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duração da imunidade vacinal na leishmaniose visceral canina ...

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MINISTÉRIO DA SAÚDEFUNDAÇÃO OSWALDO CRUZCENTRO DE PESQUISAS RENÉ RACHOUPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE“DURAÇÃO DA IMUNIDADE VACINAL NA LEISHMANIOSE VISCERALCANINA: PADRÃO DE CITOCINAS SINTETIZADAS PORLEUCÓCITOS CIRCULANTES APÓS ESTÍMULO IN VITRO COMANTÍGENO SOLÚVEL DE Leishmania chagasi”Christiane Costa PereiraBelo Horizonte - MGFevereiro - 2013


MINISTÉRIO DA SAÚDEFUNDAÇÃO OSWALDO CRUZCENTRO DE PESQUISAS RENÉ RACHOUPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE“DURAÇÃO DA IMUNIDADE VACINAL NA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA:PADRÃO DE CITOCINAS SINTETIZADAS POR LEUCÓCITOS CIRCULANTESAPÓS ESTIMULO IN VITRO COM ANTÍGENO SOLÚVEL DE LEISHMANIACHAGASI.”Christiane Costa PereiraDissertação apresenta<strong>da</strong> ao Programa de Pós-Graduação em Ciências <strong>da</strong> Saúde do Centro dePesquisas René Rachou, como requisito parcialpara a obtenção do título de Mestre emCiências.Orientador: Dr. Olindo Assis Martins Filho - Laboratório de Biomarcadores deDiagnóstico e Monitoração do Centro de PesquisasRené Rachou, Fun<strong>da</strong>ção Oswaldo Cruz.Co-orientador: Dr. Márcio Sobreira Silva Araújo - Laboratório de Biomarcadores deDiagnóstico e Monitoração do Centro de PesquisasRené Rachou, Fun<strong>da</strong>ção Oswaldo Cruz.Belo Horizonte - MGFevereiro – 2013


Catalogação-<strong>na</strong>-fonteRede de Bibliotecas <strong>da</strong> FIOCRUZBiblioteca do CPqRRSegemar Oliveira Magalhães CRB/6 1975P436d Pereira, Christiane Costa.2013Duração <strong>da</strong> imuni<strong>da</strong>de <strong>vaci<strong>na</strong>l</strong> <strong>na</strong> Leishmaniose<strong>visceral</strong>: padrão de citoci<strong>na</strong>s sintetiza<strong>da</strong>s porLeucócitos circulantes após estímulo in vitro comantígeno solúvel de Leishmania chagasi / ChristianeCosta Pereira. – Belo Horizonte, 2013.xx, 77 f.: il.; 210 x 297mm.Bibliografia: f.: 87 - 97Dissertação (Mestrado) – Dissertação paraobtenção do título de Mestre em Ciências peloPrograma de Pós - Graduação em Ciências <strong>da</strong> Saúdedo Centro de Pesquisas René Rachou. Área deconcentração: Biologia Celular e Molecular.1. Leishmaniose Visceral cani<strong>na</strong>/imunologia 2.Leishmania chagasi/patogenici<strong>da</strong>de 3.Citoci<strong>na</strong>s/genética I. Título. II. Martins-Filho, OlindoAssis (Orientação). III. Araújo, Márcio Sobreira SilvaCDD – 22. ed. – 616.936 4III


Ministério <strong>da</strong> SaúdeFun<strong>da</strong>ção Oswaldo CruzCentro de Pesquisas René RachouPrograma de Pós-Graduação em Ciências <strong>da</strong> Saúde“DURAÇÃO DA IMUNIDADE VACINAL NA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA:PADRÃO DE CITOCINAS SINTETIZADAS POR LEUCÓCITOS CIRCULANTESAPÓS ESTIMULO IN VITRO COM ANTÍGENO SOLÚVEL DE LEISHMANIACHAGASI.”PorChristiane Costa PereiraFoi avalia<strong>da</strong> pela banca exami<strong>na</strong>dora composta pelos seguintes membros:Prof. Dr. Olindo Assis Martins Filho CPqRR/FIOCRUZ (Orientador/Presidente)Prof. Dr. Edward José de Oliveira CPqRR/FIOCRUZ (Titular)Profa. Dra. Mariléia Chaves de Andrade UNIMONTES (Titular)Profa. Dra. Erika Michalsky Monteiro CPqRR/FIOCRUZ (Suplente)Dissertação defendi<strong>da</strong> e aprova<strong>da</strong> em: 04/03/2013IV


Local de Desenvolvimento <strong>da</strong> DissertaçãoLaboratório de Biomarcadores de Diagnóstico e MonitoraçãoCentro de Pesquisas René Rachou - CPqRRFun<strong>da</strong>ção Oswaldo Cruz - FIOCRUZ / MGColaboradoresMarcela de Lima Moreira IBruno Henrique Marteleto IDr. Rodolfo Cordeiro Giunchetti IIKelvinson Fer<strong>na</strong>ndes Via<strong>na</strong> IIDr. Vitor Márcio Ribeiro IIII- Laboratório de Biomarcadores de Diagnóstico e Monitoração, Centro dePesquisa René Rachou / FIOCRUZ – MG – Belo Horizonte / MGII- Universi<strong>da</strong>de Federal de Mi<strong>na</strong>s Gerais - UFMGIII- Clínica Veterinária Santo Agostinho - Santo Agostinho - Belo Horizonte / MGSuporte Fi<strong>na</strong>nceiroCNPq - Conselho Nacio<strong>na</strong>l de PesquisaFAPEMIG – Fun<strong>da</strong>ção de Amparo à Pesquisa do estado de Mi<strong>na</strong>s GeraisFIOCRUZ / PAPES - Fun<strong>da</strong>ção Oswaldo Cruz/ Programa Estratégico de Apoio àPesquisa em SaúdeCPqRR - Centro de Pesquisa René RachouV


Dedico este trabalho aos meus pais, Ário eCélia, que são exemplos de vi<strong>da</strong>, força,coragem, caráter e sabedoria.Aos meus irmãos Lucas e Marcos pelocompanheirismo e amizade.Ao Léo, pelo amor e compreensão nosmomentos de ausência e ansie<strong>da</strong>de.Sem vocês nenhuma conquista valeria a pe<strong>na</strong>!VI


Agradecimentos“A Deus, acima de tudo e de todos, fonte infinita de sabedoria”.Ao Dr. Olindo, pela orientação, ensi<strong>na</strong>mentos transmitidos e por compartilhar comigoe com minha família momentos tão importantes, como meu casamento.Ao meu amigo, professor e co-orientador Márcio Sobreira. Obriga<strong>da</strong> pela orientação,confiança, oportuni<strong>da</strong>de e paciência. Sem você não conseguiria chegar até aqui!Essa conquista é nossa!Aos meus pais, meus maiores orgulhos e minha inspiração, por terem feito tudo queestava ao alcance para me aju<strong>da</strong>r sempre, por me encaminharem <strong>na</strong> vi<strong>da</strong> com tantocarinho, respeito e valores. Agradeço-os por me ensi<strong>na</strong>rem, me corrigirem, meincentivarem, me acalmarem.Especialmente ao meu pai, por ter acompanhado de perto meus experimentos altashoras <strong>da</strong> madruga<strong>da</strong> e minha mãe que ficava em casa esperando a gente voltar...Vocês são meu “Porto Seguro”!Ao meu irmão Lucas, que me ajudou sempre que precisei, aliás, preciso delesempre...obriga<strong>da</strong> por tudo irmão!Ao meu irmão Marcos, amo muito você!Ao Léo, pelo grande amor, paciência, dedicação e apoio constante! Obriga<strong>da</strong> porsempre me dizer nos momentos que eu mais precisei: “Não se preocupe, Deus estáno comando!”.À amiga Marcela, muito obriga<strong>da</strong> pela sua aju<strong>da</strong>, companheirismo <strong>na</strong>s i<strong>da</strong>s e vin<strong>da</strong>s<strong>da</strong>s clínicas veterinárias e especialmente pelos momentos de confidência quetivemos juntas. Você merece todo sucesso do mundo!Ao Dr Rodolfo Giunchetti, pela colaboração, confiança, incentivo e sugestõesapresenta<strong>da</strong>s.Ao Doutorando Kelvison, pelo apoio prestado durante o experimento e pela amizadeque construímos.À Carol, Fê e Dani: obriga<strong>da</strong> por aguentarem nossas conversas altas e discussõessobre nossa dissertação. Adoro vocês!À Dra. Vanessa, sempre acolhedora, modelo de profissio<strong>na</strong>l. Gosto muito de você!Ao Dr. Vítor e Maria<strong>na</strong> <strong>da</strong> Clínica Santo Agostinho, pela colaboração <strong>na</strong> conversacom os proprietários e coleta de amostras sempre que precisávamos.Aos veterinários: Dr. Silvio (Clínica Buritis), Dra. Fer<strong>na</strong>n<strong>da</strong> (Clínica Estimação), Dra.Fabrissa (Cliníca Castelo dos Bichos) e Dra Daniela (Cliníca Cão e CIA) que nosauxiliaram com tanto carinho <strong>na</strong> obtenção <strong>da</strong>s amostras para os experimentos.VII


Aos meus familiares, em especial Vovó Isabel, Carla, Tia Lourdinha, Tia Bia e filhaspor sempre torcerem por mim.À amiga Re<strong>na</strong>ta Aline, com importantes conselhos e dicas. Vou levar pra sempre!À todos os amigos do laboratório de Biomarcadores: Jojo, Tati(s), Marquito,Re<strong>na</strong>tinha, Michele, Maísa, Cris Bidu, Mateus e especialmente Bruno Marteleto, meuamigo “sobreira”, que colaborou com vários cães para nosso trabalho. Vocês estãono meu coração!Aos diretores do centro de pesquisa René Rachou, Dr. Rodrigo Corrêa de Oliveira eDra. Zélia Profeta <strong>da</strong> Luz, pelo apoio e por terem me possibilitado desenvolver estetrabalho.Ao Programa de Pós-graduação em Ciências <strong>da</strong> Saúde, e aos professores.Às colegas <strong>da</strong> Plataforma de citometria de fluxo, Tiza e Simone, pelos auxíliosdurante as leituras no “Facs”.As minhas amigas e colegas do mestrado, Dani, A<strong>na</strong>, e Aman<strong>da</strong> pela grandeamizade e pela convivência anima<strong>da</strong> durante aulas. Sau<strong>da</strong>des!As agências fi<strong>na</strong>nciadoras: CNPq, FAPEMIG e ao Centro de Pesquisas RenéRachou-FIOCRUZ.Sou eter<strong>na</strong>mente grata a to<strong>da</strong>s as pessoas que mesmo em sua mais brevepassagem ou curta convivência me ofereceram sua contribuição, de qualquer<strong>na</strong>tureza, para a realização deste trabalho.VIII


SumárioLista de Figuras........................................................................................................XIILista de Quadros....................................................................................................XIVFotografia e Diagrama.............................................................................................XVLista de Abreviaturas.............................................................................................XVIResumo....................................................................................................................XIXAbstract....................................................................................................................XXINTRODUÇÃO...........................................................................................................21Leishmanioses: conceito, ciclo biológico e epidemiologia.................................22Resposta imunológica do hospedeiro...................................................................24Tratamento, controle e vaci<strong>na</strong>s contra <strong>leishmaniose</strong>s.........................................28JUSTIFICATIVA.........................................................................................................38OBJETIVOS...............................................................................................................411 - Objetivo Geral.................................................................................................422- Objetivos específicos......................................................................................42MATERIAL E MÉTODOS..........................................................................................431. Animais...........................................................................................................442- Amostras........................................................................................................463-Vaci<strong>na</strong>s............................................................................................................464– Desenvolvimento de Protótipo do Kit para avaliar predição de proteçãodos animais vaci<strong>na</strong>dos contra LVC......................................................................46IX


5 - Avaliação <strong>da</strong> Resposta Imune Celular............................................................476 - Obtenção do Antígeno Solúvel de Leishmania chagasi (ASL) utilizadocomo estímulo dos leucócitos <strong>na</strong>s culturas de sangue total por 48 horas......486.1- Obtenção <strong>da</strong> massa de promastigotas.........................................................486.2 - Preparo do Antígeno Solúvel de Leishmania (ASL)....................................487- Ensaio <strong>da</strong> imunofenotipagem celular e marcação de citoci<strong>na</strong>sintracitoplasmáticas...............................................................................................498 - Estratégia de análise de citoci<strong>na</strong>s intracitoplasmáticas por citometria defluxo em culturas de sangue total........................................................................519- Análise de citoci<strong>na</strong>s secreta<strong>da</strong>s por leucócitos periféricos por meio deEnzyme-linked immunoabsorbent assay (ELISA)...............................................549.1- Quantificação de IL-8, TNF-α, IL-4, e IL-10..................................................549.2- Quantificação de IFN−γ ................................................................................5510- Análise estatística dos <strong>da</strong>dos.........................................................................56RESULTADOS.........................................................................................................571 - Impacto <strong>da</strong> imunização com Leishmune ® no perfil de síntese de citoci<strong>na</strong>sem leucócitos do sangue periférico, após estimulação antígeno-específica invitro..........................................................................................................................581.1- Perfil de citoci<strong>na</strong>s secreta<strong>da</strong>s por leucócitos periféricos após estímulo invitro com antígeno solúvel de Leishmania chagasi..............................................581.2- Análise <strong>da</strong> frequência cumulativa de cães apresentando diferentes níveis decitoci<strong>na</strong>s secreta<strong>da</strong>s por leucócitos periféricos após estímulo in vitro comantígeno de Leishmania chagasi.........................................................................601.3- Análise comparativa <strong>da</strong> assi<strong>na</strong>tura de citoci<strong>na</strong>s secreta<strong>da</strong>s por leucócitosperiféricos após estímulo in vitro com antígeno de Leishmania chagasi.............61X


1.4. Perfil de citoci<strong>na</strong>s intracitoplasmáticas em Linfócitos T do sangue periféricodos cães vaci<strong>na</strong>dos com Leishmune® após estímulo in vitro com antígenosolúvel de Leishmania chagasi............................................................................671.5. Perfil de citoci<strong>na</strong>s intracitoplasmáticas em Linfócitos T CD4 + do sangueperiférico dos cães vaci<strong>na</strong>dos com Leishmune® após estímulo in vitro comantígeno solúvel de Leishmania chagasi.............................................................681.6. Perfil de citoci<strong>na</strong>s intracitoplasmáticas em Linfócitos T CD8 + do sangueperiférico dos cães vaci<strong>na</strong>dos com Leishmune® após estímulo in vitro comantígeno solúvel de Leishmania chagasi.............................................................70DISCUSSÃO..............................................................................................................72EVIDÊNCIAS e CONCLUSÃO...................................................................................83REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................86XI


Lista de FigurasFigura 1 - Seqüência de procedimentos utilizados para quantificar o percentual delinfócitos T CD4 + TNF-α + e TCD8 + IL-4 + <strong>na</strong> cultura de sangue total de cães nãovaci<strong>na</strong>dos e imunizados com a Leishmune ® .............................................................53Figura 2 - Perfil de citoci<strong>na</strong>s secreta<strong>da</strong>s por leucócitos do sangue periférico de cãesapós estímulo in vitro com antígeno solúvel de Leishmania chagasi.........................59Figura 3 - Frequência cumulativa de cães apresentando diferentes níveis decitoci<strong>na</strong>s secreta<strong>da</strong>s por leucócitos periféricos após estímulo in vitro com antígenode Leishmania chagasi...............................................................................................61Figura 4 A -Ponto de corte para citoci<strong>na</strong>s secreta<strong>da</strong>s por leucócitos periféricos apósestímulo in vitro com antígeno solúvel de Leishmania chagasi.................................63Figura 4 B- Diagramas para cálculo <strong>da</strong> frequência de cães com altos níveis decitoci<strong>na</strong>s secreta<strong>da</strong>s por leucócitos periféricos após estímulo in vitro com antígenosolúvel de Leishmania chagasi..................................................................................63Figura 5 – Assi<strong>na</strong>tura de citoci<strong>na</strong>s secreta<strong>da</strong>s por leucócitos periféricos apósestímulo in vitro com antígeno solúvel de Leishmania chagasi.................................65Figura 6 - Análise comparativa <strong>da</strong>s assi<strong>na</strong>turas de citoci<strong>na</strong>s secreta<strong>da</strong>s porleucócitos periféricos após estímulo in vitro com antígeno solúvel de Leishmaniachagasi.......................................................................................................................66Figura 7- Perfil de citoci<strong>na</strong>s intracitoplasmáticas em Linfócitos T do sangueperiférico dos cães vaci<strong>na</strong>dos com Leishmune® após estímulo in vitro com antígenosolúvel de Leishmania chagasi .................................................................................68Figura 8- Perfil de citoci<strong>na</strong>s intracitoplasmáticas em Linfócitos T CD4 + do sangueperiférico dos cães vaci<strong>na</strong>dos com Leishmune® após estímulo in vitro com antígenosolúvel de Leishmania chagasi .................................................................................69XII


Figura 9- Perfil de citoci<strong>na</strong>s intracitoplasmáticas em Linfócitos T CD8 + do sangueperiférico dos cães vaci<strong>na</strong>dos com Leishmune® após estímulo in vitro com antígenosolúvel de Leishmania chagasi..................................................................................71XIII


Lista de QuadrosQuadro 1 - Composição dos grupos (T0, T1, T6 e T12)............................................45Quadro 2 - Painel de Anticorpos monoclo<strong>na</strong>is utilizados nos ensaios deimunofenotipagem celular e marcação de citoci<strong>na</strong>s intracitoplasmáticas in vitro......51XIV


Fotografia e DiagramaDiagrama 1- Desenho experimental – avaliação <strong>da</strong> resposta imune celular............45Fotografia 1 – (A) Tubo com cultura de sangue total após 48 horas de cultivo sobestímulo, anterior a centrifugação - (B) Tubo com cultura de sangue total após 48horas de cultivo sob estímulo, posterior a centrifugação...........................................47XV


Lista de AbreviaturasAcAnticorpoADPAdenosi<strong>na</strong> difosfatoAgAntígenoAPCCélula apresentadora de antígenoASLAntígeno Solúvel de LeishmaniaBCGBacillus Calmette-GuérinºC Graus CelsiusCD4Marcador de superfície celular <strong>da</strong> subpopulação de linfócitos Tauxiliares / indutoresCD8Marcador de superfície celular <strong>da</strong> subpopulação de linfócitos Tcitotóxicos / supressoresCEUAComitê de Ética de Uso AnimalCMFCa<strong>na</strong>l Médio de FluorescênciaCMSPCélulas Mononucleares do Sangue PeriféricoCPProteí<strong>na</strong> Cisteí<strong>na</strong>CPqRRCentro de Pesquisas René RachouDCsCélulas dendríticasELISAEnzyme-linked immunoabsorbent assayFACSFluorecence Acitivated Cell SorterFcFração cristalizável de imunoglobuli<strong>na</strong>sFIOCRUZ Fun<strong>da</strong>ção Oswaldo CruzFITCIsotiocia<strong>na</strong>to de fluoresceí<strong>na</strong>FLFluorescênciaFL1 Fluorescência do tipo 1FL2 Fluorescência do tipo 2FMLFucose Manose LiganteFSCForward Angle Light Scatter (Tamanho celular)IDRIntradermorreaçãoIFN-γInterferon gammaILInterleuci<strong>na</strong>iNOSóxido nítrico sintase induzívelIMFIntensi<strong>da</strong>de Média de FluorescênciaLACENLaboratórios centraisXVI


LBLITLPGLPSLTLVLTALVALVCMACMCPMFFMHC IMHC IImLmRNANDNNN/LITNONOSNKOMSPBSPCRPEpHPMAPPGRIFISFMSSCT0T1T6Linfócitos BMeio de cultura de Infusão de fígado e TriptoseLipofosfoglicanoLipopolisacarídeoLinfócitos TLeishmaniose <strong>visceral</strong>Leishmaniose Tegumentar America<strong>na</strong>Leishmaniose Visceral America<strong>na</strong>Leishmaniose <strong>visceral</strong> cani<strong>na</strong>Complexo de ataque a membra<strong>na</strong>Proteí<strong>na</strong> Quimiotática para monócitosSolução fixadoraComplexo principal de histocompatibili<strong>da</strong>de do tipo IComplexo principal de histocompatibili<strong>da</strong>de do tipo IImililitroRNA mensageiroNão detectáveisMeio de cultivo bifásico Nicole, Novy e NealÓxido nítricoÓxido nítrico sintaseNatural KillerOrganização Mundial <strong>da</strong> SaúdeSali<strong>na</strong> tampo<strong>na</strong><strong>da</strong> com fosfatoPolymerase Chain ReactionFicoeritri<strong>na</strong>Potencial HidrogênionicoAcetato mirístico de forbolProteofosfoglicanoReação de Imunofluorescência IndiretaSistema Fagocítico MononuclearSide Angle Light Scatter (Granulosi<strong>da</strong>de celular)Grupo controle- cães não vaci<strong>na</strong>dosGrupo de cães 1 mês após vaci<strong>na</strong>çãoGrupo de cães 6 meses após vaci<strong>na</strong>çãoXVII


T12Grupo de cães 12 meses após vaci<strong>na</strong>çãoTGF-βFator de transformação do crescimento betaThCélulas T helperTh1Celulas T CD4 + secretoras do padrão 1 de citoci<strong>na</strong>sTh2Celulas T CD4 + secretoras do padrão 2 de citoci<strong>na</strong>sTNF-αFator de necrose tumoral alfaUFMGUniversi<strong>da</strong>de Federal de Mi<strong>na</strong>s GeraisWHOOrganização Mundial <strong>da</strong> SaúdeµL microlitroXVIII


ResumoA <strong>leishmaniose</strong> <strong>visceral</strong> é endêmica em muitas regiões do Brasil e é uma importante doençainfecto-parasitária causa<strong>da</strong> por protozoários. Além dos seres humanos, os cães também sãoseriamente acometidos e, no meio urbano, são considerados os principais reservatórios <strong>da</strong>doença. Esta espécie animal caracteriza-se como fonte de transmissão eficaz por coabitarcom as pessoas e, muitas vezes, apresentar altas taxas de infecção sem ter um quadroclínico aparente. A atual estratégia para o controle desta doença é basea<strong>da</strong> <strong>na</strong> elimi<strong>na</strong>çãode cães soropositivos, tratamento sistemático dos casos humanos e o controle vetorial.Embora a eutanásia do cão seja a principal estratégia de controle <strong>da</strong> doença, não éamplamente aceita, especialmente por parte dos proprietários. Contudo, as estratégiasterapêuticas mais estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s em cães não conseguiram alcançar a cura parasitológicaconsistente em CVL. Neste contexto, o desenvolvimento de uma vaci<strong>na</strong> protetora contraCVL poderia ser uma ferramenta promissora para o controle de CVL e consequentementepara Leishmaniose <strong>visceral</strong> huma<strong>na</strong>. Normalmente, há um consenso de que omicroambiente citoci<strong>na</strong> desempenha um papel central no resultado <strong>da</strong> patogênese <strong>da</strong><strong>leishmaniose</strong>. O principal mecanismo efetor envolvido <strong>na</strong> resposta imunoprotetora em cãesinfectados com Leishmania é a ativação dos macrófagos pelo IFN- γ, levando-o a elimi<strong>na</strong>r aforma amastigota intracelular media<strong>da</strong> pela produção de óxido nítrico. O objetivo do nossoestudo foi avaliar o perfil de citoci<strong>na</strong>s em cães, em diferentes tempos pós vaci<strong>na</strong>ção comLeishmune ®, após estímulo in vitro com antígeno solúvel de Leishmania chagasi.Empregamos citometria de fluxo e ELISA para análise <strong>da</strong> produção de citoci<strong>na</strong>s intracelulare secreta<strong>da</strong>s, respectivamente. Os nossos resultados mostraram que a Leishmune ® foicapaz de induzir um aumento do nível de produção de IL-8 e IFN−γ, IL-17a e TNF-α eredução de IL-10 no primeiro e sexto mês após a vaci<strong>na</strong>ção, e também redução de IL-4 seismeses após vaci<strong>na</strong>ção. No grupo de cães com um ano após vaci<strong>na</strong>ção, não foi encontra<strong>da</strong>nenhuma alteração significativa em relação ao perfil de citoci<strong>na</strong>s do grupo de cães nãovaci<strong>na</strong>dos. As alterações imunológicas acima cita<strong>da</strong>s, levam-nos a acreditar que o processo<strong>vaci<strong>na</strong>l</strong> promove o desenvolvimento de um perfil de resposta imune celular capaz de induzirimunoproteção aos cães vaci<strong>na</strong>dos, ou seja, o animal desenvolve mecanismosimunobiológicos supostamente efetivos contra infecção. Portanto, fica claro que estasalterações permanecem até 6 meses, sendo que após 1 ano <strong>da</strong> vaci<strong>na</strong>ção os animaisretor<strong>na</strong>m à um perfil de biomarcadores basal, o que sugere a necessi<strong>da</strong>de do reforço<strong>vaci<strong>na</strong>l</strong> neste período ou até mesmo anterior a ele.Palavras-chave: <strong>leishmaniose</strong> <strong>visceral</strong> cani<strong>na</strong>, Leishmune ® , citoci<strong>na</strong>s.XIX


AbstractVisceral leishmaniasis is endemic in many regions of Brazil, and it is an important infectiousdisease caused by protozoan. Apart from humans, dogs are also seriously affected and, inurban areas, are considered the main reservoir of the disease. This species is characterize<strong>da</strong>s a source of transmission for effective cohabit with people and often exhibit high rates ofinfection without having a seeming clinical condition. The current strategy for the control ofthis disease is based on the elimi<strong>na</strong>tion of seropositive dogs, systematic human casestreatment and vector control. Although dog eutha<strong>na</strong>sia is the main strategy to control thedisease, it is not widely accepted, especially by the owners. However, the most oftentherapeutic strategies studied in dogs had failed to achieve a consistent parasitological curein CVL. In this context, the development of a protective vaccine against CVL could be apromising tool for the control of CVL and consequently for human <strong>visceral</strong> leishmaniasis.Typically, there is a consensus that the cytokine microenvironment performs a central role inthe outcome of the pathogenesis of leishmaniasis. The major effector mechanism involved inLeishmania immunoprotective response on infected dogs is the activation of macrophagesby IFN-y, leading to destroy the intracellular amastigote form mediated by the production ofnitric oxide. The aim of our study was to evaluate the cytokine profile in dogs at differentLeishmune ® vacci<strong>na</strong>tion times, after in vitro stimulation with soluble antigen of Leishmaniachagasi. We had used flow cytometry and ELISA method to a<strong>na</strong>lysis the cytokine production.Our results showed that Leishmune® was capable of the induction of increasing IL-8, IFN-γ,IL-17a and TNF-α production levels in the first and sixth months after vacci<strong>na</strong>tion, also IL-10reduction rates in first and sixth month after vacci<strong>na</strong>tion and decreased IL-4 rates only sixmonths after the vacci<strong>na</strong>tion. In the “T12 time” group of dogs, one year after vacci<strong>na</strong>tion, wedid not find any significant difference in the cytokine profile for the group of non-vacci<strong>na</strong>teddogs group. The immunobiological changes aforementioned lead us to believe theimmunization process promotes the development of a cellular immune response profilecapable of inducing immunoprotection on vacci<strong>na</strong>ted dogs. Therefore, it is clear that thosechanges remain up to 6 months whereas after 1 year after the vacci<strong>na</strong>tion the animal returnsto a baseline profile of biomarkers, which suggests the necessity of the strengthen thevaccine either at this time or even before.Keywords: canine <strong>visceral</strong> Leishmaniasis, Leishmune ® , cytokines.XX


INTRODUÇÃO


IntroduçãoLeishmanioses: conceito, ciclo biológico e epidemiologiaAs <strong>leishmaniose</strong>s são importantes doenças infecto-parasitárias causa<strong>da</strong>s porprotozoários <strong>da</strong> ordem Kinetoplasti<strong>da</strong>, família Trypanosomati<strong>da</strong>e e gêneroLeishmania. Estes protozoários são seres unicelulares e heteróxenos, transmitidospor flebotomíneos pertencentes ao gênero Phlebotomus, encontrado no VelhoMundo e Lutzomyia, no Novo Mundo [1]. Este parasito foi descrito pela primeira vez,em 1903, por Leishman, próximo <strong>da</strong> época em que Donovan descreveu a espécie doparasito causador do Calazar [2,3,4,5].As <strong>leishmaniose</strong>s caracterizam-se por dois ciclos epidemiológicos principais,o zoonótico, onde o animal reservatório está envolvido <strong>na</strong> transmissão e, oantroponótico, onde o homem é o reservatório e a fonte de infecção do vetor [6,7].Sendo assim, o ciclo zoonótico, apresenta, como principais reservatórios, animaisvertebrados como a preguiça, o cão doméstico, os ratos e a paca [8]. O cicloantroponótico acontece comumente <strong>na</strong> Índia, Iraque, Senegal, Mongólia e Namíbia[9]. Os parasitos podem apresentar três diferentes formas no ciclo biológico, aamastigota, a promastigota e a paramastigota. A forma amastigota tem característicaovóide ou esférica, uninuclea<strong>da</strong>, com cinetoplasto em forma de bastão e comausência de flagelo livre. A forma promastigota possui formato alongado e pequeno,é uninuclea<strong>da</strong>, flagela<strong>da</strong> e possui cinetoplasto ovóide localizado <strong>na</strong> região anterior,enquanto a forma paramastigota possui formato achatado, sendo também flagela<strong>da</strong>,uninuclea<strong>da</strong> e com cinetoplasto próximo ao núcleo. O ciclo biológico tem seu inícioquando a fêmea do inseto vetor pica um animal vertebrado infectado e, durante orepasto, adquire formas amastigotas que parasitam principalmente macrófagospresentes no sangue ingerido. Entre 15 horas e 7 dias após a pica<strong>da</strong>, as formas deLeishmania já estão presentes no intestino médio do inseto vetor [10]. No lúmenintesti<strong>na</strong>l, ocorre o rompimento destes macrófagos, liberando as formas amastigotasque se transformam em promastigotas procíclicas, dentro <strong>da</strong> membra<strong>na</strong> peritrófica.Estas formas se dividem rapi<strong>da</strong>mente, fazendo com que a membra<strong>na</strong> peritrófica serompa, permitindo que a Leishmania colonize o trato digestivo posterior, médio eanterior do flebotomíneo. Após isso, se transformam em promastigotas metacíclicasque são as formas infectantes do parasito [10]. Em novo repasto, as formaspromastigotas metacíclicas presentes no trato digestivo anterior, probósci<strong>da</strong>, faringe22


Introduçãoe esôfago são transmiti<strong>da</strong>s pelo flebotomíneo a um hospedeiro vertebrado nãoinfectado, através <strong>da</strong> regurgitação do inseto causa<strong>da</strong> pelo bloqueio <strong>da</strong> válvulaproventricular, devido ao intenso parasitismo no intestino anterior.No hospedeiro vertebrado, as promastigotas metacíclicas são fagocita<strong>da</strong>s porcélulas do sistema fagocítico mononuclear (SFM), macrófagos teciduais eneutrófilos, onde, dentro do vacúolo fagocitário, sofrem diferenciação para formasamastigotas. Este vacúolo fagocitário se funde com o lisossomo, formando ofagolisossomo onde as formas amastigotas sofrem várias divisões binárias até orompimento <strong>da</strong> célula [11], liberando as formas amastigotas que podem, assim,parasitar novos macrófagos e serem transmiti<strong>da</strong>s a outro flebotomíneo durante novorepasto sanguíneo [4].A Leishmaniose <strong>visceral</strong> zoonótica (ZVL), causa<strong>da</strong> pela Leishmania infantum,é uma doença infecciosa grave e endêmica para países do Mediterrâneo, OrienteMédio, Ásia e América Lati<strong>na</strong>. Nos últimos anos, a ZVL surgiu como umapreocupação de saúde pública, devido ao importante aumento de fatores de riscoassociados à mu<strong>da</strong>nças ambientais, a migração huma<strong>na</strong> e ao estado imunológico dohospedeiro [12,13].O cão é o principal reservatório do parasita e apresentam um papel relevante<strong>na</strong> transmissão aos seres humanos. O surgimento de casos humanos de<strong>leishmaniose</strong> <strong>visceral</strong> (LV) em territórios anteriormente não endêmicos foi precedidopor um aumento <strong>da</strong> incidência de infecção cani<strong>na</strong> e o aparecimento de novos focos.Os cães têm sido responsáveis pela propagação <strong>da</strong> doença observados <strong>na</strong>sgrandes ci<strong>da</strong>des brasileiras, onde, desde de 1980, a doença tornou-se endêmica eepidêmica, resultando no aumento contínuo de casos humanos no Brasil [14].O controle <strong>da</strong> ZVL é uma tarefa difícil, pois muitos animais permanecemassintomáticos após a infecção, mas, em alguns casos, ain<strong>da</strong> são capazes detransmitir o parasita, bem como aqueles que desenvolvem os sintomas <strong>da</strong><strong>leishmaniose</strong> cani<strong>na</strong>.A quimioterapia corrente reduz ou elimi<strong>na</strong> os sintomas clínicos, mas nãoatingem um nível parasitológico consistentemente para a cura em cães, persistindoportanto o risco epidemiológico [15].A incidência anual no mundo está estima<strong>da</strong> em 500.000 casos de<strong>leishmaniose</strong> <strong>visceral</strong> e 1 a 1,5 milhões de casos de <strong>leishmaniose</strong> tegumentar, com23


Introduçãouma prevalência de 12 milhões numa população de risco de 350 milhões. Em váriospaíses, tem-se observado um aumento no número de casos de <strong>leishmaniose</strong>cutânea como, por exemplo, no Brasil, onde foram notificados 21.800 casos em1998, 30.550 em 1999 e 35.000 em 2000 [12,16].Resposta imunológica do hospedeiroO hospedeiro imunocompetente é capaz de ativar a resposta inflamatóriai<strong>na</strong>ta e adquiri<strong>da</strong> que irão estabelecer o grau de expressão <strong>da</strong> doença.Primeiramente, os macrófagos são ativados a um estado leishmanici<strong>da</strong> estimuladopor uma resposta de células T auxiliares do tipo 1 (Th1). Esta resposta envolve umcomplexo sistema com células apresentadoras de antígeno (APCs), células T CD4 +e liberação de citoci<strong>na</strong>s pró-inflamatórias, como a interleuci<strong>na</strong>-12 (IL-12), interferongama(IFN-γ) e fator de necrose tumoral-alfa (TNF-α). Esta mesma resposta Th1previne a manifestação <strong>da</strong> doença após um estado latente e o estabelecimento defase crônica [17].No sítio <strong>da</strong> infecção, uma resposta i<strong>na</strong>ta complexa inclui múltiplos fatores,como a presença de células (neutrófilos, monócitos/macrófagos, “Natural Killer- NK”,células dendríticas), mecanismos de reconhecimento de receptores (“Toll likeReceptors”), mecanismos do sistema complemento e liberação de citoci<strong>na</strong>s, emespecial a IL-12 que auxilia <strong>na</strong> indução de imuni<strong>da</strong>de media<strong>da</strong> por células. Estecomplexo conjunto de mecanismos, em grande parte iniciado por células dendríticasinfecta<strong>da</strong>s, tem sua continuação com a ativação de células T CD4 + e CD8 + . Amigração destas células T efetoras para o local <strong>da</strong> pica<strong>da</strong> se dá, tanto <strong>na</strong><strong>leishmaniose</strong> tegumentar como <strong>na</strong> <strong>visceral</strong>, com a participação de moléculas deadesão e de quimioci<strong>na</strong>s. A partir <strong>da</strong>í, a resposta de células T CD4 + está associa<strong>da</strong>à produção de IFN-γ e de outras citoci<strong>na</strong>s como a IL-12, IL-2 e TNF-α. As células TCD8 + apresentam papel importante por produzirem IFN- γ e promoverem o maiordesenvolvimento de células T CD4 + , auxiliando no alcance <strong>da</strong> cura <strong>da</strong> doença [17,4].Ao longo do desenvolvimento destes vários mecanismos <strong>na</strong> <strong>leishmaniose</strong>,são produzi<strong>da</strong>s também citoci<strong>na</strong>s reguladoras que agem balanceando a respostaimunológica. A IL-4, a IL-10 e a IL-13 são citoci<strong>na</strong>s associa<strong>da</strong>s com a resposta dotipo 2 (Th2), capazes de interferir <strong>na</strong> resposta do tipo 1, inibindo macrófagos e,24


Introduçãoque ocorre em menor nível com células do baço. Além disso, o granuloma hepáticoapresenta menor quanti<strong>da</strong>de de células produtoras de IFN- γ que no baço e ascélulas provenientes destes órgãos produzem quanti<strong>da</strong>des semelhantes de IL-10,durante o cultivo in vitro. Desta forma, a IL-10 parece modular a produção de IFN- γpelos esplenócitos, mas, no fígado, não é a única a modular a produção destacitoci<strong>na</strong>, já que outros fatores parecem estar envolvidos <strong>na</strong> supressão <strong>da</strong> produçãode IFN- γ [24]. Um destes fatores é o TGF-β cuja presença nos granulomashepáticos está associa<strong>da</strong> à inibição <strong>da</strong> resposta Th1 independente de citoci<strong>na</strong>s Th2[25].Alguns estudos indicam que a resposta imunológica Th2 predomi<strong>na</strong> duranteuma infecção huma<strong>na</strong> agu<strong>da</strong> num quadro de <strong>leishmaniose</strong>, com a supressão <strong>da</strong>reativi<strong>da</strong>de de células T, predominância <strong>da</strong>s citoci<strong>na</strong>s IL-4 e IL-10 em relação aoIFN- γ e a ativação de células B policlo<strong>na</strong>is, resultando em umahipergamaglobulinemia [26]. O envolvimento de Th1 e Th2 <strong>na</strong> proteção eexacerbação <strong>da</strong> doença, respectivamente, tem sido demonstrado em modelo murinode <strong>leishmaniose</strong> cutânea [27] e <strong>visceral</strong> [28], principalmente porque a IL-4 poderegular a ação de macrófagos [29]. No entanto, parece possível que, em algunscasos de <strong>leishmaniose</strong> <strong>visceral</strong>, um padrão misto Th1 e Th2 seja ativado, conformerevelado pelos altos níveis simultâneos de IFN- γ e de IL-4 detectados emcamundongos [30] e em cães [31]. Nestes casos, a IL-4 não apresenta um padrãoimunoregulatório [32], como a IL-10 produzi<strong>da</strong> por células Th3, macrófagos elinfócitos B. Desta forma, a regulação <strong>da</strong> IL-10 parece ser um ponto constante <strong>na</strong>clínica, já que esta citoci<strong>na</strong> está associa<strong>da</strong> à supressão <strong>da</strong> imuni<strong>da</strong>de contra a<strong>leishmaniose</strong> <strong>visceral</strong>. Cillari et al. (1995) demonstraram, após detecção dos níveisde citoci<strong>na</strong>s em soro de pacientes, um importante papel regulatório de IL-10 sobre aresposta de células T e o envolvimento desta citoci<strong>na</strong> <strong>na</strong> patologia de infecções comL. donovani [33]. Quando a<strong>na</strong>lisados juntos, estes <strong>da</strong>dos fornecem evidências <strong>da</strong>existência de uma dicotomia <strong>da</strong> IL-4. Esta citoci<strong>na</strong> pode ter a capaci<strong>da</strong>de deestimular a diferenciação de células dendríticas em células produtoras de IL-12estimulando a resposta Th1 e a resistência à infecção. Ao contrário, sua produçãopor células T CD4 + pode estar relacio<strong>na</strong><strong>da</strong> com a susceptibili<strong>da</strong>de e odirecio<strong>na</strong>mento <strong>da</strong> resposta para Th2 [26,34].26


IntroduçãoAlgumas características do parasito e os mecanismos do hospedeiro serelacio<strong>na</strong>m diretamente com a patogênese durante a infecção. Dependendo <strong>da</strong>espécie, a Leishmania consegue escapar <strong>da</strong> resposta humoral i<strong>na</strong>ta e remodelarmecanismos intracelulares em algumas células como macrófagos e célulasdendríticas, afetando fatores de transcrição e a expressão genética de citoci<strong>na</strong>s [4].Formas promastigotas <strong>da</strong> Leishmania são capazes de se interiorizar nos macrófagosde forma silenciosa, mantendo estas células desativa<strong>da</strong>s e evitando assim aativação <strong>da</strong> resposta imune. Desta forma, a resposta do macrófago à infecção comLeishmania é prejudica<strong>da</strong> uma vez que o parasito inibe a produção de citoci<strong>na</strong>s, aexpressão de moléculas de superfície e a geração de mecanismos leishmanici<strong>da</strong>scomo a produção de intermediários reativos de oxigênio. Esta ação do parasito seestende ain<strong>da</strong> para as células dendríticas, que são fun<strong>da</strong>mentais <strong>na</strong> apresentaçãodo antígeno, <strong>na</strong> estimulação de células T e no eficiente desenvolvimento de umaresposta do tipo 1, e ain<strong>da</strong>, para os macrófagos o que pode se <strong>da</strong>r pela modulaçãonegativa <strong>da</strong> expressão de moléculas de complexo de histocompatibili<strong>da</strong>de principal(MHC) classes I e II [35]. As ações do parasito sobre estas células incluem ain<strong>da</strong> ainibição <strong>da</strong> migração celular, <strong>da</strong> maturação e <strong>da</strong> ativação, limitando ain<strong>da</strong> aprodução de IL-12 [4].As formas promastigotas também podem utilizar mecanismos de defesa doorganismo, como as proteí<strong>na</strong>s do sistema complemento, para evadirem <strong>da</strong> respostado sistema imune. Estas formas lançam mão <strong>da</strong> opsonização por estas proteí<strong>na</strong>spara facilitar sua interiorização nos fagócitos mononucleares através <strong>da</strong> ligação comreceptores de complemento presentes <strong>na</strong> superfície <strong>da</strong>s células. No entanto, devidoao tamanho do lipofosfoglicano (LPG), presente <strong>na</strong> superfície celular de formaspromastigotas metacíclicas, não ocorre a formação do complexo de ataque àmembra<strong>na</strong> (MAC) e estes parasitos não são lisados [36,37]. Além disso, os LPGssão também capazes de interferir <strong>na</strong> função de monócitos/macrófagos e de célulasdendríticas através do bloqueio <strong>da</strong> adesão endotelial e migração pela alteração deexpressão de moléculas de adesão e síntese <strong>da</strong> proteí<strong>na</strong> quimiotática paramonócitos (MCP-1) [4,38]. A mesma função exercem os proteofosfoglicanos (PPGs)<strong>na</strong> superfície <strong>da</strong>s amastigotas através <strong>da</strong> interferência <strong>na</strong> função demonócitos/macrófagos [4,39].27


IntroduçãoDurante a infecção, o pH do vacúolo parasitóforo se mantém ácido,favorecendo a ação <strong>da</strong>s proteí<strong>na</strong>s microbici<strong>da</strong>s e <strong>da</strong>s enzimas hidrolíticas.Entretanto, o parasito é capaz de inibir a produção de radicais de oxigênio e de águaoxige<strong>na</strong><strong>da</strong> no vacúolo, através <strong>da</strong> i<strong>na</strong>tivação de NADPH oxi<strong>da</strong>se e <strong>da</strong> alteração dopH para menos ácido ou pode impedir a formação do fagolisossomo pela repulsãoestérica do LPG [39], impedindo assim a ação de substâncias tóxicas presentes nolisossomo.Outro fator importante para o sucesso <strong>da</strong> infecção é a saliva do inseto. Asaliva possui algumas substâncias vasodilatadoras, imunoreguladoras,anticoagulantes e com capaci<strong>da</strong>de de atrair neutrófilos e monócitos/macrófagos aosítio de infecção do hospedeiro vertebrado. Uma destas substâncias é o maxadilan,um peptídeo presente <strong>na</strong> saliva do Lutzomyia longipalpis, muito importante noestabelecimento <strong>da</strong> infecção. A quimiotaxia gera um aumento <strong>da</strong> fagocitose,favorecendo a infecção de células e a sobrevivência e a proliferação do parasito,uma vez que a porcentagem de células infecta<strong>da</strong>s e a porcentagem de parasitosdentro de ca<strong>da</strong> uma destas células aumenta [40].Tratamento, controle e vaci<strong>na</strong>s contra <strong>leishmaniose</strong>sOs medicamentos recomen<strong>da</strong>dos para o tratamento <strong>da</strong> <strong>leishmaniose</strong>tegumentar e <strong>visceral</strong>, os antimoniais pentavalentes, foram introduzidos há 60 anos.Nas últimas déca<strong>da</strong>s, drogas alter<strong>na</strong>tivas e novas formulações se tor<strong>na</strong>ramdisponíveis para o uso em alguns países, enquanto outras estão sendo testa<strong>da</strong>s.Apesar <strong>da</strong> dificul<strong>da</strong>de de se desenvolver uma droga única efetiva contra to<strong>da</strong>s asformas de <strong>leishmaniose</strong>, muitos avanços foram feitos neste setor. Alguns dosproblemas em se desenvolver tal droga incluem a diferença de órgãos acometidos<strong>na</strong> <strong>leishmaniose</strong> <strong>visceral</strong> e <strong>na</strong> tegumentar necessitando de farmacocinéticas distintase <strong>da</strong> variação intrínseca <strong>da</strong> sensibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s várias espécies de Leishmania àdroga. Além disso, há necessi<strong>da</strong>de de medicamentos que alcancem a efetivi<strong>da</strong>deem pacientes resistentes aos antimoniais ou imunossuprimidos [41].O tratamento, no Brasil, foi padronizado com o antimoniato de N-metilglucami<strong>na</strong>, como primeira escolha terapêutica, e, nos casos de resistência e desegun<strong>da</strong> escolha, o isotio<strong>na</strong>to de pentamidi<strong>na</strong> ou a anfoterici<strong>na</strong> B.28


IntroduçãoRecentemente foi demonstrado que o antimoniato de N-metil glucami<strong>na</strong> podepromover, o influxo de tióis e de glutatio<strong>na</strong>, tanto <strong>na</strong> promastigota quanto <strong>na</strong>amastigota, deixando o parasito mais susceptível ao “stress” oxi<strong>da</strong>tivo. Apesar desua ação importante, o antimoniato de N-metil glucami<strong>na</strong> apresenta uma altacardiotoxici<strong>da</strong>de, o que faz com que o paciente que está hospitalizado para aadministração parenteral, precise ser monitorado constantemente [42].O isotio<strong>na</strong>to de pentamidi<strong>na</strong> vem sendo utilizado como segun<strong>da</strong> escolha parao tratamento <strong>da</strong>s <strong>leishmaniose</strong>s. Ele demonstrou ser efetivo nos casos deresistência ao antimonial, levando à cura cerca de 70% dos casos. No entanto, emalguns pacientes, verificou-se uma reação adversa irreversível com a formação deum quadro de diabetes mellitus dependente de insuli<strong>na</strong>. Este fato fez com que o uso<strong>da</strong> pentamidi<strong>na</strong> em alguns países, como a Índia, fosse completamente abando<strong>na</strong>do[42].A anfoterici<strong>na</strong> B, um antibiótico macrolídeo, é uma outra opção em casos deresistência ao antimoniato. Origi<strong>na</strong>lmente desenvolvi<strong>da</strong> como fungici<strong>da</strong>, mostrou serum efetivo leishmanici<strong>da</strong>, mas apresenta um dos maiores índices de toxici<strong>da</strong>deagu<strong>da</strong>, necessitando, por isso, ser cui<strong>da</strong>dosamente administrado [4, 42].Para o controle <strong>da</strong> <strong>leishmaniose</strong>, a OMS recomen<strong>da</strong>: o tratamento depacientes humanos, a elimi<strong>na</strong>ção de cães soropositivos e a borrifação de insetici<strong>da</strong>em casas [43, 44]. No entanto, a eutanásia dos cães infectados tem gerado umgrande desconforto social tendo em vista o papel que os cães ocupam <strong>na</strong> socie<strong>da</strong>deatual o que tem dificultado a execução desta prática pelas autori<strong>da</strong>des sanitárias.Desta forma, este problema pode acarretar sérias interferências nos aspectosepidemiológicos <strong>da</strong> <strong>leishmaniose</strong> [45].Segundo Maia-Elkhoury et al. (2008), a eutanásia de cães soropositivos nãoimpediu o aumento do número de casos humanos no Brasil, enquanto outrasmedi<strong>da</strong>s, tais como colares impreg<strong>na</strong>dos com insetici<strong>da</strong>s tópicos são caros e dedifíceis implementação em um programa <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l de controle. Além disso, adisposição dos <strong>da</strong>dos de campo não permitem uma estimativa do seu impactoepidemiológico [46,47].A utilização de medicamentos ou outros compostos leishmanici<strong>da</strong>s em cãesnão tem mostrado resultados satisfatórios. Em alguns casos, ocorreram até aexacerbação do calazar, causando intensa dermatite [48], já em outros casos foram29


Introduçãoobserva<strong>da</strong>s melhoria do estado clínico, mas permanecendo o parasitismo cutâneo[49], desta forma estes animais continuaram como fontes de infecção para vetoresflebotomíneos.Considerando que a prática quimioterápica <strong>na</strong> LVC é ain<strong>da</strong> ineficaz, que <strong>na</strong>profilaxia <strong>da</strong> LV as medi<strong>da</strong>s antivetoriais são pouco eficientes, e <strong>na</strong> ausência deoutras estratégias bem sucedi<strong>da</strong>s, o desenvolvimento de vaci<strong>na</strong>s contra a<strong>leishmaniose</strong> cani<strong>na</strong> tem sido promovi<strong>da</strong> como uma ferramenta importante paracontrolar ZVL [50,51]. De acordo com Gosh et al. (2003), Chappuis et al. (2007) ePalatnick (2008) existem evidências clínicas e experimentais que indicam que as<strong>leishmaniose</strong>s seriam evitáveis pela vaci<strong>na</strong>ção.Alguns estudos já foram realizados com o intuito de desenvolver uma vaci<strong>na</strong>anti-LVC, porém, estes apresentaram resultados controversos ou pouco conclusivos,o que tem incentivado a busca de novos imunógenos que possam proporcio<strong>na</strong>r umaintervenção <strong>vaci<strong>na</strong>l</strong> eficaz para o controle <strong>da</strong> LVC.Em relação aos imunobiológicos empregados em intervenções vaci<strong>na</strong>is <strong>na</strong>LVC podemos agrupá-los em três gerações de antígenos vaci<strong>na</strong>is no que se refereao processo de produção. A primeira geração, que se inicia com os primeirosestudos de vaci<strong>na</strong>ção contra a <strong>leishmaniose</strong> cutânea huma<strong>na</strong> por Salles-Gomes(1939) e Pessoa et al. (1940) e se estende até os dias atuais, são preparaçõesantigênicas tipicamente constituí<strong>da</strong>s por antígenos brutos, obtidos através detécnicas de atenuação ou fixação dos agentes etiológicos de interesse.Considerando o seu largo espectro de antigenici<strong>da</strong>de, custo e segurança, estasvaci<strong>na</strong>s compostas de antígenos brutos poderiam representar uma excelenteferramenta para imunoprofilaxia e controle <strong>da</strong> CVL em áreas endêmicas[57,58,59,60,61,62,63,64].A partir dos anos 90, com o avanço <strong>da</strong>s técnicas de biologia molecularcomeçaram a surgir os primeiros candi<strong>da</strong>tos constituídos por subuni<strong>da</strong>des defini<strong>da</strong>s,denomi<strong>na</strong>dos antígenos recombi<strong>na</strong>ntes que marcariam a segun<strong>da</strong> geração devaci<strong>na</strong>s. Segundo Santos et al. (2002), as vaci<strong>na</strong>s de segun<strong>da</strong> geração incluíramain<strong>da</strong>, bactérias ou vírus recombi<strong>na</strong>ntes que carreariam genes que codificariamantígenos de Leishmania, além de utilização de vaci<strong>na</strong>s vivas, com Leishmaniageneticamente modifica<strong>da</strong>, e que causaria infecção abortiva no homem [66].30


IntroduçãoMais recentemente, no fi<strong>na</strong>l dos anos 90, com o avanço dos estudos dogenoma de diferentes agentes infecciosos começaram a surgir as vaci<strong>na</strong>s deterceira geração (vaci<strong>na</strong>s de DNA), constituí<strong>da</strong>s de genes que codificariamantígenos protetores, clo<strong>na</strong>dos em vetores contendo promotores eucarióticos, asquais teriam uma aplicação promissora no controle de diversas infecções [67,68,69].Além disso, elas poderiam oferecer diversas vantagens quando compara<strong>da</strong>s àsvaci<strong>na</strong>s convencio<strong>na</strong>is, como: estabili<strong>da</strong>de, baixo custo, facili<strong>da</strong>de de manipulação epreparação de formas multigênicas; imunização com DNA resultando <strong>na</strong> expressãode antígenos do parasito <strong>na</strong> sua forma <strong>na</strong>tiva; indução de uma resposta imunecelular e humoral prolonga<strong>da</strong>, devido à persistência <strong>da</strong> expressão antigênica [70].Os estudos empregando candi<strong>da</strong>tos à vaci<strong>na</strong> para <strong>leishmaniose</strong> no âmbitodos imunobiológicos de primeira geração têm mostrado alguns resultadosimportantes. Na Europa, foi desenvolvi<strong>da</strong> uma vaci<strong>na</strong>, constituí<strong>da</strong> de umapreparação parcialmente purifica<strong>da</strong> e liofiliza<strong>da</strong> deriva<strong>da</strong> de L. infantum, que quandoaplica<strong>da</strong> em modelo experimental murino foi capaz de proteger os camundongoscontra um desafio com L. mexica<strong>na</strong> e L. major [71,72]. Entretanto, quando avalia<strong>da</strong>experimentalmente em cães, foi observa<strong>da</strong> ape<strong>na</strong>s uma eleva<strong>da</strong> produção deanticorpos incapazes de controlar a infecção [73]. Em um outro estudo piloto, ondecães domésticos residentes em área endêmica foram imunizados utilizando amesma preparação antigênica, foi observado que além de não conferir proteção nosanimais vaci<strong>na</strong>dos, promoveu um aumento <strong>da</strong> susceptibili<strong>da</strong>de dos cães à infecção[74].Dentre inúmeros trabalhos que buscam o desenvolvimento de uma vaci<strong>na</strong> deprimeira geração contra a LVC, no Brasil destaca-se os realizados pelo grupo de<strong>leishmaniose</strong> do Departamento de Parasitologia <strong>da</strong> UFMG. Eles desenvolveram aLeishvacin, uma vaci<strong>na</strong> composta por antígeno de promastigotas sonica<strong>da</strong>s. Osprimeiros estudos desta vaci<strong>na</strong>, que foram realizados em camundongos e humanoscontra a Leishmaniose Tegumentar America<strong>na</strong> (LTA), era primariamente constituí<strong>da</strong>de cinco cepas de Leishmania (L. amazonesis, cepa BH8; L. major-Like, cepaBH121; L. major-Like, cepa BH49; L. guyanensis, cepa M1176 e L. amazonensis,cepa PH8). Contudo durante o encontro realizado em Belo Horizonte pelaorganização mundial de saúde 1991 “Vaccine Advisory Group of Discussion”,encontro que teve a participação de representante de organizações <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e31


Introduçãointer<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is interessados no desenvolvimento de uma vaci<strong>na</strong> contra LTA, foisugerido que os estudos desta vaci<strong>na</strong> deveriam continuar, no entanto, usandosomente uma cepa de Leishmania, com a fi<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de de padronizar a produção doantígeno <strong>vaci<strong>na</strong>l</strong>. Desta forma, a cepa PH8 de L. amazonensis foi escolhi<strong>da</strong> devidoao fato de seu antígeno bruto induzir altos índices de estimulação de linfócitos em depacientes voluntários “in vitro”, pelo fácil crescimento em cultura utilizando meioacelular, além dessa cepa ser bem caracteriza<strong>da</strong> taxo<strong>na</strong>lmente [75,76,77,78].Em 1996, Mayrink e colaboradores realizaram um estudo onde cães,mantidos em canil, foram imunizados com antígeno bruto sonicado de L. braziliensis,associado ao BCG (Bacillus Calmette-Guérin) como adjuvante. Os animais foramposteriormente desafiados com L. chagasi. Ficou demonstrado neste estudo que oscães que receberam vaci<strong>na</strong> constituí<strong>da</strong> de L. braziliensis tor<strong>na</strong>ram-se protegidoscontra desafio com cepa heteróloga de L. chagasi [57]. Os cães foram observadospor 26 meses, com acompanhamento parasitológico e imunológico a ca<strong>da</strong> doismeses. Todos os cães controles, não vaci<strong>na</strong>dos, desenvolveram infecção (9/9)enquanto ape<strong>na</strong>s um dos cães vaci<strong>na</strong>dos desenvolveu infecção patente (1/10). Osresultados mostraram proteção de 90% dos animais vaci<strong>na</strong>dos, após 470 dias deacompanhamento. Nenhum animal que apresentava habili<strong>da</strong>de em elaborar umaresposta de células T antígeno-específica apresentou si<strong>na</strong>is clínicos, enquanto todosos cães que apresentavam elevados níveis de anticorpos anti-Leishmania tinhaminfecção patente. Estes resultados estimularam a realização de dois ensaiosvaci<strong>na</strong>is em população de cães no município de Montes Claros, MG, onde a LV éendêmica. Nesse estudo de campo foi observado, através de ensaios delinfoproliferação in vitro, que o desenvolvimento <strong>da</strong> LVC estava associado com umai<strong>na</strong>bili<strong>da</strong>de dos animais de montar resposta linfoproliferativa in vitro a antígenos deLeishmania. Entretanto, os resultados do teste de eficácia de vaci<strong>na</strong>ção nãodemonstraram o estabelecimento de mecanismos protetores contra a infecção porLeishmania <strong>na</strong> população vaci<strong>na</strong><strong>da</strong> em relação ao grupo controle. A deficiência dosanimais em estabelecer um padrão de resposta imune do tipo 1 poderia ter sido oresponsável pelo insucesso <strong>da</strong> intervenção <strong>vaci<strong>na</strong>l</strong> no estudo de campo realizadoem Montes Claros / MG [57].Outro grupo de destaque <strong>na</strong> pesquisa para desenvolvimento de vaci<strong>na</strong> contraLVC é grupo do Dr. Reis e Dr.Giunchetti, <strong>na</strong> universi<strong>da</strong>de Federal de Ouro Preto32


Introdução(UFOP). Eles veem desenvolvendo uma vaci<strong>na</strong> composta de antígenos bruto de L.braziliensis acrescido saponi<strong>na</strong> como adjuvante (vaci<strong>na</strong> LBSap). Em estudosanteriores a vaci<strong>na</strong> LBSap mostrou ser segura para o uso, não sendo observa<strong>da</strong>slesões ulcerativas nos locais de inoculação [60,79]. Eles demonstraram que estavaci<strong>na</strong> induzia um aumento em isotipos de imunoglobuli<strong>na</strong>s; níveis elevados delinfócitos T, particularmente CD8 + , intensa proliferação celular; aumento <strong>da</strong> produçãode NO durante a estimulação in vitro, e altos níveis de LT CD8 + Leishmaniaespecíficosem cães após três doses <strong>da</strong> vaci<strong>na</strong>.[60]Em relação a imunobiológicos <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> geração, candi<strong>da</strong>tos à vaci<strong>na</strong>contra a LVC, estudos desenvolvidos pelo nosso grupo em colaboração com aHESKA Coorporation e o Infectious Disease Research Center (IDRI) – Seattle – USAavaliou a eficácia de vaci<strong>na</strong>s constituí<strong>da</strong>s de combi<strong>na</strong>ção de antígenos definidos deLeishmania, que favorecem o desenvolvimento de uma resposta linfocitária do tipo1. As vaci<strong>na</strong>s utilizados foram antígenos recombi<strong>na</strong>ntes LmSTI1 descrito por WEBBet al. (1996) e LeIF descrito por SKEIKY et al. (1995). Neste trabalho FUJIWARA etal. (2005) avaliaram aspectos <strong>da</strong> imuni<strong>da</strong>de celular de cães submetidos a diferentesesquemas de vaci<strong>na</strong>ção empregando estes imunógenos. Os autores observaram osseguintes resultados: a avaliação do número absoluto de eosinófilos circulantes nosanimais imunizados foi menor que o grupo controle; em relação ao número delinfócitos T absolutos circulantes não foi detectado uma grande variação nosnúmeros de valores absolutos durante o período estu<strong>da</strong>do que pudesse serassocia<strong>da</strong> a um perfil de imunoproteção ou susceptibili<strong>da</strong>de nos animais, sugerindoque as vaci<strong>na</strong>s utiliza<strong>da</strong>s, embora induzam um estado de imunogenici<strong>da</strong>deobserva<strong>da</strong> <strong>na</strong> sorologia e proliferação linfocitária, não alteraram ou então alteraramdiscretamente o número absoluto de células T. Em relação às subpopulações delinfócitos T os autores sugeriram que as vaci<strong>na</strong>s utiliza<strong>da</strong>s, alteraram o número decélulas T CD4 + e CD8 + , sendo que redução do número de células CD4 + foiobserva<strong>da</strong> nos animais dos grupos imunizados com a combi<strong>na</strong>ção de três antígenosrecombi<strong>na</strong>ntes (MAPS/TSA, LeIF e LmSTI1) e um aumento de células CD8 + para osgrupos vaci<strong>na</strong>dos com associação de dois antígenos recombi<strong>na</strong>ntes (MAPS/TSA,eLmSTI1) e com consequente alteração nos valores <strong>da</strong> razão CD4 + /CD8 + . Noentanto, essas alterações <strong>na</strong>s subpopulações de células T parecem não estarassocia<strong>da</strong>s a um perfil de imunoproteção dos animais contra a infecção por33


IntroduçãoLeishmania. A análise dos resultados para linfócitos B CD21 + demonstrou que<strong>da</strong> nosvalores absolutos dessas células para os grupos imunizados com vaci<strong>na</strong>s, adespeito de alta produção de anticorpos antígenos-específicos, refletindo noaumento <strong>da</strong> razão entre linfócitos T e B. Quanto à população de monócitoscirculantes houve um aumento durante a etapa de vaci<strong>na</strong>ção, após a segun<strong>da</strong> dose,para os grupos vaci<strong>na</strong>is em relação ao controle. Os resultados obtidos porFUJIWARA et al. (2005) mostraram que embora estes antígenos tenham sidocapazes de induzir um estado de imunogenici<strong>da</strong>de em cães vaci<strong>na</strong>dos, eles nãoofereceram proteção após o desafio experimental com 10 6 promastigotas de L.chagasi por via endovenosa.Mais recentemente, o laboratório Pfizer, adquiriu a patente de uma vaci<strong>na</strong> desegun<strong>da</strong> geração contra a LVC, conheci<strong>da</strong> por Leishmune®; sendo esta jálicencia<strong>da</strong> pelo Ministério <strong>da</strong> Agricultura e disponível para comercialização, comperspectiva de constituir uma ferramenta eficaz para o controle <strong>da</strong> LVC. ALeishmune® foi desenvolvi<strong>da</strong> pelo grupo de pesquisas <strong>da</strong> Dra. Clarissa Palatnik deSousa, pesquisadora <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal do Rio de Janeiro. Esta vaci<strong>na</strong> écomposta pelo antígeno complexo glicoprotéico ligante de fucose e manose (FML)de Leishmania donovani e o adjuvante saponi<strong>na</strong>. O antígeno de FML foi descrito em1989 e isolado de promastigotas de L. donovani [83,84]. Essa fração glicoprotéicaque contém fucose e manose foi denomi<strong>na</strong><strong>da</strong> FML e trata-se de um complexo queinibe fortemente a penetração de promastigotas e amastigotas em macrófagosmurinos in vitro de forma espécie específica [85,86]. O FML está presente <strong>na</strong>superfície <strong>da</strong> Leishmania durante todo seu ciclo e é comum a to<strong>da</strong>s as Leishmaniado complexo donovani, ou seja, é específico para as espécies que causam<strong>leishmaniose</strong> <strong>visceral</strong>. A saponi<strong>na</strong> por sua vez é um potente adjuvante comcapaci<strong>da</strong>de de estimular a resposta imune ao antígeno promovendo aumento <strong>na</strong>síntese de várias citoci<strong>na</strong>s, como IFN-γ, IL2, IL-4 e IL-10 [87].Em 1996 começaram os ensaios para avaliar a eficácia <strong>da</strong> vaci<strong>na</strong> FML <strong>na</strong>área endêmica de São Gonçalo do Amaranto-RN (estudos de fase III). Os cãesvaci<strong>na</strong>dos foram avaliados por sorologia, pelo método ELISA-FML, e por teste deintradermoreação ao lisado de Leishmania (IDR) nos seguintes períodos: dois, sete,treze e vinte quatro meses após o programa <strong>vaci<strong>na</strong>l</strong> completo. As diferenças entreas proporções de positivi<strong>da</strong>de nos animais vaci<strong>na</strong>dos e controles foram altamente34


Introduçãosignificativas ao longo de todo período. Além disso, os valores de absorbânciasdetermi<strong>na</strong>dos pelo ensaio de ELISA-FML nos soros e o tamanho <strong>da</strong>s IDR foramsignificativamente maiores no grupo vaci<strong>na</strong>do com FML do que nos controles, emtodos os períodos avaliados. Após dois anos, 33% dos animais controlesdesenvolveram si<strong>na</strong>is clínicos de <strong>leishmaniose</strong> <strong>visceral</strong> ou doença fatal, enquantoape<strong>na</strong>s 8% dos cães vaci<strong>na</strong>dos mostraram si<strong>na</strong>is moderados <strong>da</strong> enfermi<strong>da</strong>de, semnenhum registro de óbito neste grupo. Estes resultados mostraram 92% de proteçãocontra a LVC no grupo vaci<strong>na</strong>do, o que correspondeu a 76% de eficácia <strong>vaci<strong>na</strong>l</strong> [84].Em um segundo experimento de fase III, também em área endêmica, foiobservado uma diferença ain<strong>da</strong> maior entre os grupos de animais. Todos os animaisvaci<strong>na</strong>dos foram soropositivos no ensaio de ELISA-FML e mostraram IDR positivadois meses após a vaci<strong>na</strong>ção completa, mostrando valores de absorbância etamanho <strong>da</strong> IDR significativamente maiores do que os controles não vaci<strong>na</strong>dos,durante os 3,5 anos de acompanhamento do estudo. Vinte e cinco por cento dosanimais controles e 5% dos vaci<strong>na</strong>dos desenvolveram doença clinica e fatal,representando 95% de proteção alcança<strong>da</strong> em cães vaci<strong>na</strong>dos com FML. Emboraapresentassem maiores títulos de reativi<strong>da</strong>de sorológica pela ELISA-FML emostrassem IDR mais intensa, 95% dos animais vaci<strong>na</strong>dos, apresentavam PCRnegativo <strong>na</strong> medula óssea e no sangue periférico [88].Para avaliação <strong>da</strong> resposta imune humoral e celular <strong>da</strong> vaci<strong>na</strong> Leishmune®os pesquisadores utilizaram 600 cães que foram testados previamente ao inicio <strong>da</strong>vaci<strong>na</strong>ção (D0), 30 dias após a terceira dose (D70) e sete meses após a primeiradose. O teste de intradermoreação (IDR) foi realizado sete meses após a primeiradose, com o intuito de mensurar a resposta imune celular. Trinta dias após o términodo programa <strong>vaci<strong>na</strong>l</strong> (D70), 98% dos cães apresentavam soroconversão,demonstrando que a vaci<strong>na</strong> induziu resposta imune humoral. Sete meses após aprimeira dose <strong>da</strong> vaci<strong>na</strong>, 93% dos cães continuaram a apresentar sorologia positivae 59% apresentaram IDR positiva, indicando resposta imune celular protetora ativa.Esses resultados foram similares aos obtidos nos estudos anteriores [84,89]. Sendoassim, os resultados obtidos e publicados, até o momento, colocam a Leishmune®como a primeira vaci<strong>na</strong> mundial que promove longo e significativo efeito protetor emcães, contra a LVC. Evidências prelimi<strong>na</strong>res sugerem que a vaci<strong>na</strong> Leishmune®também seja bloqueadora <strong>da</strong> transmissão. Desta forma, ela não somente protegeria35


Introduçãoos cães <strong>da</strong> incidência e morbi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> doença [90], mas também os manteria nãotransmissoresquando infectados, bloqueando a transmissão para os flebotomíneos[91].As vaci<strong>na</strong>s de terceira geração, também chama<strong>da</strong>s de vaci<strong>na</strong>s de DNA, sãoconstituí<strong>da</strong>s de genes que codificam antígenos protetores, clo<strong>na</strong>dos em vetorescontendo promotores eucarióticos [45, 69].Um exemplo é a vaci<strong>na</strong> Leish-tec®, produzi<strong>da</strong> pelo laboratório Hertape CalierSaúde Animal e que foi desenvolvi<strong>da</strong> pela equipe <strong>da</strong> Dr. A<strong>na</strong> Paula Fer<strong>na</strong>ndes,pesquisadora <strong>da</strong> UFMG. A vaci<strong>na</strong> baseia-se <strong>na</strong> imunização do cão com umaproteí<strong>na</strong> de superfície denomi<strong>na</strong><strong>da</strong> A2, presente em várias espécies de Leishmaniacapaz de induzir uma potente resposta do tipo 1. Esta imunização mostrou proteçãocontra L. donovani e por L. amazonensis em camundongos, associa<strong>da</strong> à produçãode INF-γ, forte resposta humoral e reduzi<strong>da</strong> inter<strong>na</strong>lização de amastigotas nosmacrófagos, o que a tor<strong>na</strong> uma forte candi<strong>da</strong>ta à vaci<strong>na</strong> contra LVC [30, 92].No entanto, várias questões são levanta<strong>da</strong>s com relação à segurança <strong>da</strong>svaci<strong>na</strong>s de DNA, como a possibili<strong>da</strong>de de integração ao genoma do hospedeiro,aumentando-se o risco de formação de oncogêneses ou a i<strong>na</strong>tivação de genessupressores de tumor, a indução de resposta contra as células transfecta<strong>da</strong>s,podendo resultar em doenças autoimunes e a indução de tolerância, o que poderiaprejudicar a resposta a outras vaci<strong>na</strong>s e infecções [93,94].Outro antígeno de grande interesse para o desenvolvimento de vaci<strong>na</strong>s é oantígeno LACK, devido ao seu papel <strong>na</strong> imunopatogênese <strong>da</strong> infecção experimentalpor Leishmania e vem sendo estu<strong>da</strong>do em alguns modelos de imunização <strong>na</strong><strong>leishmaniose</strong> <strong>visceral</strong> [95]. Membros <strong>da</strong> família LACK estão envolvidos em váriasfunções fisiológicas <strong>da</strong> célula eucariota, dentre elas, a apoptose e a interação comsequências de proteí<strong>na</strong>s envolvi<strong>da</strong>s <strong>na</strong> replicação de DNA e síntese de RNA de L.infantum [96].A eficácia <strong>da</strong> vaci<strong>na</strong> de DNA LACK e <strong>da</strong> vaci<strong>na</strong> contendo a proteí<strong>na</strong> LACKvem sendo igualmente testa<strong>da</strong>s e os resultados demonstram que a vaci<strong>na</strong> de DNALACK é capaz de induzir uma resposta protetora em camundongos BALBcinoculados com L. major, com alta produção de INF-γ, e que esta proteção é maiorque a induzi<strong>da</strong> pela vaci<strong>na</strong>ção com proteí<strong>na</strong> LACK recombi<strong>na</strong>nte [93]. Em um outroestudo feito com modelo murino vaci<strong>na</strong>do com vírus Vaccinia modificado para36


Introduçãoexpressar o antígeno LACK e inoculado com L. infantum, foi encontra<strong>da</strong> umaproteção significativa no linfonodo, no fígado e no baço, após um mês de vaci<strong>na</strong>ção,sendo que nesta proteção foi maior no linfonodo, com alta produção de INF- γ [97].Um modelo parecido de vaci<strong>na</strong>ção que utilizou DNA LACK e, como reforço, o vírusVaccinia recombi<strong>na</strong>nte com o mesmo gene antígeno LACK conferiu proteção contrainfecção com L. chagasi em 60% dos cães vaci<strong>na</strong>dos [31].Alguns antígenos expressos em amastigotas são também possíveiscandi<strong>da</strong>tos à vaci<strong>na</strong>ção. Um deles é a enzima cisteí<strong>na</strong> protei<strong>na</strong>se (CP), <strong>na</strong>tural ourecombi<strong>na</strong>nte. Esta enzima foi testa<strong>da</strong> contra Leishmaniose <strong>visceral</strong> cani<strong>na</strong> edemonstrou proteção <strong>na</strong> medula óssea dos cães vaci<strong>na</strong>dos, com produção alta deINF- γ pelas células mononucleares do sangue periférico [98].Muitos estudos e descobertas neste ramo já serviram para aprimorar aanálise do processamento e apresentação de antígenos e a caracterização dosalvos <strong>na</strong> resposta imunológica [99]. Dentre inúmeros trabalhos que buscam odesenvolvimento de uma vaci<strong>na</strong> contra a LVC, fica evidente a necessi<strong>da</strong>de deindução de uma resposta imune predomi<strong>na</strong>ntemente do tipo 1 associa<strong>da</strong> a maioresníveis de IFN- γ, IL-12 e a baixos níveis de IL-10, TGB-β, com ativação de monócitosCD14 + , células T CD4 + e CD8 + [47,100].Conforme visto, existem diversos antígenos candi<strong>da</strong>tos vaci<strong>na</strong>is. Nestesentido, tor<strong>na</strong>-se fun<strong>da</strong>mental a identificação de biomarcadores que indiquemimunoproteção em estudos que busquem o desenvolvimento e teste de vaci<strong>na</strong>scontra LVC. Esta estratégia pretende contribuir para a identificação de um perfildiferencial de biomarcadores que possam ser associados à imunoproteção sendopreditivo de eficácia <strong>vaci<strong>na</strong>l</strong>. Deste modo, a identificação deste perfil poderia serempregado para orientar o desenvolvimento e teste, de modo mais racio<strong>na</strong>l, decandi<strong>da</strong>tos vaci<strong>na</strong>is contra LVC.37


JUSTIFICATIVA


JustificativaA <strong>leishmaniose</strong> <strong>visceral</strong> cani<strong>na</strong> é endêmica em muitas regiões do Brasil. Nosúltimos anos, várias ci<strong>da</strong>des <strong>na</strong>s regiões sudeste, norte, nordeste e centro oeste,incluindo, Montes Claros e Belo Horizonte-MG, São Paulo-SP, Bauru-SP, CampoGrande-MT, Teresi<strong>na</strong>-PI, Salvador-BA, São Luis-MA e Palmas-TO têm registradosurtos desta zoonose, enfatizando o seu importante papel no contexto <strong>da</strong> saúdepública em âmbito <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. A necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> elimi<strong>na</strong>ção dos cães infectados, <strong>da</strong><strong>da</strong>a sua relevância como reservatórios domésticos <strong>da</strong> doença huma<strong>na</strong>, tem trazido umgrande impacto social, considerando que, o sacrifício destes animais é sempretraumático para os proprietários e de difícil execução pelas autori<strong>da</strong>des sanitárias.Muitas vezes, os proprietários dos animais infectados se recusam a sacrificá-los,transferindo-os para outros domicílios, interferindo em aspectos epidemiológicosrelevantes <strong>da</strong> <strong>leishmaniose</strong>, através <strong>da</strong> ampliação de áreas de risco. Maiorgravi<strong>da</strong>de neste processo é a possibili<strong>da</strong>de de cães infectados, ain<strong>da</strong>assintomáticos, funcio<strong>na</strong>rem como potentes reservatórios <strong>da</strong> infecção, arriscando asaúde de outros animais e de pessoas co-habitantes <strong>da</strong>s regiões afeta<strong>da</strong>s. Taisfatos chamam a atenção para a importância <strong>da</strong> implementação de uma vaci<strong>na</strong> anti<strong>leishmaniose</strong><strong>visceral</strong> cani<strong>na</strong> que possa ser emprega<strong>da</strong> em campanhas efetivas deprofilaxia e controle <strong>da</strong> infecção cani<strong>na</strong>.Embora existam estudos sobre a eficácia de imunobiológicos de primeira,segun<strong>da</strong> e terceira geração <strong>vaci<strong>na</strong>l</strong> para o controle <strong>da</strong> LVC, os estudos que abor<strong>da</strong>maspectos funcio<strong>na</strong>is dos cães vaci<strong>na</strong>dos ain<strong>da</strong> requerem maior esclarecimento.Neste contexto, este trabalho focalizou no estudo de aspectos funcio<strong>na</strong>is <strong>da</strong>imuni<strong>da</strong>de protetora induzi<strong>da</strong> por vaci<strong>na</strong> anti-LVC, empregando protocolos deinvestigação capaz de avaliar o impacto <strong>da</strong> primovaci<strong>na</strong>cão dos cães utilizando avaci<strong>na</strong> Leishmune ® e sua capaci<strong>da</strong>de de alterar o perfil de citoci<strong>na</strong>sintracitoplasmáticas e secreta<strong>da</strong>s, quando leucócitos do sangue periférico sãoestimulados in vitro com antígeno solúvel de Leishmania. Isto nos permitiu umestudo detalhado <strong>da</strong> resposta imune e também proporcionou confrontar e ampliar oconhecimento acerca <strong>da</strong> dinâmica <strong>da</strong> resposta imune desencadea<strong>da</strong> pela vaci<strong>na</strong>. Os<strong>da</strong>dos obtidos após a realização deste trabalho serão empregados para elaboraçãode um protótipo de um kit para predição de imunoproteção, com o intuito de que estepossa futuramente ser empregado em cães já imunizados com diferentesimunobiológicos que possam surgir contra LVC, buscando predizer se animais39


Justificativaimunizados necessitariam ou não de dose reforço para indução de imunoproteção.Além disto, uma vez vali<strong>da</strong>do, este kit poderá ser empregado <strong>na</strong> seleção decandi<strong>da</strong>tos vaci<strong>na</strong>is contra LVC, em função <strong>da</strong> facili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> predição deimunoproteção, após o protocolo <strong>vaci<strong>na</strong>l</strong>, favorecendo a escolha de antígenoscandi<strong>da</strong>tos mais efetivos. Portanto, este estudo além de nos proporcio<strong>na</strong>r umlevantamento <strong>da</strong> resposta imune gera<strong>da</strong> pela vaci<strong>na</strong>ção, contribuiu para a análise <strong>da</strong>efetivi<strong>da</strong>de <strong>vaci<strong>na</strong>l</strong> de um imunobiológico comercialmente disponível com ênfase <strong>na</strong>duração desta imuni<strong>da</strong>de no período recomen<strong>da</strong>do pelo fabricante.40


OBJETIVOS


Objetivos1 - Objetivo GeralAvaliar a duração <strong>da</strong> imuni<strong>da</strong>de <strong>vaci<strong>na</strong>l</strong> contra a Leishmaniose <strong>visceral</strong> cani<strong>na</strong>através do estudo do perfil de citoci<strong>na</strong>s intracitoplasmáticas e secretatas porleucócitos do sangue periférico de cães imunizados com a vaci<strong>na</strong> Leishmune ® apósestimulo in vitro com antígeno solúvel de Leishmania chagasi, considerando umintervalo de 1, 6 e 12 meses pós-vaci<strong>na</strong>ção.2- Objetivos específicos2.1) Avaliar o impacto <strong>da</strong> imunização com a Leishmune ® no perfil de citoci<strong>na</strong>ssecreta<strong>da</strong>s (IL-8, TNF-α, IFN-γ, IL-4 e IL-10) no sobre<strong>na</strong><strong>da</strong>nte <strong>da</strong> cultura do sangueperiférico após estimulo in vitro com antígeno solúvel de Leishmania chagasiempregando a técnica de Enzyme-linked immunoabsorbent assay (ELISA);2.2) Avaliar o impacto <strong>da</strong> imunização com a Leishmune ® no perfil de síntese decitoci<strong>na</strong>s intracitoplasmáticas (IL-17a, TNF-α, IFN-γ, TGF-β e IL-4) em linfócitos apósestimulo in vitro com antígeno solúvel de Leishmania chagasi empregando a técnicade citometria de fluxo;42


Material e MétodosMATERIAL E MÉTODOS


Material e Métodos1. AnimaisNeste trabalho foram utilizados 40 cães, cujo sangue foi coletado <strong>na</strong>s clínicasveterinárias Santo Agostinho, Estimação animal, Buritis, Castelo dos Bichos e Cão eCia. to<strong>da</strong>s situa<strong>da</strong>s no município de Belo Horizonte, Mi<strong>na</strong>s Gerais, Brasil. Os cãesparticipantes foram selecio<strong>na</strong>dos dentre os prontuários que se enquadravam noperfil buscado de acordo com critérios listados a seguir:Critérios de inclusão: Animais saudáveis Sorologia negativa para Leishmaniose; I<strong>da</strong>de inferior a 8 anos; Carteira de vaci<strong>na</strong>ção atualiza<strong>da</strong>; Tratamento anti-helmíntico regular.Critérios de exclusão: Sorologia positiva para Leishmaniose; Infecções com outros patógenos; Intervenções cirúrgicas recentes ou outros procedimentos que possamalterar a resposta imune.A seleção aleatória dos cães em diferentes clínicas contribuiu para umamelhor representação dos efeitos <strong>da</strong> vaci<strong>na</strong> <strong>na</strong> população cani<strong>na</strong>, já que incluidiversas variantes normalmente observa<strong>da</strong>s no mercado. Essas variantes incluem:diversas raças e i<strong>da</strong>des, vaci<strong>na</strong>ção em diferentes épocas do ano, vaci<strong>na</strong>ção comdistintos lotes do imunobiológico e os diferentes ambientes de criação e regimealimentar de ca<strong>da</strong> animal. Participaram do estudo 18 machos e 22 fêmeas, comi<strong>da</strong>des entre 8 meses e 6 anos, vaci<strong>na</strong>dos ou não com Leishmune®, os quais foramhomogeneamente divididos em quatro grupos (T0, T1, T6 e T12), conformedesenho esquemático no quadro 1. O grupo T0 são cães não vaci<strong>na</strong>dos contra aLVC e T1, T6 e T12 são cães vaci<strong>na</strong>dos com um mês, seis meses e doze mesesrespectivamente.44


Material e MétodosQuadro 1: Composição dos grupos (T0, T1, T6 e T12)MarcadorTempo decorridoapós vaci<strong>na</strong>çãoNúmero deanimais no grupoT0 - 10T1 1 mês 10T6 6 meses 10T12 12 meses 10Todos os cães participantes dos grupos T1, T6 e T12 foram animais primovaci<strong>na</strong>dos com Leishmune ® , de acordo com protocolo de imunização recomen<strong>da</strong>dopelo fabricante (três doses com intervalos de 21 dias entre elas). O estudo foirealizado de maneira seccio<strong>na</strong>l, assim ca<strong>da</strong> cão participou de ape<strong>na</strong>s uma coleta e,consequentemente, de ape<strong>na</strong>s um grupo. Todos os procedimentos descritos nessetrabalho foram aprovados pelo Comitê de Ética de Uso Animal CEUA - FIOCRUZ(PROTOCOLO No. P-71/11-3).Diagrama 1- Desenho experimental –Avaliação <strong>da</strong> resposta imune celular45


Material e Métodos2- AmostrasPara a realização dos protocolos experimentais descritos a seguir, foramcoletados de ca<strong>da</strong> cão de 5 mL sangue periférico em tubos contendo anticoagulantehepari<strong>na</strong> sódica. A quantificação de leucócitos foi realiza<strong>da</strong> através de hemogramasem amostras de 1 mL, coleta<strong>da</strong>s independentemente em tubos contendoanticoagulante EDTA. To<strong>da</strong>s as coletas foram realiza<strong>da</strong>s com no máximo de 24horas de antecedência ao experimento e to<strong>da</strong>s tiveram consentimento dosproprietários.3 - Vaci<strong>na</strong>sNeste trabalho foi utiliza<strong>da</strong> a vaci<strong>na</strong> Leishmune ® , desenvolvi<strong>da</strong> pela Dr a .Clarissa Palatnik e colaboradores <strong>da</strong> UFRJ e atualmente comercializa<strong>da</strong> pelaPfizer ®. Esta vaci<strong>na</strong> é composta pelo complexo glicoprotéico Ligante de Fucose eManose (FML) de Leishmania donovani e o adjuvante saponi<strong>na</strong>.4 - Desenvolvimento de Protótipo do Kit para avaliar predição de proteção dosanimais vaci<strong>na</strong>dos contra LVCPara desenvolvimento de protótipo do Kit para avaliar predição de proteçãode animais vaci<strong>na</strong>dos contra LVC, utilizamos 3 tubos heparinizados com gel de lítioseparador (Tubo BD Vacutainer® PST) .O primeiro tubo recebeu somente a amostrade sangue periférico do cão a ser testado diluído 1:1 em RPMI, cultura controle. Notubo 2, determi<strong>na</strong>do como cultura estimula<strong>da</strong>, foi adicio<strong>na</strong>do <strong>na</strong>s 4 últimas horas deincubação, 25 µL de PMA (estímulo pan-leucocitário) diluído previamente 1:1000 <strong>da</strong>solução estoque (solução 1mg/mL) e 2 µL de Ionomici<strong>na</strong> (solução 1mg/mL). E porúltimo, o terceiro tubo, denomi<strong>na</strong>do cultura sob estímulo de ASL, recebeu sanguediluído 1:1 em RPMI e 25 µL de antígeno solúvel de Leishmania chagasi (ASL) <strong>na</strong>concentração de 1mg/mL.Estes tubos foram incubados por 48 horas em estufa a 37ºC, CO 2 e 5% deumi<strong>da</strong>de, após este período eles foram centrifugados e o sobre<strong>na</strong><strong>da</strong>nte foi coletadopara análise do perfil de citoci<strong>na</strong>s secreta<strong>da</strong>s por leucócitos periféricos.46


Material e MétodosABFotografia 1 – (A) Tubo com cultura de sangue total após 48 horas de cultivo sob estímulo, anterior acentrifugação - (B) Tubo com cultura de sangue total após 48 horas de cultivo sob estímulo, posteriora centrifugação.5 - Avaliação <strong>da</strong> Resposta Imune CelularPara avaliação <strong>da</strong> resposta imune celular foram traçados dois delineamentosexperimentais, um através do ensaio <strong>da</strong> imunofenotipagem celular e marcação decitoci<strong>na</strong>s intracitoplasmáticas avalia<strong>da</strong> por citometria de Fluxo e outro através <strong>da</strong>análise de citoci<strong>na</strong>s solúveis secreta<strong>da</strong>s no sobre<strong>na</strong><strong>da</strong>nte <strong>da</strong> cultura, utilizandoEnzyme-linked immunoabsorbent assay (ELISA).No primeiro, foram realiza<strong>da</strong>s imunofenotipagens com marcadores desuperfície celular para as subpopulações de linfócitos T (CD4 e CD8) e marcadoresde citoci<strong>na</strong>s intracitoplasmáticas (IL-17a, TNF-α, IFN-γ, TGF-β e IL-4) em células dosangue periférico submeti<strong>da</strong>s à cultura in vitro de sangue total por 48 horas, <strong>na</strong>ausência ou presença do antígeno solúvel de Leishmania chagasi (ASL) (conformedescrito <strong>na</strong> seção 4), utilizando a técnica de citometria de fluxo. No segundo, foramrealiza<strong>da</strong>s ELISA para determi<strong>na</strong>ção dos níveis de citoci<strong>na</strong>s (IL-8, TNF-α, IFN- γ, IL-4 e IL-10) secreta<strong>da</strong>s por leucócitos periféricos após cultura in vitro, sob estímulocom antígeno solúvel de Leishmania chagasi, por 48 horas.Dez animais não vaci<strong>na</strong>dos, que serviram como controle, tiveram seu sangueavaliado (tempo 0) e 10 animais correspondentes aos tempos 1, 6 e 12 meses pós47


Material e Métodosvaci<strong>na</strong>ção tiveram seu sangue avaliado posteriormente após protocolo completo devaci<strong>na</strong>ção.6 - Obtenção do Antígeno Solúvel de Leishmania chagasi (ASL) utilizado comoestímulo dos leucócitos <strong>na</strong>s culturas de sangue total por 48 horas6.1- Obtenção <strong>da</strong> massa de promastigotasCulturas de L. chagasi (cepa BH 46) foram manti<strong>da</strong>s em erlenmeyerscontendo meio ágar-sangue, Novy-Mac-Neal-Nicolle (NNN) associado ao LiverInfusion Tryptose (LIT), em estufa B.O.D. a 24 ± 1°C, durante quatro dias.Posteriormente, 10mL desta cultura foram adicio<strong>na</strong>dos em erlenmayers decapaci<strong>da</strong>de para 2,5L que continham 500mL de meio LIT. Depois de adicio<strong>na</strong>dos osparasitos, as culturas foram manti<strong>da</strong>s em estufa a 24 ± 1°C. Diariamente as culturasforam homogeneiza<strong>da</strong>s por movimentos circulares suaves. Decorridos 8 dias,alíquotas foram retira<strong>da</strong>s para constatação <strong>da</strong> viabili<strong>da</strong>de e certificação <strong>da</strong> ausênciade agentes contami<strong>na</strong>ntes. Estando a cultura aprova<strong>da</strong> nestes quesitos, a mesma foicentrifuga<strong>da</strong> a 800 x g, durante 10 minutos a 4ºC para obtenção <strong>da</strong>s formaspromastigotas. Então, o sobre<strong>na</strong><strong>da</strong>nte foi descartado e a massa de parasitos foiressuspendi<strong>da</strong> em PBS (0,15M, pH 7.2) e centrifuga<strong>da</strong> <strong>na</strong>s mesmas condiçõesanteriores. Tal procedimento de lavagem foi repetido por mais duas vezes. Por fim, amassa obti<strong>da</strong> foi armaze<strong>na</strong><strong>da</strong> à -70º C, até o momento do preparo do extratoantigênico.6.2 - Preparo do Antígeno Solúvel de Leishmania (ASL)Para obtenção desse antígeno, massa de Leishmania obti<strong>da</strong> conformedescrito no item anterior (6.1) foi submeti<strong>da</strong> a dez ciclos de congelamento emnitrogênio líquido e descongelamento em banho-maria a 37ºC. Após essa etapa, amassa de parasitos foi submeti<strong>da</strong> a três ciclos de rompimento mecânico utilizandoseum homogeneizador elétrico com pistão de teflon (Virtis) por 1 minuto a 5000 rpmcom intervalos de 30 segundos. Em segui<strong>da</strong>, o material antigênico foi ressuspendidoem 25mL de PBS (0,15M, pH 7,2) e centrifugado a 50 000 x g por 1 hora e 3048


Material e Métodosminutos a 4ºC. O sobre<strong>na</strong><strong>da</strong>nte contendo o antígeno solúvel de Leishmania foicoletado e transferido para membra<strong>na</strong> de diálise, e então dialisado contra PBS(0,15M, pH 7,2) a 4ºC, sob agitação constante, durante 24 horas. Por fim, o antígenofoi filtrado em filtros estéreis descartáveis, de 0,22 µm em condições de fluxolami<strong>na</strong>r.Uma alíquota foi retira<strong>da</strong> para dosagem <strong>da</strong> concentração de proteí<strong>na</strong>s pelométodo de LOWRY(1951). Alíquotas do antígeno com a concentração protéica de1000 µg/mL foram feitas e manti<strong>da</strong>s congela<strong>da</strong>s a -70ºC, até o momento do uso.7- Ensaio <strong>da</strong> imunofenotipagem celular e marcação de citoci<strong>na</strong>sintracitoplasmáticasForam coletados aproxima<strong>da</strong>mente 5mL de sangue periférico, utilizando-seseringas plásticas estéreis e tubos de ensaio heparinizados.Em 3 tubos de polipropileno estéreis numerados sequencialmente, foramadicio<strong>na</strong>dos respectivamente 500 µL do sangue coletado e diluídos 1:1 com RPMI1640. O tubo 1 foi determi<strong>na</strong>do como cultura controle. No tubo 2, determi<strong>na</strong>do comcultura estimula<strong>da</strong>, foi adicio<strong>na</strong>do <strong>na</strong>s 4 últimas horas de incubação, 25 µL de PMA(estímulo pan-leucocitário) diluído previamente 1:1000 <strong>da</strong> solução estoque (solução1mg/mL) e 2 µL de Ionomici<strong>na</strong> (solução 1mg/mL). No tubo 3, com cultura sobestimulo com ASL, foi adicio<strong>na</strong>do 25 µL de ASL <strong>na</strong> concentração de 1mg/mL.Os tubos foram incubados em estufa de CO 2 a 37ºC e 5% de umi<strong>da</strong>de por 48horas. Nas 4 últimas horas de incubação foram adicio<strong>na</strong>dos em todos os tubos 10µL de Brefeldi<strong>na</strong> A (solução 1mg/mL).Foram adicio<strong>na</strong>dos 110uL de EDTA (20mM) em ca<strong>da</strong> tubo, para obter umaconcentração fi<strong>na</strong>l de 2mM. O EDTA foi preparado no momento do uso diluindo umasolução estoque de 200mM (diluição 1:10 em PBS 1X). Os tubos foramhomogeneizados suavemente em vórtex e incubados por 10 minutos, a temperaturaambiente. Após incubação, os tubos foram centrifugados a 400 x g por 7 minutos, atemperatura ambiente. Foram adicio<strong>na</strong>dos 3mL de PBS-W (solução sali<strong>na</strong>tampo<strong>na</strong><strong>da</strong> com fosfato-PBS = 0,15M, 8g/L de NaCl, 2g/L de KCl, 2g/L de KH 2 PO 4 e1,15g/L de Na 2 HPO 4 , pH 7,2 com 0,5% de albumi<strong>na</strong> bovi<strong>na</strong> sérica (BSA) e 0,1% deazi<strong>da</strong> sódica) em ca<strong>da</strong> tubo, homogeneizados manualmente e centrifugados por 749


Material e Métodosminutos a 400 x g , 18 o C. O sobre<strong>na</strong><strong>da</strong>nte foi retirado utilizando a bomba de vácuo,deixando aproxima<strong>da</strong>mente 1,0mL no tubo. Após homogeneização em vórtex, foramretirados 2x 50 ul de sangue e colocados em 2 tubos de polipropileno de 5 ml(controle branco e controle sem ANTI-citoci<strong>na</strong>s). Em outro tubo, foi adicio<strong>na</strong>do 8ul deanticorpo Anti CD4 FITC + 6ul de anticorpo Anti CD8 A647. O restante do sangue foitransferido para este último tubo, homogeneizado e incubado por 30 minutos atemperatura ambiente e ao abrigo <strong>da</strong> luz.Foram adicio<strong>na</strong>dos 3,0mL de solução de lise ((FACS LISYNG SOLUTION –BECTON DICKINSON) diluído 1:10 em água destila<strong>da</strong> em ca<strong>da</strong> tubo. A solução delise foi adicio<strong>na</strong><strong>da</strong> simultaneamente a homogeneização em vórtex. Os tubos foramincubados por 10 minutos a temperatura ambiente ao abrigo <strong>da</strong> luz e posteriormentecentrifugados a 400 x g por 7 minutos. O sobre<strong>na</strong><strong>da</strong>nte foi descartado e as célulasforam ressuspendi<strong>da</strong>s suavemente em vórtex.Foi adicio<strong>na</strong>do 500uL de PBS-W e 3,0mL de PBS-P (PBS contendo 0,5%BSA, 0,5% saponi<strong>na</strong> e 0,1% de azi<strong>da</strong> sódica) em ca<strong>da</strong> tubo e homogeneizadoslentamente por pelo menos 10 vezes por inversão (tubos fechados no segundoestágio). Os tubos foram então incubados por 10minutos, a temperatura ambiente eao abrigo <strong>da</strong> luz. Após incubação, os mesmos foram centrifugados por 7 minutos a400 x g a 18 o C. Os sobre<strong>na</strong><strong>da</strong>ntes foram desprezados, e o sedimentohomogeneizado suavemente em vórtex.O volume <strong>da</strong> suspensão celular foi ajustado com 160uL de PBS-P. Destasuspensão celular, foram retirados 30µL para marcação com anticorpo anti-citoci<strong>na</strong>de ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s citoci<strong>na</strong>s avalia<strong>da</strong>s (anti-IL-17a, anti-TNF-α, anti-INF-γ, anti-TFG-β,anti-IL-4). Os anticorpos monoclo<strong>na</strong>is utilizados nesta parte do trabalho estãodescritos <strong>na</strong> Tabela 1. A placa foi incuba<strong>da</strong> por 30 minutos a temperatura ambiente eao abrigo <strong>da</strong> luz. Após a incubação, as células foram lava<strong>da</strong>s duas vezes, sendo aprimeira com 130µL de PBS-P e a segun<strong>da</strong>, com 140µL de PBS-W através <strong>da</strong>centrifugação <strong>da</strong>s amostras a 400 x g, por 7 minutos, a temperatura ambiente. Apósa segun<strong>da</strong> lavagem, o sobre<strong>na</strong><strong>da</strong>nte foi desprezado, o sedimento foi ressuspendidosuavemente em vórtex e posteriormente adicio<strong>na</strong>ndo 150µL de solução fixadoraMaxFacsFix (MFF) (10,0g/L de paraformaldeído, 10,2g/L de cacodilato de sódio e6,65g/L de cloreto de sódio, pH 7,2). A suspensão celular foi transferi<strong>da</strong> paramicrotubos, os mesmos foram acondicio<strong>na</strong>dos em geladeira e posteriormente50


Material e Métodossubmetidos à aquisição dos <strong>da</strong>dos, onde foram avaliados um total de 30.000eventos. A análise dos parâmetros morfométricos e imunofenotípicos foidetermi<strong>na</strong><strong>da</strong> com o auxílio do citômetro de fluxo FACSCalibur (Becton Dickson - BD,E.U.A.). Em todos os experimentos foram a<strong>na</strong>lisados os controles <strong>da</strong>s reações, quesão importantes para avaliação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de do perfil celular e detecções deeventual ocorrência de fluorescências inespecíficas.Quadro 2 - Painel de Anticorpos monoclo<strong>na</strong>is utilizados nos ensaios deimunofenotipagem celular e marcação de citoci<strong>na</strong>s intracitoplasmáticas in vitroMarcador Hospedeiro Clone Fluorocromo FabricanteAnti-CD4 canino Rato YKIX302.9 FITC SerotecAnti-CD8 canino Rato YCATE55.9 A647 SerotecAnti-IL17-a huma<strong>na</strong> Camundongo 64DEC17 R-PE BD PahrmingenAnti-TNF-α huma<strong>na</strong> Camundongo MAb11 R-PE BD PahrmingenAnti-INF-γ bovino Camundongo CC302 R-PE SerotecAnti-TGF-β huma<strong>na</strong> Camundongo TB21 R-PE IQ ProductsAnti-IL 4 bovino Camundongo CC303 R-PE Serotec8 - Estratégia de análise de citoci<strong>na</strong>s intracitoplasmáticas por citometria defluxo em culturas de sangue totalDetermi<strong>na</strong>ção <strong>da</strong> freqüência de linfócitos T CD4 + e linfócitos T CD8 + expressandocitoci<strong>na</strong>s intracitoplasmáticas (IL-17a, TNF-α, IFN-γ, TGF-β, IL-4)A análise <strong>da</strong>s frequências de linfócitos T CD4 + e T CD8 + expressandocitoci<strong>na</strong>s intracitoplasmáticas (IL-17a, TNF-α, IFN-γ, TGF-β, IL-4) foi realiza<strong>da</strong>empregando a estratégia de análise convencio<strong>na</strong>l. Esse tipo de análise consistiu <strong>na</strong>seleção <strong>da</strong> população celular de interesse, basea<strong>da</strong> em aspectos morfométricos,através de gráficos de distribuição pontual de FSC versus SSC (Figura 1A). Após aseleção <strong>da</strong> região de interesse (R1) contendo células de fenótipo FSC Low SSC Low ,foram construídos gráficos de distribuição pontual de fluorescência CD4/FL1 ou51


Material e MétodosCD8/FL3 versus IL-17a / FL2, TNF-α / FL2, IFN- γ/ FL2, TGF-β/ FL2 ou IL-4/FL2 paradetermi<strong>na</strong>r o percentual de células IL-17a + , TNF-α + , IFN- γ + , TGF-β + e IL-4 + dentro <strong>da</strong>população de linfócitos previamente selecio<strong>na</strong><strong>da</strong> em R1. Como exemplo, abaixo,está demonstra<strong>da</strong> a sequência utiliza<strong>da</strong> para análise em linfócitos T CD4 + TNF-α + eT CD8 + IL-4 + em cultura estimula<strong>da</strong> com ASL (Figura 1B e Figura 1C).52


Material e MétodosFigura 1 - Sequência de procedimentos utilizados para quantificar o percentual de linfócitos TCD4 + TNF-α + e TCD8 + IL-4 + <strong>na</strong> cultura de sangue total de cães não vaci<strong>na</strong>dos e imunizados com aLeishmune ® . (A) Gráfico de distribuição pontual FSC versus SSC utilizado para a seleção <strong>da</strong>população celular de interesse - R1 com o fenótipo FSC Low SSC Low (B) Gráfico de distribuição pontualCD4 FITC/FL1 versus TNF-α PE/FL2 contendo as células selecio<strong>na</strong><strong>da</strong>s <strong>na</strong> região R1, empregadopara quantificar o percentual de Linfócitos T CD4 + TNF-α + em cultura estimula<strong>da</strong> com ASL (C) Gráficode distribuição pontual fluorescência CD8 A647/FL3 versus IL-4/FL2, contendo as célulasselecio<strong>na</strong><strong>da</strong>s <strong>na</strong> região R1, empregado para quantificar o percentual de Linfócitos T CD8 + IL-4 + emcultura estimula<strong>da</strong> com ASL. Nos quadrantes superiores à direita estão indicados os percentuais <strong>da</strong>sfrequências correspondentes a ca<strong>da</strong> quadrante dos gráficos bidimensio<strong>na</strong>is de fluorescência..53


Material e Métodos9- Análise de citoci<strong>na</strong>s secreta<strong>da</strong>s por leucócitos periféricos por meio deEnzyme-linked immunoabsorbent assay (ELISA)Para este procedimento, foram coletados aproxima<strong>da</strong>mente 5mL de sangueperiférico de cão, utilizando-se seringas plásticas estéreis e tubos de ensaioheparinizados.Em 3 tubos com hepari<strong>na</strong> de lítio e gel separador (Tubo BD Vacutainer® PST)numerados sequencialmente, foram adicio<strong>na</strong>dos respectivamente 500 µL do sanguecoletado e 500 µL de RPMI 1640..O primeiro tubo recebeu somente a amostra de sangue periférico do cão aser testado diluído 1:1 em RPMI, tubo cultura controle. No tubo 2, determi<strong>na</strong>do comocultura estimula<strong>da</strong>, foi adicio<strong>na</strong>do <strong>na</strong>s 4 últimas horas de incubação, 25 µL de PMA(estímulo pan-leucocitário) diluído previamente 1:1000 <strong>da</strong> solução estoque (solução1mg/mL) e 2 µL de Ionomici<strong>na</strong> (solução 1mg/mL). E por último, o terceiro tubo,denomi<strong>na</strong>do tubo cultura sob estímulo ASL, recebeu sangue diluído 1:1 em RPMI e25 µL de antígeno solúvel de Leishmania chagasi (ASL) <strong>na</strong> concentração de1mg/mL.Estes tubos foram incubados por 48 horas em estufa a 37ºC, CO 2 e 5% deumi<strong>da</strong>de. Após incubação os tubos de teste foram centrifugados a 1400 x g por 10minutos para separação do sobre<strong>na</strong><strong>da</strong>nte. O sobre<strong>na</strong><strong>da</strong>nte foi transferido paramicrotubos tipo eppendorf de 2,0 ml e congelados à -70ºC para posteriorquantificação de citoci<strong>na</strong>s solúveis através do ensaio de ELISA.9.1- Quantificação de IL-8, TNF-α, IL-4, e IL-10A determi<strong>na</strong>ção dos níveis de IL-8, TNF-α, IL-4, e IL-10 secretados porleucócitos foi realiza<strong>da</strong> através de ensaios imunoenzimáticos (ELISA), utilizando-seo sobre<strong>na</strong><strong>da</strong>nte de cultura de sangue. Foram utilizados anticorpos e proteí<strong>na</strong>srecombi<strong>na</strong>ntes adquiridos <strong>da</strong> empresa R&D Systems (Minneapolis, USA). A ca<strong>da</strong>poço de uma placa de 96 orifícios (COSTAR®, USA) foram adicio<strong>na</strong>dos 25µL deanticorpo monoclo<strong>na</strong>l anti-citoci<strong>na</strong> a ser dosa<strong>da</strong>, diluído em PBS estéril. As placasforam cobertas e incuba<strong>da</strong>s durante o período noturno à temperatura ambiente. Osanticorpos não adsorvidos pelas placas foram descartados por inversão e lavados 454


Material e Métodosvezes sucessivamente com 100µL <strong>da</strong> solução de PBS-Tween 20. A seguir, asplacas foram bloquea<strong>da</strong>s com 75µL/poço de uma solução contendo PBS-BSA 1% e0,05% de azi<strong>da</strong> sódica (NaN 3 ), durante uma hora, em temperatura ambiente, elava<strong>da</strong>s conforme descrito anteriormente. As amostras do sobre<strong>na</strong><strong>da</strong>nte de culturasforam aplica<strong>da</strong>s em um volume de 25µL em ca<strong>da</strong> poço <strong>da</strong> placa. Paralelamente,ca<strong>da</strong> citoci<strong>na</strong> recombi<strong>na</strong>nte avalia<strong>da</strong> foi diluí<strong>da</strong> em diferentes concentrações paraestabelecimento de uma curva padrão, sendo a diluição realiza<strong>da</strong> em solução PBScontendo 0,1% de albumi<strong>na</strong> de soro bovino (BSA). As placas foram vagarosamentehomogeneiza<strong>da</strong>s por um minuto e, em segui<strong>da</strong>, cobertas e incuba<strong>da</strong>s por uma horae meia, em temperatura ambiente. Após o período de incubação, as placas foramnovamente lava<strong>da</strong>s com 100µL de PBS-Tween 20. Em segui<strong>da</strong>, foi adicio<strong>na</strong>do 25µLdo anticorpo biotinilado diluído apropria<strong>da</strong>mente em PBS contendo 0,1% dealbumi<strong>na</strong> de soro bovino (BSA) e 0,05% de azi<strong>da</strong> (NaN 3 ), em ca<strong>da</strong> poço <strong>da</strong> placa. Asplacas foram mais uma vez manti<strong>da</strong>s ao abrigo <strong>da</strong> luz e incuba<strong>da</strong>s, a temperaturaambiente, por uma hora e meia, e em segui<strong>da</strong>, foram lava<strong>da</strong>s utilizando PBS-Tween20. Então, após remoção do sobre<strong>na</strong><strong>da</strong>nte, foi adicio<strong>na</strong>do em ca<strong>da</strong> poço 25µL deavidi<strong>na</strong> peroxi<strong>da</strong>se (R&D Systms, Inc., Minneapolis, USA, DY998) diluí<strong>da</strong> em PBScontendo 0,1% de albumi<strong>na</strong> de soro bovino (BSA) e 0,05% de azi<strong>da</strong> (NaN 3 ). Asplacas foram incuba<strong>da</strong>s a temperatura ambiente, por 20 minutos, ao abrigo <strong>da</strong> luz.Após a incubação, foram novamente lava<strong>da</strong>s 4 vezes sucessivamente com 100µL<strong>da</strong> solução de PBS-Tween 20 e, em ca<strong>da</strong> poço, foi adicio<strong>na</strong>do 25µL <strong>da</strong> solução desubstrato (mistura 1:1 de H 2 O 2 e tetrametilbenzidi<strong>na</strong>). Mais uma vez as placas foramincuba<strong>da</strong>s a temperatura ambiente, por 30 minutos e ao abrigo <strong>da</strong> luz. Em segui<strong>da</strong>,foi adicio<strong>na</strong>do 25µL por poço <strong>da</strong> solução de para<strong>da</strong> (H 2 SO 4 , 1M). A densi<strong>da</strong>de ópticafoi determi<strong>na</strong><strong>da</strong> usando leitor automático de microplacas (Biotek, EL800)empregando comprimento de on<strong>da</strong> de 450 nm.9.2- Quantificação de IFN-γPara determi<strong>na</strong>r os níveis de IFN-γ, foram utilizados os kits DuoSets (R&DSystms, Inc., Minneapolis, USA., DY1969, DY781) para realização do ensaio ELISAde captura em amostras de sobre<strong>na</strong><strong>da</strong>nte <strong>da</strong>s culturas. O ensaio foi feito de acordocom instruções do fabricante dos kits Duosets. Foram utiliza<strong>da</strong>s placas de 96 poços55


Material e Métodos(COSTAR, USA), onde foi feita a sensibilização, por to<strong>da</strong> a noite, com 25µL doanticorpo de captura diluído em PBS estéril, <strong>na</strong> concentração de 0,8µg/mL. Asplacas foram lava<strong>da</strong>s 4 vezes com 100µL solução de lavagem PBS-Tween 20 eincuba<strong>da</strong>s, em temperatura ambiente, com solução de bloqueio (1% de BSA emPBS) por 1 hora. Foi realiza<strong>da</strong> uma nova etapa de lavagem com 100µL de PBS-Tween 20 e, em segui<strong>da</strong> foi adicio<strong>na</strong>do 25µL <strong>da</strong> amostra, sem diluição, em ca<strong>da</strong>poço. Paralelamente, para estabelecimento <strong>da</strong> curva padrão, foi adicio<strong>na</strong>do 25µL <strong>da</strong>proteí<strong>na</strong> recombi<strong>na</strong>nte de ca<strong>da</strong> citoci<strong>na</strong>, diluí<strong>da</strong> em PBS com 1% de BSA, emdiluição seria<strong>da</strong>, começando com a concentração inicial de 4000 pg/mL. Após 2horas de incubação, em TA, foi repetido o processo de lavagem com 100µL desolução PBS-Tween 20 e aplicado 25µL de Streptoavidi<strong>na</strong>-HRP. Após 20 minutos deincubação em temperatura ambiente e ao abrigo <strong>da</strong> luz, foi repetido o processo delavagem com 100µL <strong>da</strong> solução PBS-Tween 20. Então foi adicio<strong>na</strong>do 25µL <strong>da</strong>solução substrato, que corresponde a uma mistura 1:1 do reagente de cor A, H 2 O 2 , ereagente de cor B, tetrametilbenzidi<strong>na</strong> (R&D Systems, DY999). Após 20 minutos deincubação, em temperatura ambiente, foi adicio<strong>na</strong>do 13µL <strong>da</strong> solução de para<strong>da</strong>(R&D Systems, DY994). A determi<strong>na</strong>ção <strong>da</strong> densi<strong>da</strong>de óptica foi feitaimediatamente, usando leitor automático de microplacas (Biotek, EL800)empregando comprimento de on<strong>da</strong> de 450 nm.10 - Análise estatística dos <strong>da</strong>dosAs análises estatísticas foram realiza<strong>da</strong>s, empregando-se o softwareGraphPad Prism 5.03. Para <strong>da</strong>dos apresentando uma distribuição paramétrica, foiemprega<strong>da</strong> a análise de variância (ANOVA), segui<strong>da</strong> pelo Teste de Tukey. Para<strong>da</strong>dos com distribuição não paramétrica foi empregado o teste Kruskal-wallis,seguido pelo Teste de Dunns. Análises de correlação entre variáveis de distribuiçãoparamétrica ou não paramétrica foram realiza<strong>da</strong>s pelos testes Pearson ouSpearman, respectivamente. Em to<strong>da</strong>s as análises, as diferenças foramconsidera<strong>da</strong>s significativas quando p≤0,05.56


RESULTADOS80


Resultados1-Impacto <strong>da</strong> imunização com Leishmune ® no perfil de síntese de citoci<strong>na</strong>sem leucócitos do sangue periférico, após estimulação antígeno-específica invitroVisando confirmar as hipóteses propostas de recrutamento seletivo decélulas <strong>da</strong> imuni<strong>da</strong>de a<strong>da</strong>ptativa e i<strong>na</strong>ta no contexto <strong>da</strong> vaci<strong>na</strong>ção comLeishmune ® , foi proposto avaliar aspectos funcio<strong>na</strong>is dessas células, como síntesede citoci<strong>na</strong>s. Para tal, foram realizados protocolos de cultura de sangue total in vitrosob estimulo por 48 horas, de cães não vaci<strong>na</strong>dos (T0) grupo controle semvaci<strong>na</strong>ção, 1 mês após vaci<strong>na</strong>ção, (T1), 6 meses após vaci<strong>na</strong>ção (T6) e 1 anoapós vaci<strong>na</strong>ção (T12). As culturas foram realiza<strong>da</strong>s <strong>na</strong> ausência e <strong>na</strong> presença deantígenos solúvel de Leishmania chagasi. A análise <strong>da</strong> síntese de citoci<strong>na</strong>ssolúveis secreta<strong>da</strong>s por leucócitos periféricos foi realiza<strong>da</strong> através do protocolo deEnzyme-linked immunoabsorbent assay (ELISA) <strong>da</strong>s citoci<strong>na</strong>s (IL-8, TNF-α, IFN-γ,IL-4 e IL-10) e análise de citoci<strong>na</strong>s intracitoplasmáticas produzi<strong>da</strong>s por linfócitos Tatravés de imunofenotipagem em plataforma de duas cores, permitindo a análisesimultânea do fenótipo de superfície celular (CD4 e CD8) e de citoci<strong>na</strong>s (IL-17a,TNF-α, IFN-γ, TGF-β, IL-4), empregando a citometria de fluxo.Os resultados foram a<strong>na</strong>lisados empregando três abor<strong>da</strong>gens distintas: 1)Análise quantitativa <strong>da</strong>s citoci<strong>na</strong>s; 2) Análise <strong>da</strong> frequência cumulativa <strong>da</strong>scitoci<strong>na</strong>s 3) Análise <strong>da</strong> frequência através do emprego <strong>da</strong> assi<strong>na</strong>tura dosparâmetros avaliados <strong>na</strong> cultura controle e <strong>na</strong> cultura estimula<strong>da</strong> para ca<strong>da</strong> grupode animal.1.1- Perfil de citoci<strong>na</strong>s secreta<strong>da</strong>s por leucócitos periféricos após estímulo invitro com antígeno solúvel de Leishmania chagasiA figura 2 mostra os resultados <strong>da</strong> concentração em picogramas por mL decitoci<strong>na</strong>s secreta<strong>da</strong>s por leucócitos do sangue periférico dos animais vaci<strong>na</strong>doscontra LVC após estímulo in vitro com antígeno solúvel de Leishmania chagasi nosgrupos de animais não vaci<strong>na</strong>dos (T0), com 1 mês (T1), seis meses (T6) e um ano(T12) pós vaci<strong>na</strong>ção.58


ResultadosA análise dos <strong>da</strong>dos demonstrou que grupo de animais com 6 meses deimunização com Leishmune ® (T6), apresentou um aumento significativo <strong>da</strong>scitoci<strong>na</strong>s pro inflamatórias IL-8 e IFN-γ secreta<strong>da</strong>s por leucócitos quandocomparados ao grupo controle (sem vaci<strong>na</strong>ção = T0). Vale destacar que o aumentode INF- γ, também foi observado no 1º mês pós vaci<strong>na</strong>ção contra LVC (T1).Por outro lado, as análises demonstraram, que o grupo de animais com 6meses pós vaci<strong>na</strong>ção (T6), apresentou um decréscimo <strong>da</strong> citoci<strong>na</strong> IL-10 nosobre<strong>na</strong><strong>da</strong>nte <strong>da</strong> cultura de sangue total. Já à secreção <strong>da</strong>s citoci<strong>na</strong>s TNF-α e IL-4,nenhuma diferença significativa foi observa<strong>da</strong>, em relação ao grupo de animais nãovaci<strong>na</strong>dos (T0).Os <strong>da</strong>dos demonstraram que to<strong>da</strong>s citoci<strong>na</strong>s avalia<strong>da</strong>s, inclusive as quehaviam apresentado alteração aos seis meses, não apresentaram diferençassignificativas quando foram avalia<strong>da</strong>s no grupo de animais com doze meses pósvaci<strong>na</strong>ção (T12); esta informação sugere a necessi<strong>da</strong>de de revaci<strong>na</strong>ção dosanimais, talvez em um período inferior a um ano como recomen<strong>da</strong>do pelofabricante <strong>da</strong> vaci<strong>na</strong>.IL-8TNF-α IFN-γ48001800240024009001200Concentração [pg/mL]0T0 T1 T6 T12IL-43001500T0 T1 T6 T12600010000T0 T1 T6 T12IL-100T0 T1 T6 T120T0 T1 T6 T12Tempo pós-vaci<strong>na</strong>çãoFigura 2 - Perfil de citoci<strong>na</strong>s secreta<strong>da</strong>s por leucócitos do sangue periférico de cães após estímuloin vitro com antígeno solúvel de Leishmania chagasi. (T0) Grupo de animais não vaci<strong>na</strong>dos; (T1)Grupo de animais com 1 mês pós vaci<strong>na</strong>ção, (T6) Grupo de animais com 6 meses pós vaci<strong>na</strong>ção,(T12) Grupo de animais com 12 meses pós vaci<strong>na</strong>ção. Os resultados estão expressos sob a formade concentração em picogramas/mL (pg/mL) ± erro padrão por tempo pós-vaci<strong>na</strong>ção. Diferençassignificativas estão destaca<strong>da</strong>s por linhas conectoras quando p≤0,05.59


Resultados1.2- Análise <strong>da</strong> frequência cumulativa de cães apresentando diferentes níveisde citoci<strong>na</strong>s secreta<strong>da</strong>s por leucócitos periféricos após estímulo in vitro comantígeno de Leishmania chagasiA figura 3 mostra os resultados <strong>da</strong> frequência cumulativa (%) de cãesapresentando diferentes níveis de citoci<strong>na</strong>s secreta<strong>da</strong>s por leucócitos periféricosapós estímulo in vitro com antígeno solúvel de Leishmania chagasi.A análise dos <strong>da</strong>dos relativos a secreção de IL-8, demonstrou que 80% doscães 6 meses pós vaci<strong>na</strong>ção (T6) tiveram um aumento significativo quandocomparados a concentração <strong>da</strong> citoci<strong>na</strong> no sobre<strong>na</strong><strong>da</strong>nte <strong>da</strong> cultura de sangue doscães não vaci<strong>na</strong>dos (T0) e também do sobre<strong>na</strong><strong>da</strong>nte do sangue dos animais com12 meses pós-vaci<strong>na</strong>ção (T12).A análise dos <strong>da</strong>dos relativos à secreção de IFN-γ, demonstrou um aumento<strong>da</strong> quanti<strong>da</strong>de de IFN- γ secreta<strong>da</strong> por leucócitos periféricos em 80% do grupo dosanimais com um mês pós vaci<strong>na</strong>ção (T1) e 6 meses pós vaci<strong>na</strong>ção (T6) quandocomparados concentração <strong>da</strong> citoci<strong>na</strong> no sobre<strong>na</strong><strong>da</strong>nte <strong>da</strong>s culturas do sangue dogrupo de cães controle (T0).A análise dos <strong>da</strong>dos relativos à secreção de IL-10, demonstrou por sua vez,que quando o número de cães alcança 80% do n total, ocorre um decréscimo <strong>da</strong>citoci<strong>na</strong> IL-10 no sobre<strong>na</strong><strong>da</strong>nte <strong>da</strong> cultura de sangue total do grupo de cãesimunizados após 6 meses <strong>da</strong> vaci<strong>na</strong>ção (T6) quando comparado aos do grupo decães controle (T0).A análise dos <strong>da</strong>dos relativos à secreção de TNF-α e IL-4, não demonstrounenhuma diferença significativa <strong>na</strong> concentração destas citoci<strong>na</strong>s no sobre<strong>na</strong><strong>da</strong>nte<strong>da</strong> cultura de sangue dos grupos estu<strong>da</strong>dos quando a porcentagem de cãesalcança 80% <strong>da</strong> frequência cumulativa de cães.60


ResultadosFigura 3 – Frequência cumulativa de cães apresentando diferentes níveis de citoci<strong>na</strong>s secreta<strong>da</strong>spor leucócitos periféricos após estímulo in vitro com antígeno de Leishmania chagasi. (T0) Grupo deanimais não vaci<strong>na</strong>dos; (T1) Grupo de animais com 1 mês pós vaci<strong>na</strong>ção, (T6) Grupo de animaiscom 6 meses pós vaci<strong>na</strong>ção, (T12) Grupo de animais com 12 meses pós vaci<strong>na</strong>ção. Os resultadosestão expressos sob a forma de concentração em picogramas/mL (pg/mL) ± erro padrão porfrequência cumulativa (%). Diferenças significativas estão destaca<strong>da</strong>s por linhas conectoras quandop≤0,05.1.3- Análise comparativa <strong>da</strong> assi<strong>na</strong>tura de citoci<strong>na</strong>s secreta<strong>da</strong>s por leucócitosperiféricos após estímulo in vitro com antígeno de Leishmania chagasiPara análise comparativa <strong>da</strong> assi<strong>na</strong>tura de citoci<strong>na</strong>s secreta<strong>da</strong>s porleucócitos do sangue periférico após estímulo in vitro com antígeno de Leishmaniachagasi foi utilizado primeiramente o cálculo do ponto de corte para to<strong>da</strong>s ascitoci<strong>na</strong>s avalia<strong>da</strong>s para estabelecimento dos cães altos e baixos produtores decitoci<strong>na</strong>s.A figura 4A mostra como foi estabelecido este ponto de corte que segregacães baixo e alto produtores de citoci<strong>na</strong>s, o mesmo foi obtido empregando amedia<strong>na</strong> global <strong>da</strong> razão ASL/Controle. Para isto, todos os valores obtidos paraca<strong>da</strong> citoci<strong>na</strong> secreta<strong>da</strong> por leucócitos, de todos os cães foram considerados paraa obtenção deste ponto de corte.61


ResultadosApós a determi<strong>na</strong>ção do ponto de corte foi realizado a categorização debaixo e alto-produtores de citoci<strong>na</strong>s. Ca<strong>da</strong> quadrado representa o <strong>da</strong>do de um cãoem relação à síntese de uma determi<strong>na</strong><strong>da</strong> citoci<strong>na</strong> secreta<strong>da</strong> por leucócito. Osquadrados coloridos (branco, amarelo, vermelho e azul) representam os altoprodutores,uma vez que os valores observados foram acima <strong>da</strong> media<strong>na</strong> global dogrupo e os quadrados cinza representam os baixo-produtores, uma vez que osvalores observados foram abaixo <strong>da</strong> media<strong>na</strong> global do grupo. No caso deleucócitos IL-8 + a media<strong>na</strong> foi 2087 pg/mL, TNF-α + a media<strong>na</strong> foi 761 pg/mL, IFN-γ +a media<strong>na</strong> foi 929 pg/mL, IL-4 + a media<strong>na</strong> foi 57 pg/mL e IL-10 + a media<strong>na</strong> foi 135pg/mL.A figura 4B, mostra a montagem do perfil panorâmico de citoci<strong>na</strong>s de ca<strong>da</strong>cão e cálculo <strong>da</strong> frequência de alto-produtores de citoci<strong>na</strong>s em ca<strong>da</strong> grupo deestudo. Após a categorização dos animais como alto ou baixo produtores decitoci<strong>na</strong>s, foi feito a compilação dos <strong>da</strong>dos em diagramas com to<strong>da</strong>s as citoci<strong>na</strong>ssecreta<strong>da</strong>s. Os retângulos coloridos (branco, amarelo, vermelho e azul)representam alto-produtores de citoci<strong>na</strong>s, os retângulos cinzas representam baixoprodutoresde citoci<strong>na</strong>s, ca<strong>da</strong> linha representa um cão do grupo a<strong>na</strong>lisado e ca<strong>da</strong>colu<strong>na</strong> representa a citoci<strong>na</strong> avalia<strong>da</strong>.Para o cálculo <strong>da</strong> frequência percentual de alto-produtores, foram somadosos retângulos coloridos de ca<strong>da</strong> colu<strong>na</strong>, divididos pelo total de animais emultiplicados por 100. Como exemplo, caracterizou-se o cálculo <strong>da</strong> frequência <strong>da</strong>citoci<strong>na</strong> IL-8 nos cães não vaci<strong>na</strong>dos(T0), no qual 3 é o somatório <strong>da</strong> colu<strong>na</strong> e 9 éo número total de cães. Multiplicando por 100, encontra-se uma porcentagem de33%, que é a frequência de animais no grupo do tempo zero considerados comoalto produtores de IL-8.62


ResultadosABFigura 4 A- Ponto de corte para citoci<strong>na</strong>s secreta<strong>da</strong>s por leucócitos periféricos após estímulo in vitrocom antígeno solúvel de Leishmania chagasi. Os quadrados coloridos representam a população decães alto-produtores de citoci<strong>na</strong>s (branco, amarelo, vermelho e azul) e os quadrados cinzasrepresentam os baixo-produtores de citoci<strong>na</strong>s. O valor do ponto de corte foi representado pelamedia<strong>na</strong> global. Figura 4 B- Diagramas para cálculo <strong>da</strong> frequência de cães com altos níveis decitoci<strong>na</strong>s secreta<strong>da</strong>s por leucócitos periféricos após estímulo in vitro com antígeno solúvel deLeishmania chagasi. Os retângulos coloridos (branco, amarelo, vermelho e azul) representam altoprodutoresde citoci<strong>na</strong>s, os retângulos cinzas representam os baixo-produtores de citoci<strong>na</strong>s, ca<strong>da</strong>linha representa um cão do grupo a<strong>na</strong>lisado, ca<strong>da</strong> colu<strong>na</strong> representa a citoci<strong>na</strong> avalia<strong>da</strong> e a siglaND representa valores não detectáveis.63


ResultadosNa figura 5, foi delineado a assi<strong>na</strong>tura global dos alto-produtores decitoci<strong>na</strong>s de acordo com uma frequência ascendente considerando to<strong>da</strong> apopulação dos cães de ca<strong>da</strong> tempo <strong>da</strong> vaci<strong>na</strong>ção (T0, T1, T6 e T12).Os resultados relativos ao padrão global de citoci<strong>na</strong>s secreta<strong>da</strong>s demonstrouque o grupo de animais não vaci<strong>na</strong>dos (T0) possui um perfil com animais com altaprodução de IL-4, TNF-α e IL-10. Já o grupo de animais com 30 dias pós-vaci<strong>na</strong>ção(T1) e 6 meses pós-vaci<strong>na</strong>ção (T6) apresentam um perfil de animais queapresentaram alta produção de citoci<strong>na</strong>s inflamatórias IL-8 e IFN-γ. Sendo que nogrupo de animais com um ano pós vaci<strong>na</strong>ção (T12), não foi observado cães comalta frequência de produção de nenhuma <strong>da</strong>s citoci<strong>na</strong>s avalia<strong>da</strong>s neste estudo.A análise <strong>da</strong>s curvas ascendentes de citoci<strong>na</strong>s revelou que o grupo nãovaci<strong>na</strong>do (T0), apresentava um perfil de citoci<strong>na</strong> com característica antiinflamatória,sendo que a maior expressão foi observa<strong>da</strong> <strong>na</strong> citoci<strong>na</strong> IL-10 e amenor pela citoci<strong>na</strong> INF- γ, sendo então sua sequência ascendente de citoci<strong>na</strong> :IFN- γ


ResultadosT0T175* **75**Frequência de cães com altos níveis de citoci<strong>na</strong>s (%)502507550250INF-γIL-10IL-8IL-4IL-4TNF-αT6TNF-α*INF-γIL-10*IL-8502507550250IL-4IL-8TNF-αINF-γIL-10IL-4T12IL-8IL-10INF-γTNF-αAssi<strong>na</strong>tura ascendente de citoci<strong>na</strong>s característica de ca<strong>da</strong>tempo pós-vaci<strong>na</strong>çãoFigura 5 – Assi<strong>na</strong>tura de citoci<strong>na</strong>s secreta<strong>da</strong>s por leucócitos periféricos após estímulo in vitro comantígeno solúvel de Leishmania chagasi. O eixo x está representado pela frequência de cães comaltos níveis de citoci<strong>na</strong>s(%) e o eixo y pela assi<strong>na</strong>tura ascendente de citoci<strong>na</strong>s característica deca<strong>da</strong> tempo pós-vaci<strong>na</strong>ção. A linha pontilha<strong>da</strong> destaca o percentil de 50 usado como referênciapara análises comparativas. Diferenças significativas foram considera<strong>da</strong>s quando a frequência dealguma citoci<strong>na</strong> ultrapassou o percentil 50, representa<strong>da</strong> por um *.A figura 6 mostra a análise comparativa <strong>da</strong>s assi<strong>na</strong>turas de citoci<strong>na</strong>ssecreta<strong>da</strong>s por leucócitos periféricos após estímulo in vitro com antígeno solúvel deLeishmania chagasi. Para esta comparação, foi feita a sobreposição <strong>da</strong>sassi<strong>na</strong>turas <strong>da</strong>s citoci<strong>na</strong>s de ca<strong>da</strong> tempo pós-vaci<strong>na</strong>ção.A análise <strong>da</strong> assi<strong>na</strong>tura de citoci<strong>na</strong>s no sobre<strong>na</strong><strong>da</strong>nte <strong>da</strong>s culturas desangue total estimula<strong>da</strong> com ASL, cães demonstrou que a vaci<strong>na</strong> desencadeou umenvolvimento <strong>da</strong> condição inflamatória <strong>da</strong> imuni<strong>da</strong>de dos animais (resposta Tipo1),especialmente devido a um aumento de produção de citoci<strong>na</strong>s inflamatórias comoIL-8 e IFN- γ nos tempos de 30 dias pós vaci<strong>na</strong>ção (T1) e seis meses pósvaci<strong>na</strong>ção (T6), e também um decréscimo de IL-10 nestes mesmos tempos quando65


Resultadoscomparados ao grupo de animais não vaci<strong>na</strong>dos (T0). Por outro lado, a análise <strong>da</strong>assi<strong>na</strong>tura de citoci<strong>na</strong>s no grupo de cães com um ano pós vaci<strong>na</strong>ção (T12) revelouuma que<strong>da</strong> de citoci<strong>na</strong>s inflamatórias e aumento de reguladoras, sendo detectadoum perfil mais semelhante aos cães não vaci<strong>na</strong>dos (T0).A análise comparativa <strong>da</strong>s assi<strong>na</strong>turas de citoci<strong>na</strong>s destacaram asparticulari<strong>da</strong>des <strong>da</strong> resposta imune media<strong>da</strong> por citoci<strong>na</strong>s desencadea<strong>da</strong>s peloestímulo in vitro em ca<strong>da</strong> tempo pós-<strong>vaci<strong>na</strong>l</strong> como demonstrado por uma mu<strong>da</strong>nçade perfil imunológico no decorrer do tempo pós-<strong>vaci<strong>na</strong>l</strong>. Enquanto os grupos deanimais não vaci<strong>na</strong>dos (T0) apresentaram altas frequências de citoci<strong>na</strong>sreguladoras e baixas de inflamatórias e com um ano pós vaci<strong>na</strong>ção (T12)apresentaram baixa de inflamatórias, os grupos dos animais com um mês (T1) eseis meses (T6) pós vaci<strong>na</strong>ção, são destacados pelos altos níveis de citoci<strong>na</strong>sinflamatórias e baixos níveis de reguladoras.Figura 6: Análise comparativa <strong>da</strong>s assi<strong>na</strong>turas de citoci<strong>na</strong>s secreta<strong>da</strong>s por leucócitos periféricosapós estímulo in vitro com antígeno solúvel de Leishmania chagasi. O perfil global de citoci<strong>na</strong>sinflamatórias e reguladoras é apresentado como uma curva ascendente <strong>da</strong> frequência de cães comaltos níveis de citoci<strong>na</strong>s em ca<strong>da</strong> tempo pós-vaci<strong>na</strong>ção. A análise comparativa do perfil global decitoci<strong>na</strong>s de ca<strong>da</strong> tempo pós-vaci<strong>na</strong>ção foi realiza<strong>da</strong> por sobreposição <strong>da</strong>s assi<strong>na</strong>turas de citoci<strong>na</strong>s .A linha pontilha<strong>da</strong> destaca o percentil de 50 usado como referência para análises comparativas.66


Resultados1.4. Perfil de citoci<strong>na</strong>s intracitoplasmáticas em Linfócitos T do sangueperiférico dos cães vaci<strong>na</strong>dos com Leishmune® após estímulo in vitro comantígeno solúvel de Leishmania chagasiA Figura 7 mostra os resultados do índice de Linfócitos T citoci<strong>na</strong>s +(ASL/Controle) por período pós vaci<strong>na</strong>ção após estímulo in vitro com antígenosolúvel de Leishmania chagasi.A análise dos <strong>da</strong>dos mostrou um aumento do índice de Linfócitos T IL-17 + eT TNF-α + no grupo de animais após um mês de vaci<strong>na</strong>ção (T1) quandocomparados ao grupo de animais não vaci<strong>na</strong>dos (T0). Foi observado, que esteaumento não perdurou no grupo de animais com seis meses (T6) e um ano pós<strong>vaci<strong>na</strong>l</strong>(T12), mostrando um retorno aos níveis basais semelhantes aosobservados no grupo de animais anterior a vaci<strong>na</strong>ção (T0).A análise dos <strong>da</strong>dos também demonstrou uma que<strong>da</strong> do índice de LinfócitosT IL-4 + no tempo T6 quando comparados ao grupo de animais do tempo T1.Aumento este que não foi observado nos demais tempos pós-<strong>vaci<strong>na</strong>l</strong>. Já emrelação às análises dos índices de Linfócitos T IFN-γ + e T TGF-β + nenhumadiferença significativa foi observa<strong>da</strong> quando comparado os grupos de animais nãovaci<strong>na</strong>dos e vaci<strong>na</strong>dos.67


Resultados2.4IL-17a2.4TNF-α4IFN-γÍndice de Células Citoci<strong>na</strong>s + (ASL/Controle)1.20.01.20.0T0 T1 T6 T122.41.2TGF-βT0 T1 T6 T122.41.2IL-420T0 T1 T6 T120.0T0 T1 T6 T120.0T0 T1 T6 T12Tempo pós-vaci<strong>na</strong>çãoFigura 7- Perfil de citoci<strong>na</strong>s intracitoplasmáticas em Linfócitos T do sangue periférico dos cãesvaci<strong>na</strong>dos com Leishmune® após estímulo in vitro com antígeno solúvel de Leishmania chagasi.(T0) Grupo de animais não vaci<strong>na</strong>dos; (T1) Grupo de animais com 1 mês pós vaci<strong>na</strong>ção, (T6) Grupode animais com 6 meses pós vaci<strong>na</strong>ção, (T12) Grupo de animais com 12 meses pós vaci<strong>na</strong>ção. Osresultados estão expressos sob a forma do índice de células citoci<strong>na</strong>s + por tempo pós-vaci<strong>na</strong>ção.Diferenças significativas estão destaca<strong>da</strong>s por linhas conectoras quando p≤0,05.1.5. Perfil de citoci<strong>na</strong>s intracitoplasmáticas em Linfócitos T CD4 + do sangueperiférico dos cães vaci<strong>na</strong>dos com Leishmune® após estímulo in vitro comantígeno solúvel de Leishmania chagasiA Figura 8 mostra os resultados do índice de Linfócitos T CD4 + citoci<strong>na</strong>s +(ASL/Controle) por tempo pós-vaci<strong>na</strong>ção sob estímulo in vitro com antígeno solúvelde Leishmania chagasi.A análise dos <strong>da</strong>dos mostrou um aumento do índice de Linfócitos T CD4 +TNF-α + , no grupo de animais após um mês de vaci<strong>na</strong>ção (T1) quando comparadoao grupo de animais não vaci<strong>na</strong>dos (T0). Foi observado, que este aumento nãoperdurou no grupo de animais um ano pós-<strong>vaci<strong>na</strong>l</strong> (T12), mostrando um retornoaos níveis basais semelhantes aos observado no grupo de animais anterior avaci<strong>na</strong>ção (T0).68


ResultadosA análise dos <strong>da</strong>dos também demonstrou um aumento do índice deLinfócitos T CD4 + IFN-γ + , no tempo T6 quando comparados ao grupo de animaisnão vaci<strong>na</strong>dos (T0).Já em relação as análises dos índices de Linfócitos T CD4 + IL-17a + , T CD4 +TGF-β + e T CD4 + IL-4 + nenhuma diferença significativa foi observa<strong>da</strong> quandocomparado o grupo de animais não vaci<strong>na</strong>dos e vaci<strong>na</strong>dos.IL-17aTNF-αINF-γ2.42.44Índice de Células Citoci<strong>na</strong>s + (ASL/Controle)1.20.01.2T0 T1 T6 T120.0T0 T1 T6 T12TGF-β2.41.20.0T0 T1 T6 T12420IL-4T0 T1 T6 T1220T0 T1 T6 T12Tempo pós-vaci<strong>na</strong>çãoFigura 8- Perfil de citoci<strong>na</strong>s intracitoplasmáticas em Linfócitos T CD4 + do sangue periférico dos cãesvaci<strong>na</strong>dos com Leishmune® após estímulo in vitro com antígeno solúvel de Leishmania chagasi.(T0) Grupo de animais não vaci<strong>na</strong>dos; (T1) Grupo de animais com 1 mês pós vaci<strong>na</strong>ção, (T6) Grupode animais com 6 meses pós vaci<strong>na</strong>ção, (T12) Grupo de animais com 12 meses pós vaci<strong>na</strong>ção. Osresultados estão expressos sob a forma do índice de células citoci<strong>na</strong>s + por tempo pós-vaci<strong>na</strong>ção.Diferenças significativas estão destaca<strong>da</strong>s por linhas conectoras quando p≤0,05.69


Resultados1.6. Perfil de citoci<strong>na</strong>s intracitoplasmáticas em Linfócitos T CD8 + do sangueperiférico dos cães vaci<strong>na</strong>dos com Leishmune® após estímulo in vitro comantígeno solúvel de Leishmania chagasiA Figura 9 mostra os resultados do índice de Linfócitos T CD8 + citoci<strong>na</strong>s +(ASL/Controle) por tempo pós-vaci<strong>na</strong>ção após estímulo in vitro com antígenosolúvel de Leishmania chagasi.A análise dos <strong>da</strong>dos demonstrou um aumento do índice de Linfócitos TCD8+ IL-17a + no grupo de animais após um mês de vaci<strong>na</strong>ção (T1) quandocomparado ao grupo de animais não vaci<strong>na</strong>dos (T0). Foi observado, que esteaumento não perdurou no grupo de animais com seis meses (T6) e um ano pós<strong>vaci<strong>na</strong>l</strong> (T12), mostrando um retorno aos níveis basais semelhantes aos observadono grupo de animais anterior a vaci<strong>na</strong>ção (T0).A análise dos <strong>da</strong>dos também demonstrou uma que<strong>da</strong> do índice de LinfócitosT CD8 + IL-4 + no tempo T6 quando comparados ao grupo de animais não vaci<strong>na</strong>dos(T0) e ao grupo dos animais do tempo T1.Já em relação às análises dos índices de Linfócitos T CD8 + TNF-α + , T CD8 +IFN-γ + e T CD8 + TGF-β + nenhuma diferença significativa foi observa<strong>da</strong> quandocomparado o grupo de animais não vaci<strong>na</strong>dos e vaci<strong>na</strong>dos.70


ResultadosIL-17aTNF-αIFN-γ2.42.44Índice de Células Citoci<strong>na</strong>s + (ASL/Controle)1.20.0T0 T1 T6 T122.41.2TGF-β1.20.0T0 T1 T6 T122.41.220IL-4T0 T1 T6 T120.0T0 T1 T6 T120.0T0 T1 T6 T12Tempo pós-vaci<strong>na</strong>çãoFigura 9- Perfil de citoci<strong>na</strong>s intracitoplasmáticas em Linfócitos T CD8 + do sangue periférico dos cãesvaci<strong>na</strong>dos com Leishmune® após estímulo in vitro com antígeno solúvel de Leishmania chagasi.(T0) Grupo de animais não vaci<strong>na</strong>dos; (T1) Grupo de animais com 1 mês pós vaci<strong>na</strong>ção, (T6) Grupode animais com 6 meses pós vaci<strong>na</strong>ção, (T12) Grupo de animais com 12 meses pós vaci<strong>na</strong>ção. Osresultados estão expressos sob a forma do índice de células citoci<strong>na</strong>s + por tempo pós-vaci<strong>na</strong>ção.Diferenças significativas estão destaca<strong>da</strong>s por linhas conectoras quando p≤0,05.71


DISCUSSÃO136


DiscussãoDiante <strong>da</strong> importância <strong>da</strong> <strong>leishmaniose</strong> <strong>visceral</strong> huma<strong>na</strong> como problema desaúde pública é fun<strong>da</strong>mental o desenvolvimento de estratégias de prevenção eterapêuticas que reduzam a prevalência <strong>da</strong> doença no âmbito mundial. A busca porvaci<strong>na</strong>s que tenham uma forte eficácia contra a <strong>leishmaniose</strong> <strong>visceral</strong> tem sido feitopor agências e universi<strong>da</strong>des <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is envolvendo várioscandi<strong>da</strong>tos promissores [101]. No entanto, estes estudos têm demonstradoresultados controversos ou pouco conclusivos, o que tem incentivado o estudo denovos imunógenos que possam proporcio<strong>na</strong>r uma intervenção <strong>vaci<strong>na</strong>l</strong> eficaz para ocontrole <strong>da</strong> LVC.Dentre vários grupos de pesquisa que enfocam vaci<strong>na</strong>s contra LVC,podemos destacar o grupo <strong>da</strong> UFRJ, coorde<strong>na</strong>do pela professora Clarissa Palatnik,que desenvolveu uma vaci<strong>na</strong> de segun<strong>da</strong> geração, denomi<strong>na</strong><strong>da</strong> Leishmune ® . Apóssua aprovação pelo Ministério <strong>da</strong> Agricultura do Brasil, a Leishmune ® representaatualmente, uma ferramenta imunoprofilática promissora que poderia ser aplica<strong>da</strong>em campanhas de controle do calazar canino.Embora estudos de proteção tenham revelado potencial <strong>da</strong> Leishmune ® parao controle <strong>da</strong> LVC, algumas restrições para o uso deste imunobiológico tem sidoapresenta<strong>da</strong>s, principalmente devido a escassez de fun<strong>da</strong>mentação científicaacerca <strong>da</strong>s bases celulares e moleculares <strong>da</strong> imuni<strong>da</strong>de protetora pós-<strong>vaci<strong>na</strong>l</strong>.Com o intuito de contribuir nesse amplo contexto de investigação, nospropusemos investigar o perfil de citoci<strong>na</strong>s produzi<strong>da</strong>s por leucócitos circulantes nosangue periférico de animais após vaci<strong>na</strong>ção, a fim de a<strong>na</strong>lisar seu potencial comoimunoestimulador de importância para a efetivi<strong>da</strong>de <strong>vaci<strong>na</strong>l</strong>, verificando com estesmarcadores a sua duração, avaliando desta forma a necessi<strong>da</strong>de de realizarreforços vaci<strong>na</strong>is em período inferior ou até superior a um ano conforme érecomen<strong>da</strong>do pelo fabricante. Conseguindo obter estes marcadores, os mesmosserão empregados no desenvolvimento de um protótipo capaz de avaliar prediçãode proteção dos animais vaci<strong>na</strong>dos contra LVC, com este ou com outrosimunobilógicos utilizados contra LVC.Foram emprega<strong>da</strong>s metodologias que avaliaram o impacto <strong>da</strong> imunizaçãodos cães, submetidos a primo-vaci<strong>na</strong>ção utilizando a vaci<strong>na</strong> Leishmune® no perfilde citoci<strong>na</strong>s intracitoplasmáticas no sangue periférico e de citoci<strong>na</strong>s presentes nosobre<strong>na</strong><strong>da</strong>nte. Isto nos permitiu um estudo mais completo e detalhado <strong>da</strong> respostaimune e também proporcionou confrontar e ampliar o conhecimento acerca <strong>da</strong>73


Discussãodinâmica <strong>da</strong> resposta imune desencadea<strong>da</strong> pela vaci<strong>na</strong>. Portanto, este estudoalém de nos proporcio<strong>na</strong>r um levantamento <strong>da</strong> resposta imune gera<strong>da</strong> pelavaci<strong>na</strong>ção, contribuiu para a análise <strong>da</strong> efetivi<strong>da</strong>de <strong>vaci<strong>na</strong>l</strong> de um imunobiológicocomercialmente disponível.Os resultados referentes a ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s investigações serão discutidos aseguir, contextualizados com base em aspectos inerentes aos tempos pósvaci<strong>na</strong>ção.Considerando a complexi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> resposta imunológica que envolve a<strong>leishmaniose</strong>, buscamos através de diferentes enfoques fazer a caracterização doperfil de resposta imune celular envolvi<strong>da</strong> no processo de imunização de cãescontra esta doença. Com este intuito, realizamos um protocolo deimunofenotipagem de células do sangue periférico dos cães após o processo<strong>vaci<strong>na</strong>l</strong> para avaliar o impacto <strong>da</strong> imunização com a Leishmune ® no perfil desíntese de citoci<strong>na</strong>s intracitoplasmáticas do tipo 1 e do tipo 2 em linfócitos de cães,após a interação do sangue periférico com antígeno solúvel de Leishmania chagasie um protocolo de Enzyme-linked immunoabsorbent assay (ELISA) para avaliarperfil de síntese de citoci<strong>na</strong>s secreta<strong>da</strong> por leucócitos no sobre<strong>na</strong><strong>da</strong>nte <strong>da</strong> culturado sangue periférico após estímulo com antígeno solúvel de Leishmania chagasi.Moléculas <strong>na</strong> superfície de células hematopoiéticas desempenham umimportante papel no seu desenvolvimento e função, servindo como objetos decrescentes avanços no conhecimento sobre o sistema imune. Embora, anticorposdirigidos para uma ampla varie<strong>da</strong>de de marcadores moleculares de leucócitoshumanos e de camundongo sejam disponíveis comercialmente, um repertórioain<strong>da</strong> restrito encontra-se disponível para os estudos <strong>da</strong> resposta imune em cães.Em 1993 o First Inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l Canine Leucocyte Antigen Workshop – CLAW[102] foi conduzido com o objetivo de identificar antígenos de leucócitos caninos eanticorpos monoclo<strong>na</strong>is que reconhecessem antígenos homólogos, classificandoospor a<strong>na</strong>logia de acordo com a nomenclatura dos CD humanos e murinos. Desdeentão, reações cruza<strong>da</strong>s entre moléculas expressas por linfócitos humanos vêmsendo relata<strong>da</strong>s em várias publicações [103,104,105]. Atualmente são produzidosanticorpos monoclo<strong>na</strong>is dirigidos a um pequeno conjunto de antígenos de célulascani<strong>na</strong>s, capazes de identificar estágios de diferenciação, ativação, migraçãocelular e imunorregulação [106]. A utilização de anticorpos monoclo<strong>na</strong>isconjugados com moléculas fluorescentes específicos para moléculas cani<strong>na</strong>s, sua74


Discussãoutilização para imunofenotipagem através <strong>da</strong> citometria de fluxo, representa umapoderosa ferramenta para estudos imunológicos. Em nosso estudo, empregamosanticorpos monoclo<strong>na</strong>is anti-CD4 e anti-CD8 para caracterização desubpopulações celular e anticorpos monoclo<strong>na</strong>is Anti-citoci<strong>na</strong>s (IL-17a, TNF-α, IFNγ,TGF-β e IL-4) para marcação de citoci<strong>na</strong>s intracitoplasmáticas em células dosangue periférico submeti<strong>da</strong>s à cultura de sangue total por 48 horas, <strong>na</strong> ausênciaou presença do antígeno solúvel de Leishmania chagasi (ASL). Foi tambémutilizado a técnica de ELISA para determi<strong>na</strong>r os níveis de citoci<strong>na</strong>s (IL-8, TNF-α,IFN-γ, IL-4 e IL-10) secreta<strong>da</strong>s por leucócitos periféricos após estímulo in vitro.O hospedeiro imunocompetente é capaz de ativar as respostas inflamatóriasi<strong>na</strong>ta e adquiri<strong>da</strong> que vão estabelecer o grau de expressão <strong>da</strong> doença.Primeiramente, os macrófagos são ativados a um estado leishmanici<strong>da</strong> estimuladopor uma resposta de células T auxiliares do tipo 1 (Th1). Esta resposta envolve umcomplexo sistema com células apresentadoras de antígeno (APCs), células T CD4 +e uma grande liberação de citoci<strong>na</strong>s pró-inflamatórias [17].No nosso estudo, foi observado que o grupo de animais com 6 meses apósvaci<strong>na</strong>ção com a Leishmune ® apresentou um predomínio de resposta próinflamatóriamediado por IFN-γ e IL-8 quando a<strong>na</strong>lisa<strong>da</strong>s as citoci<strong>na</strong>s secreta<strong>da</strong>spor leucócitos após estímulo in vitro com antígeno solúvel de Leishmania chagasi.Sendo que o IFN- γ, aumentou após 1 mês <strong>da</strong> vaci<strong>na</strong>ção contra LVC.As citoci<strong>na</strong>s reguladoras IL-4, IL-10 e a IL-13 são citoci<strong>na</strong>s associa<strong>da</strong>s coma resposta do tipo 2 (Th2), capazes de interferir <strong>na</strong> resposta do tipo 1, inibindomacrófagos e, assim, favorecendo a infecção intracelular. Dados de um estudorealizado por Murray et al, 2002 demonstram que a ausência <strong>da</strong> IL-10 favorece aativação <strong>da</strong> resposta do tipo 1, promovendo a elimi<strong>na</strong>ção do parasito e umsinergismo <strong>da</strong> resposta imunológica com a quimioterapia em infecções agu<strong>da</strong>s[18].No sítio <strong>da</strong> infecção, há migração de neutrófilos que iniciam a fagocitose dosparasitos. Uma vez interiorizados, se inicia um processo de elimi<strong>na</strong>ção do parasitopelas enzimas proteolíticas e por espécies reativas de oxigênio produzi<strong>da</strong>s nointerior dos lisossomos que se fundem com os fagossomos formando osfagolisossomos. Neste processo, ocorre ain<strong>da</strong> a produção de IL-8, essencial paraa atração de novos neutrófilos. Da mesma forma, macrófagos são atraídos ao local75


Discussão<strong>da</strong> infecção, fagocitam o parasito e iniciam a produção de citoci<strong>na</strong>s como TNF-α,IL-6, IL-18 e IL-12 e de metabólitos tóxicos do oxigênio, como o ânion superóxido,o radical hidroxil e o peróxido de hidrogênio e a produção de óxido nítrico.Em nosso estudo, o perfil de citoci<strong>na</strong>s secretados por leucócitos do sangueperiférico dos cães imunizados quando avaliado através <strong>da</strong> frequência cumulativa(%) de cães após 6 meses, mostrou uma que<strong>da</strong> de IL-10 quando comparado aosanimais não vaci<strong>na</strong>dos, corroborando com um perfil protetivo, juntamente comaumento de IL-8 e IFN-γ que também foi observado. Os resultados demonstraramque o aumento <strong>da</strong> IL-8 não foi duradouro, pois os animais com 12 meses pósvaci<strong>na</strong>ção apresentaram títulos semelhantes aos observados nos animais nãovaci<strong>na</strong>dos. As citoci<strong>na</strong>s pró-inflamatórias (IL-8, TNF-α e IFN-γ) e também asreguladoras (IL-4 e IL-10) secreta<strong>da</strong>s por leucócitos periféricos no grupo deanimais 1 ano após vaci<strong>na</strong>ção não apresentaram diferença significativa em relaçãoaos animais não vaci<strong>na</strong>dos.A análise do perfil de assi<strong>na</strong>turas de citoci<strong>na</strong>s dos leucócitos dos cãesconfirma os resultados anteriores, pois demonstra que a vaci<strong>na</strong> desencadeia umaresposta com perfil de imuni<strong>da</strong>de inflamatório dos animais, especialmente devido aum aumento de produção de citoci<strong>na</strong>s como IL-8 e IFN-γ no grupo dos animais comum e seis meses pós vaci<strong>na</strong>ção, juntamente com um decréscimo significativo deIL-10 seis meses pós vaci<strong>na</strong>ção quando comparados ao grupo de animais nãovaci<strong>na</strong>dos. Por outro lado, a análise do perfil de assi<strong>na</strong>tura de citoci<strong>na</strong>s no grupode cães com dose meses pós <strong>vaci<strong>na</strong>l</strong> revelou uma que<strong>da</strong> de citoci<strong>na</strong>s inflamatóriase aumento de reguladoras, sendo detectado um perfil mais semelhante aos dogrupo de animais não vaci<strong>na</strong>dos.A análise comparativa do perfil <strong>da</strong>s assi<strong>na</strong>turas de citoci<strong>na</strong>s destacaram asparticulari<strong>da</strong>des <strong>da</strong> resposta imune media<strong>da</strong> por citoci<strong>na</strong>s desencadea<strong>da</strong>s peloestímulo in vitro em ca<strong>da</strong> tempo pós-<strong>vaci<strong>na</strong>l</strong>, esta análise demonstra uma mu<strong>da</strong>nçade perfil imunológico no decorrer do tempo pós <strong>vaci<strong>na</strong>l</strong>, enquanto os grupos deanimais não vaci<strong>na</strong>dos apresentaram altas frequências de citoci<strong>na</strong>s reguladoras ebaixas de inflamatórias e com um ano pós vaci<strong>na</strong>ção apresentaram baixa deinflamatórias, os grupos dos animais com um mês e seis meses pós vaci<strong>na</strong>ção,mostram altos níveis de citoci<strong>na</strong>s inflamatórias e baixos níveis de reguladoras.76


DiscussãoEmbora seja consenso que a morte <strong>da</strong> Leishmania por fagócitos seja oponto crucial <strong>da</strong> resolução <strong>da</strong> infecção, estudos realizados em modeloexperimental têm demonstrado que a ativação efetiva e persistente de macrófagosrequer um padrão de citoci<strong>na</strong>s deriva<strong>da</strong>s de células <strong>da</strong> imuni<strong>da</strong>de a<strong>da</strong>ptativa, parao controle efetivo <strong>da</strong> infecção. Além disso, cabe ressaltar a importância <strong>da</strong>imuni<strong>da</strong>de a<strong>da</strong>ptativa no contexto <strong>da</strong> memória pós-<strong>vaci<strong>na</strong>l</strong> e o seu papelfun<strong>da</strong>mental no direcio<strong>na</strong>mento de uma imuni<strong>da</strong>de i<strong>na</strong>ta pós-<strong>vaci<strong>na</strong>l</strong> mais efetiva[45]. Células T CD4 + desempenham um papel decisivo no estabelecimento <strong>da</strong>resposta imune específica <strong>na</strong> <strong>leishmaniose</strong>, pois podem mediar, através <strong>da</strong>produção de diferentes citoci<strong>na</strong>s, mecanismos efetores envolvidos no controle eprogressão <strong>da</strong> infecção [107]. Os linfócitos T auxiliares, que expressam moléculasCD4 em sua superfície, reconhecem peptídeos antigênicos no contexto de célulasapresentadoras de antígenos (APC) [108] e uma vez ativados, promovemconexões imunológicas entre eventos <strong>da</strong> imuni<strong>da</strong>de humoral, via interação T/Bbem como <strong>da</strong> imuni<strong>da</strong>de celular i<strong>na</strong>ta (via fagócitos e APCs) e a<strong>da</strong>ptativa (viacélulas T CD8 + ) [45].Nosso estudo visou caracterizar a contribuição <strong>da</strong> imuni<strong>da</strong>de a<strong>da</strong>ptativa nocontexto <strong>da</strong> vaci<strong>na</strong>ção anti-LVC, para isto, realizamos um estudo do perfil decitoci<strong>na</strong>s intracitoplasmáticas em linfócitos T periféricos dos cães vaci<strong>na</strong>dos apósestímulo in vitro com antígeno solúvel de Leishmania chagasi.A análise de citoci<strong>na</strong>s do tipo 1 tem sido considera<strong>da</strong> como um pré-requisitopara compor análises de imunogenici<strong>da</strong>de antes e após o desafio experimentalcom L. chagasi em ensaios clínicos vaci<strong>na</strong>is anti-LVC [47]. Neste sentido, osresultados dos índices de células T citoci<strong>na</strong>s + demonstraram um aumento decélulas T IL-17 + e T TNF-α + no grupo de animais com 30 dias de vaci<strong>na</strong>ção quandocomparados ao grupo de animais não vaci<strong>na</strong>dos.Alguns estudos relacio<strong>na</strong>m estas citoci<strong>na</strong>s a um perfil de resistência <strong>na</strong> LVC[109, 110] visto que são citoci<strong>na</strong>s pró-inflamatórias.Como já citado, o hospedeiro imunocompetente é capaz de ativar asrespostas inflamatórias i<strong>na</strong>ta e adquiri<strong>da</strong> que vão estabelecer o grau de expressão<strong>da</strong> doença. Esta resposta envolve um complexo sistema com célulasapresentadoras de antígeno (APCs), células T CD4 + e uma grande liberação decitoci<strong>na</strong>s pró-inflamatórias, como IL-12, IFN-γ, TNF-α. Esta mesma resposta77


Discussãoprevine a manifestação <strong>da</strong> doença após um estado latente e o estabelecimento defase crônica [17].Em nossos resultados, ao a<strong>na</strong>lisarmos as subpopulações separa<strong>da</strong>mente,linfócitos T CD4 + e T CD8 + , vimos que a fonte de células T TNF-α + foram de célulasT CD4 + , ao passo que a fonte de células T IL-17 + foram de células T CD8 + .Os resultados mostraram que no grupo de animais com 6 meses e 1 anoapós a vaci<strong>na</strong>ção com Leishmune ® estas citoci<strong>na</strong>s (IL-17a e TNF-α), tiveram umdecréscimo quando compara<strong>da</strong>s ao grupo de animais com 30 dias pós vaci<strong>na</strong>ção,voltando ao estado basal, semelhante ao perfil encontrado nos animais controle.Junto a isto, os resultados também mostraram uma redução do índice de células Texpressando IL-4 + no 6º mês pós <strong>vaci<strong>na</strong>l</strong> quando comparados ao grupo de animaiscom 30 dias pós <strong>vaci<strong>na</strong>l</strong>. Podemos observar que a subpopulação LT CD8 + , é quefoi a fonte desta citoci<strong>na</strong>. É sabido, que as citoci<strong>na</strong>s reguladoras, como porexemplo a IL-4, são associa<strong>da</strong>s com a resposta do tipo 2 (Th2), capazes deinterferir <strong>na</strong> resposta do tipo 1, inibindo ativi<strong>da</strong>de de macrófagos e, assim,favorecendo a infecção intracelular [18]. Por isso a diminuição desta citoci<strong>na</strong>poderia ser um indicador preditivo de sucesso <strong>da</strong> imunização de cães contra LVC.Muitos estudos indicam que a resposta imunológica Th2 predomi<strong>na</strong> durante umainfecção huma<strong>na</strong> agu<strong>da</strong> num quadro de <strong>leishmaniose</strong>, com a supressão <strong>da</strong>reativi<strong>da</strong>de de células T, predominância <strong>da</strong>s citoci<strong>na</strong>s IL-4 e IL-10 em relação aoIFN-γ e a ativação de células B policlo<strong>na</strong>is, resultando em umahipergamaglobulinemia [26]. O envolvimento de Th1 e Th2 <strong>na</strong> proteção eexacerbação <strong>da</strong> doença, respectivamente, tem sido demonstrado em modelomurino de <strong>leishmaniose</strong> cutânea [27] e <strong>visceral</strong> [28], principalmente porque a IL-4pode regular a ação de macrófagos [29]. No entanto, parece possível que, emalguns casos de <strong>leishmaniose</strong> <strong>visceral</strong>, um padrão misto Th1 e Th2 seja ativado,conforme revelado pelos altos níveis simultâneos de IFN-γ e de IL-4 detectados emcamundongos [30] e em cães [31]. Nestes casos, a IL-4 não apresentaria umpadrão imunoregulatório [32].Quando a<strong>na</strong>lisados juntos, estes <strong>da</strong>dos fornecem evidências <strong>da</strong> existênciade uma dicotomia <strong>da</strong> IL-4. Esta citoci<strong>na</strong> pode ter a capaci<strong>da</strong>de de estimular adiferenciação de células dendríticas em células produtoras de IL-12 estimulando aresposta Th1 e a resistência à infecção. Ao contrário, sua produção por células T78


DiscussãoCD4 + pode estar relacio<strong>na</strong><strong>da</strong> com a susceptibili<strong>da</strong>de e o direcio<strong>na</strong>mento <strong>da</strong>resposta para Th2 [26,34].Nossos resultados demonstraram um importante aumento de INF-γ emcélulas T CD4 + após estímulo in vitro com antígeno solúvel de L.chagasi. Estesresultados se semelham aos obtidos por Holzmuller et al. (2005) e Lemesre et al.(2007). Deste modo, estes autores relataram que macrófagos infectados com L.infantum de cães imunizados com a vaci<strong>na</strong> LiESAp que foram mantidos em cocultivocom linfócitos totais, apresentaram maiores níveis de IFN-γ no sobre<strong>na</strong><strong>da</strong>ntede cultura e consequentemente, melhor desempenho imunológico em controlar acarga parasitária in vitro. Além disso, demonstraram que a ativi<strong>da</strong>de microbici<strong>da</strong>resultava em apoptose intracelular de amastigotas. Estes <strong>da</strong>dos foram a<strong>na</strong>lisadoscom 72 horas após infecção in vitro.Araújo et al. (2009; 2011) observaram que o processo de vaci<strong>na</strong>ção com aLeishmune® induziu aumento do percentual de linfócitos T IFN-γ + , sendo que asubpopulação de Linfócitos T CD4 + foi a principal fonte produtora desta citoci<strong>na</strong>.Neste contexto, os níveis de IFN-γ obtidos no presente trabalho, foram maisexpressivos <strong>na</strong>s culturas com células T CD4 + . Além disso, foram semelhantes aosencontrados por Rodrigues et al. (2007) em que células mononucleares do sangueperiférico (CMSP) de cães foram capazes de produzir IFN-γ quando estimula<strong>da</strong>scom antígeno solúvel de L. chagasi, havendo redução <strong>da</strong> taxa de macrófagosinfectados. Por outro lado, Rodrigues et al. (2009) através de estudo com PBMC decães, estimulado com L. chagasi e co-cultivado com macrófagos infectados, obtevecorrelação positiva entre níveis de mRNA de IFN-γ e IL-4 e carga parasitária <strong>na</strong>sculturas estimula<strong>da</strong>s.Em relação à participação efetiva de linfócitos T CD4 + no direcio<strong>na</strong>mento <strong>da</strong>resposta imune, vários estudos têm demonstrado que estas células secretam umavarie<strong>da</strong>de de citoci<strong>na</strong>s e que estas desempenham um papel importante no sentidodo favorecimento <strong>da</strong> ativação de eventos <strong>da</strong> imuni<strong>da</strong>de celular e humoral. Assim, odirecio<strong>na</strong>mento <strong>da</strong> resposta imune para um padrão de participação efetiva delinfócitos B, linfócitos T CD8 + , bem como células <strong>da</strong> imuni<strong>da</strong>de i<strong>na</strong>ta, parece serconsequência direta do perfil do microambiente de citoci<strong>na</strong>s. Dependendo do tipode citoci<strong>na</strong> produzi<strong>da</strong> pelas células T CD4 + , diferentes mecanismos promotores <strong>da</strong>imuni<strong>da</strong>de i<strong>na</strong>ta e a<strong>da</strong>ptativa poderiam ser disparados. Em um microambiente de79


Discussãopredomínio de citoci<strong>na</strong>s do tipo 1 (como IL-12 e INF-γ) observa-se o favorecimentode mecanismos <strong>da</strong> resposta imune celular. Por outro lado, num microambiente compredomínio de citoci<strong>na</strong>s do tipo 2 (como IL-4 e IL-10) parece existir umfavorecimento de eventos <strong>da</strong> síntese de anticorpos pelas células B [115].A ação citotóxica de linfócitos T CD8 + co-cultivados com macrófagos caninosinfectados com L. infantum, foi demonstra<strong>da</strong> pela primeira vez em 1994. Nesteestudo, os linfócitos de cães assintomáticos foram capazes de produzir elevadosníveis de IFN-γ, ao passo que as células de cães sintomáticos não tinham estahabili<strong>da</strong>de. No entanto, os autores relataram que, em alguns animais, as células TCD4 + também eram capazes de lisar macrófagos, entretanto, sem especificarem asvias pelas quais a lise desencadea<strong>da</strong> por esta subpopulação de linfócito poderiaocorrer [109,116].Segundo Araújo et al, (2011) os resultados referentes ao padrão de síntesede citoci<strong>na</strong>s confirmaram o perfil seletivo <strong>da</strong> resposta imune desencadea<strong>da</strong> pelaLeishmune ® , com de síntese de IFN-γ por linfócitos T CD4 + e balanço favorável <strong>da</strong>síntese de IFN-γ sobre IL-4 por linfócitos T totais. Esses <strong>da</strong>dos, assim como osencontrados no nosso estudo, demonstraram a habili<strong>da</strong>de deste imunobiológico emdesencadear alterações fenotípicas capazes de induzir mecanismosimunoprotetores no âmbito <strong>da</strong> imunoprofilaxia <strong>da</strong> LVC.Ain<strong>da</strong> segundo Araújo et al, (2011) numa abor<strong>da</strong>gem adicio<strong>na</strong>l sobre opotencial imunogênico <strong>da</strong> Leishmune ® <strong>na</strong> resposta imune celular, um fatorimportante seria avaliar a capaci<strong>da</strong>de do imunógeno de induzir a produção deóxido nítrico (NO), que é um potente agente leishmanici<strong>da</strong>. O NO é um mediadorbiológico sintetizado por diferentes tipos celulares, pela ação de uma família deenzimas denomi<strong>na</strong><strong>da</strong>s óxido nítrico sintase (NOS), que incluem as isoformas nNOS(neuro<strong>na</strong>l), eNOS (endotelial) - conheci<strong>da</strong>s como cNOS (constitutivas) - e a iNOS(induzi<strong>da</strong>). A ativação do sistema imune e o estabelecimento de um perfil decaráter inflamatório está geralmente associado ao aumento <strong>na</strong> expressão de iNOS.O mecanismo de ativação e o papel funcio<strong>na</strong>l de iNOS encontra-se bemestabelecidos em macrófagos de camundongos e humanos. Entretanto, os eventosenvolvidos <strong>na</strong> ativi<strong>da</strong>de de iNOS em monócitos/macrófagos caninos ain<strong>da</strong>necessita ser esclarecido (21,111,117). Em humanos, uma forte expressão deiNOS tem sido descrita em tecidos de indivíduos infectados por L. donovani [118].80


DiscussãoOs autores sugerem que a indução <strong>da</strong> expressão de iNOS seja regula<strong>da</strong>primariamente em nível de transcrição e modula<strong>da</strong> por várias citoci<strong>na</strong>s ou produtosdo parasito. Em geral, IFN-γ, IL-2 e TNF-α são considerados potentes indutores <strong>da</strong>expressão de iNOS. Por outro lado, IL-4, IL-10 e TGF-β, são consideradossupressores <strong>da</strong> expressão de iNOS [119,120,121]. Vouldoukis et al. (1997),demonstraram que a IL-10 é um potente inibidor <strong>da</strong> geração de NO por macrófagoshumanos infectados com L. major ou L. infantum. Além disso, os autoresdemonstraram que a função <strong>da</strong> IL-10 aumentava quando associa<strong>da</strong> a IL-4.Considerando a importância do NO no controle do parasitismo de macrófagos porLeishmania, alguns autores correlacio<strong>na</strong>m os eventos de proteção <strong>na</strong> <strong>leishmaniose</strong>à maior expressão de iNOS e consequentemente uma produção mais eleva<strong>da</strong> deNO [123,124].Para avaliar a produção de NO por monócitos de animais vaci<strong>na</strong>dos com aLeishmune ® , Araújo et al, (2011) determinou o NO indiretamente através <strong>da</strong>avaliação dos níveis de nitrito em sobre<strong>na</strong><strong>da</strong>nte de cultura de célulasmononucleares do sangue periférico dos animais antes e após a vaci<strong>na</strong>ção. Osresultados demonstraram que o grupo de animais imunizados com essa vaci<strong>na</strong>apresentou um aumento significativo de produção de nitrito. Este resultadoassocia-se de forma interessante com o fato do grupo de animais do tempo comum mês e seis meses pós vaci<strong>na</strong>ção apresentarem um aumento <strong>na</strong> produção deIFN-γ por leucócitos periféricos após estímulo in vitro com antígeno solúvel deL.chagasi, sendo que no sexto mês a fonte principal foram linfócitos T CD4 +.A estreita relação entre a produção óxido nítrico e a síntese de IFN-γ porculturas de células de cães vaci<strong>na</strong>dos com a Leishmune ® , associado aosresultados anteriores obtidos no nosso estudo, que demonstram seletivi<strong>da</strong>de doenvolvimento de linfócitos T, nos dá suporte para sugerir que os animais até 6meses após vaci<strong>na</strong>ção com a Leishmune ® apresentam os mecanismosimunológicos compatíveis com desenvolvimento de proteção contra infecção porLeishmania. Ao passo que, com 1 ano após vaci<strong>na</strong>ção, os animais já nãoapresentam mais indícios de resposta imunológica de proteção, pois o perfil decitoci<strong>na</strong>s intracitoplasmáticas em células T (tanto T CD4 + quanto T CD8 + ),apresentando níveis basais semelhantes aos animais não vaci<strong>na</strong>dos, desta formaestes animais necessitariam de um reforço <strong>vaci<strong>na</strong>l</strong>.81


DiscussãoEm suma, os resultados obtidos neste estudo permitiram identificar o perfilde citoci<strong>na</strong>s produzi<strong>da</strong>s por leucócitos circulantes no sangue periférico de animaisem diferentes tempos pós imunização com a vaci<strong>na</strong> Leishmune ® através <strong>da</strong> buscapor marcadores biológicos que identificam um perfil de resposta imune protetoraem cães vaci<strong>na</strong>dos, que sejam indicativos de eficácia <strong>vaci<strong>na</strong>l</strong>. E além disso,através destes biomarcadores caracterizados, foi possível iniciar odesenvolvimento de um kit protótipo para predição de imunoproteção, que poderáfuturamente ser empregado em cães já imunizados com vaci<strong>na</strong>s comercialmentedisponíveis contra LVC.Embora, nosso estudo tenha fornecido informações relevantes acerca dopotencial imunogênico <strong>da</strong> Leishmune ® e do tempo de duração <strong>da</strong> imunização doscães pela vaci<strong>na</strong>, acreditamos <strong>na</strong> importância <strong>da</strong> continui<strong>da</strong>de deste e de outrosestudos, no sentido de gerar informações importantes que constituem ain<strong>da</strong>grandes lacu<strong>na</strong>s no entendimento <strong>da</strong> resposta imune no contexto <strong>da</strong>imunoprofilaxia <strong>da</strong> LVC. Assim, temos como perspectivas o desenvolvimento evali<strong>da</strong>ção do kit protótipo que possa ser utilizado para predição de imunoproteçãoem animais vaci<strong>na</strong>dos. Vale destacar que este kit poderia também ser empregadopara auxiliar a seleção de candi<strong>da</strong>tos vaci<strong>na</strong>is contra LVC, proporcio<strong>na</strong>ndo aredução dos custos para a experimentação em cães, uma vez que os experimentoscom este modelo, em ensaios clínicos vaci<strong>na</strong>is convencio<strong>na</strong>is, frequentementeultrapassam os 360 dias de experimentação.82


EVIDÊNCIAS e CONCLUSÃO


Evidências e ConclusãoAs principais evidências que embasam nossa conclusão geral estão lista<strong>da</strong>sabaixo:1) A análise <strong>da</strong> assi<strong>na</strong>tura de citoci<strong>na</strong>s secreta<strong>da</strong>s pelos leucócitos dos cãesvaci<strong>na</strong>dos com Leishmune®, demonstrou que a imunização foi capaz dedesencadear um perfil de resposta pró-inflamatória (perfil tipo 1) nos animais,especialmente devido a um aumento de produção de citoci<strong>na</strong>s como IL-8 e IFN-γem cães com um e seis meses pós vaci<strong>na</strong>ção, e também um decréscimosignificativo de IL-10 nos cães com 6 meses pós vaci<strong>na</strong>ção quando comparadosao grupo de animais não vaci<strong>na</strong>dos.2) A análise <strong>da</strong> assi<strong>na</strong>tura de citoci<strong>na</strong>s secreta<strong>da</strong>s pelos leucócitos dos animais docom um ano pós vaci<strong>na</strong>ção revelou uma diminuição de citoci<strong>na</strong>s inflamatóriasque haviam aumentado no sexto mês, sendo detectado um perfil maissemelhante aos cães não vaci<strong>na</strong>dos.3) A análise do perfil de citoci<strong>na</strong>s intracitoplasmáticas em linfócitos T periféricosapós estímulo in vitro com antígeno solúvel de Leishmania chagasi reveloutambém um predomínio de resposta pró-inflamatória no grupo de animais comum mês de vaci<strong>na</strong>ção pelo aumento do índice de células T IL-17a + e T TNF-α +quando comparados ao grupo de animais não vaci<strong>na</strong>dos.4) A análise do perfil de citoci<strong>na</strong>s intracitoplasmáticas em células T periféricas apósestímulo in vitro com antígeno solúvel de Leishmania chagasi mostrou umpredomínio de resposta pró-inflamatória sobre a regulatória no grupo de animaiscom seis meses de vaci<strong>na</strong>ção, pois os <strong>da</strong>dos demonstraram uma que<strong>da</strong> doíndice de células T IL-4 + quando comparados ao grupo de animais com um mêsapós vaci<strong>na</strong>ção. E especificamente diminuição no índice de células T CD8 + IL-4 + , aos seis meses pós vaci<strong>na</strong>ção, quando comparado ao grupo de animais nãovaci<strong>na</strong>dos e ao grupo de animais com um mês pós vaci<strong>na</strong>ção.5) Novamente a análise do perfil de citoci<strong>na</strong>s intracitoplasmáticas em células Tperiféricas após estímulo in vitro com antígeno solúvel de Leishmania chagasi84


Evidências e Conclusãorevelou um predomínio de resposta pró-inflamatória no grupo de animais comseis meses de vaci<strong>na</strong>ção, visto que os resultados demonstraram aumento noíndice de células T CD4 + IFN-γ + no grupo de animais com seis meses pósvaci<strong>na</strong>ção quando comparado ao grupo de animais não vaci<strong>na</strong>dos.6) No grupo de cães com um ano após vaci<strong>na</strong>ção, não foi encontra<strong>da</strong> nenhumadiferença significativa em relação ao perfil de citoci<strong>na</strong>s do grupo de cães nãovaci<strong>na</strong>dos, sugerindo retorno, <strong>da</strong>s alterações observa<strong>da</strong>s ao sexto mês, aosníveis basais após um ano.As evidências supracita<strong>da</strong>s nos levam a concluir que o processo <strong>vaci<strong>na</strong>l</strong>promove o desenvolvimento de um perfil de resposta imune celular sugestivo deinduzir imunoproteção aos cães vaci<strong>na</strong>dos. Porém, fica claro que até 6 meses apósvaci<strong>na</strong>ção, o grupo de animais permanece com um perfil de ativação demecanismos imunobiológicos efetivos contra antígeno solúvel de L. chagasi. Porsua vez, o grupo de animais com 1 ano pós vaci<strong>na</strong>ção retor<strong>na</strong>m à um perfil debiomarcadores basal semelhante ao grupo dos animais não vaci<strong>na</strong>dos, o que nospermite inferir que seja necessário o reforço <strong>vaci<strong>na</strong>l</strong> neste período.A metodologia proposta, de desenvolvimento de um KIT protótipo preditivode imunoproteção em cães vaci<strong>na</strong>dos com a Leishmune®, mostrou-se factível e amesma será emprega<strong>da</strong> em novos estudos utilizando outros imunobiológicos paraconfirmar sua viabili<strong>da</strong>de e aplicabili<strong>da</strong>de.85


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


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