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L'hipocrisie dans Dom Juan de Molière - Repositório Científico do ...

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Frey, Tales – A performance e o <strong>de</strong>sfazimento <strong>do</strong> logocentrismo nas artes cénicas 255 -275afirmação <strong>de</strong> Marinetti quan<strong>do</strong> diz: “chegará o tempo em que a vida <strong>de</strong>ixará <strong>de</strong>ser mera questão <strong>de</strong> pão e trabalho ou uma trajetória <strong>de</strong> puro ócio: será uma obra<strong>de</strong> arte.” Essa <strong>de</strong>claração, a qual fez certo senti<strong>do</strong> também para Duchamp, quecortou os cabelos sob a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhar uma estrela na parte traseira dacabeça, ostentan<strong>do</strong> seu corpo como suporte artístico, “gesto que po<strong>de</strong> ser vistocomo um vislumbre da arte <strong>de</strong> performance, ou pelo menos, da bodyart” 27 , hoje,po<strong>de</strong> nos fazer compreen<strong>de</strong>r melhor atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pessoas como Rick Genest,conheci<strong>do</strong> por Zombie Boy, um jovem que, através <strong>de</strong> uma bodymodification,vinculou a sua investigação estética pessoal <strong>de</strong> forma obsessiva sobre a suaprópria pele, acarretan<strong>do</strong> uma irremovível imagem <strong>de</strong> esqueleto realizada em si.Também, Erik Sprague, conheci<strong>do</strong> como “homem lagarto”, abdicou <strong>de</strong> suasilhueta humana para se assemelhar a este animal e, com a língua bifurcada e ocorpo coberto <strong>de</strong> escamas (tatuagem), prometeu, em 2011, que irá implantar umrabo 28 . Em suas apresentações, conforme faria o animal, Sprague come moscas epromove seus espetáculos carrega<strong>do</strong>s <strong>de</strong> ostentação da sua <strong>do</strong>r para seremcontempla<strong>do</strong>s pelos amantes <strong>do</strong> freak show.A exemplo da relação estabelecida entre o ato performático, a própria vida<strong>do</strong> artista e um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização da palavra na arte teatral, emZurique, no Cabaré Voltaire 29,Frank We<strong>de</strong>kind, que, nas suas encenações,enfatizava a representação teatral para manter a plateia sempre consciente <strong>de</strong>estar no teatro, promulgan<strong>do</strong> certas noções brechtianas, chegava a urinar e a semasturbar no palco <strong>do</strong> Cabaré Voltaire. O público via <strong>de</strong> fato o artista a executaralgo, on<strong>de</strong> a representação não permitia que o especta<strong>do</strong>r se envolvesse e“acreditasse” na realida<strong>de</strong> posta em cena, mas sim na realida<strong>de</strong> <strong>do</strong> fazer a cena.We<strong>de</strong>kind não exibia uma personagem, expunha-se enquanto artista na suaradicalida<strong>de</strong> nada interpretativa quan<strong>do</strong> executava suas ações vistas como“libertinas” 30 . O artista se apresentava em cabarés quan<strong>do</strong> estava sem dinheiro ou27 G LUS BE RG , Jor g e . A art e da p e rf o rm an ce , p. 19.28 I nf orm aç ão obt id a n o s it e of ic i al d e E ri k S p rag u e :ht t p: / / ww w . t he liz ard m an. c om / . C onsu lt a re al iz ad a e m 07 d e Ja n e ir o d e 20 12.29 F u nd ad opor E m m y H e nning s e H u g o Bal l.30 P e los c on se r vad ore s, F r ank W e d e kind e r a v ist o c om o u m a “ a m e aç a a m o ralpú blic a” .Polissema – Revista <strong>de</strong> Letras <strong>do</strong> ISCAP – Vol. 12 -2012266

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