos é entrar,
seduzindo devagarinho. ●
Lurdes Trindade
“
Nós trabalhamos
muito com o
sistema de
subcontratação
internacional pelas
grandes marcas.
Isso torna
dependência nas
empresas. É
preciso dar
”
o salto
qualitativo!
Uma nova creche
FOTOS: DR
A criação de uma creche vai
obrigar a Barafunda a renovar
todas as suas instalações, na
Rua Heróis do Ultramar. Tratase
de um edifício com uma arquitectura
moderna, que vai receber
todos os serviços da
associação, com excepção do
RVCC, que deverá manter-se na
Casa da Vila, onde funciona a
Junta de Freguesia.
A creche terá capacidade para
36 crianças, respondendo assim
às carências da freguesia. Isabel
Rufino explica que, apesar
da redução da natalidade no
País, a Benedita "tem uma população
ainda muito jovem, que se
depara com a falta de condições
para poder ter filhos". A socióloga
refere que hoje a maioria
das mulheres "já não aceita deixar
as crianças com uma ama,
sem condições de segurança mínimas
e por isso opta por não ter
filhos ou se os tem é mais tardiamente".
Ainda sem ter iniciado as obras,
a Barafunda já tem pré-inscrições
para a creche. De qualquer
forma, Isabel Rufino prevê
que os trabalhos comecem
em Março, para estarem concluídos
no final do ano. "A creche
tem que começar a trabalhar
em Novembro".
As obras do edifício custarão
cerca de 250 mil euros, sendo
que apenas uma pequena parte
da creche será financiada pelo
III Quadro Comunitário. "Vamos
recorrer à banca. Tínhamos a
casa hipotecada e já não temos,
por isso… não temos dinheiro,
mas temos crédito. Há uma confiança
no nosso trabalho." ●
18 de Janeiro de 2007 | Jornal de Leiria | BENEDITA |3

Terreno aguarda por legalização
Área de
Localização
Empresarial
em Plano
LURDES TRINDADE
Depois de mais de uma dezena de anos à espera de uma zona
industrial, a Benedita pode estar agora mais perto de ter a sua
Área de Localização Empresarial (ALE). O terreno já existe
e em finais do ano passado começou a ser elaborado o Plano
de Pormenor, um passo importante, já que permitirá a desafectação
de uma parcela de 180 hectares do Parque Natural
das Serras de Aire e Candeeiros.
No dia 22 de Novembro de 2006, foi publicado em Diário da
República o anúncio para abertura do procedimento do Plano
de Pormenor da ALE da Benedita, que permitirá a implantação
daquela infra-estrutura na Quinta da Serra, um terreno
adquirido pela Câmara Municipal de Alcobaça por 5.5 milhões
de euros. Localizado entre a EN1 e Serra dos Candeeiros, o
terreno está localizado 50 quilómetros a norte da Ota, para
onde se prevê o futuro aeroporto, sendo por isso considerado
um local estratégico para as empresas que pretendem ali instalar-se.
De qualquer forma, a criação da ALE da Benedita não vai ser
um processo fácil, apesar de já existir terreno. O próprio presidente
da Câmara de Alcobaça, Gonçalves Sapinho, o classifica
de complexo, mas afirma que tudo fará para que venha a
ser uma realidade, como que "uma homenagem aos investidores
da Benedita".
O Plano de Pormenor está a ser elaborado em articulação com
técnicos da Comissão de Coordenação de Desenvolvimento
Regional de Lisboa e Vale do Tejo e do Parque Natural da Serra
de Aire e Candeeiros.
O pagamento do terreno pela autarquia vai ser efectuado sem
juros até 2008. A Câmara prepara-se agora para definir as
linhas para se candidatar a programas do Quadro de Referência
Estratégico Nacional 2007/2013.
À Junta de Freguesia da Benedita e à própria Câmara de Alcobaça
têm chegado pedidos de muitos empresários para se instalarem
na ALE da Quinta da Serra, apesar do processo se
encontrar numa fase bastante embrionária. "Como é uma freguesia
muito bem localizada, os empresários privilegiam-na
para se instalarem", afirma Maria José Filipe, presidente da
Junta, confirmando a existência de inúmeros contactos efectuados
por empresários de diversos sectores. ●
As prioridades da presidente da Junta de Freguesia
Avenida principal vai
ter nova rotunda
LURDES TRINDADE
Maria José
Filipe, presidente
da
Junta, está
a cumprir o
seu primeiro
mandado
à frente dos destinos da freguesia
da Benedita. Este primeiro
ano foi de diagnóstico das dificuldades
existentes e de auscultação
das populações. E até de
execução de alguns projectos,
como aconteceu com a criação
da Unidade de Saúde Familiar.
Uma obra que, apesar de não ter
sido da sua inteira responsabilidade,
já que contou com o apoio
da Administração Regional de
Saúde do Centro e da própria
Câmara Municipal de Alcobaça,
tem muito de seu. "Lutei muito
por aquele serviço, porque
a população da Benedita precisava
urgentemente de mais
qualidade na saúde", admite.
No seu pacote de prioridades
para este mandato, integra agora
as obras no Centro de Saúde,
para o correcto funcionamento
daquela Unidade de
Saúde Familiar, inaugurada há
pouco mais de um mês.
Maria José Filipe conta ainda
executar, durante os três anos
que faltam para terminar o mandato,
o arranjo dos separadores
centrais da Avenida Padre Inácio
Antunes, assim como criar
pelo menos uma rotunda naquela
avenida principal, que liga o
centro da Benedita ao IC2. A conclusão
da obra da estrada do
Casal do Guerra e respectivas
valetas e a ciclovia na estrada
da Lagoa do Ferro são outras
prioridades da autarca.
A Junta de Freguesia da Benedita
tem também um projecto de
requalificação da Fonte da Senhora
e da Praça Damasceno Campos,
no centro da vila, prevendo
ainda vários alcatroamentos
na freguesia, assim como o saneamento
básico na zona sul e na
zona nascente da Benedita.
Outra das grandes obras previstas,
é o arranjo da área adjacente
à Casa da Vila, junto ao
quartel da GNR. Aliás, é neste
edifício que funciona uma parte
das associações da Benedita,
nomeadamente a Barafunda, o
Beneditense, a Associação Empresarial
da Benedita, uma parte da
Universidade Sénior e outras.
Segundo a autarca, as maiores
dificuldades que tem encontrado
desde que chegou à Junta
de Freguesia são sem dúvida de
ordem financeira, o que, na sua
opinião, atrasa a realização de
algumas obras mais avultadas.
"Especialmente numa freguesia
com um número de habitantes
significativo e com a nossa vontade
de fazer obra, não se pode
parar e assim, os pequenos trabalhos
de manutenção da freguesia
vão-se realizando, como
fruto do aproveitamento e de uma
boa gestão dos recursos materiais
e humanos existentes".
Questionada sobre a gestão da
energia eólica na freguesia, uma
questão que não tem sido muito
pacífica entre Junta e Câmara de
Alcobaça, Maria José Filipe não
se abriu muito em relação a este
assunto, apesar de ter sido criada
uma Comissão de Baldios para
gerir esta situação. Limitou-se a
responder que "a Freguesia foi
contemplada com as torres que
produzem aquela energia, sendo
que a Junta e a Assembleia de
Freguesia entendem que as torres
estão instaladas em terrenos
baldios e que, portanto, são da
administração da Junta de Freguesia".
E adianta que existem
conversações com a Câmara para
definir esta situação.
NOVA ESCOLA PREVISTA
No que respeita à educação,
Maria José Filipe refere que o
Externato Cooperativo "é uma
instituição muito importante
na freguesia e em freguesias
limítrofes pelo papel que desempenha
a nível educativo e pela
relação que mantém com a restante
comunidade, levando a
cabo iniciativas culturais e desportivas
que ultrapassam o
âmbito escolar e se estendem
a toda a população interessada.
De qualquer forma, adianta
que no seguimento da implementação
das directrizes da
Carta Educativa e da nova legislação
para esta área, prevê-se
a construção de uma grande
escola na freguesia, com parque
desportivo e refeitório.
Aliás, já existem na Benedita
as Piscinas Municipais,
um equipamento que possibilita
a toda a população a prática
desportiva, implementando
hábitos de vida saudável,
sendo do conhecimento geral
que a natação é uma prática
recomendada para o bem-estar
em qualquer idade.
Segundo a autarca, para
além das aulas da Escola de
Natação, as piscinas promovem
também outras, como a
hidroginástica, a hidroterapia,
a natação para grávidas e para
bebés e actividades de tempos
livres para as crianças em férias
escolares. ●
4| BENEDITA | Jornal de Leiria | 18 de Janeiro de 2007

PUBLIREPORTAGEM
POLICLÍNICA
BENEDITA
Telefone 262 925 610 . Fax 262 925 619
Rua da Policlínica . 2475-151 Benedita
18 de Janeiro de 2007 | Jornal de Leiria | BENEDITA |5

PUBLIREPORTAGEM
"A Policlínica
é quase
um hospital"
António José Henriques,
director-geral
A Policlínica da Benedita foi
concebida para funcionar quase
como um hospital. Apenas
lhe falta o internamento. De
resto, no mesmo espaço, o
utente tem acesso a todas as
especialidades, podendo inclusivamente
fazer análises clínicas
e recorrer a exames auxiliares de diagnóstico.
Com 2.300 metros quadrados, a Policlínica dispõe ainda
de acordos com a Segurança Social em algumas
áreas e parcerias com várias companhias de seguros.
António José Henriques, director-geral, explica que
gostaria de obter "mais apoio das entidades oficiais
para benefício de todos. "Do investidor enquanto
empreendedor, que tem um direito próprio que é o de
estar integrado no seu meio envolvente com uma unidade
que presta um serviço de utilidade pública, embora
lucrativo, mas com uma componente social fortíssima".
O Estado, adianta, ao estabelecer protocolos com a
Policlínica da Benedita, "poupa muito dinheiro, se quiser
poupar". António José Henriques explica que a sua
posição já foi exposta às entidades oficiais responsáveis
pelo sector da saúde, aguardando uma resposta
já há algum tempo. "Também temos consciência que
o sector da saúde está em mutação e às vezes quem
decide não sabe como deve decidir. Isso prejudica unidades
desta dimensão. As de grande dimensão não são
prejudicadas porque têm a informação toda. E conseguem
chegar junto do poder com mais facilidade que
nós. Não há desvios. Há é uma relação de maior proximidade".
Referindo-se a um estudo elaborado durante o ano de
2006, aquando da reestruturação da Policlínica, António
José Henriques sublinha que a área de intervenção
da clínica abrange nove concelhos, num raio de 15
quilómetros. "Eu próprio fiquei surpreendido com a
centralidade da Benedita, porque quando era autarca
esta era uma freguesia vista como sendo a mais a Sul
do concelho de Alcobaça e estava num extremo. E a
verdade é que não é assim. A Benedita está centrada".
Para chegar a esta conclusão, a Policlínica solicitou a
uma empresa especializada realização de mais dois
estudos, sendo que os resultados foram coincidentes.
"A dez e a cinco quilómetros de raio apanha sete concelhos
e se formos ver o ficheiro activo de utentes da
Policlínica, ele tem 35 mil utentes e servimos uma
população superior a 50 mil pessoas da Benedita, Caldas
da Rainha, Rio Maior, uma parte de Santarém, uma
parte de Porto de Mós e Cadaval".
António José Henriques pede apenas ao Estado para
olhar para a Policlínica, já que aqui não há dinheiros
públicos, nem candidaturas a fundo perdido. "Há dinheiro
próprio que foi investido e penso que temos o direito
de defender o que é um serviço para bem de todas
as pessoas que o utilizam".
No conceito de expansão e desenvolvimento, a Policlínica
da Benedita desencadeou um processo de reestruturação
que inclui a implementação de novas especialidades
e serviços de melhoramento dos que já
existiam. A finalidade dos investidores foi transformar
a unidade numa Unidade Modelo a nível regional, tendo
como objectivo a satisfação dos utentes. Nesse sentido,
estamos a trabalhar também para a implementação
do sistema de qualidade.
A Policlínica da Benedita existe há 23 anos e foi fundada
por sete médicos num espaço diferente. Há cerca
de dez anos, dois beneméritos da freguesia doaram
o terreno onde se localiza o edifício actual, que só foi
concluído em 2006, depois de ter sido adquirido por
António José Henriques. Foi completamente reestruturado
e completamente aproveitado. "Como tenho a
Farmácia Alves na Benedita, aceitei o desafio dos médicos
para comprar a Policlínica, mas só com a condição
de ser o sócio maioritário", explica o empresário, adiantando
que, neste momento, estão em curso parcerias
com várias entidades da área da saúde para uma verdadeira
estratégia de negócio.
POLICLÍNICA DA BENEDITA
Uma unidade
de saúde modelo
A Policlínica Central da Benedita está actualmente a desenvolver
um trabalho ímpar na região Oeste. Tendo como missão a prestação
de serviços clínicos de qualidade, com eficiência e boas acessibilidades,
quer nas áreas de ambulatório, quer na Medicina Geral e Familiar,
com várias especialidades e um atendimento permanente, dispõe
de um Centro de Fisioterapia e de uma Clínica Dentária únicos, além
de disponibilizar serviços na área dos Acidentes de Trabalho, Exames
Auxiliares de Diagnóstico e Medicina, Segurança e Higiene no Trabalho.
É já considerada uma clínica de referência e uma unidade modelo
a nível regional, com princípios e valores na Educação e Promoção
da Saúde, Responsabilidade Ambiental e Responsabilidade Social (com
rastreios e apoio à população mais carenciada).
Num espaço agradável, onde o bom gosto impera, a Policlínica funciona
de segunda a sexta-feira das 7:30 às 22 horas e aos sábados das
7:30 às 19 horas. Aos domingos e feriados, está aberta das 9 às 12
horas, só com serviço de enfermagem. Tem serviço de bar, uma sala
de espera para adultos e outra só para crianças.
6| BENEDITA | Jornal de Leiria | 18 de Janeiro de 2007

PUBLIREPORTAGEM
Um pólo de excelência - projectos em curso
Dispondo de 15 gabinetes de consulta, a Policlínica
assume-se como um pólo de diferenciação
ao nível de especialidades consideradas centrais
para a região, oferecendo já serviços de
excelência. Prepara-se, no entanto, para criar
um Centro de Gastro e de Cardiologia.
A expansão do Atendimento Permanente, a
Consolidação do Serviço de Reabilitação e a Criação
de um Serviço de Apoio Domiciliário, numa
perspectiva humanizadora e apoiada em novas
tecnologias de informação, constituem as principais
linhas de desenvolvimento para o futuro.
A articulação em rede de Centros de Saúde,
de forma a assegurar a acessibilidade e continuidade
de cuidados em unidades familiares é
outro dos projectos em curso.
A introdução de novas técnicas no Serviço de
Fisioterapia foi já alcançada em 2006, com a
Reabilitação Desportiva e as Técnicas Osteopáticas.
O Desenvolvimento do Sistema de Gestão da
Qualidade com vista à Certificação pela ISO
9001:2000, está em curso com vista a ser o primeiro
Serviço de Fisioterapia Certificado a nível
nacional. O Sistema de Gestão de Qualidade assegurará
a qualidade dos serviços prestados de
acordo com os princípios da melhoria contínua.
Existem já mecanismos de avaliação da satisfação
dos clientes e estão em curso acções de
formação no âmbito do atendimento, qualidade,
ambiente e segurança, recursos humanos,
comunicação interna, instalações e equipamentos.
Em breve, abrirá na Policlínica uma loja de
ortopedia e uma óptica. Os espaços estão já
prontos para receber estes serviços.
Cartão Visa com
regalias únicas
A Policlínica dispõe de um Cartão Visa. Os seus
clientes com este cartão poderão efectuar os seus
pagamentos nos estabelecimentos comerciais da
rede Visa Portugal e em todo o mundo, sendo que
o pagamento a crédito pode ser efectuado para
os medicamentos na Farmácia Alves e também
para as análises clínicas.
A partir do momento em que o utente tenha o
seu cartão da Policlínica da Benedita é desde logo
um cliente privilegiado, já que poderá pagar as
suas consultas a crédito, podendo amortizar quando
quiser e sem qualquer custo adicional.
O cartão, por outro lado, não tem qualquer custo
de anuidade.
Em caso de financiamento para a saúde, pode
utilizar um plafond negociável que pode ir até aos
20 mil euros. Este cartão dá ainda acesso ao pagamento
de serviços "Mega Rede" e a descontos em
tratamentos termais.
A emissão deste cartão foi possível devido a
uma parceria entre a Policlínica da Benedita e a
Caixa de Crédito Agrícola, que inclusivamente
colocou no espaço da clínica uma caixa Multibanco,
permitindo aos utentes o levantamento de
valores e pagamento de serviços.
18 de Janeiro de 2007 | Jornal de Leiria | BENEDITA |7

PUBLIREPORTAGEM
Especialidades
ACUPUNTURA - Dr.ª Ana Carina Paulino Falhas
CARDIOLOGIA - Dr. Carlos Manuel Santos Andrade
CIRURGIA GERAL - Dr. Amândio Rodrigues Matos
DERMATOLOGIA - Dr. César Lourenço Martins
ENDOCRINOLOGIA - Dr. Bernardino Rafael Costa Pinho
GASTROENTEROLOGIA - Dr. Delfim Afonso Rodrigues Pena
GINECOLOGIA - Dr. Rui Manuel Lagarto Santos
- Dr.ª Isabel Riscado
MEDICINA DENTÁRIA - Dr.ª Liana Sofia Gameiro Fernandes
- Dr.ª Paula Mota Rodrigues
- Dr.ª Fabienne Nicole Strahm
- Dr.ª Ana Carina Paulino Falhas
MEDICINA GERAL - Dr. Adérito Vieira Vaz
- Dr. Manuel José Rafael
- Dr. José Cordeiro Gomes
NEUROCIRURGIA - Dr. Eduardo Nelson Martins Bernardo
NEUROLOGIA
- Dr. Hans Peter Grebe
OBSTETRÍCIA - Dr.ª Paula Retroz
OFTALMOLOGIA - Dr.ª Paula Cristina A. Gama Castela
- Dr. Paulo Cenicante
ORTOPEDIA
- Dr. Ciro Magalhães Guedes Costa
ORL
- Dr. António Marques Pereira
- Dr.ª Carla Sofia F. Branco Lopes João
PEDIATRIA
- Dr.ª Arminda Ponte Marques Oiteiro
PSICOLOGIA
- Dr.ª Alda Maria Sousa Nunes
PNEUMOLOGIA/ - Dr.ª Manuela Fernandes
ALERGOLOGIA
PSIQUIATRIA
- Dr. Cláudio Viriato S. D. Laureano
- Dr.ª Paula Carriço
REUMATOLOGIA - Dr. Jorge Manuel Gonçalves Silva
UROLOGIA
- Dr. Fernando Girão
MEDICINA INTERNA/ - Prof. Drº Rui Perdigoto
HEPATOLOGIA
MEDICINA INTERNA/ - Dr.ª Estela Mateus
DIABETES
Outros Serviços
. Curso de Preparação para o Parto
. Massagem Infantil
. Fisioterapia e Reabilitação
. Colonoscopias e Endoscopias
. Electrocardiograma
. Audiograma e Timpanogramas
. Próteses auditivas
. Serviços de enfermagem
. Análises clínicas
. Provas Funcionais Respiratórias
. Terapia da Fala
CLÍNICA DE OBESIDADE E NUTRIÇÃO - Dr.ª Alexandra Xavier
CLÍNICA DO PÉ - PODOLOGIA - Dr.ª Ana Rita Silva
MEDICINA DESPORTIVA
- Dr. José Gomes
MEDICINA DO TRABALHO
- Dr. Jaime Barreiro
IDOSOS - APOIO A
- Dr. Jaime Barreiro
INSTITUIÇÕES DA 3ª IDADE
Clínica de Sono
Check-up (Homem e Mulher)
Exames Auxiliares de Diagnóstico
Electromiografia
Polisonografia
Ressonância Magnética
Eco 4 - Imagiologia
RX convencional
Mamografia
Ecografias Adultos, Pediátrica e Obstétrica
Eco-Doppler
Ecocardiograma
Ortopantomografia
Ostrodensiometria
TAC
POLICLÍNICA
BENEDITA
A beleza aliada à saúde
A saúde vem sempre aliada à beleza. Por
isso, a Policlínica da Benedita começou
este ano a desenvolver algumas actividades
associadas à dermoestéstica, com
especialistas da área da mesoterapia, termocoagulação
e rejuvenescimento facial.
Serviço de Fisioterapia
para 30 mil habitantes
Carlos Macedo, presidente da Associação
Portuguesa de Mesoterapia e secretário
adjunto da Sociedade Internacional
de Mesoterapia, com uma
pós-graduação em Medicina do Desporto,
é o médico responsável por estas
três vertentes.
O tratamento de varicosidades é feito
através da termocoagulação, uma técnica
baseada na utilização de uma onda
de alta-frequência que leva à destruição
controlada do pequeno vaso inestético.
A mesoterapia é utilizada no tratamento
da celulite com a aplicação na pele de
medicamentos através de pequenas
agulhas, manualmente ou com a ajuda
de aparelhos electrónicos. Já o rejuvenescimento
facial é feito através da aplicação
de produtos, cremes, provocando
a erosão e regeneração cutânea. Está
indicado em cicatrizes de acne, hipercromias
ou rugas superficiais. Paulo
Macedo utiliza ainda técnicas como o
preenchimento de rugas, mesolifting e
a toxina botulínica.
O Serviço de Fisioterapia pretende dar a
resposta a uma população directa de 30
mil habitantes das freguesias de Vimeiro
(Alcobaça), Turquel (Alcobaça), Évora de
Alcobaça (Alcobaça), Benedita (Alcobaça),
Alcobertas (Rio Maior), Santa Catarina
(Caldas da Rainha) e Alvorninha (Caldas
da Rainha).
Actualmente atende 40 doentes por dia,
mas tem condições físicas para atender
100 utentes por dia, caso os serviços oficiais
assegurem a Convenção. De acordo
com um estudo feito Bestsalus - Empresa
de Consultadoria da Área da Saúde do
Grupo Melo, em Março do ano passado,
as necessidades da população de Alcobaça
não estavam cobertas por nenhum
centro convencionado no concelho, havendo
necessidade dos seus habitantes se
deslocarem para outros concelhos, como
Rio Maior e Nazaré, através do recurso
às Associações Humanitárias dos Bombeiros
Voluntários, táxis ou transportes
particulares.
Estas deslocações, além de onerosas
para a Administração Regional de Saúde
do Centro, são mais longas, o que
faz aumentar os períodos de ausência
ao serviço e, nalguns casos, a recuperação
dos doentes.
Só na freguesia da Benedita, segundo
dados dos Voluntários, as solicitações de
transporte para a realização de tratamentos
de fisioterapia para Rio Maior
equivalem a 60 pessoas por dia. Os Bombeiros
conseguem dar resposta a apenas
30 doentes por dia, deslocando-se os restantes
de táxi ou de viatura particular.
Os custos correspondentes a 30 doentes/dia
durante o ano de 2005 pelos Voluntários
da Benedita, suportados pela ARS
Centro - Sub-Região de Saúde de Leiria,
só para deslocações para Rio Maior, deverão
ascender os 34 mil euros.
Ora, a existência de uma Convenção
para a realização dos tratamentos de
Fisioterapia com a Policlínica Central
da Benedita permitiria à ARS anular
esses custos.
Adicionalmente, a concretização de uma
convenção entre a ARS Centro e a Policlínica
Central permitiria servir, não apenas
os doentes da freguesia da Benedita,
mas todos os utentes das freguesias limítrofes,
nomeadamente Évora de Alcobaça,
Turquel e Vimeiro, do concelho de Alcobaça,
Carvalhal de Benfeito, Salir de Matos
e Santa Catarina, do concelho de Caldas
da Rainha, e Arrimal e Serro Ventoso, do
concelho de Porto de Mós.
Para a ARS Centro, o redireccionamento
destes 100 doentes, das actuais clínicas
convencionadas para a Policlínica
da Benedita permitiria reduzir os custos
em cerca de 80 mil euros por ano.
A Unidade de Fisioterapia efectua tratamentos
músculo-esqueléticos, neurológicos
e cárdio-respiratórios. Estima-se
que 90 a 95 por cento dos casos
são resolvidos com sucesso, sendo que
os restantes resultam de situações em
que a fisioterapia só por si não consegue
os resultados esperados. São utilizados
para avaliação os testes musculares,
a Goniometria, a EVA - Escala
Visual Analógica da Dor, a Medição Perímetro
Muscular e feitas Medições Volumétricas.
8| BENEDITA | Jornal de Leiria | 18 de Janeiro de 2007

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18 de Janeiro de 2007 | Jornal de Leiria | BENEDITA |9

Presidente da Junta de Freguesia diz que os trabalhos deveriam estar concluídos em Maio
Obras na Unidade de Saúde
Familiar dividem entidades
REGIÃO DE CISTER
Inaugurada há cerca de um
mês, a Unidade de Saúde
Familiar (USF) de Santa
Maria corre o risco de parar,
caso a Câmara Municipal
de Alcobaça, a Junta de Freguesia
da Benedita e a Administração
Regional de Saúde do
Centro não se entendam quanto
à autoria das obras a executar
no Centro de Saúde da Benedita.
Os trabalhos já deveriam
ter iniciado, para estarem concluídos
em Maio, aliás, uma exigência
do Ministério da Saúde,
quando deu o seu aval para o
funcionamento daquela unidade.
Maria José Filipe, presidente
da Junta de Freguesia, confirma
esta situação, alegando
que "ninguém sabe quem vai
pagar as obras".
A Unidade de Saúde Familiar
foi instalada num edifício construído
já há cerca de dez anos
pela Câmara de Alcobaça, cujas
chaves deveriam ter sido entregues
à ARS do Centro. Estas instalações
têm quatro consultórios
e cinco médicos, não existindo
condições para funcionar
em pleno, como unidade familiar.
"Já não vejo as pessoas às
seis horas na madrugada à espera
de marcação de consulta e
fico contente quando saio daqui
às 18 ou 19 horas e vejo o Centro
de Saúde cheio de doentes",
revela a autarca, considerando
que esta unidade permite que as
pessoas faltem menos aos empregos,
quer para irem elas próprias
ao médico, quer para acompanharem
os seus familiares mais
velhos, já que funciona em horário
pós-laboral, até às 20 horas
e aos sábados das 9 às 13 horas.
A USF funciona com clínicos
gerais, mas com consultas de
diabetes, colesterol, saúde materno-infantil
e planeamento familiar.
Tudo no centro de Saúde, a
que foi dado o nome de "Unidade
de Saúde de Santa Maria".
Maria José Filipe está consciente
que esta situação se irá
resolver rapidamente, até porque
"não se pode correr o risco
de se perder um serviço tão útil
para a população. E os números
falam por si".
A criação desta Unidade de
Saúde Familiar permitiu reduzir
de sete mil para quatro mil o
número de utentes sem médico
de família no concelho de Alcobaça.
A única USF da região proporcionou
a dispensa de um médico
para a extensão de saúde de
Turquel, que garante um ficheiro
de 1500 utentes. Outros 1500
têm médico de família na USF
da Benedita. A par da USF, as 14
extensões de saúde de Alcobaça
estão, desde o dia 2, informatizadas
e em rede.
Na Benedita, o que existe é
uma unidade de nível um - contrato
entre os médicos, sendo
que a logística, pessoal de enfermagem,
auxiliares e administrativos
são assegurados pelo centro
de saúde. A USF pode ser, no
limite, de nível cinco: quando
um médico privado assegura os
cuidados primários de saúde.
A directora do Centro de Saúde
de Alcobaça, Dina Ruivaco,
aplaude as USF, sistemas que
gostaria de ver a crescer no concelho
já que, refere, "são uma
boa solução para a redução do
número de utentes sem médico".
Quanto aos quatro mil que ainda
não têm clínico, maioritariamente
da sede do concelho, são
atendidos nas consultas de reforço,
que, em breve, deverão ter
mais clínicos.
Alguns médicos que fazem
Serviço de Atendimento Permanente
(SAP) nas urgências do
hospital, mas são profissionais
do centro de saúde, já pediram
a Dina Ruivaco a dispensa daquele
serviço, à qual têm direito,
dado terem atingido a idade da
reforma.
Mais médicos nas consultas
de reforço poderão, então, significar,
um desfalque no SAP, o
que não preocupa Dina Ruivaco.
"Temos de habituar os utentes
a irem às consultas de reforço
e lembrá-los que uma gripe
só é urgência se houver complicações",
argumenta. ●
Um clube com futebol, natação, inserção e cultura
Beneditense envolve cerca de 300 jovens
Com 44 anos de vida, a Associação Beneditense
de Cultura e Desporto (ABCD) envolve
actualmente cerca de três centenas de
crianças e jovens na prática do desporto,
entre o futebol e a natação. Com um orçamento
de 250 mil euros para esta época,
o clube dispõe também de uma empresa de
inserção, vocacionada para a integração
de jovens toxicodependentes e desempregados
de longa duração, além de ser conhecido
pela realização do famoso Carnaval
nocturno.
Sérgio Inácio, presidente da Direcção,
explica que um clube não tem que necessariamente
viver apenas do futebol, apesar
de reconhecer que a maior parte das
actividades ali desenvolvidas se prendem
com aquela modalidade. De facto, o Beneditense,
como é também conhecido o
maior clube da freguesia, tem nove equipas
de futebol, sendo que a principal, a
sénior, disputa o campeonato distrital.
Chegou a estar na segunda divisão nacional,
mas actualmente está na Divisão de
Honra Distrital de Leiria.
Mas não se pense que se gasta muito com
LURDES TRINDADE
Sérgio Inácio
os jogadores da equipa. Sérgio Inácio explica
que o compromisso que assumiu em
2003, quando aceitou ser presidente, foi
precisamente reduzir os custos com esta
equipa. Como? Formando os próprios jogadores,
colocando na equipa profissional
jovens da Benedita. Assim, existe uma equipa
de juvenis, que está no segundo ano, e
que está a disputar os campeonatos nacionais.
Foram o ano passado campeões distritais.
"Será desta equipa que sairão jogadores
para a equipa de séniores e estão a
portar-se muito bem, como se tem visto
pelos resultados", afirma o presidente, considerando
que o clube não tem capacidade
para pagar vencimentos elevados, como
acontecia antes.
Na ABCD existem ainda as "escolinhas" e
as escolas. São grupos de formação para
mais pequenos, destinados a formar os futuros
jogadores das equipas dos juvenis e
sénior. "Temos que apostar nos jovens da
terra e é dando formação que o conseguimos."
Além do futebol, o clube tem ainda a natação,
que envolve cerca de uma centena de
atletas. Aqui, Sérgio Inácio destaca João
Silva, vice-campeão europeu e medalha de
bronze de triatlo, que sendo atleta do Belenenses,
começou a jogar futebol no Beneditense,
mantendo ainda ligações ao clube,
já que é nas suas instalações que faz
muitos dos seus treinos.
A Empresa de Inserção surgiu no ano
2000, vocacionada para a manutenção
de espaços verdes. Como a ABCD tinha
um campo relvado, juntou o útil ao agradável.
"O pessoal contratado fazia a manutenção
do campo e ao mesmo tempo era
possível assumir compromissos com outras
entidades, nomeadamente com o Externato
Cooperativo da Benedita e com
outras empresas privadas para tratar
dos jardins e fazer as limpezas dos seus
espaços", revela Sérgio Inácio.
O projecto, com duração de sete anos, terminará
no final deste ano, mas tem condições
para continuar. Sérgio Inácio conta que o Centro
de Emprego permite que se façam novas
candidaturas para contratar mais pessoas, mas
o programa deverá ser reestruturado. O projecto
inicial foi de 100 mil euros, investidos na
aquisição de equipamentos para manter a
empresa a funcionar, independentemente dos
apoios que pudessem vir do Estado. "Hoje a
empresa mantém-se de boa saúde e apesar do
Centro de Emprego comparticipar com 80 por
cento dos vencimentos, seria possível continuar
com ela. Claro que os colaboradores tinham
que ser seleccionados de forma diferente e não
podíamos desempenhar o papel social que temos
actualmente." ●
10| BENEDITA | Jornal de Leiria | 18 de Janeiro de 2007

Da criação de animais à produção de rações
Um homem
empreendedor
Empresa existe desde 1999 e tem vindo a crescer
DL Publicidade aposta
na qualidade
"Tudo o que tenha imagens, letras
ou números". É esta a vasta área de
actuação da DL Publicidade, criada
em 1999 por Daniel Machado e Lino
Bogalho. A empresa tanto faz design
gráfico (logotipos, marcas ou catálogos,
entre outras coisas), como
multimédia (criação de sites na internet,
por exemplo), impressão (offset
ou digital), trabalhos em acrílico ou
vinil, stands ou brindes publicitários,
além de outros. Seja em que
área for, a aposta dos sócios vai para
a qualidade dos produtos e serviços
oferecidos, bem como para a formação
dos elementos da equipa, dez
actualmente.
A empresa nasceu porque os
sócios se aperceberam do "mercado
emergente" das novas tecnologias,
nomeadamente relacionadas
LURDES TRINDADE
Fernando Fonseca
Aindústria de rações
desenvolveu-se na
Benedita em paralelo
com a avicultura
e a suinicultura.
Fernando
Fonseca é hoje
sócio-gerente das Rações Fonseca,
mas começou por ser sócio-fundador
da cooperativa Agrícola da Benedita,
hoje uma das maiores empresas
da indústria de rações daquela
região.
No início dos anos 60, Fernando
Fonseca começou por fazer uma
criação de porcos de raça e como já
então possuía um "verdadeiro sentido
empreendedor", visitou as feiras
de rações em Paris, para saber
como devia alimentar os seus animais.
Foi ali que conheceu um veterinário
que fazia as rações para várias
fábricas da Europa e que lhe forneceu
algumas fórmulas. "Disse-me
onde devia comprar algumas matérias-primas
e as vitaminas era a sua
empresa que me fornecia", conta o
empresário que chegou à Benedita
já com a solução para fabricar as
rações para suínos.
Passados dois ou três anos depois
de estar já a fabricar rações, foi convidado
para dinamizar a cooperativa
agrícola, onde se manteve alguns
anos até que há 25 anos constituiu
a sua empresa. A Rações Fonseca
começou com o mínimo de condições,
mas todos os anos tem tido
lucro. "Os lucros são todos os anos
investidos em qualidade de produção
e distribuição", diz, orgulhando-se
de ter "uma fábrica equiparada
às melhores da Europa".
Na Rações Fonseca, exemplifica,
"um homem sozinho pode manter
a empresa a funcionar a 100 por
cento, para fabricar determinados
tipos de farinha". Isto deve-se aos
elevados investimentos feitos na
com a área digital. De então para
cá, as mudanças têm sido muitas.
"O mercado está cada vez mais aberto
e há uma maior necessidade de
cada um vender o seu produto, seja
ele qual for", sublinha Lino Bogalho.
Com as novas tecnologias, "a
comunicação entre as pessoas é muito
mais rápida, logo é precisa maior
agressividade" defende o empresário.
Uma situação a que as empresas
estarão atentas. "Há dez anos, a
quantidade de viaturas personalizadas
era muito menor do que hoje",
exemplifica.
O crescimento do mercado levou
também ao aparecimento de muita
oferta, culminando numa saturação.
Por isso, "é a qualidade do produto
e do serviço que marca a diferença".
Esta é precisamente uma das
área da tecnologia. "Uma das nossas
preocupações é estarmos sempre
no topo da tecnologia", afirma,
considerando que, por isso mesmo,
o número de colaboradores é reduzido.
Mesmo assim, temos na fabricação
14 pessoas, além de uma veterinária.
O segredo do sucesso, de acordo
com Fernando Fonseca, prende-se
com o facto de se tratar de uma
empresa familiar, em que a veterinária
é sua filha e o director comercial
seu filho. "Somos a empresa do
sector que mais barato vende e que
mais lucro tem apresentado. Temos
a nossa produção toda vendida e
não temos um único vendedor".
E adianta: "não temos um única
letra aceite por clientes, nem sabemos
o que são cheques devolvidos.
Por isso, como recebemos muito
bem, é fácil sermos bons pagadores.
Logo, também adquirimos matérias-primas
a bons preços".
Fernando Fonseca é ainda um
dos maiores produtores de cavalos
Puro Sangue Lusitano do País.
Na sua coudelaria, possui mais de
50 espécimes, entre pomtros, éguas
e cavalos, que vende para Espanha,
Itália, Israel, França e Alemanha.
●
apostas da DL Publicidade, que tem
investido permanentemente em
novos equipamentos. Foi o que aconteceu
em Dezembro, quando aplicou
cerca de 180 mil euros em novas
máquinas, nomeadamente de gravação
laser, etiquetagem e corte.
"Como o mercado é, apesar de tudo,
pequeno, temos que actuar em nichos,
em áreas onde é possível crescer",
afirma o sócio da DL Publicidade.
O ano passado, "contra o que
era expectável para a economia
nacional", a empresa da Benedita
"bateu recordes" na facturação,
tendo crescido cerca de 14 por
cento. "É nestas alturas de crise
que as empresas mais precisam de
investir para aparecerem", diz o
empresário, que para este ano espera
continuar a crescer. ●
DR
Elementos da João Lagos Sport
usam produtos da Walking
Calçado da Benedita
no Dakar
A marca de calçado Dakar
Boots & Shoes, distribuída
pela empresa Walking-Import
e Export, da Benedita, está
presente na edição deste ano
do Lisboa-Dakar. Pelo segundo
ano consecutivo, a equipa
técnica da João Lagos Sport,
que faz o acompanhamento
dos pilotos até ao final da prova,
usam artigos cedidos pela
Walking.
A empresa marcou também
presença na Merchandising
Village, um espaço de exposição que esteve montado junto
ao Centro Cultural de Belém nos dias que antecederam
a partida do rali. "Tivemos uma tenda instalada, onde fizemos
a divulgação dos nossos produtos", explica Tânia Borda,
gestora da marca.
A responsável sublinha a importância da empresa estar
associada ao Lisboa-Dakar, "o melhor sítio" para divulgar
calçado desportivo como o da marca Dakar Boots & Shoes.
"Este rali é o evento rei do todo-o-terreno e a 'montra' mais
importante para nos expormos", afirma Tânia Borda.
Criada em 2000 para comercializar artigos da marca
Dakar fabricados pela Jomarpi, empresa do mesmo grupo
também com sede na Benedita, a Walking funciona,
sobretudo, para o mercado externo. Segundo a gestora
de marca da empresa, "cerca de 70 por dos produtos
são para exportação, nomeadamente, para Espanha,
França, Grécia e Itália".
Uma das formas da Walking captar clientes é através da
presença em grandes feiras de calçado internacionais. Em
Março, a empresa estará na Moda Calçado de Madrid, tendo
também já assegurada a participação no Micam - Salão
Internacional do Calçado de Milão, a realizar de 15 a 18
do mesmo mês.
Empresa na área de equipamentos
para construção civil e indústria
2AB comemora
20 anos
Fundada em 1987 por Jorge Pereira, a 2AB, está a comemorar
este ano o seu 20º aniversário. Com sede na Benedita,
esta empresa destaca-se nos sectores do comércio,
aluguer e manutenção de equipamentos para a construção
civil e indústria, nas áreas do ambientem automóvel e serviços.
Com um quadro de pessoal constituído por 70 colaboradores,
aquele que é hoje o grupo 2AB, formado pelas empresas
2AB, Soaluga, Soaluga 2, Soaluga 3, RGT, 2ABII e
2AB SM com sede em Marrocos, encontra os seus principais
clientes no exterior do País, apesar de Portugal representar
também uma boa fatia do seu mercado. Alemanha,
França, Itália, Marrocos, Angola, África do Sul, Irão e
Rússia são os principais países com que trabalha actualmente,
perspectivando-se a exploração de novos mercados.
O volume de negócio registado em 2006 excedeu os 11
milhões de euros.
O Grupo 2AB é representante das Gruas Potain e dos empilhadores
telescópicos Manitou, empilhadores industriais
Dalian e retroescavadoras Hidromek. ●
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18 de Janeiro de 2007 | Jornal de Leiria | BENEDITA |11

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ORTOPEDIA (4.ª feira) Dr. Carlos Mariano
PEDIATRIA (5.ª feira) Dr. Fernando Nazário
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12| BENEDITA | Jornal de Leiria | 18 de Janeiro de 2007