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O Dinossauro - Ordem Livre

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187psicológicas, culturais, religiosas e históricas da desconfiança em relação às leis domercado, da ojeriza ao conceito de lucro e do medo quase paranoico a toda concorrênciacapitalista. O emérito professor conclui no sentido de que terá o Brasil de reformular a suaestratégia econômica se desejar continuar a crescer com sucesso o resto desta centúria.Também parece claro, afirma ele, que de novo a performance das companhias públicas teráum papel determinante no desempenho econômico de nosso país.Um problema frequente na economia estatal brasileira é o incoercível ímpeto deautonomia das autarquias. Essa autonomia seria evidentemente um fator queconsideraríamos positivo, se as autarquias competissem livremente no mercado contraoutras autarquias, trabalhando no mesmo terreno. Mas tal não é o caso: as empresas estataissão monopolísticas. O governo pode pretender reduzir as despesas de custeio da empresa oulimitar seus lucros em benefício dos usuários industriais — em benefício do povo em suma.A diretoria da empresa resiste a tais intervenções. Pede subsídios maiores ou procura fazerlucros e distribuí-los entre seus diretores e funcionários. Verifica-se nestes últimos anos quea fiscalização das estatais é às vezes deficiente ou reduzidíssima, enquanto a própriaempresa autárquica não se sente sujeita aos controles naturais existentes numa empresacapitalista em economia de mercado: os do próprio mercado onde atuam diversosconcorrentes. Se a FEPASA, por exemplo, não dá lucro, não vamos imaginar que seusdiretores reduzam por isso seus próprios salários, que ponham na rua o excesso defuncionários ociosos ou que declarem falência: o Estado estará sempre lá para ser sugado emamado e, evidentemente, para sugar e mamar o contribuinte. O resultado dessa curiosasituação é que a tal empresa estatal, feita em última análise para o benefício do consumidorou do usuário, acaba levando o que há de pior no socialismo e no capitalismo. Docapitalismo, leva o desejo de lucro, sem o corretivo da eficiência pela competição nomercado. Do socialismo, o subemprego, a ociosidade, a ineficiência, sem o benefício dointeresse social para o povo.Alfred Stepan, o conhecido brazilianista já mencionado anteriormente que dirige oDepartamento de Relações Internacionais da Universidade de Colúmbia, em Nova York,investigou as origens do social-estatismo na América Latina em um trabalho sobre o Peru:The State and Society, Peru in comparative Perspective (Princeton University Press, 1978).Assevera Stepan, em sua procura das bases filosóficas do papel social do Estado naAmérica Latina, que o corpo de ideias social-estatizantes tem raízes que podem seratribuídas a Aristóteles, através do direito romano, à concepção medieval de direito natural,e à filosofia social católica contemporânea, formando uma visão "orgânico-estatista"

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