12.07.2015 Views

Primeiros socorros Neste Curso de Primeiros Socorros ... - Simonsen

Primeiros socorros Neste Curso de Primeiros Socorros ... - Simonsen

Primeiros socorros Neste Curso de Primeiros Socorros ... - Simonsen

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Primeiros</strong> <strong>socorros</strong><strong>Neste</strong> <strong>Curso</strong> <strong>de</strong> <strong>Primeiros</strong> <strong>Socorros</strong>, você apren<strong>de</strong> a socorrer uma pessoa emcaso <strong>de</strong> urgência.Em casos <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes, os primeiros atendimentos são os mais importantes,pois se <strong>de</strong>sprezados ou realizados <strong>de</strong> forma incorreta, po<strong>de</strong>m agravar asituação, levando ate mesmo a sequelas na vitima do aci<strong>de</strong>nte.<strong>Primeiros</strong> <strong>socorros</strong> são uma série <strong>de</strong> procedimentos simples com o intuito <strong>de</strong>manter vidas em situações <strong>de</strong> emergência, feitos por pessoas comuns comesses conhecimentos, até a chegada <strong>de</strong> atendimento médico especializado.Avaliação da cena ou sinistroÉ muito importante salientar que para a abordagem <strong>de</strong> uma vítima primeirovocê <strong>de</strong>verá ter idéia do contexto geral da situação, pois apenas com uma préavaliaçãodo local é que se po<strong>de</strong> conhecer o tipo <strong>de</strong> vítima com a qual se estálidando. A ocorrência po<strong>de</strong> ser classificada como clínica (mal súbito, problemasfisiológicos) ou trauma (mecanismos <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> energia). A avaliação da cenatambém é importante para que se possam dimensionar os riscos potenciaisexistentes na cena, prevenindo assim que a pessoa que tem o intuito <strong>de</strong> aplicaros primeiros <strong>socorros</strong> não se torne mais uma vítima da ocorrência. A Avaliação<strong>de</strong> Cena é divida em quatro fases: 1)Segurança - verificar se a cena é segurapara ser abordada 2)Cinemática do Trauma - verificar como se <strong>de</strong>u o aci<strong>de</strong>nteou sinistro 3)Bioproteção 4)Triagem/Nr <strong>de</strong> Vítimas.Avaliação das condições gerais da vítimaTodo procedimento <strong>de</strong> primeiros <strong>socorros</strong> <strong>de</strong>ve começar com a avaliação dascondições da(s) vítima(s).Devem-se observar sinais (tudo o que se observa ao examinar uma vítima:respiração, pele fria, pali<strong>de</strong>z, etc.), sintomas (é o que a vítima informa sobre simesma: náusea, dor, vertigem, etc.) e sinais vitais (sinais cuja ausência oualteração indica grave irregularida<strong>de</strong> no funcionamento do organismo. Sãoeles: pulso (batimentos cardíacos), respiração, pressão arterial e temperatura.Existem estudos à luz das evidências científicas atuais que a dor po<strong>de</strong> serconsi<strong>de</strong>rada o quinto sinal vital, uma vez que somente os vivos sentem dor.Desta forma um ponto importante tanto para o socorrista profissional ou leigoserá em primeiro momento avaliar o nível <strong>de</strong> consciência <strong>de</strong> sua vítima usandoum parâmetro muito simples, chamado A.V.D.S.:• A (ALERTA)• V (RESPONDE À VOZ)• D (RESPONDE À DOR)• S (SEM RESPOSTA)Em primeiro lugar, abordar a vítima in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do mecanismo sendotraumático ou clínico: se ao tocar na vítima o socorrista percebe uma reaçãoespontânea, concluímos que ela está na fase A (ALERTA). Isto é um indício <strong>de</strong>que existe ativida<strong>de</strong> neurológica: o cérebro está sendo suprido <strong>de</strong> oxigênio,pois para isto acontecer ele tem <strong>de</strong> estar estimulando o grupo muscular darespiração, como musculatura diafragmática e intercostal (caixa torácica).


Já a fase V (VOZ) é percebida quando a vítima não respon<strong>de</strong> ao ser chamadapelo nome. É bom lembrar que a audição é um dos últimos sentidos a seremperdidos antes <strong>de</strong> o cérebro entrar em estado <strong>de</strong> inconsciência.Não havendo nenhuma resposta à solicitação verbal estimularemos a D (DOR):feche a mão e com a área da dobra dos <strong>de</strong>dos friccionar o esterno da vítima,que fica localizado no meio do tórax, na junção das costelas. Havendo umaresposta muscular da vítima tanto em tentar inibir o estímulo ou qualquer outraque seja, saberemos que ainda existe uma ativida<strong>de</strong> neurológica funcional,pois o cérebro ainda recebe oxigênio.Entretanto, se não houver nenhum tipo <strong>de</strong> resposta como em não estar emALERTA, responsivo à VOZ ou à DOR, a vítima está no estágio <strong>de</strong> I(INCONSCIÊNCIA), no qual o cérebro não mais recebe oxigênio e por falta<strong>de</strong>ste não haverá estímulo muscular. O que preocupa é a possibilida<strong>de</strong> danecrose, que é a morte <strong>de</strong> parte dos tecidos dos cérebro por escassez <strong>de</strong>oxigênio. Isso po<strong>de</strong> levar à paralisia, ao coma, e, em casos mais graves, àmorte. Acontece também o que chamamos <strong>de</strong> relaxamento musculargeneralizado, e o músculo da cavida<strong>de</strong> bucal, localizado imediatamente abaixoda língua, po<strong>de</strong> fazê-la inclinar-se para trás, o que obstrui a passagem <strong>de</strong> ar.AssistênciaPosição lateral <strong>de</strong> segurança (PLS)A Posição Lateral <strong>de</strong> Segurança, po<strong>de</strong> ser utilizada em várias situações quenecessitam <strong>de</strong> primeiros <strong>socorros</strong>, em que a vítima esteja inconsciente, mas arespirar e com um bom pulso, uma vez que esta posição permite uma melhorventilação, libertando as vias aéreas superiores.Esta não <strong>de</strong>ve ser realizada quando a pessoa:• Não estiver a respirar;• Tiver uma lesão na cabeça, pescoço ou coluna;• Tiver um ferimento grave.O que fazer1. Com a vítima <strong>de</strong>itada, ajoelhe-se ao seu lado;2. Vire o rosto da vítima para si. Incline a cabeça <strong>de</strong>sta para trás,colocando-a em hiperextensão, para abrir as vias aéreas e impedir a queda dalíngua para trás e a sufocação por sangue. Se a vítima estiver inconsciente,verifique a boca e remova possíveis materiais que possam estar <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sta;3. Coloque o braço da vítima que estiver mais próximo <strong>de</strong> si ao longo docorpo <strong>de</strong>la, pren<strong>de</strong>ndo-a <strong>de</strong>baixo das ná<strong>de</strong>gas <strong>de</strong>sta;4. Coloque o outro braço da vítima sobre o peito <strong>de</strong>la;5. Cruze as pernas da vítima, colocando a perna que estiver mais afastada<strong>de</strong> si por cima da canela da outra perna;6. Dê apoio à cabeça da vítima com uma mão e segure a vítima pelaroupa, na altura das ancas, virando-a para si;7. Dobre o braço e a perna da vítima que estiverem voltadas para cima atéque formem um certo ângulo em relação ao corpo;8. Puxe o outro braço da vítima, retirando-o <strong>de</strong>baixo do corpo <strong>de</strong>la;9. Certifique-se que a cabeça se mantém inclinada para trás <strong>de</strong> forma amanter as vias aéreas abertas.Respiração


Asfixia/sufocaçãoDepen<strong>de</strong>ndo da gravida<strong>de</strong> da asfixia, os sintomas po<strong>de</strong>m ir <strong>de</strong> um estado <strong>de</strong>agitação, pali<strong>de</strong>z, dilatação das pupilas (olhos), respiração ruidosa e tosse, aum estado <strong>de</strong> inconsciência com parada respiratória e cianose (tonalida<strong>de</strong>azulada) da face e extremida<strong>de</strong>s (<strong>de</strong>dos dos pés e mãos).O que fazer• Manobra <strong>de</strong> HeilmichSe a asfixia for <strong>de</strong>vido a um corpo estranho, proceda assim (numa criançapequena):• Se o objeto estiver no nariz, peça à criança para assoar com força,comprimindo com o <strong>de</strong>do a outra narina;• Se for na garganta, abrir a boca e tentar extrair o objeto, se este aindaestiver visível, usando o <strong>de</strong>do indicador em gancho ou uma pinça, com cuidadopara não empurrar o objeto;• Colocar a criança <strong>de</strong> cabeça para baixo, sacudi-la e dar tapas (nãoviolentos, mas vigorosos) no meio das costas, entre as omoplatas, com a mãoaberta.Quando há algum objeto impedindo a passagem <strong>de</strong> ar, médicos muitas vezesse vêem obrigados a perfurar com uma caneta, ou objeto equivalente, a partefrontal inferior do pescoço, perfurando a pele on<strong>de</strong> há pequena cavida<strong>de</strong> (naparte final da laringe, já próximo da traquéia). Retirada a caneta, a pessoa po<strong>de</strong>passar a respirar pelo pequeno orifício. Destacamos contudo que talprocedimento <strong>de</strong>ve ser adotado por pessoas com conhecimento avançado <strong>de</strong>anatomia, para que não sejam atingidas artérias, cordas vocais, etc.É válido ressaltar que ninguém po<strong>de</strong> ser con<strong>de</strong>nado criminalmente por tentarsalvar a vida <strong>de</strong> terceiro, ainda que no socorro acabe provocando lesões comoa fratura <strong>de</strong> uma costela, fato comum na hipótese <strong>de</strong> reanimação cardíaca. Éque na hipótese se verifica a exclu<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> ilicitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>nominada Inexigibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> conduta diversa.Procedimentos que, em hipótese alguma, <strong>de</strong>vem ser praticados• Abandonar o asfixiado para pedir auxílio• <strong>de</strong>ixar o asfixiado nervosoCrise asmáticaA criança/jovem com asma é capaz <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r com uma crise <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> arem situações <strong>de</strong> exercício intenso (nomeadamente a corrida), conflito,ansieda<strong>de</strong>, castigos, etc. Caracteriza-se por uma tosse seca e repetitiva,dificulda<strong>de</strong> em respirar, respiração sibilante, audível, ruidosa (pieira e/oufarfalheira), ar aflito, ansioso, respiração rápida e difícil, pulso rápido, pali<strong>de</strong>z esuores, e Prostração, apatia.Na fase <strong>de</strong> agravamento da crise a respiração é muito difícil, lenta e há cianosedas extremida<strong>de</strong>s, isto é, as unhas e os lábios apresentam-se arroxeados.O que fazer• Tranquilizar a situação. É importante ser capaz <strong>de</strong> conter a angústia e aansieda<strong>de</strong> da criança/jovem, falando-lhe calmamente, e assegurando-lherápida ajuda médica;• Manter a criança/jovem num local arejado on<strong>de</strong> não haja pó, odores oufumaça;• Colocá-lo numa posição que lhe facilite a respiração;


• se a hemorragia não para, introduzir na narina que sangra um tampãocoagulante ou compressa, fazendo pressão para que a cavida<strong>de</strong> nasal fiquebem preenchida.O que NÃO fazer• <strong>de</strong>itar a vítima;• colocar água oxigenada ou qualquer <strong>de</strong>sinfectante.Nota: Se a hemorragia persistir mais <strong>de</strong> 10 minutos, transportar a vítima para oHospital.Hemorragia na palma da mão• O ferido <strong>de</strong>ve fechar fortemente a mão sobre um rolo <strong>de</strong> compressasesterilizadas ou, na sua falta, um rolo <strong>de</strong> pano lavado, <strong>de</strong> modo a fazercompressão sobre a ferida;• Colocar em seguida uma ligadura ou pano dobrado à volta da mão;• Colocar o braço ao peito com a ajuda <strong>de</strong> um lenço gran<strong>de</strong>, mantendo amão ferida bem levantada.Nota: O caso <strong>de</strong> uma hemorragia abundante, é uma situação grave quenecessita <strong>de</strong> transporte urgente para o hospital. Deve-se portanto, chamar umaambulância, nunca se <strong>de</strong>vendo transportar sozinho um ferido para o hospital,uma vez que os solavancos durante o transporte po<strong>de</strong>m interromper o afluxodo sangue ao coração.Ataque cardíaco (Apoplexia)Um ataque cardíaco acontece quando parte <strong>de</strong> seu coração não recebeoxigênio em quantida<strong>de</strong> suficiente.O coração é um músculo e como os outros do corpo, precisa <strong>de</strong> oxigênio, queé fornecido pelo sangue dos vasos sangüíneos, conhecidos como artériascoronárias. Um coágulo sangüíneo em uma <strong>de</strong>ssas artérias po<strong>de</strong> bloquear ofluxo <strong>de</strong> sangue para o músculo cardíaco o que acarreta prejuízos ao coração ea <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do tempo <strong>de</strong> duração <strong>de</strong>ste bloqueio, uma parte do coraçãonecrosa (morre) fazendo com que pare <strong>de</strong> funcionar corretamente.Ataques cardíacos po<strong>de</strong>m ocorrer caso seu coração passe a precisarsubitamente <strong>de</strong> mais oxigênio durante exercícios intensos. Tanto homens comomulheres têm ataques cardíacos, risco este que aumentam com a ida<strong>de</strong>.Placas <strong>de</strong> ateroma (fragmentos <strong>de</strong> colesterol) po<strong>de</strong>m crescer no interior dasartérias diminuindo seu diâmetro. Além disso, coagulos sangüíneos po<strong>de</strong>mentão se formar nesta artéria estreitada e bloqueá-la.Sintomas• Dor no do peito irradiando para o lado esquerdo• Dor no ombro, braço, barriga ou mandíbula• Falta <strong>de</strong> ar• Suor intenso• Náuseas• Fraqueza ou tontura• Pali<strong>de</strong>zAtaques cardíacos são possíveis durante <strong>de</strong>scanso ou exercícios, portanto éimportante que mantenha seu médico informado <strong>de</strong> possíveis riscos.Diagnóstico


Existem muitas maneiras <strong>de</strong> se proteger o coração e diminuir os riscos:• Não consumir drogas• Se tem diabetes, tente mantê-lo sob controle.• Alimente-se bem.• Controle a sua pressão sanguínea.• Coma alimentos pobres em gordura e sal.• Pratique exercícios regularmente.DesmaioÉ provocado por falta <strong>de</strong> oxigênio ou açúcar no cérebro, a que o organismoreage <strong>de</strong> forma automática, com perda <strong>de</strong> consciência e queda do corpo. Temdiversas causas: excesso <strong>de</strong> calor, fadiga, falta <strong>de</strong> alimentos, etc, e écaracterizada por pali<strong>de</strong>z, suores frios, falta <strong>de</strong> forças e pulso fraco.O que fazerSe nos apercebermos <strong>de</strong> que a pessoa está prestes a <strong>de</strong>smaiar <strong>de</strong>vemos• Sentá-la e colocar-lhe a cabeça entre as pernas, ou <strong>de</strong>itá-la e levantarlheas pernas• Molhar-lhe a testa com água fria• Desapertar-lhe as roupas• Não <strong>de</strong>ixar a pessoa nervosa com a situaçãoSe a pessoa já estiver <strong>de</strong>smaiada• Deitá-la com a cabeça <strong>de</strong> lado (PLS) e mais baixa que as pernas.• Desapertar-lhe as roupas• Mantê-la confortavelmente aquecida• Logo que recupere os sentidos, dar-lhe <strong>de</strong> beber bebidas açucaradas• Consultar o médico posteriormente• Caso não recupere os sentidos, fazer uma papa com muito açúcar epouca água e coloca-la <strong>de</strong>baixo da língua da vitima. O açúcar <strong>de</strong>ve ser“empapado em água” (não dissolvido, mas sim misturado apenas com algumasgotas <strong>de</strong> água);(Acionar <strong>de</strong> imediato os meios <strong>de</strong> emergência médica)O que não fazer• Dar-lhe <strong>de</strong> beber enquanto a vitima não recuperar os sentidos, pois po<strong>de</strong>sufocar/afogar-se com os líquidos.Nota• Se o <strong>de</strong>smaio for superior a 2 minutos dirigir-se ao Hospital• Em caso <strong>de</strong> dúvida administrar sempre açúcar em papa <strong>de</strong>baixo dalíngua, pois se estiver em hipoglicemia estaremos a contribuir para a melhoriado estado da vítima, e se estiver em hiperglicemia, pouco irá fazer subir osníveis. Além do mais é sempre preferível níveis altos do que muito baixos.• Usar e abusar do açúcar à menor suspeita, pois tomado em exagero <strong>de</strong>vez em quando não prejudica, enquanto a falta ou o atraso ataca o cérebro epo<strong>de</strong> levar ao coma e à morte.Estado <strong>de</strong> choqueNo caso <strong>de</strong> a vítima <strong>de</strong> estado <strong>de</strong> choque estiver <strong>de</strong> pé é necessário <strong>de</strong>ita-la<strong>de</strong> costas com a cabeça baixa <strong>de</strong> lado, coloca-se também as pernas da vítimaa formarem um ângulo <strong>de</strong> 45 graus com o solo. Caso a vitima já se encontre<strong>de</strong>itada, <strong>de</strong>vemos mantê-la nessa posição. Posteriormente <strong>de</strong>vemos<strong>de</strong>sapertar-lhe a roupa que possa dificultar-lhe a circulação ou a ventilação, e


tentar acalmar a vítima e seus acompanhantes. A temperatura corporal doindivíduo <strong>de</strong>ve manter-se constante, para tal é necessário tapá-lo/cobri-lo.Depois chama-se a ambulância para que o sinistrado tenha acompanhamentomédico.Caso se trate <strong>de</strong> um estado <strong>de</strong> choque que provoque a inconsciência da vítima<strong>de</strong>ve-se colocar o indivíduo em posição lateral (PLS), continuando com osmesmos procedimentos. Nota importante: nunca administrar líquidos aosinistrado. São vários os fatores que ocasionam o estado <strong>de</strong> choque,consi<strong>de</strong>rado reação comum em vítimas <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes com hemorragias internasou externas, emoções fortes, choques elétricos, queimaduras, etc..FerimentosPicadasAs crianças, <strong>de</strong>vido à sua enorme curiosida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>vido ao facto <strong>de</strong> lhesagradar as activida<strong>de</strong>s ao ar livre, estão muitas vezes susceptíveis a picadas<strong>de</strong> insectos, nomeadamente <strong>de</strong> abelhas e vespas e também a picadas <strong>de</strong>peixes venenosos, ouriços e alforrecas (medusas, águas-vivas), quando ascrianças freqüentam a praia.O que fazerExistem alguns cuidados relativos às picadas. Em relação às picadas <strong>de</strong>abelhas e vespas <strong>de</strong>ve:• Não retire os ferrões com pinças nem os esprema. Raspe o local comlâmina;• Desinfectar com álcool ou outro anti-séptico (Betadine dérmico);• Aplicar gelo localmente.No entanto, por vezes necessita-se <strong>de</strong> cuidados especiais e <strong>de</strong> transporteurgente para o Hospital. É o caso da ocorrência <strong>de</strong> picadas múltiplas (enxame),picadas a pessoas alérgicas e picadas na boca e garganta (<strong>de</strong>vido ao risco <strong>de</strong>asfixia).Em relação às picadas <strong>de</strong> peixes venenosos/ouriços/alforrecas, <strong>de</strong>ve:• Aplicar no local cloreto <strong>de</strong> etilo ou, na sua falta, álcool, ou gelo, poisestas picadas provocam, muitas vezes, dores muito intensas.Mor<strong>de</strong>durasOs tipos <strong>de</strong> mor<strong>de</strong>duras mais comuns são as <strong>de</strong> cães, gatos e <strong>de</strong> outrosanimais. Menos comuns, mas, geralmente, mais perigosas, são as mor<strong>de</strong>duras<strong>de</strong> cobras e roedores. Os problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> conseqüentes <strong>de</strong> umamor<strong>de</strong>dura <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do tipo <strong>de</strong> animal e da gravida<strong>de</strong> da mor<strong>de</strong>dura, eincluem:• Raiva: infecção grave, causada por um vírus que ataca o [sistemanervoso central] e que geralmente, é fatal;• Veneno;• Hemorragia;• Infecção;• Perda <strong>de</strong> tecido, em ferimentos <strong>de</strong>sfigurantes;• Tétano: Doença em que ocorre uma libertação <strong>de</strong> uma toxina, que causaendurecimento persistente do maxilar inferior e que po<strong>de</strong> ser prevenida pelavacina contra o tétano;• Reacções alérgicas;O que fazer


Mor<strong>de</strong>dura <strong>de</strong> cão• Desinfectar o local da mor<strong>de</strong>dura;• Se a ferida estiver inchada, aplicar gelo embrulhado num pano limpo por10 minutos;• Informar-se se o cão está correctamente vacinado;• Provi<strong>de</strong>ncie que a vítima receba a vacina do tétano, se não a tivertomado.Nota: É uma situação que necessita <strong>de</strong> transporte para o hospitalMor<strong>de</strong>dura <strong>de</strong> gatos/ratos• Desinfectar o local da mor<strong>de</strong>dura;• Transportar sempre a vítima para o Hospital.Mor<strong>de</strong>dura <strong>de</strong> humanos sem hemorragia importante• Lavar o ferimento com água e sabão pelo menos durante 5 minutos,mas sem esfregar com força;• Desinfectar o local da mor<strong>de</strong>dura;• Cobrir o ferimento com compressa esterilizada;• Se estiver inchada colocar gelo.Se notar qualquer sinal <strong>de</strong> infecção, como vermelho, pus, febre, <strong>de</strong>vecontactar o médico.PerfuraçõesÉ a penetração <strong>de</strong> um corpo estranho perfurante, sendo ferimentos estreitoscausando rompimento da pele e dos órgãos internos. Po<strong>de</strong>ndo ser com ou semempalamento, ou seja, po<strong>de</strong>ndo ou não o objeto permanecer no local. Oempalamento é uma forma <strong>de</strong> contenção da hemorragia, <strong>de</strong>ve-se avaliar aretirada ou não do objeto, para melhor segurança do aci<strong>de</strong>ntado. No caso <strong>de</strong>perfuração do tórax (pneumotórax) <strong>de</strong>verá ser realizado um curativo <strong>de</strong> trêspontos, on<strong>de</strong> será utilizada com um pedaço <strong>de</strong> sacola que será tampado trêslados, caso a vítima esteja em décubito dorsal, a parte <strong>de</strong> baixo não po<strong>de</strong> serfechada, pois será por lá que haverá a saída do sangue. Procedimento: é levara vítima para o pronto atendimento.QueimadurasUma queimadura po<strong>de</strong> ter vários graus <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> e esta po<strong>de</strong> serconsi<strong>de</strong>rada grave quando as suas características fazem com que sejanecessária uma consulta médica ou a hospitalização. A gravida<strong>de</strong> daqueimadura <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> vários fatores: da zona atingida pela queimadura(localização), extensão da queimadura, profundida<strong>de</strong>, natureza ou causa daqueimadura e da fragilida<strong>de</strong> do indivíduo.A complicação mais imediata <strong>de</strong> uma queimadura grave é o estado <strong>de</strong> choquee a paragem cardiovascular, causados pela dor, pela perda <strong>de</strong> plasma emcorrespondência com a zona queimada e pelas substâncias libertadas pelostecidos lesionados. As complicações tardias são <strong>de</strong> dois tipos: a infecção daqueimadura; uma cicatrização insuficiente que requer um enxerto cutâneo.É caracterizada, sobretudo, por:De acordo com a profundida<strong>de</strong> atingida, as queimaduras classificam-se em 3graus:Queimaduras <strong>de</strong> 1º grau


São as queimaduras menos graves; apenas a camada externa da pele(epi<strong>de</strong>rme) é afectada. A pele fica avermelhada e quente e há a sensação <strong>de</strong>calor e dor (queimadura simples).Queimaduras do 2ºgrauÀs características das queimaduras do 2º grau junta-se a existência <strong>de</strong> bolhascom líquido ou flictenas. Esta queimadura já atinge a <strong>de</strong>rme e é bastantedolorosa (queimadura mais grave).Queimaduras do 3º grauÀs características das queimaduras do 1º e do 2º, junta-se a <strong>de</strong>struição <strong>de</strong>tecidos. A queimadura atinge tecidos mais profundos provocando uma lesãograve e a pele fica carbonizada (queimadura muito grave). A vítima po<strong>de</strong> entrarem estado <strong>de</strong> choque.Queimaduras <strong>de</strong> 4ºgrauExposição <strong>de</strong> músculos, tendão, ossos (geralmente por eletricida<strong>de</strong>)Queimaduras <strong>de</strong> 5º grauCarbonização do corpo. Acaba resultando em óbito.O que se <strong>de</strong>ve fazer• Se a roupa estiver a ar<strong>de</strong>r, envolver a vitima numa toalha molhada ou,na sua falta, fazê-la rolar pelo chão ou envolvê-la num cobertor (cuidado comos tecidos sintéticos);• Se a vitima se queimou com água ou outro líquido a ferver, <strong>de</strong>spi-laimediatamente.• Dar água a beber frequentemente;Se a queimadura for do 1º grau• Arrefecer a região queimada com soro fisiológico ou, na sua falta, comágua fria corrente, até a dor acalmar;• Aplicar cremes para queimados.Se a queimadura for do 2ºgrau• Arrefecer a região queimada com soro fisiológico ou, na sua falta, comágua fria corrente, até a dor acalmar;• Lavar cuidadosamente com um anti-séptico (não aplicar álcool);• Se as bolhas não estiverem rebentadas, não as rebentar; aplicar gazegorda e compressa esterilizada;• Se as bolhas rebentarem, não cortar a pele da bolha esvaziada; tratarcomo qualquer outra ferida. O penso <strong>de</strong>ve manter-se 48 horas e só <strong>de</strong>poisexpor a zona queimada ao ar para evitar o risco <strong>de</strong> infecção/tétano;• Transportar a vítima para o Hospital.Se a queimadura for do 3º grau (profunda)• Arrefecer a região queimada com soro fisiológico ou, na sua falta, comágua fria corrente, até a dor acalmar;• Lavar cuidadosamente com um anti-séptico (não aplicar álcool);• Tratar como qualquer outra ferida;• Se a queimadura for muito extensa, envolver a vitima num lençol lavadoe que não largue pêlos, previamente ume<strong>de</strong>cido com soro fisiológico ou, na suafalta, com água simples.Nota: Situação grave que necessita <strong>de</strong> transporte para o Hospital.Se a queimadura for <strong>de</strong> 4º grau


Queimadura por choque elétrico, chamar o serviço <strong>de</strong> emergência.O que NÃO fazer• Retirar qualquer pedaço <strong>de</strong> tecido que tenha ficado agarrado àqueimadura;• Rebentar as bolhas ou tentar retirar a pele das bolhas que rebentaram;• Aplicar sobre a queimadura cubos <strong>de</strong> gelo;• Aplicar sobre a queimadura outros produtos para além dos referidos.Nota: O tratamento final das queimaduras <strong>de</strong>ve ser sempre feito no Hospital.EntorsesA entorse é uma lesão nos tecidos moles (cápsula articular e/ou ligamentos) <strong>de</strong>uma articulação. Manifesta-se por uma dor na articulação, gradual ou imediata,um inchamento na articulação lesada e pela incapacida<strong>de</strong> do lesado paramexer a articulação.Que fazer• evitar movimentar a articulação lesionada;• elevar o membro;• aplicar gelo ou <strong>de</strong>ixar correr água fria sobre a articulação;• alternar as aplicações frias com a aplicação <strong>de</strong> uma ligadura elástica acomprimir o membro;• consultar o médico posteriormente;• ir rapidamente para um hospitalFraturasUma fractura é caracterizada por uma dor intensa no local, inchaço, falta <strong>de</strong>força, perda total ou parcial dos movimentos, e encurtamento ou <strong>de</strong>formaçãodo membro lesionado.Em caso <strong>de</strong> fratura ou suspeita <strong>de</strong> fractura, o osso <strong>de</strong>ve ser imobilizado.Qualquer movimento provoca dores intensas e <strong>de</strong>ve ser evitado.O que fazer• expor a zona da lesão (<strong>de</strong>sapertar ou se necessário cortar a roupa);• verificar se existem ferimentos;• tentar imobilizar as articulações que se encontram antes e <strong>de</strong>pois dafractura usando talas apropriadas, ou na sua falta, improvisadas;• dar analgésico (Ben-u-ron) se a criança estiver consciente e com dor emantê-la em jejum pela possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cirurgia;• em caso <strong>de</strong> fractura exposta, cobrir o ferimento com gaze ou pano limpo.Nota: As talas <strong>de</strong>vem ser sempre previamente almofadadas e bastante sólidas.O que NÃO fazer• tentar encaixar as extremida<strong>de</strong>s do osso partido;• provocar apertos ou compressões que dificultem;• colocar sal no ferimento;• procurar, numa fractura exposta colocar para <strong>de</strong>ntro as partes dos ossosque estejam visíveis.Choques elétricosVer artigo principal: Choque elétricoA morte causada por eletricida<strong>de</strong> é também conhecida como eletrocussão econsiste na passagem <strong>de</strong> uma corrente eléctrica pelo corpo. A electrocussão


po<strong>de</strong> provocar a morte instantânea, perda dos sentidos mais ou menosprolongada, convulsões e queimaduras no ponto <strong>de</strong> contacto. É necessáriotomar cuidado com quem está sujeito ao choque, tocá-lo po<strong>de</strong> ser perigoso. Oi<strong>de</strong>al é pegar num objecto constituido por plástico pois conduzem pouco aeletricida<strong>de</strong>; afastá-lo do objeto que lhe dá o choque, e verificar os sinais vitaisda vitima. Caso esta se encontre em paragem cardiorrespiratória <strong>de</strong>ve-seretirar os objectos adjacentes a esta como por exemplo <strong>de</strong>ntaduras, óculos,etc… <strong>de</strong>sapertar a roupa e expor o tórax, e proce<strong>de</strong>r então à reanimaçãocolocando sobre o tórax as duas mãos sobrepostas e realizar 30 compressõesseguidas <strong>de</strong> suas insuflações. Se a vitima estiver inconsciente mas com pulsoe a ventilar <strong>de</strong>ve-se coloca-la em PLS e contactar o 112 (193 no Brasil)paraobter transporte ao Hospital mais próximo.Envenenamento e intoxicaçãoO envenenamento é o efeito produzido no organismo por um veneno que sejaintroduzido.Envenenamento por via digestivaPor produtos alimentaresCaracteriza-se por arrepios e transpiração abundante, dores abdominais,náuseas e vómitos, prostração, <strong>de</strong>smaio, agitação e <strong>de</strong>lírio.O que fazer• Verificar sinais <strong>de</strong> vida;• chamar ajuda, nunca faça um socorro sozinho, somente em último caso;• se possível, interrogar a vítima no sentido <strong>de</strong> tentar perceber a origemdo envenenamento;• manter a vítima confortavelmente aquecida;• é uma situação grave que necessita <strong>de</strong> transporte imediato para ohospital feita por especialistas.Por medicamentosDepen<strong>de</strong>ndo do medicamento ingerido, po<strong>de</strong>m observar-se: vómitos,dificulda<strong>de</strong> respiratória, perda <strong>de</strong> consciência, sonolência, confusão, etc.O que se <strong>de</strong>ve fazer• se possível interrogar a vítima no sentido <strong>de</strong> tentar obter o maior número<strong>de</strong> dados possível sobre o envenenamento;• pedir imediatamente orientações para o Centro <strong>de</strong> Informação Anti-Venenos (em Portugal: 808 250 143);• manter a vítima aquecida;• é uma situação grave que necessita <strong>de</strong> transporte imediato para oHospital.Por produtos tóxicosAlguns dos sintomas incluem: vómitos ou diarreia, espuma na boca, face,lábios e unhas azuladas, dificulda<strong>de</strong> respiratória, queimaduras à volta da boca(venenos corrosivos), <strong>de</strong>lírio e convulsões, e inconsciência. - NUNCA provocaro vómito! Nota: É uma situação grave que necessita <strong>de</strong> transporte imediato aoHospital.InsolaçãoO suor é o nosso ar condicionado natural. À medida que ele se evapora danossa pele ocorre o esfriamento do corpo. Porém, esse sistema po<strong>de</strong> falhar seocorrer uma exposição prolongada ao calor, num local fechado e


sobreaquecido (por ex:, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma viatura fechada, ao sol) ou se ocorreruma exposição prolongada ao sol.A insolação é caracterizada por: cefaleias (dores <strong>de</strong> cabeça), tonturas, vómitos,excitação, pele fria e pegajosa, boca seca, fadiga e fraqueza, pulso rápido einconsciência.O que se <strong>de</strong>ve fazerÉ importante baixar a temperatura do corpo, para tal:• Coloque a pessoa num local fresco e à sombra;• Desaperte-lhe a roupa, ou remova as roupas e envolva a pessoa numlençol fresco e úmido;• Coloque compressas frias na cabeça e axilas;• Eleve a cabeça da vítima;• Dê a beber água fresca, se a vítima estiver consciente;• Se estiver inconsciente, coloque-a em PLS (Posição Lateral daSegurança).Nota: Esta é uma situação grave, principalmente nas crianças, que po<strong>de</strong>provocar hemorragia cerebral e como tal, necessita <strong>de</strong> transporte urgente parao Hospital.Transporte <strong>de</strong> vítimasQUANDO TRANSPORTAR1.Quando não for possível prestar o atendimento básico no local; 2.Quandonão for possível esperar ajuda especializada (locais <strong>de</strong>sprovidos <strong>de</strong> instituiçõeshabilitadas a dar atendimento); 3.Quando o local oferecer risco iminente. Obs.:em caso <strong>de</strong> risco iminente, o socorrista <strong>de</strong>ve atentar para sua própriasegurança.COMO TRANSPORTARO método <strong>de</strong> transporte escolhido <strong>de</strong>ve se a<strong>de</strong>quar:1.ao número <strong>de</strong> socorristas; 2.à força e habilida<strong>de</strong> dos socorristas; 3.aos tipos<strong>de</strong> lesão da vítima e seu estado <strong>de</strong> consciência; 4.ao peso da vítima; 5.àproporção <strong>de</strong> tamanho entre socorrista e vítima; 6.à proporção <strong>de</strong> tamanhoentre os socorristas que vão transportar; 7.distância do local e tipo <strong>de</strong> terreno;8.material disponível para auxiliar no transporte.Orientações gerais• Manter a vitima calma;• Procure socorro;• Evite mover a vitima;• sinalizar o local on<strong>de</strong> ocorreu o aci<strong>de</strong>nte;• ligar para socorro médicoContatos para socorro especializado no BrasilEm todo o território nacional, discar:• Polícia: 190• Emergência médica (SAMU): 192• Bombeiros: 193• Polícia <strong>de</strong> Trânsito - 194• Polícia Rodoviária Fe<strong>de</strong>ral: 191

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!