Artigo06DIA VINTE E UM.VINTE ANOSLuís Severiano Soares RodriguesEconomista, pós-graduado em história, sóciocorrespondente do Instituto Histórico eGeográfico de Niterói, conselheiro consultivodo Instituto Cultural D. Isabel I, A Redentora emembro do Instituto de Pesquisa Histórica eArqueológica do Rio de Janeiro (Ipharj)Transcorridos vinte anos doplebiscito de 1993, onde esteveem jogo a possibilidadede vermos resgata a dignidadeda Pátria <strong>Brasil</strong>eira, frente aoconjunto de iniquidades quecomeçaram a existir nesse paísa partir de 15 de novembro de1889, temos de ter coragem defazer a autocrítica da sucessãode erros cometidos ao longo dacampanha para o plebiscito.Inicialmente, temos de reconhecerque efetivamente asvésperas do inicio das discussõesque redundaram nosdispositivos constitucionaisque determinaram a realizaçãodo plebiscito, não haviaefetivamente um movimentomonarquista organizado no<strong>Brasil</strong>, haviam monarquistasque mantinham algum vínculode amizade, outros que próximosaos príncipes poderiam serchamados de núcleos, mas semqualquer ideia de organização.Haviam se perdido os esforçosde organização tais como omovimento Patrionovista, queperdurou por um grande númerode anos, mas nos anos 60começou a declinar, sendo praticamenteinexistente na décadade 80 do século passado.A possibilidade da existênciada consulta popular, foi obastante para os monarquistascomeçarem a aparecer e se organizarem,e em vários casosmanterem campanhas solitári-Apesar das inúmeras covardias que os republicanos tentaramcontra nós, tais como em propaganda televisiva afirmando queos negros voltariam a ser escravos; antecipar o plebiscito paraa data de Tiradentes; retirarem as faixas monarquistasespalhadas nos lugares públicos, etc., podemos dizer que oresultado alcançado não foi de se desprezar, dadas asadversidades contra as quais trabalhamosas, com destaque para a enxurradade cartas enviadas asredações dos jornais, grandesou pequenos, pelo <strong>Brasil</strong> a fora.No entanto, esta era um momentoonde seria necessário aexistência de coesão, e tudo oque não se viu foi coesão.A falta de coesão daquilo quepoderíamos chamar de movimentomonarquista, foi o responsávelpela fragorosa derrotaque sofremos naquelaconsulta popular. A divisão deforças, que poderíamos chamar,a priori, de antagônicas foi opassaporte para o nosso fracasso,pois tínhamos de ser coerentes,uma vez que a monarquiaé uma forma de governopersonalizada, e o fato de existiruma dubiedade na hora de sefalar em quem seria o monarcaa advir com a restauração doImpério, só serviu para frustrareventuais simpatizantes.Tal divisão como se sabe, temsua gênese, na postura indignade Dom Pedro Gastão, príncipetitular de Orléans e Bragança,em fingir não reconhecer os direitosde seu primo, Dom PedroHenrique e sucessores, ao tronobrasileiro, negando a legitimidadeda renúncia de seu paiàqueles direitos. Fazendo justamenteo que D. Isabel I temiaque era a formação de partidos.Aí vemos a sabedoria de