Sexta-Feira, I de agosto de 2008 7•“Eu até ao dia de hoje ainda não fui a tribunalprestar declarações, nem ainda foram ouvidasas testemunhas e os réus. O tribunal alega queexistem outros processos prioritários”•O conjunto mecânico foi substituído por“peças que não ofereciam condições desegurança e fiabilidade”, razão pela qual opiloto não deveria ter prosseguido o raliRegionalMãe amargurada pede justiçaJoão Toledojtoledo@diariocidade.ptNo dia 1 de Agosto de 1998, ocorreu umacidente de rali que tirou a vida a duaspessoas. Passados 10 anos, Maria Freitas,mãe de uma das vítimas, reclama que atéhoje ainda não foi feita justiça e realçaque em cada ano que tem lugar uma novaprova de rali a sua “dor e a sua feridaabre-se”.Faz hoje precisamente 10 anos que ocorreu um acidente numaProva Especial do Rali Vinho Madeira. Assim, no dia 1de Agosto de 1998, por volta das 12h00, no Lajeado (Paúlda Serra), ao km 10,91 da 22.ª prova especial de classificaçãoda 39.ª edição do Rali Vinho Madeira, o Peugeot 306 Maxi,conduzido por Adruzilo Lopes, capotou, tendo embatidocontra os espectadores Helena Nóbrega Gouveia, RicardoJonas Mendonça, Ana Paula Gouveia e Teresa NóbregaGouveia. As duas primeiras vítimas, de 21 e 7 anos respectivamente,morreram e as outras duas ficaram feridas.Segundo o relatório, realizado pela entidade organizadorado rali e pela Federação Internacional Automóvel (FIA),nem o piloto, nem a organização do rali tiveram culpa doacidente. O referido relatório diz, ainda, que nenhuma responsabilidadepoderia ser ‘assacada’ à organização da prova,uma vez que as vítimas se encontravam num local seguroe o piso da estrada encontrava-se em perfeito estado deaderência e em zona totalmente plana.Face ao disposto no relatório, o Ministério Público (MP)decidiu arquivar, a 19 de Junho de 2001, o caso. Situaçãoque levou a família de uma das vítimas mortais, Ricardo JonasMendonça, a intentar uma acção cível junto do Tribunalda Ponta do Sol. A demanda senta no banco dos réus10 entidades, a quem se pede uma indemnização solidáriade 250 mil euros pela “dor, mágoa, doença psíquica e mortedo seu filho”.Na referida demanda lê-se também que os pilotos atingiamvelocidades entre os 100 e os 200 km/hora e que, numa classificativaanterior, o carro do piloto Adruzilo Lopes embateucom a traseira numa berma, tendo danificado o conjuntoeixo/suspensão. Os mecânicos do piloto tiveram apenas10 minutos para reparar o veículo. O conjunto mecânico foisubstituído por “peças que não ofereciam condições de segurançae fiabilidade”, razão pela qual o piloto não deveriater prosseguido o rali.Passados 10 anos, não houve ainda a reparação dos danose as seguradoras limitaram-se apenas a cobrir as despesascom os funerais.Paralelamente, os serviços do MP, junto do Tribunal daPonta do Sol, emitiram um despacho de arquivamento dosautos de inquérito, podendo-se ler: “Não foram colhidos indíciossuficientes da prática de qualquer crime, designadamentedo crime de homicídio por negligência, não estando,por ora e de acordo com os elementos constantes dos autos,indiciada a prática de actos susceptíveis de assacar responsabilidadecriminal a quem quer que seja. Pelo exposto determinoo arquivamento dos autos”.Sublinhe-se, ainda, que até ao presente dia o Tribunal daPonta do Sol ainda não marcou data para a realização daaudiência e discussão de julgamento. “Eu até ao dia de hojeainda não fui a tribunal prestar declarações, nem ainda foramouvidas as testemunhas e os réus. O tribunal alega queexistem outros processos prioritários. Sinto-me injustiçadacom esta situação. É revoltante tratarem as pessoas destaforma, quando a mim exigem que trate as pessoas com respeito”,disse com revolta Maria Freitas, mãe da vítima mortal,Ricardo Jonas Mendonça.Segundo Maria Freitas, em cada ano que tem lugar umanova prova de rali a sua “dor e a sua ferida abre-se. A justiçanão foi feita, as entidades continuam a gastar tudo aquiloque querem e entendem e não resolvem a minha situação”.©PIQUETEAcidentes de viaçãoprovocam 2 feridos ligeirosNa última quarta-feira, registaram-se nas estradas da Madeira 6acidentes de viação, dos quais resultaram 2 feridos ligeiros. Assim,1 acidente ocorreu no Funchal (1 ferido ligeiro) e 5 em Santa Cruz(1 ferido ligeiro).Detenção por excesso de álcoolNo dia 30 de Julho, pelas 13h45, a Esquadra de Trânsito do Funchaldeteve um indivíduo, de 53 anos de idade, por este ter sido apanhadoa conduzir com uma taxa de álcool de 2,32 gramas/litro. JT