12.07.2015 Views

zilah cláudia alves da costa braga efeito da inclusão do ... - Ufersa

zilah cláudia alves da costa braga efeito da inclusão do ... - Ufersa

zilah cláudia alves da costa braga efeito da inclusão do ... - Ufersa

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ARIDOPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIENCIAS ANIMAISZILAH CLÁUDIA ALVES DA COSTA BRAGAEFEITO DA INCLUSÃO DO FARELO DE COCO SOBRE OCOEFICIENTE DE DIGESTIBILIDADE E CONSUMO DE RAÇÕES POROVINOSMOSSORÓ-RN2008


ZILAH CLÁUDIA ALVES DA COSTA BRAGAEFEITO DA INCLUSÃO DO FARELO DE COCO SOBRE OCOEFICIENTE DE DIGESTIBILIDADE E CONSUMO DE RAÇÕES POROVINOSDissertação apresenta<strong>da</strong> à Universi<strong>da</strong>deFederal Rural <strong>do</strong> Semi-Ári<strong>do</strong> – UFERSA,como parte <strong>da</strong>s exigências para obtenção <strong>do</strong>título de Mestre em Ciência Animal.Orienta<strong>do</strong>r: Prof. Dsc. Alexandre PaulaBraga – UFERSA.Mossoró-RN20082


ZILAH CLÁUDIA ALVES DA COSTA BRAGAEFEITO DA INCLUSÃO DO FARELO DE COCO SOBRE O COEFICIENTEDE DIGESTIBILIDADE E CONSUMO DE RAÇÕES POR OVINOSDissertação apresenta<strong>da</strong> à Universi<strong>da</strong>de Federal Rural <strong>do</strong>Semi-Ári<strong>do</strong> – UFERSA, como parte <strong>da</strong>s exigências paraobtenção <strong>do</strong> título de Mestre em Ciência Animal.Orienta<strong>do</strong>r: Prof. Dsc. Alexandre Paula Braga – UFERSA.APROVADA EM:___/___/___Banca Examina<strong>do</strong>ra:_________________________________Prof. Dr. Alexandre Paula BragaUFERSA – Mossoró (RN)Orienta<strong>do</strong>r_________________________________Prof. Dr. Adriano H. <strong>do</strong> N. RangelUFERSA – Mossoró (RN)Co-Orienta<strong>do</strong>r__________________________________Prof. Dr. Emerson Moreira de AguiarUFRN – Natal (RN)Conselheiro3


Ao meu pequeno grandeamor, Arthur.DEDICO4


A minha família, peloincentivo e fun<strong>da</strong>mentalaju<strong>da</strong> durante estepercurso.OFEREÇO5


AGRADECIMENTOSA Deus pela vi<strong>da</strong>.Ao Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal <strong>do</strong> Departamento de CiênciaAnimal <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal Rural <strong>do</strong> Semi-Ári<strong>do</strong> pela oportuni<strong>da</strong>de <strong>da</strong> realização destecurso.Ao meu Pai e Orienta<strong>do</strong>r Prof. Dr. Alexandre Paula Braga, pelos conhecimentoscompartilha<strong>do</strong>s durante a orientação e principalmente durante a vi<strong>da</strong>.Ao professor Dr. Adriano Henrique <strong>do</strong> Nascimento Rangel pelas oportuni<strong>da</strong>des e pelaforça.Ao professor Dr. Emerson Moreira de Aguiar, pelo apoio, na realização <strong>da</strong>s análiseslaboratoriais junto a Universi<strong>da</strong>de Federal <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Norte.A minha família, pelo apoio <strong>da</strong><strong>do</strong> em to<strong>da</strong>s as fases <strong>da</strong> minha vi<strong>da</strong>, por sempresaberem o que preciso.Ao laboratorista Pedro Nonato Fernandes Neto pela dedicação na realização <strong>da</strong>sanálises laboratoriais junto a UFERSA.Aos alunos <strong>do</strong> curso de zootecnia <strong>da</strong> UFERSA, Dorgival, Michel, Stefan, Ticiane eMara, pelo apoio, na condução <strong>do</strong> experimento.Aos colegas de Pós-Graduação: Ana Carla, A<strong>da</strong>ucides, Andréia, Bruno, Canindé,Carol, Êlika, Paulo Moisés, Raquel e Jorge Torres, pelo convívio harmonioso durante ocurso.Ao meu esposo Luiz Gustavo pela paciência e pelas palavras árduas e difíceis, nasquais me segurei para chegar até o fim.A to<strong>do</strong>s que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.6


EPÍGRAFE“É melhor tentar e falhar,que preocupar-se e ver a vi<strong>da</strong> passar;é melhor tentar, ain<strong>da</strong> que em vão,que sentar-se fazen<strong>do</strong> na<strong>da</strong> até o final.Eu prefiro na chuva caminhar,que em dias tristes em casa me esconder.Prefiro ser feliz, embora louco,que em conformi<strong>da</strong>de viver ..."Martin Luther King7


RESUMOBRAGA, Zilah Cláudia Alves <strong>da</strong> Costa. Efeito <strong>da</strong> <strong>inclusão</strong> <strong>do</strong> farelo de coco sobre ocoeficiente de digestibili<strong>da</strong>de e consumo de rações por ovinos. 2008. Dissertação(Mestra<strong>do</strong> em Ciência Animal) Universi<strong>da</strong>de Federal Rural <strong>do</strong> Semi-Ári<strong>do</strong>, Mossoró-RN,2008.Este estu<strong>do</strong> foi conduzi<strong>do</strong> objetivan<strong>do</strong> avaliar a influencia <strong>da</strong> <strong>inclusão</strong> <strong>do</strong> subproduto <strong>da</strong>extração <strong>do</strong> óleo <strong>do</strong> coco (0, 6, 12 e 18%) sobre os coeficientes de digestibili<strong>da</strong>de e oconsumo <strong>da</strong>s rações. Foram utiliza<strong>do</strong>s oito ovinos machos com i<strong>da</strong>de entre seis e dez meses,instala<strong>do</strong>s em gaiolas de metabolismo, com água e sal mineral a vontade e alimenta<strong>do</strong>s comas dietas experimentais isoproteicas. O planejamento estatístico foi em blocos casualiza<strong>do</strong>s eas análises estatísticas com as equações de regressão foram feitas pelo programa SISVAR3.0. Não houve diferença significativa (P>0,05%) quanto aos coeficientes de digestibili<strong>da</strong>de<strong>da</strong> matéria seca (MS), proteína bruta (PB), matéria orgânica (MO), energia, hemicelulose(HEM), conteú<strong>do</strong> celular (CC), carboidratos não fibrosos (CNF) e nutrientes digestíveistotais (NDT). Em relação ao extrato etéreo (EE), à medi<strong>da</strong> que se incluiu o subproduto naração houve aumento significativo (P


ABSTRACTThis study was care out to evaluate the influences of inclusion of by-product of coconut (0,6, 12 and 18%) on the digestibili<strong>da</strong>de coefficients and the consumption of the rations. Eightmale sheep between six and ten months old were used. Installed in metabolism cages, withwater and mineral mixture “ad libitum” and fed with the experimental diets. The statisticalplanning was in ran<strong>do</strong>mized blocks and the statistical analyses with the regression equationswere <strong>do</strong>ne by the SISVAR 3.0 program. There was not significant difference (P>0,05%) ofdigestibility coefficients of dry matter (DM), crude protein (CP), organic matter (OM),energy, hemicelulose (HEM), cellular content (CC), not fibrous carbohydrates (NFC) andnutritious digestible total digestible nutrient (TDN). In relation to ether extract (EE), as theby-product was included in the ration there was significant increase (P < 0,05) indigestibility coefficient. As for NDF and ADF there was decrease as it was made theinclusion of by-product. In relation to nutrients consume, the values of DM, CP, EE, OM,NDF, TCHO, HEM, CC and TND, decreased significantly (P < 0,05), just having increasein EE consumption. Over 6% of inclusion, the coconut crumb influenced negatively theconsumption and the digestibili<strong>da</strong>de of nutrients.Key words: ruminant nutrition, by-product, copra9


LISTA DE TABELASTabela1. Composição percentual e bromatológica <strong>da</strong>s dietas experimentais comdiferentes níveis de farelo de coco................................................................................. 35Tabela 2. Composição <strong>do</strong>s ingredientes <strong>da</strong>s rações experimentais................................ 36Tabela 3. Valores <strong>do</strong>s consumos <strong>do</strong>s nutrientes e suas respectivas equações deregressão ajusta<strong>da</strong>s em função <strong>da</strong> porcentagem de farelo de cocoadiciona<strong>do</strong>....................................................................................................................... 42Tabela 4. Valores <strong>da</strong>s digestibili<strong>da</strong>des aparentes <strong>do</strong>s nutrientes pelos animais e suasrespectivas equações de regressão ajusta<strong>da</strong>s em função <strong>da</strong> porcentagem de farelo decoco adiciona<strong>do</strong> .............................................................................................................6210


LISTA DE FIGURASFigura 1. Efeito <strong>do</strong>s níveis de farelo de coco sobre o consumo de matéria secag.dia................................................................................................................................. 45Figura 2. Efeito <strong>do</strong>s níveis de farelo de coco sobre o consumo de matéria seca comoporcentagem de peso vivo...............................................................................................45Figura 3. Efeito <strong>do</strong>s níveis de farelo de coco sobre o consumo de matéria seca poruni<strong>da</strong>de de tamanho metabólico......................................................................................Figura 4. Efeito <strong>do</strong>s níveis de farelo de coco sobre o consumo diário de matériaorgânica g.dia..................................................................................................................Figura 5. Efeito <strong>do</strong>s níveis de farelo de coco sobre o consumo diário de proteínabruta g.dia.......................................................................................................................Figura 6. Efeito <strong>do</strong>s níveis de farelo de coco sobre o consumo diário de Fibra emDetergente Áci<strong>do</strong> em g.dia................................................................................................ 47464647Figura 7. Efeito <strong>do</strong>s níveis de farelo de coco sobre o consumo diário de Extrato Etéreo(g.dia)...............................................................................................................................Figura 8. Efeito <strong>do</strong>s níveis de farelo de coco sobre o consumo diário de Hemicelulose(g.dia).................................................................................................................................Figura 9. Efeito <strong>do</strong>s níveis de farelo de coco sobre o consumo diário de Celulose em(g.dia)................................................................................................................................Figura 10. Efeito <strong>do</strong>s níveis de farelo de coco sobre o consumo diário de NDT (g.dia)..Figura 11. Efeito <strong>do</strong>s níveis de farelo de coco sobre o consumo diário de CHOT (g.dia)4848494950Figura 12. Efeito <strong>do</strong>s níveis de farelo de coco sobre o consumo diário de CC (g.dia).... 50Figura 13. Comportamento <strong>do</strong> coeficiente de digestibili<strong>da</strong>de in vivo <strong>do</strong> EE <strong>da</strong>s raçõescom diferentes níveis de coco.............................................................................................. 64Figura 14. Comportamento <strong>do</strong> coeficiente de digestibili<strong>da</strong>de in vivo <strong>da</strong> FDA <strong>da</strong>s raçõescom diferentes níveis de coco.............................................................................................Figura 15. Comportamento <strong>do</strong> coeficiente de digestibili<strong>da</strong>de in vivo <strong>do</strong> FDN <strong>da</strong>s raçõescom diferentes níveis de coco.............................................................................................Figura 16. Comportamento <strong>do</strong> coeficiente de digestibili<strong>da</strong>de in vivo <strong>da</strong> celulose <strong>da</strong>srações com diferentes níveis de coco..................................................................................Figura 17. Comportamento <strong>do</strong> coeficiente de digestibili<strong>da</strong>de in vivo <strong>da</strong> hemicelulose <strong>da</strong>srações com diferentes níveis de coco.................................................................................6465656611


SUMÁRIO1. INTRODUÇÃO........................................................................................................ 142. JUSTIFICATIVA..................................................................................................... 163. OBJETIVOS............................................................................................................. 173.1. OBJETIVOS GERAIS............................................................................................ 173.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................................................. 174. CAPÍTULO 1 : GENERALIDADES SOBRE O FARELO DE CÔCO:REVISÃO......................................................................................................................4.1. INTRODUÇÃO..................................................................................................... 194.2. REVISÃO DE LITERATURA............................................................................ 214.2.1. VALOR NUTRITIVO DO FARELO DE CÔCO............................................... 214.2.2. FARELO DE CÔCO NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL..................................... 234.3. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................... 265. CAPÍTULO 2: AVALIAÇÃO DO CONSUMO DE NUTRIENTES, EMOVINOS, ALIMENTADOS COM DIETAS CONTENDO NÍVEISCRESCENTES DE INCLUSÃO DO FARELO DE CÔCO.................................... 275.1. INTRODUÇÃO..................................................................................................... 285.2. REVISÃO DE LITERATURA............................................................................ 305.2.1. FATORES QUE AFETAM O CONSUMO DE NUTRIENTES........................ 305.2.1.1. Quanti<strong>da</strong>de de nutrientes............................................................................... 315.2.1.2. Repleção <strong>do</strong> aparelho digestivo...................................................................... 315.2.1.3. Temperatura <strong>do</strong> meio ambiente..................................................................... 315.2.1.4. Hábito Alimentar............................................................................................ 325.2.1.5. Méto<strong>do</strong> Alimentar..................................................................………………. 325.2.1.6. Presença de substâncias de baixa palatabili<strong>da</strong>de......................................... 325.3. MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................. 335.4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................... 395.5. CONCLUSÃO....................................................................................................... 516. CAPÍTULO 3: AVALIAÇÃO DA DIGESTIBILIDADE DE NUTRIENTES,EM OVINOS, ALIMENTADOS COM DIETAS CONTENDO NÍVEISCRESCENTES DE INCLUSÃO DO FARELO DE CÔCO.................................... 526.1. INTRODUÇÃO..................................................................................................... 536.2. REVISÃO DE LITERATURA............................................................................ 546.2.1. DIGESTIBILIDADE IN VITRO.......................................................................... 551812


6.2.2. DIGESTIBILIDADE IN VIVO....... .................................................................... 566.2.3. FATORES FISIOLÓGICOS QUE AFETAM A DIGESTIBILIDADE.............. 566.3. MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................. 586.4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................... 616.5. CONCLUSÃO....................................................................................................... 677. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA....................................................................... 6813


1. INTRODUÇÃOA alimentação animal é um <strong>do</strong>s fatores que mais onera o custo de produção,principalmente num sistema intensivo de criação. O uso de alimentos alternativos,substituin<strong>do</strong> parte <strong>do</strong>s principais ingredientes utiliza<strong>do</strong>s comumente, pode ser defun<strong>da</strong>mental importância na redução destes custos.São freqüentes os perío<strong>do</strong>s de instabili<strong>da</strong>de devi<strong>do</strong> à alta nos preços <strong>do</strong>s ingredientesque compõem as rações, dentre eles o milho e o farelo de soja. A falta de alimentos,especialmente fontes de proteína e energia é fator limitante a produção animal em regiõesmenos desenvolvi<strong>da</strong>s, tornan<strong>do</strong> a produção vulnerável às oscilações <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> de matériaprima <strong>da</strong>s rações.Desta forma, devi<strong>do</strong> à restrição de alimentos em algumas regiões <strong>do</strong> país, apreocupação em se buscar fontes alternativas capazes de substituir o farelo de soja e omilho, por exemplo, tem si<strong>do</strong> objetivo de muitas pesquisas na área de nutrição e alimentaçãoanimal. O uso de alimentos concentra<strong>do</strong>s (energéticos e protéicos) deve melhorar oaproveitamento <strong>da</strong> forragem, suplementan<strong>do</strong> as exigências nutricionais <strong>do</strong>s animais. Noentanto, o aspecto econômico não deve ser esqueci<strong>do</strong>, uma vez que os preços dessessuplementos podem inviabilizar seu uso no sistema de produção.Os ovinos possuem a capaci<strong>da</strong>de de aproveitar alimentos fibrosos e grosseiros comocapins, ramos e palhas. A capaci<strong>da</strong>de de digestão e o aproveitamento de forragemdependerão <strong>da</strong> eficiência de seu desempenho e <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de nutricional <strong>da</strong>s forragens ououtros materiais fibrosos, ofereci<strong>do</strong>s como parte maior <strong>da</strong> dieta. Pesquisas realiza<strong>da</strong>s comvárias espécies de ruminantes mostram que o ideal é o fornecimento mínimo de 50 a 70% <strong>da</strong>MS <strong>da</strong> dieta na forma de volumoso. É recomendável aproveitar os recursos alimentaresregionais (subprodutos agroindustriais), por serem de baixo custo e de fácil aquisição etransporte. Embora com grande potencial, esses alimentos apresentam algumas limitações,tais como o desconhecimento de sua composição química e valor nutritivo, além deproblemas de armazenamento, de conservação e de disponibili<strong>da</strong>de ao longo <strong>do</strong> ano.Também se observa uma falta de organização <strong>do</strong> setor produtivo para instalação depequenas agroindústrias. (RODRIGUES FILHO, 2005).Nas regiões costeiras <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Nordeste <strong>do</strong> país, concentram-se as maioresplantações de coco, contribuin<strong>do</strong> com cerca de 97% <strong>da</strong> produção nacional. (EMBRAPA,2008). Segun<strong>do</strong> informações <strong>do</strong> IBGE 2006, o Brasil produziu 1.985.475.000 frutos de coco14


numa área de 289.815 há com rendimento de 6.850 frutos por há. Atualmente, o esta<strong>do</strong>maior produtor dessa palmácea é a Bahia, segui<strong>do</strong> pelo Ceará, Sergipe e Alagoas.O coqueiro fornece matéria prima para as indústrias, tais como: coco rala<strong>do</strong>, fibra <strong>do</strong>coco, leite de coco e outros. O óleo é principalmente usa<strong>do</strong> na arte culinária e matéria primapara sabões, já o farelo de coco é utiliza<strong>do</strong> na alimentação animal, o qual se apresenta comuma composição bromatológica possível de ser utiliza<strong>da</strong> como ingrediente alimentar nasrações animais.De acor<strong>do</strong> com Butolo (2002), na alimentação de ruminantes, o farelo é o resíduoresultante <strong>da</strong> extração <strong>do</strong> óleo <strong>da</strong> copra, poden<strong>do</strong> ser caracteriza<strong>do</strong> como um produto obti<strong>do</strong><strong>da</strong> polpa seca <strong>do</strong> coco, após a extração <strong>do</strong> óleo e moagem fina. Sen<strong>do</strong> assim, a associaçãodesse resíduo com a dificul<strong>da</strong>de na obtenção de ingredientes energéticos e protéicos, apreços mais competitivos, podem representar saí<strong>da</strong> para a produção animal nos esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>nordeste <strong>do</strong> Brasil.15


2. JUSTIFICATIVAA exploração de caprinos e ovinos no Nordeste semi-ári<strong>do</strong> brasileiro tem comorecurso forrageiro básico a vegetação <strong>da</strong> caatinga. Por sua vez, a produção de forragemdepende <strong>do</strong> regime de precipitação pluvial <strong>da</strong> região, que é marca<strong>da</strong>mente dividi<strong>do</strong> em duasestações: seca e chuvosa, sen<strong>do</strong> justamente no perío<strong>do</strong> seco a maior carência de forragensricas em proteína e energia, o que afeta seriamente o desempenho animal. Dessa forma,sistemas de alimentação economicamente viáveis devem ser investiga<strong>do</strong>s como alternativa.Surge, então, a necessi<strong>da</strong>de de se estu<strong>da</strong>r a viabili<strong>da</strong>de de <strong>inclusão</strong> de diversos subprodutosalternativos e quantificar as respostas animais em termos produtivos e econômicos. Uma <strong>da</strong>sopções é a introdução <strong>do</strong>s subprodutos agroindustriais na dieta <strong>do</strong>s animais; porém, amaioria desses alimentos ain<strong>da</strong> não foi estu<strong>da</strong><strong>da</strong>, desconhecen<strong>do</strong>-se sua composição e seusníveis adequa<strong>do</strong>s de utilização visan<strong>do</strong> respostas econômica e biológica na produção animal.Segun<strong>do</strong> Andriguetto et al. (1981) a proteína <strong>do</strong> farelo de coco é de quali<strong>da</strong>desuperior a <strong>do</strong> milho, porém devi<strong>do</strong> à deficiência em lisina, o seu valor protéico, é inferior aofarelo de soja. Entretanto, Creswell e Brooks (1971) relatam que, embora de menor valor, autilização deste ingrediente pode ser economicamente viável, em áreas onde adisponibili<strong>da</strong>de de proteína de quali<strong>da</strong>de seja escassa.Este estu<strong>do</strong> será importante por se tratar de uma tentativa de minimizar custos nacriação de ovinos, tentan<strong>do</strong> suprir as necessi<strong>da</strong>des alimentares de forma a não prejudicar odesempenho <strong>do</strong>s animais.16


3. OBJETIVOS3.1. Objetivo GeralBuscar fontes alternativas de alimentação para ovinos, cria<strong>do</strong>s em sistema intensivono semi-ári<strong>do</strong> Nordestino.3.2. Objetivos EspecíficosI. Avaliar a digestibili<strong>da</strong>de in vivo <strong>do</strong> farelo de coco como forma alternativa naalimentação de ovinos.II. Avaliar o consumo de nutrientes <strong>da</strong>s dietas pelos animais.17


CAPÍTULO IGenerali<strong>da</strong>des sobre o Farelo de Côco: RevisãoRESUMOO farelo é o subproduto obti<strong>do</strong> por meio de solventes para extração <strong>do</strong> óleo, e deve ter corclara para indicar que houve pouca ou nenhuma <strong>inclusão</strong> de cascas (material fibroso). Alémdisso, sua composição varia muito, por vários fatores, por isso, sempre e recomendável fazeranalise bromatológica. Esse subproduto apresenta de 22 a 26% de proteína bruta, 10 a 15%de fibra bruta, 35-40% de nutrientes digestíveis totais, 0,09% de cálcio e 0,58% de fósforo.Alguns desses nutrientes podem ser afeta<strong>do</strong>s durante as fases <strong>da</strong> extração <strong>do</strong> coco rala<strong>do</strong>,por exemplo. Por ser fonte de proteínas, o farelo de coco tem si<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> na alimentaçãoanimal, onde tem substituí<strong>do</strong> fontes protéicas mais caras, de forma que não influencie aprodução <strong>do</strong>s animais, fornecen<strong>do</strong> subsídios menos onerosos à produção.Palavras chave: Coco, subprodutos, farelo de coco.ABSTRACTThe crumb is the by-product obtained after oil extraction by solvents, and should have clearcolor to indicate that there was little or any inclusion of peels (fibrous material). Besides, thecomposition has large variety, for several reasons, because that, always and advisable to <strong>do</strong>it chemical analyzes. That by-product presents from 22 to 26% of crude protein, 10 to 15%of crude fiber, 35-40% of total digestible nutrient, 0,09% of calcium and 0,58% ofPhosphorus. Some of its nutrients can be affected during the phases of extraction of thegrated coconut. Because it is a good proteins source, the coconut crumb has been used inanimal feeding, where it has been substituting more expensive protein sources, so that it<strong>do</strong>esn't influence the animal production, supplying less onerous subsidies to the production.Words key: Coconut, by-products, coconut crumb18


1. INTRODUÇÃOO coqueiro (Cocos nucifera L.) é uma palmeira perene originária <strong>do</strong> Sudeste Asiáticoe foi introduzi<strong>da</strong> no Brasil em 1553 pelos portugueses. É cultiva<strong>do</strong> em mais de 86 países. Deacor<strong>do</strong> com a FAO (2008) o Continente Asiático detém em torno de 83,7% <strong>da</strong> produçãomundial de coco, já os países africanos e os <strong>da</strong>s Américas, representam, respectivamente,apenas 3,55 e 9,31% <strong>da</strong> produção mundial. (Costa, 2004). Os principais países produtores decoco são In<strong>do</strong>nésia, Filipinas, Sri Lanka, Tailândia, México, Malásia, Papua, Nova Guiné eBrasil. Esses países são responsáveis por 88% <strong>da</strong> produção mundial e possuem 86,5% <strong>do</strong>total <strong>da</strong> área cultiva<strong>da</strong> no mun<strong>do</strong> (BASTOS, 2004).A cultura <strong>do</strong> coco no Brasil é bastante importante, pois ela propicia a geração deren<strong>da</strong>, a alimentação e a elaboração de mais de 100 subprodutos, além de ser capaz de gerarum sistema auto-sustentável de exploração, principalmente no litoral brasileiro, maisespecificamente na Região Nordeste, pois esta apresenta clima e solo bastante favorável aoseu desenvolvimento, possui pluviosi<strong>da</strong>de regular, proximi<strong>da</strong>de com lençol freático,temperaturas ideais, <strong>efeito</strong> benéfico <strong>da</strong> brisa marinha e ventos constantes impedin<strong>do</strong> oudificultan<strong>do</strong> o estabelecimento de pragas e <strong>do</strong>enças. Contu<strong>do</strong>, a espécie apresenta grandepotencial de expansão para as regiões Norte, Sudeste e Centro-Oeste. (ARAGÃO et al. 1999)Da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> IBGE (2003) mostraram que os maiores produtores de côco, varie<strong>da</strong>desgigante e híbri<strong>do</strong>s, se localizam na região Nordeste <strong>do</strong> Brasil, destacan<strong>do</strong>-se os esta<strong>do</strong>s <strong>da</strong>Bahia (36,06%), Ceará (11,49%), Pernambuco (9,81%), Sergipe (6,48%) e rio Grande <strong>do</strong>Norte (4,8%). A região Norte <strong>do</strong> país foi responsável por 11,78%. O Sudeste apresentou12,65% <strong>da</strong> produção nacional, sen<strong>do</strong> o Espírito Santo, o responsável por 8,09% dessevolume.No RN (PAM/2008), destaca-se o município de Touros com uma quanti<strong>da</strong>deproduzi<strong>da</strong> de 35.150.000 frutos, cuja participação no total <strong>da</strong> produção nacional foi 1,8%,além <strong>da</strong> posição no ranking nacional - 8° Município produtor de coco <strong>do</strong> País. Os principaisEsta<strong>do</strong>s exporta<strong>do</strong>res em 2006 (SECEX/MDIC) foram: Ceará (U$ 70.324), Rio Grande <strong>do</strong>Norte (US$ 63.950), Bahia (US$ 63.622) e Espírito Santo (US$ 20.698). Os principaisdestinos <strong>da</strong> fruta brasileira: Países Baixos, Portugal, Itália e Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s.19


O coqueiro apresenta duas varie<strong>da</strong>des principais: a gigante e a anã. Segun<strong>do</strong> asevidencias históricas, o coqueiro tipo grande foi introduzi<strong>do</strong> no Brasil em 1553, procedente<strong>da</strong> ilha de Cabo Verde, enquanto o anão foi introduzi<strong>do</strong> em território nacional a partir de1925 (EMBRAPA, 1993). A varie<strong>da</strong>de gigante, caracteriza-se por produzir cocos comaptidão para copra (albúmem sóli<strong>do</strong>) e iniciar sua produção a partir de seis anos e meio. Suaprodução média é de 70 frutos/planta/ano. A varie<strong>da</strong>de anã começa a produzir com 2 anos emeio, apresenta produtivi<strong>da</strong>de de até 120 frutos/planta/ano e aptidão para água. Um terceirotipo híbri<strong>do</strong>, comumente chama<strong>do</strong> de anão gigante, resultante <strong>do</strong> cruzamento entre asvarie<strong>da</strong>des anã e gigante. O híbri<strong>do</strong> apresenta características tanto de varie<strong>da</strong>des anã quantogigante, permitin<strong>do</strong> exploração para copra e para água. (CEPLAC 2003).Estima-se que a produção de coco no Brasil seja superior a 1,5 bilhão de uni<strong>da</strong>des,colhi<strong>do</strong>s em uma área superior a 280 mil hectares, com pre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong> coqueiro gigante,cujos frutos são colhi<strong>do</strong>s secos. Entretanto, nos últimos anos, principalmente a partir <strong>da</strong>déca<strong>da</strong> de 90, com a conscientização <strong>da</strong> população para os benefícios <strong>do</strong>s alimentosnaturais, verificou-se um grande crescimento <strong>da</strong> exploração <strong>do</strong> coqueiro anão, visan<strong>do</strong> aprodução <strong>do</strong> fruto verde, para consumo de água, que é um produto natural de excelentequali<strong>da</strong>de nutritiva. Desta forma, o merca<strong>do</strong> de água de coco verde tem cresci<strong>do</strong>mundialmente nos últimos anos, devi<strong>do</strong> à valorização de alimentos saudáveis e naturais.(COSTA, 2005).20


2. REVISÃO DE LITERATURA2.1. Valor nutritivo <strong>do</strong> farelo de cocoNa alimentação de ruminantes, tem se admiti<strong>do</strong> que, se as rações suprirem proteínaem quanti<strong>da</strong>de adequa<strong>da</strong>, as exigências em aminoáci<strong>do</strong>s podem ser atendi<strong>da</strong>s pela proteínamicrobiana, constituin<strong>do</strong> exceção os animais novos, em fase pré-ruminal. To<strong>da</strong>via, estu<strong>do</strong>smostraram que aminoáci<strong>do</strong>s como metionina, cistina, lisina e treonina podem tornar-selimitantes, desde que os microrganismos não consigam supri-los em quanti<strong>da</strong>des suficientespara altos níveis de produção. O balanceamento de rações é feito em função <strong>da</strong>s exigências<strong>do</strong>s animais em proteína bruta e, para consegui-lo, são utiliza<strong>do</strong>s os suplementos protéicos,entre os quais se incluem as tortas ou farelos de oleaginosas. Estes subprodutos <strong>da</strong>sindustrias de extração de óleo possuem altos teores de proteína bruta e, além decontribuírem para o conteú<strong>do</strong> energético <strong>da</strong>s rações, podem se destacar entre os produtos deorigem vegetal como boas fontes de aminoáci<strong>do</strong>s essenciais. (TAFURI e RODRIGUES,1983)Do processamento industrial para obtenção de coco rala<strong>do</strong> desidrata<strong>do</strong>, pode-se obtertrês subprodutos, a saber: a água de coco, óleo de coco e a torta, estes <strong>do</strong>is últimos sãoelabora<strong>do</strong>s <strong>da</strong>s amên<strong>do</strong>as descarta<strong>da</strong>s no processo produtivo (COSTA, 2005).O óleo de coco é utiliza<strong>do</strong> na fabricação de margarinas, álcoois, sabões, detergentes,cosméticos, velas, bem como, de óleo comestível. A torta de coco ou farinha de coco temuso na alimentação animal.Segun<strong>do</strong> Cornelius (1973) a polpa de coco ou amên<strong>do</strong>a seca é o produto maisvalioso que o coqueiro fornece. A copra, como também é conheci<strong>da</strong>, é a matéria-primautiliza<strong>da</strong> para extração <strong>do</strong> óleo de coco, pelo méto<strong>do</strong> de prensagem ou com a utilização desolvente. Obten<strong>do</strong>-se, como subproduto, <strong>do</strong> primeiro méto<strong>do</strong> a torta e <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> o fareloou farinha de coco (Bastos, 2004). Para produção de uma tonela<strong>da</strong> de copra são necessáriosde 6.000 a 7.000 cocos. Por sua vez, o rendimento de transformação <strong>da</strong> copra em óleo é <strong>da</strong>ordem de 50 a 63% quan<strong>do</strong> seco ao sol, e de 66% de óleo quan<strong>do</strong> seca em estufa (COSTA,2005).A prensagem mecânica é efetua<strong>da</strong> com prensas contínuas que são utiliza<strong>da</strong>s parauma parcial remoção de óleo segui<strong>da</strong> por processo de extração com solvente, o que constituio chama<strong>do</strong> “processo misto”. A prensagem mecânica sob alta pressão reduz o conteú<strong>do</strong> deóleo na torta até 5%, o que dispensa subseqüente extração por solvente. O materialacondiciona<strong>do</strong> entra na prensa ou expeller, por meio de um eixo alimenta<strong>do</strong>r. A prensa21


consiste de um cesto forma<strong>do</strong> de barras de aço retangular distancia<strong>da</strong>s, por meio de lâminas,cuja espessura varia de acor<strong>do</strong> com a semente. O espaçamento <strong>da</strong>s barras é regula<strong>do</strong> parapermitir a saí<strong>da</strong> <strong>do</strong> óleo e ao mesmo tempo agir como filtro para as partículas <strong>do</strong> resíduo <strong>da</strong>prensagem (torta). No centro <strong>do</strong> cesto gira uma rosca que movimenta o material para frentecomprimin<strong>do</strong>-o ao mesmo tempo. A pressão é regula<strong>da</strong> por meio de um cone de saí<strong>da</strong> ealcança centenas de atmosferas/cm 2 (MORETTO, 1998).Já na extração <strong>do</strong>s óleos vegetais por solvente a recuperação <strong>da</strong> matéria oleosa é feitapor meio de solvente. O material a ser extraí<strong>do</strong> é previamente tritura<strong>do</strong> e lamina<strong>do</strong>, parafacilitar a penetração <strong>do</strong> solvente. O material extraí<strong>do</strong> pode ficar mistura<strong>do</strong> na forma de umacama<strong>da</strong> ao re<strong>do</strong>r <strong>da</strong>s partículas <strong>da</strong>s sementes tritura<strong>da</strong>s e lamina<strong>da</strong>s, poden<strong>do</strong> ser recupera<strong>do</strong>por processo de simples dissolução. Esse material pode também ficar conti<strong>do</strong> em célulasintactas, que é removi<strong>do</strong> destas por difusão (MORETTO, 1998).As etapas de secagem e branqueamento <strong>do</strong> processamento <strong>do</strong> coco rala<strong>do</strong> são muitocríticas e influenciam nas proprie<strong>da</strong>des <strong>da</strong> farinha de coco, pois pode afetar a quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong>snutrientes, principalmente a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s proteínas. Para obtenção de uma copra de boaquali<strong>da</strong>de, a secagem não deve ser nem muito rápi<strong>da</strong> nem muito lenta. Os estágios para umaboa secagem incluem uma redução <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> de umi<strong>da</strong>de de cerca de 50% para 35% depreferência dentro de 24 horas, redução <strong>do</strong> teor de umi<strong>da</strong>de para aproxima<strong>da</strong>mente 20%durante o segun<strong>do</strong> perío<strong>do</strong> de 24 horas. Durante o terceiro perío<strong>do</strong> de secagem a reduçãodeverá ser de 5 a 6% (CORNELIUS, 1973).No caso <strong>do</strong> coco verde, é aconselhável deixa-lo em depósitos secos, areja<strong>do</strong>s porduas a quatro semanas, completan<strong>do</strong> a maturação e absorven<strong>do</strong> parte <strong>da</strong> água, o queenriquece o teor de óleo. A amên<strong>do</strong>a pode ser seca ao sol, sob fogo direto ou defuma<strong>da</strong> emforno ou estufa. O méto<strong>do</strong> de secar ao sol é o mais simples, necessitan<strong>do</strong>-se de quatro a setedias de forte sol para adequa<strong>da</strong> secagem. A melhor copra é produzi<strong>da</strong> em estufas, sen<strong>do</strong> esteprocesso mais moderno e a quanti<strong>da</strong>de de óleo depende, em grande parte, <strong>do</strong>s cui<strong>da</strong><strong>do</strong>sdispensa<strong>do</strong>s a esse produto durante o seu processamento (GOMES, 1976).O farelo deve ter cor clara para indicar que houve pouca ou nenhuma <strong>inclusão</strong> decascas (material fibroso). Além disso, sua composição varia muito, por vários fatores, porisso, sempre e recomendável fazer analise bromatológica.Embora algumas máquinas tenham si<strong>do</strong> desenvolvi<strong>da</strong>s para remoção <strong>da</strong> casca <strong>do</strong>coco, na maioria <strong>da</strong>s vezes este trabalho é realiza<strong>do</strong> anualmente. Depois de ser descasca<strong>do</strong>,o material deve ser desidrata<strong>do</strong> ate que tenha umi<strong>da</strong>de em torno de 5 a 6%, para evitardeterioração. A copra é então submeti<strong>da</strong> a pressão ou extração para retira<strong>da</strong> <strong>do</strong> óleo.22


Dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> equipamento utiliza<strong>do</strong>, o conteú<strong>do</strong> <strong>do</strong> óleo <strong>do</strong> produto e variável. Acobertura fibrosa não tem qualquer valor como alimento. A torta <strong>do</strong> coco, resultante <strong>da</strong>extração mecânica <strong>do</strong> óleo <strong>da</strong> copra e o farelo de coco, proveniente <strong>da</strong> extração <strong>do</strong> óleo comsolventes, são os principais subprodutos <strong>da</strong> indústria <strong>do</strong> coco utiliza<strong>do</strong>s na alimentaçãoanimal. A torta ou farelo não deve ser velho ou rançoso. (GONÇALVES & BORGES,2003).De acor<strong>do</strong> com Andriguetto et al. (1983) esse subproduto apresenta de 22 a 26% deproteína bruta, 10 a 15% de fibra bruta, 35-40% de nutrientes digestíveis totais, 0,09% decálcio e 0,58% de fósforo. A quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> proteína é superior a <strong>do</strong> milho, porém, por suadeficiência em lisina é inferior a <strong>da</strong> torta de soja e <strong>do</strong> amen<strong>do</strong>im. O farelo de coco obti<strong>do</strong>por extração mecânica possui: 92% MS, 3,62 Mcal/kg EM, 22,40% PB, 0,19 % cálcio e 0,66% fósforo. No entanto, o farelo de coco obti<strong>do</strong> por solventes possui: 92% MS, 3,31 Mcal/KgEM, 23,40% PB, 0,08 cálcio e 0,57 fósforo (EMBRAPA, 2005).Fávero (2003) classifica o farelo de coco como sen<strong>do</strong> um subproduto energético,com médio a alto teor de fibra, que de acor<strong>do</strong> com Mc Donald et al. (1988) tem limita<strong>do</strong> ouso <strong>do</strong> farelo de coco nas rações de monogástricos, e está sen<strong>do</strong> considera<strong>da</strong> uma fonte deproteína de boa quali<strong>da</strong>de para ruminantes.2.2. Farelo de Coco na alimentação de RuminantesSegun<strong>do</strong> pesquisas, em nível mundial o coco e conheci<strong>do</strong> por suas proprie<strong>da</strong>desoleaginosas, depois de extraí<strong>do</strong> o óleo <strong>da</strong> copra, o resíduo, também chama<strong>do</strong> de torta, eemprega<strong>do</strong> na alimentação animal por ser um alimento rico em proteína, em torno de 20 %.No entanto, alguns autores citam restrições para este ingrediente, pois podem apresentarbaixa digestibili<strong>da</strong>de, possuem freqüentemente pouca palatabili<strong>da</strong>de, razão pela qual suaingestão voluntária e limita<strong>da</strong> (GOMES, 2006).As dietas animais têm como um de seus principais constituintes, as fontesprotéicas representa<strong>da</strong>s por ingredientes que, quanto a sua origem podem ser classifica<strong>do</strong>scomo: suplementos protéicos de origem animal e suplementos protéicos de origem vegetal,representa<strong>do</strong>s pelas sementes de oleaginosas, pelo subproduto <strong>da</strong> extração <strong>do</strong> óleo nelasconti<strong>do</strong>, chama<strong>do</strong> convencionalmente de “torta”, bem como outras substancias residuais quepodem ser usa<strong>da</strong>s como alimentos. Dietas constituí<strong>da</strong>s apenas por grãos de cereais e seussubprodutos, não atendem as necessi<strong>da</strong>des nutritivas <strong>do</strong>s animais, hoje ca<strong>da</strong> vez maisestu<strong>da</strong><strong>da</strong>s (ANDRIGUETO et al 1986).23


Atualmente, o equilíbrio protéico <strong>da</strong>s rações ou concentra<strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>s naalimentação <strong>do</strong>s animais, explora<strong>do</strong>s com finali<strong>da</strong>des econômicas, baseia-se quase queintegralmente nas fontes protéicas de origem vegetal. (ANDRIGUETO et al 1986).Dentre os nutrientes a serem supri<strong>do</strong>s, a proteína tem recebi<strong>do</strong> especial atenção porser requeri<strong>da</strong> em quanti<strong>da</strong>des relativamente altas e ser de eleva<strong>do</strong> custo. Reconhece-se queas necessi<strong>da</strong>des protéicas <strong>do</strong>s ovinos e de outros ruminantes são um reflexo <strong>da</strong>s exigências<strong>do</strong> hospedeiro e <strong>do</strong>s microorganismos <strong>do</strong> rúmen. Nos conceitos mais antigos <strong>da</strong> nutriçãoanimal, afirmava-se que a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> proteína não era importante, uma vez que to<strong>da</strong> aproteína forneci<strong>da</strong> para o ruminante era degra<strong>da</strong><strong>da</strong> no rúmen e seus aminoáci<strong>do</strong>sconstituintes utiliza<strong>do</strong>s para a síntese <strong>da</strong> proteína microbiana. Entretanto, sabe-se hoje que aproteína microbiana, sintetiza<strong>da</strong> no rúmen, não atende as exigências <strong>do</strong> hospedeiro deeleva<strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de de produção, principalmente no que diz respeito ao perfil e à quanti<strong>da</strong>dede alguns aminoáci<strong>do</strong>s. Embora uma parte <strong>da</strong> proteína ingeri<strong>da</strong> pelo ruminante passe pelorúmen sem sofrer degra<strong>da</strong>ção, essa proteína normalmente apresenta baixo valor biológicoquan<strong>do</strong> se trata de proteína de forragens. Desta forma, o ruminante de alto potencialgenético sempre apresentará pequenas deficiências em determina<strong>do</strong>s aminoáci<strong>do</strong>s, os quaisnão são supri<strong>do</strong>s tanto pela proteína microbiana como pela proteína não degra<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>da</strong> dieta,em quanti<strong>da</strong>des suficientes para atender as exigências, limitan<strong>do</strong> conseqüentemente, a suacapaci<strong>da</strong>de produtiva. Assim sen<strong>do</strong>, para ruminantes de alta produção, é importante asuplementação de quanti<strong>da</strong>des adicionais de proteína de boa quali<strong>da</strong>de e de baixadegra<strong>da</strong>bili<strong>da</strong>de no rúmen como forma de complementar as exigências em aminoáci<strong>do</strong>s <strong>do</strong>animal, assim como estimular a síntese de proteína microbiana.( SILVA et al. 2006)Menezes (1981) comparou os <strong>efeito</strong>s <strong>do</strong> farelo de coco na alimentação de bezerros,em regime de desmame precoce. As rações foram formula<strong>da</strong>s para conter quanti<strong>da</strong>dessemelhantes de proteína bruta e NDT (16 e 75%, respectivamente), e forneci<strong>da</strong>s aos animais<strong>do</strong> primeiro ao 91º dia de vi<strong>da</strong>, estabelecen<strong>do</strong>-se um limite máximo de 2Kg/animal/dia.Nestas rações o farelo de coco foi introduzi<strong>do</strong>, substituin<strong>do</strong> a proteína <strong>da</strong> ração concentra<strong>da</strong>,em níveis de 0, 25, 50, 75 e 100%. O farelo de coco utiliza<strong>do</strong> de maneira a constituir 33% <strong>da</strong>ração (nível 75%) não determinou qualquer <strong>efeito</strong> adverso sobre a saúde ou o desempenho<strong>do</strong>s animais, mas não foi possível desmamar os animais aos 42 dias, quan<strong>do</strong> a raçãocontinha apenas o farelo de coco (substituição total <strong>do</strong> farelo de soja), devi<strong>do</strong> ao baixoconsumo alimentar por eles apresenta<strong>do</strong> (125 g/dia). A análise econômica indicou, comomais eficiente o nível de 50% de participação <strong>do</strong> farelo de coco nas rações.24


O farelo de coco é deficiente em alguns aminoáci<strong>do</strong>s, importantes na alimentação debovinos jovens, o que pode limitar seu uso na fase pré-ruminal como única fonte deproteína.A busca de alimentos alternativos e de baixo valor comercial, como os resíduos esubprodutos agrícolas, representa uma forma de minimizar os gastos com alimentação.Entretanto, Buschinelli (1992) alerta para o risco <strong>da</strong> contaminação química e biológica queestão sujeitos os resíduos e subprodutos <strong>da</strong> agricultura. Esta contaminação pode atingir acadeia alimentar, inicialmente pelos animais e, posteriormente alcançar o homem. Dentre osvários fatores a serem considera<strong>do</strong>s na escolha de um subproduto a ser utiliza<strong>do</strong> naalimentação de ruminantes, Carvalho (1992) destaca os seguintes: a quanti<strong>da</strong>de disponível; aproximi<strong>da</strong>de entre a fonte produtora e o local de consumo; as suas característicasnutricionais; os custos de transporte, condicionamento e armazenagem. A viabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>utilização de resíduos e subprodutos agroindustriais como alimentos para ruminantes,requerem trabalhos de pesquisa e desenvolvimento, visan<strong>do</strong> a sua caracterização, aplicaçãode méto<strong>do</strong>s de tratamento, determinação de seu valor nutritivo, além de sistemas deconservação, armazenagem e comercialização.O Brasil como país tropical, apresenta excelentes condições para a exploração deruminantes em pastagens, porém em determina<strong>do</strong>s perío<strong>do</strong>s <strong>do</strong> ano, a dificul<strong>da</strong>de de adquiriralimentos volumosos em regiões ári<strong>da</strong>s e semi ári<strong>da</strong>s, em épocas secas, torna-se uma árdua edifícil tarefa para muitos produtores rurais. Neste contexto, aparecem os resíduos e ossubprodutos agropecuários, como as palhas, o bagaço de cana-de-açúcar, etc. que podemoferecer excelente opção como alimentação alternativa para os ruminantes, já que sen<strong>do</strong>animais poligástricos, possuem um aparelho digestivo especial, capaz de converter resíduose subprodutos agropecuários sem utili<strong>da</strong>de alguma na alimentação humana, em carne, leite,lã, etc. (SOUZA & SANTOS, 2006).Os resíduos e subprodutos agrícolas podem apresentar merca<strong>do</strong>s já defini<strong>do</strong>s,representan<strong>do</strong> significativo aporte financeiro à agroindústria, como são os casos <strong>da</strong>s tortasde oleaginosas, melaço e farelos de trigo e arroz. Mas a grande parte destes são materiaislignocelulósicos, que requerem tratamentos a fim de romperem a fração fibrosa e melhorarseu valor nutritivo. Isto, muitas vezes implica em eleva<strong>do</strong>s custos, que pode inviabilizar oseu aproveitamento (BURGI,1986).25


4. CONSIDERAÇÕES FINAISDevi<strong>do</strong> à grande produção de coco em algumas regiões <strong>do</strong> Brasil, o subprodutodeste, passa a ser utiliza<strong>do</strong> em substituição a ingredientes mais caros.A utilização <strong>do</strong> farelo de coco na alimentação animal tem si<strong>do</strong> amplamente utiliza<strong>do</strong>.No entanto, algumas restrições devem ser observa<strong>da</strong>s de acor<strong>do</strong> com a espécie.É importante enfatizar o tipo de produção, onde o farelo de coco será usa<strong>do</strong>, pois emalguns sistemas, este subproduto não causa <strong>efeito</strong>s positivos.26


CAPÍTULO IIAvaliação <strong>do</strong> consumo de nutrientes, em ovinos, alimenta<strong>do</strong>s com dietas conten<strong>do</strong>níveis crescentes de <strong>inclusão</strong> <strong>do</strong> farelo de coco.RESUMOO consumo de alimentos é considera<strong>do</strong> um importante fator no desempenho de ovinos emconfinamento, sen<strong>do</strong> o ponto determinante <strong>do</strong> aporte de nutrientes necessários para oatendimento <strong>do</strong>s requisitos de mantença e de ganho de peso <strong>do</strong>s animais. Este estu<strong>do</strong> foirealiza<strong>do</strong> com o objetivo de avaliar o consumo de nutrientes em ovinos, alimenta<strong>do</strong>s comdietas com níveis crescentes de farelo de coco. Para o cálculo <strong>do</strong> consumo de nutrientes,eram pesa<strong>da</strong>s as quanti<strong>da</strong>des forneci<strong>da</strong>s e as sobras no dia seguinte, as quais formaram nofinal <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>, amostras compostas para análise laboratorial. As análises químicobromatológicasforam realiza<strong>da</strong>s visan<strong>do</strong> quantificar o valor nutritivo de ca<strong>da</strong> alimento.Foram observa<strong>da</strong>s diferenças significativas (P


1. INTRODUÇÃOA importância <strong>do</strong>s ovinos como fonte de proteína em regiões subdesenvolvi<strong>da</strong>s e emdesenvolvimento tem si<strong>do</strong> enfatiza<strong>da</strong> ao longo <strong>da</strong>s últimas déca<strong>da</strong>s, pois, devi<strong>do</strong> à rápi<strong>da</strong>expansão o crescimento populacional, a deman<strong>da</strong> por proteína animal tem excedi<strong>do</strong> aprodução.Os ovinos apresentam eleva<strong>do</strong> potencial fisiológico para produção de carne,constituin<strong>do</strong> fonte de proteína para a população e, em se tratan<strong>do</strong> de ovinos deslana<strong>do</strong>s,também de pele de eleva<strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de. Desta forma, a melhoria nos atuais sistemas deprodução vai se traduzir em maiores ofertas de carne e pele ovina. (CARVALHO et al.2003)A cadeia produtiva de carne ovina tem adquiri<strong>do</strong> uma inusita<strong>da</strong> importância noparque pecuário nacional. Na região nordeste figura como uma legítima substituta <strong>da</strong>bovinocultura de corte, declinante nesta parte <strong>do</strong> país. (CASTRO et al.2007)A prática de confinamento está associa<strong>da</strong> também à finali<strong>da</strong>de de se aumentar aoferta de carne durante o perío<strong>do</strong> entressafra e colocar no merca<strong>do</strong> um produto padroniza<strong>do</strong>e de quali<strong>da</strong>de superior, além <strong>da</strong> preocupação com a sazonali<strong>da</strong>de alimentar, relaciona<strong>da</strong> aosperío<strong>do</strong>s de estiagem. (BARROS et. al. 1999)A alimentação animal é um <strong>do</strong>s fatores que mais onera o custo de produção,principalmente num sistema intensivo. Visan<strong>do</strong> a diminuição de custos, há um crescenteinteresse na formulação de rações e suplementos protéicos ideais para um aumento <strong>da</strong>produção. No custo de um confinamento a alimentação pode representar mais de 60% <strong>do</strong>total, sem considerar o custo <strong>do</strong>s animais. Daí, que muitos <strong>do</strong>s insucessos nesse tipo deativi<strong>da</strong>de resulta <strong>da</strong> inadequação <strong>da</strong>s práticas alimentares e nutricionaisaplica<strong>da</strong>s.(CARVALHO et al. 2003)O uso de alimentos alternativos, substituin<strong>do</strong> parte <strong>do</strong>s principais ingredientesutiliza<strong>do</strong>s comumente, pode ser de fun<strong>da</strong>mental importância na redução destes custos.(FURUSHO et al. 1997).Devi<strong>do</strong> à instabili<strong>da</strong>de nos preços <strong>do</strong>s ingredientes que compõem as rações, se impõea necessi<strong>da</strong>de de avaliar as possibili<strong>da</strong>des de substituir os alimentos convencionais poralternativas de menor custo, de boa quali<strong>da</strong>de e que mantenham o patamar de produção <strong>do</strong>srebanhos. Desta forma, observa-se o perfil e as particulari<strong>da</strong>des de ca<strong>da</strong> região, na busca por28


opções de alimentos de baixo custo, fácil aquisição, com regulari<strong>da</strong>de de oferta, valornutritivo, aceitação pelos animais e presença ou não de fatores tóxicos ( LEITE, 2005)Na região Nordeste, a fruticultura é uma grande alternativa de investimentoeconômico, contribuin<strong>do</strong> para a geração de ren<strong>da</strong> no segmento agrícola, amplian<strong>do</strong> acompetitivi<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s agroindustriais de alimentos, possibilitan<strong>do</strong> a criação de novosempregos no setor rural.A agroindústria é um segmento de eleva<strong>da</strong> importância econômica,por sua participação na cadeia produtiva e pelas ligações que mantém com os demais elos <strong>da</strong>economia, entretanto, esse nicho de merca<strong>do</strong> produz tonela<strong>da</strong>s de resíduos <strong>do</strong>processamento <strong>da</strong>s frutas, tornan<strong>do</strong>-se um problema ambiental. (EMBRAPA, 2003)O estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> aproveitamento de resíduos <strong>da</strong> agroindústria tem cresci<strong>do</strong> nos últimosanos, visan<strong>do</strong> resolver o problema ambiental que causam e contribuir para odesenvolvimento <strong>da</strong> locali<strong>da</strong>de onde estão inseri<strong>do</strong>s os pólos agroindustriais. Na regiãoNordeste um subproduto que tem se mostra<strong>do</strong> promissor é o farelo de coco.Segun<strong>do</strong> a Embrapa, (1986) nas regiões costeiras <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Nordeste <strong>do</strong> Brasil,concentram-se as maiores plantações de coco, contribuin<strong>do</strong> com cerca de 96% <strong>da</strong> produçãonacional. O coqueiro fornece matéria prima para as indústrias, tais como: coco rala<strong>do</strong>, leitede coco, fibra <strong>do</strong> coco, com larga aceitação no comercio internacional. O óleo éprincipalmente usa<strong>do</strong> na arte culinária e matéria prima para sabões, já o farelo de coco éutiliza<strong>do</strong> na alimentação animal.Surge então a necessi<strong>da</strong>de de estu<strong>da</strong>r a viabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>inclusão</strong> de diversas fontesalimentares alternativas e quantificar as respostas animais em termos produtivos eeconômicos.29


2. REVISÃO DE LITERATURAO consumo de alimentos é considera<strong>do</strong> um importante fator no desempenho deovinos em confinamento, sen<strong>do</strong> o ponto determinante <strong>do</strong> aporte de nutrientes necessáriospara o atendimento <strong>do</strong>s requisitos de mantença e de ganho de peso <strong>do</strong>s animais. De acor<strong>do</strong>com Mertens (1992) o consumo é função <strong>do</strong> animal, <strong>do</strong> alimento (teor de nutrientes,densi<strong>da</strong>de energética e capaci<strong>da</strong>de de enchimento) e <strong>da</strong>s condições de alimentação e podeser controla<strong>do</strong> por fatores fisiológicos, físicos e psicogenicos. A distensão <strong>do</strong> rúmen-retículoparece ser sinal de sacie<strong>da</strong>de, controlan<strong>do</strong> o consumo, principalmente nas dietas em que onível de FDN é eleva<strong>do</strong>. (CARVALHO et al. 2003)De acor<strong>do</strong> com Van Soest (1994), existe uma relação inversa entre o consumo dematéria seca (CMS) e a fibra <strong>da</strong> dieta. Os ovinos raramente ingerem energia suficiente paraexpressar o ver<strong>da</strong>deiro potencial de produção quan<strong>do</strong> a dieta apresenta eleva<strong>do</strong> teor de fibrae é pobre em energia, <strong>da</strong><strong>do</strong> que, nesta circunstancia, o teor de fibra é considera<strong>do</strong> limitante<strong>do</strong> consumo.ELLIS (1978) e FORBES (1995) relatam que as dietas à base de volumoso,caracteriza<strong>da</strong>s pela eleva<strong>da</strong> proporção de fibra, influenciam o consumo pelas característicapeculiares <strong>do</strong> trato digestório <strong>do</strong>s ruminantes, com perío<strong>do</strong>s longos de permanência <strong>do</strong>alimento e grande capaci<strong>da</strong>de física de armazenamento <strong>do</strong> pré-estômago, sen<strong>do</strong> omecanismo que regula o consumo, a distensão ruminal, influencia<strong>do</strong> pelas taxas de digestãoe de passagem <strong>do</strong> alimento.Na estimativa <strong>do</strong> consumo, devem ser considera<strong>do</strong>s as limitações relativas aoanimal, o alimento e as condições de alimentação. Quan<strong>do</strong> a densi<strong>da</strong>de energética <strong>da</strong> raçãoé eleva<strong>da</strong> (baixa concentração de fibra), em relação às exigências <strong>do</strong> animal, o consumo élimita<strong>do</strong> pela deman<strong>da</strong> energética, não ocorren<strong>do</strong> repleção ruminal. Para rações dedensi<strong>da</strong>de energética baixa (teor de fibra eleva<strong>do</strong>), o consumo será limita<strong>do</strong> peloenchimento <strong>do</strong> rúmen-retículo. Na disponibili<strong>da</strong>de limita<strong>da</strong> de alimento, o enchimento e ademan<strong>da</strong> de energia são insuficientes para predizer o consumo (MERTENS, 1992).2.1 Fatores que afetam o consumo de nutrientes30


Há uma série de fatores capazes de afetar o consumo pelos animais, alteran<strong>do</strong> paramais ou para menos a quanti<strong>da</strong>de de alimento ingeri<strong>da</strong> pelo animal.2.1.1 Quanti<strong>da</strong>de de nutrientesO NRC (1989) mostra uma relação negativa entre o consumo de matéria seca (CMS)e o conteú<strong>do</strong> de umi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> dieta.Consideran<strong>do</strong> que os animais consomem matéria seca para atender suas exigênciasenergéticas, muitas vezes uma quanti<strong>da</strong>de menor de matéria seca é consumi<strong>da</strong> quan<strong>do</strong> oscarboidratos são substituí<strong>do</strong>s por gordura como fonte de energia na dieta. A gordura podediminuir a fermentação ruminal e a digestibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> fibra e dessa maneira diminuir a taxade passagem, contribuin<strong>do</strong> para o enchimento ruminal.O nível de energia pode influenciar no desempenho <strong>do</strong>s animais, pois o consumo <strong>do</strong>alimento é realiza<strong>do</strong> pelo animal para manter a ingestão constante de energia em que, ofator determinante <strong>da</strong> sacie<strong>da</strong>de, é densi<strong>da</strong>de calórica <strong>da</strong> dieta. (VAN SOEST, 1965)No momento em que ocorre o equilíbrio entre a energia requeri<strong>da</strong> pelo organismo ea energia forneci<strong>da</strong> pela dieta, o animal reduz, ou interrompe temporariamente o consumo.É claro que as necessi<strong>da</strong>des energéticas variam de um animal para outro.(MONTARDO,1998)2.1.2 Repleção <strong>do</strong> aparelho digestivoQuan<strong>do</strong> um animal consome alimentos com teor eleva<strong>do</strong> de fibras, rapi<strong>da</strong>mente oaparelho digestivo fica repleto (cheio), o que inibe o consumo. Nessas condições, o animalinterrompe o consumo de alimentos antes mesmo de ter sua deman<strong>da</strong> energética atendi<strong>da</strong>.Em termos práticos, isso significa que alimentos excessivamente fibrosos e de baixadigestibili<strong>da</strong>de, tais como forragens maduras (em fim de ciclo), além de apresentarem baixovalor nutritivo, são consumi<strong>do</strong>s em menor quanti<strong>da</strong>de. .(MONTARDO, 1998)2.1.3. A temperatura <strong>do</strong> meio ambienteA temperatura <strong>do</strong> meio exerce profun<strong>do</strong> <strong>efeito</strong> no consumo de alimentos. As baixastemperaturas incrementam o consumo, enquanto que o calor deprime. No verão, observa-seque durante horas mais quentes <strong>do</strong> dia, os bovinos interrompem o pastejo e buscam o abrigo31


<strong>da</strong>s sombras <strong>da</strong>s árvores. O consumo de matéria seca diminui 3,5% para ca<strong>da</strong> 2,2°C detemperatura acima de 24°C. Acima de 37°C, o consumo de alimentos cai de formaacentua<strong>da</strong>. .(MONTARDO, 1998)2.1.4. Hábito alimentar <strong>do</strong>s animaisO agrupamento de animais de acor<strong>do</strong> com os requerimentos nutricionais diminui avariação <strong>do</strong> consumo entre animais no mesmo lote. O comportamento no cocho é muitasvezes afeta<strong>do</strong> pela <strong>do</strong>minância social existente no lote, quan<strong>do</strong> o espaço de cocho é restrito.2.1.5. Méto<strong>do</strong> AlimentarOs nutrientes podem ser eficientemente supri<strong>do</strong>s tanto por dieta total ou forneci<strong>do</strong>ssepara<strong>da</strong>mente. Considerações na escolha <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> de alimentação incluem tanto otamanho <strong>do</strong> rebanho, mão de obra disponível, equipamentos necessários e custos.2.1.6. Presença de substancias de baixa palatabili<strong>da</strong>deDe acor<strong>do</strong> com Reed (1995) cita<strong>do</strong> por Gonzaga Neto et al. (2001), as concentraçõesde tanino também se inclui num <strong>do</strong>s fatores que afetam o consumo pelos animais, segun<strong>do</strong>o autor, a diminuição ocorre pela alteração na palatabili<strong>da</strong>de, além de afetar adigestibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> fibra pelas ligações forma<strong>da</strong>s com enzimas bacterianas e/ou formação decomplexos indigestíveis com carboidratos <strong>da</strong> parede celular. Já Narjisse et al. (1995)afirmaram que os níveis de até 6% de tanino nas dietas não afeta a palatabili<strong>da</strong>de <strong>do</strong>sanimais.32


3. MATERIAL E MÉTODOS3.1.1. Localização e duração <strong>do</strong> experimentoO experimento foi instala<strong>do</strong> e conduzi<strong>do</strong> no Centro Zootécnico “Diogo Paes Leme”,nas dependências <strong>do</strong> Departamento de Ciências Animais <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal Rural <strong>do</strong>Semi-Ári<strong>do</strong>, município de Mossoró-RN, durante o perío<strong>do</strong> de 23 de julho a cinco denovembro de 2007.De acor<strong>do</strong> com Amorim e Carmo Filho (1983), o município de Mossoró estálocaliza<strong>do</strong> em uma região de clima quente e seco, com precipitações médias anuais de 674mm, temperatura média de 27,40° C e umi<strong>da</strong>de relativa <strong>do</strong> ar em torno de 68,90%, comcoordena<strong>da</strong>s geográficas de 5° 11’ de latitude sul, 37° 20’ de longitude W.Gr., e 18m delatitude. Apresenta clima pre<strong>do</strong>minantemente semi-ári<strong>do</strong>, segun<strong>do</strong> a classificação deKÖPPEN (1936), <strong>do</strong> tipo BSw´h´ seco muito quente, com a estação chuvosa concentra<strong>da</strong>entre o verão e o outono, apresentan<strong>do</strong> uma estação seca de 8 a 9 meses, com regime dechuvas irregulares. A região é <strong>do</strong>mina<strong>da</strong> por caatinga hiperxerófila, mais seca, mais densa ede maior porte arbóreo e arbóreo-arbustivo.O ensaio foi dividi<strong>do</strong> em seis perío<strong>do</strong>s experimentais, os quais tiveram duração de 19dias ca<strong>da</strong>, sen<strong>do</strong> 14 dias para a<strong>da</strong>ptação <strong>do</strong>s animais as novas condições ambientais, manejoe alimentação assim como proporcionar excreção total <strong>do</strong> resíduo <strong>da</strong> alimentação anterior e5 dias de coleta de amostras <strong>do</strong> alimento, sobras, fezes e urina.3.1.2. Planejamento estatísticoUtilizou-se o delineamento experimental em blocos casualiza<strong>do</strong>s com quatrotratamentos: 0, 6, 12, 18% de farelo de coco na ração e seis repetições, sen<strong>do</strong> a uni<strong>da</strong>deexperimental composta por 1 (um) animal. As análises estatísticas foram realiza<strong>da</strong>s com oauxilio <strong>do</strong> programa operacional SISVAR 3.01, pelo qual se submeteram to<strong>do</strong>s os <strong>da</strong><strong>do</strong>s àanálise de variância. Constata<strong>do</strong> <strong>efeito</strong> significativo <strong>do</strong>s parâmetros analisa<strong>do</strong>s, procederam-33


se as análises de regressão polinomial, utilizan<strong>do</strong>-se o programa computacional “TableCurve” (JARDEL SCIENTIFIC, 1991).Para a escolha <strong>da</strong> equação mais adequa<strong>da</strong> a<strong>do</strong>taram-se três critérios: o valor de R 2ajusta<strong>do</strong>, a significância <strong>da</strong> estatística “F” e a significância <strong>do</strong>s parâmetros <strong>da</strong> equação peloteste “t”.3.1.3. Animais experimentaisForam utiliza<strong>do</strong>s 08 (oito) animais ovinos SRD machos, com i<strong>da</strong>de entre seis e dezmeses, vacina<strong>do</strong>s e vermifuga<strong>do</strong>s, aloja<strong>do</strong>s em gaiolas metabólicas individuais compostas derecipientes coletores de fezes e urina, come<strong>do</strong>uro bebe<strong>do</strong>uros e saleiro, instala<strong>da</strong>s em umabaia de alvenaria com cinco metros de comprimento por três de largura, pé direito de trêsmetro, cobertura de telha de cerâmica.Para ca<strong>da</strong> perío<strong>do</strong> experimental foram utiliza<strong>do</strong>s quatro animais, ca<strong>da</strong> animalconsumin<strong>do</strong> uma “ração tratamento” durante to<strong>do</strong> perío<strong>do</strong>.No final de ca<strong>da</strong> perío<strong>do</strong>, os mesmos animais foram pesa<strong>do</strong>s, e feito novo sorteiopara redistribuição nas gaiolas metabólicas e oferecimento de nova “ração tratamento”, parao novo perío<strong>do</strong> de a<strong>da</strong>ptação ao novo substrato e conseqüentemente novo perío<strong>do</strong> decolheita de <strong>da</strong><strong>do</strong>s.Foram utiliza<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is lotes de quatro animais. Ca<strong>da</strong> lote foi utiliza<strong>do</strong> durante trêsperío<strong>do</strong>s de 19 dias, sen<strong>do</strong> feito novo sorteio no final de ca<strong>da</strong> perío<strong>do</strong>, e nova distribuição<strong>do</strong>s animais nas gaiolas de metabolismo para fornecimento <strong>do</strong>s novos alimentos.3.1.4. Dietas estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s e planejamento alimentarAs dietas forneci<strong>da</strong>s aos animais foram isoproteicas, formula<strong>da</strong>s a base de farelo desoja, grão de milho tritura<strong>do</strong>, torta de algodão, e diferentes níveis de farelo de coco noconcentra<strong>do</strong>. Como volumoso foi administra<strong>do</strong> 40% de feno de Tifton 85 (quadro 1). Ostratamentos receberam níveis diferentes de farelo de coco no concentra<strong>do</strong> de acor<strong>do</strong> com oseguinte esquema:T1: Torta de algodão, farelo de soja, grão de milho tritura<strong>do</strong>, feno de tifton.T2: Torta de algodão, farelo de soja, grão de milho tritura<strong>do</strong>, feno de tifton e 6% farelo decôco;34


T3: Torta de algodão, farelo de soja, grão de milho tritura<strong>do</strong>, feno de tifton, 12% farelo decôco;T4: Torta de algodão, farelo de soja, grão de milho tritura<strong>do</strong>, feno de tifton, 18% farelo decoco;Tabela 1. Composição percentual e bromatológica <strong>da</strong>s dietas experimentais com diferentesníveis de farelo de coco.Ingredientes (%)Níveis de <strong>inclusão</strong> <strong>do</strong> farelo de coco (%)0 6 12 18Feno de tifton 40,00 40,00 40,00 40,00Torta de algodão 5,00 5,00 5,00 5,00Milho tritura<strong>do</strong> 33,30 28,60 24,00 19,53Farelo de soja 21,70 20,42 19,00 17,47Farelo de coco 0,00 6,00 12,00 18,00Total 100 100 100 100Composição química*Matéria seca (MS) 90,57 90,20 89,77 90,27Matéria Orgânica (MO) 94,84 94,82 94,65 95,04Proteína Bruta (PB) 16,28 16,41 16,59 16,75Extrato Etéreo (EE) 2,77 3,73 3,51 5,39Fibra em detergente neutro (FDN) 57,00 51,17 52,49 48,18Fibra em detergente áci<strong>do</strong> (FDA) 21,92 18,82 19,53 18,94Carboidratos totais (CHOT) 75,79 74,68 74,55 72,90Carboidratos não fibrosos (CNF) 18,79 23,51 22,06 24,72Lignina 3,89 6,73 5,56 5,94Matéria Mineral 5,16 5,18 5,35 4,96Energia Bruta (EB) 4018 4138 4139 4199*Valores expressos com base na matéria seca35


Tabela 2. Composição <strong>do</strong>s ingredientes <strong>da</strong>s rações experimentais:NutrientesINREDIENTESFeno de Tifton Farelo de coco F. Milho Farelo soja T. algodãoMS 93,36 88,26 90,45 89,16 93,34MO 92,15 94,51 98,01 92,75 95,08MM 7,85 5,49 1,99 7,25 4,92PB 7,42 17,38 8,67 47,03 25,77EE 1,65 24,13 4,27 2,70 9,60CHOT 83,08 76,36 81,78 44,96 59,64CNF 4,94 - 65,45 28,61 5,33EB 4.233 4.791 3,69 - 2,83NDT - 83,98 78,98 -FDN 78,14 - 16,33 16,35 54,31FDA 41,96 - 3,07 11,38 31,62LIG 9,00 - 0,56 1,07 4,18HEM 36,18 - 4,62 5,00 22,69CEL 32,96 - 2,51 10,31 27,44NIDA 0,08 - - - -PIDA 0,05 - - - -NIDN 0,43 - - - -PIDN 2,69 - - - -Durante to<strong>do</strong> perío<strong>do</strong> de confinamento nas gaiolas metabólicas, os animaisreceberam água e sal comercial específico para ovinos à vontade. Durante a fase dea<strong>da</strong>ptação, efetuou-se o ajuste <strong>da</strong> oferta, proporcionan<strong>do</strong> 10% de sobras para to<strong>do</strong>s osanimais.O perío<strong>do</strong> de coleta teve duração de cinco dias, utilizan<strong>do</strong>-se o sistema de coleta totalde fezes. Diariamente as rações eram pesa<strong>da</strong>s com base no consumo <strong>do</strong> dia anterior3.1.5. Consumo de nutrientes36


Para cálculo <strong>do</strong> consumo de nutrientes: matéria seca (MS), energia metabolizável(EM), proteína bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN), em ca<strong>da</strong> perío<strong>do</strong>experimental, a quanti<strong>da</strong>de de ração ofereci<strong>da</strong> foi pesa<strong>da</strong> e registra<strong>da</strong>, bem como a <strong>da</strong>ssobras, cujo ajuste foi realiza<strong>do</strong> diariamente para permitir 10% <strong>da</strong>s sobras. Foram coleta<strong>da</strong>samostras <strong>da</strong>s rações, por perío<strong>do</strong>, e <strong>da</strong>s sobras diariamente, forman<strong>do</strong> durante o perío<strong>do</strong>experimental amostras compostas utilizan<strong>do</strong> 10% <strong>do</strong> material rejeita<strong>do</strong>, as quais foram présecasem estufa com circulação força<strong>da</strong> a 55° C durante o perío<strong>do</strong> de 72 horas e moí<strong>da</strong>s emmoinho tipo Willey com peneira de malha de um mm, para posteriores determinações deMS, EM, PB, MO, MM, EE e LIG, segun<strong>do</strong> meto<strong>do</strong>logia proposta pela AOAC (2005). Adeterminação <strong>da</strong> FDA foi realiza<strong>da</strong> segun<strong>do</strong> meto<strong>do</strong>logia proposta por Van Soest et al.(1991). O cálculo <strong>da</strong> energia metabolizável foi realiza<strong>do</strong> com base em 82% <strong>da</strong> energiadigestível.A composição <strong>da</strong> dieta efetivamente consumi<strong>da</strong> pelos animais foi calcula<strong>da</strong> a partir<strong>do</strong> consumo voluntário de ca<strong>da</strong> nutriente <strong>da</strong> dieta, dividi<strong>do</strong> pela matéria seca consumi<strong>da</strong> emultiplica<strong>do</strong> por 100.3.1.6 Análises LaboratoriaisAs análises <strong>da</strong> composição químico-bromatológica <strong>da</strong>s amostras compostas <strong>do</strong>alimento ofereci<strong>do</strong>, sobras e fezes foram realiza<strong>da</strong>s no laboratório de nutrição animal <strong>do</strong>Departamento de Ciências Animais <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal Rural <strong>do</strong> Semi-Ári<strong>do</strong> e peloLaboratório de Nutrição Animal <strong>do</strong> Departamento de Agropecuária <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal<strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Norte. Para determinação <strong>da</strong> matéria seca (MS), matéria orgânica (MO),matéria mineral (MM), extrato etéreo (EE), proteína bruta (PB), utilizou-se a meto<strong>do</strong>logiadescrita por Silva e Queiroz (2002). As determinações de fibra em detergente neutro (FDN),fibra em detergente áci<strong>do</strong> (FDA) e lignina (LDA) <strong>do</strong> alimento, foram realiza<strong>da</strong>s utilizan<strong>do</strong>aparelho “Ankon technology Corporation” de acor<strong>do</strong> com o méto<strong>do</strong> descrito por Van Soest(1981). A energia bruta foi determina<strong>da</strong> através de bomba calorimétrica tipo PARR. Acelulose (CEL) e hemicelulose (HEM) foram determina<strong>da</strong>s por diferença. A energiadigestível (ED) foi calcula<strong>da</strong> a partir <strong>do</strong> Coeficiente de Digestibili<strong>da</strong>de Aparente <strong>da</strong> energiae a concentração de EM foi considera<strong>da</strong> 82% <strong>da</strong> ED.Os valores referentes a carboidratos totais (CHOT) foram obti<strong>do</strong>s por intermédio <strong>da</strong>equação: 100 - (PB% + EE% + MM%). O consumo de nutrientes digestíveis totais (NDT)foi obti<strong>do</strong> conforme recomen<strong>da</strong>ções de Sniffen et al. (1992). Os carboidratos não-fibrosos37


(CNF) pela diferença entre CHOT e %FDN. A Energia Bruta (Kcal/kg MS) foi determina<strong>da</strong>em bomba calorimétrica tipo PARR.As análises químico-bromatológicas foram realiza<strong>da</strong>s visan<strong>do</strong> quantificar o valornutritivo de ca<strong>da</strong> alimento. As amostras foram moí<strong>da</strong>s e acondiciona<strong>da</strong>s em frascos de vidroe posteriormente, determinaram-se os teores <strong>do</strong>s parâmetros propostos (Tabela 1).Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s para consumo de matéria seca, matéria orgânica, extrato etéreo, proteínabruta e <strong>do</strong>s componentes fibrosos <strong>da</strong>s rações, foram obti<strong>do</strong>s através <strong>do</strong>s registros <strong>do</strong>alimento ofereci<strong>do</strong> e <strong>da</strong>s sobras e <strong>da</strong> colheita de amostras <strong>da</strong> dieta e sobras, realiza<strong>da</strong>sdurante os cinco últimos dias de ca<strong>da</strong> perío<strong>do</strong> experimental. As sobras de alimentos forampesa<strong>da</strong>s pela manhã em sua totali<strong>da</strong>de, sen<strong>do</strong> 10% amostra<strong>do</strong>s. Ao serem colhi<strong>da</strong>s, foramacondiciona<strong>da</strong>s em sacos plásticos com as devi<strong>da</strong>s identificações <strong>do</strong>s animais, tratamentos eperío<strong>do</strong> de colheita. As amostras de fezes e urina foram conserva<strong>da</strong>s em refrigera<strong>do</strong>r, emrecipientes hermeticamente fecha<strong>do</strong>s, e ao final de ca<strong>da</strong> perío<strong>do</strong>, foram homogeneiza<strong>da</strong>s eretira<strong>da</strong>s amostras composta de aproxima<strong>da</strong>mente 400g para ca<strong>da</strong> animal e leva<strong>da</strong>s aolaboratório de nutrição animal para determinação <strong>da</strong>s analises laboratoriais.38


4. RESULTADOS E DISCUSSÃOHouve diferença significativa em relação aos consumos de MS, MO, PB, EE, FDA,FDN, CHOT, CC, HEM, NDT e CNF. Os resulta<strong>do</strong>s referentes aos consumos <strong>do</strong>s nutrientespodem ser observa<strong>do</strong>s na Tabela 4.De acor<strong>do</strong> com Noller et al. (1996), o consumo é o fator mais importante nadeterminação <strong>do</strong> desempenho <strong>do</strong> animal, pois é o ponto determinante <strong>do</strong> ingresso denutrientes, principalmente energia e proteína, necessárias ao atendimento <strong>da</strong>s exigênciasnutricionais, principalmente de mantença e produção.Foram determina<strong>do</strong>s consumo médio diário de MS em g/animal/dia, CMS em %PV,CMS em UTM. O CMS em g/animal/dia variou entre 887,47 e 959,25 g/animal/dia ,destacan<strong>do</strong>-se o tratamento que incluiu 6% <strong>do</strong> subproduto <strong>do</strong> coco que apresentou maiorconsumo/animal/dia. Os valores observa<strong>do</strong>s para CMS em %PV (Figura 6) e CMS UTM(Figura 7) comportaram-se <strong>da</strong> mesma forma, destacan<strong>do</strong>-se o tratamento com 6% de<strong>inclusão</strong> como sen<strong>do</strong> o melhor resulta<strong>do</strong>.Reduções de consumo podem ocorrer em função de o<strong>do</strong>res ou gostos desagradáveis.Efeitos digestivos sobre a taxa de passagem também podem influenciar o consumo e devemser melhor estu<strong>da</strong><strong>do</strong>s. A regulação <strong>do</strong> consumo de matéria seca pode ser feita pela ingestãode energia pelo animal. De acor<strong>do</strong> com Montar<strong>do</strong> (1998), existem principalmente trêsfatores que podem influenciar o consumo de alimentos: 1º - A quanti<strong>da</strong>de de nutrientes,particularmente energia; 2º - A repleção <strong>do</strong> aparelho digestivo; 3º - A Temperatura <strong>do</strong> meioambiente.O consumo de matéria seca, foi significativamente (P


sangue, e o <strong>efeito</strong> térmico, sen<strong>do</strong> o hipotálamo sen<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s responsáveis pela regulação <strong>da</strong>temperatura corporal, sen<strong>do</strong> a baixa temperatura estimulante de apetite.Gurgel et al. (1992), trabalhan<strong>do</strong> com ovinos Mora<strong>da</strong> Nova alimenta<strong>do</strong>s com feno deLeucena e capim-elefante, encontraram CMS de 775 g/animal/dia, sen<strong>do</strong> este consumoquase 20% menor que a média deste trabalho (962,03). De acor<strong>do</strong> com Camurça et al.(2002), é provável que o fato de trabalhar com dietas conten<strong>do</strong> apenas volumoso, justifiqueos baixos índices <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> trabalho. Resende (1994) utilizan<strong>do</strong> dietas de baixa quali<strong>da</strong>de,observou que a ingestão de MS aumentou com o incremento <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> rúmen <strong>do</strong>sanimais. Entretanto, não encontraram tal relação em dietas de alta quali<strong>da</strong>de, visto que,animais maiores apresentam maior capaci<strong>da</strong>de de ingestão de dietas de baixa quali<strong>da</strong>de. Éváli<strong>do</strong> ain<strong>da</strong>, que a ingestão alimentar é também controla<strong>da</strong> pela habili<strong>da</strong>de <strong>do</strong> animal emreduzir o volume <strong>do</strong> alimento por meio <strong>da</strong> ruminação, com redução <strong>do</strong> tamanho <strong>da</strong> partícula,facilitan<strong>do</strong> a passagem <strong>do</strong> alimento pelo trato digestivo.Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por Cassi<strong>da</strong> et al (1994), ao fornecer diferentes proporçõesvolumoso:concentra<strong>do</strong>s a ovinos em mantença, observaram que o aumento <strong>da</strong> proporção deconcentra<strong>do</strong> na dieta influenciou linearmente o consumo de MS (922 a 1359 g/dia). JáGonzaga Neto (1999) estu<strong>da</strong>n<strong>do</strong> a adição <strong>do</strong> feno de catingueira na dieta para ovinos,observou comportamento linear decrescente nos consumos de MS, MO e FDN, ocorren<strong>do</strong>uma limitação, que pode ter ocorri<strong>do</strong> em função <strong>do</strong>s maiores níveis de tanino nas dietasestu<strong>da</strong><strong>da</strong>s.De acor<strong>do</strong> com o NRC (2001), o conhecimento <strong>da</strong> ingestão de MS pelos animais éde grande importância na formulação <strong>da</strong>s dietas para prevenir um super ou subfornecimentode nutrientes e promover um uso eficiente <strong>do</strong>s mesmos. A subalimentação restringe aprodução e pode afetar a saúde animal. Por outro la<strong>do</strong>, a superalimentação aumenta oscustos alimentares e também podem causar <strong>efeito</strong>s negativos na saúde animal.Observou-se <strong>efeito</strong> significativo <strong>do</strong>s tratamentos sobre o consumo de matériaorgânica pelos animais (CMO). O maior consumo se deu ao nível de 6% de coco e o menorcom 18%, a exemplo <strong>do</strong> CMS. O CMO acresceu de 897,75 g/animal/dia para 915,75g/animal/dia, de 0 a 6%, decrescen<strong>do</strong> na ordem de 1,0700 por cento para ca<strong>da</strong> uni<strong>da</strong>depercentual de coco acresci<strong>do</strong> na ração.Este comportamento pode ser observa<strong>do</strong> na figura 8com o coeficiente de determinação de 87%.Os consumos de proteína bruta (CPB) expressos em g/animal/dia, <strong>do</strong>s animaisalimenta<strong>do</strong>s com as diferentes dietas foram: 158,50 (0%), 187,17 (6%), 179,62 (12%) e165,48 (18%) e podem ser vistos na Tabela 3. O teor de proteína bruta <strong>da</strong> dieta é um <strong>do</strong>s40


fatores que pode afetar o consumo de matéria seca, que abaixo de 7% reduz a digestão <strong>da</strong>sfibras, restringe a ingestão voluntária e, consequentemente, o consumo de energia pelocomprometimento <strong>da</strong> função ruminal, decrescen<strong>do</strong> a eficiência de utilização <strong>do</strong> alimento.(MEHEREZ E ORSKOV, 1978).Os valores obti<strong>do</strong>s neste trabalho, estão dentro <strong>do</strong> recomen<strong>da</strong><strong>do</strong> pelo NRC (1985) de143 g/dia, resulta<strong>do</strong>s superiores aos obti<strong>do</strong>s por Araújo et al. (2004), 79 g/dia, o que eleexplica pelo menor consumo de MS verifica<strong>do</strong> em relação às determinações <strong>do</strong> referi<strong>do</strong>conselho.Foi observa<strong>da</strong> diferença (P


Tabela 3 – Consumos <strong>do</strong>s nutrientes e suas respectivas equações de regressãoajusta<strong>da</strong>s em função <strong>da</strong> porcentagem de farelo de coco adiciona<strong>do</strong>.Farelo de CocoVariáveisNíveis de <strong>inclusão</strong> (%)Equações r 2 /R 20 6 12 18ConsumoMS (g/dia) 994,93 1006,47 959,25 887,47 Y = 996,64 + 4,255X – 0,5786X 2 -PB (g/dia) 158,50 187,17 179,62 165,48 Y = 160,248 + 5,1355X – 0,284583X 2 0,87EE (g/dia) 26,80 29,71 37,10 44,34 Y=34,48 0,79MO (g/dia) 893,75 915,75 824,34 692,20 Y = 897,3915 + 7,6594167X – 1,070069X 2 0,87FDN (g/dia) 526,77 482,42 458,57 356,68 Y=521,84-1,7084X-0,3996X 2FDA (g/dia) 197,89 171,54 162,02 132,95 Y = 196,758 – 3,4061667X 0,97HEMC (g/dia) 328,88 310,88 296,55 216,60 Y = 325,106 + 2,34266667X – 0,4719444X 2 0,96CEL (g/dia) 163,95 107,57 114,66 88,44 Y = 162,987+1,8171X – 23,8999X 0,5 0,91CC (g/dia) 415,50 482,93 416,36 370,66 Y = 416,635559 + 19,955396X – 72,200201X 2 0,94CNF (g/dia) 203,66 232,70 190,92 176,72 Y=201,00 0,79NDT (g/dia) 711,60 721,59 652,10 586,93 Y = 715,69 + 2,0975X – 0,52652778X 2 0,97CHOT (g/dia) 700,52 716,13 647,51 526,79 Y = 701,8085 + 7,5114167X – 0,96145833X 2 0,99LIG (g/dia) 33,94 63,97 46,82 44,19 - -Os ruminantes não toleram altos níveis de gordura na dieta, tanto que a grandemaioria <strong>da</strong>s plantas, que são as principais fontes <strong>da</strong> alimentação desses animais, é pobre emlipídeos apresentan<strong>do</strong> teor médio ao re<strong>do</strong>r de 4% na matéria seca. A suplementação <strong>da</strong> dietacom lipídeos pode promover <strong>efeito</strong>s negativos sobre a nutrição <strong>do</strong> animal com diminuição<strong>da</strong> ingestão alimentar e <strong>da</strong> digestibili<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s nutrientes, devi<strong>do</strong> a modificações na digestãoe hidrogenação <strong>do</strong>s áci<strong>do</strong>s graxos no rúmen ou promover <strong>efeito</strong>s positivos com a redução <strong>da</strong>produção de metano com conseqüente melhoria na eficiência de utilização <strong>da</strong> energia peloanimal e na redução <strong>da</strong> liberação <strong>do</strong> gás metano ao meioambiente.(www.revistarural.com.br)A utilização de alimentos fibrosos tem si<strong>do</strong> amplamente utiliza<strong>do</strong> na alimentação deruminantes, esses alimentos são basicamente fonte de energia para esta espécie. Essa energiavem <strong>do</strong>s carboidratos estruturais, quais sejam, a celulose, a hemicelulose e, dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong>material, pequenas substancias pécticas.(Silva, 1984). A hemicelulose e a celulose sãofermenta<strong>da</strong>s pelos microrganismos <strong>do</strong> rúmen com relativa facili<strong>da</strong>de, to<strong>da</strong>via, à medi<strong>da</strong> queaumenta o teor de lignina e ela forma complexo com esses carboidratos, o grau defermentação reduz-se.A fibra em dietas ricas em volumoso promove a distensão física <strong>do</strong> rúmen sen<strong>do</strong> oprincipal fator limitante no controle <strong>da</strong> ingestão voluntária, enquanto animais com42


alimentação alta em concentra<strong>do</strong> o controle se faz pelo nível de ingestão energética <strong>da</strong>ração. A fibra em detergente neutro (FDN) que consiste primariamente <strong>do</strong>s componentes <strong>da</strong>parede celular <strong>da</strong>s plantas, incluin<strong>do</strong> os carboidratos complexos (celulose e hemicelulose)juntamente com a lignina alguma proteína insolúvel e sílica é um indicativo melhor para aestimativa <strong>do</strong> potencial de consumo <strong>do</strong>s alimentos pelos ruminantes <strong>do</strong> que a fibra bruta(FB) ou fibra em detergente áci<strong>do</strong> (FDA) que compreende apenas a celulose e a lígnina. Oteor de hemicelulose varia de 14-25% <strong>da</strong> matéria seca de gramíneas. A concentração deFDN nas forragens é inversamente relaciona<strong>da</strong> com a ingestão de matéria seca pelo animal,ou seja, quanto maior for o teor de FDN menor será o consumo total. Além disso, agranulometria (tipo de moagem) <strong>do</strong> alimento forneci<strong>do</strong> também influencia o consumo equanto menor for o tamanho <strong>da</strong>s partículas forneci<strong>do</strong> maior será a ingestão, já que haverámenor tempo de retenção <strong>da</strong> fibra no rúmen. A concentração de FDN varia também com aespécie de planta, estágio de desenvolvimento, condições climáticas e outros fatores.(www.revistarural.com.br)Os valores obti<strong>do</strong>s para os consumos de hemicelulose, quan<strong>do</strong> submeti<strong>do</strong>s a análisede regressão, tiveram comportamento quadrático decrescente (figura 12) , onde o maiorconsumo foi observa<strong>do</strong> no tratamento testemunha, com 0% <strong>do</strong> subproduto (Tabela 4). Paraca<strong>da</strong> ponto percentual de farelo de coco incluso na dieta, houve diminuição de 0,47% noconsumo <strong>da</strong> hemicelulose. De acor<strong>do</strong> com Van Soest (1994), forragens com altos níveis defibra, permanecem por mais tempo no trato gastrintestinal, geran<strong>do</strong> menor consumovoluntário, entretanto, este não foi o caso, pois a medi<strong>da</strong> que se aumentou o nível de farelode coco, houve decréscimo nos teores de fibra.Teixeira e Borges (2005), não encontraram diferença significativa no consumo <strong>da</strong>hemicelulose quan<strong>do</strong> incluíram níveis crescentes de caroço de algodão ao feno de Braquiárianas dietas para ovinos, observan<strong>do</strong> apenas um pequena diferença no tratamento controle(0% de caroço de algodão) e atribuiu ao fato a explicação de que a hemicelulose <strong>do</strong> caroçode algodão deve ser mais digestível que a hemicelulose <strong>do</strong> feno ofereci<strong>do</strong>, justifican<strong>do</strong> assimo comportamento <strong>da</strong> curva mostra<strong>da</strong> na figura 12 <strong>do</strong> presente estu<strong>do</strong>, onde observa-se umadiminuição à medi<strong>da</strong> que se inclui o farelo de coco na dieta. Provavelmente, a hemicelulose<strong>do</strong> coco deve ser mais digestível <strong>do</strong> que a <strong>do</strong> feno oferta<strong>do</strong>, causan<strong>do</strong> que<strong>da</strong> no consumo <strong>da</strong>fibra.Os valores obti<strong>do</strong>s para os consumos de FDA, diminuíram, para ca<strong>da</strong> pontopercentual <strong>da</strong> dieta inclusa, 3,40 % para ca<strong>da</strong> ponto percentual acresci<strong>do</strong> na ração, de acor<strong>do</strong>com a equação de regressão (Y = 196,758 – 3,4061667X).43


Ítavo et al. (2002), testan<strong>do</strong> vários níveis de concentra<strong>do</strong>s na dieta de novilhos,observou comportamento semelhante a este, quan<strong>do</strong> analisou o consumo de FDA, ondeconstatou diminuição linear a medi<strong>da</strong> que aumentou a <strong>inclusão</strong> de concentra<strong>do</strong>s.Em relação o consumo de celulose, observou-se diferença significativa, onde observou-seque para ca<strong>da</strong> ponto percentual de subproduto incluso na dieta, houve diminuição nadigestão <strong>da</strong> celulose de acor<strong>do</strong> com a equação ajusta<strong>da</strong> pela análise de regressão(Y=162,987+1,8171X – 23,8999X 0,5 ). Observa-se na figura 13, uma diminuição maior entreos níveis 0 e 6%. Tal fato pode ser explica<strong>do</strong> pelos <strong>efeito</strong>s negativos <strong>da</strong> suplementação com“óleos” sobre o crescimento de protozoários e bactérias celulolíticas.Hatfield (1991) cita<strong>do</strong> por Teixeira e Borges (2005), afirmou que a celulosepossui graus de cristalini<strong>da</strong>de na sua estrutura, os quais afetam a taxa de degra<strong>da</strong>ção pelosmicroorganismos <strong>do</strong> rúmen, limitan<strong>do</strong> o acesso <strong>da</strong> enzima fibrolítica à parede celular,indican<strong>do</strong> assim, a possível existência de componentes importantes <strong>da</strong> parede celular ouinterações diretas ou media<strong>da</strong>s por ligações que pudessem favorecer ou dificultar adegra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> celulose, refletin<strong>do</strong> assim, no consumo <strong>da</strong> mesma.Norton (1984) cita que, para o ruminante, o conteú<strong>do</strong> celular apresenta geralmentemaior digestibili<strong>da</strong>de que as frações <strong>da</strong> parede celular. Tal fato pode explicar ocomportamento ascendente nos valores para consumo <strong>do</strong> CC <strong>da</strong>s dietas pelos animais,quanto mais digestível, maior o consumo.Houve diferença significativa (P


comportamento quadrático decrescente (figura 14), ou seja, a medi<strong>da</strong> que foi feita a <strong>inclusão</strong><strong>do</strong> farelo de coco, o consumo de NDT caiu. Ítavo et al. (2002), observou que a adição deconcentra<strong>do</strong>s ( farelo de soja, fubá de milho) na dieta não influenciou o consumo de NDTpelos animais.Consumo de MS (g.dia -1 )102010009809609409209008808600 3 6 9 12 15 18Níveis de coco (%)Figura 1 – Efeito <strong>do</strong>s níveis de farelo de coco sobre oconsumo de matéria seca g.dia de acor<strong>do</strong> com a equação (Y =996,64 + 4,255X – 0,5786X 2 )Consumo MS PV (%)5432100 3 6 9 12 15 18Níveis de coco (%)Figura 2 – Efeito <strong>do</strong>s níveis de farelo de coco sobre o consumo dematéria seca como porcentagem de peso vivo de acor<strong>do</strong> com aequação (Y= 3,5345+0,1016-0,0063X 2 )45


Consumo MS UTM (PV 0,75 )10090807060504030201000 3 6 9 12 15 18Níveis de coco (%)Figura 3 – Efeito <strong>do</strong>s níveis de farelo de coco sobre o consumode matéria seca por uni<strong>da</strong>de de tamanho metabólico de acor<strong>do</strong>com a equação (Y= 81,673+1,1755X-0,089X 2 )Consumo de Matéria Organica(g.dia)1250100075050025000 3 6 9 12 15 18Níveis de coco (%)Figura 4 – Efeito <strong>do</strong>s níveis de farelo de coco sobre o consumodiário de matéria orgânica g.dia de acor<strong>do</strong> com a equação (Y=897,3915+7,6594X-1,0700X 2 )46


Consumo de Proteína Bruta (g.dia)1981921861801741681621561500 3 6 9 12 15 18Níveis de coco (%)Figura 5 – Efeito <strong>do</strong>s níveis de farelo de coco sobre o consumodiário de proteína bruta g.dia de acor<strong>do</strong> com a equação (Y=160,248+5,3155X-0,5846X 2 )Consumo de FDA (g.dia)2502001501005000 3 6 9 12 15 18Níveis de coco (%)Figura 6 – Efeito <strong>do</strong>s níveis de farelo de coco sobre o consumodiário de Fibra em Detergente Áci<strong>do</strong> em g.dia de acor<strong>do</strong> com aequação (Y = 196,758 – 3,4061667X)47


Consumo de ExtratoEtéreo(g.dia)504030201000 6 12 18Níveis de coco (%)Figura 7 – Efeito <strong>do</strong>s níveis de farelo de coco sobre oconsumo diário de Extrato Etéreo (g.dia)Consumo de Hemicelulose(g.dia)40030020010000 3 6 9 12 15 18Níveis de coco (%)Figura 8 – Efeito <strong>do</strong>s níveis de farelo de coco sobre o consumodiário de Hemicelulose de acor<strong>do</strong> com a equação (Y = 325,106 +2,34266667X – 0,4719444X 2 )48


200Consumo CELg.dia1501005000 3 6 9 12 15 18Níveis de coco (%)Figura 9 – Efeito <strong>do</strong>s níveis de farelo de coco sobre o consumodiário de Celulose de acor<strong>do</strong> com a equação (Y =162,987+1,8171X – 23,8999X 0,5 )Consumo NDT g.dia8007507006506005505004500 3 6 9 12 15 18Níveis de coco (%)Figura 10 – Efeito <strong>do</strong>s níveis de farelo de coco sobre o consumodiário de NDT de acor<strong>do</strong> com a equação (Y = 715,69 + 2,0975X– 0,52652778X 2 )49


Consumo CHOTg.dia7606806005204403602802000 3 6 9 12 15 18Níveis de coco (%)Figura 11 - Efeito <strong>do</strong>s níveis de farelo de coco sobre oconsumo diário de CHOT de acor<strong>do</strong> com a equação (Y =701,8085 + 7,5114167X – 0,96145833X 2 )600Consumo CC g.dia50040030020010000 3 6 9 12 15 18Níveis de coco (%)Figura 12 - Efeito <strong>do</strong>s níveis de farelo de coco sobre oconsumo diário de CC de acor<strong>do</strong> com a equação (Y =416,635559 + 19,955396X – 72,200201X 2 ).50


5. CONCLUSÕESOs níveis crescentes de farelo de coco influenciaram o consumo <strong>da</strong>s dietas pelosanimais, em virtude <strong>da</strong> grande quanti<strong>da</strong>de de óleo, afetan<strong>do</strong> a digestão e consequentementeo consumo pelos animas.51


CAPÍTULO IIIAvaliação <strong>da</strong> digestibili<strong>da</strong>de de nutrientes, em ovinos, alimenta<strong>do</strong>s com dietasconten<strong>do</strong> níveis crescentes de <strong>inclusão</strong> <strong>do</strong> farelo de coco.RESUMOA maneira mais eficaz de comprovação <strong>do</strong> valor alimentar é através <strong>da</strong> determinação <strong>da</strong>digestibili<strong>da</strong>de de seus nutrientes, pois dela, provem a capaci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> animal em manter suasfunções vitais, necessi<strong>da</strong>des energéticas e formação <strong>do</strong>s produtos afins. Este estu<strong>do</strong> foirealiza<strong>do</strong> com o objetivo de avaliar a digestibili<strong>da</strong>de de nutrientes por ovinos alimenta<strong>do</strong>scom dietas com níveis crescentes de farelo de coco, enfatizan<strong>do</strong> a utilização destesubproduto na alimentação de ruminantes. Foram utiliza<strong>do</strong>s oito ovinos machos com i<strong>da</strong>deentre seis e dez meses, instala<strong>do</strong>s em gaiolas de metabolismo, com água a vontade ealimenta<strong>do</strong>s com as dietas experimentais com diferentes níveis de farelo de coco (0,0; 6,0;12,0; 18,0%). O planejamento estatístico foi em blocos casualiza<strong>do</strong>s e as análises estatísticascom as respectivas equações de regressão foram feitas pelo programa SISVAR 3.0. Nãohouve diferença significativa (P>0,05%) quanto aos coeficientes de digestibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>matéria seca (MS), proteína bruta (PB), matéria orgânica (MO), energia, hemicelulose(HEM), conteú<strong>do</strong> celular (CC), carboidratos não fibrosos (CNF) e nutrientes digestíveistotais (NDT). Em relação ao coeficiente de digestibili<strong>da</strong>de <strong>do</strong> extrato etéreo (EE), à medi<strong>da</strong>que se incluiu o subproduto na ração aumentou a digestibili<strong>da</strong>de deste parâmetro. Oscoeficientes de digestibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> FDN e FDA decresceram à medi<strong>da</strong> que se fez a <strong>inclusão</strong><strong>do</strong> subproduto <strong>do</strong> coco. A <strong>inclusão</strong> afetou negativamente a digestibili<strong>da</strong>de.Palavras chaves: Digestibili<strong>da</strong>de, subproduto, farelo de coco.ABSTRACTThe most effective way of proof the alimentary value is through the digestibilitydetermination of their nutrients, because that we can prove the capacity of the animal inmaintaining their vital functions, energy needs and formation of the similar products. Thisstudy was accomplished with the objective of evaluating the digestibili<strong>da</strong>de coefficient ofnutrients by sheep, fed diet with increasing levels of coconut crumb, emphasizing the use ofthis by-product in the feeding for ruminant. Eight male sheep were used between six and tenmonths old, installed in metabolism cages, with water and fed with rations with differentlevels of coconut crumb (0,0; 6,0; 12,0; 18,0%). The statistical planning was in ran<strong>do</strong>mizedblocks and the statistical analyses with the respective equations were <strong>do</strong>ne by the SISVAR3.0 program. There was not significant difference (P>0,05%) in digestibility coefficients ofdry matter (DM), crude protein (CB), organic matter (OM), energy, hemicelulose (HEM),cellular content (CC), no fibrous carbohydrates (NFC) and total digestible nutrient (TND).In relation to digestibility coefficient of ether extract (EE), as the by-product was included inthe ration, increased the digestibility coeficient of this parameter. The digestibilitycoefficients of ADF and NDF decreased as it was made the inclusion of the by-product ofthe coconut. The inclusion affected the digestibility coefficient negatively.Key words: Digestibility, by-product, coconut crumb.52


1. INTRODUÇÃOCom o aumento <strong>da</strong> competitivi<strong>da</strong>de na ativi<strong>da</strong>de pecuária e a crescente elevação <strong>do</strong>scustos <strong>do</strong>s insumos, especialmente na alimentação animal, a ca<strong>da</strong> dia vem crescen<strong>do</strong> anecessi<strong>da</strong>de de encontrar alternativas para substituição parcial ou total de alimentosconcentra<strong>do</strong>s tradicionalmente utiliza<strong>do</strong>s, como milho e soja, por outros com custosmelhores. (SILVA, 2006). A utilização de alimentos alternativos na dieta animal tem comoprincipais objetivos reduzir os custos e incrementar a produtivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de. Destaforma, os mais diversos tipos de resíduo ou subprodutos agro-industriais quan<strong>do</strong>emprega<strong>do</strong>s de forma racional podem contribuir para tanto.O crescimento <strong>da</strong> agroindústria tem gera<strong>do</strong> grande quanti<strong>da</strong>de de resíduos, que sem odestino adequa<strong>do</strong>, pode gerar um grande problema ambiental. Alia<strong>do</strong> a isso, os rebanhos temperdi<strong>do</strong> muito em relação à produtivi<strong>da</strong>de nas épocas em que se observa escassez de chuvas.A utilização de subprodutos <strong>da</strong> agroindústria tem se torna<strong>do</strong> uma saí<strong>da</strong> tanto para oscria<strong>do</strong>res quanto para os ambientalistas. Devi<strong>do</strong> à instabili<strong>da</strong>de nos preços <strong>do</strong>s ingredientesque compõem as rações, se impõe a necessi<strong>da</strong>de de avaliar as possibili<strong>da</strong>des de substituir osalimentos convencionais por alternativas de menor custo, de boa quali<strong>da</strong>de e quemantenham o patamar de produção <strong>do</strong>s rebanhos. Desta forma, observa-se o perfil e asparticulari<strong>da</strong>des de ca<strong>da</strong> região, na busca por opções de alimentos de baixo custo, fácil53


aquisição, com regulari<strong>da</strong>de de oferta, valor nutritivo, aceitação pelos animais e presença ounão de fatores tóxicos ( LEITE, 2005)O subproduto <strong>do</strong> coco (SC) tem grande potencial de uso como aditivo para silagenspor sua grande oferta na região, e devi<strong>do</strong> à possibili<strong>da</strong>de de melhorar as característicasquímico-bromatológicas e fermentativas <strong>da</strong> silagem.(AQUINO et al. 2006)A associação <strong>do</strong> farelo de coco com a dificul<strong>da</strong>de na obtenção de ingredientesenergéticos e protéicos, a preços mais competitivos, pode representar uma boa saí<strong>da</strong> para aprodução animal <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Nordeste, que não possuem perfil para a produção deingredientes convencionais. (PASCOAL, 2006).2. REVISÃO DE LITERATURAO sistema digestivo peculiar ao ruminante permite que eles convertamalimento de alta quali<strong>da</strong>de, materiais grosseiros, produtos fibrosos <strong>da</strong>s plantas e subprodutosdiversos que não teriam outra finali<strong>da</strong>de a não ser de voltar para o solo. Em contraste com oestomago <strong>do</strong> homem e com o de outras espécies, o estomago <strong>do</strong> ruminante é relativamentegrande e dividi<strong>do</strong> em compartimentos. No ruminante adulto, o estomago compostocorresponde a 60-70% <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de total <strong>do</strong> aparelho digestivo. É evidente que esse valordepende muito <strong>do</strong> manejo, tipo de alimentação e outros fatores (Silva, 1984). Os trêsprimeiros compartimentos funcionam como uma câmara fermentativa, na qual os alimentosgrosseiros, porção fibrosa <strong>da</strong>s plantas e subprodutos diversos são digeri<strong>do</strong>s, com posteriormetabolização, <strong>da</strong>n<strong>do</strong> origem a alimento de eleva<strong>do</strong> valor nutritivo, como leite e carne(COSTA et al 1996). Desta forma, estes animais exercem importante papel noaproveitamento de resíduos e subprodutos <strong>da</strong> agricultura na sua alimentação, que não seriamde grande utili<strong>da</strong>de para outros fins, fazen<strong>do</strong> com que estes sejam recicla<strong>do</strong>s, além dereduzir a deman<strong>da</strong> por alimentos mais nobres (cereais) volta<strong>do</strong>s à alimentação humana e deoutras espécies animais, como aves e suínos.O processo de digestão nos ruminantes é o resulta<strong>do</strong> de uma seqüência de eventosque ocorrem em diferentes segmentos <strong>do</strong> trato digestório. O local de digestão influencia a54


natureza <strong>do</strong>s produtos finais absorvi<strong>do</strong>s, a extensão <strong>da</strong>s per<strong>da</strong>s ocorri<strong>da</strong>s e a respostaprodutiva <strong>do</strong> animal. Os estu<strong>do</strong>s de digestão parcial <strong>do</strong>s nutrientes <strong>da</strong>s dietas sãoimportantes por permitirem quantificar a utilização <strong>do</strong>s nutrientes nos diferentescompartimentos <strong>do</strong> trato gastrintestinal, facilitan<strong>do</strong> a avaliação <strong>da</strong>s diferenças existentesentre alimentos (VALADARES FILHO, 1987).As exigências em proteína metabolizável <strong>do</strong>s ruminantes são atendi<strong>da</strong>s pela proteínamicrobiana e pela proteína de origem dietética e endógena que escapa <strong>da</strong> fermentaçãoruminal (SILVA & LEÃO, 1979). No entanto, para que animais com alta capaci<strong>da</strong>deprodutiva possam expressar seu potencial genético, é preciso maximizar a eficiência <strong>da</strong>síntese de proteína microbiana, a qual apresenta ótimo perfil em aminoáci<strong>do</strong>s, relativamenteconstante, independentemente <strong>da</strong> dieta forneci<strong>da</strong> (VALADARES FILHO & VALADARES,2001).A energia é o principal nutriente para que os microrganismos apresentemcrescimento máximo. No entanto, a fonte e a quanti<strong>da</strong>de de proteína não devem serdesconsidera<strong>da</strong>s, pois, quan<strong>do</strong> a fermentação <strong>da</strong> proteína e <strong>do</strong>s carboidratos ocorre a umamesma taxa de degra<strong>da</strong>ção, verificam-se a maximização <strong>da</strong> síntese de proteína microbiana eo aumento <strong>da</strong> ingestão de proteína metabolizável, que pode ain<strong>da</strong> ser maximiza<strong>da</strong> pelofornecimento de proteínas de baixa degra<strong>da</strong>bili<strong>da</strong>de, ou de maior escape <strong>da</strong> fermentaçãoruminal, quan<strong>do</strong> estas proteínas apresentam boa biodisponibili<strong>da</strong>de intestinal, processoinfluencia<strong>do</strong> pela taxa de passagem (Martins et al., 1999).De acor<strong>do</strong> com Braga (1996), a composição química está diretamente relaciona<strong>da</strong> aovalor nutritivo <strong>do</strong>s alimentos, sen<strong>do</strong> considera<strong>da</strong> portanto, o primeiro passo para suadeterminação. Entretanto, a maneira mais eficaz de comprovação <strong>do</strong> valor alimentar éatravés <strong>da</strong> determinação <strong>da</strong> digestibili<strong>da</strong>de de seus nutrientes, pois dela provém a capaci<strong>da</strong>de<strong>do</strong> animal em manter suas funções vitais, necessi<strong>da</strong>des energéticas e formação <strong>do</strong>s produtosafins.2.1. Digestibili<strong>da</strong>de in vitroPara determinar quanto de uma ração, alimento, ou princípio alimentar foi digeri<strong>do</strong> eabsorvi<strong>do</strong> (coeficiente de digestibili<strong>da</strong>de) por um animal, é necessário fazer ensaios dedigestibili<strong>da</strong>de, que podem ser tanto ao nível de animal, digestibili<strong>da</strong>de in vivo, quanto aonível de laboratório, digestibili<strong>da</strong>de in vitro, onde se simula em laboratório as mesmas55


eações de digestão <strong>do</strong>s alimentos no aparelho digestivo <strong>do</strong>s animais. Este último ensaiocalcula de forma elementar os coeficientes de digestibili<strong>da</strong>de.De acor<strong>do</strong> com Silva (1981), este méto<strong>do</strong> é mais utiliza<strong>do</strong> para predizer adigestibili<strong>da</strong>de in vivo e consiste em incubar amostras de alimentos junto com o líqui<strong>do</strong>ruminal em tubos de ensaio onde se tenta reproduzir as condições <strong>do</strong> rúmen retículo duranteum perío<strong>do</strong> de 24 a 48 h de fermentação.Galvez e Roselho (1971) citam que para a determinação <strong>da</strong> digestibili<strong>da</strong>de in vitro<strong>da</strong>s proteínas recorre-se a digestão artificial, que consiste em submeter uma amostra dealimento, finamente moí<strong>da</strong> a ação de uma solução de pepsina. O valor <strong>da</strong> proteína digestívelpépsica coincide aproxima<strong>da</strong>mente nos alimentos concentra<strong>do</strong>s com valor de proteínadigestível determina<strong>do</strong> com méto<strong>do</strong>s in vivo. Já para forragens e outros alimentos e outrosalimentos brutos, os coeficientes de digestibili<strong>da</strong>de calcula<strong>do</strong>s são bem maiores que aquelesdetermina<strong>do</strong>s em ensaios com animais. O coeficiente de digestibili<strong>da</strong>de de lipídeos se dá emfunção <strong>da</strong> digestibili<strong>da</strong>de <strong>do</strong> extrato etéreo e pode ser obti<strong>do</strong> por méto<strong>do</strong>s de saponificação<strong>do</strong>s lipídeos. Com relação á fibra, o conteú<strong>do</strong> digestível era obti<strong>do</strong> nos primeiros ensaios,por simulação <strong>da</strong>s condições particulares <strong>do</strong> rúmen, mediante preparação de estômagosartificiais. Porém, os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s neste méto<strong>do</strong> eram bastante diferentes <strong>da</strong>quelesobti<strong>do</strong>s nos méto<strong>do</strong>s in vivo.É de se esperar que os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s nos ensaios in vitro apresentem diferenças<strong>da</strong>queles obti<strong>do</strong>s no ensaios in vivo, já que é impossível reproduzir em laboratório to<strong>da</strong>s asreações digestivas <strong>do</strong> aparelho digestivo animal. Porém, os méto<strong>do</strong>s de digestão in vitro, temsi<strong>do</strong> bastante utiliza<strong>do</strong>s e aperfeiçoa<strong>do</strong>s, para assim ter maior precisão com relação aosresulta<strong>do</strong>s in vivo.2.2. Digestibili<strong>da</strong>de in vivoA determinação <strong>da</strong> digestibili<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s alimentos em ensaios in vivo está basea<strong>da</strong> emcálculos <strong>da</strong> diferença entre o peso <strong>do</strong>s alimentos ingeri<strong>do</strong>s com o peso <strong>da</strong>s excretas, poden<strong>do</strong>ser por forma direta, onde o alimento problema satisfaz as necessi<strong>da</strong>des nutricionais <strong>do</strong>sanimais, ou por méto<strong>do</strong>s indiretos onde o alimento não cobre as necessi<strong>da</strong>des nutritivas <strong>do</strong>animal, e para isso se realiza o experimento com base em uma ração teste e só depois decalcular o seu coeficiente de digestibili<strong>da</strong>de é quan<strong>do</strong> se adiciona esse alimento à ração.Nos experimentos de digestibili<strong>da</strong>de in vivo, obtém-se o valor <strong>da</strong> digestibili<strong>da</strong>deaparente <strong>do</strong>s alimentos haja vista que nas excretas <strong>do</strong>s animais não há apenas oscomponentes indigestível <strong>do</strong>s alimentos, há também escamações celulares <strong>do</strong> tubo56


digestível, <strong>do</strong>s resíduos de secreções glandulares de bactérias. Estas frações influenciambastante na composição <strong>da</strong>s matérias nitrogena<strong>da</strong>s fecais o que torna o valor <strong>da</strong>digestibili<strong>da</strong>de <strong>do</strong> alimento diferente <strong>da</strong> real. Sen<strong>do</strong> necessários, quan<strong>do</strong> possível, cálculosde ajustes (GALVEZ E ROSELHO, 1971).De acor<strong>do</strong> com Ezequiel et. al. (1995), cita<strong>do</strong> por Braga (1996), este méto<strong>do</strong> provocadesconforto nos animais, por permanecerem muito tempo em gaiolas de metabolismo.Nos estu<strong>do</strong>s visan<strong>do</strong> estimar os coeficientes de digestibili<strong>da</strong>de e nutrientesdigestíveis <strong>da</strong>s matérias-primas utilizan<strong>do</strong> o méto<strong>do</strong> de substituição de parte de uma dietareferência com a <strong>inclusão</strong> <strong>do</strong> alimento a ser testa<strong>do</strong> (dieta teste), pequenas variações nasmedi<strong>da</strong>s efetua<strong>da</strong>s sobre as dietas experimentais, podem constituir erros muito grandes(MATTERSON et al., 1965)2.3 Fatores fisiológicos que afetam a digestibili<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s alimentosDiversos são os fatores que podem promover variações significativas nos valoresnutritivos <strong>do</strong>s alimentos em ensaios de digestibili<strong>da</strong>de. Dentre as características queinfluenciam na ingestão voluntária <strong>do</strong>s alimentos e quanti<strong>da</strong>de de fezes excreta<strong>da</strong>s temos anatureza <strong>do</strong>s alimentos, sua veloci<strong>da</strong>de de passagem no aparelho digestivo e esta<strong>do</strong>vegetativo no caso de forragens, e tipo e forma de apresentação <strong>do</strong>s alimentos, além <strong>da</strong>sdiferenças de espécies, raças, esta<strong>do</strong> sanitário e características individuais (ruminantes,monogástricos, etc.) <strong>do</strong>s animais. Tu<strong>do</strong> isso interfere de maneira direta ou indireta noconsumo, digestão, absorção e utilização <strong>do</strong>s alimentos pelos animais. (SCAPINELLO,1984).Silva et al. (2006), avalian<strong>do</strong> níveis crescentes <strong>do</strong> farelo de coco na dieta de ovinos,não observou diferença na digestibili<strong>da</strong>de e explica que essa não observância pode seratribuí<strong>da</strong> a uma compensação de um provável comprometimento <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de ruminal pelaativi<strong>da</strong>de microbiana no intestino grosso, visto que a gordura <strong>do</strong> côco é de eleva<strong>da</strong>digestibili<strong>da</strong>de e seria plenamente absorvi<strong>da</strong> no trato gastrintestinal superior, nãopersistin<strong>do</strong> o <strong>efeito</strong> deletério <strong>da</strong> gordura no trato posterior.57


3. MATERIAL E METODOS3.1. Ensaio de digestibili<strong>da</strong>de <strong>do</strong> farelo de coco3.1.1. Localização e duração <strong>do</strong> experimentoO experimento foi instala<strong>do</strong> e conduzi<strong>do</strong> no Centro Zootécnico “Diogo Paes Leme”,nas dependências <strong>do</strong> Departamento de Ciências Animais <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal Rural <strong>do</strong>Semi-Ári<strong>do</strong>, município de Mossoró-RN, durante o perío<strong>do</strong> de 23 de julho a cinco denovembro de 2007.De acor<strong>do</strong> com Amorim e Carmo Filho (1983), a ci<strong>da</strong>de de Mossoró está localiza<strong>do</strong>em uma região de clima quente e seco, com precipitações médias anuais de 674 mm,temperatura média de 27,40° C e umi<strong>da</strong>de relativa <strong>do</strong> ar em torno de 68,90%, comcoordena<strong>da</strong>s geográficas de 5° 11’ de latitude sul, 37° 20’ de longitude W.Gr., e 18m delatitude. Apresenta clima pre<strong>do</strong>minantemente semi-ári<strong>do</strong>, segun<strong>do</strong> a classificação deKÖPPEN (1936), <strong>do</strong> tipo BSw´h´ seco muito quente, com a estação chuvosa concentra<strong>da</strong>entre o verão e o outono, apresentan<strong>do</strong> uma estação seca de 8 a 9 meses, com regime dechuvas irregulares. A região é <strong>do</strong>mina<strong>da</strong> por caatinga hiperxerófila, mais seca, mais densa ede maior porte arbóreo e arbóreo-arbustivo.O ensaio foi dividi<strong>do</strong> em seis perío<strong>do</strong>s experimentais, os quais tiveram duração de 19dias ca<strong>da</strong>, sen<strong>do</strong> 14 dias para a<strong>da</strong>ptação <strong>do</strong>s animais as novas condições ambientais, manejoe alimentação assim como proporcionar excreção total <strong>do</strong> resíduo <strong>da</strong> alimentação anterior e5 dias de coleta de amostras <strong>do</strong> alimento, sobras, fezes e urina.3.1.2. Planejamento estatísticoUtilizou-se o delineamento experimental em blocos casualiza<strong>do</strong>s com quatrotratamentos: 0, 6, 12, 18% de farelo de coco na ração e seis repetições, sen<strong>do</strong> a uni<strong>da</strong>deexperimental composta por 1 (um) animal. As análises estatísticas foram realiza<strong>da</strong>s com oauxilio <strong>do</strong> programa operacional SISVAR 3.01, pelo qual se submeteram to<strong>do</strong>s os <strong>da</strong><strong>do</strong>s àanálise de variância. Constata<strong>do</strong> <strong>efeito</strong> significativo <strong>do</strong>s parâmetros analisa<strong>do</strong>s, procederamseas análises de regressão polinomial, utilizan<strong>do</strong>-se o programa computacional “TableCurve” (JARDEL SCIENTIFIC, 1991).Para a escolha <strong>da</strong> equação mais adequa<strong>da</strong> a<strong>do</strong>taram-se três critérios: o valor de R 2ajusta<strong>do</strong>, a significância <strong>da</strong> estatística “F” e a significância <strong>do</strong>s parâmetros <strong>da</strong> equação peloteste “t”.58


3.1.3. Animais experimentaisForam utiliza<strong>do</strong>s 08 (oito) animais ovinos SRD machos, com i<strong>da</strong>de entre seis e dezmeses, vacina<strong>do</strong>s e vermifuga<strong>do</strong>s, aloja<strong>do</strong>s em gaiolas metabólicas individuais compostas derecipientes coletores de fezes e urina, come<strong>do</strong>uro bebe<strong>do</strong>uros e saleiro, instala<strong>da</strong>s em umabaia de alvenaria com cinco metros de comprimento por três de largura, pé direito de trêsmetro, cobertura de telha de cerâmica.Para ca<strong>da</strong> perío<strong>do</strong> experimental foram utiliza<strong>do</strong>s quatro animais, ca<strong>da</strong> animalconsumin<strong>do</strong> uma “ração tratamento” durante to<strong>do</strong> perío<strong>do</strong>.Foram utiliza<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is lotes de quatro animais. Ca<strong>da</strong> lote foi utiliza<strong>do</strong> durante trêsperío<strong>do</strong>s de 19 dias, sen<strong>do</strong> feito novo sorteio no final de ca<strong>da</strong> perío<strong>do</strong>. Ao final de ca<strong>da</strong>perío<strong>do</strong> experimental, os animais eram, pesa<strong>do</strong>s e sortea<strong>do</strong>s para redistribuição nas gaiolasmetabólicas para receberem a nova dieta no próximo perío<strong>do</strong> avalia<strong>do</strong>.3.1.4. Dietas estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s e planejamento alimentarA composição percentual e química <strong>do</strong> farelo de coco determina<strong>da</strong> no presenteestu<strong>do</strong> encontra-se na Tabela 2.As dietas forneci<strong>da</strong>s aos animais foram formula<strong>da</strong>s para serem isoproteicas,compostas a base de farelo de soja, grão de milho tritura<strong>do</strong>, torta de algodão, e diferentesníveis de farelo de coco no concentra<strong>do</strong>. Como volumoso foi administra<strong>do</strong> 40% de feno deTifton 85 (TABELA 1). Os tratamentos receberam níveis diferentes de farelo de coco noconcentra<strong>do</strong> de acor<strong>do</strong> com o seguinte esquema:T1: Torta de algodão, farelo de soja, grão de milho tritura<strong>do</strong>, feno de tifton.T2: Torta de algodão, farelo de soja, grão de milho tritura<strong>do</strong>, feno de tifton e 6% farelo decôco;T3: Torta de algodão, farelo de soja, grão de milho tritura<strong>do</strong>, feno de tifton, 12% farelo decôco;T4: Torta de algodão, farelo de soja, grão de milho tritura<strong>do</strong>, feno de tifton, 18% farelo decôco;59


Durante to<strong>do</strong> perío<strong>do</strong> de confinamento nas gaiolas metabólicas, os animaisreceberam água e suplemento mineral específico para ovinos forneci<strong>do</strong>s à vontade. Durantea fase de a<strong>da</strong>ptação, efetuou-se o ajuste <strong>da</strong> oferta, proporcionan<strong>do</strong> 10% de sobras para to<strong>do</strong>sos animais.O perío<strong>do</strong> de coleta teve duração de cinco dias, utilizan<strong>do</strong>-se o sistema de coleta totalde fezes. Diariamente as rações eram pesa<strong>da</strong>s com base no consumo <strong>do</strong> dia anterior.3.1.6. Determinação <strong>da</strong> digestibili<strong>da</strong>de aparente:A determinação <strong>do</strong>s coeficientes de digestibili<strong>da</strong>de aparente <strong>do</strong>s diversos nutrientesfoi feita a partir <strong>da</strong> seguinte fórmula: CDN % = {[Nutriente consumi<strong>do</strong> (g) – nutrienteexcreta<strong>do</strong> (g)]/ nutriente consumi<strong>do</strong> (g)}x 100.60


4. RESULTADOS E DISCUSSÃONão houve diferença significativa (P>0,05%) quanto aos coeficientes dedigestibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> matéria seca (MS), proteína bruta (PB), matéria orgânica (MO), energia(EB), hemicelulose (HEM), conteú<strong>do</strong> celular (CC), carboidratos não fibrosos (CNF) enutrientes digestíveis totais (NDT).O valor médio de digestibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> matéria seca (DMS) para as dietas que incluíramo subproduto <strong>do</strong> coco, variou entre 72,35 e 74,57%; valores relativamente superiores quan<strong>do</strong>compara<strong>do</strong>s aos obti<strong>do</strong>s por Albuquerque et al. (2005) que testou a <strong>inclusão</strong> de diferentesníveis <strong>do</strong> subproduto <strong>do</strong> maracujá a dietas a base de capim elefante, observan<strong>do</strong> valores dedigestibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> MS de 66,28%, o que julgou ser um valor alto em se tratan<strong>do</strong> de umsubproduto quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> a digestibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> MS <strong>do</strong> Tifton 85 de 66,30%, e inferioresaos resulta<strong>do</strong>s de Rodrigues e Peixoto (1990) com subproduto <strong>da</strong> conserva <strong>do</strong> abacaxiensila<strong>do</strong> (76 %). Silva et al. (2006), estu<strong>da</strong>ram níveis crescentes de farelo de coco naalimentação de ovinos, 0,8,17 e 25%, ressaltan<strong>do</strong> que a proximi<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s valores percentuaisinclusos na dieta pode afetar os resulta<strong>do</strong>s no que diz respeito à digestibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> matériaseca, enfatizou a necessi<strong>da</strong>de de testes com níveis maiores de farelo de côco, com as devi<strong>da</strong>sobservações no que diz respeito aos valores de extrato etéreo <strong>do</strong> coco utiliza<strong>da</strong>, o que podelimitar a <strong>inclusão</strong> em níveis mais altos.Apesar de não ter si<strong>do</strong> observa<strong>da</strong> diferença significativa (P>0,05) em relação adigestibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> proteína (DPB), observou-se pequeno aumento no coeficiente dedigestibili<strong>da</strong>de deste parâmetro nas dietas estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s, confirman<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s porCavalcante et al. (2005), os quais preconizaram que o aumento no nível de proteína nasdietas promove aumento <strong>da</strong> digestibili<strong>da</strong>de total <strong>da</strong> PB e estimaram incrementos nadigestibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> PB de 3,14 uni<strong>da</strong>des por uni<strong>da</strong>de de acréscimo no nível de PB <strong>da</strong>s dietas.61


Tabela 4. Valores <strong>da</strong>s digestibili<strong>da</strong>des aparentes <strong>do</strong>s nutrientes e suas respectivasequações de regressão ajusta<strong>da</strong>s em função <strong>da</strong> porcentagem de farelo de cocoadiciona<strong>do</strong>.Farelo de CocoVariáveisNíveis de <strong>inclusão</strong> (%)Equações r 2 /R 20 6 12 18Digestibili<strong>da</strong>de aparenteMS (%) 73,62 72,70 72,35 74,57 Y= 73,31 -PB(%) 75,73 79,14 79,68 82,45 Y= 79,25 -EE(%) 69,15 75,00 80,02 86,22 Y = 69,159 + 0,93733X 0,99MO(%) 73,89 73,34 71,51 70,32 Y=72,26 -EB(%) 71,13 70,80 69,23 68,29 Y= 69,86 -FDN (%) 72,50 67,66 67,85 64,43 Y = 72,21732896 – 1,71612028X 0,5 0,86FDA (%) 64,30 51,95 50,74 48,71 Y = 63,6925 – 2,087917X + 0,0715972X 2 0,97HEMC (%) 77,27 76,01 77,19 72,11 Y = 325,106+2,3426X-0,4719X 2 0,99CEL (%) 68,92 52,08 49,60 49,37 Y = 67,73 – 3,0375X + 0,11625X 2 0,86CC (%) 70,90 74,99 71,45 71,66 Y= 72,25 -CNF (%) 79,57 83,06 76,16 76,26 Y= 78,76 -NDT(%) 71,28 72,04 68,79 66,01 Y= 69,53 -Os coeficientes de digestibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> MO quan<strong>do</strong> submeti<strong>do</strong>s a análise de regressãonão acusaram diferença significativa (P


Em relação aos coeficientes de digestibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> EB (CDEB), apesar de não ter si<strong>do</strong>observa<strong>da</strong> diferença significativa entre os tratamentos, decresceram com a adição <strong>do</strong>subproduto.Os coeficientes de digestibili<strong>da</strong>de médios <strong>da</strong> FDN e FDA decresceram à medi<strong>da</strong> quese fez a <strong>inclusão</strong> <strong>do</strong> subproduto <strong>do</strong> coco nas rações varian<strong>do</strong> de 72,50% a 64,43% (FDN) e a64,30% a 48,71% (FDA), ou seja, para a digestibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> FDN houve uma diminuição de1,7161 para ca<strong>da</strong> ponto percentual de <strong>inclusão</strong> <strong>do</strong> coco na dieta. (Figura 3) Estecomportamento pode ser explica<strong>do</strong> com 86% de certeza de acor<strong>do</strong> com o coeficiente dedeterminação.Os valores obti<strong>do</strong>s para digestibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> FDA, submeti<strong>do</strong>s à análise deregressão acusaram diminuição de 2,0879 pontos percentuais de FDA para ca<strong>da</strong> 1% de<strong>inclusão</strong>. (Figura 5)Quan<strong>do</strong> o pH <strong>do</strong> rúmen é diminuí<strong>do</strong>, ocorre uma que<strong>da</strong> na digestão <strong>da</strong>s fibras e oconsumo de matéria seca diminui, pois as bactérias celulolíticas, as quais são sensíveis aopH áci<strong>do</strong>, são afeta<strong>da</strong>s e assim prejudicam o trabalho de digestão. (RUIZ 1992). Da mesmaforma, Ítavo et al. (2002), observou redução nos coeficientes de digestibili<strong>da</strong>de aparente <strong>da</strong>FDN e FDA com aumento nos níveis de concentra<strong>do</strong>s, e explica que tal comportamento, éresulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> mecanismo de competição entre bactérias amilolíticas e fibrolíticas no rúmen,já que as bactérias amilolíticas são mais resistentes à que<strong>da</strong> de pH.De acor<strong>do</strong> com Souza et al. (2002), a digestão <strong>da</strong> fibra é afeta<strong>da</strong> pelo teor de proteínana dieta, principalmente aquelas compostas por forragens de baixa quali<strong>da</strong>de. A deficiênciade proteína limitaria a ativi<strong>da</strong>de ruminal afetan<strong>do</strong> a ingestão e a digestibili<strong>da</strong>de <strong>do</strong>snutrientes, visto que, as exigências de proteínas <strong>do</strong>s ruminantes são atendi<strong>da</strong>s pelosaminoáci<strong>do</strong>s provenientes <strong>da</strong> proteína microbiana e <strong>da</strong> proteína dietética não degra<strong>da</strong><strong>da</strong> norúmen.O coeficiente de digestibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> hemicelulose (CDHEM) comportou-se de formaquadrática, diminuin<strong>do</strong> a medi<strong>da</strong> em que foi incluí<strong>do</strong> o subproduto, de acor<strong>do</strong> com aequação (Y=325,106 + 2,342X – 0,4719X 2 ) ajusta<strong>da</strong>. O tratamento com 18% <strong>do</strong> subproduto,obteve coeficiente mais baixo, o que, de acor<strong>do</strong> com Teixeira e Borges (2005), pode serexplica<strong>da</strong> pela incrustação <strong>da</strong> lignina forman<strong>do</strong> complexos ligno-polissacarídeos, a qualformaria uma barreira física que impediria a ação <strong>da</strong>s bactérias celulolíticas.Outro constituinte significativo observa<strong>do</strong> foi a digestibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> celulose (CDCEL), a qual,após análise de regressão, acusou diminuição de 3,037 pontos percentuais até o nívelde12%, onde houve a partir deste, aumento de 0,1162 pontos percentuais para ca<strong>da</strong> 1% de<strong>inclusão</strong> <strong>do</strong> subproduto (Figura 2). Isto pode ter ocorri<strong>do</strong> pelo <strong>efeito</strong> negativo <strong>da</strong>63


suplementação de óleo sobre o crescimento de protozoários e bactérias celulolíticas. Rogério(2001) cita<strong>do</strong> por Teixeira e Borges (2005), observou redução no coeficiente dedigestibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> celulose com adição de 35 e 45% de caroço de algodão.10080CDEE (%)60402003 8 13 18Níveis de coco (%)Figura 13. Comportamento <strong>do</strong> coeficiente de digestibili<strong>da</strong>de in vivo<strong>do</strong> EE <strong>da</strong>s rações com diferentes níveis de coco de acor<strong>do</strong> com aequação (Y=69,159 + 0,93733)/ R 2= 0,99.CDFDA%7060504030201000 3 6 9 12 15 18Níveis de coco (%)Figura 14. Comportamento <strong>do</strong> coeficiente de digestibili<strong>da</strong>de in vivo<strong>da</strong> FDA <strong>da</strong>s rações com diferentes níveis de coco de acor<strong>do</strong> com aequação (Y=63,6925-2,087917+0,071597X 2 )/R 2= 0,9764


CDFDN%807570656055500 3 6 9 12 15 18Níveis de coco (%)Figura 15. Comportamento <strong>do</strong> coeficiente de digestibili<strong>da</strong>de in vivo <strong>do</strong>FDN <strong>da</strong>s rações com diferentes níveis de coco de acor<strong>do</strong> com a equação(Y= 72,21732896 – 1,71612028X 0,5 )/R 2= 0,86CDCEL%807060504030201000 3 6 9 12 15 18Níveis de coco (%)Figura 16. Comportamento <strong>do</strong> coeficiente de digestibili<strong>da</strong>de in vivo <strong>da</strong>celulose <strong>da</strong>s rações com diferentes níveis de coco de acor<strong>do</strong> com aequação (Y = 67,73 – 3,0375X + 0,11625X 2 )/R 2= 0,8665


400CDHEMC%30020010000 3 6 9 12 15 18Níveis de coco (%)Figura 17. Comportamento <strong>do</strong> coeficiente de digestibili<strong>da</strong>de in vivo <strong>da</strong>hemicelulose <strong>da</strong>s rações com diferentes níveis de coco de acor<strong>do</strong> com aequação (Y = 325,106+2,3426X-0,4719X 2 )/ R 2 =0,99.66


5. CONCLUSÕESA <strong>inclusão</strong> <strong>do</strong> subproduto <strong>do</strong> coco na dieta, afetou negativamente a digestibili<strong>da</strong>de<strong>do</strong>s constituintes <strong>da</strong> fração fibrosa, resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> aumento nos teores de gordura.Aumentos nos níveis de <strong>inclusão</strong> podem prejudicar a digestão <strong>do</strong>s animais por afetardiretamente as bactérias responsáveis pela digestão.67


6. BIBLIOGRAFIAANDRIGUETTO, J.M. Nutrição Animal: as bases e os fun<strong>da</strong>mentos <strong>da</strong> nutrição animal: osalimentos. São Paulo: Nobel, 1988. v.1. 395 p.ANUÁRIO ESTATÍSCO DA AGRICULTURA BRASILEIRA - AGRIANUAL 2000. SãoPaulo: FNP, M&S Mendes & Scotoni, 2000.AQUINO, D.C.; CAVALCANTE, M.A.B.; CANDIDO, M.J.D.; GIRÃO, A.J.; BESERRA,L.T.; OLIVEIRA, B.C.M.; Valor Nutritivo <strong>da</strong> silagem de capim elefante com cinco níveisde adição <strong>do</strong> subproduto <strong>do</strong> coco. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRADE ZOOTECNIA. 43, 2006. João Pessoa. Anais... João Pessoa. 2006.ARAGÃO, W.M. Seleção de Cultivares de coqueiro para diferentes ecossistemas <strong>do</strong>Brasil. Aracaju: EMBRAPA-CPATC, 1999. Disponível em Acesso em: 10 fev. 2007.ARAÚJO, G.G.L.; MOREIRA, J.N.; FERREIRA, M.A.; TURCO, S.H.N.; SOCORRO, E.P.Consumo voluntário e desempenho de ovinos submeti<strong>do</strong>s a dietas conten<strong>do</strong> diferentes níveisde feno de maniçoba.Rev. Cienc. Agron. V.35,n.1,p. 123-130. 2004.BASTOS, S.C. Efeito <strong>da</strong> <strong>inclusão</strong> <strong>do</strong> farelo de côco em rações para frango de corte.2004. 38f. Dissertação (Mestra<strong>do</strong> em Zootecnia)- Universi<strong>da</strong>de Federal <strong>do</strong> Ceará, Fortaleza,2003.BRAGA, A.P. Efeito de tratamentos térmicos <strong>da</strong> vagem de algarobeira (Prosopisjuliflora, (Sw)DC) e sua utilização como aditivo na ensilagem de capim-elefante(Pennisetum purpureum, Schum).1996. 114 f. Tese (Doutora<strong>do</strong> em Zootecnia)Departamento de Zootecnia, Universi<strong>da</strong>de Estadual Paulista, Jaboticabal-SP.BRAGA, C.V.P.; FUENTES, M.F.F.; FREITAS, E.R.; CARVALHO, L.E.; SOUSA, F.M.;BASTOS, S.C. Efeito <strong>da</strong> <strong>inclusão</strong> <strong>do</strong> farelo de coco em rações para poedeiras. Rev.Bras.Zootec.,v. 34, n 1, p.76-80, 2005.BURGI, R. Utilização de resíduos agro-industriais na alimentação de ruminantes. In:SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DA PASTAGEM, 8., Piracicaba, SP. Anais... Piracicaba:FEALQ, 1986. p.101-111.BUSCHINELLI, C.C.A. Impacto ambiental <strong>do</strong>s resíduos agropecuários e agroindustriaisna alimentação animal. In: SIMPÓSIO UTILIZAÇÃO DE SUBPRODUTOSAGROINDUSTRIAIS E RESÍDUOS DE COLHEITA NA ALIMENTAÇÃO DERUMINANTES. 1992., São Carlos, SP. Anais...São Carlos: EMBRAPA/UEPAE de SãoCarlos. p.45-67.BUTOLO; J.E. Quali<strong>da</strong>de de ingredientes na alimentação animal. Campinas-SP, p.141-142, 2002.CAMURÇA, D.A.; NEIVA, J.M.N.; PIMENTEL, J.C.M.; VASCONCELOS, V.R.; LOBO,R.N.B. Desempenho produtivo de ovinos alimenta<strong>do</strong>s com dietas a base de feno degramíneas tropicais. Ver. Bras. Zootec. ,n. 31, p.2113-2122.68


CARVALHO, F.C. Disponibili<strong>da</strong>de de resíduos agro-industriais e <strong>do</strong> beneficiamento deprodutos agrícolas. In: SIMPÓSIO UTILIZAÇÃO DE SUBPRODUTOSAGROINDUSTRIAIS E RESÍDUOS DE COLHEITA NA ALIMENTAÇÃO DERUMINANTES. 1992., São Carlos, SP. Anais...São Carlos: EMBRAPA/UEPAE de SãoCarlos. p.7-27.CARVALHO, F.F.R.; MEDEIROS, G.R.; ALVES. K.S. Nutrição e alimentação de ovinosem confinamento. Nutrição animal:Tópicos avança<strong>do</strong>s.UESB.Itapetinga.2003.CASSIDA, K.A.;BARTON, B.A.;HOUGH, R.L.Feed intake and apparent digestibility ofhay suplemented brassica diets for lambs. Journal of animal Science. Champaign, v.72,p.1623-1629, 1994.CASTRO, K.J.; MORENO, G.M.B.; CAVALCANTE, M.A.B.; NEIVA, J.N.M.;CANDIDO, M.J.D.; CARNEIRO, H.A.V.; CIDRÃO, P.M.L. Consumo de Nutrientes edesempenho produtivo de ovinos alimenta<strong>do</strong>s com dietas orgânicas. Arch. Zootec. v.56, p.203-214. 2007.CAVALCANTE, A.C.R., BARROS, N.N., BONFIM, M.A.D., ALVES, J.U., SOUZA, F.B.,LEITE, E.R. Sistemas de produção de caprinos e ovinos de corte para o nordesteBrasileiro. Embrapa Caprinos. Sistemas de produção 1.ISSN 18091822. 2005.CAVALCANTE, M.A.B.; PEREIRA, O.G.; VALADARES FILHO, S.C. et al. Níveis deproteína bruta em dietas para bovinos de corte:consumo de digestibili<strong>da</strong>des total e parcial<strong>do</strong>s nutrientes.Rev.Bras.Zootec.,v.34, n. 6, p.2200-2208.2005 (supl).CEPLAC. Comissão executiva <strong>do</strong> plano <strong>da</strong> lavoura cacaueira. Disponível em: Acesso em 25 out 2007.CORNELLIUS, J.A. Coconuts: a review. Tropical Science, v. 15, p.15-37, 1973.COSTA, A.G. O coco e suas utilizações. Salva<strong>do</strong>r: SBRT-RETEC, 2005.COSTA, N. de L.; MAGALHÃES, J.A.; TAVARES, A.C.; TOWNSEND, C.R.; PEREIRA,R.G. de A.; SILVA NETTO, F.G. <strong>da</strong>. Diagnóstico <strong>da</strong> pecuária em Rondônia. Porto Velho:EMBRAPA/CPAF/Rondônia,1996. 34p. (Embrapa Rondônia, Documentos, n.33).CREWELL,D.C.; BROOKS, C.C. Composition, apparent digestibility and energyevaluation of coconut oil and coconut meal. Journal of Animal Science, v. 33, n. 2, p.366-369, 1971.ELLIS, W.C. 1978. Determination of grazed forage intake and digestibility. J. Dairy Sci.,61(12):1828-1840.EMBRAPA. Centro de Pesquisa Agropecuária <strong>do</strong>s Tabuleiros Costeiros. Recomen<strong>da</strong>çõestécnicas para o cultivo <strong>do</strong> coqueiro. Aracaju: EMBRAPA-CNPATC. 1993. 43p (CircularTécnica, 1).FAO Agriculture. Disponível em:


FIALHO, E.T.; BARBOSA, H.P.; ALBINO, L.F. Análise proximal e determinação <strong>do</strong>svalores energéticos de alguns alimentos para suínos. In: REUNIÃO ANUAL DASOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 22, 1985,Camboriú. Anais... Camboriú:SBZ, 1985.FORBES, J.M. 1995. Voluntary food intake and diet selection in farm animals. Wallington:CAB. 532pGALVEZ, M.J.F.; ROSELHO, B.B.; Digestibili<strong>da</strong>de de los alimentos para el gana<strong>do</strong>.Madrid: Instituto Nacional de Investigaciones Agronômicas, 1971. p.13-75.GOMES, A. Sistema Brasileiro de Respostas Técnicas. Disponível em Acesso em: 30 Abr 2006.GOMES, P.R. O coqueiro <strong>da</strong> Baía. 4 ed. São Paulo: Nobel, 1976. 100p.GONÇALVES, L.C. , BORGES, I. Os alimentos. 2.ed. São Paulo. Roca. 2003. 302p.GONZAGA NETO, S.; BATISTA, A.M.V.; CARVALHO, F.F.R.; MARTINEZ,R.L.V.;BARBOSA, J.E.A.S.; SILVA, E.O. Composição bromatológica, consumo edigestibili<strong>da</strong>de in vivo de dietas com diferentes níveis de feno de catingueira, forneci<strong>da</strong>s paraovinos Mora<strong>da</strong> Nova. Rev.Bras.Zootec.v.30, n.2.ISSN 1516-3598. Viçosa. 2001.GURGEL, M.A.; SOUZA, F.LIMA, A.M. Avaliação <strong>do</strong> feno de leucena no crescimento decordeiros Mora<strong>da</strong> nova em confinamento.Pesq. Agropecu. Bras.,27: p.1519-1526.IBGE. Pesquisa mensal de previsão e acompanhamento <strong>da</strong>s safras agrícolas no anocivil: levantamento sistemático <strong>da</strong> produção agrícola. Rio de Janeiro, IBGE, 2003. v.15 n. 9.p.1-80.ÍTAVO, L.C.V.; VALADARES FILHO, S.C.; SILVA, F.F.; VALADARES, R.F.D; LEÃO,M;I.; CECON, P.R.; ÍTAVO, C.C.B.F.; MORAES, E.H.B.K.; PAULINO, P.V.R.Consumo edigestibili<strong>da</strong>de aparentes totais e parciais de nutrientes em novilhos alimenta<strong>do</strong>s com dietasconten<strong>do</strong> vários níveis de concentra<strong>do</strong>.Rev. Bras. Zootec., v.31,n.3, p.1543-1552, 2002.JÁCOME, I.M.T.D.; SILVA, L.P.G.; GUIM, A.; LIMA, D.Q.; ARAÚJO, M.J.; BRITOSILVA, J.D.; MARTINS, T.D.D. Efeitos <strong>da</strong> <strong>inclusão</strong> <strong>do</strong> farelo de coco nas rações defrangos de corte sobre o desempenho e rendimento de carcaça. Acta Scientiarium.,v. 24,n.4, p 1015-1019, 2002.LEITE,E.R.; BARROS, N.N.; BOMFIM, M.A.D.; CAVALCANTE, A.C.R. Terminação deovinos alimenta<strong>do</strong>s com farelo <strong>do</strong> pedúnculo de caju e feno de Leucena. Comunica<strong>do</strong>Técnico on line. Sobral-CE, ISSN 1676-7675, 2005. Disponível em: Acesso em: 23 abril 2008.LOUSADA JUNIOR, J.E.; NEIVA, J.N.M.; PIMENTEL, J.C.M.; RODRIGUES, N.M.LOBO, R.N.B.; VASCONCELOS, V.R.V.; FERREIRA, A.C.H.; OLIVEIRA FILHO, G.S.Consumo e digestibili<strong>da</strong>de aparente <strong>da</strong> matéria seca de subprodutos <strong>da</strong> agroindústriaprocessa<strong>do</strong>ra de frutas. Disponível em: < http://www.neef.ufc.br/asbz02_7.pdf> Acesso em:05 mai 2008.McDONALD, P.; EDWARDS, R.A.; GREENHALGH, J.F.P. Animal nutrition. 4.ed.Essex: Longman Scientific Technical, 1988. 543p.70


MERTENS, D.R. Analysis of fiber in feeds and its uses in feed evaluation and rationformulation In: SIMPÓSIO INTERNATIONAL DE RUMINANTES, REUNIÃO ANUALDA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 29, 1992, Lavras. Anais... Lavras:SBZ, 1992. p.1-32.MONTARDO, O.V. Alimentos e Alimentação <strong>do</strong> rebanho leiteiro. Guaíba, Agropecuária,1998.209p.MORETTO,L. Tecnologia de óleos e gorduras vegetais na indústria de alimentos. SãoPaulo: Varela, 1998. p 61-62.NORTON, B. W. Differences between species in forage quality. In: HACKER, J. B. (Ed.).Nutritional limits to animal production from pastures, Santa Lucia, Queensland.Farnham Royal: CSIRO, 1984, p. p.89-110.PASCOAL, L.A.F.; MIRANDA, E.C.; GOMES, L.P. ; DOURADOL.R.B.; BEZERRA,A.P.A. Valor nutritivo <strong>do</strong> farelo de coco em dietas para monogástricos. Rev. EletrônicaNutritime.v.3, n. 1, p. 310-317.RESENDE, F.D.; QUEIROZ, A.C.Fibra em detergente neutro versus fibra em detergenteáci<strong>do</strong> na formulação de dietas para ruminantes. In: REUIÃO ANUAL DA SOCIEDADEBRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 31, 1994. Anais...Maringá: SBZ, 1994.p. 475.RODRIGUES FILHO, J.A. Criação de ga<strong>do</strong> leiteiro na zona <strong>braga</strong>ntina. EmbrapaAmazônia Oriental. Sistemas de produção 2. issn 18094325. 2005.SCAPINELLO, C. Utilização <strong>do</strong> feno <strong>da</strong> rama de mandioca na alimentação de coelhosem crescimento. 71f. Dissertação (Mestra<strong>do</strong> em Zootecnia) – Escola de Agronomia deLavras, Lavras, 1984.SILVA, A.G.M., BORGES, I., NEIVA, J.N.M., RODRIGUEZ, N.M., MORAES, S.A.DIGESTIBILIDADE E CONSUMO EM OVINOS RECEBENDO NIVEIS CRESCENTESDE FARELO DE CÔCO. In 43 reunião anual <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de brasileira de zootecnia. Julho,2006. João Pessoa, PB.SILVA, J.F.C. O ruminante e o aproveitamento de subprodutos fibrosos. InformeAgropecuário. V.10.n. 119, p.8-14. 1984.SILVA, J.F.C.; LEÃO, M.I. Fun<strong>da</strong>mentos <strong>da</strong> Nutrição de Ruminantes.Piracicaba,Livroceres, 1979. 380 p.SILVA, E.A.; BERCHIELLI, T.T.; REIS, R.A.; FERNANDES, J.J.; SATO, K.J.; PAES,J.M.V. Teores de proteína bruta para bovinos alimenta<strong>do</strong>s com feno de tifton 85.Rev.Bras.Zootec.v. 36, n.1, 2007.SOUZA, O. SANTOS, I.E. Aproveitamento de resíduos e subprodutos agropecuáriospelos ruminantes. Embrapa Tabuleiros Costeiros. Disponível em Acesso em: 15 Mai 2006SOUZA, M.A.; EZEQUIEL, J.M.B.; ROSSI JR. Efeitos de fontes nitrogena<strong>da</strong>s comdistintas degra<strong>da</strong>bili<strong>da</strong>des sobre o aproveitamento <strong>da</strong> fibra e <strong>do</strong> ami<strong>do</strong> para bovinos. Rev.Bras. Zootec.v 31, n5, p. 2139-2148, 2002.71


TAFURI, M.L.RODRIGUES, M.T. Subprodutos <strong>da</strong>s industrias de óleo na alimentaçãoanimal. Informe Agropecuário. Belo Horizonte. V 10. n 119. p 43-48, 1983.TEIXEIRA, D.A.B.; BORGES, I. Efeito <strong>do</strong> nível <strong>do</strong> caroço de algodão sobre o consumo edigestibili<strong>da</strong>de aparente <strong>da</strong> fração fibrosa <strong>do</strong> feno de braquiária (Brachuiária decumbens)em ovinos. Arq. Bras. Méd. Vet. Zootec., v.57, n.2, p. 229-233, 2005.VALADARES FILHO, S.C. Digestão pós ruminal de proteína e exigências de aminoáci<strong>do</strong>spara ruminantes. In: DIGESTIBILIDADE EM RUMINANTES. Lavras, Anais...Lavras:Universi<strong>da</strong>de Federal de Lavras, p 87-113. 1997.VALADARES FILHO, S.C.; VALADARES, R.;F.D. Recentes avanços em proteína nanutrição de vacas leiteiras. In: SINLEITE,2. 2001, Lavras. Anais…Lavras: Universi<strong>da</strong>deFederal de Lavras. P.229-247. 2001.VAN SOEST, P.J. Nutricional ecology of the ruminant. Washington, Cornell UniversitPress, 1994. 476p.72

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!