10.07.2015 Views

Encontros e desencontros entre Cristóvão Colombo e D ... - Academia

Encontros e desencontros entre Cristóvão Colombo e D ... - Academia

Encontros e desencontros entre Cristóvão Colombo e D ... - Academia

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Encontros</strong> e <strong>desencontros</strong> <strong>entre</strong> Cristóvão <strong>Colombo</strong> e D. João II:África. D. João II tinha a esperança de que este obstáculo pudesse serfinalmente ultrapassado por Diogo Cão no decorrer da sua segunda viagemde descobrimento, que se iniciou no Outono de 1485 21 , altura em que<strong>Colombo</strong> já deixara Portugal visto ter partido para Castela depois de terestado com José Vizinho ainda nesse ano, como já atrás assinalámos.Os fundamentos que levaram <strong>Colombo</strong> a deixar Portugal em 1485terão certamente resultado do facto de ter perdido a esperança de aí poderalcançar o apoio para a realização do seu projecto de atingir Cipango, asÍndias ou outras ilhas como a Antilia, sendo ainda possível que tivesseproblemas de dívidas, esperando que a ida para Espanha lhe viabilizasse aconcretização dos seus anseios descobridores e a resolução de eventuaisdificuldades económicas.Rui de Pina, que foi secretário de D. João II e terá conhecidoCristóvão <strong>Colombo</strong>, além de ter participado logo em 1493 na primeira fasedas negociações que iriam conduzir no ano seguinte à assinatura do Tratadode Tordesilhas, afirmou em 1504 a propósito da chegada de <strong>Colombo</strong> aLisboa, por ele situada a 6 de Março de 1493, que este “ vinha dodescobrimento das ilhas de Cipango e de Antilha” e que tendo-o D. João IImandado “ir ante si” ele “especialmente acusava-se el-rei de negrigente,por se escusar dele por míngua de crédito e autoridade, acerca destedescobrimento pêra que primeiro o viera requerer” 22 . Na sua sequênciaGarcia de Resende, que também foi contemporâneo de <strong>Colombo</strong>, mascopiou em grande parte o que Rui de Pina escreveu, referiu cerca de 1533que ele “acusava el-rei por se escusar deste descobrimento e não no querermandar a isso, pois primeiro se lhe viera oferecer que aos reis de Castela, eque fora por lhe não dar crédito” 23 .João de Barros ao escrever sobre <strong>Colombo</strong> seguiu em parte o quereferiu Rui de Pina mas alargou o teor das informações que possuía aopublicar em 1552 que: “primeiro que fosse a Castela andou com ele mesmorei D. João, que o armasse pêra este negócio, o que ele não quis fazer (...)”,registando ainda que “veio requerer a el-rei Dom João que lhe desse algunsnavios pêra ir descobrir a ilha Cipango per este mar ocidental”, e explicouque o fundamento desse pedido estaria mais nas influências suscitadas pelaleitura do livro de Marco Polo, do que nas informações que ele teria sabido“de algumas ilhas ocidentais”, como haviam referido outros autores,21 Damião Peres, História dos Descobrimentos Portugueses, 2.ª edição, Coimbra, edição doautor, 1960 (1961), p. 273-277.22 Crónica de D. João II na edição de M. Lopes de Almeida das Crónicas de Rui de Pina,Porto, Lello § irmão, Porto, 1977, p. 1016.23 Livro das obras de Garcia de Resende, edição de Evelina Verdelho, Lisboa, FundaçãoCalouste Gulbenkian, 1994, p. 405. Esta obra foi publicada pela primeira vez em ediçãopóstuma em 1545.XXII-15

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!