11.07.2015 Views

Bruno Schulz

Bruno Schulz

Bruno Schulz

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

{editorial}Ignorar la llumJosep A.Clement”Una reclusió al camp era una nit polar d’unadurada desconeguda; per a adaptar-s’hi calia ignorarl’existència de la llum”.Així definia Amat-Piniella en la seva obra K L Reich la cruasensació que hom pot tenir quan pateix una vivència tantraumàtica com la que experimentaren molts catalans dinsdels camps de concentració nazis. Per a sobreviure eranecessari fermar els ulls i ignorar conscientment que labellesa realment existia.D’aleshores ençà n’han passat molts, d’anys i, aparentment,res no és com era abans. Europa viu tranquil·la sense elssotracs, el caos i la destrucció que suposa tota guerra. Ad’altres racons de món, però, ja no es pot afirmar el mateix.Malgrat tot, alguna cosa ens resta al magí, si llegim ambcura aquest mots d’Amat-Piniella, que ens hauria, potser,de servir per a quelcom. La qüestió és senzilla; es tracta decrear i gaudir de la bellesa que ens envolta perquè sembla serque destruir és d’allò més fàcil. Per tant, creem ara lligamsde mots lumínics.


Batman, o meu heróiJakub Jankowski{crónica}Dark is not the opposite of light,It’s just the absence of light.(Beastie Boys)Em português chamam-no Rato Voador ou Homem-Morcego. Mas eu chamo-o Batman. E o que o Batmantem a ver com a luz? Com a luz do dia, pouco. Mas com aluz da noite, um pouco mais. E por isso é o meu herói favorito.Como eu, ele prefere a luz reflectida. Luas, fluorescentes,reflexos e outros tais. Todos reflectem a luz. Seja qual for.Agora imaginem escrever contra a luz, ou seja, com a luzfiltrandu-sy nuz oljosz. Komo e ke sra? Dificil, dizija eł masznał imposiwel. Pur isu e melior eszkrewer a nojty. Kom a luzartifisjal. I pur iso faso aki uma pkena pauza i akabu esztakronika depojsz.Agora, às horas do Batman, posso continuar. Sim, assim já estámelhor. Onde ia eu… Ah sim, já me lembrei. Queria citar aquiuma piada que conta o Joker (o mais clássico e o mais velhodos adversários do Batman) no livro de BD Piada Mortal, deque me lembro sempre quando penso na luz:medo de cair. Então o primeiro diz: ei, tenho uma ideia. Eu trouxeuma lanterna! Vou apontá-la para o espaço entre os edifícios. Sótens que caminhar por cima da luz e vir ter comigo! Mas o segundomaluco responde que não com cabeça. Diz ele: mas tu achas que eusou maluco ou quê? Tu desligavas a lanterna a meio do caminho!Esta piada faz-me rir cada vez que a ouço porque resumemuito bem a relação mortal entre os dois, entre o meu Batmane o Joker. Provavelmente sou maluco também porque nãoconfio na luz artificial. É demasiadamente traiçoeira porquedepende de pilhas, centrais de electricidade e outros tais. E aluz reflectida é também dependente então não deveria eu degostar tanto dela… É mesmo incompreensível mas a minhaluz favorita é tão irresistivelmente atraente… Sobretudo a daLua… Mas a verdade é que a luz reflectida não molesta, nãochateia, é mais discreta. Deixa deslocar-nos pela vida, e assimsendo, permanecer um herói modesto, sem a necessidade dese orgulhar do que se está a fazer para que nasça mais um diacalmo e cheio de oportunidades.Era uma vez dois malucos num manicómio. E uma noite, elesdecidiram que já não queriam viver mais no manicómio. Decidiramque iam fugir. Então, eles subiram para o telhado e dali, separadospor uma pequena distância, vêem os telhados da cidade, estendidosao luar… Estendidos até à liberdade. O primeiro maluco salta semproblemas mas o amigo dele não se atreve a dar o salto. É que temConto de fadasKornel StanisławskiDuas coisas para acabar. Uma: todos somos objectos quepodem reflectir a luz e assim sendo, podemos começar a existir,salvos do escuro graças à Nossa Luz, qualquer que seja, quenos cria. E outra, voltando à piada: escolham as vossas luzescom cuidado e pensem bem antes de aceitar qualquer ajuda.Pois, estas luzes podem desligar-se a meio caminho.


{ciência}Pedaços de luzou por que é que vemos as cores?Ewa Maria-SobolewskaOmundo parece simples: as folhas são verdes, o céué azul. O mundo parece simples até que comecemosa formular as perguntas. Então, a minha perguntaé: por que é que vemos as cores? E o que é a cor? Um rastoimutável dum objecto ou talvez apenas uma impressão criadapelo nosso cérebro? E o som? Existem cores para os sons?Primeiro, uma pergunta mais fácil. O que é que a rádio tema ver com a luz? As ondas rádio, bem como os raios X ou aradiação ultravioleta são um tipo de radiação electromagnética.Normalmente, não podemos vê-la; há apenas uma excepção -se a onda tiver o seu comprimento de onda entre 380 nm e760 nm ( nm = um nanometro ou seja um milionésimo demilímetro) podemos observá-la como luz visível. O que querdizer isto? Pois, a onda electromagnética como cada onda, temo seu comprimento de onda. E o que é o seu comprimento deonda? Para ver isso é bom imaginarmos as ondas do mar. Oseu comprimento de onda não é mais do que a distância entreos picos de duas ondas vizinhas. Portanto, a luz é um certo tipoda onda electromagnética, e a luz branca é formada quandotodas as ondas desta gama estão presentes simultanteamente.E as outras cores? O que faz a onda que encontra um objecto,por exemplo, uma folha seca? Como a onda do mar que sereflecte contra uma rocha, a onda electromagnética também sereflecte contra um obstáculo. Mas parte desta onda é absorvidapor este objecto – a folha seca absorve todas as ondas foradas frequências entre 565 nm e 590 nm (correspondentes àcor amarela). De seguida as ondas que não foram absorvidas,são reflectidas e propagam-se em todas as direcções, até queencontram um outro objecto – os meus olhos. Os cones (célulasda retina que detectam as cores) percebem-nas e transmitemao cérebro a informação sobre elas. O cérebro interpreta asnovas informações como a folha sendo amarela. Então, o queinterpretamos como cores são as diferentes frequências dasondas que constituem a luz visível.Porém, todos os dias, os nossos olhos são enganados. Se sereceber luz vermelha juntamente com luz verde, também sepode observar luz amarela. Na realidade, os nossos olhospercebem só três cores – o vermelho, o azul e o verde, quesão as cores básicas. É assim porque temos só três tipos dereceptores que colaborando, combinam a informação sobreas cores básicas. Há uma excepção: mais ou menos 3 % dasmulheres, graças a uma certa mutação, são tetracromatas , ouseja, organismos que têm quatro tipos de cones. O cérebrodestas mutantes forma a sua visão do mundo baseando-se emquatro cores, e a sua percepção é muito mais rica do que anossa.O mundo é certamente um lugar mais interessante tambémpara os sinestetas. Na sinestesia, um estímulo percebido por¿?Diciembre/Eneroum sentido provoca a reacção de outro. Por exemplo, numaforma de sinestesia a pessoa que percebe um grafema (letraou cifra) automática e involuntariamente atribui uma corconcreta a este grafema. Como é o mundo dos sinestetas?Não sei. Uma delas, a escritora, P. Duffy, conta que um dia sedeu conta que para escrever a letra “R” basta escrever o “P” edepois desenhar só uma linha. Ficou surpreendida ao ver queera tão fácil transformar a letra amarela em letra cor de laranjacom apenas uma linha.E a cor do som? Se existe só para os sinestetas? Não, existe narealidade mas só... na Polónia. Em Portugal chama-se timbre epossibilita-nos distinguir um violino de uma flauta. Mas isto éuma outra história...


A dependência de luz na PolóniaNatalia Kędra{beleza}Não existe nenhum momento pior para pensar sobre a luz doque o terrível outono polaco, um período em que o vento quepenetra camadas de agasalhos, tempo de chuva e, sobretudo, dafalta de luz natural. Nesta estação todo o país entra num transesonâmbulo, tornando-se uma sociedade apática, à espera dosprimeiros raios do sol invernal. Aquilo que é inegável para ossuecos, no entanto, não é reconhecido na Polónia – mas, sim,existe a melancolia outonal. Assim, durante os meses frios, osol torna-se um verdadeiro fetiche na Polónia.Na mesma situação os suecos recorrem às viagens exóticas eà terapia de luz – o tratamento com uma estranha lâmpada(parece servir igualmente bem para todos os problemas desaúde e custa de dois a catorze mil zlotis). Porém, a Polónia nãoé nada como a Suécia, e então temos de procurar felicidade apreço aceitável. Como, por exemplo, a 1 zloti por minuto.Aconselhado por psicólogos a meninas deprimidas epopularizado pela moda, o solário permanece o elementoprincipal da paisagem urbana polaca. Quando se constrói umbairro novo, aparece como segundo tipo de serviço prestadona zona, logo depois duma lojinha com alimentos e bebidasalcoólicas. A versão electrónica da “Panorama Firm” (opanorama das empresas) enumera quase trezentos solários sóem Varsóvia e ninguém sabe o número dos pequeninos, nãomencionados nesta lista. Deve-se acrescentar, contudo, quea Varsóvia cosmpolita não é um sítio ideal para ilustrar astendências da cultura popular nacional. Numa vila qualquer oculto ao sol artificial será ainda mais típico.Para estrangeiros, é sempre surpreendente que as polacasestejam sempre mais bronzeadas do que, por exemplo, asmoradoras de Lisboa, cidade da luz. Sobretudo no outono,tempo da saudade que temos do sol, algo tipicamente polaco.O fenómeno é muito controverso em termos de estética, masparece ser um traço fixo na imagem da rapariga de Leste. Comesta versão local da beleza mediterrânea, a nação polaca, vindonem do Sul, nem do Norte, se calhar procura a identidade equer fugir das periferias da Europa .Seguimos, então, em direcção à luz, à famosa e invejávelfelicidade dos países do Sul. Uma alternativa a viagensluxuosas, alguns minutos do calor a bom preço, os soláriosdão um pouco de felicidade a milhares de raparigas polacas.Não importa se o efeito parece mais uma turista regressandode Portugal, ou uma laranja vinda do Brasil.


{¡qué bonito es el amor!}CrepúsculoGerardo BeltránLa luzno muere solaarrastra en su desastretodo lo que ilumina.Así el amor.(E. Lizalde)El mundoes la sombrade la luzMi sombratu luz detenidaque agonizapara mi 299792,458por que acelere el alba¿?Diciembre/Enero


{ensaio}Luz escura, luciferina, pessoanaou a confissão intíma de um terceiro discípulo de FaustoAnna KalewskaPara a Professora Maria do Rosário Girão Ribeiro dos SantosA escuridão é absoluta. A escuridão é infinita.todos os cegos sabem que a escuridão é a morte... todos os que me chamam de dentroda escuridão sabem que há uma casa com paredes antesde mim, sabem que eu não sou aquele que ilumina o mundo.José Luís Peixoto, A Casa, a Escuridão (2002: 53 e 57)Ao escrever um texto intitulado <strong>Bruno</strong> <strong>Schulz</strong> e FernandoPessoa ou os dois discípulos de Fausto..., a serbrevemente publicado na Diacrítica, revista do Centrode Estudos Humanísticos da Universidade do Minho, emBraga, não explorei o sentido do subtítulo, tendo-me limitadoa ponderar sobre a morte prematura dos dois filhos pródigos:de sua mãe (Fernando Pessoa) e de seu pai-Demiurgo (<strong>Bruno</strong><strong>Schulz</strong>). Em que medida poderá ser, então, «muito elucidativa»a auto-alegada lição de Christopher Marlowe e de Goethe que,ao morrer, pediu: «Mais luz...»? Retomei a leitura de Fausto,tragédia subjectiva de Fernando Pessoa, que nos esclarece sobrea identidade do alquimista alemão através da visão do seudiscípulo lusitano, o que fazia, como o fazia, sobre o que pensavae de que modo acabou a sua triste vida de um [cortar um?– Ficará só intelectual?] intelectual que não sabia amar nem assumirem pleno a condição humana.Fausto buscava imortalidade, «o mistério supremo do Universo»(1988:11) ou «Um Inominável supratranscendente/ EternoIncógnito e incognoscível» (7), secundarizando as «essênciaslúcidas» (6), todo «dissolvido em trevas» (11), apavoradoescuramente pela nulidade da sua existência, estagnado «nasinércias obscuras de se ser» (13). Estava perdido no labirintode si mesmo, longe da «realidade humana e clara/ cheia de luz,onde sentir-me irmãos» (13), sempre «transcendentementenegro e fundo» (17). Gostava de superar todos para além detodos os seres: «montanhas, solidões, objectos todos» (87),pedindo-lhes para revelarem a sua alma, para que lhe deixassemperceber a verdade da existência.Johannes Georg Faust era um pensador, um mago nascido em1480, na Alemanha, com a fama justamente negra de sacerdoteescuro de Satã e de amigo de Mefistófeles, o demónio, oInimigo da Luz. O Fausto de Pessoa era incapaz de conciliaras alegrias, as luzes do universo natural com os abismos maisprofundos da consciência. O Fausto (pós-)moderno representao heroísmo do intelecto humano face à matéria negra.O Primeiro Fausto – a teatralização conceptual do mito literáriode Fausto, elaborada, entre outros, em obras como The Tragi-cal History of the Life and Death of Doctor Faustus (1588) deChristopher Marlowe e Faust (1808-1832) de Goethe – patenteiaa luta entre a Inteligência (escura, negra, diabólica) ea Vida (lúcida, clara, angélica), em que o mistério do mundo– tema geral da obra – , é exaustivamente tratado.O drama de Fausto vai espraiar-se em antinomias como vidapensamento,luz-escuridão, almas que concebem a luz vs. «aescuridão/das cavernas da alma» (12), a divina essência de servs. o sonho de vida, a própria essência-sensação de viver vs.«um negrume de tédio e ódio imenso» (97). O filosófo pessoanochegou a cultivar aparentes oxímoros como «a negrae lúcida verdade» (11), rejeitando luz e calor (sendo estes osatributos do conhecimento místico), relegado para o «abismode Nada que é um Tudo» (18).As últimas palavras de Fernando Pessoa, ao verificar que já nãovia ou que já via mal, foram «Dá-me os óculos».O sonho fáustico do conhecimento da escatologia vai prevalecersobre o protagonista do drama fragmentado de Pessoa;Fausto ficará para sempre um grande incompreendido, umidealista-sonhador, um louco a exclamar «Treva! Morte! Trevase morte do Eu!» (23). Deus, para ele, não passa de um Male da Escuridão, a luz é negra, luciferina, e o mistério divinodo mundo afigura-se-lhe sombrio e profundamente abismal.Os discípulos de Fausto vão forjando as suas visões poéticas,obras em prosa, sinfonias em múltiplas partituras pela vidafora, sem chegar a concluí-las de um modo satisfatório parao mordaz e desumano intelecto (os maiores fragmentos datragédia subjectiva de Pessoa constam dos anos de 1907-1909,1928, 1932, 1933).O drama da existência fáustica «acusa a luz, acusa a escuridão»(34). Fausto pede a Cristo para acender a luz que nuncachegará a alcançar – assim como o tentaram Buda, Goethe eShakespeare, os protagonistas da acção. Blasfemo, Fausto vairejeitar a graça de redenção (e as genuínas e sinceras lágrimasde Maria/Margarida, por ele apaixonada), vai continuara dormir sob a luz ausente de uma lâmpada apagada, sempre10¿?Diciembre/Enero


longe de si mesmo, fora do centro inatingível de seu ser, fragmentadoe incompleto.Quantas vezes adormeci com a lâmpada acesa, com os livrosa cair no chão...O horror da morte está omnipresente na mente de Fausto, e oseu raciocínio, a sua consciência, o seu cérebro não dormemnunca. Nunca ninguém e nada «será sabido e claro» (59), odrama de Fausto e de seus discípulos consistindo não somenteem pensar profundamente, em «pensar, pensar e não poderviver» (68), mas na eliminação implacável do espaço precárioda vida.Teriam, já, a sensação de haver, pensado, sonhado muito maisdo que ter vivido? Quantas vezes? Difícil a confissão...O medo da morte, do amor e do tempo são ubíquos em FernandoPessoa. É humano e, por acaso, bastante universal ter«horror da morte/ horror por ela ser, pelo que é/ E pelo inevitável»(69). Sentimos, também, os pavores da solidão, «asolidão em que me sinto» (83).Qual a razão de «o amor causa-me horror»? Em virtude domedo do abandono total do meu ser, da intimidade única docorpo e da integridade da alma. Pois eu também «tenho doalto orgulho a timidez/ E sinto horror a abrir o ser a alguém»(89). Fausto, o pensador. Eu, o Fausto do meu quotidiano. Oleitor, o sonhador. Eu, sempre eu, eu-e-ele. Ambos os horroresde se sentir viver e se pensar sentir... Ódio, aversão e inveja«vendo passar amantes» (97) e o ódio supremo contra o meudestino. Qual? Dantesco? Fáustico? Desconhecido de mimmesmo? E sempre o negrume, onda palpitante de escuridão etrevas. Que grande vontade de arrancar de mim a consciênciae dormir uma noite de sono profundo, sob os pinheiros-alvaresdo Norte!«Como me sinto falso, falso a mim mesmo» (103) - sem a luz,sem o amor, com o coração, a alma (os pés, as mãos ...) frios.Somebody who never loves, sofrendo do nada, do dolorosovácuo de seu ser.Sendo assim, a escuridão (morte, solidão), o silêncio (desamor,ódio, inveja) e o vazio (nada) tornam-se símbolos de umaalma fáustica, fria, pesada, com ânsias e desejos suprimidos ecom um diabólico, lúcido «cérebro oscilante». Em Fausto, só ainteligência pode ser cintilante, mas com a luz elegante e polida,sempre de cor negra. A verdadeira luz mata um nocturnoamador da ciência. Quem era capaz de olhar para sol depoisde um dia inteiro passado na biblioteca ou no laboratório?As faculdades supra-humanas desabam em ausência completade luz. O «diálogo na treva» (mesmo que fosse travado à luz doluar) é uma auto-crucificação, uma confissão da «insânia dador e do pensar/ sobre o livro de horror do mundo», num momentoem que Fausto reencarna em Cristo, temendo semprea vista da luz, preparando-se com antecedência para a horada morte e para um taciturno falecimento, sobre os quais seencerra esta peça do egoísmo transcendente.O Fausto Negro teve o seu monólogo no Inferno, discorrendosobre o medo intelectual da morte, não conseguiu acordarpara acção social (movida pelos revoltosos que gritavam «vivaa vida!»), mesmo que começasse a sentir «a luz do existir»(164) incipiente. Conhecedor «d´ artes vis e negras» (139), nahora da morte vê-se fulminado pela «fantasmática luz de escuridão»(168) e acaba a vida num «escurecido e lúcido terror»(169), sendo crucificado. É martirizado «o mais audaz cogitadormetafísico» (170) – não numa cruz, mas sim, no mistériodo universo.«Eu, o destruidor!»; que paixão de destruir, aniquilar, negar aprópria existência....Que vontade, enfim, de estudar a magianegra em vez da matéria curricular!A luz fere os olhos moribundos de Fausto, o seu Ser passaa não-Ser. Descem as sombras. Fausto expira ignorado pelaluz divina, estrangulado pelo diabo, segundo uma lenda alemã.Fica a advertência para um intelectual: «Filho das trevas/ Nãofites a luz» (185). A inteligência emblematizada por Fausto évencida pela Vida.Vence, finalmente, a luz; a Inteligência perde sem ter capacidadepara se adaptar voluntariamente à Realidade. O drama deFausto é a derradeira falência da Inteligência, a última falhade todos os grandes fins e objectivos de espírito, o triunfo dosrevoltosos materialistas que superaram em élan vital o mestrecontra quem se revoltaram.Fausto – símbolo de aspiração intelectual insaciável da modernidadee o arquétipo da alma humana – vai ressuscitar nosconflitos travados não só entre a Inteligência/Conhecimento ea Emoção (que magnífico conflito goethiano!), mas tambémcom a Acção, com o Desejo e o Amor, patentes em muitasobras literárias e peças musicais criadas ao longo do séculoXX, século fáustico.... Somos discípulos dele quando o nossoconhecimento da verdade é castigado com a falência, a imperfeição,o desastre, como acontece a cada Ser/não-Ser pósmoderno.Fausto é o amargo elixir da Ciência, o cansaço denada saber, o ódio e o rancor suscitados pelas luzes, montes,vales, flores e amores, alegres como arvoredos. É um cantoanti-lírico, um sopro de energia negativa e auto-aniquiladora,uma masoquista tentação da morte, uma pura negação de sipróprio e a negatividade (in)adequada e da (in)condição humana.Quem me dera não ter existido nunca!Melhor, se calhar, é representar a Vida, mandando os discípulosde Fausto para uma luz reflectida nas paredes da cavernade Platão. Enfim, as trevas da inteligência fáustica são inocentes,representam a energia intelectual que se perde e dispersano Universo, entrópico de natureza e gerador de matéria morta,em que se transforma um ser pessoano.Fausto dorme em mim na luz verde dos ciprestes iniciáticos.


A luz de AlexandriaJoanna Moszczyńska{ensaio}Assim como o mundo da natureza evolui, o serhumano vai passando pelos séculos da sua existência,sempre aspirando a uma perfeição. A historiografiamostra bem o esquema da actuação humana ao longo dostempos, realçando a importância da escrita no nascimentodas culturas e do comércio entre elas. Também dá um papelimportantíssimo à urbanização: as cidades, marcas significantesdo desenvolvimento das unidades culturais. As primeiras quenos são conhecidas ergueram-se junto dos rios grandes como:Nilo, Tibre, Eufrates ou Indus, e muitas vezes – sendo cidadesportuárias – foram elas centros mercantis e culturais, digamosmesmo núcleos internacionais.Eça de Queirós dedicou um dos seus ensaios a um ponto assimno mapa – a cidade da iluminação oriental, Alexandria.Aquele famoso porto mediterrâneo, fundado por Alexandre oGrande em 331 a.C., cujos inícios, porém, remontam até 3 milanos antes de Cristo, evidencia-se ao autor de “De Alexandria aoCairo” como um fóssil do mundo antigo, quer dizer, do mundohelénico, sendo profunda e às vezes, fastidosamente marcadapela influência moderna. Por mais mudada que esteja, para Eçacontinua a ser o epicentro do cosmopolitismo. O autor observaos presentes aí sob o sol magnífico: gregos, italianos, francesesda Marselha, egípcios, árabes, que fazem parte da realidadealexandrina da metade do século XIX. No entanto, a imagemque permaneceu na imaginação do escritor – a imagem dostempos do comércio levantino – é mesmo diferente daquelaque se pode ver naquele momento. O português dá mostras dedecepção pelo comportamento daqueles que estão mais pertodele mental e geograficamente. Descreve assim ligados a ele natradição grego-romana europeia: “o interesse, a aspereza doganho, o estado de colonos espoliadores, dão um aspecto debrutalidade e de avidez daquela população”; “oprimem, sugam,engordam, alcançam escravas no Fayoum, e encerram-se nassuas casas pretensiosas, cheios de comida, de agiotagem e desensualidade”. Será que o autor estava a decifrar isto comoa assimilação com alguns “agitados, ásperos e arrastados”árabes? Talvez tivesse sido a luz esfuziante que lhes desmaiavaseus perfis correctos?Alexandria – criada de acordo com os projectos de Deinocratesde Rodos – perdeu, num certo momento, ao longo dos séculosa sua matemática perfeição; “e eu via construções vastas,desmoronadas e negras, feitas do lodo do Nilo, um lugarenlameado e imundo, cheio de destroços, uma acumulaçãode edificações miseráveis e inexpressivas!” Apenas o céu e aluz parecem ter permanecido imutáveis. Passando pelas páginasdo livro, o leitor pode reparar facilmente no papel doselementos “luzentes” – sol, estrelas, lua, lanternas árabes. Sãoeles que ordenam o dia e dão uma noção de sensualidadeao ambiente poético que Eça está a criar. O sol entrega a sualuz deixando todas as coisas a cores; bate nelas; é “magnífica”mas “mordente”; quando se põe, deixa queimado o sol; e océu em nódoas ensaguentadas. E quando a noite chega, sãoas estrelas e a iluminação pública que tomam parcialmenteeste papel de enluarar o escuro. Depois, de madrugada, o solregressa acanhadamente sob uma névoa de luz para despertardelicadamente os alexandrinos.A não ser aquele que já visitou o Egipto pelo menos uma vez,ninguém sabe bem que lá os raios solares não bronzeiam.Assentam na pele como a poeira fulva e fazem-nos cobrir osnossos braços, pernas e cabeças. A luz está em todo lugar; océu distribui-a e, mesmo que nem sempre justamente, todospodem ter um pouco dela para si. Absorvem-na as rochassedimentares que constroem os edifícios; praças, plantas, asuperfície da ria, os vivos ao fazer negócios na rua. Aos mortosapenas resta a luz dos lanternins dos guardas do cemitério.Parece então, que lá a luz não tem oposicão nem qualqueradversário. Os restos do grande passado – pelo contrário –estão sempre presentes na luta metafórica com a modernidadee, às vezes, com a sua trivialidade. Já que desembarcados,viajantes, fiquem mais interessados pelo que acontece na rua.Assim, ao repararem num homem árabe vergastando um fellah,os visitantes já se esqueceram da Ilha de Faros que os saudouà entrada no porto. Feita de granito a coluna de Pompeu,“melancolia altiva”, está enterrada na areia e coberta de imundícies.A Praça dos Consules, eminente centro diplomático, e rodeadapelas casas cerradas e monótonas; agora agitada; passam porela fileiras de burros e camelos. Quão teria sido a angústia doautor d’Os Maias se tivesse previsto o bombardeamento inglêsde 1882...! Finalmente, as Agulhas de Cleópatra...cobertas porlegumes crescentes. Ao olhar, no entanto, Eça não deixa delhe chamar: “velha cidade grega, velha cidade bizantina, ondeestás tu?”, “oh!, cidade de Cleópatra, a mais linda das Lagidas?”,“Oh!, querida Alexandria”.Não daríamos nada pelo Iluminismo a não ser pelo passado.Tive uma vez uma conversa bem construtiva com um egípcio.Perguntou:Há quanto tempo o teu país existe? – Pois, respondi, a constituiçãotem a data simbólica de 966. Mas, algum tempo antes havia algumasinformações nos documentos germânicos sobre... – 966 antes deCristo...?Uma lição de humildade para mim. Felizmente, todos vivemossob o mesmo sol...


{ensaio}Lusofonia: à luz da polifoniaMaria do Rosário GirãoDepartamento de Estudos Franceses da Universidade do MinhoMúltiplas são as formas, aparentando-se àsfases da lua, de dar as boas-vindas a todos osparticipantes no Colóquio Diálogos com a Lusofonia,desde a mais seca, genérica e estereotipada, incidindo nasaudação tradicional e no descritivo das áreas temáticasque enformam o evento em pauta, até à mais abstracta,mas crucial, que subjaz aos objectivos que presidiram a estalouvável iniciativa, congregando docentes, investigadores eespecialistas, oriundos das mais reputadas Universidades epropulsores da voz lusófona.Se mais não bastasse para felicitar a Comissão Organizadorapela sua ideia luminosa e para saudar o Comité de Honra,o Comité Científico e os Conferencistas que se deslocarãoa Varsóvia a fim de apresentarem a sua colaboraçãomultímoda, assim como a sua pertinente cooperação eindubitável intercâmbio no que concerne aos desafios dalíngua portuguesa no mundo, o título do Colóquio nãodeixaria, pela sua significância polissémica, de constituir,doravante, incontornável ponto de referência na lusofonia,propiciando a promoção das vozes sonoras de Portugal.Se a lusofonia, como é sobejamente sabido, reenvia a umespaço geográfico, configurado pelos países e povos paraos quais o português é quer a língua materna, quer a línguaoficial, ela não deixa, igualmente, de aglutinar númeroconsiderável de falantes em torno de uma Arte de serPortuguês, na perspectiva de Teixeira de Pascoaes, ou de SerPortuguês, já que, segundo Lúcio Craveiro da Silva, há doisaspectos relevantes da nossa História que nos emprestamo signo da diferença, o estandarte da originalidade; porum lado, a política interna, entretecida de mal-entendidospontuais e de amesquinhamentos de ocasião, logo sanadospor uma feição caracteriológica e idiossincrática comum(ns); por outro, a política externa, conhecedora de reptosexcepcionais, de lances inolvidáveis, de descobertas quefizeram História. Ambas as vertentes não deixam de firmaruma expressão de sentimento tipicamente lusitano, umprincípio espiritual inerente ao programa messiânico euniversal antevisto por Pascoaes na “saudade” (e não sódo “Quinto Império”...) e operacionalizado na pessoanaMensagem, onde se lê que, desfeito o Império e cumprido oMar, “falta cumprir-se Portugal”.Por outro lado, e anteposto a “Lusofonia”, surge olexema “Diálogos”, passível de reenvio não só para umcomparativismo de primeiro e de segundo graus, mastambém para um comparativismo de terceiro grau, nãodestruidor mas construtivo, passando pelas traduções eadaptações, moldando denominadores comuns a nível deestilos epocais e géneros literários, desembocando, por fim,na intertextualidade, no dialogismo, que tanto preserva oshorizontes da nossa cultura como alarga os interesses queas culturas alheias repercutem. Irrompe, assim, a luz dasáreas planeadas pelos Diálogos com a Lusofonia.a) Fiat lux numa perspectiva linguística, nos domíniosde ensino/aprendizagem que a didáctica analisa e nosmeandros dessa ciência que é a tradutologia (trampolimprimeiro para a estética da recepção).b) Fiat lux numa perspectiva sócio-histórica e cultural,vincada pelas relações entre a Polónia e os Países lusófonos,desaguando numa salutar osmose entre o eu e o outro.c) Fiat lux numa perspectiva literária, mediante aproximações- que tanto se podem assumir como convergências ouadquirirem o estatuto de divergências – entre o imagináriodas culturas de língua portuguesa e o imaginário da culturapolaca.d) Fiat lux numa perspectiva universitária, ‘regida’ peloProcesso de Bolonha, que estreita mais do que aparta, pelasnovas ‘provocações’ que suscita e subsequentes aventurasuniversais de ofertas, programáticas e profissionais.e) Fiat lux numa perspectiva europeia, numa Europa que ée não é paradoxalmente, numa Europa em devir constanteou em permanente mutação.Para este Fiat lux, concorrem inevitavelmente osparticipantes de três continentes que, de modo deverasenriquecedor, nos apresentarão a sua ‘casa’ cultural, que nãodeixaremos de cotejar com a nossa cultura ‘caseira’. Poderse-á,no entanto, evocar, invocar e convocar, neste contextopreciso, a antinomia identidade/alteridade? Ou aqueloutraunidade/diversidade? Bem longe do despropósito, aequação ‘binómica’ supracitada afigura-se-nos pertinente,não nos parecendo despicienda a sua abordagem. Nãoserá o oxímoro a figura de conciliação por excelência? Ouda reconciliação dos contrários? Ou da tensão dialéctica,à qual está subjacente (mas nem sempre presente...) umasíntese almejada? Não deterá todo e qualquer encontrouma dimensão fáustica que, como sublinha a ProfessoraAnna Kalewska (num artigo cujo título é “Luz escura,luciferina, pessoana ou confissão íntima de um terceirodiscípulo de Fausto”, presente neste número da revista eelaborado na sequência de um outro, intitulado “<strong>Bruno</strong><strong>Schulz</strong> e Fernando Pessoa ou os dois discípulos de Fausto”,a ser brevemente publicado na revista Diacrítica), em mais14¿?Diciembre/Enero


{ensaio}não consiste do que na “luta entre a Inteligência (escura,negra, diabólica) e a Vida (lúcida, clara, angélica)”?Sejamos, pois, Ícaros sem incorrermos no risco deperdermos as asas, Tântalos, satisfazendo muito embora asnossas aspirações, Ixiões presos à sua roda, mas susceptíveisde se libertarem, Prometeus agrilhoados, conquanto livresde grilhetas, Faustos negros e simultaneamente divinos,pelo titanismo com que enfrentam o saber, Werther(s)contemplativos e, ao mesmo tempo, Don(s) Juan(s)aventureiros, em busca de um absoluto entrevisto, maslogo delido.É para estes contrastes entre luz e sombra, dia e noite,conhecimento e ignorância, assim como para estes matizesde claridade e obscuridade habitando nas profundezas maisou menos límpidas de cada ser humano, que chamamos avossa atenção, gratos, desde já, pela cooperação de todos osParticipantes - no Colóquio Diálogos com a Lusofonia -, aosquais, desde já, damos as boas-vindas.Nota Bene: Este artigo foi inspirado não só pelas muitasconversas que tive com o Sr. Professor Doutor LúcioCraveiro da Silva, mas também pela leitura de umacolectânea de artigos da sua autoria, intitulada Ser Português(2000). Braga, Centro de Estudos Humanísticos, ColecçãoHespérides/Literatura.


{ensaio}Voces de luz e de sombraMartín R. CaeiroFacultade de Belas Artes de Pontevedra, Universidade de VigoNa miña viaxe a Cracovia, fascinoume o cadro deLeonardo Dama con armiño (1490). Como tiñamospouco tempo, vimos rapidamente o Museo Nacionalde Cracovia. Ese día visitamos Auschwitch, a miña irmáLucía e eu. De viaxe en autobús, pensaba na clase que o meudirector de Tese, Alberto Ruíz de Samaniego nos dera sobreo nazismo A estética nazi. O poder como escenografía. Na tendade recordos do Museo merquei un “folleto” en cuxa portadaestaba representado o cadro de Leonardo, con varias imaxesmáis. En todas elas hai unha incrible coincidencia entre oútero e a metamorfose. Dama con armiño (1490) é a perfectacombinación entre a dimensión humana e a natural: fondonegro para acoller unha alegoría do útero (da voz e a luz doútero); equiparación entre o corpo humano e o animal quealcanza incluso ao “punto de vista”: os ollos da natureza(armiño) e os do humano fuxen ao mesmo topos, estáninmersos (atraídos) na mesma condición especular: ambosollan cara ó foco de luz. O sfumato é unha teckné que quereconfundir a luz coa voz, a escuridade coa escritura. Leonardoutiliza o armiño para contrastar as condicións de existenciahumanas coas do animal. No Renacemento, nalgúns autoresas cousas non fuxen cara ó cadro, senón todo o contrario. Ospuntos de fuga da maquinaria de representación renacentista,son aberturas dende as que se derraman os pensamentos: asliñas paralelas, os planos, as sombras… son o ordenamentodunha viaxe mental cuxo último destino é a mirada viva doespectador, cazar a ánima do espectador. Na obra de Mariotto diNardo Cristo maxestade (1390) a figura de Cristo está dentrodunha semente, que ademais é útero, suspendido por anxos,sen tocar terra. Na imaxe de Benvenuto Tisi, O Garofalo, Aadoración dos Reis magos (1513) a escena represéntase á entradadunha cova, dunha gruta, os reis magos chegan, saen desagruta, chegan da escuridade.Útero da natureza.As entradas aos templos románicos e góticos teñen estaimpresión, a de estar penetrando nas entrañas do corpodo deus, na luz do útero da divindade. Ao entrar na igrexaseparamos os labios eróticos do deus, transgredimos o baleiro,ocupamos os seus ocos, aportamos á xeometría do temploa alteridade da nosa imaxinación, os movementos do nosodeambulatorio. Entrar e saír dun templo é como practicar oexercicio dun éxtase.No libreto que merquei no Museo de Cracovia tamén aparecea obra A crucifixión, de Master Pieta, Sienna (1350-1380), afigura de cristo crucificado na cruz enmárcase cunha molduraen forma oxival, á que se lle engadiu un debuxo en forma deárbore. É unha árbore de luz, de morte e de luz (o fondo éamarelo). Nalgunhas representacións medievais apareceCristo crucificado directamente nunha árbore. Árbore que16¿?Diciembre/Eneroademais representa a árbore da Ciencia. O símbolo de Xesús éun báculo que identifica a árbore, símbolo do “verdor perenne”e da luz “acabada de nacer”. Porén, as follas son pneumas: «Éo pneuma: pura vocalización, forma dun canto inarticulado,sen palabras, cuxo nome quere dicir alento.» 1 Alento puro quevai articulándose a medida que se derrama a árbore – poisDeus, para dicir “son Deus” ten que facer posesión do Verbo,tomar a palabra. Por iso, como recorda Jung en O home e osseus símbolos, ao celebrar a conmemoración do nacemento(nasci: natureza) de Cristo, a Natividade (a naturalidade),adórnase cunha árbore con velas prendidas. Ademais, estarelación da Árbore con Cristo encerra un culto máis antigoque relacionaba ao ser coa Gran Nai: a Nai Terra.Tamén é certo que Cristo preséntase como “o bo Pastor”, eque a imaxe do seu “rabaño” non é simplemente metafórica.Este simbolismo estaba presente xa no mito de Orfeo, ao queos cristiáns toman para representar a Cristo, pois ambos sonparadigmas do “home natural”. A autora suíza, Linda Fierz-David, na súa interpretación do rito órfico pintado na Vila dosMisterios di: «Orfeo ensinaba mentres cantaba e tocaba a lirae o seu canto era tan poderoso que dominaba toda a natureza;cando cantaba coa súa lira, os paxaros voaban ao seu redor,o pez abandonaba a auga e saltaba cara a el. O vento e o marcalmábanse, os ríos corrían cara a arriba na súa procura. Nonnevaba e non granizaba. As árbores e ata as pedras ían detrásde Orfeo; o tigre e o león tombábanse xunto a el, ao lado daovella, e os lobos xunto ao cervo e o corzo [na representaciónda natividade de Cristo aparecen xunto a el un boi e unhamula]. Pero ¿que significa isto? Seguramente significa quemediante un coñecemento profundo e divino no significadodos acontecementos naturais… os sucesos da natureza quedanharmoniosamente ordenados dende o interior. Todo se fai luze tódalas criaturas aplácanse cando o mediador, no acto deadoración, representa a luz da natureza. Orfeo…» 2 . Orfeonace pola voz, é voz, igual que Cristo ou Buda, os cales, poralgunha razón crucial non deixaron nada escrito.A mandorla, a áurea que rodea as imaxes relixiosasenxéndrase con luces uterinas; as figuras relixiosas ocupan oespazo do útero do deus, do antes de saír á luz mortal do mundo,permanecen no limiar da inmortalidade, no antes de nacer,no limbo da fascinación.Imaxe entón, como combinación de voz e de luz, como formasde luz e de voz.Ler é oír.Non existe a sombra fóra da árbore. A sombra que lanzan ascousas é anecdótica. Os corpos teñen numerosas sombras,pequenas sombras que inundan e recorren os corpos. Cada


O pube á entrada (e saída) do sexo recordaeste “limiar”. A garganta entre as pernasocupa o ángulo interno (feminino) e externo(masculino) de cuxa combinación xorden asnovas xeracións.A tendencia da xeometría proxectiva foiconsiderar o foco de luz como a orixe detransformación do natural en real, e ássombras como unha consecuencia, unhacausalidade de botar luz sobre os obxectos.Se Occidente seguiu a traxectoria da luz, foiporque o escuro asociouse ao tenebroso, aomaléfico, a potencias escuras, ao infernal, ao“diabólico”: “Eu que son a luz eterna chegueiao mundo para que quen crea en min nonpermaneza entre as tebras”, afirma no seuEvanxelio (12:46) San Xoan que dixo Xesúsde Nazaret (quen como Buda, non escribiualfabeticamente ningunha palabra, quedaba a luz os seus pensamentos e lle saíandirectamente dende a garganta). A sombratamén “se lanza” (dia-bolum) e xoga coassúas leis (como a voz) no universo. Non éun accidente do raio divino, da luz do deus.Media vida pasámola en sombra, tantoporque o noso Planeta permaneza sempremedia esfera en noite como que durmamos,tocando o limiar nocturno.Cando contemplamos o sol, o sol está ennós, e nós atopámonos nel. As estrelas quepercibimos contémolas nos nosos ollos e elasnos conteñen a nós ¿a millóns de millóns deanos luz? De sombra…folla ten unha parte en sombra.A árbore dáse sombra a si mesma. Taparse da choiva é comoprotexerse do sol, da sombra do sol.A sombra do animal é unha pegada. É a pegada da súa relaciónco escuro. En moitas existencias naturais persiste o recordodunha procedencia cavernícola ou uterina. Cando se move,o animal leva consigo a súa sombra, que é un resto, unhaexcrecencia do seu comportamento, da súa “saída á luz” dasexistencias. A sombra que se lanza sobre o animal mesmo é oprincipio da súa intelixibilidade, pois todas as especies colgancara ás estrelas, como se estivesen boca abaixo, vémolasxiradas 180 º sobre si mesmas (e a nós tamén). Coas patas caraa arriba o animal móstrase natural, como é verdadeiramente,sen esconder a súas orixes, que están por algo nos seus xenitais.Ocultamos a orixe con sombra.Toda vestimenta porta esta metáfora.Así, o fenómeno de “dar a luz” cambia designificado. Cando o feto sae do útero realizaa mesma operación a cando as nosas palabras,o pensamento, unha emoción nos saen dagarganta. Dar a luz é expulsar o Verbo queinmediatamente ha de confundirse coacarne. O parto acompáñase de xemidos, de laios, de gritos(incluso dende a copulación).Hai que saber escoitar para chegar a ser Deus. Isto é algo que osExipcios sabían moi ben, por iso erixiron en deuses aos animais,porque recoñeceron nas formas e nos comportamentos dassúas formas secretos fundamentais. A forma triangular dasorellas dos gatos está moi próxima ao símbolo que os cristiánsutilizan para representar ao deus, un triángulo (pirámide)cun ollo de luz.Deus falou primeiro antes de dicir que era Deus, antes demostrarse. O mesmo lle sucede ás moléculas, ás células, aoscorpos, ás culturas, aos corpos celestes. A luz como imaxefíxose despois.¿Que é a consciencia?, pregúntase Derrida: a voz que se oe a simesma.


{poesia}18¿?Diciembre/Enero


HaikuAbel Murcia{poesía}Empieza el día,las sábanas deshechasno nos engañan.


{prosa}Saudação a Martinho Marquesa propósito de LuzMarcos Nunes Vilhenado Antunes da Silva ou num poema do Martinho Marques.Pois bem, não sei falar de luz, mas a proposta de Anna ficou, coma força insistente do que se pode fazer sem ser por obrigação.E tendo pendente certa promessa, que num dia de Novembro,há já alguns anos, depois de obrigar o bom Martinho Marquesa interromper o lanche no Luiz da Rocha, em Beja, e ir a casaoferecer-me os seus livros, fiz, já com uma boa pilha delesdentro de um saco de plástico, não perderei a oportunidade. Etal promessa foi coisa minha, que a ele não lhe disse nada... épessoa a quem dar e pouco prometer. A promessa era de leváloonde fosse, nos seus livros, e apresentá-lo a colegas e alunos.E é leve carga a que se leva de gosto. Quando o sol se põe comaquela luz lilás que é a de Cracóvia; quando os pés restolhamentre as folhas secas do Plant; quando, cirandando e atirandoos pés aos pombos penso que, se me apressar, poderei aindaapanhar o eléctrico e ir jantar a casa, com os meus, é dele todaa luz em que me brilha a vontade de me lembrar de onde venhoe de gostar de onde estou. É dele essa luz do Sul que às vezessaco à lembrança como quem tira um traçalho de pão à talega.É dele e não de outro, que os há muitos e supostamente maisluminosos. Há lá maneira de agradecer isso?A terra à beira da noiteQuando a Anna Kalewska, entre duas aulas, assimentre a sala e a casa-de-banho, eu com as mãos cheiasde giz, me propôs escritura, e ainda por cima uma quefalasse de Luz, céu carregado lá fora pelos janelões do corredor,respondi, na segurança de quem tem mais gaveta do que lima:“Sou horaciano! Não sei bem se conseguiria escrever em tãopouco tempo sobre qualquer coisa e apresentá-lo, assim...”. Enão consigo.Sou do Sul. A minha luz, ou o que por tal entendo, é essa decerta tarde de verão, eu e o meu irmão inventando que fazer pelacasa e vestidos o suficiente para que a minha mãe, passando aferro ao som de Pedro Barroso, não se lembre de dizer que nosqueria de volta ao ventre. São os olhos da minha mais que tudo...mas isso não é apenas uma questão de luz, mas de gemologia...e de gemologia não sei nada. Luz é a esplanada de que “meprojeto para lá donde me sinto”, como na canção dos Trovante,um pires de perceves e um Sumol de ananás fresquinho emcima da mesa; eu num alongamento preguiçoso, a cruzar osbraços atrás das costas e a mexer o xanato no pé, a sacudir aareia; o cheiro a marisco e a manteiga do pão torrado, umaenxaqueca oftálmica que me cegue, lá pelo final da tarde. E nãouma esplanada qualquer – mas aquela ao lado do castelo, emMilfontes, a avistar a foz do Mira. Luz é, nada mais fosse, o meuSul incendiado de sol, num romance do Manuel da Fonseca,20¿?Diciembre/EneroCom o vagar da sombra na lonjuraQue a tarde entorna sobre o descampado,A distância prolonga-se e perduraPara além deste tempo limitado.Vem de longe o aroma a terra puraRepetir as lavoiras do passadoE eu sou a mais estranha criaturaSobre a terra que sonha o céu estrelado.O poente põe luzes na cidade,Mas a cidade nem sequer supõeA luz dolente que o poente encerra.Nada me sei, todo me sinto e há-deSer sempre assim que o sol quando se põeMe põe a mim a prolongar a terra.José António de Matos Martinho Marques nasceu em Albernoa(Beja), a 15 de Dezembro de 1949. Foram muitas as voltas quedeu já por este mundo, mas é da relação com o imenso Sul quenasce uma boa parte da sua obra – vasta, publicada e cantada– a par de algumas colaborações com a imprensa. Vive em Beja,onde ainda é, creio, professor do ensino secundário. E um sópoema é tão pouco...Saudações, Professor! E um abraço de azinho!


{prosa}A los gatos no les gusta la luzSylwia JakubasmHay personas que no comen. Han decidido nocomer y sólo se nutren de la energía procedente dela luz. Ni siquiera toman líquidos y pueden vivir asímeses, años, toda la vida. Dicen que es por las vibracionesde la energía solar, que el cuerpo percibe placer y amor en suestado más sublime, y que cuando dejan de comer, su mentese abre para experimentar nuevas emociones, muy diferentesa las que puedan tener personas adictas a la comida. Lacomida es mala porque quita la energía y limita la mente. Elúnico camino para encontrar la felicidad y vivir muchosaños es dejar de comer. Supongo que la gente inventa cosasasí porque está muy perdida en este mundo moderno tanextraño, donde cada vez estamos mas solos y desorientados.A mí no me gusta la luz, me gusta la noche y la oscuridad.Me encanta la comida y no creo que sea el motivo de mi infelicidad.Además, no necesito tener una vida excesivamentelarga. A los gatos tampoco les gusta la luz y son las criaturasmás felices de este planeta, ya que sólo se dedican al placer.Duermen todo el día para disfrutar de la noche. No creo quepuedan vivir sin la comida, nutriéndose sólo de la luz. Yotampoco.m22¿?Diciembre/Enero


{prosa}veia més sa que mai. Aquells càncers en potència de budells,colon, fetge i pàncrees que gairebé ja se li desenvolupaven,s’afeblien i minsos somiquejaven perquè no rebien la doside pollastres de granja, pomes ensulfatades, conservantsenllaunats, colorants embotifarrats i d’altres matracules,causant així un estrall en el món dels càncers i de la novaciència mèdica.-Mossa! Vols que et toqui el rostoll?Això no, si us plau! Pornografia no senyors, una mica decensura no aniria pas malament. Per l’amor de Déu. (queixesdels editors ¿?)No ens hem de posar cap pedra al fetge. Tan sols passà unapageseta un pèl bagassa vora el mas mentre en Joan jeia totfent la seva becaineta d’havent dinat i s’establí un espontanii sincer diàleg natural, com si es tractés d’una èglogad’aquelles tan boniques però a la catalana i un xic marranota,lògicament. De totes maneres, permetem que el temps facila seva tasca i s’ocupi d’aquests assumptes de l’amor i noesdevinguem inoportuns xafarders, car així com tot homealguna vegada li cal descobrir per si mateix que es sent fentun riu en un orinal d’en Deschamps i espolsar-se l’estri totfitant com una xicota ben bufona s’empastifa l’aixella dedesodorant s i d’altres potingues, hi ha certs secrets quecalen éssers descoberts uolens nolens. Com digué un savi,les pròpies experiències ens donen les lliçons més valuoses.Powodzenia, Joan!


{música}La luz en la músicaŁukasz R. SzulimEn un principio, la luz parece no tener nada que ver conla música. Apelan a sentidos diferentes: la luz a la vista, lamúsica, al oído. Sin embargo, mucha luz se asocia con lasensación de calor, sentido en el cuerpo, y un sonido muy fuerte,con el fenómeno de la vibración, también percibido con todo elcuerpo. Vemos pues que, en cierto nivel, tanto la luz como la músicason impresiones táctiles. Existe en la naturaleza otro vínculo entreambas: es la tormenta, un espantoso espectáculo de luz y sonido.Además de estos parentescos, el uno antropológico y el otronatural, entre los dos fenómenos analizados hay una relación,dentro de la cultura del Occidente, más obvia, que es la llamadamúsica descriptiva o de programa. Esta concepción, de carácterpuramente convencional, consiste en los procesos de simbolizacióno representación mediante los sonidos de ciertos fenómenosnaturales: por la analogía de la atribución o de la estructura. Losdescribe Maciej Jabłoński en su libro „Muzyka jako znak”. En elprimer caso se asocia con una combinación de sonidos musicalesun estado psíquico, en el otro, un estado de cosas, fenómenos uobjetos. Este último se da cuando un compositor piensa reflejar enla música un fenómeno de naturaleza, p. ej. la arriba mencionadatormenta. Lo hizo Ludwig van Beethoven en su VI Sinfonía en famayor, llamada “La Pastoral”. Otras borrascas las oímos en dosóperas de Gioacchino Rossini: Guillermo Tell y El barbero de Sevilla.Ambos artistas acudieron a medios parecidos: un movimientoagitado, rápido, fuertes contrastes dinámicos y repetición desonidos alternada con escalas ascendientes y descendientes.Otro ejemplo de ’pintar la luz con los sonidos’ lo constituyenlas descripciones musicales de la salida del sol. El astro solar, lafuente principal y más natural de la luz, ofrece un admirableespectáculo al amanecer, por cuya belleza se sintieron atraídosvarios compositores, entre ellos, el primero de los clásicos de Viena,Joseph Haydn. En su IV Sinfonía titulada “La mañana” y, muchosaños después, en el famoso oratorio La Creación del mundo. Haydnse sirvió de medios bien sencillos: el aumento progresivo de ladinámica (del volumen) y de la altura. Los músicos, empezandocon sonidos bajos y silenciosos, tocan cada vez más alto y másfuerte, se incorporan nuevos grupos de instrumentos, la masasonora asciende por los registros desde graves hasta altos y lomismo las líneas melódicas. Al despuntar el sol, el tutti de todala orquesta suena con brillo triunfal. Otro ejemplo famoso es Lamañana de Eduardo Grieg. El alba la describió también RichardWagner al principio de El ocaso de los dioses, la cuarta parte de latetralogía El Anillo.Este fenómeno de la naturaleza, así como la luz en general, hansido dotados de un significado simbólico de connotación positiva.Lo utilizó el gran genio, Wolfgang Amadeus Mozart, para culminarLa flauta mágica, obra de sentido metafórico que canta la victoriadel bien y de la sabiduría, simbolizada por el sacerdote Sarastro,sobre la malicia e ignorancia de la corte de la Reina de la Noche. La26¿?Diciembre/Eneroluz es aquí ilustración de la sabiduría a la que acceden, en la escenafinal, los enamorados Tamino y Pamina, la pareja de protagonistas.Vestidos de blanco, con atuendo sacerdotal, aparecen en la cimade una montaña acompañados de Sarastro, al despuntar la aurora.Esta escenografía está condicionada por el simbolismo masónicodel templo del saber. Sin embargo, Mozart se mostró muy liberaly novedoso como para su época puesto que permitió a una mujer,Pamina, el acceso a la iluminación y al saber en pie de igualdadcon un hombre, cosa imposible para los masones de la logia deViena. La connotación positiva de la luz la aprovechó Ludwigvan Beethoven en su única ópera, Fidelio, en la cual un rayo delsol penetra en el calabozo, cuando los prisioneros cantan sobre lalibertad y la protagonista libera a su marido de las cadenas.Otro tipo de luz ’vemos’ en las obras del padre del llamadoimpresionismo musical, Claude Debussy. Su pieza más conocida,Claire de lune de la Suite bergamasque para piano nos traslada en unmundo de delicadas finezas de los simbolistas y parnasianistas.Según el compositor francés, la música no puede representar,pero sí es capaz de crear un clima, una atmósfera parecidos a losevocados por otros fenómenos, estados u objetos. Lo percibimosmuy bien en los tres Nocturnos para orquesta, que los musicólogosanalizan como un estudio de varios matices del gris: los acordes,liberados de la dependencia armónica, son entidades autonómicasde valores colorísticos. Debussy se inspiró asimismo en la luzartificial: compuso un preludio para piano titulado Los fuegosartificiales.El modernismo presenta un fenómeno más: la sinestesia. El caso,quizás más famoso, de la fusión de las sensaciones percibidasmediante varios sentidos es el ’teclado de colores’ de AlejandroScriabin. Empleó este invento en su ballet Prometeo. Durantela escucha, en un pantalla se proyectaban varios colores. Otrotipo derivado lo utilizó Arnold Schönberg, pintor y músico, enel drama musical Die glückliche Hand (’La mano feliz’). Aquíel compositor aunó la luz, el sonido y la actuación del actor.Semejante procedimiento sirvió a Béla Bartók en El Castillo delBarbe-bleue, obra en la que las escenas y cualidades humanas estánsimbolizadas por colores.El concepto opuesto a la luz, la oscuridad, también ha inspirado alos compositores. El simbolismo de connotación triste y negativade las tinieblas hizo que, p.ej. en el Renacimiento, se solía escribirpiezas de contenido lúgubre con notas negras. Para Manuel deFalla, sin embargo, Las noches en los jardines de España no tienen unaspecto tan desagradable.Vemos, pues, que la luz puede relacionarse con la música de dosmaneras: en la música de programa (reflejada con la ayuda deltítulo o del mencionado programa literario añadido a una piezamusical) y en una obra dramática, donde colabora con otrosmedios que construyen el espectáculo escénico.


Dezembro/Janeiro¿?27


28¿?Diciembre/Enero


Dezembro/Janeiro¿?29


30¿?Diciembre/Enero


Dezembro/Janeiro¿?31


32¿?Diciembre/Enero


Jánuca o la victoria de la luzGerardo Beltrán{ladino}Del 25 de Kislev al 2 de Tevet (o al 3 de Tevetcuando Kislev tiene sólo 29 días -5 a 12 de diciembreen 2007/5768) la tradición judía celebra la victoriade los macabeos (fundadores de la dinastía asmonea) sobrelos ejércitos de Antíoco IV Epífanes, que se había coronadorey de Siria en 175 a.C. y que había decidido helenizar alpueblo de Israel prohibiéndole seguir sus ritos costumbresy profanando el templo de Jerusalén. No se trata tanto derecordar la victoria de unos cuantos judíos sobre el poderosoejército griego –que ya es bastante-, sino de celebrar elmilagro que la acompañó, ya que a su regreso al Templo,lo macabeos encontraron un solo recipiente de aceite puropara encender las luces de la menorah (candelabro ritual desiete brazos). Este aceite alcanzaba para mantenerla sólodurante un día. Sin embargo, el aceite ardió siete más, hastaque el nuevo estuvo preparado. Desde entonces, durante lafiesta de Jánuca (Fiesta de las Luminarias) se enciende unamenorah de ocho brazos (o januquía) en las puertas de lascasas, sumando una vela cada día (más la de un brazo mayorque sirve para encender las demás), para no olvidar que losmilagros son posibles, para agradecerlos y para que la llama–la luz- siga siempre viva.Ocho Kandelikas(canción de Jánuca en ladino)Hanukah Linda sta akiOcho kandelas para mi,Hanukah Linda sta aki,Ocho kandelas para mi.Estribillo:Una kandelikaDos kandelikasTres kandelikasKuatro kandelikasSintyu kandelikasseysh kandelikassiete kandelikasocho kandelas para mi.Muchas fiestas vo fazer, con alegrias i plazer.Muchas fiestas vo fazer, con alegrias i plazer.EstribilloLos pastelikas vo kumer, con almendrikas i la miel.Los pastelikas vo kumer, con almendrikas i la miel.EstribilloDezembro/Janeiro¿?33


{fotografía}A luz sobre o paraíso terrestreAs illas CíesJoanna WłodarczykOarchipélago das Illas Cíes está situado na bocada Ría de Vigo que pertence ás Rías Baixas. Estáformado por tres illas máis grandes: Illa do Medioou do Faro, Illa do Monteagudo ou do Norte, Illa do Sur oude San Mariño e por pequenos illotes como a Illa Boeiro ouAgoeiro, Penela dos Viños ou O Ruzo.Debido ao alto valor natural, a súa flora e fauna, as Illas Cíesdende o ano 1980 constitúen un parque natural que no ano2002 empezou a formar parte do Parque Nacional Marítimo- Terrestre das Illas Atlánticas de Galicia.As Illas Cíes, antes coñecidas como Illas dos Douses,configúranse como un dos últimos paraísos virxes da vellaEspaña. É un lugar de soños. A beleza das paisaxes: os montese rochas grises, o verdor de flora e as praias case brancas dearena moi fina e todo iso rodeado polo azul do Atlántico, sonvistas imposibles de esquecer. Así que non sorprende quesegundo o xornal británico The Guardian no ano 2007 a Praiade Rodas é a mellor, é dicir, a máis fermosa praia do mundo.As Cíes, onde, por ser zona protexida, durante todo o anosó viven os gardas forestais e un nativo, teñen unha historianon menos impresionante, máxica como a luz que brilla portodas partes neste territorio. Tense constancia da existenciana Idade de Ferro dun poboado castrexo na aba do MonteFaro; despois da ocupación das Cíes por parte de piratas queas abandonan no ano 1700. As illas quedan despoboadas eolvidadas ata o século XIX, cando se constrúe o primeirofaro.


Dezembro/Janeiro¿?35


-¡Pero durante el huracán no habrá ningún sitio tranquilo! ¿Yqué va a pasar con los barcos que quedarán en la isla? ¡Si nohay donde esconderlos!-Ese es el riesgo de tener un barco aquí. Todos saben quedurante un huracán puedan perder todo. Así es y punto.- ¿Y los coches? -no dejo de insistir.-Lo mismo que con los yates. Vamos a ponerlos de este lado dela isla, más cerca de tierra firme, y eso es todo.-Darwin, ¡pero eso es un poco espeluznante!-Sí, pero ese es el riesgo que tiene vivir en el lugar tan hermoso.O lo aceptes o te vas.¡Huimos!Los hechos más actuales del Dean me los cuentan los turistas,especialmente los de Estados Unidos. Ellos siguen atentamentelos informes meteorológicos y son los primeros en reaccionara los comunicados del recién formado equipo de crisis. Sureacción es rápida y firme: Nos vamos de aquí. En sus ojosse nota el miedo y durante la conversación se puede percibirmucha tensión y rabia.-¡Todos recordamos lo que quedó de Nueva Orleáns despuésdel paso de Katrina! No nos vamos a arriesgar. Estamosesperando solamente a que haya sitio en el avión y volvemosa casa.En el puerto se ve un tráfico más intenso. Las barcas condestinación a Playa del Carmen zarpan casi llenas. Los turistasestán huyendo en pánico. Se siente que San Miguel y Cozumelenteros se van despoblando rápidamente.-Y tú Raúl, ¿tú también tienes miedo del huracán? -pregunto aun estadounidense que vive en la isla desde dos meses.-Yo ya he sobrevivido uno. Hace unos años en Florida. ¡Fuehorroroso! ¿Sabes qué es lo peor? No es el hecho de tenerque quedarte sentado y tan sólo esperar. Lo peor es lo queviene justo después del huracán. Cuando sales del refugio y nohay agua, electricidad, luz, comunicación. ¡Nada! Solamenteun gran desorden y hedor. Y tú no puedes hacer nada. Sóloesperar ayuda. Yo tengo miedo de este cinco y vuelvo alcontinente en la última barca.-Y ustedes, muchachos, ¿qué van a hacer? -pregunto a Enriquey a Darwin.-¿Nosotros? Nada. Vamos a esperar en casa y punto.-¿Qué van a esperar?-¿Qué? Los primeros rayos de luz.Dezembro/Janeiro¿?37foto de Bożena Gąsienica-Daniel


38¿?Diciembre/Enero


Dezembro/Janeiro¿?39foto de Bożena Gąsienica-Daniel


{traducció}Herling-GrudzińskiIl·luminacions nocturnesKasia Banach, Ewa Oknińska i Danka ZgliczyńskaLa foscor ha estat no pas poques vegades associada amb la ignorància i , per tant, no esdevenim éssers instruïts fins queens il•lustrem, és a dir, donem llum a l’enteniment. En aquest cas, però, se’ns convida generosament a endinsar-nos enun vast saber fixat en un diari escrit en hores nocturnes, Dziennik pisany nocą, per l’escriptor polonès Gustaw Herling-Grudziński. Malauradament, per qüestions d’espai, només se’ns permetrà gaudir d’un breu fragment on se’ns parla de lanostra única i inevitable companya, la mort.Idąc do kiosku po poranne gazety, natknąłem się napogrzeb. Okazało się że to pogrzeb doktora M., któregoprzelotnie znałem. Wypadało, zgodnie z tutejszymiobyczajami, odprowadzić zmarłego do zakrętu ulicy.Dawno temu, po osiedleniu się w Neapolu, pisałem że“pogrzeby przypominają tu spieszne orszaki, zmarłychpopłakuje się szybko i obficie, a cmentarze nie należą do miejscczęsto odwiedzanych.” Nie zupełnie to ścisłe, zwłaszcza jeślichodzi o cmentarze. W słoneczne niedziele na Poggioreale roisię od ludzi, wygląda to czasem jak ogromny piknik. Nic napozór nie wskazuje by neapolitańczycy słuchali swego filozofaCrocego, który wraz z Goethem wolał: „Precz z grobów!” izalecał: „Nie myślcie o śmierci; śmierć nie jest problemem, jaknie jest problemem cień wobec światła.”40¿?Diciembre/EneroNa pozór. Bo w rzeczywistości cień” i “światło przenikająsię tu wciąż nawzajem, tworzą przedziwna mieszaninę,której po tylu latach pobytu w Neapolu nie jestem w stanieuchwycić. Prawda, ból i opłakiwanie zmarłych trwają krotko,nie porównanie krócej niż niema i skamieniała żałoba, jakąwiduje się na cmentarza północy. Ale na Poggioreale, watmosferze prawie pikniku wiosennego, bywa i tak żeżałobnicy wyciągają ze starych i półotwartych grobów kości,by je na przemian czyścić i całować. W katakumbach kościołaSanta Maria della Sanità przechowywane są resztki zmarłychna dżumę, oczywiście anonimowe: sporo neapolitańczykówposiada tam swoje zamykane na kluczyk gablotki szklane,prywatne ossaria, z adorowanymi kośćmi w środku. Kto znaSycylię, mógłby sobie to skojarzyć z sycylijskimi łakociamidla dzieci w kształcie czaszek i piszczeli. Rzecz jednak nie w


tym, Sycylijczycy słyną ze swej obsesji śmierci, gdy w wypadkuneapolitańczyków chciałoby się raczej mówić o niezwykłym,wcale nie posępnym, spoufaleniu ze śmiercią. Co tkwi u źródłatej poufałości i zażyłości? Realny, dotykalny instynkt komunii,zastępujący wiarę w zmartwychwstanie?W roku 1952, podczas podroży do Burmy i Indii, zaprowadzonomnie w Kalkucie do świątyni bogini Kali. W pobliżu, za niskimurkiem, znajdowało się otwarte krematorium. Pionowesmugi dymów, rozchwiane słupy w drgającym od upałupowietrzu, unosiły się ku niebu z dołków różnej wielkości, wktórych krewni zmarłych obkładali zwłoki wiązkami i drzewai chrustu. W kilku wgłębieniach bielały już tylko garstkipopiołu, ale w wielu sterczały jeszcze spomiędzy tlących sięgałęzi niedopalone ręce i nogi. Ludzie wchodzili i wychodzili zkrematorium tak obojętnie, jak gdyby brali udział w pogodnymobrzędzie ludowym. Takie samo krematorium Moravia widziałw dziesięć lat później w Benares i opisał w książce Un’ idea dell’India. Jego komentarz: ”Ta stoicka obojętność nie podchodziz braku wrażliwości, lecz jest produktem religii która śmierćuważa za zwykłą zmianę szaty czy powłoki… Śmierć wEuropie jest sprawą retoryczną i ponurą, maskującą antycznystrach uroczystą nudą. Śmierć w Indiach jest lekka, prosta,filozoficzna, pogodna i pozbawiona znaczenia, jaka była możew starożytnej Grecji”.Śmierć w Neapolu nie jest ani śmiercią w Europie, ani śmierciąw Indiach. Chyba czymś pośrednim. W każdym razie cień iświatło towarzyszą tu sobie jak w zegarze słonecznym.


{traducció}Llorenç Villalonga, llums volteriansKasia Banach, Ewa Oknińska, Elżbieta Sukiennik,Tomasz Kiersnowski i Zosia KozłowskaAquests breus fragments de Bearn, obra que ens presenta el món idíl·lic de Villalonga, i no es tracta pas del contemporanique tantes lloances rep, ens serveixen per a fer un mos de la intel·ligència que traspua en cadascun dels seus llibres. Laseva cruixidora visió sobre la realitat on avui dia vivim se’ns mostra clara i generosa en obres com ara la Gran batuda oAndrea Víctrix. Però en aquestes pàgines procurarem capbussar-nos en aquella Mallorca rural dels senyors, somort recordd’altres temps, acompanyats per l’enginy volterià de don Toni, darrer senyor de Bearn.Qui perd no té raó, ens deia Villalonga a l’Àngel rebel. I encara que la seva concepció del món era la destinada a perir, nogosaria pas afirmar que els seus escrits naixessin mancats d’aquesta. Llegiu i decidiu.” Després de dinar sortíem el meu protector i jo apassejar pel bosc. Solíem dur les escopetes, peròquasi mai caçàvem, perquè ens estimàvem més seuredavall una alzina i comentar els poetes de l’antiguitat. No sési per una perversió o per una depuració del gust, ell preferiaels clàssics francesos.- Són millors que els antics, entre altres raons perquè, essentmenys originals, ja que s’han nodrit d’ells, els han pogutsuperar. Homer, si és que realment ha existit, ja que les sevesobres pareixen més un aplec de narracions populars, és unprimitiu. Sòcrates és com un nouveau riche de la raó. Imagina’t:l’acabava de descobrir. Històricament constitueix un puntalde la Humanitat, però ¿com no preferir Candide als Diàlegsde Plató?ludowych, był prymitywem. Sokrates był w rzeczywistościjak nouveau riche w swoim racjonalizmie. Wyobraź sobie:dopiero on to stworzył. Historycznie ustanowił fundamenthumanizmu, ale jak można nie woleć Kandyda od DialogówPlatona?Był optymistą w swoim kreacjonizmie i na swój sposóbpodziwiał wielkość Boga, tylko, że jego Bóg okazywał sięniekiedy dziwny. Byłem zaniepokojony słysząc go mówiącegoo religijności Voltaire’a.- Voltaire, Janie, był deistą. Wszyscy to wiedzą: „Si Dieu n’existaitpas il faudrait l’inventer”.Wymyślić Boga ! Nie można bardziej przeinaczyć tegoproblemu.”Era un optimista de la Creació i , a la seva manera, unadmirador de la grandesa de Déu; només és que el seu Déuresultava a voltes estrany. M’intranquil·litzava sentir-lo parlarde la religiositat de Voltaire.-Voltaire, Joan, era deista. Ho sap tothom: “Si Dieu n’existait pasil faudrait l’inventer”.!Inventar Déu! No es pot donar una més clara tergiversaciódel problema.”


“Era necessari cremar alguns llibres. ¿Per què esperar ladecisió del Bisbat? ¿No sabien que Voltaire era dolent, queDiderot fou ateu? S’havia acostat al foc i tenia la mà damuntl’espatlla del senyor.-!Crema aquestes coses, Tonet! Mira, aquests almenys...Voltaire... Figura’t. I aquest, Renan: Vida de Jesús... Oh, aquest...-Si t’ha de donar gust...Sense replicar, ell anava tirant al foc els llibres indicats.Aquella docilitat consolava l’esposa. “Així mateix -pensava-,en Tonet és ben bon al·lot. No hem de fer cas de petitesesquan es mostra tan transigent en les coses fonamentals.” Talsraonaments no eren fills de l’anàlisi ni de l’exactitud, peròla tranquil·litzaven i li servien pel seu ús com hauria pogutservir-se d’un paraigües, no perquè el paraigües ens revelicap veritat, sinó perquè ens defensa de la pluja. A mi, queseguia darrera el finestró (ara, en certa manera, legítimament,ja que el mateix senyor m’hi havia duit), no m’enganyava ladocilitat de don Toni. Anys després ell mateix m’explicà lapoca importància que per ell tenien ja aquells llibres.-És natural -deia- que l’home llegeixi fins a la meitat de laseva vida, però arriba un moment en què li convé escriure. Otenir fills. Si ens il·lustram, és per il·lustrar alguna vegada, perperpetuar allò que hem après.”“Trzeba było spalić pewne książki. Po co oczekiwać na decyzjębiskupstwa? Nie wiedzieli, że Voltaire był złym człowiekiem,że Diderot był ateistą? Przybliżyła się do ognia i położyła rękęna ramieniu męża.- Spal te rzeczy Tonet! Spójrz, przynajmniej tę Voltaire…wyobraź sobie, tę, Renau Życie Jezusa. Oh, tę…- Jeśli sprawi ci o przyjemność…Bez sprzeciwu. Zaczął wrzucać do ognia wskazane książki.Jego posłuszeństwo podniosło ją na duchu. „Tak więc”-myślała – „Tonet to dobry człowiek. Nie musimy przejmowaćsię drobnostkami, gdy w sprawach podstawowych jestustępliwy”. To rozumowanie nie było wynikiem dogłębnejanalizy, ale ją uspokajało. Służyło jej niczym parasol. Nieżeby ten parasol odkrywał jakąś prawdę, lecz ponieważchroni przed deszczem. Mnie stojącego za oknem (teraz wjakiś sposób upoważniony, skoro sam gospodarz mnie tamprzyprowadził). Nie zwiodła mnie ustępliwość Pana Toni.Kilka lat później on sam wyjaśnił mi jak małe znaczeniewówczas dla niego miały te książki.-To naturalne – mawiał – człowiek czyta do połowy swojegożycia, a potem nadchodzi moment, w którym powinien zacząćpisać lub mieć dzieci. Jeśli zdobywamy jakąś wiedzę, to żebypóźniej ją komuś przekazać, aby nasza wiedza nie zaginęła.”Dezembro/Janeiro¿?43


{traducción}Marcin ŚwietlickiKatarzyna Hajost-Żak y Sylwia JakubasOLIFANTZobaczyłem światło więc przyszedłem. Zadzwoniłem iotworzyłaś.Nie przyszedłem rozmawiać, nie przyszedłem się kłócić,nie przyszedłem prowadzić odwiecznej wojny.Ja przyszedłem się kochać.Mam już jeden nóż w plecach i nie ma tam miejsca nanastępne.Odpada dylemat: kawa – herbata?Przyszedłem się kochać.Zobaczyłem światło więc przyszedłem. Zadzwoniłem iotworzyłaś.Nie przyszedłem rozmawiać. Nie przyszedłem namawiać.Nie przyszedłem zbierać podpisów. Nie przyszedłem pićwódki.Ja przyszedłem się kochać.EL OLIFANTEVi luz y por eso vine. Llamé y abriste.No vine a hablar, no vine a discutir,no vine a seguir con la eterna lucha.Yo vine a hacer el amor.Ya tengo un cuchillo en la espalda y no hay lugar para más.Desaparece el dilema: ¿café o té?Vine a hacer el amor.Vi luz y por eso vine. Llamé y abriste.No vine a hablar, no vine a insistir.No vine a recoger firmas. No vine a beber vodka.Yo vine a hacer el amor.M- CZRANY PONIEDZIAŁEKMoment, kiedy się zapalają jednocześnie wszystkielampy uliczne w mieście. Moment, kiedy mówiszto niepojęte „nie” i nagle nie wiem co z tym robićdalej: umrzeć? wyjechać? nie zareagować?Moment w słońcu, kiedy cię obserwuję z okna autobusu,masz inną twarz niż w chwilach, kiedy wiesz, że patrzę- a teraz mnie nie widzisz, patrzysz w nic, w błyszczącąszybę, za którą niby jestem. Już nie ja, nie ze mną,nie w ten sposób, nie tutaj. Może zdarzyć sięwszystko, bo wszystko się wydarza. Wszystko określajątrzy podstawowe pozycje: mężczyzna na kobiecie,kobieta na mężczyźnie albo to, co teraz- kobieta i mężczyzna przedzieleni światłem.M-EL LUNES NEGROEl momento en que se encienden todaslas luces de la ciudad al mismo tiempo. El momento en quedicesese ‘no’ inconcebible y de repente no sé qué hacercon eso: ¿morir?, ¿salir?, ¿no reaccionar?El momento al sol en que te observo desde la ventana delautobús,tienes una cara distinta en los instantes en que sabes que temiro-y ya no me ves, miras hacia la nada, hacia el cristalbrillante, como si estuviera detrás de él. No yo, no conmigo,no de esa manera, no aquí. Puede sucedertodo, porque todo sucede. Todo lo definentres posiciones básicas: el hombre encima de la mujer,la mujer encima del hombre o la de ahora:la mujer y el hombre separados por la luz.44¿?Diciembre/Enero


ListopadListopad, niemal koniec świata, kilka minut przedzmierzchem.Schroniłem się w kawiarni, siadłem tyłem do światła.Wolne? Zajęte - odpowiadam, rzucam kurtkę na to drugiekrzesło.Och, gotów jestem już wyjść z tego miasta, ręce wytrzeć oliście, cały ten kurz, tłuszcz miastawytrzeć o liście, wyjdź ze mną, zobaczysz.Znudzimy się i pozabijamy po tygodniu, ale pomyśl o tychłunach, które pozostawimy za sobą, o tych wszystkichmiejscachi kobietach i mężczyznach; pomyśl - z jaką ulgąbędziemy krzyczeć w hotelowym pokoju na najwyższympiętrze,a nasze krzyki dotrą na pewno aż naportiernię. Wolne? Już, już za chwilę będzie wolne– odpowiadam.Zmierzch.NoviembreNoviembre, casi el fin del mundo, unos minutos antes delatardecer.Me refugié en una cafetería, me senté de espaldas a la luz.¿Libre? Ocupado -contesto, tiro la chaqueta en la otra silla.Oh, ya estoy dispuesto a salir de esta ciudad, limpiarme lasmanos conlas hojas, todo ese polvo, la grasa de la ciudadlimpiarla con la hojas, sal conmigo, ya verás.Nos aburriremos y nos mataremos después de una semana,pero piensa enel resplandor que dejaremos detrás de nosotros, en todos esossitiosy mujeres y hombres; piensa: con qué aliviogritaremos en un cuarto de hotel en la planta más alta,y nuestros gritos, seguro llegarán hastala portería. ¿Libre? Sí, sí, en un momento estará libre -contesto.El atardecer.Dezembro/Janeiro¿?45


{tradución}Tebras e luzLucía R. CaeiroKornel Filipowicz (1913 – 1990) é un dos máis eminentes prosistas polacos do século XX, mestre do relato curto, poetae guionista. Autor de libros de poesía como: Mijani, Powiedz to słowo; coleccións de contos: Krajobraz niewzruszony, Mójprzyjaciel i ryby, Kot w mokrej trawie; novelas: Romans prowincjonalny, Pamiętnik antybohatera; co-guionista: Głos z tamtegoświata, Szklana kula, Piekło i niebo. A seguir mostramos a tradución ao galego do comezo do relato “Ciemność i światło” doseu libro Ciemność i światło (1959).Ciemność i światłoPociąg, o ile nie ma spóźnienia, przyjeżdża na stację Koniecmosty o godzinie drugiej po północy. Z początkiem czerwca, wporze roku, kiedy najczęściej bywam w tamtych stronach, rozwidniać zaczyna się mniej więcej o wpół do trzeciej; zależy tozresztą od pogody i fazy księżyca. Chociaż drogę, którą mam przed sobą, znam tak dobrze, że mógłbym nią iść po omacku,zatrzymuję się jednak na tę pół godziny w ciasnej, ciemnej poczekalni. Zdejmuję plecak i siadam na ławie. Słyszę cichnący z wolnadźwięk oddalającego się pociągu; wypalam powoli papierosa, ogarek zadeptuję butem. Siedzę jeszcze chwilę w zupełnej ciemności,w tępym, nieruchomym powietrzu, którego woń lubię: jest to mieszanina zapachu kart do gry, banknotów i dymu tytoniowego.Po piętnastu czy dwudziestu minutach wstaję, wkładam plecak i przyciągam na krótko pasy; mam przed sobą osiem kilometrówmarszu. Dzięki tej chwili spędzonej w ciemności noc wydaje mi się już nie tak czarna jak wtedy, kiedy wysiadałem z pociągu.Stąpając po ledwo szarzejącej drodze, mam już to przyjemne uczucie, że idę na spotkanie dnia, który zbliża się do mnie, że chociażdokoła siebie nie widzę jeszcze zbyt wiele, niebawem jednak będę widział wszystko. Pochód światła jest niepowstrzymany.(...)


A luz das letras galegasMarlena Kalińska{tradución}Rosalía de Castro é unha das figuras máis importantesda literatura galega. É unha poeta e novelista que escribiutanto en galego coma en castelán. Foi unha muller valentenon só por escribir en galego senón por facelo sendo muller. Assúas obras máis destacadas e escritas en galego son CantaresGallegos e Follas Novas” Xunto con Manuel Curros Enríquez eEduardo Pondal foi a precursora do Rexurdimento cultural deGalicia.Naqueles tempos a situación non era boa para o galego. Despoisda etapa medieval, que foi moi gloriosa para as letras galegas, noséculo XVI chegou un periodo moi duro, tanto para a literaturacoma para a lingua, chamado Séculos Escuros. Naquela épocaGalicia estaba baixo o reinado da coroa de Castela. Ao longode tres séculos o galego estivo ausente dos usos escritos, perdeuprestixio tanto como lingua administrativa, como coma linguade expresión literaria. Porén, para case a totalidade da poboación,a lingua na que se comunicaba era o galego. Sendo relegado óámbito exclusivo da fala e da poboación iletrada do ámbito rural,o galego perdeu entón toda vinculación coa cultura.O século XIX trouxo a recuperación non só literaria senóntamén cultural, política e histórica. En 1863 publiouse CantaresGallegos de Rosalía de Castro que marcaría o comezo dunhanova etapa das letras galegas: o Rexurdimento, que se prolongouata fins do século XIX. Este movemento convertiría o galegona lingua dunha obra de auténtica calidade literaria, non só anivel rexional, senón tamén a nivel nacional e internacional. Épreciso mencionar que os escritores daquela época descoñecíana existencia da rica tradición literaria medieval. Estabanconvencidos de que eran os iniciadores do cultivo literariodo galego e poñían moitos esforzos en defender unha linguadesprezada.Rosalía de Castro na súa poesía sempre defendía a súa terra ea súa lingua. Quería demostrar que ambas son fermosas, que ea paisaxe e os costumes son encantadores. Na súa obra taméntrataba o tema da emigración coma consecuencia da miseria eda pobreza dos seus paisanos. Preocupábase polos homes quese vían obrigados a abandonar a súa terra e marchar a Américadeixando ós seus familiares para buscar o pan. Os problemas doseu país e o destino dos seus poboadores nunca eran indiferentespara Rosalía.Ela tampouco tivo unha vida feliz. Primeiro, por ser filla ilexítimadunha muller de familia fidalga e en consecuencia non puidovivir coa súa nai. A amargura da súa infancia complétaa taméno feito de que o seu pai era un cura. Logo casou con ManuelMurguía con quen se di non foi moi feliz, e ademais recibiu ogolpe máis duro para calquera muller, que foi a morte dalgúnsdos seus fillos. A pesar de moitas sombras que houbo na súavida, ela mesma foi coma a luz que alumou as letras galegassomerxidas durante moito tempo na escuridade. A seguirmostramos a tradución do seu poema “Negra sombra” (FollasNovas, 1880).NEGRA SOMBRACando penso que te fuches,negra sombra que me asombras,ó pé dos meus cabezalestornas facéndome mofa.Cando maxino que es ida,no mesmo sol te me amostras,i eres a estrela que brila,i eres o vento que zoa.Si cantan, es ti que cantas,si choran, es ti que choras,i es o marmurio do ríoi es a noite i es a aurora.En todo estás e ti es todo,pra min i en min mesma moras,nin me abandonarás nunca,sombra que sempre me asombras.CZARNY CIEŃDezembro/Janeiro


{tradución}“Por todas partes luz”Lucía R. CaeiroRyszard Kapuścińki (Pinsk, Bielorrusia, daquela parte de Polonia, 4 de marzo de 1932 - Varsovia, 23 de Janeiro de 2007) foiun grande xornalista, escritor e ensaísta polaco. A seguir mostramos a tradución dun pequeño fragmento de Ébano (1998),considerado por moitos o seu mellor libro, que contén reportaxes de varios países de África, a onde consegue trasladar ao lector.Przede wszystkim rzuca się w oczy światło. Wszędzie światło. Wszędzie -jasno. Wszędzie - słońce. Jeszcze wczoraj,ociekający deszczem, jesienny Londyn. Ociekający deszczem samolot. Zimny wiatr i ciemność. A tu, od rana całe lotniskow słońcu, my wszyscy - w słońcu.Dawniej, kiedy ludzie wędrowali przez świat pieszo, jechali na wierzchowcach albo płynęli statkami, podróż przyzwyczajałaich do zmiany. Obrazy ziemi przesuwały się przed ich oczami wolno, scena świata obracała się ledwie - ledwie. Podróż trwałatygodniami, miesiącami. Człowiek miał czas, żeby zżyć się z otoczeniem, z nowym krajobrazem. Klimat tez zmieniał się etapami,stopniowo. Nim podróżnik dotarł z chłodnej Europy do rozpalonego równika, miał juz za sobą przyjemne ciepło Las Palmas,upały El - Mahary i piekło Zielonego Przylądka.Dzisiaj nic me zostało z tych gradacji! Samolot gwałtownie wyrywa nas ze śniegu i mrozu i jeszcze tego samego dnia rzucaw rozpaloną otchłań tropiku. Nagle, ledwie przetarliśmy oczy, jesteśmy wewnątrz wilgotnego piekła. Od razu zaczynamy siępocić. Jeżeli przylecieliśmy z Europy zimą - zrzucamy palta, zdejmujemy swetry. To pierwszy gest inicjacji nas, ludzi Północy, poprzybyciu do Afryki.Ryszard Kapuściński, Heban (1998)Sobre todo salta á vista a luz. Por todas partes luz. Por todas partes claridade. Por todas partes sol. Aínda onte, chorreantede chuvia, o outonal Londres. Chorreante de chuvia o avión. Vento frío e oscuridade. Mais aquí, desde cedo todo oaeroporto ao sol, nós todos ao sol.Antigamente, cando os homes percorrían o mundo a pé, ían a cabalo ou en barco, a viaxe acostumábaos ao cambio. As imaxes daterra pasaban polos seus ollos de vagar, o escenario do mundo transformábase apenas, apenas. A viaxe duraba semanas, meses.O home tiña tempo para familiarizarse co ambiente, coa nova paisaxe. O clima tamén mudaba por etapas, pouco a pouco. Antesde que o viaxeiro se achegase desde a fresca Europa ata o aceso ecuador, tiña xa detrás del a agradable calor de Las Palmas, asofocante calor de El - Mahary e o inferno de Cabo Verde.Hoxe nada permaneceu destas gradacións! O avión arráncanos súbitamente da neve e o intenso frío e aínda ese mesmo díalánzase cara ao aceso abismo do trópico. De repente, apenas refregamos os ollos, estamos no interior do húmido inferno. Aoinstante comezamos a suar. Se vimos da fría Europa: quitamos bruscamente o abrigo, sacamos o xersei. Este é o noso primeroxesto iniciático, das persoas do norte, despois da chegada a África.48¿?Diciembre/Enero


Á luz dunha estrelaLucía R. Caeiro{tradución}Wisława Szymborska (Kórnik, 2 de marzo de 1923) é unha formidable poetisa polaca cun estilo aparentemente sinxelomais cunha visión filosófica profunda, acompañado de pinceladas dun especial humor irónico. Obtivo o Premio Nobel deLiteratura en 1996. A tradución que presentamos é dun poema do seu libro Ludzie na moście (“Xente na ponte”) (1986).NadmiarOdkryto nową gwiazdę,co nie znaczy, że zrobiło się jaśnieji że przybyło czegoś czego brak.Gwiazda jest duża i daleka,tak daleka, że mała,nawet mniejsza od innychdużo od niej mniejszych.Zdziwienie nie byłoby tu niczym dziwnym,gdybyśmy tylko mieli na nie czas.Wiek gwiazdy, masa gwiazdy, położenie gwiazdy,wszystko to starczy możena jedną pracę doktorskąi skromną lampkę winaw kołach zbliżonych do nieba:astronom, jego żona, krewni i koledzy,nastrój niewymuszony, strój dowolny,przeważają w rozmowie tematy miejscowei gryzie się orzeszki ziemne.Gwiazda wspaniała,ale to jeszcze nie powód,żeby nie wypić zdrowia naszych pannieporównanie bliższych.Gwiazda bez konsekwencji.Bez wpływu na pogodę, modę, wynik meczu,zmiany w rządzie, dochody i kryzys wartości.Bez skutków w propagandzie i przemyśle ciężkim.Bez odbicia w politurze stołu obrad.Nadliczbowa dla policzonych dni życia.Po cóż tu pytać,pod iloma gwiazdami człowiek rodzi się?,a pod iloma po krótkiej chwili umiera.Nowa.- Przynajmniej pokaż mi, gdzie ona jest.- Między brzegiem tej burej postrzępionej chmurki a tamta,bardziej w lewo, gałązką akacji.- Aha - powiadam.A farturaDescubriuse unha nova estrela,o que non significa que se fixo máis claroe tampouco que apareceu algo que faltaba.A estrela é grande mais está afastada,tan afastada que é pequena,mesmo máis pequena que as outrasmoito que ela máis pequenas.O abraio non sería aquí nada estrañose tan só tivésemos tempo para el.A idade da estrela, a masa da estrela, a posición da estrela,todo é abondo quizaispara unha tese doutorale unha sinxela copa de viñoen círculos próximos ao ceo:o astrónomo, a súa muller, os parentes e os amigos,o aire natural, o traxe informal,dominan na conversa os temas locaise petíscanse cacahuetes.Unha marabillosa estrela,pero isto aínda non é razónpara non beber á saúde das nosas señorasincomparablemente máis próximas.Unha estrela sen consecuencias.Sen influencia no tempo, na moda, no resultado do partido,nos cambios no goberno, nos beneficios e na crise dos valores.Sen efecto na propaganda e na industria pesada.Sen reflexo no verniz da mesa de debates.Excedente para os contados días de vida.Para que aquí preguntar,debaixo de cantas estrelas o home nace,mais debaixo de cantas tras dun pequeno instante morre.A nova.- Polo menos móstrame onde ela está.- Entre a beira deste gris escuriño cirroe aquela, máis á esquerda, ramiña de acacia.- Ah! - digo.Wisława Szymborska, Ludzie na moście (1986)Dezembro/Janeiro¿?49


{traducción}Juan Antonio BernierKamila GądekLos dos poemas que presentamos a continuación fueron publicados en la plaquette Luces dentro del bosque (Granada,2000) y reimprimidos en la antología Veinticinco poetas españoles jóvenes, Hiperión, Madrid 2006, pp. 230-231.ANCIANO EN LA ESPESURAUn anciano atraviesa la espesura,camina entre las ramas del silenciobajo un cielo crispado que desciendecon su lento nublar sobre la tarde.Como una red tupida de hojarascaesparcida a la sombra de este bosque,así es su corazón ya deshojadoque acaricia la luz con mansedumbre.Con su hatillo de días y el semblantede quien no ha visto mucho el sendero,un anciano atraviesa la espesura,le da, con su mirar, significado.DIARIOEn su quietud nos juzgael sol de la explanada.Su luz que, sin posarse,se inunda de equilibrioinundándolo todo.Nuestro mirar insisteen una sola línea:la que un pájaro traza.STARUSZEK W GĘSTWINIEPewien staruszek przemierza gęstwinę,wędruje pomiędzy gałęziami ciszypod rozedrganym niebem, które zstępujepowolnym chmurzeniem się na popołudnie.Jak gęsta sieć opadłego listowiaporozrzucanego w cieniu tego lasu,takie jest jego serce już bezlistne,które światło gładzi dobroduszną pieszczotą.Ze swym tobołkiem dni i wyrazem twarzykogoś, kto nie widział wiele na tej ścieżce,pewien staruszek przemierza gęstwinę,swoim patrzeniem nadaje jej znaczenie.DZIENNIKW swym bezruchu osądza nassłońce nad równiną.Światło, co nie osiadając,topi się w równowadze,zatapiając wszystko.Nasze patrzenie nalegana jedną tylko linię:tą, którą ptak rysuje.50¿?Diciembre/Enero


{didáctica}Prende la luz:propuesta didáctica para la enseñanza de léxico en el aula de ELERaquel Horche LaheraEn la enseñanza y aprendizaje de segundas lenguas elléxico ocupa un lugar destacado dentro de los diferentesámbitos de estudio. Pero el aprendizaje de léxico no sereduce a largas listas de palabras aisladas sin relación entre sí,sino que ha de asemejarse a grandes redes en las que las palabrasse unen unas a otras y crean fuertes puntos de conexión quepermiten al hablante articular un discurso fluido y cohesionado.Estos entramados de palabras permiten al aprendiz poderrecuperar las distintas palabras con mayor rapidez dotándolede una mejor expresión en la lengua extranjera. De este modo,la enseñanza de léxico no se limita únicamente al ámbitofonológico, gráfico o semántico, sino que se acercar también alas combinaciones que tienen las palabras entre sí, haciéndoseimprescindible para el estudiante de segundas lenguas conocerlas palabras que combinan habitualmente con la nueva palabraque va a aprender.Con esta propuesta didáctica pretendemos hacer unapresentación del léxico relacionado con la luz, que sea deutilidad tanto para los profesores como para los alumnos deespañol como lengua extranjera. En concreto, esta propuestaestá destinada a alumnos con un nivel de español C1 del MarcoComún Europeo de Referencia.Para empezar, se presentará al alumno una actividad demotivación y de recuperación del léxico ya conocido. Elobjetivo de la secuencia didáctica es la creación de un mapasemántico relacionado con la luz, lo cual no excluye laaproximación al mismo como actividad de calentamiento quepermita al alumno entrar en contacto con el tema a tratar. Deeste mapa semántico inicial se espera que salgan algunas delas locuciones que trabajaremos posteriormente, así comosustantivos, verbos, adjetivos y colocaciones. De aquelloque no trabajaremos posteriormente cabe destacar algunascolocaciones que el alumno ya ha aprendido en los nivelesanteriores, como son: Encender la luz, apagar la luz, prender laluz o hacerse la luz.Tras esta actividad se realizarán una serie de actividadesenfocadas todas ellas a la presentación de nuevo léxico.


{didáctica}2. Las expresiones que tienes a continuación están relacionadas con la luz pero ¿a qué otros sustantivos pueden estar referidos?vientoinformacióninfecciónagualeñasolChorro de luzFoco de luzFuente de luzHaz de luzRáfaga de luzRayo de luzChorro de ________Foco de ________Fuente de ________Haz de ________Ráfaga de ________Rayo de ________3. Relaciona cada palabra con su definición.1. Lúcido a. Que despide luz2. Iluminación b. Conjunto de luces que alumbran un lugar3. Alucinar c. Que reluce4. Alumbrado d. Claro en el razonamiento5. Reluciente e. Acción y efecto de iluminar6. Luminoso f. Sorprender, asombrar, deslumbrar4. Clasifica estas palabras según sean sustantivos, adjetivos o verbos.lucidez alucinado lúcidoluminoso relucir iluminadoiluminación alumbrar relucienteluminosidad lucir deslumbraralucinación iluminar alumbradoalucinardeslumbranteSUSTANTIVOS ADJETIVOS VERBOS52¿?Diciembre/Enero


5. Relaciona cada adjetivo con su antónimo.1. Lúcido a. Apagado2. Reluciente b. Oscuro3. Iluminado c. Torpe4. Luminoso d. Discreto5. Deslumbrante e. Sereno6. Alucinado f. OpacoTras estas actividades se espera que los alumnos hayan elaborado un mapa semántico relacionado con la luz similar al que semuestra a continuación.LUCIR LUCIDEZ LÚCIDORELUCIRRELUCIENTEILUMINAR ILUMINACIÓN ILUMINADOLUMINOSIDADLUMINOSOALUMBRAR ALUMBRAMIENTO ALUMBRADOALUCINAR ALUCINACIÓN ALUCINADOCHORRO DE LUZFOCO DE LUZFUENTE DE LUZHAZ DE LUZRÁFAGA DE LUZRAYO DE LUZARROJAR LUZ SOBREDAR A LUZDAR LUZ VERDE ATENER LUZ VERDESACAR A LA LUZSALIR A LA LUZVER LA LUZBRILLAR CON LUZ PROPIAA LA LUZ DEA TODAS LUCESENCENDER LA LUZPRENDER LA LUZAPAGAR LA LUZHACERSE LA LUZSoluciones a los ejercicios planteados.1. a. salieron a la luz; b. brilla con luz propia; c. ha dado luz verde; d. dio a luz; e. a la luz; f. a todas luces; g. arrojen luz sobre.2. agua; infección; información; leña; viento; sol.3. 1d;2e;3f;4b;5c;6a4. Sustantivos: Lucidez, iluminación, luminosidad, alumbrado, alucinación. Adjetivos: Lúcido, reluciente, iluminado, luminoso,deslumbrante, alucinado. Verbos: Lucir, relucir, iluminar, deslumbrar, alumbrar, alucinar.5. 1c;2f/a;3a;4b/a;5d;6eDezembro/Janeiro¿?53


54¿?Diciembre/Enero


Dezembro/Janeiro¿?55


Director:José Carlos DiasCoordinadora da Sección Galega:Lucía Rodríguez CaeiroCoordinador de la Sección Española e Djudeoespanyola:Gerardo BeltránCoordinador de la Secció Catalana:Josep Antoni ClementCoordenadoras da Secção Portuguesa:Ana Carolina BeltrãoCronistas/Columnistas:Jakub Jankowski, Josep Antoni Clement, Kornel StanisławskiJornalistas/Periodistas:Bożena Gąsienica-DanielEwa-Maria SobolewskaEwa OknińskaDanka ZgliczyńskaElżbieta SukiennikJakub JankowskiJoanna MoszczyńskaJoanna WłodarczykKamila GądekKatarzyna BanachŁukasz R. SzulimMagdalena GuziejkoMagdalena SmorczewskaMarek CichyMarlena KalińskaMarta MachowskaNatalia KędraTomasz KiersnowskiZosia KozłowskaColaboradores:Anna KalewskaDaniela CapilléKatarzyna Hajost-ŻakManuela Teixeira PintoMartín R. CaeiroSylwia JakubasColaboraçãoEspecial:Abel MurciaBożenna PapisMaria do Rosário GirãoMarcos Nunes VilhenaRachel Horche LaheraDesign Gráfico:José Carlos Dias e Josep Antoni ClementCapa:Jakub JankowskiFotógrafos:Bożena Gąsienica-DanielJoannaWłodarczyk,Cartonista:Jakub JankowskiTiragem:200 exemplaresImpressão:Zakład Graficzny Uniwersytetu WarszawskiegoEditora:Instituto de Estudos Ibéricos eIbero-americanos da Universidadede Varsóvia56¿?Diciembre/Enero

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!