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18 alcooldutos - Canal : O jornal da bioenergia

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AÇÚCARNova tecnologiade processamentoUSO DO OZÔNIO NO PROCESSO DE CLARIFICAÇÃO AGREGAVALOR AO PRODUTO E PODE ABRIR NOVOS MERCADOSLuisa DiasOaçúcar processado sem enxofre é anovi<strong>da</strong>de para o consumidor brasileiro.O produto, que é consideradomais saudável, já é produzido emquatro usinas brasileiras – na Paraíba, Pernambuco,São Paulo e Paraná – e está sendo vendidono mercado interno com ampla aceitação.Além <strong>da</strong> melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de do açúcar,a retira<strong>da</strong> do enxofre do processo de clarificaçãoé considera<strong>da</strong> pelos especialistas um diferencialpara o mercado internacional. O atualaçúcar cristal brasileiro não é comercializadopara alguns países <strong>da</strong> Europa e dos EstadosUnidos, onde a adição do produto é proibi<strong>da</strong>.A regra segue as recomen<strong>da</strong>ções <strong>da</strong> OrganizaçãoMundial de Saúde (OMS). No Brasil, o usode até 20 miligramas de enxofre por quilo deaçúcar é permitido pela Anvisa.Também nomeado de sulfito, o dióxido deenxofre adicionado na produção do açúcarcristal serve para deixá-lo mais branco. O produtoé usado há cerca de 500 anos e tem restriçãoem vários países por ser consideradonocivo à saúde. Com a inovação tecnológica,no lugar do enxofre é utilizado o ozônio, obtidopela própria usina com máquinas desenvolvi<strong>da</strong>spara este fim (foto). O processo consisteem transformar o oxigênio em ozônioque, em segui<strong>da</strong>, é adicionado ao caldo de canapor meio de catalisadores, promovendo aoxi<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> matéria orgânica. Entre as vantagensdo novo processo destacam-se a melhoriade quali<strong>da</strong>de nas condições de trabalho, aredução do custo de produção, a melhoria dosabor do açúcar e a abertura de novos mercados.De acordo com o engenheiro Raimundo Silton,proprietário <strong>da</strong> empresa Gasil Gases eequipamentos, a principal motivação que o levoua criar o equipamento foi a melhoria <strong>da</strong>scondições de segurança dos trabalhadores queaplicam o enxofre no açúcar. "Sempre procureioutras fontes de oxi<strong>da</strong>ção, porque o enxofreé muito agressivo para quem trabalha comele. Desta forma, agilizamos o processo e melhoramosa vi<strong>da</strong> destas pessoas", afirma. Ostrabalhadores que li<strong>da</strong>m diretamente com ocomposto, explica, são expostos a gases nocivosà saúde. Além disso, a nova tecnologia temum custo até 10% menor que a tradicional.A Gasil pesquisou o processo durante 10 anose investiu cerca de R$ 2 milhões para o desenvolvimento<strong>da</strong> tecnologia que substitui o enxofrepor ozônio. O gás é produzido na própria indústriaem um equipamento instalado pela Gasil,em regime de como<strong>da</strong>to. Atualmente, quatrousinas brasileiras já utilizam a tecnologia."O custo para as usinas é o equivalente ao queera gasto com insumos para o branqueamentocom enxofre. Apenas trocamos o processo antigopor outro mais adequado", explica Silton.Raimundo Silton acredita que, com o crescimentodo mercado, outras usinas que ain<strong>da</strong>não aderiram à tecnologia devem planejar amu<strong>da</strong>nça e padronizar o açúcar brasileiro. "Porcausa <strong>da</strong> crise, as negociações se tornarammais lentas, mas, com a reação do mercado,acredito que várias usinas irão aderir".Pioneirismo gerouaumentos <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>sA primeira empresa a implantar a técnicade clarificação de açúcar com o ozônio foi aUsina Monte Alegre, na Paraíba, que há quatrosafras tem to<strong>da</strong> a sua produção de açúcarprocessado sem enxofre. Segundo a gerenteindustrial <strong>da</strong> empresa, Marlene Oliveira, naúltima safra 922 mil sacos de 50 quilos foramproduzidos e distribuídos nos Estados de Pernambuco,Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará,Maranhão e Piauí, em parceria com oCarrefour. O produto foi embalado em sacosde 1 quilo com embalagem diferencia<strong>da</strong>, queressalta a ausência do composto químico.A mu<strong>da</strong>nça acarretou em aumento <strong>da</strong>sven<strong>da</strong>s e melhoria do valor agregado do produto."Fizemos uma ampla divulgação donosso açúcar com destaque para a ausênciado enxofre, a adição <strong>da</strong> vitamina A e o sabormais adocicado", afirma Marlene. Ela explicaque, somente com a saí<strong>da</strong> do sulfito de enxofre,foi possível enriquecer o açúcar. Outroproblema causado pelo composto químicoera o sabor amargo, que deu lugar a um açúcarain<strong>da</strong> mais adocicado.MERCADO EXTERIORCom a alteração no processo de produção,o açúcar cristal brasileiro poderá finalmenteser exportado para países <strong>da</strong> Europa e dos EstadosUnidos que, atualmente, não compramo nosso açúcar embranquecido com enxofre.A mu<strong>da</strong>nça na composição do açúcaratende exigências internacionais, incluindoas do FDA, departamento responsável pelaquali<strong>da</strong>de dos alimentos e medicamentosdistribuídos nos EUA.Para o analista de mercado Miguel Biegai,<strong>da</strong> Safras e Mercados, a renovação tecnológicaabrirá portas para a exportação do produto."Atualmente, no Brasil, a ven<strong>da</strong> de açúcarbruto representa o dobro do açúcar processado.No ano passado atingiram 10,6 mil tonela<strong>da</strong>se 5,7 mil tonela<strong>da</strong>s, respectivamente. Parao nosso País, é importante investir na exportaçãode produtos com valor agregado.”fotos: divulgaçãoCANAL, Jornal <strong>da</strong> Bioenergia - MAIO 2009 25

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