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Amigos,Acredito que 2012 será um ano de muitas obras, principalmente em decorrência dos eventos que teremos nos próximos cincoanos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas.Nas obras do Programa Minha Casa, Minha Vida, finalmente daremos início às assinaturas dos contratos e à construção dosconjuntos habitacionais, que pararam em 2011, pois as construtoras alegavam necessidade de maiores reajustes nos valoresdos imóveis, o que me parece ter sido solucionado. Agora, convido o leitor a uma importante reflexão, já que o PMCMV vemevoluindo dia após dia.Quando foi lançado, foi dito que o PMCMV viria para diminuir o déficit habitacional, incentivar a construção civil e gerar empregosem um setor até então 100% nacional. Essa geração de negócios e empregos seria em toda cadeia produtiva, gerandoempregos e a construção de unidades residenciais de baixa renda como “nunca antes visto na história deste País”. O processoveio acompanhado de um pacote de medidas e regras a serem cumpridas, que geraram confiança no setor privado, que construiucomo nunca, até o ponto de faltar mão de obra em todos os níveis da construção, de engenheiros a pedreiros. Além disso,melhorou a qualidade das construções.Na cadeia produtiva houve uma grande corrida para modernizar as instalações fabris, melhorar a gestão de empresas, sobretudoas PMEs, maiores fornecedoras desse mercado, para que se adequassem às novas exigências de qualidade.Bem amigos, estou colocando tudo isso novamente para dizer que talvez os princípios do Minha Casa, Minha Vida estejammudando. Percebemos um movimento das empresas de grande porte para mudar os sistemas construtivos dessas obras.Mesmo mais caras e de qualidade inferior, as novas unidades estão sendo executadas utilizando o sistema de formas paracons-truir paredes de malha de aço com concreto com a desculpa da falta de mão de obra e de prazos deconclusão muito apertados pela CEF. Essas empresas são as principais emissoras de CO² e fazemparte de grandes oligopólios da construção civil.O importante é que mudaram radicalmente as regras. Se nada for feito, vamos cortar empregose deixar de qualificar mão de obra. Vamos importar mais cimento e aço para suprira demanda, a qual nossas fábricas já não dão conta. Haverá concentração na mão de grandesgrupos de construção, e as pequenas construtoras ficarão de fora desse mercado. Namelhor das hipóteses, poderão virar sub-contratadas das grandes construtoras.Coloco estas questões para que todos tenham certeza que só poderemos cobrar das autoridadesque se cumpram as regras, se também as cumprirmos. Nunca foi tão importantepara o setor a questão da qualidade. Se não trabalharmos dentro das normas, qualificarnossos produtos no PSQ, não conseguiremos manter nosso mercado, mesmo com todasas vantagens que o nosso produto oferece. Se brigar com oligopólios, alguns formados porempresas multinacionais, já não é fácil estando certo, imaginem não estando.Precisamos que o setor reaja, ou então estaremos fora do maior “boom” daconstrução civil do nosso País. Um abraço a todos e um feliz 2012.Um abraço a todos,Luis Carlos Barbosa LimaPresidente da AnicerREVISTA DA ANICER Nº 733