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Pedro Calafate, José Eduardo Franco e Beata Ezbieta Cieszyńska

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Com menos complexidade aparecem nas obras mitográficas os vizinhos deorigem germânica 8. Neste contexto, os mais importantes foram os mitos das tribos doSul, sobretudo “Sobre a Vanda que não gostava do Alemão” de Wincenty Kadlubek,mas foi a perspectiva presente também no Norte, em relação ao mito da origem daprimeira dinastia, nomeadamente em visão oposta do influenciado pelos Germanos, ocruel Popiel e do modesto e pacífico Piast (Kadlubek, Dlugosz). Estes mitos baseavamsenuma notável oposição ontológica entre os povos germânicos (ou daqueles sob a suainfluência) – agressivos e destruidores – e os eslavos (e sobretudo futuros polacos) –povos pacíficos, rurais, honestos, criadores e admiradores da vida e da Natureza.A ideia, tão forte e básica para os nossos povos, de que somos criadores dosmundos face aos conquistadores castelhanos ou perante os agressivos e destruidoresgermanos, também programou a história e mitificação do seu percurso.O Presente e o Futuro nos Conceitos MessiânicosNos séculos XVI-XIX, nos seus grandes e também trágicos percursos históricos,ambos os povos foram forçados a construir a ideia do seu destino e papel nacomunidade cristã da Europa. Em outro período, mas com o mesmo impulso, osideólogos esforçaram-se para mostrar o mundo novo que ia ser construído no futuro poressas nações escolhidas. Entre os dois, Portugal foi o primeiro, no quadro dosebastianismo e do Quinto Império, a descobrir os conceitos do seu futuro teleogista, nacriação da nova Europa e do mundo novo – o verdadeiro reino de Cristo. Em ambos oscasos esta “descoberta” inspirou-se na perda da independência. A Polónia enfrentou estedesastre na segunda metade do século XVIII e foram os românticos do século XIX aconstruir a visão do seu futuro, baseando-se de novo no conceito sármata. Osideológicas do sarmatismo barroquiano focaram-se muito mais no presente. Emborahouvesse algumas tentativas de fazer perguntas sobre o futuro no messianismo sármata,apenas na sua versão romântica é que a construção desse futuro se tornou a questão desobrevivência da nação polaca.O messianismo sármataOs cronistas e mitógrafos do Renascimento e do Barroco (Marcin BielskiKronika wszystkiego swiata; Marcin Miechowita, Szymon Starowolski, e sobretudo oxenófobo Wojciech Debolecki) seguiram a mitificação das origens dos Polacos e dosLituanos na época medieval (Gall Anonim, Wincenty chamado Kadlubek, Dlugosz,8 A complexidade das relações entre o povo polaco, os eslavos e os germanos, ver a colecção dos estudosem Kokowski (2004)78

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