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Propriedades flexurais de pinos diretos metálico e ... - Ronaldo Hirata

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AAAAAA AA AAAAAAAA<br />

RESuMo<br />

Com a evolução dos materiais restauradores,<br />

novas técnicas que buscam<br />

preservar ao máximo a estrutura<br />

<strong>de</strong>ntária remanescente <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes<br />

tratados endodonticamente vêm<br />

surgindo. O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho<br />

foi comparar e medir a resistência<br />

à flexão entre <strong>pinos</strong> pré-fabricados<br />

direto metálicos (aço inoxidável) e<br />

30 R Dental Press Estét, Maringá, v. 3, n. 3, p. 000-000, jul./ago./set. 2006<br />

<strong>Proprieda<strong>de</strong>s</strong> <strong>flexurais</strong> <strong>de</strong> <strong>pinos</strong><br />

<strong>diretos</strong> metálico e não - metálicos<br />

Daniel Tozatti Mazzoccato*, <strong>Ronaldo</strong> <strong>Hirata</strong>**, Luiz Antônio G. Pires***,<br />

Eduardo Mota****, Lourenço Farias <strong>de</strong> Moraes*****, Sandra Tozatti Mazzoccato******<br />

não metálicos (4 marcas comerciais<br />

<strong>de</strong> <strong>pinos</strong> <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> vidro, 1 <strong>de</strong> fibra<br />

<strong>de</strong> carbono e 1 marca <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong><br />

quartzo). Estes <strong>pinos</strong> foram testados<br />

em uma máquina <strong>de</strong> ensaio universal<br />

Pantec 500 (Panambra) <strong>de</strong> acordo<br />

com as especificações da ISO 178<br />

para testes transversais <strong>de</strong> três pontos.<br />

Baseado na análise estatística<br />

aplicada aos dados obtidos ao final<br />

do estudo concluiu-se que: todos os<br />

grupos tiveram valores médios do<br />

módulo flexural superiores ao módulo<br />

da <strong>de</strong>ntina relatado na literatura;<br />

os <strong>pinos</strong> poliméricos reforçados por<br />

fibras obtiveram resistência máxima<br />

flexural superior ao pino metálico e<br />

não houve diferenças significativas<br />

entre os grupos em relação ao módulo<br />

flexural.<br />

PALAvRAS-cHAvE: Palavras-chave: Pinos intra-radiculares. Módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong>. Fibra <strong>de</strong> vidro. Fibra <strong>de</strong> carbono. Resistência flexural.<br />

* Especialista em Dentística Restauradora pela Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Paraná -UFPR- Curitiba, PR.<br />

** Mestre em Materiais Dentários pela Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica - PUC -Porto Alegre, RS;<br />

doutorando em Dentística Restauradora pela UERJ, Rio <strong>de</strong> Janeiro, RJ.<br />

*** Mestre em Prótese Dentária pela ULBRA, Canoas, RS; professor da disciplina <strong>de</strong> Materiais Dentários I e II<br />

da ULBRA, campus Canoas, RS.<br />

**** Mestre em Materiais Dentários pela Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica - PUC -Porto Alegre, RS;<br />

professor da disciplina <strong>de</strong> Materiais Dentários I da ULBRA, campus Canoas, RS.<br />

***** Cirurgião-<strong>de</strong>ntista.<br />

****** Aluna do curso <strong>de</strong> Odontologia da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul - UFRGS, Porto Alegre, RS.


InTRoDução<br />

Daniel Tozatti Mazzoccato, <strong>Ronaldo</strong> <strong>Hirata</strong>, Luiz Antônio G. Pires, Eduardo Mota, Lourenço Farias <strong>de</strong> Moraes, Sandra Tozatti Mazzoccato<br />

A restauração <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes tratados endo-<br />

donticamente ainda representa um <strong>de</strong>safio<br />

à odontologia mo<strong>de</strong>rna. Esses <strong>de</strong>ntes nor-<br />

malmente são mais frágeis pela perda <strong>de</strong> es-<br />

trutura por lesão cariosa, preparo cavitário e<br />

<strong>de</strong>svitalização pulpar. Isso favorece a <strong>de</strong>sidra-<br />

tação da <strong>de</strong>ntina e conseqüentemente causa<br />

perda <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> tornando-os mais sus-<br />

cetíveis a fraturas 3 .<br />

Em um <strong>de</strong>nte hígido, a distribuição das<br />

forças oclusais ocorre <strong>de</strong> forma harmônica<br />

pela coroa, estrutura radicular e tecidos <strong>de</strong><br />

suporte dos <strong>de</strong>ntes. As modificações estru-<br />

turais pelo tratamento endodôntico, bem<br />

como as forças laterais, po<strong>de</strong>m levar a con-<br />

centrações <strong>de</strong> tensões em um <strong>de</strong>terminado<br />

local da estrutura <strong>de</strong>ntária po<strong>de</strong>ndo levar à<br />

fratura radicular ou corono-radicular 16 .<br />

Dessa forma, o uso <strong>de</strong> retentores intra-<br />

radiculares é recomendado para restaurar a<br />

estética e função <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes tratados endo-<br />

donticamente. Um aspecto importante é que<br />

o uso <strong>de</strong> <strong>pinos</strong> intracanais <strong>de</strong>ve ser indicado,<br />

quando existe a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> confecção<br />

<strong>de</strong> um núcleo que irá reter uma coroa proté-<br />

tica visando o restabelecimento do sistema<br />

estomatognático 6 . Outros fatores <strong>de</strong>vem ser<br />

observados antes da colocação <strong>de</strong> um pino<br />

intra-radicular: a qualida<strong>de</strong> do tratamento<br />

endodôntico, a presença <strong>de</strong> patologias no<br />

ápice radicular, pois a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> retra-<br />

tamento leva a uma <strong>de</strong>licada conduta clínica;<br />

a remoção <strong>de</strong> <strong>pinos</strong> intracanais 5 .<br />

O processo <strong>de</strong> fundição dos metais pos-<br />

sibilitou um gran<strong>de</strong> avanço na odontologia.<br />

Durante vários anos, a restauração <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes<br />

<strong>de</strong>svitalizados com extensa perda coronária<br />

tinha como única alternativa para reter uma<br />

coroa os núcleos metálicos fundidos 7 . Entre-<br />

tanto, essa técnica <strong>de</strong> reconstrução apresen-<br />

tava alguns problemas como à dificulda<strong>de</strong><br />

para a remoção do pino, caso seja necessá-<br />

rio uma nova intervenção no canal radicu-<br />

lar, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um aporte laboratorial<br />

para sua confecção e a corrosão na interface<br />

pino/pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ntinárias 7,17 . Outra <strong>de</strong>svanta-<br />

gem é o elevado módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> que<br />

proporciona a concentração <strong>de</strong> tensões e a<br />

transmissão das forças diretamente à estru-<br />

tura radicular piorando o prognóstico da res-<br />

tauração 3,7,15,17 .<br />

Com o passar dos anos surgiram técnicas<br />

diferenciadas que utilizam <strong>pinos</strong> pré-fabri-<br />

cados que substituem os núcleos metálicos<br />

fundidos convencionais. Através <strong>de</strong>les foi<br />

possível à racionalização <strong>de</strong> passos clínicos,<br />

diminuição <strong>de</strong> custos, visto que este siste-<br />

ma é <strong>de</strong> utilização imediata, não necessitan-<br />

do <strong>de</strong> etapa laboratorial para sua confecção.<br />

Também, com o uso <strong>de</strong>ssa técnica é possível<br />

preservar a estrutura <strong>de</strong>ntal remanescente<br />

através da confecção <strong>de</strong> um núcleo em resina<br />

composta 20 .<br />

A introdução no mercado <strong>de</strong> <strong>pinos</strong> pré-<br />

fabricados reforçados por fibras <strong>de</strong>terminou<br />

uma mudança importante na reconstituição<br />

coroa-raiz. A partir disso, buscou-se um ma-<br />

terial que se aproximasse, do ponto <strong>de</strong> vista<br />

mecânico, às características do tecido <strong>de</strong>ntal<br />

perdido com a inclusão <strong>de</strong> fibras <strong>de</strong> carbono<br />

em uma matriz resinosa 7 .<br />

Dessa maneira, esse novo sistema <strong>de</strong> pi-<br />

nos pré-fabricado trouxe gran<strong>de</strong>s avanços,<br />

principalmente nas proprieda<strong>de</strong>s mecânicas,<br />

como a elevada resistência à flexão e o mó-<br />

dulo flexural próximo à estrutura <strong>de</strong>ntal. Ou-<br />

tros aspectos importantes como volume, dis-<br />

posição e saturação da matriz resinosa pelas<br />

fibras, a perfeita união através dos agentes<br />

R Dental Press Estét, Maringá, v. 3, n. 3, p. 000-000, jul./ago./set. 2006<br />

31


<strong>Proprieda<strong>de</strong>s</strong> <strong>flexurais</strong> <strong>de</strong> <strong>pinos</strong> <strong>diretos</strong> metálico e não - metálicos<br />

<strong>de</strong> ligação entre as fibras e a matriz e a <strong>de</strong>n-<br />

sida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acondicionamento <strong>de</strong>ssas fibras<br />

irão interferir no <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong>sses <strong>pinos</strong><br />

em testes laboratoriais e conseqüentemente<br />

na prática clínica 8,15 . Outra vantagem dos pi-<br />

nos à base <strong>de</strong> fibras é a facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> remoção<br />

através <strong>de</strong> instrumentos rotatórios, facilitan-<br />

do o acesso ao canal radicular em situações<br />

<strong>de</strong> retratamentos ou <strong>de</strong> fraturas, o que torna<br />

esse procedimento simplificado 17 .<br />

Nos estudos <strong>de</strong> resistência flexural e mi-<br />

croscopia eletrônica, Drummond concluiu<br />

que os <strong>pinos</strong> FiberKor post (Jeneric/Pentron,<br />

USA) tiveram <strong>de</strong>sempenho mecânico 3 vezes<br />

superior que as barras FiberKor bars (Jene-<br />

ric/Pentron, USA) 8 . Nesses dois produtos, a<br />

microestrutura e a técnica <strong>de</strong> processamen-<br />

to foram diferentes. Nas barras (fabricação<br />

manual) as fibras foram levemente saturadas<br />

com partículas <strong>de</strong> resina reforçada, enquanto<br />

que, nos <strong>pinos</strong> existiu uma saturação maior,<br />

ou seja, ocorre uma maior penetração da ma-<br />

triz resinosa nas fibras dos <strong>pinos</strong>. Outros fa-<br />

tores que <strong>de</strong>vem ser levados em consi<strong>de</strong>ra-<br />

ção, segundo o autor, para que isso ocorresse<br />

é que a resistência <strong>de</strong> flexão esta vinculada a<br />

proporção comprimento/diâmetro, carga e o<br />

ambiente <strong>de</strong> teste 8 .<br />

O avanço das pesquisas ocasionou o sur-<br />

gimento <strong>de</strong> um pino pré-fabricado que apre-<br />

sentava fibra <strong>de</strong> vidro e/ou fibra <strong>de</strong> quartzo<br />

na sua composição. A introdução <strong>de</strong>sse tipo<br />

<strong>de</strong> fibra na matriz resinosa resultou em um<br />

pino com características estéticas, pois se<br />

apresentam na cor branca ou translúcida po-<br />

<strong>de</strong>ndo ser utilizado em regiões que requerem<br />

uma maior <strong>de</strong>manda estética 15 .<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista mecânico esse tipo<br />

<strong>de</strong> fibra melhorou a resistência à fratura <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ntes tratados endodonticamente e restau-<br />

32 R Dental Press Estét, Maringá, v. 3, n. 3, p. 000-000, jul./ago./set. 2006<br />

rados com esse sistema <strong>de</strong> <strong>pinos</strong> sendo pro-<br />

missor o seu uso em próteses parciais fixas<br />

posteriores. Isso pelo fato <strong>de</strong> que os <strong>pinos</strong><br />

<strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> vidro apresentaram resultados <strong>de</strong><br />

módulo flexural inferior, quando comparados<br />

aos <strong>pinos</strong> <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> carbono/grafite e tam-<br />

bém muito próximos da <strong>de</strong>ntina 15,17 .<br />

Nos estudos <strong>de</strong> Maccari e colaboradores,<br />

os <strong>de</strong>ntes restaurados com <strong>pinos</strong> <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong><br />

vidro (Fibrekor Post, Jeneric/Pentron, USA)<br />

tiveram os maiores valores <strong>de</strong> resistência<br />

em testes laboratoriais. Outra característi-<br />

ca confirmada pelos testes é que esses <strong>pinos</strong><br />

apresentam um baixo módulo <strong>de</strong> elasticida-<br />

<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ssa forma quando inci<strong>de</strong> uma carga so-<br />

bre a estrutura radicular o estresse é minimi-<br />

zado e também ocorre uma melhor absorção<br />

das tensões entre pino e raiz. Isso po<strong>de</strong>rá ex-<br />

plicar a ausência <strong>de</strong> raízes e <strong>pinos</strong> fraturados<br />

nos testes 17 .<br />

Dentro <strong>de</strong>sse panorama, e pelas inúmeras<br />

dúvidas que persistem em relação à restau-<br />

ração <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes tratados endodonticamente,<br />

este trabalho tem como proposta <strong>de</strong>terminar<br />

e comparar a resistência flexural e o módulo<br />

flexural <strong>de</strong> <strong>pinos</strong> <strong>diretos</strong> intra-radiculares.<br />

MATERIAIS E MÉToDo<br />

Foram utilizados nesta pesquisa 6 marcas<br />

comerciais <strong>de</strong> <strong>pinos</strong> pré-fabricados <strong>diretos</strong>:<br />

U. M. Aestheti Plus (Bisco,USA), Reforpost<br />

(Angelus,Br), Postec (Ivoclar/Viva<strong>de</strong>nt, Lie), Fi-<br />

brekor Post (Pentron, USA), Luscent Anchors<br />

(Dentatus, USA), Classic (Dentatus,USA). Seus<br />

respectivos grupos, fabricantes, composi-<br />

ções, diâmetros e número <strong>de</strong> amostras estão<br />

apresentados na tabela 1.<br />

Foi confeccionada uma matriz metálica<br />

retangular com dimensões <strong>de</strong> 12,3 x 5,6 x<br />

2,7 cm sendo a sua base plana e na extremi-


Daniel Tozatti Mazzoccato, <strong>Ronaldo</strong> <strong>Hirata</strong>, Luiz Antônio G. Pires, Eduardo Mota, Lourenço Farias <strong>de</strong> Moraes, Sandra Tozatti Mazzoccato<br />

Grupo Marca Fabricante<br />

1 Reforpost Angelus, Br.<br />

2 Postec<br />

Ivoclar/Viva<strong>de</strong>t,<br />

Liechtenstein.<br />

3 Fibrekor Post Pentron USA.<br />

4 Reforpost Angelus, Br.<br />

5 U. M. AESTHETI Plus Bisco, USA<br />

6 Luscent Anchors Dentatus, USA<br />

Tabela 1 - Categoria dos <strong>pinos</strong> usados no teste mecânico.<br />

composição<br />

(Informações do Fabricante)<br />

62% fibra <strong>de</strong> carbono e 38%<br />

<strong>de</strong> resina epóxi<br />

61,5% <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> vidro,<br />

25,9% <strong>de</strong> Resina BIS-GMA e<br />

12,3% <strong>de</strong> Agente <strong>de</strong> carga<br />

42% <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> vidro, 29%<br />

<strong>de</strong> Resina BIS-GMA e 29% <strong>de</strong><br />

Agente <strong>de</strong> carga<br />

57% <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> vidro e 43%<br />

<strong>de</strong> Resina BIS-GMA e Agente<br />

<strong>de</strong> carga<br />

60% <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> quartzo e<br />

40% <strong>de</strong> Resina Epóxi<br />

70% <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> vidro e 30%<br />

<strong>de</strong> resina BIS-GMA<br />

nº <strong>de</strong> Amostras<br />

Diâmetro<br />

(mm)<br />

05 1,4<br />

05 1,5<br />

05 1,1<br />

05 1,1<br />

05 1,3<br />

05 1,5<br />

7 Classic Dentatus, USA Aço inoxidável 05 1,3<br />

Figura 1 - Pino em contato com a matriz metálica.<br />

R Dental Press Estét, Maringá, v. 3, n. 3, p. 000-000, jul./ago./set. 2006<br />

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<strong>Proprieda<strong>de</strong>s</strong> <strong>flexurais</strong> <strong>de</strong> <strong>pinos</strong> <strong>diretos</strong> metálico e não - metálicos<br />

da<strong>de</strong> oposta a base, realizou-se um rebaixa-<br />

mento <strong>de</strong> aproximadamente 1,9 cm <strong>de</strong> pro-<br />

fundida<strong>de</strong>. Esse rebaixamento <strong>de</strong>ixou uma<br />

extremida<strong>de</strong> livre eqüidistante <strong>de</strong> 14 mm,<br />

<strong>de</strong>terminação para proprieda<strong>de</strong>s <strong>flexurais</strong> <strong>de</strong><br />

materiais plásticos com secção circular para<br />

testes transversais <strong>de</strong> três pontos 12 . As su-<br />

perfícies <strong>de</strong> contato entre o corpo <strong>de</strong> prova,<br />

matriz metálica e braço fixo possuíam 2 mm<br />

<strong>de</strong> espessura 13 (Fig. 1).<br />

Essa matriz foi acoplada a uma Máquina<br />

<strong>de</strong> Ensaio Universal Pantec 500 (Panambra,<br />

Br), com célula <strong>de</strong> carga <strong>de</strong> 500 N. Os <strong>pinos</strong><br />

foram dispostos horizontalmente em con-<br />

tato com a matriz e em seguida a máquina<br />

foi acionada com uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,5mm/<br />

min (velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carregamento). A porção<br />

móvel da máquina incidiu sob o braço fixo,<br />

atingindo perpendicularmente os corpos <strong>de</strong><br />

prova na sua região central.<br />

A partir dos resultados <strong>de</strong> força e <strong>de</strong>flexão<br />

<strong>de</strong>terminados pela máquina foi realizado o<br />

cálculo do módulo flexural e resistência má-<br />

xima flexural. O módulo flexural foi <strong>de</strong>termi-<br />

nado por meio da equação Ef= 4FL³ / 3πd4Y,<br />

on<strong>de</strong> F é a carga suportada pelo pino, L é à<br />

distância entre os suportes, d é o diâmetro<br />

do pino testado e Y é a <strong>de</strong>flexão correspon-<br />

<strong>de</strong>nte à carga F, on<strong>de</strong> o resultado será dado<br />

em MPA e transformado para GPA. A resistên-<br />

cia máxima flexural foi calculada pela fórmu-<br />

la σf= 8FL /πd³ com resultado em MPA.<br />

As diferenças entre os vários grupos foram<br />

calculadas estatisticamente por meio do teste<br />

<strong>de</strong> Análise <strong>de</strong> Variância (p< 0,05) complemen-<br />

tado pelo teste <strong>de</strong> Comparações Múltiplas <strong>de</strong><br />

Tukey ao nível <strong>de</strong> significância <strong>de</strong> 5%.<br />

RESuLTADoS<br />

A análise estatística dos resultados ob-<br />

34 R Dental Press Estét, Maringá, v. 3, n. 3, p. 000-000, jul./ago./set. 2006<br />

tidos em relação à resistência flexural está<br />

apresentada na tabela 2. Diferentes valores<br />

médios <strong>de</strong> resistência flexural máxima foi ob-<br />

tido para os <strong>pinos</strong> <strong>diretos</strong> utilizados no tes-<br />

te. O grupo da marca comercial Classic (Den-<br />

tatus, USA) apresentou a menor resistência<br />

flexural, os <strong>de</strong>mais grupos apresentaram <strong>de</strong>-<br />

sempenho semelhante, com exceção dos pi-<br />

nos U.M. AESTHETI Plus (Bisco, USA), os quais<br />

tiveram <strong>de</strong>sempenho superior a p< 0,05. Para<br />

os grupos compostos por <strong>pinos</strong> poliméricos,<br />

po<strong>de</strong>-se verificar que não houve diferença<br />

estatística significativa (p < 0,05) em relação<br />

ao módulo flexural (Tab. 3).<br />

DIScuSSão<br />

Buscar harmonia entre a forma, função e<br />

resistência <strong>de</strong> um <strong>de</strong>nte tratado endodonti-<br />

camente é um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio para a odonto-<br />

logia, pois o prognóstico <strong>de</strong> um <strong>de</strong>nte hígido<br />

é infinitamente melhor que <strong>de</strong> um <strong>de</strong>nte res-<br />

taurado. Além disso, <strong>de</strong>ve-se consi<strong>de</strong>rar que o<br />

conteúdo da polpa é basicamente composto<br />

por tecido conjuntivo. Desta forma, quando<br />

é feita a <strong>de</strong>svitalização pulpar e a posterior<br />

substituição do tecido por um material mais<br />

rígido, estaria indo ao encontro dos princí-<br />

pios naturais da estrutura <strong>de</strong>ntária.<br />

Freqüentemente, fracassos clínicos ocor-<br />

rem com os sistemas tradicionais <strong>de</strong> recons-<br />

trução corono-radicular como as fraturas ra-<br />

diculares; outro aspecto importante é a baixa<br />

<strong>de</strong>manda estética, principalmente quando<br />

são utilizados nos <strong>de</strong>ntes anteriores 7,17 . O alto<br />

módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> dos <strong>pinos</strong> metálicos<br />

causa um aumento do estresse na estrutu-<br />

ra radicular resultando em maiores chances<br />

<strong>de</strong> fraturas. O sistema i<strong>de</strong>al seria aquele que<br />

tivesse o pino com módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong><br />

igual ou próximo da <strong>de</strong>ntina 8,17 .


Daniel Tozatti Mazzoccato, <strong>Ronaldo</strong> <strong>Hirata</strong>, Luiz Antônio G. Pires, Eduardo Mota, Lourenço Farias <strong>de</strong> Moraes, Sandra Tozatti Mazzoccato<br />

Tabela 2 - Média e <strong>de</strong>svio padrão da Resistência Flexural Máxima (MPA) nos diferentes grupos.<br />

Grupo Média Desvio Padrão<br />

7 568,23 a 500,93<br />

3 1124,97 b 160,31<br />

4 1153,41 b 287,76<br />

6 1153,84 bc 163,78<br />

1 1339,36 bc 137,11<br />

2 1474,30 bc 72,45<br />

5 1688,46 c 155,15<br />

Médias seguidas <strong>de</strong> letras distintas diferem significativamente através da Análise <strong>de</strong> Variância complementada pelo teste <strong>de</strong> Comparações Múltiplas <strong>de</strong><br />

Tukey, ao nível <strong>de</strong> significância <strong>de</strong> 5%.<br />

Tabela 3 - Média e <strong>de</strong>svio padrão do Módulo Flexural (GPA) nos diferentes grupos.<br />

Grupo Média Desvio Padrão<br />

1 26,49 ª 7,87<br />

2 28,11 ª 8,23<br />

3 26,93 ª 9,03<br />

4 25,68 ª 12,95<br />

5 36,76 ª 10,01<br />

6 24,82 ª 3,79<br />

Médias seguidas <strong>de</strong> letras distintas diferem significativamente através da Análise <strong>de</strong> Variância complementada pelo teste <strong>de</strong> Comparações Múltiplas <strong>de</strong><br />

Tukey, ao nível <strong>de</strong> significância <strong>de</strong> 5%.<br />

R Dental Press Estét, Maringá, v. 3, n. 3, p. 000-000, jul./ago./set. 2006<br />

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<strong>Proprieda<strong>de</strong>s</strong> <strong>flexurais</strong> <strong>de</strong> <strong>pinos</strong> <strong>diretos</strong> metálico e não - metálicos<br />

Figura 2 - Microscopia eletrônica <strong>de</strong> uma fibra dos <strong>pinos</strong> reforçados.<br />

Os primeiros <strong>pinos</strong> reforçados tinham as<br />

fibras <strong>de</strong> carbono, que representa 64% da<br />

estrutura total, com 8 µm <strong>de</strong> diâmetro apre-<br />

sentando disposição longitudinal e unidire-<br />

cional. A matriz é uma resina epóxi que re-<br />

presenta os 36% restantes. A interface que<br />

liga a matriz epóxi ao reforço <strong>de</strong> fibras, apre-<br />

senta uma compatibilida<strong>de</strong> com ambos os<br />

materiais, assegurando uma perfeita coesão<br />

entre fibra e matriz 7 .<br />

Posteriormente surgiram os <strong>pinos</strong> <strong>de</strong> fibra<br />

36 R Dental Press Estét, Maringá, v. 3, n. 3, p. 000-000, jul./ago./set. 2006<br />

<strong>de</strong> vidro e fibras <strong>de</strong> quartzo suprindo a <strong>de</strong>man-<br />

da estética, pois se apresentam na cor trans-<br />

parente ou branca. Em relação à sua composi-<br />

ção química, elas apresentam o vidro elétrico<br />

(E-glass) que no seu estágio amorfo é uma<br />

mistura <strong>de</strong> óxidos <strong>de</strong> silício, cálcio, alumínio<br />

e bário e outros óxidos <strong>de</strong> metais alcalinos.<br />

Algumas fibras <strong>de</strong> vidro apresentam na sua<br />

composição o vidro elétrico (S-glass) <strong>de</strong> alta<br />

resistência, também amorfa, mas diferente na<br />

composição. Os <strong>pinos</strong> <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> quartzo têm


Figura 3 - Várias fibras paralelas e unidirecionais.<br />

a sílica pura em forma cristalizada 15 .<br />

Daniel Tozatti Mazzoccato, <strong>Ronaldo</strong> <strong>Hirata</strong>, Luiz Antônio G. Pires, Eduardo Mota, Lourenço Farias <strong>de</strong> Moraes, Sandra Tozatti Mazzoccato<br />

A fibra é uma estrutura flexível, aproximada-<br />

mente cilíndrica em sua forma, unidirecional e<br />

que possui comprimento maior que o diâmetro 4<br />

(Fig. 2, 3). Na figura 4 temos um corte transversal<br />

ilustrativo do pino Reforpost (Ângelus, BR) que<br />

apresenta na sua composição fibras <strong>de</strong> vidro.<br />

O direcionamento das pesquisas para um<br />

melhor entendimento da microestrutura dos<br />

<strong>pinos</strong> reforçados por fibras refletiu direta-<br />

mente no sucesso da prática clínica e labo-<br />

ratorial. Através <strong>de</strong>las se conseguiu enten<strong>de</strong>r<br />

o <strong>de</strong>sempenho mecânico e ao mesmo tem-<br />

po estabelecer relações entre a estruturação<br />

<strong>de</strong>sses <strong>pinos</strong> e valores, tanto <strong>de</strong> resistência,<br />

quanto <strong>de</strong> módulo flexural conseguidos nos<br />

testes laboratoriais. Na microscopia eletrôni-<br />

ca realizada por Lassila e colaboradores con-<br />

cluiram que existia porosida<strong>de</strong> em todos os<br />

<strong>pinos</strong> reforçados por fibras analisados e que<br />

a porosida<strong>de</strong> nos <strong>pinos</strong> SnowPost (Carbotech,<br />

France) foi facilmente i<strong>de</strong>ntificada.<br />

R Dental Press Estét, Maringá, v. 3, n. 3, p. 000-000, jul./ago./set. 2006<br />

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<strong>Proprieda<strong>de</strong>s</strong> <strong>flexurais</strong> <strong>de</strong> <strong>pinos</strong> <strong>diretos</strong> metálico e não - metálicos<br />

Figura 4 - Corte transversal do pino Reforpost (fibra <strong>de</strong> vidro). As setas mostran a presença fibras circulares.<br />

Essa porosida<strong>de</strong> explica a redução das<br />

proprieda<strong>de</strong>s mecânicas, ao contrário dos pi-<br />

nos EverStich (StichTech, Finland) que apre-<br />

sentou uma estrutura sólida e compacta e<br />

a maior Resistência Flexural entre os <strong>pinos</strong><br />

testados 15 . Na figura 05 esta ilustrada o pino<br />

composto por fibras <strong>de</strong> carbono, Reforpost<br />

(Ângelus, BR), diferentemente dos <strong>pinos</strong> com-<br />

postos por fibras <strong>de</strong> vidro, (Reforpost, Ânge-<br />

lus, BR), não po<strong>de</strong>mos observar as estruturas<br />

circulares e sim uma massa <strong>de</strong> carbono contínua.<br />

38 R Dental Press Estét, Maringá, v. 3, n. 3, p. 000-000, jul./ago./set. 2006<br />

Em um aumento maior (Fig. 6) po<strong>de</strong>mos ve-<br />

rificar a presença <strong>de</strong> porosida<strong>de</strong>s. A longe-<br />

vida<strong>de</strong> das restaurações <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes tratados<br />

endodonticamente e restaurados com esse<br />

sistema <strong>de</strong> <strong>pinos</strong> po<strong>de</strong> ficar comprometida<br />

em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse aspecto pelo aumento das<br />

chances <strong>de</strong> fratura <strong>de</strong>sses <strong>pinos</strong>.<br />

Em estudos <strong>de</strong> resistência e análise mi-<br />

croscópica Drummond e Bapna 8 encontrou<br />

valores <strong>de</strong> resistência à flexão diferente para<br />

as amostras testadas, entretanto os valores


Daniel Tozatti Mazzoccato, <strong>Ronaldo</strong> <strong>Hirata</strong>, Luiz Antônio G. Pires, Eduardo Mota, Lourenço Farias <strong>de</strong> Moraes, Sandra Tozatti Mazzoccato<br />

Figura 5 - Corte transversal do pino Reforpost (fibra <strong>de</strong> carbono).<br />

<strong>de</strong> módulo flexural foram próximos. Apesar<br />

<strong>de</strong> <strong>pinos</strong> Carbon Post (Bisco, USA) e Light<br />

Post (Bisco, USA) apresentarem o mesmo diâ-<br />

metro e semelhante <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acondicio-<br />

namento das fibras os valores <strong>de</strong> resistência<br />

à flexão dos <strong>pinos</strong> Light Post foram 50% me-<br />

nor que os <strong>pinos</strong> Carbon Post. Fatores como<br />

o número <strong>de</strong> fibras introduzidas na matriz<br />

resinosa, talvez, não seja <strong>de</strong>terminante para<br />

uma resistência flexural elevada e sim a li-<br />

gação entre fibra e matriz resinosa 8 . Na mi-<br />

croscopia eletrônica dos <strong>pinos</strong> Esthetic post<br />

(Bisco, USA) observamos um melhor padrão<br />

<strong>de</strong> estruturação das fibras <strong>de</strong> quartzo <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong> uma massa <strong>de</strong> carbono (Fig. 7, 8). Po<strong>de</strong>-se<br />

notar a presença <strong>de</strong> vãos na superfície das<br />

fibras mesmo resultado encontrado nas mi-<br />

croscopias eletrônicas <strong>de</strong> Drummond e Bap-<br />

na 8 .<br />

O módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> dos materiais res-<br />

tauradores é, sem dúvida, uma das principais<br />

proprieda<strong>de</strong>s mecânicas que estes possuem,<br />

R Dental Press Estét, Maringá, v. 3, n. 3, p. 000-000, jul./ago./set. 2006<br />

39


<strong>Proprieda<strong>de</strong>s</strong> <strong>flexurais</strong> <strong>de</strong> <strong>pinos</strong> <strong>diretos</strong> metálico e não - metálicos<br />

Figura 6 - As setas mostram porosida<strong>de</strong>s no pino Reforpost (fibra <strong>de</strong> carbono).<br />

pois interfere diretamente no prognóstico<br />

do <strong>de</strong>nte restaurado. Duret e colaboradores 7<br />

<strong>de</strong>terminaram o módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>pinos</strong> fundidos e <strong>pinos</strong> pré-fabricados metáli-<br />

cos, encontrando valores que se aproximaram<br />

a 180 GPA, muito superiores aos da <strong>de</strong>ntina,<br />

<strong>de</strong>terminado por Ko 14 , em 18,6 GPA.<br />

Analisando os resultados obtidos na tabela<br />

3 em relação ao módulo flexural, verificamos<br />

não haver diferença estatística significante<br />

entre os grupos (valores entre 24,82 e 36,76<br />

40 R Dental Press Estét, Maringá, v. 3, n. 3, p. 000-000, jul./ago./set. 2006<br />

GPA). Todos apresentaram módulo <strong>de</strong> elasti-<br />

cida<strong>de</strong> superior ao da <strong>de</strong>ntina <strong>de</strong>terminado<br />

por Ko 14 . Nesse sentido, nossos resultados<br />

são semelhantes aos encontrados por Lassila<br />

e pesquisadores, os quais não encontraram<br />

diferenças nos valores <strong>de</strong> módulo flexural das<br />

amostras testadas 15 .<br />

Outra proprieda<strong>de</strong> mecânica importante é<br />

a resistência flexural, que é a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

um <strong>de</strong>terminado material suportar uma for-<br />

ça até um <strong>de</strong>terminado limite, sofrendo certa


Daniel Tozatti Mazzoccato, <strong>Ronaldo</strong> <strong>Hirata</strong>, Luiz Antônio G. Pires, Eduardo Mota, Lourenço Farias <strong>de</strong> Moraes, Sandra Tozatti Mazzoccato<br />

Figura 7 - Corte transversal <strong>de</strong> um pino Esthetic post (Bisco, USA).<br />

flexão. Essa resistência flexural passa por um<br />

limite elástico, no qual as fibras estão sendo<br />

flexionadas e absorvendo as tensões até che-<br />

gar a uma resistência máxima. A partir <strong>de</strong>sse<br />

momento ocorre o rompimento da fibra 11 .<br />

Com relação à resistência flexural, os re-<br />

sultados indicaram que os <strong>pinos</strong> poliméricos<br />

<strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> carbono, vidro e quartzo possuem<br />

uma resistência flexural máxima superior ao<br />

pino metálico (Classic, Dentatus, USA). Foi<br />

constatado também que os <strong>pinos</strong> do grupo<br />

5 (U.M.AESTHETI Plus, Bisco, USA) apresenta-<br />

ram valores <strong>de</strong> resistência máxima flexural<br />

superiores aos outros grupos <strong>de</strong> fibra e qua-<br />

se 3x maior que o grupo composto por pino<br />

metálico, (Fig. 9).<br />

Há diversas controvérsias em relação ao<br />

aumento da resistência à fratura <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes<br />

tratados endodonticamente através do uso<br />

<strong>de</strong> <strong>pinos</strong> pré-fabricados <strong>diretos</strong> ou in<strong>diretos</strong>.<br />

McDonald e colaboradores 18 ao compararem<br />

a resistência à fratura <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>svitali-<br />

R Dental Press Estét, Maringá, v. 3, n. 3, p. 000-000, jul./ago./set. 2006<br />

41


<strong>Proprieda<strong>de</strong>s</strong> <strong>flexurais</strong> <strong>de</strong> <strong>pinos</strong> <strong>diretos</strong> metálico e não - metálicos<br />

Figura 8 - Presença <strong>de</strong> vãos no interior das fibras.<br />

zados restaurados com pino <strong>de</strong> aço, fibra <strong>de</strong><br />

carbono, resina composta e sem pino intra-<br />

radicular não encontraram diferenças sig-<br />

nificativas entre os grupos. Por outro lado,<br />

Albuquerque 2 relatou que <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>svitali-<br />

zados reconstruídos com núcleo <strong>de</strong> resina<br />

composta mostraram maior resistência à<br />

fratura quando comparados aos núcleos <strong>de</strong><br />

amálgama ou cimento <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> vidro<br />

reforçados com prata; a esses <strong>de</strong>ntes foram,<br />

também, associados a um pino pré-fabrica-<br />

42 R Dental Press Estét, Maringá, v. 3, n. 3, p. 000-000, jul./ago./set. 2006<br />

do metálico, fio ortodôntico ou mesmo sem<br />

pino apresentando a mesma resistência à fra-<br />

tura.<br />

Martinez-Insua 19 e seu grupo <strong>de</strong> estudo<br />

avaliaram o <strong>de</strong>sempenho em relação à resis-<br />

tência à fratura <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>spolpados e res-<br />

taurados com pino-núcleo metálico fundido e<br />

<strong>pinos</strong> <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> carbono e evi<strong>de</strong>nciaram que<br />

o limiar <strong>de</strong> fratura dos <strong>pinos</strong> fundidos (fratu-<br />

ra da pare<strong>de</strong> radicular em 91% dos casos) foi<br />

significativamente maior que nos <strong>pinos</strong> <strong>de</strong>


Daniel Tozatti Mazzoccato, <strong>Ronaldo</strong> <strong>Hirata</strong>, Luiz Antônio G. Pires, Eduardo Mota, Lourenço Farias <strong>de</strong> Moraes, Sandra Tozatti Mazzoccato<br />

Figura 9 - Pino <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> quartzo (UM AESTHETI Plus, Bisco, USA) fraturado.<br />

fibra <strong>de</strong> carbono (fratura da pare<strong>de</strong> radicular<br />

em 5% dos casos), confirmando que o módulo<br />

<strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> dos <strong>pinos</strong> <strong>de</strong> fibra foi próximo<br />

ao tecido <strong>de</strong>ntinário, diminuindo com isso a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fraturas radiculares.<br />

Akkayan & Gülmez 1 encontraram fraturas<br />

<strong>de</strong>sfavoráveis (fraturas que impossibilitam<br />

uma nova restauração) nos sistemas <strong>de</strong> Ti-<br />

tânio e em todos os grupos que apresenta-<br />

vam <strong>pinos</strong> <strong>de</strong> zircônia ocorreram fraturas dos<br />

<strong>pinos</strong>. Por outro lado, os grupos que tinham<br />

<strong>pinos</strong> <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> quatzo e fibra <strong>de</strong> vidro tive-<br />

ram a maior resistência à fratura e as fratu-<br />

ras que ocorreram foram favoráveis (fraturas<br />

possíveis <strong>de</strong> serem restauradas).<br />

Nos testes laboratoriais realizados por<br />

Maccari e colaboradores 17 , compararam <strong>pinos</strong><br />

<strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> vidro, carbono e <strong>pinos</strong> cerâmicos.<br />

Os <strong>pinos</strong> <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> vidro e carbono não apre-<br />

sentaram diferenças estatísticas significantes<br />

quanto à resistência à fratura e também não<br />

houve a fratura <strong>de</strong> nenhum <strong>de</strong>sses <strong>pinos</strong>; já os<br />

R Dental Press Estét, Maringá, v. 3, n. 3, p. 000-000, jul./ago./set. 2006<br />

43


<strong>Proprieda<strong>de</strong>s</strong> <strong>flexurais</strong> <strong>de</strong> <strong>pinos</strong> <strong>diretos</strong> metálico e não - metálicos<br />

<strong>pinos</strong> cerâmicos apresentaram 100% <strong>de</strong> fratu-<br />

ras. Essas opiniões reforçam os resultados ob-<br />

tidos em nosso estudo <strong>de</strong> forma que concor-<br />

damos com Fernan<strong>de</strong>s e Dessai 9 que há uma<br />

correlação indiscutível entre o material do pino<br />

intra-radicular e a fratura da raiz. Consi<strong>de</strong>ram<br />

as opiniões <strong>de</strong> Duret, Ferrari e Mannocci 7 que<br />

o i<strong>de</strong>al seria que o material do pino intra-radi-<br />

cular apresentasse o mesmo módulo <strong>de</strong> elasti-<br />

cida<strong>de</strong> da <strong>de</strong>ntina radicular para que a tensão<br />

das forças que interagem ao longo do pino e da<br />

raiz fosse distribuída <strong>de</strong> forma homogênea.<br />

É importante ressaltar que os resultados<br />

obtidos nos testes <strong>de</strong> flexão não significam,<br />

necessariamente, que os <strong>pinos</strong> <strong>de</strong> fibra possam<br />

ter ou não um bom <strong>de</strong>sempenho clínico, vis-<br />

to que este também <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong><br />

outros fatores que <strong>de</strong>vem ser avaliados e es-<br />

tudados em conjunto com estudos in vitro e,<br />

principalmente, avaliações clínicas em longo<br />

44 R Dental Press Estét, Maringá, v. 3, n. 3, p. 000-000, jul./ago./set. 2006<br />

prazo. Que estas pesquisas possam, quem sabe<br />

no futuro, trazer uma forma <strong>de</strong> reconstrução<br />

mais satisfatória <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes tratados endodon-<br />

ticamente, consciente que nenhum material<br />

ou técnica restauradora substitui tecido <strong>de</strong>n-<br />

tal sadio.<br />

concLuSÕES<br />

Baseados na análise estatística aplicada aos<br />

resultados e conforme as condições experimen-<br />

tais <strong>de</strong>ssa pesquisa, conclui-se que:<br />

1. Todos os grupos tiveram valores médios<br />

<strong>de</strong> módulo flexural superiores ao módulo flexu-<br />

ral da <strong>de</strong>ntina encontrado na literatura;<br />

2. O grupo composto por <strong>pinos</strong> pré-fabrica-<br />

do metálico apresentou, em média, resistência<br />

flexural máxima menor que os <strong>pinos</strong> <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong><br />

carbono, vidro e quartzo;<br />

Flexural Properties of Direct Metallic<br />

and Metal Free Posts<br />

Abstract<br />

With the restorative materials evolution,<br />

new techniques that look for preservation of<br />

remaining <strong>de</strong>ntal structure from endodonticaly<br />

treated tooth are coming. The aim of this study<br />

was compare flexural strength of metallic<br />

direct posts (stainless steel) and metal-free<br />

posts (4 tra<strong>de</strong>marks of glass fiber, 1 of carbon<br />

fiber and 1 of quartz fiber). Those posts were<br />

tested in an Universal Testing Machine Pantec<br />

3. Não houve diferenças significativas entre<br />

os grupos em relação ao módulo flexural.<br />

500 (Panambra) following ISO 178 specifications<br />

to three points flexural strength. Based upon<br />

results statistical analysis, we can conclu<strong>de</strong><br />

that: all groups had flexural modulus medium<br />

values superior to <strong>de</strong>ntin; polymeric posts<br />

reinforced with fiber showed maximum flexural<br />

strength superior to metallic posts and was<br />

not difference significant at a relation flexural<br />

modulus.<br />

KEY WORDS: Intra-canal posts. Elasticity modulus. Glass fiber. Carbon fiber. Flexural strength.


REfERênciaS<br />

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Daniel Tozatti Mazzoccato, <strong>Ronaldo</strong> <strong>Hirata</strong>, Luiz Antônio G. Pires, Eduardo Mota, Lourenço Farias <strong>de</strong> Moraes, Sandra Tozatti Mazzoccato<br />

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2004.<br />

En<strong>de</strong>reço para correspondência<br />

Daniel Tozatti Mazzoccato<br />

R. Sylvio zeny 82/202, Portão<br />

Curitiba, PR - CEP: 80320-190<br />

E-mail: dpontomazuca@hotmail.com<br />

R Dental Press Estét, Maringá, v. 3, n. 3, p. 000-000, jul./ago./set. 2006<br />

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