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plano de gestão integrada de resíduos sólidos morro reuter

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PLANO DE GESTÃO INTEGRADADE RESÍDUOS SÓLIDOSMORRO REUTER-RSDEZEMBRO <strong>de</strong> 2012


ÍNDICE1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS............................................................................. 11.1. Objetivos do PGIRS ..................................................................................... 21.2. Metodologia.................................................................................................. 31.3. Equipe Técnica ............................................................................................ 41.4. Definição e Classificação <strong>de</strong> Resíduos Sólidos ........................................... 41.5. Legislação <strong>de</strong> Referência........................................................................... 132. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE MORRO REUTER ......................... 152.1. Aspectos Físicos e Ambientais .................................................................. 152.1.1. Localização.......................................................................................... 152.1.2. Clima................................................................................................... 162.1.3. Vegetação............................................................................................ 162.1.4. Fauna................................................................................................... 182.1.5. Geologia e Geomorfologia ................................................................... 222.1.5.1. Formação Botucatu ....................................................................... 232.1.5.2. Formação Serra Geral................................................................... 242.1.5.3. Depósitos Quaternários................................................................. 262.1.6. Pedologia............................................................................................. 272.1.7. Hidrografia ........................................................................................... 292.1.8. Hidrogeologia....................................................................................... 322.2. Aspectos Socioeconômicos ....................................................................... 332.2.1. População............................................................................................ 332.2.2. Histórico............................................................................................... 36PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER


2.2.3. Estrutura administrativa ....................................................................... 382.3. Economia ................................................................................................... 402.4. Infraestrutura Viária.................................................................................... 413. GERENCIAMENTO ATUAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO MUNICÍPIO..... 423.1. Resíduos domiciliares ................................................................................ 423.2. Resíduos <strong>de</strong> Limpeza Urbana.................................................................... 473.3. Resíduos <strong>de</strong> estabelecimentos comerciais ................................................ 483.4. Resíduos industriais................................................................................... 483.5. Resíduos <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ................................................................. 493.6. Resíduos da construção civil ..................................................................... 493.7. Resíduos agrossilvopastoris ...................................................................... 503.8. Resíduos <strong>de</strong> coletas especiais................................................................... 503.9. Existência <strong>de</strong> catadores ou cooperativas <strong>de</strong> catadores ............................. 523.10. Síntese das <strong>de</strong>ficiências i<strong>de</strong>ntificadas na gestão <strong>de</strong> resíduos ................. 524. PLANEJAMENTO PARA A GESTÃO DOS RESÍDUOS NO MUNICÍPIO ...... 564.1. Definição <strong>de</strong> metas para a gestão <strong>de</strong> resíduos sólidos.............................. 564.2. Programa <strong>de</strong> monitoramento e fiscalização ............................................... 625. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 656. REFERÊNCIAS................................................................................................ 66PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER


1. CONSIDERAÇÕES INICIAISEste trabalho apresenta o Plano <strong>de</strong> Gestão Integrada <strong>de</strong> Resíduos Sólidosdo Município <strong>de</strong> Morro Reuter - RS, em consonância com a Política Nacional <strong>de</strong>Resíduos Sólidos (Lei Fe<strong>de</strong>ral n° 12.305/2010) e a Lei do Saneamento Básico(Lei Fe<strong>de</strong>ral n° 11.445/2007).A sustentabilida<strong>de</strong> urbana passou a ocupar um papel <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque naadministração pública. Entretanto, para alcançar a sustentabilida<strong>de</strong> torna-senecessário a aplicação da Política <strong>de</strong> Saneamento Básico, na qual se <strong>de</strong>stacacomo um instrumento fundamental, o Plano <strong>de</strong> Gestão Integrada <strong>de</strong> ResíduosSólidos (PGIRS).A gestão <strong>integrada</strong> dos resíduos sólidos consiste na integração dosdiversos elos envolvidos, <strong>de</strong> forma a estabelecer e aprimorar a gestão dosresíduos sólidos, englobando todas as condicionantes envolvidas no processo epossibilitando um <strong>de</strong>senvolvimento a<strong>de</strong>quado às necessida<strong>de</strong>s e características<strong>de</strong> cada comunida<strong>de</strong>.A elaboração do PGIRS visa metas como a redução e a reciclagem <strong>de</strong>resíduos, mas sempre consi<strong>de</strong>rando a cultura e as condições sociais dacomunida<strong>de</strong> local. Além disso, a implementação exige um diagnóstico dosproblemas presentes no processo, para que o funcionamento seja efetivotrazendo credibilida<strong>de</strong> e garantindo a aceitação e participação dos usuários.O diagnóstico envolve o levantamento quali-quantitativo dos resíduossólidos gerados no município, assim como as formas <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinação e disposiçãofinal. Associado a <strong>de</strong>scrição das características sociais, econômicas e ambientaislocais.Outro fator relevante, no manejo a<strong>de</strong>quado dos resíduos sólidos é aaplicação da responsabilida<strong>de</strong> compartilhada abrangendo e comprometendo osPLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 1


- disciplinamento das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> geradores, transplantadores ereceptores <strong>de</strong> resíduos;- a formalização da presença dos catadores no processo <strong>de</strong> gestão;- a implementação <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> planejamento, controle efiscalização;- a implementação <strong>de</strong> iniciativas <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> resíduos e comprassustentáveis nos órgãos da administração pública;- a estruturação <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> educação ambiental;- o incentivo à implantação <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s processadoras <strong>de</strong> resíduos.- <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> mecanismos e procedimentos para a avaliaçãosistemática das ações programadas.1.2. MetodologiaA construção do PGIRS envolve inicialmente o diagnóstico com acaracterização do município e do gerenciamento dos resíduos sólidos. E enfim, aelaboração do planejamento para a gestão dos resíduos, no qual ocorrerá a<strong>de</strong>terminação das estratégias a serem seguidas para organizar e otimizar osprocessos.O diagnóstico abrange dados sobre o perfil da localida<strong>de</strong>, a fim <strong>de</strong> retrataros níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento social e ambiental do município. Sendo assim, éessencial verificar a situação dos resíduos sólidos gerados no município quanto àorigem, volume, características, formas <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinação e disposição final adotadas,além <strong>de</strong> informações referentes à administração, estrutura, economia,<strong>de</strong>mografia, educação, saú<strong>de</strong>, características territoriais e outras peculiarida<strong>de</strong>slocais.Segue-se, então, para a construção do Plano <strong>de</strong> Gestão dos Resíduosprevendo os cenários futuros que <strong>de</strong>screvam as hipóteses <strong>de</strong> situações possíveis,imagináveis ou <strong>de</strong>sejáveis. Cabe ao <strong>plano</strong> <strong>de</strong>terminar a hierarquia a serobservada, consi<strong>de</strong>rando-se os diversos tipos <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>s para a gestãodos resíduos, assim como a previsão dos gastos com a limpeza urbana, gestão ePLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 3


manejo dos resíduos sólidos. Também contemplando a recuperação e valorizaçãodos materiais, incorporando soluções para redução da disposição dos rejeitos.1.3. Equipe Técnica- Empresa responsável pela elaboração <strong>de</strong>ste Plano:PJS GEOLOGIA LTDA - EPPEn<strong>de</strong>reço: Av. Pedro Adams Filho, 5114 – Sala 601 - CentroCEP: 93.320-007Município: Novo Hamburgo-RSTelefone: (51)3593-1555e-mail: pjsgeologia@pjsgeologia.com.brCadastro no CREA: 85770Cadastro Técnico Fe<strong>de</strong>ral no IBAMA: 335574Pessoa <strong>de</strong> Contato: Pedro Julio Schnack- Técnicos da PJS Geologia envolvidos:PEDRO JULIO SCHNACKGeólogo – Especialista em Tratamento <strong>de</strong> ResíduosCREA PB001894 - ART nº 6438090MERIÉLE REINKEBióloga - Mestre em Geologia - Gerenciamento AmbientalCRBio: 45928-03D1.4. Definição e Classificação <strong>de</strong> Resíduos SólidosNo Brasil, existem várias <strong>de</strong>finições <strong>de</strong> resíduos sólidos, tanto na literaturaquanto na legislação relacionada ao assunto. Uma das <strong>de</strong>finições mais utilizada eaceita tecnicamente é a <strong>de</strong>finição constante na Norma Brasileira (NBR) daAssociação Brasileira <strong>de</strong> Normas Técnicas (ABNT) nº 10.004:2004, a qualPLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 4


estabelece os critérios <strong>de</strong> classificação dos resíduos sólidos quanto aos seusriscos potenciais ao meio ambiente e à saú<strong>de</strong> pública. A norma <strong>de</strong>fine resíduossólidos como:“Resíduos nos estados sólidos e semissólidos, que resultem<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> origem industrial, doméstica, hospitalar,comercial, agrícola, <strong>de</strong> serviço e <strong>de</strong> varrição. Ficam incluídosnesta <strong>de</strong>finição os lodos provenientes <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong>tratamento <strong>de</strong> água, aqueles gerados em equipamentos einstalações <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> poluição, bem como <strong>de</strong>terminadoslíquidos cujas particularida<strong>de</strong>s tornem inviável o seulançamento na re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> esgotos ou <strong>de</strong> corpos <strong>de</strong> água,ou exijam para isso, soluções técnicas e economicamenteinviáveis em face à melhor tecnologia disponível. NBR 10.004(ABNT, 2004).”Mais recentemente, a Lei Fe<strong>de</strong>ral nº 12.305 (BRASIL, 2010), <strong>de</strong>nominadaPolítica Nacional <strong>de</strong> Resíduos Sólidos apresenta em suas <strong>de</strong>finições, um conceito<strong>de</strong> resíduos sólidos muito similar ao citado anteriormente. Em seu artigo 3º, incisoXVI a Lei <strong>de</strong>fine:“Resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem<strong>de</strong>scartado resultante <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s humanas em socieda<strong>de</strong>,cuja <strong>de</strong>stinação final se proce<strong>de</strong>, se propõe proce<strong>de</strong>r ou seestá obrigado a proce<strong>de</strong>r, nos estados sólido ou semissólido,bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujasparticularida<strong>de</strong>s tornem inviável o seu lançamento na re<strong>de</strong>pública <strong>de</strong> esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para issosoluções técnica ou economicamente inviáveis em face damelhor tecnologia disponível. Lei Fe<strong>de</strong>ral nº 12.305 (BRASIL,2010)”.Nos conceitos apresentados, os quais po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>abrangência, percebe-se que há uma varieda<strong>de</strong> significativa <strong>de</strong> resíduos. NessePLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 5


sentido, existem várias classificações que <strong>de</strong>finem agrupamentos <strong>de</strong> resíduosconforme suas características, origem e riscos à saú<strong>de</strong> pública e ao meioambiente. A Lei Fe<strong>de</strong>ral nº 12.305/2010, em seu artigo 13º, inciso I, classifica osresíduos sólidos <strong>de</strong> acordo com sua origem em:- Resíduos sólidos urbanos, subdivididos em domiciliares e <strong>de</strong> limpezaurbana;- Resíduos <strong>de</strong> estabelecimentos comerciais e prestadores <strong>de</strong> serviços;- Resíduos <strong>de</strong> serviços públicos <strong>de</strong> saneamento básico;- Resíduos industriais;- Resíduos <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;- Resíduos da construção civil;- Resíduos agrossilvopastoris;- Resíduos <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> transporte;- Resíduos <strong>de</strong> mineração.Quanto aos riscos que os resíduos oferecem à saú<strong>de</strong> pública e ao meioambiente, a NBR 10.004 (ABNT, 2004) classifica os resíduos como:- Resíduos Classe I – Perigosos: são resíduos que apresentampericulosida<strong>de</strong> ao meio ambiente e à saú<strong>de</strong> pública e que possuem uma ou maisdas características: inflamabilida<strong>de</strong>; corrosivida<strong>de</strong>; reativida<strong>de</strong>; toxicida<strong>de</strong> epatogenicida<strong>de</strong>.- Resíduos Classe II A – Não inertes: são aqueles que não se enquadramcomo classe I ou classe II B. Po<strong>de</strong>m ter proprieda<strong>de</strong>s como bio<strong>de</strong>gradabilida<strong>de</strong>,combustibilida<strong>de</strong> ou solubilida<strong>de</strong> em água.- Resíduos Classe II B – Inertes: Quaisquer resíduos que quandosubmetidos a um contato dinâmico com água <strong>de</strong>ionizada ou <strong>de</strong>stilada, àtemperatura ambiente, não tiverem nenhum <strong>de</strong> seus constituintes solubilizados aPLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 6


concentrações superiores aos padrões <strong>de</strong> potabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água, excetuando-seaspecto, cor, turbi<strong>de</strong>z, dureza e sabor.A seguir será realizada uma breve <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> cada um dos tipos <strong>de</strong>resíduos conforme classificação quanto à sua origem <strong>de</strong> acordo com a LeiFe<strong>de</strong>ral nº 12.305/2010, a qual consiste na classificação adotada neste <strong>plano</strong>para o gerenciamento integrado dos resíduos no município. Os resíduos quepossuem características peculiares, periculosida<strong>de</strong> associada, ou os que sãopassíveis <strong>de</strong> logística reversa, serão tratados como resíduos especiais <strong>de</strong>ntro doPGIRS.a) Resíduos domiciliares. São aqueles originários nas ativida<strong>de</strong>s domésticas emresidências, sendo que os mesmos po<strong>de</strong>m ser classificados quanto à suanatureza física em secos e molhados (popularmente <strong>de</strong>nominados <strong>de</strong> secos eorgânicos, respectivamente). Os secos fazem parte da coleta seletiva emmunicípios que possuem este tipo <strong>de</strong> serviço, <strong>de</strong>stacando-se os resíduosrecicláveis como papéis, plásticos, vidros e metais. Já os orgânicos sãocompostos basicamente por restos <strong>de</strong> comida e outros materiais facilmenteputrescíveis.b) Resíduos <strong>de</strong> limpeza urbana. São os resíduos originários da varrição elimpeza dos logradouros e vias públicas, como folhas e solos, além dos resíduosadvindos <strong>de</strong> outros serviços públicos <strong>de</strong> limpeza urbana prestados pelo município,como galhos e folhas provenientes das podas vegetais. Nesse contexto,enquadram-se ainda como resíduos <strong>de</strong> limpeza urbana os móveis usados quenormalmente são <strong>de</strong>scartados pela população junto a logradouros públicos.c) Resíduos <strong>de</strong> estabelecimentos comerciais e prestadores <strong>de</strong> serviços. Sãoos resíduos gerados nesses estabelecimentos, exceto os <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,transportes, saneamento, limpeza urbana e construção civil. Em termos <strong>de</strong>composição, os resíduos comerciais e <strong>de</strong> prestadores <strong>de</strong> serviços basicamentesão similares aos resíduos domiciliares, sendo que muitas vezes os mesmosPLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 7


acabam sendo dispostos junto aos resíduos domiciliares e coletados pelo po<strong>de</strong>rpúblico, principalmente quando as quantida<strong>de</strong>s geradas são pequenas.d) Resíduos <strong>de</strong> serviços públicos <strong>de</strong> saneamento básico. São os resíduosgerados nessas ativida<strong>de</strong>s, exceto os resíduos sólidos urbanos. Destacam-se oslodos <strong>de</strong> estação <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> água e <strong>de</strong> efluentes.e) Resíduos industriais. São os resíduos gerados nos processos produtivos eminstalações industriais. Tais resíduos possuem gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> composiçãoe suas características variam em <strong>de</strong>corrência do tipo <strong>de</strong> processo utilizado, ramoda ativida<strong>de</strong>, matérias primas e insumos. A gestão <strong>de</strong>sses resíduos é <strong>de</strong>responsabilida<strong>de</strong> da empresa geradora sendo que para cada resíduo <strong>de</strong>ve serrealizada a caracterização e classificação quanto a sua periculosida<strong>de</strong>. Com baseem sua classificação, as empresas <strong>de</strong>vem utilizar diferentes técnicas para aminimização, reutilização, reciclagem ou <strong>de</strong>stinação final <strong>de</strong> todos os resíduosadvindos <strong>de</strong> seu processo industrial, incluindo-se aqueles gerados nos processos<strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> seus efluentes.f) Resíduos <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Conforme Resolução CONAMA nº 358(BRASIL, 2005) e Resolução ANVISA nº 306 (BRASIL, 2004), consi<strong>de</strong>ra-seresíduos <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (RSS) aqueles gerados em instituições <strong>de</strong>atendimento à saú<strong>de</strong> humana e animal, inclusive os serviços <strong>de</strong> assistênciadomiciliar e <strong>de</strong> trabalhos <strong>de</strong> campo; laboratórios analíticos <strong>de</strong> produtos para asaú<strong>de</strong>; necrotérios, funerárias e serviços on<strong>de</strong> se realizam ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>embalsamamento; serviços <strong>de</strong> medicina legal; drogarias e farmácias inclusive as<strong>de</strong> manipulação; estabelecimentos <strong>de</strong> ensino e pesquisa na área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;centros <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> zoonoses; distribuidores <strong>de</strong> produtos farmacêuticos;importadores, distribuidores e produtores <strong>de</strong> materiais e controles paradiagnóstico in vitro; unida<strong>de</strong>s móveis <strong>de</strong> atendimento à saú<strong>de</strong>; serviços <strong>de</strong>acupuntura; serviços <strong>de</strong> tatuagem e outros similares.PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 8


A classificação dos resíduos <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser visualizada noQuadro 1, que está baseado na Resolução CONAMA nº 358/2005 e ResoluçãoANVISA nº 306/2004.Quadro 1. Classificação dos Resíduos <strong>de</strong> Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.GRUPOEXEMPLOSGRUPO A (biológicos potencialmente infectantes)A1A2A3A4A5GRUPO B(químicos)Culturas e estoques <strong>de</strong> microrganismos; resíduos <strong>de</strong> fabricação <strong>de</strong>produtos biológicos e <strong>de</strong> manipulação genética; Bolsas transfusionais,materiais e amostras <strong>de</strong> laboratórios contendo sangue ou líquidoscorpóreos hemocomponentes.Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes <strong>de</strong>animais suspeitos <strong>de</strong> serem portadores <strong>de</strong> microrganismos <strong>de</strong> relevânciaepi<strong>de</strong>miológica e com risco <strong>de</strong> disseminação.Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto <strong>de</strong> fecundação semsinais vitais.Kits <strong>de</strong> linhas arteriais, endovenosas e dialisadores; Filtros <strong>de</strong> ar e gasesaspirados <strong>de</strong> área contaminada; Sobras <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong> laboratório e seusrecipientes contendo fezes, urina e secreções; Peças anatômicas (órgãose tecidos) e outros resíduos provenientes <strong>de</strong> procedimentos cirúrgicos;Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes <strong>de</strong>animais não submetidos a processos <strong>de</strong> experimentação com inoculação<strong>de</strong> microrganismos, bem como suas forrações; Bolsas transfusionaisvazias ou com volume residual pós-transfusão.Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes ouescarificantes e <strong>de</strong>mais materiais resultantes da atenção à saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza <strong>de</strong> contaminaçãocompríons.Produtos hormonais e antimicrobianos; citostáticos; antineoplásicos;imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores; anti-retrovirais;Resíduos <strong>de</strong> saneantes, <strong>de</strong>sinfetantes, <strong>de</strong>sinfectantes, reagentes paralaboratório; Demais produtos consi<strong>de</strong>rados perigosos, conformeclassificação da NBR 10.004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveisereativos).GRUPO C(radioativos)GRUPO DMateriais resultantes <strong>de</strong> laboratórios <strong>de</strong> pesquisa e ensino na área <strong>de</strong>saú<strong>de</strong>, laboratórios <strong>de</strong> análises clínicas e serviços <strong>de</strong> medicina nuclear eradioterapia que contenham radionuclí<strong>de</strong>os em quantida<strong>de</strong> superior aoslimites <strong>de</strong> eliminação.Papel <strong>de</strong> uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças<strong>de</strong>scartáveis <strong>de</strong> vestuário, resto alimentar <strong>de</strong> paciente, material utilizadoPLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 9


(comuns)GRUPO E(Perfurocortantes)em anti-sepsia, equipo <strong>de</strong> soro e outros similares não classificados comoA1; Sobras <strong>de</strong> alimentos e do preparo <strong>de</strong> alimentos; Resíduosprovenientes das áreas administrativas, varrição, flores, podas e jardins; egesso provenientes <strong>de</strong> assistência à saú<strong>de</strong>.Lâminas <strong>de</strong> barbear, agulhas, escalpes, ampolas <strong>de</strong> vidro, brocas, limasendodônticas, pontas diamantadas, lâminas <strong>de</strong> bisturi; e todos osutensílios <strong>de</strong> vidro quebrados no laboratório, etc.g) Resíduos da Construção Civil. Conforme Resolução CONAMA nº 307/2002,os resíduos <strong>de</strong> construção civil (RCC) são aqueles resultantes <strong>de</strong> construções,reformas, reparos e <strong>de</strong>molições <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> construção civil, além dos resíduosresultantes da preparação e escavação <strong>de</strong> terrenos e pavimentos asfálticos.Observa-se que há uma gran<strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduos envolvidos, visto quesão empregados inúmeros tipos <strong>de</strong> materiais e insumos na indústria daconstrução civil. Sua classificação ocorre da seguinte forma, consi<strong>de</strong>rando asResoluções CONAMA nº 307/2002, 348/2004 e 431/2011:Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados,tais como:- <strong>de</strong> construção, <strong>de</strong>molição, reformas e reparos <strong>de</strong> pavimentação e <strong>de</strong>outras obras <strong>de</strong> infraestrutura, inclusive solos provenientes <strong>de</strong> terraplanagem;- <strong>de</strong> construção, <strong>de</strong>molição, reformas e reparos <strong>de</strong> edificações tais comocomponentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas <strong>de</strong> revestimento etc.),argamassa e concreto;- <strong>de</strong> processo <strong>de</strong> fabricação e/ou <strong>de</strong>molição <strong>de</strong> peças pré-moldadas emconcreto (blocos, tubos, meios-fios, etc.), produzidas nos canteiros <strong>de</strong> obras;Classe B - são os resíduos recicláveis para outras <strong>de</strong>stinações, tais comoplásticos, papel, papelão, metais, vidros, ma<strong>de</strong>iras e gesso;Classe C - são os resíduos para os quais não foram <strong>de</strong>senvolvidastecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a suareciclagem/recuperação;Classe D - são os resíduos perigosos oriundos do processo <strong>de</strong> construção,tais como tintas, solventes, óleos, amianto e outros, ou aqueles contaminadosPLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 10


oriundos <strong>de</strong> <strong>de</strong>molições, reformas e reparos <strong>de</strong> clínicas radiológicas, instalaçõesindustriais e outros.h) Resíduos Agrossilvopastoris. São os resíduos gerados nas ativida<strong>de</strong>sagropecuárias e silviculturais, tais como embalagens <strong>de</strong> insumos, resteva dacolheita <strong>de</strong> matas plantadas e <strong>de</strong>jetos animais. Neste <strong>plano</strong>, as embalagens <strong>de</strong>agrotóxicos serão tratadas como resíduos especiais, visto que os mesmos, além<strong>de</strong> apresentar periculosida<strong>de</strong>, são passíveis <strong>de</strong> logística reversa.i) Resíduos <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> transporte. De acordo com a Lei Fe<strong>de</strong>ral nº12.305/2010, são resíduos <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> transporte aqueles originários <strong>de</strong>portos, aeroportos, terminais alfan<strong>de</strong>gários, rodoviários e ferroviários e passagens<strong>de</strong> fronteira. Nesses estão incluídos os resíduos originários do consumo dospassageiros <strong>de</strong>ntro do meio <strong>de</strong> transporte. A periculosida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses resíduos estáassociada ao risco <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> doenças <strong>de</strong> uma região para outra,principalmente quando as viagens são entre regiões <strong>de</strong> características distintas.Também, há riscos <strong>de</strong> ocorrerem transmissão <strong>de</strong> doenças por cargascontaminadas, como <strong>de</strong> animais, carnes e plantas (ZVEIBIL, 2001).j) Resíduos <strong>de</strong> mineração. Os resíduos <strong>de</strong> mineração são aqueles gerados nasativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa, extração ou beneficiamento <strong>de</strong> minérios. Nesta classeenquadram-se <strong>de</strong>ntre outros, materiais <strong>de</strong>nominados estéreis oriundos <strong>de</strong> lavras<strong>de</strong> minérios e insumos utilizados na extração ou na indústria <strong>de</strong> transformaçãodos minérios.k) Resíduos especiais. Consi<strong>de</strong>ram-se resíduos especiais aqueles que, emfunção <strong>de</strong> suas características peculiares, merecem cuidados especiais em seumanuseio, acondicionamento, estocagem, transporte e disposição final. Dentre osresíduos especiais po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>stacar:- Lâmpadas fluorescentes: a luminosida<strong>de</strong> gerada pela lâmpadafluorescente está diretamente associada ao pó <strong>de</strong> mercúrio contido em seuPLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 11


interior, tanto nas lâmpadas tubulares comuns quanto nas fluorescentescompactas. Quando quebradas liberam o mercúrio que continham, o qual é ummetal pesado extremamente tóxico. No ser humano, esse elemento causa danosao sistema nervoso po<strong>de</strong>ndo causar uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> problemas fisiológicos. Nomeio ambiente, o mercúrio possui proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> se bioacumular à medida quepassa pelos níveis tróficos da ca<strong>de</strong>ia alimentar, tornando assim os alimentosmenos saudáveis. Neste sentido, as lâmpadas fluorescentes queimadas sãoclassificadas como resíduos perigosos segundo NBR 10.004 (ABNT, 2004).- Pilhas e baterias: são equipamentos que convertem energia química emelétrica utilizando algum metal como combustível. Dentre os metais existentes naspilhas e baterias <strong>de</strong>stacam-se o chumbo (Pb), cádmio (Cd), mercúrio (Hg), níquel(Ni), prata (Ag), lítio (Li), zinco (Zn), manganês (Mn) e seus compostos. Porpossuírem características <strong>de</strong> corrosivida<strong>de</strong>, reativida<strong>de</strong> e toxicida<strong>de</strong> sãoclassificadas com resíduos perigosos – Classe I. Esses metais apresentamproprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> bioacumulação e por isso po<strong>de</strong>m chegar aos alimentos oumesmo à água consumida pelos seres humanos e animais. Quando ingeridospo<strong>de</strong>m causar graves problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, tais como dores abdominais, anemias,câncer, convulsões, problemas renais, pulmonares e cardíacos (ZVEIBIL, 2001).- Eletrônicos: nessa classe enquadram-se os equipamentos eletrônicosem <strong>de</strong>suso como computadores e seus componentes, televisores, celulares eoutros. A periculosida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses materiais está associada às pilhas e baterias, aostubos <strong>de</strong> imagem que contém metais pesados como chumbo e as placas ecomponentes eletrônicos interiores que possuem gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> metais ououtros componentes tóxicos.- Pneus: os pneus usados são consi<strong>de</strong>rados resíduos especiais em função<strong>de</strong> sua difícil <strong>de</strong>gradabilida<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> causarem diversos problemas ambientaise <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública quando <strong>de</strong>scartados no meio ambiente <strong>de</strong> forma ina<strong>de</strong>quada.Quando dispostos em aterros ocupam gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> massa oca que po<strong>de</strong>ocasionar problemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sestabilização; em terrenos baldios, além da poluiçãovisual, são locais para abrigo <strong>de</strong> vetores transmissores <strong>de</strong> doenças, como ratos emosquitos; se queimados, liberam gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gases tóxicos ao meioPLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 12


ambiente e ao ser humano. Nesse sentido, merecem cuidados especiais para sua<strong>de</strong>stinação.- Óleo lubrificante: os óleos lubrificantes usados po<strong>de</strong>m conter produtosresultantes <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>terioração, tais como compostos oxigenados, aromáticos,viscosida<strong>de</strong> elevada, resina e metais provenientes do <strong>de</strong>sgaste dos motores.Também, contêm produtos <strong>de</strong> sua composição inicial como anticorrosivos edispersantes (GOMES et. al., 2008). Sua composição lhe confere característicascomo inflamabilida<strong>de</strong>, corrosivida<strong>de</strong> e toxicida<strong>de</strong>, sendo, portanto classificadoscomo resíduos perigosos – Classe I pela NBR 10.004 (ABNT, 2004).- Óleo <strong>de</strong> cozinha usado: o óleo usado <strong>de</strong> cozinha ou <strong>de</strong> fritura quando<strong>de</strong>scartado <strong>de</strong> forma ina<strong>de</strong>quada ao meio ambiente po<strong>de</strong> contaminar gran<strong>de</strong>quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água e solo. O óleo po<strong>de</strong> alterar as características da águaafetando a vida aquática, além <strong>de</strong> proporcionar problemas <strong>de</strong> entupimento emcanalizações e encarecer os processos <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> água e esgoto. Por ser<strong>de</strong> fácil reciclagem, seu <strong>de</strong>scarte po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdício,<strong>de</strong>vendo assim ser tratado <strong>de</strong> forma especifica.- Embalagens <strong>de</strong> agrotóxicos: pela <strong>de</strong>finição esses resíduos po<strong>de</strong>riamser enquadrados como agrossilvopastoris. Entretanto, os mesmos merecematenção especial em função <strong>de</strong> sua periculosida<strong>de</strong> associada. Os agrotóxicos sãoinsumos utilizados em lavouras e na pecuária tais como inseticidas, fungicidas,acaricidas, nematicidas, herbicidas e vermífugos. Suas embalagens vazias po<strong>de</strong>mconter vestígios <strong>de</strong>sses produtos po<strong>de</strong>ndo apresentar riscos saú<strong>de</strong> pública e aomeio ambiente quando <strong>de</strong>scartados <strong>de</strong> forma ina<strong>de</strong>quada, visto que em suacomposição, há uma gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compostos químicos e metaispesados.1.5. Legislação <strong>de</strong> ReferênciaO Rio Gran<strong>de</strong> do Sul foi um dos pioneiros na política <strong>de</strong> gestão dosresíduos sólidos <strong>de</strong>ntre todos os estados do país. Isso porque em 1993, com apromulgação da Lei Estadual nº 9.921/1993, a qual dispõe sobre a gestão dosresíduos sólidos no Estado, veio a preencher uma lacuna existente em âmbitoPLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 13


fe<strong>de</strong>ral. A mesma é regulamentada pelo Decreto Estadual nº 38.356/1998, o qualresponsabiliza toda a socieda<strong>de</strong> pela gestão dos resíduos sólidos do Estado,possuindo como meta prioritária, a não geração.Caso haja a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se aplicar esta meta, <strong>de</strong>vem serconsi<strong>de</strong>radas as <strong>de</strong>mais alternativas, tais como a minimização, reutilização,reciclagem, tratamento e/ou <strong>de</strong>stinação a<strong>de</strong>quada, nesta or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> importância.Em 1998, com a promulgação da Lei Fe<strong>de</strong>ral nº 9.605/1998, conhecida porLei dos Crimes Ambientais, é que se intensificaram as punições ao<strong>de</strong>scumprimento das legislações ambientais e, portanto, as legislações criadasanteriormente passaram a ser cobradas <strong>de</strong> forma mais efetiva. A Lei passou apenalizar o lançamento <strong>de</strong> resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, <strong>de</strong>tritos ousubstâncias oleosas em <strong>de</strong>sacordo com as exigências estabelecidas em leis eregulamentos existentes.Em âmbito público, as ações para a gestão dos resíduos sólidos ganharamrelevância a partir <strong>de</strong> 2007, quando da publicação da Lei Fe<strong>de</strong>ral nº 11.445/2007,que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico, envolvendoágua potável, esgotamento sanitário, drenagem, limpeza urbana e resíduossólidos.Entretanto, o passo mais importante para a gestão <strong>integrada</strong> dos resíduossólidos no país <strong>de</strong>u-se com a publicação da Lei Fe<strong>de</strong>ral nº 12.305/2010,<strong>de</strong>nominada Política Nacional <strong>de</strong> Resíduos Sólidos, advinda após anos <strong>de</strong>discussão. A lei traz aspectos importantes, a começar por suas diretrizes que acaracteriza como uma lei <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> abrangência, além <strong>de</strong> conceitos mo<strong>de</strong>rnoscomo a logística reversa. Também, há uma interface com outras políticasimportantes como a Lei do Saneamento Básico. A mesma vincula a elaboraçãodos <strong>plano</strong>s <strong>de</strong> gestão <strong>integrada</strong> <strong>de</strong> resíduos sólidos pelos municípios à obtenção<strong>de</strong> recursos financeiros da União, o que <strong>de</strong> certa forma auxilia em suaaplicabilida<strong>de</strong>.Especificamente sobre cada resíduo, existem várias leis e normativostécnicos, os quais serão abordados nos capítulos relacionados a cada um dosresíduos.PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 14


2. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE MORRO REUTER2.1. Aspectos Físicos e Ambientais2.1.1. LocalizaçãoO município <strong>de</strong> Morro Reuter localiza-se na latitu<strong>de</strong> 29º32’17” Sul ena longitu<strong>de</strong> 51º04'51” Oeste, na Encosta Inferior da Serra, ao norte do município<strong>de</strong> Dois Irmãos e às margens da Rodovia BR-116, estando a uma altitu<strong>de</strong> média<strong>de</strong> 492 metros, conforme Figura 1. O município é composto pelas localida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> Walachay, São José do Herval, Muckental, Fazenda Padre Eterno,Franckental, Bickental, Picada São Paulo, Linha Cristo Rei, Batatentahl, Planalto,Belve<strong>de</strong>re e Linha Görgen.FELIZGRAMADOBRASILLINHA NOVAPICADA CAFÉSANTA MARIA DO HERVAL28°30°55°52°Rio Gran<strong>de</strong> do SulMORRO REUTERPorto Alegre28°30°SÃO JOSÉ DOHORTÊNCIOLINDOLFOCOLLORPRESIDENTELUCENAIVOTIMORRO REUTERIGREJINHANOVAHARTZ32°200km32°POTÃODOIS IRMÃOSSAPIRANGAARARICÁ55°52°ESTÂNCIAVELHAFigura 1: Localização do Município <strong>de</strong> Morro Reuter.PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 15


2.1.2. ClimaO clima do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul é temperado do tipo subtropical, classificadocomo mesotérmico úmido. Há influência das massas <strong>de</strong> ar oriundas da regiãopolar e da área tropical continental e Atlântica. As temperaturas apresentamgran<strong>de</strong> variação sazonal, com verões quentes e invernos bastante rigorosos, comocorrência <strong>de</strong> geada e precipitação eventual <strong>de</strong> neve.De acordo com dados do Instituto Nacional <strong>de</strong> Metereologia (INMET), omunicípio <strong>de</strong> Morro Reuter encontra-se em uma faixa com temperaturas médiasque variam entre 16 e 18º C, com mínimas <strong>de</strong> até -10º C e máximas <strong>de</strong> 40º C. Aprecipitação média anual está entre 1450 e 1650 mm, com uma distribuiçãorelativamente equilibrada das chuvas ao longo <strong>de</strong> todo o ano, em <strong>de</strong>corrência dasmassas <strong>de</strong> ar oceânicas no EstadoEm relação às <strong>de</strong>mais normais climatológicas, a umida<strong>de</strong> relativa do arestá entre 75 e 80%, a evaporação total encontra-se entre 800 e 1200 mm anuaise as horas <strong>de</strong> insolação estão entre 2000 e 2200 horas anuais.2.1.3. VegetaçãoO município encontra-se em área <strong>de</strong> domínio do bioma Mata Atlântica comformação Florestal Estacional Semi<strong>de</strong>cidual, com relevo formado por pequenosalti<strong>plano</strong>s e as primeiras morrarias da Serra do Mar na região, sendo localizadona encosta da serra gaúcha.A Mata Atlântica é formada por um conjunto <strong>de</strong> formações florestais(Florestas: Ombrófila Densa, Ombrófila Mista, Estacional Semi<strong>de</strong>cidual,Estacional Decidual e Ombrófila Aberta) e ecossistemas associados como asrestingas, manguezais e campos <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>, que se estendiam originalmente poraproximadamente 1.300.000 km 2 em 17 estados do território brasileiro. Hoje osremanescentes <strong>de</strong> vegetação nativa estão reduzidos a cerca <strong>de</strong> 22% <strong>de</strong> suacobertura original e encontram-se em diferentes estágios <strong>de</strong> regeneração. Apenascerca <strong>de</strong> 7% estão bem conservados em fragmentos acima <strong>de</strong> 100 hectares.Apesar <strong>de</strong> reduzida e fragmentada, calcula-se que na Mata Atlânticaexistam cerca <strong>de</strong> 20.000 espécies vegetais (cerca <strong>de</strong> 35% das espéciesPLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 16


existentes no Brasil), incluindo diversas espécies endêmicas e ameaçadas <strong>de</strong>extinção. Essa riqueza é maior que a <strong>de</strong> alguns continentes e por isso a região daMata Atlântica é altamente prioritária para a conservação da biodiversida<strong>de</strong>mundial.A formação estacional semi<strong>de</strong>cidual é adotada como parâmetroi<strong>de</strong>ntificador <strong>de</strong>sta região por caracterizar o estrato superior da floresta (LEITE &KLEIN, 1990). A queda parcial da folhagem da cobertura superior da floresta temcorrelação, principalmente, com os parâmetros climáticos históricos ou atuais,característicos <strong>de</strong>sta região. A queda foliar das espécies <strong>de</strong>sta região atinge 20 a50% da cobertura vegetal superior da floresta.Conforme Teixeira e Coura Neto apud LEITE E KLEIN (1990), no RioGran<strong>de</strong> do Sul a semi<strong>de</strong>cidualida<strong>de</strong> ocorre sob clima tipicamente ombrófilo,porém com quatro meses ao ano <strong>de</strong> médias compensadas inferiores a 15 ºC.Nesta área, a intensida<strong>de</strong> do frio é indicada como a causa do fenômeno daestacionalida<strong>de</strong> foliar.De acordo como Inventário Florestal Contínuo do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul(Estado do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, 2003), as 20 espécies mais características eimportantes da Floresta Estacional Semi<strong>de</strong>cidual são as listadas abaixo, poror<strong>de</strong>m do Valor <strong>de</strong> Importância (VI). Estas espécies são as mais abundantes,dominantes e frequentes da floresta, sendo as mais representativas daassociação.Podocarpus lambertii (pinheiro-bravo)Lithraea brasiliensis (aroeira-braba)Sebastiania commersoniana (branquilho)Blepharocalyx salicifolius (murta)Casearia sylvestris (erva-<strong>de</strong>-bugre)Cabralea canjerana (canjerana)Ilex brevicuspis (caúna)Luehea divaricata (açoita-cavalo)Myrsine umbellata (capororoca)Matayba elaeagnoi<strong>de</strong>s (camboatá-branco)PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 17


Nectandra megapotamica (canela-preta)Cupania vernalis (camboatá-vermelho)Trichilia classenii (trichilia)Allophylus edulis (olho-<strong>de</strong>-pomba)Sloanea menosperma (sapopema)Chrysophyllum marginatum (aguaí)Diospyros inconstans (maria-preta)Casearia <strong>de</strong>candra (carvalinho)Parapipta<strong>de</strong>nia rigida (angico-vermelho)Em relação à conservação <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> formação vegetal, é sabido que amaior taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição das florestas tropicais ocorre nas florestas estacionais(<strong>de</strong>ciduais e semi<strong>de</strong>ciduais), com média <strong>de</strong> 0,96% ao ano (Whitmore, 1997 apudSevilha e Scariot, 2000).2.1.4. FaunaA fauna mastozoológica do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul é expressiva, graças a suaprivilegiada posição fisiogeográfica. As 141 espécies já registradas perfazemaproximadamente 35% do total <strong>de</strong> mamíferos conhecidos no Brasil (Silva, 1994).O município <strong>de</strong> Morro Reuter não apresenta um levantamento da faunalocal, entretanto é possível realizar uma generalização da composição da faunabaseada nos registros do município vizinho <strong>de</strong> Dois Irmãos e na região.De acordo com os respectivos guias, no município <strong>de</strong> Morro Reuter, afauna está representada pelas espécies e famílias listadas na tabela a seguir:Tabela 1. Lista <strong>de</strong> espécies encontradas na área do empreendimento.Classe/Or<strong>de</strong>m/Família Nome científico Nome PopularAmphibiaAnuraBufonidae Rhinella icterica Sapo-cururuRhinella henseliSapo-das-florestasHylidae Hypsiboas pulchellus Perereca-do-banhadoPLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 18


Classe/Or<strong>de</strong>m/Família Nome científico Nome PopularLeiuperidae Physalaemus cuvieri Rã-cachorroLeptodactylidae Leptodactylus latrans Rã-manteigaLeptodactylus gracilisRã-listradaReptiliaQueloniaEmydidae Chrysemys dorbigni Tigre-d´águaPhrynopshilariiCágado-cinzaSquamataColubridae Liophis poecilogyrus Cobra-do-lixoPhilodryas patagoniensis Papa-pinto, Corre<strong>de</strong>iraHelicops infrataeniatus Cobra-d´águaSpilotes pullatusCaninanaViperidae Bothrops jararaca JararacaBothrops alternatusCruzeiraElapidae Micrurus frontalis Coral-verda<strong>de</strong>iraTeiidae Tupinambis merianae TeiúAvesAr<strong>de</strong>iformesAr<strong>de</strong>idae Egretta thula Garça-pequenaCharadriiformesCharadriidae Vanellus chilensis Quero-queroJacanidae Jacana jacana JaçanãCiconiiformesCathartidae Caragyps atratus UrubuColumbiformesColumbidae Columbina picui Pomba-rolaCoraciiformesAlcedinidae Ceryle torquata Martim-pescador-gran<strong>de</strong>Chloroceryle americana Martim-pescador-pequenoCuculiformesCuculidae Crotophaga ani Anú-pretoPLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 19


Classe/Or<strong>de</strong>m/Família Nome científico Nome PopularPiaya cayanaAlma-<strong>de</strong>-gatoFalconiformesAccipitridae Buteo magnirostris Gavião-carijóFalconiforme Caracara plancus CarcaráGalliformesCracidae Ortalis guttata AracuãGruiformesRallidae Gallinula chloropus SaracuraPassariformesEmberizidae Sicalis flaveola Canarário-da-terraZonotrichia copensisTico-ticoFurnariidae Furnarius rufus João-<strong>de</strong>-barroHirundinidae Notiochelidon cyanoleuca Andorinha-pequena-das-casasIcteridae Molothrus bonariensis ChopimMuscicapidae Turdus rufiventris Sabiá-laranjeiraPasseridae Passer domesticus PardalTroglodytidae Troglodytes aedon CorruíraTyrannidae Pitangus sulphuratus Bem-te-viTyrannus savanaTesourinhaPisciformesPicidae Colaptes campestris Pica-pau-do-campoColaptes melanochlros Pica-pau-ver<strong>de</strong>-barradoRamphastidae Ramphastos dicolorus Tucano-<strong>de</strong>-bico-ver<strong>de</strong>PsittaciformesPsittacidae Pyrrhura frontalis PeriquitoStrigiformesStrigidae Speotyto cunicularia Coruja-do-campoTrochiliformesTrochilidae Hylocharis chrysura Beija-flor-douradoMammaliaCarnívoraPLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 20


Classe/Or<strong>de</strong>m/Família Nome científico Nome PopularFelidae Leopardus tigrinus Gato-do-mato-pequenoFelis geoffroyiGato-do-mato-gran<strong>de</strong>Felis pardalisJaguatiricaFelis yagouaroundiGato-mouriscoCanidae Cerdocyon thous Graxaim-do-matoLycalopex gymnocercus Graxaim-do-campoProcyon cancrivorusMão-peladaProcyonidae Nasua nasua QuatiMustelidae Galictis cuja FurãoConepatus chingaZorrilhoLutra longicaudisLontraE<strong>de</strong>ntadaXenartha Tamandua tetradactyla Tamanduá-mirimDasypodidae Dasypus novemcinctus Tatu-galinhaMarsupialiaDi<strong>de</strong>lphidae Di<strong>de</strong>lphis albiventris Gambá-<strong>de</strong>-orelha-brancaRo<strong>de</strong>ntiaCaviIdae Cavia aperea PreáErethizontidae Coedou villosus Ouriço-cacheiroMuridae Mus musculus CamundongoAkodon montensisRato-do-matoOligoryzomys nigripes Camundongo-do-matoRattus norvegicusRatazanaDasyproctidae Agouti paca PacaCapromyidae Myocastor coypus Ratão-do-banhadoChiropteraMolossidadae Todarida brasiliensis Morceguinho-das-casasSturnira liliumMorcego-<strong>de</strong>-ombrosamarelosPhyllostomidae Desmodus rotundus Morcego-vampiroPrimatesCebidae Alouata guariba Bugio-ruivoPLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 21


2.1.5. Geologia e GeomorfologiaAs áreas analisadas estão situadas na Bacia do Paraná, uma imensaregião da América do Sul, abrigando <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> seus limites uma sucessãosedimentar-magmática com ida<strong>de</strong>s entre o Neo-Ordoviciano e Neocretáceo.Geograficamente, a bacia inclui porções territoriais do Brasil meridional, Paraguaioriental, nor<strong>de</strong>ste da Argentina e norte do Uruguai, numa área total que ultrapassa1.500.000 km 2 . A bacia exibe forma ovalada com eixo maior em posição submeridiana,e é plena representante do conceito <strong>de</strong> bacia intracratônica: encontraseinteiramente contida na placa sul-americana (Milani, 1997).Seu arcabouço estratigráfico compreen<strong>de</strong> seis supersequências (Milani,1997): Rio Ivaí (Ordoviciano-Eosiluriano), Paraná (Devoniano), Gondwana I(Neocarbonífero-Eotriássico), Gondwana II (Meso a Neotriássico), Gondwana III(Neojurássico-Eocretáceo) e Bauru (Neocretáceo). As três primeirassupersequências correspon<strong>de</strong>m a gran<strong>de</strong>s ciclos transgressivos paleozóicos,enquanto as <strong>de</strong>mais são representadas por pacotes <strong>de</strong> sedimentos continentais erochas ígneas associadas (Milani, 1998).Estas supersequências constituem o registro preservado <strong>de</strong> sucessivasfases <strong>de</strong> acumulação sedimentar que se intercalaram a períodos <strong>de</strong> erosão emampla escala. A evolução <strong>de</strong> cada unida<strong>de</strong> foi condicionada por contextosparticulares em termos <strong>de</strong> clima e condições tectônicas. As condições <strong>de</strong> baciaintracratônica, implicando um efetivo isolamento no interior continental,começaram a predominaram durante a <strong>de</strong>posição da Supersequência GondwanaI, o que viria culminar no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> amplos campos <strong>de</strong> dunas eólicas jáao final do Jurássico (Milani, 1998).As Formações existentes, nas áreas estudadas, fazem parte do final daSupersequência Gondwana I, que são: Formação Rio do Rasto (marinho raso aflúvio-<strong>de</strong>ltaica), Formação Pirambóia (dunas eólicas úmidas), Formação Sanga doCabral (canais fluviais) e da Supersequência Gondwana III: Formação Botucatu(dunas eólicas secas), além <strong>de</strong> <strong>de</strong>pósitos quaternários (coluvionar e aluvionar).PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 22


2.1.5.1. Formação BotucatuGonzaga <strong>de</strong> Campos (1889) <strong>de</strong>screveu como Gres <strong>de</strong> Botucatu um pacote<strong>de</strong> arenitos vermelhos aflorantes com estratificação cruzada sotopostos ouinterestratificados com os basaltos da Formação Serra Geral, na Serra doBotucatu, entre a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo e a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Botucatu-SP. White (1908)intitulou <strong>de</strong> “Gres <strong>de</strong> São Bento” à sequência atualmente <strong>de</strong>signada <strong>de</strong> FormaçãoBotucatu.A Formação Botucatu (Juro-Cretáceo), unida<strong>de</strong> basal do Grupo São Bento,correspon<strong>de</strong> a uma ampla área <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição eólica que recobre mais <strong>de</strong>1.300.000 km 2 na Bacia do Paraná. A unida<strong>de</strong> registra parte da extensa<strong>de</strong>sertificação experimentada pelo Gondwana durante o Mesozóico. Sua faixa <strong>de</strong>exposição coinci<strong>de</strong> aproximadamente com os limites geográficos do SAG. No RioGran<strong>de</strong> do Sul, apresenta espessuras variáveis, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> poucos metros na regiãooeste do Estado até cerca <strong>de</strong> 150 metros na porção leste da faixa <strong>de</strong>afloramentos. É constituída, essencialmente, por arenitos bimodais, finos amédios, quartzosos, sendo as estratificações cruzadas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte asestruturas mais características da unida<strong>de</strong> (Faccini, 2000).O contato inferior da Formação Botucatu é <strong>de</strong>marcado por uma extensasuperfície erosiva que se esten<strong>de</strong> por toda a Bacia do Paraná, configurando uma<strong>de</strong>sconformida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escala regional. Posteriormente, os arenitos Botucatu sãorecobertos por rochas vulcânicas da Formação Serra Geral (Milani et al., 1998).As dunas eólicas são constituídas por arenitos finos a grossos, bimodais,com predominância <strong>de</strong> estratificações cruzadas acanaladas e tangenciais,raramente planares. Os estratos cruzados são <strong>de</strong> médio a gran<strong>de</strong> porte, comalturas individuais médias <strong>de</strong> 2 a 5 metros, po<strong>de</strong>ndo atingir aproximadamente 20metros. As proporções entre estratos produzidos por fluxos <strong>de</strong> grãos pelamigração <strong>de</strong> ripples eólicas transladantes são variáveis. Os estratos po<strong>de</strong>m atingirextensões laterais da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> metros, observados principalmenteem exposições artificiais e pedreiras nas quais o arenito Botucatu é exploradocomo material <strong>de</strong> construção (p. ex. Morro do Paula, em São Leopoldo-RS). Afrequente ocorrência <strong>de</strong> sets isolados ou superpostos <strong>de</strong> estratificaçõesPLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 23


acanaladas e mais raramente planares evi<strong>de</strong>nciam a presença dominante <strong>de</strong>dunas <strong>de</strong> cristas curvas a sinuosas (3D), simples e compostas (Faccini, 2000).As interdunas são representas por camadas tabulares, horizontalizadas, <strong>de</strong>arenitos finos a médios, com estratificações cruzadas <strong>de</strong> baixo ângulo oulaminações planas, dominados por ripples transladantes e ondulações eólicasisoladas, com raros grânulos <strong>de</strong> quartzo ou intraclastos pelíticos dispersos namatriz arenosa. Os <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> arenitos tabulares, horizontalizados, comcruzadas <strong>de</strong> muito baixo ângulo e laminações planas, constituídos quase queexclusivamente por ondulações eólicas, são genericamente classificados como<strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> interdunas (Faccini, 2000). Nessas litofácies são comuns mol<strong>de</strong>s <strong>de</strong>cristais <strong>de</strong> gipsita, especialmente na região leste da faixa <strong>de</strong> ocorrência daunida<strong>de</strong> (De Ros et al., 1998).As paleocorrentes da Formação Botucatu nas folhas <strong>de</strong> Montenegro, NovoHamburgo, Taquara, Gravataí e São Leopoldo, RS indicam um padrão dominante<strong>de</strong> ventos N-NE, com média N34E (Bossi et al., 1977).Na porção sul-su<strong>de</strong>ste da Bacia do Paraná, a Formação Botucatu éconstituída pela associação <strong>de</strong> <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> dunas eólicas crescentes simples oucompostas e lineares complexas, com registro apenas subordinado <strong>de</strong> interdunas.Esta associação é característica <strong>de</strong> sistemas eólicos secos, nos quais apreservação <strong>de</strong> interdunas é reduzida em função do permanente rebaixamento dolençol freático, e também a ari<strong>de</strong>z do sistema é <strong>de</strong>monstrada ainda pela ausência<strong>de</strong> <strong>de</strong>pósitos subaquosos associados, superfícies <strong>de</strong> estabilização oubioturbações, além da presença <strong>de</strong> pseudomorfos <strong>de</strong> cristais <strong>de</strong> gipsita, queevi<strong>de</strong>nciam a intensa evaporação nas regiões interdunas (Faccini, 2000). Apaisagem do Paleo<strong>de</strong>serto Botucatu po<strong>de</strong> ser comparada à <strong>de</strong> várias partes do<strong>de</strong>serto do Saara, on<strong>de</strong> existem intensos campos <strong>de</strong> dunas, numa concepçãovislumbrada por Almeida (1953).2.1.5.2. Formação Serra GeralA <strong>de</strong>signação <strong>de</strong> Formação Serra Geral (White, 1906), refere-se àprovíncia magmática relacionada aos <strong>de</strong>rrames e intrusivas que recobremPLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 24


1.200.000 km 2 da Bacia do Paraná, (Melfi et al., 1988), abrangendo toda a regiãocentro-sul do Brasil e esten<strong>de</strong>ndo-se ao longo das fronteiras do Paraguai, Uruguaie Argentina. Esta unida<strong>de</strong> está constituída dominantemente por basaltos ebasalto-an<strong>de</strong>sitos <strong>de</strong> filiação toleiítica, os quais contrastam com riolitos eriodacitos aflorantes na região dos Aparados da Serra, um dos enfoques <strong>de</strong>staexcursão, e que caracterizam uma associação litológica bimodal (basalto - riolito).O sistema <strong>de</strong> <strong>de</strong>rrames em platô é alimentado através <strong>de</strong> uma intensaativida<strong>de</strong> intrusiva, normalmente representada por diques e sills acompanham,grosseiramente, as principais <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s estruturais da bacia. Estaestruturação tectônica esta diretamente conectada à junção tríplice gerada pelaação do hot spot <strong>de</strong> Tristão da Cunha, o qual estabelece um sistema do tipo riftrift-rift(Morgans, 1971 e Rezen<strong>de</strong>, 1972). Este sistema <strong>de</strong> fraturamentos,complementares ao rift Atlântico, é o responsável pela abertura, fragmentação eespalhamento dos “fragmentos” gondwanicos e separação das bacias do Paranáe Eten<strong>de</strong>ka.Esta fácies tem sua área tipo ao longo da escarpa sul da Serra Geral, erefere-se a um conjunto <strong>de</strong> <strong>de</strong>rrames com espessura máxima em torno <strong>de</strong> 300metros que representam as primeiras manifestações vulcânicas sobre ossedimentos arenosos do então <strong>de</strong>serto Botucatu.Estes primeiros eventos eruptivos possuem pequena expressão lateral, porestarem confinados a paleovales e a espaços interdúnicos existentes. Após oencerramento do aporte <strong>de</strong> areias do Botucatu, inicia-se um período francamentevulcânico, on<strong>de</strong> o relevo está condicionado ao arranjo formado pela coalescênciaentre <strong>de</strong>rrames, que encerraram o preenchimento da bacia.As rochas que compõem esta fácies são <strong>de</strong>rrames <strong>de</strong> basaltos maciçoscom espessuras entre 15 a 35 metros, frequentes texturas <strong>de</strong> fluxo, zonasvesiculares bem <strong>de</strong>senvolvidas no topo e incipientes na base, e uma porçãocentral formada por rocha granular homogênea, com disjunção laminar bem<strong>de</strong>senvolvida, textura microfanerítica, compacta e <strong>de</strong> coloração cinza-escuro acinza-esver<strong>de</strong>ado.PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 25


São comuns as zonas vesiculares pouco <strong>de</strong>senvolvidas na base eespessas <strong>de</strong> topo, preenchidas especialmente por zeólitas, carbonatos eapofilitas.As variações composicionais, os dados geocronológicos, as característicastexturais e o arranjo entre <strong>de</strong>rrames e intrusivas da bacia, possibilitaram a divisão<strong>de</strong>ste magmatismo Serra Geral em oito fácies distintas, cinco relacionadas aomagmatismo máfico (fácies Gramado, Paranapanema, Pitanga, Esmeralda,Campo Erê e Lomba Gran<strong>de</strong>) e quatro ao magmatismo intermediário a félsico(fácies Palmas, Chapecó, Várzea do Cedro e Alegrete). Deste conjunto,abordaremos as fácies Lomba Gran<strong>de</strong>, Gramado, Palmas e Várzea do Cedro e asedimentação relacionada ao Serra Geral.2.1.5.3. Depósitos QuaternáriosNo Brasil, os <strong>de</strong>pósitos quaternários estão associados às baciashidrográficas que drenam bacias sedimentares homônimas ou às planícieslitorâneas. Em geral, são representados por áreas <strong>de</strong> superfícies planas e <strong>de</strong>baixas altitu<strong>de</strong>s (Suguio, 2005).Os <strong>de</strong>pósitos coluvionares têm origem <strong>de</strong> solo <strong>de</strong> vertentes, parcialmentealóctone <strong>de</strong> muito pequeno transporte, misturado com solos e fragmentos <strong>de</strong>rochas trazidas das zonas mais altas, geralmente mal classificadas e malselecionado. A gravida<strong>de</strong>, as enxurradas e as avalanches com <strong>de</strong>slizamentos <strong>de</strong>solos e as rochas trazem material que se mistura com o solo local da encostapara formar o coluvião (Winge, 2001).Os <strong>de</strong>pósitos aluvionares são correspon<strong>de</strong>ntes a sedimentos clásticos(areia, cascalho e/ou lama) <strong>de</strong>positado por um sistema fluvial no leito e nasmargens da drenagem, incluindo as planícies <strong>de</strong> inundação e as áreas <strong>de</strong>ltáicas,com material mais fino extravasado dos canais nas cheias. São muitoretrabalhados e mutáveis <strong>de</strong>vido à erosão fluvial: <strong>de</strong>positados durante as secasou nos locais <strong>de</strong> remansos quando cai a energia da corrente do rio, vão ser, emseguida, erodidos pela força da água da cheia ou pela mudança do curso do rio.Normalmente são <strong>de</strong>pósitos clásticos mal classificados e mal selecionados, <strong>de</strong>PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 26


cascalho, areia e lama, po<strong>de</strong>ndo ocorrer <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> blocos maiores, às vezes,bem arredondados nas regiões elevadas das cabeceiras com maior energiafluvial. Apresentam maior <strong>de</strong>senvolvimento nas planícies <strong>de</strong> inundação, comlamas (silte e argilas) por extensas áreas, e em sopés <strong>de</strong> montanhas como lequesaluviais, com <strong>de</strong>pósitos comuns <strong>de</strong> conglomerados e areias associados queatingem boa expressão areal e gran<strong>de</strong>s espessuras. Os <strong>de</strong>pósitos aluvionares,normalmente muito férteis para a agricultura, têm sido fator da maior importânciapara o <strong>de</strong>senvolvimento das socieda<strong>de</strong>s humanas (Winge, 2001).Na área <strong>de</strong> São Leopoldo correspon<strong>de</strong>m a sedimentos mo<strong>de</strong>rnos(subatuais e atuais), <strong>de</strong>positados principalmente ao longo das calhas e das zonas<strong>de</strong> várzea do Rio dos Sinos. Constituem-se, essencialmente, <strong>de</strong> seixos, grânulose areias quartzosas <strong>de</strong> canais fluviais e lamas das zonas <strong>de</strong> várzeas (Zelter et al.1992).2.1.6. PedologiaEm relação à mineralogia dos solos gaúchos, existem alguns trabalhospublicados com análises mineralógicas, muitos dos quais tratam sobre LatossolosVermelhos e Brunos e Cambissolos Húmicos do Planalto Médio e Campos <strong>de</strong>Cima da Serra (Potter & Kämpf, 1981; Kämpf & Dick, 1984; Ker & Resen<strong>de</strong>, 1990;Kämpf, 1995; Azevedo et al., 1996). Estes solos têm recebido atenção dospesquisadores pelo seu interesse agrícola, no caso dos Latossolos, e porencontrar-se em uma das regiões mais frias do Brasil, a qual apresentaparticularida<strong>de</strong>s em relação às <strong>de</strong>mais, no caso dos Cambissolos.Os saprolitos <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> basaltos da Formação Serra Geral, Kämpf &Schwertmann (1983) encontraram gibbsita, caulinita e haloisita, cristobalita eóxidos <strong>de</strong> ferro como a goethita, magnetita e hematita. Nos saprolitos <strong>de</strong> riolitosda mesma Formação foram observadas caulinita <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada associada àhaloisita, cristobalita, gibbsita, quartzo, goethita e lepidocrocita. Cabe ressaltarque os basaltos estão, na maioria, sob Latossolos no Planalto Médio e Campos<strong>de</strong> Cima da Serra, enquanto os riolitos estão sob Cambissolos Húmicos nosCampos <strong>de</strong> Cima da Serra.PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 27


Estudo <strong>de</strong> Potter & Kämpf (1981), realizado na região dos Campos <strong>de</strong>Cima da Serra, analisou a mineralogia <strong>de</strong> Cambissolos Húmicos e LatossolosBrunos nos municípios <strong>de</strong> Bom Jesus e Vacaria, respectivamente. Os autoresapontaram a presença <strong>de</strong> quartzo, caulinita, argilomineral 2:1 e gibbsita na fraçãoareia. A presença dos argilominerais <strong>de</strong>ve-se à possível dispersão parcial naseparação das frações granulométricas. A fração silte apresentou os mesmosminerais mais a cristobalita. Dados semelhantes foram obtidos por Kämpf & Klamt(1978) estudando Latossolo Bruno, Latossolo Vermelho e Nitossolo Vermelho noNor<strong>de</strong>ste do Planalto Riogran<strong>de</strong>nse.Na fração argila <strong>de</strong> Cambissolos Húmicos e Latossolos Brunos, Potter &Kämpf (1981) i<strong>de</strong>ntificaram a caulinita como mineral dominante, seguida <strong>de</strong>quartzo (com maiores teores no Cambissolo, que é <strong>de</strong>rivado <strong>de</strong> rocha ácida),haloisita (nos horizontes C), 2:1 com hidróxi-entrecamadas (nos horizontes A e B)e teores reduzidos <strong>de</strong> gibbsita. Ainda, foram observados óxidos <strong>de</strong> ferro como ahematita e goethita, sendo a goethita dominante em todos os horizontes <strong>de</strong>ambos os solos.Nos saprolitos, os minerais primários como ortoclásios e plagioclásios(anortita, labradorita e bytownita), menos resistentes ao intemperismo, sofremalterações, promovendo o aumento relativo <strong>de</strong> quartzo e a formação <strong>de</strong>caulinita/haloisita.As condições ambientais, associadas aos teores <strong>de</strong> matéria orgânica maiselevados na região, favorecem a complexação do alumínio e do ferro liberadospelo intemperismo, limitando a formação <strong>de</strong> alguns óxidos, como a gibbsita e ahematita, principalmente, no horizonte A. Os compostos orgânicos do solotambém favorecem a biociclagem <strong>de</strong> silício e a seguinte sequência <strong>de</strong>transformação dos minerais: primários → amorfos → haloisita → caulinita (Potter& Kämpf, 1981).Kämpf & Klamt (1978), trabalhando com Latossolos e Nitossolos doNor<strong>de</strong>ste do Planalto Sul-Riogran<strong>de</strong>nse, sugerem a ocorrência <strong>de</strong> um processo<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssilicação parcial, evi<strong>de</strong>nciado pela presença <strong>de</strong> argilo-minerais 2:1 comhidróxi-Al entrecamadas, promovendo a caulinitização dos solos. Esse processo éPLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 28


esultante da inconstância das condições climáticas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da formação<strong>de</strong>sses solos.Conforme estimativas <strong>de</strong> Bigarella (apud Kämpf & Klamt, 1978), apedogênese, nesse caso, teve seu início em clima mais seco e encontra-seatualmente em clima mais úmido.De acordo com Kämpf & Klamt (1978), a sequência <strong>de</strong> intemperismo dossolos do Planalto Médio e Campos <strong>de</strong> Cima da Serra, inicia com a alteração domaterial <strong>de</strong> origem em amorfo, com posterior recristalização em argilo-minerais.Gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> material amorfo encontradas nos horizontesinferiores do Latossolo Bruno, no município <strong>de</strong> Vacaria, assim como a mineralogiados horizontes superiores, indicam essa sequência <strong>de</strong> intemperismo. Em termosgerais, a caulinita aparece como mineral predominante em ambas às regiões doEstado, contudo, na Campanha Gaúcha aparecem minerais menosintemperizados do grupo dos 2:1, como a esmectita. Já nos Campos <strong>de</strong> Cima daSerra, as condições <strong>de</strong> intemperismo são mais intensas, promovendo uma maior<strong>de</strong>ssilicação do perfil <strong>de</strong> solo, reduzindo a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> minerais 2:1 eaumentando os óxidos, principalmente a goethita.2.1.7. HidrografiaA principal característica hidrográfica do município <strong>de</strong> Morro Reuter é esteser responsável por nascentes <strong>de</strong> arroios importantes para a região.Arroio da Direita: Tem suas nascentes no município <strong>de</strong> Morro Reuter,atravessando a cida<strong>de</strong> no sentido Norte Sul passando pelo Vale Esquerdo, BairroFloresta, Bairro Primavera e Bairro Beira Rio, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>ságua no Arroio Feitoria,situados no município <strong>de</strong> Dois Irmãos. Sua extensão é <strong>de</strong> aproximadamente <strong>de</strong>3,6 km.Arroio da Esquerda: Também tem sua nascente no município <strong>de</strong> MorroReuter, passando pelos Bairros Vale Direito, Bairro União e Bairro Naveganteson<strong>de</strong> <strong>de</strong>ságua no Arroio Feitoria na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Dois Irmãos, tendo uma extensãototal <strong>de</strong> aproximadamente 5,7 km.PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 29


Arroio Carpintaria: Inicia na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Morro Reuter e <strong>de</strong>ságua no ArroioFeitoria próximo ao Bairro Navegantes na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Dois Irmãos, tendo umaextensão total <strong>de</strong> 5,75 km.Arroio 48: Inicia no município <strong>de</strong> Morro Reuter, passando pelos BairrosBela Vista e Bairro Picada 48, <strong>de</strong>saguando no Arroio Feitoria próximo ao BairroSão Miguel no município <strong>de</strong> Dois Irmãos.A Bacia Hidrográfica do Rio Caí correspon<strong>de</strong> a Bacia G 030 da RegiãoHidrográfica do Guaíba, subdivisão hidrográfica do Sistema Estadual <strong>de</strong> RecursosHídricos. A área <strong>de</strong> drenagem da Bacia é <strong>de</strong> 4.983,38 km².A Bacia Hidrográfica do Rio Caí limita-se a oeste e norte com a BaciaTaquari-Antas (G 040), ao sul com a Bacia Baixo Jacuí (G 070) e a oeste com aBacia do Sinos (G 020). A Figura 2 apresenta a situação e localização da BaciaHidrográfica do Rio Caí.BRASILBACIA HIDROGRÁFIA DO RIO CAÍMORROREUTERMORRO REUTERPorto Alegre200kmPORTO ALEGREFigura 2: Bacia Hidrográfica do Rio Caí.Com relação aos municípios inseridos, consi<strong>de</strong>rados aspectos geográficose hidrográficos, a Bacia Hidrográfica do Rio Caí atinge total ou parcialmente 42municípios, conforme apresentado no Quadro 2. Uma peculiarida<strong>de</strong> da Bacia é <strong>de</strong>PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 30


que algumas se<strong>de</strong>s municipais, ou seja, as áreas urbanas, estão localizadas nodivisor <strong>de</strong> águas.Quadro 2: Localização dos municípios em relação à bacia do Rio Caí.Município% área da se<strong>de</strong> do% área do municípiomunicípio na baciana bacia hidrográficahidrográficaAlto Feliz 100% 100%Barão 30% 56%Bom Princípio 100% 100%Brochier 100% 70%Canela 91% 41%Capela <strong>de</strong> Santana 100% 98%Carlos Barbosa 25% 46%Caxias do Sul 44% 47%Dois Irmãos 100% 92%Estância Velha 0% 5%Farroupilha 28% 39%Feliz 100% 100%Gramado 82% 68%Harmonia 100% 100%Igrejinha 0% 7%Ivoti 100% 95%Lindolfo Collor 100% 100%Linha Nova 100% 100%Maratá 100% 100%Montenegro 100% 88%Morro Reuter 100% 100%Nova Hartz 0% 2%Nova Petrópolis 100% 100%Nova Santa Rita 0% 57%Pareci Novo 100% 100%Picada Café 100% 100%Poço das Antas 0% 0,7%Portão 0% 14%Presi<strong>de</strong>nte Lucena 100% 100%Salvador do Sul 100% 66%Santa Maria do Herval 100% 98%São Francisco <strong>de</strong> Paula 46% 29%São José do Hortêncio 100% 100%São José do Sul 100% 100%PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 31


São Pedro da Serra 100% 63%São Sebastião do Caí 100% 97%São Ven<strong>de</strong>lino 100% 100%Sapiranga 0% 39%Três Coroas 0% 5%Triunfo 0% 8%Tupandi 100% 100%Vale Real 100% 100%Do ponto <strong>de</strong> vista hidrográfico, a Bacia do Caí caracteriza-se porapresentar um curso <strong>de</strong> água principal (Rio Caí) e alguns afluentes <strong>de</strong> maiorporte, como, por exemplo, das partes altas para as partes baixas: Arroio Piaí,Arroio Forromeco, Arroio Ca<strong>de</strong>ia e Arroio Maratá.A Bacia do Rio Caí apresenta como característica marcante a possibilida<strong>de</strong>da divisão do rio em três trechos: trechos alto, médio e baixo. O trecho alto, quese esten<strong>de</strong> até a foz do Arroio Caracol, se caracteriza por apresentar cotaselevadas, relevo <strong>plano</strong> e pela presença das barragens do Santo, Blang e Divisa.No trecho médio, que vai do Arroio Caracol até São Sebastião do Caí, encontrasea porção mais urbanizada e industrializada da bacia, resultando em fortespressões sobre o ambiente, o relevo se torna mais aci<strong>de</strong>ntado apresentandoencostas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>. O trecho baixo, <strong>de</strong> São Sebastião do Caí até afoz, que apresenta relevo <strong>plano</strong> e cotas baixas, é marcado pela ocorrência <strong>de</strong>inundações nas áreas urbanas <strong>de</strong> Montenegro e São Sebastião do Caí e pelainterferência que o Rio Jacuí exerce no Rio Caí.2.1.8. HidrogeologiaO município <strong>de</strong> Morro Reuter assenta-se diretamente sobre a unida<strong>de</strong>Serra Geral com um sistema aquífero formado pelo confinamento das areias daUnida<strong>de</strong> Hidroestratigráfica Botucatu pelos basaltos da Unida<strong>de</strong>Hidroestratigráfica Serra Geral. Nos vales, entretanto são observadosafloramentos dos arenitos eólicos.PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 32


O Sistema Aquífero Botucatu compreen<strong>de</strong> todas as áreas <strong>de</strong> afloramento e<strong>de</strong> pequeno confinamento por rochas vulcânicas, localizando-se principalmentena região central do Estado e próximos às bordas escarpadas do planaltobasáltico. Trata-se <strong>de</strong> arenitos <strong>de</strong> granulometria média, endurecidos por cimentoferruginoso ou silicoso, em cotas topográficas altas e com morfologia escarpada.Os afloramentos <strong>de</strong> arenitos são péssimos armazenadores <strong>de</strong> água <strong>de</strong>vido a suacondição topo-estrutural e cimentação.Do ponto <strong>de</strong> vista hidrogeológico, apesar dos arenitos da Unida<strong>de</strong> Botucatuestar confinados por basaltos, o aquífero como regra geral po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>radocomo livre, pois seus níveis <strong>de</strong> pressão estão, via <strong>de</strong> regra, abaixo do teto dosarenitos.Essas características diferenciam o município <strong>de</strong> Morro Reuter dosmunicípios ao sul que se encontram assentados diretamente sobre a Unida<strong>de</strong>Hidroestratigráfica Pirambóia, que é predominantemente arenosa, porém <strong>de</strong>granulometria fina e matriz argilosa. Com estas características, nesta região ela éconsi<strong>de</strong>rada apenas um aquífero <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> mediana a fraca, porémgeralmente com águas <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>.Físico-quimicamente, as águas do município <strong>de</strong> Morro Reuter po<strong>de</strong>riam serclassificadas como bicarbonatadas cálcicas a mistas e cloretadas sódicas. Ossólidos dissolvidos totais raramente ultrapassam a 250 mg/L.2.2. Aspectos Socioeconômicos2.2.1. PopulaçãoO município ocupa uma área <strong>de</strong> 87,64 km 2 com uma população <strong>de</strong> 5.676habitantes (segundo o senso <strong>de</strong>mográfico 2010), resultando em uma <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>populacional <strong>de</strong> 64,76 hab/km 2 . O crescimento populacional, segundo dados doIBGE, foi <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 1,3% entre os anos <strong>de</strong> 2007 e 2010, conforme Figura 3. Apopulação estimada para 2011 foi <strong>de</strong> 5.730 habitantes. Desta população, 85,3%resi<strong>de</strong> em área urbana e 14,7% em área rural.PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 33


Figura 3: Evolução populacional do município <strong>de</strong> Morro Reuter. (Fonte: IBGE)• POPULAÇÃO TOTAL (2010): 5.676 habitantes• POPULAÇÃO RESIDENTE (2010): 2849 homens e 2827 mulheres• POPULAÇÃO RESIDENTE ALFABETIZADA: 5322 pessoas• ÁREA (2010): 87,641 km²• DENSIDADE DEMOGRÁFICA (2010): 64,76 hab/km²• TAXA DE ANALFABETISMO (2010): 1,10 %• EXPECTATIVA DE VIDA AO NASCER (2000): 75,81 anos• COEFICIENTE DE MORTALIDADE INFANTIL (2006): 22,22 por milnascidos vivos.O índice IDESE para o Estado do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul apresentou elevaçãono ano <strong>de</strong> 2009, alcançando a marca <strong>de</strong> 0,776 ficando com isso 0,5% acima do<strong>de</strong>sempenho obtido em 2008 que foi <strong>de</strong> 0,772. Isso vem a confirmar um novorecor<strong>de</strong> histórico do IDESE, que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2000, apresenta melhoria contínua comum incremento médio <strong>de</strong> 0,5% ao ano.O principal <strong>de</strong>staque do IDESE <strong>de</strong> 2009 ficou com o bloco Educação tendoregistrado uma elevação <strong>de</strong> 2,1% passando <strong>de</strong> 0,853 registrado em 2008 paraPLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 34


0,870 em 2009. Na área da educação o indicador que mais contribuiupositivamente foi a taxa <strong>de</strong> atendimento ao ensino médio, que se elevou em15,8% entre 2008 e 2009. Os índices relativos à taxa <strong>de</strong> abandono e a taxa <strong>de</strong>analfabetismo apresentaram variação positiva: 0,3% e 0,4% respectivamente e ataxa <strong>de</strong> reprovação foi o único elemento com variação negativa (-0,4%).Uma contribuição positiva e muito importante foi o apresentado pelo blocoSaú<strong>de</strong>, que registrou crescimento <strong>de</strong> 0,5% entre 2008 e 2009, passando <strong>de</strong> 0,846para 0,850 respectivamente. O crescimento no indicador da área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> se dáao percentual <strong>de</strong> crianças com baixo peso ao nascer, que teve uma melhora <strong>de</strong>1,1%. Outro indicador muito importante que sofreu melhoras foi referente à taxa<strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> menores <strong>de</strong> cinco anos com aumento <strong>de</strong> 0,4% no indicadorpositivo, já a expectativa <strong>de</strong> vida manteve-se estável no período.O bloco Renda, apresentou uma retração <strong>de</strong> 0,8% ficando em 0,813 em2009, quando, em 2008, o número foi 0,819. Esse bloco é composto por duasvariáveis, a geração <strong>de</strong> renda (PIB per capita parida<strong>de</strong> do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra)apresentou ligeira elevação (0,2%), enquanto a apropriação <strong>de</strong> renda (VAB docomércio, alojamento e alimentação) registrou queda <strong>de</strong> 1,8%.Por fim, o bloco Saneamento e Domicílios, que apresentou um pequenavariação no índice <strong>de</strong> 0,570 em 2008, fechando 2009 com 0,569, isso é, umavariação <strong>de</strong> -0,2%. Essa diferença <strong>de</strong> índices é em função do aumento <strong>de</strong>moradores por domicílio.Dentro <strong>de</strong>ste contexto o Município <strong>de</strong> Morro Reuter apresentou oscilaçõesem seus índices que refletem as oscilações sofridas no IDESE do Estado do RioGran<strong>de</strong> do Sul.O resultado do bloco Saneamento e Domicílios apresentou na avaliaçãopositiva elevando o município na classificação geral IDESE passando dacolocação 221º do ano <strong>de</strong> 2008 para a 220º em 2009, conforme Quadro 3.PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 35


Quadro 3: Índices históricos do IDESE do Município <strong>de</strong> Morro Reuter.SANEAMENTOEDUCAÇÃO RENDAANOe DOMICÍLIOSSAÚDE IDESEÍndice Or<strong>de</strong>m Índice Or<strong>de</strong>m Índice Or<strong>de</strong>m Índice Or<strong>de</strong>m Índice Or<strong>de</strong>m2000 0,866 73º 0,598 250º 0,359 230º 0,885 94º 0,677 198º2001 0,883 43º 0,608 279º 0,361 234º 0,881 133º 0,683 210º2002 0,893 36º 0,612 279º 0,361 237º 0,883 77º 0,687 204º2003 0,904 32º 0,645 273º 0,361 238º 0,881 80º 0,698 202º2004 0,907 31º 0,659 258º 0,361 240º 0,873 123º 0,700 198º2005 0,906 29º 0,668 219º 0,361 240º 0,878 98º 0,703 177º2006 0,903 31º 0,669 266º 0,361 241º 0,880 76º 0,703 198º2007 0,913 30º 0,669 309º 0,362 243º 0,880 89º 0,706 211º2008 0,907 31º 0,661 331º 0,363 245º 0,884 45º 0,704 221º2009 0,926 35º 0,656 333º 0,362 243º 0,879 74º 0,706 220º2.2.2. HistóricoA história oficial <strong>de</strong> Morro Reuter como município é recente, pois foiemancipado pela Lei Estadual nº 9.583, <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1992. Des<strong>de</strong> 1959,com a emancipação <strong>de</strong> Dois Irmãos, durante 34 anos foi o 2º Distrito do novomunicípio. Entre 1952 e 1959, foi 6º Distrito <strong>de</strong> São Leopoldo, período em queMorro Reuter viveu a condição administrativa <strong>de</strong> subprefeitura. Antes disso, erauma localida<strong>de</strong> que pertencia a Dois Irmãos, 4º Distrito <strong>de</strong> São Leopoldo. Em 24<strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1956, a Lei Estadual nº 121 elevou Morro Reuter à categoria <strong>de</strong> vila.Mas a origem do povoamento está no século 19 e se confun<strong>de</strong> com apresença dos europeus que foram ocupando a região além do Vale do Rio dosSinos. Os primeiros imigrantes à Real Feitoria do Linho Cânhamo, <strong>de</strong>pois SãoLeopoldo, no dia histórico <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1824. Aos poucos, os pioneirosforam <strong>de</strong>sbravando matas, subindo a serra, traçando caminhos, abrindo picadas,fundando linhas, povoados e vilas.Conforme a professora Clarice Maria Arandt, autora do livro História daColonização <strong>de</strong> Dois Irmãos (1999), “a região estava em completo abandono ecarecia <strong>de</strong> novo incremento, o que podia, talvez, ser conseguido com umaexploração sistemática e uma penetração gradativa para o interior. Era entãopresi<strong>de</strong>nte da Província <strong>de</strong> São Pedro o <strong>de</strong>sembargador José FelicianoFernan<strong>de</strong>s Pinheiro – mais tar<strong>de</strong> Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Leopoldo – em cujas mãosPLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 36


Dom Pedro I fez chegar o conhecido Aviso do Governo <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1824,no qual ele pe<strong>de</strong> que sejam <strong>de</strong>marcadas as terras do Linho Cânhamo para nelase estabelecerem os alemães.Segundo Justino Antonio Vier, primeiro prefeito <strong>de</strong> Dois Irmãos, oscolonizadores se instalaram em Morro Reuter (Reutersberg em alemão) a partir<strong>de</strong> 1829. É <strong>de</strong>sse ano o registro da construção da casa do primeiro morador,Mathias Mombach. Autor do livro História <strong>de</strong> Dois Irmãos – Passado e Presente(1999), Justino Vier cita como um dos marcos no <strong>de</strong>senvolvimento do incipientepovoado o ano <strong>de</strong> 1872. Em torno <strong>de</strong>ssa data, os evangélicos <strong>de</strong> confissãoluterana ergueram a primeira igreja e começaram sua igreja-escola. Ainda em1872, o professor João Wagner abriu a primeira escola particular.Antes da chegada dos brancos, a região era habitada por índios, queviviam da caça, colhendo nas matas frutas e raízes para complementar aalimentação. Na Serra do Nor<strong>de</strong>ste, afora pequenos grupos <strong>de</strong> guaranis<strong>de</strong>sgarrados, remanescentes das Missões Jesuíticas <strong>de</strong>struídas, a maior parteera <strong>de</strong> caingangues, chamados <strong>de</strong> bugres pelos colonos. Com o passar dasdécadas, os habitantes naturais foram <strong>de</strong>saparecendo, tanto nos enfrentamentoscom os colonizadores quanto dizimados por doenças e pela <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong> queos indígenas foram vítimas em todo o Brasil. Até as primeiras décadas do século20, ao preparar a terra para as lavouras os agricultores costumavam <strong>de</strong>senterrarutensílios <strong>de</strong> barro moldado pelos bugres, que <strong>de</strong>ixaram como legado ascavernas que cavaram nos <strong>morro</strong>s para morar. Depois <strong>de</strong> abandonadas, essasgalerias primitivas foram invadidas por morcegos. As entradas tiveram que serimplodidas e fechadas, o que impossibilita o acesso a elas. Aguardam para serre<strong>de</strong>scobertos os <strong>de</strong>senhos e inscrições que jazem nas pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> basalto dostúneis lacrados.Os imigrantes que vieram povoar Morro Reuter falavam o dialeto da regiãodo Hunsrück (“lombo <strong>de</strong> cachorro” em alemão, numa referência às levesondulações das colinas e coxilhas locais), no oeste da antiga Prússia. Fugiam dagrave crise econômica provocada na Europa pelos cerca <strong>de</strong> 20 anos <strong>de</strong> guerraPLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 37


napoleônicas. Secas periódicas e o excesso <strong>de</strong> população também levaram ogoverno prussiano a estimular a saída do país.Após atravessarem o oceano em percursos cheios <strong>de</strong> imprevistos, osemigrados chegaram à Província do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, o continente <strong>de</strong> SãoPedro, seduzidos por promessas cuja maioria não foi cumprida pelo Império doBrasil: cidadania brasileira, <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> manutenção por dois anos, terrasgratuitas, gado (bois, cavalos, mulas e porcos) conforme o número <strong>de</strong> pessoas <strong>de</strong>cada família, mudas e sementes, liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> culto, isenção <strong>de</strong> impostos por 10anos. Foram obrigados a reiniciar a vida na nova pátria enfrentando todas asadversida<strong>de</strong>s, as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> adaptação ao ambiente hostil, com animaisselvagens, doenças e a resistência dos índios, que se recusavam a conviverpacificamente com os <strong>de</strong>sbravadores brancos.São escassos os registros escritos sobre as décadas <strong>de</strong> pioneirismo naregião <strong>de</strong> Morro Reuter. As informações esparsas vêm <strong>de</strong> <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong><strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes dos primeiros moradores. Por isso, é frágil a explicação paraorigem do nome da localida<strong>de</strong> que estava nascendo. Seria para homenagear afamília Reuter, uma das pioneiras, que nas primeiras décadas <strong>de</strong> colonizaçãomanteve uma estalagem, parada indispensável para os tropeiros e suas mulascarregadas <strong>de</strong> mercadorias. Esse lugar <strong>de</strong> passagem tornou-se referência comolocal <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso, no caminho ainda precário, em que havia os <strong>morro</strong>s e osReuter. Não se tem maior precisão do que essa.2.2.3. Estrutura administrativaA administração do município <strong>de</strong> Morro Reuter se dá pelo po<strong>de</strong>rexecutivo e po<strong>de</strong>r legislativo. A estrutura executiva conta com as secretarias<strong>de</strong>scritas abaixo:a) Secretaria <strong>de</strong> Administração: é o órgão central organização e<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> recursos humanos, documentação, transportesadministrativos e mo<strong>de</strong>rnização administrativa do município. Cabe à Secretaria acriação <strong>de</strong> órgãos com suas respectivas estruturas organizacionais,PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 38


acionalização e organização dos processos <strong>de</strong> trabalho. Entre as suasresponsabilida<strong>de</strong>s também estão a elaboração <strong>de</strong> legislação e regulamentação <strong>de</strong>todo o sistema <strong>de</strong> pessoal, Estatuto dos Servidores Públicos e Planos <strong>de</strong> Carreirae o exame dos projetos <strong>de</strong> lei do Executivo e do Legislativo.b) Secretaria <strong>de</strong> Fazenda e Planejamento: Executa e supervisiona a políticafinanceira e fiscal do Município, coor<strong>de</strong>na as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lançamento e cobrança<strong>de</strong> tributos municipais, supervisiona e coor<strong>de</strong>na a fiscalização das ativida<strong>de</strong>s noâmbito municipal, orienta e controla a movimentação <strong>de</strong> valores e contasbancárias, controla as receitas e <strong>de</strong>spesas do município e mantém sob suaresponsabilida<strong>de</strong> a contabilida<strong>de</strong> e o controle da execução orçamentária.c) Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Meio Ambiente: planeja, coor<strong>de</strong>na, executa esupervisiona as Políticas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Meio Ambiente, além <strong>de</strong> gerir, no âmbitomunicipal, o Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e a Política Municipal <strong>de</strong> Meio Ambiente.Desenvolve ações <strong>de</strong> promoção, proteção e recuperação da saú<strong>de</strong> da população,com a realização <strong>integrada</strong> <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s assistenciais, preventivas e <strong>de</strong> vigilânciaem saú<strong>de</strong>.Esta Secretaria conta com uma Unida<strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> comatendimento 24 horas, que cobre a <strong>de</strong>manda do município e uma FarmáciaMunicipal que fornece medicamentos gratuitos no município.d) Secretaria <strong>de</strong> Serviços Urbanos: planeja e executa os serviços urbanoscomo a limpeza e ajardinamento <strong>de</strong> vias públicas, pinturas viárias e podas <strong>de</strong>árvores, além <strong>de</strong> prestar apoio à realização <strong>de</strong> eventos do município. Garantetambém a iluminação pública à população, promovendo a instalação esubstituição <strong>de</strong> inúmeras lâmpadas. Outra importante atribuição é <strong>de</strong> zelar e fazerzelar pela conservação <strong>de</strong> todos os bens públicos, tais como escolas, postos <strong>de</strong>saú<strong>de</strong>, praças, jardins, parques, paradas <strong>de</strong> ônibus e cemitérios.PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 39


e) Secretaria <strong>de</strong> Obras: coor<strong>de</strong>na, elabora e executa projetos <strong>de</strong> obras viárias,manutenção <strong>de</strong> vias urbanas e fiscalização da execução <strong>de</strong> projetos. É aresponsável também pela guarda e controle <strong>de</strong> veículos, máquinas eequipamentos utilizados na execução das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sta pasta.f) Secretaria <strong>de</strong> Educação e Cultura: A re<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino do município, conta coma 8 escolas da re<strong>de</strong> municipal <strong>de</strong> educação <strong>de</strong> Ensino Fundamental, uma escola<strong>de</strong> Educação Infantil da FADI (Fundação <strong>de</strong> Assistencial <strong>de</strong> Dois Irmãos) e umaescola <strong>de</strong> Ensino Médio pertencente re<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino do Estado do Rio Gran<strong>de</strong> doSul.Os <strong>de</strong>partamentos <strong>de</strong> Desporto, Turismo e <strong>de</strong> Fiscalização, assim como, aAssessoria Jurídica, estão subordinados às secretarias supracitadas.2.3. EconomiaA economia do Município <strong>de</strong> Morro Reuter baseia-se na indústriametalúrgica e coureiro-calçadista, silvicultura, e na avicultura.• PIBPM (2005): R$ 61.332• PIB PER CAPITA (2010): R$ 12.439,47• EXPORTAÇÕES TOTAIS (2007): U$ FOB 4.262O setor industrial no município apresenta diversas empresas <strong>de</strong> diferentesportes, entretanto <strong>de</strong>stacam-se as indústrias metalúrgica, coureiro-calçadista ealimentos.Paralelamente ao polo industrial, a economia agrícola rural constitui-secomo outra gran<strong>de</strong> fonte <strong>de</strong> renda econômica. A região caracteriza-se porpequenas proprieda<strong>de</strong>s, com um sistema policultor <strong>de</strong> trabalhar a terra e com amão <strong>de</strong> obra familiar.No setor comercial, o município conta com estabelecimentos particularesdiversificados e também, conta com serviços <strong>de</strong> infraestrutura básica (energiaelétrica, telefonia, bancos, re<strong>de</strong> <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água, re<strong>de</strong> <strong>de</strong> atenção àsaú<strong>de</strong>).PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 40


2.4. Infraestrutura ViáriaO acesso principal ao município é realizado por meio da rodovia BR 116.Não existe na Prefeitura Municipal <strong>de</strong> Morro Reuter dados precisos quanto àquilometragem <strong>de</strong> estradas pavimentadas e não pavimentadas, incluindoarruamentos na área urbana e estradas rurais <strong>de</strong>ntro dos limites municipais. Naárea central urbana e estradas, a pavimentação é <strong>de</strong> camada asfáltica, enquantoa maioria das ruas e dos bairros é <strong>de</strong> pedras irregulares. Os passeios públicos, oucalçadas, são revestidos com pedras basálticas, lajotas <strong>de</strong> concreto ourevestimento cerâmico, e meio-fio <strong>de</strong> concreto. Na zona rural, são pavimentadasas estradas principais <strong>de</strong> acesso e as vias nas se<strong>de</strong>s dos núcleos populacionais.Segundo dados <strong>de</strong> 2010 do IBGE, a frota <strong>de</strong> veículos no município écomposta por 2.800 unida<strong>de</strong>s automotoras, conforme a Figura 4.Figura 4: Dados da frota <strong>de</strong> veículos do Município <strong>de</strong> Morro Reuter. (Fonte: IBGE)PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 41


3. GERENCIAMENTO ATUAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO MUNICÍPIO3.1. Resíduos domiciliaresEm Morro Reuter não existe um levantamento quali-quantitativo dosresíduos gerados, sabendo-se apenas que o município <strong>de</strong>stina uma média <strong>de</strong> 70toneladas por mês enviadas para o aterro <strong>de</strong> Minas do Leão. Os valores para a<strong>de</strong>stinação <strong>de</strong>sses resíduos ficam em R$43,22/tonelada para a <strong>de</strong>posição eR$101,83/tonelada para o transporte. Isto representa um custo mensal em torno<strong>de</strong> R$10.000,00, sem contar custos <strong>de</strong> coleta e manutenção da usina <strong>de</strong> triagem.O município não possui dados mais <strong>de</strong>talhados sobre os custos totais doatual sistema <strong>de</strong> coleta, triagem e <strong>de</strong>stinação final dos Resíduos Sólidos Urbanos.Os resíduos sólidos são coletados e segregados pela empresa RecicladoraPlátanos Ltda., localizada na Estrada do Morro do Pedro, que possui contrato coma Prefeitura. Entretanto, a mesma encontra-se com sua licença <strong>de</strong> operaçãovencida <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2012, sendo que o proprietário não buscou arenovação até o momento, justificando que a empresa tornar-se-á umacooperativa.Não há coleta seletiva instituída, apenas uma orientação à população paraa realização da mesma. E a coleta ocorre em um veículo <strong>de</strong> carroceria aberta esem sinalização a<strong>de</strong>quada, mostrado na Figura 5, no qual não há a observaçãoda separação do lixo em seco e molhado. Os trabalhadores da coleta não utilizamuniformes, e os equipamentos <strong>de</strong> segurança se restringem apenas a luvas, quesão <strong>de</strong>ixadas <strong>de</strong> lado em alguns casos.PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 42


Figura 5: Veículo para a coleta <strong>de</strong> resíduos domiciliares.A empresa coleta o lixo conforme o roteiro da Tabela 2 abaixo:Tabela 2: Roteiro da coleta <strong>de</strong> resíduos domiciliares.Bairro e/ou localida<strong>de</strong>Centro, Bela Vista, PlanaltoLinha GorgenBirckenthalBelve<strong>de</strong>reWalachayVila Backes, São JoséInterior do município(Muckental, Fazenda PadreEterno, Franckental, PicadaSão Paulo, Linha Cristo Rei,Batatenthal)Dias <strong>de</strong> coletaDiariamente <strong>de</strong> segundas-feiras àsábadoSegundas-feiras e quintas-feirasSegundas-feirasSegundas-feiras e quintas-feirasTerças-feiras e sextas-feirasTerças-feirasQuinzenalmentePLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 43


A triagem é realizada por cerca <strong>de</strong> quatro pessoas em um pavilhãoconforme Figura 6, construído em uma área da Prefeitura Municipal, com cerca <strong>de</strong>1 hectare. O pavilhão apresenta condições precárias <strong>de</strong> funcionamento, pois nãohá espaço disponível para o armazenamento <strong>de</strong> todos os resíduos segregadosem área coberta e sobre piso impermeabilizado (Figura 7). Para amenizar esteproblema, há um anexo no qual são <strong>de</strong>positados os vidros segregados (Figura 8).Entretanto, materiais prensados (plásticos e papéis) ficam expostos do ladoexterior do pavilhão, assim como sucatas recolhidas juntamente com o lixodoméstico, conforme Figura 9.Figura 6: Equipe <strong>de</strong> triagem <strong>de</strong> resíduos.PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 44


Figura 7: Condições <strong>de</strong> armazenamento dos resíduos coletados.Figura 8: Área <strong>de</strong> disposição <strong>de</strong> vidros.PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 45


Figura 9: Área <strong>de</strong> disposição <strong>de</strong> sucatas.Devido à precarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> funcionamento e organização na unida<strong>de</strong> <strong>de</strong>triagem, a Recicladora Plátanos Ltda. foi notificada pela FEPAM para querealizasse as melhorias. No entanto, gran<strong>de</strong> parte das solicitações não foiatendida até o presente momento.Os funcionários responsáveis pela triagem não utilizam uniforme, apenasluvas para proteção. Também não há esteira para a triagem, os resíduos são<strong>de</strong>scarregados manualmente do caminhão para o piso do galpão eposteriormente levados para uma mesa adaptada para a função <strong>de</strong> triagem. Adisposição das baias <strong>de</strong> armazenamento <strong>de</strong> materiais dificulta a segregação dosresíduos.Os rejeitos são levados a um contêiner instalado sob um pequeno telhado.O contêiner posteriormente será transportado para disposição final na SIL, nomunicípio <strong>de</strong> Minas do Leão conforme Figura 10.PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 46


Figura 10: Contêiner <strong>de</strong> rejeitos.A Prefeitura Municipal e a Recicladora têm conhecimento <strong>de</strong> coletoresinformais atuando na coleta <strong>de</strong> resíduos na cida<strong>de</strong> que geram transtornos navizinhança em que resi<strong>de</strong>m <strong>de</strong>vido ao acumulo irregular <strong>de</strong> resíduos. Os coletoresjá foram notificados pela irregularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua ativida<strong>de</strong>, mas continuamrealizando a coleta.Deve ser mencionado que nos fundos da Usina <strong>de</strong> Triagem foi i<strong>de</strong>ntificadoum passivo ambiental <strong>de</strong> resíduos urbanos que está disposto no local há algunsanos e que aparentemente não está causando maiores impactos negativos.Entretanto uma avaliação técnica mais <strong>de</strong>talhada do mesmo seria indicada.3.2. Resíduos <strong>de</strong> Limpeza UrbanaOs resíduos <strong>de</strong> limpeza urbana, principalmente as podas, são <strong>de</strong>positadosem uma área <strong>de</strong>marcada ao lado da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> triagem (Figura 11). Entretanto aPLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 47


área não está licenciada para tal finalida<strong>de</strong> o que já gerou uma notificação porparte da FEPAM.Figura 11: Área <strong>de</strong> disposição <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> poda.3.3. Resíduos <strong>de</strong> estabelecimentos comerciaisSegundo a municipalida<strong>de</strong>, os serviços <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> resíduos dosestabelecimentos comerciais são terceirizados pela Recicladora Plátanos.O serviço contratado prevê a coleta, triagem e <strong>de</strong>stinação final dosresíduos.3.4. Resíduos industriaisOs resíduos industriais são <strong>de</strong>stinados em sua maioria para empresascontratadas pelas indústrias, mas existem casos em que o material é <strong>de</strong>scartadojuntamente com os resíduos domiciliares.PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 48


3.5. Resíduos <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>Os resíduos gerados pelas unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do município são <strong>de</strong>stinadospara a empresa Multi Serviços para <strong>de</strong>stinação a<strong>de</strong>quada.3.6. Resíduos da construção civilSegundo informações do Município, a responsabilida<strong>de</strong> pela <strong>de</strong>stinaçãofinal dos resíduos <strong>de</strong> construção civil é dos geradores, <strong>de</strong>vendo estes contratarcaçambas ou contêineres.Em algumas situações, esses resíduos são utilizados como material <strong>de</strong>aterro em áreas particulares ou simplesmente são dispostos junto às vias públicase acabam sendo recolhidos pelo po<strong>de</strong>r público juntamente com os resíduos <strong>de</strong>poda e varrição que são por sua vez <strong>de</strong>stinados para a mesma área (Figura 12).Figura 12: Área <strong>de</strong> disposição <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> poda, varrição e construção civil.PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 49


3.7. Resíduos agrossilvopastorisNo município, os principais resíduos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s agrossilvopastoris sãoos <strong>de</strong>jetos animais, animais mortos e resteva da colheita <strong>de</strong> matas plantadas,eucalipto (Eucalyptus sp.), acácia (Acacia sp.). As embalagens <strong>de</strong> agrotóxicos sãotratadas como resíduos especiais.3.8. Resíduos <strong>de</strong> coletas especiaisAs pilhas, baterias, lâmpadas e material eletrônico são classificados comoresíduos especiais necessitando por isso <strong>de</strong> coleta, armazenagem, transporte edisposição final a<strong>de</strong>quados.Estes resíduos são coletados juntamente com os <strong>de</strong>mais resíduosdomiciliares e posteriormente são classificados pelos funcionários da RecicladoraPlátanos (Figura 13). Outros resíduos especiais como latas <strong>de</strong> tinta, solvente,graxas e óleos são recolhidos com os resíduos domiciliares e classificados pelaRecicladora Plátanos e armazenados juntamente com as sucatas paraposteriormente serem encaminhados para a si<strong>de</strong>rúrgica (Figura 14 e Figura 15).Figura 13: Descarte <strong>de</strong> material eletrônico juntamente com resíduo domiciliar.PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 50


Figura 14: Descarte <strong>de</strong> latas <strong>de</strong> tintas, solventes, graxas e óleos.Figura 15: Disposição <strong>de</strong> latas <strong>de</strong> tintas, solventes, graxas e óleos.PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 51


3.9. Existência <strong>de</strong> catadores ou cooperativas <strong>de</strong> catadoresNão existe no Município <strong>de</strong> Morro Reuter dados oficiais quanto à existência<strong>de</strong> catadores informais <strong>de</strong> lixo, mas tem-se conhecimento da atuação eventualdos mesmos. Atualmente, todo o material produzido é recolhido pela RecicladoraPlátanos a qual está se organizando na forma <strong>de</strong> cooperativa.3.10. Síntese das <strong>de</strong>ficiências i<strong>de</strong>ntificadas na gestão <strong>de</strong> resíduosCom base nas informações contidas no diagnóstico sobre a geração,transporte e <strong>de</strong>stinação final dos resíduos, bem como nas legislações pertinentes,i<strong>de</strong>ntificaram-se algumas <strong>de</strong>ficiências relacionadas à gestão <strong>integrada</strong> dosresíduos sólidos no município. As mesmas servirão <strong>de</strong> base para a formulaçãodas proposições visando a correta gestão <strong>de</strong>sses resíduos.As <strong>de</strong>ficiências i<strong>de</strong>ntificadas po<strong>de</strong>m ser visualizadas no quadro a seguir.Quadro 4: Deficiências verificadas na gestão <strong>de</strong> resíduos em Morro Reuter.Nº DESCRIÇÃO1a1b1c1d1e1f1g1h1iResíduos DomiciliaresMá qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> separação entre lixo seco e orgânico; não há sistema<strong>de</strong> coleta seletiva organizada.Disposição nas lixeiras <strong>de</strong> tipo <strong>de</strong> lixo diferente do que está sendocoletado no dia.Usina <strong>de</strong> Triagem em situação precária e com licença <strong>de</strong> operaçãovencida.Disposição <strong>de</strong> lixo em volume maior que a capacida<strong>de</strong> das lixeiras,acumulando-se resíduos na calçada, expostos às intempéries e ação <strong>de</strong>vetores <strong>de</strong> doenças, vândalos e animais.Existência <strong>de</strong> catadores informais que causam transtornos à coleta.Precarieda<strong>de</strong> nos serviços <strong>de</strong> coleta dos resíduos com falta <strong>de</strong> EPIs eveículo a<strong>de</strong>quado.Falta ou ineficácia <strong>de</strong> campanha educativa para redução <strong>de</strong> geração <strong>de</strong>resíduos e correta separação do lixo seco. Resíduos Especiaismisturados aos Resíduos Domiciliares.Falta <strong>de</strong> pesagem do lixo seco e falta <strong>de</strong> caracterização <strong>de</strong>talhada dostipos <strong>de</strong> resíduos gerados.Poucas opções <strong>de</strong> empresas recicladoras na região, limitando aPLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 52


1j2a2b2c2d2e2f3a3b3c4a4b4c5a5bcomercialização dos materiais recicláveis.Falta <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição da forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinação final dos resíduos orgânicos alongo prazo, tendo em vista a curta vida útil do aterro terceirizadoatualmente utilizado, estimada em cerca <strong>de</strong> 20 anos.Resíduos PúblicosFalta <strong>de</strong> dados concretos sobre o volume <strong>de</strong> resíduos urbanos gerados.Acúmulo <strong>de</strong> lixo nas ruas em locais <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> pessoas.Pouco controle da compostagem na área <strong>de</strong> disposição <strong>de</strong> podas <strong>de</strong>árvores e sem o <strong>de</strong>vido licenciamento ambientalFalta <strong>de</strong> local apropriado para recebimento, reaproveitamento e<strong>de</strong>stinação a<strong>de</strong>quada dos móveis usados.Falta ou ineficácia <strong>de</strong> campanha educativa para acondicionamento ecorreta separação do lixo em logradouros públicos, inclusive paraturistas.Existência <strong>de</strong> pequeno passivo <strong>de</strong> resíduos urbanos nos fundos daUsina <strong>de</strong> Triagem.Resíduos <strong>de</strong> Estabelecimentos ComerciaisLixeiras <strong>de</strong> tamanhos incompatíveis com o volume gerado, <strong>de</strong>ixando-selixo exposto sobre a calçada.Falta <strong>de</strong> regramento para quantificação <strong>de</strong> lixo comercial a ser coletadopela PrefeituraFalta <strong>de</strong> implementação da Logística Reversa <strong>de</strong> resíduos especiais.Resíduos IndustriaisFalta <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>s, tipos e <strong>de</strong>stino <strong>de</strong> resíduos geradospelas indústrias licenciadas pelo órgão ambiental municipal,impossibilitando a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> <strong>de</strong>mandas da gestão dos resíduospara que o Po<strong>de</strong>r Público possa contribuir.Pequeno número <strong>de</strong> empresas recicladoras <strong>de</strong> resíduos no município.Falta <strong>de</strong> regramento para quantificação <strong>de</strong> lixo similar ao domésticogerado nas indústrias a ser coletado pela Prefeitura.Resíduos <strong>de</strong> Construção CivilInexistência do Plano Integrado <strong>de</strong> Gerenciamento <strong>de</strong> Resíduos daConstrução Civil e consequentemente, falta <strong>de</strong> Programa Municipal <strong>de</strong>Gerenciamento <strong>de</strong> Resíduos da Construção Civil e das diretrizes para aelaboração dos Projetos <strong>de</strong> Gerenciamento <strong>de</strong> Resíduos da ConstruçãoCivil.Legislação municipal relativa aos RCC <strong>de</strong>ficiente, não contemplando asPLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 53


5c5d5e6f7a7b7c7d8a8b8c8d8e8f8g8hdiretrizes estaduais e fe<strong>de</strong>raisInexistência <strong>de</strong> inventário sobre a geração <strong>de</strong> RCC – geradores,quantida<strong>de</strong>s, composição, coleta e <strong>de</strong>stinação final.Falta <strong>de</strong> empreendimentos públicos e privados <strong>de</strong> triagem,beneficiamento e aterro <strong>de</strong> RCC, ocasionando a falta <strong>de</strong> opção aosgeradores para a <strong>de</strong>stinação <strong>de</strong>sses resíduos.Destinação ina<strong>de</strong>quada dos RCC recolhidos pela prefeitura municipal,misturando com resíduos <strong>de</strong> poda.Inexistência <strong>de</strong> roteiros e frequência <strong>de</strong> coleta para o recolhimento <strong>de</strong>pequenas quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> RCC pelo município.Resíduos AgrossilvopastorisFalta <strong>de</strong> licenciamento ambiental dos criadores <strong>de</strong> bovinos;Não há cadastro no órgão ambiental municipal, <strong>de</strong> todos os criadores <strong>de</strong>animais do município; carência <strong>de</strong> informações quali-quantitativas sobrea geração <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos.Disposição ina<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos animais em solo agrícola, causandoproblemas ambientais e incômodos à população.Queima da resteva proveniente da colheita das matas plantadas <strong>de</strong>espécies florestais exóticas, em <strong>de</strong>sacordo com a legislação em vigor.Resíduos <strong>de</strong> Coletas EspeciaisNão há controle, por parte do município, sobre as quantida<strong>de</strong>s e todosos locais <strong>de</strong> venda e <strong>de</strong>stinação <strong>de</strong> lâmpadas fluorescentes.Não há controle, por parte do município, sobre as quantida<strong>de</strong>s e todosos empreendimentos geradores (bares, restaurantes, cozinhasindustriais, etc.) <strong>de</strong> óleo <strong>de</strong> cozinha usado.Não há controle, por parte do município, sobre as quantida<strong>de</strong>s e todosos locais <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinação dos pneus inservíveis.Não há controle, por parte do município, sobre as quantida<strong>de</strong>s e todosos locais <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinação do óleo lubrificante usado.Inexistência <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> recebimento <strong>de</strong> eletrônicos nos comerciantese assistência técnica.A maioria do comércio local não dispõe <strong>de</strong> ponto para recebimento <strong>de</strong>pilhas e baterias.Não há comprovação <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinação dos pneus inservíveis, óleo usado esuas embalagens geradas pelo po<strong>de</strong>r público. Desorganização do local<strong>de</strong> armazenagem provisória <strong>de</strong>sses resíduos.Falta <strong>de</strong> manutenção com consequente ineficiência da caixa <strong>de</strong>separação <strong>de</strong> água e óleo da rampa <strong>de</strong> lavagem dos veículos daPLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 54


9a9b9c10a10b10cprefeitura municipal.Estrutura fiscalizatória, operacional e gerencial <strong>de</strong> meio ambienteFalta <strong>de</strong> autonomia do órgão ambiental municipal, por ser vinculado àSecretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.Falta <strong>de</strong> técnicos e <strong>de</strong> agentes administrativos concursados integrantesdo Órgão Ambiental Municipal.Deficiências <strong>de</strong> estruturas físicas e equipamentos no órgão ambiental.Programas e projetosInexistência <strong>de</strong> registro do escopo da maioria dos projetos e programasexistentes on<strong>de</strong> constem as justificativas, objetivos, público alvo, metas,previsão <strong>de</strong> gastos e recursos, responsáveis, etc. Os únicos materiaisexistentes são os fol<strong>de</strong>rs <strong>de</strong> divulgação.Ações <strong>de</strong> estímulo ao <strong>de</strong>senvolvimento agropecuário <strong>de</strong> Morro Reuter:falta <strong>de</strong> relação com os aspectos ambientais.Falta <strong>de</strong> pessoal no órgão ambiental para coor<strong>de</strong>nação eacompanhamento dos resultados dos projetos e campanhas ambientaisdo município.PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 55


4. PLANEJAMENTO PARA A GESTÃO DOS RESÍDUOS NO MUNICÍPIOA Política Nacional <strong>de</strong> Resíduos Sólidos <strong>de</strong>termina que serão priorizadosno acesso aos recursos da União para o manejo <strong>de</strong> resíduos aos municípios queoptarem por soluções consorciadas intermunicipais. A contratação <strong>de</strong> consórciospúblicos é regulamentada pela Lei Fe<strong>de</strong>ral nº 11.107/2005. Através <strong>de</strong> consórcios,os municípios pequenos po<strong>de</strong>m superar as fragilida<strong>de</strong>s da gestão, racionalizar eampliar a escala no tratamento dos resíduos, e ter um órgão preparado paraadministrar os serviços planejados, com um quadro técnico permanente (MMA,2012).O município <strong>de</strong> Morro Reuter possui inúmeras <strong>de</strong>ficiências no que se referea coleta, classificação e <strong>de</strong>stinação <strong>de</strong> seus resíduos domiciliares.4.1. Definição <strong>de</strong> metas para a gestão <strong>de</strong> resíduos sólidosA seguir serão apresentados os objetivos e metas a serem atingidos pelomunicípio, com base no diagnóstico, <strong>de</strong>ficiências e legislações, no intuito <strong>de</strong>melhorar continuamente a gestão <strong>de</strong> todos os resíduos sólidos gerados nomunicípio. (Quadro 5).Quadro 5: Objetivos e Metas para a Gestão <strong>de</strong> Resíduos nos próximos 20 anos.PeríodoDESCRIÇÃOResíduos Urbanos (Domiciliares e Públicos)Curto Prazo(2013-2016)Efetuar caracterização <strong>de</strong>talhada quali-quantitativa dosresíduos sólidos urbanos com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> subsidiar osfuturos <strong>plano</strong>s <strong>de</strong> ação.Implantar contêineres para qualificação da coleta seletiva naárea urbana <strong>de</strong> Morro Reuter.Definir (e implantar, se necessário em função da precarieda<strong>de</strong>PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 56


da Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Triagem), o local <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinação dos rejeitos datriagem <strong>de</strong> sucatas e provi<strong>de</strong>nciar o licenciamento ambientaldo mesmo.Melhorar os serviços <strong>de</strong> coleta através <strong>de</strong> equipe treinada eequipamentos a<strong>de</strong>quados.Avaliar a ação <strong>de</strong> catadores informais no município e proporum <strong>plano</strong> <strong>de</strong> ação.Médio prazo(2017-2020)Longo prazo(2021-2032)Curto prazo(2013-2016)Dar <strong>de</strong>stinação a<strong>de</strong>quada para os resíduos <strong>de</strong> podas e galhos<strong>de</strong> árvores na área <strong>de</strong> triagem ou outro local.Instalar balança <strong>de</strong> pesagem <strong>de</strong> resíduos na Usina <strong>de</strong> Triagemdo município, inclusive para a aquisição <strong>de</strong> dados reais.Avaliar a magnitu<strong>de</strong> do passivo <strong>de</strong> Resíduos Urbanosdispostos no fundo da Usina <strong>de</strong> Triagem, propondo um Plano<strong>de</strong> Remediação se necessário.Implantar contêineres para qualificação da coleta seletiva naárea rural.Estudar e <strong>de</strong>finir a forma <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> da <strong>de</strong>stinação <strong>de</strong>resíduos orgânicos, po<strong>de</strong>ndo ser em conjunto com outrosmunicípios através dos consórcios públicos.Diminuir a geração per capita <strong>de</strong> resíduos urbanos através <strong>de</strong>campanhas <strong>de</strong> conscientização da comunida<strong>de</strong> com a meta <strong>de</strong>0,50 kg/habitante/dia.Aumentar o índice <strong>de</strong> aproveitamento do lixo seco, comconsequente redução <strong>de</strong> rejeitos a serem dispostos em aterro.Desenvolver projeto para <strong>de</strong>stinação a<strong>de</strong>quada da fraçãoorgânica do resíduo sólido urbano, po<strong>de</strong>ndo ser em parceriacom outros municípios.Iniciar campanha educativa para a separação <strong>de</strong> cada tipo <strong>de</strong>lixo reciclável, conforme a <strong>de</strong>manda tecnológica e <strong>de</strong> mercado.Diminuir a geração per capita <strong>de</strong> resíduos urbanos para 0,45kg/habitante.dia.Manter abrangência <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> lixo seco em 100% dosdomicílios do município.Resíduos <strong>de</strong> Estabelecimentos ComerciaisLevantamento das quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> resíduos gerados pelosestabelecimentos comerciais e prestadores <strong>de</strong> serviços.Efetuar campanha <strong>de</strong> conscientização junto aos geradores noPLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 57


Médio prazo(2017-2020)Longo prazo(2021-2032)Curto prazo(2013-2016)Médio prazo(2017-2020)Longo prazo(2021-2032)Curto prazo(2013-2016)sentido <strong>de</strong> darem correto <strong>de</strong>stino aos resíduos, inclusive osespeciais.Definição, por instrumento legal, <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> a serequiparada a resíduo domiciliar, para ser coletada pelaPrefeitura.Reduzir a geração <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> estabelecimentoscomerciais através <strong>de</strong> campanha <strong>de</strong> conscientização.Reduzir a geração <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> estabelecimentoscomerciais através <strong>de</strong> campanha <strong>de</strong> conscientização.Resíduos IndustriaisLevantamento das quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> resíduos industriais geradospelos estabelecimentos.Efetuar campanha <strong>de</strong> conscientização junto aos geradores nosentido <strong>de</strong> darem correto <strong>de</strong>stino aos resíduos.Implantar sistema informatizado <strong>de</strong> cadastro <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> resíduos gerados pelas indústrias licenciadas pelo órgãoambiental municipalInstituir medidas <strong>de</strong> incentivos a empresas recicladoras <strong>de</strong>resíduos no município.Definição, por instrumento legal, da tipologia <strong>de</strong> resíduos nãoperigosos a ser equiparada a resíduo domiciliar, para sercoletada pela Prefeitura.Incentivar as indústrias locais na diminuição na geração <strong>de</strong>seus resíduos, inclusive através <strong>de</strong> seu reaproveitamento oureciclagem.Eliminar a participação <strong>de</strong> resíduos industriais não compatíveiscom resíduos similares aos domésticos na coleta efetuada pelaprefeitura.Diminuir a geração <strong>de</strong> resíduos industriais, especialmente osperigosos.Resíduos <strong>de</strong> Serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (RSS)Levantamento das quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> gerados pelos estabelecimentos.Efetuar campanha <strong>de</strong> conscientização junto aos geradores nosentido <strong>de</strong> darem correto <strong>de</strong>stino aos resíduos.Elaboração <strong>de</strong> Plano <strong>de</strong> Gerenciamento <strong>de</strong> Resíduos <strong>de</strong>Serviço <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> para todas as unida<strong>de</strong>s públicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.Criação <strong>de</strong> cadastro no órgão ambiental municipal, comPLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 58


Médio prazo(2017-2020Longo prazo(2021-2032)Curto prazo(2013-2016)informações <strong>de</strong> todos os geradores particulares <strong>de</strong> RSS,sujeitos à elaboração <strong>de</strong> Plano <strong>de</strong> Gerenciamento <strong>de</strong> Resíduos<strong>de</strong> Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.Proposição <strong>de</strong> diretrizes e termo <strong>de</strong> referência para elaboraçãodos Planos <strong>de</strong> Gerenciamento <strong>de</strong> Resíduos <strong>de</strong> Serviço <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong>.Solicitar licenciamento ambiental relacionado especificamenteao Plano <strong>de</strong> Gerenciamento <strong>de</strong> RSS para os geradoresCriação <strong>de</strong> banco <strong>de</strong> dados com inventário das quantida<strong>de</strong>s eda composição dos RSS gerados nos estabelecimentospúblicos e privados.Capacitação e treinamento <strong>de</strong> profissionais das unida<strong>de</strong>spúblicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.Abrangência <strong>de</strong> coleta e <strong>de</strong>stinação final a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> 100%dos resíduos <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> gerados no município.Abrangência <strong>de</strong> coleta e <strong>de</strong>stinação final a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> 100%dos resíduos <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> gerados no município.Resíduos <strong>de</strong> Construção Civil (RCC)Levantamento das quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> construçãocivil.Efetuar campanha <strong>de</strong> conscientização junto aos geradores nosentido <strong>de</strong> darem correto <strong>de</strong>stino aos resíduos.Elaboração do Plano Integrado <strong>de</strong> Gerenciamento <strong>de</strong>Resíduos da Construção Civil.Elaboração <strong>de</strong> projeto e implantação do primeiro Ponto <strong>de</strong>Entrega Voluntária (PEV) <strong>de</strong> pequenos volumes <strong>de</strong> resíduos<strong>de</strong> construção civil.Criação <strong>de</strong> cadastro no órgão ambiental municipal cominformações sobre geradores, comerciantes, transportadores,empreendimentos <strong>de</strong> triagem, reciclagem e <strong>de</strong>stinação final <strong>de</strong>RCC, bem como com inventário das quantida<strong>de</strong>s e dacomposição dos RCC gerados no município, comestabelecimento <strong>de</strong> geração per capita e <strong>de</strong> índices <strong>de</strong>reciclagem.Reduzir/eliminar aterros clan<strong>de</strong>stinos <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong>construção civil.Desenvolver estudo <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> para implantação <strong>de</strong> central<strong>de</strong> triagem, reciclagem e aterro <strong>de</strong> RCC (próprio ou emconsórcio com outros municípios).PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 59


Médio prazo(2017-2020)Longo prazo(2021-2032)Curto prazo(2013-2016)Eliminar aterros clan<strong>de</strong>stinos <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> construção civil.Inserir agregados reciclados em obras públicas <strong>de</strong> manutençãoe pavimentação <strong>de</strong> vias.Redução da geração per capita <strong>de</strong> RCC e aumento dos índices<strong>de</strong> reciclagem <strong>de</strong>sses resíduosElaboração <strong>de</strong> projeto e implantação do segundo Ponto <strong>de</strong>Entrega Voluntária (PEV) <strong>de</strong> pequenos volumes <strong>de</strong> resíduos<strong>de</strong> construção civil.Redução da geração per capita <strong>de</strong> RCC e aumento dos índices<strong>de</strong> reciclagem <strong>de</strong>sses resíduos.Inserção <strong>de</strong> agregados reciclados em concreto sem funçãoestrutural para uso em obras públicas.Elaboração <strong>de</strong> projetos e implantação dos <strong>de</strong>mais Pontos <strong>de</strong>Entrega Voluntária (PEV) <strong>de</strong> pequenos volumes <strong>de</strong> resíduos<strong>de</strong> construção civil, conforme a <strong>de</strong>manda existente.Resíduos AgrossilvopastorisIncentivar os criadores comerciais <strong>de</strong> bovinos a obter olicenciamento ambiental, objetivando que pelo menos 50% dosmesmos estejam regularizados.Incentivar os criadores comerciais <strong>de</strong> aves e suínos a obter olicenciamento ambiental, objetivando que 100% dos mesmosestejam regularizados.Elaborar e manter na Secretaria <strong>de</strong> Meio Ambiente,informações cadastrais dos criadores <strong>de</strong> animais, bem comoelaborar inventário da geração e <strong>de</strong>stinação <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos animaisDifundir técnicas alternativas ao uso do fogo, especialmente nasilvicultura.Médio prazo(2017-2020)Incentivar os criadores comerciais <strong>de</strong> bovinos a obter olicenciamento ambiental, objetivando que 85% dos mesmosestejam regularizados.Incentivar o uso <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> tratamento dos <strong>de</strong>jetosorgânicos que propiciem um reaproveitamento dos mesmos,inclusive com a recuperação energética.Desenvolver estudo para o tratamento coletivo dos <strong>de</strong>jetosanimais por comunida<strong>de</strong>s ou regiões, utilizando técnicasambientalmente a<strong>de</strong>quadas e sustentáveis.PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 60


Incentivar os criadores comerciais <strong>de</strong> aves, suínos e bovinos aobter o licenciamento ambiental, objetivando que 100% dosmesmos estejam regularizados.Longo prazo(2021-2032)Implantar projeto <strong>de</strong> tratamento coletivo dos <strong>de</strong>jetos animais,inclusive com recuperação energética, se constatada aviabilida<strong>de</strong> técnica e econômica.Curto prazo(2013-2016)Médio prazo(2017-2020)Longo prazo(2021-2032)Abrangência <strong>de</strong> manejo a<strong>de</strong>quado dos <strong>de</strong>jetos animais em100% das proprieda<strong>de</strong>s rurais.Resíduos EspeciaisElaborar e manter atualizado cadastro <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> venda <strong>de</strong>lâmpadas fluorescentes, eletrônicos, pilhas e baterias, pneus,óleo lubrificante e agrotóxicos, bem como inventário dasquantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> resíduos especiais gerados no município.Implantar programa <strong>de</strong> conscientização junto às entida<strong>de</strong>senvolvidas com a geração <strong>de</strong> resíduos especiaisMelhorar a gestão dos resíduos especiais gerados pelo Po<strong>de</strong>rPúblico (lâmpadas das vias e prédios públicos; pneus, óleos eembalagens da manutenção <strong>de</strong> veículos públicos; eletrônicos).Instituir medidas <strong>de</strong> incentivos a empresas recicladoras ourecuperadoras <strong>de</strong> resíduos especiais no município.Aumentar a abrangência <strong>de</strong> manejo a<strong>de</strong>quado dos resíduosespeciais gerados no município.Abrangência <strong>de</strong> manejo a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> 100% dos resíduosespeciais gerados no município.Estrutura fiscalizatória, operacional e gerencial <strong>de</strong> meio ambienteCurto prazo(2013-2016)Melhoria da infraestrutura do órgão ambiental municipal:espaço físico, softwares, equipamentos e veículos.Contratação, por meio <strong>de</strong> concurso público, <strong>de</strong> recursoshumanos para a fiscalização e implantação dos programas <strong>de</strong>conscientização ambiental.Designação dos profissionais responsáveis pela implantaçãodos programas educacionais, projetos e políticas <strong>de</strong> gestãodos resíduos sólidos, bem como acompanhamento documprimento das metas.Médio prazo(2017-2020)Contratação <strong>de</strong> profissionais conforme a <strong>de</strong>manda relacionadaao manejo <strong>de</strong> resíduos sólidos, bem como as <strong>de</strong>mais áreas dosaneamento básico.PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 61


Longo prazo(2021-2032)Manter a estrutura do órgão ambiental municipal em nívela<strong>de</strong>quado para o controle da gestão do saneamento básico.Curto prazo(2013-2016)Médio prazo(2017-2020)Programas e projetosElaboração do escopo dos programas e projetos a seremimplantados no município.Elaboração e implantação <strong>de</strong> Plano <strong>de</strong> Estímulo aoDesenvolvimento Agropecuário <strong>de</strong> Morro Reuter, incluindo oque tange às questões ambientais.Implantação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> educação ambiental.Revisão do escopo dos programas e projetos existentes.Avaliação dos resultados dos programas e projetos.Dar continuida<strong>de</strong> aos programas <strong>de</strong> educação ambiental.Revisão do escopo dos programas e projetos existentes.Longo prazoAvaliação dos resultados dos programas e projetos.(2021-2032) Dar continuida<strong>de</strong> aos programas <strong>de</strong> educação ambiental.4.2. Programa <strong>de</strong> monitoramento e fiscalizaçãoÉ importante que seja instituído um órgão do Po<strong>de</strong>r Público Municipal -<strong>de</strong>partamento ou secretaria - o qual será responsável pela coor<strong>de</strong>nação eimplementação dos programas visando a efetivação do Plano <strong>de</strong> GestãoIntegrada <strong>de</strong> Resíduos Sólidos.O monitoramento da qualida<strong>de</strong> da gestão <strong>de</strong> resíduos sólidos e limpezaurbana será feito através das medidas a seguir:- Monitoramento da geração <strong>de</strong> resíduos urbanosObjetivos:• Demonstrar os resultados das campanhas <strong>de</strong> minimização e separação <strong>de</strong>resíduos pela população.PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 62


Metodologia:• Manter registros dos levantamentos quali-quantitativos anuais <strong>de</strong> resíduosurbanos gerados no município;• Verificar a qualida<strong>de</strong> da separação do lixo;• Verificar a proporção <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> resíduos recicláveis e a proporçãodos rejeitos enviados para aterro.Resultados esperados:• Diminuir a geração per capita <strong>de</strong> resíduos urbanos;• Diminuir as <strong>de</strong>spesas com disposição <strong>de</strong> resíduos;• Manter a população motivada a mudar os hábitos <strong>de</strong> consumo.- Monitoramento do manejo <strong>de</strong> resíduos urbanos e limpeza urbanaObjetivos:• Controlar a qualida<strong>de</strong> da prestação dos serviços <strong>de</strong> limpeza urbana e <strong>de</strong>coleta;• Transporte a<strong>de</strong>quado e <strong>de</strong>stinação final <strong>de</strong> resíduos urbanos.Metodologia:• Verificar o cumprimento dos contratos <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> limpezaurbana, através <strong>de</strong> fiscalização.Resultados esperados:• Garantir a qualida<strong>de</strong> dos serviços prestados;• Diminuir a ocorrência <strong>de</strong> resíduos não acondicionados corretamente naslixeiras;• Dar <strong>de</strong>stinação a<strong>de</strong>quada à totalida<strong>de</strong> dos resíduos urbanos gerados.PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 63


- Monitoramento dos resíduos <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> dos geradoresObjetivos:• Garantir a efetivida<strong>de</strong> da gestão <strong>de</strong> resíduos que não são <strong>de</strong>responsabilida<strong>de</strong> do Po<strong>de</strong>r Público, como os resíduos especiais, <strong>de</strong>construção civil, industriais e <strong>de</strong> estabelecimentos comerciais.Metodologia:• Manter cadastro dos resíduos gerados; exigir dos geradores a prestação<strong>de</strong> informações anuais sobre a gestão <strong>de</strong> seus resíduos.Resultados esperados:• Participação <strong>de</strong> todas as empresas da cida<strong>de</strong>;• Ter conhecimento das necessida<strong>de</strong>s dos diferentes setores para auxiliar nagestão a<strong>de</strong>quada dos resíduos.PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 64


5. CONSIDERAÇÕES FINAISCabe aqui ressaltar a importância <strong>de</strong> haver na Prefeitura <strong>de</strong> Morro Reuteruma estrutura apropriada, através <strong>de</strong> um órgão, para fazer o gerenciamento dosserviços ambientais e <strong>de</strong> saneamento básico. Este órgão <strong>de</strong>ve ter, além <strong>de</strong>infraestrutura a<strong>de</strong>quada, uma equipe capacitada e multidisciplinar, que fará acentralização e organização dos dados e a implementação dos programas e doscronogramas dos projetos para melhoria da gestão dos resíduos sólidos.O Plano <strong>de</strong> Gestão Integrada <strong>de</strong> Resíduos Sólidos <strong>de</strong>verá passar por umarevisão e aprovação da população, para assim po<strong>de</strong>r ser integrado ao PlanoMunicipal <strong>de</strong> Saneamento Básico.O Plano Municipal <strong>de</strong> Saneamento Básico <strong>de</strong>ve contemplar ainda oabastecimento <strong>de</strong> água potável, manejo <strong>de</strong> esgotos domésticos e drenagem <strong>de</strong>águas pluviais, <strong>de</strong>vendo ser revisado a cada quatro anos, concomitantemente ao<strong>plano</strong> plurianual, para que possa ser constantemente reavaliado e rea<strong>de</strong>quado aocontexto ambiental, social e econômico do município.PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 65


6. REFERÊNCIASAgência Nacional <strong>de</strong> Vigilância Sanitária - ANVISA. Resolução da DiretoriaColegiada - RDC nº. 306, <strong>de</strong> 07 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2004. Dispõe sobre oRegulamento Técnico para o gerenciamento <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong>saú<strong>de</strong>. Disponível em: .Acesso em: Nov. <strong>de</strong> 2012.ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10.004: resíduossólidos - classificação. Rio <strong>de</strong> Janeiro: ABNT, 2004.BRASIL. Lei n° 9.605, <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 1998. Dispõe sobre as sançõespenais e administrativas <strong>de</strong> condutas e ativida<strong>de</strong>s lesivas ao meio ambiente, edá outras providências. Brasília, DF. Disponível em:. Acesso em: Nov. 2012.BRASIL. Lei nº 11.445, <strong>de</strong> 05 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2007. Estabelece diretrizes nacionaispara o saneamento básico; altera Leis (...) e dá outras providências. Brasília,DF.BRASIL. Lei n° 12.305, <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2010. Institui a Política Nacional <strong>de</strong>Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1998; e dáoutras providências. Brasília, DF.DOIS IRMÃOS. Animais Silvestres em Dois Irmãos, Departamento <strong>de</strong> meioAmbienteFEE - Fundação <strong>de</strong> Economia e Estatística: Morro Reuter. Disponível em: Acesso em Nov 12.PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MORRO REUTER 66


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