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letras em português e esbraveja insultos<br />
pra todos os lado, belíssimas linhas de<br />
guitarra, cozinha arrasa quarteirão e interpretações<br />
vocais bem na linha “traga-<br />
-me uma cerveja e cale a boca”.<br />
Produzido e gravado no Bimini Studio<br />
por Bruno Fornazza, o disco tem<br />
uma dinâmica matadora e coesão e a<br />
capa, mais uma obra primorosa do artista<br />
brasileiro Butcher Billy, que assina<br />
tantas obras icônicas quanto possível,<br />
quer ver? Coloca o nome do cara no<br />
Google e veja só o que acontece.<br />
Gasoline Special - RCK ‘N’ RLL, é<br />
um disco que nos traz alegrias e momentos<br />
de descontração ímpares, que é exatamente<br />
o que o Rock´n Roll deve fazer.<br />
Sem palavras prá esse trabalho! (JPC)<br />
Shadows Legacy<br />
You’re Going Straight To Hell<br />
Independente - Nacional<br />
Que disco é esse??? Impossível, principalmente<br />
para quem vem da safra<br />
do Heavy Metal dos anos 80 ficar<br />
indiferente ao som do Shadows Legacy,<br />
desde o Web EP Rage and Hate a banda<br />
sempre me impressionou justamente<br />
por essa veia oitentista e com a qualidade<br />
com que compõem suas músicas.<br />
Lógico que os méritos desta formação,<br />
são indiscutíveis, mas o trabalho do<br />
vocalista Willie Cardoso é primoroso!<br />
Dono de um timbre potente e de uma voz<br />
carismática, além de compor suas linhas<br />
de voz com um bom gosto invejável!<br />
You’re Going Straight To Hell se define<br />
em uma única palavra: Perfeito!<br />
Tudo aqui beira a perfeição e a banda se<br />
apresenta com uma máquina muito bem<br />
regulada, a produção feita no Estúdio<br />
Anúbis, com o produtor Aldo Carminefoi<br />
foi muito bem cuidada e o tudo ainda<br />
vem embalado numa belíssima capa,<br />
cortesia do artista Leonardo Amorim.<br />
Todas as músicas tem o seu charme<br />
e a sua característica, ficando impossível<br />
até mesmo citar Hate Within, com<br />
participação do icônico e eterno ex-Iron<br />
Maiden Blaze Bayley como destaque,<br />
ainda que a música salte aos olhos.<br />
Sendo assim o destaque fica mesmo<br />
para toda a banda, que nos presenteou<br />
com uma obra de bom gosto e beleza<br />
ímpares e funcional até a última faixa.<br />
Eu disse que ia esperar acordado por<br />
este lançamento, e a espera não foi em<br />
vão. Impossível parar de ouvir! (JPC)<br />
Demolishment<br />
Our Fury is Unleashed<br />
Independente - Nacional<br />
Muita raiva e fúria é o que vamos<br />
encontrar neste primeiro traba-<br />
10 - <strong>UNDERGROUND</strong> <strong>ROCK</strong> <strong>REPORT</strong><br />
lho da banda carioca Demolishment,<br />
Formada por Thiago Barbosa - Vocais,<br />
Diego Sandiablo - Guitarras, Bruno<br />
Tavares - Guitarras, Elias Oliveira -<br />
Baixo e Diogo Barbosa - Bateria.<br />
Tudo muito bem executado, rifs<br />
matadores, bateria extrema e com<br />
muita variação, e vocais muito bem<br />
encaixados e auxiliados por vocais<br />
rasgados e guturais, uma cortesia da<br />
sessão de cordas.<br />
Abrindo o trabalho temos Challenger,<br />
que não deixa pedra sobre pedra e<br />
já deixa nossos neurônios em propulsão<br />
esperando pelo restante do massacre,<br />
Insurgent vem numa pegada mais<br />
amena, mas não deixa a peteca cair;<br />
Age of Doom, traz de volta a ferocidade<br />
e expõe toda a técnica apurada<br />
da banda; finalizando temos Abscond<br />
(minha preferida por sinal...) com variações<br />
inacreditavelmente insanas, a<br />
música flui com naturalidade calcada<br />
em ótimo andamentos e variações.<br />
Tudo aqui possui qualidade e percebemos<br />
logo que todos os músicos do<br />
Demolishment tem intimidade acima<br />
da média com seus instrumentos, e<br />
isso com certeza conta pontos positivos<br />
a favor da banda, que nos brinda<br />
com brutalidade, solos melodiosos,<br />
baixo e bateria aranca-toco, mas que<br />
unem peso e técnica conferindo ao trabalho<br />
uma dose extra identidade.<br />
Our Fury is Unleashed, tem quatro<br />
faixas com gosto de quero mais. Estamos<br />
ansiosos aguardando um full<br />
lenght. (JPC)<br />
Zombie Cookbook<br />
Outside The Grave<br />
Independente - Nacional<br />
Tente imaginar uma banda onde o<br />
vocal nos remete ao Obituary e ao<br />
mesmo tempo o glorioso Chakal, backing<br />
lembram Anthrax dos bons tempos<br />
e que mistura Death Metal com Thrash<br />
Metal de forma muito homogênea, praticamente<br />
nos obrigando a dar atenção a<br />
banda como um todo. Não dá né?<br />
Mas uma audição descompromissada<br />
deste Outside the Grave do Zombie<br />
Cookbook é exatamente o que você vai<br />
encontrar, se você resolver ir a fundo<br />
no negócio vai encontrar muito mais do<br />
que a descrição acima.<br />
Essa banda de Joinville (SC), além<br />
de ser excelente e mesmo sendo esse o<br />
primeiro full lenght (em 2011 a banda<br />
lançou EP Cine Thrash) essa horda de<br />
zombies cometeram um CD dos mais<br />
empolgantes e musicais do ano de 2012,<br />
onde as nove músicas fluem naturalmente<br />
pelo player e pedem um repeat<br />
constante, difícil parar de ouvir esse<br />
CD. Ponto para a produção que deixou<br />
tudo bem equilibrado e audível, com<br />
uma sujeirinha básica prá dar um molho<br />
e peso mais que especial ao trabalho.<br />
Liricamente o Zombie Cookbook<br />
aposta em temas splatter/gore, e se mostram<br />
muito criativos em seus temas e<br />
letras, divertido acompanhar as letras no<br />
encarte. Encarte que aliás, é um primor<br />
de qualidade e criatividade, porque não<br />
se resume a ter todas as informações sobre<br />
o trabalho, a banda e as letras, tem,<br />
também, uma história em quadrinhos,<br />
muito legal, onde é contada a história da<br />
formação (por zumbis, lógico) da banda.<br />
Este material foi patrocinado pela<br />
Fundação Cultural de Joinville, através<br />
de um Edital de Apoio à Cultura (SI-<br />
MDEC), e sendo assim a Procuradoria<br />
Geral da cidade soltou um parecer onde<br />
diz que o material é impróprio, ofensivo<br />
e inadequado, pelo que estabelece o Estatuto<br />
da Criança e Adolescente, e acredite,<br />
solicitou a adequação do mesmo<br />
de forma a compatibiliza-lo ao direito à<br />
liberdade de expressão e artística, consagrados<br />
em nossa Constituição Federal.<br />
A arte não sofreu alterações, mas o encarte<br />
vem com o aviso de que o material é impróprio<br />
para “crianças, adolescentes, cardíacos<br />
e pessoas facilmente impressionáveis”.<br />
E como disse o Procurador Geral: “Não<br />
se pode proibir a veiculação do material,<br />
sob pena de flagrante censura da liberdade<br />
de expressão artística e cultural. Em nosso<br />
entender, não há incompatibilidade entre os<br />
princípios, devendo existir o cuidado para<br />
harmonizá-los, de modo que possam conviver<br />
e se complementarem para atingir os<br />
ideais preconizados por nossa Lei Maior,<br />
quais sejam: o da liberdade com responsabilidade<br />
e respeito das diferenças”.<br />
Bom, se você nao for uma pessoa “facilmente<br />
impressionável” com certeza vai<br />
se deleitar com este trabalho do Zombie<br />
Cookbook, além de ser musicalmente irrepreensível,<br />
atua na temática com “bom<br />
gosto” e conhecimento de causa. (JPC)<br />
D.I.E. - D.I.E.<br />
Independente - Nacional<br />
mais uma vez, a região em torno<br />
E da cidade de São Paulo parece ser<br />
um celeiro de bons grupos musicais, e<br />
em termos de Metal, parece mesmo um<br />
caldeirão com uma mistura explosiva.<br />
E destilando um Crossover raivoso e<br />
bem metalizado, é a vez dos mascarados<br />
do D.I.E. mostrarem suas forças em<br />
“D.I.E.”, seu EP de estréia.<br />
O quarteto usa de muitas influências<br />
diferentes em seu Crossover denso e bem<br />
personalizado (há toques bem evidentes<br />
de Pantera na sonoridade, e de Hatebreed<br />
em alguns tempos), soando pesado<br />
e intenso em cada uma das músicas do<br />
EP, que não é cansativo em momento algum.<br />
Vocais urrados (que chegam a usar<br />
tons que parecem o Brujeria em alguns<br />
momentos), riffs de guitarra bem fortes<br />
e azedos, baixo e bateria com boa técnica<br />
e peso, sabendo não serem presos a<br />
um único tipo de andamento, dando uma<br />
dinâmica sonora bem interessante ao disco.<br />
É ouvir e cair no mosh!<br />
A gravação ficou bem legal, em<br />
bom nível, sabendo deixar os instrumentos<br />
bem claros aos ouvidos e sem<br />
esconder os arranjos, embora o vocal<br />
esteja um pouquinho mais alto. Mas<br />
nada que estrague o trabalho do quarteto,<br />
de forma alguma.<br />
Em termos de composição, como<br />
dito acima, a banda mostra timbres<br />
bem escolhidos e arranjos bem brutais,<br />
mas ao mesmo tempo, percebe-se que o<br />
grupo ainda está um pouquinho cru, ou<br />
seja, ainda estão se acertando dentro da<br />
própria proposta musical, e isso é bom.<br />
É bom porque mostra que o grupo, em<br />
breve, terá uma sonoridade bem própria<br />
e diferenciada.<br />
O grupo usa máscaras estilo luta-<br />
-livre, logo, podem esperar que a rápida<br />
e intensa “Tit for Tat”, a mais cadenciada<br />
e empolgante “D.I.E.”, a explosiva e<br />
com andamento moderado (embora com<br />
dois bumbos fantásticos) “Predicted” e<br />
e a direta e seca “Run Out of Air” mostrem<br />
que o grupo não tem por ponto forte<br />
a individualidade (embora cada um se<br />
mostre um bom músico), mas que é uma<br />
música que flua intensa como um todo,<br />
suficiente para deixar pescoços doendo.<br />
Uma boa revelação, mas esperamos<br />
grandes coisas deles em breve. (MG)<br />
Sangrena<br />
Blessed Black Spirit<br />
Darzamadicus Records - Nacional<br />
incrível como a escola brasileira de<br />
É Metal é capaz de criar bandas que<br />
sejam verdadeiras mutações, e isso no<br />
bom sentido. Sim, pois aqui, muitos<br />
vão ganhando um bojo de influências<br />
musicais, mas na hora de processar e<br />
transformar isso em música, sempre temos<br />
algumas surpresas interessantes. E<br />
o Sangrena, de Amparo (SP), realmente<br />
mostra em seu primeiro trabalho, “Blessed<br />
Black Spirit”, que tem espírito, garra<br />
e raça para gerar algo diferente.<br />
A banda trabalha nas trincheiras do<br />
Death Metal mais tradicional à lá anos<br />
90, na mesma veia de bandas como<br />
Morbid Angel, Sinister e Immolation,<br />
ou seja, agressividade saindo pelos poros.<br />
Mas mesmo assim, rotular a banda<br />
como Death Metal tradicional puro e<br />
simples não lhes faz justiça, já que algumas<br />
nuances não convencionais estão<br />
ali, presentes sob a massa de vocais urrados<br />
extremos, riffs coesos e pesados,<br />
solos distorcidos e bem doentios (mas<br />
há momentos que certo esmero se faz<br />
presente), baixo e bateria muito bem entrosados<br />
em uma base rítmica pesada e<br />
bem diversificada (as mudanças de andamento<br />
mostram o quanto são eficientes,<br />
inclusive com o baixo mostrando<br />
momentos dedilhados incríveis, como<br />
em “Reign of Illusions”). Juntando isso,<br />
vemos uma música brutal e opressiva,<br />
mas que tende a crescer mais e mais.<br />
Produzido por Fábio Ferreira (guitarrista<br />
do grupo), a sonoridade do disco é<br />
bem opressiva, compacta, bruta, mas com<br />
boa qualidade. É fácil compreender os<br />
instrumentos musicais, perceber que os<br />
timbres não são lá muito complicados ou<br />
rebuscados. Poderia ter um pouco mais de<br />
qualidade, é fato, mas isso não quer dizer<br />
que está ruim. E a arte de Stephanie Dole<br />
ficou muito boa para a capa, casando perfeitamente<br />
com as músicas e letras.<br />
O disco inteiro é muito bom, mostrando<br />
mais uma vez que o processo