You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
6pedra e cal, na maioria com um e dois pisos...Suportava, como agora, temperaturas extremas duranteo ano: no Verão, sob o soão quente e seco deCastela; no Inverno, debaixo do frio nevado <strong>da</strong> serra<strong>da</strong> Estrela arrastado pelo vento Norte, ou fustiga<strong>da</strong>pelas borrascas provenientes <strong>da</strong>s ban<strong>da</strong>smeridionais. Em redor, manchas de olivais e culturasvárias, zonas ári<strong>da</strong>s e pedregosas...Ora, durante o século XVI, a vila sofre uma notávelexpansão urbanística para fora <strong>da</strong> barbacã,espraiando-se pelos arrabaldes do Espírito Santo,Devesa, S. Sebastião, Outeirão, Fonte Nova, Oleiros,S. João e Corredoura... Ali são implanta<strong>da</strong>s então (eentre outras) as seguintes construções: conventosde Nossa Senhora <strong>da</strong> Graça e de Santo António,ermi<strong>da</strong>s do Espírito Santo, S. João, S. Pedro e S.Marcos, Paço Episcopal, tanque e chafariz de S.Marcos, etc., etc. (23) Mas, dentro <strong>da</strong> vila, permanecemos fornos, lagares, fur<strong>da</strong>s, palheiros, estrebarias equintais, transformados por vezes em estrumeiras.A população contava em 1496 uns 837 fogos ouvizinhos, ou seja, cerca de 3000 habitantes (24) . Quatrodezenas de anos depois (1535) elevava-se a 1417vizinhos, isto é, perto de 5000 habitantes, dos quais3050 moravam na vila e os restantes no seu termo.Até finais de quinhentos não haveria aumentosensível <strong>da</strong> população, devido à saí<strong>da</strong> de uns tantospara a aventura ultramarina e do extermínio debastantes por motivo <strong>da</strong>s epídemias.Na impossibili<strong>da</strong>de de analisar agora,detalha<strong>da</strong>mente, as medi<strong>da</strong>s de salubri<strong>da</strong>de toma<strong>da</strong>spela câmara do concelho de Castelo Branco, vamostranscrever algumas <strong>da</strong>s suas posturas, que sobretal matéria estavam então em vigor.Postura sobre a limpeza <strong>da</strong> vila- Acor<strong>da</strong>ram que todos os moradores desta vila eseus arrabaldes serão obrigados a varrer ou man<strong>da</strong>rvarrer suas ruas, quanto alcançar suas testa<strong>da</strong>s, pordiante e detrás e ilhargas, que estiverem eentestarem em ruas públicas ou travessas aondehouver moradores, ao sábado ou véspera de diasanto de guar<strong>da</strong>, com pena de 10 réis. E o mesmofarão as pessoas que tiverem casas fecha<strong>da</strong>s,pardieiros ou quintais, que entestarem em rua públicaou travessas, em que houver moradores; e a mesmaobrigação terão as forneiras que estiverem em fornos,ain<strong>da</strong> que sejam alheios, sob a dita pena. E, varrendoa rua e tendo o cisco apanhado e tirado <strong>da</strong>í, postoque depois se ache suja, não terão coima.E, para prova de como varreu, bastará uma sótestemunha com juramento <strong>da</strong> parte, e o ciscoman<strong>da</strong>rão levar à estaca, aonde quer que estiver. E,lançando dos muros para dentro ou cavas oubarbacãs, pagarão por ca<strong>da</strong> vez 50 réis; e, lançandofora <strong>da</strong> estaca ou em qualquer outra parte, pagarão20 réis.To<strong>da</strong> a pessoa, que lançar água <strong>da</strong> janela sem dizer‘’Àgua-vai’’, pagará 20 réis, não molhando algumapessoa e, molhando, pagará 50 réis; e, <strong>da</strong>nificandoo chapéu ou capa, os pagará a seu dono. E nenhumapessoa poderá, nesta vila e arrabalde, ter pia paracomerem porcos ou bestas, sendo em rua pública,sob pena de 20 réis; e os almotacés farão tirar asditas pias <strong>da</strong>s ruas públicas, com graves penas.Que se não arrende a ren<strong>da</strong> <strong>da</strong>s penas, semcondições <strong>da</strong> limpeza <strong>da</strong>s ruas.- Acor<strong>da</strong>ram que, por as muitas imundices que seveem nesta vila, na limpeza dela, principalmente asruas principais <strong>da</strong> porta de Santa Maria até à cruz <strong>da</strong>porta do Pelomem (sic) (<strong>da</strong> ban<strong>da</strong> de fora) e Praçadesta vila e to<strong>da</strong>s as travessas que forem desta ruaacima dita para a ban<strong>da</strong> debaixo, que é a Rua doRelógio, e <strong>da</strong> porta do Pelomem até o adro de S.Miguel e to<strong>da</strong>s as mais ruas, por onde vão asprocissões desta vila, com suas bocas de travessas,não se arren<strong>da</strong>rá a ren<strong>da</strong> <strong>da</strong>s penas sem estas ruas,acima declara<strong>da</strong>s, estarem limpas sempre, e, nãoestando limpas sempre, os almotacés as poderãoman<strong>da</strong>r limpar à custa dos ditos rendeiros, a quem aren<strong>da</strong> <strong>da</strong>s penas for arremata<strong>da</strong>.E declaram que isto se entenderá no que toca atravessas e postigo do Poço <strong>da</strong>s Covas e postigoque sai dos arcos de Isabel <strong>da</strong> Costa para o adro deS. Miguel; e assim também serão limpas to<strong>da</strong>s asbocas <strong>da</strong>s travessas donde vão as procissões...Postura <strong>da</strong>s fontes em que se não permite lavar- Nenhuma pessoa poderá lavar nas fontespúblicas. a saber, na fonte de Santiago, do Torneiro,de S. Pedro, Fonte Nova, do Romeiro e do Tostão,nem poderão encher sobre os an<strong>da</strong>mes, nem lavaras talhas de redor uma vara de medir, sob pena de20 réis e, sendo roupa, pagará 200 réis.Quanto aos poços, fonte <strong>da</strong>s Freiras, Páqueixa<strong>da</strong>e chafarizes, poços <strong>da</strong> porta do Pelomem e fonte doAlminheiro, poderão lavar em vazilhas que levarem,a duas varas de medir e não nas pias, sob pena de50 réis, sendo as fontes demarca<strong>da</strong>s ao redor asduas varas e, não sendo demarca<strong>da</strong>s, não terãocoima nenhuma. E nenhuma pessoa poderá lavartalha nem enxugá-la no Tanque, por baixo de NossaSenhora <strong>da</strong> Graça, salvo fora e sob pena de 50 réis;e quem quizer tomar água, lavará as talhas ouvazilhas dos an<strong>da</strong>mes para fora. Assentaram que semetam marcos nas fontes e se demarquem duasvaras; e assim nos poços, para que dentro delas edeles não possa ninguém lavar, sob as ditas penas.( A qual demarcação man<strong>da</strong>rá fazer o procurador doconcelho para que venha à notícia de todos).