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literatura - Câmara Municipal de Loures

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Mostra Documental (catálogo bibliográfico)<br />

Biblioteca <strong>Municipal</strong> José Saramago. <strong>Loures</strong><br />

16 <strong>de</strong> Outubro a 15 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 2012<br />

Música<br />

Cultura<br />

Literatura<br />

Cultura<br />

Cultura<br />

Cultura Portuguesa<br />

Teatro<br />

Séculos XII a XVIII<br />

A inspiração dos clássicos<br />

Cultura<br />

Pintura<br />

Cultura<br />

Cultura


"Escrever é esquecer. A <strong>literatura</strong> é a maneira mais agradável <strong>de</strong> ignorar a<br />

vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança<br />

e a arte <strong>de</strong> representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por<br />

fazer <strong>de</strong>la um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas<br />

porque usam <strong>de</strong> fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da<br />

mesma vida humana. Não é o caso da <strong>literatura</strong>. Essa simula a vida. Um<br />

romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem<br />

narrativa. Um poema é a expressão <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias ou <strong>de</strong> sentimentos em<br />

linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso.“<br />

[PESSOA, Fernando in Livro do Desassossego, 1995]


Cultura Portuguesa – séculos XII a XVIII: a inspiração dos clássicos dá início a<br />

uma série <strong>de</strong> 3 mostras documentais subordinadas ao tema Aspetos da cultura<br />

portuguesa através dos séculos.<br />

Com esta primeira mostra preten<strong>de</strong>mos contribuir para um melhor conhecimento e<br />

divulgação da obra <strong>de</strong> alguns dos gran<strong>de</strong>s nomes associados à criação artística<br />

<strong>de</strong>sses séculos. O que <strong>de</strong> mais representativo foi produzido nesse período reflete<br />

a nossa i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> enquanto portugueses, o nosso talento e a nossa criativida<strong>de</strong>.<br />

Conhecer obras clássicas e <strong>de</strong> referência da cultura portuguesa, para além <strong>de</strong><br />

convocar os melhores sentimentos <strong>de</strong> orgulho pelos nossos criadores, po<strong>de</strong> ser<br />

fator <strong>de</strong> inspiração e <strong>de</strong> motivação para fazer mais e melhor.<br />

Ler Fernão Lopes, Gil Vicente ou Camões; Ouvir a música <strong>de</strong> Carlos Seixas, ou<br />

contemplar os painéis <strong>de</strong> S. Vicente <strong>de</strong> Fora, <strong>de</strong> Nuno Gonçalves, em suma<br />

<strong>de</strong>sfrutar da produção artística, no seu melhor, ajuda-nos a <strong>de</strong>sbravar caminhos,<br />

mas com uma maior consciência do que outros antes <strong>de</strong> nós alcançaram.<br />

Ao invés <strong>de</strong> inventários ou catálogos exaustivos, a presente mostra documental<br />

sugere pistas para diferentes incursões no universo da cultura portuguesa<br />

(<strong>literatura</strong>, teatro, música e pintura), utilizando os recursos informativos da<br />

Biblioteca <strong>Municipal</strong> José Saramago.


Séculos XII a XV


Séculos XII a XV<br />

Os mais antigos textos literários em língua portuguesa são composições em verso compiladas em<br />

cancioneiros <strong>de</strong> fins do século XIII e do século XIV, que reúnem textos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> fins do século XII.<br />

Conhecem-se três cancioneiros. Cancioneiro da Ajuda (o mais antigo), Cancioneiro da Biblioteca<br />

Nacional e Cancioneiro <strong>de</strong> Vaticana.<br />

Cancioneiro da Ajuda<br />

Cancioneiro da Ajuda / com prefácio e notas do prof. Marques Braga. - Lisboa: Sá da Costa, imp.<br />

1945<br />

821.134.3-1 CAN<br />

Cancioneiro da Biblioteca Nacional<br />

Cancioneiro da Biblioteca Nacional : Colocci-Brancuti. COD. 10911. - Lisboa: BN : INCM, 1982<br />

821.134.3-1 CAN<br />

LITERATURA<br />

O mais antigo dos trovadores conhecidos dos cancioneiros é João Soares <strong>de</strong> Paiva (nascido cerca<br />

<strong>de</strong> 1140). Isto situa o início da <strong>literatura</strong> escrita portuguesa conhecida nos começos do século XII.


Séculos XII a XV<br />

Antologia da poesia trovadoresca galego-portuguesa<br />

LITERATURA<br />

LITERATURA<br />

Antologia da poesia trovadoresca galego-portuguesa : sécs. XII-XIV / introd., notas, paráfrases e<br />

glossário <strong>de</strong> Alexandre Pinheiro Torres. - 2ª ed. - Porto: Lello & Irmão, 1987<br />

821.134.3-1 A ANT<br />

Cantigas d'escárnio e <strong>de</strong> mal dizer<br />

Cantigas d'escárnio e <strong>de</strong> mal dizer : dos cancioneiros medievais galego-portugueses / edição crítica<br />

e vocabulário M. Rodrigues Lapa. - 3ª ed. - Lisboa: João Sá da Costa, 1995<br />

821.134.3-1 A CAN<br />

Cantigas <strong>de</strong> escárnio e maldizer<br />

Cantigas <strong>de</strong> escárnio e maldizer : dos trovadores e jograis galego-portugueses / edição <strong>de</strong> Graça<br />

Vi<strong>de</strong>ira Lopes. - Lisboa: Estampa, cop. 2002<br />

821.134.3-1 A CAN<br />

CORREIA, Natália<br />

Cantares dos trovadores galego-portugueses / Nátalia Correia. - 3ª ed. - Lisboa: Estampa, 1998<br />

821.134.3-1 A COR


Séculos XII a XV<br />

Poesia medieval<br />

Poesia medieval / or<strong>de</strong>nação, prefácio e notas <strong>de</strong> Hernâni Cida<strong>de</strong>. - [S.l.: s.n.], 1939. - (Textos<br />

clássicos. Autores <strong>de</strong> língua portuguesa). - Vol. 1: Cantigas <strong>de</strong> amigo. - 77 p.<br />

DEP00122<br />

500 cantigas d'amigo<br />

500 cantigas d'amigo / edição crítica <strong>de</strong> Rip Cohen. - Porto: Campo das Letras, 2003<br />

821.134.3-1 A QUI<br />

Importa ainda referir o Romanceiro Geral Português <strong>de</strong> Teófilo Braga, publicado entre 1906 e<br />

1909, em três volumes. Esta obra resume-se a uma compilação da tradição portuguesa dos<br />

romances anónimos, do ciclo Carolíngio e da Távola redonda, vários romances mouriscos e contos<br />

<strong>de</strong> cativos, algumas lendas piedosas, Xácaras e cópulas <strong>de</strong> burlas.<br />

BRAGA, Teófilo<br />

Romanceiro geral português / Teófilo Braga. - Ed. fac-similada. - Lisboa: Vega, 1982<br />

821.134.3-1 A BRA<br />

Novas vos trago<br />

Novas vos trago [Registo sonoro]. - Vila Ver<strong>de</strong>: Tradisom, p 1998. - 1 disco (CD) (ca. 35 min. + 1<br />

livrete.. - Restantes intérpretes : Brigada Victor Jara, João Afonso, Os Gaiteiros <strong>de</strong> Lisboa, Sérgio<br />

Godinho.. - ISBN TRAD 022<br />

090 A. - 30 \ 090 A. - 31<br />

LITERATURA


CORREIA, Natália in Cantares dos trovadores galego-portugueses<br />

Séculos XII a XV<br />

LITERATURA<br />

[Cantiga <strong>de</strong> Amor <strong>de</strong> Mestria <strong>de</strong> D. Dinis]


Séculos XII a XV<br />

BELL, Aubrey F. G, e outro(s)<br />

LITERATURA<br />

Da poesia medieval portuguesa / Aubrey F. G. Bell, C. Bowra, William J. Entwistle ; tradução do<br />

inglês por António Álvaro Dória. - 2ª ed ampliada. - Lisboa: José Ribeiro, [1985]<br />

821.134.3(091) BEL<br />

Dicionário da <strong>literatura</strong> medieval Galega e Portuguesa<br />

Dicionário da <strong>literatura</strong> medieval Galega e Portuguesa / org. e coord. Giulia Lanciani, Giuseppe<br />

Tavani. - Lisboa: Caminho, cop. 1993<br />

821.134.3.09(038) DIC<br />

BUESCU, Maria Leonor Carvalhão<br />

Literatura portuguesa medieval / Maria Leonor Carvalhão Buescu. - Lisboa: Universida<strong>de</strong> Aberta,<br />

[1989]<br />

821.134.3(091) BUE


Séculos XII a XV<br />

LITERATURA<br />

Na prosa verifica-se a existência <strong>de</strong> escritos religiosos, anais breves dos primeiros Reis, contos<br />

morais e outros, on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>staca Livro <strong>de</strong> Linhagens (1340-1344) <strong>de</strong> Pedro Afonso, con<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Barcelos que constituiu um marco, indo além da genealogia.<br />

O advento da dinastia <strong>de</strong> Avis intensificou na corte portuguesa o interesse por problemas teóricos e<br />

doutrinários, religiosos, políticos, etc. Surgem obras em prosa on<strong>de</strong> se incluem O livro da Montaria,<br />

<strong>de</strong> D. João I, A ensinança <strong>de</strong> bem cavalgar toda a sela <strong>de</strong> D. Duarte, e Leal Conselheiro, <strong>de</strong><br />

D. Duarte, entre outros.<br />

DUARTE, Rei <strong>de</strong> Portugal<br />

Dom Duarte e os prosadores da Casa <strong>de</strong> Avis / seleção, prefácio e notas <strong>de</strong> Rodrigues Lapa. - 3ª<br />

ed., acrescentada. - [Lisboa]: Seara Nova, 1972)<br />

821.134.3-3 DUA<br />

DUARTE, Rei <strong>de</strong> Portugal<br />

Leal conselheiro / D. Duarte ; actualização ortográfica, introdução e notas <strong>de</strong> João Morais Barbosa. -<br />

[Lisboa]: INCM, imp. 1982<br />

821.134.3-94 DUA<br />

DUARTE, Rei <strong>de</strong> Portugal<br />

Livro da ensinança <strong>de</strong> bem cavalgar toda sela que fez El-Rey Dom Duarte <strong>de</strong> Portugal e do Algarve<br />

e Senhor <strong>de</strong> Ceuta / ed. crítica acompanhada <strong>de</strong> notas e dum glossário por Joseph M. Piel. - Lisboa:<br />

Bertrand, 1944<br />

821.134.3-9 DUA<br />

GAMA, José<br />

A filosofia da cultura portuguesa no Leal conselheiro <strong>de</strong> D. Duarte / José Gama. - Lisboa: Fundação<br />

Calouste Gulbenkian : Junta Nacional <strong>de</strong> Investigação Científica e tecnológica, 1995<br />

1(469) GAM


Fernão Lopes<br />

“Painel do<br />

Arcebispo”<br />

pertencente aos<br />

“Painéis <strong>de</strong> São<br />

Vicente <strong>de</strong><br />

Fora”, atribuídos<br />

a Nuno<br />

Gonçalves (séc.<br />

XV).<br />

Séculos XII a XV<br />

LITERATURA<br />

Uma das maiores personalida<strong>de</strong>s da <strong>literatura</strong> portuguesa é o cronista Fernão Lopes, com quem se<br />

inicia a série <strong>de</strong> cronistas gerais do Reino. A sua última obra foi Crónica <strong>de</strong> D. João I que ficou<br />

incompleta e foi continuada por outro cronista Gomes Eanes Zurara.<br />

LOPES, Fernão<br />

Crónica do senhor Rei Dom Pedro, oitavo rei <strong>de</strong>stes regnos / Fernão Lopes ; com uma introdução<br />

pelo Prof. Damião Peres. - Porto: Civilização, [1995]<br />

821.134.3-94 LOP<br />

LOPES, Fernão<br />

Crónica do senhor rei Dom Fernando nono rei <strong>de</strong>stes regnos / Fernão Lopes ; com uma introdução<br />

<strong>de</strong> Salvador Dias Arnaut. - Porto: Civilização, imp. 1986<br />

821.134.3-94 LOP<br />

LOPES, Fernão<br />

Crónica <strong>de</strong> D. João I / Fernão Lopes ; apresentação [<strong>de</strong>] José Manuel Garcia; estudos<br />

introdutórios[<strong>de</strong>] Maria Ângela Beirante, Pedro Dias; leitura paleográfica [<strong>de</strong>] João Alves Dias. -<br />

Alfragi<strong>de</strong>: Ediclube, [1995]<br />

821.134.3-94 LOP


Séculos XII a XV<br />

LOPES, Fernão<br />

LITERATURA<br />

Paixão e morte do Infante D. João e D. Maria Teles / Fernão Lopes ; prólogo e organização <strong>de</strong><br />

António Borges Coelho com uma pintura <strong>de</strong> John Melhuish Strudwick. - Porto: Asa, 2002<br />

821.134.3-94 LOP<br />

LOPES, Fernão<br />

As crónicas <strong>de</strong> Fernão Lopes : seleccionadas e transpostas em português mo<strong>de</strong>rno / por António<br />

José Saraiva. - 4ª ed. - Lisboa: Gradiva, 1997<br />

821.134.3-94 LOP<br />

LOPES, Fernão<br />

Textos escolhidos / Fernão Lopes ; selecção e arranjo <strong>de</strong> Manuel Gama. - Lisboa: Verbo, imp. 1971<br />

821.134.3-94 LOP<br />

LOPES, Fernão<br />

Quadros da crónica <strong>de</strong> D. João I / Fernão Lopes ; sel., pref. e notas <strong>de</strong> Rodrigues Lapa. - 5ª ed. -<br />

Lisboa: Sá da Costa, 1979<br />

94(469) MED LOP


Séculos XII a XV<br />

Gomes Eanes <strong>de</strong> Zurara<br />

LITERATURA<br />

Compôs crónicas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s personagens da nobreza, escritas a pedido ou em atenção a casas<br />

senhoriais. Tais são a Crónica dos feitos da Guiné, feitos que o autor endossa ao infante D.<br />

Henrique e a Crónica do Con<strong>de</strong> D. Pedro <strong>de</strong> Meneses, entre outros.<br />

Zurara <strong>de</strong>senvolve nos seus prólogos a teoria <strong>de</strong> que a finalida<strong>de</strong> das crónicas é <strong>de</strong> perpetuar a<br />

glória dos que praticaram gran<strong>de</strong>s feitos.<br />

A Tomada <strong>de</strong> Ceuta (1450), a sua primeira crónica, é consi<strong>de</strong>rada a mais interessante.<br />

ZURARA, Gomes Eanes <strong>de</strong><br />

Crónica <strong>de</strong> Guiné : segundo o ms. <strong>de</strong> Paris. Mo<strong>de</strong>rnizada / introdução, notas, novas consi<strong>de</strong>rações e<br />

glossário <strong>de</strong> José <strong>de</strong> Bragança. - [Portugal]: Livraria Civilização, imp. 1973<br />

821.134.3-94 ZUR<br />

ZURARA, Gomes Eanes <strong>de</strong><br />

Prosas históricas / Gomes Eanes <strong>de</strong> Zurara ; selecção, prefácio e notas <strong>de</strong> Rodrigues Lapa. - 2ª ed. -<br />

Lisboa: [s.n.], 1691 [i.é. 1961]<br />

94(469) ZUR


Séculos XII a XV<br />

A música religiosa<br />

MÚSICA<br />

Durante os séculos XI e inícios do XII, a influência da abadia beneditina francesa <strong>de</strong> Cluny irá ser<br />

muito gran<strong>de</strong> na Península Ibérica. Pelo espaço <strong>de</strong> quase um século foram bispos clunicenses que<br />

estiveram à frente das Sés <strong>de</strong> Braga, Porto e Coimbra, seguidas logo no primeiro reinado pelas <strong>de</strong><br />

Lisboa, entre outras, e terão sido eles em gran<strong>de</strong> parte os responsáveis pela aplicação em Portugal<br />

da unificação litúrgica sob o signo do rito e do canto franco-romano, vulgarmente <strong>de</strong>signado por<br />

gregoriano ou cantochão.<br />

O mais antigo e mais importante fundo <strong>de</strong> manuscritos litúrgicos com notação musical e o mais<br />

ricamente <strong>de</strong>corado que se conhece em Portugal provém do Convento <strong>de</strong> Arouca.<br />

A música trovadoresca<br />

O apogeu da cantiga trovadoresca em Portugal <strong>de</strong>u-se na corte <strong>de</strong> D. Afonso III, tendo sido<br />

igualmente trovadores os reis D. Sancho II (1154-1211) e D. Dinis (1262-1352), que nos legou o<br />

maior número <strong>de</strong> cantigas, para algumas das quais terá ele próprio feito a música.<br />

Iluminuras <strong>de</strong> trovadores e <strong>de</strong> jograis.


Séculos XII a XV<br />

MÚSICA<br />

Os três manuscritos principais (O Cancioneiro da Ajuda, o da Biblioteca Vaticana e o da Biblioteca<br />

Nacional <strong>de</strong> Lisboa), nenhum possui notação musical.<br />

BRANCO, João <strong>de</strong> Freitas<br />

História da música portuguesa / João <strong>de</strong> Freitas Branco ; org., fixação <strong>de</strong> texto, pref. e notas <strong>de</strong> João<br />

Maria <strong>de</strong> Freitas Branco. - 3ª ed. - Mem-Martins: Europa-América, 1995<br />

78(469) BRA<br />

BRITO, Manuel Carlos <strong>de</strong><br />

Estudos <strong>de</strong> história da música em Portugal / Manuel Carlos <strong>de</strong> Brito. - Lisboa: Estampa, 1989<br />

78(469) BRI<br />

NERY, Rui Vieira, e outro<br />

História da música / Rui Vieira Nery, Paulo Ferreira <strong>de</strong> Castro. - 2ª ed. - Lisboa: INCM, 1999<br />

78(091) NER<br />

Mais do que a música profana, porém, foi <strong>de</strong>certo a música religiosa que ocupou um lugar<br />

prepon<strong>de</strong>rante ao nível das instituições da corte. A principal instituição musical portuguesa durante<br />

os séculos XIV e XV é <strong>de</strong> facto a Capela Real, que havia sido instituída por D. Dinis em 1299 no<br />

Palácio das Alcáçovas, junto ao Castelo <strong>de</strong> S. Jorge <strong>de</strong> Lisboa.


Séculos XII a XV<br />

PINTURA<br />

O fresco dos Paços da Audiência, <strong>de</strong> Monsaraz, <strong>de</strong> tema alegórico, não religioso, representa o justo<br />

juiz e o juiz prevaricador. Um dos mais interessantes frescos trecentistas, o único <strong>de</strong> tema profano<br />

que se conhece em Portugal, <strong>de</strong>monstra a existência <strong>de</strong> uma pintura mural anterior aos painéis <strong>de</strong> S.<br />

Vicente.<br />

100 obras-primas da pintura europeia<br />

100 obras-primas da pintura europeia. - 2ª ed. - Lisboa: Verbo, [1985?]<br />

75 CEM<br />

Estas seis pinturas atribuídas ao pintor régio <strong>de</strong> D. Afonso V (1432-1481), Nuno Gonçalves,<br />

re<strong>de</strong>scobertas em 1882 no Paço Patriarcal <strong>de</strong> São Vicente <strong>de</strong> Fora e geralmente nomeadas segundo<br />

<strong>de</strong>signações propostas em 1909 por José <strong>de</strong> Figueiredo ? painel dos Fra<strong>de</strong>s, dos Pescadores, do<br />

Infante, do Arcebispo, dos Cavaleiros e da Relíquia ? , constituem um conjunto excecional tanto no<br />

quadro da arte portuguesa <strong>de</strong> todos os tempos como no contexto da gran<strong>de</strong> pintura europeia do<br />

século XV.<br />

Singular “retrato coletivo” na história da pintura europeia, é uma obra <strong>de</strong> enorme importância<br />

simbólica na cultura portuguesa.


Séculos XII a XV<br />

ALVES, Artur da Mota<br />

PINTURA<br />

Os painéis <strong>de</strong> S. Vicente : num códice da Biblioteca Nacional do Rio <strong>de</strong> Janeiro / por Artur da Motta<br />

Alves. - Lisboa: Aca<strong>de</strong>mia Nacional <strong>de</strong> Belas Artes, 1936<br />

DEP00112<br />

GUSMÃO, Adriano <strong>de</strong><br />

Que painéis <strong>de</strong> S. Vicente foram <strong>de</strong>struídos pelo terramoto <strong>de</strong> 1755? / Adriano <strong>de</strong> Gusmão. - Porto:<br />

[s.n.], 1952. - 11 p. : grav.. - Separata da Lusíada, nº 2, 1952<br />

DEP00115<br />

SARAIVA, José<br />

Os painéis do Infante Santo / José Saraiva. - [S.l.: s.n.], imp. 1925<br />

DEP00124


Séculos XII a XV<br />

ALMEIDA, José António, e outro<br />

PINTURA<br />

Os painéis <strong>de</strong> Nuno Gonçalves / Jorge Filipe <strong>de</strong> Almeida, Maria Manuela Barroso <strong>de</strong> Albuquerque. -<br />

Lisboa: Verbo, imp. 2000<br />

75 ALM<br />

FREITAS, Paula, e outro<br />

Painéis <strong>de</strong> S. Vicente <strong>de</strong> Fora : uma questão inútil? / Paula Freitas, Maria <strong>de</strong> Jesus Gonçalves. -<br />

[Lisboa]: INCM, imp. 1987<br />

75 FRE<br />

MARKL, Dagoberto L<br />

O retábulo <strong>de</strong> S. Vicente da Sé <strong>de</strong> Lisboa e os documentos / Dagoberto L. Markl. - Lisboa: Caminho,<br />

cop. 1988<br />

94(469) MED<br />

MARKL, Dagoberto L<br />

O essencial sobre Nuno Gonçalves / Dagoberto Markl. - [Lisboa]: INCM, imp. 1987<br />

75 GON MAR<br />

PEREIRA, Paulo<br />

2000 anos <strong>de</strong> arte em Portugal / Paulo Pereira. - Lisboa: Temas e Debates, imp. 1999<br />

7.03(469) PER


Séculos XII a XV<br />

TEATRO<br />

Na Ida<strong>de</strong> Média existiu um teatro religioso nascido, em parte, das representações litúrgicas do Natal<br />

e da Páscoa.<br />

Em Portugal faltam documentos que atestam a existência dos três géneros principais – os mistérios,<br />

que punham em cena, <strong>de</strong> forma mais ou menos realista, a vida <strong>de</strong> Cristo segundo o Novo<br />

Testamento e parte do Velho Testamento; – os milagres, que eram representações baseadas em<br />

santos e ainda– as moralida<strong>de</strong>s, que tinham intenções moralizantes com o objetivo <strong>de</strong> ensinar o<br />

povo através <strong>de</strong> representações teatrais.<br />

REBELO, Luís Francisco<br />

Breve história do teatro português / Luiz Francisco Rebello. - 5ª ed rev. e actualizada. - Mem-Martins:<br />

Europa-América, 2000<br />

792(091) REB<br />

Teatro popular português<br />

Teatro popular português / coligido por J. Leite <strong>de</strong> Vasconcelos ; coor<strong>de</strong>nação e notas <strong>de</strong> A.<br />

Machado Guerreiro. - Coimbra: Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra, 1974-1979<br />

Vol. 1: Religioso. - 751 p.<br />

Vol. 2: Profano. - 484 p.<br />

Vol. 3: Açores. - 693 p.<br />

821.134.3-23 TEA


Séculos XVI a XVIII


Séculos XVI a XVIII<br />

LITERATURA<br />

O <strong>de</strong>sabrochar do humanismo em Portugal realiza-se sobre a égi<strong>de</strong> da Coroa sendo o Paço o<br />

principal foco da cultura literária. D. Afonso V, educado por italianos, fez vir o humanista Justo<br />

Baldino para ensinar latim aos cronistas portugueses.<br />

Sob os governos <strong>de</strong> D. Manuel e D. João III, verifica-se uma forte tendência para intensificação da<br />

cultura literária.<br />

Em 1516, a impressão do Cancioneiro Geral <strong>de</strong> Garcia <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong> é uma curiosa e significativa<br />

manifestação do interesse da corte em assuntos literários, o mesmo po<strong>de</strong>ndo dizer-se da Crónica<br />

do Imperador Clarimundo do moço João <strong>de</strong> Barros, 1520.<br />

Garcia <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong><br />

Como muitos homens do Renascimento Garcia <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong> é consi<strong>de</strong>rado o iniciador do “ciclo dos<br />

castros”, pois as suas trovas referentes à morte <strong>de</strong> Inês <strong>de</strong> Castro são o mais antigo documento<br />

poético conhecido versando o assunto.<br />

RESENDE, Garcia <strong>de</strong><br />

Cancioneiro geral <strong>de</strong> Garcia <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong> / fixação do texto e estudo por Aida Fernanda Dias. -<br />

[Lisboa]: INCM, imp. 1990-imp. 1993<br />

821.134.3-1 A RES


Séculos XVI a XVIII<br />

João <strong>de</strong> Barros<br />

É consi<strong>de</strong>rado o primeiro gran<strong>de</strong> historiador português.<br />

LITERATURA<br />

A sua obra é vasta e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> temas e géneros. É talvez, na 1ª meta<strong>de</strong> do século<br />

XVI, o representante mais completo e mais complexo <strong>de</strong> tendências renascentistas.<br />

A sua ativida<strong>de</strong> como homem das letras inicia-se com a Crónica do Imperador Clarimundo (1522),<br />

obra oferecida a D. João III.<br />

A sua obra inclui ainda uma série <strong>de</strong> livros didáticos como A cartilha para apren<strong>de</strong>r a ler, a<br />

Gramática da língua portuguesa; obras doutrinárias como O diálogo da Doutrina Cristã e ainda<br />

obras históricas e biográficas.<br />

As obras publicadas <strong>de</strong>stinam-se a um público seleto, predominantemente cortesão, o único, aliás<br />

com acesso ao objeto caro e raro que era, nesta data, o livro impresso.<br />

Nesta época também se imprimiam pequenos folhetos com obras <strong>de</strong>stinadas a mais ampla difusão.<br />

É o caso do Auto da Barca do Inferno <strong>de</strong> Gil Vicente, impresso cerca <strong>de</strong> 1518, e <strong>de</strong> outras obras<br />

que constituem a chamada “<strong>literatura</strong> <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>l”, cujos exemplares se vendiam na rua.


Séculos XVI a XVIII<br />

Gil Vicente<br />

LITERATURA<br />

A sua obra inscreve-se entre as datas <strong>de</strong> 1502, com a sua primeira peça O auto da Visitação ou o<br />

Monólogo do vaqueiro, e <strong>de</strong> 1536 com A Floresta <strong>de</strong> enganos.<br />

VICENTE, Gil<br />

Obras completas / Gil Vicente ; com prefácio e notas do Prof. Marques Braga. - 4ª ed. - Lisboa: Sá da<br />

Costa, -1971. - vol. - (Clássicos Sá da Costa). - A Biblioteca dispõe apenas do vol. 3.<br />

821.134.3-2 VIC<br />

VICENTE, Gil<br />

Os autos das barcas / Gil Vicente ; introd., leitura do texto, notas e trad. do "Auto da barca da glória"<br />

<strong>de</strong> J. Tomaz Ferreira. - 6ª ed. - Mem-Martins: Europa-América, [1987]<br />

821.134.3-2 VIC<br />

Ensaios vicentinos<br />

Ensaios vicentinos : Gil Vicente / [coor<strong>de</strong>nação geral Ana Rosa Assunção... et al.]. - Coimbra: A<br />

Escola da Noite, [2003]<br />

821.134.3-2 ENS<br />

VICENTE, Gil<br />

Auto da alma e Auto da feira / Gil Vicente. - Mem-Martins: Europa-América, [1991]<br />

821.134.3-2 VIC


Séculos XVI a XVIII<br />

VICENTE, Gil<br />

LITERATURA<br />

Sátiras sociais / Gil Vicente. - 2ª ed., anot. - Mem-Martins: Europa-América, [1988]. - 263 p. - (Livros<br />

<strong>de</strong> bolso; 109)(Gran<strong>de</strong>s obras). - Contém, em nota introdutória, dados biográficos e bibliografia.. -<br />

Contém: Auto da Índia ; Quem tem farelos? ; Farsa <strong>de</strong> Inês Pereira ; O Juiz da Beira ; Farsa dos<br />

almocreves ; Romagem dos agravados.<br />

821.134.3-2 VIC<br />

Bernardim Ribeiro<br />

Pouco se sabe documentalmente <strong>de</strong> Bernardim Ribeiro, além <strong>de</strong> que colaborou no Cancioneiro<br />

Geral <strong>de</strong> Garcia <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong>, po<strong>de</strong> portanto supor-se que pertenceu, como Sá <strong>de</strong> Miranda, Gil<br />

Vicente e Garcia <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong>, à roda dos poetas palacianos.<br />

Data <strong>de</strong> 1536 uma primeira impressão (provavelmente já póstuma) <strong>de</strong> uma écloga sua (a <strong>de</strong><br />

Silvestre e Amador) sob o título Trovas <strong>de</strong> dous pastores.<br />

Em 1557 sai nova edição em Évora da Menina e Moça, continuada certamente por outro autor, o<br />

que permite conjeturar que Bernardim já não era vivo a essa data.<br />

RIBEIRO, Bernardim<br />

Éclogas / Bernardim Ribeiro ; selecção prefácio e notas <strong>de</strong> Rodrigues Lapa. - 5ª ed. - Lisboa: Seara<br />

Nova, 1967<br />

DEP00111<br />

RIBEIRO, Bernardim<br />

Obras completas / Bernardim Ribeiro ; pref. e notas <strong>de</strong> Aquilino Ribeiro e M. Marques Braga. -<br />

Lisboa: Sá da Costa, 1949-1950<br />

821.134.3-1 RIB


Séculos XVI a XVIII<br />

Luis Vaz <strong>de</strong> Camões<br />

LITERATURA<br />

Escreveu August-Wilhelm Schlegel (1) que Camões, só por si, vale uma <strong>literatura</strong> inteira. Esta<br />

observação fundamenta-se <strong>de</strong>certo no facto da obra multifacetada <strong>de</strong> Camões abranger diversas<br />

correntes artísticas e i<strong>de</strong>ológicas do século XVI em Portugal.<br />

Foi o melhor poeta português da escola petraquista (2), e, ao mesmo tempo, o mais acabado artífice<br />

da escola do Cancioneiro Geral, na redondilha e no mote glosado. Foi o poeta que, finalmente<br />

produziu uma epopeia, aspiração literária do Renascimento português.<br />

Viajante, letrado, humanista, trovador à maneira tradicional, fidalgo esfomeado, numa mão a pena e<br />

noutra a espada, salvando a nado num naufrágio, manuscrita, a gran<strong>de</strong> obra da sua vida, Camões<br />

assumiu e meditou a experiência <strong>de</strong> toda uma civilização cujos conflitos viveu na sua carne e<br />

procurou superar pela criação artística.<br />

CAMÕES, Luís <strong>de</strong><br />

Obras completas / Luís <strong>de</strong> Camões ; com prefácio e notas do prof. Hernâni Cida<strong>de</strong>. - Lisboa: Sá da<br />

Costa, 1985<br />

Vol. 1 : Redondilhas e sonetos : a lição das primeiras edições e variantes. - 5ª ed. - 357 p.<br />

Vol. 2 : Géneros líricos maiores. - 4ª ed. - 319 p.<br />

Vol. 3 : Autos e cartas. - 4ª ed. - 368 p.<br />

821.134.3-1 CAM<br />

CAMÕES, Luís <strong>de</strong><br />

Poesia lírica / Luís <strong>de</strong> Camões ; selecção e introdução por Isabel Pascoal. - 2ª ed. - Lisboa: Ulisseia,<br />

[1988]<br />

821.134.3-1 CAM<br />

(1) August-Wilhelm Schlegel, poeta, tradutor, crítico alemão e o lí<strong>de</strong>r mais importante do romantismo alemão.<br />

(2) Escola Petraquista – Escola ou estilo poético <strong>de</strong> Petrarca, poeta e humanista italiano. Consi<strong>de</strong>rado o inventor do soneto.


Séculos XVI a XVIII<br />

CAMÕES, Luís <strong>de</strong><br />

LITERATURA<br />

Sonetos / Luís <strong>de</strong> Camões ; fixação do texto, paráfrases explicativas e notas <strong>de</strong> Maria <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s<br />

Saraiva; biografia do poeta <strong>de</strong> José Hermano Saraiva. - Mem-Martins: Europa-América, [1990]<br />

821.134.3-193 CAM<br />

CAMÕES, Luís <strong>de</strong><br />

Versos e alguma prosa <strong>de</strong> Luís <strong>de</strong> Camões / prefácio e selecção <strong>de</strong> textos <strong>de</strong> Eugénio <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>. -<br />

5ª ed. rev. - Porto: Campo das Letras, 1996<br />

821.134.3-1 CAM<br />

CAMÕES, Luís <strong>de</strong><br />

Os Lusíadas / Luís <strong>de</strong> Camões ; leitura, prefácio e notas <strong>de</strong> Álvaro Júlio da Costa Pimpão;<br />

apresentação <strong>de</strong> Aníbal Pinto <strong>de</strong> Castro. – 5ª ed. - Lisboa: Ministério dos Negócios Estrangeiros. -<br />

Instituto Camões, 2003<br />

821.134.3-1 CAM<br />

“No mar tanta tormenta e tanto dano,<br />

Tantas vezes a morte apercebida!<br />

Na terra tanta guerra, tanto engano,<br />

Tanta necessida<strong>de</strong> avorrecida!<br />

On<strong>de</strong> po<strong>de</strong> acolher-se um fraco humano,<br />

On<strong>de</strong> terá segura a curta vida,<br />

Que não se arme e se indigne o Céu sereno<br />

Contra um bicho da terra tão pequeno?<br />

[CAMÕES, Luis Vaz <strong>de</strong> in Os Lusíadas, Canto I, 106, 1972]


Séculos XVI a XVIII<br />

Fernão Men<strong>de</strong>s Pinto<br />

LITERATURA<br />

Autor do mais interessante livro <strong>de</strong> viagens do século XVI e um dos mais interessantes da <strong>literatura</strong><br />

mundial. A ficção e a realida<strong>de</strong> entrelaçam-se admiravelmente na Peregrinação.<br />

PINTO, Fernão Men<strong>de</strong>s<br />

Peregrinação / Fernão Men<strong>de</strong>s Pinto. - Mem-Martins: Europa-América, [1996]-1997. - 2 vol. (331,<br />

334 p. - (Aventura e viagens; 1-2). - Edição cotejada com a 1ª edição <strong>de</strong> 1614<br />

910.4 PIN<br />

O texto original foi <strong>de</strong>ixado à Casa Pia dos Penitentes que só iria publicá-lo 31 anos após a sua<br />

morte. A tamanha <strong>de</strong>mora na sua publicação é creditada ao temor do autor frente à Inquisição.<br />

Cartas <strong>de</strong> Fernão Men<strong>de</strong>s Pinto e outros documentos<br />

Cartas <strong>de</strong> Fernão Men<strong>de</strong>s Pinto e outros documentos / Rebecca Catz ; com a colaboração <strong>de</strong><br />

Francis M. Rogers. - Lisboa: Presença. - BN, 1983<br />

930.2 CAR<br />

A <strong>literatura</strong> <strong>de</strong> Quinhentos manifestou-se através <strong>de</strong> autores tão diferentes como os atrás referidos e<br />

outros como António Ferreira, Damião <strong>de</strong> Góis, Duarte Pacheco Pereira, Francisco Rebelo Lobo,<br />

Garcia da Orta, Manuel Bernar<strong>de</strong>s, Sá <strong>de</strong> Miranda, entre outros.<br />

Historiadores quinhentistas<br />

Historiadores quinhentistas / sel., pref. e notas <strong>de</strong> Prof. Rodrigues Lapa ; João <strong>de</strong> Barros... [et al.]. -<br />

3ª ed. - [Lisboa]: Seara Nova, 1972. - 121 p. - (Textos literários). - Restantes autores : Fernão Lopes<br />

<strong>de</strong> Castanheda, Gaspar Correia, Diogo do Couto, Damião <strong>de</strong> Góis.<br />

930.1 HIS


Séculos XVI a XVIII<br />

GÓIS, Damião <strong>de</strong><br />

LITERATURA<br />

O livro <strong>de</strong> Eclesiastes / Damião <strong>de</strong> Góis ; edição crítica e introdução <strong>de</strong> T. F. Earle. - Lisboa:<br />

Fundação Calouste Gulbenkian. Serviço <strong>de</strong> Educação e Bolsas, 2002<br />

222/224 GOI<br />

GÓIS, Damião <strong>de</strong><br />

Descrição da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lisboa / Damião <strong>de</strong> Góis ; tradução do texto latino, introdução e notas <strong>de</strong><br />

José da Felicida<strong>de</strong> Alves. - Lisboa: Horizonte, cop. 1998<br />

908 LIS GOI<br />

LOBO, Francisco Rodrigues<br />

Corte na al<strong>de</strong>ia / Francisco Rodrigues Lobo ; introd., notas e fixação <strong>de</strong> texto <strong>de</strong> José Adriano <strong>de</strong><br />

Carvalho. - Lisboa: Presença, 1992<br />

821.134.3-3 LOB<br />

MIRANDA, Sá <strong>de</strong><br />

Poesias / Sá <strong>de</strong> Miranda ; sel. pref. e notas Rodrigues Lapa. - 5ª ed. - Lisboa: Seara Nova, 1970<br />

821.134.3-1 MIR<br />

ORTA, Garcia da<br />

Colóquios dos simples e drogas da índia / por Garcia da Orta. - Lisboa: INCM, imp. 1987<br />

581.9(5) ORT<br />

O grosso da produção literária continua durante longo tempo a ser <strong>de</strong> origem clerical; As mais<br />

notáveis personalida<strong>de</strong>s literárias da Restauração, incluindo D. Francisco Manuel <strong>de</strong> Melo, estão<br />

ainda mo<strong>de</strong>ladas pela retórica das escolas jesuítas e pela cultura barroca peninsular.


Séculos XVI a XVIII<br />

D. Francisco Manuel <strong>de</strong> Melo<br />

LITERATURA<br />

É em Portugal a personificação mais acabada da cultura aristocrática peninsular na época da<br />

Restauração.<br />

Em Portugal redigiu os Apólogos Dialogais que entre três textos <strong>de</strong> críticas <strong>de</strong> costumes contém o<br />

Hospital <strong>de</strong> Letras, a primeira revisão crítica geral <strong>de</strong> autores literários antigos e mo<strong>de</strong>rnos se<br />

conhece na nossa língua.<br />

MELO, Francisco Manuel <strong>de</strong><br />

Apólogos dialogais / D. Francisco Manuel <strong>de</strong> Melo , introd., fixação <strong>de</strong> texto e notas <strong>de</strong> Pedro Serra. -<br />

Coimbra: Angelus Novus, cop. 1998-cop. 1999.<br />

Vol. 1: Os relógios falantes ; A visita das fontes . - cop. 1998<br />

Vol. 2: O escritório avarento ; O hospital das letras . - cop. 1999<br />

821.134.3-83 MEL<br />

MELO, Francisco Manuel <strong>de</strong><br />

Epanáfora amorosa / D. Francisco Manuel <strong>de</strong> Melo ; versão <strong>de</strong> Maria Alberta Menéres. - Lisboa:<br />

Expo'98, 1997<br />

821.134.3-34 MEL<br />

MELO, Francisco Manuel <strong>de</strong><br />

Carta <strong>de</strong> guia <strong>de</strong> casados / D. Francisco Manuel <strong>de</strong> Melo ; edição <strong>de</strong> Maria <strong>de</strong> Lur<strong>de</strong>s Correia<br />

Fernan<strong>de</strong>s. - Porto: Campo das Letras, 2003<br />

392.5 MEL<br />

MELO, Francisco Manuel <strong>de</strong><br />

Tratado da ciência cabala / D. Francisco Manuel <strong>de</strong> Melo. - Lisboa: Estampa, 1972<br />

1 MEL MEL


Desenho <strong>de</strong><br />

José Rodrigues<br />

Séculos XVI a XVIII<br />

Manuel Bernar<strong>de</strong>s<br />

LITERATURA<br />

Escreveu numerosos tratados ascéticos e guias morais, como Luz e calor (1696), Exercícios<br />

espirituais (1686), Estímulo prático (1730), Pão partido em pequeninos (1696), além dos dois<br />

volumes <strong>de</strong> Sermões e práticas (1711). De entre a sua obra sobressai, contudo, pelo seu interesse<br />

literário, A nova floresta ou Silva <strong>de</strong> vários Apotegmas (5 vol., 1706) que é uma vasta coleção<br />

<strong>de</strong> “Ditos bons e sentenciosos <strong>de</strong> varões ilustres” principalmente da tradição cristã.<br />

BERNARDES, Manuel, Padre<br />

Pão partido em pequeninos : para os pequeninos da caza <strong>de</strong> Deos. breve tratado espiritual, em que<br />

se instrue hum fiel nos pontos principaes da fee, & bons costumes / composto por hum padre da<br />

Congregação do Oratorio <strong>de</strong> Lisboa, com prefácio, notas e glossário. - 3ª ed., rev. e aumentada. -<br />

Porto: Domingos Barreira, [1940?]<br />

244 BER<br />

BERNARDES, Manuel, Padre<br />

Histórias várias / Manuel Bernar<strong>de</strong>s. - Rio <strong>de</strong> Janeiro: Anuário do Brasil, imp. 1920<br />

DEP00118<br />

Padre António Vieira<br />

O legado literário <strong>de</strong> Vieira é enorme, pois compreen<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 200 sermões, mais <strong>de</strong> meio milhar<br />

<strong>de</strong> cartas, numerosos relatórios, representações, pareceres e outros documentos <strong>de</strong> natureza<br />

política diplomática, além <strong>de</strong> opúsculos religiosos ou <strong>de</strong> exegese profética e <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa perante a<br />

Inquisição.<br />

Padre António Vieira manifesta-se contra o estilo brutal da Inquisição portuguesa e contra a<br />

escravidão ou o arbitrário tratamento dos Ameríndios.<br />

A obra <strong>de</strong> Vieira ficou durante muito tempo como um dos paradigmas da prosa portuguesa e ainda<br />

hoje é um dos seus bons mo<strong>de</strong>los.


Séculos XVI a XVIII<br />

VIEIRA, António, Padre<br />

LITERATURA<br />

Sermão <strong>de</strong> Santo António aos peixes / Padre António Vieira ; il. José Rodrigues; pref. Luis Adriano<br />

Carlos; adapt. Luis Adriano Carlos, Paulo Ramalho <strong>de</strong> Almeida. - Lisboa: Campo das Letras, 1997<br />

821.134.3-5 VIE<br />

VIEIRA, António, Padre<br />

Sermão da sexagésima / Padre António Vieira. - Lisboa: Vega, 1998<br />

821.134.3-5 VIE<br />

VIEIRA, António, Padre<br />

Obras escolhidas / Padre António Vieira ; prefácios e notas <strong>de</strong> António Sérgio e Hernâni Cida<strong>de</strong>. -<br />

Lisboa: Sá da Costa, 1951-1997<br />

Vol. 2 : Cartas II. - 2ª ed. - 289 p.<br />

Vol. 3 : Obras várias I : política. - 2ª ed. - 281 p.<br />

Vol. 4 : Obras várias II : os ju<strong>de</strong>us e a inquisição. - 250 p.<br />

Vol. 5 : Obras várias III : em <strong>de</strong>fesa dos índios. - 363 p.<br />

Vol. 6 : Obras várias IV : Vieira perante a Inquisição. - 257 p.<br />

Vol. 7 : Obras várias V : vária. - 234 p.<br />

Vol. 8 : História do futuro I. - 270 p.<br />

Vol. 10 : Sermões I. - 2ª ed. - 267 p.<br />

Vol. 11 : Sermões II. - 2ª ed. - 298 p.<br />

Vol. 12 : Sermões III. - 2ª ed. - 257 p.<br />

821.134.3-82 VIE


Séculos XVI a XVIII<br />

Bernardo Gomes <strong>de</strong> Brito<br />

LITERATURA<br />

É conhecido por ter reunido em volumes as relações <strong>de</strong> naufrágios a que chamou História trágico-<br />

marítima.<br />

BRITO, Bernardo Gomes <strong>de</strong><br />

O naufrágio <strong>de</strong> Sepúlveda / Bernardo G. <strong>de</strong> Brito. - Mem-Martins: Europa-América, [1996]<br />

821.134.3-992 BRI<br />

BRITO, Bernardo Gomes <strong>de</strong><br />

História trágico-marítima : três naufrágios / Bernardo Gomes <strong>de</strong> Brito. - [Lisboa]: Círculo <strong>de</strong> Leitores,<br />

imp. 1994<br />

821.134.3-992 BRI


Séculos XVI a XVIII<br />

Luis António Verney<br />

LITERATURA<br />

O mais notável e influente dos doutrinários portugueses do século XVIII. Além do Verda<strong>de</strong>iro<br />

Método <strong>de</strong> Estudar tem também numerosa correspondência para D. José, personalida<strong>de</strong>s<br />

influentes e intelectuais como Muratori (3). Parece ter produzido e, em gran<strong>de</strong> parte, publicado uma<br />

série <strong>de</strong> manuais escolares.<br />

VERNEY, Luís António<br />

Verda<strong>de</strong>iro método <strong>de</strong> estudar : cartas sobre retórica e poética / Luís António Verney ; introd. e notas<br />

<strong>de</strong> Maria Lucília Gonçalves Pires. - Lisboa: Presença, 1991<br />

821.134.3-6 VER<br />

Importa referir a obra A arte <strong>de</strong> furtar , <strong>de</strong>poimento literário muito completo e variado acerca da<br />

realida<strong>de</strong> social do tempo <strong>de</strong> D. João IV. No entanto, a edição <strong>de</strong>sta obra fundamental, datada <strong>de</strong><br />

1652, sob o nome do Padre António Vieira, mereceu discussão quanto à autoria e entre os diversos<br />

autores indigitados contam-se João Pinto Ribeiro, D. Francisco Manuel <strong>de</strong> Melo ou António <strong>de</strong> Sousa<br />

Macedo, entre outros.<br />

Arte <strong>de</strong> furtar<br />

Arte <strong>de</strong> furtar / ilustrações <strong>de</strong> João Abel Manta. - Lisboa: Estúdios Cor, 1969<br />

821.134.3-7 ART<br />

(3) Ludovico António Muratori foi um escritor, historiados e filósofo, sacerdote católico que se <strong>de</strong>stacou como historiados e estudioso da dos<br />

clássicos greco-latinos e como intelectual e académico <strong>de</strong> referência da geração <strong>de</strong> finais do século XVIII. É consi<strong>de</strong>rado como o fundador da<br />

historiografia italiana.


Séculos XVI a XVIII<br />

António <strong>de</strong> Sousa Macedo.<br />

LITERATURA<br />

Foi jornalista e escritor. A sua obra à semelhança com a <strong>de</strong> outros autores que viveram a dominação<br />

filipina, é sem dúvida, uma apologia da restauração da in<strong>de</strong>pendência da Casa <strong>de</strong> Bragança.<br />

Defen<strong>de</strong>m estes autores que o po<strong>de</strong>r do Rei vem <strong>de</strong> Deus, mas após consentimento e veredicto<br />

popular.<br />

Escreveu Flores <strong>de</strong> España, Excelência <strong>de</strong> Portugal, Ulissipo, Harmonia politica dos<br />

documentos divinos com as conveniências do Estado e Eva e Ave.<br />

Escreveu ainda D.Afonso VI que foi apresentado e publicado por Eduardo Brazão.<br />

MACEDO, António <strong>de</strong> Sousa <strong>de</strong><br />

D. Afonso VI : seguido <strong>de</strong> um manuscrito da Biblioteca da Ajuda, sobre o seu reinado, apresentado e<br />

publicado por Eduardo Brazão da Aca<strong>de</strong>mia Portuguesa da História, Bolseiro do Instituto para a Alta<br />

Cultura / António <strong>de</strong> Sousa <strong>de</strong> Macedo. - Porto: Livraria Civilização, 1940<br />

DEP00123<br />

Cavaleiro <strong>de</strong> Oliveira<br />

O Galante século XVIII é a mais interessante obra do autor, Francisco Xavier <strong>de</strong> Oliveira,<br />

conhecido como Cavaleiro <strong>de</strong> Oliveira pelo que nos revela da mentalida<strong>de</strong> portuguesa do início do<br />

século XVIII. Compara Portugal a um relógio atrasado pela Inquisição, preconizando uma reforma da<br />

Igreja lusitana.<br />

OLIVEIRA, Cavaleiro <strong>de</strong>, pseud.<br />

Cartas familiares / Cavaleiro <strong>de</strong> Oliveira ; sel., pref. e notas <strong>de</strong> Aquilino Ribeiro. - 3ª ed. - Lisboa: Sá<br />

da Costa, 1982<br />

821.134.3-6 OLI


Séculos XVI a XVIII<br />

OLIVEIRA, Cavaleiro <strong>de</strong>, pseud.<br />

LITERATURA<br />

O galante século XVIII / Cavaleiro <strong>de</strong> Oliveira ; compilou e verteu Aquilino Ribeiro. - Lisboa: Bertrand,<br />

cop. 1966<br />

821.134.3-94 OLI<br />

No Discours pathétique (1756) preten<strong>de</strong> que o terramoto fora um castigo <strong>de</strong> Deus. Irritado pelas<br />

superstições e idolatrias em que <strong>de</strong>generara em Portugal o cristianismo e, em especial, pela<br />

proibição da Bíblia pelo Tribunal da Inquisição. Foi por isso con<strong>de</strong>nado à queima efígie.<br />

OLIVEIRA, Cavaleiro <strong>de</strong>, pseud.<br />

Discours pathétique : au sujet <strong>de</strong>s calamités présentes, arrivées en Portugal / par Le Chevalier<br />

d'Oliveyra. - Coimbra: Imprensa da Universida<strong>de</strong>, 1922<br />

DEP00117<br />

Matias Aires<br />

Escreve Reflexões sobre a vaida<strong>de</strong> dos homens obra que, mantendo certas feições do barroco<br />

peninsular exprime contudo uma crise i<strong>de</strong>ológica <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> com profundas raízes.<br />

AIRES, Matias<br />

Reflexões sobre a vaida<strong>de</strong> dos homens ; e, Carta sobre a fortuna / Matias Aires ; prefácios, fixação<br />

do texto e notas por Jacinto do Prado Coelho e Violeta Crespo Figueiredo. - [Lisboa]: INCM, imp.<br />

1980<br />

821.134.3-4 AIR


Séculos XVI a XVIII<br />

LITERATURA<br />

Em março <strong>de</strong> 1756, quatro meses <strong>de</strong>pois do terramoto, três bacharéis em direito, António Dinis da<br />

Cruz e Silva, Teotónio Gomes <strong>de</strong> Carvalho e Manuel Nicolau Esteves Negrão fundam a Arcádia<br />

Lusitânia, em que iriam culminar as tendências neoclássicas e preparar-se a evolução literária no<br />

sentido do realismo burguês setecentista. Fizeram parte os escritores Correia Garção, Reis Mesquita<br />

e Cruz e Silva.<br />

GARÇÃO, Correia<br />

Obras completas / Correia Garção ; texto fixado, pref. e notas <strong>de</strong> António José Saraiva. - Lisboa: Sá<br />

da Costa, 1957-1958. - 2 vol. - (Clássicos Sá da Costa). - Tiragem especial em papel Leorne,<br />

numerado e rubricado pelos editores. - CONSULTA LOCAL.<br />

Vol. 1 : Poesia lírica e satírica.<br />

Vol. 2 : Prosas e teatro.<br />

821.134.3-82 GAR<br />

Em 1790 renasceu em Lisboa sob a <strong>de</strong>signação Nova Arcádia , integrando nomes como os <strong>de</strong><br />

Bocage, Curvo Semedo, José Agostinho Semedo, Nicolau Tolentino, Francisco Manuel do<br />

Nascimento e a Marquesa da Alorna. Foi extinta <strong>de</strong>finitivamente em 1794.<br />

Nicolau Tolentino<br />

A melhor produção em verso é a obra satírica <strong>de</strong> Nicolau Tolentino <strong>de</strong> Almeida. No género, a mais<br />

notável da <strong>literatura</strong> portuguesa.<br />

TOLENTINO, Nicolau<br />

Sátiras / Nicolau Tolentino ; selecção, prefácio e notas <strong>de</strong> Rodrigues Lapa. - 3ª ed. - Lisboa: Seara<br />

Nova, 1969<br />

821.134.3-1 TOL


Séculos XVI a XVIII<br />

Marquesa da Alorna<br />

LITERATURA<br />

É a iniciadora do romantismo em Portugal. A extensa obra, bem como a rasgada cultura <strong>de</strong>sta<br />

mulher, é um misto <strong>de</strong> tendências diversas.<br />

A publicação por Hernâni Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma sua autobiografia e <strong>de</strong> cartas inéditas, escritas numa prosa<br />

verda<strong>de</strong>iramente familiar, <strong>de</strong>u maior relevo aos aspetos mais elevados e comunicativos do seu<br />

espírito.<br />

ALORNA, Marquesa <strong>de</strong><br />

Inéditos : cartas e outros escritos / Marquesa <strong>de</strong> Alorna ; selecção, prefácio e notas do Prof. Hernani<br />

Cida<strong>de</strong>. - Lisboa: Sá da Costa, imp. 1941<br />

821.134.3-6 ALO<br />

Bocage<br />

Foi preso pela Inquisição e na ca<strong>de</strong>ia traduziu poetas franceses e latinos. A década seguinte é a <strong>de</strong><br />

maior produção literária e vida <strong>de</strong> aventuras. Ainda em 1790 foi convidado e a<strong>de</strong>riu à Aca<strong>de</strong>mia das<br />

Belas Letras ou Nova Arcádia, on<strong>de</strong> adotou o pseudónimo Elmano Sadino.<br />

BOCAGE<br />

Obra completa / edição <strong>de</strong> Daniel Pires. - Porto: Caixotim, 2004<br />

Vol. 1: Sonetos. - 422 p.<br />

Vol.7: Poesias eróticas, burlescas e satíricas. - 245 p.<br />

821.134.3-1 BOC


Séculos XVI a XVIII<br />

MÚSICA<br />

Tanto quanto se sabe, as obras dos mestres da Capela Real na primeira meta<strong>de</strong> do século XVI não<br />

sobreviveram. Há contudo dois compositores do final do séc. XV e início do XVI cuja obra chegou até<br />

nós. Vasco Pires, cantor e mestre <strong>de</strong> capela da Sé <strong>de</strong> Coimbra e Fernão Gomes, autor <strong>de</strong> uma<br />

versão polifónica para o ofertório da Missa <strong>de</strong> Defuntos e <strong>de</strong> uma notável Missa Orbis.<br />

O nosso compositor <strong>de</strong> renome cuja obra conhecemos é Pedro do Porto ou também chamado <strong>de</strong><br />

Pedro Escobar, que foi cantor <strong>de</strong> capela da Rainha Isabel a Católica. As canções <strong>de</strong> Escobar<br />

encontram-se no Cancioneiro <strong>de</strong> Palácio. A sua obra Magnificat (1521) é a mais antiga da polifonia<br />

portuguesa.<br />

Os car<strong>de</strong>ais D. Afonso e D. Henrique, filhos do rei D. Manuel estiveram à frente das dioceses <strong>de</strong><br />

Lisboa, Évora e Braga on<strong>de</strong> tiveram um papel relevante no processo <strong>de</strong> extensão da prática musical<br />

polifónica.<br />

Durante a permanência <strong>de</strong> Mateus <strong>de</strong> Aranda, nomeado pelo car<strong>de</strong>al D. Afonso, manteve-se como<br />

mestre da capela da Sé <strong>de</strong> Évora e durante a sua permanência publicou os dois primeiros livros <strong>de</strong><br />

música que se imprimiram em Portugal – Tractado <strong>de</strong> cãtollano (manual didático <strong>de</strong> cantochão)<br />

e Tractado <strong>de</strong> canto mensurable (manual didático <strong>de</strong> polifonia).<br />

Durante um período <strong>de</strong> quase dois séculos, a Sé <strong>de</strong> Évora constituiu o principal centro <strong>de</strong> formação<br />

<strong>de</strong> compositores em Portugal.<br />

Já nos finais do século XV surge em Santa Cruz <strong>de</strong> Coimbra um compositor <strong>de</strong> música polifónica o<br />

Prior D. João Noronha a quem se <strong>de</strong>ve a admissão no Mosteiro <strong>de</strong> 4 cantores para a polifonia.<br />

As fontes da polifonia sacra do século XVI encontram-se dispersas, tornando-se difícil obter uma<br />

visão coerente da produção religiosa nesse período.


Página do<br />

Cancioneiro <strong>de</strong><br />

Belém<br />

Séculos XVI a XVIII<br />

ALEGRIA, José Augusto<br />

MÚSICA<br />

Polifonistas portugueses : Duarte Lobo, Filipe <strong>de</strong> Magalhães, Francisco Martins / José Augusto<br />

Alegria. - Lisboa: Ministério da Educação. Instituto <strong>de</strong> Cultura e Língua Portuguesa, 1984<br />

78 ALE<br />

A música instrumental religiosa é na sua esmagadora maioria escrita para instrumentos <strong>de</strong> tecla,<br />

principalmente para órgão, cravo e também para clavicórdio. António Carreira foi o nosso primeiro<br />

gran<strong>de</strong> compositor <strong>de</strong> música para órgão.<br />

Existe uma manifesta <strong>de</strong>sproporção entre o número <strong>de</strong> referências à prática instrumental e à<br />

ativida<strong>de</strong> musical profana com que topamos nos documentos portugueses do século XVI e o<br />

repertório musical com elas relacionado que chegou até nós.<br />

Os quatro cancioneiros portugueses (O Cancioneiro <strong>de</strong> Elvas, o Cancioneiro da Biblioteca<br />

Nacional <strong>de</strong> Lisboa, o Cancioneiro da Biblioteca da École Supérieure <strong>de</strong>s Beaux-Arts <strong>de</strong> Paris<br />

e o Cancioneiro do Museu Nacional <strong>de</strong> Arqueologia e Etnologia <strong>de</strong> Belém) contêm um<br />

repertório contemporâneo das cortes <strong>de</strong> D. João II, D. Manuel I e D. João III, mas que cobre também<br />

a segunda meta<strong>de</strong> do século XVI. A maioria das peças é anónima, mas é possível i<strong>de</strong>ntificar<br />

algumas <strong>de</strong>las porque aparecem também nos cancioneiros espanhóis atribuídas a autores como<br />

Pedro Escobar.<br />

Na Renascença a arte social por excelência era a dança, fosse ela <strong>de</strong> salão, religiosas ou popular, e<br />

o seu lugar respetivo era o palácio, a igreja ou a rua.<br />

A dança e a canção renascentistas têm também um papel muito importante no teatro da época. Os<br />

autos e farsas <strong>de</strong> Gil Vicente incluem ou citam cerca <strong>de</strong> duzentos trechos musicais. O próprio Gil<br />

Vicente terá composto algumas canções, como uma que aparece no Auto da Sibilia Cassandra<br />

feita e ensaiada pelo autor.


Séculos XVI a XVIII<br />

MÚSICA<br />

De um modo geral a nossa <strong>literatura</strong> da Expansão revela<br />

uma gran<strong>de</strong> curiosida<strong>de</strong> pela cultura dos povos com quem<br />

contatámos. Há um certo número <strong>de</strong> instrumentos<br />

musicais extraeuropeus cuja primeira <strong>de</strong>scrição europeia<br />

aparece em narrativas <strong>de</strong> viagens portuguesas.<br />

Des<strong>de</strong> cedo a música e a dança foram utilizadas pelos<br />

portugueses como meio <strong>de</strong> comunicação ou <strong>de</strong> afirmação<br />

aquando dos primeiros contatos com outras culturas.<br />

Des<strong>de</strong> o início da Expansão a música foi utilizada pelas diversas or<strong>de</strong>ns religiosas como instrumento<br />

privilegiado da missionação.<br />

Entre as primeiras manifestações da influência musical em Portugal da Expansão ultramarina conta-<br />

se provavelmente a <strong>de</strong>scrição das festas realizadas em Évora por ocasião do casamento do filho <strong>de</strong><br />

D. João II. Outros reflexos <strong>de</strong> culturas musicais exóticas vamos encontrá-los mais tar<strong>de</strong> no teatro<br />

jesuítico metropolitano.<br />

O florescimento musical durante o domínio filipino<br />

Os efeitos acumulados da crise do Império, da Contra-Reforma e da perda da in<strong>de</strong>pendência política<br />

irão progressivamente reduzir o país a uma situação <strong>de</strong> isolamento e <strong>de</strong> subalternida<strong>de</strong> cultural que<br />

se irá manter até ao século XVIII. De referir que em 1536 foi introduzida a Inquisição.<br />

Com o <strong>de</strong>saparecimento das cortes a partir <strong>de</strong> 1580 e a retirada da nobreza para os seus solares na<br />

província, a música profana <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> encontrar um meio favorável ao seu <strong>de</strong>senvolvimento.


Séculos XVI a XVIII<br />

A música religiosa irá <strong>de</strong>sabrochar com renovado vigor durante o período filipino.<br />

Os anos <strong>de</strong> 1580 e 1640 constituem <strong>de</strong> facto uma verda<strong>de</strong>ira ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ouro da nossa música.<br />

MÚSICA<br />

Duarte Lobo, Filipe <strong>de</strong> Magalhães e Manuel Cardoso são os três compositores principais da<br />

chamada Escola <strong>de</strong> Évora, sendo Frei Manuel Cardoso o mais interessante compositor <strong>de</strong>sta escola,<br />

sendo o seu estilo qualificado <strong>de</strong> “maneirista”.<br />

Durante o período filipino é a capela dos Duques <strong>de</strong> Bragança em Vila Viçosa a mais influente na<br />

música. D.João IV <strong>de</strong>dicou o máximo dos seus recursos financeiros e dos seus tempos livres à<br />

formação <strong>de</strong> uma das maiores, se não a maior biblioteca musical da Europa do seu tempo. Todo<br />

este espólio foi transferido para a Capela Real em Lisboa vindo a <strong>de</strong>saparecer com o terramoto <strong>de</strong><br />

1755.<br />

É também na música que se conserva no Mosteiro <strong>de</strong> Santa Cruz <strong>de</strong> Coimbra a maior coleção<br />

existente em Portugal <strong>de</strong> vilancicos religiosos, um tipo <strong>de</strong> repertório que teve enorme<br />

popularida<strong>de</strong> na Península Ibérica durante o século XVII.<br />

No século XVII, o domínio quase total em Portugal da música religiosa <strong>de</strong>terminou o cultivo <strong>de</strong> um<br />

repertório instrumental exclusivamente <strong>de</strong>stinado ao serviço litúrgico. O principal instrumento<br />

continua a ser o órgão. O primeiro compositor <strong>de</strong> música para órgão é o Padre Manuel Rodrigues<br />

Coelho.<br />

Século XVIII<br />

A subida ao trono <strong>de</strong> D. João V em 1707 marca o início <strong>de</strong> uma significativa viagem na nossa história<br />

política, social e cultural.<br />

A renovação das instituições e da vida musical portuguesa vai estar diretamente ligada à reforma da<br />

Capela Real, que foi elevada a Sé Patriarcal em 1716.


Séculos XVI a XVIII<br />

MÚSICA<br />

Em 1719 o próprio mestre da Cappella Giulia, Domenico Scarlatti, abandonou Roma para dirigir a<br />

Capela Real portuguesa, on<strong>de</strong> viria a ter como vice mestre <strong>de</strong> capela o organista português Carlos<br />

Seixas.<br />

Carlos Seixas<br />

É o nosso mais importante compositor <strong>de</strong> música <strong>de</strong> tecla no século XVIII. As suas sonatas<br />

representam a primeira fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da sonata para tecla, do Barroco final para o<br />

período pré-clássico.<br />

Carlos Seixas é ainda autor <strong>de</strong> três obras que ilustram cada uma <strong>de</strong>las um importante género<br />

orquestral e que são caso único na nossa música da primeira meta<strong>de</strong> do século XVIII.<br />

SEIXAS, Carlos<br />

Concerto, sonatas [Registo sonoro] / Carlos Seixas ; José Luis González Uriol, Segréis <strong>de</strong> Lisboa. -<br />

Lisboa: Audiopro, p. 2002<br />

300P SEI - 3614<br />

SEIXAS, Carlos <strong>de</strong><br />

Seixas [Registo sonoro] : Sonatas, missa / Ketil Haugsand. - Portugal: EMI. - Valentim <strong>de</strong> Carvalho, p<br />

1994<br />

300P SEI<br />

Um outro autor <strong>de</strong> música orquestral <strong>de</strong>sta época foi o mestre <strong>de</strong> capela da Sé do Funchal António<br />

Pereira da Costa, o qual fez publicar em Londres doze concertos.


Séculos XVI a XVIII<br />

MÚSICA<br />

Na tradição do barroco religioso romano, <strong>de</strong>staca-se um notável Te Deum para vários coros com<br />

orquestra <strong>de</strong> António Teixeira, uma Missa a 8 e um Magnificat <strong>de</strong> João Rodrigues Esteves. E ainda<br />

diversos motetes <strong>de</strong> Francisco António <strong>de</strong> Almeida..<br />

Destacam-se a partir <strong>de</strong> 1733 as serenatas promovidas por violista da Capela Real (tradição<br />

italiana). Neste período estão documentadas tentativas <strong>de</strong> realizar em Lisboa espetáculos <strong>de</strong> ópera,<br />

que em 1735 se vêm a verificar . A a<strong>de</strong>são do público ao novo género é imediata.<br />

Destacam-se dois compositores portugueses João Cor<strong>de</strong>iro da Silva e Pedro António Avondano.<br />

Nos finais do século XVIII a música para conjuntos <strong>de</strong> câmara conheceu um especial<br />

<strong>de</strong>senvolvimento. O único autor português <strong>de</strong> quartetos <strong>de</strong> cordas <strong>de</strong>sta época foi João Pedro <strong>de</strong><br />

Almeida Mota.<br />

De referir que a partir <strong>de</strong> 1770, no repertório dos salões aristocráticos e burgueses irá adquirir<br />

especial importância um género <strong>de</strong> canção conhecida por modinha que terá sido originalmente<br />

importado do Brasil para a metrópole. António da Silva Leite publicou em 1792 seis sonatas <strong>de</strong><br />

guitarra com acompanhamento <strong>de</strong> um violino e duas trompas e é também autor <strong>de</strong> um estudo <strong>de</strong><br />

guitarra.


Anunciação<br />

Frei Carlos<br />

(ativida<strong>de</strong><br />

c.1517–c.1535)<br />

Datado 1523<br />

Óleo sobre<br />

ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong><br />

carvalho<br />

A 197,5 x L 198<br />

cm<br />

Séculos XVI a XVIII<br />

PINTURA<br />

No século XVI está em causa um lento processo <strong>de</strong> substituição da estética medieval pela estética<br />

da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, sendo os períodos <strong>de</strong> curta duração (Manuelino, Renascimento/Maneirismo,<br />

Pombalino e Neoclassicismo) consi<strong>de</strong>rados verda<strong>de</strong>iras épocas <strong>de</strong> experimentação. Ao longo do<br />

século XVII e na primeira meta<strong>de</strong> do século XVIII estabilizam-se mo<strong>de</strong>los que apenas se atualizam<br />

epi<strong>de</strong>rmicamente (estilo chão e Barroco/Rococó). Na 2ª meta<strong>de</strong> do séc. XVIII está em causa uma<br />

nova mudança <strong>de</strong> paradigma estético: a passagem do Antigo Regime para a contemporaneida<strong>de</strong>.<br />

No início do século XVI regista-se uma acentuada influência do Cristocentrismo nórdico,<br />

reforçada com a importação maciça <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> pintura flamenga e alemã e mesmo com o<br />

estabelecimento <strong>de</strong> oficinas <strong>de</strong> pintores do Norte da Europa em Portugal. É o caso dos anónimos<br />

autores do Gran<strong>de</strong> Retábulo da Vida da Virgem, e dos operosos mestres Francisco Henriques e<br />

Frei Carlos.<br />

Frei Carlos<br />

Presume-se que seja um dos oficiais <strong>de</strong> pintura que Francisco Henriques (pintor holandês que viveu<br />

em Lisboa) teria mandado vir <strong>de</strong> Flandres. É vasta a lista <strong>de</strong> obras <strong>de</strong>ste autor, recolhendo-se, na<br />

sua maioria, no Museu <strong>de</strong> Arte Antiga <strong>de</strong> Lisboa: Anunciação (1523), Aparição <strong>de</strong> Cristo à Virgem<br />

(1529), Assunção (1535), entre outras.<br />

A pintura renascentista que foi produzida pelas oficinas <strong>de</strong> Lisboa agrupa-se em torno <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminadas personalida<strong>de</strong>s artísticas que têm vindo a ser i<strong>de</strong>ntificadas: os anónimos mestres <strong>de</strong><br />

1515 - Jorge Afonso (provavelmente o introdutor do gosto renascentista na escola lisboeta) e na<br />

segunda geração, Gregório Lopes, Jorge Leal, Cristóvão <strong>de</strong> Figueiredo e Garcia Fernan<strong>de</strong>s,<br />

Pintores que trabalharam frequentemente em regime <strong>de</strong> “parceria”, sistema <strong>de</strong> trabalho típico da<br />

organização mesteiral da época.


Pintura Jorge<br />

Afonso<br />

Séculos XVI a XVIII<br />

Jorge Afonso<br />

PINTURA<br />

Pintor régio <strong>de</strong> D. Manuel e <strong>de</strong> D. João III, ativo <strong>de</strong> 1504 a 1542 foi o chefe <strong>de</strong> uma importante oficina<br />

da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lisboa em que se formaram os mestres da geração seguinte.<br />

Aceita-se por exclusão <strong>de</strong> partes, a autoria <strong>de</strong> dois retábulos oferecidos pela Rainha D. Leonor: O do<br />

Mosteiro da Madre <strong>de</strong> Deus – trata-se do painel Aparição <strong>de</strong> Cristo à Virgem e do Convento <strong>de</strong><br />

Jesus <strong>de</strong> Setúbal – 14 pinturas executadas entre 1520 e 1530.<br />

Gregório Lopes e Cristóvão Figueiredo <strong>de</strong>ixaram-se tentar pelo gosto vindo da Antuérpia, enquanto<br />

Garcia Fernan<strong>de</strong>s se mostra impermeável à influência direta <strong>de</strong> gravuras italianas. Estes três<br />

mestres <strong>de</strong>ixaram a sua obra espalhada pelo país.<br />

Gregório Lopes<br />

Sucessor <strong>de</strong> Jorge Afonso no cargo <strong>de</strong> pintor régio <strong>de</strong> D. Manuel e <strong>de</strong> D. João III.<br />

Realizou diversos painéis para a charola do Convento <strong>de</strong> Cristo, que constituem a base <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ntificação do pintor: Santo António pregando aos peixes e S. Bernardo e ainda Martírio <strong>de</strong> S.<br />

Sebastião e Nossa Senhora dos Anjos, hoje no Museu Nacional <strong>de</strong> Arte Antiga. A sua obra é a<br />

que se encontra melhor documentada e estudada.<br />

“Martírio <strong>de</strong> S. Sebastião” <strong>de</strong> Gregório Lopes


Séculos XVI a XVIII<br />

Garcia Fernan<strong>de</strong>s<br />

PINTURA<br />

Segundo uma petição que dirigiu a D.João III, cerca <strong>de</strong> 1540, sabe-se que trabalhou em Coimbra,<br />

Leiria, Montemor e Évora e que executou trabalhos para a Índia (Retábulo <strong>de</strong> Santa Catarina, ainda<br />

existente na sacristia da Catedral <strong>de</strong> Velha Goa) e para a Igreja <strong>de</strong> Santo Elói, em Lisboa.<br />

Um <strong>de</strong>poimento do seu discípulo Manuel André atribui-lhe um painel comemorativo da fundação da<br />

Misericórdia <strong>de</strong> Lisboa, que bem po<strong>de</strong> ser o habitualmente <strong>de</strong>signado Terceiro casamento <strong>de</strong> D.<br />

Manuel.<br />

Parece possível atribuir a Garcia Fernan<strong>de</strong>s, além das obras referidas, o tríptico da Aparição <strong>de</strong><br />

Cristo à Virgem, datado <strong>de</strong> 1531, no Museu Nacional <strong>de</strong> Machado <strong>de</strong> Castro, os painéis do<br />

cruzeiro <strong>de</strong> S. Francisco <strong>de</strong> Évora, algumas representações <strong>de</strong> santos isoladas da sacristia <strong>de</strong><br />

Santa Cruz <strong>de</strong> Coimbra e os Retábulos da Trinda<strong>de</strong> (Museu Nacional <strong>de</strong> Arte Antiga) e <strong>de</strong> S.<br />

Bartolomeu (Sé <strong>de</strong> Lisboa).<br />

O tríptico da Aparição <strong>de</strong> Cristo à Virgem <strong>de</strong> Garcia Fernan<strong>de</strong>s


Séculos XVI a XVIII<br />

PINTURA<br />

Além do centro cosmopolita <strong>de</strong> Lisboa, uma oficina regional se <strong>de</strong>staca nesse panorama: a da cida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Viseu, em que pontifica a figura quase mítica <strong>de</strong> Vasco Fernan<strong>de</strong>s, conhecido na tradição por<br />

Grão Vasco. Este pintor tem uma consi<strong>de</strong>rável obra atribuída. E em alguns casos assinada. Des<strong>de</strong> o<br />

Retábulo da Sé <strong>de</strong> Viseu, tendo representado na Epifania um índio do Brasil como Rei Mago até<br />

aos cinco retábulos colaterais que realizou para mesma catedral (1535-1540).<br />

A primeira gran<strong>de</strong> obra prima <strong>de</strong> Grão Vasco é o Retábulo da Sé <strong>de</strong> Lamego (1506-1511), hoje um<br />

Museu local, que documenta, <strong>de</strong> modo absolutamente precoce na pintura portuguesa, a perfeita<br />

assimilação dos valores renascentistas. Refere-se ainda o Retábulo da Matriz <strong>de</strong> Freixo <strong>de</strong><br />

Espada à Cinta (1535) e sobretudo o conjunto <strong>de</strong> retábulos executados para Santa Cruz <strong>de</strong> Coimbra<br />

(<strong>de</strong> que só chegou aos nossos dias o célebre Pentecostes).<br />

Pentecostes, Grão Vasco, 1535, Mosteiro <strong>de</strong> Santa Cruz <strong>de</strong> Coimbra<br />

GRÃO VASCO E A PINTURA EUROPEIA DO RENASCIMENTO, Lisboa, 1992.<br />

Grão Vasco e a pintura europeia do Renascimento. - [Lisboa]: Comissão Nacional para as<br />

Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, [1992]<br />

75 GRA


Séculos XVI a XVIII<br />

PINTURA<br />

Um outro núcleo oficial – <strong>de</strong> características profundamente regionais e arcaizantes – tem a sua se<strong>de</strong><br />

em Coimbra: Trata-se <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> 40 pinturas que até à data foram colocadas sob a imprópria<br />

<strong>de</strong>signação <strong>de</strong> Mestre do Sardoal. Hoje sabe-se que essa produção pictórica po<strong>de</strong> ser assignada<br />

aos pintores Vicente Gil e Manuel Vicente..<br />

Desta oficina <strong>de</strong>stacam-se as obras Assunção da Virgem e o Políptico <strong>de</strong> Celas (no Museu<br />

Machado <strong>de</strong> Castro), o Políptico da Misericórdia <strong>de</strong> Montemor-o-Velho e o da Matriz do Sardoal.<br />

No segundo quartel do século XVI começam a evi<strong>de</strong>nciar-se diversos sintomas <strong>de</strong> insatisfação<br />

perante os repertórios renascentistas disponíveis, <strong>de</strong> marcado ascen<strong>de</strong>nte nórdico.<br />

Alterado o princípio or<strong>de</strong>nador da composição e apagado o tema central, a individualida<strong>de</strong> da figura<br />

humana per<strong>de</strong>-se no amontoado <strong>de</strong> figuras tratadas i<strong>de</strong>alizadamente e dispostas sobre esquemas<br />

geométricos.<br />

Ao reinado do contorno linear e da clareza e transparência cromáticas suce<strong>de</strong> o <strong>de</strong>senho nervoso e<br />

vibrátil dos contornos, a pincelada livre e o colorido matizado (características da última época <strong>de</strong><br />

Gregório Lopes e <strong>de</strong> muitos dos seus seguidores, como o anónimo Mestre <strong>de</strong> 1549 ou o chamado<br />

Mestre <strong>de</strong> Abrantes).<br />

As gerações Maneiristas<br />

Encontramos esta nova postura artística em Francisco <strong>de</strong> Holanda. Meio século antes dos tratados<br />

do maneirismo tardio, já Holanda i<strong>de</strong>ntifica o <strong>de</strong>senho com a i<strong>de</strong>ia metafísica, transformando a<br />

pintura numa “coisa mental”, atitu<strong>de</strong> que se consubstancia no primado do <strong>de</strong>senho, que vai<br />

caracterizar a estética romanista que influenciou todo o nosso maneirismo. A sua obra prima : De<br />

Aetatibus Mundi Imagines.<br />

FRANCISCO DE HOLANDA<br />

Da pintura antiga / Francisco <strong>de</strong> Holanda ; introd., notas e comentários <strong>de</strong> José da Felicida<strong>de</strong> Alves. -<br />

Lisboa: Horizonte, 1984<br />

75.01 FRA


Séculos XVI a XVIII<br />

PINTURA<br />

Outros pintores maneiristas que importa referir Gaspar Dias, Diogo Teixeira, Simão Rodrigues,<br />

Francisco João, Fernão Gomes (Terceira geração <strong>de</strong> pintores maneiristas) que inauguram um<br />

período <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> consciência <strong>de</strong> um estatuto social próprio por parte dos pintores em que<br />

ecoam claramente as conceções <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong>fendidas cerca <strong>de</strong> meio século antes por Francisco<br />

Holanda.<br />

A figura emblemática <strong>de</strong>sta época é Francisco Venegas, pintor castelhano radicado em Lisboa. O<br />

retábulo que executou, <strong>de</strong> parceria com Diogo Teixeira, para a igreja da Luz <strong>de</strong> Carni<strong>de</strong>, é a melhor<br />

realização do maneirismo do final do século XVI, pelas referências cultas do <strong>de</strong>senho e do<br />

simbolismo e pela consciência que o pintor revela da sua individualida<strong>de</strong> ao assinar as composições<br />

<strong>de</strong> sua autoria. É autor <strong>de</strong> um curioso <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> temática platonizante O castigo do Amor Bestial<br />

pelo Amor Virtuoso.<br />

O cansaço <strong>de</strong>stas fórmulas origina o aparecimento dos primeiros pintores protobarrocos. Estes<br />

vão recolocar o problema da luz na pintura, subalternizando o primado do <strong>de</strong>senho característico da<br />

estética maneirista.<br />

Importa ainda referir que o gosto pelo retrato foi um dos mais marcantes <strong>de</strong> uma cultura nova,<br />

laica. Os Retratos <strong>de</strong> D. João I e <strong>de</strong> Nuno Álvares Pereira (atribuíveis a Mestre Jácome, pintor<br />

italiano eclético ao serviço do fundador <strong>de</strong> Avis. Estes retratos não <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> vincular-se às novas<br />

conceções da pieda<strong>de</strong> religiosa, profundamente individualizada. Na mesma linha se insere o<br />

belíssimo Retrato da Princesa Santa Joana (Museu <strong>de</strong> Aveiro). Po<strong>de</strong>mos dizer que há duas<br />

linhagens <strong>de</strong> retratos: Os que cumprem uma função essencialmente informativa da pessoa e/ou do<br />

estatuto e na linha dos painéis da Veneração, os que procuram traduzir a imagem simbólica da<br />

missão em que a figura se julga investida.<br />

O reinado <strong>de</strong> D. Sebastião assiste ao triunfo do retrato maneirista. É exemplo disso o Retrato <strong>de</strong> D.<br />

Sebastião, <strong>de</strong> 1571, por Cristóvão <strong>de</strong> Morais.


Séculos XVI a XVIII<br />

PINTURA<br />

Encerrado o ciclo pictórico que <strong>de</strong>u a Portugal a pintura <strong>de</strong> cavalete e <strong>de</strong>finiu os parâmetros<br />

iconográficos da pintura religiosa e <strong>de</strong> um género autónomo – o retrato -, o seiscentismo vai trazer<br />

novos géneros, em gran<strong>de</strong> medida resultantes da especialização <strong>de</strong> elementos presentes em<br />

situações secundárias na pintura religiosa anterior (os fundos paisagísticos e as cenas <strong>de</strong> género) e<br />

impor os suportes em tela <strong>de</strong> preferência aos velhos retábulos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira.<br />

Um dos primeiros aspetos revela-se, precisamente, na acentuação das gran<strong>de</strong>s massas escuras,<br />

que passam a dominar a composição. São exemplo disso, a obra do pintor Manuel Henriques<br />

intitulada Martírio do Padre Francisco Aranha e André Reinoso que marca a viragem para a nova<br />

estética tenebrista. É <strong>de</strong> 1641 o notável Retrato <strong>de</strong> Frei Fernando da Cruz (atribuído por alguns a<br />

Reinoso). Outro gran<strong>de</strong> retratista da Restauração foi Domingos Vieira.<br />

Josefa D’Óbidos<br />

A maior figura da pintura do século XVII. Esta pintora tem uma vasta obra i<strong>de</strong>ntificada, que abrange<br />

uma assinalável varieda<strong>de</strong> iconográfica: além <strong>de</strong> diversas representações da Sagrada Família,<br />

<strong>de</strong>stacam-se as naturezas mortas, algumas paisagens, o ciclo <strong>de</strong>dicado a Santa Teresa d’Ávila,<br />

o vasto conjunto <strong>de</strong> Meninos Jesus, os Cor<strong>de</strong>iros pascais e várias representações <strong>de</strong> Santos.<br />

JOSEFA DE ÓBIDOS E O TEMPO BARROCO, Lisboa [1993?]<br />

Josefa <strong>de</strong> Óbidos e o tempo barroco / coord. Vítor Serrão. - 2ª ed. - [Lisboa]: Instituto Português do<br />

Património Cultural, 1993<br />

75 AYA JOS<br />

Bento Coelho da Silveira foi o primeiro português a cultivar “a gran<strong>de</strong> maneira barroca”. Seguiram-se<br />

outros como André Gonçalves, Francisco Vieira (Vieira Lusitano) que é a personalida<strong>de</strong> mais atrativa<br />

<strong>de</strong>ste período e o pintor mais qualificado <strong>de</strong> todos os que fizeram a sua aprendizagem em Itália e<br />

Pedro Alexandrino <strong>de</strong> Carvalho, que consuma a viragem para o ecletismo do barroco tardio,<br />

temperado pela experiência entretanto consolidada do rococó como estilo internacional.


Séculos XVI a XVIII<br />

Domingos António Sequeira<br />

PINTURA<br />

Sequeira abraçou a causa romântica. Apesar da sua formação clássica, logo nos seus primeiros<br />

quadros o pintor sentiu-se atraído por um regresso ao dramatismo da luz barroca, potencialmente<br />

anti rococó e pré-romântico, que voltará a estar presente nas suas últimas composições, <strong>de</strong> carácter<br />

visionário, realizadas em Roma e <strong>de</strong>ixadas incompletas.<br />

Sequeira foi um programático neoclássico na Alegoria à Fundação da Casa Pia e o introdutor do<br />

retrato pré-romântico, no Retrato do Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Farrobo e no excecional Retrato da Família do<br />

Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santarém, sem esquecer o magnífico conjunto <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos em que retratou os<br />

<strong>de</strong>putados às Cortes Constituintes <strong>de</strong> 1822.<br />

A tela perdida sobre a Morte <strong>de</strong> Camões apresentada no Salon <strong>de</strong> Paris, em 1824, seria o marco<br />

inicial da pintura romântica em Portugal, em perfeita sintonia com os contemporâneos poemas <strong>de</strong><br />

Camões, <strong>de</strong> Garrett e o Requiem <strong>de</strong> Bomtempo.<br />

MUSEU NACIONAL DE ARTE ANTIGA<br />

Domingos António <strong>de</strong> Sequeira : <strong>de</strong>senhos / Museu Nacional <strong>de</strong> Arte Antiga. - Lisboa: Museu<br />

Nacional <strong>de</strong> Arte Antiga, 1975. - S/ pag. : il. - Fundo Irisalva Moita<br />

741 SEQ MUS<br />

Retrato do Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Farrobo<br />

Carvão, lápis e aguada/165x130 mm


Pintura <strong>de</strong><br />

Morgado <strong>de</strong><br />

Setúbal<br />

Séculos XVI a XVIII<br />

PINTURA<br />

Nos finais do século XVIII, ao mesmo tempo que a oficina <strong>de</strong> Pedro Alexandre cobre as igrejas da<br />

reconstrução pombalina, registam-se algumas posturas que se afastam do rococó dominante, como<br />

se po<strong>de</strong> ver nas paisagens <strong>de</strong> Joaquim Manuel da Rocha, nos retratos e composições histórias <strong>de</strong><br />

João Glama Stroberle ou nos retratos e naturezas mortas do Morgado <strong>de</strong> Setúbal, sem, no<br />

entanto, se <strong>de</strong>finir uma alternativa coerente e programática.<br />

Tesouros artísticos <strong>de</strong> Portugal<br />

Tesouros artísticos <strong>de</strong> Portugal / [orient. coord. Doutor José António Ferreira <strong>de</strong> Almeida]. - Lisboa:<br />

Selecções do Rea<strong>de</strong>r's Digest, imp. 1980<br />

7.03(469) TES<br />

História da arte portuguesa<br />

História da arte portuguesa / direcção <strong>de</strong> Paulo Pereira. - Lisboa: Temas e Debates, imp. 1995-1999<br />

Vol. 1: Da Pré-história ao "modo" gótico<br />

Vol. 2: Do modo Gótico ao Maneirismo<br />

7.03(469) HIS<br />

Museu Nacional <strong>de</strong> Arte Antiga<br />

Museu Nacional <strong>de</strong> Arte Antiga / [coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> João Quina]. - [Lisboa]: Museu Nacional <strong>de</strong> Arte<br />

Antiga. - Instituto Português <strong>de</strong> Museus, cop. 2005<br />

7.03(469) MUS<br />

SANTOS, Reinaldo dos<br />

L'art portugais / Reynaldo dos Santos. - [Lisboa]: Aca<strong>de</strong>mia Nacional <strong>de</strong> Belas Artes, 1949. - 109 p. :<br />

grav. - XVI Congès International d'Histoire <strong>de</strong> l'Art, Lisbonne-Porto, 1949<br />

DEP00121


Séculos XVI a XVIII<br />

Belchior <strong>de</strong> Matos<br />

PINTURA<br />

Belchior <strong>de</strong> Matos : 1595-1628 pintor das Caldas da Rainha. - Caldas da Rainha: Secretaria <strong>de</strong><br />

Estado da Cultura. Instituto Português do Património Cultural, 1981<br />

75 MAT BEL<br />

El arte en la época <strong>de</strong>l Tratado <strong>de</strong> Tor<strong>de</strong>sillas<br />

El arte en la época <strong>de</strong>l Tratado <strong>de</strong> Tor<strong>de</strong>sillas / [Joao Jose Lucas]. - Castilla: Junta <strong>de</strong> Castilla y Léon,<br />

[1994]<br />

7.03 ART<br />

Jerónimos<br />

Jerónimos: 4 séculos <strong>de</strong> pintura. - Lisboa: Mosteiro dos Jerónimos, [1993]<br />

75(469) JER<br />

MACHADO, José Alberto Gomes<br />

André Gonçalves : pintura do barroco português / José Alberto Gomes Machado. - Lisboa: Estampa,<br />

1995<br />

75 GON MAC<br />

Guia <strong>de</strong> Portugal artístico<br />

Guia <strong>de</strong> Portugal artístico / [coor<strong>de</strong>nado por M. Costa Ramalho]. - Lisboa: [s.n.], 1978?, 1936<br />

DEP00114


Séculos XVI a XVIII<br />

PEREIRA, José Fernan<strong>de</strong>s<br />

PINTURA<br />

Lisboa no tempo do Rei D. João V : 1689-1750 / [textos José Fernan<strong>de</strong>s Pereira, Leonor Ferrão,<br />

Luisa Arruda]. - Lisboa: Instituto Português <strong>de</strong> Museus, cop. 1985<br />

908 LIS PER<br />

Do tardo-gótico ao maneirismo<br />

Do tardo-gótico ao maneirismo : Galiza e Portugal / coor<strong>de</strong>nação José Carlos Valle Pérez. - Lisboa. -<br />

Porto: Fundação Calouste Gulbenkian : Fundación Pedro Barrié <strong>de</strong> La Maza, 1996<br />

7.03 TAR<br />

EXPOSIÇÃO DE ARTE CIÊNCIA E CULTURA DO CONSELHO DA EUROPA : OS<br />

DESCOBRIMENTOS PORTUGUESES E A EUROPA DO RENASCIMENTO, 17, Lisboa, 1983<br />

Pintura maneirista <strong>de</strong> Coimbra / [ed. lit.] Museu Nacional <strong>de</strong> Machado <strong>de</strong> Castro. - Coimbra: Museu<br />

Nacional <strong>de</strong> Machado <strong>de</strong> Castro, 1983<br />

75.03(469) PIN<br />

SILVA, Jorge Henrique Pais da<br />

Estudos sobre o maneirismo / Jorge Henrique Pais da Silva. - 3ª ed. - Lisboa: Estampa, 1996<br />

7.034 SIL<br />

VASCONCELOS, Flórido <strong>de</strong><br />

História da arte em Portugal / Flórido <strong>de</strong> Vasconcelos. - Lisboa: Verbo, cop. 1972<br />

DEP00109


Séculos XVI a XVIII<br />

Iluminuras<br />

Iluminura ou miniatura é um tipo <strong>de</strong> pintura <strong>de</strong>corativa.<br />

PINTURA<br />

Um apontamento para célebres iluminuras como as contidas , duas, no célebre Livro <strong>de</strong> Horas <strong>de</strong><br />

D.Manuel (século XVI), existente no Museu Nacional <strong>de</strong> Arte Antiga.<br />

GONÇALVES, J. Cardoso<br />

Uma jóia da iluminura portuguesa : o missal pontifical <strong>de</strong> Estevão Gonçalves Neto / por J. Cardoso<br />

Gonçalves. - Gaia: Pátria, 1931<br />

DEP00117<br />

Outra obra prima da arte portuguesa é a obra O Missal Pontifical <strong>de</strong> Estevão Gonçalves Neto. Ao<br />

aparecer na época em que se manifestava já a <strong>de</strong>cadência do Renascimento, esta obra é um<br />

prodígio do génio.<br />

GONÇALVES, J. Cardoso<br />

Uma joia da iluminura portuguesa : o missal pontifical <strong>de</strong> Estevão Gonçalves Neto / por J. Cardoso<br />

Gonçalves. - Gaia: Pátria, 1931<br />

DEP00119<br />

O Missal Pontifical


Séculos XVI a XVIII<br />

TEATRO<br />

O teatro litúrgico medieval entrou em <strong>de</strong>clínio. Os temas laicos substituíram as evocações religiosas.<br />

Os espetáculos <strong>de</strong> teatro passaram a ser exibidos nas estalagens, na corte e em espaços públicos,<br />

movendo-se lentamente para espaços próprios <strong>de</strong> representação <strong>de</strong>signados por teatros.<br />

No final da Ida<strong>de</strong> Média, surge Gil Vicente, consi<strong>de</strong>rado um dos mais importantes dramaturgos do<br />

seu tempo. É já no século XVI que este autor <strong>de</strong>senvolve a maior parte da sua obra. Frequentava a<br />

corte, on<strong>de</strong> escrevia e representava as peças que lhe eram encomendadas para celebrar ocasiões<br />

específicas como o nascimento <strong>de</strong> príncipes, o casamento <strong>de</strong> reis e ainda sobre a temática religiosa.<br />

Gil Vicente vem dar forma às expressões do teatro medieval e distingue-as em três géneros:<br />

comédias, farsas e moralida<strong>de</strong>s.<br />

(ver bibliografia nas pág. <strong>de</strong>dicadas à <strong>literatura</strong>)<br />

No século XVI <strong>de</strong>stacam-se, ainda, os escritores Baltazar Dias, Afonso Álvares e António Ribeiro<br />

Chiado, cujas obras se inspiraram no marcante estilo vicentino.<br />

Paralelamente e <strong>de</strong> forma inovadora, Sá <strong>de</strong> Miranda opôs-se, esteticamente e <strong>de</strong> forma crítica à obra<br />

<strong>de</strong> Gil Vicente.<br />

O mérito <strong>de</strong>ste autor vale, essencialmente, pelo seu caráter inovador. Escreveu Os estrangeiros,<br />

entre 1527 e 1528.<br />

Gil Vicente


Séculos XVI a XVIII<br />

António Ferreira<br />

TEATRO<br />

O aspeto mais importante a consi<strong>de</strong>rar na sua obra é, porventura, a sua tentativa <strong>de</strong> introdução do<br />

teatro clássico e sobretudo da tragédia, na língua portuguesa. A sua tragédia Castro constitui sem<br />

dúvida uma das mais felizes tentativas quinhentistas, em toda a Europa oci<strong>de</strong>ntal, para a<br />

ressurreição da tragédia grega.<br />

FERREIRA, António<br />

Castro / António Ferreira ; introdução, notas e glossário <strong>de</strong> F. Costa Marques. - 4ª ed., rev. -<br />

Coimbra: Atlântida, 1974<br />

821.134.3-2 FER<br />

Jorge Ferreira <strong>de</strong> Vasconcelos<br />

A formação <strong>de</strong> Vasconcelos é um pouco anterior à <strong>de</strong> António Ferreira e a sua aprendizagem<br />

coimbrã <strong>de</strong>ve ter aproximadamente coincidido com a <strong>de</strong> Camões. A sua obra mais importante<br />

coinci<strong>de</strong> numa séria <strong>de</strong> três comédias em prosa Comédia Eufrósina (1555), Comédia Ulissipo<br />

(1618), sendo que a primeira é anterior a 1561, porque está proibida no índice inquisitorial <strong>de</strong>ste ano<br />

- a Comédia Aulegrafia.<br />

VASCONCELOS, Jorge Ferreira <strong>de</strong><br />

Comédia Eufrósina / Jorge Ferreira <strong>de</strong> Vasconcelos ; adapt. <strong>de</strong> Silvina Pereira, Rosário Laureno<br />

Santos. - Lisboa: Colibri, 1998<br />

821.134.3-22 VAS<br />

VASCONCELOS, Jorge Ferreira <strong>de</strong><br />

Comédia Ulissipo / <strong>de</strong> Jorge Ferreira <strong>de</strong> Vasconcelos ; adapt. Silvina Pereira e Rosário Laureano<br />

Santos; estabelecimento <strong>de</strong> texto, pref. e notas <strong>de</strong> Rosário Laureano Santos. - Lisboa: Grupo <strong>de</strong><br />

Teatro Maizum, 2000<br />

821.134.3-22 VAS


Séculos XVI a XVIII<br />

TEATRO<br />

O Fidalgo Aprendiz surge como um exemplo <strong>de</strong> uma dramaturgia dividida entre a tradição e a<br />

inovação possível, entre a conciliação e a alternativa. Francisco Manuel <strong>de</strong> Melo é a exceção à<br />

divulgada ari<strong>de</strong>z do século XVII.<br />

MELO, Francisco Manuel <strong>de</strong><br />

Auto do fidalgo aprendiz / D. Francisco Manuel <strong>de</strong> Melo. - Mem-Martins: Europa-América, [1992)<br />

821.134.3-2 MEL<br />

O retrato da socieda<strong>de</strong> setecentista portuguesa <strong>de</strong>ixa antever uma ansiosa precarida<strong>de</strong> do viver<br />

quotidiano. O homem português da 1ª meta<strong>de</strong> do século XVIII, tal como o europeu exteriorizava na<br />

festa, não o que <strong>de</strong> fato era mas sim o que gostaria <strong>de</strong> ser.<br />

A arte barroca – e o teatro em especial acaba por expressar, na <strong>de</strong>sproporcionada regularida<strong>de</strong> das<br />

suas formas, conflitos latentes: entre o tradicionalismo e individualismo criador, entre a força<br />

repressiva da inquisição e os primeiros passos do “livre pensamento” fundados na razão.<br />

Apesar <strong>de</strong> readquirida a in<strong>de</strong>pendência, continuou-se a sentir o peso da cultura espanhola, expressa<br />

sobretudo no género mais divulgado e apreciado: a comédia.<br />

Depois do Terramoto <strong>de</strong> 1755 a vida normaliza-se e as companhias <strong>de</strong> teatro começam a incluir no<br />

seu itinerário a capital pombalina, mas fazem-no com um repertório mais que usado e até<br />

ultrapassado.<br />

Com a <strong>de</strong>cadência do teatro espanhol e o custo proibitivo da ópera italiana, uma parte do público<br />

dos antigos pátios fomentaram <strong>de</strong> facto outro tipo <strong>de</strong> espetáculo: O teatro <strong>de</strong> bonecos articulados<br />

ou bonifrates.


Séculos XVI a XVIII<br />

TEATRO<br />

O gran<strong>de</strong> animador literário <strong>de</strong>ste género <strong>de</strong> espetáculo parece ter sido António José da Silva, “o<br />

Ju<strong>de</strong>u”. A efémera carreira dramática <strong>de</strong>ste autor que parece ter principiado em 1733 com a Vida<br />

do gran<strong>de</strong> Quixote <strong>de</strong> La Mancha e do gordo Sancho Pança abrange para além <strong>de</strong>sta, as<br />

seguintes peças: Esopaida (1734). Encantos <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira (1735), Anfitrião e Alecrim e<br />

Mangerona (1737), Precipício <strong>de</strong> Farfonte (1738).<br />

.<br />

SILVA, António José da<br />

Obras completas / António José da Silva (o Ju<strong>de</strong>u) ; pref. e notas <strong>de</strong> José Pereira Tavares. - Lisboa:<br />

Sá da Costa, 1957-1958<br />

821.134.3-2 SIL<br />

No tempo <strong>de</strong> D. João V subsistem formas diversas <strong>de</strong> teatro popular, mas muito mais inorgânico,<br />

abaixo do nível que atingiu António José da Silva.<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento material e cultural da burguesia em fins do século XVIII produz novos hábitos <strong>de</strong><br />

sociabilida<strong>de</strong> e favorece um tipo especial <strong>de</strong> teatro Provérbio, isto é, uma pequena representação<br />

que hoje diríamos sketch. Neste género distinguiu-se Manuel José <strong>de</strong> Paiva, mais conhecido pelo<br />

pseudónimo <strong>de</strong> Silvestre Silvério da Silveira e Silva.<br />

Manuel Figueiredo foi o autor português do século XVIII que mais peças <strong>de</strong> teatro escreveu e<br />

publicou. É ele o principal representante do teatro neoclássico em Portugal, que, diga-se <strong>de</strong><br />

passagem, para além dos meios intelectuais, pouca aceitação teve por parte do público. Este autor<br />

pertenceu à Arcádia Lusitana a convite <strong>de</strong> Correia Garção.<br />

A sua ativida<strong>de</strong> literária <strong>de</strong>corre em 2 períodos distintos: o primeiro <strong>de</strong> 1748 a 1764 e que coinci<strong>de</strong><br />

com o espírito da Arcádia. Deste período é a tragédia Viriato (nunca chegou a ser representada,<br />

aliás como a maior parte das 46 peças do autor).


Séculos XVI a XVIII<br />

TEATRO<br />

O segundo período <strong>de</strong> 1768 a 1777, o autor empenha-se na renovação moral da socieda<strong>de</strong>. Deste<br />

período é a tragédia Ósmia ou Lusitana <strong>de</strong> 1773.<br />

FIGUEIREDO, Manuel <strong>de</strong><br />

Farsola : comédia em prosa. 3 actos. 1757 / Manuel <strong>de</strong> Figueiredo ; ed. crítica e notas <strong>de</strong> Claudie<br />

Camlong. - Porto: Lello & Irmão, 1991<br />

821.134.3-22 FIG<br />

Correia Garção<br />

A obra <strong>de</strong>ste autor abrange múltiplos aspetos, ressaltando a sua ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> legítimo teórico e<br />

orientador do Classicismo.<br />

Escreve Teatro Novo e Assembleia ou partida. A primeira peça teatral é <strong>de</strong> restrito interesse, vale<br />

como importante documento para a história das i<strong>de</strong>ias sobre o teatro. A segunda é uma comédia <strong>de</strong><br />

costumes, caricatura o gosto imo<strong>de</strong>rado do luxo.<br />

GARÇÃO, Correia<br />

Obras completas / Correia Garção ; texto fixado, pref. e notas <strong>de</strong> António José Saraiva. - Lisboa: Sá<br />

da Costa, 1957-1958<br />

Vol. 2 : Prosas e teatro.<br />

821.134.3-82 GAR<br />

CÂMARA, Maria Alexandra T. Gago da<br />

Lisboa : espaços teatrais setecentistas / Maria Alexandra T. Gago da <strong>Câmara</strong>. - Lisboa: Horizonte,<br />

1996<br />

DEP00113


Bibliografia:<br />

Os textos constantes <strong>de</strong>ste catálogo fazem parte da seguinte bibliografia:<br />

SARAIVA, António José, e outro<br />

História da <strong>literatura</strong> portuguesa / António José Saraiva, Óscar Lopes. - 17ª ed., corrigida e<br />

actualizada. - Porto: Porto Editora, 1996<br />

821.134.3(091) SAR<br />

MIRANDA, Maria A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong>, e outro<br />

História da arte portuguesa : época medieval / Maria A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> Miranda, José Custódio Vieira da<br />

Silva. - Lisboa: Universida<strong>de</strong> Aberta, 1995<br />

7.033(469) MIR<br />

PEREIRA, Fernando António Baptista<br />

História da arte portuguesa : época mo<strong>de</strong>rna. 1500-1800 / Fernando António Baptista Pereira. -<br />

Lisboa: Universida<strong>de</strong> Aberta, 1992<br />

7.036(469) PER<br />

BRITO, Manuel Carlos <strong>de</strong>, e outro, e outro(s)<br />

História da música portuguesa / Manuel Carlos <strong>de</strong> Brito, Luísa Cymbron. - Lisboa: Universida<strong>de</strong><br />

Aberta, 1992<br />

78(469) BRI<br />

BARATA, José Oliveira<br />

História do teatro português / José Oliveira Barata. - Lisboa: Universida<strong>de</strong> Aberta, 1991<br />

792(469) BAR


À mostra documental CULTURA PORTUGUESA. Séculos XII a XVIII: a inspiração dos clássicos seguir-se-ão<br />

mais duas mostras subordinadas ao tema Aspetos da cultura portuguesa através dos séculos, em data a indicar<br />

oportunamente, sendo uma <strong>de</strong>dicada ao século XIX e outra aos séculos XX e XXI e que conterá todas as<br />

realizadas anteriormente.


Maria Rijo/ Rita Pitada / 2012

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