20.11.2012 Views

O AEROSSOL DECOLA - EmbalagemMarca

O AEROSSOL DECOLA - EmbalagemMarca

O AEROSSOL DECOLA - EmbalagemMarca

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

PLÁSTICAS<br />

PET entra nos mercados<br />

de leites e iogurtes<br />

FECHAMENTOS<br />

Tampas menores para<br />

bebidas ganham espaço<br />

RESÍDUOS SÓLIDOS<br />

A cadeia do packaging<br />

se movimenta<br />

O <strong>AEROSSOL</strong> <strong>DECOLA</strong><br />

Consumo em alta e investimentos de fornecedores<br />

revigoram a produção local de embalagens nebulizadoras<br />

www.embalagemmarca.com.br<br />

ENTREVISTA: Alberto Moreau, da Avon, fala da importância da embalagem para as vendas diretas


EDITORIAL<br />

2 0 1 0<br />

EMB A L AG E MMAR C A é<br />

uma publicação mensal da<br />

Bloco de Comunicação Ltda.<br />

Rua Arcílio Martins, 53<br />

CEP 04718-040<br />

São Paulo, SP<br />

Tel.: (11) 5181-6533<br />

Fax: (11) 5182-9463<br />

www.embalagemmarca.com.br<br />

Filiada ao<br />

PRÊMIO EMBALAGEMMARCA<br />

TECNOLOGIAPRODUTIVIDADEGIROCONVENIÊNCIAINOVAÇÃOREDUÇÃODECUSTOSIMPACTOAMBIENTAL<br />

VIDADEPRATELEIRAAGREGAÇÃODEVALORLOGÍSTICAMATERIAISDESIGNCOMUNICAÇÃOSEGURANÇA<br />

Grandes cases de embalagem<br />

2 0 1 0<br />

}}} UMA CONVERSA COM O LEITOR<br />

Sobre notícias positivas e imitações<br />

capa da presente edição, como fala sobre o modo como consumidoras de cosméti-<br />

A<br />

devem ter notado nossos bem informados<br />

leitores, foi inspirada em<br />

recente capa da revista inglesa The<br />

Economist com reportagem sobre o<br />

cos se comportam em diferentes países e destaca a<br />

importância das embalagens no sistema de vendas<br />

diretas. Trata-se de uma entrevista que se encaixa<br />

na intenção de Em b a l a g E mma r c a de tornar mais<br />

crescimento da economia brasileira. Inspiramo- ampla e sistemática a cobertura sobre cosméticos e<br />

nos também no título “Brazil takes off” (“o Brasil artigos de higiene pessoal na revista, sem prejuízo<br />

decola”) daquela peça, aqui reproduzida. Segundo do noticiário sobre os demais segmentos.<br />

usos e costumes consolidados, criar adaptando – Toda esta introdução tem como razão de ser<br />

ou criar d’après alguma obra consagrada – não é o interesse em chamar a atenção para um fato às<br />

exatamente plagiar, desde que se deixe bem clara vezes esquecido, quando são feitas comparações<br />

a intenção. Como pode se ver na reportagem de com outras iniciativas em que prevalece o concei-<br />

capa, de autoria de Marcelo Marcondes, a cadeia to de preço (totalmente diferente do conceito de<br />

de valor dos aerossóis no Brasil está em plena valor). Esse fato é que a cada mês (e a cada dia,<br />

arrancada, depois de anos dependendo de impor- no site www.embalagemmarca.com.br) entregatações<br />

da Argentina. A capa à moda de The Ecomos aos leitores o mais denso e profundo connomist,<br />

convenhamos, mostra isso muito bem. junto de informações e conhecimento da mídia<br />

Mais notícias boas e substanciosas são ofe- especializada em embalagem no Brasil.<br />

recidas nesta edição. É o caso da reportagem de A propósito, cabe destacar, na página 54, o<br />

Guilherme Kamio sobre avanços tecnológicos na artigo do designer inglês Andrew Eyles, CEO<br />

produção de tampas, que resultam em benefícios da Blue Marlin Brand Design, sobre cópias de<br />

econômicos e ambientais para a fabricação dos produtos. Ele lembra que “a imitação talvez seja<br />

recipientes nos quais são aplicadas. Igualmente a forma mais sincera de enaltecimento”, ponde-<br />

animador é o balanço apresentado na reportarando no entanto que os imitados “não se sentem<br />

gem de Flávio Palhares sobre o estágio em que lisonjeados quando confrontados com a clonagem<br />

se encontram as providências<br />

de seus produtos”. É o dilema em que nos encon-<br />

de empresas e associações de<br />

tramos ao constatarmos que iniciativas nossas, na<br />

empresas para a implantação<br />

área editorial e em eventos, são disfarçadamente<br />

da lei que institui a Política<br />

“adaptadas” por outros. Devemos sentir-nos elo-<br />

Nacional dos Resíduos Sóligiados<br />

ou lesados? O melhor talvez seja assumir<br />

dos (PNRS). Parece que “vai<br />

o que se depreende das palavras de encerramento<br />

pegar”.<br />

do artigo de Eyles: “Líderes devem fazer exata-<br />

Na Entrevista do mês, mente o que deles se espera – liderar”.<br />

Alberto Moreau, vice-presidente<br />

de marketing da Avon,<br />

Wilson Palhares<br />

Diretor de redação: Wilson Palhares | palhares@embalagemmarca.com.br<br />

Editor executivo: Guilherme Kamio | guma@embalagemmarca.com.br<br />

Redação: redacao@embalagemmarca.com.br<br />

Flávio Palhares | flavio@embalagemmarca.com.br<br />

Marcella Freitas | marcella@embalagemmarca.com.br<br />

Colaborou nesta edição: Marcelo Marcondes<br />

Departamento de arte: arte@embalagemmarca.com.br<br />

Diretor de arte: Carlos Gustavo Curado | carlos@embalagemmarca.com.br<br />

assistente de arte: Jorge H. I. F. Santos | jorge@embalagemmarca.com.br<br />

Administração:<br />

Eunice Fruet | eunice@embalagemmarca.com.br<br />

Marcos Palhares | marcos@embalagemmarca.com.br<br />

Departamento Comercial: comercial@embalagemmarca.com.br<br />

Juliana Lenz | juliana@embalagemmarca.com.br<br />

Karin Trojan | comercial@embalagemmarca.com.br<br />

Wagner Ferreira | wagner@embalagemmarca.com.br<br />

Circulação e Assinaturas (Assinatura anual: R$ 99,00):<br />

Marlyan Dulz | assinaturas@embalagemmarca.com.br<br />

Eventos: Manuel Dias | eventos@embalagemmarca.com.br<br />

“Iniciativas nossas<br />

são ‘adaptadas’ por<br />

outros. Devemos<br />

sentir-nos elogiados<br />

ou lesados? O<br />

melhor, como se<br />

aconselha,<br />

talvez seja ter em<br />

mente que ‘líderes<br />

devem fazer<br />

exatamente o que<br />

deles se espera –<br />

liderar’”<br />

Público-Alvo<br />

EM BA LA G E M M AR CA é di ri gi da a pro fis sio nais que<br />

ocu pam car gos de di re ção, ge rên cia e su pervi<br />

são em em pre sas integrantes da ca deia de<br />

em ba la gem. São profissionais envolvidos com<br />

o desenvolvimento de embalagens e com poder<br />

de decisão colocados principalmente nas indústrias<br />

de bens de consumo, tais como alimentos,<br />

bebidas, cosméticos e medicamentos.<br />

O con teú do edi to rial de EM BA LA G E M M AR CA é<br />

resguar da do por di rei tos au to rais. Não é<br />

per miti da a re pro du ção de ma té rias edi to riais<br />

pu bli ca das nes ta re vis ta sem au to ri za ção<br />

da Blo co de Co mu ni ca ção Ltda. Opi niões<br />

ex pres sas em ma té rias as si na das não re fle tem<br />

ne ces sa ria men te a opi nião da re vis ta.<br />

caPa: © stePhen sWeet | dreamstime.com e andrÉ godoY


sumáRio }}} Nº 140 }}} ABRIL 2011<br />

Fechamentos<br />

setor de tampas aumenta oferta de<br />

soluções compatíveis com padrão mais<br />

curto de gargalo de garrafas de Pet<br />

mais: tendência de tampas menores<br />

chega ao mercado de óleos de cozinha<br />

Limpeza doméstica<br />

evita-mofos da soin ganha<br />

embalagens recarregáveis<br />

Entrevista<br />

4 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011<br />

32<br />

36<br />

VP de marketing da avon fala de comportamentos<br />

de consumo e da importância<br />

da embalagem nas vendas diretas<br />

44<br />

Lácteos<br />

leite pasteurizado e<br />

iogurte líquido adotam<br />

embalagens de Pet<br />

10<br />

Reportagem de capa<br />

Cenário desfavorável para aerossóis<br />

muda a reboque de injeções de gás nos<br />

mercados consumidores e fornecedores<br />

Resíduos sólidos<br />

associações de fabricantes<br />

de embalagens começam a<br />

se adaptar à Política nacional<br />

de resíduos sólidos<br />

18<br />

46<br />

57 Destilados<br />

grupo Petrópolis<br />

apresenta vodca premium<br />

para concorrer com a<br />

sueca absolut


Bricolagem<br />

novo rótulo e tampa<br />

“pendurável” dão destaque<br />

a embalagem de cola<br />

E mais<br />

Editorial<br />

Só na web<br />

Panorama<br />

Painel Gráfico<br />

Artigo: Andrew Eyles<br />

Display<br />

Índice de Anunciantes<br />

Almanaque<br />

58 Internacional<br />

Pepsi anuncia criação<br />

de garrafa de Pet de<br />

origem 100% vegetal<br />

59<br />

65 Eventos<br />

onu e interpack debatem maneiras<br />

de a embalagem minimizar<br />

desperdício de alimentos<br />

3<br />

8<br />

26<br />

52<br />

54<br />

60<br />

64<br />

66<br />

www.embalagemmarca.com.br


SÓ NA WEB<br />

Amostra da seção diária de notícias de www.embalagemmarca.com.br e da e-newsletter semanal da revista<br />

ROTULAGEM<br />

DISPLAY<br />

Cerveja mais leve<br />

Schincariol lança<br />

cerveja em garrafa de<br />

147 gramas. Produzida<br />

pela Owens-Illinois do<br />

Brasil, a embalagem é a<br />

mais leve, em vidro, no<br />

mercado de cervejas<br />

emb.bz/schin<br />

Memória na embalagem<br />

Cerveja Paulistânia adota<br />

rótulos com fotos antigas da<br />

rede Pão de Açúcar<br />

emb.bz/paulistania<br />

INTERNACIONAL<br />

Caixa para placa mãe serve<br />

como gabinete de computador<br />

A fabricante de componentes de informática<br />

Asus apresentou em Hannover, na<br />

Alemanha, uma caixa para placas-mãe que<br />

pode ser utilizada como gabinete para o<br />

computador. Chega ao mercado em junho.<br />

emb.bz/asus<br />

SUSTENTABILIDADE<br />

“Garrafa filtrante” será vendida no Brasil<br />

O Brasil está na mira do Bobble, garrafa reutilizável<br />

produzida em plástico reciclado e dotada de um<br />

pequeno elemento filtrante interno acoplado à tampa.<br />

A embalagem foi inventada pela americana Move<br />

Collective e projetada pelo designer Karim Rashid<br />

emb.bz/bobble<br />

Acompanhe-nos nas redes sociais:<br />

twitter.com/embalagemmarca<br />

facebook.com/embalagemmarca<br />

Edição: FlÁVio PalharES ||| flavio@embalagemmarca.com.br<br />

METÁLICAS<br />

Brasil pode receber<br />

mais um fabricante<br />

de latas para bebidas<br />

A Can Pack, fabricante de<br />

embalagens metálicas do<br />

grupo polonês Pol-Am-Pack,<br />

estuda a instalação de fábrica<br />

na Zona Franca de Manaus<br />

emb.bz/canpack<br />

LEGISLAÇÃO<br />

Anvisa suspende<br />

programa de<br />

rastreamento<br />

de remédios<br />

O programa nacional<br />

de identificação e<br />

rastreamento de<br />

medicamentos foi<br />

suspenso no início de<br />

março pela Agência<br />

Nacional de Vigilância<br />

Sanitária (Anvisa).<br />

emb.bz/anvisa<br />

PAINEL GRÁFICO<br />

Visionflex é<br />

certificada<br />

A Visionflex Soluções<br />

gráficas, de São<br />

Paulo, recebeu o<br />

selo FSC (Forest<br />

Stewardship Council,<br />

ou Conselho de<br />

Manejo Florestal),<br />

principal certificado<br />

para produtos de<br />

origem florestal.<br />

emb.bz/visionflex<br />

8 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br


}}} Fechamentos<br />

Cresce a redução<br />

Menor e mais sustentável, novo gargalo para garrafas de PET<br />

conquista bebidas nacionais e movimenta o mercado de tampas<br />

Por Guilherme Kamio<br />

uando marcas líderes mudam suas<br />

Q<br />

embalagens não costuma tardar<br />

para os demais players segui-las<br />

de cambulhada. É esse o motivo<br />

da multiplicação, no País, da oferta<br />

das tampas plásticas de rosca compatíveis com<br />

o PCO 1881 – novo padrão de gargalo de garrafas<br />

de PET para refrigerantes, águas minerais,<br />

sucos e outras bebidas de altíssimo giro. Nos<br />

últimos meses, pesos-pesados como Coca-Cola,<br />

AmBev, Minalba e Nestlé resolveram incorporar<br />

a novidade, deflagrando uma transformação no<br />

mercado. “O viés é de migração total”, avalia<br />

Alfredo Izzo, gerente de cadeia de valor da America<br />

Tampas.<br />

Conhecida até o fim de 2010 como Crown<br />

Tampas, quando mudou de nome em decorrência<br />

CompactGuard, da America<br />

Tampas, é uma das opções<br />

short height oferecida no<br />

mercado nacional<br />

de alterações em sua estrutura societária, a America<br />

Tampas tem hoje aproximadamente 40% de<br />

sua produção dedicada a tampas compatíveis com<br />

o gargalo 1881. A projeção da empresa é ter esse<br />

percentual dobrado até o final de 2011. “Acreditamos<br />

que este ano será um divisor de águas para<br />

a tendência”, afirma Izzo. Consultados por Em b a -<br />

l a g E mma r c a, outros importantes fornecedores<br />

locais de fechamentos confirmaram rearranjos<br />

parecidos em seus parques fabris, ou declararam<br />

ter estratégias montadas para conversões ligeiras<br />

caso ocorram disparadas na demanda.<br />

É fácil compreender toda a expectativa gerada<br />

pelo novo desenho de gargalo. Aprovado há<br />

pouco mais de três anos pela International Society<br />

of Beverage Technologists (ISBT), autoridade<br />

em assuntos técnicos para a indústria mundial


de bebidas, o PCO 1881 apresenta algumas<br />

diferenças marcantes em relação aos padrões<br />

1810 ou 1816 – gargalos para garrafas de PET<br />

mais difundidos no planeta e que se mantiveram<br />

paradigmáticos no mercado brasileiro por quase<br />

duas décadas. O novo modelo assegura o mesmo<br />

desempenho de vedação das versões clássicas,<br />

porém é aproximadamente 4 milímetros<br />

mais baixo e tem desenho da rosca abreviado,<br />

com passo (largura) quase meio milímetro mais<br />

estreito. Tais alterações propiciam aliviamentos<br />

médios de de 1,5 grama e de meio grama, respectivamente,<br />

no consumo de resina PET por garrafa<br />

e de polipropileno ou polietileno por tampinha.<br />

Basta multiplicar os resultados do desbaste<br />

por dezenas ou centenas de milhões, faixas em<br />

que gravitam as produções anuais das bebidasalvo,<br />

para se ter ideia das potenciais economias<br />

de matérias-primas e consequentes desonerações<br />

nos borderôs dos end-users. No início do<br />

ano passado, a Krones, conhecida fabricante de<br />

máquinas envasadoras para bebidas em PET,<br />

divulgou os resultados de um estudo sobre efeitos<br />

do uso do PCO 1881 numa linha de 24 000<br />

unidades por hora e 92% de eficiência. Em seis<br />

dias de produção por semana, em três turnos, a<br />

economia em resina para a moldagem de pré-formas<br />

de 1,55 grama seria de 75 000 reais mensais<br />

(a tonelada do PET fora orçada em 3 700 reais).<br />

Para uma tampa com milheiro cotado em 28<br />

reais, uma redução de meio grama (10%) geraria<br />

uma amortização de 37 000 reais.<br />

Corte faz diferença<br />

Sob garantia de anonimato, o diretor de compras<br />

de uma engarrafadora de refrigerantes que utiliza<br />

o novo padrão há cerca de um ano fez o seguinte<br />

relato à reportagem. “Reduzimos os custos e<br />

pudemos baixar nossos preços em alguns centavos.<br />

Não é muito, mas no nosso negócio a redução<br />

faz diferença.”<br />

Segundo um cálculo oficioso, o retorno sobre<br />

o investimento na conversão do padrão de gargalo<br />

tende a ocorrer em torno de doze meses numa<br />

produção de médio porte, situada na casa das<br />

50 milhões de unidades por ano. Depois desse<br />

período viriam os dividendos. Cabe ressaltar,<br />

no entanto, que vantagens financeiras não são<br />

os únicos benefícios aquinhoados pela troca<br />

Guaraná Antarctica dá ideia das reduções de gargalo<br />

e tampa (da esq. para a dir.) viáveis com o PCO 1881<br />

de PCOs. A diminuição no uso de matériasprimas<br />

e seus efeitos colaterais, como menor<br />

consumo energético, otimizações logísticas e<br />

outros ganhos operacionais, reduzem o impacto<br />

ambiental da operação. Não à toa, tanto a<br />

Coca-Cola, que estreou o PCO 1881 em seus<br />

refrigerantes há dois anos numa parceria com a<br />

Closures Systems International (CSI) (ver Em b a -<br />

l a g E mma r c a nº 113, janeiro de 2009), quanto<br />

a AmBev, que seguiu a trilha com o Guaraná<br />

Antarctica e suas demais bebidas gaseificadas<br />

empregando tampas da Ravibrás (ver nº 118,<br />

junho de 2009), têm alardeado o apelo sustentável<br />

de suas iniciativas.<br />

É importante dizer que bandear para o PCO<br />

1881 exige dos fabricantes de bebidas ajustes<br />

gerais em suas operações de acondicionamento.<br />

Mesmo assim, as tampas podem ser consideradas<br />

as pedras angulares dos projetos. Sucede que a<br />

injeção de pré-formas, o posterior sopro das garrafas<br />

e o envasamento dos recipientes podem em<br />

muitos casos se adequar ao novo gargalo através<br />

de retificações de moldes e ajustes de máquinas.<br />

Com as peças de vedação não dá para improvisar;<br />

precisam ser soluções sob medida, de perfil<br />

baixo – ou short height, como se convencionou<br />

identificá-las. Isso explica o alvoroço que se<br />

observa no setor de produção de tampas.<br />

“Embora grandes nomes já tenham enve-<br />

abril 2011<br />

<strong>EmbalagemMarca</strong><br />

11


edado pelo novo formato, muitos ainda não o<br />

fizeram, principalmente engarrafadores de atuação<br />

regional, que não deixam de ter volumes de<br />

produção significativos”, afirma Donato Edson<br />

Desiderio, gerente comercial da Garboni. A<br />

empresa fluminense oferece desde o ano passado<br />

tampas apropriadas ao formato PCO 1881 para<br />

bebidas com ou sem gás, com destaque para o<br />

modelo Miwa Light. Indicado para a vedação de<br />

garrafas de água mineral natural, ele pesa somente<br />

1,6 grama. “É praticamente a metade do peso<br />

de muitas tampas de rosca no padrão PCO 1810”,<br />

ressalta Donato.<br />

Com resultados mais ou menos parecidos<br />

ao obtido pela Garboni, todos os demais fornecedores<br />

de renome desenvolveram tampinhas<br />

mais leves e baixas para o gargalo emergente,<br />

confiantes na irreversibilidade da transição. Isso<br />

Redução aliada à conveniência<br />

O quadro de agitação pela mudança do<br />

gargalo PCO 1810 para o PCO 1881, mais<br />

curto, não se restringe às tampas mais<br />

simples, do tipo screw cap (de rosca).<br />

Fornecedores começam também a apresentar<br />

sistemas de vedação mais nobres adequados<br />

ao gargalo mais curto.<br />

A Closure Systems International (CSI), que<br />

milita na área de tampas de perfil baixo com<br />

sua linha Mini, lançou recentemente uma<br />

tampa push-pull esportiva (com bico dosador)<br />

compatível com o PCO 1881. Batizada<br />

de Sport-Lok Mini 28mm, a solução, construída<br />

em três peças, foi adotada pela<br />

Coca-Cola brasileira na linha de isotônicos<br />

i9, substituindo uma versão para o gargalo<br />

1810. “É uma solução mais leve, que permite<br />

melhorar as margens de rentabilidade dos<br />

engarrafadores e contribuir com a susten-<br />

não quer dizer, contudo, que não existam desconcertos<br />

sobre os rumos do mercado. É o caso<br />

da discussão sobre a composição ideal dos novos<br />

fechamentos. Enquanto alguns fornecedores preferem<br />

tampas dotadas de vedante (disco de EVA<br />

inserido no domo das tampas, também conhecido<br />

como liner) para a retenção da carbonatação de<br />

bebidas gasosas, outros são partidários da eliminação<br />

do acessório.<br />

A America Tampas, por exemplo, encaixa-se<br />

no primeiro grupo. Sua linha de tampas de rosca<br />

short height, denominada CompactGuard, apresenta<br />

vedante – um modelo especial, denominado<br />

“flutuante”, alegadamente menos suscetível a<br />

perdas de estanqueidade causadas por variações<br />

de temperatura, solavancos e ligeiras deformações<br />

do gargalo capazes de acontecer durante a distribuição<br />

das pré-formas ou das garrafas. “Trata-se<br />

tabilidade, devido à redução de recursos<br />

materiais”, sustenta Noelia Francioli, analista<br />

de marketing da CSI.<br />

A multinacional alemã Bericap também disponibiliza<br />

há alguns meses uma sport cap<br />

similar para o padrão PCO 1881. Um dos<br />

primeiros adeptos foi o grupo americano<br />

Dr Pepper Snapple, que passou a utilizar a<br />

solução no mercado americano de águas<br />

minerais. Outra provedora na mesma rota<br />

é a Aptar. A empresa começa a oferecer<br />

Tampa esportiva<br />

da CSI já pode ser<br />

vista no i9. Aptar<br />

lançou solução<br />

similar<br />

Garboni criou<br />

tampas até 50%<br />

mais leves que as<br />

opções clássicas<br />

SuperShorty, da Bericap,<br />

aplicada em garrafa de<br />

cerveja europeia<br />

no mercado brasileiro a 1881 Light Original<br />

Sport, tampa esportiva que se diferencia pela<br />

sobretampa flip-top. “O perfil baixo possibilita<br />

uma economia de material no gargalo<br />

da ordem de 25% em relação às versões<br />

convencionais”, detalha a gerente de desenvolvimento<br />

de mercado da empresa para a<br />

América do Sul, Isabel La Rocca.<br />

A novidade está disponível com orifício<br />

standard de 7 milímetros ou com a válvula<br />

de silicone, que melhora o controle do fluxo<br />

da bebida, evitando respingos. Segundo a<br />

Aptar, a peça é compatível com a reciclagem<br />

de PET.<br />

12 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br


de um acessório importante para garantir a integridade<br />

dos produtos ante as condições extremas que<br />

eles têm de suportar no transporte”, argumenta<br />

Alfredo Izzo.<br />

Outras fornecedoras são mais cautelosas.<br />

A Garboni, por exemplo, oferece tampas nas<br />

duas versões. Donato, no entanto, não esconde<br />

a preferência pessoal pela solução sem liner.<br />

“O consumo de resina é menor e a reciclagem é<br />

facilitada pela presença de um único material”.<br />

O gerente comercial da Garboni entende que<br />

as tampas linerless só não são consensuais no<br />

mercado devido a experiências malfadadas ocorridas<br />

no passado. “Houve vendas de tampas sem<br />

qualidade, que causaram problemas e deixaram<br />

péssima impressão”, conta o executivo.<br />

Multinacionais têm as duas opções<br />

O trabalho em ambas as vertentes é também o<br />

caminho trilhado pelas multinacionais Bericap<br />

e CSI, ambas com forte atuação no mercado<br />

brasileiro. A primeira demonstra ser favorável<br />

às tampas de uma peça em seu catálogo Super-<br />

Shorty, mas não se privou de lançar um modelo<br />

com vedante. Já a segunda, cuja tampa para<br />

PCO 1881 Xtra-Lok Mini já tem boa clientela<br />

no mercado local – é utilizada pelos refrigerantes<br />

e pelas águas minerais da Coca-Cola, pelos<br />

sucos concentrados Maguary e Dafruta, da Ebba<br />

(Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos), e<br />

Mirvi lança<br />

tampas sem<br />

liner: tendência<br />

europeia<br />

Vedete da CSI para gargalo<br />

curto, Xtra-Lok Mini é<br />

adotada pela Coca-Cola<br />

pelas águas Minalba, Indaiá, Sarandi e Bioleve –<br />

também criou uma opção sem liner para bebidas<br />

gasosas, a Omni-Lok Mini. “O produto ainda não<br />

está disponível no Brasil, mas já é utilizado no<br />

mercado peruano”, diz Noelia Francioli, analista<br />

de marketing da CSI.<br />

Por sua vez, a Mirvi, subsidiária da espanhola<br />

Betapack e com atuação importante no mercado<br />

nacional de tampas para óleos de cozinha,<br />

prepara sua estreia no terreno de tampas para<br />

embalagens de PET apostando alto nas tampas<br />

sem liner. “Os mercados europeu e asiático têm<br />

preferido essa abordagem, que permite maior<br />

redução no consumo de material e resulta em<br />

produtos finais com maior apelo de sustentabilidade”,<br />

afirma o gerente de vendas da empresa,<br />

Marcelo Adell.<br />

As tampas da Mirvi são moldadas em polietileno<br />

de alta densidade (PEAD), e não em polipropileno<br />

(PP), o material mais popular entre as<br />

soluções para garrafas de PET. De acordo com<br />

Adell, isso se deve ao fato de a fornecedora prever<br />

um ciclo mais acentuado de alta na cotação<br />

do PP. Os sucessivos aumentos de preços das<br />

resinas termoplásticas, aliás, é visto pelo setor de<br />

tampas como o virtual empecilho para a propagação<br />

definitiva do PCO 1881. “Os acréscimos<br />

têm sido descabidos, acima do nível da inflação”,<br />

critica Donato, da Garboni. “Isso pode acabar<br />

confundindo os clientes quanto à percepção das<br />

vantagens da troca.”<br />

America Tampas<br />

(11) 2504-7012<br />

www.americatampas.com.br<br />

Aptar<br />

(11) 4196-7500<br />

www.aptar.com<br />

Bericap<br />

(15) 3235-4500<br />

www.bericap.com<br />

Closures Systems<br />

International<br />

(11) 4134-2500<br />

www.csiclosures.com<br />

Garboni<br />

(24) 2244-3300<br />

www.garboni.com.br<br />

Mirvi<br />

(11) 4409-0100<br />

www.mirvibrasil.com.br<br />

Ravibras Embalagens<br />

(11) 4689-6500<br />

www.gruporavi.com.br<br />

14 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br


}}} Fechamentos<br />

A Liza abre a porteira<br />

Tendência de revisão de gargalos e adoção de tampas<br />

menores chega ao mercado de óleos de cozinha<br />

as bebidas, a tendência da ado-<br />

D<br />

ção de gargalos e fechamentos<br />

mais curtos para garrafas de PET<br />

agora promete fazer barulho no<br />

terreno dos óleos de cozinha. A<br />

expectativa se deve à adoção de um padrão<br />

de embalagem mais leve, que demanda menor<br />

consumo de materiais plásticos, por uma das<br />

principais marcas do mercado brasileiro, a<br />

Liza, da Cargill.<br />

Os catalisadores do projeto foram as ofertas<br />

de novos formatos de pré-formas pelos principais<br />

fornecedores da Cargill, cujas identidades<br />

não são reveladas pela empresa, ajustes em<br />

máquinas e a implantação de uma tampa fliptop<br />

com perfil reduzido, desenvolvida pela<br />

Bericap em polietileno. Com o projeto, o gargalo<br />

das garrafas “emagreceu” em 50%, passando<br />

de 2,7 gramas para 1,35 grama. O novo<br />

fechamento, por sua vez, é 1 grama mais leve,<br />

o que representa uma redução de aproximada-<br />

Na área de tampas do tipo childproof, que buscam evitar<br />

aberturas indevidas de embalagens de produtos perigosos<br />

por crianças, a Clever Pack lançou uma solução que também<br />

apela à sustentabilidade. Trata-se de uma tampa fliptop<br />

que incorpora travas de segurança e depende de dois<br />

movimentos simultâneos para sua abertura: a compressão<br />

das travas e o levantamento da peça superior basculante.<br />

Segundo Claudio Patrick, diretor da fornecedora, a novidade<br />

é em média 30% mais leve que outros sistemas de fechamento<br />

à prova de uso por crianças. “Diferentemente<br />

das soluções concorrentes, a nossa é feita numa<br />

única matéria-prima, o polipropileno, e não requer<br />

montagem, enquanto as demais combinam polipropileno<br />

com polietileno e exigem a etapa<br />

mente 30% em peso.<br />

A troca de embalagem começou em dezembro<br />

de 2010, com a inauguração da primeira<br />

linha de envase da Cargill adaptada ao novo<br />

formato. No último mês de março, a empresa<br />

instalou uma segunda linha, e espera modificar<br />

gradualmente todo seu parque instalado.<br />

Economia de 518 toneladas<br />

Procurada pela reportagem, a fabricante evitou<br />

dar detalhes do projeto de conversão fabril. No<br />

entanto, revelou que a nova embalagem propiciará<br />

uma economia com polietileno equivalente<br />

a 518 toneladas por ano, o que corresponde<br />

a 230 milhões de tampinhas. “A reformulação<br />

representa ganhos para o consumidor e para o<br />

meio ambiente”, diz a empresa, por meio de<br />

sua assessoria de imprensa. Além de iniciativa<br />

de cunho sustentável, a mudança de gargalo<br />

e tampa promete também levar vantagens ao<br />

consumidor. “A nova versão possui duas abas<br />

Uma solução childproof mais sustentável<br />

Nova solução é 30% mais leve que as<br />

tampas childproof convencionais.<br />

Mat Inset líquido é o primeiro usuário<br />

adicional na fabricação”, diz o profissional.<br />

O diretor da Clever Pack acrescenta outro benefício da novidade.<br />

De acordo com ele, a tampa emite um estampido ao<br />

ser acionada, permitindo que deficientes visuais tenham certeza<br />

do travamento. “Isso não ocorre nas soluções childproof<br />

convencionais, como as tampas de rosca do tipo ‘abaixe e<br />

gire’”, diz Patrick. Recém-adotada pela Hypermarcas nos<br />

frascos de 500 mililitros da linha de inseticidas líquidos Mat<br />

Inset, a invenção, disponível para gargalos no diâmetro 28<br />

milímetros, ganhará em breve opções mais largas, adequadas<br />

ao fechamento de potes de medicamentos. A<br />

aposta da fornecedora é grande. No fim de<br />

2010, a solução foi apontada como uma<br />

das principais inovações em embalagem<br />

na Pack Expo International, feira do setor<br />

do packaging realizada em Chicago, nos<br />

Estados Unidos.<br />

16 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br


Reformulação bancada pela Cargill gerou embalagem com gargalo 50% mais leve e tampa com peso aliviado em 1 grama<br />

para abertura do produto, em vez de uma, o que<br />

facilita o manuseio para destros e canhotos”,<br />

assinala a Cargill.<br />

Gerente-geral da Bericap, Aurel Forgaci diz<br />

esperar uma maior difusão de soluções nos<br />

moldes daquela implantada pela Cargill. “Há<br />

cinco anos tivemos uma experiência com os<br />

óleos da cooperativa agroindustrial Comigo, mas<br />

não aconteceu propriamente uma disseminação<br />

do conceito”, rememora o executivo. Agora, a<br />

expectativa é de que o conceito possa se disseminar<br />

na seara dos óleos de cozinha à moda do<br />

que vem ocorrendo com refrigerantes e águas<br />

minerais. “Assim como as bebidas, os óleos têm<br />

produção altíssima”, expõe Forgaci. “Ou seja,<br />

o payback de uma revisão desse tipo também é<br />

rápido e a redução do impacto ambiental é bastante<br />

significativa.” (GK)<br />

fotos: carlos curado<br />

Bericap<br />

(15) 3235-4500<br />

www.bericap.com<br />

Clever Pack<br />

(21) 2573-6426<br />

www.cleverpack.com.br


}}} RepoRtagem de capa<br />

A disparada do a<br />

18 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br


erossol brasileiro<br />

Crescimento do consumo, investimentos na cadeia do<br />

packaging e ações setoriais dão gás a um produto cuja<br />

indústria nacional já pareceu fadada à aniquilação<br />

Por Marcelo Marcondes<br />

otícias recentes na área de aerossóis<br />

N<br />

remetem a um flashback, oferecendo<br />

como resultado a idéia de algo próximo<br />

a um lançamento de foguete, à arrancada<br />

de um cenário de fim de mundo rumo a<br />

um céu de competitividade e prosperidade. Como se<br />

verá adiante, o setor está, literalmente, com gás novo,<br />

em total reversão do cenário de algum tempo atrás.<br />

Em setembro de 2007, em entrevista a Em b a l a -<br />

g E mma r c a, o presidente da Associação Brasileira<br />

de Aerossóis e Saneantes Domissanitários (Abas),<br />

Hugo Agustín Chaluleu, vaticinava que a indústria<br />

brasileira desse tipo de embalagem, de qualidade<br />

mundialmente reconhecida e grande vitalidade histórica,<br />

poderia “fechar as portas”. A aniquilação do<br />

setor, segundo ele, marchava a todo vapor desde que<br />

a Argentina, cinco anos antes, congelara a níveis<br />

ínfimos os preços de seu gás propelente, importante<br />

componente dos aerossóis, abalando a competitividade<br />

tanto de produtos acondicionados em tubos<br />

de alumínio quanto em aço bem como da indústria<br />

fabricante daquelas embalagens no Brasil.<br />

Na mesma época, João Carlos Basílio, presidente<br />

da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal,<br />

Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), que tem<br />

www.embalagemmarca.com.br<br />

sobretudo no filão dos desodorantes um poderoso<br />

ramo consumidor de aerossóis, fazia coro à gritaria<br />

generalizada contra a alarmante perda de mercado<br />

para o país vizinho, que devorava uma fatia de 80%<br />

do bolo local daquele produto. Nem o respeitável<br />

peso da entidade que Basílio preside, e tampouco sua<br />

insistência pessoal junto à Petrobras, no sentido de<br />

que instalasse no Brasil uma unidade específica para<br />

a produção de gás propelente 100% inodoro – crucial<br />

para a obtenção de antitranspirantes de qualidade –<br />

demoviam a estatal de pesada indiferença.<br />

O quadro não era diferente na área de aerossóis<br />

de aço, cujas queixas eram centralizadas por Antonio<br />

Carlos Teixeira Álvares, presidente do Sindicato<br />

Nacional da Indústria de Estamparia de Metais<br />

(Siniem). A questão do gás impedia um atendimento<br />

mais eficaz da demanda, entre outras, das indústrias<br />

de lubrificantes e inseticidas, insuflada pelo boom<br />

das vendas de automóveis e por notícias sobre o<br />

implacável avanço da dengue em todo o território<br />

nacional.<br />

Eis que agora tanto Chaluleu quanto Basílio e<br />

Teixeira Álvares exultam e profetizam algo próximo<br />

a uma ressurreição benéfica para fabricantes e para<br />

grandes usuários de aerossóis. O que aconteceu?<br />

abril 2011<br />

<strong>EmbalagemMarca</strong><br />

19


Simplesmente, deu-se mais um efeito em cadeia<br />

do fato que tem servido de pano de fundo a praticamente<br />

todas as notícias referentes ao desempenho<br />

da economia brasileira: o aumento generalizado da<br />

renda da população e a incorporação de milhões<br />

de consumidores das classes C e D a patamares<br />

mais elevados. As vendas de diferentes produtos<br />

acondicionados em aerossóis cresceram cerca de<br />

150% nos últimos cinco anos, segundo dados da<br />

Abas. O salto foi de 282 milhões de unidades em<br />

2005 para 702 milhões em 2010, e a previsão é de<br />

que em 2012 seja alcançada a marca de 1 bilhão de<br />

unidades (ver tabela). No caso dos desodorantes:<br />

além de comprar mais, os brasileiros passaram<br />

a substituir produtos acondicionados em frascos<br />

plásticos squeezable por marcas embaladas em<br />

alumínio, de maior valor agregado. “Chegamos a<br />

consumir 300 milhões de unidades de desodorantes<br />

em 2010, o que é uma quantidade expressiva”,<br />

considera o presidente da Abihpec. Grande parte,<br />

segundo ele, veio pronta da Argentina.<br />

Complementarmente, embora sem registrar as<br />

impressionantes cifras apresentadas pelos artigos<br />

de cuidados pessoais, cresceu significativamente o<br />

consumo de inseticidas, domínio dos aerossóis em<br />

tubos de aço. Guardadas as proporções dos diferentes<br />

mercados, o fenômeno se repetiu de forma<br />

mais ou menos semelhante em praticamente todos<br />

os países da América Latina. Como lembra Basilio,<br />

o suprimento de gás propelente para atender a<br />

demanda dependia basicamente das problemáticas<br />

importações da Argentina. O problema maior no<br />

A evolução do mercado<br />

brasileiro de aerossóis<br />

Em milhões de unidades<br />

172,8<br />

184,6<br />

194,9<br />

202,9<br />

206,5<br />

206,1<br />

224,9<br />

282,1<br />

339,1<br />

413,8<br />

Itens de cuidados pessoais:<br />

responsáveis pelo aumento<br />

do consumo interno<br />

Tubos de alumínio: oferta<br />

promete aumentar com<br />

chegada de novos players<br />

490,8<br />

545,5<br />

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010<br />

fornecimento é a demora na entrega, de 180 dias<br />

no mínimo. “É um tempo extremamente longo<br />

para um mercado tão voraz quanto é atualmente o<br />

de aerossóis”, considera o presidente da Abas.<br />

Mesmo assim, a pujança do mercado atraiu<br />

novos fabricantes de<br />

aerossóis e de produtos<br />

neles acondicionados,<br />

além de estimular investimentos<br />

de fornecedores<br />

locais. Atraídos acima<br />

de tudo pelo mercado<br />

brasileiro de produtos<br />

de higiene pessoal, que<br />

carece fortemente de<br />

aerossóis de alumínio, no<br />

período aproximado de<br />

um ano estabeleceramse<br />

no País portentosos<br />

fabricantes de cosméticos e artigos de higiene pessoal<br />

para marcas de terceiros (contract manufacturing),<br />

como a espanhola Exal, a francesa Fareva e<br />

a luso-canadense Colep CCL. Entre os co-packers<br />

há os que fabricam também tubos, diretamente ou<br />

em parceria com indústrias dedicadas.<br />

Ante quadro tão dinâmico, seria letargia<br />

demais, para dizer o mínimo, que a cadeia brasileira<br />

de aerossóis, supridora do maior mercado<br />

consumidor da América Latina e de boa parte da<br />

demanda de vizinhos, continuasse em forte dependência<br />

do gás argentino – de quebra, “viabilizando<br />

a concorrência” de produtos importados, como<br />

observa Basílio.<br />

Gás novo no mercado<br />

O quadro mudou totalmente no primeiro trimestre<br />

deste ano, com o lançamento de propelentes de<br />

alta qualidade, alinhados às mais rígidas exigências<br />

mundiais da categoria dos aerossóis, por dois<br />

supridores gigantes, a Liquigás e a Ultragaz.<br />

20 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br<br />

702,2<br />

fonte: abas | março de 2011


A primeira, controlada da Petrobras, lançou<br />

no final de fevereiro o Purogas, à base de propano<br />

e butano, derivado do gás liquefeito de petróleo<br />

(GLP) que está sendo produzido no Centro Operativo<br />

Capuava da empresa, em Mauá, no ABC<br />

paulista. Poucos dias depois, já em março, a Ultragaz<br />

apresentou ao mercado, com a marca demexx,<br />

um novo tipo de propelente, o dimetil-éter (DME),<br />

derivado do gás natural com características físicas<br />

semelhantes ao GLP. De acordo com o fabricante,<br />

o grande diferencial do DME é o fato de ser solúvel<br />

em água e emitir uma quantidade ínfima de<br />

compostos orgânicos voláteis (VOCs).<br />

Ambos os fornecedores mostram-se muito<br />

motivados. “A decisão de comercializar o demexx<br />

baseou-se no crescimento do mercado de aerossóis,<br />

especialmente no Brasil, mas também no<br />

restante da América Latina”, conta Hermano Jordão,<br />

coordenador comercial de gases especiais<br />

da Ultragaz. “Além disso, o mercado brasileiro<br />

de propelentes está em alta desde 1998”. Por sua<br />

vez, Thomaz Lucchini Coutinho, diretor GLP<br />

Granel da Liquigás, considera que “a chegada do<br />

Purogas ao mercado é um passo fundamental para<br />

a autonomia brasileira em abastecimento de propelentes”.<br />

Ele acredita que a iniciativa irá promover<br />

melhorias para todos os setores que atuam ligados<br />

ao segmento de aerossóis, “dentre eles o mercado<br />

de embalagens, que poderá ofertar modelos<br />

e formatos dos mais diversos, a exemplo do que<br />

acontece em outros países”. Isso deverá acontecer<br />

porque o gás, segundo ele, não causa corrosão nos<br />

recipientes e em suas vedações, não reage com os<br />

produtos propelidos nem possui restrições quanto<br />

ao seu uso. E, feitos ajustes na proporção da mistura,<br />

poderá atender um leque maior de produtos.<br />

Enfim, como destaca o presidente da Abas, “a<br />

fabricação nacional dos componentes dos aerossóis<br />

dinamiza muito a produção das indústrias”.<br />

“Hoje podemos dizer que temos finalmente<br />

infraestrutura para atender a produção do aerossol,<br />

que era inexistente quatro anos atrás”, sintetiza<br />

Hugo Chaluleu, da Abas. Teixeira Álvares, do<br />

Siniem, entende que o atual quadro abre novas<br />

perspectivas principalmente para o alumínio, mas<br />

de forma significativa também para o aço. E Basílio,<br />

da Abihpec, prevê que, apesar das dificuldades<br />

do câmbio, “em poucos anos o Brasil terá uma<br />

indústria usuária de aerossóis, moderna, competitiva<br />

e com ótimas possibilidades de exportar”.<br />

Ultragaz investiu em planta<br />

para a produção de DME,<br />

propelente de alta nobreza<br />

Produto vendido no Brasil<br />

em tubo da Exal argentina:<br />

potencial de nacionalização<br />

No lado das empresas produtoras das embalagens<br />

ou envasadoras de aerossóis, a decisão de<br />

investir pesado com o objetivo de abocanhar boas<br />

fatias do mercado brasileiro, com destaque para o<br />

de produtos situados no âmbito de perfumaria, cosméticos<br />

e higiene pessoal, área que há mais de uma<br />

década cresce em ritmo de dois dígitos ao ano, não<br />

se deu, obviamente, de uma hora para outra.<br />

O interesse era antigo<br />

A Exal, que afirma ser a maior produtora mundial<br />

de tubos de alumínio para higiene pessoal, atua na<br />

Argentina desde meados dos anos 90 e há tempos<br />

demonstrava interesse pelo Brasil. Em entrevista<br />

a Em b a l a g E mma r c a, Rubén Yantorno, diretor da<br />

empresa para a América Latina, afirmou que os<br />

acionistas começaram a olhar com bons olhos para<br />

o mercado nacional em 2002. “À época o País<br />

consumia mais desodorantes acondicionados em<br />

embalagens squeezable do que em qualquer outro<br />

formato”, ele relembra. “Isso nos fez perceber<br />

quão promissor era o mercado brasileiro.”<br />

Segundo o executivo, a substituição do squeezable<br />

começou a ocorrer para valer, no Brasil, nos<br />

últimos cinco anos. Essa tendência, aliada ao enorme<br />

mercado consumidor local de aerossóis levou<br />

à decisão da empresa de construir uma planta com<br />

duas unidades de produção em Jundiaí (SP). Sobre<br />

um terreno de 40 000 metros quadrados, funcionará<br />

ao mesmo tempo uma fábrica de tubos de aerossol<br />

e outra de enchimento de tubos. Num primeiro<br />

momento, a planta de dupla função produzirá, para<br />

terceiros, desodorantes, cremes de barbear e odorizadores<br />

de ambiente. A inauguração ocorrerá nos<br />

próximos meses, e a produção estimada será de<br />

600 milhões de unidades por ano. “Nosso empenho<br />

consiste em sempre fornecer a nossos clientes<br />

um produto diferenciado”, promete Yantorno. “Só<br />

assim conseguimos bater a concorrência, seja no<br />

Brasil, na China ou na Europa.”<br />

Também apostando alto no potencial do setor<br />

brasileiro de aerossóis, a Colep CCL teve sua<br />

estréia anunciada em Em b a l a g E mma r c a nº 134,<br />

22 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br


de outubro de 2010. Com fábricas na Espanha,<br />

em Portugal, na Alemanha, na Polônia e no Reino<br />

Unido, e líder europeia na fabricação de embalagens<br />

para produtos de consumo pessoal, aliou-se à<br />

brasileira Provider, dona de posição de destaque no<br />

mercado latino-americano de contract manufacturing<br />

para itens de higiene pessoal e cuidados do<br />

lar. Nasceu assim a joint-venture CPA – ColepCCL<br />

Provider Aerosol, que terá sua primeira fábrica na<br />

cidade de Itatiba (SP). Essa planta terá capacidade<br />

de produção de 150 milhões de unidades por<br />

ano e contará com três linhas de enchimento de<br />

aerossóis e cinquenta postos de trabalho. Deverá<br />

estar totalmente operacional ainda no primeiro<br />

semestre de 2011 e, no início, produzirá aerossóis<br />

para o segmento de higiene pessoal, informa Fabio<br />

Zalaquett, CEO da CPA, devendo ampliar o fornecimento<br />

para novas categorias de produtos em<br />

aerossol, como protetores solares e artigos para<br />

cuidados da pele.<br />

Zalaquett adianta que há planos para oferecer,<br />

em futuro próximo, novas tecnologias, como a<br />

bag-on-valve (“bolsa sobre válvula”, na tradução<br />

do inglês). Esse é um tipo de spray ainda pouco<br />

difundido no Brasil que traz em seu interior uma<br />

bolsa de alumínio lacrada por uma válvula (ver<br />

Em b a l a g E mma r c a nº 122, outubro de 2009).<br />

A terceira gigante que está chegando ao mercado<br />

e promete dar ímpeto à crescente indústria<br />

Impacta<br />

investiu US$<br />

11,5 milhões<br />

em nova<br />

linha de<br />

tubos<br />

brasileira de aerossóis é a francesa Fareva Holdings,<br />

com investimento de 10 milhões de dólares<br />

na construção de uma fábrica de cosméticos em<br />

Itupeva (SP). O diretor geral da empresa, Wilfried<br />

Toth, afirma que “a estratégia global da Fareva é<br />

acompanhar seus clientes onde estiverem instalados;<br />

de modo que, ante o grande crescimento<br />

observado no setor brasileiro de cosméticos, criouse<br />

a necessidade de ter uma operação no País para<br />

apoiar os parceiros presentes”. Deverão ser criados<br />

100 postos de trabalho no ano de inauguração,<br />

mais 450 nos quatro anos seguintes. Na atividade<br />

de envasadora para terceiros, a Fareva fabrica<br />

cosméticos, produtos farmacêuticos, de cuidado<br />

pessoal e cuidados do lar, responsabilizando-se<br />

também pela formulação. A previsão da empresa é<br />

que a planta entre em operação no início de 2012.<br />

Alemães também vão chegar<br />

Os tubos de alumínio utilizados pela empresa<br />

para a produção de itens em aerossol serão feitos<br />

por uma parceira de negócios em outros países: a<br />

alemã Tubex, que pretende construir uma fábrica<br />

no País – provavelmente também em Itupeva, por<br />

motivos logísticos.<br />

A entrada desses players vem complementar a<br />

presença estrangeira na cadeia de valor de aerossóis<br />

em alumínio, presente desde 1949 por meio<br />

da fabricante de tubos Impacta, de capital suíço.<br />

Atualmente a empresa produz também bisnagas<br />

(em metal ou em plástico), além de oferecer discos<br />

de alumínio para a confecção de tubos de aerossol.<br />

Para atender a alta demanda por aerossóis (notadamente<br />

por parte da indústria de cosméticos), a<br />

Destaques europeus<br />

Nos dias 8 e 9 de março último<br />

aconteceu em Paris a quinta edição<br />

do Aerosol Forum, que busca<br />

congregar a indústria mundial de<br />

aerossóis por meio de sessões<br />

de palestras e exposições de<br />

produtos e serviços. O evento<br />

registrou aproximadamente 800<br />

participantes, originários de<br />

vinte países, e abrigou também<br />

a cerimônia de entrega do Paris<br />

Aerosol Award, prêmio para<br />

inovações do setor. Entre os vencedores,<br />

os destaques ficaram<br />

para o SinuSense e o Vinospray.<br />

O primeiro, laureado na categoria<br />

Farmacêuticos, é um spray<br />

nasal eletrônico recarregável. Já<br />

o último, que faturou a categoria<br />

Alimentos, consiste numa combinação<br />

de argônio e gás carbônico<br />

que, borrifado na garrafa aberta<br />

de vinho, ajuda a conservar a<br />

bebida por mais tempo.<br />

Cosmético da Nivea em<br />

embalagem da ColepCCL.<br />

Empresa alemã prepara<br />

ingresso no País<br />

Vinospray<br />

conserva<br />

vinhos.<br />

SinuSense<br />

(abaixo) inova<br />

com refis<br />

24 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br


empresa investiu, já no início do ano passado, 11,5<br />

milhões de dólares em equipamentos de última<br />

geração para a fabricação dos tubos, segundo o<br />

diretor de vendas Sérgio Teixeira Rolão. O aporte<br />

resultou num incremento de 4 milhões de unidades<br />

produzidas ao fim de um ano.<br />

Na área, com capital nacional, destaca-se a<br />

Tubocap, fabricante de tubos e bisnagas de alumínio<br />

há sessenta anos, localizada<br />

no bairro paulistano do Butantã.<br />

Segundo Edson Gomes, diretor<br />

comercial da empresa, a reversão<br />

do movimento de desindustrialização<br />

do segmento de aerossóis<br />

foi fruto, além do conjunto de<br />

fatores como a oferta de propelentes<br />

nacionais, crescimento do<br />

mercado interno e alta demanda<br />

por cosméticos, do papel decisivo<br />

de associações de classe e de<br />

empresas. “O Siniem e a Abas,<br />

juntamente com a Federação<br />

das Indústrias do Estado de São<br />

Paulo (Fiesp), uniram esforços<br />

para reverter o quadro desfavorável<br />

que o setor vivenciava”, ele afirma. Teria<br />

sido fundamental, também, a atuação do Ministério<br />

do Desenvolvimento, Indústria e Comércio<br />

Exterior entre meados de 2009 e outubro de 2010,<br />

em incontáveis reuniões com representantes dos<br />

governos do Brasil e da Argentina, de onde vem<br />

o maior volume de desodorantes em aerossol<br />

vendidos aqui. Com vistas a atender à demanda<br />

em plena ascensão, a Tubocap investiu 3 milhões<br />

de reais em equipamentos e planeja construir uma<br />

nova planta no interior paulista.<br />

Aço não teme<br />

A entrada de agentes internacionais parece não<br />

atemorizar os produtores locais de embalagens<br />

de aço para aerossóis, todas de origem nacional,<br />

algumas familiares. Também elas estão colhendo<br />

os frutos do bom momento, e veem de maneira<br />

otimista o futuro do setor. Em geral, o uso final dos<br />

aerossóis em aço é destinado a produtos de cuidados<br />

para o lar. Nessas áreas a embalagem nada na<br />

corrente favorável do mercado. Mas no segmento<br />

de personal care a lata de aço sempre enfrentou<br />

resistência, por enferrujar em ambientes de alta<br />

www.embalagemmarca.com.br<br />

Latas de aço revestidas com PET,<br />

uma novidade, foram objeto de<br />

reportagem veiculada em 2010<br />

umidade, como os banheiros onde itens daquele<br />

gênero costumam ser utilizados e guardados.<br />

Para superar esse fator limitante e poder concorrer<br />

com os tubos de alumínio, metalúrgicas<br />

como a Brasilata e a Cerviflan investiram no<br />

revestimento de latas de aço para aerossóis com<br />

películas de PET (ver Em b a l a g E mma r c a nº 133,<br />

setembro de 2010). “Percebemos o mercado com<br />

curva crescente, por isso realizamos<br />

investimentos”, diz Jean<br />

Daniel Lozargo, diretor da Cerviflan,<br />

que afirma ser a única<br />

a fabricar no País todos os diâmetros<br />

possíveis de latas de aço<br />

para aerossóis (45 milímetros, 52<br />

milímetros, 57 milímetros e 65<br />

milímetros). Ante os bons ventos,<br />

a empresa prevê a instalação<br />

de mais uma linha de produção<br />

de alta velocidade – sua sexta.<br />

Diretor da divisão química<br />

da Brasilata, José Maria Gran-<br />

ço também prevê crescimento.<br />

“Além de cosméticos, estamos<br />

explorando os mercados veterinário,<br />

automotivo, de inseticidas e de odorizadores,<br />

que deve crescer 15% este ano”, afirma o<br />

profissional.<br />

Outra importante produtora nacional de latas<br />

de aço para aerossóis, a Prada, vem também investindo.<br />

Buscando se aparelhar para poder responder<br />

à demanda, a empresa adquiriu dois equipamentos:<br />

uma bomba de teste automática, capaz de avaliar<br />

400 latas por minuto, e uma linha robotizada para<br />

processos de paletização, com capacidade de 400<br />

latas por minuto. “Com isso, pudemos aumentar<br />

a entrega de produtos para clientes de vulto como<br />

Fort Dodge e Reckitt Benckiser”, comenta o gerente<br />

geral de operações da Prada, Aldo Brito.<br />

Odorizadores,<br />

lubrificante,<br />

inseticida e<br />

repelente: clientes<br />

cativos do aço<br />

abril 2011<br />

Abas<br />

(11) 5505-1663<br />

www.as.org.br<br />

Abihpec<br />

(11) 3372-9899<br />

www.abihpec.org.br<br />

Brasilata<br />

(11) 3871-8500<br />

www.brasilata.com.br<br />

Cerviflan<br />

(11) 2433-2644<br />

www.cerviflan.com.br<br />

CPA<br />

(11) 4487-6500<br />

www.colepccl.com<br />

Exal<br />

+54 (232) 249 6226<br />

www.exal.com<br />

Fareva<br />

(11) 4593-3157<br />

www.fareva.com<br />

Impacta<br />

(11) 4447-7300<br />

www.impacta-brazil.com.br<br />

Liquigás<br />

(11) 3703-2000<br />

www.liquigas.com.br<br />

Prada<br />

(11) 5682-1000<br />

www.prada.com.br<br />

Tubex<br />

+49 (471) 9900<br />

www.tubex.de<br />

Tubocap<br />

(11) 3032-4356<br />

www.tubocap.com.br<br />

Ultragaz<br />

(11) 3287-5343<br />

www.ultragaz.com.br<br />

<strong>EmbalagemMarca</strong><br />

25


PANORAMA<br />

DESIGN<br />

Para apelos variados<br />

Dixie Toga quer difundir o uso da holografia em diversas frentes<br />

Como resultado de investimentos<br />

mantidos em sigilo, a Dixie Toga<br />

começou a oferecer acabamentos<br />

holográficos para embalagens plásticas<br />

flexíveis ou rígidas, cartuchos<br />

de papel cartão, rótulos e bisnagas<br />

laminadas. “Acreditamos que a<br />

holografia tem muito potencial e<br />

ainda é pouco explorada no mercado<br />

brasileiro”, afirma Ruy Casale,<br />

gerente de marketing corporativo<br />

da fornecedora multipackaging.<br />

Segundo o executivo, o recurso é<br />

capaz de proporcionar aos clientes<br />

novas formas de enobrecer produtos,<br />

atrair o olhar do consumidor e<br />

coibir falsificações e imitações.<br />

Para divulgar a novidade, uma<br />

campanha de marketing foi enco-<br />

CARTONADAS ASSÉPTICAS<br />

Uma italiana pode chegar<br />

}}} MOVIMENTAçÃO NO MUNDO DAS EMBALAgENS E DAS MARCAS<br />

mendada à Casa Rex. A agência<br />

decidiu mostrar as possibilidades<br />

de uso da holografia não por meio<br />

de mock-ups simulando produtos<br />

reais, como é frequente no mercado,<br />

mas através de uma coleção<br />

de embalagens fictícias, decoradas<br />

com dizeres alusivos ao fato de<br />

estarem vazias. “A ideia foi alertar<br />

os nossos clientes e agências que<br />

a holografia, quando bem integrada<br />

ao design da embalagem,<br />

pode empregar diferentes apelos<br />

aos produtos dos mais diversos<br />

segmentos”, esclarece Casale.<br />

Distribuído meses atrás a parceiros<br />

da Dixie Toga, o kit de embalagens<br />

faturou prêmio da How, prestigiada<br />

revista americana de design.<br />

IPI Aseptic Packaging Systems cogita construir fábrica no Brasil<br />

O mercado nacional pode ganhar em<br />

breve uma nova fonte de embalagens<br />

cartonadas assépticas. Conforme<br />

noticiou o jornal sul-mato-grossense<br />

Correio do Estado, a italiana IPI<br />

Aseptic Packaging Systems estaria à<br />

procura de um local para a construção<br />

de uma fábrica no País. O diretorgeral<br />

da empresa, Pierluigi Locchi,<br />

reuniu-se em março com<br />

o governador daquele<br />

Estado, André Puccinelli,<br />

para apresentar um projeto<br />

de investimento. O aporte<br />

na unidade brasileira seria<br />

de aproximadamente 23<br />

milhões de reais, para uma<br />

produção inicial de cerca<br />

de 200 milhões de embalagens por<br />

ano. Fundada em 1981, a IPI atua<br />

hoje em trinta países, e afirma ter<br />

confeccionado 1 bilhão de caixinhas<br />

em 2010. A empresa fabrica também<br />

máquinas envasadoras, dizendo ter,<br />

atualmente, 150 unidades operando ao<br />

redor do mundo. A reportagem enviou<br />

e-mails para a matriz da empresa a<br />

fim de obter detalhes, mas não havia<br />

recebido resposta até o fechamento<br />

desta edição.<br />

Caixinhas da IPI. Empresa<br />

sinaliza vontade de ingressar<br />

no mercado nacional<br />

Embalagens fictícias, criadas pela Casa Rex, buscam divulgar os rec<br />

O NÚMERO<br />

205 530<br />

Foi o total de sugestões recebidas,<br />

em 2010, pelo Projeto Simplificação,<br />

sistema interno de captação de ideias<br />

inovadoras da Brasilata. O índice resulta<br />

numa média de 212 contribuições por<br />

funcionário da fabricante de embalagens metálicas.<br />

Os destaques foram o operador de empilhadeira<br />

da unidade São Paulo, Eduardo Aparecido Tonelli,<br />

responsável pelo envio de mais de 22 000 ideias<br />

durante 2010, e a operadora de produção Juliana<br />

Martins de Almeida Paula, da unidade Rio Verde<br />

(GO), que no mesmo período submeteu<br />

quase 21 000 sugestões para a<br />

direção da empresa.<br />

26 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br


Edição: guilhErmE kamio ||| guma@embalagemmarca.com.br<br />

ursos holográficos da Dixie Toga. Campanha ganhou prêmio de design<br />

VIDRO<br />

Nobreza disponível<br />

Vidraria oferece linha de garrafas premium no Brasil<br />

A Owens-Illinois começou a oferecer no mercado brasileiro<br />

sua família Specialty de garrafas de vidro especiais,<br />

destinadas a bebidas com apelo de requinte. A linha é<br />

composta por sete modelos básicos, dotados de formatos<br />

complexos, alta transparência e bases espessas. Existe,<br />

também, a possibilidade de criação de shapes exclusivos.<br />

Segundo Fabio Archilla, responsável na Owens-Illinois<br />

pelas vendas da linha Specialty, os recipientes são ideais<br />

para produtos como uísque, vodca, gim, cachaça, tequila,<br />

rum e conhaque. As garrafas são fabricadas numa fábrica<br />

da vidraria situada em Soacha, na Colômbia.<br />

Com formatos<br />

especiais, O-I mira<br />

bebidas de luxo


PANORAMA<br />

MÁQUINAS<br />

O desembarque da Modulfill<br />

Franqueada da Coca-Cola para o Rio recebe enchedora top de linha<br />

O mercado brasileiro já conta com uma<br />

unidade daquela que é apontada pela<br />

Krones como a enchedora mais possante<br />

do mundo, a Modulfill. O exemplar<br />

foi entregue recentemente à Rio de<br />

Janeiro Refrescos (RJR), franqueada da<br />

Coca-Cola dirigida pelo grupo chileno<br />

Andina. Pesando quase 30 toneladas<br />

e com 162 válvulas de enchimento,<br />

que lhe permitem processar até 78 000<br />

litros de bebidas por hora, a máquina<br />

será utilizada pela RJR no envase de<br />

A máquina<br />

instalada no<br />

parque da Rio de<br />

Janeiro Refrescos:<br />

78 000 litros/hora<br />

Já utilizado por medicamentos<br />

europeus (ver EMBALAGEMMARCA nº 137,<br />

janeiro de 2011), o Burgopak Slider –<br />

embalagem cartonada dotada de um<br />

engenhoso mecanismo deslizante,<br />

que faz duas lâminas laterais serem<br />

}}} MOVIMENTAçÃO NO MUNDO DAS EMBALAgENS E DAS MARCAS<br />

refrigerantes em embalagens de PET de<br />

2 litros, 2,25 litros, 2,5 litros e 2,75 litros,<br />

em cadências que variam de 37 000 a<br />

28 000 garrafas por hora. Fabricada na<br />

Alemanha, a Modulfill foi trazida ao Brasil<br />

por meio de navio, em viagem iniciada<br />

em outubro de 2010.<br />

VEJA UM VÍDEO<br />

SOBRE A MÁQUINA<br />

emb.bz/modulfill<br />

CELULÓSICAS<br />

Embalagem transformada em RG<br />

expelidas simultaneamente – ganhou<br />

uso diferente. Ele é a mais nova “cara”<br />

do CitizenCard, cartão autorizado pelo<br />

governo britânico a funcionar como<br />

substituto de documentos como carteira<br />

de identidade, passaporte e licença<br />

METÁLICAS<br />

Latas “geladas”<br />

No Reino Unido, carteira especial de papel cartão passa a acondicionar documento de identidade<br />

Verniz especial dá sensação de<br />

que embalagem saiu do freezer<br />

A Rexam começa<br />

a oferecer ao<br />

mercado sulamericano<br />

uma<br />

nova tecnologia<br />

de impressão para<br />

latas de alumínio.<br />

Trata-se de um<br />

verniz fosco que<br />

dá a aparência de<br />

condensação de<br />

água na superfície<br />

da embalagem,<br />

transmitindo a<br />

sensação de que o<br />

produto está sempre Efeito<br />

gelado. A bebida<br />

fosco:<br />

viável no<br />

chilena Mistral Ice, à Brasil<br />

base de vodca, é o<br />

primeiro produto na América do<br />

Sul a utilizar o efeito, numa latinha<br />

sleek de 310 mililitros. O produto<br />

será comercializado somente no<br />

Chile, mas as embalagens são<br />

produzidas no Brasil.<br />

para dirigir. “O novo formato protege<br />

a cédula com foto e dados do usuário<br />

e propicia um jeito mais divertido de<br />

carregar o cartão”, diz Jess Macnaught,<br />

diretor de marketing da inglesa<br />

Burgopak, a criadora da solução.<br />

Criado para<br />

medicamentos,<br />

Burgopak Slider<br />

agora protege o<br />

CitizenCard<br />

28 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br


PLÁSTICAS<br />

Uma butique para laboratórios<br />

Com aquisição da Védat, Gerresheimer quer se firmar como<br />

one-stop shop de embalagens plásticas para medicamentos<br />

Nome forte em embalagens para<br />

medicamentos, a alemã gerresheimer<br />

anunciou, no fim de março último, a<br />

compra da Védat, empresa brasileira<br />

com destacada atuação no mercado<br />

de recipientes e tampas plásticas para<br />

a indústria farmacêutica. O valor do<br />

negócio não foi revelado.<br />

Segundo a gerresheimer, a aquisição<br />

faz parte de um projeto de intensificação<br />

das atividades na América do Sul,<br />

onde já detém quatro fábricas, sendo<br />

três no Brasil e uma na Argentina. A<br />

meta, em curto prazo, é fazer o faturamento<br />

de 100 milhões de euros obtido<br />

na região em 2010 dobrar até 2013<br />

– objetivo que tem um grande passo<br />

na recente aquisição. No ano passado,<br />

Védat registrou receita de cerca de 106<br />

milhões de reais, o equivalente a 45<br />

milhões de euros. A empresa adquirida<br />

emprega 450 pessoas e tem fábrica em<br />

Embu, na grande São Paulo.<br />

Vice-presidente da gerresheimer para<br />

a América do Sul, Jens christian Friis<br />

conversou com EMBALAGEMMARCA sobre<br />

as razões do investimento e as perspectivas<br />

que se abrem.<br />

O que motivou o investimento na<br />

compra da Védat?<br />

A expansão em mercados emergentes<br />

é um ponto chave de nossa estratégia<br />

de crescimento. O Brasil é um mercado<br />

em franco crescimento. Com a<br />

compra da Védat passamos a ter uma<br />

sólida combinação de frascos, tampas<br />

e acessórios, podendo atender nossos<br />

clientes sul-americanos da área farmacêutica<br />

sob o conceito de soluções<br />

www.embalagemmarca.com.br<br />

totais. É um passo importante para nos<br />

tornarmos um fornecedor full-service<br />

de embalagens plásticas para medicamentos<br />

na América do Sul.<br />

Já foi decidido como a operação<br />

conjunta irá funcionar?<br />

A Védat irá se tornar parte do negócio<br />

Plastic Packaging South America e a<br />

marca será gradualmente integrada ao<br />

universo gerresheimer. Queremos alavancar<br />

as vantagens de ter uma marca<br />

forte, conhecida no mundo farmacêutico.<br />

A expertise da Védat em tecnologias<br />

de moldagem combinada à nossa<br />

base consumidora na América do Sul e<br />

no mundo abre grandes oportunidades<br />

na área de pesquisa e desenvolvimento.<br />

A gerresheimer é a única fornecedora<br />

de embalagens primárias para o<br />

setor farmacêutico a trabalhar tanto<br />

com plásticos quanto com vidro em<br />

nível global. Vejo enorme potencial em<br />

alavancar nosso know-how em todos<br />

os campos por meio de nossa base<br />

operacional brasileira fortalecida.<br />

A Gerresheimer cogita ingressar localmente<br />

no negócio de embalagens de<br />

vidro para medicamentos, cosméticos<br />

e perfumes, assim como faz de maneira<br />

destacada na Europa?<br />

Esperemos para ver...<br />

“Aquisição<br />

abre grandes<br />

oportunidades”,<br />

diz Friis. No<br />

detalhe, a fábrica<br />

da Védat


PANORAMA<br />

GENTE<br />

o presidente da rexam Beverage Can para as<br />

américas, André Balbi, assumiu a direção executiva<br />

do Can manufacturers institute (Cmi), entidade<br />

que reúne os principais produtores de latas<br />

para bebidas dos Estados unidos. Balbi já dirigiu<br />

a subsidiária brasileira da rexam e presidiu a<br />

associação Brasileira dos Fabricantes de latas de<br />

alta reciclabilidade (abralatas) entre 2005 e 2009.<br />

Evandro Cazzaro foi promovido à função<br />

de diretor de vendas para a toda a américa<br />

do Sul da canadense husky, fabricante de<br />

equipamentos de injeção com forte atuação na<br />

área de embalagens. Cazzaro iniciou carreira na<br />

husky em 1997, como gerente de área, e nos<br />

últimos três anos vinha dirigindo a operação<br />

brasileira da empresa.<br />

a fabricante de embalagens de vidro Verallia<br />

(ex-Saint-gobain Embalagens) tem nova gerente<br />

de meio ambiente e desenvolvimento sustentável<br />

para a américa do Sul. É Lilian Velloso<br />

Pereira, engenheira química que tem em seu<br />

currículo passagens por empresas como Cargill<br />

Fertilizantes e alstom Brasil.<br />

METÁLICAS<br />

Qualidade reconhecida<br />

Prada Embalagens conquista ISO 9001:2008<br />

Importante fabricante nacional de embalagens de aço, a<br />

Prada Embalagens anuncia a obtenção do Certificado do<br />

Sistema de gestão da Qualidade ISO 9001:2008, homologado<br />

pelo Bureau Veritas. “A conquista se<br />

deve ao grande comprometimento dos<br />

funcionários e gestores, que ao longo<br />

dos anos vêm se dedicando ao aperfeiçoamento<br />

dos processos internos, ocasionando<br />

também o bom desempenho<br />

durante a rotina de trabalho”, comenta<br />

a empresa. Sem dar detalhes, a Prada<br />

antecipa que irá investir em “renovação<br />

e novas tecnologias”<br />

em 2011, quando<br />

comemora 75 anos de<br />

atividades.<br />

Eficiência das linhas<br />

da Prada tem novo<br />

atestado. No detalhe,<br />

o certificado<br />

}}} MOVIMENTAçÃO NO MUNDO DAS EMBALAgENS E DAS MARCAS<br />

MÁQUINAS<br />

Nova grife em automação<br />

Com aplicações em packaging na mira, Epson<br />

começa a trazer ao Brasil suas linhas de robôs<br />

Mais conhecida entre os brasileiros por sua atuação em<br />

informática, a Epson agora quer se destacar no mercado<br />

nacional por suas soluções em automação industrial.<br />

A empresa começa a oferecer no País seus robôs de<br />

uso fabril, produzidos no Japão e indicados para diversas<br />

operações de embalagem.<br />

Marcos Nora, gerente de negócios da Epson, explica<br />

que os dispositivos podem ser utilizados em variadas<br />

aplicações de pick and place (manuseio de objetos),<br />

kitting (separação de peças em caixas diferentes),<br />

rotulagem e inspeção. “É possível, por exemplo, criar<br />

aplicações aplicações para para separar<br />

e encaixotar tubos de<br />

perfumes ou esmaltes”,<br />

ilustra o executivo.<br />

“Na indústria<br />

de alimentos, um robô<br />

de de alta velocidade velocidade pode pegar<br />

biscoitos de uma esteira em movimento<br />

e transferi-los para o empacotamento,<br />

para depois apanhar os pacotes<br />

prontos e encaixotá-los. Há inúmeras<br />

possibilidades de uso.”<br />

A Epson afirma ser ser líder<br />

mundial em automação automação<br />

industrial com controle de<br />

precisão por computador,<br />

tendo base instalada de<br />

mais de 180 000 robôs ao ao<br />

redor do globo. O escritório da<br />

empresa em em São Paulo Paulo será o o centro centro<br />

de vendas dos autômatos para para toda a<br />

América do Sul.<br />

Processos de<br />

embalagem<br />

estão entre as<br />

possibilidades<br />

dos robôs da<br />

empresa<br />

VEJA ROBÔS DA EPSON EM AÇÃO:<br />

emb.bz/epson1<br />

emb.bz/epson2<br />

30 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br


}}} Limpeza doméstica<br />

Para ativar o produto<br />

deve-se remover o<br />

filme de alumínio do<br />

topo do refil<br />

É preciso também<br />

retirar um selo<br />

autoadesivo da base<br />

do pote de PP<br />

Pote moldado em PET<br />

laranja translúcido é<br />

“carregado” por pote<br />

menor, de PP<br />

Abas fazem refil<br />

assentar sobre a<br />

borda do pote maior,<br />

ficando suspenso<br />

Absorção<br />

Soin cria linha de evita-mofos<br />

m alta graças à valorização de ope-<br />

E<br />

rações industriais menos onerosas<br />

ao ambiente, o uso de refis chegou<br />

aos absorvedores de umidade<br />

para ambientes domésticos, popularmente<br />

conhecidos como evita-mofos. Dona<br />

da marca Secar, a Soin (Sociedade Industrial<br />

Importação e Exportação) lançou em março<br />

último o Secar Premium, extensão de linha que<br />

se destaca por sua apresentação em “aparelhos”<br />

reutilizáveis.<br />

Na verdade, os aparelhos são simples potes<br />

moldados em PET translúcido na cor laranja.<br />

Os refis, por sua vez, são potes cilíndricos<br />

menores, produzidos em polipropileno (PP)<br />

transparente e preenchidos com cloreto de cálcio<br />

– substância altamente higroscópica, isto é,<br />

capaz de absorver água.<br />

Para colocar o produto em funcionamento, o<br />

consumidor deve remover do refil um lacre autoadesivo<br />

aplicado na base e um filme de alumínio<br />

situado no topo, e acoplá-lo ao aparelho. Por ter<br />

borda saliente, o refil se assenta sobre o bocal<br />

do pote maior, ficando suspenso em seu interior.<br />

Uma tampa de rosca, produzida em polipropileno<br />

e repleta de furos em formato de gotas, prende<br />

o conjunto, pressionando a borda do refil a um o’<br />

ring (anel de borracha) colocado sobre a beirada<br />

do aparelho (ver fotos).<br />

Quando o dispositivo é acionado, a umidade<br />

começa a ser “sugada” do ambiente, caindo pelo<br />

orifício da base do refil, na forma de salmoura<br />

O conjunto é preso<br />

por uma tampa de<br />

rosca, ficando pronto<br />

para o uso<br />

32 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br


com refil<br />

em embalagens recarregáveis<br />

(formada pela reação de água com o cloreto de<br />

cálcio), no espaço vazio do pote maior. O contrarrótulo<br />

do aparelho traz impressa uma indicação<br />

do nível máximo para o acúmulo do líquido,<br />

avisando o consumidor da necessidade de troca<br />

do refil. Cada refil dura de um a quatro meses,<br />

dependendo da quantidade de vapor de água no<br />

local em que o evita-mofo é depositado.<br />

Ideia própria<br />

O Secar Premium está disponível em dois tamanhos<br />

– 100 gramas (com refil de 80 gramas) e<br />

200 gramas (com refil de 180 gramas) – e apresenta<br />

refis nas versões Floral, Silvestre, Natural,<br />

Lavanda, Limão e Kids. As embalagens são confeccionadas<br />

pela própria Soin a partir de resinas<br />

adquiridas junto à M&G e à Braskem. O produto<br />

em si, aliás, é prata da casa. Foi desenvolvido<br />

pela equipe de marketing e teve embalagem<br />

desenhada pelo diretor-proprietário da empresa,<br />

Sérgio Fidêncio de Lima.<br />

O dirigente lança uma comparação com os<br />

evita-mofos convencionais da empresa, descartáveis,<br />

para delinear o apelo de sustentabilidade<br />

da novidade. “As embalagens de 80 gramas e<br />

de 180 gramas da versão tradicional de nosso<br />

produto pesam respectivamente 21,5 gramas<br />

e 57 gramas. Já os refis equivalentes da linha<br />

Premium, de 100 gramas e de 200 gramas,<br />

têm, nesta ordem, embalagens 37% e 65% mais<br />

leves”, diz Lima. “O consumo de plástico é significativamente<br />

menor.” (MM)<br />

www.embalagemmarca.com.br<br />

Umidade absorvida<br />

vira líquido. Nível<br />

máximo de acúmulo é<br />

indicado no verso<br />

A aquisição de um<br />

refil permite o início<br />

de um novo ciclo de<br />

uso do produto<br />

Polipropileno<br />

Braskem<br />

(11) 3576-9999<br />

www.braskem.com.br<br />

Resina PET<br />

M&G<br />

(11) 2111-1300<br />

www.gruppomg.com.br<br />

abril 2011<br />

Para reutilizar<br />

o “aparelho”, o<br />

consumidor descarta<br />

o líquido absorvido<br />

Rótulos<br />

Mark Label<br />

(11) 2957-5706<br />

www.marklabel.com.br<br />

<strong>EmbalagemMarca</strong><br />

33<br />

© fotos: carlos curado


© rodrigo ZorZi<br />

ENTREVISTA }}} aLbeRto moReau<br />

Consultoras silenciosas<br />

Para vice-presidente de marketing da Avon,<br />

vendas diretas dependem das embalagens —<br />

e a exigência pela qualidade delas é o<br />

maior ponto em comum entre as consumidoras<br />

de cosméticos de todo o mundo<br />

ara manter-se firme como<br />

P<br />

potência mundial na área de<br />

vendas diretas de cosméticos,<br />

a americana Avon decidiu iniciar<br />

um programa intenso de<br />

descentralização em meados da década passada.<br />

Aprofundou a operação global por meio<br />

de divisões regionais, que praticamente se<br />

transformaram em empresas independentes –<br />

comercializando matérias primas entre si, por<br />

exemplo. Em meio a essa mudança, o venezuelano<br />

Alberto Moreau foi nomeado vicepresidente<br />

de marketing para o Brasil, peçachave<br />

do cluster sul-americano da empresa.<br />

O executivo assumiu papel importante dentro<br />

de um outro efeito da reestruturação da multinacional:<br />

a valorização de oportunidades<br />

e tendências locais para o desenvolvimento<br />

de produtos. Na entrevista que se segue,<br />

Moreau fala das diferenças de hábitos de<br />

consumo entre países e da importância, no<br />

canal porta a porta, da embalagem – segundo<br />

ele, tão crucial quanto no varejo. “Atrair<br />

a consumidora tornou-se nosso principal<br />

desafio, porque hoje ela é bombardeada por<br />

diversas oportunidades de compra”, diz. “A<br />

apresentação dos produtos é uma ferramenta<br />

poderosa para conquistá-la.”<br />

As operações da Avon vêm nos últimos anos<br />

passando por mudanças, com o reforço ao<br />

desenvolvimento de produtos regionais em<br />

detrimento de um portfólio mais globalizado,<br />

como ocorreu no passado. Como ficou o processo<br />

de criação de produtos pela empresa?<br />

O desenvolvimento de produtos é feito por<br />

uma equipe global e por equipes regionais. O<br />

time global fica encarregado dos lançamentos<br />

que seguem o cenário macro, as tendências<br />

universais do mercado de cosméticos.<br />

Já as divisões regionais realizam pesquisas<br />

técnicas e de opinião para verificar quais<br />

36 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br


necessidades e oportunidades específicas<br />

podem ser exploradas dentro<br />

das tendências situadas nos mercados<br />

regionais. Os produtos criados a partir<br />

de insights regionais são testados pela<br />

matriz, nos Estados Unidos, que avalia<br />

sua qualidade e eficácia. Se forem<br />

aprovados, são lançados nos mercados<br />

a que se destinam. O olhar regional<br />

vem crescendo ao longo dos anos. Faço<br />

parte da divisão da América Latina<br />

há cinco anos. Tentamos entender os<br />

consumidores de nossa região para<br />

buscar pontos comuns entre todos eles<br />

e desenvolver produtos que atendam<br />

às suas necessidades e lhes entreguem<br />

benefícios.<br />

O design das embalagens é decidido<br />

em termos globais ou existe autonomia<br />

nas unidades locais para decidir?<br />

Os desenhos de produtos podem ser feitos<br />

de duas maneiras. Quando são para<br />

lançamentos de âmbito mundial, são<br />

decididos pela equipe global. Quando<br />

são lançamentos regionais, a decisão é<br />

dos grupos regionais.<br />

O senhor poderia falar das principais<br />

diferenças de comportamento dos<br />

consumidores de diferentes países em<br />

relação a alguns produtos?<br />

Há diferenças muito, mas muito importantes<br />

no mundo. E não se trata somente<br />

de produtos diferentes, mas de comportamentos<br />

de consumo diferentes.<br />

Um caso emblemático é o do xampu.<br />

No Japão, por exemplo, o xampu é<br />

bastante diferente daquele vendido no<br />

Brasil. Ao contrário do que acontece<br />

em muitos países, no Japão não se usa<br />

somente xampu e condicionador para<br />

se lavar o cabelo. São sete produtos<br />

complementares. Os japoneses primeiro<br />

lavam o couro cabeludo, depois<br />

lavam o cabelo, depois condicionam o<br />

couro cabeludo, depois condicionam o<br />

cabelo, depois usam dois produtos para<br />

dar volume enquanto estão no chuveiro...<br />

É uma cultura totalmente diferenciada.<br />

Os produtos capilares nipônicos<br />

são bem diferentes em textura, cheiro,<br />

porque eles têm uma cultura muito<br />

forte de xampu.<br />

Também deve haver comportamentos<br />

de consumo diferentes em relação à<br />

maquiagem...<br />

É verdade. Em maquiagem, o México,<br />

por exemplo, é um país muito diferente<br />

do resto do mundo. Uma maquiagem<br />

completa para mulheres é realizada em<br />

sete etapas. Acontece que quase nenhuma<br />

mulher do mundo utiliza esses<br />

sete passos, pois a maquiagem fica<br />

A AVON EM<br />

NÚMEROS<br />

US$ 10,9<br />

bilhões<br />

Foi o faturamento global<br />

da empresa em 2010, valor<br />

6% maior que o registrado<br />

em 2009 e que manteve a<br />

empresa no posto de número<br />

1 em vendas diretas no mundo<br />

70%<br />

Foi o aumento das vendas da<br />

multinacional americana no<br />

Brasil entre 2006 e 2010<br />

5 milhões<br />

de pessoas atuam como<br />

revendedoras dos produtos<br />

da marca no mundo<br />

fonte: aVon e abeVd – março de 2011<br />

muito forte, “carregada”. As mexicanas,<br />

porém, costumam utilizar cinco<br />

desses passos. São as consumidoras<br />

que mais utilizam produtos faciais no<br />

dia a dia. Outra categoria que tem<br />

diferenças bastante marcantes é a de<br />

fragrâncias. A nota olfativa adequada<br />

varia muito de país para país. É preciso<br />

ser muito cuidadoso e perceptivo para<br />

criar um perfume que atenda a todas as<br />

consumidoras do mundo. Muitas vezes<br />

temos de optar por lançamentos regionais<br />

e poucos casos de lançamentos<br />

globais porque não é fácil estar perto<br />

de todas as consumidoras do mundo<br />

sem enfrentar algum problema.<br />

E quais as peculiaridades da consumidora<br />

brasileira em termos de consumo<br />

de cosméticos? Quais são seus traços<br />

marcantes?<br />

Uma coisa marcante da consumidora<br />

brasileira é que ela gosta de valorizar<br />

seu corpo, sua pele, o que cada<br />

uma tem. Isso é muito diferente do<br />

que acontece em outros países. Eu<br />

falo isso porque sou venezuelano, e<br />

as venezuelanas usam produtos para<br />

que as pessoas as olhem, para despertar<br />

a atração dos demais. No Brasil é<br />

diferente. A mulher faz maquiagem<br />

ou usa um creme para o corpo não por<br />

estar insatisfeita. Muitas vezes ela está<br />

contente com sua pele, mas prioriza um<br />

sentimento próprio de bem-estar. São<br />

pontos de vista bastante diferentes.<br />

Há também gostos e necessidades diferentes<br />

em termos de embalagens?<br />

Em embalagem não há tanta diferença,<br />

porque ela tem de ser excelente<br />

em todo o mundo. O empaque tem<br />

de ser funcional, ajudando o produto<br />

a ser dispensado e usado da melhor<br />

forma possível. Um recipiente com<br />

essas características consegue fazer<br />

todas as pessoas do mundo felizes.<br />

38 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br


Para um batom de uma fórmula bastante<br />

diferenciada, a mulher vai querer<br />

ter o melhor aplicador possível, para ter<br />

orgulho em mostrar o produto para as<br />

amigas. Pode ser que um país precise<br />

de uma embalagem mais luxuosa que a<br />

dos demais, por exigência do mercado.<br />

Mas geralmente são detalhes menores<br />

em algumas categorias.<br />

O senhor pode dar exemplos de como<br />

a Avon tem utilizado embalagens para<br />

alavancar vendas de produtos?<br />

Temos usado embalagens para potencializar<br />

os benefícios de nossas fórmulas.<br />

Um exemplo muito bom é o das<br />

máscaras de cílios, em que o aplicador<br />

faz a diferença e valoriza ainda mais os<br />

produtos. Um outro exemplo é a nossa<br />

nova linha Avon Baby, cujas tampas<br />

flip-top das embalagens ajudam as<br />

mães a manusear o produto com uma<br />

só mão e sem desperdício. Uma embalagem<br />

que libera facilmente o conteúdo<br />

de produtos para crianças é uma coisa<br />

“O produto não pode decepcionar quando<br />

chega às mãos da consumidora. Além de não<br />

poder destoar daquilo que está nos folhetos,<br />

ele deve se adequar aos códigos da categoria”<br />

bem vista pelas mães em qualquer<br />

lugar do mundo.<br />

No varejo, as embalagens de produtos<br />

desempenham importante função<br />

vendedora, sendo um fator de atração<br />

da atenção dos potenciais compradores.<br />

É, como se costuma dizer, “a<br />

mais direta das mídias”, “o vendedor<br />

silencioso”. Supõe-se que em vendas<br />

diretas essa função não seja tão importante.<br />

É assim?<br />

Não. A embalagem é também muito<br />

importante nas vendas diretas. Os produtos<br />

têm que se mostrar e ser atrati-<br />

Linha Baby:<br />

tampas fliptop<br />

grandes<br />

permitem<br />

manuseio com<br />

uma só mão<br />

vos para as pessoas. Venda direta não<br />

implica venda líquida e certa. Não significa<br />

que a consumidora irá escolher<br />

seu produto sem compará-lo com o<br />

dos concorrentes. O que curiosamente<br />

percebemos, a propósito, é que embora<br />

não concorram com outras marcas<br />

num mesmo ambiente de vendas, como<br />

ocorre no varejo, nossos produtos acabam<br />

concorrendo entre si em nossos<br />

catálogos. Isso acontece por meio da<br />

comparação entre os visuais dos produtos.<br />

Cabe ressaltar, também, que o<br />

produto não pode decepcionar quando<br />

chega às mãos da consumidora. Além<br />

de não poder destoar daquilo que é<br />

mostrado e prometido nos folhetos,<br />

ele deve se adequar aos códigos da<br />

categoria, do mercado. Xampus, por<br />

exemplo, são maciçamente acondicionados<br />

em frascos plásticos com<br />

tampas bastante funcionais.<br />

Temos de estar no mesmo<br />

padrão de qualidade e de formato<br />

para que o consumidor<br />

não fique perdido.<br />

O que é mais decisivo para<br />

a venda de um cosmético<br />

em venda direta: a embalagem<br />

ou a exposição dos<br />

atributos do produto pela<br />

revendedora?<br />

É uma combinação, porque<br />

depende da categoria. Em<br />

muitos produtos, como cremes<br />

para o corpo e xampus, a<br />

40 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br


embalagem tem um peso muito grande.<br />

Mas em cosméticos antiidade, por<br />

exemplo, a vendedora tem um papel<br />

fundamental. Ela tem a missão importantíssima<br />

de explicar à consumidora<br />

quais os benefícios do produto, dizer a<br />

ela em quanto tempo a pele irá exibir o<br />

resultado prometido.<br />

A Avon é uma das principais consumidoras<br />

de embalagens em seu segmento<br />

de atuação. A indústria brasileira de<br />

embalagens está em condições de atender<br />

às necessidades da empresa?<br />

Diria que em 95% das necessidades,<br />

sim. A grande maioria de nossas<br />

demandas em embalagem pode ser<br />

fornecida aqui, por todo o banco local<br />

de fornecedores. Só algumas peças<br />

com um diferencial ou uma tecnologia<br />

exclusiva precisam de fornecedores<br />

mais especializados, que não encontramos<br />

no País. São os casos, por exem-<br />

plo, de frascos e tampas que têm de ser<br />

um pouco mais elaborados. E há, em<br />

outros casos, a qualidade dos frascos<br />

de vidro para fragrâncias. Se quisermos<br />

lançar fragrâncias muito sofisticadas,<br />

de alta qualidade, dificilmente encontramos<br />

opção local. No mercado é<br />

possível conseguir vidros de qualidade<br />

1, 2 ou 3. As embalagens do tipo 1 não<br />

são abundantes no Brasil, e precisamos<br />

delas para alavancar alguns produtos.<br />

É comum ouvirmos uma frase maliciosa<br />

sobre o mercado brasileiro de cosméticos<br />

segundo a qual consumidores<br />

ricos compram importados, ficando os<br />

produtos nacionais restritos à classe<br />

média e aos pobres. O que o senhor<br />

pensa a esse respeito?<br />

Não se trata de uma frase maliciosa só<br />

do mercado brasileiro. É uma realidade<br />

no mundo todo. A classe A tem muitas<br />

oportunidades de viajar e compra e<br />

Vendas diretas continuaram crescendo em 2010<br />

O ano de 2010 foi fabuloso para as vendas<br />

diretas no Brasil. Segundo balancete recémpublicado<br />

pela Associação Brasileira de<br />

Empresas de Vendas Diretas (ABEVD), o<br />

setor fechou o ano passado com volume<br />

nominal de negócios de 26 bilhões<br />

de reais – valor 17,2% superior ao de<br />

2009. Descontada a inflação no período,<br />

de 5,9%, o crescimento real foi de 11,3%.<br />

Máscaras de cílios<br />

têm aplicadores<br />

práticos, que<br />

agradam à<br />

consumidora<br />

A arrecadação nesse canal praticamente<br />

quintuplicou na última década. De acordo<br />

com a ABEVD, as chamadas vendas de relacionamento<br />

– a entidade rejeita a expressão<br />

“vendas porta a porta”, por possíveis associações<br />

com a informalidade – já são responsáveis<br />

pela geração ou complementação<br />

de renda para 2,74 milhões de famílias<br />

brasileiras.<br />

“Produto é basicamente fórmula<br />

e embalagem. Por isso, temos<br />

de fazer sempre o melhor nesses<br />

dois campos para estimular a<br />

consumidora e encantá-la”<br />

testa produtos estrangeiros. Mas ainda<br />

assim compra produtos locais de acordo<br />

com suas necessidades do dia a dia.<br />

O mercado brasileiro em que a Avon<br />

atua registrou recentemente importante<br />

iniciativa de um fabricante que anunciou<br />

a intenção de atuar fortemente em<br />

vendas diretas, simultaneamente com<br />

vendas pelo sistema de franquias, onde<br />

já era forte (ver edição anterior de<br />

EMBALAGEMMARCA). Pode-se esperar<br />

uma contrapartida por parte da Avon,<br />

passando a atuar com mais força em<br />

outros canais, como varejo e internet?<br />

Essa é uma parte confidencial da Avon.<br />

Não estamos autorizados a falar disso<br />

neste momento.<br />

Como o senhor definiria os principais<br />

desafios que se impõem aos fabricantes<br />

de cosméticos?<br />

O desafio global mais importante é<br />

que a consumidora se sinta atraída por<br />

nossos produtos. Isso porque a cada<br />

dia aumenta a concorrência, a cada dia<br />

aumentam oportunidades de compra<br />

com benefícios bastante diferenciados<br />

uma da outra. Produto é basicamente<br />

fórmula e embalagem. Por isso, temos<br />

de fazer sempre o melhor nesses dois<br />

campos para estimular a consumidora,<br />

fazer chegar ao mercado aquilo que<br />

ela queira comprar e encantá-la. Não<br />

existe segredo.<br />

42 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br


Inscrições abertas<br />

Entre 1° de janeiro de 2010 e 30 de junho de 2011 sua<br />

empresa colocou no mercado embalagens que se<br />

destacaram e trouxeram benefícios concretos para o<br />

usuário? Em caso afi rmativo, não perca mais tempo.<br />

Inscreva-as no Prêmio que se consolidou como um<br />

dos mais importantes e criteriosos do setor.<br />

prêmio embalagemmarca - grandes cases de<br />

embalagem - reconhecimento e divulgação para<br />

quem ajuda a melhorar a embalagem no Brasil.<br />

Cerimônia<br />

de entrega<br />

dos troféus<br />

18 de outubro<br />

Informações sobre o regulamento e inscrições em www.grandescases.com.br<br />

Dúvidas? Entre em contato com a nossa equipe:<br />

premio@embalagemmarca.com.br ou (11) 5181-6533<br />

Patrocínio Prata Promoção Organização


}}} Lácteos<br />

Nostalgia e quebra de paradigma<br />

Com leite e iogurte em PET, laticínios tentam resgatar tradição e abrir novo flanco<br />

á anos utilizando de forma hege-<br />

H<br />

mônica o processo de altíssima<br />

temperatura (ou UHT, iniciais de<br />

ultra-high temperature, em inglês),<br />

em embalagens cartonadas assépticas<br />

para acondicionar leite no Brasil, produtores<br />

ensaiam uma espécie de retorno ao passado, com<br />

nova roupagem para o alimento. Com o lançamento<br />

da marca Top Mild em garrafas de PET<br />

transparente, uma parceria de empresas acaba<br />

de dar um passo para reativar o mercado de leite<br />

pasteurizado no País, a exemplo do que vem<br />

ocorrendo em alguns países europeus.<br />

A Companhia do Leite e a CCL, que produzem<br />

o leite, e a Premiumplastic, que fabrica as garrafas<br />

em sopradoras de um estágio da Aoki, afirmam<br />

em comunicado tratar-se do “resgate da importância<br />

do leite pasteurizado que, devido ao processo<br />

produtivo, é mais saudável que o obtido via UHT,<br />

pois mantém melhor as características originais<br />

do produto”. As empresas apostam no êxito da<br />

nova embalagem, afirmando terem detectado uma<br />

“onda de nostalgia” no mercado. Assim, o design<br />

da embalagem do Top Mild é inspirado na antiga<br />

garrafa de vidro comercializada até os anos 70 e<br />

recentemente relançada pela Verallia (ver Em b a -<br />

l a g E mma r c a nº 136, dezembro de 2010). “Entre<br />

outras vantagens, a embalagem de PET é mais<br />

leve, além de ser inquebrável”, pondera Marcio<br />

Vieira, gerente comercial da Premiumplastic. A<br />

decoração é feita com rótulos tipo wrap-around<br />

de BOPP transparente, impressos pela Flexoprint,<br />

e o fechamento, com tampas de rosca produzidas<br />

pela Tampnet.<br />

Iogurte também<br />

Já no terreno dos iogurtes líquidos, em termos de<br />

embalagem, o que vem se registrando é um passo<br />

para a frente, ou para o lado, como devem considerar<br />

os fornecedores de recipientes predominantes<br />

no segmento, ou seja, as garrafinhas sinuosas de<br />

polietileno de alta densidade (PEAD) decoradas<br />

com rótulos termoencolhíveis. Praticamente desde<br />

Garrafas de PET<br />

procuram resgatar<br />

o mercado de leite<br />

pasteurizado<br />

44 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br<br />

© carlos curado


que chegaram ao mercado brasileiro, nos anos 90,<br />

os iogurtes para beber são acondicionados nesse<br />

tipo de recipiente, que virou sinônimo da categoria.<br />

Agora, através de um laticínio de Vargem, no<br />

interior de São Paulo, o PET quebra o paradigma.<br />

O iogurte líquido com a marca Milk Nobre<br />

é o primeiro do Brasil acondicionado em potes<br />

feitos desse material pela R² Pack, com tampa de<br />

rosca e batoque de polietileno (PE), fornecidos<br />

pela Inj-Tamp. “Uma das vantagens para o consumidor<br />

final é a facilidade na abertura, já que<br />

a embalagem não necessita do selo de indução,<br />

garantindo a estanqueidade do produto mesmo<br />

depois de violado o lacre”, considera Rodrigo<br />

Rodrigues, diretor da R² Pack. O executivo<br />

afirma que, em comparação com o polietileno,<br />

o PET “reduz a porosidade dos frascos, evitando<br />

a concentração de microorganismos e mantendo<br />

um aspecto visual excelente, com aplicação de<br />

rótulos termoencolhíveis”. Os rótulos do iogurte<br />

Milk Nobre, fornecidos pela Propack e pela BR<br />

Films, são de PVC. (FP)<br />

Laticínio paulista inaugura<br />

uso de embalagens de<br />

PET no segmento de<br />

iogurtes para beber<br />

Aoki<br />

(11) 4071-4385<br />

www.aokitech.co.jp/english/<br />

BR Films<br />

(37) 3229-3400<br />

www.brfilms.com.br<br />

Flexoprint<br />

(44) 3232-8100<br />

www.flexoprint.com.br<br />

Inj-Tamp<br />

(15) 3218-1728<br />

www.inj-tampasplasticas.com.br<br />

Premiumplastic<br />

(11) 4652-0077<br />

www.premiumplastic.net<br />

Propack<br />

(11) 4785-3700<br />

www.propack.com.br<br />

R² Pack<br />

(19) 3855-3388<br />

www.r2pack.com.br<br />

Tampnet<br />

(21) 2653-4131<br />

www.tampnet.com.br


}}} Resíduos sóLidos<br />

Parece que vai pegar<br />

Associações de fabricantes de embalagens começam a se adaptar à PNRS<br />

Por Flávio Palhares<br />

parentemente, um dos mais avança-<br />

A<br />

dos projetos mundiais de cuidados<br />

com a destinação do lixo urbano,<br />

a lei 12 305, que institui a Política<br />

Nacional dos Resíduos Sólidos<br />

(PNRS), caminha para consagrar-se no lado positivo<br />

dos diplomas legais brasileiros – isto é, entre<br />

os “que pegam”, em contraposição aos “que não<br />

pegam”. Regulamentada no final de dezembro de<br />

2010 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,<br />

a PNRS terá em 2011 seu primeiro ano de implantação.<br />

A lei institui o princípio de responsabilidade<br />

compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos,<br />

o que abrange fabricantes de produtos e embalagens,<br />

importadores, distribuidores e comerciantes,<br />

consumidores e titulares dos serviços públicos de<br />

limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.<br />

Para que a PNRS comece a valer de fato, o<br />

governo federal tem até junho deste ano para elaborar<br />

uma proposta referente à nova lei que inclua,<br />

entre outros aspectos, metas de redução e reciclagem<br />

de resíduos e prazos para os diversos setores<br />

se adequarem às novas obrigações. Atentas<br />

à PNRS, associações integrantes da cadeia de<br />

valor da embalagem começam a se adaptar à<br />

nova legislação. Os setores do aço, do vidro<br />

e do PET foram os primeiros a apresentar<br />

planos de logística reversa.<br />

No aço, centro modelo<br />

O Sindicato Nacional da Indústria de Estamparia<br />

de Metais (Siniem) e a Associação Brasileira<br />

de Embalagem de Aço (Abeaço) anunciaram<br />

seu sistema próprio de logística reversa,<br />

com a construção de um centro de captação<br />

de embalagens pós-consumo em São Paulo.<br />

O centro-modelo, cujo local exato ainda não foi<br />

anunciado, terá 10 000 metros quadrados de área,<br />

começará a funcionar em julho e terá capacidade<br />

de armazenar embalagens descartadas por 2,5<br />

milhões de pessoas.<br />

O objetivo do projeto é elevar a remuneração<br />

de quem entregar o material. No centro de recebimento,<br />

qualquer um – catadores, cooperativas,<br />

varejistas, indústria envasadora, consumidor final<br />

– poderá vender o aço diretamente. Todos receberão<br />

o mesmo valor pelo quilo da sucata. Em valores<br />

de fevereiro de 2011, cada quilo de embalagem<br />

de aço valia 25 centavos. Hoje, cooperativas de<br />

catadores recebem cerca de 7 centavos por quilo<br />

do metal. O restante fica com os atravessadores.<br />

“Temos a intenção de<br />

reduzir a informalidade<br />

do setor e minimizar<br />

a ação dos intermediários,<br />

elevando o<br />

46 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br<br />

ilustração jorge h.i.f.s.


O BOTICÁRIO RECICLA<br />

a rede de franquias o Boticário criou a<br />

campanha Bioconsciência, com o objetivo<br />

de incentivar a destinação correta<br />

do lixo. o consumidor pode devolver nas<br />

lojas da rede as embalagens vazias, de<br />

vidro, plástico ou papel, que serão encaminhadas<br />

a empresas recicladoras.<br />

BRASTEMP RECOLHE<br />

EMBALAGENS EM CASA<br />

o “Brastemp Viva” é um programa da<br />

Whirlpool latin america, fabricante das<br />

marcas Brastemp e Consul, que desde<br />

2005 retira na casa do consumidor todas<br />

as embalagens dos eletrodomésticos<br />

vendidos no sistema porta a porta no<br />

estado de São Paulo. Em cinco anos,<br />

mais de 100 toneladas de papelão, plástico<br />

e isopor foram destinadas à reciclagem<br />

por meio da iniciativa. Em 2008,<br />

interesse na coleta de embalagens de aço”, diz<br />

Antonio Carlos Teixeira Alvares, presidente do<br />

Siniem.<br />

Até o final do ano, a entidade projeta inaugurar<br />

outros três centros de reciclagem na capital<br />

paulista. A expectativa é de que outras capitais<br />

também recebam esses centros. “Nossa meta é<br />

ampliar, em cinco anos, o índice de reciclagem<br />

de embalagens de aço dos atuais 47% para 70%”,<br />

adianta o presidente do Siniem. A ideia central de<br />

criar um centro específico para embalagens de<br />

aço, além de atender às exigências da lei, é reduzir<br />

custos. “O aço é um metal valioso que, se coletado<br />

junto com outros materiais menos nobres, acaba<br />

subsidiando a reciclagem de outras embalagens de<br />

menor valor de mercado”, ressalta Teixeira Álvares.<br />

“Cada tonelada de aço reciclado equivale a 1,5<br />

tonelada de minério de ferro, 0,65 tonelada de cal<br />

e 0,3 tonelada de calcário”, lembra Thaís Fagury,<br />

gerente-executiva da Abeaço.<br />

Paralelamente à inauguração do centro de coleta,<br />

haverá uma campanha educativa dirigida aos<br />

consumidores finais. Também serão distribuídos<br />

sacos plásticos na cor oficial das embalagens metá-<br />

Algumas iniciativas<br />

Iniciativa privada tem ações de reciclagem de embalagens<br />

a Brastemp firmou parceria com o Wal<br />

mart e dividiu seus conhecimentos no<br />

processo de logística reversa de embalagens,<br />

que abrangem desde a logística<br />

para a coleta até a maneira mais sustentável<br />

para o descarte.<br />

TETRA PAK INDICA<br />

POSTOS DE RECICLAGEM<br />

Com base no google maps, a Tetra<br />

Pak lançou em 2008 o site rota de<br />

reciclagem (www.rotadareciclagem.<br />

com.br), serviço que indica postos de<br />

coleta seletiva de lixo e reciclagem de<br />

licas em programas de coleta seletiva – o amarelo<br />

– com capacidade para cerca de 2,5 quilos em cada<br />

unidade. Inicialmente, as sacolas serão subsidiadas<br />

pela indústria, mas o objetivo é que mais adiante o<br />

consumidor pague por elas.<br />

A iniciativa será o ponto de partida, no Brasil,<br />

para a organização de uma cadeia exclusiva de<br />

reciclagem de embalagens metálicas, especialmente<br />

o aço, já que o problema do alumínio está<br />

praticamente solucionado, com a reciclagem de<br />

98% das embalagens. O investimento no projeto é<br />

de 2 milhões de reais. O custo será dividido entre<br />

fabricantes de embalagens de aço, siderúrgicas e<br />

indústrias usuárias.<br />

No vidro, gerenciadora<br />

A partir de um estudo desenvolvido pela consultoria<br />

Monitor Group, a Associação Técnica Brasileira<br />

das Indústrias Automáticas de Vidro (Abividro)<br />

encaminhou ao Ministério do Meio Ambiente um<br />

plano de implementação de logística reversa para<br />

o setor, comprometendo-se a recolher todo tipo de<br />

embalagem de vidro pós-consumo.<br />

A associação propõe instalar no Brasil uma<br />

gerenciadora, que terá o papel de intermediar<br />

as relações entre o poder público,<br />

cooperativas de catadores, beneficiadoras,<br />

embalagens cartonadas assépticas<br />

(longa vida). o sistema aponta onde<br />

encontrar locais para entrega de materiais<br />

recicláveis, cooperativas e comércios<br />

ligados à cadeia de reciclagem de<br />

embalagens Tetra Pak em todo o país.<br />

Para utilizar, basta digitar um endereço<br />

no buscador para que ele informe os<br />

locais mais próximos.<br />

TERRACYCLE VENDE<br />

PRODUTOS FEITOS COM<br />

EMBALAGENS DESCARTADAS<br />

mochilas, bolsas, nécessaires, guardachuvas,<br />

entre outros itens, com estampas<br />

dos salgadinhos da Pepsico, do suco<br />

em pó Tang, da kraft Foods, do papel<br />

report, da Suzano Papel e Celulose, de<br />

chocolates da Nestlé, entre outras, são<br />

alguns dos produtos comercializados<br />

pela TerraCycle. a empresa é especia-<br />

fabricantes de vidro e indústrias usuárias.<br />

lizada em transformar lixo considerado<br />

não reciclável, como embalagens<br />

plásticas flexíveis laminadas,<br />

em dinheiro. Subsidiária brasileira<br />

da companhia homônima<br />

americana, a TerraCycle<br />

coleta essas embalagens para<br />

transformá-las em produtos<br />

com marcas de empresas. É o<br />

que ela chama de “lixo patro- Bolsa<br />

cinado”.<br />

produzida pela<br />

TerraCycle com<br />

Voluntários recolhem as emba- embalagens<br />

lagens e as enviam à empresa,<br />

de salgadinhos<br />

de onde seguem para cooperativas<br />

artesanais que lavam e transformam os<br />

invólucros nos itens vendidos no varejo.<br />

MÁQUINA DE “VENDA REVERSA”<br />

CHEGA AO BRASIL<br />

a Susten Trading traz para o mercado<br />

nacional a máquina de Venda reversa<br />

48 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br


A entidade – sem fins lucrativos – será responsável<br />

por coordenar a participação dos municípios,<br />

capacitar e credenciar cooperativas de catadores<br />

e beneficiadoras, negociar operações de compra<br />

e venda de recicláveis triados, gerir a logística<br />

reversa dos recicláveis e promover campanhas de<br />

conscientização sobre reciclagem.<br />

“A estimativa é de que, após quatro anos de sua<br />

instalação, a gerenciadora faça com que o índice<br />

de reciclagem do setor vidreiro atinja 50%”, diz<br />

Lucien Belmonte, superintendente da Abividro.<br />

Entretanto, para que o modelo seja economica-<br />

Abre estimula discussão<br />

Depois de participar ativamente junto<br />

aos poderes Legislativo e Executivo das<br />

discussões que levaram à aprovação da<br />

lei que estabeleceu a Política Nacional<br />

de Resíduos Sólidos, a Associação<br />

Brasileira de Embalagem (Abre) criou<br />

um Núcleo de Estudos da PNRS cuja<br />

missão é promover o debate no setor.<br />

Segundo informa a diretora executiva da<br />

entidade, Luciana Pellegrino, já foram<br />

realizadas “inúmeras reuniões entre<br />

todas as entidades setoriais e outros<br />

elos da sociedade, e junto à indústria<br />

PÁGINA<br />

PRÓXIMA NA CONTINUA<br />

(rVm), que utiliza tecnologia avançada para iden- embalagens pós-consumo nas máquinas receba<br />

tificar, coletar, compactar e documentar diversos um vale-desconto de volta. a expectativa da<br />

materiais recicláveis. Trata-se de uma vending empresa é ter 100 máquinas funcionando ainda<br />

machine “ao contrário”, que recolhe embalagens neste ano, e para isso, está em negociação com<br />

descartadas. o equipamento, fabricado pela uma grande empresa, cujo nome ainda não pode<br />

norueguesa Tomra – que já tem mais de 100 mil<br />

dessas máquinas instaladas em outros países –<br />

ser divulgado.<br />

recebe uma programação para reconhecer qual VAREJO TEM AÇÕES DE RECICLAGEM<br />

resíduo é inserido e armazená-lo em diferentes a coleta de materiais recicláveis em estações de<br />

compartimentos internos. a rVm aceita embala- entrega voluntária atinge números expressivos.<br />

gens de alumínio, de aço, de vidro, de PET e de Como exemplo, as lojas Pão de açúcar recebem<br />

outros tipos de plástico.<br />

em seus 72 postos de São Paulo uma quantidade<br />

a ideia é fazer<br />

de embalagens e outros materiais equivalentes<br />

parcerias com redes<br />

a 20% de todo resíduo reciclável recolhido pela<br />

varejistas: o consu-<br />

prefeitura na capital. o Carrefour Brasil anunmidor<br />

que insere as<br />

ciou a intenção de eliminar até 2014, de forma<br />

gradual, o uso de sacolas plásticas tradicionais<br />

em suas lojas. o projeto teve início na unidade<br />

de Piracicaba (SP), em março de 2010. Segundo<br />

Vending machine<br />

“ao contrário”<br />

a rede varejista, em um ano a loja deixou de<br />

recolhe as<br />

distribuir 7,7 milhões de sacolinhas. o Carrefour,<br />

embalagens<br />

www.embalagemmarca.com.br<br />

para que se alcançasse um aprofundamento<br />

sobre o tema e fossem levantados<br />

os caminhos para a participação<br />

do setor produtivo frente aos Acordos<br />

Setoriais.” Ela diz ainda que “a Abre<br />

manterá neste primeiro semestre o foco<br />

de discussão junto às entidades de classe.<br />

Ao mesmo tempo, trabalhará com<br />

as indústrias o entendimento tanto das<br />

propostas esboçadas como das demais<br />

exigências decorrentes da PNRS”.<br />

Veja a íntegra do depoimento no site:<br />

emb.bz/pnrs


mente viável, são necessárias a adesão e a participação<br />

dos envasadores e empacotadores, que<br />

compartilham a responsabilidade sobre a logística<br />

reversa do resíduo.<br />

Segundo Belmonte, a indústria vidreira investirá<br />

inicialmente 10 milhões de reais na criação<br />

da gerenciadora, que será administrada por uma<br />

equipe profissional independente e terá um conselho<br />

composto por membros das várias instâncias<br />

envolvidas. A previsão é de que em quatro anos a<br />

gerenciadora esteja operando a todo vapor.<br />

PET visa ampliar<br />

A Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet)<br />

lançou o programa LevPet, que visa ampliar<br />

a coleta de embalagens de PET pós-consumo<br />

(ver Em b a l a g E mma r c a 137, janeiro de 2011).<br />

Utilizando o mesmo modelo do programa Rota da<br />

Reciclagem, da Tetra Pak (ver quadro), o LevPet<br />

(www.levpet.org.br) é um serviço que fornece pela<br />

internet, através do Google Maps, a localização<br />

dos pontos de coleta onde os cidadãos podem dar<br />

destinação às suas embalagens pós-consumo.<br />

O serviço conta com mais de mil pontos de<br />

coleta cadastrados por todo o Brasil. A meta é<br />

aumentar gradativamente esse número, com o<br />

assim como o Pão de açúcar, tem em suas lojas alguns<br />

“caixas verdes”, onde os clientes podem descartar<br />

embalagens secundárias de produtos na hora da<br />

compra. o Walmart Brasil e a Coca-Cola Brasil mantêm<br />

programa conjunto de coleta e reciclagem de resíduos,<br />

batizado de Estação de reciclagem. São postos de coleta<br />

de embalagens metálicas, de plástico, de papel, de<br />

vidro e óleo de cozinha em mais de 300 lojas da rede<br />

Walmart em todo o Brasil. a parceria beneficiar diretamente<br />

cooperativas e gera renda para catadores.<br />

TAEQ: CIRCUITO FECHADO<br />

Embalagens celulósicas coletadas nas lojas do grupo<br />

Pão de açúcar são recicladas e transformadas em<br />

novas embalagens cartonadas para produtos da Taeq,<br />

marca própria focada em saúde e bem-estar. o projeto,<br />

batizado de logística reversa Taeq, pôde se concretizar<br />

através de parcerias costuradas pelo Pão de açúcar.<br />

invólucros de papel deixados nas lojas do grupo são<br />

coletados e selecionados pela associação Vira lata,<br />

cooperativa de catadores sediada na capital paulista. o<br />

material é então comprado pela Papirus, que o utiliza na<br />

produção de uma versão especial de seu papel cartão<br />

apoio dos próprios usuários. Para isso,<br />

o site possui um sistema colaborativo<br />

de atualização, onde os usuários podem<br />

indicar novos locais. Desde o lançamento<br />

do programa, em dezembro de 2010, o<br />

número de pontos de coleta do serviço<br />

aumentou cerca de 20%. O site une conceitos<br />

de educação ambiental à modernidade<br />

da Internet, para despertar no cidadão<br />

a importância do seu papel para o fluxo<br />

reverso das embalagens.<br />

“Com o LevPet, a indústria se antecipou<br />

às diretrizes da Política Nacional<br />

de Resíduos Sólidos, que estabeleceu a<br />

responsabilidade dos três elos envolvidos<br />

na questão: cidadão, poder público e<br />

indústria”, afirma Auri Marçon, presidente da Abipet.<br />

“Estamos trabalhando para resolver o grande<br />

entrave que dificulta a ampliação da reciclagem<br />

em nossa indústria: a falta de um sistema público<br />

abrangente de coleta seletiva.” De acordo com o 6 o<br />

Abief acompanha<br />

O presidente da Abief – Associação<br />

Brasileira da Indústria de Embalagens<br />

Plásticas Flexíveis, Alfredo Schmitt,<br />

diz que em relação à PNRS a Abief<br />

mantém dois representantes no comitê<br />

relativo ao assunto que funciona na<br />

Abre. “O objetivo é acompanhar e participar<br />

de todas as discussões. Como<br />

a Abre engloba todos os materiais de<br />

embalagem, julgamos mais pertinente<br />

trabalharmos em conjunto para termos<br />

mais força e representatividade”.<br />

Censo da Reciclagem do PET no Brasil, divulgado<br />

no final de 2010, o País recicla 55,6% de todas as<br />

embalagens produzidas, índice superior ao desempenho<br />

verificado nos Estados Unidos e em alguns<br />

países da União Europeia.<br />

reciclado Vitacarta, batizado de Vitacarta gPa (sigla para<br />

grupo Pão de açúcar). gráficas como antilhas, Congraf e<br />

Emibra adquirem esse cartão e produzem novos cartuchos,<br />

displays e luvas, distribuindo-os para as indústrias<br />

fabricantes dos produtos da linha Taeq.<br />

POSTOS DE COMBUSTÍVEL<br />

RECEBEM EMBALAGENS DE ÓLEO<br />

iniciativa do Sindicato Nacional de Empresas<br />

Distribuidoras de Combustíveis e de lubrificantes<br />

– Sindicom, o Programa Jogue limpo estabelece o<br />

sistema de logística reversa de embalagens plásticas<br />

de óleos lubrificantes pós-consumo, patrocinado pelos<br />

fabricantes, importadores e distribuidores de lubrificantes.<br />

a coleta é feita na cadeia de revenda do produto,<br />

e as embalagens serão transportadas para centrais de<br />

recebimento, onde são compactadas e encaminhadas<br />

para empresas recicladoras. atualmente, 10% das<br />

embalagens novas de óleo já são fabricadas com plástico<br />

reciclado. iniciado há cinco anos no rio grande do<br />

Sul, o programa funciona no Paraná, em Santa Catarina,<br />

no rio de Janeiro e em São Paulo.<br />

INPEV: EMBALAGENS DE EMBALAGENS<br />

o recolhimento de recipientes vazios de agrotóxicos é<br />

uma exigência legal, que o inpev – instituto Nacional de<br />

Processamento de Embalagens Vazias ajuda a cumprir.<br />

a entidade tem um programa que já alcança o índice<br />

de 80% de reciclagem do volume produzido. a Campo<br />

limpo Plásticos desenvolveu estudos de viabilidade<br />

para a produção de embalagens que utilizam resina<br />

pós-consumo como camada intermediária e resina<br />

virgem como camadas interna e externa. as novas<br />

embalagens são usadas por fabricantes de produtos<br />

fitossanitários (agrotóxicos).<br />

50 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br


Próximo evento do<br />

Ciclo de Conhecimento<br />

Seminário Design de Embalagens de Resultados<br />

28 de junho, em São Paulo • 30 de junho, em Curitiba<br />

Foco: Evento voltado para profissionais das áreas de design, de embalagens e de marketing das<br />

empresas de bens de consumo no qual se discutirá a importância do design como ferramenta<br />

de fortalecimento de marcas, sinalizando que uma estratégia de design abrangente inclui<br />

não só uma preocupação estética, mas também uma visão industrial do processo.<br />

Publico-alvo: Designers, diretores, gerentes, coordenadores de embalagens e demais<br />

profissionais tomadores de decisão nos departamentos de marketing e embalagens.<br />

Empresas atuantes no setor, desde convertedores até end-users.<br />

Outros eventos<br />

Presença confirmada: RAVI SAWHNEY, fundador e CEO da RKS Design,<br />

empresa sediada na Califórnia, líder global em estratégia, inovação e design.<br />

PATROCÍNIO:<br />

Mantenha-se atualizado, acesse<br />

www.ciclodeconhecimento.com.br<br />

Fórum<br />

Stand-up Pouches<br />

25 de agosto, em Recife<br />

Patrocínio<br />

www.bloco.de.com<br />

Seminário<br />

Papel Cartão<br />

22 de novembro, em São Paulo<br />

Patrocínio<br />

Realização Promoção<br />

www.embalagemmarca.com.br<br />

Seminário<br />

Bioplásticos<br />

22 de novembro, em São Paulo


PAINEL GRÁFICO<br />

Gigante dos<br />

autoadesivos<br />

Colacril e RR Etiquetas fundem-se<br />

para criar nova potência no setor<br />

A Colacril, uma das principais fabricantes<br />

de bases para rótulos autoadesivos,<br />

e a RR Etiquetas, maior convertedora<br />

de etiquetas autoadesivas<br />

para código de barras no Brasil, anunciaram<br />

em março último a integração<br />

de suas operações em participações<br />

iguais. Segundo as empresas, a fusão<br />

origina a maior fornecedora de produtos<br />

autoadesivos do País.<br />

De acordo com Valdir Arjona gaspar,<br />

presidente da Colacril, está sendo<br />

criada uma holding para gerir o negócio,<br />

no qual cada empresa atuará de<br />

forma independente, porém complementar.<br />

“Nesta primeira fase, nosso<br />

objetivo é construir o conhecimento<br />

mútuo e reunir o melhor de cada uma<br />

de nossas empresas”, declarou por<br />

sua vez Ricardo Rodrigues de Oliveira,<br />

presidente da RR Etiquetas. “Vamos<br />

somar competências, talentos, experiências<br />

e a principal característica que<br />

temos em comum: o espírito empreendedor.”<br />

No entender de ambos os empresários,<br />

conforme comunicado distribuído<br />

ao mercado, “em termos práticos a<br />

ampliação do portfolio de produtos<br />

e a gestão compartilhada já proporcionarão<br />

benefícios imediatos para<br />

os clientes – e, em curtíssimo prazo,<br />

os efeitos positivos resultantes do<br />

aspecto complementar entre as linhas<br />

de produção constituirão importantes<br />

diferenciais”. gaspar e Rodrigues consideram<br />

também que “a iniciativa contribuirá<br />

para aumentar a competitividade<br />

construtiva e para o fortalecimento<br />

da indústria nacional de autoadesivos,<br />

dotada de intensa rivalidade e grande<br />

diversidade de players”. (Wilson<br />

palhares)<br />

}}} MERCADO DE CONVERSÃO E IMPRESSÃO DE RÓTULOS E EMBALAgENS<br />

Para a cadeia do frio<br />

Camarão congelado ganha caixa de cartão duplex<br />

A alta nas vendas de frutos do mar e<br />

as falhas da cadeia de refrigeração no<br />

país fizeram o Frigorífico Jahu trocar a<br />

embalagem do camarão com a marca<br />

Frescatto. Eram utilizadas caixas de<br />

papel cartão duplex laminadas na<br />

frente e no verso com polietileno, mas<br />

que tinham baixa resistência física e<br />

à umidade. A empresa adotou uma<br />

nova embalagem utilizando um cartão<br />

impermeabilizado com alta barreira à umidade que pode<br />

ter contato com produtos alimentícios e apta para o uso na<br />

cadeia frigorífica. É produzida pela Fotoimpress.<br />

Reciclagem de liner no Sudeste<br />

Celulose Reciclada instala galpão em São Paulo<br />

A Celulose Reciclada, única empresa<br />

no Brasil que recicla liner, base do<br />

autoadesivo, instalou um galpão na<br />

cidade de Itapevi, na grande São<br />

Paulo, para armazenagem de resíduos<br />

dos seus fornecedores, que em<br />

sua maioria estão na região Sudeste.<br />

Como a sede da empresa fica em<br />

Pernambuco, isso irá facilitar o rece-<br />

Ajuda para designers<br />

UPM Raflatac lança site com dicas de design de rótulos<br />

A UPM Raflatac, que recentemente<br />

comprou a fabricante brasileira de bases<br />

autoadesivas gumtac (ver edição anterior<br />

de EMBALAGEMMARCA), lançou um site para<br />

designers de embalagens e rótulos. O<br />

site Pro Label Studio (www.prolabelstudio.com)<br />

apresenta exemplos visuais<br />

e traz informações sobre as inúmeras<br />

possibilidades de uso dos rótulos autoadesivos.<br />

No site, há informações sobre os desafios<br />

e exigências de diferentes materiais<br />

de embalagem, efeitos especiais e técnicas<br />

de impressão sobre diversos tipos de<br />

substratos.<br />

bimento e a logística do material.<br />

“Com o novo galpão em São Paulo e<br />

a nova Política Nacional de Resíduos<br />

Sólidos, esperamos triplicar a captação<br />

de material nos próximos meses,<br />

evitando que seja jogado em aterros e<br />

incineradores”, diz Karina Spina, coordenadora<br />

de marketing e negócios da<br />

empresa.<br />

O site auxilia os designers a selecionar<br />

os materiais indicados para rótulos de<br />

diversos tipos de produtos, como vinhos,<br />

bebidas destiladas e itens de higiene<br />

pessoal.<br />

52 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br


Flexografia em HD<br />

Nova tecnologia permite<br />

impressão com mais definição<br />

A Mondi Coatings & Consumer Packaging<br />

(www.mondigroup.com), do Reino Unido,<br />

apresentou uma nova tecnologia de<br />

impressão flexográfica de alta definição<br />

para embalagens flexíveis, rótulos e etiquetas.<br />

A nova tecnologia promete resultados<br />

de impressão com elevada qualidade<br />

e com contornos definidos, tanto em<br />

materiais laminados quanto em papel. O<br />

segredo é o uso de uma superfície especial<br />

na placa de impressão, que transfere<br />

maior quantidade de tinta, permitindo à<br />

impressora trabalhar em áreas sólidas<br />

com alta densidade, porém com menor<br />

pressão. Na prática, a tecnologia flexo<br />

HD aumenta a resolução de impressão<br />

para 70 linhas por centímetro quadrado<br />

em comparação com a cobertura convencional,<br />

de até 42 linhas por centímetro<br />

quadrado.<br />

Impressão flexo “normal” – 43 linhas por cm²<br />

Impressão em flexo HD – 70 linhas por cm²<br />

www.embalagemmarca.com.br<br />

Novas marcas<br />

no mercado<br />

Divisões da Avery<br />

Dennison têm nomes<br />

comerciais alterados<br />

A Avery Dennison anunciou<br />

a alteração dos nomes<br />

comerciais de suas divisões.<br />

A divisão antes denominada<br />

Materiais em Rolo (“Roll<br />

Materials”) passa a ser<br />

chamada de Materiais para<br />

Rótulos e Embalagens(“Label<br />

& Packaging Materials”).<br />

Segundo a empresa, o novo<br />

nome reflete “a firme intenção<br />

de oferecer inovações<br />

em embalagem para o mercado”.<br />

Mudanças similares<br />

de nomes ocorrerão em<br />

todas as unidades de negócios<br />

da Avery Dennison.<br />

A transição para o novo<br />

nome será feita de forma<br />

gradual. Primeiro serão<br />

renovados os materiais de<br />

comunicação, o site e, aos<br />

poucos, outros instrumentos<br />

de contato com o cliente. O<br />

nome Fasson permanecerá<br />

como marca de materiais<br />

autoadesivos.<br />

Rotulagem sem liner<br />

Innovia apresenta filme<br />

para embalagens de alimentos<br />

A Innovia Films, fabricante de substratos especiais<br />

de BOPP e celulose para rotulagem e de<br />

filmes flexíveis, lançou a nova linha de filmes<br />

Rayoface NB, adequada para aplicações de etiquetas<br />

sem liner. Os novos filmes foram desenvolvidos<br />

para uso na linha de rotuladoras sem<br />

liner Nobac da Ravenwood Packaging.<br />

Os filmes Rayoface NB estão disponíveis nas<br />

tonalidades branca e transparente e com espessuras<br />

de 92 micra (adequada para substituir<br />

envoltórios de papel cartão) e 60 micra (para<br />

substituição de etiquetas convencionais sensíveis<br />

à pressão e wrap around). Quando convertidos<br />

em etiquetas sem liner, os filmes Rayoface<br />

NB podem ser usados em bandejas de alimentos<br />

frescos. Como a etiqueta é aplicada diretamente<br />

à embalagem, pode ser obtida uma redução<br />

de mais de 30% do peso, diz a fabricante.<br />

abril 2011<br />

<strong>EmbalagemMarca</strong><br />

53


ARTIGO }}} ANDREW EYLES<br />

imitação talvez seja a forma<br />

A<br />

mais sincera de enaltecimento.<br />

No entanto, indústrias não se<br />

sentem lisonjeadas quando confrontadas<br />

com clonagens de seus<br />

produtos. Ver uma cópia quase indistinguível<br />

de sua embalagem é algo que se sente como<br />

uma agressão. Grandes quantidades de tempo<br />

e dinheiro são gastos em pesquisa, marketing,<br />

publicidade e acondicionamento para a construção<br />

de marcas fortes. Daí ser totalmente<br />

compreensível a irritação provocada pelos produtos<br />

“me-too”.<br />

O plágio é um problema antigo. Existe em<br />

todo o mundo. Nesse ramo, a China é indiscutivelmente<br />

a meca. Lá, inúmeros produtos e marcas<br />

são recriados, muitas vezes de forma divertidamente<br />

tosca (mas nada divertida para as<br />

fontes de inspiração). Não se trata somente de<br />

um benefício de um terceiro, não-autorizado,<br />

sobre a propriedade intelectual de outra<br />

companhia. A inferioridade das imitações<br />

pode causar danos à reputação da<br />

marca original. Recentemente, a montadora<br />

chinesa Hongqi lançou o HQD,<br />

uma cópia descarada do Rolls-Royce<br />

Phantom, mas com preço oito vezes<br />

menor. A Rolls-Royce é o epítome da<br />

engenharia de luxo e, claro, deve se<br />

sentir prejudicada ao ver um clone de<br />

seu automóvel sendo vendido ao equivalente<br />

a 80 000 reais.<br />

Mas produtos superpremium ou de<br />

design sofisticado não são os únicos<br />

alvos dos plagiadores. No Reino<br />

Unido, o mercado de réplicas é dominado<br />

por cigarros falsificados e itens<br />

de mercearia “me-too”. Os primeiros<br />

A little less consternation...*<br />

Cópias de produtos são tão aborrecedoras quanto inevitáveis.<br />

Por que não aceitá-las, mas agir para sempre estar à frente?<br />

Rolls-Royce viu seu<br />

modelo Phantom (acima)<br />

servir de “inspiração”<br />

para carro chinês<br />

Creme vegetal I Can’t Believe<br />

It’s Not Butter foi clonado pelo<br />

You’d Butter Believe It!<br />

são perigosos para a saúde tanto daqueles<br />

que os consomem quanto para daqueles que<br />

os traficam, como mostraram recentes assassinatos<br />

ocorridos no submundo do crime organizado.<br />

Também não deixam de ser trágicas<br />

as cópias de produtos de marca vendidos nos<br />

supermercados. Quando digo cópias,<br />

quero dizer cópias mesmo, produtos<br />

quase idênticos. Comparem-se, por<br />

exemplo, as embalagens do creme para<br />

untar I Can’t Believe It’s Not Butter,<br />

da Unilever, com seu clone, o You’d<br />

Butter Believe It!, dos supermercados<br />

Asda. Ou o cartucho do cereal matinal<br />

Cheerios, da Nestlé, com o de seu<br />

genérico, o Hoops, da varejista Tesco.<br />

No negócio de marcas próprias<br />

* Em português, “Um pouco menos<br />

de consternação”. Brincadeira com o<br />

verso de uma famosa canção de Elvis<br />

Presley: “A little less conversation, a little<br />

more action” (“Um pouco menos de<br />

conversa, um pouco mais de ação”).<br />

54 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br


do varejo, cópias costumavam explorar os<br />

incautos, que procuram embalagens que lhes<br />

são familiares sem prestar muita atenção. Até<br />

pouco tempo atrás tinha-se como inegáveis<br />

os fatos de que a maioria das pessoas fazia o<br />

supermercado ligando o piloto automático.<br />

Fortes referências visuais seriam, então, suficientes<br />

para atraí-la. Contudo, uma pesquisa<br />

da Blue Marlin mostra que um dos efeitos da<br />

recessão foi ter feito os consumidores aqui na<br />

Europa operar no manual, analisando produtos<br />

antes de os retirarem das gôndolas.<br />

A mais nova campanha publicitária da rede<br />

de varejo low cost Aldi parece querer se enquadrar<br />

nessa nova realidade de maneira curiosa.<br />

Anúncios encorajam clientes a ver clones como<br />

escolhas conscientes, terminando com o slogan<br />

“Como as marcas, apenas mais baratos”. É possível<br />

ver um vídeo da campanha aqui: http://<br />

emb.bz/aldi.<br />

Marcas e formatos insubstituíveis<br />

Tem-se aí o ponto nevrálgico da discussão.<br />

“Me-toos” se parecem com os produtos que<br />

macaqueiam, mas nunca são tão bons – sejam<br />

eles cópias na forma de itens apadrinhados pelo<br />

varejo ou pela indústria. A mesma pesquisa<br />

da Blue Marlin detectou que algumas marcas,<br />

como a Heinz no segmento de ketchup, são<br />

insubstituíveis mesmo nos tempos mais bicudos.<br />

Certos consumidores até confessaram que<br />

experimentaram opções mais baratas durante a<br />

crise, mas logo acabaram voltando às marcas<br />

que conhecem e adoram.<br />

O comercial da Aldi vinculado ao link publi-<br />

Comercial da Aldi tenta mostrar vantagem de preço da<br />

imitação genérica do ketchup Heinz<br />

cado acima, que tenta mostrar a vantagem de se<br />

comprar um ketchup que imita claramente o da<br />

Heinz, levanta uma outra questão interessante.<br />

O formato emblemático do frasco squeezable<br />

lançado pioneiramente pela Heinz tornou-se<br />

a linguagem visual da categoria, da mesma<br />

forma que a igualmente icônica embalagem<br />

branca do lava-louças Fairy Liquid tornou-se<br />

a norma da categoria na Grã-Bretanha. A Fairy<br />

Liquid mudou para uma embalagem totalmente<br />

diferente e o mercado a seguiu. Existem dezenas<br />

de exemplos em que o líder estabelece os<br />

padrões do mercado.<br />

Mas qual é a linha que separa as marcas<br />

que tentam obedecer às regras da categoria e<br />

de propriedade intelectual daquelas que simplesmente<br />

roubam ideias?<br />

É evidente que os proprietários de marcas<br />

devem protegê-las, bem como defender<br />

os investimentos feitos para estabelecêlas.<br />

Mas não há um elemento de inevitabilidade<br />

quanto às cópias das marcas mais bem-sucedidas?<br />

E não é papel das marcas e dos consultores<br />

especializados, como nós, movimentarmonos,<br />

atualizando ou reinventando embalagens<br />

para que estas se mantenham sempre um passo<br />

à frente da concorrência? Por que não construir<br />

patrimônios de marca muitíssimo bem-protegidos<br />

por leis de propriedade industrial? Decorre<br />

dessa reflexão o título deste artigo.<br />

Acredito que as marcas são os faróis que iluminam<br />

o caminho do consumidor. Marcas líderes<br />

devam fazer exatamente o que delas se<br />

espera: liderar. E serem seguidas por todas<br />

as outras.<br />

VEJA EXEMPLOS DE CÓPIAS CHINESAS<br />

DE PRODUTOS E MARCAS DE PRESTÍGIO:<br />

emb.bz/chinesas<br />

Andrew Eyles é CEO da Blue Marlin Brand<br />

Design (www.bluemarlinbd.com), consultoria<br />

de marcas e design sediada no Reino<br />

Unido e com filiais na Europa, na Ásia,<br />

na Austrália e nos Estados Unidos.<br />

Ele pode ser contatado através do e-mail<br />

andrew.eyles@bluemarlinbd.com.<br />

Abaixo, outros exemplos<br />

de imitações de embalagens<br />

perpetradas no mercado<br />

europeu. As originais<br />

estão à esquerda<br />

56 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br


}}} destiLados<br />

Venha, Absolut<br />

Vodca nacional, com garrafa de luxo,<br />

almeja competir com marca sueca<br />

Grupo Petrópolis, terceira maior cer-<br />

O<br />

vejaria do país, que ingressou no segmento<br />

premium em 2007 com a marca<br />

de cervejas alemã Weltenburger, estreia<br />

agora no segmento de vodcas. A empresa<br />

lançou a bebida premium Blue Spirit Unique, produzida<br />

com álcool de cereais, sem adição de açúcar, e<br />

destilada cinco vezes. O objetivo da fabricante é fazer<br />

a nova bebida concorrer diretamente com a vodca<br />

sueca Absolut, que hoje detém aproximadamente<br />

70% do mercado de vodcas premium no Brasil.<br />

Para isso, o Grupo Petrópolis decidiu não somente<br />

caprichar na fórmula da bebida, em desenvolvimento<br />

desde 2009, mas também na embalagem. Uma elegante<br />

garrafa com tons azuis, fechada com tampa de<br />

rosca, acondiciona a vodca. A embalagem é decorada<br />

por meio de duas técnicas: pintura em degradée na<br />

base e serigrafia no logotipo e nos textos.<br />

A produção inicial da Blue Spirit Unique é de 15 000<br />

litros. A bebida será também vendida na<br />

versão ice, misturada com limão, em latas<br />

sleek de 269 mililitros. A previsão da empresa<br />

é que daqui a dois meses a versão ice<br />

chegue ao mercado em mais uma opção:<br />

a garrafa long neck de vidro. (FP)<br />

www.embalagemmarca.com.br<br />

Garrafa de vidro<br />

tem pintura<br />

em degradée e<br />

serigrafia. Versão<br />

ice chega em<br />

lata sleek<br />

Lata<br />

Latapack-Ball<br />

(12) 2127-4700<br />

www.latapack.com.br<br />

Design<br />

Multi Solution<br />

(11) 2823-2000<br />

www.multisolution.art.br<br />

Garrafa<br />

Owens-Illinois do Brasil<br />

(11) 2542-8084<br />

www.oidobrasil.com.br<br />

Decoração da garrafa<br />

PlastClean<br />

(11) 4619-8540<br />

www.plastclean.com.br


}}} inteRnacionaL<br />

Toda vegetal<br />

PepsiCo anuncia a criação de garrafa de PET 100% derivada de recursos agrícolas<br />

uase um ano e meio após sua<br />

Q<br />

grande rival Coca-Cola lançar a<br />

PlantBottle, garrafa de PET composta<br />

em 30% por etanol de canade-açúcar,<br />

a Pepsi anunciou sua<br />

versão “verde” de embalagem para refrigerantes.<br />

A novidade, divulgada sem um nome comercial,<br />

é brandida pela multinacional americana como<br />

a primeira garrafa de PET do mundo totalmente<br />

baseada em recursos vegetais.<br />

De acordo com a PepsiCo, dona da Pepsi, a<br />

nova embalagem está muito à frente das tecnologias<br />

industriais similares hoje existentes. A produção<br />

da garrafa será inicialmente feita a partir<br />

de materiais como capim, casca de pinha e palha<br />

de milho. Num segundo estágio, a ideia é utilizar<br />

subprodutos agrícolas “da casa” na obtenção da<br />

resina vegetal empregada nas garrafas. Seriam os<br />

casos, ventila a empresa, das cascas de laranja,<br />

batata e aveia não aproveitadas nas operações de<br />

sucos, salgadinhos e cereais matinais.<br />

Como o PET convencional<br />

A PepsiCo evita dar detalhes da tecnologia<br />

envolvida na criação da nova garrafa. O que diz,<br />

por ora, é que identificou métodos para criar<br />

uma estrutura molecular vegetal idêntica à do<br />

PET derivado do petróleo através da combinação<br />

de processos biológicos e químicos. Segundo a<br />

empresa, sua garrafa “verde” tem aparência e<br />

propriedades de desempenho similares à da<br />

garrafa de PET convencional.<br />

A empresa decidiu também não antecipar<br />

detalhes sobre como a nova embalagem será<br />

implantada – nem mesmo se terá alcance mundial,<br />

como a PlantBottle da Coca-Cola. O que se<br />

sabe é que os primeiros testes de mercado com a<br />

garrafa começarão em 2012. A expectativa depositada<br />

na novidade é grande. “Trata-se de uma<br />

inovação revolucionária, um resultado direto<br />

de nosso compromisso com pesquisa e desenvolvimento<br />

que irá transformar a indústria de<br />

bebidas”, exulta a diretora mundial da empresa,<br />

a indiana Indra Nooyi. (GK)<br />

A nova embalagem cercada por<br />

algumas de suas fontes: capim,<br />

batata, aveia, milho e laranja<br />

A CEO da PepsiCo, Indra Nooyi:<br />

“inovação irá revolucionar a<br />

indústria de bebidas”<br />

58 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br


}}} bRicoLagem<br />

Beleza suspensa<br />

Cola ganha destaque com novo rótulo e tampa “pendurável”<br />

esign de embalagens<br />

D<br />

nunca foi uma grande<br />

preocupação no<br />

mercado de colas de<br />

madeira. A Acrilex,<br />

porém, decidiu mudar essa escrita.<br />

De olho no crescente uso do produto<br />

por marceneiros de fim de<br />

semana e praticantes de artesanato,<br />

a empresa resolveu adotar um visual<br />

mais moderno para sua cola.<br />

O frasco do produto é agora<br />

decorado por um rótulo termoencolhível<br />

de BOPP graficamente rico<br />

e que o envolve por completo – o<br />

que ajuda a atrair a atenção nos<br />

pontos de venda. Outro destaque da<br />

embalagem, também desenvolvido<br />

para melhorar a exposição nas lojas,<br />

é a tampa.<br />

Batizado de Hang, o novo<br />

fechamento plástico incorpora um<br />

furo do tipo “euro slot”, que facilita<br />

pendurar a cola em gancheiras –<br />

amplamente utilizadas em casas de<br />

artesanato e papelarias, onde existe<br />

pouco espaço para exibição dos<br />

produtos em prateleiras ou caixasdisplay.<br />

A Acrilex, que fabrica internamente<br />

o frasco e a tampa, avisou<br />

que irá estender o uso da solução<br />

para outros produtos. (FP)<br />

Desenho do<br />

rótulo chama<br />

a atenção no<br />

PDV. Tampa com<br />

furação permite<br />

a exposição em<br />

gancheiras<br />

Design<br />

Los3 Publicidade<br />

(11) 2598-8277<br />

www.los3.com<br />

Rótulo<br />

Metrolabel<br />

(11) 3603-3888<br />

www.metrolabel.com.br


DISPLAy<br />

Identidade multicor<br />

O Boticário institui nova comunicação visual,<br />

marcada por variadas combinações de cores<br />

Aos 34 anos, O Boticário decidiu mudar radicalmente<br />

sua identidade. O logotipo da principal<br />

franquia de cosméticos do País deixa de<br />

destacar o verde, como ocorria desde 1977.<br />

A assinatura passa a ser feita com diversas<br />

combinações de cores, escolhidas com base<br />

naquelas utilizadas com mais frequência nas<br />

coleções de moda dos últimos três anos e<br />

entre outras apontadas como fortes tendências<br />

para o futuro. Foi criado um “brand book”<br />

com amplas possibilidades de conjugação<br />

das tonalidades, desenvolvidas para “conversar”<br />

com os variados públicos da marca. Entre outras<br />

mudanças do logotipo, a letra “B” passa a ser<br />

rodeada de “florais” e ganha status de ícone da<br />

marca. O sublinhado, presente no logotipo anterior,<br />

desaparece. Um novo slogan será também adotado.<br />

“A vida é bonita. Mas pode ser linda” substitui<br />

o “Acredite na beleza”, lançado em 2007.<br />

Da telinha para sabonetes<br />

Backyardigans estão em embalagem da Biotropic<br />

A Biotropic Cosmética<br />

Licensing amplia sua<br />

linha de produtos de<br />

higiene infantil com<br />

o sabonete em barra<br />

Baby Backyardigans.<br />

O produto é acondicionado<br />

em cartucho<br />

de papel cartão<br />

decorado com design<br />

que destaca os personagens<br />

do desenho<br />

Backyardigans,<br />

do canal de TV<br />

Nickelodeon.<br />

}}} LANçAMENTOS E NOVIDADES – E SEUS SISTEMAS DE EMBALAgEM<br />

Cartucho<br />

Ycar Artes Gráficas<br />

(11) 3531-6611<br />

www.ycar.com.br<br />

Design<br />

Vy2 Studio Design<br />

(11) 5081-7813<br />

www.vy2.com.br<br />

Acima, algumas das combinações de cores do novo logotipo.<br />

Abaixo, os logotipos antigos, de 1977 e 2007. Adeus ao uso do verde<br />

Design<br />

FutureBrand<br />

(11) 3821-1166 • www.futurebrand.com<br />

Slogan<br />

AlmapBBDO<br />

(11) 2161-5600 • www.almapbbdo.com.br<br />

60 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br<br />

1977<br />

2007<br />

Depilação em qualquer lugar<br />

Lenços para depilação em embalagem portátil<br />

A Depi Roll traz para o mercado lenços para depilação<br />

em embalagens para viagem, que podem<br />

ser levadas na bolsa. São duas<br />

versões: para o corpo e para<br />

a face. Os cartuchos de papel<br />

cartão, em formato triangular,<br />

contêm 16 unidades dos lenços<br />

prontos para depilação e um<br />

sachê de lenço umedecido<br />

com óleo de<br />

limpeza pós depilatório.<br />

A empresa não informou<br />

de quem é o design.<br />

Sachê<br />

Grand Pack<br />

(11) 4053-2143<br />

www.grandpack.com.br<br />

Cartuchos<br />

Rosset Artes Gráficas<br />

(11) 3732-4444<br />

www.graficarosset.com.br<br />

© carlos curado


Jardinagem arrumadinha<br />

Embalagens diferenciam ferramentas na gôndola<br />

A Bellota investiu na apresentação de sua linha de jardinagem<br />

para diferenciar os produtos no ponto de venda. Na<br />

parte frontal das embalagens há especificação do produto e<br />

desenho de alguma vantagem que o uso proporciona, como<br />

“corte 2x mais rápido”, no caso do serrote dobrável. No verso<br />

da embalagem, além da<br />

garantia da peça e das<br />

instruções de segurança,<br />

é especificado cada item<br />

que compõe a ferramenta,<br />

como cabos, molas e<br />

material de fabricação.<br />

Design<br />

Audaz<br />

Comunicação<br />

(19) 3471-0800<br />

www.audaz.com.br<br />

Vasilhame resgatado<br />

Garrafa de vidro de 1 litro do<br />

Guaraná Antarctica volta ao mercado<br />

A Ambev anunciou o relançamento<br />

do guaraná Antarctica em<br />

garrafa retornável de vidro de 1<br />

litro. Há dezenove anos fora do<br />

portfólio da empresa, a embalagem<br />

voltou ao mercado no fim<br />

de março último.<br />

Garrafa<br />

Owens-Illinois<br />

(11) 2542-8084<br />

www.oidobrasil.com.br


DISPLAy<br />

Centenário marcante<br />

Tramontina lança embalagens<br />

comemorativas aos seus 100 anos<br />

Para comemorar seu centésimo aniversário,<br />

em 2011, a fabricante de ferramentas e<br />

utilidades domésticas Tramontina lança um<br />

selo comemorativo e uma linha de produtos<br />

em embalagens diferenciadas. São caixas<br />

de papel cartão e latas de aço que seguem<br />

uma identidade gráfica encomendada para<br />

a data especial. O principal elemento trabalhado<br />

nas embalagens e no selo é a caracterização<br />

dos zeros do número 100 como<br />

se formassem o símbolo do infinito.<br />

Caixas de papel cartão<br />

Box Print<br />

(11) 5505-2370<br />

www.boxprint.com.br<br />

Latas de aço<br />

Meister<br />

(47) 3433-3133<br />

www.meister.com.br<br />

62 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011<br />

}}} LANçAMENTOS E NOVIDADES – E SEUS SISTEMAS DE EMBALAgEM<br />

Design<br />

Zon Design<br />

(51) 3029-6202<br />

www.zondesign.com.br<br />

Opções de bolso<br />

Bebidas da Campari ganham versões em minigarrafa<br />

O bitter Campari e o uísque<br />

Old Eight, da Campari do<br />

Brasil, passam a estar disponíveis<br />

em petacas – como<br />

são conhecidas as garrafas de<br />

bolso de 200 mililitros utilizadas<br />

em bebidas alcoólicas. “A<br />

embalagem menor é prática e<br />

Tampa (Old Eight)<br />

Altec Tampas Metálicas<br />

(11) 3534-7171<br />

www.altectampas.com.br<br />

Rótulos<br />

CCL Label<br />

(19) 3876-9311<br />

www.ccllabel.com.br<br />

Tampa (Campari)<br />

Federfin Tech (Itália)<br />

+39 (0) 382 809-856<br />

www.federfintech.com<br />

Garrafas<br />

Glaswerk Ernstthal<br />

+49 (0) 202 648-2450<br />

www.glaswerk-ernstthal.de<br />

tem custo-beneficio adequado<br />

ao mercado brasileiro”, afirma<br />

Roberto Abreu, diretor comercial<br />

da Campari do Brasil. As<br />

garrafas, de vidro e importadas<br />

da Alemanha, seguem o<br />

design standard da marca utilizado<br />

na Europa.<br />

Sabonete para a cozinha<br />

Produto protege as mãos durante lavagem de louça<br />

A Mahogany passa a comercializar o sabonete líquido concentrado<br />

Chef de Cuisine, que, segundo a empresa, oferece<br />

proteção para as mãos durante a lavagem de louças.<br />

Nas variantes Calêndula e Chá Branco, os produtos são<br />

acondicionados em frascos de PET com válvulas pump de<br />

polipropileno. O cartucho é produzido em papel cartão triplex.<br />

O design das embalagens é da própria Mahogany.<br />

Válvula<br />

Aptar B+H<br />

(11) 4196-5000<br />

www.aptarbhlatinamerica.com<br />

Frasco<br />

Engratech<br />

(19) 3837-8100<br />

www.grupoengra.com.br<br />

Cartucho<br />

Lavezzo<br />

(11) 3392-2832<br />

www.lavezzo.com.br


Design<br />

Pereira & O’Dell<br />

pereiraodell.com<br />

Decoração<br />

DG Decor<br />

(11) 4705-3153<br />

www.dgdecor.com.br<br />

Edição: FlÁVio PalharES ||| flavio@embalagemmarca.com.br<br />

Abelha engarrafada<br />

Inseto inspira apresentação de aperitivo de cachaça<br />

Chega ao mercado a B (lê-se bee, “abelha” em<br />

inglês), cachaça com mel e limão criada pelos<br />

empresários Eduardo Jorge e Hendrik Wolff e pelo<br />

piloto de corridas Nelsinho Piquet. A garrafa de vidro<br />

em que o produto é acondicionado, fabricada pela<br />

francesa Saverglass e obtida no Brasil por meio<br />

da representante oficial, é decorada pelo processo<br />

de serigrafia. A cápsula da garrafa, assim como o<br />

símbolo da bebida, é marcada pela combinação de<br />

faixas pretas e amarelas, numa alusão ao padrão de<br />

cores associado às abelhas. O logotipo do produto<br />

estampará o macacão de Nelsinho Piquet durante a<br />

temporada 2011 da Nascar, competição americana<br />

de automobilismo. O produto deverá ser lançado<br />

nos Estados Unidos e na Europa ainda este ano.<br />

Garrafa<br />

Premier Pack<br />

(11) 4612-0756<br />

www.premierpack.com.br<br />

Do túnel do tempo<br />

Sucesso antigo, farofa é relançada em flow packs<br />

A granfino aposta no resgate de um produto que fez<br />

sucesso da década de 1980. Na época, a empresa<br />

produzia farofa torrada com sabor bacon. Passados<br />

trinta anos, o produto é relançado, ao lado de outros<br />

sabores (Tradicional e Carne). O design das flow<br />

packs que acondicionam as farofas é do departamento<br />

de marketing da empresa.<br />

Flow pack<br />

Incoplast<br />

(48) 3657-3000<br />

www.gruposbde.com.br


}}} índice de anunciantes<br />

Empresa Página Telefone Site<br />

aaron 63 (85) 3260-2666 www.aaron.ind.br<br />

baumgarten 6 e 7 (47) 3321-6666 www.baumgarten.com.br<br />

bericap 4ª capa (15) 3235-4500 www.bericap.com<br />

boxprint 37 (51) 2111-1311 www.boxprint.ind.br<br />

brainbox 39 (41) 3018-1695 www.brainboxdesign.com.br<br />

brasilata 34 e 35 (11) 3871-8500 www.brasilata.com.br<br />

center Fix 63 (11) 4122-2988 www.centerfix.com.br<br />

ciclo de conhecimento 51 (11) 5181-6533 www.ciclodeconhecimento.com.br<br />

clever pack 29 (21) 2573-6426 www.cleverpack.com.br<br />

congraf 31 (11) 3103-0300 www.congraf.com.br<br />

cryovac 13 (11) 3833 -2830 www.cryovac.com.br<br />

embala nordeste 55 (11) 3567-1890 www.embalaweb.com.br<br />

esko-graphics 53 (11) 5583-1311 www.esko.com<br />

excel marcas e patentes 63 (11) 5041-1021 www.excelmarcas.com.br<br />

giro news 41 (11) 3874-1311 www.gironews.com<br />

gráfica piloto 21 (62) 4005-0022 www.gpiloto.com.br<br />

grif 23 (11) 2146-1150 www.grifetiquetas.com.br<br />

idea 61 (11) 5051-7569 www.iivp.com.br<br />

indexflex 3ª capa (11) 3618-7100 www.indexflex.com.br<br />

innovia Films 17 (11) 5094-9945 www.innoviafilms.com<br />

Label summit 47 +1 (262) 782-1900 www.labelsummit.com/brazil<br />

metapack máquinas 57 (54) 3454-9215 www.metapack.ind.br<br />

metrolabel 45 (11) 3603-3888 www.metrolabel.com.br<br />

moltec 63 (11) 5693-4600 www.moltec.com.br<br />

optima 9 (19) 3886-9800 www.optima-bra.com<br />

papirus 15 (11) 2125-3900 www.papirus.com<br />

ph Fit 59 (19) 3476-8000 www.ph-fit.com<br />

plastic solution 27 (11) 2872-1555 www.plasticsolution.com.br<br />

prada 2ª capa (11) 5682-1000 www.prada.com.br<br />

prêmio embalagemmarca 43 (11) 5181-6533 www.grandescases.com.br<br />

silgan White cap 5 (11) 5585-0723 www.silganwhitecap.com.br<br />

technopack 65 (51) 2139-9000 www.technopack.com.br<br />

tyrex 57 (11) 3617-8888 www.tyrex.com.br<br />

Vemax 49 (19) 3881-8990 www.vemax.com.br<br />

Vidro porto 27 (19) 3589-3199 www.vidroporto.com.br<br />

64 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br


}}} eVentos<br />

Para “salvar” comida<br />

ONU e Interpack se unem para debater<br />

maneiras de a embalagem minimizar um<br />

problema grave: o desperdício de alimentos<br />

m dos contrastes perturba-<br />

U<br />

dores do mundo atual é o<br />

fato de milhões de pessoas<br />

passarem fome enquanto<br />

um volume excessivo de<br />

alimentos é perdido. Pelas estimativas<br />

da Organização das Nações Unidas para<br />

Agricultura e Alimentação (FAO), as<br />

perdas podem atingir 1,2 bilhão de toneladas<br />

por ano. Nos países desenvolvidos<br />

o desperdício chega a 300 quilos per<br />

capita por ano. A entidade acredita que<br />

a embalagem pode desempenhar um<br />

papel importante no combate a esse flagelo.<br />

Por isso, fechou uma parceria com<br />

a alemã Messe Düsseldorf, organizadora<br />

da feira Interpack, para realizar paralelamente<br />

ao evento, nos dias 16 e 17 de<br />

maio próximo, um congresso sobre o<br />

tema: o Save Food.<br />

Cadeia reunida<br />

O objetivo da FAO e da Messe Düsseldorf<br />

é reunir no evento representantes de<br />

indústrias de alimentos e embalagem, do<br />

varejo, políticos, pesquisadores e organizações<br />

não-governamentais (ONGs).<br />

Para os organizadores, medidas têm de<br />

www.embalagemmarca.com.br<br />

ser tomadas agora para evitar uma catástrofe<br />

ainda maior no futuro. “A expectativa<br />

é que até 2050 a população mundial<br />

cresça 50%, totalizando 9 bilhões<br />

de pessoas”, diz Robert van Otterdijk,<br />

responsável na FAO pela iniciativa Save<br />

Food. “Todo o crescimento será urbano,<br />

e se dará majoritariamente em países em<br />

desenvolvimento. Hoje, nesses países, a<br />

maioria das perdas de alimentos ocorre<br />

durante a cadeia produtiva, como resultado<br />

de práticas inadequadas de fabricação,<br />

acondicionamento, transporte e<br />

venda. Aprimoramentos em embalagem<br />

podem ajudar a reverter a situação”.<br />

Durante o evento, a FAO irá apresentar<br />

os resultados de três estudos atualmente<br />

em curso. O primeiro deles<br />

investiga as razões e o grau de perdas<br />

de alimentos em países desenvolvidos e<br />

calcula o nível em que diferentes tipos de<br />

embalagem podem ajudar a remediá-las.<br />

O segundo estudo é similar, mas calcado<br />

em economias emergentes. Já o terceiro<br />

visa quantificar os investimentos necessários<br />

para garantir, nesses mesmos países<br />

subdesenvolvidos, o suprimento suficiente<br />

de alimentos embalados. (GK)<br />

SAIBA MAIS SOBRE<br />

A INICIATIVA<br />

E O CONGRESSO:<br />

www.save-food.org<br />

Fique ligado nos próximos eventos<br />

do Ciclo de Conhecimento.<br />

Acesse:<br />

www.ciclodeconhecimento.com.br


Peça de museu<br />

em pleno vigor<br />

Completa seu cinquentenário em 2011<br />

uma embalagem que está presente na<br />

maioria dos restaurantes japoneses –<br />

se não a original, suas cópias.<br />

O frasco de vidro de 150 mililitros do<br />

molho de soja (shoyu) Kikkoman foi<br />

desenhado em 1961 por um dos mais<br />

importantes designers do Japão,<br />

Kenji Ekuan, nascido em<br />

1929. Com silhueta curva<br />

e rótulos serigrafados, a<br />

embalagem tem como grande<br />

sacada a tampa dispensadora<br />

com dois furos, um de<br />

cada lado. Originalmente<br />

produzida em plástico vermelho, ela<br />

permite ao usuário o controle de fluxo<br />

do líquido com os dedos, por meio<br />

da regulagem da obstrução de uma<br />

das entradas de ar. A embalagem da<br />

Kikkoman tornou-se um clássico<br />

do design e faz parte da exposição<br />

permanente do Museu de Arte<br />

Moderna de Nova York (MoMA).<br />

Almanaque<br />

Frasco criado<br />

por Kenji Okuan<br />

para a Kikkoman,<br />

com sua tampa<br />

“inteligente”,<br />

virou sinônimo<br />

de embalagem de<br />

molho de soja<br />

Da mesa à vitrola<br />

A prática de afixar mídias a<br />

embalagens de cereais matinais,<br />

como hoje costuma ser feito com CDs<br />

ou DVDs, surgiu nos Estados Unidos<br />

nos anos 50. Filmes finíssimos de<br />

vinil gravados com faixas de áudio,<br />

chamados flexi-discs, começaram<br />

a ser laminados diretamente nas<br />

superfícies cartonadas de cartuchos.<br />

Bastava recortar os disquinhos<br />

das caixas e tocá-los em vitrolas. O<br />

Primeiras mídias<br />

com áudio<br />

distribuídas em<br />

caixas de cereais<br />

surgiram nos<br />

Estados Unidos na<br />

década de 50<br />

A Original original<br />

A história da cerveja Original teve início em 1906, quando Henrique Thielen,<br />

recém-chegado da Alemanha, fundou a Cervejaria Adriatica, em Ponta Grossa,<br />

no Paraná, com equipamentos trazidos de seu país natal. Ele deu o nome de<br />

Original à sua cerveja Pilsen. Em 1943, a família Thielen vendeu a Cervejaria<br />

Adriatica para a Cia. Antarctica Paulista. Foi aí que ela ganhou o nome que<br />

tem até hoje: Antarctica Original. O rótulo ainda mantém alguns<br />

elementos originais – como o fundo amarelo, a tipologia e o<br />

losango azul com a inscrição “pilsen” – e herdou da Antarctica os<br />

pingüins e a faixa azul (que hoje desapareceu da “marca mãe”,<br />

Antarctica). Hoje a Original faz parte do portfólio da Ambev.<br />

66 <strong>EmbalagemMarca</strong> www.embalagemmarca.com.br/almanaque abril 2011<br />

recurso foi adotado pioneiramente<br />

pela General Mills, mas depois se<br />

difundiu entre outros fabricantes.<br />

No início, os discos traziam músicas<br />

infantis e narrações de contos.<br />

Depois, passaram a divulgar variados<br />

artistas e gêneros musicais. Até<br />

discursos políticos entraram na onda.<br />

Veja mais exemplos de cartuchos<br />

com flexi-discs e ouça amostras:<br />

emb.bz/cdbox<br />

Rótulo atual<br />

(à direita)<br />

mantém<br />

elementos<br />

do original,<br />

da Cervejaria<br />

Adriatica

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!