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Leo FraimanA Família e a Escolha ProfissionalO amplo leque de opções para a escolha de uma profissão, a competitividade presente naescolha do espaço profissional e as diversas carreiras, muitas vezes atuando no mesmoespaço, vêm tornando cada vez mais difícil para o jovem realizar uma escolha profissionalsegura e consciente. E os pais têm um importante papel a cumprir neste momento. É o queafirma o professor Leo Fraiman, psicólogo e psicoterapeuta, nesta entrevista.“A escola não tem que ensinar para os pais quais são osvalores essenciais do seu lar. Da mesma forma, o pai nãotem que ensinar Matemática”.<strong>Orientador</strong>: Sabemos que cabe aos pais nãoapenas ajudar os filhos a passar no vestibular e,sim, formar uma plataforma de vôo para que elesalmejem, planejem e se fortaleçam no desafio desair da escola como seres pró-ativos e com espíritoempreendedor. Pesquisas recentes mostram que aconcorrência por uma vaga de estágio em empresasde primeira linha chega aos milhares por vaga, aomesmo tempo em que os índices de evasão dasuniversidades apresentam números alarmantes.Por que isso está acontecendo?Leo Fraiman: Eu vejo alguns fatores. Primeiro,existe um aumento muito grande da superproteçãodos filhos, especialmente na classe média. Umamá interpretação da teoria psicanalítica, no séculopassado, fez com que alguns pais achassem queeles são os grandes formadores de traumas nosfilhos e parece que se criou uma ordem geral:é proibido proibir. Junto a isso, os meios decomunicação adoraram gerar um grande poderpara as crianças e adolescentes, haja visto quehoje as crianças já são responsáveis por 70%das compras, influenciando diretamente noconsumo da família. Não é à toa que 80% dasfamílias vivem endividadas, segundo o InstitutoFernando Braudel de Estudos Sobre a Violência.Qual o fator disso? Idolatria, o que está fora demim vale mais do que o que está dentro, é o termais do que o ser. Essa leitura freudiana errada,a de que a família gera trauma, gera neuroses,jogou muita carga de responsabilidade sobre ospais. Mas, foi tanta literatura em cima disso, queacabamos por vivenciar uma inversão não só depapéis, mas de valores. Hoje a gente vê umageração de “adultescentes”, adultos que queremser adolescentes e aí o que acontece? O jovemsuperprotegido, vivendo numa zona de conforto,não tem motivação para sair de casa. Para que elevai querer crescer? Esse é um fato. O outro fatoé a propaganda negativa que contrapõe históriasde ídolos com carreiras rápidas ao profissionalcansado, estressado, que chega em casa suado,fora de peso, fora de forma, reclamando da vida.Então, os jovens fazem a pergunta: crescer praque? Isso eu não quero!<strong>Orientador</strong>: Em seus estudos, você afirma queesses dois fatores apontados acima fazem com queo jovem se encontre numa situação de apatia, queé a própria negação da vida. Por que os pais devemestar atentos a esses sintomas de apatia?Leo Fraiman: É um grande perigo porque é umagrande doença. A apatia continuada é uma doença.Somos seres programados para o movimento.O ser humano precisa de estímulo, precisa demovimento. A base da vida é o movimento, quemtem vida se move. Ora, um jovem que dorme até as2 horas da tarde, com a condescendência dos paisnão está vivendo, ele está morrendo! Hoje o quese cultua é o consumismo ou morte. Isso é muitosério porque a juventude vem sendo bombardeadapor propaganda que diz que ser jovem é legal, nãoamadurecer é legal! E é aí que os pais precisamentrar em sintonia sobre os valores que a famíliavai cultivar, como vai ser administrado o dinheiro,quais são os projetos familiares. Se no jantar sófalo sobre as dificuldades, as broncas do chefe,os clientes difíceis, as dívidas, o trânsito, etc.,o jovem vai ouvir tudo aquilo e dizer: crescer,para isso? Não estou dizendo que você negue arealidade, mas é preciso que, além dos problemas,se fale das possibilidades, das conquistas e se dêexemplos positivos. E, imprescindível, conversarsempre com os filhos.<strong>Orientador</strong>: Quais os erros mais comuns cometidospela família quando se trata da escolha profissionaldos filhos?Leo Fraiman: Querer escolher a profissão pelofilho. Pode ser um erro se o jovem não tiver o perfilque realmente se encaixe naquela sugestão ouindução dos pais. Ele pode não só ser infeliz comoineficaz para a empresa. Tanto é que em muitoscasos de sucessão em empresas familiares umjovem sem o perfil adequado, sem competêncialeva à bancarrota em poucos anos aquilo que levouum século para ser construído. Querer escolhera profissão para o filho, se omitir inteiramentedo processo, comparar um filho com outro, criarum glamour sobre determinadas profissões oupreconceitos sobre carreiras são os erros maiscomuns. Estudos mostram que não há a carreirado futuro, há o profissional do futuro, com um pé naformação generalizada e outro na especialização.<strong>Orientador</strong>: E quando os pais comparam os filhoscom eles próprios?Leo Fraiman: Comparar-se ao filho, diminuir asescolhas do jovem, criar expectativas sobre elas,querer que o filho realize aquilo que ele, pai, nãorealizou... é grave. O filho tem todo o direitode escolher o próprio caminho, o pai pode ser oco-piloto e não o comandante. Quando os paistentam escolher pelos filhos, coisas muito terríveistendem a acontecer. Isso não quer dizer omissão.Aceitar qualquer coisa pode ser um grande errotambém, no sentido de aceitar que o filho façauma profissão sem fazer uma escolha centradanuma boa pesquisa e num trabalho interior bemelaborado ou, também, aceitar que o filho escolhaqualquer universidade.<strong>Orientador</strong>: Como os pais podem apoiar os filhosde uma maneira saudável?Leo Fraiman: Os pais têm que entender que osjovens precisam dividir a sua escolha em duasetapas. A primeira é pesquisar, dando respostaspara as seguintes perguntas: O que é a descriçãodessa carreira? Qual a grade curricular? Quais asocupações profissionais em que posso trabalhar?A carreira trata de assuntos e temas pelos quaisme interesso? Como é o mercado de trabalho e otest-drive profissional?O que eu achei das aulasque assisti, das visitas aos ambientes de trabalhoe das entrevistas que eu fiz? Depois de pesquisaras profissões, o jovem tem que se pesquisar. Esseé o nosso trabalho de orientação profissional. Oque me motiva, quais são as minhas habilidades,que setor de atuação me identifico, quais são osmeus critérios e âncoras de carreira, como funcionaminha personalidade, meus valores e que legadoeu gostaria de deixar para o meu trabalho, porqueé muito importante que a família entenda quenenhuma profissão “dá dinheiro”. O dinheiro é umaretribuição à excelência.<strong>Orientador</strong>: Você enfatizou bastante a questão dasuperproteção, que tolhe o espírito empreendedorentre outras coisas. Como escapar dessasuperproteção? Quais atitudes os pais podemadotar para que seus filhos não caiam nessaarmadilha?Leo Fraiman: O primeiro passo é avaliar os rumosque a vida do filho está tomando. A primeiraquestão é o pai e a mãe terem um momento nasemana para conversar sobre a vida familiar,de preferência fora do lar. Assim como numaempresaé preciso ter metas, missão e estratégia, umafamília também deve tê-las. Precisa de reuniões,acertos e troca de opiniões. A partir disso, algumascoisas têm que ficar acertadas: a coerência, ofalar a mesma língua, a consistência, a cultura danão-agressividade e nem do isolamento, porquedeixar os filhos fazerem o que quiserem é tão ruimquanto escolher tudo para os filhos. E, a partir daí,os pais podem fazer algumas perguntas entre sipara criar a missão do lar, sobre o tipo de famíliaque se almeja, os valores que serão cultivados, oscursos que serão proporcionados para os filhos emuitas outras coisas. Uma família precisa de umtrabalho estruturado. Se um pai não está dispostoa dedicar ao filho duas horas dentro das 168 horasda semana, se não está disposto a investir 2/168do seu tempo, então que valor ele está dando àfamília? Num mundo tão descentrado, em que asatividades externas tomam tanta importância, umpai não pode fechar o olho e não perceber que osfilhos precisam dele. O homem tem que chegarao final da vida e deixar no filho a certeza de queele se importou.<strong>Orientador</strong>: Você arrola uma série de atitudespositivas que os pais podem adotar na convivênciacom os filhos. Coloca também uma diferenciaçãointeressante entre os “pais pessimistas” e os“pais otimistas”. De uma forma objetiva, comoessa atitude ou essa pré-disposição influencia naformação dos filhos?Leo Fraiman: Hoje, uma das característicasessenciais para o jovem desenvolver-se para omercado de trabalho é a pró-atividade. O quequer dizer pró-atividade? Ser a favor da atividade.Quando eu falo de otimismo, estou falando de umotimismo lúcido, não estou querendo pintar aquium mundo colorido que nega os problemas, masé se perceber através dos problemas. Trata-se detreinar o nosso olhar para as oportunidades. Isso éuma questão que os pais têm que trabalhar dentrode si e com os filhos. Um pai não pode se contentarcom um filho medíocre, e nenhuma empresa querum jovem medíocre, que está na média. Ele vai sermais um e essa é a grande pergunta: será que ofilho vai perdoar o pai por ter sido educado paraser mais um?<strong>Orientador</strong>: Em sua larga experiência de trabalhocom escolas e famílias, como você avalia aimportância dessa parceria?Leo Fraiman: A escola deve manter um contatoconstante com a família informando de todas asatividades de orientação profissional que ocorremdentro dela: palestras, feiras, visitas a empresas,universidades, etc. Esse canal é fundamental.Por que não convidar pais para falarem de suasatividades ou para que recebam jovens em suasempresas, fazendo a ponte entre a escola e omundo do trabalho? A escola se torna uma parceirafundamental da família no trabalho de orientaçãoprofissional, ao oferecer ensino de qualidade,ambiente sadio, atividades extracurricularese, fundamentalmente, ao tratar o aluno comdecência, dignidade, afeto e justiça. Ao fazer isso,ela já está ensinando um ponto importante doempreendedorismo que é formar a dignidade.Por outro lado, a escola não tem que ensinarpara os pais quais são os valores essenciais desua casa. Da mesma forma, o pai não tem queensinar Matemática. Ppode estimular que o filho aestudar, mas ele não tem que ensinar Matemática,isso é tarefa da escola. Essa mistura de papéis emalgumas escolas tem gerado muitos problemas.Existe o papel da família e existe o papel da escola.Elas são parceiras na busca de uma formação sadiae completa dos jovens. Elas são complementaresnessa tarefa.Correspondência: Rua das Rosas, 193 - Mirandópolis - CEP 04048-000 - São Paulo/SP - Tel: (11) 5072-43468


2RECADO DO LEO FRAIMANQuando parte em busca de uma luz que lhe oriente aescolher uma profissão, muitas vezes o jovem escutaa expressão “use bem a cabeça!”. Usar a cabeça seriautilizar as faculdades cognitivas de modo integrado.Temos três aspectos essenciais na “mente”: no ladoesquerdo do cérebro há o processamento dos dados,de funcionamento lógico e analítico. É ali que sãogerenciadas as informações e os dados objetivos sobre as profissões. Estaé uma parte muito importante do trabalho de OP, porque sem os “dados darealidade” o aluno pode dar um passo em falso. O raciocínio de prós e contras,de vantagens e desvantagens, é analógico e pode ser absolutamente infinito.O que é vantagem no momento, parece desvantagem em outro. O que é bomdo ponto de vista do pai, pode não ser interessante para o jovem. Há aindao fato de que não se tem todos os dados relativos ao futuro.Do outro lado, temos o “cérebro emocional”, que complementa o aspectoracional da mente. David Servan-Schreiber, neurologista francês e escritor bestseller, o aponta como uma excelente fonte de decisões autênticas. Este ladodireito do cérebro cuida do aspecto espontâneo do ser humano, é o nosso ladolivre, sensciente. Um lado simples de nossa existência, que funciona baseadono mais puro desejo e nas mais simples emoções. Ninguém tem dúvida segosta de berinjela. Ou você gosta, ou não. Essa parte de nosso cérebro “sabedas coisas”. É ali que se formam os significados pessoais. Ironicamente, énesta mesma porção mental que se processam dados essenciais para nossasobrevivência: fome, sede, sono, prazer e outras. Para entrar em contato comesta porção mais profunda da mente é preciso introspecção e por vezes atéalgum isolamento. Contextos sadios e bem organizados, ajudam os alunosa se internalizarem. Isso facilita em muito a percepção destas “verdadesinteriores”.Os estudos de outro importante neurologista, Antonio Damásio, corroborama tese de que é preciso unir razão e emoção para uma boa tomada dedecisão.Como fazer esta ponte? Oferecendo ao jovem situações: na escola e em casaque estimulem esta integração.Hoje em dia o jovem está imerso num mundo que gera descentração. Por isso,os pais precisam tomar consciência da cultura que estão formando dentrode casa. Se em casa todo mundo assiste apenas televisão e nunca lê livros,jornais e revistas de qualidade, se todos comem vendo televisão e nuncaconversam, os pais podem estar de uma forma indireta colaborando para aque o olhar fique voltado apenas para fora. É a cultura da idolatria, do BigBrother, onde o que importa é o outro. É preciso dizer também que cultivaro consumismo, ou oferecer uma vida superprotegida, acaba por minar a Féno futuro. O prazer do aqui e agora cega o jovem da realização do por vir.O outro grande é a omissão. Quando eles se afastam os filhos tendem a sesentir abandonados e a apatia é uma das formas de protestar contra isso.“Antigamente, quando havia apenas cinco profissões nucleares: Direito, Medicina, Engenharia, Odontologia eMagistério, entendia-se que a interferência autocrática ainda pudesse acontecer, para preservar a tradição. Hoje,com a especificidade oferecida pelo leque de opções, não cabe mais sequer sugerir esta ou aquela profissão”. Éassim que Celi Piernikarz*, psicoterapeuta e orientadora educacional do Colégio Horizontes, encara os desafios daescolha profissional nos dias de hoje e o trabalho dos profissionais de orientação profissional.Para ela, ao contrário do que muitos pensam, o jovem está mais preparado para a escolha profissional, mais amadurecido. Procura obter mais informaçõesa respeito das diversas áreas, sobre os cursos e mesmo sobre as faculdades/universidades, porque as opções de carreiras e ocupações são muitas einformar-se é fundamental. Interessante, aponta Celi, é notar que um número crescente de escolas despertou para a necessidade de levar informaçõesa seus alunos por meio de programas de orientação profissional, justamente para que se situem diante deste leque cada vez mais amplo de opções decarreira.No Colégio Horizontes o trabalho de Orientação Profissional é parte integrante da grade curricular e é realizado na disciplina Problemas do HomemContemporâneo. De acordo com Celi, responsável pela cadeira, “procuramos orientar os alunos para uma escolha consciente. Na primeira parte dos nossosencontros, trabalhamos os sonhos e projetos pessoais e profissionais, a auto-estima, as escolhas, a determinação, a maturidade, o autoconhecimento, aqualidade de vida emocional, o perfil de personalidade, as habilidades e competências, além dos interesses e outros fatores. Levantamos o perfil globaldo jovem. Só depois disso entramos com as atividades voltadas diretamente à escolha profissional, visitas, entrevistas, pesquisas, leituras e debates,momento em que terão contato com o mundo das profissões. Assim, passo-a-passo, aprendem a fazer escolhas mais conscientes, auto-responsáveis emaduras. Num terceiro momento abordamos o mercado de trabalho, a empregabilidade e o empreendedorismo”.Celi Piernikarz aponta que a participação dos pais é fundamental nesse processo, onde são integrados ao trabalho de O.P., suavizando a angústiafamiliar neste momento da vida dos filhos. “Eles são convidados a darem palestras sobre sua profissão/área aos alunos e para assistirem palestrasde professores na Feira de Profissões que montamos anualmente”, diz. Segundo a professora e psicoterapeuta, “é importante ressaltar também queacabamos trazendo os familiares mais para o cotidiano da escola e dasnecessidades dos filhos”.Inúmeras atividades desenvolvidas na escola apresentam as novasexigências e oportunidades do mercado de trabalho. Reuniões individuaisperiódicas com os alunos, além dos grupos operativos mantêm o joveminformado e integrado quanto aos seus projetos de escolha profissional,possibilitando a ele antever seus horizontes. Sobre essa ação, aprofessora é incisiva: “deixe que eles façam suas opções, sejam elasas acertadas desde o primeiro instante, sejam elas apenas ensaios deuma escolha”.*Psicoterapeuta, especializada em Cinesiologia (ciência que tem comoenfoque a análise dos movimentos do corpo humano) e OrientaçãoProfissional e Familiar, atende crianças, adolescentes e adultos e casais naClínica Fraiman. <strong>Orientador</strong>a Educacional do Colégio Horizontes, professorada cadeira de PHC (Problemas do Homem Contemporâneo) e de OrientaçãoProfissional no Ensino Fundamental e Médio.do que serem deixados em total liberdade, pois ainda precisam de referenciaisexternos, mesmo que seja para ultrapassá-los.Valores são construídos em casa e validados pela escola. Não valemos peloque temos ou pela profissão que escolhemos. Uma criança tem valor compoucos meses de idade e mesmo assim não trabalha e não “tem nada”.Uma pessoa idosa, com 100 anos de idade, que não trabalhe e nem tenhadinheiro merece dignidade e amor. Ora, por que no meio da vida deveria serdiferente? Nosso valor não depende do que temos, ou do nome da profissãoque escolhemos.Voltemos ao cérebro. Paralelamente ao aspecto racional da mente temos o ladodireito que cuida da intuição, da criatividade, o lado que é empreendedor, quequer-porque-quer. Este lado é o que escolhe por nós e deve ser mobilizadonas pequenas escolhas diárias, para que o jovem o desenvolva. É interessanteestimular que o filho emita sempre a sua opinião e ampliar ao máximo orepertório de experiências provocativas da mente para estimular a funçãosubjetiva do lado direito do cérebro. O protagonismo decorre de uma práticacotidiana de pequenas escolhas.Mesmo que uma pessoa não saiba exatamente qual o seu projeto devida(quantos de nós sabíamos exatamente o que queríamos aos dezesseteanos?) ainda assim pode cuidar do que é mais importante: acender e mantero fogo do coração, a paixão para fazer a vida dar certo.A apatia(e o desejo de não crescer, não escolher a profissão) é também umaforma de prazer. Não fazer nada, ficar largado dá prazer, conforta. Porémmina a capacidade de realização e satisfação no ongo prazo. Os estudos deMartin Seligman sobre felicidade comprovam isso.Fala-se muito em escolher a profissão que nos apaixone. Sim, isso éfundamental, mas a paixão maior deve ser pela vida íntegra. Estaremosfazendo um serviço incompleto se não educarmos os nossos jovens sobre ofato de que eles precisam escolher não somente pela paixão, mas tambémcultivar o fogo no coração. É ele que nos conduz e mantém na linha, nos diaschatos, nas tarefas trabalhosas, quando estamos diante situações em que dávontade de largar tudo. Aí é que entra em jogo o terceiro aspecto da mente:a atitude, que une o desejo e a razão. Ela significa a a pré-disposição perantea vida, os fatos e os outros. É a atitude que nos abre ás possibilidades, quemolda o nosso caráter e nos leva adiante. A pessoa que tem Fé na vida, queacredita em si mesma e no futuro naturalmente desenvolve uma atitudemais positiva, pois percebe que somos todos dotados de uma fagulha divina,viemos todos de uma mesma fonte de luz e energia e assim, em nosso âmago,somos seres perfeitos e repletos de potencial evolutivo.A missão de nós educadores e dos pais é proteger esta fonte, favorecendoque os jovens acreditem na Vida. Que a considerem e a percebam em suabeleza, em seus desafios e assim, transformem quedas em lições, problemasem aprendizados, medos em superação. Desta forma é que nascem Homensde verdade. Seres íntegros e integrados: consigo, com a sociedade e como futuro do planeta.A questão não é somente o que eles querem da vida e sim... o que a vidaquer deles. Pense nisso.Orientação Profissional em Sala de AulaABRINDO HORIZONTESORIENTADOR é uma publicação da Teenager Assessoria Profissional e da ClínicaFraiman destinada aos profissionais e educadores da área de Orientação Profissional.Direção: Leo Fraiman, Patrícia Patané e Tadeu Patané; Editor: MarceloCintra; Redação: Soraya Moura; Arte: LegArte; Revisão: Mauro Chiavassa;Produção Teenager: Tatiana Gomes; Jornalista Responsável: Paulo Garcia(MTb 24714); End: R. das Rosas, 193, Mirandópolis, S.Paulo/SP - 04840-000Produção: ARMAZÉM DE HISTÓRIACOMO IMPLANTAR UM CURSO DEORIENTAÇÃO PROFISISONAL,EMPREGABILIDADE EEMPREENDEDORISMO NAESCOLA?A implantação de disciplina específica na grade curricularou de programas de orientação profissional vem ocupandoespaço no universo dasescolas comprometidas,não só com a qualidadede ensino, mas tambémem propiciar aos alunosmomentos de informação ereflexão sobre os múltiplosaspectos que envolvem aescolha de uma profissão.Hoje, as alterações rápidase p r o f u n d a s q u e s eprocessam no mercado detrabalho forçam mudançasna formação de criançase de jovens. Educar parao autoconhecimento e oempreendedorismo ganhacada vez mais importânciana vida escolar, e tem provocado um rico debate sobre aspropostas educacionais para os próximos anos.Neste contexto, a Clínica Fraiman e a Teenager AssessoriaProfissional vêm realizando importante trabalho deassessoria junto às escolas que implantaram ou desejamimplantar esse programa educacional voltado à orientaçãosobre a escolha de carreiras e profissões. E são inúmerasas possibilidades de desenvolvimento de um programade orientação profissional nas escolas interessadas peloacréscimo desse diferencial à sua proposta pedagógica.Inicialmente, um programa de orientação profissionalpode ter um caráter pontual, baseado em ciclos depalestras sobre a escolha da profissão, empregabilidadee empreendedorismo, sobre a importância dos pais naeducação escolar, oferecer treinamento de professoresem comunicação e mediação docente, entre outraspossibilidades.Por outro lado, a escola pode optar por contratar umaassessoria que desenvolva um programa de orientaçãoprofissional com atividades semanais, quinzenais oumensais. Esse programa envolve o desenvolvimentode material didático, a capacitação de educadores e asupervisão do trabalho de orientação profissional. Essaassessoria também pode ministrar ou organizar eventos,palestras e intervenções para alunos, pais ou professores,ao longo do ano letivo com uma programação específicae pré-definida.A Teenager Assessoria Profissional e a Clínica Fraiman,detentora de um método inovador em orientaçãoprofissional, oferece também às escolas os chamados“anjos da guarda”. Profissionais treinados e capacitadospodem ser contratados para atuarem como orientadoresprofissionais, na condição de prestadores de serviços, erealizam inúmeras atividades dentro e fora da sala de aula.Neste caso, a escola tem um profissional terceirizado,gabaritado, formado e absolutamente comprometido como método Leo Fraiman e com o material didático por eledesenvolvido.Sobre a implantação de um curso de O.P.E.E. nas escolas,o professor Leo Fraiman afirma que “existem escolas queparticipam dos nossos cursos de formação e administram,na grade curricular ou em atividade extracurricular, oCurso de Orientação Profissional para a 2.ª e a 3.ª sériesdo Ensino Médio e o curso da Maturidade e da AtitudeEmpreendedora, utilizando o Guia do Amadurescente, na8.ª série do Ensino Fundamental. O módulo de vestibulare de mercado de trabalho do Guia do Amadurescentetambém é utilizado na 3.ª série do Ensino Médio, após olivro de O.P.E.E”.Hoje, esse programa de orientação profissional não serestringe apenas às escolas de currículo tradicional.Muitas ONGs, voltadas para a formação profissional nascamadas de baixa renda, têm adotado com entusiasmoessa proposta.Mais Informações:www.teenageronline.com.brwww.fraiman.com.brAssociação Paulista Sul - Escolas AdventistasCAMINHAR JUNTOSValorizando o trabalho de orientação profissional e vocacional nas escolas adventistasFoi a partir do projeto educacional voltado para o desenvolvimento integral e harmônicodas faculdades físicas, morais, sociais e espiritual do aluno que, em 2007, as escolas daAssociação Paulista Sul, da Rede Educacional Adventista, passaram a adotar o Guia deO.P.E.E. (Método Leo Fraiman) nas unidades sob sua responsabilidade.Presente em 128 países, a Rede de Escolas Adventistas soma mais de 1.200.000 alunose as associações regionais servem para auxiliar a gestão das unidades. Só no Estado deSão Paulo existem seis associações, coordenadas pela sede administrativa do Estado,chamada União Central Brasileira (UCB). No caso da Associação Paulista Sul, ela administra18 unidades escolares, sendo 12 na região sul da capital, três em municípios próximos, eduas no Vale do Ribeira.Segundo Maria Cristina Bastos Banhara, diretora geral das Escolas Adventistas da AssociaçãoPaulista Sul, “nosso projeto educacional tem o objetivo de preparar nossos alunos para avida, em todos os sentidos, e não só no âmbito profissional. Partindo da premissa de quevalores são aprendidos pelo exemplo, buscamos transpor a barreira da teoria para a práticadesenvolvendo o amor e a integridade; e os desdobramentos destes princípios como respeito,bondade, obediência, trabalho, gratidão, contentamento, fé, paciência, perseverança,lealdade e justiça. Paralelamente, trabalhamos a auto-estima do aluno. Deseja-se que osadministradores, professores, funcionários, pais e alunos sejam envolvidos em atividadesonde haja uma valorização dessas virtudes”.A Rede sempre trabalhou com orientação profissional e vocacional em sua grade curricular ea implantação do uso do Guia de O.P.E.E. surgiu de maneira natural. “Em 2006 conhecemoso projeto O.P.E.E. e percebemos que tínhamos objetivos semelhantes. Sempre valorizamose trabalhamos com orientação vocacional e educacional, pois queremos preparar nossosalunos para fazer escolhas que façam deles profissionais íntegros, bem sucedidos e felizes”,afirma a professora Maria Cristina.Nas escolas da Associação Paulista Sul existe o Serviço de Orientação Educacional (SOE)em cada unidade e a educação voltada para a escolha profissional se desenvolve a partir dealguns pilares essenciais, habilidade, aptidão, interesse e realização pessoal fundamentadana cidadania e na solidariedade. Agora, o projeto O.P.E.E. transforma-se em mais umapoderosa ferramenta deste trabalho, auxiliando a orientação profissional/vocacional numdirecionamento mais objetivo e prático de suas atividades.A professora Maria Cristina Banhara destaca também que, quando se fala em orientaçãoprofissional e envolvimento familiar, as escolas adventistas já vêm realizando um trabalhoconsistente. “Temos aulas semanais de cultura geral, para as quais convidamos profissionaise pais para entrevistas. Realizamos visitas a universidades, organizamos e participamos defeiras para os vestibulandos, oferecemos palestras para os pais e fazemos eventos voltadospara o assunto, como a “Semana das Profissões”. Em nossas bibliotecas temos um espaçocom material específico de profissões e a 3.ª série do Ensino Médio tem uma aula semanalexclusiva de Orientação Vocacional”.O trabalho de O.P.E.E. está em seu início, mas, segundo a Diretora, já se pode notar nacomunidade escolar uma grande expectativa e boa aceitação de sua proposta. A EscolaAdventista, frisa Maria Cristina Banhara, tem deixado marcas na vida de seus alunos,ajudando a desenvolver, na formação de crianças e jovens, o amor a Deus e ao próximo,contribuindo para a construção de uma sociedade mais íntegra e feliz. O trabalho de O.P.E.E.,com certeza, vem somar a esta proposta.Anglo São João da Boa VistaEM BUSCA DE UM DIFERENCIALImplantação de Programa de Orientação Profissional utilizará Guia de O.P.E.E – MétodoLeo FraimanO Colégio e Cursinho Anglo, de São João da Boa Vista, está implantando o POP – Programa deOrientação Profissional para os alunos da 2.ª e 3.ª séries do Ensino Médio e do Curso Preparatóriopara Vestibulares. O POP, sob a coordenação da professora Carolina Rossi, será um espaço ondeo aluno terá a oportunidade de compartilhar suas dúvidas, inseguranças e medos, recebendoapoio e a percepção de que ele não é o único a vivenciar este momentoimportante da vida, que é a escolha profissional.O Programa de Orientação Profissional é o resultado de uma série deações pontuais que já vinham sendo desenvolvidas pela escola em anosanteriores: palestras, programas de orientação vocacional, visitas emuniversidades e o programa de orientação profissional da TV WEB doSistema Anglo para os alunos.A partir de 2007 esse projeto ganha não só uma ação mais consistente ecoordenada, como também passa a utilizar o Guia de O.P.E.E. (Método doProf. Leo Fraiman) visando unificar estas ações num projeto mais amplo.Para Carolina Rossi, esse programa responde a um antigo anseio dos alunosque ainda encontram dificuldades em definir qual carreira abraçar semajuda de um especialista. “A escola realizava anualmente em parceria com o curso de psicologiada UNIFAE um projeto de estágio sobre orientação vocacional. Observamos, entretanto, anecessidade de desenvolver a orientação profissional de modo sistematizado, para atender àsexpectativas dos nossos estudantes”, diz ela.A escolha recaiu sobre o Guia de O.P.E.E., segundo Carolina, por ser um método claro e motivadorpara trabalhar com jovens ajudando na formação e no autoconhecimento. Um material rico deconteúdos, atualizado de acordo com o mercado e asnecessidades do aluno.O POP está inserido paralelamente à grade curriculare a grande procura e motivação dos alunos é umademonstração de seu sucesso. Hoje já são mais de200 inscritos e o Programa de Orientação Profissionaldo Anglo pretende, em breve, se tornar um diferencialem orientação profissional na região.Acima, Carolina Rossi, coordenadora do POP(Programa de Orientação Profissional), do Anglo SãoJoão da Boa Vista (ao lado).7


Cumplicidade, Criatividade e Determinação: ingredientesde um Trabalho de Orientação Profissional.Eliana de Agostini Rolim. Psicóloga Clínica e Especialista em Orientação Profissional. Trabalha comadolescentes há 15 anos na área escolar. Atualmente é professora da Disciplina Ética e Cidadania comênfase em Orientação Profissional e Empreendedorismo, no Colégio Santa Isabel (São Paulo). Segundoela, sua maior conquista é poder participar da grande aventura humana: a formação de pensadoresque serão autores da sua própria história.6Originalidade, DemandaSocial e Mercado de Trabalhosão as Marcas dos Cursos daEscola de Artes, Ciências eEm fevereiro de 2005 a Universidade de São Paulo marcoudefinitivamente sua presença na Região Leste da Cidade de São Paulocom a inauguração do complexo didático daquela então denominadaUSP Leste. Em agosto do mesmo ano a nova unidade de ensino epesquisa da USP recebeu a denominação de Escola de Artes, Ciênciase Humanidades - EACH.Localizada na região do Parque Ecológico do Tietê (acesso pelo km 17da Rodovia Ayrton Senna), a EACH ocupa uma área de 250.000 m 2 ,sendo cerca de 50.000 m 2 de área construída com edifícios que abrigamos blocos didáticos, laboratórios, auditórios, biblioteca e complexoadministrativo.Os cursos, com suas propostas inovadoras foram desenvolvidos sob aótica da interdisciplinaridade, tendo como principal pilar o Ciclo Básicoque, passando por diferentes fases de avaliação e reestruturação deobjetivos e conteúdos, contribui para a confirmação do dinamismo daproposta com constantes ajustes em seu rumo.Os cursos da EACH, cujo ingresso se dá através do exame da FUVEST,têm duração de 4 anos, e foram concebidos a partir do conceito deoriginalidade, demandas da sociedade e mercado de trabalho. Um deseus aspectos mais importantes é a integração que propicia entre osseus alunos e as comunidadesAgenda Teenager1.º Semestre/2007IV UNIPROF / VIII UNIEXPOUm Dia Voltado à Orientação ProfissionalPatrícia Patané, psicóloga, sócia-diretora da Teenager Assessoria ProfissionalA intenção da Teenager Assessoria Profissional sempre foi levar ao jovemum pouco mais de esperança com relação ao seu futuroprofissional. Desde 1999, quando da realização do IFórum de Universidades e Profissões, pudemos percebero grande interesse e preocupação dos adolescentesquando se tratava da escolha de uma carreira ouprofissão. Aquele jovem “apático”, como se costumavadizer de uma forma preconceituosa, participava doseventos de uma maneira intensa e comprometida.Havia um rico universo de dúvidas, interesses, buscade opções e, mais que tudo, de busca de orientaçãoquanto à escolha profissional a ser feita.O caminho foi longo. Em 2007 chegamos ao IV UNIPROF e ao VIIIUNIEXPO, momento em que milhares de jovens têm a oportunidadede entrar em contato com as profissões e os profissionais, conheceras universidades, saber sobre vestibular, mercado de trabalho eempregabilidade. É um momento para o jovem responder a uma sériede indagações.As escolas devem trazer seus alunos, pais e educadores para que seatualizem sobre as tendências que têm marcado o debate sobre a escolhada carreira profissional, conhecer a dinâmica das novas profissões e asopções que antigos cursos vêm produzindo nos dias de hoje.Atualmente a EACH-USP oferece os seguintes cursos:• Ciências da Atividade Física• Gerontologia• Gestão Ambiental• Gestão de Políticas Públicas• Lazer e Turismo• Licenciatura em Ciências da Natureza• Marketing• Obstetrícia• Sistemas de Informação• Tecnologia Têxtil e da IndumentáriaPara os próximos meses a EACH-USP dará início a um programa de aberturade sua unidade à visitação pública, com monitoria e palestras sobre essasnovas profissões.Quanto mais profissões o jovem vier a conhecer, mais ele abrirá o seuleque de opções, que será fechado à medida que for sendo realizadoo trabalho de orientação profissional em sala de aula. Por isso, aparticipação do orientador profissional junto com seu aluno nesse eventoé fundamental.Baseado em pesquisa preliminar realizada com alunos do Ensino Médio,tanto o UNIPROF, quanto o UNIEXPO são organizados visando atenderao interesse dos jovens e oferecer tudo o que possa auxiliar o jovem emrelação à escolha profissional. Todos os profissionais que participam doevento ficam a par dessa pesquisa de interesse e focam suas intervençõesa partir das dúvidas e interesses dos alunos nela apresentados. A pesquisaescora a intervenção dos profissionais.Momento de buscar informação, para o educador que trabalha comOrientação Profissional, o evento é uma oportunidade única de manter-seatualizado e de participar de encontros com educadores, profissionais eacompanhar palestras sobre os novos rumos do trabalho de orientaçãoprofissional nas escolas. Ele permite a esse educador que retorne, mesmoque seja por um dia, à vida universitária, conhecendo tudo o que de novose tem produzido em termos de profissões, vocações, livros, etc.UNIPROF 2007 - IV Encontro Teenager de Universidades eProfissõesData: 05 de maio de 2007 – Sábado.Horário: 11h30 às 17h00.Local: Colégio Salesiano Santa Teresinha - Rua D. Henrique Mourão, 201 – SantaTeresinha (Santana) – São Paulo/SPUNIEXPO 2007 - VIII Exposição Teenager de Universidades eProfissõesData: 19 de maio de 2007 – Sábado.Horário: 11h30 às 17h00.Local: Colégio Santa Maria - Av. Sarg. Geraldo Santana, 901 – São Paulo/SPSolicite seu convite: (11) 5072-4346<strong>Orientador</strong>: Como você avalia o amadurecimentodo jovem, nos dias de hoje, quanto às escolhasprofissionais?EA: Para efetivar um trabalho de OrientaçãoProfissional é preciso entender bem quem éo adolescente de hoje e as diferenças queseparam esta geração da anterior: a de seuspais. Se analisarmos o adolescente das décadaspassadas, encontraremos alguém que contestavao modelo da sociedade, porque havia umaenorme diversidade cultural, social e política,que caracterizava até uma alternativa, mesmoque utópica. Hoje, o adolescente tem muito maisa ver com as idéias de consumo do que com omodo de viver. A era do “Eu quero agora, semesforço algum” é contagiante, porém perceboque isso só leva a um caminho de muito maisangústia e incertezas. A idéia de fazer escolhasna vida envolve uma relação de perdas e ganhos,fazer escolhas implica em abrir mão de todas aspossibilidades em prol de apenas uma, ao menosinicialmente. Estamos enfrentando uma geraçãoque na sua grande maioria não quer sair de umadormecimento, sem perspectivas, que não querse sentir responsável pelas próprias escolhas,sejam essas de qualquer ordem. Os pais muitasvezes, oferecem muito, até para suprir a ausência,e cobram pouco. Amadurecer é uma decisão... Eisaí um bom desafio para o nosso trabalho.<strong>Orientador</strong>: Em seu trabalho, que orientaçõesvocê procura transmitir a um jovem em processode escolha da carreira?EA: Acredito que o trabalho de orientaçãoprofissional deve ter como eixos norteadores duasetapas básicas: o autoconhecimento e a buscade informações sobre as possibilidades futuras.É importante promover vivências interativase desafiadoras que possibilitem ao jovem seconhecer, saber do que gosta, identificar suashabilidades, desejos, interesses, e assim elaborarque tipo de vida quer ter. É fundamental que ojovem comece a mapear o seu perfil e associá-loà prática de algumas profissões de seu interesse,projetando-se em busca da felicidade pessoal erealização profissional. Percebo que, quanto maiscedo esse processo acontecer, maiores são aschances de escolhas conscientes e maduras.<strong>Orientador</strong>: Quando o Colégio Santa Isabeldespertou para a necessidade de desenvolvero trabalho de orientação profissional? Queações são realizadas na escola sobre escolhade profissão?EA: Em 2004, iniciei meu trabalho no colégioSanta Isabel com alunos da 5ª a 8ª Série doEnsino Fundamental II. O colégio procuravauma metodologia para direcionar efetivamenteo trabalho de Orientação Profissional. Minhaatuação, até então, consistia de atividadespreparadas a partir de textos jornalísticos,atividades de autoconhecimento e dinâmicas degrupo enfatizando diversos aspectos do processoda profissão. Comecei a pesquisar em sites,livros e cursos que pudessem atender a todasas questões dessa envolvente caminhada que éa Escolha Profissional. Foi nesse período que medeparei com os pressupostos e a aplicabilidade doMétodo de Orientação para Escolha Profissionale Empregabilidade e Empreendedorismo (<strong>OPEE</strong>).A aceitação e a receptividade do material e dametodologia foram imediatas. Elas foram deencontro à proposta pedagógica do colégio debuscar o diálogo entre a tradição e a inovaçãodentro de uma construção interacionista,possibilitando ao educando o desenvolvimento dascompetências e habilidades vitais contemporâneas, resgatando valoreshumanos universais para o efetivo exercício dacidadania, assim como contextualizar a meta maiorda educação em busca da autonomia. Atualmente,a cadeira de Ética e Cidadania (com ênfase emOrientação Profissional e Empreendedorismo) éparte do componente curricular, com uma aulasemanal.<strong>Orientador</strong>: Quais ações a escola procura realizarjunto às famílias para tornar a escolha profissionaldos alunos mais segura? A escola realizaatividades voltadas para os pais no programadeorientação profissional?EA: A família e a escola estão preocupadas emcomo direcionar e preparar a geração de jovens,para assumir as inúmeras mudanças do século XXI.Muitas perguntas assombram pais e educadores.Quais serão as exigências do mercado de trabalho?Qual o perfil que se espera de uma pessoa bemsucedida?Como direcionar o aprendizado de umplanejamento financeiro para nossos jovens? Paratantos questionamentos, torna-se prioridade anecessidade de estabelecermos uma nova escola,e assim, garantir relações familiares efetivas econsistentes.A participação dos pais na educação escolarconstitui um papel fundamental e muitas vezesdeterminante na fase de transição da vida doadolescente para o início da vida adulta. Umdos grandes desafios atuais é educar na era dainformação. Educadores têm discutido maneiras dedespertar no educando o interesse pelas questõesescolares numa época de grande sedução virtual.Como competir com essa sedução?Experiências bem sucedidas em diversos campostêm comprovado que a solução está justamenteem estabelecer uma parceria entre escola efamília. Assim sendo, acredito na educação aquatro mãos, em que escola e família juntas,somam e agregam seus principais valores eestabelecem uma parceria efetiva que visaatender as necessidades que abarcam não sóo aspecto cognitivo, mas o afetivo, o físico e oprofissional.<strong>Orientador</strong>: Como o trabalho tem repercutidonas famílias?EA: Constata-se apoio e valorização da famíliacom relação ao trabalho desenvolvido. Aconscientização da importância em educar aquatro mãos em atendimento às necessidades dedesenvolvimento do Ser – Filho.<strong>Orientador</strong>: Existiria uma “fórmula do sucesso”para o futuro profissional?EA: A fórmula do sucesso está no preparoacadêmico, formal e informal, aliado à busca deoportunidades, com atitudes empreendedoras.Dedicação, persistência, estudo, motivação,determinação, fé, ética e entusiasmo são chavesimprescindíveis para obter sucesso e realização.<strong>Orientador</strong>: Num mundo cada vez mais competitivo,como as exigências e novas oportunidades domercado de trabalho são apresentadas aosjovens?EA: Procuro apresentar as exigências domercado de trabalho acompanhando os trabalhosinterdisciplinares que realizamos no colégio. Otrabalho de Orientação Profissional, assim comoos conteúdos e temas abordados, é socializadocom a equipe de professores. Diversos recursossão utilizados para fazer a leitura da realidadesócio-econômica do país. A utilização de artigosderevistas e jornais aprimora todo o trabalho depesquisa, fazendo a ligação com asdiversas conjecturas. Exemplo disso acontececom o relato de jovens empresários de sucesso eo fracasso de grandes empresários.Sempre solicito que os alunos formem gruposde interesse para pesquisarem sobre os novosnichos do mercado. Como a temática já estásendo explorada em sala de aula, a apresentaçãodos trabalhos e a exposição das conclusões ficamexcelentes. Este assunto já foi escolhido porum grupo de alunos para a realização de umamonografia.<strong>Orientador</strong>: Cada escola tem o seu perfil e suametodologia. Quais ações a escola desenvolve paraque o jovem mantenha-se informado e integradoquanto aos seus projetos profissionais?EA: O método do professor Leo Fraiman, maiso material de apoio, compõem um conteúdoatualizado, dinâmico e lúdico. As atividadessugeridas vão traçando um esboço de umaconstrução do Projeto de Vida de cada adolescente.No ano passado, realizamos a I Feira Solidária doPequeno Empreendedor, um projeto que envolveutodos os componentes curriculares, objetivandodespertar e desenvolver as habilidades quegarantam, futuramente, o planejamento financeiroe o sucesso pessoal e profissional. Desenvolvemoso Projeto Social Solidário: Adote Uma Família,com o propósito de reforçar os valores humanos eenvolver os alunos na cooperação de arrecadaçãode alimentos para famílias carentes, alémde outras empreitadas, como a OlimpíadaInterna BIQUIMAFI e a construção do CriadorConservacionista da Fauna Silvestre Nativa, únicoautorizado pelo IBAMA, entre outros.<strong>Orientador</strong>: Numa área nova e dinâmica daeducação, que mensagem você daria ao educadorque trabalha com orientação profissional?EA: Nossa tarefa de mediadores é escutar eformar aliança incondicional com os educandos,construindo uma base de cumplicidade eacolhimento. Ensinar a ler o mundo transcendendopara desvendar os enigmas que estão implícitos.<strong>Orientador</strong>: Ao lidar com a juventude, acompanharsuas angústias, incertezas e conquistas, vocêgostaria de fazer alguma consideração final sobreo envolvimento da família na escolha profissionaldos filhos?EA: Por diversas razões os pais ausentaram-sedo lar e da co-responsabilidade em orientar osfilhos quanto à escolha profissional, muitas vezespor não conseguirem resolver suas própriasfrustrações. Com isso, o jovem está à mercêda mídia eletrônica e dos palpites nas rodas deconversa. O jovem destituído de valores morais,culturais e religiosos vê-se pressionado a escolheruma profissão que possa garantir o seu sustento,esquecendo de valorizar suas habilidades einteresses pessoais. Diante dessa constatação, aescola e a família devem assumir o compromissode formar e informar e seres humanos cujasdiferenças sejam valorizadas e desenvolvidas.Eliana deAgostini Rolim,psicóloga clínicae especialista emOrientaçãoProfissional.3


Bolsas de EstudoPrograma de Bolsas de Estudoé Aposta na Inclusão e naDiversidadeUNESP desenvolve ações para a inclusãode alunos de baixa renda eescola públicaA UNESP – Universidade Estadual “Júlio de Mesquita Filho”, possui um amplo programa de inclusão destinado aos alunosde baixa renda e das escolas públicas. As ações objetivam tornar acessível a universidade pública a todos e oferece desdecursinhos pré-vestibulares a moradia estudantil. Conheça o que a universidade vem oferecendo e informe seus alunos sobrea oportunidade de estudar numa universidade pública de prestígio.1) Cursinhos pré-vestibulares:A UNESP oferece mais de 2 mil vagas emcursinhos pré-vestibulares para alunos debaixa renda, egressos do ensino médiopúblico, em 19 campi. Em 2006, os cursinhospré-vestibulares da UNESP aprovaram 309alunos em vestibulares de universidadespúblicas.2) Isenções de taxa de inscrição dovestibular:Para o Vestibular 2007, a UNESP e a Vunesp(Fundação para o Vestibular da UNESP)concederam 32.611 isenções da taxade inscrição e da compra do Manual doCandidato. Foram 24.122 benefíciospara alunos do 3º ano do ensinomédio da rede pública estadual(previsto no “Programa para ainclusão dos melhores alunos daescola pública na Universidade”,firmado entre a UNESP, Vunesp e aSecretaria de Estado da Educação);2.300 isenções para estudantes doscursinhos pré-vestibulares da própriaUNESP e mais 6.189 oferecidas acandidatos socioeconomicamentecarentes.3) Bolsas de estudos:Entre as bolsas e auxílios concedidos pelaUNESP, está a Bolsa de Apoio ao Estudante,que se destina a alunos de graduação comcomprovada carência socioeconômica. Em2004, foram concedidas 1.271 bolsas deApoio ao Estudante, no valor mensal de R$175,00. Em 2005, foram 1.358 bolsas. Em2006, 1.311 bolsas.4) Bolsas de estudos para calourosoriundos da rede pública:Doze alunos que ingressaram na UNESP(Universidade Estadual Paulista) em 2006,oriundos da rede pública estadual, foramcontemplados com bolsas de estudos no valorde um salário mínimo, válidas até aconclusão dos cursos. A iniciativado Programa para Inclusão dosMelhores Alunos da Escola Públicana Universidade foi validada porprotocolo firmado entre a UNESP ea Secretaria da Educação do Estadode São Paulo, por intermédio daVunesp (Fundação para o Vestibularda UNESP).De acordo com a Pró-Reitoria deGraduação da UNESP, as bolsasestudos complementam a ação da UNESP paraa inclusão social e têm como finalidade garantira permanência desses alunos, com destacadopotencial, na Universidade. Durante os cursos,eles recebem a orientação de professores nodesenvolvimento de projetos acadêmicos.Regina Agrella/ACI/Unesp.5) Programa de Moradia Estudantil:Todos os campi da UNESP são beneficiadoscom o Programa de Moradia Estudantil. Deacordo com dados levantados em 2006,o Programa, vinculado à Pró-Reitoria deAdministração, beneficiou, naquele ano, 1.371alunos de baixa renda com: 1.004 moradias;306 auxílios-aluguel e 61 casas alugadas.Apostando na inclusão e na diversidade, a Faculdade IBMEC SÃO PAULOvem ampliando seu Programa de Bolsas de Estudo que objetiva apoiaralunos com grande motivação, interessados numa formação acadêmicadiferenciada e que possam dedicar-se exclusivamente aos estudos, masque tenham dificuldade em custear o seu curso. O IBMEC SÃO PAULOestá de portas abertas para receber alunos com esse perfil.Centro de excelência nas áreas de negóciose economia, que alia rigor acadêmico a umapragmática visão de mercado, ancorada emsólidos princípios éticos, a Faculdade IBMECSÃO PAULO transformou-se em referencialde ensino nas áreas de Economia eAdministração.Desde 1999, quando iniciou suasatividades, a faculdade oferece aos alunosda graduação, uma sólida base analíticae quantitativa, por meio de um currículodiferenciado, com o objetivo de formarprofissionais altamente qualificadospara atuarem em nas áreas de suapreferência. Com uma estrutura em períodointegral, o IBMEC SÃO PAULO oferece umaproposta de educação integrada com forteconteúdo acadêmico, desenvolvimento decompetências profissionais e formaçãohumanística.Segundo Marcia Moura, diretora deDesenvolvimento Organizacional dainstituição, entre as diversas razões parao sucesso do IBMEC SÃO PAULO estão osvalores prezados pela escola, norteadoresda atitude de todos os membros de suacomunidade, com especial destaque paraa confiança mútua, o comprometimento,a responsabilidade e a valorização dadiversidade.Por acreditar na Diversidade comovalor fundamental, a Faculdade IBMECSÃO PAULO pretende ser acessível aalunos provenientes de diversos estratoseconômicos da sociedade e, para isso,instituiu um amplo Programa de Bolsasde Estudo.“Nós entendemos que o Programa de Bolsasde Estudo representa um instrumentomuito eficiente para a inclusão de jovensque tenham vontade de estudar, talentosos,aprovados no vestibular do IBMEC SÃOPAULO, mas que por razões financeirasvêem esse sonho frustrado”, afirma MarciaMoura. Segundo ela, o que se pretendeé a inclusão de jovens motivados aoestudo, em buscada profissionalizaçãodiferenciada na áreae possuidores desólidos princípioséticos.“Desejamosj o v e n s c o mcapacidade, corageme d i s p o s i ç ã o d et r a n s f o r m a r a4 5sociedade.Marcia Mourasociedade. Nós esperamos criar umambiente que espelhe tudo isso, para queele não só aprenda por meio da matéria,da disciplina ou porque tem bolsa, mas queveja isso por todos os cantos da escola”,afirma.O Programa de Bolsas de Estudo do IBMECSÃO PAULO vem sendo ampliado ano aano. Ao longo desse tempo, aperfeiçoousee, transformou-se num importanteinstrumento de inclusão social e deatração de alunos com alta capacidade dedesempenho e vontade de realizar um cursode qualidade. “Somos uma escola de eliteintelectual, não econômica. Todo materialnecessário ao bom acompanhamento doscursos é suprido pelo Programa de Bolsas”,diz Marcia Moura.O IBMEC SÃO PAULO possui duasmodalidades de bolsas de estudo paranovos alunos: a Bolsa Integral e a BolsaCalouros. A Bolsa Integral destina-se aalunos com renda (bruta) familiar per capitade até 1,5 (um e meio) salário mínimo eque tenham cursado o Ensino Médio emescolas públicas ou privadas gratuitas oucom bolsa, enquanto a Bolsa Calourosé voltada para alunos que possuem renda(bruta) familiar per capita de até 8 (oito)salários mínimos, com um orçamentofamiliar limitado que não permite financiarum curso de qualidade.“Para nós, acrescenta a diretora, éfundamental que o aluno passe no nossovestibular como prova de capacidadede acompanhar o curso até o fim. Éum empreendimento do bolsista e daescola. Realizamos o acompanhamento dodesempenho acadêmico ano a ano, vistoque a bolsa é concedida para o curso todo,porém conquistada a cada ano. O quequeremos dizer com isso? O aluno, desde omomento em que conquista a bolsa,tem dois compromissos a cumprir: ter umaproveitamento acadêmico satisfatório enão cometer nenhuma transgressão aoCódigo de Ética e Conduta da escola, ondeestão consagrados os princípios e valoresda instituição aos quais adere no momentoda matrícula.”Bancado pelo Fundo de Bolsas, o Programade Bolsas de Estudo do IBMEC SÃO PAULOfunciona como um crédito educativo: não hájuros, o valor da bolsa é corrigido pelo IPCAe toda restituição vai para o próprio Fundo,de tal forma que o ex-bolsista saiba que estárecapitalizando o fundo que o subsidiou. Oprazo máximo para a restituição da bolsaé de oito anos, dependendo do percentualde bolsa recebido.Esse senso de compromisso do aluno comas outras gerações é motivo de orgulho,crescimento e responsabilidade social,aí residindo um dos aspectos relevantesda restituição. “Para oferecermos a cadaano uma maior quantidade de bolsasnecessitamos de mais recursos e essatarefa ganha maior significado quandoo ex-bolsista, aquele que se beneficioudo programa, passa a ser contribuintedo Fundo de Bolsas”. O objetivo é que,a médio prazo, os recursos do Fundo deBolsas sejam totalmente oriundos dascontribuições dos ex-bolsistas, garantindolhesustentabilidade e perenidade, baseadasno senso de responsabilidade, na confiançamútua e na valorização à diversidade,princípios da escola presentes tambémnessa ação.Para a faculdade IBMEC SÃO PAULO é muitoimportante que os orientadores educacionaise profissionais informem-se e orientemseus alunos sobre os procedimentosadequados para a obtenção de bolsas deestudo da faculdade, que está de portasabertas para receber jovens motivados,empreendedores e comprometidos com osvalores da instituição.Mais informações: www.ibmecsp.edu.br

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