O AEROSSOL DECOLA - EmbalagemMarca
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PLÁSTICAS<br />
PET entra nos mercados<br />
de leites e iogurtes<br />
FECHAMENTOS<br />
Tampas menores para<br />
bebidas ganham espaço<br />
RESÍDUOS SÓLIDOS<br />
A cadeia do packaging<br />
se movimenta<br />
O <strong>AEROSSOL</strong> <strong>DECOLA</strong><br />
Consumo em alta e investimentos de fornecedores<br />
revigoram a produção local de embalagens nebulizadoras<br />
www.embalagemmarca.com.br<br />
ENTREVISTA: Alberto Moreau, da Avon, fala da importância da embalagem para as vendas diretas
EDITORIAL<br />
2 0 1 0<br />
EMB A L AG E MMAR C A é<br />
uma publicação mensal da<br />
Bloco de Comunicação Ltda.<br />
Rua Arcílio Martins, 53<br />
CEP 04718-040<br />
São Paulo, SP<br />
Tel.: (11) 5181-6533<br />
Fax: (11) 5182-9463<br />
www.embalagemmarca.com.br<br />
Filiada ao<br />
PRÊMIO EMBALAGEMMARCA<br />
TECNOLOGIAPRODUTIVIDADEGIROCONVENIÊNCIAINOVAÇÃOREDUÇÃODECUSTOSIMPACTOAMBIENTAL<br />
VIDADEPRATELEIRAAGREGAÇÃODEVALORLOGÍSTICAMATERIAISDESIGNCOMUNICAÇÃOSEGURANÇA<br />
Grandes cases de embalagem<br />
2 0 1 0<br />
}}} UMA CONVERSA COM O LEITOR<br />
Sobre notícias positivas e imitações<br />
capa da presente edição, como fala sobre o modo como consumidoras de cosméti-<br />
A<br />
devem ter notado nossos bem informados<br />
leitores, foi inspirada em<br />
recente capa da revista inglesa The<br />
Economist com reportagem sobre o<br />
cos se comportam em diferentes países e destaca a<br />
importância das embalagens no sistema de vendas<br />
diretas. Trata-se de uma entrevista que se encaixa<br />
na intenção de Em b a l a g E mma r c a de tornar mais<br />
crescimento da economia brasileira. Inspiramo- ampla e sistemática a cobertura sobre cosméticos e<br />
nos também no título “Brazil takes off” (“o Brasil artigos de higiene pessoal na revista, sem prejuízo<br />
decola”) daquela peça, aqui reproduzida. Segundo do noticiário sobre os demais segmentos.<br />
usos e costumes consolidados, criar adaptando – Toda esta introdução tem como razão de ser<br />
ou criar d’après alguma obra consagrada – não é o interesse em chamar a atenção para um fato às<br />
exatamente plagiar, desde que se deixe bem clara vezes esquecido, quando são feitas comparações<br />
a intenção. Como pode se ver na reportagem de com outras iniciativas em que prevalece o concei-<br />
capa, de autoria de Marcelo Marcondes, a cadeia to de preço (totalmente diferente do conceito de<br />
de valor dos aerossóis no Brasil está em plena valor). Esse fato é que a cada mês (e a cada dia,<br />
arrancada, depois de anos dependendo de impor- no site www.embalagemmarca.com.br) entregatações<br />
da Argentina. A capa à moda de The Ecomos aos leitores o mais denso e profundo connomist,<br />
convenhamos, mostra isso muito bem. junto de informações e conhecimento da mídia<br />
Mais notícias boas e substanciosas são ofe- especializada em embalagem no Brasil.<br />
recidas nesta edição. É o caso da reportagem de A propósito, cabe destacar, na página 54, o<br />
Guilherme Kamio sobre avanços tecnológicos na artigo do designer inglês Andrew Eyles, CEO<br />
produção de tampas, que resultam em benefícios da Blue Marlin Brand Design, sobre cópias de<br />
econômicos e ambientais para a fabricação dos produtos. Ele lembra que “a imitação talvez seja<br />
recipientes nos quais são aplicadas. Igualmente a forma mais sincera de enaltecimento”, ponde-<br />
animador é o balanço apresentado na reportarando no entanto que os imitados “não se sentem<br />
gem de Flávio Palhares sobre o estágio em que lisonjeados quando confrontados com a clonagem<br />
se encontram as providências<br />
de seus produtos”. É o dilema em que nos encon-<br />
de empresas e associações de<br />
tramos ao constatarmos que iniciativas nossas, na<br />
empresas para a implantação<br />
área editorial e em eventos, são disfarçadamente<br />
da lei que institui a Política<br />
“adaptadas” por outros. Devemos sentir-nos elo-<br />
Nacional dos Resíduos Sóligiados<br />
ou lesados? O melhor talvez seja assumir<br />
dos (PNRS). Parece que “vai<br />
o que se depreende das palavras de encerramento<br />
pegar”.<br />
do artigo de Eyles: “Líderes devem fazer exata-<br />
Na Entrevista do mês, mente o que deles se espera – liderar”.<br />
Alberto Moreau, vice-presidente<br />
de marketing da Avon,<br />
Wilson Palhares<br />
Diretor de redação: Wilson Palhares | palhares@embalagemmarca.com.br<br />
Editor executivo: Guilherme Kamio | guma@embalagemmarca.com.br<br />
Redação: redacao@embalagemmarca.com.br<br />
Flávio Palhares | flavio@embalagemmarca.com.br<br />
Marcella Freitas | marcella@embalagemmarca.com.br<br />
Colaborou nesta edição: Marcelo Marcondes<br />
Departamento de arte: arte@embalagemmarca.com.br<br />
Diretor de arte: Carlos Gustavo Curado | carlos@embalagemmarca.com.br<br />
assistente de arte: Jorge H. I. F. Santos | jorge@embalagemmarca.com.br<br />
Administração:<br />
Eunice Fruet | eunice@embalagemmarca.com.br<br />
Marcos Palhares | marcos@embalagemmarca.com.br<br />
Departamento Comercial: comercial@embalagemmarca.com.br<br />
Juliana Lenz | juliana@embalagemmarca.com.br<br />
Karin Trojan | comercial@embalagemmarca.com.br<br />
Wagner Ferreira | wagner@embalagemmarca.com.br<br />
Circulação e Assinaturas (Assinatura anual: R$ 99,00):<br />
Marlyan Dulz | assinaturas@embalagemmarca.com.br<br />
Eventos: Manuel Dias | eventos@embalagemmarca.com.br<br />
“Iniciativas nossas<br />
são ‘adaptadas’ por<br />
outros. Devemos<br />
sentir-nos elogiados<br />
ou lesados? O<br />
melhor, como se<br />
aconselha,<br />
talvez seja ter em<br />
mente que ‘líderes<br />
devem fazer<br />
exatamente o que<br />
deles se espera –<br />
liderar’”<br />
Público-Alvo<br />
EM BA LA G E M M AR CA é di ri gi da a pro fis sio nais que<br />
ocu pam car gos de di re ção, ge rên cia e su pervi<br />
são em em pre sas integrantes da ca deia de<br />
em ba la gem. São profissionais envolvidos com<br />
o desenvolvimento de embalagens e com poder<br />
de decisão colocados principalmente nas indústrias<br />
de bens de consumo, tais como alimentos,<br />
bebidas, cosméticos e medicamentos.<br />
O con teú do edi to rial de EM BA LA G E M M AR CA é<br />
resguar da do por di rei tos au to rais. Não é<br />
per miti da a re pro du ção de ma té rias edi to riais<br />
pu bli ca das nes ta re vis ta sem au to ri za ção<br />
da Blo co de Co mu ni ca ção Ltda. Opi niões<br />
ex pres sas em ma té rias as si na das não re fle tem<br />
ne ces sa ria men te a opi nião da re vis ta.<br />
caPa: © stePhen sWeet | dreamstime.com e andrÉ godoY
sumáRio }}} Nº 140 }}} ABRIL 2011<br />
Fechamentos<br />
setor de tampas aumenta oferta de<br />
soluções compatíveis com padrão mais<br />
curto de gargalo de garrafas de Pet<br />
mais: tendência de tampas menores<br />
chega ao mercado de óleos de cozinha<br />
Limpeza doméstica<br />
evita-mofos da soin ganha<br />
embalagens recarregáveis<br />
Entrevista<br />
4 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011<br />
32<br />
36<br />
VP de marketing da avon fala de comportamentos<br />
de consumo e da importância<br />
da embalagem nas vendas diretas<br />
44<br />
Lácteos<br />
leite pasteurizado e<br />
iogurte líquido adotam<br />
embalagens de Pet<br />
10<br />
Reportagem de capa<br />
Cenário desfavorável para aerossóis<br />
muda a reboque de injeções de gás nos<br />
mercados consumidores e fornecedores<br />
Resíduos sólidos<br />
associações de fabricantes<br />
de embalagens começam a<br />
se adaptar à Política nacional<br />
de resíduos sólidos<br />
18<br />
46<br />
57 Destilados<br />
grupo Petrópolis<br />
apresenta vodca premium<br />
para concorrer com a<br />
sueca absolut
Bricolagem<br />
novo rótulo e tampa<br />
“pendurável” dão destaque<br />
a embalagem de cola<br />
E mais<br />
Editorial<br />
Só na web<br />
Panorama<br />
Painel Gráfico<br />
Artigo: Andrew Eyles<br />
Display<br />
Índice de Anunciantes<br />
Almanaque<br />
58 Internacional<br />
Pepsi anuncia criação<br />
de garrafa de Pet de<br />
origem 100% vegetal<br />
59<br />
65 Eventos<br />
onu e interpack debatem maneiras<br />
de a embalagem minimizar<br />
desperdício de alimentos<br />
3<br />
8<br />
26<br />
52<br />
54<br />
60<br />
64<br />
66<br />
www.embalagemmarca.com.br
SÓ NA WEB<br />
Amostra da seção diária de notícias de www.embalagemmarca.com.br e da e-newsletter semanal da revista<br />
ROTULAGEM<br />
DISPLAY<br />
Cerveja mais leve<br />
Schincariol lança<br />
cerveja em garrafa de<br />
147 gramas. Produzida<br />
pela Owens-Illinois do<br />
Brasil, a embalagem é a<br />
mais leve, em vidro, no<br />
mercado de cervejas<br />
emb.bz/schin<br />
Memória na embalagem<br />
Cerveja Paulistânia adota<br />
rótulos com fotos antigas da<br />
rede Pão de Açúcar<br />
emb.bz/paulistania<br />
INTERNACIONAL<br />
Caixa para placa mãe serve<br />
como gabinete de computador<br />
A fabricante de componentes de informática<br />
Asus apresentou em Hannover, na<br />
Alemanha, uma caixa para placas-mãe que<br />
pode ser utilizada como gabinete para o<br />
computador. Chega ao mercado em junho.<br />
emb.bz/asus<br />
SUSTENTABILIDADE<br />
“Garrafa filtrante” será vendida no Brasil<br />
O Brasil está na mira do Bobble, garrafa reutilizável<br />
produzida em plástico reciclado e dotada de um<br />
pequeno elemento filtrante interno acoplado à tampa.<br />
A embalagem foi inventada pela americana Move<br />
Collective e projetada pelo designer Karim Rashid<br />
emb.bz/bobble<br />
Acompanhe-nos nas redes sociais:<br />
twitter.com/embalagemmarca<br />
facebook.com/embalagemmarca<br />
Edição: FlÁVio PalharES ||| flavio@embalagemmarca.com.br<br />
METÁLICAS<br />
Brasil pode receber<br />
mais um fabricante<br />
de latas para bebidas<br />
A Can Pack, fabricante de<br />
embalagens metálicas do<br />
grupo polonês Pol-Am-Pack,<br />
estuda a instalação de fábrica<br />
na Zona Franca de Manaus<br />
emb.bz/canpack<br />
LEGISLAÇÃO<br />
Anvisa suspende<br />
programa de<br />
rastreamento<br />
de remédios<br />
O programa nacional<br />
de identificação e<br />
rastreamento de<br />
medicamentos foi<br />
suspenso no início de<br />
março pela Agência<br />
Nacional de Vigilância<br />
Sanitária (Anvisa).<br />
emb.bz/anvisa<br />
PAINEL GRÁFICO<br />
Visionflex é<br />
certificada<br />
A Visionflex Soluções<br />
gráficas, de São<br />
Paulo, recebeu o<br />
selo FSC (Forest<br />
Stewardship Council,<br />
ou Conselho de<br />
Manejo Florestal),<br />
principal certificado<br />
para produtos de<br />
origem florestal.<br />
emb.bz/visionflex<br />
8 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br
}}} Fechamentos<br />
Cresce a redução<br />
Menor e mais sustentável, novo gargalo para garrafas de PET<br />
conquista bebidas nacionais e movimenta o mercado de tampas<br />
Por Guilherme Kamio<br />
uando marcas líderes mudam suas<br />
Q<br />
embalagens não costuma tardar<br />
para os demais players segui-las<br />
de cambulhada. É esse o motivo<br />
da multiplicação, no País, da oferta<br />
das tampas plásticas de rosca compatíveis com<br />
o PCO 1881 – novo padrão de gargalo de garrafas<br />
de PET para refrigerantes, águas minerais,<br />
sucos e outras bebidas de altíssimo giro. Nos<br />
últimos meses, pesos-pesados como Coca-Cola,<br />
AmBev, Minalba e Nestlé resolveram incorporar<br />
a novidade, deflagrando uma transformação no<br />
mercado. “O viés é de migração total”, avalia<br />
Alfredo Izzo, gerente de cadeia de valor da America<br />
Tampas.<br />
Conhecida até o fim de 2010 como Crown<br />
Tampas, quando mudou de nome em decorrência<br />
CompactGuard, da America<br />
Tampas, é uma das opções<br />
short height oferecida no<br />
mercado nacional<br />
de alterações em sua estrutura societária, a America<br />
Tampas tem hoje aproximadamente 40% de<br />
sua produção dedicada a tampas compatíveis com<br />
o gargalo 1881. A projeção da empresa é ter esse<br />
percentual dobrado até o final de 2011. “Acreditamos<br />
que este ano será um divisor de águas para<br />
a tendência”, afirma Izzo. Consultados por Em b a -<br />
l a g E mma r c a, outros importantes fornecedores<br />
locais de fechamentos confirmaram rearranjos<br />
parecidos em seus parques fabris, ou declararam<br />
ter estratégias montadas para conversões ligeiras<br />
caso ocorram disparadas na demanda.<br />
É fácil compreender toda a expectativa gerada<br />
pelo novo desenho de gargalo. Aprovado há<br />
pouco mais de três anos pela International Society<br />
of Beverage Technologists (ISBT), autoridade<br />
em assuntos técnicos para a indústria mundial
de bebidas, o PCO 1881 apresenta algumas<br />
diferenças marcantes em relação aos padrões<br />
1810 ou 1816 – gargalos para garrafas de PET<br />
mais difundidos no planeta e que se mantiveram<br />
paradigmáticos no mercado brasileiro por quase<br />
duas décadas. O novo modelo assegura o mesmo<br />
desempenho de vedação das versões clássicas,<br />
porém é aproximadamente 4 milímetros<br />
mais baixo e tem desenho da rosca abreviado,<br />
com passo (largura) quase meio milímetro mais<br />
estreito. Tais alterações propiciam aliviamentos<br />
médios de de 1,5 grama e de meio grama, respectivamente,<br />
no consumo de resina PET por garrafa<br />
e de polipropileno ou polietileno por tampinha.<br />
Basta multiplicar os resultados do desbaste<br />
por dezenas ou centenas de milhões, faixas em<br />
que gravitam as produções anuais das bebidasalvo,<br />
para se ter ideia das potenciais economias<br />
de matérias-primas e consequentes desonerações<br />
nos borderôs dos end-users. No início do<br />
ano passado, a Krones, conhecida fabricante de<br />
máquinas envasadoras para bebidas em PET,<br />
divulgou os resultados de um estudo sobre efeitos<br />
do uso do PCO 1881 numa linha de 24 000<br />
unidades por hora e 92% de eficiência. Em seis<br />
dias de produção por semana, em três turnos, a<br />
economia em resina para a moldagem de pré-formas<br />
de 1,55 grama seria de 75 000 reais mensais<br />
(a tonelada do PET fora orçada em 3 700 reais).<br />
Para uma tampa com milheiro cotado em 28<br />
reais, uma redução de meio grama (10%) geraria<br />
uma amortização de 37 000 reais.<br />
Corte faz diferença<br />
Sob garantia de anonimato, o diretor de compras<br />
de uma engarrafadora de refrigerantes que utiliza<br />
o novo padrão há cerca de um ano fez o seguinte<br />
relato à reportagem. “Reduzimos os custos e<br />
pudemos baixar nossos preços em alguns centavos.<br />
Não é muito, mas no nosso negócio a redução<br />
faz diferença.”<br />
Segundo um cálculo oficioso, o retorno sobre<br />
o investimento na conversão do padrão de gargalo<br />
tende a ocorrer em torno de doze meses numa<br />
produção de médio porte, situada na casa das<br />
50 milhões de unidades por ano. Depois desse<br />
período viriam os dividendos. Cabe ressaltar,<br />
no entanto, que vantagens financeiras não são<br />
os únicos benefícios aquinhoados pela troca<br />
Guaraná Antarctica dá ideia das reduções de gargalo<br />
e tampa (da esq. para a dir.) viáveis com o PCO 1881<br />
de PCOs. A diminuição no uso de matériasprimas<br />
e seus efeitos colaterais, como menor<br />
consumo energético, otimizações logísticas e<br />
outros ganhos operacionais, reduzem o impacto<br />
ambiental da operação. Não à toa, tanto a<br />
Coca-Cola, que estreou o PCO 1881 em seus<br />
refrigerantes há dois anos numa parceria com a<br />
Closures Systems International (CSI) (ver Em b a -<br />
l a g E mma r c a nº 113, janeiro de 2009), quanto<br />
a AmBev, que seguiu a trilha com o Guaraná<br />
Antarctica e suas demais bebidas gaseificadas<br />
empregando tampas da Ravibrás (ver nº 118,<br />
junho de 2009), têm alardeado o apelo sustentável<br />
de suas iniciativas.<br />
É importante dizer que bandear para o PCO<br />
1881 exige dos fabricantes de bebidas ajustes<br />
gerais em suas operações de acondicionamento.<br />
Mesmo assim, as tampas podem ser consideradas<br />
as pedras angulares dos projetos. Sucede que a<br />
injeção de pré-formas, o posterior sopro das garrafas<br />
e o envasamento dos recipientes podem em<br />
muitos casos se adequar ao novo gargalo através<br />
de retificações de moldes e ajustes de máquinas.<br />
Com as peças de vedação não dá para improvisar;<br />
precisam ser soluções sob medida, de perfil<br />
baixo – ou short height, como se convencionou<br />
identificá-las. Isso explica o alvoroço que se<br />
observa no setor de produção de tampas.<br />
“Embora grandes nomes já tenham enve-<br />
abril 2011<br />
<strong>EmbalagemMarca</strong><br />
11
edado pelo novo formato, muitos ainda não o<br />
fizeram, principalmente engarrafadores de atuação<br />
regional, que não deixam de ter volumes de<br />
produção significativos”, afirma Donato Edson<br />
Desiderio, gerente comercial da Garboni. A<br />
empresa fluminense oferece desde o ano passado<br />
tampas apropriadas ao formato PCO 1881 para<br />
bebidas com ou sem gás, com destaque para o<br />
modelo Miwa Light. Indicado para a vedação de<br />
garrafas de água mineral natural, ele pesa somente<br />
1,6 grama. “É praticamente a metade do peso<br />
de muitas tampas de rosca no padrão PCO 1810”,<br />
ressalta Donato.<br />
Com resultados mais ou menos parecidos<br />
ao obtido pela Garboni, todos os demais fornecedores<br />
de renome desenvolveram tampinhas<br />
mais leves e baixas para o gargalo emergente,<br />
confiantes na irreversibilidade da transição. Isso<br />
Redução aliada à conveniência<br />
O quadro de agitação pela mudança do<br />
gargalo PCO 1810 para o PCO 1881, mais<br />
curto, não se restringe às tampas mais<br />
simples, do tipo screw cap (de rosca).<br />
Fornecedores começam também a apresentar<br />
sistemas de vedação mais nobres adequados<br />
ao gargalo mais curto.<br />
A Closure Systems International (CSI), que<br />
milita na área de tampas de perfil baixo com<br />
sua linha Mini, lançou recentemente uma<br />
tampa push-pull esportiva (com bico dosador)<br />
compatível com o PCO 1881. Batizada<br />
de Sport-Lok Mini 28mm, a solução, construída<br />
em três peças, foi adotada pela<br />
Coca-Cola brasileira na linha de isotônicos<br />
i9, substituindo uma versão para o gargalo<br />
1810. “É uma solução mais leve, que permite<br />
melhorar as margens de rentabilidade dos<br />
engarrafadores e contribuir com a susten-<br />
não quer dizer, contudo, que não existam desconcertos<br />
sobre os rumos do mercado. É o caso<br />
da discussão sobre a composição ideal dos novos<br />
fechamentos. Enquanto alguns fornecedores preferem<br />
tampas dotadas de vedante (disco de EVA<br />
inserido no domo das tampas, também conhecido<br />
como liner) para a retenção da carbonatação de<br />
bebidas gasosas, outros são partidários da eliminação<br />
do acessório.<br />
A America Tampas, por exemplo, encaixa-se<br />
no primeiro grupo. Sua linha de tampas de rosca<br />
short height, denominada CompactGuard, apresenta<br />
vedante – um modelo especial, denominado<br />
“flutuante”, alegadamente menos suscetível a<br />
perdas de estanqueidade causadas por variações<br />
de temperatura, solavancos e ligeiras deformações<br />
do gargalo capazes de acontecer durante a distribuição<br />
das pré-formas ou das garrafas. “Trata-se<br />
tabilidade, devido à redução de recursos<br />
materiais”, sustenta Noelia Francioli, analista<br />
de marketing da CSI.<br />
A multinacional alemã Bericap também disponibiliza<br />
há alguns meses uma sport cap<br />
similar para o padrão PCO 1881. Um dos<br />
primeiros adeptos foi o grupo americano<br />
Dr Pepper Snapple, que passou a utilizar a<br />
solução no mercado americano de águas<br />
minerais. Outra provedora na mesma rota<br />
é a Aptar. A empresa começa a oferecer<br />
Tampa esportiva<br />
da CSI já pode ser<br />
vista no i9. Aptar<br />
lançou solução<br />
similar<br />
Garboni criou<br />
tampas até 50%<br />
mais leves que as<br />
opções clássicas<br />
SuperShorty, da Bericap,<br />
aplicada em garrafa de<br />
cerveja europeia<br />
no mercado brasileiro a 1881 Light Original<br />
Sport, tampa esportiva que se diferencia pela<br />
sobretampa flip-top. “O perfil baixo possibilita<br />
uma economia de material no gargalo<br />
da ordem de 25% em relação às versões<br />
convencionais”, detalha a gerente de desenvolvimento<br />
de mercado da empresa para a<br />
América do Sul, Isabel La Rocca.<br />
A novidade está disponível com orifício<br />
standard de 7 milímetros ou com a válvula<br />
de silicone, que melhora o controle do fluxo<br />
da bebida, evitando respingos. Segundo a<br />
Aptar, a peça é compatível com a reciclagem<br />
de PET.<br />
12 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br
de um acessório importante para garantir a integridade<br />
dos produtos ante as condições extremas que<br />
eles têm de suportar no transporte”, argumenta<br />
Alfredo Izzo.<br />
Outras fornecedoras são mais cautelosas.<br />
A Garboni, por exemplo, oferece tampas nas<br />
duas versões. Donato, no entanto, não esconde<br />
a preferência pessoal pela solução sem liner.<br />
“O consumo de resina é menor e a reciclagem é<br />
facilitada pela presença de um único material”.<br />
O gerente comercial da Garboni entende que<br />
as tampas linerless só não são consensuais no<br />
mercado devido a experiências malfadadas ocorridas<br />
no passado. “Houve vendas de tampas sem<br />
qualidade, que causaram problemas e deixaram<br />
péssima impressão”, conta o executivo.<br />
Multinacionais têm as duas opções<br />
O trabalho em ambas as vertentes é também o<br />
caminho trilhado pelas multinacionais Bericap<br />
e CSI, ambas com forte atuação no mercado<br />
brasileiro. A primeira demonstra ser favorável<br />
às tampas de uma peça em seu catálogo Super-<br />
Shorty, mas não se privou de lançar um modelo<br />
com vedante. Já a segunda, cuja tampa para<br />
PCO 1881 Xtra-Lok Mini já tem boa clientela<br />
no mercado local – é utilizada pelos refrigerantes<br />
e pelas águas minerais da Coca-Cola, pelos<br />
sucos concentrados Maguary e Dafruta, da Ebba<br />
(Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos), e<br />
Mirvi lança<br />
tampas sem<br />
liner: tendência<br />
europeia<br />
Vedete da CSI para gargalo<br />
curto, Xtra-Lok Mini é<br />
adotada pela Coca-Cola<br />
pelas águas Minalba, Indaiá, Sarandi e Bioleve –<br />
também criou uma opção sem liner para bebidas<br />
gasosas, a Omni-Lok Mini. “O produto ainda não<br />
está disponível no Brasil, mas já é utilizado no<br />
mercado peruano”, diz Noelia Francioli, analista<br />
de marketing da CSI.<br />
Por sua vez, a Mirvi, subsidiária da espanhola<br />
Betapack e com atuação importante no mercado<br />
nacional de tampas para óleos de cozinha,<br />
prepara sua estreia no terreno de tampas para<br />
embalagens de PET apostando alto nas tampas<br />
sem liner. “Os mercados europeu e asiático têm<br />
preferido essa abordagem, que permite maior<br />
redução no consumo de material e resulta em<br />
produtos finais com maior apelo de sustentabilidade”,<br />
afirma o gerente de vendas da empresa,<br />
Marcelo Adell.<br />
As tampas da Mirvi são moldadas em polietileno<br />
de alta densidade (PEAD), e não em polipropileno<br />
(PP), o material mais popular entre as<br />
soluções para garrafas de PET. De acordo com<br />
Adell, isso se deve ao fato de a fornecedora prever<br />
um ciclo mais acentuado de alta na cotação<br />
do PP. Os sucessivos aumentos de preços das<br />
resinas termoplásticas, aliás, é visto pelo setor de<br />
tampas como o virtual empecilho para a propagação<br />
definitiva do PCO 1881. “Os acréscimos<br />
têm sido descabidos, acima do nível da inflação”,<br />
critica Donato, da Garboni. “Isso pode acabar<br />
confundindo os clientes quanto à percepção das<br />
vantagens da troca.”<br />
America Tampas<br />
(11) 2504-7012<br />
www.americatampas.com.br<br />
Aptar<br />
(11) 4196-7500<br />
www.aptar.com<br />
Bericap<br />
(15) 3235-4500<br />
www.bericap.com<br />
Closures Systems<br />
International<br />
(11) 4134-2500<br />
www.csiclosures.com<br />
Garboni<br />
(24) 2244-3300<br />
www.garboni.com.br<br />
Mirvi<br />
(11) 4409-0100<br />
www.mirvibrasil.com.br<br />
Ravibras Embalagens<br />
(11) 4689-6500<br />
www.gruporavi.com.br<br />
14 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br
}}} Fechamentos<br />
A Liza abre a porteira<br />
Tendência de revisão de gargalos e adoção de tampas<br />
menores chega ao mercado de óleos de cozinha<br />
as bebidas, a tendência da ado-<br />
D<br />
ção de gargalos e fechamentos<br />
mais curtos para garrafas de PET<br />
agora promete fazer barulho no<br />
terreno dos óleos de cozinha. A<br />
expectativa se deve à adoção de um padrão<br />
de embalagem mais leve, que demanda menor<br />
consumo de materiais plásticos, por uma das<br />
principais marcas do mercado brasileiro, a<br />
Liza, da Cargill.<br />
Os catalisadores do projeto foram as ofertas<br />
de novos formatos de pré-formas pelos principais<br />
fornecedores da Cargill, cujas identidades<br />
não são reveladas pela empresa, ajustes em<br />
máquinas e a implantação de uma tampa fliptop<br />
com perfil reduzido, desenvolvida pela<br />
Bericap em polietileno. Com o projeto, o gargalo<br />
das garrafas “emagreceu” em 50%, passando<br />
de 2,7 gramas para 1,35 grama. O novo<br />
fechamento, por sua vez, é 1 grama mais leve,<br />
o que representa uma redução de aproximada-<br />
Na área de tampas do tipo childproof, que buscam evitar<br />
aberturas indevidas de embalagens de produtos perigosos<br />
por crianças, a Clever Pack lançou uma solução que também<br />
apela à sustentabilidade. Trata-se de uma tampa fliptop<br />
que incorpora travas de segurança e depende de dois<br />
movimentos simultâneos para sua abertura: a compressão<br />
das travas e o levantamento da peça superior basculante.<br />
Segundo Claudio Patrick, diretor da fornecedora, a novidade<br />
é em média 30% mais leve que outros sistemas de fechamento<br />
à prova de uso por crianças. “Diferentemente<br />
das soluções concorrentes, a nossa é feita numa<br />
única matéria-prima, o polipropileno, e não requer<br />
montagem, enquanto as demais combinam polipropileno<br />
com polietileno e exigem a etapa<br />
mente 30% em peso.<br />
A troca de embalagem começou em dezembro<br />
de 2010, com a inauguração da primeira<br />
linha de envase da Cargill adaptada ao novo<br />
formato. No último mês de março, a empresa<br />
instalou uma segunda linha, e espera modificar<br />
gradualmente todo seu parque instalado.<br />
Economia de 518 toneladas<br />
Procurada pela reportagem, a fabricante evitou<br />
dar detalhes do projeto de conversão fabril. No<br />
entanto, revelou que a nova embalagem propiciará<br />
uma economia com polietileno equivalente<br />
a 518 toneladas por ano, o que corresponde<br />
a 230 milhões de tampinhas. “A reformulação<br />
representa ganhos para o consumidor e para o<br />
meio ambiente”, diz a empresa, por meio de<br />
sua assessoria de imprensa. Além de iniciativa<br />
de cunho sustentável, a mudança de gargalo<br />
e tampa promete também levar vantagens ao<br />
consumidor. “A nova versão possui duas abas<br />
Uma solução childproof mais sustentável<br />
Nova solução é 30% mais leve que as<br />
tampas childproof convencionais.<br />
Mat Inset líquido é o primeiro usuário<br />
adicional na fabricação”, diz o profissional.<br />
O diretor da Clever Pack acrescenta outro benefício da novidade.<br />
De acordo com ele, a tampa emite um estampido ao<br />
ser acionada, permitindo que deficientes visuais tenham certeza<br />
do travamento. “Isso não ocorre nas soluções childproof<br />
convencionais, como as tampas de rosca do tipo ‘abaixe e<br />
gire’”, diz Patrick. Recém-adotada pela Hypermarcas nos<br />
frascos de 500 mililitros da linha de inseticidas líquidos Mat<br />
Inset, a invenção, disponível para gargalos no diâmetro 28<br />
milímetros, ganhará em breve opções mais largas, adequadas<br />
ao fechamento de potes de medicamentos. A<br />
aposta da fornecedora é grande. No fim de<br />
2010, a solução foi apontada como uma<br />
das principais inovações em embalagem<br />
na Pack Expo International, feira do setor<br />
do packaging realizada em Chicago, nos<br />
Estados Unidos.<br />
16 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br
Reformulação bancada pela Cargill gerou embalagem com gargalo 50% mais leve e tampa com peso aliviado em 1 grama<br />
para abertura do produto, em vez de uma, o que<br />
facilita o manuseio para destros e canhotos”,<br />
assinala a Cargill.<br />
Gerente-geral da Bericap, Aurel Forgaci diz<br />
esperar uma maior difusão de soluções nos<br />
moldes daquela implantada pela Cargill. “Há<br />
cinco anos tivemos uma experiência com os<br />
óleos da cooperativa agroindustrial Comigo, mas<br />
não aconteceu propriamente uma disseminação<br />
do conceito”, rememora o executivo. Agora, a<br />
expectativa é de que o conceito possa se disseminar<br />
na seara dos óleos de cozinha à moda do<br />
que vem ocorrendo com refrigerantes e águas<br />
minerais. “Assim como as bebidas, os óleos têm<br />
produção altíssima”, expõe Forgaci. “Ou seja,<br />
o payback de uma revisão desse tipo também é<br />
rápido e a redução do impacto ambiental é bastante<br />
significativa.” (GK)<br />
fotos: carlos curado<br />
Bericap<br />
(15) 3235-4500<br />
www.bericap.com<br />
Clever Pack<br />
(21) 2573-6426<br />
www.cleverpack.com.br
}}} RepoRtagem de capa<br />
A disparada do a<br />
18 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br
erossol brasileiro<br />
Crescimento do consumo, investimentos na cadeia do<br />
packaging e ações setoriais dão gás a um produto cuja<br />
indústria nacional já pareceu fadada à aniquilação<br />
Por Marcelo Marcondes<br />
otícias recentes na área de aerossóis<br />
N<br />
remetem a um flashback, oferecendo<br />
como resultado a idéia de algo próximo<br />
a um lançamento de foguete, à arrancada<br />
de um cenário de fim de mundo rumo a<br />
um céu de competitividade e prosperidade. Como se<br />
verá adiante, o setor está, literalmente, com gás novo,<br />
em total reversão do cenário de algum tempo atrás.<br />
Em setembro de 2007, em entrevista a Em b a l a -<br />
g E mma r c a, o presidente da Associação Brasileira<br />
de Aerossóis e Saneantes Domissanitários (Abas),<br />
Hugo Agustín Chaluleu, vaticinava que a indústria<br />
brasileira desse tipo de embalagem, de qualidade<br />
mundialmente reconhecida e grande vitalidade histórica,<br />
poderia “fechar as portas”. A aniquilação do<br />
setor, segundo ele, marchava a todo vapor desde que<br />
a Argentina, cinco anos antes, congelara a níveis<br />
ínfimos os preços de seu gás propelente, importante<br />
componente dos aerossóis, abalando a competitividade<br />
tanto de produtos acondicionados em tubos<br />
de alumínio quanto em aço bem como da indústria<br />
fabricante daquelas embalagens no Brasil.<br />
Na mesma época, João Carlos Basílio, presidente<br />
da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal,<br />
Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), que tem<br />
www.embalagemmarca.com.br<br />
sobretudo no filão dos desodorantes um poderoso<br />
ramo consumidor de aerossóis, fazia coro à gritaria<br />
generalizada contra a alarmante perda de mercado<br />
para o país vizinho, que devorava uma fatia de 80%<br />
do bolo local daquele produto. Nem o respeitável<br />
peso da entidade que Basílio preside, e tampouco sua<br />
insistência pessoal junto à Petrobras, no sentido de<br />
que instalasse no Brasil uma unidade específica para<br />
a produção de gás propelente 100% inodoro – crucial<br />
para a obtenção de antitranspirantes de qualidade –<br />
demoviam a estatal de pesada indiferença.<br />
O quadro não era diferente na área de aerossóis<br />
de aço, cujas queixas eram centralizadas por Antonio<br />
Carlos Teixeira Álvares, presidente do Sindicato<br />
Nacional da Indústria de Estamparia de Metais<br />
(Siniem). A questão do gás impedia um atendimento<br />
mais eficaz da demanda, entre outras, das indústrias<br />
de lubrificantes e inseticidas, insuflada pelo boom<br />
das vendas de automóveis e por notícias sobre o<br />
implacável avanço da dengue em todo o território<br />
nacional.<br />
Eis que agora tanto Chaluleu quanto Basílio e<br />
Teixeira Álvares exultam e profetizam algo próximo<br />
a uma ressurreição benéfica para fabricantes e para<br />
grandes usuários de aerossóis. O que aconteceu?<br />
abril 2011<br />
<strong>EmbalagemMarca</strong><br />
19
Simplesmente, deu-se mais um efeito em cadeia<br />
do fato que tem servido de pano de fundo a praticamente<br />
todas as notícias referentes ao desempenho<br />
da economia brasileira: o aumento generalizado da<br />
renda da população e a incorporação de milhões<br />
de consumidores das classes C e D a patamares<br />
mais elevados. As vendas de diferentes produtos<br />
acondicionados em aerossóis cresceram cerca de<br />
150% nos últimos cinco anos, segundo dados da<br />
Abas. O salto foi de 282 milhões de unidades em<br />
2005 para 702 milhões em 2010, e a previsão é de<br />
que em 2012 seja alcançada a marca de 1 bilhão de<br />
unidades (ver tabela). No caso dos desodorantes:<br />
além de comprar mais, os brasileiros passaram<br />
a substituir produtos acondicionados em frascos<br />
plásticos squeezable por marcas embaladas em<br />
alumínio, de maior valor agregado. “Chegamos a<br />
consumir 300 milhões de unidades de desodorantes<br />
em 2010, o que é uma quantidade expressiva”,<br />
considera o presidente da Abihpec. Grande parte,<br />
segundo ele, veio pronta da Argentina.<br />
Complementarmente, embora sem registrar as<br />
impressionantes cifras apresentadas pelos artigos<br />
de cuidados pessoais, cresceu significativamente o<br />
consumo de inseticidas, domínio dos aerossóis em<br />
tubos de aço. Guardadas as proporções dos diferentes<br />
mercados, o fenômeno se repetiu de forma<br />
mais ou menos semelhante em praticamente todos<br />
os países da América Latina. Como lembra Basilio,<br />
o suprimento de gás propelente para atender a<br />
demanda dependia basicamente das problemáticas<br />
importações da Argentina. O problema maior no<br />
A evolução do mercado<br />
brasileiro de aerossóis<br />
Em milhões de unidades<br />
172,8<br />
184,6<br />
194,9<br />
202,9<br />
206,5<br />
206,1<br />
224,9<br />
282,1<br />
339,1<br />
413,8<br />
Itens de cuidados pessoais:<br />
responsáveis pelo aumento<br />
do consumo interno<br />
Tubos de alumínio: oferta<br />
promete aumentar com<br />
chegada de novos players<br />
490,8<br />
545,5<br />
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010<br />
fornecimento é a demora na entrega, de 180 dias<br />
no mínimo. “É um tempo extremamente longo<br />
para um mercado tão voraz quanto é atualmente o<br />
de aerossóis”, considera o presidente da Abas.<br />
Mesmo assim, a pujança do mercado atraiu<br />
novos fabricantes de<br />
aerossóis e de produtos<br />
neles acondicionados,<br />
além de estimular investimentos<br />
de fornecedores<br />
locais. Atraídos acima<br />
de tudo pelo mercado<br />
brasileiro de produtos<br />
de higiene pessoal, que<br />
carece fortemente de<br />
aerossóis de alumínio, no<br />
período aproximado de<br />
um ano estabeleceramse<br />
no País portentosos<br />
fabricantes de cosméticos e artigos de higiene pessoal<br />
para marcas de terceiros (contract manufacturing),<br />
como a espanhola Exal, a francesa Fareva e<br />
a luso-canadense Colep CCL. Entre os co-packers<br />
há os que fabricam também tubos, diretamente ou<br />
em parceria com indústrias dedicadas.<br />
Ante quadro tão dinâmico, seria letargia<br />
demais, para dizer o mínimo, que a cadeia brasileira<br />
de aerossóis, supridora do maior mercado<br />
consumidor da América Latina e de boa parte da<br />
demanda de vizinhos, continuasse em forte dependência<br />
do gás argentino – de quebra, “viabilizando<br />
a concorrência” de produtos importados, como<br />
observa Basílio.<br />
Gás novo no mercado<br />
O quadro mudou totalmente no primeiro trimestre<br />
deste ano, com o lançamento de propelentes de<br />
alta qualidade, alinhados às mais rígidas exigências<br />
mundiais da categoria dos aerossóis, por dois<br />
supridores gigantes, a Liquigás e a Ultragaz.<br />
20 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br<br />
702,2<br />
fonte: abas | março de 2011
A primeira, controlada da Petrobras, lançou<br />
no final de fevereiro o Purogas, à base de propano<br />
e butano, derivado do gás liquefeito de petróleo<br />
(GLP) que está sendo produzido no Centro Operativo<br />
Capuava da empresa, em Mauá, no ABC<br />
paulista. Poucos dias depois, já em março, a Ultragaz<br />
apresentou ao mercado, com a marca demexx,<br />
um novo tipo de propelente, o dimetil-éter (DME),<br />
derivado do gás natural com características físicas<br />
semelhantes ao GLP. De acordo com o fabricante,<br />
o grande diferencial do DME é o fato de ser solúvel<br />
em água e emitir uma quantidade ínfima de<br />
compostos orgânicos voláteis (VOCs).<br />
Ambos os fornecedores mostram-se muito<br />
motivados. “A decisão de comercializar o demexx<br />
baseou-se no crescimento do mercado de aerossóis,<br />
especialmente no Brasil, mas também no<br />
restante da América Latina”, conta Hermano Jordão,<br />
coordenador comercial de gases especiais<br />
da Ultragaz. “Além disso, o mercado brasileiro<br />
de propelentes está em alta desde 1998”. Por sua<br />
vez, Thomaz Lucchini Coutinho, diretor GLP<br />
Granel da Liquigás, considera que “a chegada do<br />
Purogas ao mercado é um passo fundamental para<br />
a autonomia brasileira em abastecimento de propelentes”.<br />
Ele acredita que a iniciativa irá promover<br />
melhorias para todos os setores que atuam ligados<br />
ao segmento de aerossóis, “dentre eles o mercado<br />
de embalagens, que poderá ofertar modelos<br />
e formatos dos mais diversos, a exemplo do que<br />
acontece em outros países”. Isso deverá acontecer<br />
porque o gás, segundo ele, não causa corrosão nos<br />
recipientes e em suas vedações, não reage com os<br />
produtos propelidos nem possui restrições quanto<br />
ao seu uso. E, feitos ajustes na proporção da mistura,<br />
poderá atender um leque maior de produtos.<br />
Enfim, como destaca o presidente da Abas, “a<br />
fabricação nacional dos componentes dos aerossóis<br />
dinamiza muito a produção das indústrias”.<br />
“Hoje podemos dizer que temos finalmente<br />
infraestrutura para atender a produção do aerossol,<br />
que era inexistente quatro anos atrás”, sintetiza<br />
Hugo Chaluleu, da Abas. Teixeira Álvares, do<br />
Siniem, entende que o atual quadro abre novas<br />
perspectivas principalmente para o alumínio, mas<br />
de forma significativa também para o aço. E Basílio,<br />
da Abihpec, prevê que, apesar das dificuldades<br />
do câmbio, “em poucos anos o Brasil terá uma<br />
indústria usuária de aerossóis, moderna, competitiva<br />
e com ótimas possibilidades de exportar”.<br />
Ultragaz investiu em planta<br />
para a produção de DME,<br />
propelente de alta nobreza<br />
Produto vendido no Brasil<br />
em tubo da Exal argentina:<br />
potencial de nacionalização<br />
No lado das empresas produtoras das embalagens<br />
ou envasadoras de aerossóis, a decisão de<br />
investir pesado com o objetivo de abocanhar boas<br />
fatias do mercado brasileiro, com destaque para o<br />
de produtos situados no âmbito de perfumaria, cosméticos<br />
e higiene pessoal, área que há mais de uma<br />
década cresce em ritmo de dois dígitos ao ano, não<br />
se deu, obviamente, de uma hora para outra.<br />
O interesse era antigo<br />
A Exal, que afirma ser a maior produtora mundial<br />
de tubos de alumínio para higiene pessoal, atua na<br />
Argentina desde meados dos anos 90 e há tempos<br />
demonstrava interesse pelo Brasil. Em entrevista<br />
a Em b a l a g E mma r c a, Rubén Yantorno, diretor da<br />
empresa para a América Latina, afirmou que os<br />
acionistas começaram a olhar com bons olhos para<br />
o mercado nacional em 2002. “À época o País<br />
consumia mais desodorantes acondicionados em<br />
embalagens squeezable do que em qualquer outro<br />
formato”, ele relembra. “Isso nos fez perceber<br />
quão promissor era o mercado brasileiro.”<br />
Segundo o executivo, a substituição do squeezable<br />
começou a ocorrer para valer, no Brasil, nos<br />
últimos cinco anos. Essa tendência, aliada ao enorme<br />
mercado consumidor local de aerossóis levou<br />
à decisão da empresa de construir uma planta com<br />
duas unidades de produção em Jundiaí (SP). Sobre<br />
um terreno de 40 000 metros quadrados, funcionará<br />
ao mesmo tempo uma fábrica de tubos de aerossol<br />
e outra de enchimento de tubos. Num primeiro<br />
momento, a planta de dupla função produzirá, para<br />
terceiros, desodorantes, cremes de barbear e odorizadores<br />
de ambiente. A inauguração ocorrerá nos<br />
próximos meses, e a produção estimada será de<br />
600 milhões de unidades por ano. “Nosso empenho<br />
consiste em sempre fornecer a nossos clientes<br />
um produto diferenciado”, promete Yantorno. “Só<br />
assim conseguimos bater a concorrência, seja no<br />
Brasil, na China ou na Europa.”<br />
Também apostando alto no potencial do setor<br />
brasileiro de aerossóis, a Colep CCL teve sua<br />
estréia anunciada em Em b a l a g E mma r c a nº 134,<br />
22 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br
de outubro de 2010. Com fábricas na Espanha,<br />
em Portugal, na Alemanha, na Polônia e no Reino<br />
Unido, e líder europeia na fabricação de embalagens<br />
para produtos de consumo pessoal, aliou-se à<br />
brasileira Provider, dona de posição de destaque no<br />
mercado latino-americano de contract manufacturing<br />
para itens de higiene pessoal e cuidados do<br />
lar. Nasceu assim a joint-venture CPA – ColepCCL<br />
Provider Aerosol, que terá sua primeira fábrica na<br />
cidade de Itatiba (SP). Essa planta terá capacidade<br />
de produção de 150 milhões de unidades por<br />
ano e contará com três linhas de enchimento de<br />
aerossóis e cinquenta postos de trabalho. Deverá<br />
estar totalmente operacional ainda no primeiro<br />
semestre de 2011 e, no início, produzirá aerossóis<br />
para o segmento de higiene pessoal, informa Fabio<br />
Zalaquett, CEO da CPA, devendo ampliar o fornecimento<br />
para novas categorias de produtos em<br />
aerossol, como protetores solares e artigos para<br />
cuidados da pele.<br />
Zalaquett adianta que há planos para oferecer,<br />
em futuro próximo, novas tecnologias, como a<br />
bag-on-valve (“bolsa sobre válvula”, na tradução<br />
do inglês). Esse é um tipo de spray ainda pouco<br />
difundido no Brasil que traz em seu interior uma<br />
bolsa de alumínio lacrada por uma válvula (ver<br />
Em b a l a g E mma r c a nº 122, outubro de 2009).<br />
A terceira gigante que está chegando ao mercado<br />
e promete dar ímpeto à crescente indústria<br />
Impacta<br />
investiu US$<br />
11,5 milhões<br />
em nova<br />
linha de<br />
tubos<br />
brasileira de aerossóis é a francesa Fareva Holdings,<br />
com investimento de 10 milhões de dólares<br />
na construção de uma fábrica de cosméticos em<br />
Itupeva (SP). O diretor geral da empresa, Wilfried<br />
Toth, afirma que “a estratégia global da Fareva é<br />
acompanhar seus clientes onde estiverem instalados;<br />
de modo que, ante o grande crescimento<br />
observado no setor brasileiro de cosméticos, criouse<br />
a necessidade de ter uma operação no País para<br />
apoiar os parceiros presentes”. Deverão ser criados<br />
100 postos de trabalho no ano de inauguração,<br />
mais 450 nos quatro anos seguintes. Na atividade<br />
de envasadora para terceiros, a Fareva fabrica<br />
cosméticos, produtos farmacêuticos, de cuidado<br />
pessoal e cuidados do lar, responsabilizando-se<br />
também pela formulação. A previsão da empresa é<br />
que a planta entre em operação no início de 2012.<br />
Alemães também vão chegar<br />
Os tubos de alumínio utilizados pela empresa<br />
para a produção de itens em aerossol serão feitos<br />
por uma parceira de negócios em outros países: a<br />
alemã Tubex, que pretende construir uma fábrica<br />
no País – provavelmente também em Itupeva, por<br />
motivos logísticos.<br />
A entrada desses players vem complementar a<br />
presença estrangeira na cadeia de valor de aerossóis<br />
em alumínio, presente desde 1949 por meio<br />
da fabricante de tubos Impacta, de capital suíço.<br />
Atualmente a empresa produz também bisnagas<br />
(em metal ou em plástico), além de oferecer discos<br />
de alumínio para a confecção de tubos de aerossol.<br />
Para atender a alta demanda por aerossóis (notadamente<br />
por parte da indústria de cosméticos), a<br />
Destaques europeus<br />
Nos dias 8 e 9 de março último<br />
aconteceu em Paris a quinta edição<br />
do Aerosol Forum, que busca<br />
congregar a indústria mundial de<br />
aerossóis por meio de sessões<br />
de palestras e exposições de<br />
produtos e serviços. O evento<br />
registrou aproximadamente 800<br />
participantes, originários de<br />
vinte países, e abrigou também<br />
a cerimônia de entrega do Paris<br />
Aerosol Award, prêmio para<br />
inovações do setor. Entre os vencedores,<br />
os destaques ficaram<br />
para o SinuSense e o Vinospray.<br />
O primeiro, laureado na categoria<br />
Farmacêuticos, é um spray<br />
nasal eletrônico recarregável. Já<br />
o último, que faturou a categoria<br />
Alimentos, consiste numa combinação<br />
de argônio e gás carbônico<br />
que, borrifado na garrafa aberta<br />
de vinho, ajuda a conservar a<br />
bebida por mais tempo.<br />
Cosmético da Nivea em<br />
embalagem da ColepCCL.<br />
Empresa alemã prepara<br />
ingresso no País<br />
Vinospray<br />
conserva<br />
vinhos.<br />
SinuSense<br />
(abaixo) inova<br />
com refis<br />
24 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br
empresa investiu, já no início do ano passado, 11,5<br />
milhões de dólares em equipamentos de última<br />
geração para a fabricação dos tubos, segundo o<br />
diretor de vendas Sérgio Teixeira Rolão. O aporte<br />
resultou num incremento de 4 milhões de unidades<br />
produzidas ao fim de um ano.<br />
Na área, com capital nacional, destaca-se a<br />
Tubocap, fabricante de tubos e bisnagas de alumínio<br />
há sessenta anos, localizada<br />
no bairro paulistano do Butantã.<br />
Segundo Edson Gomes, diretor<br />
comercial da empresa, a reversão<br />
do movimento de desindustrialização<br />
do segmento de aerossóis<br />
foi fruto, além do conjunto de<br />
fatores como a oferta de propelentes<br />
nacionais, crescimento do<br />
mercado interno e alta demanda<br />
por cosméticos, do papel decisivo<br />
de associações de classe e de<br />
empresas. “O Siniem e a Abas,<br />
juntamente com a Federação<br />
das Indústrias do Estado de São<br />
Paulo (Fiesp), uniram esforços<br />
para reverter o quadro desfavorável<br />
que o setor vivenciava”, ele afirma. Teria<br />
sido fundamental, também, a atuação do Ministério<br />
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio<br />
Exterior entre meados de 2009 e outubro de 2010,<br />
em incontáveis reuniões com representantes dos<br />
governos do Brasil e da Argentina, de onde vem<br />
o maior volume de desodorantes em aerossol<br />
vendidos aqui. Com vistas a atender à demanda<br />
em plena ascensão, a Tubocap investiu 3 milhões<br />
de reais em equipamentos e planeja construir uma<br />
nova planta no interior paulista.<br />
Aço não teme<br />
A entrada de agentes internacionais parece não<br />
atemorizar os produtores locais de embalagens<br />
de aço para aerossóis, todas de origem nacional,<br />
algumas familiares. Também elas estão colhendo<br />
os frutos do bom momento, e veem de maneira<br />
otimista o futuro do setor. Em geral, o uso final dos<br />
aerossóis em aço é destinado a produtos de cuidados<br />
para o lar. Nessas áreas a embalagem nada na<br />
corrente favorável do mercado. Mas no segmento<br />
de personal care a lata de aço sempre enfrentou<br />
resistência, por enferrujar em ambientes de alta<br />
www.embalagemmarca.com.br<br />
Latas de aço revestidas com PET,<br />
uma novidade, foram objeto de<br />
reportagem veiculada em 2010<br />
umidade, como os banheiros onde itens daquele<br />
gênero costumam ser utilizados e guardados.<br />
Para superar esse fator limitante e poder concorrer<br />
com os tubos de alumínio, metalúrgicas<br />
como a Brasilata e a Cerviflan investiram no<br />
revestimento de latas de aço para aerossóis com<br />
películas de PET (ver Em b a l a g E mma r c a nº 133,<br />
setembro de 2010). “Percebemos o mercado com<br />
curva crescente, por isso realizamos<br />
investimentos”, diz Jean<br />
Daniel Lozargo, diretor da Cerviflan,<br />
que afirma ser a única<br />
a fabricar no País todos os diâmetros<br />
possíveis de latas de aço<br />
para aerossóis (45 milímetros, 52<br />
milímetros, 57 milímetros e 65<br />
milímetros). Ante os bons ventos,<br />
a empresa prevê a instalação<br />
de mais uma linha de produção<br />
de alta velocidade – sua sexta.<br />
Diretor da divisão química<br />
da Brasilata, José Maria Gran-<br />
ço também prevê crescimento.<br />
“Além de cosméticos, estamos<br />
explorando os mercados veterinário,<br />
automotivo, de inseticidas e de odorizadores,<br />
que deve crescer 15% este ano”, afirma o<br />
profissional.<br />
Outra importante produtora nacional de latas<br />
de aço para aerossóis, a Prada, vem também investindo.<br />
Buscando se aparelhar para poder responder<br />
à demanda, a empresa adquiriu dois equipamentos:<br />
uma bomba de teste automática, capaz de avaliar<br />
400 latas por minuto, e uma linha robotizada para<br />
processos de paletização, com capacidade de 400<br />
latas por minuto. “Com isso, pudemos aumentar<br />
a entrega de produtos para clientes de vulto como<br />
Fort Dodge e Reckitt Benckiser”, comenta o gerente<br />
geral de operações da Prada, Aldo Brito.<br />
Odorizadores,<br />
lubrificante,<br />
inseticida e<br />
repelente: clientes<br />
cativos do aço<br />
abril 2011<br />
Abas<br />
(11) 5505-1663<br />
www.as.org.br<br />
Abihpec<br />
(11) 3372-9899<br />
www.abihpec.org.br<br />
Brasilata<br />
(11) 3871-8500<br />
www.brasilata.com.br<br />
Cerviflan<br />
(11) 2433-2644<br />
www.cerviflan.com.br<br />
CPA<br />
(11) 4487-6500<br />
www.colepccl.com<br />
Exal<br />
+54 (232) 249 6226<br />
www.exal.com<br />
Fareva<br />
(11) 4593-3157<br />
www.fareva.com<br />
Impacta<br />
(11) 4447-7300<br />
www.impacta-brazil.com.br<br />
Liquigás<br />
(11) 3703-2000<br />
www.liquigas.com.br<br />
Prada<br />
(11) 5682-1000<br />
www.prada.com.br<br />
Tubex<br />
+49 (471) 9900<br />
www.tubex.de<br />
Tubocap<br />
(11) 3032-4356<br />
www.tubocap.com.br<br />
Ultragaz<br />
(11) 3287-5343<br />
www.ultragaz.com.br<br />
<strong>EmbalagemMarca</strong><br />
25
PANORAMA<br />
DESIGN<br />
Para apelos variados<br />
Dixie Toga quer difundir o uso da holografia em diversas frentes<br />
Como resultado de investimentos<br />
mantidos em sigilo, a Dixie Toga<br />
começou a oferecer acabamentos<br />
holográficos para embalagens plásticas<br />
flexíveis ou rígidas, cartuchos<br />
de papel cartão, rótulos e bisnagas<br />
laminadas. “Acreditamos que a<br />
holografia tem muito potencial e<br />
ainda é pouco explorada no mercado<br />
brasileiro”, afirma Ruy Casale,<br />
gerente de marketing corporativo<br />
da fornecedora multipackaging.<br />
Segundo o executivo, o recurso é<br />
capaz de proporcionar aos clientes<br />
novas formas de enobrecer produtos,<br />
atrair o olhar do consumidor e<br />
coibir falsificações e imitações.<br />
Para divulgar a novidade, uma<br />
campanha de marketing foi enco-<br />
CARTONADAS ASSÉPTICAS<br />
Uma italiana pode chegar<br />
}}} MOVIMENTAçÃO NO MUNDO DAS EMBALAgENS E DAS MARCAS<br />
mendada à Casa Rex. A agência<br />
decidiu mostrar as possibilidades<br />
de uso da holografia não por meio<br />
de mock-ups simulando produtos<br />
reais, como é frequente no mercado,<br />
mas através de uma coleção<br />
de embalagens fictícias, decoradas<br />
com dizeres alusivos ao fato de<br />
estarem vazias. “A ideia foi alertar<br />
os nossos clientes e agências que<br />
a holografia, quando bem integrada<br />
ao design da embalagem,<br />
pode empregar diferentes apelos<br />
aos produtos dos mais diversos<br />
segmentos”, esclarece Casale.<br />
Distribuído meses atrás a parceiros<br />
da Dixie Toga, o kit de embalagens<br />
faturou prêmio da How, prestigiada<br />
revista americana de design.<br />
IPI Aseptic Packaging Systems cogita construir fábrica no Brasil<br />
O mercado nacional pode ganhar em<br />
breve uma nova fonte de embalagens<br />
cartonadas assépticas. Conforme<br />
noticiou o jornal sul-mato-grossense<br />
Correio do Estado, a italiana IPI<br />
Aseptic Packaging Systems estaria à<br />
procura de um local para a construção<br />
de uma fábrica no País. O diretorgeral<br />
da empresa, Pierluigi Locchi,<br />
reuniu-se em março com<br />
o governador daquele<br />
Estado, André Puccinelli,<br />
para apresentar um projeto<br />
de investimento. O aporte<br />
na unidade brasileira seria<br />
de aproximadamente 23<br />
milhões de reais, para uma<br />
produção inicial de cerca<br />
de 200 milhões de embalagens por<br />
ano. Fundada em 1981, a IPI atua<br />
hoje em trinta países, e afirma ter<br />
confeccionado 1 bilhão de caixinhas<br />
em 2010. A empresa fabrica também<br />
máquinas envasadoras, dizendo ter,<br />
atualmente, 150 unidades operando ao<br />
redor do mundo. A reportagem enviou<br />
e-mails para a matriz da empresa a<br />
fim de obter detalhes, mas não havia<br />
recebido resposta até o fechamento<br />
desta edição.<br />
Caixinhas da IPI. Empresa<br />
sinaliza vontade de ingressar<br />
no mercado nacional<br />
Embalagens fictícias, criadas pela Casa Rex, buscam divulgar os rec<br />
O NÚMERO<br />
205 530<br />
Foi o total de sugestões recebidas,<br />
em 2010, pelo Projeto Simplificação,<br />
sistema interno de captação de ideias<br />
inovadoras da Brasilata. O índice resulta<br />
numa média de 212 contribuições por<br />
funcionário da fabricante de embalagens metálicas.<br />
Os destaques foram o operador de empilhadeira<br />
da unidade São Paulo, Eduardo Aparecido Tonelli,<br />
responsável pelo envio de mais de 22 000 ideias<br />
durante 2010, e a operadora de produção Juliana<br />
Martins de Almeida Paula, da unidade Rio Verde<br />
(GO), que no mesmo período submeteu<br />
quase 21 000 sugestões para a<br />
direção da empresa.<br />
26 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br
Edição: guilhErmE kamio ||| guma@embalagemmarca.com.br<br />
ursos holográficos da Dixie Toga. Campanha ganhou prêmio de design<br />
VIDRO<br />
Nobreza disponível<br />
Vidraria oferece linha de garrafas premium no Brasil<br />
A Owens-Illinois começou a oferecer no mercado brasileiro<br />
sua família Specialty de garrafas de vidro especiais,<br />
destinadas a bebidas com apelo de requinte. A linha é<br />
composta por sete modelos básicos, dotados de formatos<br />
complexos, alta transparência e bases espessas. Existe,<br />
também, a possibilidade de criação de shapes exclusivos.<br />
Segundo Fabio Archilla, responsável na Owens-Illinois<br />
pelas vendas da linha Specialty, os recipientes são ideais<br />
para produtos como uísque, vodca, gim, cachaça, tequila,<br />
rum e conhaque. As garrafas são fabricadas numa fábrica<br />
da vidraria situada em Soacha, na Colômbia.<br />
Com formatos<br />
especiais, O-I mira<br />
bebidas de luxo
PANORAMA<br />
MÁQUINAS<br />
O desembarque da Modulfill<br />
Franqueada da Coca-Cola para o Rio recebe enchedora top de linha<br />
O mercado brasileiro já conta com uma<br />
unidade daquela que é apontada pela<br />
Krones como a enchedora mais possante<br />
do mundo, a Modulfill. O exemplar<br />
foi entregue recentemente à Rio de<br />
Janeiro Refrescos (RJR), franqueada da<br />
Coca-Cola dirigida pelo grupo chileno<br />
Andina. Pesando quase 30 toneladas<br />
e com 162 válvulas de enchimento,<br />
que lhe permitem processar até 78 000<br />
litros de bebidas por hora, a máquina<br />
será utilizada pela RJR no envase de<br />
A máquina<br />
instalada no<br />
parque da Rio de<br />
Janeiro Refrescos:<br />
78 000 litros/hora<br />
Já utilizado por medicamentos<br />
europeus (ver EMBALAGEMMARCA nº 137,<br />
janeiro de 2011), o Burgopak Slider –<br />
embalagem cartonada dotada de um<br />
engenhoso mecanismo deslizante,<br />
que faz duas lâminas laterais serem<br />
}}} MOVIMENTAçÃO NO MUNDO DAS EMBALAgENS E DAS MARCAS<br />
refrigerantes em embalagens de PET de<br />
2 litros, 2,25 litros, 2,5 litros e 2,75 litros,<br />
em cadências que variam de 37 000 a<br />
28 000 garrafas por hora. Fabricada na<br />
Alemanha, a Modulfill foi trazida ao Brasil<br />
por meio de navio, em viagem iniciada<br />
em outubro de 2010.<br />
VEJA UM VÍDEO<br />
SOBRE A MÁQUINA<br />
emb.bz/modulfill<br />
CELULÓSICAS<br />
Embalagem transformada em RG<br />
expelidas simultaneamente – ganhou<br />
uso diferente. Ele é a mais nova “cara”<br />
do CitizenCard, cartão autorizado pelo<br />
governo britânico a funcionar como<br />
substituto de documentos como carteira<br />
de identidade, passaporte e licença<br />
METÁLICAS<br />
Latas “geladas”<br />
No Reino Unido, carteira especial de papel cartão passa a acondicionar documento de identidade<br />
Verniz especial dá sensação de<br />
que embalagem saiu do freezer<br />
A Rexam começa<br />
a oferecer ao<br />
mercado sulamericano<br />
uma<br />
nova tecnologia<br />
de impressão para<br />
latas de alumínio.<br />
Trata-se de um<br />
verniz fosco que<br />
dá a aparência de<br />
condensação de<br />
água na superfície<br />
da embalagem,<br />
transmitindo a<br />
sensação de que o<br />
produto está sempre Efeito<br />
gelado. A bebida<br />
fosco:<br />
viável no<br />
chilena Mistral Ice, à Brasil<br />
base de vodca, é o<br />
primeiro produto na América do<br />
Sul a utilizar o efeito, numa latinha<br />
sleek de 310 mililitros. O produto<br />
será comercializado somente no<br />
Chile, mas as embalagens são<br />
produzidas no Brasil.<br />
para dirigir. “O novo formato protege<br />
a cédula com foto e dados do usuário<br />
e propicia um jeito mais divertido de<br />
carregar o cartão”, diz Jess Macnaught,<br />
diretor de marketing da inglesa<br />
Burgopak, a criadora da solução.<br />
Criado para<br />
medicamentos,<br />
Burgopak Slider<br />
agora protege o<br />
CitizenCard<br />
28 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br
PLÁSTICAS<br />
Uma butique para laboratórios<br />
Com aquisição da Védat, Gerresheimer quer se firmar como<br />
one-stop shop de embalagens plásticas para medicamentos<br />
Nome forte em embalagens para<br />
medicamentos, a alemã gerresheimer<br />
anunciou, no fim de março último, a<br />
compra da Védat, empresa brasileira<br />
com destacada atuação no mercado<br />
de recipientes e tampas plásticas para<br />
a indústria farmacêutica. O valor do<br />
negócio não foi revelado.<br />
Segundo a gerresheimer, a aquisição<br />
faz parte de um projeto de intensificação<br />
das atividades na América do Sul,<br />
onde já detém quatro fábricas, sendo<br />
três no Brasil e uma na Argentina. A<br />
meta, em curto prazo, é fazer o faturamento<br />
de 100 milhões de euros obtido<br />
na região em 2010 dobrar até 2013<br />
– objetivo que tem um grande passo<br />
na recente aquisição. No ano passado,<br />
Védat registrou receita de cerca de 106<br />
milhões de reais, o equivalente a 45<br />
milhões de euros. A empresa adquirida<br />
emprega 450 pessoas e tem fábrica em<br />
Embu, na grande São Paulo.<br />
Vice-presidente da gerresheimer para<br />
a América do Sul, Jens christian Friis<br />
conversou com EMBALAGEMMARCA sobre<br />
as razões do investimento e as perspectivas<br />
que se abrem.<br />
O que motivou o investimento na<br />
compra da Védat?<br />
A expansão em mercados emergentes<br />
é um ponto chave de nossa estratégia<br />
de crescimento. O Brasil é um mercado<br />
em franco crescimento. Com a<br />
compra da Védat passamos a ter uma<br />
sólida combinação de frascos, tampas<br />
e acessórios, podendo atender nossos<br />
clientes sul-americanos da área farmacêutica<br />
sob o conceito de soluções<br />
www.embalagemmarca.com.br<br />
totais. É um passo importante para nos<br />
tornarmos um fornecedor full-service<br />
de embalagens plásticas para medicamentos<br />
na América do Sul.<br />
Já foi decidido como a operação<br />
conjunta irá funcionar?<br />
A Védat irá se tornar parte do negócio<br />
Plastic Packaging South America e a<br />
marca será gradualmente integrada ao<br />
universo gerresheimer. Queremos alavancar<br />
as vantagens de ter uma marca<br />
forte, conhecida no mundo farmacêutico.<br />
A expertise da Védat em tecnologias<br />
de moldagem combinada à nossa<br />
base consumidora na América do Sul e<br />
no mundo abre grandes oportunidades<br />
na área de pesquisa e desenvolvimento.<br />
A gerresheimer é a única fornecedora<br />
de embalagens primárias para o<br />
setor farmacêutico a trabalhar tanto<br />
com plásticos quanto com vidro em<br />
nível global. Vejo enorme potencial em<br />
alavancar nosso know-how em todos<br />
os campos por meio de nossa base<br />
operacional brasileira fortalecida.<br />
A Gerresheimer cogita ingressar localmente<br />
no negócio de embalagens de<br />
vidro para medicamentos, cosméticos<br />
e perfumes, assim como faz de maneira<br />
destacada na Europa?<br />
Esperemos para ver...<br />
“Aquisição<br />
abre grandes<br />
oportunidades”,<br />
diz Friis. No<br />
detalhe, a fábrica<br />
da Védat
PANORAMA<br />
GENTE<br />
o presidente da rexam Beverage Can para as<br />
américas, André Balbi, assumiu a direção executiva<br />
do Can manufacturers institute (Cmi), entidade<br />
que reúne os principais produtores de latas<br />
para bebidas dos Estados unidos. Balbi já dirigiu<br />
a subsidiária brasileira da rexam e presidiu a<br />
associação Brasileira dos Fabricantes de latas de<br />
alta reciclabilidade (abralatas) entre 2005 e 2009.<br />
Evandro Cazzaro foi promovido à função<br />
de diretor de vendas para a toda a américa<br />
do Sul da canadense husky, fabricante de<br />
equipamentos de injeção com forte atuação na<br />
área de embalagens. Cazzaro iniciou carreira na<br />
husky em 1997, como gerente de área, e nos<br />
últimos três anos vinha dirigindo a operação<br />
brasileira da empresa.<br />
a fabricante de embalagens de vidro Verallia<br />
(ex-Saint-gobain Embalagens) tem nova gerente<br />
de meio ambiente e desenvolvimento sustentável<br />
para a américa do Sul. É Lilian Velloso<br />
Pereira, engenheira química que tem em seu<br />
currículo passagens por empresas como Cargill<br />
Fertilizantes e alstom Brasil.<br />
METÁLICAS<br />
Qualidade reconhecida<br />
Prada Embalagens conquista ISO 9001:2008<br />
Importante fabricante nacional de embalagens de aço, a<br />
Prada Embalagens anuncia a obtenção do Certificado do<br />
Sistema de gestão da Qualidade ISO 9001:2008, homologado<br />
pelo Bureau Veritas. “A conquista se<br />
deve ao grande comprometimento dos<br />
funcionários e gestores, que ao longo<br />
dos anos vêm se dedicando ao aperfeiçoamento<br />
dos processos internos, ocasionando<br />
também o bom desempenho<br />
durante a rotina de trabalho”, comenta<br />
a empresa. Sem dar detalhes, a Prada<br />
antecipa que irá investir em “renovação<br />
e novas tecnologias”<br />
em 2011, quando<br />
comemora 75 anos de<br />
atividades.<br />
Eficiência das linhas<br />
da Prada tem novo<br />
atestado. No detalhe,<br />
o certificado<br />
}}} MOVIMENTAçÃO NO MUNDO DAS EMBALAgENS E DAS MARCAS<br />
MÁQUINAS<br />
Nova grife em automação<br />
Com aplicações em packaging na mira, Epson<br />
começa a trazer ao Brasil suas linhas de robôs<br />
Mais conhecida entre os brasileiros por sua atuação em<br />
informática, a Epson agora quer se destacar no mercado<br />
nacional por suas soluções em automação industrial.<br />
A empresa começa a oferecer no País seus robôs de<br />
uso fabril, produzidos no Japão e indicados para diversas<br />
operações de embalagem.<br />
Marcos Nora, gerente de negócios da Epson, explica<br />
que os dispositivos podem ser utilizados em variadas<br />
aplicações de pick and place (manuseio de objetos),<br />
kitting (separação de peças em caixas diferentes),<br />
rotulagem e inspeção. “É possível, por exemplo, criar<br />
aplicações aplicações para para separar<br />
e encaixotar tubos de<br />
perfumes ou esmaltes”,<br />
ilustra o executivo.<br />
“Na indústria<br />
de alimentos, um robô<br />
de de alta velocidade velocidade pode pegar<br />
biscoitos de uma esteira em movimento<br />
e transferi-los para o empacotamento,<br />
para depois apanhar os pacotes<br />
prontos e encaixotá-los. Há inúmeras<br />
possibilidades de uso.”<br />
A Epson afirma ser ser líder<br />
mundial em automação automação<br />
industrial com controle de<br />
precisão por computador,<br />
tendo base instalada de<br />
mais de 180 000 robôs ao ao<br />
redor do globo. O escritório da<br />
empresa em em São Paulo Paulo será o o centro centro<br />
de vendas dos autômatos para para toda a<br />
América do Sul.<br />
Processos de<br />
embalagem<br />
estão entre as<br />
possibilidades<br />
dos robôs da<br />
empresa<br />
VEJA ROBÔS DA EPSON EM AÇÃO:<br />
emb.bz/epson1<br />
emb.bz/epson2<br />
30 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br
}}} Limpeza doméstica<br />
Para ativar o produto<br />
deve-se remover o<br />
filme de alumínio do<br />
topo do refil<br />
É preciso também<br />
retirar um selo<br />
autoadesivo da base<br />
do pote de PP<br />
Pote moldado em PET<br />
laranja translúcido é<br />
“carregado” por pote<br />
menor, de PP<br />
Abas fazem refil<br />
assentar sobre a<br />
borda do pote maior,<br />
ficando suspenso<br />
Absorção<br />
Soin cria linha de evita-mofos<br />
m alta graças à valorização de ope-<br />
E<br />
rações industriais menos onerosas<br />
ao ambiente, o uso de refis chegou<br />
aos absorvedores de umidade<br />
para ambientes domésticos, popularmente<br />
conhecidos como evita-mofos. Dona<br />
da marca Secar, a Soin (Sociedade Industrial<br />
Importação e Exportação) lançou em março<br />
último o Secar Premium, extensão de linha que<br />
se destaca por sua apresentação em “aparelhos”<br />
reutilizáveis.<br />
Na verdade, os aparelhos são simples potes<br />
moldados em PET translúcido na cor laranja.<br />
Os refis, por sua vez, são potes cilíndricos<br />
menores, produzidos em polipropileno (PP)<br />
transparente e preenchidos com cloreto de cálcio<br />
– substância altamente higroscópica, isto é,<br />
capaz de absorver água.<br />
Para colocar o produto em funcionamento, o<br />
consumidor deve remover do refil um lacre autoadesivo<br />
aplicado na base e um filme de alumínio<br />
situado no topo, e acoplá-lo ao aparelho. Por ter<br />
borda saliente, o refil se assenta sobre o bocal<br />
do pote maior, ficando suspenso em seu interior.<br />
Uma tampa de rosca, produzida em polipropileno<br />
e repleta de furos em formato de gotas, prende<br />
o conjunto, pressionando a borda do refil a um o’<br />
ring (anel de borracha) colocado sobre a beirada<br />
do aparelho (ver fotos).<br />
Quando o dispositivo é acionado, a umidade<br />
começa a ser “sugada” do ambiente, caindo pelo<br />
orifício da base do refil, na forma de salmoura<br />
O conjunto é preso<br />
por uma tampa de<br />
rosca, ficando pronto<br />
para o uso<br />
32 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br
com refil<br />
em embalagens recarregáveis<br />
(formada pela reação de água com o cloreto de<br />
cálcio), no espaço vazio do pote maior. O contrarrótulo<br />
do aparelho traz impressa uma indicação<br />
do nível máximo para o acúmulo do líquido,<br />
avisando o consumidor da necessidade de troca<br />
do refil. Cada refil dura de um a quatro meses,<br />
dependendo da quantidade de vapor de água no<br />
local em que o evita-mofo é depositado.<br />
Ideia própria<br />
O Secar Premium está disponível em dois tamanhos<br />
– 100 gramas (com refil de 80 gramas) e<br />
200 gramas (com refil de 180 gramas) – e apresenta<br />
refis nas versões Floral, Silvestre, Natural,<br />
Lavanda, Limão e Kids. As embalagens são confeccionadas<br />
pela própria Soin a partir de resinas<br />
adquiridas junto à M&G e à Braskem. O produto<br />
em si, aliás, é prata da casa. Foi desenvolvido<br />
pela equipe de marketing e teve embalagem<br />
desenhada pelo diretor-proprietário da empresa,<br />
Sérgio Fidêncio de Lima.<br />
O dirigente lança uma comparação com os<br />
evita-mofos convencionais da empresa, descartáveis,<br />
para delinear o apelo de sustentabilidade<br />
da novidade. “As embalagens de 80 gramas e<br />
de 180 gramas da versão tradicional de nosso<br />
produto pesam respectivamente 21,5 gramas<br />
e 57 gramas. Já os refis equivalentes da linha<br />
Premium, de 100 gramas e de 200 gramas,<br />
têm, nesta ordem, embalagens 37% e 65% mais<br />
leves”, diz Lima. “O consumo de plástico é significativamente<br />
menor.” (MM)<br />
www.embalagemmarca.com.br<br />
Umidade absorvida<br />
vira líquido. Nível<br />
máximo de acúmulo é<br />
indicado no verso<br />
A aquisição de um<br />
refil permite o início<br />
de um novo ciclo de<br />
uso do produto<br />
Polipropileno<br />
Braskem<br />
(11) 3576-9999<br />
www.braskem.com.br<br />
Resina PET<br />
M&G<br />
(11) 2111-1300<br />
www.gruppomg.com.br<br />
abril 2011<br />
Para reutilizar<br />
o “aparelho”, o<br />
consumidor descarta<br />
o líquido absorvido<br />
Rótulos<br />
Mark Label<br />
(11) 2957-5706<br />
www.marklabel.com.br<br />
<strong>EmbalagemMarca</strong><br />
33<br />
© fotos: carlos curado
© rodrigo ZorZi<br />
ENTREVISTA }}} aLbeRto moReau<br />
Consultoras silenciosas<br />
Para vice-presidente de marketing da Avon,<br />
vendas diretas dependem das embalagens —<br />
e a exigência pela qualidade delas é o<br />
maior ponto em comum entre as consumidoras<br />
de cosméticos de todo o mundo<br />
ara manter-se firme como<br />
P<br />
potência mundial na área de<br />
vendas diretas de cosméticos,<br />
a americana Avon decidiu iniciar<br />
um programa intenso de<br />
descentralização em meados da década passada.<br />
Aprofundou a operação global por meio<br />
de divisões regionais, que praticamente se<br />
transformaram em empresas independentes –<br />
comercializando matérias primas entre si, por<br />
exemplo. Em meio a essa mudança, o venezuelano<br />
Alberto Moreau foi nomeado vicepresidente<br />
de marketing para o Brasil, peçachave<br />
do cluster sul-americano da empresa.<br />
O executivo assumiu papel importante dentro<br />
de um outro efeito da reestruturação da multinacional:<br />
a valorização de oportunidades<br />
e tendências locais para o desenvolvimento<br />
de produtos. Na entrevista que se segue,<br />
Moreau fala das diferenças de hábitos de<br />
consumo entre países e da importância, no<br />
canal porta a porta, da embalagem – segundo<br />
ele, tão crucial quanto no varejo. “Atrair<br />
a consumidora tornou-se nosso principal<br />
desafio, porque hoje ela é bombardeada por<br />
diversas oportunidades de compra”, diz. “A<br />
apresentação dos produtos é uma ferramenta<br />
poderosa para conquistá-la.”<br />
As operações da Avon vêm nos últimos anos<br />
passando por mudanças, com o reforço ao<br />
desenvolvimento de produtos regionais em<br />
detrimento de um portfólio mais globalizado,<br />
como ocorreu no passado. Como ficou o processo<br />
de criação de produtos pela empresa?<br />
O desenvolvimento de produtos é feito por<br />
uma equipe global e por equipes regionais. O<br />
time global fica encarregado dos lançamentos<br />
que seguem o cenário macro, as tendências<br />
universais do mercado de cosméticos.<br />
Já as divisões regionais realizam pesquisas<br />
técnicas e de opinião para verificar quais<br />
36 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br
necessidades e oportunidades específicas<br />
podem ser exploradas dentro<br />
das tendências situadas nos mercados<br />
regionais. Os produtos criados a partir<br />
de insights regionais são testados pela<br />
matriz, nos Estados Unidos, que avalia<br />
sua qualidade e eficácia. Se forem<br />
aprovados, são lançados nos mercados<br />
a que se destinam. O olhar regional<br />
vem crescendo ao longo dos anos. Faço<br />
parte da divisão da América Latina<br />
há cinco anos. Tentamos entender os<br />
consumidores de nossa região para<br />
buscar pontos comuns entre todos eles<br />
e desenvolver produtos que atendam<br />
às suas necessidades e lhes entreguem<br />
benefícios.<br />
O design das embalagens é decidido<br />
em termos globais ou existe autonomia<br />
nas unidades locais para decidir?<br />
Os desenhos de produtos podem ser feitos<br />
de duas maneiras. Quando são para<br />
lançamentos de âmbito mundial, são<br />
decididos pela equipe global. Quando<br />
são lançamentos regionais, a decisão é<br />
dos grupos regionais.<br />
O senhor poderia falar das principais<br />
diferenças de comportamento dos<br />
consumidores de diferentes países em<br />
relação a alguns produtos?<br />
Há diferenças muito, mas muito importantes<br />
no mundo. E não se trata somente<br />
de produtos diferentes, mas de comportamentos<br />
de consumo diferentes.<br />
Um caso emblemático é o do xampu.<br />
No Japão, por exemplo, o xampu é<br />
bastante diferente daquele vendido no<br />
Brasil. Ao contrário do que acontece<br />
em muitos países, no Japão não se usa<br />
somente xampu e condicionador para<br />
se lavar o cabelo. São sete produtos<br />
complementares. Os japoneses primeiro<br />
lavam o couro cabeludo, depois<br />
lavam o cabelo, depois condicionam o<br />
couro cabeludo, depois condicionam o<br />
cabelo, depois usam dois produtos para<br />
dar volume enquanto estão no chuveiro...<br />
É uma cultura totalmente diferenciada.<br />
Os produtos capilares nipônicos<br />
são bem diferentes em textura, cheiro,<br />
porque eles têm uma cultura muito<br />
forte de xampu.<br />
Também deve haver comportamentos<br />
de consumo diferentes em relação à<br />
maquiagem...<br />
É verdade. Em maquiagem, o México,<br />
por exemplo, é um país muito diferente<br />
do resto do mundo. Uma maquiagem<br />
completa para mulheres é realizada em<br />
sete etapas. Acontece que quase nenhuma<br />
mulher do mundo utiliza esses<br />
sete passos, pois a maquiagem fica<br />
A AVON EM<br />
NÚMEROS<br />
US$ 10,9<br />
bilhões<br />
Foi o faturamento global<br />
da empresa em 2010, valor<br />
6% maior que o registrado<br />
em 2009 e que manteve a<br />
empresa no posto de número<br />
1 em vendas diretas no mundo<br />
70%<br />
Foi o aumento das vendas da<br />
multinacional americana no<br />
Brasil entre 2006 e 2010<br />
5 milhões<br />
de pessoas atuam como<br />
revendedoras dos produtos<br />
da marca no mundo<br />
fonte: aVon e abeVd – março de 2011<br />
muito forte, “carregada”. As mexicanas,<br />
porém, costumam utilizar cinco<br />
desses passos. São as consumidoras<br />
que mais utilizam produtos faciais no<br />
dia a dia. Outra categoria que tem<br />
diferenças bastante marcantes é a de<br />
fragrâncias. A nota olfativa adequada<br />
varia muito de país para país. É preciso<br />
ser muito cuidadoso e perceptivo para<br />
criar um perfume que atenda a todas as<br />
consumidoras do mundo. Muitas vezes<br />
temos de optar por lançamentos regionais<br />
e poucos casos de lançamentos<br />
globais porque não é fácil estar perto<br />
de todas as consumidoras do mundo<br />
sem enfrentar algum problema.<br />
E quais as peculiaridades da consumidora<br />
brasileira em termos de consumo<br />
de cosméticos? Quais são seus traços<br />
marcantes?<br />
Uma coisa marcante da consumidora<br />
brasileira é que ela gosta de valorizar<br />
seu corpo, sua pele, o que cada<br />
uma tem. Isso é muito diferente do<br />
que acontece em outros países. Eu<br />
falo isso porque sou venezuelano, e<br />
as venezuelanas usam produtos para<br />
que as pessoas as olhem, para despertar<br />
a atração dos demais. No Brasil é<br />
diferente. A mulher faz maquiagem<br />
ou usa um creme para o corpo não por<br />
estar insatisfeita. Muitas vezes ela está<br />
contente com sua pele, mas prioriza um<br />
sentimento próprio de bem-estar. São<br />
pontos de vista bastante diferentes.<br />
Há também gostos e necessidades diferentes<br />
em termos de embalagens?<br />
Em embalagem não há tanta diferença,<br />
porque ela tem de ser excelente<br />
em todo o mundo. O empaque tem<br />
de ser funcional, ajudando o produto<br />
a ser dispensado e usado da melhor<br />
forma possível. Um recipiente com<br />
essas características consegue fazer<br />
todas as pessoas do mundo felizes.<br />
38 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br
Para um batom de uma fórmula bastante<br />
diferenciada, a mulher vai querer<br />
ter o melhor aplicador possível, para ter<br />
orgulho em mostrar o produto para as<br />
amigas. Pode ser que um país precise<br />
de uma embalagem mais luxuosa que a<br />
dos demais, por exigência do mercado.<br />
Mas geralmente são detalhes menores<br />
em algumas categorias.<br />
O senhor pode dar exemplos de como<br />
a Avon tem utilizado embalagens para<br />
alavancar vendas de produtos?<br />
Temos usado embalagens para potencializar<br />
os benefícios de nossas fórmulas.<br />
Um exemplo muito bom é o das<br />
máscaras de cílios, em que o aplicador<br />
faz a diferença e valoriza ainda mais os<br />
produtos. Um outro exemplo é a nossa<br />
nova linha Avon Baby, cujas tampas<br />
flip-top das embalagens ajudam as<br />
mães a manusear o produto com uma<br />
só mão e sem desperdício. Uma embalagem<br />
que libera facilmente o conteúdo<br />
de produtos para crianças é uma coisa<br />
“O produto não pode decepcionar quando<br />
chega às mãos da consumidora. Além de não<br />
poder destoar daquilo que está nos folhetos,<br />
ele deve se adequar aos códigos da categoria”<br />
bem vista pelas mães em qualquer<br />
lugar do mundo.<br />
No varejo, as embalagens de produtos<br />
desempenham importante função<br />
vendedora, sendo um fator de atração<br />
da atenção dos potenciais compradores.<br />
É, como se costuma dizer, “a<br />
mais direta das mídias”, “o vendedor<br />
silencioso”. Supõe-se que em vendas<br />
diretas essa função não seja tão importante.<br />
É assim?<br />
Não. A embalagem é também muito<br />
importante nas vendas diretas. Os produtos<br />
têm que se mostrar e ser atrati-<br />
Linha Baby:<br />
tampas fliptop<br />
grandes<br />
permitem<br />
manuseio com<br />
uma só mão<br />
vos para as pessoas. Venda direta não<br />
implica venda líquida e certa. Não significa<br />
que a consumidora irá escolher<br />
seu produto sem compará-lo com o<br />
dos concorrentes. O que curiosamente<br />
percebemos, a propósito, é que embora<br />
não concorram com outras marcas<br />
num mesmo ambiente de vendas, como<br />
ocorre no varejo, nossos produtos acabam<br />
concorrendo entre si em nossos<br />
catálogos. Isso acontece por meio da<br />
comparação entre os visuais dos produtos.<br />
Cabe ressaltar, também, que o<br />
produto não pode decepcionar quando<br />
chega às mãos da consumidora. Além<br />
de não poder destoar daquilo que é<br />
mostrado e prometido nos folhetos,<br />
ele deve se adequar aos códigos da<br />
categoria, do mercado. Xampus, por<br />
exemplo, são maciçamente acondicionados<br />
em frascos plásticos com<br />
tampas bastante funcionais.<br />
Temos de estar no mesmo<br />
padrão de qualidade e de formato<br />
para que o consumidor<br />
não fique perdido.<br />
O que é mais decisivo para<br />
a venda de um cosmético<br />
em venda direta: a embalagem<br />
ou a exposição dos<br />
atributos do produto pela<br />
revendedora?<br />
É uma combinação, porque<br />
depende da categoria. Em<br />
muitos produtos, como cremes<br />
para o corpo e xampus, a<br />
40 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br
embalagem tem um peso muito grande.<br />
Mas em cosméticos antiidade, por<br />
exemplo, a vendedora tem um papel<br />
fundamental. Ela tem a missão importantíssima<br />
de explicar à consumidora<br />
quais os benefícios do produto, dizer a<br />
ela em quanto tempo a pele irá exibir o<br />
resultado prometido.<br />
A Avon é uma das principais consumidoras<br />
de embalagens em seu segmento<br />
de atuação. A indústria brasileira de<br />
embalagens está em condições de atender<br />
às necessidades da empresa?<br />
Diria que em 95% das necessidades,<br />
sim. A grande maioria de nossas<br />
demandas em embalagem pode ser<br />
fornecida aqui, por todo o banco local<br />
de fornecedores. Só algumas peças<br />
com um diferencial ou uma tecnologia<br />
exclusiva precisam de fornecedores<br />
mais especializados, que não encontramos<br />
no País. São os casos, por exem-<br />
plo, de frascos e tampas que têm de ser<br />
um pouco mais elaborados. E há, em<br />
outros casos, a qualidade dos frascos<br />
de vidro para fragrâncias. Se quisermos<br />
lançar fragrâncias muito sofisticadas,<br />
de alta qualidade, dificilmente encontramos<br />
opção local. No mercado é<br />
possível conseguir vidros de qualidade<br />
1, 2 ou 3. As embalagens do tipo 1 não<br />
são abundantes no Brasil, e precisamos<br />
delas para alavancar alguns produtos.<br />
É comum ouvirmos uma frase maliciosa<br />
sobre o mercado brasileiro de cosméticos<br />
segundo a qual consumidores<br />
ricos compram importados, ficando os<br />
produtos nacionais restritos à classe<br />
média e aos pobres. O que o senhor<br />
pensa a esse respeito?<br />
Não se trata de uma frase maliciosa só<br />
do mercado brasileiro. É uma realidade<br />
no mundo todo. A classe A tem muitas<br />
oportunidades de viajar e compra e<br />
Vendas diretas continuaram crescendo em 2010<br />
O ano de 2010 foi fabuloso para as vendas<br />
diretas no Brasil. Segundo balancete recémpublicado<br />
pela Associação Brasileira de<br />
Empresas de Vendas Diretas (ABEVD), o<br />
setor fechou o ano passado com volume<br />
nominal de negócios de 26 bilhões<br />
de reais – valor 17,2% superior ao de<br />
2009. Descontada a inflação no período,<br />
de 5,9%, o crescimento real foi de 11,3%.<br />
Máscaras de cílios<br />
têm aplicadores<br />
práticos, que<br />
agradam à<br />
consumidora<br />
A arrecadação nesse canal praticamente<br />
quintuplicou na última década. De acordo<br />
com a ABEVD, as chamadas vendas de relacionamento<br />
– a entidade rejeita a expressão<br />
“vendas porta a porta”, por possíveis associações<br />
com a informalidade – já são responsáveis<br />
pela geração ou complementação<br />
de renda para 2,74 milhões de famílias<br />
brasileiras.<br />
“Produto é basicamente fórmula<br />
e embalagem. Por isso, temos<br />
de fazer sempre o melhor nesses<br />
dois campos para estimular a<br />
consumidora e encantá-la”<br />
testa produtos estrangeiros. Mas ainda<br />
assim compra produtos locais de acordo<br />
com suas necessidades do dia a dia.<br />
O mercado brasileiro em que a Avon<br />
atua registrou recentemente importante<br />
iniciativa de um fabricante que anunciou<br />
a intenção de atuar fortemente em<br />
vendas diretas, simultaneamente com<br />
vendas pelo sistema de franquias, onde<br />
já era forte (ver edição anterior de<br />
EMBALAGEMMARCA). Pode-se esperar<br />
uma contrapartida por parte da Avon,<br />
passando a atuar com mais força em<br />
outros canais, como varejo e internet?<br />
Essa é uma parte confidencial da Avon.<br />
Não estamos autorizados a falar disso<br />
neste momento.<br />
Como o senhor definiria os principais<br />
desafios que se impõem aos fabricantes<br />
de cosméticos?<br />
O desafio global mais importante é<br />
que a consumidora se sinta atraída por<br />
nossos produtos. Isso porque a cada<br />
dia aumenta a concorrência, a cada dia<br />
aumentam oportunidades de compra<br />
com benefícios bastante diferenciados<br />
uma da outra. Produto é basicamente<br />
fórmula e embalagem. Por isso, temos<br />
de fazer sempre o melhor nesses dois<br />
campos para estimular a consumidora,<br />
fazer chegar ao mercado aquilo que<br />
ela queira comprar e encantá-la. Não<br />
existe segredo.<br />
42 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br
Inscrições abertas<br />
Entre 1° de janeiro de 2010 e 30 de junho de 2011 sua<br />
empresa colocou no mercado embalagens que se<br />
destacaram e trouxeram benefícios concretos para o<br />
usuário? Em caso afi rmativo, não perca mais tempo.<br />
Inscreva-as no Prêmio que se consolidou como um<br />
dos mais importantes e criteriosos do setor.<br />
prêmio embalagemmarca - grandes cases de<br />
embalagem - reconhecimento e divulgação para<br />
quem ajuda a melhorar a embalagem no Brasil.<br />
Cerimônia<br />
de entrega<br />
dos troféus<br />
18 de outubro<br />
Informações sobre o regulamento e inscrições em www.grandescases.com.br<br />
Dúvidas? Entre em contato com a nossa equipe:<br />
premio@embalagemmarca.com.br ou (11) 5181-6533<br />
Patrocínio Prata Promoção Organização
}}} Lácteos<br />
Nostalgia e quebra de paradigma<br />
Com leite e iogurte em PET, laticínios tentam resgatar tradição e abrir novo flanco<br />
á anos utilizando de forma hege-<br />
H<br />
mônica o processo de altíssima<br />
temperatura (ou UHT, iniciais de<br />
ultra-high temperature, em inglês),<br />
em embalagens cartonadas assépticas<br />
para acondicionar leite no Brasil, produtores<br />
ensaiam uma espécie de retorno ao passado, com<br />
nova roupagem para o alimento. Com o lançamento<br />
da marca Top Mild em garrafas de PET<br />
transparente, uma parceria de empresas acaba<br />
de dar um passo para reativar o mercado de leite<br />
pasteurizado no País, a exemplo do que vem<br />
ocorrendo em alguns países europeus.<br />
A Companhia do Leite e a CCL, que produzem<br />
o leite, e a Premiumplastic, que fabrica as garrafas<br />
em sopradoras de um estágio da Aoki, afirmam<br />
em comunicado tratar-se do “resgate da importância<br />
do leite pasteurizado que, devido ao processo<br />
produtivo, é mais saudável que o obtido via UHT,<br />
pois mantém melhor as características originais<br />
do produto”. As empresas apostam no êxito da<br />
nova embalagem, afirmando terem detectado uma<br />
“onda de nostalgia” no mercado. Assim, o design<br />
da embalagem do Top Mild é inspirado na antiga<br />
garrafa de vidro comercializada até os anos 70 e<br />
recentemente relançada pela Verallia (ver Em b a -<br />
l a g E mma r c a nº 136, dezembro de 2010). “Entre<br />
outras vantagens, a embalagem de PET é mais<br />
leve, além de ser inquebrável”, pondera Marcio<br />
Vieira, gerente comercial da Premiumplastic. A<br />
decoração é feita com rótulos tipo wrap-around<br />
de BOPP transparente, impressos pela Flexoprint,<br />
e o fechamento, com tampas de rosca produzidas<br />
pela Tampnet.<br />
Iogurte também<br />
Já no terreno dos iogurtes líquidos, em termos de<br />
embalagem, o que vem se registrando é um passo<br />
para a frente, ou para o lado, como devem considerar<br />
os fornecedores de recipientes predominantes<br />
no segmento, ou seja, as garrafinhas sinuosas de<br />
polietileno de alta densidade (PEAD) decoradas<br />
com rótulos termoencolhíveis. Praticamente desde<br />
Garrafas de PET<br />
procuram resgatar<br />
o mercado de leite<br />
pasteurizado<br />
44 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br<br />
© carlos curado
que chegaram ao mercado brasileiro, nos anos 90,<br />
os iogurtes para beber são acondicionados nesse<br />
tipo de recipiente, que virou sinônimo da categoria.<br />
Agora, através de um laticínio de Vargem, no<br />
interior de São Paulo, o PET quebra o paradigma.<br />
O iogurte líquido com a marca Milk Nobre<br />
é o primeiro do Brasil acondicionado em potes<br />
feitos desse material pela R² Pack, com tampa de<br />
rosca e batoque de polietileno (PE), fornecidos<br />
pela Inj-Tamp. “Uma das vantagens para o consumidor<br />
final é a facilidade na abertura, já que<br />
a embalagem não necessita do selo de indução,<br />
garantindo a estanqueidade do produto mesmo<br />
depois de violado o lacre”, considera Rodrigo<br />
Rodrigues, diretor da R² Pack. O executivo<br />
afirma que, em comparação com o polietileno,<br />
o PET “reduz a porosidade dos frascos, evitando<br />
a concentração de microorganismos e mantendo<br />
um aspecto visual excelente, com aplicação de<br />
rótulos termoencolhíveis”. Os rótulos do iogurte<br />
Milk Nobre, fornecidos pela Propack e pela BR<br />
Films, são de PVC. (FP)<br />
Laticínio paulista inaugura<br />
uso de embalagens de<br />
PET no segmento de<br />
iogurtes para beber<br />
Aoki<br />
(11) 4071-4385<br />
www.aokitech.co.jp/english/<br />
BR Films<br />
(37) 3229-3400<br />
www.brfilms.com.br<br />
Flexoprint<br />
(44) 3232-8100<br />
www.flexoprint.com.br<br />
Inj-Tamp<br />
(15) 3218-1728<br />
www.inj-tampasplasticas.com.br<br />
Premiumplastic<br />
(11) 4652-0077<br />
www.premiumplastic.net<br />
Propack<br />
(11) 4785-3700<br />
www.propack.com.br<br />
R² Pack<br />
(19) 3855-3388<br />
www.r2pack.com.br<br />
Tampnet<br />
(21) 2653-4131<br />
www.tampnet.com.br
}}} Resíduos sóLidos<br />
Parece que vai pegar<br />
Associações de fabricantes de embalagens começam a se adaptar à PNRS<br />
Por Flávio Palhares<br />
parentemente, um dos mais avança-<br />
A<br />
dos projetos mundiais de cuidados<br />
com a destinação do lixo urbano,<br />
a lei 12 305, que institui a Política<br />
Nacional dos Resíduos Sólidos<br />
(PNRS), caminha para consagrar-se no lado positivo<br />
dos diplomas legais brasileiros – isto é, entre<br />
os “que pegam”, em contraposição aos “que não<br />
pegam”. Regulamentada no final de dezembro de<br />
2010 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,<br />
a PNRS terá em 2011 seu primeiro ano de implantação.<br />
A lei institui o princípio de responsabilidade<br />
compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos,<br />
o que abrange fabricantes de produtos e embalagens,<br />
importadores, distribuidores e comerciantes,<br />
consumidores e titulares dos serviços públicos de<br />
limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.<br />
Para que a PNRS comece a valer de fato, o<br />
governo federal tem até junho deste ano para elaborar<br />
uma proposta referente à nova lei que inclua,<br />
entre outros aspectos, metas de redução e reciclagem<br />
de resíduos e prazos para os diversos setores<br />
se adequarem às novas obrigações. Atentas<br />
à PNRS, associações integrantes da cadeia de<br />
valor da embalagem começam a se adaptar à<br />
nova legislação. Os setores do aço, do vidro<br />
e do PET foram os primeiros a apresentar<br />
planos de logística reversa.<br />
No aço, centro modelo<br />
O Sindicato Nacional da Indústria de Estamparia<br />
de Metais (Siniem) e a Associação Brasileira<br />
de Embalagem de Aço (Abeaço) anunciaram<br />
seu sistema próprio de logística reversa,<br />
com a construção de um centro de captação<br />
de embalagens pós-consumo em São Paulo.<br />
O centro-modelo, cujo local exato ainda não foi<br />
anunciado, terá 10 000 metros quadrados de área,<br />
começará a funcionar em julho e terá capacidade<br />
de armazenar embalagens descartadas por 2,5<br />
milhões de pessoas.<br />
O objetivo do projeto é elevar a remuneração<br />
de quem entregar o material. No centro de recebimento,<br />
qualquer um – catadores, cooperativas,<br />
varejistas, indústria envasadora, consumidor final<br />
– poderá vender o aço diretamente. Todos receberão<br />
o mesmo valor pelo quilo da sucata. Em valores<br />
de fevereiro de 2011, cada quilo de embalagem<br />
de aço valia 25 centavos. Hoje, cooperativas de<br />
catadores recebem cerca de 7 centavos por quilo<br />
do metal. O restante fica com os atravessadores.<br />
“Temos a intenção de<br />
reduzir a informalidade<br />
do setor e minimizar<br />
a ação dos intermediários,<br />
elevando o<br />
46 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br<br />
ilustração jorge h.i.f.s.
O BOTICÁRIO RECICLA<br />
a rede de franquias o Boticário criou a<br />
campanha Bioconsciência, com o objetivo<br />
de incentivar a destinação correta<br />
do lixo. o consumidor pode devolver nas<br />
lojas da rede as embalagens vazias, de<br />
vidro, plástico ou papel, que serão encaminhadas<br />
a empresas recicladoras.<br />
BRASTEMP RECOLHE<br />
EMBALAGENS EM CASA<br />
o “Brastemp Viva” é um programa da<br />
Whirlpool latin america, fabricante das<br />
marcas Brastemp e Consul, que desde<br />
2005 retira na casa do consumidor todas<br />
as embalagens dos eletrodomésticos<br />
vendidos no sistema porta a porta no<br />
estado de São Paulo. Em cinco anos,<br />
mais de 100 toneladas de papelão, plástico<br />
e isopor foram destinadas à reciclagem<br />
por meio da iniciativa. Em 2008,<br />
interesse na coleta de embalagens de aço”, diz<br />
Antonio Carlos Teixeira Alvares, presidente do<br />
Siniem.<br />
Até o final do ano, a entidade projeta inaugurar<br />
outros três centros de reciclagem na capital<br />
paulista. A expectativa é de que outras capitais<br />
também recebam esses centros. “Nossa meta é<br />
ampliar, em cinco anos, o índice de reciclagem<br />
de embalagens de aço dos atuais 47% para 70%”,<br />
adianta o presidente do Siniem. A ideia central de<br />
criar um centro específico para embalagens de<br />
aço, além de atender às exigências da lei, é reduzir<br />
custos. “O aço é um metal valioso que, se coletado<br />
junto com outros materiais menos nobres, acaba<br />
subsidiando a reciclagem de outras embalagens de<br />
menor valor de mercado”, ressalta Teixeira Álvares.<br />
“Cada tonelada de aço reciclado equivale a 1,5<br />
tonelada de minério de ferro, 0,65 tonelada de cal<br />
e 0,3 tonelada de calcário”, lembra Thaís Fagury,<br />
gerente-executiva da Abeaço.<br />
Paralelamente à inauguração do centro de coleta,<br />
haverá uma campanha educativa dirigida aos<br />
consumidores finais. Também serão distribuídos<br />
sacos plásticos na cor oficial das embalagens metá-<br />
Algumas iniciativas<br />
Iniciativa privada tem ações de reciclagem de embalagens<br />
a Brastemp firmou parceria com o Wal<br />
mart e dividiu seus conhecimentos no<br />
processo de logística reversa de embalagens,<br />
que abrangem desde a logística<br />
para a coleta até a maneira mais sustentável<br />
para o descarte.<br />
TETRA PAK INDICA<br />
POSTOS DE RECICLAGEM<br />
Com base no google maps, a Tetra<br />
Pak lançou em 2008 o site rota de<br />
reciclagem (www.rotadareciclagem.<br />
com.br), serviço que indica postos de<br />
coleta seletiva de lixo e reciclagem de<br />
licas em programas de coleta seletiva – o amarelo<br />
– com capacidade para cerca de 2,5 quilos em cada<br />
unidade. Inicialmente, as sacolas serão subsidiadas<br />
pela indústria, mas o objetivo é que mais adiante o<br />
consumidor pague por elas.<br />
A iniciativa será o ponto de partida, no Brasil,<br />
para a organização de uma cadeia exclusiva de<br />
reciclagem de embalagens metálicas, especialmente<br />
o aço, já que o problema do alumínio está<br />
praticamente solucionado, com a reciclagem de<br />
98% das embalagens. O investimento no projeto é<br />
de 2 milhões de reais. O custo será dividido entre<br />
fabricantes de embalagens de aço, siderúrgicas e<br />
indústrias usuárias.<br />
No vidro, gerenciadora<br />
A partir de um estudo desenvolvido pela consultoria<br />
Monitor Group, a Associação Técnica Brasileira<br />
das Indústrias Automáticas de Vidro (Abividro)<br />
encaminhou ao Ministério do Meio Ambiente um<br />
plano de implementação de logística reversa para<br />
o setor, comprometendo-se a recolher todo tipo de<br />
embalagem de vidro pós-consumo.<br />
A associação propõe instalar no Brasil uma<br />
gerenciadora, que terá o papel de intermediar<br />
as relações entre o poder público,<br />
cooperativas de catadores, beneficiadoras,<br />
embalagens cartonadas assépticas<br />
(longa vida). o sistema aponta onde<br />
encontrar locais para entrega de materiais<br />
recicláveis, cooperativas e comércios<br />
ligados à cadeia de reciclagem de<br />
embalagens Tetra Pak em todo o país.<br />
Para utilizar, basta digitar um endereço<br />
no buscador para que ele informe os<br />
locais mais próximos.<br />
TERRACYCLE VENDE<br />
PRODUTOS FEITOS COM<br />
EMBALAGENS DESCARTADAS<br />
mochilas, bolsas, nécessaires, guardachuvas,<br />
entre outros itens, com estampas<br />
dos salgadinhos da Pepsico, do suco<br />
em pó Tang, da kraft Foods, do papel<br />
report, da Suzano Papel e Celulose, de<br />
chocolates da Nestlé, entre outras, são<br />
alguns dos produtos comercializados<br />
pela TerraCycle. a empresa é especia-<br />
fabricantes de vidro e indústrias usuárias.<br />
lizada em transformar lixo considerado<br />
não reciclável, como embalagens<br />
plásticas flexíveis laminadas,<br />
em dinheiro. Subsidiária brasileira<br />
da companhia homônima<br />
americana, a TerraCycle<br />
coleta essas embalagens para<br />
transformá-las em produtos<br />
com marcas de empresas. É o<br />
que ela chama de “lixo patro- Bolsa<br />
cinado”.<br />
produzida pela<br />
TerraCycle com<br />
Voluntários recolhem as emba- embalagens<br />
lagens e as enviam à empresa,<br />
de salgadinhos<br />
de onde seguem para cooperativas<br />
artesanais que lavam e transformam os<br />
invólucros nos itens vendidos no varejo.<br />
MÁQUINA DE “VENDA REVERSA”<br />
CHEGA AO BRASIL<br />
a Susten Trading traz para o mercado<br />
nacional a máquina de Venda reversa<br />
48 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br
A entidade – sem fins lucrativos – será responsável<br />
por coordenar a participação dos municípios,<br />
capacitar e credenciar cooperativas de catadores<br />
e beneficiadoras, negociar operações de compra<br />
e venda de recicláveis triados, gerir a logística<br />
reversa dos recicláveis e promover campanhas de<br />
conscientização sobre reciclagem.<br />
“A estimativa é de que, após quatro anos de sua<br />
instalação, a gerenciadora faça com que o índice<br />
de reciclagem do setor vidreiro atinja 50%”, diz<br />
Lucien Belmonte, superintendente da Abividro.<br />
Entretanto, para que o modelo seja economica-<br />
Abre estimula discussão<br />
Depois de participar ativamente junto<br />
aos poderes Legislativo e Executivo das<br />
discussões que levaram à aprovação da<br />
lei que estabeleceu a Política Nacional<br />
de Resíduos Sólidos, a Associação<br />
Brasileira de Embalagem (Abre) criou<br />
um Núcleo de Estudos da PNRS cuja<br />
missão é promover o debate no setor.<br />
Segundo informa a diretora executiva da<br />
entidade, Luciana Pellegrino, já foram<br />
realizadas “inúmeras reuniões entre<br />
todas as entidades setoriais e outros<br />
elos da sociedade, e junto à indústria<br />
PÁGINA<br />
PRÓXIMA NA CONTINUA<br />
(rVm), que utiliza tecnologia avançada para iden- embalagens pós-consumo nas máquinas receba<br />
tificar, coletar, compactar e documentar diversos um vale-desconto de volta. a expectativa da<br />
materiais recicláveis. Trata-se de uma vending empresa é ter 100 máquinas funcionando ainda<br />
machine “ao contrário”, que recolhe embalagens neste ano, e para isso, está em negociação com<br />
descartadas. o equipamento, fabricado pela uma grande empresa, cujo nome ainda não pode<br />
norueguesa Tomra – que já tem mais de 100 mil<br />
dessas máquinas instaladas em outros países –<br />
ser divulgado.<br />
recebe uma programação para reconhecer qual VAREJO TEM AÇÕES DE RECICLAGEM<br />
resíduo é inserido e armazená-lo em diferentes a coleta de materiais recicláveis em estações de<br />
compartimentos internos. a rVm aceita embala- entrega voluntária atinge números expressivos.<br />
gens de alumínio, de aço, de vidro, de PET e de Como exemplo, as lojas Pão de açúcar recebem<br />
outros tipos de plástico.<br />
em seus 72 postos de São Paulo uma quantidade<br />
a ideia é fazer<br />
de embalagens e outros materiais equivalentes<br />
parcerias com redes<br />
a 20% de todo resíduo reciclável recolhido pela<br />
varejistas: o consu-<br />
prefeitura na capital. o Carrefour Brasil anunmidor<br />
que insere as<br />
ciou a intenção de eliminar até 2014, de forma<br />
gradual, o uso de sacolas plásticas tradicionais<br />
em suas lojas. o projeto teve início na unidade<br />
de Piracicaba (SP), em março de 2010. Segundo<br />
Vending machine<br />
“ao contrário”<br />
a rede varejista, em um ano a loja deixou de<br />
recolhe as<br />
distribuir 7,7 milhões de sacolinhas. o Carrefour,<br />
embalagens<br />
www.embalagemmarca.com.br<br />
para que se alcançasse um aprofundamento<br />
sobre o tema e fossem levantados<br />
os caminhos para a participação<br />
do setor produtivo frente aos Acordos<br />
Setoriais.” Ela diz ainda que “a Abre<br />
manterá neste primeiro semestre o foco<br />
de discussão junto às entidades de classe.<br />
Ao mesmo tempo, trabalhará com<br />
as indústrias o entendimento tanto das<br />
propostas esboçadas como das demais<br />
exigências decorrentes da PNRS”.<br />
Veja a íntegra do depoimento no site:<br />
emb.bz/pnrs
mente viável, são necessárias a adesão e a participação<br />
dos envasadores e empacotadores, que<br />
compartilham a responsabilidade sobre a logística<br />
reversa do resíduo.<br />
Segundo Belmonte, a indústria vidreira investirá<br />
inicialmente 10 milhões de reais na criação<br />
da gerenciadora, que será administrada por uma<br />
equipe profissional independente e terá um conselho<br />
composto por membros das várias instâncias<br />
envolvidas. A previsão é de que em quatro anos a<br />
gerenciadora esteja operando a todo vapor.<br />
PET visa ampliar<br />
A Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet)<br />
lançou o programa LevPet, que visa ampliar<br />
a coleta de embalagens de PET pós-consumo<br />
(ver Em b a l a g E mma r c a 137, janeiro de 2011).<br />
Utilizando o mesmo modelo do programa Rota da<br />
Reciclagem, da Tetra Pak (ver quadro), o LevPet<br />
(www.levpet.org.br) é um serviço que fornece pela<br />
internet, através do Google Maps, a localização<br />
dos pontos de coleta onde os cidadãos podem dar<br />
destinação às suas embalagens pós-consumo.<br />
O serviço conta com mais de mil pontos de<br />
coleta cadastrados por todo o Brasil. A meta é<br />
aumentar gradativamente esse número, com o<br />
assim como o Pão de açúcar, tem em suas lojas alguns<br />
“caixas verdes”, onde os clientes podem descartar<br />
embalagens secundárias de produtos na hora da<br />
compra. o Walmart Brasil e a Coca-Cola Brasil mantêm<br />
programa conjunto de coleta e reciclagem de resíduos,<br />
batizado de Estação de reciclagem. São postos de coleta<br />
de embalagens metálicas, de plástico, de papel, de<br />
vidro e óleo de cozinha em mais de 300 lojas da rede<br />
Walmart em todo o Brasil. a parceria beneficiar diretamente<br />
cooperativas e gera renda para catadores.<br />
TAEQ: CIRCUITO FECHADO<br />
Embalagens celulósicas coletadas nas lojas do grupo<br />
Pão de açúcar são recicladas e transformadas em<br />
novas embalagens cartonadas para produtos da Taeq,<br />
marca própria focada em saúde e bem-estar. o projeto,<br />
batizado de logística reversa Taeq, pôde se concretizar<br />
através de parcerias costuradas pelo Pão de açúcar.<br />
invólucros de papel deixados nas lojas do grupo são<br />
coletados e selecionados pela associação Vira lata,<br />
cooperativa de catadores sediada na capital paulista. o<br />
material é então comprado pela Papirus, que o utiliza na<br />
produção de uma versão especial de seu papel cartão<br />
apoio dos próprios usuários. Para isso,<br />
o site possui um sistema colaborativo<br />
de atualização, onde os usuários podem<br />
indicar novos locais. Desde o lançamento<br />
do programa, em dezembro de 2010, o<br />
número de pontos de coleta do serviço<br />
aumentou cerca de 20%. O site une conceitos<br />
de educação ambiental à modernidade<br />
da Internet, para despertar no cidadão<br />
a importância do seu papel para o fluxo<br />
reverso das embalagens.<br />
“Com o LevPet, a indústria se antecipou<br />
às diretrizes da Política Nacional<br />
de Resíduos Sólidos, que estabeleceu a<br />
responsabilidade dos três elos envolvidos<br />
na questão: cidadão, poder público e<br />
indústria”, afirma Auri Marçon, presidente da Abipet.<br />
“Estamos trabalhando para resolver o grande<br />
entrave que dificulta a ampliação da reciclagem<br />
em nossa indústria: a falta de um sistema público<br />
abrangente de coleta seletiva.” De acordo com o 6 o<br />
Abief acompanha<br />
O presidente da Abief – Associação<br />
Brasileira da Indústria de Embalagens<br />
Plásticas Flexíveis, Alfredo Schmitt,<br />
diz que em relação à PNRS a Abief<br />
mantém dois representantes no comitê<br />
relativo ao assunto que funciona na<br />
Abre. “O objetivo é acompanhar e participar<br />
de todas as discussões. Como<br />
a Abre engloba todos os materiais de<br />
embalagem, julgamos mais pertinente<br />
trabalharmos em conjunto para termos<br />
mais força e representatividade”.<br />
Censo da Reciclagem do PET no Brasil, divulgado<br />
no final de 2010, o País recicla 55,6% de todas as<br />
embalagens produzidas, índice superior ao desempenho<br />
verificado nos Estados Unidos e em alguns<br />
países da União Europeia.<br />
reciclado Vitacarta, batizado de Vitacarta gPa (sigla para<br />
grupo Pão de açúcar). gráficas como antilhas, Congraf e<br />
Emibra adquirem esse cartão e produzem novos cartuchos,<br />
displays e luvas, distribuindo-os para as indústrias<br />
fabricantes dos produtos da linha Taeq.<br />
POSTOS DE COMBUSTÍVEL<br />
RECEBEM EMBALAGENS DE ÓLEO<br />
iniciativa do Sindicato Nacional de Empresas<br />
Distribuidoras de Combustíveis e de lubrificantes<br />
– Sindicom, o Programa Jogue limpo estabelece o<br />
sistema de logística reversa de embalagens plásticas<br />
de óleos lubrificantes pós-consumo, patrocinado pelos<br />
fabricantes, importadores e distribuidores de lubrificantes.<br />
a coleta é feita na cadeia de revenda do produto,<br />
e as embalagens serão transportadas para centrais de<br />
recebimento, onde são compactadas e encaminhadas<br />
para empresas recicladoras. atualmente, 10% das<br />
embalagens novas de óleo já são fabricadas com plástico<br />
reciclado. iniciado há cinco anos no rio grande do<br />
Sul, o programa funciona no Paraná, em Santa Catarina,<br />
no rio de Janeiro e em São Paulo.<br />
INPEV: EMBALAGENS DE EMBALAGENS<br />
o recolhimento de recipientes vazios de agrotóxicos é<br />
uma exigência legal, que o inpev – instituto Nacional de<br />
Processamento de Embalagens Vazias ajuda a cumprir.<br />
a entidade tem um programa que já alcança o índice<br />
de 80% de reciclagem do volume produzido. a Campo<br />
limpo Plásticos desenvolveu estudos de viabilidade<br />
para a produção de embalagens que utilizam resina<br />
pós-consumo como camada intermediária e resina<br />
virgem como camadas interna e externa. as novas<br />
embalagens são usadas por fabricantes de produtos<br />
fitossanitários (agrotóxicos).<br />
50 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br
Próximo evento do<br />
Ciclo de Conhecimento<br />
Seminário Design de Embalagens de Resultados<br />
28 de junho, em São Paulo • 30 de junho, em Curitiba<br />
Foco: Evento voltado para profissionais das áreas de design, de embalagens e de marketing das<br />
empresas de bens de consumo no qual se discutirá a importância do design como ferramenta<br />
de fortalecimento de marcas, sinalizando que uma estratégia de design abrangente inclui<br />
não só uma preocupação estética, mas também uma visão industrial do processo.<br />
Publico-alvo: Designers, diretores, gerentes, coordenadores de embalagens e demais<br />
profissionais tomadores de decisão nos departamentos de marketing e embalagens.<br />
Empresas atuantes no setor, desde convertedores até end-users.<br />
Outros eventos<br />
Presença confirmada: RAVI SAWHNEY, fundador e CEO da RKS Design,<br />
empresa sediada na Califórnia, líder global em estratégia, inovação e design.<br />
PATROCÍNIO:<br />
Mantenha-se atualizado, acesse<br />
www.ciclodeconhecimento.com.br<br />
Fórum<br />
Stand-up Pouches<br />
25 de agosto, em Recife<br />
Patrocínio<br />
www.bloco.de.com<br />
Seminário<br />
Papel Cartão<br />
22 de novembro, em São Paulo<br />
Patrocínio<br />
Realização Promoção<br />
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Seminário<br />
Bioplásticos<br />
22 de novembro, em São Paulo
PAINEL GRÁFICO<br />
Gigante dos<br />
autoadesivos<br />
Colacril e RR Etiquetas fundem-se<br />
para criar nova potência no setor<br />
A Colacril, uma das principais fabricantes<br />
de bases para rótulos autoadesivos,<br />
e a RR Etiquetas, maior convertedora<br />
de etiquetas autoadesivas<br />
para código de barras no Brasil, anunciaram<br />
em março último a integração<br />
de suas operações em participações<br />
iguais. Segundo as empresas, a fusão<br />
origina a maior fornecedora de produtos<br />
autoadesivos do País.<br />
De acordo com Valdir Arjona gaspar,<br />
presidente da Colacril, está sendo<br />
criada uma holding para gerir o negócio,<br />
no qual cada empresa atuará de<br />
forma independente, porém complementar.<br />
“Nesta primeira fase, nosso<br />
objetivo é construir o conhecimento<br />
mútuo e reunir o melhor de cada uma<br />
de nossas empresas”, declarou por<br />
sua vez Ricardo Rodrigues de Oliveira,<br />
presidente da RR Etiquetas. “Vamos<br />
somar competências, talentos, experiências<br />
e a principal característica que<br />
temos em comum: o espírito empreendedor.”<br />
No entender de ambos os empresários,<br />
conforme comunicado distribuído<br />
ao mercado, “em termos práticos a<br />
ampliação do portfolio de produtos<br />
e a gestão compartilhada já proporcionarão<br />
benefícios imediatos para<br />
os clientes – e, em curtíssimo prazo,<br />
os efeitos positivos resultantes do<br />
aspecto complementar entre as linhas<br />
de produção constituirão importantes<br />
diferenciais”. gaspar e Rodrigues consideram<br />
também que “a iniciativa contribuirá<br />
para aumentar a competitividade<br />
construtiva e para o fortalecimento<br />
da indústria nacional de autoadesivos,<br />
dotada de intensa rivalidade e grande<br />
diversidade de players”. (Wilson<br />
palhares)<br />
}}} MERCADO DE CONVERSÃO E IMPRESSÃO DE RÓTULOS E EMBALAgENS<br />
Para a cadeia do frio<br />
Camarão congelado ganha caixa de cartão duplex<br />
A alta nas vendas de frutos do mar e<br />
as falhas da cadeia de refrigeração no<br />
país fizeram o Frigorífico Jahu trocar a<br />
embalagem do camarão com a marca<br />
Frescatto. Eram utilizadas caixas de<br />
papel cartão duplex laminadas na<br />
frente e no verso com polietileno, mas<br />
que tinham baixa resistência física e<br />
à umidade. A empresa adotou uma<br />
nova embalagem utilizando um cartão<br />
impermeabilizado com alta barreira à umidade que pode<br />
ter contato com produtos alimentícios e apta para o uso na<br />
cadeia frigorífica. É produzida pela Fotoimpress.<br />
Reciclagem de liner no Sudeste<br />
Celulose Reciclada instala galpão em São Paulo<br />
A Celulose Reciclada, única empresa<br />
no Brasil que recicla liner, base do<br />
autoadesivo, instalou um galpão na<br />
cidade de Itapevi, na grande São<br />
Paulo, para armazenagem de resíduos<br />
dos seus fornecedores, que em<br />
sua maioria estão na região Sudeste.<br />
Como a sede da empresa fica em<br />
Pernambuco, isso irá facilitar o rece-<br />
Ajuda para designers<br />
UPM Raflatac lança site com dicas de design de rótulos<br />
A UPM Raflatac, que recentemente<br />
comprou a fabricante brasileira de bases<br />
autoadesivas gumtac (ver edição anterior<br />
de EMBALAGEMMARCA), lançou um site para<br />
designers de embalagens e rótulos. O<br />
site Pro Label Studio (www.prolabelstudio.com)<br />
apresenta exemplos visuais<br />
e traz informações sobre as inúmeras<br />
possibilidades de uso dos rótulos autoadesivos.<br />
No site, há informações sobre os desafios<br />
e exigências de diferentes materiais<br />
de embalagem, efeitos especiais e técnicas<br />
de impressão sobre diversos tipos de<br />
substratos.<br />
bimento e a logística do material.<br />
“Com o novo galpão em São Paulo e<br />
a nova Política Nacional de Resíduos<br />
Sólidos, esperamos triplicar a captação<br />
de material nos próximos meses,<br />
evitando que seja jogado em aterros e<br />
incineradores”, diz Karina Spina, coordenadora<br />
de marketing e negócios da<br />
empresa.<br />
O site auxilia os designers a selecionar<br />
os materiais indicados para rótulos de<br />
diversos tipos de produtos, como vinhos,<br />
bebidas destiladas e itens de higiene<br />
pessoal.<br />
52 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br
Flexografia em HD<br />
Nova tecnologia permite<br />
impressão com mais definição<br />
A Mondi Coatings & Consumer Packaging<br />
(www.mondigroup.com), do Reino Unido,<br />
apresentou uma nova tecnologia de<br />
impressão flexográfica de alta definição<br />
para embalagens flexíveis, rótulos e etiquetas.<br />
A nova tecnologia promete resultados<br />
de impressão com elevada qualidade<br />
e com contornos definidos, tanto em<br />
materiais laminados quanto em papel. O<br />
segredo é o uso de uma superfície especial<br />
na placa de impressão, que transfere<br />
maior quantidade de tinta, permitindo à<br />
impressora trabalhar em áreas sólidas<br />
com alta densidade, porém com menor<br />
pressão. Na prática, a tecnologia flexo<br />
HD aumenta a resolução de impressão<br />
para 70 linhas por centímetro quadrado<br />
em comparação com a cobertura convencional,<br />
de até 42 linhas por centímetro<br />
quadrado.<br />
Impressão flexo “normal” – 43 linhas por cm²<br />
Impressão em flexo HD – 70 linhas por cm²<br />
www.embalagemmarca.com.br<br />
Novas marcas<br />
no mercado<br />
Divisões da Avery<br />
Dennison têm nomes<br />
comerciais alterados<br />
A Avery Dennison anunciou<br />
a alteração dos nomes<br />
comerciais de suas divisões.<br />
A divisão antes denominada<br />
Materiais em Rolo (“Roll<br />
Materials”) passa a ser<br />
chamada de Materiais para<br />
Rótulos e Embalagens(“Label<br />
& Packaging Materials”).<br />
Segundo a empresa, o novo<br />
nome reflete “a firme intenção<br />
de oferecer inovações<br />
em embalagem para o mercado”.<br />
Mudanças similares<br />
de nomes ocorrerão em<br />
todas as unidades de negócios<br />
da Avery Dennison.<br />
A transição para o novo<br />
nome será feita de forma<br />
gradual. Primeiro serão<br />
renovados os materiais de<br />
comunicação, o site e, aos<br />
poucos, outros instrumentos<br />
de contato com o cliente. O<br />
nome Fasson permanecerá<br />
como marca de materiais<br />
autoadesivos.<br />
Rotulagem sem liner<br />
Innovia apresenta filme<br />
para embalagens de alimentos<br />
A Innovia Films, fabricante de substratos especiais<br />
de BOPP e celulose para rotulagem e de<br />
filmes flexíveis, lançou a nova linha de filmes<br />
Rayoface NB, adequada para aplicações de etiquetas<br />
sem liner. Os novos filmes foram desenvolvidos<br />
para uso na linha de rotuladoras sem<br />
liner Nobac da Ravenwood Packaging.<br />
Os filmes Rayoface NB estão disponíveis nas<br />
tonalidades branca e transparente e com espessuras<br />
de 92 micra (adequada para substituir<br />
envoltórios de papel cartão) e 60 micra (para<br />
substituição de etiquetas convencionais sensíveis<br />
à pressão e wrap around). Quando convertidos<br />
em etiquetas sem liner, os filmes Rayoface<br />
NB podem ser usados em bandejas de alimentos<br />
frescos. Como a etiqueta é aplicada diretamente<br />
à embalagem, pode ser obtida uma redução<br />
de mais de 30% do peso, diz a fabricante.<br />
abril 2011<br />
<strong>EmbalagemMarca</strong><br />
53
ARTIGO }}} ANDREW EYLES<br />
imitação talvez seja a forma<br />
A<br />
mais sincera de enaltecimento.<br />
No entanto, indústrias não se<br />
sentem lisonjeadas quando confrontadas<br />
com clonagens de seus<br />
produtos. Ver uma cópia quase indistinguível<br />
de sua embalagem é algo que se sente como<br />
uma agressão. Grandes quantidades de tempo<br />
e dinheiro são gastos em pesquisa, marketing,<br />
publicidade e acondicionamento para a construção<br />
de marcas fortes. Daí ser totalmente<br />
compreensível a irritação provocada pelos produtos<br />
“me-too”.<br />
O plágio é um problema antigo. Existe em<br />
todo o mundo. Nesse ramo, a China é indiscutivelmente<br />
a meca. Lá, inúmeros produtos e marcas<br />
são recriados, muitas vezes de forma divertidamente<br />
tosca (mas nada divertida para as<br />
fontes de inspiração). Não se trata somente de<br />
um benefício de um terceiro, não-autorizado,<br />
sobre a propriedade intelectual de outra<br />
companhia. A inferioridade das imitações<br />
pode causar danos à reputação da<br />
marca original. Recentemente, a montadora<br />
chinesa Hongqi lançou o HQD,<br />
uma cópia descarada do Rolls-Royce<br />
Phantom, mas com preço oito vezes<br />
menor. A Rolls-Royce é o epítome da<br />
engenharia de luxo e, claro, deve se<br />
sentir prejudicada ao ver um clone de<br />
seu automóvel sendo vendido ao equivalente<br />
a 80 000 reais.<br />
Mas produtos superpremium ou de<br />
design sofisticado não são os únicos<br />
alvos dos plagiadores. No Reino<br />
Unido, o mercado de réplicas é dominado<br />
por cigarros falsificados e itens<br />
de mercearia “me-too”. Os primeiros<br />
A little less consternation...*<br />
Cópias de produtos são tão aborrecedoras quanto inevitáveis.<br />
Por que não aceitá-las, mas agir para sempre estar à frente?<br />
Rolls-Royce viu seu<br />
modelo Phantom (acima)<br />
servir de “inspiração”<br />
para carro chinês<br />
Creme vegetal I Can’t Believe<br />
It’s Not Butter foi clonado pelo<br />
You’d Butter Believe It!<br />
são perigosos para a saúde tanto daqueles<br />
que os consomem quanto para daqueles que<br />
os traficam, como mostraram recentes assassinatos<br />
ocorridos no submundo do crime organizado.<br />
Também não deixam de ser trágicas<br />
as cópias de produtos de marca vendidos nos<br />
supermercados. Quando digo cópias,<br />
quero dizer cópias mesmo, produtos<br />
quase idênticos. Comparem-se, por<br />
exemplo, as embalagens do creme para<br />
untar I Can’t Believe It’s Not Butter,<br />
da Unilever, com seu clone, o You’d<br />
Butter Believe It!, dos supermercados<br />
Asda. Ou o cartucho do cereal matinal<br />
Cheerios, da Nestlé, com o de seu<br />
genérico, o Hoops, da varejista Tesco.<br />
No negócio de marcas próprias<br />
* Em português, “Um pouco menos<br />
de consternação”. Brincadeira com o<br />
verso de uma famosa canção de Elvis<br />
Presley: “A little less conversation, a little<br />
more action” (“Um pouco menos de<br />
conversa, um pouco mais de ação”).<br />
54 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br
do varejo, cópias costumavam explorar os<br />
incautos, que procuram embalagens que lhes<br />
são familiares sem prestar muita atenção. Até<br />
pouco tempo atrás tinha-se como inegáveis<br />
os fatos de que a maioria das pessoas fazia o<br />
supermercado ligando o piloto automático.<br />
Fortes referências visuais seriam, então, suficientes<br />
para atraí-la. Contudo, uma pesquisa<br />
da Blue Marlin mostra que um dos efeitos da<br />
recessão foi ter feito os consumidores aqui na<br />
Europa operar no manual, analisando produtos<br />
antes de os retirarem das gôndolas.<br />
A mais nova campanha publicitária da rede<br />
de varejo low cost Aldi parece querer se enquadrar<br />
nessa nova realidade de maneira curiosa.<br />
Anúncios encorajam clientes a ver clones como<br />
escolhas conscientes, terminando com o slogan<br />
“Como as marcas, apenas mais baratos”. É possível<br />
ver um vídeo da campanha aqui: http://<br />
emb.bz/aldi.<br />
Marcas e formatos insubstituíveis<br />
Tem-se aí o ponto nevrálgico da discussão.<br />
“Me-toos” se parecem com os produtos que<br />
macaqueiam, mas nunca são tão bons – sejam<br />
eles cópias na forma de itens apadrinhados pelo<br />
varejo ou pela indústria. A mesma pesquisa<br />
da Blue Marlin detectou que algumas marcas,<br />
como a Heinz no segmento de ketchup, são<br />
insubstituíveis mesmo nos tempos mais bicudos.<br />
Certos consumidores até confessaram que<br />
experimentaram opções mais baratas durante a<br />
crise, mas logo acabaram voltando às marcas<br />
que conhecem e adoram.<br />
O comercial da Aldi vinculado ao link publi-<br />
Comercial da Aldi tenta mostrar vantagem de preço da<br />
imitação genérica do ketchup Heinz<br />
cado acima, que tenta mostrar a vantagem de se<br />
comprar um ketchup que imita claramente o da<br />
Heinz, levanta uma outra questão interessante.<br />
O formato emblemático do frasco squeezable<br />
lançado pioneiramente pela Heinz tornou-se<br />
a linguagem visual da categoria, da mesma<br />
forma que a igualmente icônica embalagem<br />
branca do lava-louças Fairy Liquid tornou-se<br />
a norma da categoria na Grã-Bretanha. A Fairy<br />
Liquid mudou para uma embalagem totalmente<br />
diferente e o mercado a seguiu. Existem dezenas<br />
de exemplos em que o líder estabelece os<br />
padrões do mercado.<br />
Mas qual é a linha que separa as marcas<br />
que tentam obedecer às regras da categoria e<br />
de propriedade intelectual daquelas que simplesmente<br />
roubam ideias?<br />
É evidente que os proprietários de marcas<br />
devem protegê-las, bem como defender<br />
os investimentos feitos para estabelecêlas.<br />
Mas não há um elemento de inevitabilidade<br />
quanto às cópias das marcas mais bem-sucedidas?<br />
E não é papel das marcas e dos consultores<br />
especializados, como nós, movimentarmonos,<br />
atualizando ou reinventando embalagens<br />
para que estas se mantenham sempre um passo<br />
à frente da concorrência? Por que não construir<br />
patrimônios de marca muitíssimo bem-protegidos<br />
por leis de propriedade industrial? Decorre<br />
dessa reflexão o título deste artigo.<br />
Acredito que as marcas são os faróis que iluminam<br />
o caminho do consumidor. Marcas líderes<br />
devam fazer exatamente o que delas se<br />
espera: liderar. E serem seguidas por todas<br />
as outras.<br />
VEJA EXEMPLOS DE CÓPIAS CHINESAS<br />
DE PRODUTOS E MARCAS DE PRESTÍGIO:<br />
emb.bz/chinesas<br />
Andrew Eyles é CEO da Blue Marlin Brand<br />
Design (www.bluemarlinbd.com), consultoria<br />
de marcas e design sediada no Reino<br />
Unido e com filiais na Europa, na Ásia,<br />
na Austrália e nos Estados Unidos.<br />
Ele pode ser contatado através do e-mail<br />
andrew.eyles@bluemarlinbd.com.<br />
Abaixo, outros exemplos<br />
de imitações de embalagens<br />
perpetradas no mercado<br />
europeu. As originais<br />
estão à esquerda<br />
56 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br
}}} destiLados<br />
Venha, Absolut<br />
Vodca nacional, com garrafa de luxo,<br />
almeja competir com marca sueca<br />
Grupo Petrópolis, terceira maior cer-<br />
O<br />
vejaria do país, que ingressou no segmento<br />
premium em 2007 com a marca<br />
de cervejas alemã Weltenburger, estreia<br />
agora no segmento de vodcas. A empresa<br />
lançou a bebida premium Blue Spirit Unique, produzida<br />
com álcool de cereais, sem adição de açúcar, e<br />
destilada cinco vezes. O objetivo da fabricante é fazer<br />
a nova bebida concorrer diretamente com a vodca<br />
sueca Absolut, que hoje detém aproximadamente<br />
70% do mercado de vodcas premium no Brasil.<br />
Para isso, o Grupo Petrópolis decidiu não somente<br />
caprichar na fórmula da bebida, em desenvolvimento<br />
desde 2009, mas também na embalagem. Uma elegante<br />
garrafa com tons azuis, fechada com tampa de<br />
rosca, acondiciona a vodca. A embalagem é decorada<br />
por meio de duas técnicas: pintura em degradée na<br />
base e serigrafia no logotipo e nos textos.<br />
A produção inicial da Blue Spirit Unique é de 15 000<br />
litros. A bebida será também vendida na<br />
versão ice, misturada com limão, em latas<br />
sleek de 269 mililitros. A previsão da empresa<br />
é que daqui a dois meses a versão ice<br />
chegue ao mercado em mais uma opção:<br />
a garrafa long neck de vidro. (FP)<br />
www.embalagemmarca.com.br<br />
Garrafa de vidro<br />
tem pintura<br />
em degradée e<br />
serigrafia. Versão<br />
ice chega em<br />
lata sleek<br />
Lata<br />
Latapack-Ball<br />
(12) 2127-4700<br />
www.latapack.com.br<br />
Design<br />
Multi Solution<br />
(11) 2823-2000<br />
www.multisolution.art.br<br />
Garrafa<br />
Owens-Illinois do Brasil<br />
(11) 2542-8084<br />
www.oidobrasil.com.br<br />
Decoração da garrafa<br />
PlastClean<br />
(11) 4619-8540<br />
www.plastclean.com.br
}}} inteRnacionaL<br />
Toda vegetal<br />
PepsiCo anuncia a criação de garrafa de PET 100% derivada de recursos agrícolas<br />
uase um ano e meio após sua<br />
Q<br />
grande rival Coca-Cola lançar a<br />
PlantBottle, garrafa de PET composta<br />
em 30% por etanol de canade-açúcar,<br />
a Pepsi anunciou sua<br />
versão “verde” de embalagem para refrigerantes.<br />
A novidade, divulgada sem um nome comercial,<br />
é brandida pela multinacional americana como<br />
a primeira garrafa de PET do mundo totalmente<br />
baseada em recursos vegetais.<br />
De acordo com a PepsiCo, dona da Pepsi, a<br />
nova embalagem está muito à frente das tecnologias<br />
industriais similares hoje existentes. A produção<br />
da garrafa será inicialmente feita a partir<br />
de materiais como capim, casca de pinha e palha<br />
de milho. Num segundo estágio, a ideia é utilizar<br />
subprodutos agrícolas “da casa” na obtenção da<br />
resina vegetal empregada nas garrafas. Seriam os<br />
casos, ventila a empresa, das cascas de laranja,<br />
batata e aveia não aproveitadas nas operações de<br />
sucos, salgadinhos e cereais matinais.<br />
Como o PET convencional<br />
A PepsiCo evita dar detalhes da tecnologia<br />
envolvida na criação da nova garrafa. O que diz,<br />
por ora, é que identificou métodos para criar<br />
uma estrutura molecular vegetal idêntica à do<br />
PET derivado do petróleo através da combinação<br />
de processos biológicos e químicos. Segundo a<br />
empresa, sua garrafa “verde” tem aparência e<br />
propriedades de desempenho similares à da<br />
garrafa de PET convencional.<br />
A empresa decidiu também não antecipar<br />
detalhes sobre como a nova embalagem será<br />
implantada – nem mesmo se terá alcance mundial,<br />
como a PlantBottle da Coca-Cola. O que se<br />
sabe é que os primeiros testes de mercado com a<br />
garrafa começarão em 2012. A expectativa depositada<br />
na novidade é grande. “Trata-se de uma<br />
inovação revolucionária, um resultado direto<br />
de nosso compromisso com pesquisa e desenvolvimento<br />
que irá transformar a indústria de<br />
bebidas”, exulta a diretora mundial da empresa,<br />
a indiana Indra Nooyi. (GK)<br />
A nova embalagem cercada por<br />
algumas de suas fontes: capim,<br />
batata, aveia, milho e laranja<br />
A CEO da PepsiCo, Indra Nooyi:<br />
“inovação irá revolucionar a<br />
indústria de bebidas”<br />
58 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br
}}} bRicoLagem<br />
Beleza suspensa<br />
Cola ganha destaque com novo rótulo e tampa “pendurável”<br />
esign de embalagens<br />
D<br />
nunca foi uma grande<br />
preocupação no<br />
mercado de colas de<br />
madeira. A Acrilex,<br />
porém, decidiu mudar essa escrita.<br />
De olho no crescente uso do produto<br />
por marceneiros de fim de<br />
semana e praticantes de artesanato,<br />
a empresa resolveu adotar um visual<br />
mais moderno para sua cola.<br />
O frasco do produto é agora<br />
decorado por um rótulo termoencolhível<br />
de BOPP graficamente rico<br />
e que o envolve por completo – o<br />
que ajuda a atrair a atenção nos<br />
pontos de venda. Outro destaque da<br />
embalagem, também desenvolvido<br />
para melhorar a exposição nas lojas,<br />
é a tampa.<br />
Batizado de Hang, o novo<br />
fechamento plástico incorpora um<br />
furo do tipo “euro slot”, que facilita<br />
pendurar a cola em gancheiras –<br />
amplamente utilizadas em casas de<br />
artesanato e papelarias, onde existe<br />
pouco espaço para exibição dos<br />
produtos em prateleiras ou caixasdisplay.<br />
A Acrilex, que fabrica internamente<br />
o frasco e a tampa, avisou<br />
que irá estender o uso da solução<br />
para outros produtos. (FP)<br />
Desenho do<br />
rótulo chama<br />
a atenção no<br />
PDV. Tampa com<br />
furação permite<br />
a exposição em<br />
gancheiras<br />
Design<br />
Los3 Publicidade<br />
(11) 2598-8277<br />
www.los3.com<br />
Rótulo<br />
Metrolabel<br />
(11) 3603-3888<br />
www.metrolabel.com.br
DISPLAy<br />
Identidade multicor<br />
O Boticário institui nova comunicação visual,<br />
marcada por variadas combinações de cores<br />
Aos 34 anos, O Boticário decidiu mudar radicalmente<br />
sua identidade. O logotipo da principal<br />
franquia de cosméticos do País deixa de<br />
destacar o verde, como ocorria desde 1977.<br />
A assinatura passa a ser feita com diversas<br />
combinações de cores, escolhidas com base<br />
naquelas utilizadas com mais frequência nas<br />
coleções de moda dos últimos três anos e<br />
entre outras apontadas como fortes tendências<br />
para o futuro. Foi criado um “brand book”<br />
com amplas possibilidades de conjugação<br />
das tonalidades, desenvolvidas para “conversar”<br />
com os variados públicos da marca. Entre outras<br />
mudanças do logotipo, a letra “B” passa a ser<br />
rodeada de “florais” e ganha status de ícone da<br />
marca. O sublinhado, presente no logotipo anterior,<br />
desaparece. Um novo slogan será também adotado.<br />
“A vida é bonita. Mas pode ser linda” substitui<br />
o “Acredite na beleza”, lançado em 2007.<br />
Da telinha para sabonetes<br />
Backyardigans estão em embalagem da Biotropic<br />
A Biotropic Cosmética<br />
Licensing amplia sua<br />
linha de produtos de<br />
higiene infantil com<br />
o sabonete em barra<br />
Baby Backyardigans.<br />
O produto é acondicionado<br />
em cartucho<br />
de papel cartão<br />
decorado com design<br />
que destaca os personagens<br />
do desenho<br />
Backyardigans,<br />
do canal de TV<br />
Nickelodeon.<br />
}}} LANçAMENTOS E NOVIDADES – E SEUS SISTEMAS DE EMBALAgEM<br />
Cartucho<br />
Ycar Artes Gráficas<br />
(11) 3531-6611<br />
www.ycar.com.br<br />
Design<br />
Vy2 Studio Design<br />
(11) 5081-7813<br />
www.vy2.com.br<br />
Acima, algumas das combinações de cores do novo logotipo.<br />
Abaixo, os logotipos antigos, de 1977 e 2007. Adeus ao uso do verde<br />
Design<br />
FutureBrand<br />
(11) 3821-1166 • www.futurebrand.com<br />
Slogan<br />
AlmapBBDO<br />
(11) 2161-5600 • www.almapbbdo.com.br<br />
60 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br<br />
1977<br />
2007<br />
Depilação em qualquer lugar<br />
Lenços para depilação em embalagem portátil<br />
A Depi Roll traz para o mercado lenços para depilação<br />
em embalagens para viagem, que podem<br />
ser levadas na bolsa. São duas<br />
versões: para o corpo e para<br />
a face. Os cartuchos de papel<br />
cartão, em formato triangular,<br />
contêm 16 unidades dos lenços<br />
prontos para depilação e um<br />
sachê de lenço umedecido<br />
com óleo de<br />
limpeza pós depilatório.<br />
A empresa não informou<br />
de quem é o design.<br />
Sachê<br />
Grand Pack<br />
(11) 4053-2143<br />
www.grandpack.com.br<br />
Cartuchos<br />
Rosset Artes Gráficas<br />
(11) 3732-4444<br />
www.graficarosset.com.br<br />
© carlos curado
Jardinagem arrumadinha<br />
Embalagens diferenciam ferramentas na gôndola<br />
A Bellota investiu na apresentação de sua linha de jardinagem<br />
para diferenciar os produtos no ponto de venda. Na<br />
parte frontal das embalagens há especificação do produto e<br />
desenho de alguma vantagem que o uso proporciona, como<br />
“corte 2x mais rápido”, no caso do serrote dobrável. No verso<br />
da embalagem, além da<br />
garantia da peça e das<br />
instruções de segurança,<br />
é especificado cada item<br />
que compõe a ferramenta,<br />
como cabos, molas e<br />
material de fabricação.<br />
Design<br />
Audaz<br />
Comunicação<br />
(19) 3471-0800<br />
www.audaz.com.br<br />
Vasilhame resgatado<br />
Garrafa de vidro de 1 litro do<br />
Guaraná Antarctica volta ao mercado<br />
A Ambev anunciou o relançamento<br />
do guaraná Antarctica em<br />
garrafa retornável de vidro de 1<br />
litro. Há dezenove anos fora do<br />
portfólio da empresa, a embalagem<br />
voltou ao mercado no fim<br />
de março último.<br />
Garrafa<br />
Owens-Illinois<br />
(11) 2542-8084<br />
www.oidobrasil.com.br
DISPLAy<br />
Centenário marcante<br />
Tramontina lança embalagens<br />
comemorativas aos seus 100 anos<br />
Para comemorar seu centésimo aniversário,<br />
em 2011, a fabricante de ferramentas e<br />
utilidades domésticas Tramontina lança um<br />
selo comemorativo e uma linha de produtos<br />
em embalagens diferenciadas. São caixas<br />
de papel cartão e latas de aço que seguem<br />
uma identidade gráfica encomendada para<br />
a data especial. O principal elemento trabalhado<br />
nas embalagens e no selo é a caracterização<br />
dos zeros do número 100 como<br />
se formassem o símbolo do infinito.<br />
Caixas de papel cartão<br />
Box Print<br />
(11) 5505-2370<br />
www.boxprint.com.br<br />
Latas de aço<br />
Meister<br />
(47) 3433-3133<br />
www.meister.com.br<br />
62 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011<br />
}}} LANçAMENTOS E NOVIDADES – E SEUS SISTEMAS DE EMBALAgEM<br />
Design<br />
Zon Design<br />
(51) 3029-6202<br />
www.zondesign.com.br<br />
Opções de bolso<br />
Bebidas da Campari ganham versões em minigarrafa<br />
O bitter Campari e o uísque<br />
Old Eight, da Campari do<br />
Brasil, passam a estar disponíveis<br />
em petacas – como<br />
são conhecidas as garrafas de<br />
bolso de 200 mililitros utilizadas<br />
em bebidas alcoólicas. “A<br />
embalagem menor é prática e<br />
Tampa (Old Eight)<br />
Altec Tampas Metálicas<br />
(11) 3534-7171<br />
www.altectampas.com.br<br />
Rótulos<br />
CCL Label<br />
(19) 3876-9311<br />
www.ccllabel.com.br<br />
Tampa (Campari)<br />
Federfin Tech (Itália)<br />
+39 (0) 382 809-856<br />
www.federfintech.com<br />
Garrafas<br />
Glaswerk Ernstthal<br />
+49 (0) 202 648-2450<br />
www.glaswerk-ernstthal.de<br />
tem custo-beneficio adequado<br />
ao mercado brasileiro”, afirma<br />
Roberto Abreu, diretor comercial<br />
da Campari do Brasil. As<br />
garrafas, de vidro e importadas<br />
da Alemanha, seguem o<br />
design standard da marca utilizado<br />
na Europa.<br />
Sabonete para a cozinha<br />
Produto protege as mãos durante lavagem de louça<br />
A Mahogany passa a comercializar o sabonete líquido concentrado<br />
Chef de Cuisine, que, segundo a empresa, oferece<br />
proteção para as mãos durante a lavagem de louças.<br />
Nas variantes Calêndula e Chá Branco, os produtos são<br />
acondicionados em frascos de PET com válvulas pump de<br />
polipropileno. O cartucho é produzido em papel cartão triplex.<br />
O design das embalagens é da própria Mahogany.<br />
Válvula<br />
Aptar B+H<br />
(11) 4196-5000<br />
www.aptarbhlatinamerica.com<br />
Frasco<br />
Engratech<br />
(19) 3837-8100<br />
www.grupoengra.com.br<br />
Cartucho<br />
Lavezzo<br />
(11) 3392-2832<br />
www.lavezzo.com.br
Design<br />
Pereira & O’Dell<br />
pereiraodell.com<br />
Decoração<br />
DG Decor<br />
(11) 4705-3153<br />
www.dgdecor.com.br<br />
Edição: FlÁVio PalharES ||| flavio@embalagemmarca.com.br<br />
Abelha engarrafada<br />
Inseto inspira apresentação de aperitivo de cachaça<br />
Chega ao mercado a B (lê-se bee, “abelha” em<br />
inglês), cachaça com mel e limão criada pelos<br />
empresários Eduardo Jorge e Hendrik Wolff e pelo<br />
piloto de corridas Nelsinho Piquet. A garrafa de vidro<br />
em que o produto é acondicionado, fabricada pela<br />
francesa Saverglass e obtida no Brasil por meio<br />
da representante oficial, é decorada pelo processo<br />
de serigrafia. A cápsula da garrafa, assim como o<br />
símbolo da bebida, é marcada pela combinação de<br />
faixas pretas e amarelas, numa alusão ao padrão de<br />
cores associado às abelhas. O logotipo do produto<br />
estampará o macacão de Nelsinho Piquet durante a<br />
temporada 2011 da Nascar, competição americana<br />
de automobilismo. O produto deverá ser lançado<br />
nos Estados Unidos e na Europa ainda este ano.<br />
Garrafa<br />
Premier Pack<br />
(11) 4612-0756<br />
www.premierpack.com.br<br />
Do túnel do tempo<br />
Sucesso antigo, farofa é relançada em flow packs<br />
A granfino aposta no resgate de um produto que fez<br />
sucesso da década de 1980. Na época, a empresa<br />
produzia farofa torrada com sabor bacon. Passados<br />
trinta anos, o produto é relançado, ao lado de outros<br />
sabores (Tradicional e Carne). O design das flow<br />
packs que acondicionam as farofas é do departamento<br />
de marketing da empresa.<br />
Flow pack<br />
Incoplast<br />
(48) 3657-3000<br />
www.gruposbde.com.br
}}} índice de anunciantes<br />
Empresa Página Telefone Site<br />
aaron 63 (85) 3260-2666 www.aaron.ind.br<br />
baumgarten 6 e 7 (47) 3321-6666 www.baumgarten.com.br<br />
bericap 4ª capa (15) 3235-4500 www.bericap.com<br />
boxprint 37 (51) 2111-1311 www.boxprint.ind.br<br />
brainbox 39 (41) 3018-1695 www.brainboxdesign.com.br<br />
brasilata 34 e 35 (11) 3871-8500 www.brasilata.com.br<br />
center Fix 63 (11) 4122-2988 www.centerfix.com.br<br />
ciclo de conhecimento 51 (11) 5181-6533 www.ciclodeconhecimento.com.br<br />
clever pack 29 (21) 2573-6426 www.cleverpack.com.br<br />
congraf 31 (11) 3103-0300 www.congraf.com.br<br />
cryovac 13 (11) 3833 -2830 www.cryovac.com.br<br />
embala nordeste 55 (11) 3567-1890 www.embalaweb.com.br<br />
esko-graphics 53 (11) 5583-1311 www.esko.com<br />
excel marcas e patentes 63 (11) 5041-1021 www.excelmarcas.com.br<br />
giro news 41 (11) 3874-1311 www.gironews.com<br />
gráfica piloto 21 (62) 4005-0022 www.gpiloto.com.br<br />
grif 23 (11) 2146-1150 www.grifetiquetas.com.br<br />
idea 61 (11) 5051-7569 www.iivp.com.br<br />
indexflex 3ª capa (11) 3618-7100 www.indexflex.com.br<br />
innovia Films 17 (11) 5094-9945 www.innoviafilms.com<br />
Label summit 47 +1 (262) 782-1900 www.labelsummit.com/brazil<br />
metapack máquinas 57 (54) 3454-9215 www.metapack.ind.br<br />
metrolabel 45 (11) 3603-3888 www.metrolabel.com.br<br />
moltec 63 (11) 5693-4600 www.moltec.com.br<br />
optima 9 (19) 3886-9800 www.optima-bra.com<br />
papirus 15 (11) 2125-3900 www.papirus.com<br />
ph Fit 59 (19) 3476-8000 www.ph-fit.com<br />
plastic solution 27 (11) 2872-1555 www.plasticsolution.com.br<br />
prada 2ª capa (11) 5682-1000 www.prada.com.br<br />
prêmio embalagemmarca 43 (11) 5181-6533 www.grandescases.com.br<br />
silgan White cap 5 (11) 5585-0723 www.silganwhitecap.com.br<br />
technopack 65 (51) 2139-9000 www.technopack.com.br<br />
tyrex 57 (11) 3617-8888 www.tyrex.com.br<br />
Vemax 49 (19) 3881-8990 www.vemax.com.br<br />
Vidro porto 27 (19) 3589-3199 www.vidroporto.com.br<br />
64 <strong>EmbalagemMarca</strong> abril 2011 www.embalagemmarca.com.br
}}} eVentos<br />
Para “salvar” comida<br />
ONU e Interpack se unem para debater<br />
maneiras de a embalagem minimizar um<br />
problema grave: o desperdício de alimentos<br />
m dos contrastes perturba-<br />
U<br />
dores do mundo atual é o<br />
fato de milhões de pessoas<br />
passarem fome enquanto<br />
um volume excessivo de<br />
alimentos é perdido. Pelas estimativas<br />
da Organização das Nações Unidas para<br />
Agricultura e Alimentação (FAO), as<br />
perdas podem atingir 1,2 bilhão de toneladas<br />
por ano. Nos países desenvolvidos<br />
o desperdício chega a 300 quilos per<br />
capita por ano. A entidade acredita que<br />
a embalagem pode desempenhar um<br />
papel importante no combate a esse flagelo.<br />
Por isso, fechou uma parceria com<br />
a alemã Messe Düsseldorf, organizadora<br />
da feira Interpack, para realizar paralelamente<br />
ao evento, nos dias 16 e 17 de<br />
maio próximo, um congresso sobre o<br />
tema: o Save Food.<br />
Cadeia reunida<br />
O objetivo da FAO e da Messe Düsseldorf<br />
é reunir no evento representantes de<br />
indústrias de alimentos e embalagem, do<br />
varejo, políticos, pesquisadores e organizações<br />
não-governamentais (ONGs).<br />
Para os organizadores, medidas têm de<br />
www.embalagemmarca.com.br<br />
ser tomadas agora para evitar uma catástrofe<br />
ainda maior no futuro. “A expectativa<br />
é que até 2050 a população mundial<br />
cresça 50%, totalizando 9 bilhões<br />
de pessoas”, diz Robert van Otterdijk,<br />
responsável na FAO pela iniciativa Save<br />
Food. “Todo o crescimento será urbano,<br />
e se dará majoritariamente em países em<br />
desenvolvimento. Hoje, nesses países, a<br />
maioria das perdas de alimentos ocorre<br />
durante a cadeia produtiva, como resultado<br />
de práticas inadequadas de fabricação,<br />
acondicionamento, transporte e<br />
venda. Aprimoramentos em embalagem<br />
podem ajudar a reverter a situação”.<br />
Durante o evento, a FAO irá apresentar<br />
os resultados de três estudos atualmente<br />
em curso. O primeiro deles<br />
investiga as razões e o grau de perdas<br />
de alimentos em países desenvolvidos e<br />
calcula o nível em que diferentes tipos de<br />
embalagem podem ajudar a remediá-las.<br />
O segundo estudo é similar, mas calcado<br />
em economias emergentes. Já o terceiro<br />
visa quantificar os investimentos necessários<br />
para garantir, nesses mesmos países<br />
subdesenvolvidos, o suprimento suficiente<br />
de alimentos embalados. (GK)<br />
SAIBA MAIS SOBRE<br />
A INICIATIVA<br />
E O CONGRESSO:<br />
www.save-food.org<br />
Fique ligado nos próximos eventos<br />
do Ciclo de Conhecimento.<br />
Acesse:<br />
www.ciclodeconhecimento.com.br
Peça de museu<br />
em pleno vigor<br />
Completa seu cinquentenário em 2011<br />
uma embalagem que está presente na<br />
maioria dos restaurantes japoneses –<br />
se não a original, suas cópias.<br />
O frasco de vidro de 150 mililitros do<br />
molho de soja (shoyu) Kikkoman foi<br />
desenhado em 1961 por um dos mais<br />
importantes designers do Japão,<br />
Kenji Ekuan, nascido em<br />
1929. Com silhueta curva<br />
e rótulos serigrafados, a<br />
embalagem tem como grande<br />
sacada a tampa dispensadora<br />
com dois furos, um de<br />
cada lado. Originalmente<br />
produzida em plástico vermelho, ela<br />
permite ao usuário o controle de fluxo<br />
do líquido com os dedos, por meio<br />
da regulagem da obstrução de uma<br />
das entradas de ar. A embalagem da<br />
Kikkoman tornou-se um clássico<br />
do design e faz parte da exposição<br />
permanente do Museu de Arte<br />
Moderna de Nova York (MoMA).<br />
Almanaque<br />
Frasco criado<br />
por Kenji Okuan<br />
para a Kikkoman,<br />
com sua tampa<br />
“inteligente”,<br />
virou sinônimo<br />
de embalagem de<br />
molho de soja<br />
Da mesa à vitrola<br />
A prática de afixar mídias a<br />
embalagens de cereais matinais,<br />
como hoje costuma ser feito com CDs<br />
ou DVDs, surgiu nos Estados Unidos<br />
nos anos 50. Filmes finíssimos de<br />
vinil gravados com faixas de áudio,<br />
chamados flexi-discs, começaram<br />
a ser laminados diretamente nas<br />
superfícies cartonadas de cartuchos.<br />
Bastava recortar os disquinhos<br />
das caixas e tocá-los em vitrolas. O<br />
Primeiras mídias<br />
com áudio<br />
distribuídas em<br />
caixas de cereais<br />
surgiram nos<br />
Estados Unidos na<br />
década de 50<br />
A Original original<br />
A história da cerveja Original teve início em 1906, quando Henrique Thielen,<br />
recém-chegado da Alemanha, fundou a Cervejaria Adriatica, em Ponta Grossa,<br />
no Paraná, com equipamentos trazidos de seu país natal. Ele deu o nome de<br />
Original à sua cerveja Pilsen. Em 1943, a família Thielen vendeu a Cervejaria<br />
Adriatica para a Cia. Antarctica Paulista. Foi aí que ela ganhou o nome que<br />
tem até hoje: Antarctica Original. O rótulo ainda mantém alguns<br />
elementos originais – como o fundo amarelo, a tipologia e o<br />
losango azul com a inscrição “pilsen” – e herdou da Antarctica os<br />
pingüins e a faixa azul (que hoje desapareceu da “marca mãe”,<br />
Antarctica). Hoje a Original faz parte do portfólio da Ambev.<br />
66 <strong>EmbalagemMarca</strong> www.embalagemmarca.com.br/almanaque abril 2011<br />
recurso foi adotado pioneiramente<br />
pela General Mills, mas depois se<br />
difundiu entre outros fabricantes.<br />
No início, os discos traziam músicas<br />
infantis e narrações de contos.<br />
Depois, passaram a divulgar variados<br />
artistas e gêneros musicais. Até<br />
discursos políticos entraram na onda.<br />
Veja mais exemplos de cartuchos<br />
com flexi-discs e ouça amostras:<br />
emb.bz/cdbox<br />
Rótulo atual<br />
(à direita)<br />
mantém<br />
elementos<br />
do original,<br />
da Cervejaria<br />
Adriatica