11.07.2015 Views

DST: Manual de Bolso - Canal Minas Saúde

DST: Manual de Bolso - Canal Minas Saúde

DST: Manual de Bolso - Canal Minas Saúde

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Coor<strong>de</strong>nação Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong> e AidsSecretaria <strong>de</strong> Vigilância em Saú<strong>de</strong>Ministério da Saú<strong>de</strong> - BrasilDOENÇAS SEXUALMENTETRANSMISSÍVEIS(<strong>DST</strong>)MANUAL DE BOLSOBrasília - DF2006


© 2006 Ministério da Saú<strong>de</strong>É permitida a reprodução parcial ou total <strong>de</strong>sta obra,<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que citada a fonte.Tiragem: 150.000 exemplaresPRESIDENTE DA REPÚBLICALuiz Inácio Lula da SilvaMINISTRO DE ESTADO DA SAÚDESaraiva FelipeDIRETOR DO PROGRAMA NACIONAL DE <strong>DST</strong> E AIDSPedro ChequerDIRETORA-ADJUNTA DO PROGRAMA NACIONAL DE <strong>DST</strong> E AIDSMariângela SimãoPRODUÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E INFORMAÇÕESMINISTÉRIO DA SAÚDESecretaria <strong>de</strong> Vigilância em Saú<strong>de</strong>Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong> e AidsAv. W3 Norte, SEPN 511, Bloco CCEP 70750-543 – Brasília, DFDisque Saú<strong>de</strong> / Pergunte aids: 0800 61 1997Home page: www.aids.gov.brPUBLICAÇÃO FINANCIADA COM RECURSOS DO PROJETO UNODC AD/BRA/03/H34Elaboração: Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Doenças Sexualmente Transmissíveis - U<strong>DST</strong>ASSESSOR DE COMUNICAÇÃO/PN-<strong>DST</strong>/AIDSAlexandre Magno <strong>de</strong> A. AmorimEDITORDario NoletoPROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃOAlexsandro <strong>de</strong> Brito AlmeidaCAPABruno <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> ImbroisiFICHA CATALOGRÁFICABrasil. Ministério da Saú<strong>de</strong>. Secretaria <strong>de</strong> Vigilância em Saú<strong>de</strong>. Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong> e Aids.<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Bolso</strong> das Doenças Sexualmente Transmissíveis / Ministério da Saú<strong>de</strong>, Secretaria <strong>de</strong>Vigilância em Saú<strong>de</strong>, Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong> e Aids. Brasília: Ministério da Saú<strong>de</strong>. 2005.108p. Série Manuais n. o 242.ed.1.Doenças Sexualmente Transmissíveis. 2. Síndrome da Imuno<strong>de</strong>ficiência Adquirida. 3.Medicamentos anti-retrovirais. 4. SUS.I. Brasil. Ministério da Saú<strong>de</strong>. II. Secretaria <strong>de</strong> Vigilância em Saú<strong>de</strong>. Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong> eAids. III. Título. IV. Série.Impresso no Brasil / Printed in Brazil


APRESENTAÇÃOAs Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>) estão entreos problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública mais comuns em todo omundo, com uma estimativa <strong>de</strong> 340 milhões <strong>de</strong> casosnovos por ano (OMS, 2001).É sabido que as <strong>DST</strong> facilitam a transmissão do HIV,por isso passaram a ter redobrada importância nosúltimos anos, principalmente no que se refere àvigilância epi<strong>de</strong>miológica, à capacitação <strong>de</strong> profissionaispara a atenção a<strong>de</strong>quada e à disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>medicamentos.Tradicionalmente, os esforços para o controle das<strong>DST</strong> tem se voltado para o diagnóstico e tratamentono âmbito clínico. No entanto, para obter um maiorimpacto sobre a população, é necessário implementarativida<strong>de</strong>s preventivas, i<strong>de</strong>ntificar e tratar os casos o maisprecocemente possível.Levando-se em conta a alta magnitu<strong>de</strong> estimada das<strong>DST</strong> em nosso meio, sua transcendência e a existência <strong>de</strong>tecnologia apropriada para seu controle, o <strong>Manual</strong> <strong>de</strong>Doenças Sexualmente Transmissíveis – <strong>DST</strong> tem o objetivo<strong>de</strong> contribuir para melhorar a qualida<strong>de</strong> da atenção àspessoas com infecções do trato reprodutivo e sexualmentetransmissíveis mais freqüentes em todo país.O PN-<strong>DST</strong>/AIDS se propõe, com o apoio e participação <strong>de</strong>estados, municípios, organizações não-governamentais e<strong>de</strong>mais instituições envolvidas, a efetivar o controle das<strong>DST</strong> como seu objetivo prioritário.Para isto, é indispensável a edição <strong>de</strong>ste <strong>Manual</strong> <strong>de</strong><strong>Bolso</strong>, baseado na 4ª edição do <strong>Manual</strong> <strong>de</strong> Controle das<strong>DST</strong>, que contou, em sua elaboração, com a participaçãodo pessoal técnico do PN-<strong>DST</strong>/AIDS e <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong>especialistas como consultores-revisores, listados aseguir:


• A<strong>de</strong>le Schwartz Benzaken (Fundação Alfredo daMatta - AM)• Angelica Espinosa Miranda (UFES – ES)• Denis Ribeiro (PN-<strong>DST</strong>/AIDS)• Eduardo Campos (PN-<strong>DST</strong>/AIDS)• Eliana Amaral (UNICAMP – SP)• Marcelo Joaquim Barbosa (PN-<strong>DST</strong>/AIDS)• Telma Regia B. S. Queiroz (Secretaria Estadual daSaú<strong>de</strong> – CE)• Valdir Monteiro Pinto (PN-<strong>DST</strong>/AIDS)Pedro ChequerCoor<strong>de</strong>nador do Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong> e Aids


SumárioIntrodução ...................................................................................... 9As <strong>DST</strong> como priorida<strong>de</strong> ............................................................. 11Princípios para a a<strong>de</strong>quada atenção as <strong>DST</strong>............................. 12Estratégias para a a<strong>de</strong>quada atenção ........................................ 13Prevenção ............................................................................. 13Detecção <strong>de</strong> Casos ................................................................ 14Tratamento imediato ........................................................... 14O Manejo a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> <strong>DST</strong> ....................................... 16Abordagem do Portador <strong>de</strong> <strong>DST</strong> ................................................ 18Exame Físico ......................................................................... 22Exame Genital Masculino ................................................... 22Exame Genital Feminino ..................................................... 23Pesquisa <strong>de</strong> outras <strong>DST</strong> ........................................................ 26O diagnóstico <strong>de</strong> <strong>DST</strong> .................................................................. 28Abordagem Sindrômica <strong>de</strong> <strong>DST</strong> ................................................. 31I<strong>de</strong>ntificação das Síndromes ............................................... 31Tratamento para os Agentes Etiológicos mais freqüentes ... 33Uso dos Fluxogramas ........................................................... 38


O que é um Fluxograma? ................................................... 38Passos para o uso <strong>de</strong> fluxogramas ...................................... 38Úlceras Genitais ..................................................................... 40Corrimento Uretral........................................................................ 47Corrimentos Vaginal ..................................................................... 52Fluxograma Vaginal sem microscopia.................................. 52Fluxograma Vaginal com microscopia................................. 53Dor Pélvica ................................................................................... 64Infecção pelo Papilomavirus Humano (HPV) .............................. 71Rastreio <strong>de</strong> Câncer Cérvico-uterino ............................................ 85Hepatites B e C ...........................................................................91Prevenção das <strong>DST</strong> na violência sexual ..................................... 96Bibliografia ................................................................................. 105


9IntroduçãoNos últimos anos, principalmente após o início da epi<strong>de</strong>mia<strong>de</strong> aids, as <strong>DST</strong> readquiriram importância como problemas<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública. Entretanto, alguns fatos negativos têm sidopercebidos no contexto da atenção às <strong>DST</strong> em nosso país:• são escassos os dados epi<strong>de</strong>miológicos relativos às <strong>DST</strong>;apenas a aids, a sífilis congênita e a sífilis na gestaçãosão <strong>de</strong> notificação compulsória;• os portadores <strong>de</strong> <strong>DST</strong> continuam sendo discriminadosnos vários níveis do sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.• populações prioritárias como adolescentes, profissionaisdo sexo, homo e bissexuais, travestis entre outros, têmpouca acessibilida<strong>de</strong> aos serviços.• o atendimento é muitas vezes ina<strong>de</strong>quado, resultando emsegregação e exposição a situações <strong>de</strong> constrangimento.Tal fato se dá, por exemplo, quando usuários têmque expor suas queixas em locais sem privacida<strong>de</strong>(recepções) ou a funcionários <strong>de</strong>spreparados. Essassituações contribuem para afastá-los dos serviços <strong>de</strong>saú<strong>de</strong>;


10Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ Aids• a irregularida<strong>de</strong> na disponibilização <strong>de</strong> medicamentosespecíficos contribui para que <strong>de</strong>sacreditem osindivíduos com <strong>DST</strong>, dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;• pouquíssimas unida<strong>de</strong>s são capazes <strong>de</strong> oferecerresultados <strong>de</strong> testes conclusivos, no momento daconsulta.A conseqüência mais evi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>ssa situação <strong>de</strong> baixaresolutivida<strong>de</strong> dos serviços é a busca <strong>de</strong> atendimento emlocais nos quais não seja necessário se expor, nem esperar emlongas filas, ou seja: as farmácias comerciais.


11As <strong>DST</strong> como priorida<strong>de</strong>Pela sua magnitu<strong>de</strong>, transcendência, vulnerabilida<strong>de</strong> efactibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> controle, as <strong>DST</strong> <strong>de</strong>vem ser priorizadasenquanto agravos em saú<strong>de</strong> pública.A assistência às <strong>DST</strong> <strong>de</strong>ve ser realizada <strong>de</strong> forma integradapelo Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família, Unida<strong>de</strong>s Básicas <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> (UBS) e serviços <strong>de</strong> referência regionalizados. Oprimeiro, pela suas características, po<strong>de</strong> facilitar o acesso aocuidado e a busca <strong>de</strong> parceiros sexuais, enquanto as UBS e osúltimos <strong>de</strong>vem exercer um papel fundamental no tratamentoa<strong>de</strong>quado e seguimento clínico.Deve haver participação e controle <strong>de</strong> ações pelas organizaçõesda socieda<strong>de</strong> civil no acesso aos serviços, no cumprimentoda pactuação para aquisição <strong>de</strong> medicamentos, nadisponibilização <strong>de</strong> insumos laboratoriais, na disponibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> preservativos e outros insumos.As <strong>DST</strong>, além das internações e procedimentos necessáriospara tratamento <strong>de</strong> suas complicações, causam, também,gran<strong>de</strong> impacto social que se traduz em custos indiretos paraa economia do País.


12Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ AidsPrincípios para a<strong>de</strong>quada atenção às <strong>DST</strong>Os princípios básicos para atenção às <strong>DST</strong>, como em qualquerprocesso <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> epi<strong>de</strong>mias, são os seguintes:• interromper a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> transmissão: atuandoobjetivamente nos “elos” que formam essa corrente,ou seja, <strong>de</strong>tectando precocemente os casos,tratando os infectados, e seus parceiros, a<strong>de</strong>quada eoportunamente.• prevenir novas ocorrências: por meio <strong>de</strong>aconselhamento específico, durante o qual asorientações sejam discutidas conjuntamente,favorecendo a compreensão e o seguimento dasprescrições, contribuindo, assim, <strong>de</strong> forma mais efetiva,para a adoção <strong>de</strong> práticas sexuais mais seguras.


13Estratégias para a<strong>de</strong>quada atençãoPrevençãoA prevenção, estratégia básica para o controle datransmissão das <strong>DST</strong> e do HIV, dar-se-á por meio daconstante informação para a população geral e das ativida<strong>de</strong>seducativas que priorizem: a percepção <strong>de</strong> risco, as mudançasno comportamento sexual e a promoção e adoção <strong>de</strong>medidas preventivas com ênfase na utilização a<strong>de</strong>quada dopreservativo.As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aconselhamento das pessoas com <strong>DST</strong> e seusparceiros durante o atendimento são fundamentais, no sentido<strong>de</strong> buscar que os indivíduos percebam a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> maiorcuidado, protegendo a si e a seus parceiros, prevenindo assima ocorrência <strong>de</strong> novos episódios. Deve-se sempre enfatizar aassociação existente entre as <strong>DST</strong> e a infecção pelo HIV. Devese,ainda, estimular a a<strong>de</strong>são ao tratamento, explicitando aexistência <strong>de</strong> casos assintomáticos ou pouco sintomáticos,também suscetíveis a graves complicações. A promoção edisponibilização <strong>de</strong> preservativos <strong>de</strong>ve ser função <strong>de</strong> todos osserviços, <strong>de</strong>sta forma, a assistência po<strong>de</strong> se constituir em ummomento privilegiado <strong>de</strong> prevenção.


14Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ AidsDetecção <strong>de</strong> casosTão importante quanto diagnosticar e tratar o maisprecocemente possível os portadores sintomáticos érealizar a <strong>de</strong>tecção dos portadores assintomáticos. Entre asestratégias que po<strong>de</strong>rão suprir essa importante lacuna estãoos rastreamentos <strong>de</strong> <strong>DST</strong> assintomáticas, especialmentesífilis, gonorréia e clamídia em gestantes e/ou adolescentes,em serviços que executam atendimento ginecológico,em especial os <strong>de</strong> planejamento familiar, <strong>de</strong> pré-natal e osserviços <strong>de</strong> prevenção do câncer ginecológico.Algumas mudanças na orientação dos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>para que passem a fazer assistência integral aos usuáriossão <strong>de</strong> fundamental importância pois, com isso, pessoas emsituação <strong>de</strong> risco teriam oportunida<strong>de</strong> para diagnóstico e/ouaconselhamento.Tratamento imediatoO tratamento <strong>de</strong>ve ser instituído no momento da consulta,preferencialmente com medicação por via oral e em doseúnica, ou com o menor número possível <strong>de</strong> doses. A utilização<strong>de</strong> alguns fluxogramas <strong>de</strong>senvolvidos, testados e já validados,provê a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento imediato e a rupturaimediata da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> transmissão. Nesta abordagem, sãopesquisados os sinais e sintomas que, agrupados, forneçamo diagnóstico <strong>de</strong> uma síndrome. O tratamento visará, então,


15aos agentes etiológicos mais comuns na síndrome emestudo. Para que esse tipo <strong>de</strong> assistência seja a<strong>de</strong>quadamenteimplementada, po<strong>de</strong> incluir ainda a coleta <strong>de</strong> material quepermita a realização do diagnóstico etiológico em laboratóriolocal ou <strong>de</strong> referência, aconselhamento para redução <strong>de</strong>risco, tratamento <strong>de</strong> parceiros, orientações para a<strong>de</strong>são aostratamentos fracionados, promoção e disponibilização <strong>de</strong>preservativos.


16Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ AidsO manejo a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> <strong>DST</strong>• TRIAGEM: neste mo<strong>de</strong>lo consi<strong>de</strong>ra-se extremamente<strong>de</strong>sejável a existência <strong>de</strong> um serviço <strong>de</strong> triagemconfi<strong>de</strong>ncial que seja realizada por profissionais <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>vidamente preparados para essa finalida<strong>de</strong>.• ESPERA: o tempo <strong>de</strong> espera <strong>de</strong>verá ser o menorpossível, <strong>de</strong>vendo ser aproveitado para realização <strong>de</strong>ações <strong>de</strong> educação em saú<strong>de</strong> individual e coletiva,esta última por meio <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os educativos, dinâmicas<strong>de</strong> grupo, abordagens <strong>de</strong> questões <strong>de</strong> cidadania, entreoutras.• CONSULTA CLÍNICA: é o momento <strong>de</strong> avaliação pelaanamnese e exame clínico, quando se aplica a abordagemsindrômica isolada ou associada à coleta <strong>de</strong> exameslaboratoriais. A anamnese <strong>de</strong>ve incluir a avaliação dasvulnerabilida<strong>de</strong>s (individual, social e institucional).Nessa etapa, também se recomenda a vacinação contrahepatite B para todos os portadores <strong>de</strong> <strong>DST</strong> com menos<strong>de</strong> 30 anos, exceto em zonas endêmicas, on<strong>de</strong> só estáindicada para os indivíduos suscetíveis i<strong>de</strong>ntificadospor sorologia.


17• ACONSELHAMENTO: <strong>de</strong>ve estar presente em todoo atendimento. Além <strong>de</strong> ouvir as preocupações docliente, o profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve facilitar a reflexãoe a superação <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s, prover informação,apoio emocional e auxíliar nas <strong>de</strong>cisões para a adoção<strong>de</strong> medidas preventivas. É necessário que o profissionaltenha habilida<strong>de</strong> e sensibilida<strong>de</strong> para abordar <strong>de</strong> formanão preconceituosa questões da intimida<strong>de</strong>, sobretudoa respeito da sexualida<strong>de</strong> e do uso <strong>de</strong> drogas, <strong>de</strong> forma ai<strong>de</strong>ntificar as práticas do usuário que o expõem a risco.O aconselhamento, a avaliação <strong>de</strong> situações <strong>de</strong> riscoe a educação para saú<strong>de</strong> das pessoas com <strong>DST</strong> e seusparceiros são ativida<strong>de</strong>s nas quais vários profissionaispo<strong>de</strong>m atuar, além <strong>de</strong> médicos(as) e enfermeiros(as).• COMUNICAÇÃO AOS PARCEIROS SEXUAIS:Serão consi<strong>de</strong>rados parceiros, para fins <strong>de</strong> comunicaçãoou convocação, os indivíduos com quem o pacienterelacionou-se sexualmente nos últimos 30 dias. O uso<strong>de</strong> cartões para comunicação aos parceiros sexuais é<strong>de</strong>sejável. De acordo com as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cadaserviço, outras ativida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>rão ser <strong>de</strong>senvolvidas.É fundamental que os parceiros <strong>de</strong> gestantes com sífilisque não aten<strong>de</strong>rem ao chamado para tratamento sejamobjeto <strong>de</strong> busca ativa.


18Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ AidsAbordagem ao portador <strong>de</strong> <strong>DST</strong>O atendimento <strong>de</strong> pacientes com <strong>DST</strong> tem algumasparticularida<strong>de</strong>s. Ele visa a interromper a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>transmissão <strong>de</strong> forma mais efetiva e imediata possível. Visa,ainda, a evitar as complicações advindas da(s) <strong>DST</strong> emquestão, e a cessação imediata dos sintomas.O objetivo <strong>de</strong>sse atendimento é tentar prover, em umaúnica consulta: diagnóstico, tratamento e aconselhamentoa<strong>de</strong>quados. Não há impedimento para que exameslaboratoriais sejam colhidos ou oferecidos. A conduta, noentanto, não <strong>de</strong>verá <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> <strong>de</strong>morados processos <strong>de</strong>realização e/ou interpretação dos exames. Não se quer dizercom isto que o laboratório seja dispensável, ao contrário, temseu papel aumentado principalmente em unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><strong>de</strong> maior complexida<strong>de</strong>, que servirão como fontes para a<strong>de</strong>finição do perfil epi<strong>de</strong>miológico das diferentes <strong>DST</strong> e <strong>de</strong>sua sensibilida<strong>de</strong> aos medicamentos preconizados.Fluxogramas específicos, já <strong>de</strong>senvolvidos e testados, sãoinstrumentos que auxiliarão o profissional que realiza oatendimento na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões. Seguindo os passosdos fluxogramas, o profissional, ainda que não especialista,


19estará habilitado a <strong>de</strong>terminar um diagnóstico sindrômico,implementar o tratamento imediato, realizar aconselhamentopara estimular a a<strong>de</strong>são ao tratamento, para a redução <strong>de</strong> riscos,para a busca, orientação e tratamento <strong>de</strong> parceiros, promoção<strong>de</strong> incentivo ao uso <strong>de</strong> preservativos, <strong>de</strong>ntre outros aspectos.Os fluxogramas incluem uma série <strong>de</strong> polígonos <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisãoe ação que contêm as informações básicas necessárias aomanejo dos pacientes.Para o uso do fluxograma, o profissional i<strong>de</strong>ntifica o polígonocorrespon<strong>de</strong>nte ao problema clínico que se encontra notopo do quadro e segue, passo a passo, tomando as <strong>de</strong>cisõesnecessárias, <strong>de</strong> acordo com os achados clínicos.Após o fluxograma <strong>de</strong> cada síndrome, são apresentadas asnotas correspon<strong>de</strong>ntes a cada polígono <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e ação.Essas notas, ainda que parte essencial do fluxograma, são<strong>de</strong>masiadamente <strong>de</strong>talhadas para serem incluídas nospolígonos.O exame físico e a anamnese do paciente e <strong>de</strong> seus contatossexuais <strong>de</strong>vem constituir-se nos principais elementos dosdiagnósticos das <strong>DST</strong>, tendo em vista a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> acessoimediato aos exames laboratoriais. O médico, e mesmo os<strong>de</strong>mais profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>verão conhecer os principaisaspectos anatômicos e funcionais, tanto do organismomasculino como do feminino, para po<strong>de</strong>r, junto com osdados da anamnese, fazer um diagnóstico <strong>de</strong> presunção das


20Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ Aidsprincipais síndromes (abordagem sindrômica) ou doençastransmitidas pelo sexo, lembrando que, na mulher, diversas<strong>DST</strong> po<strong>de</strong>m apresentar-se <strong>de</strong> maneira assintomática duranteperíodo variável <strong>de</strong> tempo.É importante frisar que obter informações fi<strong>de</strong>dignas para arealização <strong>de</strong> uma anamnese consistente e precisa implica naconstrução <strong>de</strong> uma relação <strong>de</strong> confiança entre o profissional<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e o indivíduo em atendimento. Para tal, o profissional<strong>de</strong>ve ter em mente que, no contexto assistencial das <strong>DST</strong>,questões sobre sexualida<strong>de</strong>, fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>, prazer, <strong>de</strong>sprazer,violência, conceito <strong>de</strong> risco, <strong>de</strong> doença, <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e outros,são apresentados das mais variadas formas, <strong>de</strong> acordo com ahistória <strong>de</strong> cada um dos interlocutores (paciente e profissional),seu meio socioeconômico e sua personalida<strong>de</strong>.Sabemos que as <strong>DST</strong> implicam em práticas <strong>de</strong> foro íntimo esão <strong>de</strong>correntes do exercício da sexualida<strong>de</strong>. Sendo assim, osprofissionais têm a oportunida<strong>de</strong> ímpar <strong>de</strong> conversar sobreaspectos da intimida<strong>de</strong> da vida da pessoa em atendimento e,portanto, precisam ter clareza a respeito dos valores sexuaisdo paciente, assim como <strong>de</strong> seus próprios valores. Dessaforma, atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> preconceito, juízos <strong>de</strong> valor e imposição<strong>de</strong> condutas po<strong>de</strong>rão ser evitadas e, apesar das eventuaisdiferenças, o diálogo será garantido.Caso contrário, conseqüências negativas po<strong>de</strong>rão ocorrer,como por exemplo: omissão <strong>de</strong> informações necessárias para


21a realização do diagnóstico ou <strong>de</strong>spreocupação quanto à realgravida<strong>de</strong> da doença ou, por outro lado, superdimensionála,causando, <strong>de</strong>sta forma, angústias <strong>de</strong>snecessárias ou atémesmo <strong>de</strong>sajustes conjugais.Nesse sentido, enten<strong>de</strong>mos que o paciente <strong>de</strong>verá ser vistocomo um todo, constituído por sentimentos, crenças, valores,aspectos <strong>de</strong>terminantes das práticas <strong>de</strong> risco e atitu<strong>de</strong>s diantedo tratamento prescrito. Seu comportamento orgânicotambém não se restringe aos órgãos genitais; lembremos queoutras doenças (ex.: diabetes, <strong>de</strong>rmatoses, imuno<strong>de</strong>ficiências,etc.), o estado nutricional e o uso <strong>de</strong> medicamentos, po<strong>de</strong>minterferir tanto no diagnóstico como no tratamento das <strong>DST</strong>.No atendimento motivado por <strong>DST</strong>, os profissionais <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>verão incluir o exame clínico-genital minucioso quecontemple a busca <strong>de</strong> outras <strong>DST</strong>, educação para redução <strong>de</strong>riscos, orientação sobre cuidados higiênicos, oferecimento doteste <strong>de</strong> sífilis,hepatiteBeanti-HIV,aconselhamento,estímuloà a<strong>de</strong>são ao tratamento, promoção do uso <strong>de</strong> preservativos,busca <strong>de</strong> parceiros sexuais e a notificação do caso. Sempreque possível, <strong>de</strong>verá ser feita a pesquisa e a observação <strong>de</strong>achados que possam i<strong>de</strong>ntificar outras doenças, por meio<strong>de</strong>: inspeção geral, controle <strong>de</strong> pressão arterial, palpação<strong>de</strong> mamas, toque retal; a citologia oncótica <strong>de</strong> colo <strong>de</strong> útero<strong>de</strong>verá ser realizada quando houver indicação e por ocasiãodo retorno da paciente.


22Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ AidsExame físicoObservar pele, particularmente a palma das mãos, plantas dospés; mucosas orofaríngea e dos genitais e palpar os gânglios<strong>de</strong> todos os segmentos corporais (cabeça, tronco e membros).Quaisquer lesões (ulceradas ou não, em baixo ou alto relevo,hiperêmica, hipercrômica, circular, irregular, circinada etc.),no abdômen, dorso, couro cabeludo, e principalmente, naregião perineal, <strong>de</strong>verão ser anotadas e correlacionadas coma história em questão.Doenças como sífilis po<strong>de</strong>m ter, além da região genital,outros locais <strong>de</strong> infecção. A gonorréia po<strong>de</strong> apresentar formasdiferentes da enfermida<strong>de</strong> abrangendo regiões não-genitais(ex.: faringite, osteoartrite, conjuntivite, peri-hepatite etc.).O eritema multiforme e a cefaléia, po<strong>de</strong>m acompanhar olinfogranuloma venéreo.Assim como essas observações, muitas outras po<strong>de</strong>riam serfeitas, já que as <strong>DST</strong> não <strong>de</strong>vem ser procuradas por sinaisisolados, mas sim por um conjunto <strong>de</strong> informações e <strong>de</strong>dados clínicos que possam sugerir o diagnóstico.Exame genital masculinoPara uma melhor inspeção, tanto da região inguinal quantodos órgãos genitais externos, o paciente <strong>de</strong>verá estar em pé,com as pernas afastadas, e o clínico sentado. Para a região


23ano-retal, o paciente <strong>de</strong>verá curvar-se para a frente, afastandoas ná<strong>de</strong>gas com suas próprias mãos ou, melhor ainda, <strong>de</strong>itadoem <strong>de</strong>cúbito lateral com leve anteflexão do tronco e da coxanão encostada na maca.Observar e palpar ca<strong>de</strong>ias ganglionares e quaisquer outrastumorações, ulcerações, fístulas, fissuras etc. Notar possíveis<strong>de</strong>svios do eixo peniano, aberturas anômalas da uretra,assimetria testicular, processo inflamatório da bolsa escrotal.Sempre que possível, efetuar o toque retal à procura <strong>de</strong>tumorações e saliências, além <strong>de</strong> alterações da próstata.Exame genital femininoPelas próprias características femininas, o ginecologista ouclínico, necessitará contar com a total cooperação da paciente.Para tanto, <strong>de</strong>verá captar sua confiança, <strong>de</strong>screvendo todos osprocedimentos a serem realizados, ressaltando o fato <strong>de</strong> quetodo o material a ser utilizado é esterilizado. O exame <strong>de</strong>veser realizado com a paciente em posição ginecológica.No exame estático, <strong>de</strong>ve-se observar a disposição dospêlos, conformações anatômicas (monte <strong>de</strong> Vênus, gran<strong>de</strong>se pequenos lábios, clitóris, hímen, períneo, borda anal),distrofias, discromias, tumorações, ulcerações etc.Para o exame dinâmico, utilizar luvas <strong>de</strong> procedimento,<strong>de</strong>scartáveis; <strong>de</strong>ve-se colocar os <strong>de</strong>dos indicador e médiona região que correspon<strong>de</strong> às glândulas <strong>de</strong> Bartholin


24Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ Aids(aproximadamente às 5 e 7 horas) e tracioná-las para baixoe para fora. Com isso po<strong>de</strong>-se entreabrir a vulva, que ficarácompletamente exposta, solicitando-se à paciente paraaumentar a pressão intra-abdominal.O exame especular <strong>de</strong>verá ser feito, após breve explicaçãosobre o instrumento à paciente. As coletas dos materiais<strong>de</strong>verão ser feitas antes <strong>de</strong> qualquer lubrificação ou limpeza,<strong>de</strong>vendo ser evitada, portanto, a colocação <strong>de</strong> vaselina noespéculo. Coloca-se o espéculo esterilizado sempre comuma inclinação <strong>de</strong> 75 o , pressionando a pare<strong>de</strong> posteriorda vagina, usando o <strong>de</strong>do indicador e médio para expor ointróito vaginal (evitando o traumatismo <strong>de</strong> uretra e bexiga);observar coloração e pregueamento vaginal, além do aspectodo colo uterino, principalmente do muco cervical; notara presença ou não <strong>de</strong> secreções, tumorações, ulcerações eroturas; efetuar corretamente a coleta <strong>de</strong> material para análiselaboratorial quando em presença <strong>de</strong> secreção, <strong>de</strong> lesõesvegetantes ou ulceradas. Em seguida, efetuar a limpeza doorifício externo do colo com ácido acético 5% e fazer o teste<strong>de</strong> Schiller (lugol) para evi<strong>de</strong>nciar lesões do colo e ectopias.Não havendo corrimento vaginal e/ou cervical, ou após otratamento das secreções ou lesões, coletar material paracolpocitologia oncótica, quando houver indicação.A retirada do espéculo <strong>de</strong>verá ser tão cuidadosa quanto a suacolocação, evitando-se pren<strong>de</strong>r o colo entre as lâminas doespéculo ou retirando-se o mesmo totalmente aberto, o que


25causará dor e traumatismo uretral. Durante a retirada, lenta ecuidadosa, observar as pare<strong>de</strong>s vaginais. Quando disponívelo aparelho, realizar o exame colposcópico observando toda agenitália, incluindo ectocérvice, vagina, vulva e ânus.O toque vaginal também <strong>de</strong>verá ser previamente explicado àpaciente e realizado com luva estéril (sem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter opadrão cirúrgico). Deve-se usar inicialmente o <strong>de</strong>do indicadorpara <strong>de</strong>primir o períneo posterior, o que contribuirá para orelaxamento da musculatura. Introduz-se então os <strong>de</strong>dosmédios e indicador (previamente lubrificados), procurandosentir a elasticida<strong>de</strong> vaginal, presença <strong>de</strong> tumorações e/ouabaulamentos, consistência e tamanho do colo e aberturasdo canal cervical. Movendo-se o colo para um lado eoutro, traciona-se os ligamentos cardinais e largo po<strong>de</strong>ndoevi<strong>de</strong>nciar-se processos inflamatórios.Somente após todas estas manobras é que se <strong>de</strong>ve tocarcom a outra mão a pare<strong>de</strong> abdominal da paciente, semprerespeitando os movimentos respiratórios e aproveitando aexpiração para a palpação profunda.A mão vaginal empurra o colo e o útero para cima para que ofundo do mesmo possa ser palpado entre a mão abdominal e avaginal. Durante a palpação, notar seu tamanho, consistência,mobilida<strong>de</strong>, a regularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua forma, o ângulo em relaçãoao colo e à vagina e a possível sensibilida<strong>de</strong> da paciente.


26Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ AidsAs regiões anexas são palpadas inserindo os <strong>de</strong>dos vaginaislateralmente ao colo, até o fundo do fórnix, e tracionandoas estruturas na pelve com a mão abdominal. As estruturasanexas (ligamento largo, trompa e ovário) são palpadasentre as duas mãos. Estas estruturas po<strong>de</strong>m não serpalpáveis, principalmente em mulheres após a menopausaou obesas. Geralmente, as trompas não são palpáveis, amenos que estejam aumentadas. Deve-se procurar pormassas e alterações da sensibilida<strong>de</strong>. O tamanho, a forma,a consistência e a sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> qualquer massa também<strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>terminados.O toque retal, quando necessário, <strong>de</strong>verá ser explicado paraa paciente, e realizado com uso <strong>de</strong> lubrificante. Facilita oexame pedir à paciente para fazer força durante a inserção do<strong>de</strong>do examinador. Palpa-se o canal anal à procura <strong>de</strong> massas.Utilizando a mesma técnica abdomino-vaginal, as estruturaspélvicas são novamente palpadas. Deve-se prestar atençãoespecial ao septo retrovaginal, aos ligamentos uterossacrais,ao fundo <strong>de</strong> saco e ao fundo uterino posterior. É durante esteexame que melhor se encontram massas do fundo <strong>de</strong> saco <strong>de</strong>Douglas.Pesquisa <strong>de</strong> outras <strong>DST</strong>As associações entre diferentes <strong>DST</strong> são freqüentes. Destacase,atualmente, a relação entre a presença <strong>de</strong> <strong>DST</strong> e o aumentodo risco <strong>de</strong> infecção pelo HIV.


27O cumprimento <strong>de</strong> todos os passos da anamnese, do examefísico e a coleta <strong>de</strong> secreções e material para a realizaçãodo diagnóstico etiológico, o oferecimento para realizaçãodo diagnóstico sorológico anti-HIV e o aconselhamento<strong>de</strong>vem fazer parte da rotina. No entanto, lembramos que arealização dos exames para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> anticorpos anti-HIV,sífilis e hepatite B <strong>de</strong>vem ocorrer se o profissional sentir-secapacitado para realizar o aconselhamento pré e pós teste ecom o consentimento pelo paciente.


28Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ AidsO diagnóstico <strong>de</strong> <strong>DST</strong>Os profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> quando estão diante <strong>de</strong> um possívelcaso <strong>de</strong> <strong>DST</strong> geralmente usam um dos seguintes métodosdiagnósticos:• Diagnóstico etiológico: utilização <strong>de</strong> testes laboratoriaispara i<strong>de</strong>ntificar o agente causador;• Diagnóstico clínico: utilização da i<strong>de</strong>ntificação<strong>de</strong> sinais e sintomas que possam caracterizar uma<strong>de</strong>terminada <strong>DST</strong>; baseado na experiência pessoal <strong>de</strong>cada profissional.O diagnóstico etiológico é o método i<strong>de</strong>al, já que permiteque os profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> saibam qual é o agente causaldaquela doença e indiquem o tratamento mais a<strong>de</strong>quado.No entanto, ambos os métodos apresentam alguns problemasquando utilizados em <strong>DST</strong>.A i<strong>de</strong>ntificação etiológica <strong>de</strong> algumas <strong>DST</strong> requer técnicosespecializados e equipamentos sofisticados <strong>de</strong> laboratório,nem sempre disponíveis.As gonorréias nos homens e as tricomoníases nas mulherespo<strong>de</strong>m ser diagnosticadas no momento da consulta, <strong>de</strong>s<strong>de</strong>


29que estejam disponíveis um microscópio, insumos e umtécnico treinado para a realização da bacterioscopia.Tanto a infecção gonocócica como a causada por clamídia,nas mulheres, só po<strong>de</strong>m ser diagnosticadas, atualmente,por meio <strong>de</strong> testes sofisticados <strong>de</strong> laboratório; as técnicas<strong>de</strong> cultura são difíceis e nem sempre estão disponíveis emunida<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;Testes para outras <strong>DST</strong>, como para cancro mole e herpes, porexemplo, são até mais complexos.Um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> pacientes procura tratamento para<strong>DST</strong> em unida<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> on<strong>de</strong> nem sempreestão disponíveis os equipamentos, insumos e os técnicoshabilitados para a realização do diagnóstico etiológico.Em alguns casos, o diagnóstico etiológico po<strong>de</strong> ser muito<strong>de</strong>morado e dispendioso. Existe, necessariamente, um lapso<strong>de</strong> tempo para a apresentação dos resultados dos testes e,conseqüentemente, para o início do tratamento.Alguns clínicos acham que, após examinar os pacientes,é fácil fazer o diagnóstico clínico <strong>de</strong> uma uretritegonocócica, por exemplo. Porém, até mesmo os especialistaspo<strong>de</strong>m equivocar-se quando utilizam apenas sua própriaexperiência clínica. Por quê? Em muitas casos, não é possívelfazer clinicamente o diagnóstico diferencial entre as váriaspossíveis infecções e, além disso, é comum que ocorram


30Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ Aidsinfecções mistas. Um paciente que tem infecções múltiplasnecessita receber tratamento para todas elas. Ao se tratarapenas uma das infecções, a outra (ou outras) po<strong>de</strong>mevoluir para complicações sérias, além <strong>de</strong> continuarempotencialmente sendo transmitidas, ou seja, não se rompe aca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> transmissão.


31Abordagem sindrômica <strong>de</strong> <strong>DST</strong>As principais características da abordagem sindrômica são:• classificar os principais agentes etiológicos, segundo assíndromes clínicas por eles causados;• utilizar fluxogramas que ajudam o profissional ai<strong>de</strong>ntificar as causas <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada síndrome;• indicar o tratamento para os agentes etiológicos maisfreqüentes na síndrome;• incluir a atenção dos parceiros, o aconselhamento e aeducação sobre redução <strong>de</strong> risco, a a<strong>de</strong>são ao tratamentoe o fornecimento e orientação para utilização a<strong>de</strong>quada<strong>de</strong> preservativos;• incluir a oferta da sorologia para sífilis, hepatites e parao HIV.I<strong>de</strong>ntificação das síndromesEmbora as <strong>DST</strong> sejam causadas por muitos microorganismosdiferentes, estes apenas <strong>de</strong>terminam um número limitado<strong>de</strong> síndromes. Uma síndrome é constituída por um grupo<strong>de</strong> sintomas referidos pelo paciente e sinais que po<strong>de</strong>m ser


32Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ Aidsobservados durante o exame. A tabela seguinte explica ossinais e sintomas das principais síndromes <strong>de</strong> <strong>DST</strong> e suasetiologias mais comuns.PRINCIPAIS SÍNDROMES EM <strong>DST</strong>SíndromeCorrimentovaginalCorrimentouretralÚlcera genitalDesconfortoouDor Pélvica namulherSintomas maiscomunsCorrimentovaginal PruridoDor à micçãoDor duranterelação sexualOdor fétidoCorrimentouretralPruridoEstrangúriaPolaciúriaOdor fétidoÚlcera genitalDor ou<strong>de</strong>sconfortopélvicoDor duranterelação sexualSinais mais comunsE<strong>de</strong>ma <strong>de</strong> vulvaHiperemia <strong>de</strong> vulvaCorrimento vaginale/ou cervicalEtiologias mais comunsVulvovaginite infecciosa:• Tricomoníase• Vaginose Bacteriana• CandidíaseCervicite:• Gonorréia• Infecção por ClamídiaGonorréiaCorrimentoInfecção por clamídiauretral(se necessário,Tricomoníasepeça para o pacienteor<strong>de</strong>nhar a uretra) MicoplasmaureoplasmaSífilisÚlcera genitalCancro MoleAumento <strong>de</strong>Herpes genitallinfonodos inguinaisDonovanoseCorrimento cervicalDor à palpação GonorréiaabdominalInfecção por clamídiaDor à mobilizaçãoInfecção por germesdo coloAnaeróbiosTemperatura >37,5ºC


33O principal objetivo da abordagem sindrômica é facilitar ai<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> uma ou mais <strong>de</strong>ssas síndromes para entãomanejá-las <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada.Como as síndromes são relativamente fáceis <strong>de</strong> seremi<strong>de</strong>ntificadas, foi possível elaborar um “fluxograma” para cadauma <strong>de</strong>las. Cada fluxograma nos conduz á <strong>de</strong>cisões e açõesque precisamos tomar, levando à condição ou condições que<strong>de</strong>vam ser tratadas. Uma vez treinado, o profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>po<strong>de</strong>rá usar os fluxogramas com facilida<strong>de</strong>, tornando possívela assistência aos portadores <strong>de</strong> <strong>DST</strong> em qualquer serviço <strong>de</strong>saú<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> ele então terá acesso a orientação, educação,aconselhamento, oferecimento <strong>de</strong> testes para sífilis, hepatitese para o HIV e o tratamento já na sua primeira consulta.Tratamento para os agentes etiológicos maisfreqüentesComo foi explicado, o diagnóstico sindrômico inclui otratamento imediato para os agentes etiológicos maisfreqüentes. As infecções mistas ocorrem com freqüência:conseqüentemente, os custos com o tratamento em excessosão compensados pelos custos elevados que advirão ao se<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> tratar pessoas com infecções mistas ou sem ossintomas específicos <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada doença.


34Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ AidsExemplo: um paciente se queixa <strong>de</strong> ardência e corrimentono pênis. Ao examiná-lo, você observa um corrimento nauretra. O sinal e o sintoma juntos sugerem uma síndrome<strong>de</strong> corrimento uretral, que é causada, na gran<strong>de</strong> maioriadas vezes, pela gonorréia ou pela infecção por clamídia,então qualquer tratamento prescrito <strong>de</strong>ve ser eficaz paraambas as causas. Existem outras causas para a síndrome <strong>de</strong>corrimento uretral, tais como infecção por micoplasmas,Ureaplasma urealyticum e Trichomonas vaginalis. Opaciente também <strong>de</strong>verá ser tratado para essas causas? Não,necessariamente, porque ambas são menos comuns e causammenos complicações. Porém, tanto a infecção por gonorréiaquanto a causada por clamídia são bastante comuns; elas nãoapenas causam complicações como também po<strong>de</strong>m facilitara transmissão e aquisição do HIV. Dessa forma, é essencialque o paciente seja tratado para essas infecções.Respostas a algumas dúvidas sobre a abordagemsindrômica“A abordagem sindrômica é empírica?”Ao contrário, baseia-se em um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> estudosepi<strong>de</strong>miológicos realizados em vários países 1 ,2 ,3 incluindo oBrasil 4 . Esses estudos compararam diagnósticos sindrômicos,clínicos e etiológicos para avaliar a precisão do diagnósticosindrômico. O diagnóstico sindrômico apresentou excelentes


35resultados especialmente nos casos <strong>de</strong> corrimento uretrale úlcera genital; nos corrimentos vaginais, a maioria dosestudos apresentou resultados apenas satisfatórios, porém,quando comparados com os resultados dos diagnósticosclínicos baseados na experiência pessoal do profissional,passaram a ter outra dimensão. Para esta última síndrome,alguns fluxogramas que sugerem a combinação <strong>de</strong> critérios<strong>de</strong> risco para cervicites e a utilização <strong>de</strong> algumas provaslaboratoriais básicas apresentaram bons resultados.1 Grosskurth H, Mosha F, Todd J et al. Impact of improved treatment of STD on HIVinfection in rural Tanzania: randomised controlled trial. The Lancet. 1995; 346:530-536.2 La Ruche G, Lorougnon F, Digbeu N: Therapeutic algorithms for the management ofsexually transmitted diseases at the peripheral level in Côte d’Ivoire: assessment ofefficacy and cost. Bulletin of the World Health Organization, 1995, 73 (3): 305-313.3 Behets F, Williams Y, Brathwaite A et al. Management of vaginal discharge in womentreated at a Jamaican sexually transmitted disease clinic : Use of diagnostic algorithmsversus laboratory testing. Clin Infect Dis 1995; 21:1450-1455.4 Moherdaui F, Vuylsteke B et al. Validação <strong>de</strong> fluxogramas para a abordagem dasprincipais <strong>DST</strong> no Brasil. Twelveth meeting of the International Society of STDResearch (ISSTDR), Sevilla, España, 19-22 October, 1997. Abstract 102.


36Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ Aids“A abordagem sindrômica <strong>de</strong>spreza o conhecimento e aexperiência do profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>?”No caso <strong>de</strong> algumas <strong>DST</strong>, o diagnóstico clínico é corretoem menos <strong>de</strong> 50% dos casos, como <strong>de</strong>monstram váriosestudos. Além disso, raramente as infecções mistas sãodiagnosticadas.“O diagnóstico sindrômico é simples <strong>de</strong>mais para o médico.Deve ser usado por outros profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que nãoprecisam ser tão bem preparados”.Certamente é uma vantagem que outros profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>possam usar a abordagem sindrômica para o diagnóstico.Por exemplo, na Holanda, os enfermeiros usam o diagnósticosindrômico para tratar pacientes <strong>de</strong> <strong>DST</strong> há alguns anos. Odiagnóstico simplificado e o tratamento imediato tambémpermitem que os profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> possam <strong>de</strong>dicar maistempo à educação e ao aconselhamento, e não impe<strong>de</strong> quesejam colhidos os materiais necessários para que seja feitoposteriormente o diagnóstico etiológico.“Seria melhor oferecer tratamento ao paciente primeiro paraa causa mais comum e <strong>de</strong>pois, caso os sintomas persistam,tratar as outras possíveis causas”.É exatamente o que se quer evitar. Os pacientes que não sãocurados com o tratamento para uma única causa po<strong>de</strong>m


37não retornar ao centro médico indo procurar tratamentoem outro lugar. Po<strong>de</strong>m também tornar-se assintomáticos econtinuar disseminando a infecção ou infecções.“A abordagem sindrômica resulta em um <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong>medicamentos porque os pacientes po<strong>de</strong>m estar tomandodrogas para doenças inexistentes”Na realida<strong>de</strong>, estudos <strong>de</strong>monstraram que a abordagemsindrômica, a longo prazo, apresenta melhor relação custobenefício,ou seja, as complicações advindas <strong>de</strong> tratamentosina<strong>de</strong>quados ou da falta <strong>de</strong> tratamento, po<strong>de</strong>m resultarem custos elevadíssimos para o sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>; portantoa abordagem sindrômica funcionaria como uma açãopreventiva <strong>de</strong> baixo custo relativo.“A abordagem sindrômica induz à resistência bacteriana”O que induz à formação <strong>de</strong> cepas <strong>de</strong> microorganismosresistentes é o tratamento feito <strong>de</strong> forma ina<strong>de</strong>quada, tanto noque se refere à dosagem quanto na a<strong>de</strong>são a esse tratamento,ou seja, tomar todas as doses indicadas, com os intervalos <strong>de</strong>tempo indicados, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do <strong>de</strong>saparecimentodos sintomas; se um tratamento não é completado, osmicroorganismos que sobrevivem serão os mais resistentese ten<strong>de</strong>rão a <strong>de</strong>senvolver-se em novas cepas, cada vez maisresistentes.


38Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ AidsUso dos fluxogramasFluxogramas são as ferramentas essenciais na abordagemsindrômica, porque permitem que profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,mesmo não especializados, diagnostiquem e tratem pacientescom <strong>DST</strong> no primeiro atendimento.O que é um fluxograma?Fluxograma é uma árvore <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões e ações. Ele orienta oprofissional por meio <strong>de</strong> quadros <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões e indicando asações que precisam ser tomadas. Cada <strong>de</strong>cisão ou ação temcomo referência uma ou mais rotas que levam a outro quadro,com outra <strong>de</strong>cisão ou ação.Ao conhecer os sintomas <strong>de</strong> um paciente, o profissional<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> consulta o fluxograma correspon<strong>de</strong>nte à queixae trabalha por meio <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões e ações sugeridas peloinstrumento.Passos para o uso <strong>de</strong> fluxogramas1. Comece perguntando ao paciente sobre os sinais esintomas que ele(a) apresenta.2. Procure o fluxograma apropriado.3. O quadro do problema clínico geralmente leva aum quadro <strong>de</strong> ação, o qual pe<strong>de</strong> que você examine opaciente e/ou colha a história clínica.


394. A seguir, vá para o quadro <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. Após colhera história e examinar o paciente, você <strong>de</strong>ve ter ainformação necessária para escolher SIM ou NÃO.5. Depen<strong>de</strong>ndo da escolha, po<strong>de</strong>rá haver outros quadros<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e ação.À primeira vista, os fluxogramas po<strong>de</strong>m parecer complexos,especialmente se nunca se usou este tipo <strong>de</strong> instrumento.Uma vez familiarizados com eles, se tornam fáceis e práticos.A seguir, são apresentados os fluxogramas elaborados e jávalidados para o manejo <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> <strong>DST</strong> no País.


40Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ AidsÚlceras genitaisPACIENTE COM QUEIXA DE ÚLCERA GENITALANAMNESE E EXAME FÍSICOHISTÓRIA OU EVIDÊNCIADE LESÕES VESICULOSAS?SIMNÃOLESÕES COM MAISDE 4 SEMANAS?TRATARHERPESGENITAL*TRATARSÍFILIS ECANCROMOLE**NÃOSIM-ACONSELHAR, OFERECER ANTI-HIV,VDRL, SOROLOGIA PARA HEPATITE Be C. VACINAR CONTRA HEPATITE B,ENFATIZAR ADESÃO AO TRATAMENTO,NOTIFICAR, CONVOCAR PARCEIROS EAGENDAR RETORNOTRATAR SÍFILIS E CANCROMOLE. FAZER BIÓPSIA+TRATAMENTO PARADONOVANOSE* Em casos <strong>de</strong> herpes, tratar sífilis se VDRL ou RPR forem reagentes, o que será vistono retorno. Se o quadro não é sugestivo <strong>de</strong> herpes, tratar sífilis e cancro mole.** Se forem lesões ulcerosas múltiplas e soroprevalência <strong>de</strong> herpes for igual ou maiorque 30% na região, <strong>de</strong>ve-se tratar herpes concomitantemente à sífilis e cancro mole.


41Notas do fluxograma <strong>de</strong> úlcera genitalPaciente com queixa <strong>de</strong> úlcera genitalEsse é o quadro <strong>de</strong> entrada do fluxograma. Nele estárepresentada a principal queixa do paciente ao seapresentar no serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.Anamnese e exame físicoEsse quadro <strong>de</strong> ação indica que é necessário fazer aanamnese e examinar o paciente para <strong>de</strong>terminar se eletem úlcera genital ou outro sinal <strong>de</strong> <strong>DST</strong>.• No homem: retrair o prepúcio, verificar a presença<strong>de</strong> úlcera ou <strong>de</strong> outros sinais <strong>de</strong> infecção genital.Inspecionar períneo e ânus; palpar região inguinal.• Na mulher: examinar a genitália externa, afastar oslábios vaginais, visualizar o intróito vaginal, examinara vagina, suas pare<strong>de</strong>s, fundo <strong>de</strong> saco e colo uterino.Inspecionar períneo e ânus; palpar região inguinal.• Sempre que possível, coletar material para odiagnóstico etiológico.História ou evidência <strong>de</strong> lesões vesiculosas?Esse quadro <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão mostra a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seinvestigar a possibilida<strong>de</strong> da ulceração ou ulceraçõesserem <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> um episódio <strong>de</strong> herpes genital; aevidência ou história <strong>de</strong> vesículas agrupadas em “cacho”


42Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ Aidssobre base eritematosa, cujo aparecimento foi precedido<strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong>, ou ardência, ou prurido,ou sintomas uretrais (dor ou ardência), especialmentecom história <strong>de</strong> recorrência das lesões, é suficiente parao diagnóstico.Tratar herpes genitalNo caso <strong>de</strong> suspeita clínica <strong>de</strong> 1 o episódio <strong>de</strong> herpesgenital, iniciar o tratamento o mais precocementepossível com:• Aciclovir 200mg, 4/4 hs, 5x/dia, por 7 dias ou 400mg, VO, 8/8 horas, por 7 dias ou• Valaciclovir 1 g, VO, 12/12, horas por 7 dias; ou• Famciclovir 250 mg, VO, 8/8 horas, por 7 dias.Nas recorrências <strong>de</strong> herpes genital, o tratamento <strong>de</strong>ve seriniciado <strong>de</strong> preferência ao aparecimento dos primeirospródromos (aumento <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong>, ardor, dor,prurido) com:• Aciclovir 400 mg, VO, 8/8 horas, por 5 dias (ou 200mg, 4/4hs, 5x/dia, 5 dias); ou• Valaciclovir 500 mg, VO, 12/12 horas, por 5 dias; ou1 g dose única diária, 5 dias ou• Famciclovir 125 mg, VO, 12/12 horas, por 5 dias.


43Gestantes: tratar o primeiro episódio em qualquertrimestre da gestação.Herpes e HIV: No caso <strong>de</strong> manifestações severas comlesões mais extensas, pensar na presença <strong>de</strong> infecçãopelo HIV, quando se recomenda tratamento injetável:• Aciclovir 5 a 10 mg por Kg <strong>de</strong> peso EV <strong>de</strong> 8/8 horas,por 5 a 7 dias, ou até resolução clínica.Casos recidivantes (6 ou mais episódios/ano) po<strong>de</strong>m sebeneficiar com terapia supressiva:• Aciclovir 400 mg, 12/12 hs, por até 6 anos ou• Valaciclovir 500 mg por dia por até 1 ano; ou• Famciclovir 250 mg 12/12 hs por dia por até 1 ano.Tratar sífilis e cancro moleComo o diagnóstico laboratorial imediato não éconclusivo e nem sempre está disponível, recomendaseo tratamento para as duas causas mais freqüentes<strong>de</strong> úlcera genital, a sífilis primária e o cancro mole (verpágina seguinte)Tratamento para sífilis e cancro moleComo o diagnóstico laboratorial imediato raramenteestá disponível, recomenda-se o tratamento presuntivopara as duas causas mais freqüentes <strong>de</strong> úlcera genital, asífilis primária e o cancro mole:


44Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ AidsSífilisAgente 1ª opção 2ª opção Outras situaçõesCancro molePenicilna GBenzatina, 2.4milhões UI, via IM,em dose única (1,2milhão UI em cadaná<strong>de</strong>ga), ouAzitromicina 1 gVO em dose única,ouCiprofloxacina500 mg, VO, 12/12horas, por 3 dias(contra-indicadopara gestantes,nutrizes e menores<strong>de</strong> 18 anos) ouEritromicina(estearato) 500 mg,VO, <strong>de</strong> 6/6 horas,por 7 dias.Doxiciclina 100 mg,VO <strong>de</strong> 12/12 horas,por 14 dias ouaté a cura clínica(contra-indicadopara gestantes enutrizes);+Ceftriaxona 250mg, IM, dose única;Alergia a penicilina- eritromicina(estearato) 500mg, VO, 6/6 horaspor 15 dias (vercapítulo específico)Gestantes – contraindicadouso <strong>de</strong>ciprofloxacina.Usar eritromicinaou ceftriaxonaObs: <strong>de</strong>vido aosefeitos adversos daeritromicina taiscom intolerânciagástrica , utilizara ceftriaxona po<strong>de</strong>ser uma alternativaá eritromicinaSe a lesão ou lesões tiverem mais <strong>de</strong> 4 semanas, <strong>de</strong>vesesuspeitar <strong>de</strong> donovanose, linfogranuloma venéreoou neoplasias. Encaminhar o paciente ou, se houvercondições, realizar biópsia para investigar. Ao mesmotempo, iniciar tratamento para donovanose, com:• Doxiciclina 100 mg, VO, 12/12 horas por, nomínimo, 3 semanas ou até cura clínica; ou• Eritromicina (estearato) 500 mg, VO, <strong>de</strong> 6/6 horaspor, no mínimo, 3 semanas ou até a cura clínica; ou


45• Sulfametoxazol/Trimetoprim (800 mg e 160 mg),VO, 12/12 horas por, no mínimo, 3 semanas, ou atéa cura clínica; ou• Tetraciclina 500 mg, <strong>de</strong> 6/6 horas, durante 3 semanasou até cura clínica ; ou• Azitromicina 1 g VO em dose única, seguido por500mg VO/dia por 3 semanas ou até cicatrizr aslesõesAconselhar, oferecer anti-HIV, VDRL e hepatites,enfatizar a<strong>de</strong>são ao tratamento, notificar, convocarparceiros, agendar retornoNesse quadro <strong>de</strong> ação:• Consi<strong>de</strong>rar com o paciente a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>associação <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> uma <strong>DST</strong>, o que é muitofreqüente. Explicar sobre a importância <strong>de</strong> realizara sorologia para sífilis e hepatites e vacinar contrahepatite B.• Consi<strong>de</strong>rar a associação entre as <strong>DST</strong> e a infecçãopelo HIV. Fazer o aconselhamento pré-teste eoferecer a realização <strong>de</strong> sorologia anti-HIV.Como orientação mínima para o paciente:• concluir o tratamento mesmo se os sintomas ousinais tiverem <strong>de</strong>saparecido.• interromper as relações sexuais até a conclusão dotratamento e o <strong>de</strong>saparecimento dos sintomas.


46Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ Aids• após a cura, usar preservativo em todas as relaçõessexuais ou adotar outras formas <strong>de</strong> sexo mais seguro.• oferecer preservativos ao paciente, orientando sobreas técnicas <strong>de</strong> uso.• recomendar o retorno ao serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> se voltar ater problemas genitais.• Encorajar o paciente a comunicar a todos os seusparceiros(as) sexuais dos últimos três meses, paraque possam ser atendidos e tratados. Fornecer aopaciente cartões <strong>de</strong> convocação para parceiros(as)<strong>de</strong>vidamente preenchidos. Essa ativida<strong>de</strong> éfundamental para se romper a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> transmissãoe para evitar que o paciente se reinfecte.• Notificar o caso no formulário apropriado.• Agendar retorno para controle <strong>de</strong> cura econhecimento <strong>de</strong> resultados <strong>de</strong> exames <strong>de</strong>laboratório. Alertar o paciente para a longa duraçãodo tratamento para donovanose e solicitar retornossemanais para avaliação da evolução clínica.Não havendo melhora do quadro, e <strong>de</strong> posse dodiagnóstico histopatológico, encaminhar o pacientepara o tratamento a<strong>de</strong>quado.


47Corrimento uretralPACIENTE COM QUEIXA DE CORRIMENTO URETRALANAMNESE E EXAME FÍSICOBACTERIOSCOPIA DISPONÍVEL NOMOMENTO DA CONSULTA?NÃOSIMDIPLOCOCOS GRAM NEGATIVOSINTRACELULARES PRESENTES?SIMNÃOTRATAR CLAMÍDIA EGONORRÉIATRATAR SÓCLAMÍDIAACONSELHAR, OFERECER ANTI-HIV, VDRL, HEPATITES B e C se disponível,VACINAR CONTRA HEPATITE B, ENFATIZAR A ADESÃO AO TRATAMENTO,NOTIFICAR, CONVOCAR E TRATAR PARCEIROS E AGENDAR RETORNO


48Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ AidsNotas do fluxograma <strong>de</strong> corrimento uretralPaciente com queixa <strong>de</strong> corrimento uretralEsse é o quadro <strong>de</strong> entrada do fluxograma. Nele estárepresentada a principal queixa do paciente ao seapresentar no serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.Anamnese e exame físicoEsse quadro <strong>de</strong> ação indica que é necessário fazer aanamnese e examinar o paciente para <strong>de</strong>terminar seele tem corrimento uretral ou outro sinal <strong>de</strong> <strong>DST</strong>. Aoexame físico, com o prepúcio retraído, verificar se ocorrimento provém realmente do meato uretral. Se nãohouver corrimento, solicitar ao paciente que or<strong>de</strong>nhe auretra, comprimindo o pênis da base à glan<strong>de</strong>. Se mesmoassim não se observar o corrimento, sendo a históriaconsistente, mantenha a conduta.Bacterioscopia disponível no momento da consulta?Esse quadro <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão indica a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se fazer abacterioscopia durante a consulta, o que po<strong>de</strong>ria auxiliarna <strong>de</strong>cisão sobre os procedimentos a serem seguidos.Diplococos GRAM negativos intracelulares presentes?Esse quadro <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão indica que se houver examebacterioscópico disponível durante a consulta, <strong>de</strong>vesequestionar o paciente sobre a utilização prévia <strong>de</strong>


49antibióticos ou sobre uma eventual micção imediatamenteanterior à coleta do material, o que po<strong>de</strong>ria comprometersua qualida<strong>de</strong>. Se nenhuma <strong>de</strong>ssas possibilida<strong>de</strong>socorreu, e estando presentes diplococos Gram negativosintracelulares, faz-se o diagnóstico <strong>de</strong> gonorréia, nãose po<strong>de</strong>ndo, porém, <strong>de</strong>scartar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coinfecçãopela clamídia, cujo diagnóstico laboratorialexige técnicas <strong>de</strong>moradas e raramente disponíveis.Recomenda-se, sempre, o tratamento concomitante paraas duas infecções.Tratar Clamídia e GonorréiaEsse quadro <strong>de</strong> ação orienta para o tratamentoconcomitante para clamídia e gonorréia:Agente 1ª opção 2ª opção Outras situaçõesClamídiaGonorréiaAzitromicina 1g, VO, em doseúnica, ouDoxicilina 100 mg,VO <strong>de</strong> 12/12 horas,durante 7 dias;Ciprofloxacina500 mg, VO doseúnica; ouCeftriaxona250mg, IM, doseúnica;Eritromicina(estearato) 500 mg,VO, <strong>de</strong> 6/6 horas,durante 7 dias ouTetraciclina 500mgoral, 4x/dia, 7dias ouOfloxacina 400mgoral, 2x/dia, 7 dias+Cefixima 400 mg,VO, dose única; ouOfloxacina 400 mg,VO, dose única ouEspectinomicina 2gIM dose únicaEm menores <strong>de</strong> 18anos contra-indicarofloxacinaEm menores <strong>de</strong> 18anos está contraindicadoo uso <strong>de</strong>ciprofloxacina,ofloxacina.


50Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ AidsTratar só ClamídiaEsse quadro <strong>de</strong> ação indica que se estiverem ausentesos diplococos intracelulares, <strong>de</strong>ve-se tratar o pacienteapenas para clamídia como indicado no quadro acima.Aconselhar, oferecer anti-HIV, VDRL e hepatites,enfatizar a a<strong>de</strong>são ao tratamento, notificar, buscarparceiros e agendar retorno.Neste quadro <strong>de</strong> ação:• Consi<strong>de</strong>rar a associação entre as <strong>DST</strong> e a infecçãopelo HIV. Aconselhar o paciente e oferecer-lhe arealização <strong>de</strong> sorologia anti-HIV.• A associação <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> uma <strong>DST</strong> é muito freqüente.Explicar ao paciente a importância <strong>de</strong> realizar asorologia para sífilis e hepatite.• Como orientação mínima para o paciente:• concluir o tratamento mesmo se os sintomas ousinais tiverem <strong>de</strong>saparecido.• interromper as relações sexuais até a conclusão dotratamento e o <strong>de</strong>saparecimento dos sintomas.• após a cura, usar preservativo em todas as relaçõessexuais ou adotar outras formas <strong>de</strong> sexo maisseguro.• oferecer preservativos ao paciente, orientandosobre as técnicas <strong>de</strong> uso.


51• recomendar o retorno ao serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> sevoltar a ter problemas genitais.• Encorajar o paciente a comunicar a todos os seusparceiros(as) sexuais do último mês, para quepossam ser atendidos e tratados. Fornecer aopaciente cartões <strong>de</strong> convocação para parceiros(as)<strong>de</strong>vidamente preenchidos. Essa ativida<strong>de</strong> éfundamental para se romper a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> transmissãoe para evitar que o paciente se reinfecte.• Notificar o caso no formulário apropriado.• Marcar o retorno para conhecimento dosresultados dos exames solicitados e para ocontrole <strong>de</strong> cura.ATENÇÃO: no retorno, em caso <strong>de</strong> persistência docorrimento ou recidiva, tratar com:Eritromicina (estearato) 500mg, VO, 6/6 horas por 7 dias +Metronidazol 2 g,VO,doseúnica


52Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ AidsCorrimento vaginal e cerviciteFluxograma <strong>de</strong> corrimento vaginal sem microscopia• Parceiro com sintoma• Paciente com múltiplosparceiros sem proteção• Paciente pensa ter sidoexposta a uma <strong>DST</strong>• Paciente proveniente<strong>de</strong> região <strong>de</strong> altaprevalência <strong>de</strong>gonococo e clamídiaPaciente com queixa <strong>de</strong> corrimento vaginalAnamnese e avaliação <strong>de</strong> risco + exame ginecológicoCritérios <strong>de</strong> risco positivo e/ou sinais <strong>de</strong> cervicite com mucopus/teste do cotonete/friabilida<strong>de</strong>/sangramento do coloNãoSimTratar Gonorréia e ClamídiapH vaginal Teste <strong>de</strong> KOH a 10%pH > 4,5 e/ou KOH (+) pH < 4,5 e KOH (-)Tratar vaginose bacteriana etricomoníaseAspecto do corrimento: grumosoou eritema vulvarSimNãoTratar candidíaseCausa fisiológicaAconselhar, oferecer anti-HIV, VDRL, hepatites B e C se disponível, vacinar contra hepatite B,enfatizar a a<strong>de</strong>são ao tratamento, notificar, convocar e tratar parceiros e agendar retorno


53Fluxograma <strong>de</strong> corrimento vaginal com microscopia• Parceiro com sintoma• Paciente com múltiplosparceiros sem proteção• Paciente pensa ter sidoexposta a uma <strong>DST</strong>• Paciente proveniente <strong>de</strong>região <strong>de</strong> alta prevalência<strong>de</strong> gonococo e clamídiaPaciente com queixa <strong>de</strong> corrimento vaginalAnamnese e avaliação <strong>de</strong> risco+ exame ginecológicoCritérios <strong>de</strong> risco positivo e/ou sinais <strong>de</strong>cervicite com mucopus/teste do cotonete/friabilida<strong>de</strong>/sangramento do coloNãoSimColeta <strong>de</strong> material para microscopiaTratar Gonorréia eClamídiaPresença <strong>de</strong> hifas Presença <strong>de</strong> clue cels Presença <strong>de</strong> tricomonasTratar candidíase Tratar vaginose Tratar tricomoníaseaconselhar, oferecer anti-HIV, VDRL, hepatites B e c se disponível, vacinarcontra hepatite B, enfatizar a a<strong>de</strong>são ao tratamento, notificar, convocar etratar parceiros e agendar retornoNotas do fluxograma <strong>de</strong> corrimentos vaginais ecervicitePaciente com queixa <strong>de</strong> corrimento vaginal oupresença <strong>de</strong> corrimento em qualquer situaçãoEsse é o quadro <strong>de</strong> entrada do fluxograma. Nele está<strong>de</strong>scrita a principal queixa da paciente ao se apresentar no


54Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ Aidsserviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ou, estando a paciente no serviço, paraser atendida por qualquer outra queixa e for <strong>de</strong>tectada apresença <strong>de</strong> corrimento.Anamnese (<strong>de</strong>terminação dos critérios <strong>de</strong> risco)Em mulheres com queixa espontânea <strong>de</strong> corrimentovaginal, realizar anamnese incluindo os critérios <strong>de</strong> riscopara i<strong>de</strong>ntificação daquelas com maior possibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> infecção cervical por gonococo ou clamídia. Nessescasos, mesmo na ausência dos sinais clínicos paracervicite, a paciente será consi<strong>de</strong>rada como portadoraassintomática e <strong>de</strong>ve receber o tratamento concomitante,como <strong>de</strong>scrito adiante. A presença <strong>de</strong> qualquer critério ésuficiente para indicar tratamento.Critérios <strong>de</strong> risco para infecção cervical (WHO.RTI 2004)• Parceiro com sintomas• Paciente com múltiplos parceiros, sem proteção• Paciente acredita ter se exposto a <strong>DST</strong>• Paciente proveniente <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> alta prevalência <strong>de</strong> gonococo (> 10%)e clamídia (> 20%)O exame ginecológico é parte essencial do fluxograma <strong>de</strong>conduta e <strong>de</strong>ve ser realizado segundo os passos abaixo:• Examinar a genitália externa e região anal;• Separar os lábios vaginais para visualizar o intróitovaginal integralmente.


55• Introduzir o espéculo para examinar a vagina, suaspare<strong>de</strong>s, fundo <strong>de</strong> saco e colo uterino.• Fazer o teste <strong>de</strong> pH vaginal, colocando, por umminuto, a fita <strong>de</strong> papel indicador na pare<strong>de</strong> vaginallateral (evitar tocar o colo).• Colher material para o teste <strong>de</strong> Whiff (teste dasaminas ou do “cheiro” = lâmina com uma gota <strong>de</strong>KOH 10% sobre uma gota <strong>de</strong> conteúdo vaginal,sendo positivo se cheiro <strong>de</strong> peixe podre) e pararealização da bacterioscopia, quando disponível.• Fazer teste do cotonete do conteúdo cervical (colherswab endocervical com cotonete e observar se mucopurulento contrapondo em papel branco).• Havendo possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realização no local ouem referência, coletar material para cultura <strong>de</strong>gonococos, pesquisa <strong>de</strong> clamídia.Se houver mucopus endocervical (teste do cotonetepositivo) ou colo friável ou dor à mobilização do coloou presença <strong>de</strong> algum critério <strong>de</strong> risco, recomenda-se otratamento como cervicite (gonorréia e clamídia).


56Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ AidsAgente 1ª opção 2ª opção Outras situaçõesClamídiaGonorréiaAzitromicina1g, VO, em doseúnica, ouDoxicilina 100mg, VO <strong>de</strong> 12/12horas, durante7 dias;Ciprofloxacina500 mg, VO doseúnica; ouCeftriaxona250mg, IM, doseúnica; ouEritromicina(estearato) 500 mg,VO, <strong>de</strong> 6/6 horas,durante 7 dias ouTetraciclina 500mgoral, 4x/dia, 7 dias ouOfloxacina 400mgoral, 2x/dia, 7 dias+Cefixima 400 mg, VO,dose única; ouOfloxacina 400 mg,VO, dose única ouEspectinomicina 2gIM dose únicaEm menores <strong>de</strong> 18anos e gestantes,contra-indicarofloxacina. Indicarazitromicina,eritromicina ouamoxacilina (500mg, VO <strong>de</strong> 8/8 horas,por 7 dias); ouEm menores <strong>de</strong> 18anos e gestantes,está contraindicadoo uso <strong>de</strong>ciprofloxacina eofloxacina.Parceiros: <strong>de</strong>vem ser tratados, preferencialmente, com medicamentos <strong>de</strong> doseúnica.HIV: <strong>de</strong>vem ser tratadas com os esquemas acima referidos.Citologia oncológica: aproveitar para colher, se houverindicação, conforme preconizado. Se os testes do pH edas aminas normais ou inconclusivos e a bacterioscopianormal, quando disponível, pensar em causas fisiológicase/ou não infecciosas.Não havendo exame microscópico disponível nomomento da consulta, utilizar os critérios <strong>de</strong> Amsel, queexige disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fita <strong>de</strong> pH e KOH 10%, sendo 3<strong>de</strong> 4 critérios suficientes para diagnóstico:• Corrimento branco acinzentado


57• pH> 4.7• Teste aminas positivo• Clue cells > 20% (exige microscopia)Valores acima <strong>de</strong> 4,5 sugerem tricomoníase e/ou vaginosebacteriana. Se o teste <strong>de</strong> pH for normal (entre 4 e 4,5) eo teste das aminas for negativo, é preciso investigar umapossível causa fisiológica e/ou não infecciosa, conforme<strong>de</strong>scrito anteriormente.Se a microscopia é disponível, o conteúdo vaginal po<strong>de</strong>ser visualizado a fresco, com KOH a 10%, ou corado emesfregaço pelo método <strong>de</strong> Gram.• presença <strong>de</strong> clue-cells (células chaves) e/ou a ausência<strong>de</strong> lactobacilos: vaginose bacteriana;• microorganismos flagelados móveis: tricomoníase;• hifas ou micélios birrefringentes semelhantes a umcaniço e esporos <strong>de</strong> leveduras: candidose.Não estando disponíveis a medida do pH vaginal e o testedas aminas, e sendo visualizado o corrimento vaginaldurante o exame especular, a paciente <strong>de</strong>ve ser tratadapara todas as possíveis enfermida<strong>de</strong>s que causam, maiscomumente, vulvovaginites infecciosas: tricomoníase,vaginose bacteriana e candidose.


58Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ AidsAgente 1ª opção 2ª opçãoTricomoníaseVaginosebacterianaMetronidazol 2gVO dose única ouMetronidazol400-500mg12/12hs VO 7 diasMetronidazol400-500mg12/12hs VO 7 diasSecnidazol 2g, VO,dose única ouTinidazol 2g VOdose únicaMetronidazol 2 gVO dose única ouMetronidazolgel 0,75%, umaaplicação vaginal (5g), 2 vezes ao dia,por 5 dias; ouClindamicina 300mg, VO, <strong>de</strong> 12/12horas, por 7 dias;ouClindamicina creme2%, uma aplicaçãoà noite, por 7 dias.Outras opções(gestantes apóso 1º trimestree durante aamamentação)Metronidazol 400mg VO 12/12 h por7 dias ouMetronidazol 250mg VO 3 vezes aodia por 7 diasMetronidazol 2gVO dose únicaMetronidazol 250mg 3 vezes ao diadurante 7 dias ouClindamicina 300mg, VO, <strong>de</strong> 12/12horas, por 7 dias


59CandidíaseMiconazol, cremea 2%, via vaginal,uma aplicação ànoite ao <strong>de</strong>itarse,por 7 dias;ouClotrimazol,creme vaginala 1%, umaaplicação viavaginal, à noiteao <strong>de</strong>itar-se,durante 6 a 12dias; ouClotrimazol,óvulos <strong>de</strong> 100 mg,uma aplicação viavaginal, à noiteao <strong>de</strong>itar-se, por7 dias; ouTioconazol cremea 6,5%, ou óvulos<strong>de</strong> 300mg, umaaplicação única,via vaginal ao<strong>de</strong>itar-se; ouNistatina100.000 UI, umaaplicação, viavaginal, à noiteao <strong>de</strong>itar-se, por14 dias.Fluconazol- 150mg VO em doseúnica ouItraconazol 200 mgVO 12/12 h em 24horas ouCetoconazol 400mg VO/dia por5 diasMiconazol, cremea 2%, via vaginal,uma aplicação ànoite ao <strong>de</strong>itar-se,por 7 dias;ouClotrimazol, cremevaginal a 1%,uma aplicação viavaginal, à noite ao<strong>de</strong>itar-se, durante 6a 12 dias; ouClotrimazol, óvulos<strong>de</strong> 100 mg, umaaplicação viavaginal, à noiteao <strong>de</strong>itar-se, por 7dias; ouNistatina 100.000UI, uma aplicação,via vaginal, à noiteao <strong>de</strong>itar-se, por14 diasTricomoníaseParceiros: tratar ao mesmo tempo que a paciente e como mesmo medicamento em dose única.Portadoras do HIV: <strong>de</strong>vem ser tratadas com os mesmosesquemas recomendados acima.


60Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ AidsLembrar que apenas a tricomoníase é uma <strong>DST</strong>. Avaginose bacteriana e a candidíase são infecçõesendógenas.Observações:• Durante o tratamento com qualquer dos medicamentossugeridos acima, <strong>de</strong>ve-se evitar a ingestão <strong>de</strong> álcool(efeito antabuse, <strong>de</strong>vido interação <strong>de</strong> <strong>de</strong>rivadosimidazólicos com álcool, caracterizado por mal-estar,náuseas, tonturas, “gosto metálico na boca”).• A tricomoníase vaginal po<strong>de</strong> alterar a classe da citologiaoncológica. Por isso, nos casos em que houver alteraçõesmorfológicas celulares e tricomoníase, <strong>de</strong>ve-se realizaro tratamento e repetir a citologia após 3 meses, paraavaliar se as alterações persistem.• Durante o tratamento, <strong>de</strong>vem ser suspensas as relaçõessexuais.• Manter o tratamento se a paciente menstruar.• Entre as causas <strong>de</strong> corrimento vaginal, a tricomoníase éa única que se transmite sexualmente. Assim, só nessescasos se justificam as ações complementares <strong>de</strong> controle<strong>de</strong> <strong>DST</strong> apresentadas em outros capítulos que incluem:aconselhar, oferecer testes VDRL, anti-HIV, sorologiapara Hepatite B e C. Enfatizar a<strong>de</strong>são ao tratamento,convocar parceiro(s), notificar, agendar retorno.


61Vaginose bacterianaObservações:Parceiros não precisam ser tratados.CandidíaseObservações:O tratamento sistêmico <strong>de</strong>ve ser feito somente nos casosrecorrentes ou <strong>de</strong> difícil controle. Nesses casos, <strong>de</strong>vem-seinvestigar causas sistêmicas predisponentes. Tratar com:• Fluconazol 150 mg, VO, dose única; ou• Itraconazol 200 mg, VO, <strong>de</strong> 12/12h, só duas doses;ou• Cetoconazol 400 mg, VO, por dia, por 5 dias.Parceiros: não precisam ser tratados, exceto ossintomáticos. Alguns autores recomendam o tratamentovia oral <strong>de</strong> parceiros apenas para os casos recidivantes.Portadoras do HIV: <strong>de</strong>vem ser tratadas com os mesmosesquemas.• Em mulheres que apresentam candidíaserecidivante (4 ou mais episódios por ano) <strong>de</strong>vem serinvestigados outros fatores predisponentes: diabetes,imuno<strong>de</strong>pressão, inclusive a infecção pelo HIV, uso<strong>de</strong> corticói<strong>de</strong>s e outros.


62Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ AidsAconselhar, oferecer VDRL, hepatites e anti- HIV,enfatizar a<strong>de</strong>são ao tratamento, buscar parceiros,notificar, agendar retornoEsse quadro <strong>de</strong> ação indica:• A associação <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> uma <strong>DST</strong> é muito freqüente.Conversar com a paciente sobre a importância <strong>de</strong> serealizar a sorologia para sífilis hepatites.• Consi<strong>de</strong>rar a associação entre as <strong>DST</strong> e a infecçãopelo HIV, especialmente nas mulheres queapresentem vulvovaginites infecciosas comprovadase com uma freqüência igual ou maior que 4 vezes aoano. Aconselhar a paciente e oferecer-lhe a realização<strong>de</strong> sorologia anti-HIV.• Como orientação mínima para a paciente:• concluir o tratamento prescrito, mesmo que ossintomas ou sinais tenham <strong>de</strong>saparecido.• interromper as relações sexuais até a conclusão dotratamento e o <strong>de</strong>saparecimento dos sintomas.• após a cura, usar preservativo em todas as relaçõessexuais ou adotar outras formas <strong>de</strong> sexo mais seguro.• oferecer preservativos à paciente, orientando sobre atécnica <strong>de</strong> uso.• recomendar seu retorno ao serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> se elavoltar a ter problemas genitais.


63• Encorajar apenas a paciente portadora <strong>de</strong> cerviciteou tricomoníase a comunicar a todos os seusparceiros sexuais do último mês, para que possamser atendidos e tratados. Fornecer à pacientecartões <strong>de</strong> convocação para parceiros, <strong>de</strong>vidamentepreenchidos. Essa ativida<strong>de</strong> é fundamental para seromper a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> transmissão, e para evitar que apaciente se reinfecte.• Notificar o caso no formulário apropriado.• Agendar o retorno da paciente para o conhecimento<strong>de</strong> resultados dos exames laboratoriais, controle <strong>de</strong>cura e coleta <strong>de</strong> material para citologia oncótica(Papanicolaou), quando houver indicação.


64Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ AidsFluxograma <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconforto e Dor PélvicaPaciente com queixa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconforto ou dor pélvicaAnamnese e exame clínico-ginecológicoSimSangramento vaginal ou atraso menstrual ou parto/aborto recente?NãoSimQuadro abdominal grave: <strong>de</strong>fesa muscularou dor à <strong>de</strong>scompressão ou febre > 37,5ºC?NãoSuspeita <strong>de</strong> DIP: dor à mobilizaçãodo colo e dor ao toque vaginal?NãoSimInvestigaroutras causasIniciar tratamento para DIPAgendar retorno para avaliaçãoapós 3 dias ou antes se necessárioEncaminhar paraserviço <strong>de</strong> referênciahospitalarNãoHouvemelhora?SimManter condutaEnfatizar a<strong>de</strong>são aotratamentoApós a alta: encaminhar paraseguimento ambulatorialAconselhar, oferecer anti-hiv, VDRL, hepatites b e c se disponível,vacinar contra hepatite b, enfatizar a a<strong>de</strong>são ao tratamento,notificar, convocar e tratar parceiros e agendar retorno


65Notas do fluxograma <strong>de</strong> dor pélvicaAnamnese (<strong>de</strong>terminar critérios <strong>de</strong> risco)Realizar anamnese <strong>de</strong>terminando, neste momento,os critérios <strong>de</strong> risco, afim <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar as mulheresque po<strong>de</strong>m ser portadoras <strong>de</strong> uma endocerviciteassintomática, como <strong>de</strong>monstrado no fluxograma<strong>de</strong> corrimento vaginal. Se algum critério <strong>de</strong> risco forpositivo, a paciente é consi<strong>de</strong>rada como portadoraassintomática e <strong>de</strong>ve receber o tratamento concomitantepara Gonococo e Clamídia.Exame Clínico – GinecológicoDeve seguir os mesmos passos já <strong>de</strong>scritos no fluxograma<strong>de</strong> corrimento vaginal. Se houver corrimento epossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apoio laboratorial, coletar material pararealização <strong>de</strong> bacterioscopia, faça o teste do pH e testedas aminas; em seguida, limpe o colo uterino e observese existe mucopus endocervical (teste do cotonete) oufriabilida<strong>de</strong> do colo. Após exame da vulva, vagina, colouterino e conteúdo vaginal, realizar o exame pélvicobimanual. Ao toque vaginal, pesquise hipersensibilida<strong>de</strong>do fundo <strong>de</strong> saco, dor à mobilização do colo ou anexos, ea presença <strong>de</strong> massas ou coleções.


66Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ AidsSangramento vaginal ou atraso menstrual ou parto/abortoPacientes com atraso menstrual, parto ou aborto recente,perda <strong>de</strong> sangue pela vagina po<strong>de</strong>m ter um quadrograve instalado ou por se instalar e, portanto, <strong>de</strong>vemser encaminhadas imediatamente para um serviço <strong>de</strong>referência.Quadro abdominal grave: <strong>de</strong>fesa muscular ou dor á<strong>de</strong>scompressão ou febre maior que 37,5ºC?Quadro abdominal grave: se a paciente apresenta <strong>de</strong>fesamuscular ou dor, <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> forte ou mo<strong>de</strong>rada, à<strong>de</strong>scompressão brusca, ao exame abdominal, ou febremaior que 37,5ºC, <strong>de</strong>verá ser encaminhada para serviço<strong>de</strong> referência a fim <strong>de</strong> possibilitar o seu diagnóstico,tratamento e seguimento <strong>de</strong> forma imediata e a<strong>de</strong>quada.Suspeita <strong>de</strong> DIP: dor á mobilização do colo e dor ápalpação <strong>de</strong> anexos?Quando, ao exame clínico-ginecológico, houver presença<strong>de</strong> discreta <strong>de</strong>fesa muscular ou dor à <strong>de</strong>scompressãoe/ou dor à mobilização do colo, <strong>de</strong>ve-se iniciar otratamento para DIP. Havendo condições para realizaro diagnóstico, tratamento e seguimento da paciente emnível ambulatorial, este po<strong>de</strong>rá ser realizado conformeesquema sugerido a seguir.


67As unida<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que não permitem arealização do exposto acima <strong>de</strong>vem referir a pacienteimediatamente.Mucopus endocervical ou colo friável ou critérios <strong>de</strong>risco?Após a limpeza do colo uterino, se for observado mucopusendocervical ou friabilida<strong>de</strong>, configura-se o quadro <strong>de</strong>cervicite mucopurulenta. Não sendo i<strong>de</strong>ntificados essesdois sinais, mas os critérios <strong>de</strong> risco positivo, conformeorientado acima, estabelece-se o diagnóstico presuntivo<strong>de</strong> cervicite, <strong>de</strong>vendo-se seguir, nestes casos, o fluxograma<strong>de</strong> Corrimentos Vaginais (apresentado anteriormente),com o objetivo <strong>de</strong> preservar a saú<strong>de</strong> reprodutiva dapaciente. Em caso negativo, outras possíveis causas dador ou <strong>de</strong>sconforto pélvicos <strong>de</strong>vem ser investigadas:infecções do trato urinário, endometriose, varizespélvicas, a<strong>de</strong>rências pélvicas, tumores pélvicos, alteraçõesgastro-intestinais (verminoses, constipação intestinal,doenças da vesícula). Nesses casos, encaminhar, senecessário, ao especialista.Iniciar tratamento para DIP e marcar retorno paraavaliação após 3 dias ou antes, se necessárioEsse quadro <strong>de</strong> ação indica que, ao se iniciar otratamento para DIP no ambulatório, <strong>de</strong>ve-serecomendar à paciente o retorno para avaliação após


68Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ Aids3 dias, ou antes, se não houver melhora ou se houverpiora do quadro. Se a paciente for usuária <strong>de</strong> DIU, este<strong>de</strong>ve ser retirado. Algumas medidas gerais <strong>de</strong>vem serrecomendadas, tais como: repouso, abstinência sexual eo tratamento sintomático com analgésicos, antitérmicose antiinflamatórios não-hormonais.Tratamento para DIPTratamento <strong>de</strong> DIP leve, sem sinais <strong>de</strong> peritonismoimportante ou febre (tratamento ambulatorial):Esquema 1Esquema 2Ceftriaxona250 mg, IM,dose únicaOfloxacina400 mg, VO<strong>de</strong> 12/12 horaspor 14 diasOuCiprofloxacina500 mg12/12horas por14 dias.+Doxiciclina100 mg, VO<strong>de</strong> 12/12horas, por14 diasDoxiciclina100 mg, VO<strong>de</strong> 12/12horas por14 dias+Metronidazol500 mg, VO,<strong>de</strong> 12/12 horas,por 14 diasMetronidazol500 mg, VO <strong>de</strong>12/12 horas,por 14 diasHouve melhora no quadro?Se, ao retornar, a paciente estiver apresentando melhorado quadro, o tratamento instituído <strong>de</strong>ve ser mantido,segundo o mesmo esquema, recomendando-se semprea necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> completar o tratamento, mesmo que já


69tenha havido gran<strong>de</strong> melhora. Não havendo melhora,ou havendo piora do quadro, a paciente <strong>de</strong>ve serencaminhada para tratamento hospitalar com antibióticoendovenoso.Aconselhar, oferecer VDRL, sorologia para hepatite Be C e anti-HIV, buscar parceiro(S), notificar, agendarretornoEsse quadro <strong>de</strong> ação indica:• A associação <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> uma <strong>DST</strong> é muitofreqüente.• Conversar com a paciente sobre a importância <strong>de</strong> serealizar sorologias para sífilis e hepatites.• Consi<strong>de</strong>rar a associação entre as <strong>DST</strong> e a infecçãopelo HIV. Aconselhar a paciente e oferecer-lhe arealização <strong>de</strong> sorologia anti-HIV.• Como orientação mínima para a paciente:• concluir o tratamento, mesmo se os sintomas ousinais tiverem <strong>de</strong>saparecido.• interromper as relações sexuais até a conclusão dotratamento e o <strong>de</strong>saparecimento dos sintomas.• após a cura, usar preservativo em todas as relaçõessexuais ou adotar outras formas <strong>de</strong> sexo maisseguro.


70Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ Aids• oferecer preservativos à paciente, orientando sobre atécnica <strong>de</strong> seu uso.• recomendar à paciente que retorne ao serviço <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> se voltar a ter problemas genitais.• Encorajar a paciente a comunicar a sua doença atodos os seus parceiros sexuais dos últimos doismeses, para que possam ser atendidos e tratados.• Fornecer à paciente cartões <strong>de</strong> convocação paraparceiros, <strong>de</strong>vidamente preenchidos. Essa medida éfundamental para se romper a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> transmissãoe para evitar que a paciente se reinfecte.• Não havendo suspeita <strong>de</strong> DIP, e afastada apossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cervicite, essa recomendação não seaplica.• Notificar o caso no formulário apropriado.• Agendar o retorno para conhecimento <strong>de</strong> resultadosdos exames laboratoriais, controle <strong>de</strong> cura e coleta<strong>de</strong> material para citologia oncótica (Papanicolaou),quando houver indicação (seguir as normas ediretrizes do Programa <strong>de</strong> Prevenção do CâncerCérvico-Uterino).


71Infecção pelo papilomavírus humano(HPV)ConceitoDoença infecciosa, <strong>de</strong> transmissão freqüentemente sexual,também conhecida como condiloma acuminado, verrugagenital ou crista <strong>de</strong> galo.Agente etiológicoO Papilomavírus Humano (HPV) é um DNA-vírus nãocultivável do grupo papovavírus. Atualmente são conhecidosmais <strong>de</strong> 100 tipos, 20 dos quais po<strong>de</strong>m infectar o tratogenital.Estão divididos em 2 grupos, <strong>de</strong> acordo com seu potencial<strong>de</strong> oncogenicida<strong>de</strong>. Os tipos <strong>de</strong> alto risco oncogênico,quando associados a outros co-fatores, têm relação com o<strong>de</strong>senvolvimento das neoplasias intra-epiteliais e do câncerinvasor do colo uterino, da vulva, da vagina e da região anal.


72Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ AidsAssociação <strong>de</strong> subtipos HPV e doenças neoplásicasprecursores.e seusClassificaçãoBaixo risco: Está associado às infecções benignasdo trato genital como o condiloma acuminadoou plano e neoplasias intraepiteliais <strong>de</strong> baixograu. Estão presentes na maioria das infecçõesclinicamente aparentes (verrugas genitaisvisíveis) e po<strong>de</strong>m aparecer na vulva , no colouterino, na vagina, no pênis, no escroto, nauretra e no ânus.Alto risco: Possuem uma alta correlação comas neoplasias intraepiteliais <strong>de</strong> alto grau ecarcinomas do colo uterino, da vulva, do ânus edo pênis (raro)Tipos <strong>de</strong> HPV6, 11, 42, 43 e 4416,18, 31, 33, 35, 39, 45, 46, 51,52 , 56, 58 , 59 e 68Quadro clínicoNa forma clínica condilomatosa as lesões po<strong>de</strong>m ser únicasou múltiplas, restritas ou difusas e <strong>de</strong> tamanho variável,localizando-se, mais freqüentemente, no homem, na glan<strong>de</strong>,sulco bálano-prepucial e região perianal, e na mulher,na vulva, períneo, região perianal, vagina e colo. Menosfreqüentemente po<strong>de</strong>m estar presentes em áreas extragenitaiscomo conjuntivas, mucosa nasal, oral e laríngea. Depen<strong>de</strong>ndodo tamanho e localização anatômica, po<strong>de</strong>m ser dolorosos,friáveis e/ou pruriginosos.Os tipos 6 e 11 raramente se associam com carcinoma invasivo<strong>de</strong> células escamosas, que são mais associados aos condilomas(lesões clínicas). Os tipos 16, 18, 31, 33, 35, 45, 51, 52, 56 e 58são encontrados ocasionalmente na forma clínica da infecção


73(verrugas genitais). Têm sido associados com lesões externas(vulva, pênis e ânus), com lesão intra-epiteliais ou invasivasdo colo uterino e vagina. Quando na genitália externa, estãoassociados a carcinoma in situ <strong>de</strong> células escamosas, PapuloseBowenói<strong>de</strong>, Eritroplasia <strong>de</strong> Queyrat e Doença <strong>de</strong> Bowen dagenitália. Pacientes que têm verrugas genitais po<strong>de</strong>m estarinfectados simultaneamente com vários tipos <strong>de</strong> HPV.DiagnósticoO diagnóstico do condiloma é basicamente clínico, po<strong>de</strong>ndoser confirmado por biópsia. A biópsia está indicada quando:• existir dúvida diagnóstica ou suspeita <strong>de</strong> neoplasia(lesões pigmentadas, endurecidas, fixas ou ulceradas).• as lesões não respon<strong>de</strong>rem ao tratamentoconvencional.• as lesões aumentarem <strong>de</strong> tamanho durante ou após otratamento.• paciente for imuno<strong>de</strong>ficiente.• As lesões cervicais, subclínicas, são geralmente<strong>de</strong>tectadas pela citologia oncótica, <strong>de</strong>vendo seravaliadas pela colposcopia, teste <strong>de</strong> Schiller (iodo) ebiópsias dirigidas.O diagnóstico <strong>de</strong>finitivo da infecção pelo HPV é feito pelai<strong>de</strong>ntificação da presença do DNA viral por meio <strong>de</strong> testes <strong>de</strong>hibridização molecular (hibridização in situ, PCR, Captura


74Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ AidsHíbrida II). Existem testes que i<strong>de</strong>ntificam vários tipos <strong>de</strong>HPV, mas não está claro seu valor na prática clínica e as<strong>de</strong>cisões quanto a condutas clínicas não <strong>de</strong>vem ser feitas combase nesses testes, mas sim baseadas nas alterações celularesobservadas pela colpocitologia oncológica. Assim não érecomendável, na rotina, o rastreio <strong>de</strong> infecção subclínicapelo HPV.TratamentoO objetivo principal do tratamento da infecção pelo HPV é aremoção das remoção das lesões condilomatosas, o que levaa cura da maioria dos pacientes. Nenhuma evidência indicaque os tratamentos disponíveis erradicam ou afetam a históriada infecção natural do HPV. Se <strong>de</strong>ixados sem tratamento, oscondilomas po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>saparecer, permanecer inalterados, ouaumentar em tamanho ou número.Os tratamentos disponíveis para condilomas são: ácidotricloroacético (ATA), crioterapia, eletrocoagulação,podofilina, podofilotoxina , imiquimod , interferon,vaporização a laser e exérese cirúrgica. Fatores que po<strong>de</strong>minfluenciar a escolha do tratamento são: tamanho, númeroe local da lesão; além <strong>de</strong> sua morfologia e preferência dopaciente, custos, disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos, conveniência,efeitos adversos e a experiência do profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Emgeral, verrugas localizadas em superfícies úmidas e/ou nasáreas intertriginosas respon<strong>de</strong>m melhor à terapêutica tópica(ATA, podofilina) que as verrugas em superfícies secas.


75Deve-se mudar <strong>de</strong> opção terapêutica quando um pacientenão melhorar substancialmente <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> três aplicações ouse as verrugas não <strong>de</strong>saparecerem após seis sessões.Opções terapêuticas• Podofilotoxina 0,15% creme: indicada para autoaplicação,a podofilotoxina tem o mecanismo <strong>de</strong>ação semelhante ao da podofilina. O efeito máximo éalcançado entre 3 e 5 dias após a aplicação. Aplica-seduas vezes ao dia, somente sobre as lesões, por 3 dias. Senecessário, o ciclo po<strong>de</strong>rá ser repetido por não mais que4 vezes, com intervalos <strong>de</strong> 4 dias <strong>de</strong> repouso. O volumedo medicamento não <strong>de</strong>ve ultrapassar 0,5ml por dia.Áreas superiores a 10 cm2 <strong>de</strong>vem ter o tratamentorealizado pelo médico assistente. Está contra-indicadoo uso em crianças e mulheres grávidas. Irritação nolocal da aplicação po<strong>de</strong>rá ocorrer porém são <strong>de</strong> leveintensida<strong>de</strong> na maioria dos casos, ten<strong>de</strong>ndo a minimizarem intensida<strong>de</strong> com a repetição do uso. Lavar a área daslesões antes da aplicação, assim como a pele sã em caso<strong>de</strong> contato aci<strong>de</strong>ntal, com água e sabão.• Imiquimod 5% creme: Imiquimod (imidazolquinolina)é um medicamento tópico <strong>de</strong> auto-aplicação queestimula a produção local <strong>de</strong> interferon e outrascitoquinas, sendo a principal <strong>de</strong>las o interferon alfa.Deve ser feita aplicação tópica à noite, ao <strong>de</strong>itar, três


76Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ Aidsvezes por semana, em dias alternados, por 16 semanasno máximo. A área <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong>ve ser lavada comsabão neutro e água 6 a 10 horas <strong>de</strong>pois da aplicação.Após o uso, reações inflamatórias locais são comuns,porém variam <strong>de</strong> leves a mo<strong>de</strong>radas. A segurança <strong>de</strong>imiquimod durante gravi<strong>de</strong>z não foi estabelecida epor isso não se recomenda o seu uso na gravi<strong>de</strong>z. Otratamento é prolongado e <strong>de</strong> alto custo.• Interferon: Agem reprimindo a multiplicação virótica,inibindo a multiplicação celullar e a proliferaçãoepitelial. O intereferon é mais indicado como tratamentoadjuvante em lesões persistentes ou recidivantessobretudo em imuno<strong>de</strong>primidos. Não há relatos <strong>de</strong>teratogenicida<strong>de</strong>, porem a droga <strong>de</strong>ve ser evitada nagravi<strong>de</strong>z e na amamentação . Deve se evitada na tambemem pacientes cardiopatas, hepatopatas e renais crônicos.Po<strong>de</strong>m ser usados por forma sistemica (intramuscular,endovenosa ou subcutânea), intralesional ou tópica.Os efeitos colaterais mais comuns são estado gripal(astenia, febre, calafrios, cefaléia, mialgia e artralgia).O tratamento <strong>de</strong>ve ser monitorado com hemogramae bioquimico. O custo elevado da droga e os efeitoscolaterais limitam a sua utilização.• Podofilina 10-25% em solução alcoólica ou emtintura <strong>de</strong> Benjoim: A podofilina contém uma série <strong>de</strong>substâncias com ação antimitótica. Além da irritação


77local, sua absorção em gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong> sertóxica para o coração, rins e sistema nervoso. Nuncausar durante a gravi<strong>de</strong>z. Aplicar em cada verruga,e <strong>de</strong>ixar secar. Repetir semanalmente se necessário.Recomenda-se autilização <strong>de</strong> até 0,5 ml em cadaaplicação ou a limitação da área tratada a 10 cm2 porsessão. Outros sugerem que a solução seja retirada porlavagem em 1-4 horas <strong>de</strong>pois da aplicação.• Ácido tricloroacético (ATA) a 80-90% em soluçãoalcoólica: O ATA é um agente cáustico que promove<strong>de</strong>struição dos condilomas pela coagulação química<strong>de</strong> seu conteúdo protéico. Aplicar pequena quantida<strong>de</strong>somente nos condilomas e <strong>de</strong>ixar secar, após o quea lesão ficará branca. Deve ser aplicada com cuidado,<strong>de</strong>ixando secar antes mesmo do paciente mudar suaposição para que a solução não se espalhe. Se a dor forintensa, o ácido po<strong>de</strong> ser neutralizado com sabão oubicarbonato <strong>de</strong> sódio ou talco. Repetir semanalmentese necessário. Esse método po<strong>de</strong>rá ser usado durante agestação, quando a área lesionada não for muito extensa.Do contrário, <strong>de</strong>verá ser associado a exérese cirúrgica.• Eletrocauterização ou Eletrocoagulação ouEletrofulguração: utiliza um eletrocautério pararemover ou fulgurar lesões isoladas. Exige equipamentoespecífico e anestesia local. Não se aplica nas lesõesvaginais, cervicais e anais, visto que o controle da


78Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ Aidsprofundida<strong>de</strong> do efeito é difícil, po<strong>de</strong>ndo levar à necrosetecidual extensa e estenose em estruturas tubulares,como canal anal e vagina. Sempre <strong>de</strong>ve ser realizadoapós anestesia local.• Criocauterização ou Crioterapia ou Criocoagulação:promove a <strong>de</strong>struição térmica por dispositivosmetálicos resfriados por CO2 (criocautérios), pormeio <strong>de</strong> equipamento específico e elimina as verrugaspor induzir citólise térmica. É útil quando há poucaslesões ou nas lesões muito ceratinizadas. Po<strong>de</strong>m sernecessárias mais <strong>de</strong> uma sessão terapêutica, respeitandoum intervalo <strong>de</strong> 1 a 2 semanas. Raramente necessitaanestesia. Po<strong>de</strong> facilitar o tratamento se há muitaslesões ou uma extensa área envolvida.• Vaporização a laser: Método que po<strong>de</strong> ser empregadoem ambulatório com anestesia local e que apresentabons resultados em lesões vulvares, freqüentementequeratinizadas e que muitas vezes não respon<strong>de</strong>ma<strong>de</strong>quadamente a agentes químicos. Apresenta umbom resultado no tratamento <strong>de</strong> lesões vaginais, poispossibilita a intervenção em áreas <strong>de</strong> difícil manejo poroutros métodos, como por exemplo, lesões em fórnicese nas pregas vaginais. Produz escassa perda sangüíneae bons resultados estéticos, principalmente na vulva evagina. A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> treinamento especial do médicoe o alto custo do equipamento, limitam o seu uso.


79• Exérese cirúrgica: é método apropriado para otratamento <strong>de</strong> poucas lesões quando é <strong>de</strong>sejável examehistopatológico do espécime. Os condilomas po<strong>de</strong>mser retirados por meio <strong>de</strong> uma incisão tangencial comtesoura <strong>de</strong>licada, bisturi ou cureta. A hemostasia po<strong>de</strong>ser obtida por eletrocoagulação. Normalmente a suturanão é necessária. Esse método traz maiores benefíciosaos pacientes que tenham gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> lesões ouextensa área acometida, ou ainda, em casos resistentesa outras formas <strong>de</strong> tratamento.Na presença <strong>de</strong> lesão vegetante no colo uterino, <strong>de</strong>ve-se excluira possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratar-se <strong>de</strong> uma lesão intra-epitelial antes<strong>de</strong> iniciar o tratamento. Essas pacientes <strong>de</strong>vem ser referidasa um serviço <strong>de</strong> colposcopia para diagnóstico diferencial etratamento.SeguimentoApós o <strong>de</strong>saparecimento dos condilomas, não é necessáriocontrole. Os pacientes <strong>de</strong>vem ser notificados daspossibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> recorrência, que freqüentemente ocorrenos três primeiros meses.As mulheres <strong>de</strong>vem ser aconselhadas quanto à necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> submeterem-se ao rastreio <strong>de</strong> doenças pré-invasivasdo colo uterino. A presença <strong>de</strong> condilomas genitais semlesão macroscópica cervical ou suspeita colpocitológica(Papanicolaou) <strong>de</strong> lesão pré-invasiva, ou teste <strong>de</strong> Schiller


80Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ Aids(+) não é indicação para colposcopia. As mulheres tratadaspor lesões cervicais <strong>de</strong>vem ser seguidas <strong>de</strong> rotina, apóstratamento, pelo exame ginecológico com ácido acético 2%,teste <strong>de</strong> Schiller e citologia oncológica a cada 3 meses, por 6meses; em seguida, a cada 6 meses, por 12 meses e após esteperíodo, anualmente, se não houver recorrência.Conduta para os parceiros sexuaisOs parceiros sexuais <strong>de</strong> pacientes com condilomas <strong>de</strong>vem serbuscados, uma vez que po<strong>de</strong>rão se beneficiar <strong>de</strong> exame clínicopara avaliação da presença <strong>de</strong> condilomas não suspeitados,ou <strong>de</strong> outras <strong>DST</strong>, e pela avaliação <strong>de</strong> lesões sub clínicas comoNIC. Eventualmente, po<strong>de</strong>m ser transmissores <strong>de</strong> condilomapara novas parcerias sexuais. Como o tratamento <strong>de</strong>condilomas não elimina o HPV, os pacientes e seus parceiros<strong>de</strong>vem ser cientificados <strong>de</strong> que po<strong>de</strong>m ser infectantes, mesmona ausência <strong>de</strong> lesões visíveis. O uso <strong>de</strong> preservativos po<strong>de</strong>reduzir, o risco <strong>de</strong> transmissão para parceiros não infectados.Não se recomenda a triagem <strong>de</strong> lesões por HPV nos homensquando as parceiras forem diagnosticadas apenas por lesõescitológicas ou subclínicas.GestantesNa gestação, as lesões condilomatosas po<strong>de</strong>rão atingir gran<strong>de</strong>sproporções, seja pelo aumento da vascularização, seja pelasalterações hormonais e imunológicas que ocorrem nesse


81período. Como as lesões durante a gestação po<strong>de</strong>m proliferare tornarem-se friáveis, muitos especialistas indicam a suaremoção, se possível, na 1ª meta<strong>de</strong> da gestação.Os tipos 6 e 11 po<strong>de</strong>m causar papilomatose laringeal emrecém-nascidos e crianças, mas é uma situação clínica muitorara. Não se sabe, até o momento, se a via <strong>de</strong> transmissãoé transplacentária, perinatal ou pós-natal. Não há nenhumasugestão <strong>de</strong> que a operação cesariana tenha algum valorpreventivo. Portanto, não <strong>de</strong>ve ser realizada para prevençãoda transmissão do HPV para o recém-nascido. Apenasquando o tamanho e localização das lesões estão causandoobstrução do canal <strong>de</strong> parto, ou quando o parto vaginalpossa ocasionar sangramento excessivo, a operação cesariana<strong>de</strong>verá ser indicada.A escolha do tratamento vai se basear no tamanho e númerodas lesões:• Nunca usar Podofilina durante qualquer fase dagravi<strong>de</strong>z.• Lesões pequenas, isoladas e externas: eletro oucriocauterização em qualquer fase.• Lesões condilomatosas gran<strong>de</strong>s (excluindo colo uterinoe vagina): ressecção com eletrocautério ou cirurgia <strong>de</strong>alta freqüência ou exérese por alça diatérmica ou LEEP(Loop Excison Electrosurgical Procedure), em qualquerfase da gravi<strong>de</strong>z. Esse procedimento exige profissional


82Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ Aidshabilitado, visto que po<strong>de</strong> provocar sangramentoimportante e <strong>de</strong>ve restringir-se à lesão propriamentedita.• Lesões pequenas, colo, vagina e vulva: eletro oucriocauterização, a partir do 2º trimestre.• Mulheres com condilomatose durante a gravi<strong>de</strong>z<strong>de</strong>verão ser seguidas com citologia oncológica após oparto.• Lesões subclínicas intra-epiteliais não <strong>de</strong>vem sertratadas na gravi<strong>de</strong>z. Em casos excepcionais, quandohá suspeita <strong>de</strong> câncer invasor, impõe-se diagnósticopor biópsia.Infecção subclínica pelo HPV na genitália (semlesão macroscópica)A infecção subclínica pelo HPV é mais freqüente do que aslesões macroscópicas, tanto em homens quanto em mulheres.O diagnóstico, quase sempre, ocorre <strong>de</strong> forma indireta pelaobservação <strong>de</strong> áreas que se tornam brancas após aplicaçãodo ácido acético sob visão colposcópica ou outras técnicas<strong>de</strong> magnificação, e que, biopsiadas, apresentam alteraçõescitológicas compatíveis com infecção pelo HPV. Po<strong>de</strong>m serencontradas em qualquer local da genitália masculina oufeminina. Todavia, a aplicação <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> magnificação euso do ácido acético exclusivamente para rastreio da infecçãosubclínica pelo HPV não é recomendável. A reação ao ácido


83acético não é um indicador específico da infecção pelo HPVe, <strong>de</strong>sta forma, muitos testes falso-positivos po<strong>de</strong>m serencontrados em populações <strong>de</strong> baixo risco.Na ausência <strong>de</strong> lesão intra-epitelial, não é recomendáveltratar as lesões subclínicas pelo HPV diagnosticadas porcolpocitologia, colposcopia, biópsia, testes com ácido acéticoou testes <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação do DNA viral. Freqüentemente, seudiagnóstico é questionável, e nenhuma terapia foi capaz <strong>de</strong>erradicar o vírus. O HPV foi i<strong>de</strong>ntificado em áreas adjacentesa lesões intra-epiteliais tratadas por laser e vaporizadas, como objetivo <strong>de</strong> eliminar a infecção.Na presença <strong>de</strong> lesão intra-epitelial, o paciente <strong>de</strong>ve serreferido a serviço especializado e o tratamento será feito emfunção do grau da doença.Não existe um teste simples e prático para <strong>de</strong>tectar ainfecção subclínica pelo HPV. O uso <strong>de</strong> preservativos po<strong>de</strong>reduzir a chance <strong>de</strong> transmissão do HPV para parceirosprovavelmente não infectados (novos parceiros). Não se sabese a contagiosida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa forma <strong>de</strong> infecção é similar à daslesões exofíticas.Pessoas imunossuprimidas (ex: HIV, transplantados)po<strong>de</strong>m não respon<strong>de</strong>r ao tratamento para o HPV comoas imunocompetentes e po<strong>de</strong>m acontecer recidivas maisfreqüentes. Como o carcinoma escamoso po<strong>de</strong> surgir maisfreqüentemente em imunossuprimidos, valoriza-se a biópsia


84Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ Aids<strong>de</strong> lesões nesse grupo. O tratamento <strong>de</strong>ve basear-se nosmesmos princípios referidos para os HIV negativos.Pacientes com lesões intra-epiteliais <strong>de</strong> alto grau (HighGra<strong>de</strong> Squamous Intraepithelial Lesion - HSIL) ou displasiasmo<strong>de</strong>rada ou acentuada, ou carcinoma in situ NIC II ouNIC III <strong>de</strong>vem ser referidos a serviço especializado paraconfirmação diagnóstica, para afastar possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>carcinoma invasivo e realização <strong>de</strong> tratamento especializado.O risco <strong>de</strong>ssas lesões progredirem para carcinoma invasivoem pacientes imunocompetentes, após tratamento efetivo,reduz-se significativamente.


85Rastreio <strong>de</strong> câncer cérvico-uterino emmulheres que têm ou tiveram <strong>DST</strong>Mulheres com história ou portadoras <strong>de</strong> <strong>DST</strong> apresentamrisco maior para câncer cérvico-uterino e para outros fatoresque aumentam esse risco, como a infecção pelo HPV. Estudos<strong>de</strong> prevalência mostram que as lesões precursoras do câncercérvico-uterino são cinco vezes mais freqüentes em mulheresportadoras <strong>de</strong> <strong>DST</strong> do que naquelas que procuram outrosserviços médicos como, por exemplo, para planejamentofamiliar.O consenso brasileiro recomenda a realização dacolpocitologia a cada três anos, após duas colpocitologiasconsecutivas negativas, com intervalo <strong>de</strong> um ano em mulheressexualmente ativas. É razoável que mulheres portadoras <strong>de</strong><strong>DST</strong> sejam submetidas à colpocitologia mais freqüentementepelo seu maior risco <strong>de</strong> serem portadoras <strong>de</strong> câncer cérvicouterinoou <strong>de</strong> seus precursores. Essa recomendação éreforçada por dados obtidos em inquéritos que mostraramque essas mulheres não compreen<strong>de</strong>m a real importânciada colpocitologia e que, muitas vezes, acreditavam teremsido submetidas a esse exame quando haviam sido apenassubmetidas ao exame ginecológico (toque bimanual).


86Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ AidsRecomendaçõesAo aten<strong>de</strong>r a portadora <strong>de</strong> <strong>DST</strong>, o profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>veperguntar sobre o resultado <strong>de</strong> sua última colpocitologia e aépoca em que foi realizada. Se a paciente portadora <strong>de</strong> <strong>DST</strong>não se submeteu a uma colpocitologia nos últimos 12 meses:• a coleta <strong>de</strong>verá ser realizada tão logo a <strong>DST</strong> sejacontrolada;• se a <strong>DST</strong> é uma infecção pelo HPV, a coleta <strong>de</strong>ve fazerparte do exame ginecológico;• a coleta <strong>de</strong>ve ser feita quando a paciente não souberinformar quanto ao resultado do teste, seja por<strong>de</strong>sinformação ou por não ter buscado seu resultado.Se possível, fornecer cópia ou transcrição do resultado<strong>de</strong>sse teste à própria paciente para que faça parte <strong>de</strong>seus documentos médicos.SeguimentoProfissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem preferir laboratórios <strong>de</strong>citopatologia que utilizem o Sistema Bethesda <strong>de</strong> classificação.Se o resultado da colpocitologia for anormal, a paciente <strong>de</strong>veser referida para colposcopia. Em casos que a colpocitologiaconclui pela presença <strong>de</strong> LSIL ou atipias <strong>de</strong> significadoin<strong>de</strong>terminado em células escamosas (Atypical SquamousCells of Un<strong>de</strong>terminated Significance – ASCUS), a indicaçãoda colposcopia po<strong>de</strong> ser postergada, especialmente quando


87existir processo inflamatório associado ou o citopatologistasugerir que as atipias estão provavelmente relacionadas aprocesso reacional. Esses casos po<strong>de</strong>m incluir processosinflamatórios, reacionais, LSIL ou, menos freqüentemente,HSIL e uma conduta a<strong>de</strong>quada seria tratar possíveis processosinflamatórios associados e repetir a colpocitologia a cada4 a 6 meses, por 2 anos, até que o resultado <strong>de</strong> 3 examesconsecutivos sejam negativos. Caso persistam atipias, ouseja, é sugerida presença <strong>de</strong> lesão mais grave, somente então<strong>de</strong>ve ser indicada a colposcopia e a biópsia dirigida. Os casosque persistem com atipias têm maior probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seremportadores <strong>de</strong> lesões precursoras do câncer cérvico-uterino.Os <strong>de</strong>mais representam falso-positivos do teste inicial oucasos em que po<strong>de</strong> ter havido remissão espontânea.Outras consi<strong>de</strong>rações importantes:• a colpocitologia não é um teste efetivo para rastreamento<strong>de</strong> <strong>DST</strong>;• se a mulher estiver em período menstrual, a coleta dacolpocitologia <strong>de</strong>ve ser adiada e a mesma aconselhadaa submeter-se ao exame tão logo seja possível;• a presença <strong>de</strong> colpites, corrimentos ou colpocervicitespo<strong>de</strong> comprometer a interpretação da colpocitologia.Nesses casos, a mulher <strong>de</strong>ve ser tratada especificamentee retornar para coleta. Se for improvável o seu retorno,a oportunida<strong>de</strong> da coleta não <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>sperdiçada.


88Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ AidsNesse caso, o excesso <strong>de</strong> secreção po<strong>de</strong> ser retiradocom algodão ou gaze, embebidos em soro fisiológico;• <strong>de</strong>ve-se observar que numa investigação <strong>de</strong> <strong>DST</strong>,quando serão colhidos espécimes para diagnósticobacteriológico, o material para colpocitologia <strong>de</strong>ve sercolhido por último;• uma mulher portadora <strong>de</strong> condilomas não necessita<strong>de</strong> coletas mais freqüentes <strong>de</strong> colpocitologia do queas <strong>de</strong>mais, salvo nos casos comentados acima <strong>de</strong>anomalias ao diagnóstico citológico e em pacientesimunossuprimidas;• mulheres histerectomizadas não <strong>de</strong>mandam rastreiorotineiro <strong>de</strong> câncer cérvico-uterino, a menos que ahisterectomia tenha sido sub total ou realizada porcâncer cervical ou seus precursores. Nessas situações, amulher <strong>de</strong>ve ser aconselhada a manter seu controle noserviço especializado que realizou a cirurgia;• profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> capacitados e serviços que adotemmedidas para assegurar uma boa amostra colpocitológicaobtêm poucos esfregaços insatisfatórios. Essas medidasincluem: i<strong>de</strong>ntificação a<strong>de</strong>quada da(s) lâmina(s), cominiciais da paciente e seu registro na Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>e, na embalagem, nome completo, registro, data dacoleta e nome do profissional que colheu a amostra;coleta ecto e endocervical; uso <strong>de</strong> escova endocervical;fixação logo após a realização do esfregaço;


89• apesar <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificarem os tipos <strong>de</strong> HPV <strong>de</strong> altorisco para câncer cérvico-uterino, os testes para suai<strong>de</strong>ntificação têm discutida aplicação clínica e não sãorecomendados.Situações especiais• Coleta durante a gravi<strong>de</strong>z: mulheres grávidas <strong>de</strong>vemsubmeter-se como as <strong>de</strong>mais ao exame colpocitológico,excluindo a coleta endocervical como parte da rotinapré-natal.• Mulheres infectadas pelo HIV: há maior prevalência<strong>de</strong> lesão intra-epitelial em portadoras do HIV, comtempos muito curtos (meses) <strong>de</strong> progressão para lesõespré-invasivas graves e recidivas freqüentes. Quandohouver atipias na colpocitologia, encaminhar paraserviço especializado, para investigação colposcopiae biópsia dirigida, quando indicado, e tratadas comorecomendado. Para rastreio <strong>de</strong> câncer cérvico-uterinoe <strong>de</strong> seus precursores em portadora do HIV, <strong>de</strong>ve-seobter história ginecológica prévia sobre doenças do colouterino; fazer a colpocitologia após o diagnóstico inicialdo HIV e, caso negativa, <strong>de</strong>ve-se repeti-la seis meses<strong>de</strong>pois. Mantida a ausência <strong>de</strong> evidências <strong>de</strong> lesão intraepitelial,repetir a colpocitologia anualmente. Somenteas portadoras <strong>de</strong> atipias à colpocitologia <strong>de</strong>vem serreferidas para colposcopia e biópsia dirigida.


90Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ AidsConsi<strong>de</strong>rando a elevada prevalência <strong>de</strong> lesão intra-epitelialem portadoras do HIV (até 10 vezes maior), algumas mulheresportadoras <strong>de</strong> lesão intra-epitelial po<strong>de</strong>m ser portadorasdo HIV ainda sem diagnóstico. Dado o benefício que essasmulheres terão pelo diagnóstico sorológico da presença doHIV, esse teste <strong>de</strong>ve ser oferecido após aconselhamento atodas as portadoras <strong>de</strong> HSIL (displasias mo<strong>de</strong>rada, acentuadae carcinoma in situ, NIC II ou III).


91Hepatites B e CAs hepatites virais são doenças provocadas por diferentesagentes etiológicos, com tropismo primário pelo tecidohepático. As hepatites virais têm gran<strong>de</strong> importância pelonúmero <strong>de</strong> indivíduos atingidos e pela possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>complicações das formas agudas e crônicas.A transmissão do vírus da hepatite B (HBV) se faz por viaparenteral, e, sobretudo, pela via sexual, sendo consi<strong>de</strong>rada<strong>DST</strong>. A transmissão vertical (materno-infantil) também écausa freqüente <strong>de</strong> disseminação do vírus. Aproximadamente5% a 10% dos indivíduos infectados tornam-se portadorescrônicos do HBV. Caso a infecção ocorra por transmissãovertical, a chance <strong>de</strong> cronificação é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 70 a 90%.Cerca <strong>de</strong> 20 a 25% dos casos crônicos com replicação viralevoluem para doença hepática avançada (cirrose).A transmissão da hepatite C ocorre principalmente porvia parenteral. Em percentual significativo <strong>de</strong> casos nãoé possível i<strong>de</strong>ntificar a via <strong>de</strong> infecção. São consi<strong>de</strong>radaspopulações <strong>de</strong> risco acrescido para a infecção pelo HCV


92Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ Aidspor via parenteral: indivíduos que receberam transfusão <strong>de</strong>sangue e/ou hemo<strong>de</strong>rivados antes <strong>de</strong> 1993, usuários <strong>de</strong> drogasintravenosas ou usuários <strong>de</strong> cocaína inalada que compartilhamos equipamentos <strong>de</strong> uso, pessoas com tatuagem, piercing ouque apresentem outras formas <strong>de</strong> exposição percutânea. Atransmissão sexual é pouco freqüente (risco <strong>de</strong> 2 a 6% paraparceiros estáveis) e ocorre, principalmente, em pessoas commúltiplos parceiros e com prática sexual <strong>de</strong> risco (sem uso<strong>de</strong> preservativo), sendo que a coexistência <strong>de</strong> alguma <strong>DST</strong> –inclusive o HIV – constitui-se em um importante facilitador<strong>de</strong>ssa transmissão. A transmissão da hepatite C <strong>de</strong> mãe parafilho (vertical) ocorre em 3-5% dos casos. Após contato como HCV a chance <strong>de</strong> cronificação da infecção é <strong>de</strong> 70 a 85%dos casos, sendo que, em média, um quarto a um terço <strong>de</strong>lesevolui para formas histológicas graves no período <strong>de</strong> 20anos. O restante evolui <strong>de</strong> forma mais lenta e talvez nunca<strong>de</strong>senvolva hepatopatia grave.


93Hepatite B: Interpretação dos resultados sorológicos e fase <strong>de</strong>infecção*Interpretação HBsAg HBeAgAnti-HBcIgMAnti-HBcIgG**Antai-HBeAnti-HBsSusceptível (-) (-) (-) (-) (-) (-)Incubação (+) (-) (-) (-) (-) (-)Fase aguda (+) (+) (+) (+) (-) (-)Fase agudafinal ouhepatitecrônicaInício faseconvalescenteImunida<strong>de</strong>,infecçãopassadarecente.Imunida<strong>de</strong>,infecçãopassadaImunida<strong>de</strong>,respostavacinal(+)(+)(+)(+)(-)(-)(-)(-)(-)(-) (-) (+) (+) (-) (-)(-) (-) (-) (+) (+) (+)(-) (-) (-) (+) (-) (+)(-) (-) (-) (-) (-) (+)(+)(+)(+)(-)(+)(-)(-)(-)(-)*Perfis sorológicos atípicos po<strong>de</strong>m ser encontrados no curso da infecção pelo HBV,tais circunstâncias necessitam da avaliação <strong>de</strong> um especialista (Hepatologista ouInfectologista).**Devido à pequena disponibilida<strong>de</strong> comercial <strong>de</strong>sse marcador, po<strong>de</strong>-se utilizar o anti-HBc total em seu lugar.Hepatite C: Significado do marcador sorológico.MarcadorAnti-HCVSignificadoIndica contato prévio com o vírus da hepatite C, mas não <strong>de</strong>finese recente ou tardio. O diagnóstico <strong>de</strong> infecção aguda só po<strong>de</strong>ser feito com a viragem sorológica documentada.


94Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ AidsImunizaçãoVacina contra hepatite BA vacina contra hepatite B está disponível no SUS para asseguintes situações:• Menores <strong>de</strong> um ano <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, a partir do nascimento,preferencialmente nas primeiras 12 horas após oparto;• crianças e adolescentes entre um a 19 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>;• nos doadores regulares <strong>de</strong> sangue;• portadores <strong>de</strong> hepatite C;• usuários <strong>de</strong> hemodiálise;• politransfundidos;• hemofílicos;• talassêmicos;• profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;• populações indígenas (todas as faixas etárias);• comunicantes domiciliares <strong>de</strong> portadores do vírusda hepatite B;• portadores <strong>de</strong> neoplasias;• pessoas reclusas (presídios, hospitais psiquiátricos,instituições <strong>de</strong> menores, forças armadas, etc);• população <strong>de</strong> assentamentos e acampamentos;


95• homens que praticam sexo com homens;• profissionais do sexo• e para portadores <strong>de</strong> <strong>DST</strong> até 30 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.A vacina contra hepatite B po<strong>de</strong> ser administrada emqualquer ida<strong>de</strong> e simultaneamente com outras vacinasdo calendário básico.A imunização contra a hepatite B é realizada em trêsdoses, com intervalo <strong>de</strong> um mês entre a primeira e asegunda dose e <strong>de</strong> seis meses entre a primeira e a terceiradose (0, 1 e 6 meses).Imunoglobulina humana anti-hepatite tipo BA imunoglobulina humana anti-hepatite tipo B(IGHAB), disponível nos CRIE, é indicada para pessoasnão vacinadas após exposição ao vírus da hepatite B nasseguintes situações:• Vítimas <strong>de</strong> abuso sexual;• Comunicantes sexuais <strong>de</strong> caso agudo <strong>de</strong> hepatite B;• Vítimas <strong>de</strong> exposição sangüínea (aci<strong>de</strong>nte pérfurocortanteou exposição <strong>de</strong> mucosas), quando o casofonte for portador do HBV ou <strong>de</strong> alto risco;• Recém-nascidos <strong>de</strong> mãe sabidamente portadora doHBV.Pacientes que receberam a IGHAB <strong>de</strong>vem iniciar oucompletar o esquema <strong>de</strong> imunização contra a hepatite B.


96Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ AidsPrevenção das <strong>DST</strong> na violência sexualO abuso sexual está ligado a problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>pública e reprodutiva, tais como doenças sexualmentetransmissíveis e gravi<strong>de</strong>z in<strong>de</strong>sejada, além das disfunçõessexuais que po<strong>de</strong>m produzir. A violência sexual praticadadurante a gravi<strong>de</strong>z representa fator <strong>de</strong> risco para saú<strong>de</strong>da mulher e do feto, por aumentar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>complicações obstétricas, abortamento e <strong>de</strong> recémnascidos<strong>de</strong> baixo peso. As infecções <strong>de</strong> transmissãosexual, adquiridas durante o estupro, quando nãotratadas, po<strong>de</strong>m levar a quadros <strong>de</strong> doença inflamatóriapélvica e esterilida<strong>de</strong>; <strong>de</strong>ntre estas po<strong>de</strong> estar a infecçãopelo HIV.O atendimento à vítima <strong>de</strong> estupro é complexo,necessitando i<strong>de</strong>almente <strong>de</strong> cuidados <strong>de</strong> uma equipemultidisciplinar familiarizada com casos similares.As vítimas <strong>de</strong> estupro necessitam <strong>de</strong> diagnóstico eacompanhamento cuidadosos para uma multiplicida<strong>de</strong><strong>de</strong> condições clínicas, incluindo apoio psicológico,amparo forense, prevenção da gravi<strong>de</strong>z in<strong>de</strong>sejada eprofilaxia das <strong>DST</strong>. Os pacientes <strong>de</strong>vem ser informadossobre os efeitos físicos e psicológicos do abuso sexual eda necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>:• profilaxia da gravi<strong>de</strong>z (nos casos <strong>de</strong> coito<strong>de</strong>sprotegido para mulheres em período fértil);


97• início da antibioticoprofilaxia para <strong>DST</strong>;• coleta imediata <strong>de</strong> sangue para sorologia para sífilis,HIV, hepatite B e C (para conhecimento do estadosorológico no momento do atendimento paraposterior comparação); e• agendamento do retorno para acompanhamentopsicológico e realização <strong>de</strong> sorologia para sífilis (após30 dias) e para o HIV (após no mínimo 3 meses).• Vacina para hepatite B .• Profilaxia do HIV.QUADRO 1. PROFILAXIA DAS <strong>DST</strong> NÃO VIRAIS EM ADULTOS E ADOLESCENTESCOM MAIS DE 45 kgProfilaxia da sífilisPENICILINA G BENZATINA 2,4 milhões UI IM dose únicaaplicar 1,2 milhões UI em cada ná<strong>de</strong>ga+Profilaxia da gonorréiaCIPROFLOXACINA/OFLOXA 500/400 mg VO dose única+Profilaxia da clamídia e do cancro moleAZITROMICINA 1 g VO dose única+ ou -Profilaxia da tricomoníaseMETRONIDAZOL 2 g VO dose única


98Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ AidsQUADRO 2. PROFILAXIA DAS <strong>DST</strong> NÃO VIRAIS EM GESTANTES, CRIANÇAS EADOLESCENTES (< 45 kg)PENICILINA G BENZATINA IM dose únicaGestantes 2,4 milhões UI (1,2 milhões em cada ná<strong>de</strong>ga)Crianças e Adolescentes 50 mil UI/Kg (dose máxima: 2,4 milhões UI)+CEFTRIAXONA IM dose únicaGestantesCrianças e Adolescentes+250 mg125 mgAZITROMICINA VO dose únicaGestantes – ver quadro 5Crianças e Adolescentes 20 mg/kg (dose máxima: 1 g)+ ou -METRONIDAZOLGestantes 250 mg 3 vezes /dia 7 diasCrianças e Adolescentes 15 mg/kg/dia (8/8 horas, por 7 dias, máximo: 2 g)1gVOO uso da ofloxacina é contra-indicado em crianças e emadolescentes com peso menor que 45 kg. Em grávidascontra-indicam-se tianfenicol e quinolonas.Em indivíduos com história comprovada <strong>de</strong>hipersensibilida<strong>de</strong> aos medicamentos <strong>de</strong> primeira escolha,especialmente penicilina, po<strong>de</strong>rão ser substituídas poralternativas em caso <strong>de</strong> contra-indicação, conforme oquadro.


99QUADRO 3. ALTERNATIVAS PARA A PROFILAXIA DAS <strong>DST</strong> NÃO-VIRAISPROFILAXIAPenicilinaBenzatina(sífilis)Ofloxacina(gonorréia)Azitromicina(clamidíase)Azitromicina(cancro mole)Metronidazol(tricomoníase)GESTANTESEstearato <strong>de</strong>Eritromicina500 mg VO cada 6horas durante 15diasCeftriaxona250mg IM dose únicaEstearato <strong>de</strong>Eritromicina500 mg VO cada 6horas durente 7 diasCeftriaxona250 mg IM doseúnica, ou Estearato<strong>de</strong> Eritromicina 500mg VO cada 6 horasdurante 7 diasSecnidazol outinidazol2,0 g VO dose únicaCRIANÇAS EADOLESCENTESEstearato <strong>de</strong>Eritromicina50 mg/kg/dia VOcada 6 horas por15 diasCeftriaxona125 mg IM doseúnicaEstearato <strong>de</strong>Eritromicina50 mg/kg/dia VOcada 6 horas por 10a 14 diasCeftriaxona125 mg IM doseúnicaSecnidazol10mg/kg VO doseúnicaADULTOSEstearato <strong>de</strong>Eritromicina500 mg VO cada6 horas durante15 diasCeftriaxona250 mg IM doseúnicaTianfenicol2,5 g VO dose únicaAmoxicilina500 mg VO cada 8horas durante 7 diasCeftriaxona250 mg IM doseúnicaSecnidazol ouTinidazol2,0 g VO dose únicaProfilaxia da hepatite B:Os indivíduos em situação <strong>de</strong> violência sexual também<strong>de</strong>vem receber Imunoglobulina hiperimune parahepatite B (IGHAHB), 0,06 ml/kg, IM, dose única, emextremida<strong>de</strong> diferente da vacina e se a dose da vacinaultrapassar 5ml, <strong>de</strong>ve-se dividir a aplicação em duas áreas


100Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ Aidscorporais diferentes. A IGHAHB po<strong>de</strong> ser administradaaté, no máximo, 14 dias após a violência sexual,embora se recomen<strong>de</strong> o uso nas primeiras 48 horas. AIGHAHB está disponível nos Centros <strong>de</strong> Referência paraImunobiológicos Especiais - CRIE.A vacina para hepatite B <strong>de</strong>ve ser aplicada no músculo<strong>de</strong>ltói<strong>de</strong> ou na região do vasto lateral da coxa. O ProgramaNacional <strong>de</strong> Imunizações e o Programa Nacional <strong>de</strong>Hepatites Virais recomendam o uso <strong>de</strong> IGHAHB emtodos as mulheres em situação <strong>de</strong> violência sexual nãoimunizadas ou com esquema vacinal incompleto. Cabelembrar que para a hepatite C não existem alternativas<strong>de</strong> imunoprofilaxia. A gravi<strong>de</strong>z, em qualquer ida<strong>de</strong>gestacional, não contra-indica a imunização para ahepatite B e nem a oferta <strong>de</strong> IGHAHB.Não <strong>de</strong>verão receber a imunoprofilaxia para hepatiteB casos <strong>de</strong> violência sexual on<strong>de</strong> o indivíduo apresenteexposição crônica e repetida com mesmo agressor,situação freqüente em casos <strong>de</strong> violência sexualintrafamiliar. Não <strong>de</strong>verão receber a imunoprofilaxia parahepatite B os indivíduos cujo agressor seja sabidamentevacinado ou quando ocorrer uso <strong>de</strong> preservativo,masculino ou feminino, durante o crime sexual. Como avacinação para hepatite B já está incluída no calendáriovacinal, <strong>de</strong>verá ser consi<strong>de</strong>rada a vacinação das criançasnão vacinadas previamente.


101Prevenção da Gravi<strong>de</strong>z In<strong>de</strong>sejadaA possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrer concepção em um únicocoito sem proteção num dia qualquer do ciclo menstrualé <strong>de</strong> 2 a 4%, sendo esse risco aumentado no períodofértil. Recomenda-se, como primeira escolha, o uso<strong>de</strong> progestágeno puro – levonorgestrel 0,75 mg/comprimido, usando-se 2 comprimidos VO dose únicaou 1 comprimido VO cada 12 horas O método <strong>de</strong>Yuzpe, segunda opção, consiste na administração oralda associação <strong>de</strong> estrogênios e progestagênios, iniciadosaté 72 horas após o coito <strong>de</strong>sprotegido. Prescreve-seanticoncepcional hormonal oral contendo 50 mg <strong>de</strong>etinil-estradiol e 250 mg <strong>de</strong> levonorgestrel / comprimido,2 comprimidos VO cada 12 horas ou 4 comprimidos VOdose única, ou anticoncepcionais orais com 30 mg <strong>de</strong>etinil-estradiol e 150 mg <strong>de</strong> levonorgestrel / comprimido,usando-se 4 comprimidos VO cada 12 horas ou 8comprimidos VO dose única.Em caso <strong>de</strong> gravi<strong>de</strong>z in<strong>de</strong>sejada, resultado <strong>de</strong> estupro, oabortamento é previsto em Lei e po<strong>de</strong>rá ser feito peloSistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS).Profilaxia da Infecção pelo HIVA realização do teste anti-HIV no agressor <strong>de</strong>ve serfeita sempre que possível, mesmo após o início daquimioprofilaxia, com o objetivo <strong>de</strong> suspen<strong>de</strong>r a


102Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ Aidsmedicação anti-retroviral se o resultado for negativo.Também o uso <strong>de</strong> teste rápido po<strong>de</strong> ser indicado paraa tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão terapêutica, quando a condiçãosorológica do agressor é <strong>de</strong>sconhecida, mas o mesmoé i<strong>de</strong>ntificável e existindo tempo para sua avaliação emmenos <strong>de</strong> 72 horas da violência.Nos casos em que o agressor é sabidamente HIV positivo eestá em tratamento com uso <strong>de</strong> anti-retrovirais, a <strong>de</strong>cisãodo tipo <strong>de</strong> combinação <strong>de</strong> medicamentos para profilaxia<strong>de</strong>verá ser individualizada, i<strong>de</strong>almente sob orientação<strong>de</strong> um infectologista. Nesses casos, recomenda-se ouso dos esquemas habituais, como AZT (zidovudina)+ 3TC (lamivudina) + nelfinavir ou indinavir/ritonavirou lopinavir/ritonavir. O efavirens não <strong>de</strong>ve ser utilizadoem adolescentes <strong>de</strong>vido ao potencial teratogenico.A prescrição da quimioprofilaxia pós-exposição sexualao HIV exige avaliação cuidadosa quanto ao tipo e grau<strong>de</strong> risco do ato violento, bem como o tempo <strong>de</strong>corridoaté a chegada da pessoa agredida ao serviço <strong>de</strong> referênciaapós o crime. A <strong>de</strong>cisão final <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar a motivaçãoe o <strong>de</strong>sejo da mulher <strong>de</strong> se submeter ao tratamento.A profilaxia do HIV, com o uso <strong>de</strong> anti-retrovirais, <strong>de</strong>veser iniciada no menor prazo possível, com limite <strong>de</strong> 72horas da violência sexual. Os medicamentos <strong>de</strong>vem sermantidos, sem interrupção, por 4 semanas consecutivas.


103O prazo <strong>de</strong> 72 horas não <strong>de</strong>ve ser ultrapassado, mesmoem situações <strong>de</strong> múltiplos e elevados fatores <strong>de</strong> risco eagravo <strong>de</strong> exposição ao HIV.Quando o esquema anti-retroviral selecionado incluir onelfinavir ou o ritonavir, a anticoncepção <strong>de</strong> emergência<strong>de</strong>ve ser realizada com levonorgestrel. Esses antiretroviraisreduzem significativamente os níveis séricosdos estrogênios em razão da interação medicamentosaque ocorre no sistema microssomal hepático.Profilaxia do HIV em adultasEm mulheres adultas e adolescentes, recomenda-se usara associação da zidovudina (AZT) 300mg e lamivudina(3TC) 150 mg (inibidores da transcriptase reversa), 1comprimido a cada 12 horas, <strong>de</strong> preferência combinadosna mesma formulação. A terceira droga, nelfinavir(NFV) 750 mg ou indinavir (IDV) 800 mg (inibidoresda protease), <strong>de</strong>ve ser administrada a cada 8 horas, por30 dias.O indinavir po<strong>de</strong> ser, eventualmente, associado comum quarto medicamento, o ritonavir (RTV), comoadjuvante farmacológico. Nesse caso, usa-se indinavir(IDV) 800 mg + ritonavir (RTV) 100-200 mg a cada12 horas com ou sem alimento. Entretanto, o ritonavirinterage <strong>de</strong> forma importante com o metronidazol e seussubstitutos, utilizados como parte da profilaxia <strong>de</strong> <strong>DST</strong>


104Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ Aidsnão-virais. Deve-se preferir o nelfinavir, sempre quepossível, ou suspen<strong>de</strong>r o metronidazol quando o ritonavirfor indispensável. Em gestantes o esquema preferencial<strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar a associação <strong>de</strong> AZT, 3TC e NFV nasmesmas doses acima indicadas. Não se recomenda o usoda nevirapina ou <strong>de</strong> outros análogos não nucleosí<strong>de</strong>os.Para as crianças recomenda-se a associação <strong>de</strong> AZT e3TC, com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolha da terceira drogaentre o NFV e o RTV, todas disponíveis em solução oral(quadro 10). A dose <strong>de</strong> AZT é <strong>de</strong> 90 a 180 mg/m² cada 8horas (máximo <strong>de</strong> 600 mg/dia). Para o 3TC a dose é <strong>de</strong> 4mg/kg cada 12 horas (máximo <strong>de</strong> 150 mg cada 12 horas).O NFV <strong>de</strong>ve ser usado na dose <strong>de</strong> 30 mg/kg cada 8 horas(dose máxima <strong>de</strong> 750 mg cada 8 horas). Por fim, o RTVé usado <strong>de</strong> 350 a 400 mg/m² cada 12 horas (dose máxima<strong>de</strong> 600 mg cada 12 horas). Mais informações po<strong>de</strong>m serobtidas na “Norma Técnica <strong>de</strong> Prevenção e Tratamentodos Agravos Resultantes da Violência Sexual contraMulheres e Adolescentes”, do Ministério da Saú<strong>de</strong>.


105BibliografiaBrasil. Ministério da Saú<strong>de</strong>. [www.aids.gov.br/documentos/publicações]– busca: conscritos do exército do Brasil, 2002Brasil. Ministério da Saú<strong>de</strong>, [www.aids.gov.br/areatecnica/monitoraids/estudosespeciais] VII Pesquisa <strong>de</strong> Conhecimentos, atitu<strong>de</strong>s e Práticasrelacionadas ao HIV/aids com a População Brasileira <strong>de</strong> 15 a 54 anos– 2004.Brasil. Ministério da Saú<strong>de</strong>. Norma Técnica <strong>de</strong> Prevenção e Tratamento dosAgravos Resultantes da Violência Sexual contra Mulheres e Adolescentes.Brasília, 2004.Brasil. Ministério da Saú<strong>de</strong>. Boletim Epi<strong>de</strong>miológico <strong>DST</strong> e AIDS, ano IIn.01-01 à 26a. semanas epi<strong>de</strong>miológicas – jan a jun <strong>de</strong> 2005.CEBRAP, Ministério da Saú<strong>de</strong>. Relatório da pesquisa “ ComportamentoSexual da População Brasileira e Percepções do HIV/AIDS “. São Paulo,setembro <strong>de</strong> 2000.Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Hepatitis B virus: acomprehensive strategy for eliminating transmission in the UnitedState through childhood vacination. Recommendations of the AdvisoryCommittee on Immunization Practices. A C.I.P. MMWR 42: 1-13, 1993.Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Increase influoroquinolone-resistant Neisseria gonorrhoeae – Hawaii andCalifornia, 2001. MMWR,2002;51(46):1041-44.Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Sexually transmitteddiseases treatment gui<strong>de</strong>lines 2002. MMWR Recomm Rep. 2002 May10;51(RR-6):1-78.


106Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ AidsCenters for Disease Control and Prevention (CDC). Azithromycin treatmentfailures in syphilis infections--San Francisco, California, 2002-2003.MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2004a Mar 12;53(9):197-8.Cohen MS, Hoffman IF, Royce RA, Kazembe P, Dyer JR, Daly CC, Zimba D,Vernazza PL, Maida M, Fiscus SA, Eron JJ Jr. Reduction of concentrationof HIV-1 in semen after treatment of urethritis: implications forprevention of sexual transmission of HIV-1. AIDSCAP Malawi ResearchGroup.Lancet. 1997 Jun 28; 349 (9069): 1868-73.Corey L, Ashley R; Valacyclovir HSV Transmission Study Group. Preventionof herpes simplex virus type 2 transmission with antiviral therapy.Herpes. 2004 Aug;11 Suppl 3:170A-174A.Dillon JA, Rubabaza JP, Benzaken AS, Sardinha JC, LI H, Ban<strong>de</strong>ira MG, dosSantos Fernando Filho E. Reduced susceptibility to azythromycin andhigh percentages of penicillin and tetracycline resistance in Neisseriagonorrhoeae isolates from Manaus, Brazil, 1998. Sex Transm Dis 2001,28(9): 521-6.Ferreira WA, Ferreira CM, Schettini APM, Sardinha JCG, BenzakenAS, Garcia MA, Garcia EG. Neisseria gonorrhoeae produtoras <strong>de</strong>betalactamase resistentes a azitromicina em Manaus, Amazonas, Brasil.<strong>DST</strong>- J Bras Doenças Sex Transm, 2004; 16(2):28-32.Fioravante FC, Costa Alves M<strong>de</strong> F, Guimaraes EM, Turchi MD, Freitas HA,Domingos LT. Prevalence of Chlamydia trachomatis in asymptomaticBrazilian military conscripts. Sex Transm Dis. 2005 Mar;32(3):165-9.Fleming DT, Wasserheit JN. From epi<strong>de</strong>miological synergy to public healthpolicy and practice: the contribution of other sexually transmitteddiseases to sexual transmission of HIV infection. Sex Transm Infect.1999 Feb;75(1):3-17.Ghys PD, Fransen K, Diallo MO, Ettiegne-Traore V, Coulibaly IM, YeboueKM, Kalish ML, Maurice C, Whitaker JP, Greenberg AE, Laga M. Theassociations between cervicovaginal HIV shedding, sexually transmitteddiseases and immunosuppression in female sex workers in Abidjan, Coted’Ivoire. AIDS. 1997 Oct;11(12):F85-93.


107Gutman, L. Gonococcal diseases in infants and children. In: Holmes et al.,eds. Sexually transmitted diseases. New York: McGraw-Hill Inc, 1999:1146,Table 82-1.Holmes KK. Azitromycin versus penicillin for early syphilis.N Engl J Med2005;305(12):1291-3.Kapiga SH, Vuylsteke B, Lyamuya EF, Dallabetta G, Laga M. Evaluationof sexually transmitted diseases diagnostic algorithms among familyplanning clients in Dar es Salaam, Tanzania. Sex Transm Infect. 1998Jun;74 Suppl 1:S132-8.Karinen L, Pouta A, Hartikainen AL, Bloigu A, Paldanius M, LeunonenM, Saikku P, Jarvelin MR. Association between Chlamydia trachomatisantibodies and subfertility in the Northern Finland Birth Cohort1966 (NFBC 1966), at the age of 31 years. Epi<strong>de</strong>miol Infect. 2004Oct;132(5):977-84.Kiddugavu MG, Kiwanuka N, Wawer MJ, Serwadda D, Sewankambo NK,Wabwire-Mangen F, Makumbi F, Li X, Reynolds SJ, Quinn TC, GrayRH; The Rakai Study Group.Effectiveness of syphilis treatment usingazithromycin and/or benzathine penicillin in Rakai, Uganda. Sex TransmDis. 2005 Jan;32(1):1-6.Klebanoff MA, Hauth JC, MacPherson CA, Carey JC, Heine RP, WapnerRJ, Iams JD, Moawad A, Miodovnik M, Sibai BM, vanDorsten JP,Dombrowski MP; National Institute for Child Health and DevelopmentMaternal Fetal Medicine Units Network. Time course of the regressionof asymptomatic bacterial vaginosis in pregnancy with and withouttreatment. Am J Obstet Gynecol, 2004 190(2) 363-70.Leitich H, Bodner-Adler B, Brunbauer M, Kai<strong>de</strong>r A Egarter C, Husslein P.Bacterial vaginosis as a risk factor for preterm <strong>de</strong>livery: a meta-analysis.Am J Obstet Gynecol. 2003; 189:139-47.Leone P. Asymptomatic shedding in the transmission, prevention, andtreatment of genital herpes. Medscape Infectious Diseases, 2004;6(1)


108Doenças Sexualmente Transmissíveis (<strong>DST</strong>)Ministério da Saú<strong>de</strong> - SVS - Programa Nacional <strong>de</strong> <strong>DST</strong>/ AidsMardh PA. Tubal factor infertility, with special regard to chlamydialsalpingitis. Curr Opin Infect Dis. 2004 Feb;17(1):49-52.McDonald H, Brocklehurst P, Parsons J. Antibiotics for treating bacterialvaginosis in pregnancy. Cochrane Database Syst Rev. 2005 Jan 25;(1):CD000262.Miranda AE, Szwarcwald CL, Peres RL, Page-Shafer K Prevalence and riskbehaviors for chlamydial infection in a population-based study of femaleadolescents in Brazil. Sex Transm Dis. 2004 Sep;31(9):542-6.Moherdaui F, Vuylsteke B, Siqueira LF, dos Santos Junior MQ, Jardim ML, <strong>de</strong>Brito AM, <strong>de</strong> Souza MC, Willers D, Sardinha JC, Benzaken AS, Ramos MC,Bueno H, Rodrigues LG, Chequer PJ. Validation of national algorithmsfor the diagnosis of sexually transmitted diseases in Brazil: results from amulticentre study. Sex Transm Infect. 1998 Jun;74 Suppl 1:S38-43.Moodley P, Sturm AW. Ciprofloxacin –resistant gonorrhoea on the rise inSouth Africa. Lancet 2005;366:1159.Passos MRL; Benzaken AS; Coelho ICB; Rodrigues GHS; Dutra JR JC;Varella R; Tavares RR; Barreto NA; Marques BP; Figueiredo J. Estudo <strong>de</strong>equivalência entre azitromicina e penicilina G benzatina no tratamentoda sífilis. <strong>DST</strong>- J Bras Doenças Sex Transm 2004; 16(1):52-66.Passos MRL, Nahn EPJr, Almeida GLF. Cancro Mole, in: Deesetologia, <strong>DST</strong>5Mauro Romero Leal Passos - 5 ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Cultura Médica, 2005pag. 245-256.Rodriguez MDM, Obasi A, Mosha F, Todd J, Brown D, Changalucha J,Mabey D, Ross D, Grosskurth H, Hayes R. herpes simplex vírus type 2infection increses HIV inci<strong>de</strong>nce: a prospective study in rural Tanzânia.AIDS, 2002; 16:451-462.Sangani P, Rutherford G, Wilkinson D. Population-based interventionsfor reducing sexually transmitted infections, including HIV infection.Cochrane Database Syst Rev. 2004;(2):CD001220.Schwebke JR. Diagnostic methods for bacterial vaginosis. Int J ObstetGynecol, 1999; 67:S21-23.


109Sewankambo N, Gray RH, Wawer MJ, Paxton L, McNaim D, Wabwire-Mangen F, Serwadda D, Li C, Kiwanuka N, Hillier SL, Rabe L, GaydosCA, Quinn TC, Kon<strong>de</strong>-Lule J. HIV-1 infection associated with abnormalvaginal flora morphology and bacterial vaginosis. Lancet. 1997 Aug23;350(9077):546-50. Erratum in: Lancet 1997 Oct 4;350(9083):1036.Vuylsteke B. Current status of syndromic management of sexuallytransmitted infections in <strong>de</strong>veloping countries. Sex Transm Infect. 2004Oct;80(5):392-4.Watts DH; Brown ZA; Money D; Selke S; Huang, MI; Sacks MI; Corey L. Adouble-blind , randomized, placebo-controlled trial of acyclovir in latepregnancy in women for the reduction of herpes simplex virus sheddingand cesarean <strong>de</strong>livery. Am J Obstet Gynecol 2003; 188:836-43.Watson EJ, Templeton A, Russel I, Paavonen J, Mardh P-A, Stary A, StrayPe<strong>de</strong>rson B. The accuracy and efficacy of screening tests for Chlamydiatrachomatis: a systematic review. J Med Microbiol, 2002; 51:1021-31.Wen<strong>de</strong>lL GD Jr, Stark BJ, Jamison RB, Molina RD, Sullivan TJ. Penicillinallergy and <strong>de</strong>sensitization in serious infections during pregnancy. NEngl J Med. 1985 May 9;312(19):1229-32.Wilkinson D, Ruterford G. Intervenciones poblacionales para la reduccion<strong>de</strong> infecciones <strong>de</strong> transmission sexual, incluída la infeccion por VIH.(Revision Cochrane traducida) La Cochrane Library plus in español,número 3, 2004. Oxford, Update Software Limited.World Health Organization - Sexually Transmited Diseases: Policies andprinciples for prevention and care. WHO/UNAIDS, 1997.World Health Organization - Gui<strong>de</strong>lines for the management of sexuallytransmitted infections. 2003.World Health Organization. Global Strategy for STI Prevention and ControlMeeting. Geneva, Nov. 2004.World Health Organization - Sexually Transmited and Other reproductivetract infections. A gui<strong>de</strong> to essential practice. 2005.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!