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O Dinossauro - Ordem Livre

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8Os liberais sentem, de certo modo, nos Estados Unidos, na Inglaterra, em França enos demais países avançados da Europa, que o futuro lhes pertence. A esquerda marxista esocialista tornou-se cética, cínica, pessimista. Na França de Mitterrand, podemos assinalarque a vitória da coligação socialista-comunista em 1981, aliás já desfeita, teve a virtude delançar na oposição a chamada "direita", com todo o glamour que a postura oposicionistaadquire nos meios intelectuais franceses. O fato é que o pensamento marxista em Françaesgotou-se, fenômeno perfeitamente simbolizado na cuca doente de um Althusser ou de umLacan. Os Novos Filósofos gozam do atrativo adicional de haverem, na juventude, fumadoo ópio dos intelectuais. Escrevem, por isso, com o fervor paulínico de novos conversos,denunciando os horrores do totalitarismo. Surgiu ao mesmo tempo uma nouvelle-droiteradical e ardente, não sendo de espantar que a reversão das expectativas ideológicas tenhalevado o partido do Front National do Sr. Le Pen a receber mais votos que o PCF.Na Europa ocidental, a virada de 180° foi marcada pela vitória eleitoral de Kohl naAlemanha e de Mrs. Thatcher na Grã-Bretanha. A Dama de Ferro foi aquela que, commaior tenacidade e coragem, se propôs liquidar com o monstruoso edifício do Welfare e dosindicalismo, que havia sido montado desde 1945 e marcou a decadência do Reino Unido.O propósito da grande líder conservadora é reverter essas expectativas — mas a questãoainda permanece em aberto. Em quase todo o resto da Europa Ocidental, inclusive naEscandinávia, Áustria e Países Baixos a tendência é no sentido de superação do socialestatismo,muito embora o liberalismo esquerdizante e populista da linha de Rousseaucontinue, do mesmo modo como nos Estados Unidos, a controlar os pilares doestablishment cultural.O social-estatismo populista mantém-se como alternativa dominante nos países daEuropa meridional, isto é, justamente nos mais atrasados e naqueles que, por mais tempo,foram afetados por ditadores direitistas estatizantes: a Espanha, Portugal e a Grécia.Podemos salientar que, na Espanha, os excessos do estatismo são atribuídos a Franco, o queinduziu o socialista Gonzalez a defender paradoxalmente um regime de mais livreiniciativa. Essa cínica postura "neocapitalista" dos partidos marxistas ou paramarxistas é agrande novidade da década dos 80 — uma novidade com repercussões surpreendentes nãoapenas no Ocidente, mas na Europa oriental (o caso da Hungria) e no Extremo-Oriente. AChina de Deng Xiaoping é o mais clamoroso e mundialmente influente exemplo dodesprestígio em que está caindo o profetismo do velho economista barbudo do século XIX.Resta o problema do pacifismo, da détente e da dezinformatsiya conduzida pelaUnião Soviética. Traço comum das novas tendências liberal-conservadoras é recolocar em

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