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Revista Quadrimestral - Abril 2010 - ano 6 - nº 12<strong>Alegrai</strong>-<strong>vos</strong>!


Caríssimos...Palavras dos FUNDADORES03 0305 0512 1214 1416 1618 1819 19ÍndiceCrianças de São Pauloano 6 - Número 12Palavras dos fundadores<strong>Alegrai</strong>-<strong>vos</strong>!Janela Aberta ao Mundoperu: quando os pobres adoecem...Testemunho de VidaDeus tocou minha vidaPalavra VivaTudo acabou mesmo?De sol<strong>it</strong>áriosa solidáriosProjetos de SolidariedadeEscolaS de alfabetizaçãoNotícias de FamíliaTodo ano a Igreja nos convida, neste tempo, arepercorrer as etapas conclusivas da vida terrena deJesus: a sua condenação à morte, a subida ao Calvário,o seu sacrifício na cruz para a nossa salvação e adeposição no sepulcro. E depois, o “terceiro dia”, a suaressurreição: a passagem da morte para a vida.Também hoje o anúncio é o mesmo: Jesusressusc<strong>it</strong>ou, Ele vive. Nós podemos encontrá-lo, assimcomo o encontraram as mulheres no sepulcro namanhã de Páscoa, como o encontraram os discípulosde Emaús, como o encontrou Paulo no caminho paraDamasco, como continuam a encontrá-lo tantoshomens e mulheres no decorrer da história...O encontro com o Ressusc<strong>it</strong>ado muda e ilumina avida de cada homem, dando a verdadeira alegria quenada pode destruir. Que aconteça, então, para todos,este encontro!Também estas páginas querem contar pequenossinais de vida e ressurreição dos quais nós missionáriosfomos testemunhas, no dia a dia de nosso trabalho deevangelização e de promoção humana. O Ressusc<strong>it</strong>adocontinua se deixando encontrar!Seja Páscoa para quem experimenta a impotênciadiante do peso de uma dor; seja Páscoa para você,jovem, que está buscando o sentido da sua vida; sejaPáscoa para vocês famílias, que desejam abrir asportas de suas casas ao Ressusc<strong>it</strong>ado; seja Páscoa emcada lugar do mundo em que os homens esperam asua paz.Feliz tempo pascal!<strong>Alegrai</strong>-<strong>vos</strong>!Buscar a alegria, zelar para que não sejaum sentimento passageiro é a aspiração do coração humano.Padre Luigi e Maria Luigia nos oferecem alguns pontos de reflexãopara descobrir a alegria verdadeira, dom do Ressusc<strong>it</strong>adoQuando a cruz vem ao nossoencontro, pensamos que seja absurdose alegrar, porque estamos convencidosde que a alegria só é possível uma vezque se supera a dor.Jesus, ao invés, revira o nossoje<strong>it</strong>o de pensar e, com a sua existência,nos revela o segredo que faz com quea alegria plena amadureça tambémna dor. Alegria e dor, humanamenteinconciliáveis, em Deus podemcoexistir.Em Deus a dor é amor sacrifical.O Pai se esquece de si mesmo, parase entregar e se voltar totalmentepara o Filho. Contemporaneamente,para acolher e para ser resposta total,também o Filho deve estar inteiramentevoltado para o Pai.Esta projeção estática é omovimento do amor: uma dinâmica devida e de morte, de alegria e de dor. Oque em Deus ocorre eternamente, deveocorrer entre nós também, porque Deusnos dá a sua vida, nos torna capazes deencontrar a nossa alegria ao buscarmosa alegria do outro.O segredo da alegria verdadeira é aconsciência de que a morte foi vencida,porque Cristo ressusc<strong>it</strong>ou!Se acolhermos este segredo, nadamais poderá nos entristecer.A alegria não é um sentimento,nem uma emoção passageira, masuma escolha que interpela a nossavontade e que desabrocha na fé.23 23AgendaComunidade Missionária de <strong>Villaregia</strong>Revista informativa quadrimestral da Comunidade Missionária de <strong>Villaregia</strong>Direção e Redação: Comunidade Missionária de <strong>Villaregia</strong>Rua Canoas, 461 - Betânia - 30580-040 - Belo Horizonte - MGTelefax: (31) 3383-1545 - E-mail: cmvbelo@yahoo.com.br - S<strong>it</strong>e: www.cmv.<strong>it</strong>Assinatura: Gratu<strong>it</strong>aJornalista Responsável: Brune Montalvão - MG 05939JPDiagramação: ADSV Comunicação e Marketing (31) 2535-5533Fotos: Arquivo Comunidade Missionária de <strong>Villaregia</strong>Impressão: O Lutador (31) 3439-8000Tiragem: 20.000 exemplaresColaboraçãoTodos os dire<strong>it</strong>os reservados. Os artigos desta revista podem ser reproduzidos, desde que sejam c<strong>it</strong>ados a fonte e o autor, e enviada cópia do materialà Redação. Fotos e ilustrações: só com autorização escr<strong>it</strong>a da Redação.0203


Janela aberta ao MUNDOPeru:Se os pobres adoecem...Maria Luigia Corona com Sirleide, do GimVi casaisda Comunidade de São PauloA alegria é a vida doada, o espaçocedido, o todo oferecido. Se noscolocarmos fora deste movimento deamor, não poderemos experimentara alegria verdadeira. Se uma pessoa,mesmo inconscientemente, doa asi mesma no serviço e ama comsimplicidade os irmãos que encontra,automaticamente, fica cheia de alegria.Para permanecer na alegria éimportante confiar sempre no amor deDeus. Devemos acred<strong>it</strong>ar em um amorque se s<strong>it</strong>ua além de todas as nossasfadigas e dificuldades e bem além dasnossas infidelidades. Somos chamadosa acred<strong>it</strong>ar em um amor que “as águasda torrente jamais poderão apagar”(Ct 8,7), porque é eterno e irrevogável.Deus não se assusta diante dosnossos erros, mas busca a sinceridadedo nosso coração e abençoa cadaescolha de amor que fazemos, doandonosa sua alegria. A escolha da alegrianos pede para sair dos cr<strong>it</strong>érios deperfeição humana e superar o medo dojuízo, aprendendo, nós por primeiro, anão julgar e a entrar naquele respe<strong>it</strong>oradical pelo outro, que lhe devolve suaplena dignidade.“O que faz a diferençaentre uma vida alegree uma vida tristenão é o que fazemos,mas o que somos,quer dizer, o amor”Outro modo para permanecerna alegria é vigiar para descobrir oextraordinário no ordinário, os “picosaltos” na pequenez do cotidiano. O quefaz a diferença entre uma vida alegre euma vida triste não é o que fazemos,mas o que somos, quer dizer, o amor.Reconhecer o extraordinário noordinário, a festa nos dias comuns, aPáscoa na Paixão, a alegria na dor, a vidana morte não depende das coisas, nemda época ou da estação, do calendárioou do relógio: depende de nós! Deusoferece a todos a possibilidade de viveruma história sagrada.O gesto menor é eterno quando éamor. Aquele sorriso dado na purezaPadre Luigi Prandin com Paulo Roberto Nunes,esposo consagrado da CMV de Belo Horizonte, e seu filho Emanuelnão passará; não se perderá aqueleserviço que ninguém viu; permaneceráeternamente aquela escolha de reje<strong>it</strong>ara tentação amadurecida no segredodo coração. A liberdade do amor,a liberdade do dom e, portanto, aplen<strong>it</strong>ude da alegria não nascemvivendo a vida de forma passiva, ou sedeixando vencer pela morte ou pelasprovações, mas sim atravessando-as.Jesus fala: “Por isso o Pai me ama,porque dou minha vida para retomála.Ninguém a tira de mim, mas eua dou livremente” (Jo 10,17-18). Elevoluntariamente se entrega à morte.Esta at<strong>it</strong>ude de Jesus opera amudança irreversível da história: nãohá mais treva que não seja iluminadapela sua luz, nem pecado não perdoadopelo seu amor, não há mais traição, nemaquela de Judas, que não tenha sidodesmascarada pela sua autoentrega.Não podemos, então, permanecer natristeza. Devemos entrar na alegria doRessusc<strong>it</strong>ado.No Peru, somente 4% doorçamento nacional é destinado àsaúde e à ação preventiva.60% dos partos acontecem semassistência médica e, segundo aUnicef (Fundo das Nações Unidaspara a Infância), a cada 1.000 bebêsnascidos vi<strong>vos</strong>, mais de 21 morrempor doenças que poderiam serev<strong>it</strong>adas com tratamento médico.A taxa de mortalidade infantilestá entre as mais altas da AméricaLatina.As doenças se alastram:infecções intestinais que, senão tratadas, provocam gravesdiarreias e desidratação, doençascontagiosas, poliomiel<strong>it</strong>e, pneumonia,tuberculose e doençasgraves na pele.Desde o ano de 1986, aComunidade se preocupou coma s<strong>it</strong>uação da saúde neste país econstatou que era um caso deemergência. Por isso, investiu nelaforças e recursos.As páginas a seguir contam osdramas e as esperanças de mu<strong>it</strong>aspessoas, na região sul de Lima, quetêm de lidar com as doenças.05


Janela aberta ao mundoUma s<strong>it</strong>uação de morteEm vis<strong>it</strong>a ao hosp<strong>it</strong>al Maria Auxiliadora, na região sul de Lima,ficamos impressionados com o drama de milhares de doentese com a carência de estruturas san<strong>it</strong>áriasAo lado: crianças da periferia de Lima (Peru)Abaixo: casas da missão de Lima, onde aComunidade de <strong>Villaregia</strong> está presente desde 1986É bem cedo quando chegamos aoà espera de internação. Na realidade,gência médica, mas falta de estruturadessas cadeiras. A mulher, mu<strong>it</strong>o sofri-Carência de estruturasos pacientes, mas não temos boasúnico hosp<strong>it</strong>al da Região Sul de Lima,mu<strong>it</strong>as delas não serão ace<strong>it</strong>as, porquemínima para conseguir oferecer umada, pálida, cansada e sem forças, estáDr. Raul nos explica que a maioriaestruturas”. Prossegue preocupadopara tomar consciência do que significa,não têm recursos para arcar com ojusta assistência aos pacientes.internada há dois dias por causa dadestes pacientes são doentes de câncerdr. Raul: “Os pacientes podem serpara um doente, ser internado em umtratamento e a cirurgia e, mu<strong>it</strong>o menos,diabetes: “Desejaria descansar - disse-dos pulmões, tuberculose ou diabetes:atendidos somente se puderem pagar ohosp<strong>it</strong>al no Peru.para bancar o custo da internação.Vis<strong>it</strong>as aos setoresnos - mas não há camas.”“Alguns correm risco de morte. Oscusto do tratamento e isso é um grandeMaria Auxiliadora é um hosp<strong>it</strong>alHá mu<strong>it</strong>as emergências e, sendoAo entrar nos diferentes setores,Um pouco mais adiante, encon-doentes com câncer dos pulmões têmlim<strong>it</strong>e que leva mu<strong>it</strong>os pobres à morte,que surgiu para atender 100 mileste o único hosp<strong>it</strong>al da região, ostomamos consciência de que realmentetramos Emanuel, um senhor com maisbaixa imunidade e, nesta condição,também por doenças banais”.hab<strong>it</strong>antes. Mas, atualmente, tem depacientes que dão conta de pagaras estruturas são carentes. Não podede 70 anos, sentado em uma cadeiraficam mais expostos a doençasVoltamos para a missão, com umdar assistência a 2 milhões de pessoas,são ace<strong>it</strong>os, embora os le<strong>it</strong>os sejampassar despercebido o fato de que osde rodas. Chegou ao hosp<strong>it</strong>al no diacontagiosas. Mu<strong>it</strong>os deles não sairãonó na garganta pelas mu<strong>it</strong>as s<strong>it</strong>uaçõesalém daquelas vindas dos 116 postos deinsuficientes.pacientes ficam amontoados nos quar-anterior, vom<strong>it</strong>ando sangue, mas comovi<strong>vos</strong> daqui.”de sofrimento que parecem sem saída.saúde da região.Infelizmente, faz mu<strong>it</strong>o tempo quetos. Num ambiente para duas camas,não havia vagas, foi colocado na cadeiraO risco não é só para os doentes,No dia seguinte, daríamos umaAo entrarmos no hosp<strong>it</strong>al, logoo Maria Auxiliadora tem a triste famaencontram-se quatro macas encostadasde rodas, entre duas macas, à esperamas também para os médicos evolta no Centro Médico “La Trinidad”,tomamos consciência de que aqui,de “hosp<strong>it</strong>al da morte”. O povo queixa-uma na outra; nos pequenos espaçosde um le<strong>it</strong>o. Os corredores tambémenfermeiros. Mu<strong>it</strong>os deles são conta-uma estrutura de promoção humanacomo em mu<strong>it</strong>as outras partes do país, ase de que há mu<strong>it</strong>a negligência e de quelivres, entre uma maca e a outra, háse transfor-mam em grandes quartos,giados por diversas doenças. “Se o povoque funciona desde o ano de 1988,assistência hosp<strong>it</strong>alar é mu<strong>it</strong>o precária.não recebe o que tem dire<strong>it</strong>o. Mu<strong>it</strong>oscadeiras ocupadas por doentes.onde as macas são colocadas em fila efala que este é o hosp<strong>it</strong>al da morte,construído pela Comunidade deUma fila mu<strong>it</strong>o grande de pessoas ficaficam bra<strong>vos</strong> com os médicos, que seConseguimos nos aproximar datodas ocupadas por pacientes que nãoisso é culpa do Ministério da Saúde.<strong>Villaregia</strong>, como resposta à emergênciaparada em frente ao portão de entrada,defendem dizendo não haver negli-Dona Júlia, 62 anos, sentada numapodem receber alta.Nós fazemos o possível para salvarsan<strong>it</strong>ária do Peru.


Janela aberta ao mundoUm projeto para a saúdeUm dia no Centro Médico “La Trinidad”... uma estruturaonde o dire<strong>it</strong>o à saúde não é defendido só com palavrasO Centro médico “La Trinidad”, uma das obras sociais da CMV na periferia de LimaSão 6 horas da manhã quandocaráter experimental, aconselhando-“Chegamos de outro municípiochegamos ao Centro médico. Ame a não ace<strong>it</strong>ar”.de Miraflores. É longe, mas vale aEnquanto conversávamos, vimospara os dois turnos do dia. Para ev<strong>it</strong>arX. São oferecidos também serviçosprimeira imagem que nos chamaMargarida deixou o hosp<strong>it</strong>al,pena. Aqui encontramos um bomque mu<strong>it</strong>os desejavam contar a sualongas filas, é perm<strong>it</strong>ido que as pessoasde cardiologia, gastro-entereologia,atenção é a longa fila de pessoas emporque continuava a passar mal eatendimento médico, o pessoalhistória, mas precisávamos parar,reservem as vagas para as consultasoftalmologia, psiquiatria, psicologia,frente ao portão, à espera de umachegou ao Centro Médico, onde oé cordial, os médicos são ótimosporque a equipe de médicos iniciariacom especialistas alguns dias antes.fonoaudiologia, quiropraxia, fisiote-consulta.gastroenterologista logo detectouprofissionais. Aqui podemos fazeros trabalhos.Logo em seguida, o caixa abre e asrapia, pediatria, odontologia, gine-“Desde que horas você está aqui?”,a causa das dores e prescreveu-lheexames, que em outras clínicaspessoas podem pagar a consulta de quecologia e obstetrícia. Há tambémperguntamos para Margarida, umaos remédios adequados. Margaridaficariam caros demais.”Tudo começaprecisam. A escolha de pedir a todosum serviço de farmácia, que perm<strong>it</strong>ejovem mãe de Torres de Melgar, ummelhorou e encheu-se de esperança.Conversamos também comSão 7h30 quando assistimos aque paguem um valor simbólico, mu<strong>it</strong>oadquirir remédios a custos acessíveis.bairro da periferia de Lima. “Cheguei àsEstá feliz pelo tratamento médico,Margot, de 19 anos, que espera por umaalgo inesperado: todos ficam de pé e,inferior ao que se cobra nas estruturasJá são 12h30 quando acaba o pri-5 horas em ponto, e já encontrei alguémsobretudo com o carinho que recebeuconsulta psicológica. Ela estava ali parasob o comando da enfermeira, fazempúblicas, é um je<strong>it</strong>o de respe<strong>it</strong>ar ameiro turno de serviços e chega opara me receber!” Descobrimos queem “La Trinidad”.acompanhar o pai que, depois de umo sinal da cruz e começam a rezar.dignidade das pessoas, para que cadapessoal da limpeza para desinfetar oMargarida foi abandonada pelo esposoderrame cerebral, está se recuperando.“Isso faz parte do nosso programa deum sinta-se protagonista do próprioambiente.e que, para manter os seus três filhos,Abrem-se as portas“Descobri que o Centro oferece tambémsaúde” – explica Patrícia, uma dasdesenvolvimento.Tudo começa de novo às 14 horas,precisa fazer “bicos”. “Faz alguns mesesSão 6h15 e a porta do Centro jáuma terapia psicológica. Faz tempocoordenadoras do Centro. A mesmaA partir daí é fe<strong>it</strong>a a triagem: segueseguindo o mesmo esquema da manhãque passei mal de repente. Fui para oestá aberta para perm<strong>it</strong>ir que as pessoasque desejo enfrentar alguns problemasenfermeira, logo em seguida, dá algunsa busca do prontuário do paciente,e vai até às 19h, quando as portas dohosp<strong>it</strong>al da nossa região, onde viramentrem e se protejam do frio. Há umpessoais, mas onde moramos não éavisos. Depois, oferece às pessoaso controle da pressão, do peso e,Centro se fecham até o dia seguinte.a gravidade da minha doença e meclima sereno e familiar, enquanto todosfácil encontrar este tipo de tratamento.informações de higiene pessoal eenfim, a consulta médica. Além doSomente neste dia, o Centropediram alguns exames específicos.esperam com paciência e sem queixas.A dra. Elisa está me ajudando aalgumas regras de prevenção. Àsserviço de clínica médica, os pacientesmédico atendeu 150 pessoas vindasUma enfermeira do Pronto Socorro meMagally é uma dessas pessoas.conquistar, de novo, a confiança em8h, as pessoas se dividem em váriospodem aprove<strong>it</strong>ar diariamente dede vários bairros pobres, oferecendoalertou que meu caso seria tratado emEla acompanha a mãe que é diabética:mim mesma”.serviços e são distribuidas as senhasum laboratório de análises e de raiotratamento médico e respe<strong>it</strong>o humano!No começo do dia, as pessoas são convidadas a viver um momentode oração, enquanto esperam pela consultaUma enfermeira mede a pressãode um paciente diabéticoA médica Diana Acaro,enquanto consulta uma pequena pacienteSegundo Cabanilla,um dos dentistas do Centro médico


Janela aberta ao mundoA saúde que queremosDeborah, <strong>it</strong>aliana, e Patrícia, peruana, são as coordenadoras doCentro médico. Em entrevista, elas falam do trabalho desenvolvidono Centro com os doentes mais pobresQuais são as doenças que maisafetam o povo que chega ao Centro?Patrícia: Aqui, as doenças maiscomuns são as respiratórias: asma,bronqu<strong>it</strong>e, tuberculose que atacamadultos e crianças. A maioria dasfamílias desta região vive em barracosde esteira com telhado de zinco,ambientes que favorecem a umidadee o frio. Além disso, mu<strong>it</strong>as vezes,o alimento não é suficiente. Tudoisso se torna um terreno fértil para adifusão de várias doenças, sobretudoas respiratórias.Uma especialização mu<strong>it</strong>orequis<strong>it</strong>ada é a pediatria. Há mu<strong>it</strong>acriança que, por causa da pobreza,não recebe o tratamento médico deque precisaria. Todos sofrem cominfecções intestinais, porque asfamílias não seguem as regras maisbásicas de higiene.Deborah: Por isso, estamosprocurando desenvolver, no Centro,atividades formativas, promovendo,por exemplo, para as mães, campanhasde informação sobre a higiene,alimentação e prevenção de doenças.É importante promover a formaçãodas mulheres. Lembro-me de Marlene,uma jovem mãe que chegou aoCentro com o seu bebê de 15 dias.Era o segundo filho e o esposo delatrabalhava como camelô. Chegouao Centro pela insistência de umavizinha, porque desde quando ganhouRoberto e Deborah Filippi Chiella, casal missionário <strong>it</strong>aliano. Há dois anos trabalham namissão peruana. Deborah é uma das duas coordenadoras do Centro médicoo neném, de parto cesariano, não haviase consultado e ainda estava com ospontos da cirurgia! E também a criançanão havia passado por nenhumaconsulta.Quem sustenta o Centro?Patrícia: Os valores cobrados sãomínimos e não nos perm<strong>it</strong>em cobriras despesas. Uma ajuda fundamentalchega da Itália e de Porto Rico. Destespaíses, periodicamente, recebemosremédios e material médico que nãopoderíamos comprar aqui. Além disso,há vários benfe<strong>it</strong>ores que contribuemcom esta estrutura.Deborah, você está no Peruhá dois anos. Como você se inseriuneste país e, em particular, nestetrabalho?Deborah: Eu e Roberto, o meuesposo, somos um casal missionárioda CMV, e, desde o começo da nossacaminhada na Comunidade na Itália,desejávamos partir em missão.A médica Melissa Herrera consultando uma mãeque chegou ao Centro com as suas criançasChegamos ao Peru em abril de 2008.O encontro com os mais pobres nãofoi fácil. Em alguns momentos, sentia tentação de julgar algumas s<strong>it</strong>uaçõesencontradas, em outros, desanimeifrente aos inúmeros e grandes problemasdo povo, achando o nossotrabalho inútil. Depois, devagar, atravésdo serviço no Centro médico, tive apossibilidade de entrar mais de pertona vida dos pobres, colocando-me àescuta das histórias e conhecendo osdramas das pessoas. Nasceu, assim, afraternidade e a amizade.São mu<strong>it</strong>os aqueles que agorafazem parte da minha vida e domeu coração. Juana, por exemplo,é uma viúva com 4 filhos e tem umirmão com síndrome de Down.Escolheu não se casar novamente,para não ter que dar aos filhos um “paisubst<strong>it</strong>uto”. Trabalha como camelôe, um dia, chegou ao Centro com asua mercadoria: tinha escorregado efraturado duas costelas e uma vértebra.Tinha fortes dores, mas queria detodo je<strong>it</strong>o continuar o seu trabalho. Senão, quem daria de comer para a suafamília?Quais os sonhos para o Centro?Patrícia: Temos mu<strong>it</strong>os sonhos!Mu<strong>it</strong>as vezes, diante de inúmeraspessoas que esperam para uma consulta,penso nas multidões em dificuldade dasquais o Evangelho fala. São homens,mulheres, crianças necess<strong>it</strong>ados nãosomente de assistência médica, mastambém de escuta, acolhida e atenção.Mu<strong>it</strong>as vezes, as feridas mais profundasnão estão no corpo. Desejaríamos queo Centro fosse o lugar onde os doentespudessem receber a acolhida comoprimeiro remédio e, assim, se sentissemdignos de respe<strong>it</strong>o e de cuidado.O nosso compromisso é trabalharJhon E. Ponce, farmacêutico, com Patrícia Pachas, missionáriaperuana e coordenadora do Centroem comunhão, criando um espír<strong>it</strong>o defamília. Fazer do Centro uma escolade comunhão, uma academia derelacionamentos.Deborah: Também o meu sonhoé o de construir uma rede de amizadesverdadeiras entre nós e com o povo.Gosto mu<strong>it</strong>o deste trabalho,acred<strong>it</strong>o que o Senhor me chamoua anunciar o seu amor através desteserviço. Sempre mais tomo consciênciaque cumprimentar, dar umremédio, fazer um curativo, enfim,tudo isso pode falar de Deus e do seuamor preferencial pelos pequenos.O Centro médico em números• 100 a 150 pessoas atendidas diariamente;mais de 3.500 por mês;• 18 médicos que recebem reembolso;• 21 técnicos;• 10 voluntários entre médicos e enfermeiros;• 3 faxineiros e trabalhadores de serviços gerais.


Testemunho de VIDATestemunho de vidaDeus tocou minha vidaEloísa, com trinta anos de idade,encontra-se sozinha e sem rumo,com uma filha em cadeira de rodas.Será o encontro com Deus, como ela nos conta,a dar um novo sentido à sua vida e à de sua filha KarinaEloísa, pode nos contar umpouco de sua história?Nasci numa família mu<strong>it</strong>o humildeno estado do Ceará. Fui criada pelaminha avó, pois minha mãe faleceuquando eu não tinha ainda dois anose meu pai não vivia conosco. Deminha avó lembro de sua fé simples eprofunda, que me transm<strong>it</strong>ia no dia adia. Com 15 anos fui para São Paulocom alguns primos: ali comecei atrabalhar para ajudar minha avó.Aos 23 anos conheci um homemdesqu<strong>it</strong>ado e casei-me com ele na Igrejabrasileira, uma dissidência da IgrejaCatólica, que perm<strong>it</strong>e casamentos dedesqu<strong>it</strong>ados. Do nosso relacionamentonasceu uma filha, Karina, com umadoença que lim<strong>it</strong>a seus movimentos ea obriga a usar uma cadeira de rodas.Infelizmente, meu marido nosdeixou quando Karina tinha seis anose isso marcou o começo de mu<strong>it</strong>asdificuldades.O que significou ser abandonadapor seu marido?Naquele tempo eu estavadesempregada e Karina precisava serinternada por causa de seus problemasconstantes de saúde. Encontrei-me semum apoio ao meu lado e sem dinheiro.Não tinha nada, nem para comprarcomida. Fazia de tudo para conseguirpelo menos o essencial para minhafilha. Durante o período que minhafilha ficou internada, eu me alimentavasomente com o que sobrava da comidade Karina. Cheguei a pesar 49 quilos!Naquela época, estava tãodesesperada que decidi pedir a ajuda deDeus, que eu tinha colocado de lado, nacorreria do dia a dia. Algumas pessoasme convidaram a participar de umcentro de macumba, prometendo-mesoluções rápidas. Recusei com força,pois sentia que não era o caminhocerto. Nesta busca, um dia entreinuma Igreja evangélica, mas tambémlá não encontrei a paz e as respostasque procurava. Aos poucos, cresciaa lembrança da fé e da serenidade deminha avó e pensei que eu tambémpodia receber os mesmos donsvoltando para a Igreja católica. Umdomingo, então, resolvi ir à missa ecomecei a ser fiel a este compromissosemanal com o Senhor.Como foi sua volta à Igreja?Na Igreja, conheci os missionáriosda CMV e outros cristãos que meconvidaram a aprofundar minha fécom uma caminhada cristã séria.Participei de alguns encontros deformação semanais, que aconteciamna casa de uma vizinha. Começava asentir-me melhor, percebia que Deusestava comigo e caminhava ao meulado e que queria servi-lo com todo omeu coração. Depois de alguns meses,dei mais um passo na caminhada de fé,participando, num final de semana, deum Retiro de Evangelização. A partirdaquele retiro, confirmei que queriaassumir meu compromisso cristão comseriedade e participar semanalmentede uma pequena comunidadeevangelizadora.Houve algo de especial quelevou você à mudança?O que mais me tocou e queprovocou uma mudança radical foi lero trecho do evangelista Mateus sobre“Não posso calardiante da graçade Deusque tocou minhavida e que me ajudaa ler tudo, inclusiveos sofrimentos pelosquais passei,com olhos no<strong>vos</strong>”a Providência (Mt 6, 25-34). De fato,eu estava fazendo experiência concretada Providência de Deus. Em primeirolugar, tinha encontrado uma novafamília nas pessoas que semanalmentese encontravam comigo. Isso fez mu<strong>it</strong>obem também a minha filha Karina, queencontrou no<strong>vos</strong> amigos, aliás, aquelesirmãos que ela nunca teve.Como é a sua vida hoje?Na organização do meu tempo,entendi que cada minuto é preciosoe pode ser vivido na doação para osirmãos. Por isso, minha casa estásempre cheia de pessoas! Sinto quenão posso calar diante da graça deDeus que tocou minha vida e queme ajuda a ler tudo, inclusive ossofrimentos pelos quais passei, comolhos no<strong>vos</strong>.Também minha s<strong>it</strong>uação econômicamelhorou, pois conseguipequenos trabalhos e encontrei mu<strong>it</strong>aspessoas que estão me ajudando.Comecei a receber mensalmentetambém uma cesta básica por parte deum casal que ganha duas cestas e quispartilhar uma comigo.Com Karina, vivemos nasobriedade, mas não nos falta onecessário... e consigo também separarcada mês uma pequena quantia quedestino ao dízimo.Eloísa, membro agregado da CMV de São Paulo, com a filha Karina


Palavra VIVAPalavra vivaTudo acabou mesmo?É a pergunta que, talvez, atormenta o seu coraçãoquando as adversidades da vida derrubam os seus sonhos.Às vezes, você espera, se ilude, mas, quando tudo está indo bem,eis que alguma coisa perturba. Para o cristão existe um segredo:acolher o ressusc<strong>it</strong>ado. Então você poderá descobrir que tambémna s<strong>it</strong>uação mais assustadora pode resplandecer a luzOs discípulos de Emaús (pintura Mafá - Camarões)Do Evangelho de Lucas 24,13-31Eis que dois deles viajavamnesse mesmo dia para um povoadochamado Emaús, a sessenta estádiosde Jerusalém. (...)Direção “Emaús”. Dois homensandam, conversam, discutem sobre osúltimos acontecimentos do momento:Jesus de Nazaré, profeta poderoso,homem esperado e declarado olibertador de Israel, foi crucificado.Parece que tudo está realmente encerrado.Toda esperança de libertaçãosumiu com a morte dele. É evidente adesilusão, compreensível o transtornode quem, naquela promessa, tinhaapostado tudo. No entanto, alguémintervém para mudar a direção.O próprio Jesus aproximou-see pôs-se a caminhar com eles; seusolhos, porém, estavam impedidos dereconhecê-lo.Alguém se aproxima e anda comos dois homens: é Ele mesmo, Jesusem pessoa, o nazareno. É o primeirogesto de amor do Senhor para com seusdiscípulos: aproximar-se de quem estána dor.Os dois, porém, cegos pela desilusão,são incapazes de reconhecê-lo. Odesapontamento encobre a visão. Tristese perdidos, viram esmagar num instanteas próprias esperanças, fundadas noraciocínio humano, na lógica do poder,diferente daquela escolhida e propostapor Cristo.Ele lhes disse: “Que palavrassão essas que trocais enquanto idescaminhando?” E eles pararam, com orosto sombrio.(...) “Nós esperávamosque fosse ele quem redimiria Israel;mas, com tudo isso, faz três diasque todas essas coisas aconteceram!É verdade que algumas mulheres,que são dos nossos, nos assustaram.Tendo ido mu<strong>it</strong>o cedo ao túmuloe não tendo encontrado o corpo,voltaram dizendo que haviam tidouma visão de anjos a declararem queele está vivo...Fala-se por aí que Ele está vivo: asmulheres afirmaram ter tido uma visão...Uma débil esperança aparece, mas logoacaba pela incredulidade humana.Não estavam dispostos a acred<strong>it</strong>ar nasmulheres, talvez por medo de seremdesapontados mais uma vez com outroengano. Não querem correr outro risco.No entanto, o Ressusc<strong>it</strong>ado está aí,ao lado deles, mais uma vez a caminhocom os homens. Ele fala e explica cadacoisa, tirando aos poucos a neblina dosolhos deles e iluminando sua inteligência.Aquele homem é uma presença queconsola e que não se quer mais perder.Aproximando-se do povoadopara onde iam, Jesus simulou que iamais adiante. Eles, porém, insistiram,dizendo: “Permanece conosco, poiscai a tarde e o dia já declina”. Entrouentão para ficar com eles. E, umavez à mesa com eles, tomou o pão,abençoou-o, depois partiu-o e deu-oa eles. Então, seus olhos se abriram eo reconheceram.Quando o coração dos discípulosse abre à acolhida daquele homemdesconhecido, ele se manifesta como oRessusc<strong>it</strong>ado, parte o pão e o dá a eles.Finalmente reconhecem que Jesus érealmente ressusc<strong>it</strong>ado!Para os dois discípulos, issosignifica que nem tudo acabou, que ahistória ainda está nas mãos de Deus. OSenhor ressusc<strong>it</strong>ado caminha ao lado deseus discípulos.E VOCÊ?Depois de mais de dois milanos, a história de Emaús serepete. Também hoje, tragédias ecalamidades pesam nos corações doshomens; acidentes, lutos, doençasfazem-nos chorar lágrimas amargas.Diante dos fatos que dominam a cenainternacional, corrupção, guerras,fome, dire<strong>it</strong>os humanos negados,talvez também você se pergunteonde está Deus? Tudo isso arriscadeixar você morrer: nos ideais, nasaspirações, no empenho para ummundo mais justo. Aquela cruzcontinua pesando sobre os homense faz desaparecer as suas esperanças.Se você se sente assim e estácaminhando na história mudoe cansado, desiludido e surdo,experimente abrir os olhos elevantar o rosto. Descobrirá queJesus está caminhando ao seu lado!Como na no<strong>it</strong>e de Emaús, Ele estáperto de você para escutar aquelasperguntas que não encontramrespostas. Deixando-lhe espaço,você reconhecerá a sua presença nahistória: no sorriso de uma criançabrincando, na mão que oferece ajudaa um idoso, num coração que se abreà partilha, em alguém disposto amorrer para salvar outro.Recomece você também, apartir de Emaús, para encontrar osirmãos, os de perto e os de longe.Com a sua proximidade saiba gr<strong>it</strong>ara eles que não é tempo de desistir:Cristo está vivo! O amor nuncamorre, porque, mesmo se os homenstentarem matá-lo, ele ressusc<strong>it</strong>oupara sempre.


Testemunho de VIDAde sol<strong>it</strong>ários a solidáriosVoluntariado internacionalNossas Comunidades de BeloHorizonte, São Paulo e Lima (Peru)estão acolhendo vários jovens quedecidiram viver uma experiência devoluntariado internacional.Genziana Corongiu e WandaDi Giacomo, ambas <strong>it</strong>alianas ecom 26 anos, chegaram em BeloHorizonte com o projeto de ficarpor um ano. Inseriram-se nasatividades do Centro de AcolhidaBetânia, uma das obras sociais daCMV, que cuida de 270 crianças.“Todo dia – partilha Vanda -estou aprendendo com os meninos aviver relações na simplicidade, quese traduzem em pequenos gestos,como um sorriso, que anulam asdistâncias e as diferenças culturais.O tempo doado a estes no<strong>vos</strong> amigostorna-se, cada vez mais, uma graçapara a minha vida”.Genziana e Vanda, voluntárias noCentro de Acolhida, em BH“Não foi fácil deixar meu paíse minha família, mas o desejo deajudar outras pessoas foi mais forte- diz Genziana. Neste tempo, estouajudando os meninos em váriasatividades. Ver seus progressos meconfirma que fiz a escolha certa:partilhar um ano de minha vidacom estas crianças”.Também Dario e MartaCarnera, de Pádua (Itália), casadoshá apenas um ano, decidiram viverdoze meses na Comunidade de SãoPaulo, para se colocar a serviçodos pobres. “Descobrimos queDeus nos chamava a formar umafamília - eles partilham - e, aomesmo tempo, tinha colocado nonosso coração o desejo de levar aosoutros todo o amor que recebemos.Com serenidade, deixamos osnossos empregos para traballharDário e Marta, com duas meninasda periferia de São Paulocom a CMV na periferia de SãoPaulo. Nem acabamos de reformaro nosso pequeno apartamento e demostrar as fotos do casamento paraos nossos amigos, e já estávamosviajando para o Brasil. Para nós,é um tempo de graça que está nosajudando a construir os alicerces danossa família, onde a abertura aosoutros tem um lugar de destaque”.Hellem Carreiro, 22 anos,de Belo Horizonte, viveu umaexperiência parecida, por trêsmeses, junto à CMV que operana periferia de Lima. “Saí daminha terra - contou ao regressarpara o Brasil - querendo ser umapessoa mais universal e solidária.O encontro com outros irmãos foimu<strong>it</strong>o enriquecedor e entendi umpouco mais que todos temos algopara partilhar”.Hellem, de Belo Horizonte, durante suaexperiência de voluntariado em LimaMéxico: escolher a vidaGuillermo e Guillermina sãoum casal de médicos do GimViadultos de Texcoco (México). Umdia, em seu consultório, receberama mãe de uma jovem que estavagrávida. A menina, uma das mu<strong>it</strong>astrabalhadoras em s<strong>it</strong>uação irregularna Cidade do México, havia pedidoà mãe que encontrasse uma clínicaque praticasse o aborto.Os dois médicos, percebendoque a escolha da jovem nasciatambém de sua s<strong>it</strong>uação econômicaprecária, tentaram convencê-la anão abortar, oferecendo ajuda paracobrir as despesas hosp<strong>it</strong>alares etudo que o bebê precisasse.Diante de tanta sensibilidade,a jovem não só desistiu deabortar como também, ofereceupara Guillermo e Guillermina apossibilidade de se tornarem paisadoti<strong>vos</strong> do bebê. A disponibilidadedeles foi imediata.Hoje o pequeno Juan Diegonasceu e, o que mais surpreende, é aat<strong>it</strong>ude com que os no<strong>vos</strong> pais estãoenfrentando este acontecimentoinesperado. “Estamos felizes porqueeste menino poderá viver eexperimentar o amor de uma família- diz Guillermo. Gostaríamos queesta criança se tornasse um servodo Senhor e, por que não, se forYopougon: biblioteca solidária“Meu nome é Victor, tenho 16anos e estou no 3º ano do ensinomédio. No ano passado, eu nãotive um bom desempenho escolar,porque não pude comprar os livrosexigidos pela escola. No entanto,neste ano, tive a oportunidade defrequentar a biblioteca da missão,e o meu rendimento melhorouconsideravelmente. Hoje, sou umdos primeiros da classe!”.A experiência de Victor é típicade mu<strong>it</strong>os jovens da nossa missãode Yopougon (Costa do Marfim).A maioria dos estudantes, por nãoter o dinheiro para a compra doslivros, se lim<strong>it</strong>a a estudar pelasanotações fe<strong>it</strong>as em sala de aula oupelo material preparado por seusprofessores. Às vezes, os jovens vãopara as poucas bibliotecas no centroda cidade, mas, mesmo lá, a s<strong>it</strong>uaçãonão é das melhores: não encontramos livros de que necess<strong>it</strong>am ou faltampáginas que foram rasgadas.Por isso, há dois anos, nasceuuma biblioteca em nossa missão.Ela possui mais de 1.200 alunosDe sol<strong>it</strong>ários a solidáriosda vontade de Deus, um sacerdotemissionário!”Juan Diego, nos braçosde seus pais adoti<strong>vos</strong>inscr<strong>it</strong>os e dispõe de mais de 3 millivros. É um ponto de referênciapara os alunos de vários bairros deAbidjan. Graças à solidariedade demu<strong>it</strong>os, esses jovens são ajudadosa receber uma boa formaçãoeducacional e cultural e uma melhoroportunidade para entrarem nomercado de trabalho.Jovens estudantes na biblioteca da missão de Yopougon (Costa do Marfim)


19Projetos de SolidariedadeEscolas de alfabetizaçãoNOTÍCIAS DE FAMÍLIAPe. Luigi e Maria Luigia no BrasilEm Yopougon, na Costa do Marfim, as mulheres analfabetastêm a chance de aprender a ler e a escreverNa Costa do Marfim (África), a alfabetização éuma verdadeira emergência social: somente 49% dapopulação adulta sabe ler e escrever e somente umaem cada cinco mulheres é alfabetizada.Mu<strong>it</strong>as crianças de 8 a 10 anos não vão à escola,porque são obrigadas a deixar sua aldeia para procurartrabalho nas cidades. A fim de sobreviverem, executamas tarefas mais humildes em famílias ricas, tornandose,na maioria dos casos, verdadeiras escravas.Os custos para ter acesso à educação são elevados.Mesmo na escola obrigatória, onde o cadastro égratu<strong>it</strong>o, mu<strong>it</strong>as famílias são incapazes de arcar comas despesas do material escolar e do transporte.Diante deste problema, desde 1995, começamosduas escolas de alfabetização que acolhem, emparticular, as mulheres mais pobres. As escolascontam com 850 matrículas por ano e 40 professorespor quatro dias por semana.COLABORE COLABORE COLABOREUma apostilaUma cadeiraUma mesaContribuição paramaterial escolarR$10, 0025, 00R$50, 00100, 00R$R$Um grupo de mulheres da missão de Yopougon (Costa doMarfim) enquanto participam da escola de alfabetizaçãoVocê também pode sustentar as escolas de alfabetização em Yopougon!Obrigado a você quecontribui com as Obras Sociais e deEvangelização da ComunidadeMissionária de <strong>Villaregia</strong>.Há inúmeros projetos acontecendo nomundo, graças à sua generosidade!Nossas Contas BancáriasBancoBradescoBancoReal237 - Agência 2900-9Conta 3527-0356 - Agência 1235Conta 6712423-3Após ter vis<strong>it</strong>ado as demaisComunidades da América Latina, de2 a 12 de março padre Luigi e MariaLuigia estiveram nas Comunidadesde São Paulo e Belo Horizonte.Foram dias intensos, ocasiãopreciosa para rever a nossa vida deComunidade à luz do carisma, tãovivo nas palavras e na vida deles.Momentos especiais foramos encontros com os jovens,adolescentes e adultos dos nossosGimVi e com as pessoas dasparóquias onde atuamos. Osfundadores encontraram também o25 anos de sacerdócioPadre Fiorenzo Biasibetti epadre Roberto Favaretto fazemparte dos primeiros missionários daCMV e ambos viveram alguns anosna comunidade de Belo Horizonte(MG). No dia 8 de abril de 1985Padre Fiorenzo, que celebra 25 anos de sacerdócio,viveu na CMV de Belo Horizonte de 1987 a 1994arcebispo de Belo Horizonte, domWalmor Oliveira de Azevedo e oPadre Luigi e Maria Luigia com o bispo de Campo Limpo (SP), dom Luiz Antônio Guedes,durante a vis<strong>it</strong>a à CMV de SP, em março deste anoforam ordenados sacerdotes. Vintee cinco anos é uma ocasião especialpara olhar, com gratidão, para odom do sacerdócio que, atravésdestes irmãos, o Senhor fez por todaa CMV.bispo de Campo Limpo, dom LuizAntônio Guedes.Atualmente, padre Fiorenzoreside na comunidade de Lonato(Itália), onde trabalha no serviço deanimação comun<strong>it</strong>ária e missionária,enquanto padre Roberto vive nacomunidade de Roma.Padre Roberto, durante a celebração de aniversáriode sacerdócio na Comunidade de Roma


Notícias de famíliaPelas ruas de Itabira e AmericanaPor dez dias, no mês de janeiro,cerca de 250 missionários, consagradose jovens, das Comu-nidades de BeloHorizonte e de São Paulo, dedicaram-se,no período de suas férias, à missão.A Comunidade de Belo Horizonterealizou a missão, si-multaneamente, emduas paró-quias de Itabira (MG), diocesede Coronel Fabriciano. A missão desteano teve também o objetivo de concluiro projeto de evangelização comun<strong>it</strong>áriae missionária, desenvolvido, ao longo dedois anos, na paróquia Nossa Senhora daPenha e, contemporaneamente, iniciar omesmo na paróquia Nossa Senhora daPiedade.Os dois párocos, padre CleversonFrancisco da Silva Pinheiro e padreMárcio Soares, juntamente coma liderança, se envolveram comdisponibilidade na organização erealização da missão.O lema “Sejamos um para que omundo creia” deu uma cor particulara todos os momentos de encontro ede celebração, traduzindo em clima defamília e de unidade a experiência vivida.A acolhida do povo, as milharesde casas vis<strong>it</strong>adas, as igrejas lotadasdurante as celebrações, a missa deencerramento no ginásio, os jovens eos adultos que acompanharam a missãopor toda semana, foram característicasdesta missão.A Comunidade de São Paulo viveua mesma atividade em Americana (SP),na paróquia Nossa Senhora Aparecida,cujo pároco, padre Jaime Thomaz, e osleigos acolheram com mu<strong>it</strong>o carinhocada missionário.As ruas de Americana foramcoloridas pela presença dos jovensevangelizadores: todos de camisetalaranja, desejosos de levar o anúncioforte do amor de Deus. Os jovens vieramde São Paulo, Piraju (SP) e Timburi (SP).Foram vis<strong>it</strong>adas mu<strong>it</strong>as famílias,partilhando com cada uma a boanova do Evangelho. As pessoas foramconvidadas a participar das diferentesatividades organizadas durante asemana.Com o desejo de estimulartambém à abertura universal, asfamílias vis<strong>it</strong>adas foram convidadasa doar prendas para um bingobeneficente, cuja renda foi destinadaà missão em Maputo (Moçambique).Entre as atividades de evangelização,foram preparadas oficinasde dança, de teatro, uma oficina paracrianças e um curso missionário.Em ambas as cidades, foi fortepara os jovens a experiência de umDeus vivo que se tornou presenteentre quem anunciava sua Palavra.Na página anterior: alguns dos jovensmissionários que participaramda missão em Americana (SP);Ao lado: Vis<strong>it</strong>a às famíliasda periferia de Americana;Abaixo: O grupo dos missionários queesteve em Itabira (MG) para dez diasde evangelização, em duas paróquiasAs palavras de um jovem de Itabira,Carlos Gomes, sintetizaram esta experiênciados dias de missão:“Nestes dias vi o céu se abrir.De fato, ser missionário é aproximaro céu e a terra. Vi Deus na criançaque reunia em si toda a felicidadedo mundo ao rezar.Vi Deus na jovem que, naporta de casa, saudava JesusEucaristia que passava pelasruas. Vi Deus na idosa que, deseu apartamento, reverenciava oMestre ao andar entre nós comohá dois mil anos na Galileia. ViDeus nos irmãos, de vários credos,que abriam as portas de suas casas ecorações. Vi Deus na mãe que oravasem cessar pelo filho drogado.Vi Deus em homens e mulheresque serviam de diversas formaspara que a mensagem do Salvadoralcançasse as famílias. Vi Deusquando ouvi ‘deu tudo certo’ e vium grupo de jovens comemorar numabraço afetuoso. Vi Deus em umpároco presente e atencioso. Vi Deusno pão partilhado nas casas e locaisde encontro. Vi Deus nas celebraçõescheias de fé, criatividade e alegria.Vi Deus na música, na dança, noteatro, na arte, nos encontros.Vi Deus no testemunho de jovense casais que receberam impulso novoà vida ao fazerem a experiênciado Mestre de Nazaré. Vi Deus nodesprendimento de amar e servir.Vi Deus... pois Ele esteve no meiode nós”.


Retiros de carnavalDos dias 13 a 16 de fevereiro,cerca de 300 jovens viveram, nasComunidades de São Paulo e BeloHorizonte, o Retiro de Carnaval. ComAlguns dos jovens que participaram do Retiro de carnaval na CMV de São Paulo365 dias em MoçambiqueDepois de um ano vivido aqui naperiferia de Maputo (Moçambique),mu<strong>it</strong>as coisas tornaram-se umpouco mais familiares: as estradasde areia intrans<strong>it</strong>áveis duranteos períodos de chuva; os poçospara buscar a água; os rostos demulheres e crianças que carregam,bastante alegria e fraternidade, osparticipantes puderam experimentarum carnaval diferente.Em Belo Horizonte, 220 jovenssobre as cabeças, enormes latas deágua; grupos de pessoas celebrandoà sombra de grandes árvores, emum clima de silêncio e oração dignoda mais bela catedral.No dia 27 de dezembro de2009, o arcebispo de Maputo, domFrancisco Chimoio, inst<strong>it</strong>uiu aNotícias de famíliapuderam conhecer um poucomais a história e a trajetória de SãoPaulo, perceber o que Deus operouna vida dele e reconhecer quecada um também é chamado a sertestemunha desse Amor verdadeiro eincondicional.Na Comunidade de São Paulo,80 jovens viveram a mesma experiência,acompanhados pelolema “Conexão x Carnaval”. Foramdias de descoberta de si mesmos,conectando-se com a Palavra de Deusque revela o verdadeiro rosto de cadaum “à imagem e semelhança de Deus”e também mostra as distorções e asincoerências que se experimentamno dia a dia, que levam mu<strong>it</strong>os a vivercom máscaras.paróquia a nós confiada e dedicadaà Santíssima Trindade. A paróquiapossui 70 mil hab<strong>it</strong>antes, emum terr<strong>it</strong>ório de 80 quilômetrosquadrados, com seis capelas.A celebração de inst<strong>it</strong>uição,que contou com cerca de 600pessoas, foi cuidadosamente preparadaem todos os detalhes.Durante a homilia, Dom Chimoioapresentou a todos o desejo detornar a nova paróquia uma grandefamília que caminha unida.Dom Francisco Chimoio, arcebispode Maputo, durante a inst<strong>it</strong>uiçãoda nova paróquia confiada à CMV.Com ele: Sandra Chaves, missionáriade Belo Horizonte, padre José Geraldoda Silva, vigáreo forâneo, e padreRicardo Ribeiro, de Americana (SP)AgendaEventos BH SPBodas de CanáPara renovar o casamentoEmaúsEncontro com o amor de Deuse com os irmãosAfetividadee sexualidadeDescobrindo o amor verdadeiroForró dos GimViJe-ShuáEncontro com o amor de Deuse com os irmãosSe você está procurando fériasinesquecíveis capazes deconciliar fraternidade, partilha,crescimento espir<strong>it</strong>ual e trabalhopelos pobres do mundo, entãovocê encontrou o que precisa:as Férias MissionáriasEsperamos por você!Em Belo Horizonte:De 16 a 25 de julhoEm São Paulo:De 10 (às 9h) a 18 de julhoMais informações:entre em contato conosco nosendereços da contra-capa.Para casais:23 (às 20h) a 25 de abrilPara adultos:1.º e 2 de maioPara casais:29 e 30 de maio, às 9h (1ª etapa)26 e 27 de junho, às 15h (2ª etapa)Para todos:5 e 6 de junho, às 19h, no CentroCultural e Esportivo Betânia------Para adultos:15 e 16 de maio------Para jovens:De 11 (às 19h) a 13 de junhoFérias missionárias para jovens


Vencestea morteRessusc<strong>it</strong>aste,ó Senhor,e venceste a morte.Tu descestena mansão dosmortos e salvastetodo homem.Seguraste na mãode Adão e de Eva,e os chamaste à vida.O pecado, que por elesentrou no mundo,foi vencido.A vida venceu,Tu és o Salvador!Jesus ressusc<strong>it</strong>ado salva Adão e Eva descendo na mansão dos mortos (exposição de ìcones da Casa Mãe de <strong>Villaregia</strong>)Belo Horizonte - MGEmbu Guaçu - SPNossos EndereçosRua Canoas, 461Betânia - 30580-040Telefax: (31) 3383.1545E-mail: cmvbelo@yahoo.com.brComo chegar:Ônibus 1207 A e B; 7110; 7120; 22Para doações:Banco Bradesco 237Agência 2900-9 - Conta corrente 3527-0Rod. José Simões Louro Jr. 3100 - Km 34,5Itararé - 06900-000Fone/Fax: (11) 4661.2539 / 4661.2267sp.cmva@gmail.comComo chegar:Ônibus intermunicipal Embu Guaçu - Vila LouroPara doações:Banco Bradesco 237Agência 1988-7 - Conta corrente 13753-7Mais informações:www.cmv.<strong>it</strong>

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